quinto ano - f5ta - escolasapereira.com.br filenoronha / maria paula mello lopes / pedro caldeira...

8
Tribo Maria Cecília Moura Iniciado o semestre, lembramos das vivências anteriores mais marcantes e reafirmamos o nosso compromisso de conviver de forma harmoniosa, respeitosa e produtiva. A tribo sempre foi um espaço onde as crianças reconhecem suas possibilidades criando, através do diálogo, a autonomia individual e a do grupo. Um espaço de transmissão dos valores, para um cotidiano escolar cada vez mais saudável e solidário. Vinculamos as vivências específicas da Tribo às demais instâncias da comunidade escolar e às questões do mundo atual. Buscando uma sintonia com o Projeto Institucional "A Aventura do Trabalho", assistimos a alguns filmes da Série “Minha Escola”. Ao término de cada episódio, conversamos sobre os diversos trabalhos observados e o quanto todos são importantes e interdependentes. Pouco a pouco, aprofundaram essa percepção, refletiram sobre diferentes questões presentes no espaço escolar, buscando ter uma postura adequada e comprometida consigo mesmo, com os colegas e com as aprendizagens. Em nossos encontros, sempre privilegiamos um tempo para olharmos para dentro de nós mesmos. Esse momento é esperado e apreciado pela maior parte das crianças que, no escurinho e ao som de uma música tranqüila, relaxam o corpo, buscam o auto-controle, imagens, respiram e se revigoram. Este foi um ano especial, um ano de despedidas. Em todo rito de passagem há sempre uma pontinha de dor, sofrimento e perdas, mas também de muito crescimento, alegria e expectativas. Com toda essa turbulência de emoções e acontecimentos, por tudo que construímos juntos até aqui, e 1 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA Quinto Ano - F5TA Ensino Fundamental Relatório do Segundo Semestre de 2008 amanda carvalho monteiro / ana carolina ferreira junger / antonia worcman de carvalho / bento leão teixeira wanderley / clarice jacobina campos gelli / danilo terry wettreich / enrico aiex oliveira / gabriel capella cosenza / gabriel costa alves / igor fois abramof / julia de moraes e vasconcellos / laura achcar soares bruno / laura bandeira de mello ferreira / leon cabral coser / luigi albuquerque lima rosalem / luiza bonfatti de andrade / luiza ramos nucci / maira amorim cordeiro de mello / maria clara pfeiffer noronha / maria paula mello lopes / pedro caldeira euler braga / sofia ribeiro almeida magalhães

Upload: lylien

Post on 14-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

TriboMaria Cecília Moura

Iniciado o semestre, lembramos das vivências anteriores mais marcantes e reafirmamos o nosso compromisso de conviver de forma harmoniosa, respeitosa e produtiva. A tribo sempre foi um espaço onde as crianças reconhecem suas possibilidades criando, através do diálogo, a autonomia individual e a do

grupo. Um espaço de transmissão dos valores, para um cotidiano escolar cada vez mais saudável e solidário.

Vinculamos as vivências específicas da Tribo às demais instâncias da comunidade escolar e às questões do mundo atual. Buscando uma sintonia com o Projeto Institucional "A Aventura do Trabalho", assistimos a alguns filmes da Série “Minha Escola”. Ao término de cada episódio, conversamos sobre os diversos trabalhos observados e o quanto todos são importantes e interdependentes. Pouco a pouco, aprofundaram essa percepção, refletiram sobre diferentes questões presentes no espaço escolar, buscando ter uma postura adequada e comprometida consigo mesmo, com os colegas e com as aprendizagens.

Em nossos encontros, sempre privilegiamos um tempo para olharmos para dentro de nós mesmos. Esse momento é esperado e apreciado pela maior parte das crianças que, no escurinho e ao som de uma música tranqüila, relaxam o corpo, buscam o auto-controle, imagens, respiram e se revigoram.

