radiação térmica – processos, propriedades e troca de ... · ou a propagação de ondas...
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Radiação Térmica – Processos, Propriedades e Troca de Radiação
entre Superfícies (Parte 1)
• Ao contrário da transferência de calor por condução e convecção, a transferência de calor por
radiação não requer a presença de um meio. Na verdade, ela ocorre de maneira mais eficiente no vácuo
• Ela é relevante em processos industriais de aquecimento, resfriamento e secagem, assim como
nos métodos de conversão de energia que envolve a combustão de combustíveis fósseis e a radiação solar
• Os objetivos desse tópico são:
1) Considerar os meios pelas quais a radiação térmica é gerada, a natureza específica da radiação e a maneira na qual ela interage com o meio
2) Analisar as interações radiativas em uma superfície e às propriedades que devem ser
introduzidas para descrever essas interações
3) Introduzir meios para calcular a troca radiativa entre duas ou mais superfície
1 – Conceitos Fundamentais
• Considerando surs TT > a taxa líquida de transferência de calor por radiação netradq , é a partir
da superfície, e a superfície irá se resfriar até que sT atinja .surT • Efeito líquido de transferência de calor = emissão da radiação térmica da superfície do sólido –
radiação oriunda da vizinhança. • Radiação térmica: taxa na qual a energia é emitida pelo meio como um resultado de sua
temperatura finita.
• O mecanismo de emissão está relacionado à energia liberada como resultado das oscilações ou transições de vários elétrons que constituem o meio. Essas oscilações são, por sua vez, mantidas pela energia interna e, portanto, pela temperatura do meio.
• Todos os tipos de matéria emitem radiação
• Para gases e sólidos semitransparentes (vidros e cristais de sais) a temperaturas elevadas, a
emissão é um fenômeno volumétrico,
• Neste curso, entretanto, será dada ênfase em situações nas quais a radiação é um fenômeno de
superfície.
• Na maioria dos sólidos e líquidos a radiação emitida das moléculas internas é absorvida pelas moléculas adjacentes. Assim sendo, a radiação que é emitida de um sólido ou líquido se origina das moléculas que se encontram a uma distância de 1µ m da superfície exposta. É por essa razão que a emissão de um sólido ou um líquido no interior de um gás adjacente ou de um vácuo é vista como um fenômeno de superfície.
• A natureza da radiação é descrita por duas teorias principais: a propagação de fótons ou quanta
ou a propagação de ondas eletromagnéticas.
• Independente da natureza da radiação é de interesse relacionar a freqüência f da onda e o comprimento λ da onda. Essas propriedades estão relacionadas através da velocidade da luz
810998,2 ×=c m/s (propagação no vácuo):
f
c=λ
• O espectro eletromagnético completo está delineado na figura abaixo:
• Raios gama, raios X e ultravioleta (UV) é de interesse para físicos de alta energia e engenheiros
nucleares • Microondas de comprimento de onda elevado e ondas de rádio dizem respeito aos engenheiros
eletricistas. • A região de 0,1µ m a 100µ m (parcela do UV, toda a faixa visível e infravermelho (IV)) que é
denominada radiação térmica e é pertinente a transferência de calor.
• A intensidade da radiação varia com o comprimento de onda, e o termo distribuição espectral é utilizado para nos referirmos à natureza dessa dependência, conforme figura abaixo a esquerda. “Tanto a intensidade da radiação em qualquer comprimento de onda quanto à distribuição espectral variam com a natureza e a temperatura da superfície emissora.”
• Conforme a figura abaixo a direita, uma superfície pode emitir preferencialmente em certas
direções, criando uma distribuição direcional da radiação emitida.
• Para quantificar apropriadamente a transferência de calor por radiação, devemos estar aptos a tratar dos efeitos espectrais e direcionais.
2 – Intensidade da Radiação
2.1 – Definições
• A radiação emitida por uma superfície se propaga em todas as direções possíveis e estamos interessados em conhecer sua distribuição direcional. Também, a radiação incidente sobre uma superfície pode vir de direções diferentes, e a maneira na qual a superfície responde a essa radiação depende da direção. Esses efeitos direcionais podem ser tratados pelo conceito de intensidade da radiação.
