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Prof. Gilberto de Castro Timotheo Página 1 PARTE I Gestão Ambiental Empresarial Sumário: 1. Meio Ambiente e Gestão Ambiental 1.1 Introdução 1.2 Meio Ambiente 1.3 Problemas ambientais. 1.4 Fontes de recursos. 1.5 Resíduos 1.6 Dimensões da Gestão Ambiental l

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Prof. Gilberto de Castro Timotheo Página 1

PARTE I

Gestão Ambiental Empresarial

Sumário:

1. Meio Ambiente e Gestão Ambiental 1.1 Introdução 1.2 Meio Ambiente 1.3 Problemas ambientais. 1.4 Fontes de recursos. 1.5 Resíduos 1.6 Dimensões da Gestão Ambiental

l

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Meio Ambiente e Gestão Ambiental

Introdução

Historicamente o homem desde o seu aparecimento conhecido no planeta,

utiliza o meio ambiente – tudo que estava ao seu redor -, para sua sobrevivência,

inicialmente de forma bastante rude, usufruindo dos “Recursos” que este meio

ambiente lhe proporcionava, adaptando-se ao clima e regiões onde migrava, em uma

busca constante de locais com abundância dos recursos que eram vitais, como a comida

e água.

Estes recursos eram abundantes naquele momento não sugerindo

preocupação ou atitude diferenciada por parte do homem, ao contrário, esta abundância

sugeria sempre o uso indiscriminado, sendo controlado pelo tamanho da fome e sede. O

crescimento da população gerou o surgimento de tribos, separando grupos, e também

começou a gerar a necessidade do intercâmbio de mercadorias, surgindo a necessidade

da criação de uma paridade entre estas mercadorias (escambo) e posteriormente a

criação da moeda como meio de referência para as transações comerciais.

Nesta fase da humanidade o recurso era utilizado a medida que era

necessário ao consumo local e a demanda das outras tribos. Neste momento os

“Resíduos” já eram produzidos, mas ainda não se constituíam como problema, pois o

homem era nômade, mudando sempre, e deixando os restos pelo caminho, como peles

ossadas, que eram absorvidos pela própria natureza, constituindo o ciclo de

recomposição do solo.

O desenvolvimento humano prosseguiu durante os séculos, procurando

satisfazer as necessidades humanas através do consumo dos recursos naturais e suas

transformações, também a geração de resíduos provocando um desequilíbrio cada vez

maior entre o que se extrai da natureza e a sua capacidade de recomposição,

considerando que algumas matérias primas levaram milhões de anos para se

constituírem como o petróleo, que hoje movimenta a economia mundial.

Desta forma surgiu a necessidade tanto por parte da sociedade civil,

quando dos governos, de atuarem sobre a gestão dos recursos naturais e a distribuição

de resíduos no meio ambiente. Considerando que toda produção gera algum tipo de

resíduo comprometedor, se não manuseado ou reutilizado adequadamente. A

mobilização internacional e nacional, vem provocando a criação de grandes acordos e

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normas para utilização e conservação do meio ambiente, tendo como principal objetivo

concretizar o processo de produção sustentável, que leve a humanidade a permanecer no

caminho do desenvolvimento, de forma consciente e recompondo o meio em que ela

vive e utiliza seus recursos.

Meio Ambiente Conforme nos diz Barbieri, 2011, “meio ambiente é tudo o que envolve ou cerca os seres vivos”. Palavra originária do latim ambio, ambire, que significa andar em volta. Desta forma podemos considerar meio ambiente, tudo aquilo que nos rodeia influência e servi-nos com seus recursos. Dois tipos distintos de meio ambiente são classificados por diversos autores, sendo o primeiro denominado “Natural”, é aquele original, tanto o ambiente físico como o biológico, o segundo é denominado “Artificial”, é aquele onde já existe a intervenção humana, como áreas urbanas, áreas industriais e a própria área rural (habitada). Em especial temos a definição dos tipos de ambiente proposta por Odum e Sarmiento (1997, p 9-15), que classifica o ambiente em três tipos diferentes: 1 – O fabricado, desenvolvido pelo homem, como as cidades, parques industriais, rodovias, ferrovias e portos. 2 – O ambiente domestico, concentrando toda a área agrícola, açudes e lagos artificiais, áreas de reflorestamento, etc.... 3 – O ambiente natural, como matas virgens, regiões intocadas pelo homem e autossustentadas, contando apenas com a luz e energia solar, ventos, água e não dependem de qualquer controle ou intervenção humana como ocorre nos outros dois tipos. A vida em nosso planeta ocorre apenas na biosfera, uma estreita faixa do planeta constituida pela interação de três ambientes, a parte terreste ou chamada litosfera, a parte aquaática, denominada hidrosfera e a parte denominda atmosfera que envolve as outras duas, entendendo assim cada uma: Litosfera: apenas a parte correspondente a crosta terrestre Hidrosfera: Compreende toda a parte dos rios, lagos oceânos e aguas subterrâneas, assim como as geleiras e os polos norte e sul.

