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139
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CAMPUS DE JABOTICABAL QUALIDADE FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DIFERENTES MANEJOS E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO Ricardo Garcia Aratani Engenheiro Agrônomo JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Abril de 2008

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1

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

QUALIDADE FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DIFERENTES

MANEJOS E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS NO ESTADO

DE SÃO PAULO

Ricardo Garcia Aratani

Engenheiro Agrônomo

JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL

Abril de 2008

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

QUALIDADE FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DIFERENTES

MANEJOS E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS NO ESTADO

DE SÃO PAULO

Ricardo Garcia Aratani

Orientador: Prof. Dr. José Frederico Centurion

Co-orientador: Dr. Onã da Silva Freddi

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Agronomia (Ciência do Solo).

JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL

Abril de 2008

3

Aratani, Ricardo Garcia A663q Qualidade física e química do solo sob diferentes manejos e

condições edafoclimáticas no estado de São Paulo / Ricardo Garcia Aratani. – – Jaboticabal, 2008

xviii, 112 f. ; 28 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de

Ciências Agrárias e Veterinárias, 2008 Orientador: José Frederico Centurion

Banca examinadora: Aildson Pereira Duarte, Edson Lazarini, Itamar Andrioli, Isabela Clerici de Maria

Bibliografia 1. Agregação do solo. 2. Índice S. 3. Fertilidade do solo. I. Título.

II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

CDU 631.425 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação –

Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.

iii

DADOS CURRICULARES DO AUTOR

RICARDO GARCIA ARATANI – nascido aos 30 dias do mês de maio de 1979,

na cidade de Barretos – SP, concluiu o ensino básico na EEPG Vicencina Aparecida

Vacaro Morsoleto em 1993, o ensino médio na EEPSG Enoch Garcia Leal e o Curso

Técnico em Contabilidade no Colégio Ouro Branco em 1996, todas na cidade de Guaíra

– SP. Em 1997 ingressou no curso de Agronomia da Faculdade de Engenharia –

UNESP/Ilha Solteira, onde em 2001 obteve o título de Engenheiro Agrônomo. Em 2002

ingressou no curso de Mestrado em Agronomia, área de concentração em Sistemas de

Produção, da Faculdade de Engenharia – UNESP/Ilha Solteira, obtendo o título de

Mestre em 2003. Em 2003 foi aprovado em processo seletivo para atuar como

pesquisador conveniado em projeto de pesquisa em Manejo do Solo na região de Assis

– SP, coordenado pelo Instituto Agronômico de Campinas – IAC e APTA Médio

Paranapanema. Em 2005, foi aceito para ingressar no curso de Doutorado em

Agronomia, área de concentração em Ciência do Solo, da Faculdade de Ciências

Agrárias e Veterinárias – UNESP/Jaboticabal. Em 2006 foi aprovado em concurso

público para o cargo de Perito Federal Agrário do Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária – INCRA, na Superintendência Regional do Mato Grosso.

iv

OFEREÇO

À família e aos amigos, que

sempre me ampararam,

incentivaram e fortaleceram.

DEDICO

Aos meus pais, Celso e Sônia,

pelo exemplo e dedicação na

criação dos filhos e à minha noiva

Larissa, pelo amor e incentivo.

v

AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – FCAV, da Universidade

Estadual Paulista – UNESP/Jaboticabal e ao Departamento de Solos e Adubos, que

possibilitaram a realização deste trabalho;

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pelo

importante apoio financeiro na concessão de bolsa e auxílio pesquisa;

Ao Professor Dr. José Frederico Centurion, pela oportunidade de

aperfeiçoamento dos conhecimentos, pela orientação, compreensão e amizade;

Ao Eng. Agr. Dr. Onã da Silva Freddi, pelo apoio e orientação na condução deste

trabalho e pelos bons momentos de descontração;

Ao Eng. Agr. Dr. Aildson Pereira Duarte, pesquisador da Agência Paulista de

Tecnologia dos Agronegócios – APTA Médio Paranapanema, pelo exemplo de

profissional, pelo apoio logístico à realização das coletas de campo em Pedrinhas

Paulista (SP) e pelo incentivo;

Ao Eng. Agr. Cândido Miele Junior, extensionista da Coordenadoria de

Assistência Técnica Integral – CATI, da Casa da Agricultura de Guaíra (SP), pela apoio

na indicação das áreas avaliadas;

Aos professores do Departamento de Solos e Adubos da FCAV, pelo

conhecimento transmitido;

Aos funcionários do Departamento de Solos e Adubos da FCAV, que

compartilharam suas experiências nos trabalhos de campo e de laboratório e no

convívio diário;

Aos colegas de curso pelas sugestões, discussões e harmonioso convívio;

Aos agricultores: Fernando de Oliveira Carvalho e Rafael Takahashi,

proprietários das áreas avaliadas em Guaíra (SP) e André Vicentini, Antônio Di Loreto e

Luigi Tovo, proprietários das áreas avaliadas em Pedrinhas Paulista (SP), por entender

a importância da pesquisa científica;

Aos amigos de todas as horas e à minha família, pelo apoio e incentivo, fatores

determinantes para o fechamento de mais esta etapa.

Muito obrigado!!!

vi

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 01

2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 04

2.1. Qualidade do solo............................................................................... 04

2.1.1. Densidade e porosidade............................................................. 05

2.1.2. Resistência à penetração............................................................ 06

2.1.3. Densidade relativa...................................................................... 07

2.1.4. Condutividade hidráulica saturada.............................................. 08

2.1.5. Matéria orgânica e agregação do solo........................................ 09

2.1.6. Curva de retenção de água e Índice S........................................ 10

2.1.7. Fertilidade do solo....................................................................... 11

2.2. Sistema plantio direto em diferentes ambientes de produção............ 12

3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 16

3.1. Áreas experimentais........................................................................... 16

3.1.1. Caracterização das regiões........................................................ 16

3.1.2. Solos........................................................................................... 18

3.2. Descrição dos tratamentos................................................................. 19

3.3. Determinações.................................................................................... 23

3.3.1. Avaliação da estabilidade de agregados, condutividade

hidráulica e resistência do solo à penetração............................

23

3.3.2. Avaliação da densidade, porosidade total, macroporosidade,

microporosidade e densidade relativa.......................................

25

3.3.3. Determinação das curvas de retenção de água no solo e do

Índice S......................................................................................

26

3.3.4. Análise granulométrica e fertilidade dos solos............................ 27

3.3.5. Avaliação na cultura da soja....................................................... 28

3.4. Análise dos dados............................................................................... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 32

4.1. Análise granulométrica dos solos....................................................... 32

vii

4.2. Matéria orgânica e estabilidade de agregados................................... 32

4.3. Condutividade hidráulica..................................................................... 39

4.4. Densidade, porosidade total, macroporosidade e microporosidade... 42

4.5. Densidade relativa.............................................................................. 48

4.6. Resistência do solo à penetração....................................................... 52

4.7. Curvas de retenção de água no solo e Índice S................................. 55

4.8. Análise química do solo...................................................................... 67

4.9. Produção da cultura da soja............................................................... 73

4.10. Análise multivariada.......................................................................... 74

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 93

6. CONCLUSÕES......................................................................................... 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 96

APÊNDICES.................................................................................................. 112

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela Página

1 Rotação de culturas adotada no sistema das áreas PD15 e PD8

em Pedrinhas Paulista......................................................................

22

2 Sucessão de culturas adotada no sistema da área PD8S em

Pedrinhas Paulista............................................................................

23

3 Nomes, coeficientes e efeitos dos contrastes entre os tratamentos

em Guaíra.........................................................................................

29

4 Nomes, coeficientes e efeitos dos contrastes entre os tratamentos

em Pedrinhas Paulista......................................................................

29

5 Variáveis físicas e químicas do solo utilizadas na análise

multivariada.......................................................................................

30

6 Conteúdo médio na camada de 0-0,30 m, de areia grossa, areia

fina, silte e argila dos Latossolos de Guaíra e Pedrinhas Paulista...

32

7 Porcentagem de agregados > 2,00 mm estáveis em água (Agreg),

diâmetro médio geométrico (DMG), diâmetro médio ponderado

(DMP), índice de sensibilidade (IS) e teste F para os contrastes

estabelecidos para cada camada no LVwf.......................................

33

8 Porcentagem de agregados > 2,00 mm estáveis em água (Agreg),

diâmetro médio geométrico (DMG), diâmetro médio ponderado

(DMP), índice de sensibilidade (IS) e teste F para os contrastes

estabelecidos para cada profundidade no LVef................................

37

9 Condutividade hidráulica saturada do solo e teste F para os

contrastes estabelecidos no LVwf....................................................

39

10 Condutividade hidráulica saturada e teste F para os contrastes

estabelecidos no LVef.......................................................................

41

11 Densidade do solo (Ds), porosidade total, macroporosidade e

microporosidade e teste F para os contrastes estabelecidos para

ix

cada camada no LVwf...................................................................... 44

12 Densidade do solo (Ds), porosidade total, macroporosidade e

microporosidade e teste F para os contrastes estabelecidos para

cada camada no LVef.......................................................................

47

13 Densidade relativa e teste F para os contrastes estabelecidos em

Guaíra...............................................................................................

50

14 Densidade relativa e teste F para os contrastes estabelecidos em

Pedrinhas Paulista............................................................................

52

15 Resultado da análise química do LVwf em função dos sistemas

avaliados...........................................................................................

68

16 Resultado da análise química do LVef em função dos sistemas

avaliados...........................................................................................

72

17 Análise de variância para cada variável dos grupos formados pela

análise de agrupamentos não hierárquica k-means, para os

Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e manejos,

considerando-se a camada de 0-0,10 m..........................................

75

18 Correlação entre cada componente principal e as propriedades

fisicas e quimicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a

diferentes usos e manejos, para a camada de 0-0,10 m..................

80

19 Tabela 19. Análise de variância para cada variável dos grupos

formados pela análise de agrupamentos não hierárquica k-means,

para os Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e

manejos, considerando-se a camada de 0,10-0,20 m......................

82

20 Correlação entre cada componente principal e as propriedades

fisicas e quimicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a

diferentes usos e manejos, para a camada de 0,10-0,20 m.............

86

21 Análise de variância para cada variável dos grupos formados pela

análise de agrupamentos não hierárquica k-means, para a

camada de 0,20-0,30 m de Latossolos submetidos a diferentes

usos e manejos.................................................................................

88

22 Correlação entre cada componente principal e a matéria orgânica

x

(MO), pH, cálcio (Ca), magnésio (Mg), acidez potencial (H+Al),

soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC),

satuação por bases (V%) e alumínio (Al), para a camada de 0,20-

0,30 m dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes

usos e manejos.................................................................................

91

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura Página

1 Precipitação acumulada e temperatura média semanal durante o

período de desenvolvimento da cultura em Guaíra. Fonte: CIIAGRO

(2006)...................................................................................................

17

2 Precipitação acumulada e temperatura média semanal durante o

período de desenvolvimento da cultura em Pedrinhas Paulista.

Fonte: CIIAGRO (2006).......................................................................

18

3 Teores de matéria orgânica (MO) e estimativa dos contrastes

estabelecidos para os cinco tratamentos e três profundidades no

LVwf.....................................................................................................

35

4 Teores de matéria orgânica (MO) e estimativa dos contrastes

estabelecidos para os cinco tratamentos e três profundidades no

LVef.....................................................................................................

38

5 Condutividade hidráulica do LVwf nas duas profundidades, em

função dos sistemas de manejo. As barras indicam os valores de

erro padrão da média e a sobreposição destas denota a ausência

de diferenças entre as médias dos tratamentos..................................

40

6 Condutividade hidráulica do LVef nas duas profundidades, em

função dos sistemas de manejo. As barras indicam os valores de

erro padrão da média e a sobreposição destas denota a ausência

de diferenças entre as médias dos tratamentos..................................

42

7 Densidade máxima determinada com o aparelho de Proctor no

Latossolo Vermelho acriférrico típico (LVwf).......................................

49

8 Densidade máxima determinada com o aparelho de Proctor no

Latossolo Vermelho eutroférrico típico (LVef).....................................

51

9 Resistência do solo à penetração do LVwf em função dos sistemas

de manejo. As barras indicam os valores de erro padrão da média e

a sobreposição destas denota a ausência de diferenças entre as

médias dos tratamentos......................................................................

53

xii

10 Resistência do solo à penetração do LVef em função dos sistemas.

As barras indicam os valores de erro padrão da média e a

sobreposição destas denota a ausência de diferenças entre as

médias dos tratamentos......................................................................

54

11 Curvas de retenção de água no LVwf, na camada 0-0,10 m, em

função dos tratamentos.......................................................................

56

12 Curvas de retenção de água no LVwf, na camada 0,10-0,20 m, em

função dos tratamentos.......................................................................

56

13 Curvas de retenção de água no LVwf, na camada 0,20-0,30 m, em

função dos tratamentos.......................................................................

57

14 Curvas de retenção de água no solo na camada 0-0,10 m em

função dos tratamentos no LVef..........................................................

58

15 Curvas de retenção de água no solo na camada 0,10-0,20 m em

função dos tratamentos no LVef..........................................................

58

16 Curvas de retenção de água no solo na camada 0,20-0,30 m em

função dos tratamentos no LVef..........................................................

59

17 Valores de Índice S e estimativa dos contrastes estabelecidos para

os cinco tratamentos e três profundidades no

LVwf.....................................................................................................

60

18 Regressão da macroporosidade do LVwf em função do índice S. (n

= 60).....................................................................................................

61

19 Regressão da microporosiade do LVwf em função do índice S. (n =

60)........................................................................................................

61

20 Regressão da Ds do LVwf em função do índice S. (n = 60)................ 62

21 Regressão da matéria orgânica do LVwf em função do índice S. (n

= 60).....................................................................................................

62

22 Valores de Índice S e estimativa dos contrastes estabelecidos para

os cinco tratamentos e três profundidades em Pedrinhas

Paulista................................................................................................

63

23 Regressão da macroporosidade do LVef em função do índice S. (n

= 60).....................................................................................................

64

xiii

24 Regressão da microporosiade do LVef em função do índice S. (n =

60)........................................................................................................

65

25 Regressão da Ds do LVef em função do índice S. (n = 60)................ 65

26 Regressão da matéria orgânica do LVef em função do índice S. (n =

60)........................................................................................................

67

27 Dendrograma resultante da análise de agrupamentos hierárquica

mostrando a formação de grupos segundo os agregados > 2mm,

diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado, índice S,

porosidade total, macroporosidade, resistência do solo à

penetração, condutividade hidráulica saturada, matéria orgânica e

alumínio, para a os Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a

diferentes usos e manejos, na camada de 0-0,10 m...........................

74

28 Médias padronizadas das propriedades físicas e químicas dos

Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e manejos

para cada grupo segundo análise de agrupamentos não hierárquica

k-means, na camada de 0-0,10

m..........................................................................................................

77

29 Dispersão (gráfico biplot) produzido por análise de componentes

principais na camada de 0-0,10 m das propriedades físicas e

químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes

usos e manejos (MN, PC, PD5, PD5I, PD8, PD8I, PD12

PD15)...................................................................................................

78

30 Dendrograma resultante da análise de agrupamentos hierárquica

mostrando a formação de grupos segundo os agregados > 2mm,

diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado, índice S,

porosidade total, macroporosidade, microporosidade, resistência do

solo à penetração, condutividade hidráulica saturada, matéria

orgânica e magnésio, para a os Latossolos (LVwf e LVef)

submetidos a diferentes usos e manejos na camada de 0,10-0,20

m..........................................................................................................

81

31 Médias padronizadas das propriedades físico-químicas dos

xiv

Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e manejos

para cada grupo segundo análise de agrupamentos não hierárquica

k-means, na camada de 0,10-0,20

m..........................................................................................................

83

32 Dispersão (gráfico biplot) produzido por análise de componentes

principais na camada d e 0,10-0,20 m das propriedades físicas e

químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes

usos e manejos (MN, PC, PD5, PD5I, PD8, PD8I, PD12

PD15)...................................................................................................

85

33 Dendrograma resultante da análise de agrupamentos hierárquica

mostrando a formação de grupos segundo a matéria orgânica (MO),

pH, cálcio (Ca), magnésio (Mg), acidez potencial (H+Al), soma de

bases (SB), capacidade de troca cationica (CTC), satuação de

bases (V%) e alumínio (Al), para a camada de 0,20-0,30 m de

Latossolos submetidos a diferentes usos e manejos..........................

87

34 Médias padronizadas das propriedades químicas dos Latossolos

submetidos a diferentes usos e manejos para cada grupo segundo

análise de agrupamentos não hierárquica k-means, na camada de

0,20-0,30 m..........................................................................................

89

35 Dispersão (gráfico biplot) produzido por análise de componentes

principais na camada de 0,20-0,30 m das propriedades químicas

dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e

manejos (MN, PC, PD5, PD5I, PD8, PD8I, PD12

PD15)...................................................................................................

90

xv

QUALIDADE FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DIFERENTES MANEJOS E

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

RESUMO – Tem crescido o interesse em se avaliar a qualidade do solo nos diferentes

manejos dentro do sistema plantio direto, bem como a sua evolução, em função de um

aumento de densidade do solo e de resistência mecânica à penetração e redução da

macroporosidade devido às pressões provocadas pelas rodas das máquinas e pelo

pisoteio animal. Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo (i) analisar os efeitos de

diferentes manejos na qualidade física e química de dois Latossolos Vermelhos do

Estado de São Paulo, (ii) avaliar a qualidade física do solo por meio do índice S e (iii)

verificar a influência da condição edafoclimática na discriminação dos diferentes

manejos do solo. Para isso, foram avaliadas duas áreas cultivadas com soja na safra

2005/06, uma em Latossolo Vermelho Acriférrico típico (LVwf) de Guaíra (SP), onde

foram avaliados: PD12 – SPD irrigado há 12 anos; PD5 – SPD há 5 anos; PD5I – SPD

há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC – preparo convencional e

MN – mata natural, e outra em Latossolo Vermelho Eutroférrico típico (LVef) de

Pedrinhas Paulista (SP), onde foram avaliados: PD15 – SPD há 15 anos; PD8 – SPD

há 8 anos; PD8S – SPD há 8 anos, com sucessão de culturas; PC – preparo

convencional e MN – mata natural. A qualidade física dos solos foi avaliada por meio da

estabilidade de agregados, densidade, porosidade total, macroporosidade,

microporosidade, resistência à penetração, densidade relativa, condutividade hidráulica

e índice S, e a qualidade química por meio de análises de rotina para fins de fertilidade

do solo, nas camadas de 0-10,0, 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m. Para atingir o objetivo (iii), foi

utilizada a estatística multivariada, com análises de agrupamento hierárquico, não

hierárquico e de componentes principais. Nos dois solos, o cultivo promoveu redução

na qualidade física. No LVwf, o sistema plantio direto não contribuiu para acumular

matéria orgânica e melhorar a fertilidade do solo, apresentando maiores valores de

densidade, microporosidade; e porosidade total, e maiores índices de agregação do

solo em comparação com o preparo convencional. No LVef, o sistema plantio direto

xvi

promoveu maior teor de matéria orgânica e agregação, menores macroporosidade,

porosidade total e condutividade hidráulica, além de maiores teores de fósforo e

potássio na camada 0-0,10m, em comparação com o preparo convencional. O índice S

variou em função dos sistemas de manejo nos dois solos. No LVwf foi superior ao valor

considerado limite para a boa qualidade física em todas as camadas do solo e no LVef,

apenas na camada 0-0,10 m. Não houve diferença entre as condições edafoclimáticas

na discriminação dos manejos dentro do sistema plantio direto e da mata natural,

principalmente nas camadas superficiais.