• Emissão a partir de um elemento 1dA na direção dos ângulos zênite θ e azimutal φ de um
sistema de coordenadas esféricas.
• Uma pequena superfície diferencial no espaço ndA através do qual essa radiação passa, subentende o ângulo sólido ωd quando visto de um ponto em .1dA
• Um ângulo plano pode ser calculado como rdld =α e um ângulo sólido pode ser calculado
como 2rdAd n=ω
• Um ângulo plano αd tem a unidade de radianos (rad) e unidade do ângulo sólido é esterorradiano (sr).
• A área ndA é normal à direção ( )φθ , e conforme a figura abaixo pode ser calculada pelo
produto entre dois ângulos planos e representada como:
φθθ ddrdAn sen2=
• O ângulo sólido é então representado como:
φθθφθθ
ω ddr
ddr
r
dAd n sen
sen2
2
2 ===
• A taxa na qual a emissão de 1dA passa através de ndA é representada pela intensidade espectral
eI ,λ da radiação emitida, definida como:
“Taxa na qual a energia radiante é emitida a um comprimento de onda λ na direção ( ),,φθ por
unidade de área da superfície emissora normal a essa direção, por unidade de ângulo sólido em torno dessa direção e por unidade do comprimento de onda λd em torno de .λ ”
( )λωθ
φθλλdddA
dqI e ..cos
,,1
, = [W/m2.sr. mµ ]
• A área utilizada para definir a intensidade espectral é θcos1dA e não ,1dA conforme figura
abaixo:
• λλ dqddq = é a taxa na qual a radiação de comprimento de onda λ deixa 1dA e passa através de .ndA Segue que ( ) ωθφθλλλ ddAIdq e cos,, 1,= [W/ mµ ]
• Reescrevendo a equação acima por unidade de área da superfície emissora e utilizando a
definição do ângulo sólido tem-se o fluxo de radiação espectral (ou poder emissivo hemisférico
espectral): ( ) φθθθφθλλλ ddIdq e sen cos,,," =
• Se a distribuição espectral e direcional ( )φθλλ ,,,eI for conhecida, o fluxo de calor para
qualquer ângulo sólido ou sobre qualquer intervalo de comprimento de onda pode ser determinado pela integração da equação acima.
( ) ( ) φθθθφθλλπ π
λλ ddIq e∫ ∫=2
0
2
0,
" sen cos,,
πθθπφθθωππ π
2sen2sen2
0
2
0
2
0
=== ∫∫ ∫∫ dddd
h
sr
( )∫∞
=0
"" λλλ dqq
2.2 – Relação com a Emissão
• O Poder Emissivo Hemisférico Espectral (Poder Emissivo Espectral) λE (W/m2.µ m) é definido como a taxa na qual a radiação de comprimento de onda λ é emitida em todas as direções a partir de uma superfície por unidade de comprimento de onda λd em torno de λ e por unidade de área de superfície:
( ) ( ) φθθθφθλλπ π
λλ ddIE e∫ ∫=2
0
2
0, sen cos,, [W/m2.µ m]
• λE é o fluxo baseado na área real da superfície, uma vez que eI ,λ é baseado na área projetada.
O termo θcos no integrando indica essa diferença. • O Poder Emissivo Hemisférico Total (Poder Emissivo Total) E (W/m2) é a taxa na qual a
radiação é emitida por unidade de área em todos os possíveis comprimentos de onda e em todas as direções possíveis:
( ) ( )∫ ∫ ∫∫∞∞
==0
2
0
2
0,
0
sen cos,, λφθθθφθλλλπ π
λλ dddIdEE e [W/m2]
• Emissor difuso: superfície para a qual a intensidade da radiação emitida é independente da direção, ou seja, ( ) ( ).,, ,, λφθλ λλ ee II =
( ) ( )λπλ λλ eIE ,= ou ( ) eIE πλ =
2.3 – Relação com a Irradiação
• Tal radiação pode se originar da emissão e reflexão ocorrendo em outras superfícies e terão distribuições espectral e direcional determinadas pela intensidade espectral ( ).,,, φθλλ iI Essa
grandeza é definida como a taxa na qual a energia radiante de comprimento de onda λ é incidente a partir da direção ( ),,φθ por unidade de área da superfície interceptadora normal a essa direção, por unidade do ângulo sólido em torno dessa direção e por unidade do intervalo de comprimento de onda λd em torno de .λ
• A intensidade da radiação incidente pode ser relacionada à irradiação, que engloba a radiação incidente de todas as direções.
