questÕes de concurso 33 - estudioaulas.com.br · comentarei várias questões do cespe, ......

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Noções Gerais de direito admiNistrativoteoria e exercícios comeNtados

Gustavo Sales

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AULA DEMONSTRATIVA!

sUmÁrio

NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO .................................... 4DIREITO ..................................................................................................... 4CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................. 4QUESTÕES DE CONCURSO ..................................................................... 33

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Gustavo Sales

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GUstavo saLes

Bacharel em Administração pela Universidade Projeção, Bacharel em Direito pela Universidade Projeção, Pós-graduado em Gestão Pública e Direito Constitucional. Professor dos principais cursinhos preparatórios de Brasília.

apresentação do curso

Olá, aluno (a)! Tudo bem?

Seja bem-vindo ao curso de Direito Administrativo voltado para concursos

públicos!

Sou o professor Gustavo Sales e vamos iniciar nosso curso de Direito Administrativo

focado no concurso do Ministério Público da União! Antes de iniciar com nossa matéria,

algumas observações são importantes!

O último concurso do MPU foi organizado pela banca CESPE e sempre costuma

abordar na parte de Direito Administrativo o entendimento das principais doutrinas e

o entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal

de Justiça, além disso, o concursando deve ficar atendo aos famosos “peguinhas”

tradicionais da Banca Cespe, mas no curso iremos abordar o Direito Administrativo de

forma clara e objetiva. “Justamente para o aluno não cair nesses “peguinhas” e garantir

a sua aprovação”.

Este curso é composto por teoria e exercícios comentados e cobre todo o

conteúdo de Direito Administrativo exigido para o cargo de Técnico Administrativo,

conforme o edital do último concurso para o MPU, ocorrido em 2010.

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Comentarei várias questões do CESPE, banca que organizou o último concurso do MPU (2010). Porém, em determinados assuntos, a fim de fixar o aprendizado de tópicos específicos, utilizarei exercícios de outras organizadoras, principalmente FCC e ESAF, responsáveis por outros grandes concursos.

Tenho certeza de que este curso fará bastante diferença na sua nota! Vamos para cima!

Gostaria de destacar as características principais de nosso curso:Conteúdo teórico completo e atualizado, apresentado de forma clara, objetiva

e com vários exemplos; Grande variedade de questões resolvidas e comentadas; Videoaulas no sítio do estúdio aulas;

vamos nessa! aos estudos!

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Noções Gerais de direito admiNistrativo

Bem, se você ainda não estudou esta disciplina, é importante começarmos por alguns conceitos básicos a respeito da matéria. Nos editais, inclusive, este costuma ser o primeiro tópico e nos livros de Direito também, mas as bases do nosso Direito Administrativo se encontram na Constituição Federal. Assim, antes de iniciarmos o estudo específico da disciplina, necessário se faz apresentar alguns conceitos geralmente estudados no Direito Constitucional e da Ciência do Direito.

direitoDesde que o homem passou a viver em sociedade, abdicou de uma parcela

de sua liberdade, buscando, como contrapartida, normas e regras que garantissem sua segurança e os seus direitos. Assim, surge a necessidade do DIREITO, enquanto conjunto de normas de conduta, impostas coativamente por um Estado politicamente organizado, traduzindo-se em princípios reguladores do convívio social tendentes a realizar a busca pela Justiça1.

O Direito, enquanto ciência jurídica, é dividido, somente para fins didáticos, em diversos ramos. Reconhecem-se dois grandes ramos, consoante a sua destinação: ramo do direito público e ramo do direito privado.

vamos ao primeiro conceito da nossa disciplina:

coNceito de direito admiNistrativo

É um ramo do direito Público formado por um conjunto de normas e princípios que disciplinam a função administrativa do ESTADO.

Aspecto Constitucional: objetivo a estruturação do ESTADO. Aspecto Administrativo: objetivo prestação do serviço público, direito

público, estudo dos entes, órgãos, entidades, terceiros vinculados e agentes públicos na busca da finalidade o interesse público.

1 MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª ed., Niterói: Impetur, 2013, p. 1.

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Outros conceitos de Direito Administrativo

Hely Lopes meirelles: conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Consoante o próprio autor, esse conceito exige uma análise pormenorizada, o que será feito por partes.

Incialmente, trata-se de um conjunto harmônico de princípios jurídicos, sistematização indispensável para a definição de uma disciplina autônoma, já que esta não poderia existir, enquanto ciência, sem princípios teóricos próprios, ordenados e verificáveis na prática, o que constitui o regime jurídico administrativo.

Esses princípios regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, disciplinando os atos da Administração Pública praticados, nessa qualidade, além da ordenação de sua estrutura e de seu pessoal, independentemente de essa atividade administrativa.2

maria sylvia Zanella di Pietro: ramo do Direito Público que tem por objeto os órgãos, os agentes e as pessoas jurídicas administrativas que integram Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.

Questão de Prova:Julgue o item seguinte, acerca do direito administrativo e da prática dos atos administrativos.1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2015) Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais da coletividade.

2 Celso Antônio Bandeira de Mello alerta que certas atividades recobertas pela função administrativa do Estado são excluídas do estudo do Direito Administrativo e ganham uma disciplina própria, como ocorre com o Direito Tributário, o Direito Financeiro, o Direito Previdenciário e outros. Essa divisão é atribuída, segundo o autor, ao crescimento significativo de normas relativas a esses temas, além da necessidade de aprofundamento de seus estudos ante a importância que ganharam na vida social. (Curso de Direito Administrativo. 26ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2009, p. 38).

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comentário: Dessa forma, o Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, uma vez que rege a organização e o exercício de atividades do Estado e se direciona na busca dos interesses da coletividade.Gabarito: certo.

José dos santos carvalho Filho: Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto o estudo das normas jurídicas relativas ao exercício da função administrativa. Ou seja, é o conjunto de regras que se impõe às pessoas jurídicas de direito público e às pessoas jurídicas de direito privado que exercitam função administrativa, estas últimas como delegadas do Estado, realizando os fins desejados pela ordem jurídica e, idealmente, o bem comum.

marçal Justen Filho3: estabelece que “O Direito Administrativo é o conjunto das normas jurídicas de direito público que disciplinam as entidades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais e a organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho”.

Questão de Prova:Julgue o item subsequente, relativo ao direito administrativo.2. (Cespe/MPE-PI/Analista Ministerial/Área Administrativa/2012) O direito administrativo, ao reger as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado, visa à tutela dos interesses privados.comentário: O Direito Administrativo é um ramo do direito público, pois rege as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado, mas protege o interesse da coletividade, ou seja, existindo conflito entre o interesse público e o interesse particular, deverá prevalecer o primeiro, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os direitos e garantias individuais expressos na Constituição, ou dela decorrentes. Gabarito: errado.