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Atmosfera: é a camada rente a crosta terrrestre, denominada troposfera, atingindo uma altitude de 11Km nos polos e 16Km no equador.

Apesar destas definições sabemos que a vida no planeta depende ainda da partes mais altas da atmosfera, onde encontra-se a camada de ozônio, que se apresenta como um grande filtro para as radiações vindas do cosmo, as quais necessitamos em pequenas quantidades como exemplo às radiações ultravioleta:

Tipo de radiação eletromagnética invisível ao olho humano, com comprimentos de onda

menores que a da luz, visível e mais longo que os dos raios X. A radiação ultravioleta natural é

produzida principalmente pelo Sol, mas nem todos os comprimentos de onda chegam à

superfície terrestre. Parte deles, principalmente os mais nocivos aos seres vivos, é

interceptada pela alta atmosfera, notadamente pela camada de ozônio. Um comprimento de

onda é responsável pela formação de vitamina D e pelo bronzeamento da pele. Esse mesmo

ultravioleta pode ser bloqueado por vidro comum de janelas. A radiação ultravioleta também

serve à astronomia. Detectores de ultravioleta costumam ser usados em satélites e sondas

espaciais. Por estarem acima da atmosfera, podem captar essa radiação sem barreiras. Outra

área do espectro ultravioleta é útil como agente esterilizador para matar bactérias.

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Os organismos da mesma espécie vivendos juntos formam uma população e as diversas populações de diferentes espécies vivendo juntas formamuma comunidade biológica. Os organismos e os elementos físicos e químicos constituem um ecossistema ou sistema ecológico, onde os componentes bióticos ( genes, células, órgãos, organismos, população, comunidade) interagem com os componentes abióticos ( máteria, energia), produzindo os biossistemas ( Sistemas celulares, Sistemas genéticos, sistemad orgânicos, ecossistemas, etc...).

Sistemas abióticos

http://ecosistemas-acuaticos.blogspot.com.br/

Sistemas bióticos em ecossistema

http://ecosistemas-acuaticos.blogspot.com.br/

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Um ecossistema pode ser parte de outro, poís todos fazem parte da biosfera da qual o homem também é participante.

http://proseandocomcarol.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html

Problemas ambientais O homem como fator de desajuste do equilíbrio natural, sempre necessitando dos recursos fornecidos pelo meio ambiente, sendo capaz de processa-los e devolvê-lo na forma de resíduos materiais e energéticos para este meio, inicialmente não causou tanto impacto, passando até de forma natural, considerando uma produção pequena, onde os materiais, gases, rejeitos tóxicos, eram em pequena quantidade, depois, é comum apontar a Revolução Industrial como um marco importante na intensificação dos problemas ambientais, considerando que o aumento da produção, tanto passou a utilizar mais recursos, como devolve-los em forma de resíduos. Na agricultura não foi de diferente, os inseticidas, herbicidas, fertilizantes, etc..., também trouxeram o desequilíbrio ao meio ambiente, produzindo alimentos contaminados, com teores de material tóxico, acima dos aceitáveis pelo corpo humano. Talvez o maior erro neste processo, e que o fez avançar tão rapidamente, seja a posição de considerar o ser humano, diferente, e coloca-lo