Palavras-Chave: agregação do solo, compactação, índice S, qualidade física do solo,

fertilidade do solo, Latossolo

xvii

PHYSICAL AND CHEMICAL SOIL QUALITY UNDER DIFFERENT MANAGEMENTS

AND SOIL AND CLIMATIC CONDITIONS IN THE STATE OF SÃO PAULO

SUMMARY – It has grown the interest in evaluating the soil quality in the different

management on no-till system, as well as its evolution, in function of an increase of soil

bulk density and resistance to penetration and reduction of the macroporosity due to the

pressures caused by machine wheels and the animal trampling. In this sense, the aim of

this work were (i) to analyze the effect of different soil managements in the physical and

chemical quality of two Oxisols from State of São Paulo, (ii) to evaluate the soil physical

quality through index S and (iii) to verify the influence of soil type and climatic condition

in the discrimination of the different soil managements. For this, two field areas in

2005/06 had been evaluated, one in an Anionic Acrustox (LVwf) from Guaíra, State of

São Paulo, where they were evaluated: PD12 – 12 years old irrigated no-till system;

PD5 – 5 years old no-till system; PD5I – 5 years old no-till system, with 2 years of crop-

pasture rotation; PC – conventional till and MN – natural forest, and another one in an

Eutrudox (LVef) from Pedrinhas Paulista (SP), where they were evaluated: PD15 – 15

years no-till system; PD8 – 8 years no-till system; PD8S – 8 years no-till system without

crop rotation; PC – conventional till and MN – natural forest. The soil physical quality

was evaluated through the stability of aggregates, soil bulk density, total porosity,

macroporosity, microporosity, resistance to the penetration, relative density, hydraulic

conductivity and index S, and the soil chemical quality through the data of routine

analyses for the soil fertility test, in the layers of 0-0.10, 0.10-0.20 and 0.20-0.30 m. To

reach the objective (iii), the multivaried statistics was used, with hierarchical clustering

method, k-means method and principal components analysis. The results showed that in

both soil types, the soil use by agriculture promoted reduction in the soil physical quality.

No-till system in the LVwf did not contribute for an accumulation of organic matter, nor

for the addition of soil fertility. It promoted higher values of density, microporosity; e total

porosity, and presented higher indices of soil aggregation in comparison with

conventional tillage. In the LVef, no-till system promoted higher organic matter and soil

xviii

aggregation, minors macroporosity, total porosity and hydraulic conductivity. Showed

higher phosforus and potassium tenors in the layer 0-0.10 m, in comparison with

conventional tillage. Index S showed variation in function of soil managements in both

soils. In the LVwf, index S was always superior to the limit value considered for the good

soil physical quality and in the LVef, only in the layer 0-0.10 m. There was no difference

in the soil type and climatic conditions in the discrimination of the soil managements with

no-till system and the natural forest, mainly in the superficial layers.

Keywords: soil aggregation, compaction, index S, soil physical quality, soil fertility,

Oxisol

1

1. INTRODUÇÃO

O preparo convencional do solo, com aração e gradagem, visa principalmente o

preparo da terra para a semeadura, a incorporação do calcário e a eliminação das

plantas infestantes, no entanto, quando mal executada, tal operação provoca uma

desestruturação da camada superficial do solo deixando-o suscetível à ação erosiva,

além de ser uma das principais causas da degradação física dos solos, pois levam à

oxidação da matéria orgânica, importante na estruturação e fertilidade dos solos

tropicais.

No sistema plantio direto (SPD) o solo é revolvido somente na linha de

semeadura, utilizando equipamentos adequados para tal processo. A manutenção da

palha na superfície do solo e a utilização de rotação de culturas somam-se ao mínimo

revolvimento do solo e constituem-se nas premissas básicas deste sistema. Se estas

prerrogativas não são atendidas, o desenvolvimento da lavoura pode ser comprometido

em algum momento, pois são essenciais à longevidade do sistema.

O revolvimento localizado do solo aliado à manutenção da palha na superfície

concorre para minimizar as perdas de solo por erosão, pois o mesmo encontra-se

melhor estruturado e a palha forma uma barreira contra a ação direta da gota da chuva

e o arraste de solo. A formação e manutenção da palha na superfície do solo também

influencia fortemente as atividade macro e mesobianas no solo, que por conseqüência

promovem maior infiltração da água das chuvas, maiores quantidades de água retida

pelo solo e água disponível, menores oscilações da temperatura do solo, aumento do

teor de matéria orgânica e aumento da disponibilidade de nutrientes.

Surgido no Brasil, na região Sul, no início da década de 1970, o SPD

revolucionou a agricultura brasileira, pela significativa redução da erosão do solo e

pelas melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Porém,

somente com a expansão do SPD pelos Cerrados e resultados positivos de alguns

2

agricultores pioneiros é que no Estado de São Paulo, reduto ainda resistente ao SPD,

aumentou a área explorada com culturas nesse sistema. No Brasil, o SPD foi adotado

em cerca de 25,5 milhões de hectares na safra 2005/2006 (FEBRAPDP, 2008) e no

Estado de São Paulo, a utilização do SPD abrange uma área de aproximadamente 1

milhão de hectares (CATI, 2008).

A utilização das técnicas e recomendações para o SPD do Sul do Brasil em

regiões com condições climáticas e de sistemas de produção diferentes geraram vários

insucessos e foi um dos motivos que desencorajou muitos agricultores a adotá-lo ou

mantê-lo. Atualmente, graças à ação dos órgãos de ensino e pesquisa e iniciativas dos

próprios agricultores, o SPD é estudado e adotado considerando as particularidades de

cada região e até de cada propriedade.

As condições ideais para manejo durante a condução do sistema devem merecer

especial atenção, pois é possível ocorrer aumento de densidade do solo e resistência

mecânica à penetração e redução da macroporosidade devido às pressões provocadas

pelas rodas das máquinas e pelo pisoteio animal, influenciadas pela umidade do solo

normalmente maiores no plantio direto.

Como conseqüência, tem crescido o interesse em se avaliar a qualidade do solo

submetido a diferentes manejos e mais recentemente, a qualidade do solo nos

diferentes manejos dentro do SPD, bem como sua evolução. Porém, quantificar a

qualidade do solo não é tarefa fácil, pois ela depende de suas propriedades intrínsecas,

de suas interações com o ecossistema e, ainda, de prioridades de uso, influenciadas

inclusive, por aspectos socioeconômicos e políticos.

Atualmente, a busca por ações ecologicamente equilibradas tem sido uma

necessidade vital para a melhoria da qualidade de vida de toda a humanidade e a

filosofia do SPD é aliada importante nesta busca, pois tem sua essência no equilíbrio do

ecossistema, possibilitando a auto-sustentação em termos econômicos, sociais e

ambiental.

Esse trabalho procurou contribuir para ampliação do conhecimento em qualidade

física e química do solo, principalmente em função de fatores que influenciam os

diferentes sistemas de manejo do solo cultivado com plantas graníferas anuais. Para

isso, foi testada a hipótese de que a comparação da qualidade do solo entre os

3

diferentes manejos dentro do SPD, o preparo convencional e a condição natural

permitiria avaliar o efeito do tipo de manejo sobre a qualidade do solo. Ainda, para o

índice S, a hipótese foi a que este indica maiores valores do que o considerado limite

para a boa qualidade estrutural do solo. Por fim, a hipótese de que as condições

edafoclimáticas influenciam os fatores envolvidos na qualidade do solo nos diferentes

manejos.

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Qualidade do solo

Tornar uma área nativa própria à agricultura consiste em quebrar o equilíbrio de

um sistema complexo, composto por macro, meso e microorganismos, responsáveis

pela estrutura do solo, que por sua vez, suprirá as necessidades do sistema

exploratório agrícola. O cuidado do solo, especialmente em relação à erosão, é um pré-

requisito à sobrevivência das espécies vivas da terra. Daí a importância de se estudar e

monitorar a qualidade do solo para mantê-lo permanentemente produtivo e sem

degradação (BRADY e WEIL, 2002; COGO e LEVIEN, 2002).

Recentemente alguns autores começaram a desenvolver métodos de quantificar

a qualidade do solo, definindo-a concisamente como “o grau de aptidão do solo para um

uso específico” (DORAN et al, 1996; CARTER et al., 1997; GREGORICH, 2002). Assim,

dependendo da função a qual um solo é determinado a servir, qualidade do solo pode

significar coisas diferentes para diferentes pessoas (GREGORICH, 2002).

Usualmente a qualidade do solo é considerada sobre três aspectos: físico,

químico e biológico, sendo importantes nas avaliações da extensão da degradação ou

melhoria do solo e para identificar os manejos sustentáveis do solo. No entanto, a

qualidade física do solo merece destaque especial em novos estudos, pois acredita-se

que tem grandes efeitos nos processos químicos e biológicos no solo, porém ainda

apresenta-se pouco explorado nos estudos de qualidade do solo (DEXTER, 2004a).

As funções mais importantes do solo agrícola são: o suporte ao crescimento; o

fornecimento de água, gases e nutrientes e a função tampão ou filtro. A essas funções

estão associados vários processos, como a germinação, o crescimento radicular,

armazenamento de água, aeração e a dinâmica de nutrientes (CARTER et al., 1997).

5

O uso de metodologias que quantifiquem e qualifiquem as condições estruturais

do solo nos vários sistemas de manejo é importante na avaliação da qualidade do solo,

considerada um indicador da sustentabilidade dos sistemas de uso e manejo (ARSHAD

et al., 1996). Assim, os impactos do uso e manejo na qualidade física do solo têm sido

quantificados, utilizando diferentes propriedades físicas relacionadas com a forma e

com a estabilidade estrutural do solo, tais como: densidade do solo (DE MARIA et al.,

1999; STONE e SILVEIRA, 2001), porosidade do solo (SECCO et al., 2005, COSTA et

al., 2006), resistência do solo à penetração das raízes (DE MARIA et al., 1999;

ROSOLEM et al., 1999; IMHOFF et al., 2000; BEUTLER e CENTURION, 2004),

condutividade hidráulica saturada (MESQUITA e MORAES, 2004) e agregação do solo

(SILVA et al., 2000a; WENDLING et al., 2005).

2.1.1. Densidade e porosidade do solo

A densidade do solo possibilita a avaliação de sua estrutura, pois é a relação

entre a massa de uma amostra de terra seca e o seu volume na condição natural (sem

destruir sua estrutura). Assim, quanto menor a densidade, maior a estruturação do solo.

Possui uma grande amplitude de variação, principalmente devido à granulometria do

solo, à profundidade e ao manejo adotado.

A porosidade total diz respeito ao volume de espaços ocupados por fluídos

(gases e líquidos) no solo. A distribuição desses espaços em classes de tamanho

influencia diretamente o armazenamento de água, a disponibilidade de nutrientes e o

transporte da solução e do ar no solo. A quantidade de macroporos ou porosidade de

aeração destaca-se como uma das propriedades mais importantes em relação ao

desempenho dos sistemas de manejo sobre a produtividade das culturas. VOMOCIL e

FLOCKER (1961) consideram que valores de macroporos inferiores a 0,10 m3 m-3

constituem limitação ao crescimento radicular.

As pressões exercidas pelas máquinas e implementos podem causar um

rearranjo dos componentes sólidos do solo, desestruturando e compactando-o,

diminuindo sua porosidade. Deste modo, verifica-se, com o tempo, maior densidade do

6

solo sob manejos agrícolas em relação ao encontrado em condições naturais (ARAUJO

et al., 2004). Nessa modificação estrutural, a macroporosidade do solo é a mais

facilmente afetada pelo manejo, pois os agregados grandes, que compõem poros

maiores, são destruídos mais facilmente que agregados menores (BARBER et al.,

1996) .

2.1.2. Resistência do solo à penetração

A resistência do solo à penetração (RP) é a relação entre a força exercida para a

penetração no solo, de uma haste provida de um cone metálico numa extremidade, do

qual sua área basal é constante e conhecida (BRADFORD, 1980). Esta medida tem

sido freqüentemente utilizada para avaliar a qualidade física do solo por ser sensível ao

manejo e ter relações diretas com o crescimento radicular (FREDDI et al., 2007) e com

a produtividade das plantas (BENGOUGH et al., 2001; BEUTLER et al., 2006).

A resistência à penetração mantém relações intrínsecas com o conteúdo de

água, a densidade e a composição granulométrica do solo, fatores que dificultam a

obtenção de valores críticos ao desenvolvimento da cultura. O conteúdo de água na

capacidade de campo tem sido aceito como padrão à determinação da resistência à

penetração no campo, sendo, essencialmente, um ponto de referência para o

estabelecimento de valores de resistência à penetração críticos (BENGOUGH et al.,

2001).

O aumento da resistência do solo à penetração pode causar efeitos prejudiciais

ao sistema radicular das culturas, devido à estreita relação entre porosidade do solo e o

crescimento radicular, com maior crescimento de raízes onde há maior número e

continuidade de macroporos. Como exemplo, pode-se citar o aumento do diâmetro das

raízes na camada compactada (FREDDI et al., 2007) e a diminuição do diâmetro das

raízes para penetrar pequenos poros, pois a resistência mecânica do solo estimula a

proliferação de raízes laterais, que são mais finas (MATERECHERA et al., 1992).

Estudando sistemas de manejo e compactação do solo, VARQUEZ et al. (1989)

verificaram que a produtividade máxima de soja esteve associada à resistência à

7

penetração de 1,57 a 1,59 MPa (camada de 0,05 – 0,35 m), decrescendo com o

aumento da resistência à penetração. SILVA et al. (2000c) verificaram em Latossolo

Vermelho argiloso que a produtividade de soja foi adequada até a resistência à

penetração de 1,80 MPa. QUEIROZ-VOLTAN et al. (2000) e BEUTLER et al. (2006)

verificaram que o valor de resistência à penetração crítico para a produtividade de soja

varia com o cultivar.

2.1.3. Densidade relativa

A densidade relativa do solo (Dsr) consiste na relação entre a densidade em que

se encontra o solo e a densidade máxima do solo obtida pelo ensaio de Proctor

(CARTER, 1990). Vários autores têm mostrado a utilidade dessa relação na

caracterização da compactação e resposta das culturas em diferentes tipos de solo

(HAKANSSON, 1990; SILVA et al., 1997; BEUTLER et al., 2005).

Valores de Dsr acima de 0,86 são considerados elevados e prejudiciais ao

desenvolvimento das culturas e abaixo de 0,80 podem afetar a produtividade de alguns

cereais em conseqüência da redução da capacidade de armazenamento de água no

solo (LINDSTRON e VOORHEES, 1994). Segundo ARVIDSSON e HAKANSSON

(1991), em geral, na Dsr de 0,86 são obtidas maiores produtividades, oscilando com as

condições climáticas e culturas, sendo os resultados similares para os diferentes solos.

HAKANSSON (1990) realizou cerca de 100 experimentos de campo com cevada, em

solos com difererentes texturas e conteúdos de matéria orgânica, e verificou que a Dsr

ótima esteve associada ao valor de 0,87. CARTER (1990) constatou que a

produtividade máxima de trigo e cevada esteve associada a Dsr de 0,81 em solo

arenoso de clima temperado.

No Brasil, em estudos de TORRES e SARAIVA (1999), em Latossolo Roxo

cultivado por dois anos com soja, observou-se que, a partir da Dsr de 0,84 e 0,87,

ocorreu decréscimo da produtividade. No entanto, BEUTLER et al. (2005) verificaram

que a Dsr ótima para a produtividade de soja foi superior no Latossolo Vermelho

eutroférrico argiloso LVef (0,84), comparado ao Latossolo Vermelho caulinítico de

8

textura média LVd (0,75), na tensão de água no solo de 0,01 MPa, em casa de

vegetação. Essa diferença para os solos tropicais está relacionada com o fato de o solo

LVef apresentar mineralogia oxídica que condiciona a formação de uma estrutura

granular forte muito pequena e com maior espaço poroso (FERREIRA et al., 1999),

comparado ao LVd caulinítico com estrutura maciça. Assim, a Dsr ótima à produtividade

de soja foi superior no LVef, corroborando com VEEN et al. (1992), que afirmam que

solos soltos e porosos apresentam menor condutividade hidráulica do solo não saturado

e menor contato das raízes com o solo, influenciando negativamente a absorção de

água e nutrientes.

2.1.4. Condutividade hidráulica saturada

A quantificação da infiltração de água no solo é considerada de grande utilidade

na diferenciação dos efeitos de sistemas de preparo na movimentação de água no

perfil.

Segundo FREIRE (1979) as variações na velocidade de infiltração estão

relacionadas com atributos tais como densidade do solo, macro e microporosidade,

portanto, trata-se de um processo físico de extrema complexidade, dado que o solo é

um meio heterogêneo, com ampla variabilidade espacial, apresentando características

que sofrem alterações diferenciadas no tempo e no espaço.

O sistema plantio direto, por revolver menos o solo e apresentar um sistema

permanente de bioporos e canais formado pela meso e macrofauna e por raízes que

apodrecem, permite uma melhor drenagem (BOONE, 1988). ARZENO (1990) obteve

valores de condutividade hidráulica do solo saturado nos sistemas plantio direto e

escarificador, cerca de duas vezes maior que no sistema de plantio convencional em

Latossolo Vermelho distroférrico. WU et al. (1992), comparando diferentes sistemas de

manejo do solo, avaliando a infiltração de água no solo através de um Permeâmetro de

Guelph, observaram que no sistema plantio direto os poros conduzem água mais

eficientemente do que no preparo convencional. Assim, mesmo apresentando menor

9

porosidade total, o sistema plantio direto pode apresentar condutividade hidráulica igual

ou superior à do preparo convencional.

2.1.5. Matéria orgânica e Agregação do solo

Na condição de mata natural, os processos de ciclagem do carbono (C) têm

como determinantes primários os fatores de formação do solo, uma vez que exercem

influência sobre o aporte de resíduos e sobre as saídas de C do solo (STEVENSON,

1994). Nos sistemas agrícolas, o uso e o manejo do solo atuam modificando tanto a

entrada como a saída de C do solo para a atmosfera, em função da produção

diferenciada de resíduos, do número de cultivos, das espécies vegetais, da adubação,

dos procedimentos de colheita, dos métodos adotados de preparo do solo e do manejo

dos restos culturais (LAL e BRUCE, 1999).