3 JUSTEN FILHO, Marçal – Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte. Editora Fórum, 7ª Ed. 2011.

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Viu? Não é tão difícil como parece no primeiro momento.

vamos ao segundo conceito da nossa disciplina:

estado, GoverNo e admiNistraçÃo

Requisitos de acordo com o artigo 1º da Convenção Panamericana sobre Direitos

e Deveres dos Estados, celebrada em Montevidéu:

o estado, como pessoa de direito internacional, deve reunir os seguintes

requisitos:

• a) população permanente;

• b) território determinado;

• c) Governo; e

• d) a capacidade de entrar em relações com os demais Estados.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.

o conceito de estado varia segundo o ângulo em que é considerado.

Do ponto de vista sociológico

É corporação territorial dotada de um poder de mando originário.

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Sob o aspecto político

É comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção.

Sob o prisma constitucionalestado: é a pessoa jurídica territorial soberana, formada por três elementos:

1 Povo = brasileiros natos e naturalizados. Fique atento(a): Art. 12. São brasileiros:i - natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;ii - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários

de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

2 território = o Território de um Estado pode atingir dimensões variáveis – grandes, médias ou pequenas –, lembrando que, na sua extensão inclui-se: as doze milhas náuticas; o espaço aéreo; o espaço subterrâneo; os rios, lagos e mares e os portos.

Fique atento(a)! O território nacional, em sentido jurídico, pode possuir contornos inexatos conforme se verifica:– Na delimitação da projeção vertical do espaço aéreo.– Na abrangência de áreas físicas que vão além dos limites e das fronteiras ditadas

por esta.

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3 Governo soberano = é elemento constitutivo do Estado que representa o poder de internamente submeter a todos que nele se encontrem e externamente se relacionar igualmente com outros Estados.

atenção! Soberania como poder absoluto (segundo a corrente clássica do direito internacional), indivisível e incontrastável; independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna. Fique atento(a)! Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (Art. 1º parágrafo único da CF/88).

atenção!

• Povo: conjunto de nacionais de um estado, ou seja, nato e naturalizados.

• População: conjunto de nacionais + estrangeiros + apátridas.

obs.: como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do Direito

Público como no do Direito Privado, mantendo sempre sua única personalidade de

Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente

superada.

Normalmente, na prova, são estes os detalhes que costumam ser abordados nas

questões referentes ao conceito e aos elementos do Estado. Muitas vezes, o examinador

complica bastante para apresentar a afirmação, e faz com que o candidato não entenda

o que está sendo cobrado, mas se você prestar atenção vai perceber que lá estará

apresentado exatamente o que vimos até agora, ou seja, os três elementos do Estado,

quais sejam: povo, território e Governo soberano.

atenção!Não se admite Estado independente sem soberania, isto é, sem esse poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se, segundo a vontade livre de seu povo e de fazer cumprir as suas decisões, inclusive pela força, se necessário.

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DIREITO PÚBLICO direito PrivadoO direito público se refere ao conjunto das normas jurídicas de natureza pública, compreendendo tanto o conjunto de normas jurídicas que regulam a relação entre o particular e o Estado, como o conjunto de normas jurídicas que regulam as atividades, as funções e organizações de poderes do Estado e dos seus servidores.

direito privado é o ordenamento jurídico que rege os interesses particulares. Questões como patrimônio familiar e sucessões são matéria do direito Privado, que está dividido entre o direito Civil e o direito Empresarial.

O nosso Código Civil caracteriza o Estado como pessoa jurídica de direito público interno (arts. 40 e 41). Portanto, o Estado é um ente personalizado, ou seja, é um sujeito capaz de adquirir direitos e obrigações na ordem jurídica, podendo se relacionar tanto internamente – com seus servidores e empregados, com os cidadãos, com as empresas etc. – quanto externamente – com outros Estados soberanos (“países”).

Questão de Prova:Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.3. (Cespe/Prefeitura de Fortaleza-CE/Procurador do Município/2017)A regulação das relações jurídicas entre agentes públicos, entidades e órgãos estatais cabe ao direito administrativo, ao passo que a regulação das relações entre Estado e sociedade compete aos ramos do direito privado, que regulam, por exemplo, as ações judiciais de responsabilização civil do Estado. comentário: O Direito Administrativo regula não só as relações travadas entre a Administração Pública e aqueles que possuem com ela um vínculo jurídico especial, mas também as suas relações com os particulares. Cite-se como exemplo, os contratos administrativos que dependem de prévia licitação para serem efetivados. Excetuadas algumas situações particularizadas, todas as relações jurídicas travadas pelo Estado são reguladas pelo direito administrativo. Gabarito: errado.

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Questão de Prova:Acerca do direito administrativo e do conceito de Estado, julgue o seguinte item.4. (Cespe/TCE-RO/Analista de Informática/2013) O Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.comentário: O Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano. Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para a noção de um estado independente: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade. O Estado é um ente personalizado, apresentando-se – tanto nas relações internacionais, no convívio com outros estados soberanos, quanto internamente – como sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.Gabarito: correto.

vamos ao terceiro conceito da nossa disciplina:

Formas de estado

UNitÁrio Federadoo poder é centralizado, só existe um único centro de poder político no país.

o estado federado é marcado pela descentralização do poder, a partir da repartição constitucional de competência entre os entes federados autônomos.

exemplo: Portugal Exemplo: RFB

atenção! A Federação pode ocorrer por agregação (CENTRÍPETA) ou desagregação (CENTRÍFUGA).

FederaçÃo ceNtríPeta FederaçÃo ceNtríFUGaOcorre quando Estados independentes unem-se para formar um único Estado Federal.

Ocorre quando um Estado unitário se reparte entre entidades federadas autônomas.

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AGREGAÇÃO: movimento de fora para dentro.

DESAGREGAÇÃO: movimento de dentro para fora.

Exemplo: Estado Unidos da América. Exemplo: Brasil.

coNFederado. Também marcado pela existência de mais de um poder político no mesmo território (descentralização política). A diferença entre a Federação e a Confederação encontra-se, sobretudo, nas seguintes características:

FederaçÃo coNFederaçÃoÉ regida por uma CONSTITUIÇÃO. É regido por um TRATADO. Entes dotados de autonomia. Entes dotados de soberania. Vedado a secessão (separação). Possibilidade de secessão.

Essa parte da matéria é objeto de estudo do Direito Constitucional, mas alguns conceitos básicos devem ser observados no estudo do Direito Administrativo, ou seja, vamos para cima!

Características do Federalismo Brasileiro

Possui uma cF rígida quanto à estabilidade; É cláusula pétrea a Federação como forma de estado; Não há direito de secessão (art. 1º, caput, da cF); Federalismo assimétrico (cooperativo); Soberania é um atributo da RFB (art. 1º, caput, da cF); ----------RFB (PJ de Direito Público EXTERNO) SOBERANIA;-------------------UNiÃo (PJ de direito Público iNterNo) aUtoNomia.

Federalismo de 3º grau (União, estados e municípios) (antes da cf/88 era de 2º grau, pois não reconhecia os municípios).

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Forma de GoverNo. (É a relação entre governantes e governados).

