raphaël nogier - o leite que ameaça as mulheres - livro - 134 páginas

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Dr. Raphaël Nogier O LEITE QUE AMEAÇA AS MULHERES Um documento explosivo: O consumo de derivados Do leite teria uma influência Preponderante sobre os Cânceres de mama Tradução José Ricardoi Amaral de Souza Cruz Revisão Antonio Carlos Tosta

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Page 1: Raphaël Nogier - O Leite que Ameaça as Mulheres - LIVRO - 134 páginas

Dr. Raphaël Nogier

O LEITEQUE AMEAÇAAS MULHERES

Um documento explosivo:O consumo de derivados

Do leite teria uma influênciaPreponderante sobre os

Cânceres de mama

TraduçãoJosé Ricardoi Amaral de Souza Cruz

RevisãoAntonio Carlos Tosta

Page 2: Raphaël Nogier - O Leite que Ameaça as Mulheres - LIVRO - 134 páginas

Ícone Editora

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO, 9

PRIMEIRA PARTEAS DOENÇAS DO SÉCULO XX

Capítulo 1: Por uma visão atual do mundo, 131. Evolução da sociedade e surgimento de novas doenças, 132. O rastreamento das doenças, 16

Capítulo 2: Um caso específico: o câncer de mama, 211. Aparecimento e desenvolvimento, 212. Uma epidemia díspar segundo o país e a família, 21

Capítulo 3: A alimentação e as doenças, 271. Generalidades, 272. As intolerâncias alimentares, 293. Uma intolerância específica: os derivados do leite, 37

pág. 9INTRODUÇÃO

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Todo progressos traz consigo efeitos danosos. O progresso social não escapa à regra. Por força de leis sociais, de solidariedade, os Estados substituem os indivíduos e deles tomam conta do nascimento à morte. Essa evolução da sociedade é acompanhada por uma mudança de mentalidade, o cidadão se tornando uma criança crescida e o Estado uma mãe. Essa nova geração tinha necessidade de um alimento novo a seu modo: o leite. É a geração Yop. Após a última guerra, a alimentação na Franca sofreu uma grande mudança. Até 1950 ela era do tipo tradicional. O êxodo rural, a urbanização, a influência anglo-saxônica, a televisão, mudaram por completo os hábitos culturais, e vimos surgir um novo modo alimentar. Desde a idade de 3 meses ou mesmo antes, a criança é entupida de derivados do leite. Mamadeira de leite pela manhã, iogurte às 10 horas, queijinho petit-suisse ao meio-dia, petit-suisse às 16 horas, leite, flan, sêmola ao leite à noite. Sim, é a geração Yop. Esse tipo de alimentação, uma vez que se acostuma, é mantida durante a adolescência e a idade adulta, tal a imagem boa que o leite passa: “O leite é bom para a saúde... A manteiga contém vitaminas... O leite é cálcio... É um alimento equilibrado.” Idéias bastante corretas quando não se abusa desse alimento, falsas quando o produto é consumido em excesso. Pensando bem, o homem é de fato o único animal que consome leite até a idade adulta, o mamífero, uma vez desmamado, muda de alimentação, torna-se herbívoro, carnívoro, às vezes onívoro, mas deixa de consumir todo tipo de leite que seja, desde que se afasta da mãe. Essa atitude irracional acerca das virtudes do leite foi adotada não somente pela comunidade científica ocidental, mas também pelo poder político. Mendes-France impôs o copo de leite diário nas escolas primárias em 1954. Sem dúvida partiu de uma boa intenção! Na época, era preciso lutar contra a desnutrição. Essa política francesa, foi mesmo exportada a países em vias de desenvolvimento, a quem foram enviadas toneladas de leite em pó. Em inúmeros países constatou-se que esses programas humanitários surtiam o efeito de desencorajar o aleitamento materno e que por isso, longe de diminuir a mortalidade infantil, eles contribuíam para aumentá-la. É tempo de fazer soar o alarme. Apesar de todas essas idéias que recebemos, o leite não tem só virtudes. Ele pode se tornar um alimento perigoso e desencadear a longo prazo, diversas doenças do sistema nervoso, de pele, mas também no seio. Isso é o que iremos ver nas páginas seguintes.

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PRIMEIRA PARTEAS DOENÇAS DO SÉCULO XXPÁG. 13