A adoção de sistemas de manejo que mantenham a proteção do solo através do

contínuo aporte de resíduos orgânicos é fundamental para a manutenção de uma boa

estrutura. O contínuo fornecimento de material orgânico serve como fonte de energia

para a atividade microbiana, que atua como agente de estabilização dos agregados

(CAMPOS et al., 1995). CASTRO FILHO et al. (1998), estudando um Latossolo Roxo

de Londrina, no Paraná, concluíram que o acúmulo de resíduos vegetais na superfície

como conseqüência da adoção do sistema de plantio direto melhorou o estado de

agregação graças ao incremento do teor de carbono orgânico, sobretudo na camada de

0-0,10 m; independentemente da sucessão de culturas. Os valores de diâmetro médio

geométrico dos agregados foram significativamente superiores em relação aos do

plantio convencional. Resultados semelhantes foram obtidos por SÁ et al., 2001.

CARPENEDO e MIELNICZUK (1990), estudando a estabilidade estrutural dos

agregados em condições de mata e campo nativo, verificaram que houve redução da

agregação quando os solos foram submetidos à lavração e à gradagem para o cultivo

de trigo e soja. Segundo DA ROS et al. (1997), após cinco anos de cultivo, o diâmetro

médio geométrico dos agregados no tratamento com plantio direto foi estatisticamente

equivalente ao do campo nativo, diminuindo com o aumento da intensidade de preparo

10

do solo, com valores de 2,96 vezes menores no preparo convencional comparado ao

campo nativo. CAMPOS et al. (1995) constataram que no sistema de plantio direto o

diâmetro médio geométrico dos agregados foi cerca de duas vezes maior que no

sistema de plantio convencional.

2.1.6. Curva de retenção de água e Índice S

Vários atributos têm sido utilizados para avaliar a qualidade física do solo, no

entanto, a caracterização dos efeitos dos sistemas de manejo sobre a degradação e

qualidade física do solo é mais bem quantificada por medidas que integram diferentes

propriedades num reduzido número de parâmetros (ARAÚJO et al., 2004). Assim,

DEXTER (2004c) considera que a curva de retenção de água (CRA) tem potencial para

ser utilizada como indicadora da qualidade física do solo em sistemas de uso e manejo

que alterem mais drasticamente a distribuição de poros por tamanho, ou mesmo entre

tipos de solos.

A curva de retenção de água do solo representa a relação entre o teor de água e

a energia com a qual ela está retida, sendo de essencial importância nos estudos físico-

hídrico do solo. Sua determinação é efetuada por meio de técnicas tradicionais de

laboratório, tais como a da câmara de pressão (RICHARDS, 1965) e da centrífuga

(SILVA e AZEVEDO, 2002) e baseia-se no levantamento de certo número de pontos

com os quais é traçada uma curva para representar as características de retenção da

água do solo.

O índice “S” introduzido no Brasil por SILVA (2004) a partir dos trabalhos de

DEXTER (2004 a,b,c), calculado a partir da curva de retenção de água, também

apresenta importante contribuição para os estudos da qualidade do solo, principalmente

pelo grande potencial para ser usado em avaliações da interação entre o manejo e a

física do solo e ser facilmente medido.

Um índice quantitativo de qualidade do solo pode servir como indicador da

capacidade do mesmo para a produção sustentável de plantas e de animais de forma

economicamente viável, socialmente aceitável e ambientalmente amigável. E somente

11

entendendo e promovendo a qualidade do solo hoje, é que é possível garantir às

gerações futuras a proteção ambiental no grau requerido e a utilização dos solos em

uma forma proveitosa (COGO et al., 2004).

2.1.7. Fertilidade do solo

Para que sejam estáveis e continuamente produtivos, os sistemas de manejo

devem, além de manter as condições físicas do solo em condições favoráveis ao

crescimento das plantas, adicionar nutrientes conforme suas necessidades, além de um

controle efetivo da erosão. As diferentes operações de preparo do solo podem alterar a

fertilidade do solo pois alteram a distribuição e a disponibilidade dos nutrientes no perfil.

Na implantação do SPD, além das correções de impedimentos físicos ao

crescimento e desenvolvimento das raízes das plantas, deve-se proceder à adequada

correção da acidez e elevação dos teores de nutrientes ao nível de suficiência, pelo

menos na camada 0-0,20m. A não observação dessas práticas pode acarretar em

acúmulo de nutrientes predominantemente na camada superficial, até a profundidade

de deposição dos insumos, criando um gradiente de concentração que pode se tornar

uma barreira química ao desenvolvimento radicular, devido à presença de alumínio

tóxico e baixos teores de elementos essenciais abaixo da camada de deposição dos

insumos (MARTINAZZO, 2006). Em geral, solos cultivados sob SPD que apresentam

essas características provocam um crescimento radicular superficial, logo abaixo da

camada de palha, porém sem mostrar restrições ao desenvolvimento e produtividade

das culturas em condições de boa disponibilidade de água (SILVA et al., 2000b).

Entretanto, em cultivos de sequeiro sob condições climáticas desfavoráveis, o

crescimento superficial das raízes pode levar a problemas na produtividade e possíveis

desequilíbrios de nutrientes.

A condução do SPD, por minimizar o revolvimento do solo, tende a proporcionar

um acúmulo de material orgânico e de nutrientes na superfície (DE MARIA e CASTRO,

1993; SÁ, 1993). No entanto, este acúmulo parece depender do tipo de solo, clima e

quantidade de palha produzida pelas culturas (CASTRO, 1995) e da mobilidade

12

intrínseca de cada elemento no solo (ALMEIDA et al., 2005). Em solos tropicais, em

função da predominância da baixa CTC e de boa drenagem, CENTURION et al. (1985)

não observaram o acúmulo de bases trocáveis nas camadas superficiais de um

Latossolo Vermelho cultivado sob plantio direto em Selvíria-MS.

A ocorrência de maiores teores de fósforo e potássio nas camadas superiores do

solo no sistema plantio direto é relatada por diversos autores (DE MARIA et al., 1999;

ALMEIDA et al., 2005). Porém PAULETTI et al. (2005), em um Latossolo Vermelho

Distrófico de Ponta Grossa-PR, não encontraram diferença para os teores de fósforo e

potássio na comparação entre sistema plantio direto e preparo convencional.

2.2. Sistema plantio direto em diferentes ambientes de produção

A importância e reconhecimento do sistema plantio direto como agricultura

sustentável pode ser explicada pela sua evolução. No Brasil, no ano agrícola 1972/1973

eram 200 mil hectares, principalmente na região sul, pioneira no país, e em 2005/2006,

eram 25,5 milhões de hectares, distribuídos nas principais regiões agrícolas

(FEBRAPDP, 2008).

O impacto imediato de um sistema conservacionista como o plantio direto é a

redução do arraste de terra e de elementos químicos pela erosão (CASTRO et al.,

1986), mas outros aspectos relacionados são importantes para se alcançar níveis mais

altos de produtividade com menor degradação do solo e da água. Neste sistema, a

infiltração da água das chuvas é maior, a quantidade de água retida pelo solo e a água

disponível são maiores, e as oscilações da temperatura do solo são menores (CASTRO

et al., 1987). Esses fatores, aliados ao aumento do teor de matéria orgânica e ao

aumento da disponibilidade de nutrientes (DE MARIA e CASTRO, 1993), colocam o

plantio direto como um sistema produtivo com baixo impacto ambiental.

Manejos conservacionistas de solo, quando comparados ao preparo

convencional, apresentam características físicas e químicas distintas através do seu

perfil. Operações de preparo de solo podem alterar-lhe as propriedades físicas nas

frações mobilizadas e adjacências, tais como densidade do solo, porosidade e

13

resistência do solo à penetração. Isto pode afetar a distribuição e a morfologia das

raízes, com reflexos no crescimento da parte aérea (KLEPKER e ANGHINONI, 1995).

As mobilizações intensivas do solo, no sistema convencional, sob condições

inadequadas de umidade e de cobertura vegetal, modificam adversamente a estrutura

do solo, afetando basicamente as relações entre as fases: sólida, líquida e gasosa

(DENARDIN e KOCHHANN, 1997). No entanto, o sistema plantio direto de culturas

anuais caracteriza-se pela deposição da semente no solo, sem o prévio revolvimento

utilizado no sistema convencional, utilizando máquinas especializadas, que mobilizam

apenas o sulco de semeadura, pela manutenção da palha da cultura anterior e pela

rotação de culturas.

Como conseqüência da pequena mobilização do solo no sistema plantio direto,

teores mais elevados de nutrientes nas camadas superficiais, principalmente o fósforo,

têm sido determinados por diversos autores (CENTURION et al., 1985; ELTZ et al.,

1989; DE MARIA e CASTRO, 1993; CASTRO, 1995), no entanto, este acúmulo pode

levar a um desenvolvimento excessivo de radicelas nesta camada, prejudicando a

planta, se não houver um crescimento em profundidade, num período de seca

prolongada (CASTRO, 1995).

Ainda no sistema plantio direto, há uma tendência a encontrar maior densidade

do solo nas camadas superficiais, porém, para ARSHAD et al. (1996) este fato não

chega a comprometer o sistema, devido à maior continuidade de poros,

homogeneidade do solo e à maior atividade microbiana.

Na literatura, existem inúmeros relatos dos níveis de compactação do solo

cultivado sob o sistema plantio direto. Contudo, ainda existem dúvidas sobre qual o

estado de compactação do solo, sob sistema plantio direto, que influi negativamente na

produção das culturas e quais os limites críticos das propriedades físico-mecânicas que

limitam o pleno desenvolvimento das plantas (SECCO et al., 2004).

Para contribuir para a manutenção ou melhoria da qualidade do solo e do

ambiente, bem como para a obtenção de adequadas produtividades das culturas a

longo prazo, os sistemas de preparo do solo devem oferecer condições favoráveis ao

desenvolvimento das culturas. No entanto, dependendo do solo, do clima e das culturas

envolvidas, os sistemas de preparo podem promover a degradação da qualidade física

14

do solo, com reflexos ambientais e na produtividade das culturas (TORMENA, et al.,

2004).

Vários trabalhos têm demonstrado que os sistemas produtivos que adotam o

plantio direto, que evita a mobilização do solo, utiliza a rotação de culturas e mantém

uma cobertura de palha sobre o mesmo, estão menos vulneráveis à degradação ou, ao

contrário, podem levar a recuperação das suas propriedades físicas, químicas e

biológicas, com o decorrer de vários ciclos produtivos.

O contínuo fornecimento de material orgânico no sistema plantio direto serve

como fonte de energia para a atividade microbiana, que atua como agente de

estabilização dos agregados do solo (CAMPOS et al., 1995), no entanto, as condições

climáticas, representadas principalmente pelo regime hídrico de chuvas e pela

temperatura, influem na atividade microbiana e conseqüentemente na decomposição

desse material orgânico (GILMOUR et al., 1998). Assim, em regiões com características

climáticas distintas, a contribuição da matéria orgânica como agente estabilizador de

agregados e melhorador do solo pode ocorrer em diferentes intensidades.

Nesse sentido, o sistema plantio direto vem sendo utilizado com êxito há algum

tempo na região sul do Brasil, em função, principalmente, das condições

edafoclimáticas que favorecem a sua aplicação. Sob as condições climáticas

predominantes no Cerrado, tem sido difícil a formação e principalmente a manutenção

de volume de palhada, em quantidade suficiente para proteger plenamente a superfície

do solo. Isto, aliado a intensa movimentação de máquinas e implementos, pode

favorecer o surgimento de problemas decorrentes do uso continuado do sistema de

plantio direto, como o readensamento do solo e a salinização devido à constante

deposição dos fertilizantes minerais na superfície.

No Estado de São Paulo, esta técnica até recentemente tinha despertado pouco

interesse, principalmente aos agricultores da região Norte e Nordeste do Estado. Porém

percebe-se que devido ao impulso ocorrido no Centro-Oeste e a consolidação da

segunda safra nos sistemas de produção, a conscientização vem acontecendo

acentuadamente, aumentando o interesse pela adoção do sistema.

Em áreas irrigadas também é grande a preocupação com a degradação física,

pois ao procurar otimizar o uso dos solos e dos equipamentos de irrigação, na maioria

15

das vezes não são observadas as condições adequadas de umidade para a operação

das máquinas no campo (FREITAS, 1992). Além disso, há uma carência de

informações quanto à capacidade de suporte de carga desses solos que possam ser

usadas como subsídio na tomada de decisão sobre a realização ou não de uma

determinada operação mecanizada.

Outro sistema de produção que merece especial atenção quanto à qualidade do

solo são os considerados mistos, como o caso de sistema de integração lavoura-

pecuária, pois seu impacto sobre os atributos físicos e químicos são ainda incipientes.

O sistema de cultivo com rotação ou sucessão também altera as propriedades

físicas do solo. Em Latossolos Vermelho-Escuros, CAMPOS et al. (1995) observaram

maior atividade microbiana e estabilidade dos agregados, enquanto ALBUQUERQUE et

al. (1995) observaram maior volume de macroporos e menor densidade do solo, nos

sistemas de rotações de culturas comparados às sucessões.

A compreensão e a quantificação do impacto do uso e manejo do solo na sua

qualidade física são fundamentais no desenvolvimento de sistemas agrícolas

sustentáveis (DEXTER e YOUNGS, 1992). De acordo com SANCHEZ (1981),

avaliações das modificações no solo decorrentes do cultivo deveriam ser feitas,

submetendo um solo sob vegetação natural às explorações agrícolas desejadas e

analisando suas propriedades periodicamente. No entanto, por diferentes razões, é

difícil atender a essas condições experimentais. Alternativamente, estes estudos podem

ser feitos utilizando solos cultivados e sob mata nativa, desde que mantidos os critérios

genéticos e topográficos relacionados com a formação dos solos. No Brasil, têm sido

feitos alguns estudos avaliando as mudanças nas propriedades dos solos utilizando o

solo sob mata como referência (BORGES et al., 1999; ARAÚJO et al., 2004;

CENTURION et al., 2007).

16

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Áreas Experimentais

Foram utilizadas duas áreas experimentais, uma no município de Guaíra e outra

no município de Pedrinhas Paulista, ambas no Estado de São Paulo.

3.1.1. Caracterização das regiões

O município de Guaíra localiza-se na região norte do Estado de São Paulo, na

divisa com o Estado de Minas Gerais, distante 470 km da capital. O estabelecimento de

culturas como a soja, milho, feijão e tomate, o plantio e industrialização da cana-de-

açúcar, além de atividades pastoris, são as principais fontes de renda do município,

tornando-o um dos principais produtores de grãos do Estado de São Paulo. Por aliar

uma topografia suave, de colinas amplas, a boas condições de fertilidade do solo,

proveniente da alteração de derrames basálticos jurocretáceos da Formação Serra

Geral, Guaíra se destacou como importante pólo de irrigação. De acordo com SAAD

(1987), o município é constituído em sua grande maioria (90%) por solos da unidade

pedológica Latossolo Roxo, hoje classificada como Latossolos Vermelhos textura

argilosa eutroférrico ou distroférrico (EMBRAPA, 2006).

O município de Guaíra, na região paulista da Alta Mogiana, segundo a

classificação de Köppen, apresenta clima tropical com estação seca de inverno (Aw)

(ROLIM et al., 2007), com temperatura média anual de 24oC e 1300 mm de

precipitação, distribuídos entre outubro e abril. A figura 1 representa a precipitação e

temperatura média durante o período de desenvolvimento da cultura da soja em Guaíra

na safra 2005/2006.

17

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

30/10

/200

5

13/11

/200

5

27/11

/200

5

11/12

/200

5

25/12

/200

5

8/1/

2006

22/1/

2006

5/2/

2006

19/2/

2006

5/3/

2006

19/3/

2006

2/4/

2006

16/4/

2006

30/4/

2006

0

5

10

15

20

25

30

Figura 1. Precipitação acumulada e temperatura média semanal durante o período de desenvolvimento da cultura da soja em Guaíra. Fonte: CIIAGRO (2006).

O município de Pedrinhas Paulista fica inserido na região do Médio Vale do Rio

Paranapanema, ao Sudoeste do Estado de São Paulo, divisa com o Estado do Paraná,

onde a exploração agrícola desenvolveu-se inicialmente sobre os Latossolos Roxos

(hoje denominados Latossolos Vermelhos textura argilosa eutroférricos ou

distroférricos) com a sucessão soja/trigo. A partir de 1990 o trigo foi substituído pelo

milho safrinha, predominando a sucessão soja (verão) e milho “safrinha” (outono-

inverno). No início do cultivo do milho safrinha, o principal sistema regional de manejo

de solo era a semeadura na palha no outono-inverno e o preparo convencional com

escarificações e/ou gradagens no verão. O sistema plantio direto passou de 28% em

1998 para 42% em 2000. Em 2004, estimava-se que o sistema plantio direto

permanente era empregado em 66 % dos 130.000 ha de culturas anuais, predominando

a semeadura na palha no outono-inverno no restante da área (DE MARIA et al., 2004).

Pre

cipi

taçã

o (m

m)

Tem

peratura média

Data

18

O clima do município de Pedrinhas Paulista, situado na região paulista do

Médio Vale do Rio Paranapanema, segundo a classificação de Köppen é uma transição

climática entre inverno seco e úmido (Cwa/Cfa) (ROLIM et al., 2007). A temperatura e a

precipitação média anual são, respectivamente, 21,8oC e 1360 mm. A Figura 2 mostra a

precipitação e a temperatura média durante o desenvolvimento da cultura da soja na

safa 2005/2006.

0

20

40

60

80

100

120

30/10

/200

5

13/11

/200

5

27/11

/200

5

11/12

/200

5

25/12

/200

5

8/1/

2006

22/1/

2006

5/2/

2006

19/2/

2006

5/3/

2006

19/3/

2006

2/4/

2006

16/4/

2006

0

5

10

15

20

25

30

Figura 2. Precipitação acumulada e temperatura média semanal durante o período de desenvolvimento da cultura da soja em Pedrinhas Paulista. Fonte: CIIAGRO (2006).

3.1.2. Solos

Os solos das áreas foram identificados com base nos levantamentos pedológicos

semi-detalhados do Estado de São Paulo e amostragem física e química do solo in

loco.

O solo das áreas cultivadas e de mata avaliadas em Guaíra apresentaram teor

médio de argila de 75%, enquadrando-se na classe dos solos muito argilosos. Os

Pre

cipi

taçã

o (m

m)

Tem

peratura média

Data

19

resultados das análises químicas e granulométricas revelaram que o solo das áreas

avaliadas atendeu ao caráter ácrico, com capacidade de troca catiônica efetiva menor

que 15 mmolc kg-1 de argila e pH (KCl 1 mol L-1) igual ou superior a 5,0; ou ∆pH (pH KCl

– pH H2O) positivo ou nulo e apresentou teor de Fe2O3 médio de 280 g kg-1, sendo

classificado como LATOSSOLO VERMELHO Acriférrico típico (LVwf), segundo o

Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006). ALLEONI e

CAMARGO (1994) citam os solos ácricos como resultantes de intenso processo de

intemperismo e devido a isso, são normalmente profundos, variando de argilosos a

muito argilosos, sendo bastante friáveis e com fraco desenvolvimento de

macroestrutura no horizonte B. A diferenciação entre horizontes é pouco nítida, sendo

difícil separá-los sem que haja alguma arbitrariedade na demarcação dos limites. Os

autores ainda relatam que os solos ácricos por possuírem menor repulsão entre as

cargas elétricas dos colóides, apresentam microagregação máxima, favorecida pela

floculação e cimentação da argila, que dá ao solo a sensação de areia. Trata-se de um

tipo de solo representativo, já que em levantamento pedológico semi-detalhado da

região de Guaíra feito pelo Instituto Agronômico de Campinas, foram contabilizados

95.000 hectares de solos ácricos (OLIVEIRA e PRADO, 1994).