REPÚBLICA moNarQUia eLetividade

temPoraLidade

RESPONSABILIDADE

Hereditariedade

vitaLiciedade

IRRESPONSABILIDADE

SISTEMA DE GOVERNO (relação entre Poder Executivo e Poder Legislativo)

PresideNciaLismo ParLameNtarismo iNdePeNdÊNcia c H e F i a m o N o c r Át i c a o U

UNiPessoaL maNdato Por PraZo certo

INTERDEPENDÊNCIA (dependência mútua)

cHeFia dUaL PraZo iNcerto

O sistema presidencialista não está previsto expressamente na CF, pois em 1993 houve um plebiscito que escolheu a forma de governo República e sistema de governo Presidencialista (vide o art. 2º, do ADCT).

Funções do Presidente chefe de estado; chefe de Governo; chefe das Forças armadas (art. 84, xiii, da cF); chefe da administração Pública (art. 84, ii, da cF).

obs.: a chefia da administração pública, por simetria, deve ser repassada aos Estados, DF e Municípios.

ateNçÃo! estado x GoverNo x admiNistraçÃoestado, Governo e administração são termos que andam juntos e muitas vezes

confundidos, embora expressem conceitos diversos nos vários aspectos em que se apresentam.

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1 estado é a nação politicamente organizada detentora de SOBERANIA. O ESTADO DE DIREITO é o estado politicamente organizado, que obedece às suas próprias leis.

1.1. elementos do estado: – POVO (elemento subjetivo); – TERRITÓRIO (elemento objetivo); e – GOVERNO SOBERANO: soberania como poder absoluto (segundo a corrente

clássica do direito internacional), indivisível e incontrastável; independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.

1.2. Poderes do estado: não são poderes da ADMINISTRAÇÃO, mas funções do Estado denominadas, sem o devido rigor técnico, de: PODER EXECUTIVO, LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO. A tripartição de Montesquieu é adotada no texto constitucional, tendo por finalidade o equilíbrio entre os Poderes, de modo a evitar a supremacia de qualquer deles sobre o outro (Carvalho F., Cap. 1). A nossa Constituição estabelece expressamente que são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (CF, art. 2º), bem assim veda que haja deliberação sobre Emenda à Constituição tendente a abolir a separação dos Poderes (CF, art. 60, §4º, III).

1.3. Funções do estado (típica e atípica): são decorrentes dos poderes. FUNÇÃO é o exercício de uma atividade em nome e interesse de outrem. FUNÇÃO PÚBLICA é o exercício de atividade em nome e interesse do POVO. Entretanto, no Brasil, não há exclusividade no exercício dessas funções, não há uma rígida, absoluta, divisão dos Poderes, mas sim preponderância na realização desta ou daquela função. Assim, embora os Poderes tenham funções precípuas (funções típicas), a própria Constituição autoriza que também desempenhem funções quais normalmente pertenceriam a Poder diverso (funções atípicas). São as chamadas ressalvas (ou exceções) ao princípio da separação dos Poderes.

a. FUNçÃo tíPica: é a função principal (preponderante) do poder, o motivo pelo qual o poder foi criado. EXEMPLO: legislativo fazer lei; Executivo administrar; judiciário julgar.

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b. FUNçÃo atíPica: é a função secundária do poder. EXEMPLO: legislativo fazendo licitação; Executivo editando medida provisória; judiciário fazendo licitação.

Questão de ProvaCom relação a Estado, governo e administração pública, julgue os itens seguintes.5. (Cespe/MI/Analista Técnico/Administrativo/2013) Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica.comentário: Os conceitos de governo e administração são diferentes, embora guardem estreita relação. Assim, o conceito de Governo é o conjunto de poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado. É o comando a ser seguido pelo Estado. As atribuições do governo decorrem da Constituição Federal. Para que o Estado seja independente, há a necessidade de governo soberano. soberania é independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna. Já administração podemos conceituá-la de várias formas4:a)sentido amplo: envolve o governo(que traça as diretrizes) e a administração em sentido estrito(vai executar as diretrizes do governo);b)sentido estrito: envolve apenas a execução. A administração é o instrumento que se vale o Estado para pôr em prática as opções políticas de Governo.c)sentido formal, subjetivo ou orgânico: A Administração Pública é o conjunto de agentes, órgãos(centros de decisões) e pessoas jurídicas instituídos para consecução dos fins do Governo, que é o comando, a iniciativa.d)sentido material, objetivo ou funcional: é a própria atividade administrativa executada pelo Estado por meio de seus órgãos e entidades. Abrangem atividades como a polícia administrativa, os serviços públicos.Gabarito: certo.

Características das funções típicas:1.3.1. Função Legislativa: consiste na elaboração de leis. É a função legiferante.

É uma função abstrata. É uma função geral com repercussão erga omnes. É a única função que inova o ordenamento jurídico.

4 ANDRADE, Flávia Cristina. Direito Administrativo .6ª ed., editora Impetus.

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1.3.2. Função Judiciária: consiste na solução de conflitos, aplicando coativamente as leis. É uma função concreta (exceto o controle direto de constitucionalidade). É uma função indireta, porque depende de provocação. Não inova o ordenamento jurídico. Produz imutabilidade jurídica, ou seja, a intangibilidade jurídica ou coisa julgada, isto é, somente a decisão judiciária é definitiva.

1.3.3. Função executiva ou administrativa: o Poder executivo realiza a função administrativa – “aquela exercida pelo Estado ou por seus delegados, subjacente à ordem constitucional e legal, sob regime de direito público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem jurídica” (Carvalho F.). É uma função concreta. É uma função direta. Não inova o ordenamento jurídico, pois, não revoga o atual estabelecendo um novo (MEDIDA PROVISÓRIA é uma função atípica). É uma função capaz de ser revista, não produz coisa julgada. COISA JULGADA ADMINISTRATIVA não é uma verdadeira coisa julgada, mas sim a mera imutabilidade da decisão dentro da seara administrativa, não impedindo, no entanto, sua revisão pelo Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, da CF/88). Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, função administrativa é a função que o Estado, ou quem lhes faça as vezes, exerce na intimidade de uma estrutura e regime hierárquicos e que no sistema constitucional brasileiro se caracteriza pelo fato de ser desempenhada mediante comportamentos infralegais ou, excepcionalmente, infraconstitucionais, submissos todos a controle da legalidade pelo Poder Judiciário.

1.3.4. Função de Governo: existem algumas funções que não podem ser enquadradas em nenhuma das acima.

exemPLo: quando o Estado declara guerra. É a função que regula a atuação superior do Estado. A função administrativa se preocupa com as questões rotineiras ou costumeiras. A função de governo fica além das atividades meramente rotineiras.

exemPLos: declaração de estado de defesa ou de estado de sítio, iniciativa de lei, sanção e veto do presidente, declaração de guerra, celebração de paz. Note-se que há divergência sobre essa classificação.