Este foi um ano especial, um ano de despedidas. Em todo rito de passagem há sempre uma pontinha de dor, sofrimento e perdas, mas também de muito crescimento, alegria e expectativas. Com toda essa turbulência de emoções e acontecimentos, por tudo que construímos juntos até aqui, e

1 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

Quinto Ano - F5TAEnsino FundamentalRelatório do Segundo Semestre de 2008

amanda carvalho monteiro / ana carolina ferreira junger / antonia worcman de carvalho / bento leão teixeira

wanderley / clarice jacobina campos gelli / danilo terry wettreich / enrico aiex oliveira / gabriel capella cosenza / gabriel costa alves / igor fois abramof / julia de moraes e vasconcellos / laura achcar soares bruno / laura bandeira

de mello ferreira / leon cabral coser / luigi albuquerque lima rosalem / luiza bonfatti de andrade / luiza ramos nucci

/ maira amorim cordeiro de mello / maria clara pfeiffer noronha / maria paula mello lopes / pedro caldeira euler

braga / sofia ribeiro almeida magalhães

por desejarmos que, daqui para frente, todos possam seguir construindo uma história de estudante ainda mais feliz, não descuidamos deste momento. Conversamos muito, levantamos dúvidas e curiosidades. Convidamos alguns ex-alunos para nos contar como vivenciaram essa despedida, como foi entrar em outra escola, fazer novos amigos, dar conta de tantas novidades, enfim, se descobrir pertencente a outra comunidade. A troca foi um pontapé inicial de grande importância e, a partir daí, puderam se sentir mais tranqüilos e falar sobre o assunto sem constrangimentos. A visita ao Colégio Andrews também foi bastante positiva e os encorajou e aproximou desse novo contexto. Muitas conversas, dinâmicas e atividades garantiram uma troca verdadeira nas turmas e cada criança teve a certeza de que viver momentos difíceis e delicados juntos dá mais força e coragem.

Para finalizar o processo que vivemos este ano, resgatamos o registro de nossos desejos e expectativas que fizemos na primeira Tribo de 2008. Comentamos sobre quais foram alcançados e os que ainda precisaremos de mais tempo e investimento para se realizarem. Num ritual alegre, sentamos em roda e queimamos os papéis num grande panelão. Enquanto as chamas se mantinham acesas e quentes, refletimos sobre nossas conquistas e transformações, buscando a esperança guardada em cada um de nós e nos desejamos um ano novo e bom.

ProjetoAngela

“(...) o Homem realizou as suas primeiras experiências na descoberta e na invenção, verdadeiros avanços na sua luta pela adaptação e pela transformação do meio em busca da satisfação de suas necessidades vitais, o que representa evolução na criação de condições materiais de sobrevivência.”

Oliveira, Carlos Roberto Oliveira, “História do Trabalho”

Dando continuidade à nossa “Aventura do Trabalho”, seguimos, por aquele “caminho de lebre”, cheio de altos e baixos, claros e escuros, vegetações e geleiras. Repentinamente, nos deparamos com novas ações de nosso “peludo mais investigado” e, com ele, mergulhamos na grande aventura da humanidade: as invenções.

O Homem havia acabado de perceber que tinha na mão um instrumento forte e extremamente hábil, diferente de todos os outros animais. Em sua mão havia um polegar, oposto aos outros dedos que cresceram e se adelgaçaram. Estava aí, patenteada, a parte mais importante da nossa caminhada! A mão humana, e tudo que ela passou a representar, transformara-se no instrumento mais poderoso e criativo para os desdobramentos do progresso.

Para possibilitar a continuação dessa viagem, precisávamos de parceiros interessantes e instigantes. Um deles foi Henrique, jovem professor de Física, cheio de provocações e idéias, que muito nos ajudou no desenrolar de nossos estudos. Com ele, aprendemos muito e experimentamos, com curiosidade e avidez, os princípios da Física Térmica. Nosso vocabulário tornou-se mais rico, científico, e as crianças, muito animadas e empenhadas, trocavam idéias e hipóteses acerca das experiências de propagação de calor por meio líquido ou gasoso, condução e irradiação de calor e outras terminologias. Foram feitos, no caderno de Projeto, os registros do passo a passo de todos os experimentos, além dos respectivos desenhos esquemáticos.

