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Página 1 Boletim 488/14 – Ano VI – 20/03/2014 Receita adia para outubro o temido eSocial Por Adriana Aguiar | De São Paulo A Receita Federal cedeu aos pedidos das empresas e adiou novamente a implantação do programa de Escrituração Fiscal Digital Social (eSocial), que estava prevista para junho. Agora, as empresas optantes do sistema de lucro real, com receita anual acima de R$ 78 milhões, serão obrigadas a iniciar a transmissão dos dados a partir de outubro, substituindo as guias de recolhimento a partir de janeiro. As empresas com faturamento inferior a esse total passarão a informar pelo eSocial apenas em janeiro. Esta é a terceira prorrogação do prazo, que já havia sido transferido de janeiro para abril e depois para junho. O eSocial é temido pelas empresas porque vai obrigá-las a oferecer a órgãos do governo federal, praticamente em tempo real, dados detalhados sobre a folha de salários, impostos, previdência e informações relacionadas aos trabalhadores, que vão desde admissões até sua exposição a agentes nocivos à saúde. Além da preocupação sobre como consolidar informações dispersas em diversos departamentos, o receio das companhias é que o eSocial possa resultar em um aumento no número de autuações, tanto fiscais quanto trabalhistas. Parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que já conta com áreas fiscal e contábil, o eSocial tem um manual de mais de 200 páginas e um conjunto de mais de 20 tabelas, a maioria com centenas de itens a serem preenchidos. O prazo foi novamente adiado, segundo nota enviada ao Valor pela Receita Federal, porque a equipe de gestão do eSocial - composta por representantes dos ministérios da Previdência e do Trabalho, do Conselho Curador do FGTS e da Receita - decidiu atender o pleito das empresas para permitir uma melhor adaptação ao novo sistema. O adiamento também se deu por razões operacionais: o comitê gestor ainda não concluiu a Qualificação Cadastral dos Trabalhadores, o primeiro passo para alimentar o programa. "Todas as entidades pediram esse adiamento porque entramos em um processo terrível, de excessiva burocratização, que pode trazer distorções no futuro", disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato. "Isso vai promover uma ingerência de tal forma na vida das pessoas e das empresas como não existe em lugar nenhum do mundo".

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Boletim 488/14 – Ano VI – 20/03/2014

Receita adia para outubro o temido eSocial Por Adriana Aguiar | De São Paulo A Receita Federal cedeu aos pedidos das empresas e adiou novamente a implantação do programa de Escrituração Fiscal Digital Social (eSocial), que estava prevista para junho. Agora, as empresas optantes do sistema de lucro real, com receita anual acima de R$ 78 milhões, serão obrigadas a iniciar a transmissão dos dados a partir de outubro, substituindo as guias de recolhimento a partir de janeiro. As empresas com faturamento inferior a esse total passarão a informar pelo eSocial apenas em janeiro. Esta é a terceira prorrogação do prazo, que já havia sido transferido de janeiro para abril e depois para junho. O eSocial é temido pelas empresas porque vai obrigá-las a oferecer a órgãos do governo federal, praticamente em tempo real, dados detalhados sobre a folha de salários, impostos, previdência e informações relacionadas aos trabalhadores, que vão desde admissões até sua exposição a agentes nocivos à saúde. Além da preocupação sobre como consolidar informações dispersas em diversos departamentos, o receio das companhias é que o eSocial possa resultar em um aumento no número de autuações, tanto fiscais quanto trabalhistas. Parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que já conta com áreas fiscal e contábil, o eSocial tem um manual de mais de 200 páginas e um conjunto de mais de 20 tabelas, a maioria com centenas de itens a serem preenchidos. O prazo foi novamente adiado, segundo nota enviada ao Valor pela Receita Federal, porque a equipe de gestão do eSocial - composta por representantes dos ministérios da Previdência e do Trabalho, do Conselho Curador do FGTS e da Receita - decidiu atender o pleito das empresas para permitir uma melhor adaptação ao novo sistema. O adiamento também se deu por razões operacionais: o comitê gestor ainda não concluiu a Qualificação Cadastral dos Trabalhadores, o primeiro passo para alimentar o programa. "Todas as entidades pediram esse adiamento porque entramos em um processo terrível, de excessiva burocratização, que pode trazer distorções no futuro", disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato. "Isso vai promover uma ingerência de tal forma na vida das pessoas e das empresas como não existe em lugar nenhum do mundo".