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Questão de ProvaCom relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.6. (Cespe/MI/Analista Técnico/Administrativo/2013) Consoante as regras do direito brasileiro, as funções administrativas, legislativas e judiciais distribuem-se entre os poderes estatais — Executivo, Legislativo e Judiciário, respectivamente —, que as exercem de forma exclusiva, segundo o princípio da separação dos poderes.comentário: Levando em consideração a organização do Estado e seus respectivos Poderes, ou seja, Executivo, Legislativo e Judiciário, pois todos exercem uma função típica e atípica. Dessa forma, fica clara uma flexibilidade ou mesmo o caráter harmônico entre os Poderes, pois um exerce a função do outro de modo típico ou atípico, não existe a exclusividade como afirma a questão. Gabarito: errado.

2. GoverNo: é o comando, é a direção do Estado. exemPLo: atos de soberania e autonomia. No âmbito do Direito Administrativo, a expressão Governo tem sido utilizada

para designar o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado. O Governo tem a incumbência de zelar pela direção suprema e geral do Estado, determinar seus objetivos, estabelecer suas diretrizes, visando à unidade da soberania estatal.

3. admiNistraçÃo: está relacionada à estrutura para exercício da função pública. Trata-se do aspecto estrutural da administração pública. Pode ser dividida em:

ADMINISTRAÇÃO FORMAL ou ORGÂNICA ou SUBJETIVA: está relacionada à máquina administrativa, ou seja, à estrutura. Quem realiza a atividade. Conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas destinadas à execução das atividades administrativas – todo o aparelhamento de que dispõe o Estado para a consecução das políticas traçadas pelo Governo. Designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas (entidades), órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa (Maria Sylvia Zanella Di Pietro).

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ADMINISTRAÇÃO MATERIAL ou OBJETIVA: é a atividade administrativa

propriamente dita. Corresponde ao conjunto de funções ou atividades administrativas

que são públicas, consistentes em realizar concreta, direta e imediatamente os fins

constitucionalmente atribuídos ao Estado, por isso mesmo denominadas atividades

finalísticas da Administração Pública (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). Assim, a função

administrativa (administração pública em sentido objetivo, material ou funcional)

engloba:

● a prestação de serviços públicos;

● o exercício do poder de polícia;

● a intervenção no domínio econômico: pode ocorrer indiretamente, por

meio da regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza

privada, bem como diretamente, por meio da atuação direta do Estado na

atividade econômica, nos termos do art. 173 da CF, normalmente mediante

empresas públicas e sociedades de economia mista.

● a atividade de fomento: o fomento abrange a atividade administrativa de

incentivo à iniciativa privada de utilidade pública (como, p. ex., o incentivo

que se dá a entidades como o SESC, SENAI, SEBRAE etc.).

Exemplos de atividades de fomento desenvolvidas pelo Estado:

I. auxílios financeiros ou subvenções, por conta dos orçamentos públicos;

II. financiamento, sob condições especiais, para a construção de hotéis e outras

obras ligadas ao desenvolvimento do turismo, para a organização e o funcionamento

de indústrias relacionadas com a construção civil, e que tenham por fim a produção em

larga escala de materiais aplicáveis na edificação de residências populares, concorrendo

para seu barateamento;

III. favores fiscais que estimulem atividades consideradas particularmente

benéficas ao progresso material do país;

administração Pública

Em sentido estrito, o conceito de administração pública envolve todo o

aparelhamento estatal voltado à execução das políticas públicas.

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Pode ser conceituada sob dois aspectos:SUBJETIVO (Orgânico ou Formal) OBJETIVO (Material ou Funcional) Órgãos. Entidades Agentes públicos.

Quem faz?

Serviços públicos. Fomento Polícia Administrativa Intervenção Administrativa

o que é feito?

ateNçÃo!

O conceito de administração pública também pode ser tomado em sentido

amplo, abrangendo, assim, os órgãos superiores de governo que exercem função

política, da mesma forma que os órgãos, agentes e entidades que exercem função

meramente administrativa, isto é, de execução dos programas de governo.

Aluno (a), fique muito atento com esses aspectos da Administração Pública, pois será de grande importância para o entendimento do nosso curso!

Atividades Públicas da Administraçãoserviço Público É toda atividade que a Administração executa, direta ou

indiretamente, para satisfazer à necessidade pública. Fomento Incentivo à iniciativa privada de utilidade pública

(subvenções sociais). Polícia Administrativa É o chamado poder de polícia, que restringe o exercício

dos direitos individuais em benefício do interesse coletivo.

Intervenção Administrativa Regulamentação e fiscalização de atividade econômica (agências reguladoras), bem como a própria atuação do Estado por meio de suas empresas (empresas públicas e sociedade de economia mista).

Iremos estudar passo a passo as características de cada atividade da administração nas próximas aulas.

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AULA DEMONSTRATIVA!

Atenção! Os Estados-membros, DF e Municípios têm autonomia!

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

capacidade dos entes Federados:Fiquem atento(a)! UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS sÃo eNtes aUtoNomos, conforme o artigo 18, da CF/88.

o - Auto-organização: é a capacidade de criar constituições estaduais e lei orgânica municipal.

L - AutoLegislação: é a capacidade de criar leis.

G - AutoGoverno: é a capacidade de escolher os governantes.

a - autoadministração: é a capacidade de realizar serviços públicos.

Obs.: Não existe hierarquia entre os entes federados, e sim competências divergentes.

ateNçÃo!

A soberania é característica própria dos Estados independentes, indicando que possuem poder absoluto para se organizar e se conduzir segundo a livre vontade de seu povo. A vontade do Estado, derivada da vontade de seu povo, se manifesta por meio dos denominados Poderes de Estado.

vamos ao próximo conceito da nossa disciplina:

FUNções do estado

A Teoria dos Poderes, desenvolvida por Montesquieu, em L’Esprit des Lois, em 1748. Posteriormente, na França, após a Revolução, em 1789, definiu-se a tripartição das funções do Estado em:

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AULA DEMONSTRATIVA!

Função típica ou Principal Função Atípica ou SecundáriaPoder execUtivo admiNistrar LeGisLar\JULGar

MINISTÉRIO PÚBLICOPoder LeGisLativo LeGisLar \FiscaLisar admiNistrar\JULGarPoder JUdiciÁrio JULGar a d m i N i s t r a r \ L e G i s L a r

(reGimeNto iNterNo).

Na verdade, a tripartição dos Poderes não gera absoluta divisão de poderes e

de funções, mas sim distribuições de três funções estatais precípuas, mesmo porque

o poder estatal é UNo e iNdivisíveL.

Questão de Prova:

Acerca da organização administrativa da União, da organização e da responsabilidade

civil do Estado, bem como do exercício do poder de polícia administrativa, julgue o

item que se segue.

7. (Cespe/DPU/Analista Técnico/Administrativo/2016) A repartição do poder estatal em

funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não descaracteriza a sua unicidade

e indivisibilidade.

comentário:

O Poder é Uno, Indivisível, o que existe é uma distribuição de funções. Função Legislativa,

Função Executiva e Função Jurisdicional, ou seja, a capacidade de produzir, aplicar e

proteger o direito, respectivamente. Umas preponderam as outras atividades, sendo

Típica de um e Atípica de outros.