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a margem do meio ambiente. Este conceito afastou o homem inicialmente da culpa, e porque não dizer da responsabilidade pela degradação, e reconstituição deste meio ambiente destruído ou alterado significativamente. Certo é que a produção industrial, baseada no cosumo, passou a despejar no meio ambiente, milhões de substâncias químicas sintetizadas, o problema destes resíduos tomou dimensão gigantesca, afetando países inteiros, porque não dizer, regiões inteiras, ameaçando a população atual e aquelas vindouras, não se pensando na sustentabilidade. Esta escalada de problemas ambientais vem comprometer a existência da vida assim como conhecemos, no planeta, e porque não dizer a própria habitabilidade da terra. Fontes de recursos O homem convive com o problema central que é a escassez de bens ou serviços reivindicados pelas suas necessidades, ou traduzindo desejos despertados por eficientes campanhas de marketing que também são transformados em necessidades que precisam ser satisfeitas. Para que os bens ou serviços sejam produzidos e executados, é necessário a utilização dos recursos disponíveis em nosso biossistema, que devem ser retirados e sofrer beneficiamento. Ocorre que estas necessidades crescem a cada dia e o nosso biossistema permanece de tamanho inalterado, para não dizer que em algumas regiões estão ocorrendo grandes transformações e consequente redução dos recursos disponíveis, e como exemplo podemos citar a foz do rio “São Francisco” em Alagoas, onde a vazão das águas tem se reduzido em função da criação ao longo do rio de 33 hidroelétricas, destinadas a produção de energia, que concentram a água, e reduzem a alimentação disponível, consequentemente reduzindo a quantidade de peixes, camarão e os micro-organismos.

Foz do rio São Francisco em Alagoas

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Os recursos naturais são classificados em dois grupos diferentes, sendo o primeiro, os chamados recursos renováveis (água, ar, energia solar, energia eólica, plantas, animais, etc.) e os recursos não renováveis (areia, minérios, carvão mineral, petróleo, etc.). Esta classificação distingue aqueles recursos que podem ser consumidos indefinidamente (renováveis) e aqueles que possuem quantidade limitada ou finita, e que produz grande preocupação para a humanidade, pois em algum momento irão se esgotar. Temos ainda que considerar a ação humana sobre estes recursos, que mesmo sendo renováveis, podem mudar de categoria, se não tiverem seu consumo controlado adequadamente. Frequentemente ouvimos alguém dizer que os metais como ferro, cobre alumínio, zinco, chumbo, bronze e outros podem ser 100% reciclados, mas é sabido que não é bem assim e que as perdas existem, durante o processo de uso, durante o processo de reciclagem.

Quando analisamos com o objetivo de classificar os recursos, devemos nos cercar de cuidados, considerando que se pensarmos nas plantas, serão recursos renováveis, mas se então pensarmos em uma árvore centenária, é um recurso não renovável. Outro exemplo que nos mostra que a analise deve levar em consideração vários fatores, é o caso da água que pode ser classificada tanto como recurso renovável como recurso não renovável, considerando o uso que será feito. Os estudos sobre a qualidade e quantidade da água disponível, embasam as afirmativas que ela será o recurso mais escasso do século XXI,

Recursos Naturais

Renováveis Renováveis/não

renováveis

Não renováveis

Não se alteram com o

uso

Esgotam-se ou

mantêm-se

Esgotam-se com o uso

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sendo objeto de disputa entre os povos. A crescente ação do homem desmatando sem critérios, inclusive nascentes, vem provocando a redução de rios e até mesmo em algumas áreas provando a desertificação. Conforme propõe a Agenda 21(A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992), cada pessoa deve ter acesso a pelo menos 40 litros de água potável

diariamente para possuir uma vida saudável, considerando a desigualdade entre os povos e as questões regionais que em muitos casos submete a população a restrição severa a este recurso, é o grande ponto de disputas que se travarão no futuro. Resíduos

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) editou um conjunto de normas para padronizar, a nível nacional, a classificação dos resíduos:

- NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação

- NBR 10005 - Lixiviação de resíduos - Procedimento

- NBR 10006 - Solubilização de resíduos - Procedimento

- NBR 10007 - Amostragem de resíduos - Procedimento

Este conjunto de normas está bastante completo e permite a qualquer interessado a classificação de resíduos.