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Cresce número de empresas que planejam investir men os Por Diogo Martins | Do Rio Os investimentos da indústria deverão ser menores em 2014 do que no ano passado em razão da perspectiva de desaceleração da economia brasileira, segundo previsão do superintendente-adjunto de ciclos econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. A Sondagem de Investimentos da Indústria, divulgada ontem pela instituição, mostrou que o percentual de empresas que informaram redução de investimentos previstos para os próximos 12 meses, contados a partir do primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, aumentou de 13% para 16%, ao passo que o percentual de companhias que programaram elevar os investimentos caiu para de 43% para 34%. "Existe um quadro de incerteza em relação ao ambiente econômico, combinado a pessimismo. A conjuntura é de desaceleração econômica, o que indica que 2014 vai ser um ano com menos investimentos", afirmou Campelo. A taxa média de expansão da capacidade instalada projetada para o triênio 2014-2016 ficou em 19,6%, a segunda menor da série histórica iniciada em 2002, quando estava em 19,5%. Naquela época, o país estava às vésperas do racionamento de energia elétrica. "Os industriais olham muito para 2014 como o ano em que a economia não vai ter muito crescimento e com pequena alta na produção. Na montagem desse cenário, as empresas estão considerando mais altas de juros e o quadro externo desfavorável, que piorou por causa da Argentina, para onde exportamos muitos bens duráveis", disse o economista da FGV. De acordo com a coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Silvia Matos, a indústria crescerá 0,7% neste ano em relação a 2013. "Essa é uma projeção para a atual conjuntura. Certamente, em um cenário de estresse, com racionamento de energia, esse crescimento da produção industrial seria menor", disse. Para Silvia, a produção industrial apresenta comportamento "errático", já que oscila entre altas e baixas, sem definir uma tendência. "A demanda externa não é boa, e a interna também não. Por que então aumentar a capacidade produtiva? Se a economia dá sinais de fraqueza, os investimentos são os primeiros a recuar", afirmou Silvia. (Fonte: Valor Econômico dia 20/03/2014).

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Afif prega "guerra positiva" pela votação do Super Simples Abnor Gondim / BRASÍLIA

Empresários de pequenos negócios de todo o País devem fazer uma "guerra positiva" e "invadir as plenárias" para pressionar o Congresso a favor da aprovação, a partir do dia 9 de abril, da quinta revisão da Lei das Micro e Pequenas Empresas. A conclamação dos empresários está sendo feita pelo ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), Guilherme Afif Domingos, em sua Caravana da Simplificação, que está visitando vários estados em defesa da aprovação da matéria. "Vamos fazer uma guerra positiva. A ideia é invadir as plenárias, por isso precisamos da presença do maior número de pessoas possível. Temos que fazer prevalecer o que nós acreditamos", destacou o ministro, ao falar anteontem em Brasília em evento promovido pelo Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal. "Temos o apoio integral de nossa presidente [Dilma Rousseff] nessa mobilização", afirmou o ministro, que começa as explanações da Caravana com um vídeo gravado pela presidente de apoio à Caravana. "Tudo o que facilita a vida dessa classe de empresários eles respondem com emprego e renda, mesmo porque somam hoje 8 milhões de negócios", justificou. Por isso, Afif destacou a necessidade de ampla mobilização dos empresários para comparecer à Câmara dos Deputados no dia 9, quando está previsto um amplo debate sobre o tema no plenário da Casa. A matéria permite o acesso de todas as empresas do segmento ao Super Simples, inclusive as de serviços, atualmente excluídos desse regime tributário favorecido. "Um benefício que já tem o sinal verde da presidente para ser concedido gradualmente nos próximos três anos", afirmou Afif ao DCI. Cerca de 500 mil empresas serão beneficiadas com a medida. "A maior parte será beneficiada logo em 2015", previu o ministro. Uma das novidades que serão apreciadas na tramitação da matéria é o aumento de 20% (de R$ 3,6 milhões para R$ 4,2 milhões) no limite de faturamento anual para ingresso no Super Simples. Em vigor desde 2009, esse regime tem como principal vantagem a redução da carga tributária em cerca de 40%.