Gabarito: certo.

Questão de Prova:

Em relação à administração pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue

o item a seguir.

8. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A função administrativa é

exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes

da República.

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AULA DEMONSTRATIVA!

comentário:

A função administrativa não é exclusividade do Poder Executivo, já que, de maneira

atípica, é exercida pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário. Apesar de ser

característica do Poder Executivo, possuindo repercussão imediata na coletividade; as

atividades administrativas realizadas pelos outros poderes, são atividades de apoio às

suas funções principais.

Gabarito: errado.

Questão de Prova:

Acerca de Estado, governo e administração, julgue o item a seguir.

9. (Cespe/MS/Analista Técnico/Administrativo/2013) A tripartição de funções é absoluta

no âmbito do aparelho do Estado.

comentário:

O Brasil adota a clássica tripartição de Poderes (Executivo, Legislativo, e Judiciário

– art. 2º da CF/1988), a qual, diferentemente da inicialmente desenhada

por montesquieu, não é rígida (absoluta), de tal sorte a comportar situações em que

os demais Poderes (Legislativo e Judiciário) também administram (atipicamente)

Gabarito: errado.

Art. 2º da CF/88. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

obs.:

A FUNÇÃO ATÍPICA do poder executivo não está expressa na constituição, mas a doutrina defende que o poder executivo poderá julgar por exemplo, julgamento do CADE para acabar com o monopólio nos postos de combustíveis de BRASÍLIA.

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AULA DEMONSTRATIVA!

FUNçÃo tíPica: é a função principal (preponderante) do poder, o motivo

pelo qual o poder foi criado.

exemPLo: o Poder Legislativo fazer lei e fiscalizar; Poder Executivo

administrar; e o Poder Judiciário julgar.

FUNçÃo atíPica: é a função secundária do poder.

exemPLo: o Poder Legislativo fazendo licitação, ou seja, administrando ou

até julgando o Presidente por Crime de Responsabilidade; Poder Executivo

editando medida provisória; e o Poder Judiciário realizando um concurso

público ou licitação.

ateNçÃo!

Para o estudo do Direito Administrativo, em particular, a função que mais interessa é a função administrativa, pela qual o Estado, aplicando a lei, cuida da gestão de todos os seus interesses e os de toda a coletividade.

Di Pietro ensina que a função administrativa caracteriza-se por prover de maneira imediata e concreta as exigências individuais ou coletivas para a satisfação dos interesses públicos preestabelecidos em lei. Trata-se, portanto, dos atos do Poder Público que produzem efeitos concretos na sociedade como a realização de uma compra, a contratação de um servidor, a prestação de um serviço –, o que é diferente da produção de uma lei, por exemplo, que produz efeitos gerais e abstratos.

Por ser muito ampla e abranger uma gama de situações, alguns autores preferem enxergar a função administrativa como uma função residual: excluída a função legislativa, pela qual se criam normas jurídicas, e a jurisdicional, que se volta especificamente para a solução de conflitos de interesses, todo o restante espelha o exercício da função administrativa.

vamos ao próximo conceito da nossa disciplina:

Sistema Administrativo

É o meio pelo qual o Estado controla a atuação administrativa. Existem dois

sistemas:

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AULA DEMONSTRATIVA!

a.) Francês

Também conhecido como sistema da dualidade de jurisdição, é aquele em que o Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas. Estas estariam sujeitas apenas à jurisdição especial do contencioso administrativo.

O sistema do contencioso francês é aplicado, com as devidas adaptações, em países como a suíça, Finlândia, Grécia, turquia e Polônia.

atenção! Não é o sistema adotado no Brasil.

No sistema francês, a correção, anulação ou reforma dos atos da Administração Pública são promovidas no âmbito da própria Administração, mediante a atuação de tribunais de índole administrativa, sem necessidade ou possibilidade de se levar os litígios à apreciação do Poder Judiciário, o qual permanece responsável apenas pela solução dos litígios que não envolvam a Administração Pública.

b.) Inglês (art. 5º, xxxv, da cF. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito).

É aquele em que todos os litígios – de natureza administrativa ou que envolvam interesses exclusivamente privados – podem ser levados ao Poder Judiciário.

obs.: tal dispositivo carrega o chamado princípio da inafastabilidade (ou inarredabilidade) de jurisdição, ostentando status de cláusula pétrea constitucional.

ateNçÃo!

A possibilidade jurídica de submeter efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de lesão de direito a algum tipo de controle, seja pela própria Administração como pelo Judiciário denomina-se princípio da sindicabilidade.

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AULA DEMONSTRATIVA!

imPortaNte!

As decisões dos órgãos administrativos, em regra, não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na via judicial. Não obstante, existem situações nas quais o exaurimento ou a utilização inicial da via administrativa é condição para acesso ao Poder Judiciário, a saber:]

O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após se esgotarem as instâncias da Justiça Desportiva. Cabe destacar que a Justiça Desportiva é uma via administrativa, pois o artigo 92 da Constituição não a inclui como órgão do Poder Judiciário.

O ato administrativo, ou a omissão da Administração Pública, que contrarie súmula vinculante só pode ser alvo de reclamação ao Superior Tribunal Federal depois de esgotadas as vias administrativas (Lei nº 11.417/2006, art. 7º, §1º);

É indispensável para caracterizar o interesse de agir no habeas data à provado anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo. Assim, exige-se que primeiro tenha que ter ocorrido uma negativa ou omissão da via administrativa para que, posteriormente, obtenha-se o acesso ao Poder Judiciário.

A Lei nº 12.016/09 previu que o mandado de segurança não é cabível quando “caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução” (art. 5, I)

O STF (RE 631.240) firmou a orientação de que, em regra, é necessário o prévio requerimento administrativo para ficar caracterizado o interesse de agir em ações judiciais contra o iNss relativas à concessão de benefícios previdenciários. Tal exigência, contudo, não se confunde com o exaurimento das vias administrativas, pois quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado, ele poderá buscar diretamente a via judicial.

vamos ao próximo conceito da nossa disciplina:

Fontes do Direito AdministrativoConsideram-se fontes de uma determinada disciplina aquelas regras ou

comportamentos que provocam o surgimento de uma norma posta.

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AULA DEMONSTRATIVA!

Essa parte do conteúdo o aluno deve levar em consideração que existem

divergências, mas as principais fontes do Direito Administrativo são:

Leis;

Doutrina;

Jurisprudência; e

Costumes.

As principais fontes do Direito Administrativo são:

No Brasil, a lei em sentido amplo é a mais importante fonte do Direito Administrativo. Alguns autores destacam que a Lei é a fonte Primária do Direito Administrativo.