• A Irradiação Espectral λG (W/m2.µ m) é definida como a taxa na qual a radiação de
comprimento de onda λ é incidente em uma superfície, por unidade de área da superfície e por unidade do intervalo de comprimento de onda λd em torno de :λ
( ) ( ) φθθθφθλλπ π
λλ ddIG i sen cos,,2
0
2
0,∫ ∫= [W/m2.µ m]
• λG é o fluxo baseado na área real da superfície, uma vez que iI ,λ é baseado na área projetada.
O termo θcos no integrando indica essa diferença.
• A Irradiação Total G (W/m2) representa a taxa na qual a radiação é incidente por unidade de área a partir de todas as direções e todos os comprimentos de onda:
( ) ( )∫ ∫ ∫∫∞∞
==0
2
0
2
0,
0
sen cos,, λφθθθφθλλλπ π
λλ dddIdGG i [W/m2]
• Se a radiação incidente for difusa, iI ,λ é independente da direção, ou seja, ( ) ( ).,, ,, λφθλ λλ ii II =
( ) ( )λπλ λλ iIG ,= ou ( ) iIG πλ =
2.4 – Relação com a Radiosidade
• Leva em conta toda a energia radiante que deixa a superfície (emissão direta + parte refletida
da irradiação).
• A Radiosidade Espectral λJ (W/m2.µ m) representa a taxa na qual a radiação de comprimento de onda λ deixa a área unitária da superfície, por unidade do intervalo de comprimento de onda
λd em torno de :λ
( ) ( ) φθθθφθλλπ π
λλ ddIJ re sen cos,,2
0
2
0,∫ ∫ += [W/m2.µ m]
• λJ é o fluxo baseado na área real da superfície, uma vez que reI +,λ é baseado na área
projetada. O termo θcos no integrando indica essa diferença. • A Radiosidade Total J (W/m2) associada com todo o espectro é:
( ) ( )∫ ∫ ∫∫∞
+
∞
==0
2
0
2
0,
0
sen cos,, λφθθθφθλλλπ π
λλ dddIdJJ re [W/m2]
• Se a superfície for refletora difusa e emissora difusa, reI +,λ é independente de θ e φ e segue
que:
( ) ( )λπλ λλ reIJ += , ou ( ) reIJ += πλ
3 – Radiação do Corpo Negro
• O corpo negro é uma superfície ideal que tem as seguintes propriedades:
1. Um corpo negro absorve toda a radiação incidente, independentemente do comprimento de
onda e da direção.
2. Para uma temperatura e comprimento de onda dados, nenhuma superfície pode emitir mais
energia do que um corpo negro.
3. Embora a radiação emitida por um corpo negro seja uma função do comprimento de onda e da
temperatura, ela é independente da direção. Isto é, o corpo negro é um emissor difuso.
• Como absorvedor e emissor perfeito, o corpo negro serve de comparação com superfícies reais.
• A melhor aproximação é alcançada por uma cavidade cuja superfície interna encontra-se a uma temperatura uniforme.
1. Após múltiplas reflexões, virtualmente, toda radiação que entra na cavidade é absorvida. 2. A emissão a partir da abertura é a máxima emissão possível com relação à temperatura da
superfície da cavidade e é difusa.
3. O efeito cumulativo da emissão e reflexão de radiação na cavidade é fornecer irradiação difusa correspondente a emissão de um corpo negro. ( )bEG ,λλ = para qualquer superfície na cavidade.
3.1 – A Distribuição de Planck
• A distribuição espectral da emissão de um corpo negro foi determinada por Planck.