Em Pedrinhas Paulista as áreas avaliadas revelaram alta saturação por bases e

teor de Fe2O3 médio de 240 g kg-1, podendo classificá-lo como LATOSSOLO

VERMELHO Eutroférrico típico (LVef), segundo o Sistema Brasileiro de Classificação

de Solos (EMBRAPA, 2006). Todas as áreas apresentam mais de 60% de argila

(Tabela 1), enquadrando-se na classe dos solos muito argilosos.

3.2. Descrição dos tratamentos

As determinações relativas a este estudo foram realizadas na safra 2005/2006,

em quatro manejos ou sistemas de produção diferentes, em cada região, todos com a

cultura da soja, em parcelas de 10 m x 35 m, além da avaliação na mata nativa, tomada

como situação de solo sem interferência.

20

Em Guaíra, no LVwf, as áreas onde o trabalho foi conduzido eram contíguas e

pertencentes à Fazenda Barracão, de propriedade do Sr. Fernando de Oliveira

Carvalho e à Fazenda São João, de propriedade do Sr. Rafael Takahashi, com

coordenadas geográficas aproximadas de 20º 21’ S de latitude e 48º 14’ W de

longitude. Nelas foram avaliados os seguintes sistemas:

1 – Plantio direto irrigado de 12 anos – PD12;

2 – Plantio direto sequeiro de 5 anos – PD5;

3 – Plantio direto sequeiro de 5 anos, com 2 anos de integração com pecuária – PD5I;

4 – Preparo convencional há mais de 20 anos – PC;

5 – Mata natural.

A área com o sistema PD12 apresenta sistema de irrigação por pivô central e

utiliza a rotação de milho com a soja no verão a cada três anos. No outono-inverno,

rotacionam o milho safrinha, o sorgo e o feijão. A soja CD 208 (Coodetec) foi semeada

dia 04 de novembro de 2005 e a adubação de semeadura foi de 200 kg ha-1 da

formulação NPK 02-20-15 + micronutrientes.

O sistema PD5 tem o milho substituindo a soja no verão a cada três anos e o

milho safrinha ou o sorgo no outono-inverno. A semeadura da soja CD 208 (Coodetec)

foi realizada no dia 20 de novembro de 2005, com adubação de 225 kg ha-1 da

formulação NPK 02-20-25 + micronutrientes.

A área no sistema PD5I iniciou o sistema plantio direto juntamente com a área

no sistema PD5, diferindo na incorporação da integração com a pecuária, utilizando o

Sistema Santa Fé, originado no estado de Goiás (KLUTHCOUSKI et al., 2000). Neste

sistema, a braquiária para a formação de pasto é semeada juntamente com a operação

de adubação de cobertura do milho. A planta de milho se desenvolve primeiro, ficando a

braquiária com seu crescimento prejudicado, devido ao sombreamento. Com a

maturação e secamento do milho, a braquiária então continua seu desenvolvimento,

ganhando tempo e condições favoráveis para a formação do pasto. O período de

pastejo foi de 10 de junho a 10 de outubro. A soja foi semeada diretamente sob a

palhada da braquiária no dia 3 de dezembro de 2005, utilizando a cultivar MG/BR 46 –

21

Conquista e adubação de 225 kg ha-1 da formulação NPK 02-20-18 + micronutrientes.

Aos 30 dias após a emergência foi feita uma adubação potássica de cobertura, à lanço,

na dose de 50 kg ha-1 de KCl.

Nas áreas dos sistemas PD12 e PD5, foram efetuadas duas aplicações de

herbicidas e três aplicações de fungicidas e na área do sistema PD5I, duas aplicações

de herbicidas e quatro de fungicidas. Estas três áreas foram semeadas com a mesma

semeadora-adubadora, marca Tatu/Marchesan, modelo PST 3, configurada com disco

de corte de palha, haste sulcadora para a deposição de adubo, discos desencontrados

para a deposição de semente e espaçamento entre linhas de 0,50 m e receberam

adubação foliar com Co+Mo aos 30 dias após a emergência das plântulas.

No sistema PC o solo tem sido preparado utilizando uma gradagem pesada e

duas passadas de grade niveladora, há mais de vinte anos. Na safra avaliada, o

agricultor optou pela não utilização da gradagem pesada, efetuando apenas uma

passada de grade niveladora para posterior semeadura. A soja MG/BR 48 (Garimpo

RCH) foi semeada no dia 15 de novembro de 2005, utilizando 350 kg ha-1 da

formulação 03-15-15. Foram feitas 4 aplicações de fungicidas e 3 aplicações de

inseticidas. A semeadora-adubadora utilizada foi uma Tatu, configurada com discos

para deposição de adubo e semente e com espaçamento entre linhas de 0,53 m.

Em Pedrinhas Paulista, no LVef, o experimento foi conduzido em áreas

pertencentes ao Sítio Generoso, de propriedade do Sr. André Vicentini; Sítio São

Donato, de propriedade do Sr. Antônio Di Loreto e Sítio São Luiz, cujo proprietário é o

Sr. Luigi Tovo. As coordenadas geográficas aproximadas são 22º 49’ S de latitude e 50º

46’ W de longitude. As áreas eram contíguas e apresentavam os seguintes sistemas:

1 – Plantio direto de 15 anos – PD15;

2 – Plantio direto de 8 anos – PD8;

3 – Plantio direto de 8 anos com sucessão de culturas – PD8S;

4 – Preparo convencional há mais de 20 anos – PC;

5 – Mata natural.

22

As áreas com os sistemas PD15 e PD8 apresentam o mesmo sistema de

cultivo, diferindo apenas na idade de adoção. Desde 1994, a fazenda adota, nas áreas

de plantio direto, um cultivo de milho verão a cada dois cultivos de soja e sempre

antecedendo o cultivo do milho, no outono-inverno, o cultivo de adubação verde,

denominada pelo agricultor de “coquetel”. Os outros cultivos de outono-inverno são

preenchidos pela cultura do milho safrinha, com posterior semeadura de milheto,

visando à formação de palha no sistema (Tabela 1).

No “coquetel” de plantas de cobertura são semeadas 4 espécies vegetais

conjuntamente: girassol, tremoço, aveia e nabo forrageiro, com 10, 90, 90 e 20 kg ha-1

de sementes, respectivamente. O manejo das plantas varia conforme o ano e pode ser

feito com o auxílio de um rolo-faca, quando as espécies ainda estão verdes ou então

com a utilização de herbicidas dessecantes.

Tabela 1. Rotação de culturas adotada no sistema das áreas PD15 e PD8 em Pedrinhas Paulista

2002/03 2003 2003/2004 2004 2004/2005 2005 2005/2006

Soja Milho/milheto Soja Coquetel Milho Milho/Milheto Soja

A semeadura da soja nas áreas PD15 e PD8 ocorreu nos dias 3 e 4 de

novembro de 2005, utilizando sementes da cultivar CD 201 (Coodetec), que

previamente receberam tratamento de fungicida e micronutrientes. A adubação de

semeadura foi igual a 250 kg ha-1 da formulação NPK 0-20-20. Foram feitas três

aplicações de inseticidas, uma de fungicida para controle da ferrugem asiática e duas

pulverizações para o controle das plantas infestantes.

Na área PD15, a soja foi semeada com semeadora-adubadora marca Semeato,

modelo SSM 23 e na área PD8 com semeaora-adubadora marca Baldan, modelo 4500,

ambas configuradas com disco de corte de palha, haste sulcadora para a deposição de

adubo, disco duplo desencontrado para a deposição de sementes e espaçamento entre

linhas de 0,45 m. A semeadura da soja foi feita acompanhando as linhas de milho do

cultivo anterior.

23

Na área com o sistema PD8S, desde 1998 o agricultor adota a semeadura sem

o preparo total do solo, utilizando a sucessão de cultivo de soja no verão e de milho no

outono-inverno (Tabela 2).

Tabela 2. Sucessão de culturas adotada no sistema da área PD8S em Pedrinhas Paulista

2002/03 2003 2003/2004 2004 2004/2005 2005 2005/2006

Soja Milho Soja Milho Soja Milho Soja

A semeadura da soja ocorreu no dia 10 de novembro de 2005, utilizando

sementes da cultivar CD 202 (Coodetec), e 225 kg ha-1 da formulação NPK 02-20-18.

O sistema de preparo convencional é adotado há mais de 20 anos, empregando

uma gradagem pesada, uma subsolagem e duas passadas de grade niveladora. Nos

últimos 10 anos, foi utilizado a sucessão da soja no verão e milho safrinha no outono-

inverno. A semeadura da soja ocorreu dia 4 de novembro de 2005, utilizando sementes

CD 208 (Coodetec) previamente tratadas com fungicida e adubação com 250 kg ha-1 da

formulação NPK 0-20-20. Foram feitas três aplicações de inseticidas, uma aplicação de

fungicida para a prevenção da ferrugem asiática e uma aplicação de herbicida pré-

emergente.

A semeadora-adubadora utilizada na área com o sistema PC, marca Semeato,

estava configurada com discos, tanto para a deposição de adubo, quanto para a

deposição da semente.

3.3. Determinações

3.3.1. Avaliação da estabilidade de agregados, condutividade

hidráulica e resistência do solo à penetração.

24

As coletas de amostras de solo foram realizadas em dezembro de 2005, nas

entrelinhas da cultura da soja, nas camadas de 0-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 m, em 4

repetições, com auxílio de um enxadão, sem destruição dos torrões, que foram

acondicionados em sacos plásticos e, posteriormente, secados ao ar. No preparo das

amostras, os torrões foram desmanchados manualmente, tomando-se cuidado para não

destruir os agregados. Para avaliar a estabilidade de agregados via úmida, foram

usados 50 g de solo que passou pela peneira de 7,93 mm e ficou retido na peneira de

4,00 mm, os quais foram pré-umedecidos, conforme o princípio de umedecimento lento

descrito por KEMPER e CHEPIL (1965). Em seguida, essa amostra foi colocada no

aparelho de oscilação vertical sobre um conjunto de peneiras de 4,00; 2,00; 1,00; 0,50;

0,25 e 0,125 mm de diâmetro de malha, conforme descrito por YODER (1936).

Transcorridos 15 min, as porções retidas em cada peneira foram transferidas para latas

de alumínio com o auxílio de jatos de água, e secas em estufa a 105 ºC por um período

de 24 h para posterior pesagem. A partir dos valores dessas massas foram calculados a

porcentagem de agregados > 2,00 mm estáveis em água (Agreg), o diâmetro médio

geométrico (DMG) e o diâmetro médio ponderado (DMP), conforme KEMPER e

CHEPIL (1965). Para verificar se os valores de DMP dos tratamentos com solo

cultivado (PD12, PD5, PD5I e PC) foram diferentes daqueles da MN, calculou-se o

índice de sensibilidade (IS) sugerido por BOLINDER et al. (1999) e utilizado por

BERTOL et al. (2004), que utiliza o princípio da comparação relativa entre tratamentos.

O valor do referido índice maior do que a unidade (um) significa que a estabilidade dos

agregados aumentou e, quando menor, diminuiu.

A condutividade hidráulica saturada foi medida no campo, em duas

profundidades, a 0,08 e a 0,15 m e empregando-se duas cargas hidráulicas 0,03 e 0,06

m, em dezembro de 2005, com 4 repetições, utilizando um permeâmetro tipo Guelph,

composto de uma garrafa de Mariotte que controla a carga constante de água dentro do

furo, um tubo de acrílico com uma régua graduada onde a água é introduzida e um tripé

que permite adaptar o aparelho a terrenos irregulares. Após algum tempo, que

dependerá, dentre outros fatores, da umidade antecedente do solo e da sua textura,

uma pequena área em torno do furo estará saturada e, então, o fluxo torna-se

constante.

25

A resistência do solo a penetração (RP) foi determinada na entrelinha da cultura

da soja, utilizando um penetrômetro de impacto modelo IAA/PLANALSUCAR,

desenvolvido por STOLF et al. (1983), até 0,40 m de profundidade, em 6 repetições por

tratamento. Cada repetição foi formada pela média de 6 avaliações.

Concomitantemente à determinação de RP foi avaliada a umidade do solo pelo método

gravimétrico, em seis pontos selecionados aleatoriamente ao longo da linha de

amostragem de RP, nas camadas de 0-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m. Os

dados de resistência à penetração foram submetidos à análise de covariância, sendo

corrigidos em função da umidade.

3.3.2. Avaliação da densidade do solo, porosidade total,

macroporosidade, microporosidade e densidade relativa.

Para a determinação das propriedades físicas do solo, foram coletadas amostras

com estrutura indeformada em quatro pontos aleatórios para cada sistema de manejo,

utilizando cilindros de 52,35x10-6 m3, no centro das camadas de 0-0,10; 0,10-0,20 e

0,20-0,30 m. Após a retirada dos cilindros, estes foram limpos por fora, tampados e

vedados com gaze e elástico e levados ao laboratório. Foram determinadas a

densidade do solo (BLAKE e HARTGE, 1986), a microporosidade, por secagem (tensão

de 0,006 MPa) em câmaras de pressão de Richards com placa porosa (KLUTE, 1986),

a porosidade total segundo DANIELSON e SUTHERLAND (1986), e a macroporosidade

obtida por diferença entre a porosidade total e a microporosidade.

A densidade de referência do solo foi determinada em amostras deformadas

coletadas na camada de 0-0,20 m e passadas em peneira de 4,0 mm. Para tal, foi

utilizado o teste Proctor normal com reuso de material (NOGUEIRA, 1998). A

determinação da densidade máxima (de referência) consistiu da adição de um pouco de

água à amostra, homogeneização, adição de solo até 1/3 do cilindro de 10 cm por

12,73 cm (1000 cm3) que foi submetido a 26 golpes de um soquete de 2,5 kg caindo à

altura de 30,5 cm, equivalente a uma pressão de 200 kPa. Em seguida, adicionou-se

mais uma camada até atingir 2/3 e depois outra até atingir a superfície do cilindro,

26

procedendo da mesma forma para compactação. Nos pontos seguintes, adicionou-se

mais água até que se verificou ter a densidade do solo diminuído, sendo obtida a Ds

máxima. Objetivou-se obter o ponto de máxima Ds e pelo menos dois pontos acima e

dois abaixo, para um melhor ajuste do modelo.

3.3.3. Determinação das curvas de retenção de água no solo e do

índice S.

As amostras indeformadas retiradas das camadas 0-0,10; 0,10-0,20 e 0,20-0,30

m foram colocadas em uma bandeja e saturadas durante 24 horas. Após este período,

deixou-as escoar o excesso de água para posterior pesagem. Em seguida as amostras

foram submetidas às tensões de 0,006; 0,01; 0,033; 0,06, 0,1 e 0,3 MPa, em câmaras

de Richards com placa porosa (KLUTE, 1986), sendo determinado o conteúdo de água

retida em cada tensão.

Após pesagem na última tensão, retirou-se a gaze e o elástico para pesagem e

composição da tara total para os cálculos de umidade. As amostras de solo foram

secas em estufa a 105ºC até atingir peso seco constante, o qual foi utilizado nos

cálculos de densidade do solo e da umidade nos diferentes pontos da curva

característica. As curvas de retenção de água ou características foram ajustadas pelo

modelo proposto por GENUCHTEN (1980).

No cálculo do índice S foi utilizado os parâmetros de ajuste das curvas de

retenção de água ajustadas pelo modelo proposto por GENUCHTEN (1980).

=S ( )( )m

ressat

mn

+−

+−−

11

1θθ (1)

onde: n e m são parâmetros que governam o formato da curva; sat

θ e res

θ são a umidade

na saturação e residual, respectivamente.

No cálculo do S o foco principal está na inclinação da curva de retenção da água

do solo no ponto de inflexão. Isto pode ser medido diretamente através da curva

retenção, entretanto, é mais conveniente ajustar a curva de retenção a uma função

27

matemática e então calcular a inclinação no seu ponto de inflexão (Equação 1) em

termos dos parâmetros obtidos na equação de GENUCHTEN (1980). A análise das

curvas de retenção de água na literatura sugerem que a degradação física do solo

sempre conduz a uma mudança no formato das curvas. Uma pequena inclinação indica

um solo desestruturado e, portanto, uma elevada inclinação um solo estruturado e que

possui muitos poros (DEXTER, 2004a).

3.3.4. Análise granulométrica e da fertilidade dos solos

Na mesma ocasião em que se coletaram as amostras indeformadas com anéis

volumétricos, fez-se a coleta de amostras deformadas com trado tipo holandês para

análise granulométrica e de fertilidade do solo.

A composição granulométrica dos solos foi determinada em amostras

coletadas na camada de 0-0,30 m, através da dispersão com NaOH (0,1 mol L-1) e

agitação lenta durante 16 horas, sendo o conteúdo de argila obtido pelo método da

pipeta (GEE e BAUDER, 1986).

Em cada sistema avaliado foram retiradas seis amostras compostas,

provenientes de 10 amostras simples, nas camadas 0-0,10; 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m,

para fins de análise química do solo, segundo metodologia descrita por RAIJ et al.

(1987).

3.3.5. Avaliações na cultura da soja

No florescimento pleno da cultura da soja, foram coletadas amostras de folhas

para a diagnose nutricional e avaliadas segundo BATAGLIA et al. (1983).

No estádio R8, foram coletadas 10 plantas seguidas em uma das linhas de cada

parcela, que foram levadas ao laboratório para as avaliações de: altura de planta,

medindo-se a distância entre o colo e o ápice da haste principal; altura de inserção da

primeira vagem, medindo-se a distância entre o colo da planta e a inserção da primeira

28

vagem; e número de vagens por planta, destacando-se e contando-se todas as vagens

viáveis de cada planta.

A população de plantas foi avaliada por ocasião da colheita, contando-se o

número de plantas em 3 linhas de 1 metro de comprimento cada, calculando-se o valor

médio por hectare. Para a avaliação da produtividade da soja, foram colhidas as plantas

em 3 linhas com 3 m de comprimento, em 6 repetições por tratamento. Estas plantas,

após secagem ao sol, foram trilhadas mecanicamente, os grãos pesados e os dados

transformados em kg ha-1 (13% de umidade em base úmida). A umidade foi

determinada através do método da estufa (105 ± 3 ºC por 24 h.).

3.4. Análise dos dados

Os dados foram submetidos aos testes de Shapiro Wilk e Levene ambos a 5%

de probabilidade, para verificação da normalidade dos resíduos e homocedasticidade

das variâncias. Todas as variáveis do trabalho apresentaram distribuição normal dos

resíduos e homocedasticidade não havendo a necessidade de transformação dos

dados, com excessão apenas da condutividade hidráulica saturada, que foi

transformada em Log x.

A análise de variância seguiu o delineamento inteiramente casualizado com

parcelas subdivididas 5 x 3 (cinco manejos e três camadas), para os dois experimentos.