Com efeito, um dos pilares básicos de nosso ordenamento jurídico é o princípio da legalidade administrativa, segundo o qual a Administração Pública somente pode fazer o que a lei autorizar ou determinar.

obs.: somente a lei, amplamente considerada, pode criar originariamente normas

jurídicas, sendo por isso, para parte da doutrina, a ÚNICA FONTE DIRETA DO DIREITO

ADMINISTRATIVO.

Fique atento(a)!

Além das normas jurídicas produzidas internamente, alguns autores também

consideram os tratados e acordos internacionais como fontes de Direito Administrativo.

Como exemplo da influência que essas avenças internacionais exercem sobre

o Direito Administrativo, veja-se a Convenção das Nações Unidas contra a corrupção

firmada no ano de 2003, determinando aos países signatários, dentre outras medidas,

a necessidade de fixação de regras em matéria de contratos públicos e licitações, sobre

servidores públicos, sobre o orçamento público etc.

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AULA DEMONSTRATIVA!

As regras aprovadas na referida Convenção resultaram no Decreto nº 5.687/2006,

constituindo fonte da maior relevância para o Direito Administrativo.

secundária:

doutrina: os estudiosos do Direito Administrativo, de forma semelhante ao que ocorre

nos demais ramos do Direito e também em outras ciências, formulam teses e teorias

com a finalidade de explicar o objeto do seu estudo, no caso, o conteúdo das normas

administrativas, indicando seu entendimento acerca da melhor interpretação ou

das interpretações possíveis dessas normas. A esse conjunto de teses e construções

teóricas dá-se o nome de doutrina.

Jurisprudência: a jurisprudência nasce quando o Judiciário adota reiteradas decisões

semelhantes a respeito de determinada matéria, ou seja, são os entendimentos

precedentes sobre determinado assunto que balizam o exame de futuros casos.

Fique atento(a): Além da jurisprudência oriunda das decisões do Poder Judiciário, as

decisões proferidas por determinados tribunais administrativos também

possuem importância para o Direito Administrativo no Brasil. A jurisprudência do

Tribunal de Contas da União (TCU) em matéria de licitações ou de pessoal, por exemplo,

constitui importante parâmetro para a Administração Pública.

Atenção! Uma decisão isolada não é uma Jurisprudência! Vale o ditado popular “

uma andorinha só não faz verão. ”

costumes: uma vez que em nosso ordenamento jurídico impera o princípio da

legalidade, os costumes perderam muito da importância que possuíam noutros tempos

como fonte do Direito Administrativo. Não obstante, ainda exercem alguma influência,

principalmente, para preencher deficiências e lacunas da legislação.

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AULA DEMONSTRATIVA!

obs.: para lembrar as características que devem estar presentes nos costUmes que poderão ser aceitos como fontes do Direito Administrativo:

r Reiterado U Uniforme c Contínuo o ObrigatórioOu seja, para que o costume seja fonte do Direito Administrativo, deve-se

configurar como uma prática reiterada, uniforme, contínua de determinado ato, com a convicção de sua obrigatoriedade.

ateNçÃo!

Alguns autores incluem, ainda, como fonte desse ramo, os PriNcíPios Gerais do direito, que são critérios maiores, às vezes até não escritos, percebidos pela lógica ou por indução.

obs.: segundo Celso Antônio Bandeira de Mello5 os princípios gerais do direito “são vetores normativos subjacentes ao sistema jurídico-positivo, não, porém como um dado externo, mas como uma inerência da construção em que se corporifica o ordenamento”: são teses jurídicas genéricas que informam o ordenamento do Estado, conquanto não se achem expressos em texto legal específico.

exemplos: ninguém será punido antes de ser ouvido; não é permitido o enriquecimento ilícito; ninguém se beneficiará da própria malícia.

Questão de Prova:Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.10. (Cespe/Prefeitura de Fortaleza-CE/Procurador do Município/2017) Conforme a doutrina, diferentemente do que ocorre no âmbito do direito privado, os costumes não constituem fonte do direito administrativo, visto que a administração pública deve obediência estrita ao princípio da legalidade.comentário:Como analisamos as fontes do Direito Administrativo são: leis, jurisprudência, doutrina e os costumes, mas de acordo com a doutrina, os costumes podem ser de três ordens:

5 Curso de Direito Administrativo. 26ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2009, p. 123.

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(a) secundum legem (previstos na própria lei);(b) praeter legem (visam ao preenchimento de lacunas normativas);(c) contra legem (direcionam-se em sentido contrário ao que dispõe a lei).Com exceção do costume contra legem, os costumes são sim considerados fontes do direito administrativo. Gabarito: errado.

Questão de Prova:Em relação ao objeto e às fontes do direito administrativo, julgue os itens seguintes. 11. (Cespe/INPI/Analista de Planejamento/Direito/2013) Considerada fonte secundária do direito administrativo, a jurisprudência não tem força cogente de uma norma criada pelo legislador, salvo no caso de súmula vinculante, cujo cumprimento é obrigatório pela administração pública. comentário: No estudo do Direito Administrativo, destacam-se as seguintes fontes: a lei, a doutrina, a jurisprudência, os costumes e os princípios gerais do direito. A lei é a fonte primordial e primária do Direito Administrativo. Por sua vez, a jurisprudência é o conjunto de decisões judiciais reiteradas em um mesmo sentido. Ela, em geral, não obriga o Poder Executivo nem os órgãos do próprio Poder Judiciário, isto é, a jurisprudência não tem força cogente. É uma fonte secundária, mediata, não gerando direitos para os particulares; contudo, por meio da emenda constitucional nº 45, de 30/12/2004, foi acrescentado o art.103-A, na Constituição Federal, que possibilita a edição de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, cujo cumprimento é obrigatório pela administração pública e pelos demais órgãos do Poder Judiciário.Gabarito: certo.

Questão de Prova:12. (Cespe/TJ-RR/Administrador/2012) A jurisprudência, fonte não escrita do direito administrativo, obriga tanto a administração pública como o Poder Judiciário.comentário: A jurisprudência (reiteração de julgados), fonte não escrita e secundária, não obriga os Três Poderes, ou seja, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário podem decidir contrário à jurisprudência, mas vale salientar, porém, que as Súmulas Vinculantes do

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STF obrigam o Poder Executivo (ADM Pública), o MP e o Judiciário, mas NÃO vinculam o Legislativo e o próprio STF.Gabarito: errado

vamos ao próximo conceito da nossa disciplina:

reGime JUrídico admiNistrativo

Conjunto de todos os princípios do Direito Administrativo. São prerrogativas e obrigações que a Administração possui para exercer a função administrativa.

existem dois grandes princípios que norteiam esse regime:a.) Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado.

Nas palavras de Marcos Bittencourt6: “o princípio da supremacia de interesse público atribui um status especial ao Estado frente ao particular” razão pela qual, inclusive, vige a presunção de legalidade dos atos praticados pelas entidades do Estado.

O interesse público é supremo sobre o interesse particular, e todas as condutas estatais têm como finalidade a satisfação das necessidades coletivas.