• 34106256,6 −×=h J.s e 23103805,1 −×=k J/K são as constantes universais de Planck e Boltzmann, respectivamente.
• 810998,2 ×=oc m/s é a velocidade da luz na vácuo e T é a temperatura absoluta do corpo negro (K).
( )( )[ ]1exp
2, 5
2
,−
=kThc
hcTI
o
ob
λλλλ
• Uma vez que o corpo negro é um emissor difuso, o poder emissivo espectral é da forma abaixo (distribuição de Planck) e está representado graficamente abaixo para temperaturas
selecionadas. 821 10742,32 ×== ohcC π 24/mmWµ é a primeira constante de radiação e
( ) 42 10439,1 ×== khcC o m.Kµ é a segunda constante de radiação.
( ) ( )( )[ ]1exp
,,2
51
,,−
==TC
CTITE bb
λλλπλ λλ
1. A radiação emitida varia continuamente com λ e aumenta com o aumento de .T
2. A radiação concentrada aparece em menores comprimentos de ondas conforme T aumenta.
3. Uma fração significativa da radiação emitida pelo Sol, que pode ser aproximado como um corpo negro a 5800 K, encontra-se na região visível do espectro. Para 800<T K, a emissão é predominantemente na região infravermelha do espectro.
3.2 – Lei do Deslocamento de Wien
• Da figura anterior nota-se que a distribuição espectral do corpo negro tem um máximo e que o comprimento de onda correspondente maxλ depende da temperatura. Essa dependência pode ser obtida diferenciando a equação anterior com relação a λ e igualando a zero. Tem-se que:
3max CT =λ
• 8,28973 =C m.Kµ é a terceira constante de integração. A equação anterior é conhecida como
lei do deslocamento de Wien e as posições dos pontos descritos pela lei são representadas graficamente pela linha tracejada da figura anterior.
• O poder emissivo espectral máximo é deslocado para menores comprimentos de onda com o
aumento da temperatura.
3.3 – Lei de Stefan-Boltzmann
• Substituindo ( ) ( )( )[ ]1exp
,,2
51
,,−
==TC
CTITE bb
λλλπλ λλ em ( )∫
∞
=0
λλλ dEE o poder emissivo
total de um corpo negro é representado como:
( )[ ] 40 2
51
1expTd
TC
CEb σλ
λλ=
−= ∫
∞
• onde 81067,5 −×=σ W/m2.K4 é a constante de Stefan-Boltzmann e depende de 1C e .2C
• A lei de Stefan-Boltzmann permite o cálculo da radiação total emitida em todas as direções e sobre todos os comprimentos de onda a partir da temperatura do corpo negro.
• Por essa emissão ser difusa, segue que a intensidade total associada com a emissão do corpo
negro é:
πb
b
EI =
3.4 – A Banda de Emissão
• Freqüentemente é necessário conhecer a fração da emissão total de um corpo negro que se encontra em certo intervalo de comprimento de onda (banda).
( ) ( ) ( )TfTdT
E
T
dE
dE
dEF
T bb
b
bλλ
σσ
λ
λ
λ λ λ
λλ
λ
λλ
λ ==== ∫∫
∫
∫∞→ 0 5
,4
0 ,
0 ,
0 ,0
• Como o integrando ( )5
, TE b σλ é função do produto Tλ a integral acima pode ser calculada
para se obter ( )λ→0F como função apenas de .Tλ Os resultados podem ser vistos na tabela
abaixo. Eles podem também ser utilizados para se obter a fração da radiação entre dois comprimentos de onda quaisquer 1λ e :2λ
( ) ( ) ( )12
2 1
21 0040 0 ,,
λλ
λ λλλ
λλσ
λλ→→→ −=
−=∫ ∫
FFT
dEdEF
bb
• A terceira coluna facilita o cálculo da intensidade espectral para um comprimento de onda e
temperatura dados • A quarta coluna é utilizada para
obtermos uma rápida estimativa da razão entre a intensidade
espectral em qualquer comprimento de onda e a de maxλ
4 – Superfície de Emissão
• Com o conceito do corpo negro para descrever o comportamento de uma superfície ideal
podemos descrever o comportamento de superfícies reais.