Os “Moleques Mateiros” foram parceiros que nos mostraram algumas experiências, inclusive in natura, quando fizemos nossa saída de campo à Pedra Bonita. Foi uma aula-passeio cheia de informações e aprendizados, com direito a subidas puxadas e descidas desembaladas, pernas bambas, muita alegria, cooperação e, acima de tudo, provas de grande amizade. Tivemos, ainda, a presença insistente de uma nuvem

2 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

que se apaixonou pelo grupo e, muito carente, não desgrudava de nós. Por causa dessa paixão repentina, deixamos de subir o pico da Pedra Bonita, pois a nuvem encobria toda a paisagem. Em compensação, vimos de pertinho as asas delta e seus audazes pilotos, aprendemos muito sobre física térmica com o Mosquito – experiente instrutor “voador” e, assim, complementamos nosso passeio tão gostoso quanto instrutivo.

Houve outro parceiro, Gustavo, formando em Biologia, que nos contou sobre a invenção do microscópio e seus criadores, um holandês e um inglês que aperfeiçoou o invento, além de falar sobre alguns princípios da microscopia. É claro que usamos o microscópio para ver células de cebola e outros microorganismos. Na Feira Moderna, as crianças fizeram questão de mostrar o que aprenderam, manipulando o instrumento.

A partir do segundo semestre, a “História das Invenções” apontou o Norte de sua bússola para a Física: Térmica, Ótica, Mecânica e Eletromagnetismo. De certa forma, a organização do livro de Lobato nos sugeria isso. Nossas idéias iniciais se expandiram além do previsto e nossos planos tiveram que se ajustar a um tempo real. Chegamos ao final do ano e avaliamos o que foi realizado ou não, em nosso projeto de estudo. Não chegamos a estudar profundamente nenhum dos ramos da Física, mas aproximamos nossos alunos de uma postura positiva diante da pesquisa, da observação e da descoberta. Levantamos hipóteses, realizamos experiências, observamos e registramos. Acreditamos ter despertado o interesse e mantida acesa a curiosidade sobre os elementos, os fenômenos e o método científico.

Foi tentando trazer um aperitivo daquilo que poderíamos conhecer em Ótica, que visitamos, com Moema, nossa professora de Artes, o MAC, em Niterói, para assistir à exposição “Poetas da Cor” que nos inspirou na confecção de luminárias coloridas. Durante a Feira Moderna apresentamos, orgulhosamente, o produto de um trabalho bastante elaborado, com belos efeitos luminosos. Trabalhamos arduamente, suamos as camisas, mas valeu a pena!

Quando começamos a estudar o capítulo sobre as mãos, no livro das invenções, concluímos que

“a mão que toca o violão, se for preciso faz a guerra / mata o mundo / fere a Terra...”

Edu Lobo, Viola Enluarada

Pensamos, então, que poderíamos mudar o rumo desse desfecho e lançamos um desafio: que as mãos das nossas crianças se tornassem poéticas e amorosas. E assim, mais uma vez, a delicadeza e a harmonia invadiam essa nossa Feira, tão Moderna!

“Na minha opinião, se alguém quiser massacrar o amor pela Língua Portuguesa, basta eleger a norma culta como primeira forma de trabalhar com o aluno. É como pretender fazer a anatomia do texto antes de conhecer seu sentido, suas mensagens, sua música. (...) Existem aspectos formais que são muito importantes, mas a alma do texto não é a coisa formal, a alma do texto é a emoção.”

Rubem Alves, “A Poesia do Encontro”

E foi buscando contatar essa tal emoção que, em meio aos estudos dos gêneros literários, propusemos a escrita de uma espécie de autobiografia, denominada “Minha Vida na Sá Pereira”. O propósito é, além do próprio conhecimento do gênero e da compreensão de sua utilidade, levar consigo um apanhado significativo de seu início de vida como estudantes. É um momento afetivo muito especial, quando pais e filhos se juntam para buscar as primeiras palavras e números, fotos de amigos, festas, aniversários, encontros e despedidas. A emoção também esteve presente no desenvolvimento de inúmeras crônicas, algumas muito bem humoradas, outras cheias de indignação e outras ainda trazendo reflexões muito ponderadas.