Nesse sentido, os interesses da sociedade devem prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos, ou seja, quando houver um conflito entre o interesse público e o privado, aquele prevalecerá.

Ressalta-se, ainda, que, na teoria, a atuação do administrador não visa o interesse do indivíduo, mas, do grupo social em sua totalidade e, se assim não ocorrer, a conduta estatal sofrerá de Desvio de Finalidade, o que não está amparada pelo direito.

atenção! Não se trata de um princípio expresso, ou seja, não está escrito no texto constitucional, embora existam inúmeras regras que impliquem em suas manifestações de forma concreta; para isso podemos nos referir a institutos correlatos dispostos na cF como a possibilidade de:

6

6 BITTENCOURT, Marcos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Fórum Editora, 4ª ed., 2011.

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desapropriação (art. 5º xxiv, da cF/88). Requisição Administrativa (Art. 5º XXV, da CF/88).

Dentre estas outras prerrogativas verificamos: A autoexecutoriedade e a coercibilidade, assim como a presunção de

legitimidade dos atos administrativos. A possibilidade de alterar unilateralmente os Contratos Administrativos, assim

como a garantia de rescisão unilateral por motivo de interesse público ou em virtude do inadimplemento do particular, como forma de proteção dos hipossuficientes.

Definição de privilégios tributários para as pessoas jurídicas de Direito Público, nos termos da Constituição Federal.

Definição de bens públicos como garantia de impenhorabilidade, criando um regime de pagamento de débitos judiciais mediante precatórios, além de imprescritibilidade e não onerabilidade.

Poder de Polícia do Estado (iremos aprofundar o conhecimento neste tema nas próximas aulas).

b.) Indisponibilidade do Interesse Público

Define os limites da atuação administrativa e decorre do fato de que a impossibilidade de abrir mão do interesse público deve estabelecer ao administrador os seus critérios de conduta.

Celso Antônio Bandeira de Mello7 dispõe que “é encarecer que na administração os bens e interesses não se acham entregues à livre disposição da vontade do administrador. Antes, para este, coloca-se a obrigação, o dever de curá-los nos termos da finalidade a que estão adstritos”.

Esse princípio está presente em toda atuação da Administração. Assim podemos

dizer que a indisponibilidade do interesse público se configura um contrapeso do princípio da supremacia estatal.

7

7 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª ed. 2009

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esses princípios estão implícitos na cF. todos os princípios do direito Administrativo são desdobramentos desses princípios

obs.:

interesse Primário: é a realização de atividades que beneficiam diretamente

o administrado.

interesse secundário: são atividades que estruturam a capacidade do Estado

em benefício indireto ao cidadão.

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QUestões de coNcUrso

Julgue o item seguinte, acerca do direito administrativo e da prática dos atos administrativos.1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2015) Conceitualmente, é correto

considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais da coletividade.comentário: Dessa forma, o Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, uma vez que rege a organização e o exercício de atividades do Estado e se direciona na busca dos interesses da coletividade.Gabarito: certo.

Julgue o item subsequente, relativo ao direito administrativo.2. (Cespe/MPE-PI/Analista Ministerial/Área Administrativa/2012) O direito

administrativo, ao reger as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado, visa à tutela dos interesses privados.comentário: O Direito Administrativo é um ramo do direito público, pois rege as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado, mas protege o interesse da coletividade, ou seja, existindo conflito entre o interesse público e o interesse particular, deverá prevalecer o primeiro, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os direitos e garantias individuais expressos na Constituição, ou dela decorrentes. Gabarito: errado.

Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.3. (Cespe/Prefeitura de Fortaleza-CE/Procurador do Município/2017)A regulação

das relações jurídicas entre agentes públicos, entidades e órgãos estatais cabe ao direito administrativo, ao passo que a regulação das relações entre Estado e sociedade compete aos ramos do direito privado, que regulam, por exemplo, as ações judiciais de responsabilização civil do Estado.

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comentário: O Direito Administrativo regula não só as relações travadas entre a Administração Pública e aqueles que possuem com ela um vínculo jurídico especial, mas também as suas relações com os particulares. Cite-se como exemplo, os contratos administrativos que dependem de prévia licitação para serem efetivados. Excetuadas algumas situações particularizadas, todas as relações jurídicas travadas pelo Estado são reguladas pelo direito administrativo. Gabarito: errado.

Acerca do direito administrativo e do conceito de Estado, julgue o seguinte item.4. (Cespe/TCE-RO/Analista de Informática/2013) O Estado é um ente personalizado,

apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.comentário: O Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano. Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para a noção de um estado independente: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade. O Estado é um ente personalizado, apresentando-se – tanto nas relações internacionais, no convívio com outros estados soberanos, quanto internamente – como sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.Gabarito: correto.

Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue os itens seguintes.5. (Cespe/MI/Analista Técnico/Administrativo/2013) Os conceitos de governo

e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica.comentário: Os conceitos de governo e administração são diferentes, embora guardem estreita relação. Assim, o conceito de Governo é o conjunto de poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado. É o comando a ser seguido pelo Estado. As atribuições do governo decorrem da Constituição Federal. Para que o Estado seja independente, há a necessidade de governo soberano. soberania é independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.

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Já administração podemos conceituá-la de várias formas:

a)sentido amplo: envolve o governo(que traça as diretrizes) e a administração

em sentido estrito(vai executar as diretrizes do governo);

b)sentido estrito: envolve apenas a execução. A administração é o instrumento

que se vale o Estado para pôr em prática as opções políticas de Governo.

c)sentido formal, subjetivo ou orgânico: A Administração Pública é o conjunto

de agentes, órgãos(centros de decisões) e pessoas jurídicas instituídos para

consecução dos fins do Governo, que é o comando, a iniciativa.

d)Sentido material, objetivo ou funcional: é a própria atividade administrativa

executada pelo Estado por meio de seus órgãos e entidades. Abrangem atividades

como a polícia administrativa, os serviços públicos.

Gabarito: certo.

Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.

6. (Cespe/MI/Analista Técnico/Administrativo/2013) Consoante as regras do direito

brasileiro, as funções administrativas, legislativas e judiciais distribuem-se entre

os poderes estatais — Executivo, Legislativo e Judiciário, respectivamente —, que

as exercem de forma exclusiva, segundo o princípio da separação dos poderes.

comentário: Levando em consideração a organização do Estado e seus respectivos

Poderes, ou seja, Executivo, Legislativo e Judiciário, pois todos exercem uma

função típica e atípica. Dessa forma, fica clara uma flexibilidade ou mesmo o

caráter harmônico entre os Poderes, pois um exerce a função do outro de modo

típico ou atípico, não existe a exclusividade como afirma a questão.

Gabarito: errado.

Acerca da organização administrativa da União, da organização e da responsabilidade

civil do Estado, bem como do exercício do poder de polícia administrativa, julgue o

item que se segue.

7. (Cespe/DPU/Analista Técnico/Administrativo/2016) A repartição do poder estatal

em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não descaracteriza a sua

unicidade e indivisibilidade.