• Um corpo negro é o emissor ideal e nenhuma superfície pode emitir mais radiação que o corpo negro à mesma temperatura.
• Define-se emissividade como a razão entre a radiação emitida por uma superfície e a radiação
emitida pelo corpo negro a mesma temperatura.
• A radiação espectral emitida por uma superfície real difere da distribuição de Planck e a
distribuição direcional pode ser diferente da difusa. Assim sendo, a emissividade pode assumir valores diferentes a um dado comprimento de onda ou em uma dada direção.
• Emissividade Direcional Espectral ( )T,,,, φθλε θλ de uma superfície a uma temperatura T é a
razão entre a intensidade da radiação emitida no comprimento de onda λ e na direção de θ e φ e a radiação emitida por um corpo negro nos mesmos valores de T e .λ
( )( )
( )TI
TIT
b
e
,
,,,,,,
,
,,
λ
φθλφθλε
λ
λθλ =
• Emissividade Total Direcional θε é a média espectral de θλε , (média sobre todos os
comprimentos de ondas possíveis).
( )( )
( )TI
TIT
b
e ,,,,
φθφθεθ =
• Emissividade Espectral Hemisférica λε é a média direcional de θλε , (média sobre todas as
direções).
( )( )( )TE
TET
b ,,
,, λ
λλε
λ
λλ =
• Emissividade Hemisférica Total ε (média sobre todas as direções e comprimentos de ondas
possíveis).
( )( )( )
( ) ( )
( )TE
dTET
TE
TET
b
b
b
λλλεε
λλ∫∞
== 0 , ,,
• A emissividade direcional de um emissor difuso é uma constante, independente da direção. Essa
aproximação é razoável, embora algumas superfícies exibam comportamento difuso diferente do esperado.
• Como uma aproximação razoável, a emissividade hemisférica é igual à emissividade normal.
nεε =
• Distribuições espectrais representativas de n,λε
• Nota-se um decréscimo de n,λε com o aumento de λ para metais e comportamento diferente
para não metais.
• Emissividade total normal nε
• Valores representativos da emissividade total normal
1. Baixa emissividade de metais polidos e aumento de emissividade para metais não polidos e superfícies oxidadas.
2. Comparativamente altas emissividades de não-condutores.
5 – Superfície de Emissão, Reflexão e Transmissão
• Situação de interesse: interação da irradiação com um meio semitransparente (camada de água ou uma placa de vidro). Conforme a figura abaixo, para um componente espectral da irradiação, partes dessa radiação podem ser refletidas, absorvidas e transmitidas. Um balanço de radiação fornece que:
• Absorção junto ao meio ( )absG ,λ
• Reflexão a partir do meio ( )refG ,λ
• Transmissão através do meio
( )trG ,λ
• Balanço de radiação
trrefabs GGGG ,,, λλλλ ++=
• A determinação das três componentes é complexa, sendo função: das condições superior e inferior da superfície, do comprimento de onda da radiação, da composição e espessura do meio, dos efeitos volumétricos no interior do meio.
• Para meio opaco ( )trG ,λ é nulo, e ( )absG ,λ e ( )refG ,λ podem ser tratados como fenômenos de
superfície.
• Absorção e reflexão são responsáveis pela nossa percepção de cor.
5.1 – Absortância
• Propriedade que determina a fração da irradiação absorvida por uma superfície.
• A Absortância Direcional Espectral ( )φθλα θλ ,,, de uma superfície é definida como a fração da
intensidade espectral incidente na direção de θ e φ que é absorvida pela superfície.
( )( )
( )φθλ
φθλφθλα
λ
λθλ ,,
,,,,
,
,,,
i
absi
I
I=
• A Absortância Hemisférica Espectral ( )λαλ é uma média sobre todas as direções.
( )( )
( )λ
λλα
λ
λλ
G
G abs,=
• A Absortância Hemisférica Total α é uma média sobre as direções e comprimento de onda.
( ) ( )
( )∫
∫∞
∞
==
0
0
λλ
λλλαα
λ
λλ
dG
dG
G
Gabs
5.2 – Reflectância
• Propriedade que determina a fração da radiação incidente refletida por uma superfície.