Nossas leituras enchiam de calor nossa Biblioteca pois, além daquelas encomendadas na semana anterior, havia sempre uma pequena disputa no momento da leitura compartilhada. Mais para o finalzinho do ano, deixamos de ir à Biblioteca, por conta dos ensaios ou festas dos pequeninos, porém nossos momentos de encantamento estavam garantidos com a manutenção da leitura de nosso livro “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne, com adaptação de Paulo Mendes Campos. Como foi bom ver aquele grupo tão atento em torno de um mesmo tema: as trapalhadas de Faz-Tudo e Filleas Fogg! O clima de aventura e humor caiu feito luva na alma de nossas crianças que, com sua curiosidade nos levaram a aliar a leitura com a manipulação do Atlas. Todos os caminhos da dupla foram desvendados, discutidos e comentados por aqueles que já haviam conhecido as tais paragens. Pena que não tivemos tempo de adotar mais livros.

3 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

O uso da Língua passou por uma bela reforma em nossa turma, e os textos se tornaram mais ricos, limpos e claros. A convicção de que o estudo da gramática precisa ser feito na prática, na escrita do dia-a-dia, nas revisões e aprimoramento da escrita, na observação do texto como um todo para o embelezamento das palavras utilizadas, se mantém firmemente. Foi dessa forma que conseguimos que vinte e duas crianças vibrantes e cheias de vida olhassem dentro de si e descrevessem suas vidas na Sá Pereira com tanta propriedade.

Assim, nos despedimos dessa turma querida que nos ensinou muitas coisas e nos deu muitas alegrias. Com eles aprendemos que não há tristeza na despedida, porque o que mais importa ficará: as amizades conquistadas e o carinho dos amigos.

MatemáticaAndrea Nivea

Usar um conhecimento adquirido anteriormente para resolver novos desafios é a matriz do nosso trabalho de Matemática e, assim, tratamos de apresentar às crianças um programa onde os conteúdos estão direta ou indiretamente implicados. Normalmente eles percebem nossa intenção e a verbalizam com clareza.

No segundo semestre,o trabalho com frações chegava às questões mais complexas: comparar, adicionar e subtrair frações heterogêneas (frações onde os denominadores são diferentes). Como já sabiam as relações numéricas “ser múltiplo de" e "ser divisor de” isso ajudaria quando precisassem usar frações equivalentes. E foi assim, também, com simplificação e ordenação de frações.

Representar graficamente e organizar frações em retas numeradas ajudou a compreender a grandeza de frações que valem mais que inteiros e aquelas que nem parecem frações por terem o mesmo valor que números naturais.

É previsível a dificuldade que as turmas costumam apresentar diante dos problemas envolvendo frações. Ora porque demandam mais de uma operação, ora porque têm textos com detalhes que definem soluções certas e erradas. Foi um investimento grande que precisamos fazer.

A notação fracionária cedeu lugar à representação decimal posicional. E a vírgula, tão presente em nosso dia-a-dia nas medidas e nas quantias, entrou pelo caderno quadriculado e fez paradas nas apostilas e no livro de capa rosa.

Exploramos muito a posicionalidade - característica principal do nosso sistema de numeração – como uma das heranças do trabalho das séries iniciais e, assim, as crianças, acostumadas a pensarem e se sentirem seduzidas pelo infinito, perceberam que entravam por um mundo meio às avessas, onde “cada vez mais longe a unidade fica perto do nada”.

Os decimais apareceram, então, em medidas, em problemas com conversões simples e nas situações de cálculo de perímetro.

Depois de descobrirem que já sabiam operar com decimais há muito tempo, faltava trazer do mundo dos adultos a porcentagem. Não, não íamos explorar os índices de queda nas Bolsas, mas bem que eles foram citados... O que foi interessante notar é que já tínhamos meio caminho andado; afinal as frações decimais com denominador 100 nos dariam “uma cola” ao resolver problemas com porcentagem.

Arquivamos as tarefas e, juntos, avaliamos o percurso e o trabalho.