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Resíduos sólidos São inúmeras as definições de resíduos sólidos, mas algumas sintetizam melhor o conceito, como: “Os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semi-sólidos das atividades humanas ou não-humanas, que embora possam não apresentar utilidade para a atividade fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras atividades. Exemplos: aqueles gerados na sua residência e que são recolhidos periodicamente pelo serviço de coleta da sua cidade e também a sobra de varrição de praças e locais públicos que podem incluir folhas de arvores, galhos e restos de poda.” (Caroline faria - http://www.infoescola.com/ecologia/definicao-de-residuos-solidos). “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.” (NBR10004:2004)

Classificação

Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a origem, tipo de resíduo, composição química e periculosidade conforme abaixo:

De acordo com a ORIGEM:

- “Resíduo Hospitalar ou de Serviços de Saúde”: qualquer resto proveniente de hospitais e serviços de saúde como pronto-socorro, enfermarias, laboratórios de análises clínicas, farmácias, etc.. Geralmente é constituído de seringas, agulhas, curativos e outros materiais que podem apresentar algum tipo de contaminação por agentes patogênicos (causadores de doenças);

- “Resíduo Domiciliar”: são aqueles gerados nas residências e sua composição é bastante variável sendo influenciada por fatores como localização geográfica e renda familiar. Porém, nesse tipo de resíduo podem ser encontrados restos de alimentos, resíduos sanitários (papel higiênico, por exemplo), papel, plástico, vidro, etc. Atenção: alguns produtos que utilizamos e descartamos em casa são considerados perigosos e devem ter uma destinação

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diferente dos demais, preferencialmente para locais destinados a resíduos perigosos. Por exemplo: pilhas e baterias, cloro, água sanitária, desentupidor de pia, limpadores de vidro, fogão e removedor de manchas, aerossóis, medicamentos vencidos,querosene, solventes, etc.

- “Resíduo Agrícola”: são aqueles gerados pelas atividades agropecuárias (cultivos, criações de animais, beneficiamento, processamento, etc.). Podem ser compostos por embalagens de defensivos agrícolas, restos orgânicos (palhas, cascas, estrume, animais mortos, bagaços, etc.), produtos veterinários e etc..

- “Resíduo Comercial”: são aqueles produzidos pelo comércio em geral. A maior parte é constituída por materiais recicláveis como papel e papelão, principalmente de embalagens, e plásticos, mas também podem conter restos sanitários e orgânicos.

- “Resíduo Industrial”: são originados dos processos industriais. Possuem composição bastante diversificada e uma grande quantidade desses rejeitos é considerada perigosa. Podem ser constituídos por escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro), cinzas, lodos, óleos, plásticos, papel, borrachas, etc.

- “Entulho”: resultante da construção civil e reformas. Quase 100% destes resíduos podem ser reaproveitados embora isso não ocorra na maioria das situações por falta de informação. Os entulhos são compostos por: restos de demolição(madeiras, tijolos, cimento, rebocos, metais, etc.), de obras e solos de escavações diversas.

- “Resíduo Público ou de Varrição“: é aquele recolhido nas vias públicas, galerias, áreas de realização de feiras e outros locais públicos. Sua composição é muito variada dependendo do local e da situação onde é recolhido, mas podem conter: folhas de árvores, galhos e grama, animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos, etc..

- “Resíduos Sólidos Urbanos”: é o nome usado para denominar o conjunto de todos os tipos de resíduos gerados nas cidades e coletados pelo serviço municipal (domiciliar, de varrição, comercial e, em alguns casos, entulhos).

- “Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários”: o lixo coletado nesses locais é tratado como “resíduo séptico”, pois pode conter agentes causadores de doenças trazidas de outros países. Os resíduos que não apresentam esse risco de contaminação, podem ser tratados como lixo domiciliar.

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- “Resíduo de Mineração”: podem ser constituídos de solo removido, metais pesados, restos e lascas de pedras, etc.

De acordo com o TIPO:

- “Resíduo Reciclável”: papel, plástico, metal, alumínio, vidro, etc.

- “Resíduo Não Reciclável” ou “Rejeito”: resíduos que não são recicláveis, ou resíduos recicláveis contaminados;

De acordo com a COMPOSICÃO QUÍMICA:

- Orgânicos: restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos, esterco, papel, madeira, etc.. Muita gente não sabe, mas alguns compostos orgânicos podem ser tóxicos. São os chamados “Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP) e “Poluentes Orgânicos Não Persistentes”.

“Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP): hidrocarbonetos de elevado peso molecular, clorados e aromáticos, alguns pesticidas (Ex.: DDT, DDE, Lindane, Hexaclorobenzeno e PCB`s). Estes compostos orgânicos são tão perigosos que foi criada uma norma internacional para seu controle denominada “Convenção de Estocolmo”.