• A Reflectância Direcional Espectral ( )φθλρ θλ ,,, de uma superfície é definida como a fração da
intensidade espectral incidente na direção de θ e φ que é refletida pela superfície.
( )( )
( )φθλ
φθλφθλρ
λ
λθλ ,,
,,,,
,
,,,
i
refi
I
I=
• A Reflectância Hemisférica Espectral ( )λρλ é uma média sobre todas as direções.
( )( )
( )λ
λλρ
λ
λλ
G
G ref,=
• A Reflectância Hemisférica Total ρ é uma média sobre as direções e comprimento de onda.
( ) ( )
( )∫
∫∞
∞
==
0
0
λλ
λλλρρ
λ
λλ
dG
dG
G
Gref
5.3 – Transmitância
• Propriedade que determina a fração da radiação incidente transmitida através de um meio.
• A Transmitância Direcional Espectral ( )φθλτ θλ ,,, de um meio é definida como a fração da
intensidade espectral incidente na direção de θ e φ que é transmitida através do meio.
( )( )
( )φθλ
φθλφθλτ
λ
λθλ ,,
,,,,
,
,,,
i
tri
I
I=
• A Transmitância Hemisférica Espectral ( )λτλ é uma média sobre todas as direções.
( )( )
( )λ
λλτ
λ
λλ
G
G tr,=
• A Transmitância Hemisférica Total τ é uma média sobre as direções e comprimento de onda.
( ) ( )
( )∫
∫∞
∞
==
0
0
λλ
λλλττ
λ
λλ
dG
dG
G
Gtr
5.4 – Considerações Especiais
• θλθλ ρα ,, , e θλτ , dependem do material e do acabamento da superfície, da temperatura da
superfície, do comprimento de onda e direção da radiação incidente.
• As superfícies podem ser idealizadas como difusas (superfícies rugosas) ou especulares (superfícies polidas).
• Do balanço de radiação para um meio semitransparente tem-se que:
1=++ λλλ ταρ ou 1=++ ταρ
• Para um meio opaco não há transmissão e dessa forma tem-se que:
1=+ λλ αρ ou 1=+αρ
• Deve ser notada a forte dependência de ρ e α em .λ
• Deve ser notada a forte dependência de τ em .λ
6 – Lei de Kirchhoff
Irradiação sobre 1A : ( )sb TEG = ou ( )
( )sbs TE
TE=
1
1
α
Balanço de energia em 1A : ( ) 01111 =− ATEGA sα
Todos os corpos: ( ) ( )
( )sbss TE
TETE=== ...
2
2
1
1
αα
Da emissividade hemisférica total: 1...2
2
1
1 ===α
ε
α
ε
Para qualquer superfície no invólucro: αε =
• A emissividade hemisférica total é igual à absortância hemisférica total.
• Para condições espectrais λλ αε =
• Sem restrições espectrais e direcionais θλθλ αε ,, =
7 – Superfície Cinzenta
• A hipótese de que εα = facilita o problema da troca radiante entre superfícies. Deve-se verificar sob quais condições essa igualdade é satisfeita.
• Admitindo que θλθλ εα ,, = quais as condições sob a qual λλ αε = é válida?
λπ πλ
π πλθλ
π π
π πθλ
λ αφθθθ
φθθθα
φθθθ
φθθθεε ==
∫ ∫
∫ ∫=
∫ ∫
∫ ∫2
0
2
0 ,
2
0
2
0 ,,?
2
0
2
0
2
0
2
0 ,
sencos
sencos
sencos
sencos
ddI
ddI
dd
dd
i
i
1. Se a irradiação for difusa ( iI ,λ é independente de θ e φ ).
2. A superfície for difusa ( θλε , e θλα , forem independentes de θ e φ ).
• Considerando a existência de radiação difusa ou da superfície difusa, quais condições
adicionais devem ser satisfeitas para que εα = ?
( )
( )
( )α
λλαλλεε
λλλλ==
∫=
∫∞∞
G
dG
TE
dTE
b
b 0?