Fechamos um ano apertado, dividido por dois denominadores principais: a preocupação em preparar a saída e a vontade de aproveitar o encontro.

InglêsRenata Santos

Iniciamos o segundo semestre com uma apresentação de imagens de antigas propagandas retratando épocas diversas e produtos bem conhecidos até hoje. Esse elemento disparador serviu para darmos o pontapé inicial do que seria uma série de debates e conversas bem interessantes a respeito da mídia, Internet, propaganda e toda essa estrutura econômica e social que nos impulsiona para um consumo muitas vezes impensado, compulsivo. As crianças demonstraram muita competência e desenvoltura para elaborar algumas questões importantes. Como e por que surgiu a propaganda? Qual era o objetivo inicial da propaganda e qual é a sua função nos dias de hoje? Temos ou não o direito de escolha entre um produto e outro? Quando o assunto se estendeu para a Internet, os depoimentos e as inquietações foram ainda mais intensos, principalmente em relação à segurança.

Pudemos observar que, antigamente, a idéia central nos anúncios era, antes de tudo, apresentar e explicar ao consumidor a serventia do produto. Trabalhamos com algumas frases de efeito que tentam traduzir a imagem de alguns produtos como: “Drink Coke”, “Enjoy it”, “Just do it”, entre outras. As crianças perceberam o caráter imperativo destas frases e sua implicação nas nossas escolhas.

Charges e quadrinhos nos ajudaram a discutir o homem moderno consumista, insatisfeito e em busca de trabalho para sustentar esse consumo. Com a leitura de um quadrinho que

4 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

retratava uma entrevista de emprego, retomamos as “questions words” que são as palavras que nos auxiliam na elaboração de perguntas. Em dupla, as crianças formularam questões, se entrevistaram e preencheram uma “job application”, ficha de apresentação no emprego. Essas entrevistas foram filmadas e serviram como exercício de expressão oral e observação de pronúncia.

Outra conversa interessante surgiu quando, para melhor compreender o uso do “can”, escutamos e trabalhamos as letras de duas músicas dos “Beatles”: “We can work it out” e “Can’t buy me love”. As crianças puderam perceber os estilos diferentes das músicas e se interessaram pelas diversas traduções que a palavra “work” pode ter, dependendo de sua utilização.

As fichas do “Let’s talk about” continuaram a desempenhar a função de revisão ou apresentação de alguns conteúdos como: "question words"; "there is / there"; “can x can’t”; “time”; “possessive pronouns”. Acreditamos que essas fichas podem servir como apoio e consulta em momentos futuros.

ArtesMoema Santos

Buscando dialogar com as pesquisas que a turma desenvolvia nas aulas de Projeto, apresentamos a vida e a obra de Leonardo Da Vinci, especialmente a série de inventos que antecederam criações importantes para a humanidade. As crianças puderam perceber a mente visionária desse artista-cientista, mas não deixaram de estabelecer uma relação crítica, observando que muitos de seus inventos estavam vinculados a objetivos bélicos. Usando o grafite, assim como Da Vinci, exercitaram a imaginação, criando desenhos que pudessem representar inventos benéficos à humanidade. Para esse estudo, utilizamos diferentes fontes. A Internet foi nossa aliada, trazendo filmes, animações, visitas virtuais às exposições, mas diversos livros também estiveram presentes.

Pensávamos, inicialmente, em aproveitar esses projetos para desenvolvê-los tridimensionalmente. Porém, percebemos que a imaginação fértil que apareceu no papel poderia facilmente ser frustrada quando levada à concretude da tridimensionalidade.

Faltariam materiais, ferramentas, habilidades, enfim, possibilidades concretas de transformar o sonho em realidade.

Resolvemos, então, para complementar o estudo de física que desenvolviam em Projeto, buscar as questões da ótica. É lógico que de uma forma muito mais experimental do que conceitual. Mas, mesmo assim, trabalhamos alguns conceitos importantes como a diferença da mistura das cores na luz e nos pigmentos. Aprenderam sobre a classificação das cores (primárias, secundárias, complementares) e, aproveitando a experiência que tiveram na visita à exposição "Poetas da Cor", no MAC, partimos para a exploração da luz, das cores e do movimento na criação de objetos luminosos que integrassem esses aspectos da linguagem visual. O trabalho foi um desafio e tanto. Levamos muitas aulas desenhando o projeto, avaliando as possibilidades de concretizá-lo, elencando materiais possíveis de serem utilizados.