“Poluentes Orgânicos Não Persistentes”: óleos e óleos usados, solventes de baixo peso molecular, alguns pesticidas biodegradáveis e a maioria dos detergentes (Ex.: organosfosforados e carbamatos).

- Inorgânicos: vidros, plásticos, borrachas, etc.

De acordo com a PERICULOSIDADE:

Essa classificação foi definida pela ABNT na norma NBR10004:2004 da seguinte forma:

- Resíduos Perigosos (Classe I): são aqueles que por suas características podem apresentar riscos para a sociedade ou para o meio ambiente. São considerados perigosos também os que apresentem uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade. Na norma estão definidos os critérios que devem ser observados em ensaios de laboratório para a determinação destes itens. Os resíduos que recebem esta classificação requerem cuidados especiais de destinação.

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- Resíduos Não Perigosos (Classe II): não apresentam nenhuma das características acima, podem ainda ser classificados em dois subtipos:

Classe II A – não inertes: são aqueles que não se enquadram no item anterior, Classe I, nem no próximo item, Classe II B. Geralmente apresenta alguma dessas características: biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água.

Classe II B – inertes: quando submetidos ao contato com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, com exceção da cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da norma NBR10004:2004.

Caracterização

A caracterização dos Resíduos Sólidos consiste em determinar suas principais características físicas e/ou químicas, qualitativa e/ou quantitativamente dependendo da abrangência e aplicação do resultado que se quer obter. A caracterização deve ser feita por profissional especializado e, dependendo da complexidade, em laboratórios de análises, para que sejam feitos testes específicos.

Para que os resíduos sólidos sejam devidamente caracterizados deve-se conhecer sua origem, seus constituintes e características. Durante a caracterização, que é feita seguindo padrões específicos de amostragem e testes, são determinados por exemplo, se um resíduo é inflamável, corrosivo, combustível, tóxico e etc. Também são estudadas suas características físicas (granulometria, peso, volume, resistência mecânica, etc.) e químicas (reatividade, composição, solubilidade e etc.).

Algumas normas utilizadas nesse procedimento são:

ABNT NBR10004/2007 – Resíduos Sólidos – Classificação ABNT NBR10005:2004 – Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos ABNT NBR10006:2004 – Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos ABNT NBR10007:2004 – Amostragem de resíduos sólidos ABNT NBR12808:1993 – Resíduos de Serviços de Saúde – Classificação ABNT NBR14598:2000 – Produtos de petróleo – Determinação do ponto de fulgor pelo aparelho de vaso fechado Pensky-Martens USEPA – SW846 – Test methods for evaluating solid waste – Physical/chemical methods

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Responsabilidade

A responsabilidade pela coleta e destinação do lixo gerado pode variar de Estado para Estado e de município para município de acordo com a legislação local, mas geralmente se distribui da seguinte forma:

Municípios: são responsáveis pela coleta e destinação dos resíduos domiciliares, comerciais e públicos;

Gerador: os resíduos de serviços de saúde, industrial, de portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários, agrícolas e entulhos, são de responsabilidade de quem os gerou;

Fontes

NBR10004:2004 – Resíduos Sólidos – Classificação

http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/servicoseobras/residuos_solidos/0002

http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res07.html

Dimensões da Gestão Ambiental Gestão ambiental Podemos entender como gestão do meio ambiente, ou seja conjunto de diretrizes e atividades administrativas e operacionais tendo como objeto principal a administração, controle dos recursos e resíduos, sendo necessário um planejamento, direção, controle e alocação, visando conseguir um efeito somatório e não degradativo do meio ambiente. Dimensões Em suas diversas propostas, a divisão das dimensões da gestão ambiental passa por pelo menos três dimensões que são básicas: - Espacial Delimitação da área na qual as ações de gestão devem produzir efeito. - Temática Delimita as questões ambientais às quais as ações de destinam - Institucional

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Referem-se aos agentes que tomam que são responsáveis pelas ações de gestão.

Temática

Ar

Água

Solo

Fauna

Flora

Aquecimento

Institucional

Empresa

Governo

ONG

Sindicato

Instituições

Pesquisa

Espacial

Global

Regional

Nacional

local

Setorial

Empresarial