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comentário: O Poder é Uno, Indivisível, o que existe é uma distribuição de funções. Função Legislativa, Função Executiva e Função Jurisdicional, ou seja, a capacidade de produzir, aplicar e proteger o direito, respectivamente. Umas preponderam as outras atividades, sendo Típica de um e Atípica de outros.Gabarito: certo.

Em relação à administração pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.8. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A função administrativa

é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes da República.comentário: A função administrativa não é exclusividade do Poder Executivo, já que, de maneira atípica, é exercida pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário. Apesar de ser característica do Poder Executivo, possuindo repercussão imediata na coletividade; as atividades administrativas realizadas pelos outros poderes, são atividades de apoio às suas funções principais.Gabarito: errado.

Acerca de Estado, governo e administração, julgue o item a seguir.9. (Cespe/MS/Analista Técnico/Administrativo/2013) A tripartição de funções é

absoluta no âmbito do aparelho do Estado.comentário: O Brasil adota a clássica tripartição de Poderes (Executivo, Legislativo, e Judiciário – art. 2º da CF/1988), a qual, diferentemente da inicialmente desenhada por montesquieu, não é rígida (absoluta), de tal sorte a comportar situações em que os demais Poderes (Legislativo e Judiciário) também administram (atipicamente)Gabarito: errado.

Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.10. (Cespe/Prefeitura de Fortaleza-CE/Procurador do Município/2017) Conforme a

doutrina, diferentemente do que ocorre no âmbito do direito privado, os costumes não constituem fonte do direito administrativo, visto que a administração pública deve obediência estrita ao princípio da legalidade.

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comentário:Como analisamos as fontes do Direito Administrativo são: leis, jurisprudência, doutrina e os costumes, mas de acordo com a doutrina, os costumes podem ser de três ordens:(a) secundum legem (previstos na própria lei);(b) praeter legem (visam ao preenchimento de lacunas normativas);(c) contra legem (direcionam-se em sentido contrário ao que dispõe a lei).Com exceção do costume contra legem, os costumes são sim considerados fontes do direito administrativo. Gabarito: errado.

Em relação ao objeto e às fontes do direito administrativo, julgue os itens seguintes. 11. (Cespe/INPI/Analista de Planejamento/Direito/2013) Considerada fonte

secundária do direito administrativo, a jurisprudência não tem força cogente de uma norma criada pelo legislador, salvo no caso de súmula vinculante, cujo cumprimento é obrigatório pela administração pública. comentário: No estudo do Direito Administrativo, destacam-se as seguintes fontes: a lei, a doutrina, a jurisprudência, os costumes e os princípios gerais do direito. A lei é a fonte primordial e primária do Direito Administrativo. Por sua vez, a jurisprudência é o conjunto de decisões judiciais reiteradas em um mesmo sentido. Ela, em geral, não obriga o Poder Executivo nem os órgãos do próprio Poder Judiciário, isto é, a jurisprudência não tem força cogente. É uma fonte secundária, mediata, não gerando direitos para os particulares; contudo, por meio da emenda constitucional nº 45, de 30/12/2004, foi acrescentado o art.103-A, na Constituição Federal, que possibilita a edição de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, cujo cumprimento é obrigatório pela administração pública e pelos demais órgãos do Poder Judiciário.Gabarito: certo.

12. (Cespe/TJ-RR/Administrador/2012) A jurisprudência, fonte não escrita do direito administrativo, obriga tanto a administração pública como o Poder Judiciário.comentário: A jurisprudência (reiteração de julgados), fonte não escrita e secundária, não obriga os Três Poderes, ou seja, os Poderes Executivo, Legislativo e

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Judiciário podem decidir contrário à jurisprudência, mas vale salientar, porém, que as Súmulas Vinculantes do STF obrigam o Poder Executivo (ADM Pública), o MP e o Judiciário, mas NÃO vinculam o Legislativo e o próprio STF.Gabarito: errado

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QUestões Para treiNar!

Julgue o item seguinte, acerca do direito administrativo e da prática dos atos administrativos.1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2015) Conceitualmente, é correto

considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais da coletividade.

Julgue o item subsequente, relativo ao direito administrativo.2. (Cespe/MPE-PI/Analista Ministerial/Área Administrativa/2012) O direito

administrativo, ao reger as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado, visa à tutela dos interesses privados.

Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.3. (Cespe/Prefeitura de Fortaleza-CE/Procurador do Município/2017)A regulação

das relações jurídicas entre agentes públicos, entidades e órgãos estatais cabe ao direito administrativo, ao passo que a regulação das relações entre Estado e sociedade compete aos ramos do direito privado, que regulam, por exemplo, as ações judiciais de responsabilização civil do Estado.

Acerca do direito administrativo e do conceito de Estado, julgue o seguinte item.4. (Cespe/TCE-RO/Analista de Informática/2013) O Estado é um ente personalizado,

apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.

Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue os itens seguintes.5. (Cespe/MI/Analista Técnico/Administrativo/2013) Os conceitos de governo

e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica.

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Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.6. (Cespe/MI/Analista Técnico/Administrativo/2013) Consoante as regras do direito

brasileiro, as funções administrativas, legislativas e judiciais distribuem-se entre os poderes estatais — Executivo, Legislativo e Judiciário, respectivamente —, que as exercem de forma exclusiva, segundo o princípio da separação dos poderes.

Acerca da organização administrativa da União, da organização e da responsabilidade civil do Estado, bem como do exercício do poder de polícia administrativa, julgue o item que se segue.7. (Cespe/DPU/Analista Técnico/Administrativo/2016) A repartição do poder estatal

em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não descaracteriza a sua unicidade e indivisibilidade.

Em relação à administração pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.8. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A função administrativa

é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes da República.

Acerca de Estado, governo e administração, julgue o item a seguir.9. (Cespe/MS/Analista Técnico/Administrativo/2013) A tripartição de funções é

absoluta no âmbito do aparelho do Estado.

Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.10. (Cespe/Prefeitura de Fortaleza-CE/Procurador do Município/2017) Conforme a

doutrina, diferentemente do que ocorre no âmbito do direito privado, os costumes não constituem fonte do direito administrativo, visto que a administração pública deve obediência estrita ao princípio da legalidade.

Em relação ao objeto e às fontes do direito administrativo, julgue os itens seguintes. 11. (Cespe/INPI/Analista de Planejamento/Direito/2013) Considerada fonte

secundária do direito administrativo, a jurisprudência não tem força cogente de uma norma criada pelo legislador, salvo no caso de súmula vinculante, cujo cumprimento é obrigatório pela administração pública.

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12. (Cespe/TJ-RR/Administrador/2012) A jurisprudência, fonte não escrita do direito administrativo, obriga tanto a administração pública como o Poder Judiciário.

GABARITO

1. Certo2. Errado3. Errado4. Certo

5. Certo6. Errado7. Certo8. Errado

9. Errado10. Errado11. Certo12. Errado

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