Os graus de liberdade para tratamento foram decompostos em quatro contrastes

ortogonais entre si, dentro de cada camada, para isolar os efeitos do cultivo do solo,

sistema plantio direto, tempo de adoção do sistema plantio direto/irrigação e integração

lavoura-pecuária em Guaíra (Tabela 3) e os efeitos do cultivo do solo, do sistema

plantio direto, do tempo de adoção do sistema plantio direto e o efeito da utilização da

rotação de culturas em Pedrinhas Paulista (Tabela 4). Utilizou-se o teste de Tukey

(p<0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento. As análises foram

feitas com auxílio do software estatístico SAS (SAS, 1999).

As classificações dos solos das áreas deste estudo diferem quanto ao grande

grupo, logo, com o intuito de se obter uma melhor compreensão da dinâmica dos

fatores que influenciam a qualidade dos solos agrícolas, diante da grande quantidade

29

de informações coletadas em campo, procurou-se identificar diferenças entre os

sistemas de produção e a mata natural, quanto aos atributos físicos e químicos dos

solos, por meio de análise multivariada.

Tabela 3. Nomes, coeficientes e efeitos dos contrastes entre os tratamentos em Guaíra

Tratamentos(1)

Nome PD12 PD5 PD5I PC MN

Efeito

C1 1 1 1 1 -4 Cultivo

C2 1 1 1 -3 0 Plantio direto

C3 1 -1 0 0 0 Tempo/Irrigação

C4 0 1 -1 0 0 Integração (1) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD5: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PDI: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração com pecuária; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; Tabela 4. Nomes, coeficientes e efeitos dos contrastes entre os tratamentos em

Pedrinhas Paulista

Tratamentos(1)

Nome

PD15 PD8 PD8S PC MN Efeito

C1 1 1 1 1 -4 Cultivo

C2 1 1 1 -3 0 Plantio direto

C3 1 -1 0 0 0 Tempo de SPD

C4 0 1 -1 0 0 Rotação

(1) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa.

A análise estatística multivariada surgiu como uma importante ferramenta para

permitir a extração de uma quantidade maior de informação que dificilmente seria

gerada empregando métodos univariados (BEEBE et al., 1998). Para a estatística

univariada, no caso restrito de variáveis independentes, é possível com segurança,

interpretar fenômenos usando medidas de tendência central como média, moda, etc. e

dispersão dos dados. Na estatística multivariada o fenômeno depende de muitas

variáveis, com isso não basta conhecer as variáveis isoladas, mas conhecê-las na sua

30

totalidade, pois uma depende da outra e as informações são fornecidas pelo conjunto e

não individualmente (GROBE, 2005).

BATISTA (1990) afirma que, quando se trata de estudos de vários parâmetros

observados, ou medidos sobre um mesmo indivíduo ou unidade amostral, se pode

recorrer aos métodos de análises multivariadas com o intuito de melhor explicar a

estrutura da massa de dados, sendo o método da análise de agrupamento um dos mais

utilizados.

Para a análise multivariada, foram utilizados os dados constantes na Tabela 5.

Tabela 5. Variáveis físicas e químicas do solo utilizadas na análise multivariada

Nº Variável física Sigla Nº Variável química Sigla

1 % de agregados > 2 mm Agreg 10 Matéria orgânica MO

2 Diâmetro médio geométrico DMG 11 Fósforo P

3 Diâmetro médio ponderado DMP 12 Potencial hidrogeniônico pH

4 Densidade do solo Ds 13 Cálcio Ca

5 Macroporosidade Macro 14 Magnésio Mg

6 Microporosidade Micro 15 Potássio P

7 Índice S -- 16 Acidez potencial H+Al

8 Condutividade hidráulica Kfs 17 Soma de bases SB

9 Resistência à penetração RP 18 Capacidade de troca catiônica CTC

19 Saturação por bases V%

20 Alumínio Al

Foram considerados como acessos, todos os tratamentos avaliados neste

trabalho, no LVwf (PD12, PD5, PD5I, PC e MN) e no LVef (PD15, PD8, PD8S, PC e

MN). Todas as análises multivariadas foram realizadas após a padronização das

variáveis onde cada uma ficou com média 0 e variância 1.

A análise de agrupamentos hierárquica (SNEATH e SOKAL, 1973) foi realizada

calculando-se a distância euclidiana entre os acessos, para o conjunto das 20 variáveis,

e utilizando o algorítmo de Ward para a obtenção dos agrupamentos de acessos

similares. O resultado da análise foi apresentado em forma gráfica (dendrograma) que

auxiliou na identificação dos agrupamentos dos acessos.

31

A identificação dos acessos nos grupos também foi feita pelo k-means (HAIR,

2005) que pertence à classe dos métodos de agrupamentos não hierárquicos e não

supervisionados. Este método minimiza a variância dos acessos dentro de cada grupo.

A análise de componentes principais permite condensar a maior quantidade da

informação original contida em p variáveis (p=20, neste estudo) em duas variáveis

latentes ortogonais denominadas de componentes principais que são combinações

lineares das variáveis originais criados com os dois maiores autovalores da matriz de

covariância dos dados (HAIR, 2005). Desta forma, o conjunto inicial contendo 20

variáveis passou a ser caracterizado por duas novas variáveis latentes, o que

possibilitou sua localização em figuras bidimensionais (ordenação dos acessos por

componentes principais). A adequação desta análise é verificada pela quantidade da

informação total das variáveis originais retida pelos componentes principais que

possuem autovalores superiores à unidade (KAISER, 1958) e fundamenta-se no fato de

que qualquer fator deve explicar uma variância superior àquela apresentada por uma

simples variável. Autovalores inferiores à unidade não possuem informação relevante.

Todas as análises estatísticas foram processadas no software STATISTICA versão

7.0 (STATSOFT, 2004).

32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Análise granulométrica dos solos

A análise granulométrica foi realizada com a finalidade de caracterizar os solos

dos locais de execução dos trabalhos (Tabela 6), e não de verificar a existência de

possíveis efeitos dos diferentes manejos ou sistemas de preparo na distribuição de

partículas primárias do solo.

Tabela 6. Conteúdo médio na camada de 0-0,30 m, de areia grossa, areia fina, silte e argila dos Latossolos de Guaíra e Pedrinhas Paulista

Solo(1) Areia grossa Areia fina Silte Argila

---------------------------- g kg-1 ----------------------------

LVwf 47 137 61 755

LVef 69 109 162 660 (1) LVwf: Latossolo Vermelho acriférrico típico; LVef: Latossolo Vermelho eutroférrico típico.

4.2. Estabilidade de agregados e matéria orgânica

A ação antrópica no Latossolo Vermelho Acriférrico típico (LVwf) proporcionou

redução dos índices de agregação em todas as camadas avaliadas, comprovando a

perda de estabilidade dos agregados devido ao uso agrícola, em relação à mata nativa

(Tabela 7). A maior agregação no sistema mata nativa (MN) é resultante do acúmulo de

matéria orgânica (MO) ao longo dos anos, confirmado pelo contraste C1 da Figura 3,

em virtude da não ação antrópica por mais de 40 anos, influenciando fortemente a

agregação do solo.

33

Tabela 7. Porcentagem de agregados > 2,00 mm estáveis em água (Agreg), diâmetro médio geométrico (DMG), diâmetro médio ponderado (DMP), índice de sensibilidade (IS) e teste F para os contrastes estabelecidos para cada camada no LVwf(1)

Índices de agregação

Tratamento(2)

Agreg (%) DMG (mm) DMP (mm) IS

Camada de 0 -0,10 m PD12 95,73 a 5,08 a 5,44 a 0,93 a PD5 92,27 a 4,84 a 5,41 a 0,93 a PD5I 92,24 a 4,73 a 5,28 a 0,91 a PC 70,44 b 2,75 b 3,96 b 0,68 b MN 99,04 a 5,75 a 5,85 a 1,00 a

Contrastes(3) P>F(4) C1 -11,37** -1,40** -0,83** -0,14** C2 22,97** 0,80** 1,41** 0,24** C3 3,46* 0,24ns 0,03ns 0ns C4 0,03ns 0,11ns 0,13ns 0,02ns Camada de 0,10-0,20 m

PD12 94,81 a 5,12 a 5,51 a 0,95 a PD5 89,34 a 4,43 a 5,16 a 0,90 a PD5I 88,56 a 4,23 a 5,00 a 0,88 a PC 79,37 a 3,52 a 4,61 a 0,81 a MN 98,91 a 5,67 a 5,79 a 1,00 a

Contrastes P>F C1 -10,89** -1,35** -0,72** -0,12** C2 11,53** 1,07** 0,61** 0,10** C3 5,47** 0,69** 0,35** 0,05* C4 0,78ns 0,20ns 0,16ns 0,02ns

Camada de 0,20-0,30 m PD12 97,46 a 5,36 a 5,61 a 0,96 a PD5 90,39 a 4,64 a 5,26 a 0,90 a PD5I 89,59 a 4,29 a 5,02 a 0,85 a PC 66,46 b 2,51 b 3,75 b 0,64 b MN 99,15 a 5,75 a 5,84 a 1,00 a

Contrastes P>F C1 -13,18** -1,55** -0,93** -0,16** C2 26,02** 2,25** -0,54** 0,26** C3 7,07** 0,72** 0,35* 0,06* C4 0,80ns 0,35ns 0,24ns 0,05ns

(1) Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD5: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PDI: plantio direto a 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD12 + PD5 + PD5I + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD12+PD5+PD5I) vs. -(PC)]; C3: [(PD12) vs. -(PD5)]; C4: [(PD5) vs. -(PD5I)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

34

O mesmo comportamento na agregação do solo se manifestou quando o

contraste C2 comparou o sistema plantio direto (SPD) e o preparo convencional (PC),

mostrando o efeito positivo do SPD. No entanto, o teor de MO encontrado na área de

preparo convencional na camada 0-0,10 foi maior do que nas áreas de plantio direto.

Era de se esperar menores valores de MO na área com preparo convencional do solo,

principalmente em função da aceleração da decomposição causada pela incorporação

dos restos culturais por ocasião do preparo do solo com arações e gradagens

(ALBUQUERQUE et al., 2005), no entanto, o preparo do solo que antecedeu a coleta

no LVwf foi efetuada apenas com uma gradagem leve e superficial, com posterior

semeadura. Possivelmente, a pequena mobilização do solo e os resíduos da cultura

anterior influenciaram na avaliação da MO. No entanto, essa MO não contribuiu para

aumentar a estabilidade dos agregados.

O acúmulo de MO em áreas sob sistema plantio direto, principalmente na

camada superficial do solo, devido à preservação dos restos vegetais na superfície, já

que o solo não é totalmente revolvido, foi relatado nos trabalhos de SILVA et al. (2000a)

e de TORMENA et al. (2004), ambos em Latossolo Vermelho do Paraná. No entanto

deve-se considerar que este aumento também depende de fatores como o clima,

temperatura, precipitação, textura e mineralogia do solo.

O efeito do tempo de adoção do sistema plantio direto/irrigação (Contrate C3)

apresentou, na camada de 0-0,10 m, maior porcentagem de agregados com diâmetro

maior que 2 mm (Agreg), na camada de 0,10-0,20 m, efeito positivo em todos os índices

de agregação e na camada 0,20-0,30 m, aumento na Agreg, DMG e DMP. A prática da

irrigação favorece o desenvolvimento das plantas, que produzirão mais massa seca e

consequentemente mais matéria orgânica será adicionada ao solo. No entanto, apenas

na camada 0,10-0,20 m houve incremento no teor de MO (Figura 3), indicando que

possivelmente outros fatores inerentes aos sistemas ou solos podem estar atuando na

agregação. Não houve efeito da utilização da integração com pecuária (Contraste C4)

nos índices de agregação e nos teores de MO. Era de se esperar que este contraste

fosse significativo, pois alguns trabalhos mostram que sistemas de rotação de culturas

sob SPD envolvendo espécies com sistema radicular agressivo como o da braquiária e

com diferentes quantidades de fitomassa, podem alterar as propriedades físicas do solo

35

(ALBUQUERQUE et al., 2001). Provavelmente o curto tempo de adoção do sistema não

permitiu a expressão das características positivas. A comparação dos atributos

avaliados nas diferentes camadas mostrou redução dos índices de agregação no PC

nas camadas 0-0,10 e 0,20-0,30 m, em comparação com a camada de 0,10-0,20 m.

Provavelmente a camada 0,10-0,20 m apresentou efeito do implemento de preparo do

solo, que causa compressão das partículas do solo, formando torrões, sem, entretanto,

ocorrerem os mecanismos de formação e estabilização destes, que não apresentam

qualidades positivas de um agregado (SILVA et al., 2000c).

10

15

20

25

30

35

40

45

PD12 PD5 PD5I PC MN

Figura 3. Teores de matéria orgânica (MO) e estimativa dos contrastes estabelecidos para os cinco tratamentos e três camadas no LVwf. Camada de 0-0,10 m ( ); 0,10-0,20 m ( ); 0,20-0,30m ( ); PD12: plantio direto irrigado há 12 anos; PD5: plantio direto há 5 anos; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: preparo convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; C1: [(PD12 + PD5 + PD5I + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD12+PD5+PD5I) vs. -(PC)]; C3: [(PD12) vs. -(PD5)]; C4: [(PD5) vs -(PD5I)]; ns: não significativo; **: significativo a 1% de probabilidade. Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada manejo, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05)

Estimativa dos contrastes 0-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,30 m

C1 -14** -11** -11** C2 -7** -7** -4*

C3 3ns 3* 3ns

C4 -2ns -1ns -3ns

Manejos

MO

(g

dm-3

)

a ab

b

a ab

b

a

ab b

a

a

b

a

ab

b

36

No LVef, o efeito do cultivo do solo na agregação pode ter sido influenciado

principalmente pelo teor de MO, verificado pelo Contraste C1 (Tabela 8 e Figura 4). Na

camada superficial, não houve diferença dos índices de agregação do solo cultivado em

comparação com a mata natural, podendo-se atribuir tal fato à contribuição do

incremento de MO nas áreas com sistema plantio direto (Contraste C2). Nas demais

camadas avaliadas, o teor de MO na área de mata natural foi superior às áreas

cultivadas. Estes resultados concordam com OLIVEIRA et al. (2004) que, em um

Latossolo Vermelho distrófico típico do Distrito Federal encontraram teor de carbono

orgânico nos primeiros 10 cm da superfície do solo sob plantio direto há 20 anos igual

ao da condição de mata (Cerrado).

O aumento de matéria orgânica na superfície do solo no plantio direto se deve ao

fato do revolvimento do solo nesse sistema se dar somente na linha de semeadura,

enquanto no PC toda a camada de solo ser revolvida nas operações de preparo,

incorporando os resíduos vegetais e acelerando sua decomposição (ALBUQUERQUE

et al., 2005). WENDLING et al. (2005), que estudaram a estabilidade de agregados em

um Latossolo Vermelho de Minas Gerais, sob diferentes manejos, concluíram que é na

camada superficial onde ocorre a maior contribuição da matéria orgânica.

O efeito do tempo de adoção do sistema plantio direto na estabilidade de

agregados (Contraste C3) não foi observado na camada superficial, mas sim nas

camadas mais profundas. Neste caso, a agregação do solo não está associada à MO,

já que não houve incremento no teor em função da idade de adoção do sistema. Este

resultado ainda sugere que outros fatores relacionados aos sistemas ou ao solo podem

estar atuando na agregação.

Não houve efeito da rotação de culturas (Contraste 4) na agregação do solo e

somente na camada mais profunda houve um incremento no teor de MO.

Dentro de cada tratamento, a MN apresentou homogeneidade do teor de MO no

perfil do solo. O tratamento PD8 mostrou maior teor de MO em superfície. No PD15 a

camada mais profunda apresentou menor valor de MO. Nas áreas PD8S e PC o teor de

MO decresceu gradativamente em profundidade.

37

Tabela 8. Porcentagem de agregados > 2,00 mm estáveis em água (Agreg), diâmetro médio geométrico (DMG), diâmetro médio ponderado (DMP), índice de sensibilidade (IS) e teste F para os contrastes estabelecidos para cada camada no LVef (1)

Índices de agregação

Tratamento(2)

Agreg (%) DMG (mm) DMP (mm) IS

Camada 0-0,10 m PD15 91,92 a 4,91 a 5,39 a 0,98 a PD8 95,92 a 5,33 a 5,62 a 1,03 a PD8S 91,17 a 4,76 a 5,30 a 0,97 a PC 81,87 a 3,79 a 4,75 a 0,87 a MN 94,54 a 5,03 a 5,48 a 1,00 a

Contrastes(3) P>F(4) C1 -4,32ns -0,33ns -0,22ns -0,04ns C2 11,13** 1,21** 0,69** 0,12** C3 4,00ns -0,42ns -0,23ns -0,05ns C4 4,75ns 0,57ns 0,32ns 0,06ns Camada 0,10-0,20 m

PD15 81,40 a 3,79 a 4,61 a 0,81 b PD8 92,57 a 4,95 a 5,39 a 0,95 a PD8S 90,68 a 4,71 a 5,27 a 0,92 a PC 87,63 a 4,36 a 5,03 a 0,88 a MN 97,24 a 5,45 a 5,70 a 1,00 a

Contrastes P>F C1 -9,17** -1,00** -0,63** -0,11** C2 0,59ns 0,12ns 0,06ns 0,01ns C3 -11,17** -1,16** -0,78** -0,14* C4 1,89ns 0,24ns 0,12ns 0,03ns

Camada 0,20-0,30 m PD15 82,56 a 3,90 a 4,71 a 0,85 ab PD8 94,35 a 5,12 a 5,48 a 1,00 a PD8S 87,76 a 4,39 a 5,04 a 0,91 a PC 86,53 a 4,24 a 4,95 a 0,90 a MN 95,75 a 5,13 a 5,51 a 1,00 a

Contrastes P>F C1 -7,95* -0,72* -0,47* -0,09* C2 1,69ns 0,23ns 0,13ns 0,02ns C3 -11,79** -1,22** -0,77** -0,15** C4 6,59ns 0,73ns 0,44ns 0,09ns

(1) Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. -(PC)]; C3: [(PD15) vs. -(PD8)]; C4: [(PD8) vs -(PD8S)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

38

10

15

20

25

30

35

PD15 PD8 PD8S PC MN

Figura 4. Teores de matéria orgânica (MO) e estimativa dos contrastes estabelecidos para os cinco tratamentos e três camadas no LVef. Camada de 0-0,10 m ( ); 0,10-0,20 m ( ); 0,20-0,30m ( ); PD15: plantio direto há 15 anos; PD8: plantio direto há 8 anos; PD8S plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. -(PC)]; C3: [(PD15) vs. -(PD8)]; C4: [(PD8) vs -(PD8S)]; ns: não significativo; **: significativo a 1% de probabilidade. Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada manejo, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05)

Estimativa dos contrastes 0-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,30 m

C1 -3ns -11** -15** C2 3* -3* 4*

C3 -3ns 2ns -1ns

C4 -3ns 0ns 5**

Tratamentos

MO

(g

dm-3

)

a

a

b

a

b b

a

b

c

a

b

c

a

a a

39

4.3. Condutividade hidráulica

Tanto no LVwf, quanto no LVef, o contraste C1 mostrou que o cultivo do solo

diminuiu sua condutividade hidráulica em relação à sua condição natural (Tabelas 9 e

10, Figuras 5 e 6). Esse resultado confirma a perda da estruturação do solo de mata em

função da utilização da agricultura. Essa redução significativa do fluxo de água nos

solos cultivados pode ser conseqüência da diminuição da macroporosidade (Tabela 12).