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"Margens arbitrárias" Amanhã, a Caravana segue para Natal, Rio Grande do Norte, onde cumprirá um roteiro de reuniões com empresários e autoridades estaduais. Semelhante programação já foi cumprida desde fevereiro, além do Distrito Federal, em cinco Estados (MG, PR, TO, SC, GO e RS). Nas reuniões, Afif aborda um tema que agrada aos empresários e causa calafrios nos governos estaduais - o fim da utilização da substituição tributária que aumente as alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para as micro e pequenas empresas e para os empreendedores individuais. O ICMS é um dos oito tributos que estão inseridos no Super Simples em uma única guia de recolhimento. "A substituição tributária anula os benefícios do Super Simples em relação ao ICMS", afirmou, arrancando aplausos empresários que lotaram um dos auditórios do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. "Com a substituição tributária, eles viram que poderiam reter o imposto na indústria e arbitrar as margens [de lucro] no atacado e no varejo. Mas não são margens arbitradas. São margens arbitrárias que aumentam o imposto em 50%, 100%, 150% e até 200%". Com o slogan "Pensar simples deve ser uma obrigação no Brasil", a Caravana tem o apoio do Sebrae e das suas unidades estaduais, que vão participar da mobilização dos empresários para o debate do dia 9. A Caravana foi citada pelo diretor-presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, como uma ação muito bem aceita nos estados. "Temos que enfrentar a burocracia tentando simplificar. Hoje quase nenhum setor de serviços está no Simples. A ideia é universalizar. Apostamos na sensibilidade do Legislativo nesse assunto, que votará o projeto no próximo dia 9", analisou.

Aumento a ser negociado O ministro disse ao DCI que a proposta de aumento do teto do Super Simples será negociada entre o governo e o parlamento. "Esse aumento de 20% corresponde ao período da última revisão do teto do Super Simples. Na época se temia queda da arrecadação, mas houve aumento de R$ 1 bi". A proposta não consta do texto da revisão da Lei Geral aprovada em dezembro em comissão especial da Câmara. Será defendida plenário pelo presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, deputado Guilherme

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Campos (PSD-SP), e pelo relator da matéria, deputado Cláudio Puty (PT-PA). Puty afirmou que a convocação de uma comissão geral, como é chamado o debate em plenário, mesmo num ano bastante atribulado com Copa do Mundo e eleições, mostra o reconhecimento de que a revisão do Super Simples é importante para o País. "Demonstra uma firme decisão da Casa de aprovar o projeto", asseverou o relator.

Região de Araçatuba é a que mais contrata, mostra p esquisa Ciesp Anna Maria Ferreira / ARAÇATUBA

O nível de emprego na indústria da região de Araçatuba fechou fevereiro com variação de 2,52%. O resultado positivo colocou a regional, composta por 34 municípios, no topo do ranking estadual do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) no mês. Depois de Araçatuba, as regionais que mais abriram vagas foram as de Franca (2,12%) e Araraquara (1,87%). No Estado de São Paulo foram 7,5 mil novos postos de trabalho e, de acordo com a avaliação da pesquisa, a indústria de alimentos puxou índice de fevereiro por conta das contratações do setor açucareiro. Segundo dados divulgados na terça-feira (18) pela entidade, a variação de 2,52% representa um incremento de aproximadamente 1,5 mil postos de trabalho. No mesmo período do ano passado, o saldo também ficou positivo, mas em 0,84%. No ano, a variação é de 4,04%, com acréscimo de aproximadamente 2.350 postos. O índice do nível de emprego industrial na região foi influenciado principalmente pelas variações positivas dos setores de móveis (5,11%); produtos alimentícios (4,75%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,90%); artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (1,09%); e coque, petróleo e biocombustíveis (0,31%). A criação de 7,5 mil postos de trabalho no estado, em fevereiro, foi puxada principalmente pela indústria alimentícia, com a contratação de 3.111 pessoas - grande parcela delas relacionadas à produção de açúcar.

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Setores que também se destacaram no radar da Fiesp e do Ciesp foram os de artefatos de couro e calçados e de confecção de artigos de vestuário. O gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp, Guilherme Moreira pondera, no entanto, que "ainda é cedo para dizer se está havendo uma retomada dos setores". A indústria de artefatos de couro e calçados contratou 2.254 novos funcionários em fevereiro, enquanto o setor de artigos de vestuário criou 1.925 vagas no mesmo mês. "A gente também percebe que na indústria de máquinas e equipamentos, alguns setores ligados à energia com contratação de funcionários", afirma Moreira. Já a indústria de veículos automotores contribuiu significativamente para a queda de fevereiro com 1.692 demissões.

Emprega São Paulo libera - 22 - mil vagas de empreg o Agências / SÃO PAULO SÃO PAULO - O programa Emprega São Paulo/Mais Emprego, agência de empregos

pública, está nesta semana com 22.315 oportunidades em todo o estado. Também há um

programa da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho para inserir os alunos dos

cursos técnicos do Centro Paula Souza (Etecs) no mercado de trabalho: o Aprendiz

Paulista, que nesta semana está divulgando 148 vagas. Para ter acesso às vagas e aos

programas de qualificação, é preciso acessar o site do Emprega São Paulo, criar login,

senha e informar os dados solicitados.

(Fonte: DCI dia 20/03/2014).

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Site UOL – 19/03/2014 às 17h18

Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para [email protected] , solicitando exclusão.