Capítulo 1

Por uma visão do mundo atual

1. EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE E SURGIMENTO DE NOVAS DOENÇAS

Foi sobretudo após a Segunda Guerra Mundial que a sociedade ocidental passou por uma verdadeira mutação. As recentes descobertas científicas e tecnológicas modificaram o modo de vida das populações, engendrando por esse mesmo motivo, um número impressionante de novas doenças, favorecendo a disseminação dos males já existentes. Tomemos alguns elementos-chave do progresso da sociedade moderna: - a tecnologia com o desenvolvimento do automóvel, a generalização dos cabos elétricos, o aparecimento do T.S.F., da televisão, o desenvolvimento do telefone, da aviação, do computador, da robótica, do faz; - o nuclear com o surgimento das centrais atômicas; - a medicina com novos medicamentos, antibióticos, cortisona, pílula anticoncepcional e vacinas; - por fim, a indústria em geral e em particular a agroalimentícia. A maioria dessas descobertas deu surgimento a novas doenças, e a multiplicação das redes de comunicação favoreceu sua propagação. Quando iniciei meus estudos de medicina, há pouco mais de 20 anos, a patologia clínica e cirúrgica diferiam muito das de hoje. Os cursos de medicina eram voltados sobretudo para doenças que hoje felizmente não são mais encontradas: a sífilis, herança dos marinheiros de Cristóvão Colombo, cujo nome fazia tremer poetas como Victor Hugo e morrer heroínas como Fantine; a osteomalacia, mal devido à carência de cálcio e observado nas crianças pobres do século XIX. Há somente 20 anos, o pesado passivo clínico do século XIX estava enterrado, e os professores de medicina foram seus coveiros. Esses patronos, excepcionais para alguns, acreditavam que na segunda metade do século XX, tudo seria possível. Ainda ouço as palavras de um professor de semiologia: “Senhores, graças à síntese da vitamina D, não haverá mais raquitismo!”. Cada qual imaginava que a técnica clínica, mantida por uma economia florescente, iria erradicar antes do fim do século os grandes flagelos, notadamente o câncer, que sucedia à tuberculose.

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Pág. 14 É verdade que toda esperança era permitida. A chegada dos antibióticos e da cortisona haviam modificado totalmente a terapêutica. A tuberculose, a sífilis e inúmeras doenças infecciosas viraram mal do passado. As novas moléculas químicas utilizadas em anestesia, permitiam observar a arte operatória sob um prisma triunfal. Em muitos domínios, a medicina e a cirurgia tinham avançado a passos de gigante. Quem iria crer, no entanto, que apesar desses progressos, outros males iriam aparecer, tão perniciosos quanto os de nossos pais? Quem iria crer que nossa sociedade moderna iria engendrar patologias, das quais, hoje em dia, ninguém consegue se livrar? Nosso fim de século é de fato caracterizado por um retrocesso de doenças que se poderia esquematicamente classificar em quatro categorias.

1) DOENÇAS VIRAIS

As mais virulentas hoje em dia são as hepatites B e C e a AIDS. Sua transmissão é sobretudo por meio do sexo (exceto a C). O grande público confunde com freqüência as doenças virais e bacterianas. Os vírus e as bactérias são micróbios visíveis somente ao microscópio; as bactérias, dez mil vezes maiores do que os vírus, podem ser destruídas pelos antibióticos. Os vírus, estes sim, são muito difíceis de atingir, e os antibióticos não exercem nenhuma ação sobre eles. Desde o advento da medicina moderna, nenhum tratamento eficaz foi descoberto contra os vírus. A única maneira conhecida de combatê-los é a vacina, cujo uso é tecnicamente bastante delicado. Não foi senão depois de décadas de pesquisas, que foi descoberta a vacina contra a hepatite B e, ainda assim, graças a um gênio: o professor Maupas da faculdade de Tours. Nos países ocidentais, as doenças virais substituíram as doenças bacterianas e hoje nos encontramos frente aos vírus, na mesma situação que os médicos do século XVIII diante das bactérias.

2) OS MALES NEUROLÓGICOS

Ah! O stress! Quando Hans Selye inventou esse termo, seguramente não pensou que faria parte integrante da linguagem corrente universal e iria se tornar um dos mais empregados nas conversas do dia-a-dia. O século XX vai ser o dos deprimidos, dos ansiosos, e dos neuróticos. Se a curva de progressão das doenças devidas ao sistema nervoso não mudar de rumo, cedo ou tarde teremos uma sociedade de inválidos mentais. Na França, o consumo de tranqüilizantes, neurolépticos e antidepressivos, aumentou 44% em quatro anos. Quem em sua família não tem um tio, uma tia, um irmão, uma irmã que sofre dessa terrível doença, a depressão? Verdadeira ferida social,

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fonte de ausência ao trabalho, suicidas entre os idosos bem como entre os jovens, ela não poupa nenhuma classe social. Quem teria pensado em 1969, quando o primeiro homem colocou os pés na Lua, que a técnica médica, tão vaidosa, tão elogiada, sofreria tantos revezes, tais malogros em matéria de doenças nervosas?

Pág. 15 Os males neurológicos não se resumem somente à angustia e à depressão nervosa. Eles também podem dar lugar, por exemplo, à essa doença cada vez mais conhecida e que se espalha: a esclerose em placas, cuja origem é ignorada. De uma maneira geral, a neurologia não conseguiu grandes progressos terapêuticos após muitos anos, isso, se for dada atenção ao número crescente de queixas que provêm dos doentes. Mas deixando de lado os casos mais graves de psiquiatria, disfarçados pela máscara química, as terapêuticas neurológicas continuam muito pobres.

3) MALES SISTÊMICOS CRÔNICOS

4) OS CÂNCERES