Resultado semelhante foi obtido por GÓES et al. (2005) em um Latossolo Vermelho

eutroférrico argiloso de Jaboticabal (SP).

Tabela 9. Condutividade hidráulica saturada do solo e teste F para os contrastes estabelecidos no LVwf(1)

Condutividade hidráulica(1)

Tratamento(2)

0,08 m 0,15 m ----- mm h-1 -----

PD12 4,38 a 1,72 b PD5 3,78 a 2,57 b PD5I 3,63 a 2,30 b PC 5,12 a 3,11 b MN 6,51 a 5,87 a

Contrastes(3) P>F(4) C1 -2,28** -3,45** C2 -1,19** 0,91** C3 0,60** -0,85** C4 0,15ns 0,27ns

(1) Dados transformados em ln(Ch); Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD5: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração com pecuária; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD12 + PD5 + PD5I + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD12+PD5+PD5I) vs. -(PC)]; C3: [(PD12) vs. -(PD5)]; C4: [(PD5) vs -(PD5I)]. (4) ns: não significativo e **: significativo a 1% de probabilidade.

40

As áreas de SPD nos dois solos estudados também apresentaram menores

valores de condutividade hidráulica quando contrastado com as áreas de PC. Era de se

esperar que, devido à continuidade de poros, à tortuosidade dos interstícios e à maior

atividade biológica que facilita a movimentação tridimensional da água, resultados

superiores do SPD em relação ao PC, conforme verificado por ARZENO (1990) e

ASSIS e LANÇAS (2005), em estudo com permeâmetro de Guelph, ambos em

Nitossolo Vermelho. No entanto, contribuem para o maior fluxo de água, o excessivo

revolvimento do solo no PC e a tendência de adensamento do solo no SPD, já que em

ambas situações podem ocorrer modificações na densidade, na porosidade total, na

macro e microporosidade do solo, que estão diretamente ligadas à distribuição dos

poros e, por conseqüência, a permeabilidade dos solos (MESQUITA e MORAES, 2004).

0

1

2

3

4

5

6

7

PD12 PD5 PD5I PC MN

0,08 m

0,15 m

Figura 5. Condutividade hidráulica do LVwf nas duas profundidades, em função dos sistemas de manejo. As barras indicam os valores de erro padrão da média e a sobreposição destas denota a ausência de diferenças entre as médias dos tratamentos.

O resultado do contraste C3 no LVwf permitiu inferir que o tempo de adoção do

SPD/irrigação proporcionou maior condutividade hidráulica na profundidade 0,08 m e

ln C

ondu

tivid

ade

hidr

áulic

a (m

m h

-1)

Tratamentos

41

menor na profundidade 0,15 m. De modo geral, os maiores valores de condutividade

hidráulica são encontrados juntamente com os maiores valores de macroporosidade

(MESQUITA e MORAES, 2004). Apesar da macroporosidade não ter sido influenciada

pelo tempo de adoção do SPD/irrigação (Tabela 11), esse resultado na profundidade

0,15 m, possivelmente está relacionado com os baixos valores de macroporosidade

encontrados (PD12 = 0,068 e PD5 = 0,076 m3 m-3).

Tabela 10. Condutividade hidráulica saturada e teste F para os contrastes estabelecidos no LVef(1)

Condutividade hidráulica(1)

Tratamento(2)

0,08 m 0,15 m mm h-1 PD15 5,05 a 1,55 b PD8 5,49 a 2,28 b PD8S 5,44 a 2,09 b PC 5,63 a 4,37 b MN 7,11 a 5,83 b

Contrastes(3) P>F(4) C1 -1,71** -3,26** C2 -0,30** -2,40** C3 -0,44** -0,73** C4 0,05ns 0,19ns

(1) Dados transformados em ln(Ch); Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. -(PC)]; C3: [(PD15) vs. -(PD8)]; C4: [(PD8) vs -(PD8S)]. (4) ns: não significativo e **: significativo a 1% de probabilidade.

No LVef, o contraste C3 mostra que o incremento no tempo de adoção do

sistema plantio direto diminuiu a condutividade hidráulica. O tratamento PD15

apresentou maior microporosidade na camada 0-0,10 m, confirmando assim, que as

modificações estruturais ocasionadas pelo manejo, em função de práticas agrícolas

superficiais e subsuperficiais também modificam a condutividade hidráulica (MESQUITA

e MORAES, 2004).

42

Não houve efeito da utilização da integração lavoura-pecuária no LVwf e nem

efeito da rotação de culturas no LVef (Contrastes C4) na condutividade hidráulica, e tal

resposta pode ser explicada devido às poucas variações na condição estrutural do solo

nos dois tratamentos e solos.

Na comparação entre profundidades, dentro de cada tratamento, aqueles

estudados no LVef, apresentou maiores valores de condutividade hidráulica na

profundidade 0,08 m. No LVwf a resposta foi a mesma, com exceção da área de MN,

que apresentou homogeneidade do fluxo de água no perfil do solo.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

PD15 PD8 PD8S PC MN

0,08 m

0,15 m

Figura 6. Condutividade hidráulica do LVef nas duas profundidades, em função dos sistemas de manejo. As barras indicam os valores de erro padrão da média e a sobreposição destas denota a ausência de diferenças entre as médias dos tratamentos.

4.4. Densidade, porosidade total, macroporosidade e microporosidade

Em todas as camadas do Latossolo Vermelho acriférrico típico de Guaíra (LVwf),

o contraste C1 mostrou que a maior densidade do solo ocorreu nas áreas cultivadas,

ln C

ondu

tivid

ade

hidr

áulic

a (m

m h

-1)

Tratamentos

43

em comparação com a área de mata natural (Tabela 11). Os maiores valores de

macroporos e porosidade total e menores valores de microporos foram conferidos à

área de mata natural, na mesma comparação. Esta situação é comum, já que a ação

antrópica está relacionada com a compactação do solo pelo uso de máquinas e

implementos (CAVENAGE et al., 1999), com a redução dos teores de matéria orgânica

(SILVA e KAY, 1997) e menor estabilidade estrutural do solo (HORN et al., 1995).

O sistema plantio direto proporcionou maiores valores de densidade quando

contrastado com a área convencional (Contraste C2). Na camada de 0,20-0,30 m, as

áreas com o sistema plantio direto mostraram-se com maior densidade do solo, maior

volume de porosidade total e maior microporosidade, em relação à área com preparo

convencional (Contraste C2).

Essa resposta normalmente é encontrada em estudos deste tipo, e vários

autores citam que no sistema plantio direto o revolvimento do solo é restrito à linha de

semeadura e, no entanto, o tráfego de máquinas ocorre normalmente em toda extensão

da área, resultando num aumento da compactação do solo, principalmente em

superfície (ASSIS e LANÇAS, 2005).

O sistema plantio direto também proporcionou maiores valores de

microporosidade e porosidade total. A macroporosidade foi maior na área de plantio

convencional, o que pode ser atribuído ao vigoroso revolvimento do solo por ocasião do

preparo.

O contraste C3 comparou as áreas com sistema plantio direto de 12 anos

irrigado e 5 anos, e somente a macroporosidade apresentou diferença significativa,

destacando-se o PD5, que apresentou maiores valores e indicou possível tendência de

adensamento do solo no tempo.

44

Tabela 11. Densidade do solo (Ds), porosidade total, macroporosidade e microporosidade e teste F para os contrastes estabelecidos para cada camada no LVwf(1)

Propriedade

Tratamento(2)

Densidade Porosidade Macroporosidade Microporosidade

Mg m-3 ------------------ m3 m-3 ------------------

Camada de 0 -0,10 m

PD12 1,14 a 0,575 a 0,087 a 0,488 a PD5 1,17 a 0,592 a 0,120 a 0,472 a PD5I 1,12 a 0,590 a 0,092 a 0,498 a PC 0,92 b 0,561 a 0,168 a 0,393 b MN 0,78 a 0,637 a 0,301 a 0,336 a

Contrastes(3) P>F(4) C1 0,31** -0,058** -0,184** 0,127** C2 0,22** 0,025* -0,068** 0,093** C3 -0,03ns -0,017ns -0,033* 0,016ns C4 0,05ns 0,002ns 0,028ns -0,026ns Camada de 0,10-0,20 m

PD12 1,26 a 0,564 a 0,068 a 0,496 a PD5 1,24 a 0,561 a 0,076 a 0,485 a PD5I 1,15 a 0,611 a 0,117 a 0,494 a PC 1,18 a 0,535 a 0,082 b 0,453 a MN 0,81 a 0,602 a 0,260 a 0,342 a

Contrastes P>F C1 0,40** -0,034** -0,174** 0,140** C2 0,04ns 0,044** 0,005ns 0,039** C3 0,02ns 0,003ns -0,008ns 0,011ns C4 0,09ns -0,050** -0,041** 0,009ns

Camada de 0,20-0,30 m PD12 1,25 a 0,565 a 0,091 a 0,474 a PD5 1,20 a 0,565 a 0,104 a 0,461 a PD5I 1,15 a 0,590a 0,092 a 0,498 a PC 1,12 a 0,544 a 0,085 b 0,459 a MN 0,79 a 0,619 a 0,285 a 0,334 a

Contrastes P>F C1 0,39** -0,053** -0,192** 0,139** C2 0,08** 0,029** 0,011ns 0,019* C3 0,05ns 0ns -0,013ns 0,013ns C4 0,05ns -0,025ns 0,012ns -0,037*

(1) Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD12: plantio direto a 12 anos, irrigado; PD5: plantio direto a 5 anos, sequeiro; PDI: plantio direto a 5 anos, com integração com pecuária a 2 anos; PC: plantio convencional a mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD12 + PD5 + PD5I + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD12+PD5+PD5I) vs. -(PC)]; C3: [(PD12) vs. -(PD5)]; C4: [(PD5) vs. -(PD5I)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

45

O efeito da utilização da integração lavoura–pecuária, verificada pelo contraste

C4, mostrou que não houve diferença significativa para as variáveis analisadas.

Esperava-se que a utilização da braquiária no sistema de produção alterasse as

características físicas do solo, principalmente devido aos benefícios gerados pelo

sistema radicular da mesma (ALBUQUERQUE et al., 2001). No entanto, devido à

recente introdução deste sistema na área, os resultados benéficos podem ainda não ter

se expressado. Na camada de 0,10 a 0,20 m, o sistema plantio direto quando

contrastado com o sistema convencional (Contraste C2), apresentou maior porosidade

total e maior microporosidade.

Entre as áreas com o sistema plantio direto de 12 e 8 anos, nas camadas de

0,10-0,20 e 0,20-0,30 m não houve diferença significativa para as variáveis analisadas,

não indicando tendência de adensamento ao longo do tempo.

O contraste C4, indicou que a introdução da integração lavoura–pecuária quando

comparada com a área de mesma idade de adoção do sistema plantio direto, porém

sem integração, acarretou maiores valores de macroporosidade e de porosidade total,

mostrando o efeito benéfico da utilização de espécies com vigoroso sistema radicular

na estruturação do solo e conformação do espaço poroso. O emprego da integração

lavoura-pecuária proporcionou maior valor de microporosidade, devido possivelmente a

uma compactação oriunda da utilização sucessiva de equipamento de revolvimento do

solo na mesma profundidade, antes da adoção do sistema.

Entre as camadas, as diferenças significativas somente ocorreram na área com

plantio convencional. Na camada superficial, a densidade do solo foi inferior, o volume

de macroporos foi superior e o volume de microporos foi inferior, refletindo a ação do

equipamento utilizado no revolvimento e preparo do solo, fracionando os agregados,

com conseqüente criação de poros.

Em todas as áreas avaliadas os volumes de macroporos ficaram aquém do

considerado ideal por TAYLOR e ASCHROFT (1972), de cerca de 0,33 m3 m-3. Esse

problema foi mais grave nas áreas no sistema plantio direto, com média (0,09 m3 m-3) e

na área com preparo convencional, com valor de 0,08 m3 m-3. Estes dados indicam

possíveis problemas de infiltração de água, circulação de oxigênio e,

conseqüentemente, desenvolvimento das raízes das culturas nas camadas desses

46

tratamentos, principalmente nas que apresentaram volume de macroporos menor do

que 0,10 m3 m-3 (XU et al., 1992).

No Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef) de Pedrinhas Paulista, o contraste C1

mostrou que as áreas cultivadas apresentaram maior densidade do solo, menor

porosidade total, menor macroporosidade e maior microporosidade, em todas as

camadas avaliadas (Tabela 12).

Esta resposta demonstra que o uso do solo para fins agrícolas, independente do

sistema de manejo utilizado, promove alterações nas suas propriedades físicas.

Resultados semelhantes, em solo cultivado com cana-de-açúcar, foram obtidos por

SILVA e RIBEIRO (1992). BORGES et al. (1999) citam que a drástica redução da

macroporosidade nos solos cultivados decorre do aumento da compactação do solo,

que é evidenciada pelo aumento da densidade do solo.

Na camada superficial, o sistema plantio direto proporcionou maior densidade do

solo e microporosidade, menor porosidade total e macroporosidade, quando

comparadas com a área com preparo convencional. Esses resultados estão em

conformidade com os de TORMENA et al. (2002), em um Latossolo Vermelho distrófico

de Araruna (PR). Além dos efeitos da mobilização no solo no plantio convencional,

estes resultados refletem um estado de compactação causada pelas operações

agrícolas e ou adensamento nas áreas com sistema plantio direto.

A área com sistema plantio direto de 8 anos (PD8) apresentou menores valores

de microporos, em comparação com a área de 12 anos (PD12) (Contraste C3). Isto

indica melhoria na conformação dos poros no tempo, devido principalmente à adoção

da rotação de culturas, confirmada pelo contraste C4, também significativo.

Na camada de 0,10-0,20 m, a área com plantio convencional apresentou maior

volume de macroporos, quando comparadas com a área com plantio convencional

(contraste C2), evidenciando o efeito desagregante das partículas no preparo do solo.

47

Tabela 12. Densidade do solo (Ds), porosidade total, macroporosidade e microporosidade e teste F para os contrastes estabelecidos para cada camada no LVef(1)

Propriedade

Tratamento(2)

Densidade Porosidade Macroporosidade Microporosidade

Mg m-3 ------------------ m3 m-3 ------------------

Camada de 0-0,10 m

PD15 1,22 a 0,562 a 0,085 a 0,477 a PD8 1,24 a 0,541 a 0,131 a 0,410 a PD8S 1,31 a 0,506 a 0,105 a 0,401 a PC 1,08 b 0,588 a 0,247 a 0,341 b MN 0,78 a 0,644 a 0,298 a 0,346 a

Contrastes(3) P>F(4) C1 0,43** -0,095** -0,156** 0,061** C2 0,18** -0,052* -0,140** 0,088** C3 -0,02ns 0,021ns -0,046ns 0,067* C4 -0,07ns 0,035ns 0,026ns 0,009* Camada de 0,10-0,20 m

PD15 1,33 a 0,499 a 0,068 a 0,431 a PD8 1,35 a 0,500 a 0,072 a 0,428 a PD8S 1,42 a 0,467 a 0,063 a 0,404 a PC 1,33 a 0,505 b 0,100 b 0,405 a MN 0,79 a 0,644 a 0,302 a 0,342 a

Contrastes P>F C1 0,57** -0,151** -0,226** 0,075** C2 0,04ns -0,016ns -0,032** 0,016ns C3 -0,02ns -0,001ns -0,004ns 0,003ns C4 -0,07ns 0,033* 0,009ns -0,024ns

Camada de 0,20-0,30 m PD15 1,26 a 0,528 a 0,097 a 0,431 a PD8 1,32 a 0,486 a 0,086 a 0,400 a PD8S 1,35 a 0,481 a 0,084 a 0,397 a PC 1,40 a 0,476 b 0,064 b 0,412 a MN 0,86 a 0,646 a 0,288 a 0,358 a

Contrastes P>F C1 0,47** -0,153** -0,205** 0,052** C2 -0,09** 0,022* 0,025* -0,003ns C3 -0,06* 0,042** 0,011ns 0,031* C4 -0,03* 0,005* 0,002ns 0,003ns

(1) Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. -(PC)]; C3: [(PD15) vs. -(PD8)]; C4: [(PD8) vs -(PD8S)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

48

Na camada de 0,20-0,30 m, as áreas com o sistema plantio direto apresentaram

menor densidade do solo, maior porosidade total e maior macroporosidade, quando

comparadas com a área com plantio convencional (contraste C2). Isto indica uma

melhoria na qualidade física do solo em profundidade, decorrente possivelmente da

atividade de fauna edáfica e de raízes, que atuam na formação de canais (COSTA et

al., 2003).

O efeito do tempo de adoção do sistema plantio direto (contraste C3) mostrou

que o PD15 apresentou menor densidade do solo, maior porosidade total e maior

microporosidade, quando comparado com o PD8, mostrando o efeito benéfico da

utilização a longo prazo da rotação de culturas.

Todos os sistemas cultivados, com exceção da camada 0-0,10 m da área de

preparo convencional, apresentaram volumes de macroporos abaixo daquele

considerado ideal, de 1/3 do volume total de poros, conforme sugerido por TAYLOR e

ASCHROFT (1972). Este valor seria limitante ao desenvolvimento radicular, pela

reduzida taxa de difusão de gases no solo e pela dificuldade de drenagem do excesso

de água das chuvas. Esse problema foi mais grave em todas as camadas nas áreas no

sistema plantio direto, com média (0,09 m3 m-3) e na área com preparo convencional,

em especial na camada de 0,20-0,30 m, com valor de 0,06 m3 m-3. Estes dados indicam

possíveis problemas de infiltração de água, circulação de oxigênio e,

conseqüentemente, desenvolvimento das raízes das culturas nas camadas desses

tratamentos, principalmente nas que apresentaram volume de macroporos menor do

que 0,10 m3 m-3 (XU et al., 1992).

4.5. Densidade relativa

Verificou-se que a máxima compactação do Latossolo Vermelho acriférrico típico

(LVwf) foi de 1,39 Mg m-3 (Figura 7), obtida com conteúdo de água retida de 0,31 m3 m-3

na tensão de 0,04 MPa, ou seja, abaixo da capacidade de campo (0,01 MPa).

BEUTLER et al. (2005) encontraram valores de 1,85 Mg m-3 para um Latossolo

Vermelho distrófico (LVd) e de 1,54 Mg m-3 para um Latossolo Vermelho eutroférrico

49

(LVef) e justificaram tal diferença à granulometria e ao tipo de mineral de argila

envolvidos. No caso do LVd predomina quartzo e caulina, que conferem menor

porosidade e no LVef, a mineralogia oxídica que condiciona a formação de estrutura

granular forte muito pequena e com maior espaço poroso (FERREIRA et al., 1999).