0 , ,
• Uma vez que λλ αε = quais as condições sob a qual αε = é válida?
1. A irradiação correspondente à emissão de um corpo negro à temperatura de superfície T, caso em que ( ) ( )TEG b ,, λλ λλ = e ( ) ( )TEG b ,λλ = .
2. A superfície for cinzenta ( λε e λα forem independentes de λ ).
Uma superfície cinzenta pode ser definida como uma para a qual λα e λε são independentes de λ sobre todas as regiões
espectrais da irradiação e a emissão da superfície.
A irradiação e a emissão da superfície são concentradas em uma região para a qual as propriedades espectrais da
superfície são aproximadamente constantes.
( )
( )TE
dTE
b
bo ∫=
2
1,,,
λ
λ λλ λλεε
( )
G
dGo ∫=
2
1,
λ
λ λλ λλαα
8 – Radiação Ambiental
• O Sol é aproximadamente uma fonte de radiação esférica que tem 91039,1 × m no diâmetro e é
localizado a 111050,1 × m da Terra.
• Em relação a magnitude e à dependência espectral e direcional da radiação solar incidente, é necessário distinguir entre as condições na superfície da terra e fora da atmosfera terrestre.
• Para uma superfície horizontal fora da atmosfera da terra, a radiação solar aparece como um
feixe de raios aproximadamente paralelos que formam um ângulo θ relativo à superfície normal.
A irradiação solar extraterrestre oSG , depende da latitude
geográfica, do período do dia e do ano:
θcos.., fSG coS =
1353=cS W/m2 (constante solar, quando a Terra se encontra em
sua distância média do Sol). :f fator de correção para levar em conta a excentricidade da órbita
da Terra em torno do Sol ( 03,197,0 ≤≤ f ).
• A interação da radiação solar com a atmosfera da Terra:
1. Absorção pelos gases (CO2, H2O, O3) em comprimentos de onda discretos 2. Absorção por poeira e aerossol em todo o espectro 3. Dispersão por moléculas de gás e aerossol.
• Dispersão de Rayleigh: dispersão aproximadamente uniforme da radiação em todas as direções.
• Dispersão de Mie: dispersão concentrada nas direções que se encontram próximas àquela dos
raios incidentes.
• A distribuição direcional da radiação solar sobre a superfície terrestre tem duas componentes:
1. Radiação direta: parte da radiação que penetrou na atmosfera sem ter sido dispersada que está na direção θ dos raios solares.
2. Radiação difusa: radiação dispersada e incidente em todas as direções.
• A radiação solar total que atinge a superfície da terra é a soma das contribuições direta e difusa.
• Efeito da atmosfera na distribuição espectral da radiação solar:
• O Sol de aproxima de um corpo negro a 5800 K.
• Atenuações em todo o espectro, mas mais
pronunciadas em bandas espectrais associadas com moléculas polares.
• Nota-se concentração da de toda a radiação
na região m 33,0 µλ << com pico em m. 5,0 µλ =
9 – Radiação Terrestre
9.1 – Emissão a partir da superfície da Terra
• Emissão pela superfície da Terra: 4TE εσ=
• Emissividades são tipicamente altas. Por exemplo:
Areia/Solo 90,0<ε Água/Gelo 95,0<ε Vegetação 92,0<ε
Neve 82,0<ε Concreto/Asfalto 85,0<ε
• A emissão é tipicamente a partir de superfícies com temperatura na faixa de 250 K a 320 K e
com concentração na região espectral de m, 404 µλ << com pico de emissão em m. 10 µλ ≈
9.2 – Emissão a partir da atmosfera
• Largamente devido a emissões a partir do CO2 e H2O e concentrada na região espectral m 85 µλ << e m. 13 µλ >
• Embora distante de exibir as características espectrais da emissão do corpo negro, a irradiação
terrestre devido à emissão atmosférica é usualmente aproximada pelo poder emissivo do corpo negro na forma:
4céuatm TG σ=
• céuT é a temperatura efetiva do céu, variando de 230 K em um dia frio e sem nuvens a 285 K
em condições de calor e com nuvens.