Depois, partimos para a construção utilizando cúpulas de abajours, cartões pretos, gelatinas coloridas e todos os equipamentos luminosos de que a escola dispunha, entre eles a antiga máquina de slides e o retroprojetor. O resultado de tanto investimento foi exposto na Feira Moderna, convidando os visitantes a interagirem com os objetos.

No meio desse trabalho, ainda fizemos uma pausa para conhecer a história de Marc Ferrez, um dos primeiros e mais importantes fotógrafos do Brasil. Sua famosa série sobre os ambulantes que povoavam o Rio Antigo serviu como ponto de partida para o curta O Amolador. Nossa intenção, com esse estudo, era sensibilizar o olhar das crianças para que pudessem participar de uma sessão de cinema especial, com direito a uma conversa com o cineasta Abelardo de Carvalho e o produtor Cavi Borges. Muitas curiosidades sobre esse universo de trabalho puderam ser esclarecidas. E a experiência foi uma conclusão para os estudos do primeiro semestre sobre a linguagem fotográfica.

Para fechar o semestre ainda nos dedicamos à arte popular, mais especificamente ao trabalho com a argila. Apreciamos um conjunto de obras de artistas renomados, do qual não poderia faltar as do mestre Vitalino. O fato de diferentes ofícios estarem bastante presentes nessa manifestação artística chamou a atenção das crianças que, imediatamente, se propuseram a escolher uma profissão para retratar através da modelagem.

5 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

Estamos, nesse momento, discutindo a curadoria da mostra que pretendemos fazer antes que o ano acabe. Mas a tarefa é árdua. Como organizar, de forma interessante, a centena de pequenas esculturas conseguindo comunicar nossas idéias e pensamentos aos visitantes?

Sem dúvida, trabalhamos muito nesse período, tentando desmistificar a idéia de que a arte é um trabalho dissociado da vida. Que o interesse e gosto pela produção artística para sempre acompanhem essa turma trazendo prazer e instigando novas ações criativas.

MúsicaManoela Marinho

Começamos o semestre dando continuidade ao arranjo da música “Sala de Reboco”, de Marcolino e Luiz Gonzaga, que começamos no semestre anterior. Para isso contamos com tambor, triângulo, flauta doce, pandeiro, metalofone, piano e violão. Foi um rico trabalho de prática de conjunto, quando vários desafios foram conquistados: cantar e tocar simultaneamente, tocar no andamento correto, atentar para a regência, tocar na intensidade apropriada, ouvir a si e aos colegas simultaneamente, estar atendo à forma das músicas e às entradas e saídas de cada instrumento. O resultado foi apresentado internamente para as outras turmas.

Dando continuidade às aulas de Música, começamos a fazer jogos rítmicos e melódicos em cima de provérbios e parlendas. Primeiro aprendemos e decoramos a frase, depois enriquecemos a rítmica sugerida pela frase com percussão corporal e, em seguida, omitimos a fala. Assim, obtivemos uma complexa frase rítmica. Quando dominamos todas as fases do processo, dividimos o grupo em dois e fizemos a experiência de deslocamento da frase, gerando um cânone que foi apresentado para as outras turmas.

Inspirados no samba “Cocorocó”, de Paulo da Portela, uma das músicas da festa de encerramento que fala de forma bem-humorada do tema trabalho, iniciamos uma prática de conjunto. O desafio foi aprender a tocar tamborim e tantam. Todos aprenderam a técnica básica desses instrumentos, mesmo os que escolheram tocar outro. Para esse arranjo utilizamos

pandeiro, agogô, tamborim, tantam, surdo e ganzá.

As últimas aulas foram dedicadas a conhecer o repertório da festa de encerramento.