Assim, esse menor valor para a densidade máxima do LVwf era esperado, por se tratar

de solo que possui menor repulsão entre as cargas elétricas dos colóides e apresentam

microagregação máxima (ALLEONI e CAMARGO, 1994).

ŷ = 0,2024 + 7,5468x - 12,216x2

R2 = 0,88181,05

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45

Figura 7. Densidade máxima determinada com o aparelho de Proctor no Latossolo Vermelho acriférrico típico (LVwf).

Tanto no LVwf como no LVef, o solo das áreas de mata apresentaram valores de

densidade relativa (Dsr) bem menores do que as áreas cultivadas (Tabelas 13 e 14).

Esse resultado era esperado, pois a condição original do solo sob vegetação nativa,

com maiores teores de matéria orgânica, maior porosidade e menor densidade, como já

vimos nos resultados deste trabalho citado anteriormente, também refletem na

densidade relativa, já que trata-se de uma relação direta, entre a situação atual do solo

e a máxima possível.

Den

sida

de d

o so

lo (

Mg

m-3

)

Conteúdo de água (m3 m-3)

1,39 Mg m-3

0,31 m3 m-3

50

Em Guaíra, não houve diferença para a densidade relativa entre a área com

preparo convencional e as áreas cultivadas no sistema plantio direto (Contraste 2) e

para o tempo de adoção do sistema plantio direto (Contraste 3).

A utilização da integração lavoura-pecuária apresentou diminuição da Dsr nas

camadas 0-0,10 e 0,20-0,30 m.

Na comparação entre camadas, dentro de cada sistema, o plantio direto com

integração lavoura-pecuária apresentou menor Dsr na camada 0-0,10 m.

Tabela 13. Densidade relativa e teste F para os contrastes estabelecidos no LVwf Tratamento(2) Densidade relativa

0-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,30 m PD12 0,82 a 0,91 a 0,90 a PD5 0,84 a 0,90 a 0,86 a PD5I 0,64 b 0,84 a 0,81 a PC 0,80 a 0,83 a 0,83 a MN 0,56 a 0,59 a 0,57 a

Contrastes(3) Estimativa e P>F(4) C1 0,22** 0,28** 0,28** C2 -0,03ns 0,05ns 0,02ns C3 -0,02ns 0,01ns 0,04ns C4 0,20** 0,06ns 0,05*

(1) Dados transformados em ln(Ch); Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD12: plantio direto a 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto a 5 anos, sequeiro; PD8I: plantio direto a 5 anos, com integração com pecuária a 2 anos; PC: plantio convencional a mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD12 + PD8 + PD8I + PC) vs. (MN)]; C2: [(PD12+PD8+PD8I) vs. (PC)]; C3: [(PD12) vs. (PD8)]; C4: [(PD8) vs (PD8I)]. (4) ns: não significativo e **: significativo a 1% de probabilidade.

Os valores de Dsr nas camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m da área com sistema

plantio direto de 12 anos e na camada 0,10-0,20 m da área com sistema plantio direto

de 5 anos ficaram acima de 0,87 (0,90), preconizado como ideal para o bom

desenvolvimento das culturas (HÅKANSSON, 1990; HÅKANSSON e LIPIEC (2000).

A camada 0-0,10 m da área com PD5I apresentou Dsr abaixo de 0,80 (0,64), o

que segundo LINDSTRON e VOORHEES (1994), pode afetar a produtividade das

culturas em conseqüência da redução da capacidade de armazenamento de água no

solo.

51

As áreas com sistema plantio direto com 5 e 12 anos apresentaram, na camada

0,10-0,20 m valores de Dsr acima do considerado ideal ao desenvolvimento das

culturas (HAKANSSON, 1990).

A densidade máxima do LVef de Pedrinhas Paulista foi de 1,52 Mg m-3, obtida na

umidade de 0,26 m3 m-3 (Figura 8), correspondente a uma tensão de 0,1 MPa, portanto,

com umidade retida menor do que na capacidade de campo. BEUTLER et al. (2005)

encontraram valor de densidade máxima de 1,54 Mg m-3, para o mesmo tipo de solo,

em Jaboticabal-SP. Esses valores superiores aos encontrados para o LVwf (1,39 Mg m-

3), devem-se principalmente ao tipo de mineral presente nesse solo,

predominantemente os óxidos de ferro, que lhe conferem menor porosidade

(FERREIRA et al., 1999).

ŷ = - 0,3377+ 14,456x - 28,202x2

R2 = 0,85561,20

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

0,15 0,20 0,25 0,30 0,35

Figura 8. Densidade máxima determinada com o aparelho de Proctor no Latossolo Vermelho eutroférrico típico (LVef).

No geral os sistemas avaliados no LVef apresentaram valores de Dsr próximos

ao considerado ideais ao desenvolvimento das culturas, de 0,87 (HAKANSSON, 1990),

com exceção da camada 0,10-0,20 m da área com sistema plantio direto há 8 anos com

Den

sida

de d

o so

lo (

Mg

m-3

)

Conteúdo de água (m3 m-3)

1,52 Mg m-3

0,26 m3 m-3

52

sucessão de culturas (PD8S) e da camada 0,20-0,30 da área com preparo

convencional, que apresentaram respectivamente, 0,93 e 0,92.

O sistema plantio direto quando comparado com o preparo convencional

(Contraste C2) mostrou-se com maior Dsr na camada 0-0,10 m e menor na camada

0,20-0,30 m.

O tempo de adoção do sistema plantio direto (Contraste C3) e a utilização da

rotação de culturas (Contraste C4) não influenciaram a Dsr.

Entre as camadas avaliadas, dentro de cada sistema, apenas o preparo

convencional mostrou menor Dsr na camada superficial.

Tabela 14. Densidade relativa e teste F para os contrastes estabelecidos no LVef Tratamento(2) Densidade relativa

0-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,30 m PD12 0,80 a 0,87 a 0,83 a PD8 0,81 a 0,88 a 0,86 a PD8S 0,86 a 0,93 a 0,89 a PC 0,72 b 0,88 a 0,92 a MN 0,51 a 0,52 a 0,56 a

Contrastes(3) Estimativa e P>F(4) C1 0,29** 0,37** 0,32** C2 0,10** 0,01ns -0,06** C3 -0,01ns -0,01ns -0,03ns C4 -0,05ns -0,05ns -0,03ns

(1) Dados transformados em ln(Ch); Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD15: plantio direto há 15 anos; PD8: plantio direto há 8 anos; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. (MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. (PC)]; C3: [(PD15) vs. (PD8)]; C4: [(PD8) vs (PD8S)]. (4) ns: não significativo e **: significativo a 1% de probabilidade.

4.6. Resistência do solo à penetração

Em Guaíra, na camada 0-0,10 m, os sistemas cultivados no SPD apresentaram

maior resistência à penetração (RP) em comparação com a MN e PC (Figura 9). Este

resultado já era esperado, uma vez que normalmente há um aumento na densidade do

solo e diminuição no volume de macroporos em áreas no SPD devido ao constante

tráfego de máquinas e o não revolvimento do solo nesse sistema (TORMENA et al.,

2002). De outro lado, o preparo do solo favoreceu uma menor RP, pelo fato do solo

53

estar revolvido nesta camada. Porém verificou-se para o PC, um aumento na RP nas

camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m, possivelmente devido ao “pé-de-grade” causado pelo

trabalho do implemento de preparo do solo na mesma profundidade e umidade

inadequada (ALVES & SUZUKI, 2004).

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

PD12

PD5

PD5I

PC

MN

Figura 9. Resistência do solo à penetração do LVwf em função dos sistemas de manejo. As barras indicam os valores de erro padrão da média e a sobreposição destas denota a ausência de diferenças entre as médias dos tratamentos.

Nas áreas MN, PD5 e PD5I do LVwf, os valores de RP não apresentaram

grandes variações no perfil do solo. O PD12 apresentou valores de RP acima do

preconizado por BENGOUGH e MULLINS (1990) como crítico para o desenvolvimento

das cultuas, de 2 MPa, desde sua camada superficial. Não foi possível observar o efeito

benéfico da utilização da integração lavoura-pecuária na RP. ALBUQUERQUE et al.

RP (MPa)

Pro

fund

idad

e (m

)

54

(2001) citam que sistemas de rotação de culturas sob SPD envolvendo espécies como

a braquiária e com diferentes quantidades de fitomassa, podem alterar as propriedades

físicas do solo, no entanto, CASTRO et al. (2005) relatam que 3 anos de utilização de

pastagem no sistema integração lavoura-pecuária não foram suficientes para reduzir a

RP na camada sub-superficial de um solo cultivado sob plantio convencional durante 20

anos. Pode-se então inferir então há diferença ou influência do sistema, porém o tempo

de adoção ainda não foi suficiente para uma intervenção.

0

10

20

30

40

0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

PD15

PD8

PD8S

PC

MN

Figura 10. Resistência do solo à penetração do LVef em função dos sistemas. As barras indicam os valores de erro padrão da média e a sobreposição destas denota a ausência de diferenças entre as médias dos tratamentos.

Na camada 0-0,10 m do LVef, todos os sistemas apresentaram valores de RP

abaixo de 2 MPa, preconizado por BENGOUGH e MULLINS (1990) como crítico para o

desenvolvimento das cultuas. No entanto, PD15, PD8 e PD8S poderiam apresentar

Pro

fund

idad

e (m

)

RP (MPa)

55

restrições ao desenvolvimento radicular na camada 0,10-0,30 m. ARSHAD (1996) relata

que apesar dos valores mais elevados de RP em áreas de SPD serem freqüentes,

estes não chegam a comprometer o sistema, devido à continuidade de poros e maior

atividade microbiana, ponderando-se valores superiores em SPD. A área com 8 anos

de SPD e rotação de culturas proporcionou menores valores de RP nas camadas 0-

0,10 e 0,10-0,20 m em comparação com a área com mesmo tempo de adoção, porém

com sucessão de culturas (soja/milho safrinha). Resultados semelhantes foram

observados por TEIXEIRA et al. (2003) em um Argissolo Amarelo Distrófico, que

atribuíram tal fato à contribuição dos resíduos vegetais das plantas utilizadas como

cobertura.

4.7. Curvas de retenção de água e índice S

Analisando as curvas de retenção de água do LVwf e do LVef, observou-se que

os tratamentos afetaram a retenção de água em todas as camadas e em todas as

tensões aplicadas, com destaque para as menores tensões (Figuras 11, 12, 13, 14, 15

e 16).

A água retida a tensões acima de 0,01 Mpa, é de grande interesse para o estudo

de sua disponibilidade para as plantas. Segundo SANCHEZ (1981), de maneira geral, a

disponibilidade de água para as plantas se encontra entre 0,01 e 0,1 Mpa, sendo a

compactação um fator elevador da quantidade de água nessa faixa. Entretanto, há casos

em que isso não corre. Em estudos com evolução de atributos físico-hídricos de um

Latossolo Vermelho argiloso, após sete cultivos sucessivos de arroz e feijão sob

irrigação por pivô central, STONE et al. (1994) observaram que a água disponível na

camada superficial, 0-0,20 m, diminuiu de 10,6 para 8,0 mm, enquanto na camada de

0,20-0,40 m, o decréscimo foi de 9,0 para 7,2 mm. A interpretação dessa disponibilidade

de água, contudo, não é simples, uma vez que a deficiência de aeração e a resistência

do solo à penetração podem dificultá-la.

A retenção de água do solo nas áreas de mata foi maior em todas as camadas.

Os maiores valores de MO e menores de Ds encontrados na área sem interferência

56

humana (Tabelas 11 e 12 e Figuras 4 e 5) possivelmente asseguram essa característica

(BEUTLER et al., 2002). Nas tensões mais baixas, a ação indireta da MO se sobressai,

devido à retenção nessas tensões dependerem principalmente do efeito de capilaridade

e distribuição do tamanho dos poros, ou seja, da estrutura do solo. Nas tensões mais

elevadas, a água é retida, sobretudo, por fenômenos de adsorção do solo, influenciada

pela textura e superfície específica do solo (MAIA et al., 2005).

0,0001

0,001

0,01

0,1

1

10

0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

PD12

PD5

PD5I

PC

MN

Figura 11. Curvas de retenção de água no LVwf, na camada 0-0,10 m, em função dos tratamentos.

Umidade (kg kg-1)

Ten

são

(MP

a)

57

0,0001

0,001

0,01

0,1

1

10

0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

PD12

PD5

PD5I

PC

MN

Figura 12. Curvas de retenção de água no LVwf, na camada 0,10-0,20 m, em função dos tratamentos.

0,0001

0,001

0,01

0,1

1

10

0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

PD12

PD5

PD5I

PC

MN

Figura 13. Curvas de retenção de água no LVwf, na camada 0,20-0,30 m, em função dos tratamentos.

Umidade (kg kg-1)

Ten

são

(MP

a)

Umidade (kg kg-1)

Ten

são

(MP

a)

58

0,0001

0,001

0,01

0,1

1

10

0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

PD15

PD8

PD8S

PC

MN

Figura 14. Curvas de retenção de água no solo na camada 0-0,10 m em função dos

tratamentos no LVef.

0,0001

0,001

0,01

0,1

1

10

0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

PD15

PD8

PD8S

PC

MN

Figura 15. Curvas de retenção de água no solo na camada 0,10-0,20 m em função dos

tratamentos no LVef.

Umidade (kg kg-1)

Ten

são

(MP

a)

Umidade (kg kg-1)

Ten

são

(MP

a)

59

0,0001

0,001

0,01

0,1

1

10

0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

PD15

PD8

PD8S

PC

MN

Figura 16. Curvas de retenção de água no solo na camada 0,20-0,30 m em função dos

tratamentos no LVef.

No LVwf, o sistema plantio direto mostrou-se com menor valor de Índice S em

relação ao plantio convencional na camada 0-0,10 m e maior na camada 0,20-0,30m

(contraste C2) (Figura 17). Esta resposta mostra uma pior qualidade do solo na camada

superficial nas áreas com sistema plantio direto, devido principalmente aos maiores

valores de densidade do solo nesta camada (Tabela 11). A área com sistema plantio

direto de 5 anos apresentou maior valor de S do que a áreas com 12 anos irrigada

(contraste 3) somente na camada 0,20-0,30 m. A integração lavoura–pecuária

promoveu incremento no valor de S na camada mais profunda (contraste 4).

Umidade (kg kg-1)

Ten

são

(MP

a)

60

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

PD12 PD5 PD5I PC MN

Figura 17. Valores de Índice S e estimativa dos contrastes estabelecidos para os cinco

tratamentos e três camadas no LVwf. Camada de 0-0,10m ( ); 0,10-0,20m ( ); 0,20-0,30m ( ); PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD5: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PDI: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: preparo convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD12 + PD5 + PDI + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD12+PD5+PDI) vs. -(PC)]; C3: [(PD12) vs. -(PD5)]; C4: [(PD5) vs. -(PDI)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

Considerando em conjunto as três camadas amostradas, o índice S

correlacionou-se significativamente com todos os atributos físicos do LVwf avaliados e a

MO (Figuras 18,19, 20 e 21) e as funções de regressão ajustaram-se ao modelo linear.

Com o aumento da macroporosidade e MO houve correlação positiva em relação ao

índice S, enquanto com o aumento da microporosidade e da densidade do solo,

correlações negativas foram observadas, concordando com STONE et al. (2005).

Também foi observado por DEXTER (2004a) correlação negativa do índice S em

função da densidade do solo e positiva em função da MO. Segundo o autor o

decréscimo da MO e aumento da Ds estão associados com a degradação física do

solo. Verificou-se que o maior coeficiente de determinação foi encontrado para a

macroporosidade, corroborando com STONE et al. (2005).

Índi

ce S

Tratamentos

a a

a

a a a

a

b

a

a

a

b

a

Estimativa dos contrastes 0-0,10m 0,10-0,20 m 0,20-0,30 m C1 -0,075* -0,094* -0,078** C2 -0,026** 0,012ns 0,010** C3 0ns -0,002ns -0,010** C4 -0,015ns -0,020ns -0,009**

a

a

61

ŷ = -0,0467 + 2,3571x

R2 = 0,8821, p < 0,01

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,030 0,080 0,130 0,180

Figura 18. Regressão da macroporosidade do LVwf em função do índice S. (n = 60)

ŷ = 0,5712 - 1,642xR2 = 0,7034, p < 0,01

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

0,500

0,550

0,030 0,080 0,130 0,180

Figura 19. Regressão da microporosiade do LVwf em função do índice S. (n = 60)

Índice S

Índice S

Mac

ropo

rosi

dade

(m

3 m-3

) M

icro

poro

sida

de (

m3 m

-3)

62

ŷ = 1,4688 - 4,9684x

R2 = 0,8291, p < 0,01

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

0,030 0,080 0,130 0,180

Figura 20. Regressão da Ds do LVwf em função do índice S. (n = 60)

ŷ = 19,892 + 82,854x

R2 = 0,2039, p < 0,01

10

15

20

25

30

35

40

45

0,030 0,080 0,130 0,180

Figura 21. Regressão da matéria orgânica do LVwf em função do índice S. (n = 60)

Índice S

Índice S

Den

sida

de d

o so

lo (

Mg

m-3

) M

atér

ia o

rgân

ica

(g d

m-3

)

63

Considerando o limite estabelecido por DEXTER (2004a), S = 0,035, para solos

com boa qualidade estrutural, os valores limites para os atributos físicos do LVwf

seriam: Macro = 0,026 m3 m-3, Micro = 0,513 m3 m-3, Ds = 1,29 Mg m-3 e MO = 17,83 g

dm-3.

No LVef os valores de Índice S encontrados na camada superficial das áreas

cultivadas ficaram acima do preconizado por DEXTER (2004a), no entanto, nas

camadas subsuperficiais, ficaram muito próximas ou abaixo da preconizada pelo autor

como ideais ao desenvolvimento das culturas (0,035) (Figura 22).

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

PD15 PD8 PD8S PC MN

Figura 22. Valores de Índice S e estimativa dos contrastes estabelecidos para os cinco tratamentos e três camadas no LVef. Camada de 0-0,10m ( ); 0,10-0,20m ( ); 0,20-0,30m ( ); PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: preparo convencional há mais de 20 anos; MN: mata nativa; C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. -(PC)]; C3: [(PD15) vs. -(PD8)]; C4: [(PD8) vs -(PD8S)]; ns: não significativo; **: significativo a 1% de probabilidade.

A mata natural apresentou maior valor de S em relação às áreas cultivadas. O

sistema plantio direto apresentou menor valor de S em relação ao preparo convencional

Estimativa dos contrastes 0-0,10m 0,10-0,20m 0,20-0,30m

C1 -0,135** -0,161** -0,160** C2 -0,017** -0,011ns 0,003ns

C3 0,001ns 0,004ns 0,010ns

C4 0,004ns 0,009ns 0,005ns

a a

a

a a a a

a

b a

ab a

a

a

a

Índi

ce S

Tratamentos

64

na camada superficial, refletindo as condições de maior densidade do solo, menor

macroporosidade e maior microporosidade encontradas no sistema plantio direto nesta

camada. Os contrastes que verificavam os efeitos da idade de adoção do sistema e da

utilização de rotação de culturas não foram significativos.