CoralFernando Ariani

É hora de fazermos um balanço do nosso trabalho. Foi mais um ano muito produtivo. Pudemos desenvolver, satisfatoriamente, os diversos aspectos que estão envolvidos nessa atividade, que tem como objetivo desenvolver a sensibilidade e a inteligência musical, a percepção auditiva, o aparelho fonador, a capacidade de concentração e propiciar mais um espaço coletivo onde se busca um objetivo comum, que depende da contribuição de cada um dos participantes do grupo em favor do resultado do conjunto, o que contribui significativamente para o desenvolvimento individual. O resultado foi colocado à prova tanto em nossa apresentação interna, na Mostra de Artes, como também na oportunidade de compartilhar nosso trabalho além dos muros da escola, experiência da maior importância.

Durante todo o processo que envolveu a nossa participação no Festival CantaPueblo, na Sala Cecília Meireles, foi possível percebermos o que significa o nosso trabalho em outros contextos e, também, dar a oportunidade às nossas crianças de conhecerem outros grupos, propostas e realidades. O comparecimento de uma maioria expressiva atesta o quanto se envolveram com entusiamo na atividade, já que não havia a obrigatoriedade de participação. Esse fato denota, além do interesse pela experiência, uma clara noção de compromisso e solidariedade aos colegas e ao grupo, que acaba se refletindo no próprio resultado sonoro do Coral que cumpriu o seu papel com a maior dignidade. As crianças estão mesmo de parabéns! As últimas semanas do ano foram dedicadas à festa de encerramento. Uma menção especial deve ser feita ao quarto ano pela competência demonstrada na superação dos novos desafios que a atividade propõe. E também ao quinto ano que, já trazendo a experiência do ano anterior, se colocou disponível para interagir de forma generosa com os novos cantores. Essa vivência é uma bagagem preciosa para seu trajeto futuro. Sabemos que poderemos, também, contar com o quinto ano de 2009 para apoiar os futuros cantores com as competências desenvolvidas em 2008.

Expressão CorporalAna Cecilia Guimarães

As olimpíadas de Pequim inspiraram nossas aulas no início do semestre. Fizemos uma apreciação da Abertura dos Jogos e observamos como a movimentação coletiva apresentava harmonia nos movimentos realizados. Percebemos, também, que a repetição e a simultaneidade de gestos contribuíram para produzir os efeitos surpreendentes que vimos. A partir dessa apreciação, fizemos quatro exercícios inspirados nos momentos mais marcantes.

6 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

Em seguida começamos um processo de composição coreográfica, que se estendeu por algumas aulas, começando pela criação livre de movimentos no tempo quaternário. Depois de improvisar, as crianças selecionavam os movimentos preferidos em quatro compassos. Numa outra etapa, ensinavam seus movimentos uns aos outros, criando uma seqüência combinada em pequenos grupos. Trocavam idéias para definir direções, níveis e formas de locomoção, sempre respeitando o ritmo comum. Filmamos e apreciamos a produção de todos, conversando sobre os limites e possibilidades desse trabalho. No final ainda juntamos, numa só coreografia, as seqüências de cada grupo.

Fizemos algumas apreciações estéticas no telão do salão vendo coreografias do consagrado Grupo Corpo e do original e performático Grupo Stomp em suas variações rítmicas. Também aproveitamos para, em clima de despedida, ver algumas produções antigas da turma nas aulas de Expressão Corporal. Foi muito divertido rever os trabalhos dos anos anteriores e comentar sobre cada um deles.

Em clima de muita emoção, nos empenhamos para ensaiar as coreografias apresentadas na Festa do Final do Ano. A turma demonstrou muita desenvoltura e maturidade revelando, nas aulas, com uma dedicação incrível, todo seu potencial expressivo.

TeatroRaquel Libório

Reiniciamos o semestre desenvolvendo diversos jogos dramáticos, retomando alguns conceitos básicos do fazer teatral tais como atenção, concentração, foco e ritmo. A idéia era capacitá-los, através desses exercícios, para uma etapa posterior, a criação de um roteiro, produção e execução de uma propaganda de TV, com o tema “AS INVENÇÕES”

Para isso, também pesquisamos no YouTube diversas propagandas das décadas de 50 e 60, cuja ênfase era o lançamento de algum produto que tenha revolucionado os hábitos dos consumidores da época. Acabamos por destacar o próprio aparelho de TV, os aparelhos de som “três-em-um”, o fusca como o primeiro carro popular e alguns eletrodomésticos. Analisamos o quanto a variedade, o design e o conceito do eletrodoméstico mudou desde então, especialmente depois do advento do computador, bem como o próprio conceito de propaganda. Fizemos algumas reflexões críticas sobre o excesso de propaganda que, hoje, nos induz ao consumo de produtos muitas vezes desnecessários e o quanto, em nossa sociedade de consumo, os produtos são descartáveis, se tornando obsoletos de um lançamento para o outro.

Após essa etapa, partimos para a prática. Subdivididos em duplas ou em grupos de até quatro crianças, criaram não só a propaganda como o próprio produto a ser vendido. O enfoque deveria ser “sua vida antes e depois do produto”. Depois, foi só filmar.

Finalizada a etapa das propagandas, partimos para os ensaios da Festa de Encerramento, cujo tema era “A Aventura do

Trabalho”. Coube aos alunos das F5 o desafio de contar para vocês, de forma simples e descontraída, a complexidade de um tema tão vasto: compartilhar e celebrar com vocês, numa única festa, o fechamento de todos os trabalhos produzidos este ano, ou seja, torná-los anfitriões de uma festa onde os grandes homenageados eram eles mesmos: alunos sujeitos de suas produções. Que aventura!

Educação FísicaRenata Regazzi

Iniciamos o semestre animados com a proximidade das Olimpíadas de Pequim e com a realização de mais uma Olimpíada da Sá Pereira.

As equipes eram compostas por crianças de todas as turmas divididas por cores e nomeadas por diferentes profissões. Alegres, entoaram seus gritos de guerra, mostrando criatividade. Além disso, participaram, com muita garra e determinação, das modalidades oferecidas.

Neste momento de integração pudemos observar que, apesar da competição, há um forte espírito de cooperação e solidariedade entre as crianças.

Acreditamos que essa é uma oportunidade para que exercitem o controle de suas emoções e conheçam suas habilidades, trocando valiosas experiências.

Foi emocionante vê-los reunidos no pátio de baixo, cantando o Hino Nacional, com os olhinhos atentos e ansiosos, aguardando a premiação!

Um segundo pátio sobre rodas trouxe, para os recreios, skates, patins e patinetes. As crianças se equilibraram e se empenharam em cumprir o circuito que, dessa vez, continha placas de trânsito. Batidas, ultrapassagens perigosas, tráfego na contramão e em local proibido, entre outros exemplos de desrespeito às leis de trânsito, geravam multas cuja cobrança era a suspensão temporária do brinquedo e seu empréstimo a um colega.

Contamos, também, com o auxílio de guardas de trânsito para verificar o cumprimento das regras. Uma farra!!!

7 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA

Nas partidas de câmbio, uma adaptação do voleibol, as turmas experimentaram e vibraram com os saques, rodízios, passes e pontos marcados.

Futebol e queimado continuam sendo os preferidos da garotada, porém também temos disputadas partidas de basquete, handebol e pique-bandeira animando as manhãs e tardes.

A liberdade para a escolher suas brincadeiras prediletas e se organizarem com autonomia em pequenos grupos, também foi vivida nos "Pereirões Livres", nos quais o espaço era dividido de forma a que todos pudessem se divertir ao mesmo tempo.

Esse grupo querido se despede das nossas brincadeiras e jogos e deixará saudades.

Quantas brigas, reclamações, mas também quantas risadas e demonstrações de carinho estiveram presentes em nossas tardes.

São alegres, divertidos e, por vezes, tão ávidos por jogar que acabam se dispersando com brincadeiras durante a escolha dos times. Entretanto as partidas são levadas a sério e, algumas vezes, precisamos fazê-los perceber que deixar a diversão tomar conta do jogo também é importante. Foi muito bom acompanhar um pouco do crescimento dessa garotada!

8 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F5TA