Considerando em conjunto as três camadas amostradas, o índice S

correlacionou-se significativamente com todos os atributos físicos do LVef avaliados,

mas não com a MO (Figura 23, 24, 25 e 26) e as funções de regressão entre os

atributos físicos em função de S ajustaram-se ao modelo linear. Com o aumento da

macroporosidade houve correlação positiva em relação ao índice S, enquanto com o

aumento da microporosidade e da densidade do solo, correlações negativas foram

observadas, concordando com STONE et al. (2005).

ŷ = 0,0518 + 1,3033x R2 = 0,7879, p < 0,01

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250

Figura 23. Regressão da macroporosidade do LVef em função do índice S. (n = 60)

Índice S

Mac

ropo

rosi

dade

(m

3 m-3

)

65

ŷ = 0,423 - 0,3894x R2 = 0,4209, p < 0,01

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

0,500

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250

Figura 24. Regressão da microporosiade do LVef em função do índice S. (n = 60)

ŷ = 1,4169 - 3,2274x

R2 = 0,8371, p < 0,01

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250

Figura 25. Regressão da Ds do LVef em função do índice S. (n = 60)

Índice S

Den

sida

de d

o so

lo (

Mg

m-3

)

Índice S

Mic

ropo

rosi

dade

(m

3 m-3

)

66

ŷ = 24,917 - 2,4825x R2 = 0,0007, ns

10

15

20

25

30

35

40

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250

Figura 26. Regressão da matéria orgânica do LVef em função do índice S. (n = 60)

Também foi observada por DEXTER (2004a) correlação negativa do índice S em

função da densidade do solo. Era de se esperar resposta positiva em função da MO,

mas isto não ocorreu. Segundo o autor o decréscimo da MO e aumento da Ds estão

associados com a degradação física do solo. Verificou-se que o maior coeficiente de

determinação foi encontrado para a densidade do solo.

Considerando o valor estabelecido por DEXTER (2004a), S = 0,035, para solos

com boa qualidade estrutural, os valores limites para os atributos físicos do LVef de

Pedrinhas Paulista seriam: Macroporosidade = 0,097 m3 m-3, Microporosidade = 0,409

m3 m-3 e Ds = 1,30 Mg m-3. Este valor de Macroporosidade ficou bem próximo aos 0,10

m3 m-3 considerado limite inferior para condições de ideais de aeração para o

desenvolvimento das plantas (XU et al., 1992) e a Ds próxima dos 85% da máxima

compactação suportada pelo solo, relação considerada ideal ao desenvolvimento da

soja (BEUTLER et al., 2005).

Índice S

Mat

éria

org

ânic

a (g

dm

-3)

67

4.8. Análise química do solo

O cultivo do solo (Contraste C1) alterou significativamente a maioria dos

parâmetros químico avaliados (Tabela 15). Em todas as camadas, a elevação nos

valores de P, pH, K, Ca, SB e V%, e diminuição da acidez potencial e da CTC,

constatados na área cultivada, possivelmente estejam relacionadas com o processo

contínuo de correção do solo e adubação das culturas (ARAÚJO, et al., 2000).

O sistema plantio direto em relação ao preparo convencional (Contraste C2)

promoveu redução no teor de P em todas as camadas avaliadas, porém manteve, nas

camadas 0-0,10 e 0,10-0,20 m, níveis considerados alto e médio, respectivamente, para

culturas anuais (RAIJ et al., 1997). Era de se esperar que teores mais elevados de P

fossem encontrados no sistema plantio direto, principalmente nas camadas superficiais,

já que a pequena mobilização do solo, mantém o adubo residual na profundidade de

aplicação os restos culturais na superfície e no preparo convencional, há a incorporação

desse material, o que facilita a adsorção específica do P, pelo maior contato com

sesquióxidos de Fe e Al do solo (DE MARIA e CASTRO, 1993). No entanto, o sistema

plantio direto também não foi eficiente em aumentar os teores de MO do solo em

relação ao preparo convencional, que possivelmente provocaria uma redução na

adsorção do P, pois os grupos funcionais carboxílicos e fenólicos da MO bloqueiam dos

sítios de carga positiva dos óxidos de Fe e Al (HUE, 1991).

O teor de Ca em todas as camadas foi menor no sistema plantio direto em

relação ao preparo convencional, no entanto, esses valores não influenciaram o pH do

solo. Em ambos os casos os valores de pH encontrados ficaram acima de 5,5,

considerado ideal ao desenvolvimento da maioria das plantas. CIOTTA et al. (2002), em

um Latossolo Bruno de Guarapuava-PR, constataram valores mais baixos de pH em

SPD nas camadas mais superficiais do solo e atribuíram não só à acidificação

provocada pela decomposição de material orgânico na superfície, como também ao

efeito acidificante decorrente da utilização de fertilizantes nitrogenados solúveis de

fontes amoniacais. No entanto, SILVA e SILVEIRA (2002) verificaram que não houve

acidificação em área sob plantio direto em um Latossolo Vermelho Distroférrico de

Santo Antônio de Goiás-GO.

68

Tabela 15. Resultado da análise química do LVwf em função dos sistemas avaliados Tratamento P-resina pH K Ca Mg H+Al SB CTC V mg dm-3 ---------------- mmolc dm-3 ---------------- %

Camada 0-0,10 m PD12 47 a 5,6 a 4,7 a 38 a 15 a 15 a 58 a 73 a 80a PD5 64 a 6,2 a 3,5 a 52 a 20 a 17 a 75 a 91 a 81 a PD5I 66 a 6,0 a 2,4 a 50 a 14 a 21 a 66 a 87 a 76 a PC 79 a 5,7 a 4,9 a 60 a 15 a 26 a 79 a 105 a 76 a MN 15 a 4,4 a 2,0 a 23 a 13 a 75 a 38 a 113 a 33 a Contrastes P>F C1 49** 1,5** 1,9** 27** 3ns -55** 31** -24** 45** C2 -20** 0,2ns -1,4** -13** 1ns -8** -13ns -21** 3ns C3 -17** -0,6** 1,3** -14* -5ns -2ns -17ns -19* -1ns C4 -2ns 0,2ns 1,1** 2ns 6ns -4ns 9ns 4ns 5ns

Camada 0,10-0,20 m PD12 23 b 5,0 b 1,6 b 22 b 8 b 22 a 32 b 54 b 59 b PD5 47 b 6,4 a 1,3 b 48 a 19 a 14 a 69 a 83 ab 82 a PD5I 37 b 5,4 b 1,2 b 29 b 8 b 28 a 39 b 66 b 58 b PC 56 b 5,7 a 4,3 b 54 a 12 ab 26 a 71 a 97 a 73 a MN 13 a 4,2 a 1,5 ab 14 b 8 b 69 a 23 b 92 b 24 b Contrastes P>F C1 28** 1,4** 0,6** 24** 4ns -47** 30** -17** 44** C2 -20** -0,1ns -2,9** -21** 0ns -5* -24** -29** -7* C3 -24** -1,4** 0,3ns -26** -10** 8** -37** -29** -23** C4 10* 1,0** 0,1ns 19** 11** -14** 30** 17* 24**

Camada 0,20-0,30 m PD12 11 c 5,0 b 1,0 b 14 b 6 b 21 a 21 b 42 b 50 c PD5 16 c 6,4 a 1,5 b 36 b 18 a 16 a 55 b 70 b 75 a PD5I 19 c 5,6 b 1,4 b 26 b 8 b 26 a 35 b 61 b 57 b PC 22 c 5,8 a 3,7 b 44 b 10 b 22 a 58 b 80 b 72 a MN 10 a 4,3 a 1,1 b 11 b 7 b 59 b 19 b 78 c 23 b Contrastes P>F C1 7** 1,4** 0,8** 19** 4ns -38** 23** -15* 41** C2 -7** -0,1ns -2,4** -19** 1ns -1ns -21** -22** -11** C3 -5* -1,4** -0,5ns -21** -12** 5* -34** -28** -25** C4 -3ns 0,8** 0,1ns 10* 10** -10** 20* 9ns 19** CV (%) 17,4 2,1 12,5 11,6 16,7 14,3 11,8 8,1 6,3 (1) Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD12: plantio direto a 12 anos, irrigado; PD5: plantio direto a 5 anos, sequeiro; PDI: plantio direto a 5 anos, com integração com pecuária a 2 anos; PC: plantio convencional a mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD12 + PD5 + PD5I + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD12+PD5+PD5I) vs. -(PC)]; C3: [(PD12) vs. -(PD5)]; C4: [(PD5) vs. -(PD5I)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

O acúmulo de K, normalmente encontrado em áreas de plantio direto

(CENTURION et al., 1985; CASTRO et al., 1987) não foi observado neste trabalho,

apresentando a área de preparo convencional os maiores valores, em todas as

69

camadas. Tal acúmulo provavelmente depende do tipo de solo (textura, mineral de

argila), do regime de drenagem e da quantidade de adubo adicionada. Os menores

teores de K e Ca nas áreas com sistema plantio direto ainda concorreram para a

diminuição da SB, nas camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m e a CTC em todas as

camadas. O efeito do sistema plantio direto (Contraste C2) ainda permitiu inferir que a

saturação por bases (V%), por ser intimamente ligada à SB, seguiu as mesmas

tendências desta, com menores valores em relação ao preparo convencional.

O tempo de adoção do sistema plantio direto/irrigação (Contraste C3), promoveu

redução no teor de P em todas as camadas avaliadas. Possivelmente, como não houve

calagem no período que diferencia os tratamentos, foram encontrados menores teores

de Ca e Mg, que ajudaram a abaixar o valor do pH, diminuindo assim a disponibilidade

de P. Estes menores teores de Ca e Mg também influenciaram nos menores teores de

SB, nas camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m e diminuição da CTC do solo em todas as

camadas.

Maior teor de K na camada 0-0,10 m foi verificado em função do tempo de

adoção do sistema plantio direto/irrigação, e tal resposta é atribuída à deposição dos

fertilizantes à base de K nos sistemas conservacionistas ser feita na superfície ou na

linha de semeadura, além da manutenção dos resíduos vegetais na superfície, o que

faz com que esse elemento se acumule nas camadas mais superficiais do solo

(SANTOS e TOMM, 2003).

Na camada 0-0,10 m, onde os maiores efeitos da utilização do SPD são

encontrados, a área com integração lavoura-pecuária só diferiu quanto o teor de K,

apresentando menor valor (2,4 – 3,5 mmolc dm-3). Os resultados ainda revelam

diminuição nos teores de Ca e Mg em profundidade, consequentemente, menores

valores de pH, SB, CTC e V%.

Entre os contrastes estudados, houve efeito positivo do tempo de adoção do

sistema plantio direto/irrigação e negativo da utilização da integração lavoura-pecuária,

no incremento do teor de Mg, nas camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m. No entanto, os

teores encontrados são considerados altos (> 8 mmolc dm-3) (RAIJ et al. 1997).

Na avaliação entre camadas dentro de cada tratamento, o teor de P na área de

mata natural apresentou homogeneidade no perfil do solo. Em contrapartida, nos

70

tratamentos com área cultivada (SPD e PC), houve decréscimo no teor P em

profundidade, influenciado principalmente pela deposição de adubo nas camadas

superiores e à baixa mobilidade do nutriente no solo (LANTMANN, 2000).

Os tratamentos PD5, PC e MN apresentaram valores de pH homogêneos no

perfil do solo. Os tratamentos PD12 e PD5I proporcionaram acidificação na camada 0-

0,10 m, decorrentes dos menores teores de Ca e Mg.

As diferenças nos valores de SB entre as camadas, ocorreram respeitando as

diferenças entre os teores de Ca e Mg, componentes da SB.

Entre as camadas avaliadas, nas áreas cultivadas, o teor de K foi maior na

camada superior do solo. MERTEN e MIELNICZUK (1991) citam que as altas

quantidades absorvidas e posteriormente restituídas ao solo a partir da decomposição

da parte aérea, tendem a acumular o K na superfície do solo. A área de MN apresentou

teores de K diferindo somente entre a camada superficial e a mais profunda.

Os tratamentos PD12, PD5I e MN apresentaram os maiores teores de Ca e Mg e

CTC na camada superficial do solo. Os tratamentos PD5 e PC proporcionaram maiores

teores de Ca e Mg somente na camada mais profunda os menores valores. O

tratamento PD5 mostrou diferença na CTC entre a camada superior e a mais profunda.

O PC apresentou menor CTC na camada mais profunda avaliada (0,20-0,30).

Os tratamentos PD5 e PC apresentaram distribuição homogenia do V% no perfil

do solo. PD5I e MN apresentaram maior valor de V% na camada superficial e PD12,

mostrou um decréscimo de V% em profundidade.

Em Pedrinhas Paulista, o cultivo do solo (Contraste C1) mostrou um incremento

no teor de P e Ca em todas as camadas avaliadas, que possivelmente estejam

relacionados com o contínuo processo de correção do solo e adubação das culturas,

concordando com ARAÚJO et al. (2003). O aumento no teor de Ca, juntamente com a

diminuição da acidez potencial contribuíram para a elevação do valor do pH, SB e V%

nas camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m. Mesmo com as constantes adubações nas áreas

cultivas, não houve diferença quanto ao teor de K em relação à área de mata. De

acordo com FIDALSKI et al. (1997) a ausência de cobertura vegetal e os baixos teores

de carbono estão associados aos menores teores de K, devido a redução no teor de

carbono e CTC do solo, tornando-o mais sujeito as perdas por lixiviação.

71

No LVef, todos os contrastes, nas três camadas avaliadas, apresentaram

diferença significativa para o teor de P do solo (Tabela 16). Nas camadas 0-0,10, 0,10-

0,20 e 0,20-0,30 m, os valores foram considerados alto, médio e baixo,

respectivamente, com exceção feita à área de PD8, que apresentou valores

considerados muito altos, em todas as camadas (RAIJ et al., 1997).

Os teores de P e K encontrados para o SPD foram maiores do que aqueles para

o PC. Resultados semelhantes foram obtidos por DE MARIA (1999) e SANTOS e

TOMM (2003). No SPD, o adubo é aplicado na superfície do solo ou na linha de

semeadura, além disso, os restos culturais são deixados na superfície, o que faz com

que esses elementos se acumulem na superfície (CASTRO, 1995). No sistema

convencional de preparo, a incorporação do adubo e restos vegetais no solo facilita a

adsorção do fósforo, pelo maior contato com sesquióxidos de Fe e Al do solo (DE

MARIA e CASTRO, 1993). Com relação aos teores de Ca e Mg na camada superficial,

não houve diferença entre SPD e PC, concordando com os dados de KLEPKER e

ANGHINONI (1995), no entanto, o SPD apresentou maior acidez potencial e CTC,

menor valor de pH e V%. Este resultado pode ser atribuído não só à decomposição de

material orgânico deixado na superfície do solo nesse sistema, com provável liberação

de ácidos orgânicos, mas também à adição de fertilizantes nitrogenados que promovem

uma frente de acidificação, com abaixamento do pH, porém sem alterar a saturação por

bases nem aumentar a toxidez por alumínio (SALET, 1994).

O tempo de adoção do SPD promoveu diminuição nos teores de P, K e Mg em

todas as camadas, que influenciaram nos menores valores de SB e CTC. Na camada 0-

0,10 m, apesar do tempo de adoção do sistema ter promovido decréscimo nos valores

de Ca e Mg, não foi suficiente para promover acidificação, confirmado pelos valores de

pH e H+Al.

Dentro de cada tratamento, o PD15 e MN não apresentaram diferença

significativa para o teor de P entre as camadas avaliadas. O sistema plantio direto com

sucessão de culturas (PD8S) apresentou maior teor de P na camada superficial. O

tratamento PD8 apresentou maiores teores de P nas camadas superficial e

intermediária. No PC, houve diferença entre os teores de P encontrados na superfície

com os teores em profundidade (0,20-0,30m).

72

Tabela 16. Resultado da análise química do LVef em função dos sistemas avaliados

Tratamento P-resina pH K Ca Mg H+Al SB CTC V mg dm-3 ----------------- mmolc dm-3 ------------ %

Camada 0-0,10 m PD15 40 a 4,8 a 4,1 a 33 a 11 a 48 a 47 a 96 a 50 a PD8 159 a 4,8 a 7,5 a 43 a 16 a 56 a 66 a 122 a 55 a PD8S 75 a 5,1ab 4,8 a 38 a 16 a 40 a 58 a 98 a 60 a PC 52 a 5,2 a 3,8 a 38 a 16 a 35 a 57 a 92 a 62 a MN 11 a 4,6 a 5,3 a 17 a 13 a 47 a 35 a 82 a 42 a Contrastes P>F C1 71** 0,4** -0,3ns 21** 2ns -2ns 22** 20** 15** C2 39** -0,3** 1,7** 0ns -2ns 13** 0ns 13** -7* C3 -119** 0ns -3,4** -10** -5** -8ns -19** -26** -5ns C4 84** -0,3* 2,7** 5ns 0ns 16** 8ns 24** -5ns

Camada 0,10-0,20 m PD15 24 a 4,9 ab 3,3 ab 30 a 9 a 41 a 43 a 84 ab 51 a PD8 142 a 4,8 a 6,4 b 36 b 14 b 56 a 56 b 111 ab 50 a PD8S 36 b 5,0 b 3,7 b 33 ab 11 b 41 a 48 b 89 a 54 a PC 31 ab 5,2 a 2,8 b 36 ab 14 a 32 a 52 a 84 ab 62 a MN 10 a 4,4 b 4,1 b 15 a 11 ab 67 a 30 a 97 a 31 b Contrastes P>F C1 48** 0,6** -0,1ns 19** 1ns -18** 20** -5ns 23** C2 29** -0,3** 1,7** -3ns -3** 14** -3ns 11** -10** C3 -118** 0,1* -3,1** -6ns -5** -15** -13** -27** 1ns C4 106** -0,2* 2,7** 3ns 3* 15** 8ns 22** -4ns

Camada 0,20-0,30 m PD15 16 a 5,1 a 2,9 b 29 a 9 a 34 a 41 a 75 b 55 a PD8 94 b 4,8 a 6,0 b 34 b 13 b 48 a 52 b 100 b 52 a PD8S 13 b 5,2 a 2,5 b 29 b 8 c 30 a 39 c 69 b 57 a PC 11 b 5,3 a 2,1 b 30 b 11 b 28 a 43 b 70 b 61 a MN 12 a 4,3 b 3,7 b 13 a 9 b 67 a 26 a 93 a 29 b Contrastes P>F C1 22* 0,8** -0,3ns 18** 1ns -32** 18** -15** 27** C2 30** -0,3* 1,7** 1ns -1ns -9* 1ns 11* -6ns C3 -78** 0,3* -3,1** -5ns -4** -14** -11* -25** 3ns C4 81** -0,4** 3,5** 5ns 5** 18** 13* 31** -5ns CV (%) 26,7 2,1 11,2 10,2 9,7 15,8 9,0 9,4 7,2 (1) Utilizou-se o teste de Tukey (p < 0,05) para comparar as camadas dentro de cada tratamento; (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional a mais de 20 anos; MN: mata nativa; (3) C1: [(PD15 + PD8 + PD8S + PC) vs. -(MN)]; C2: [(PD15+PD8+PD8S) vs. -(PC)]; C3: [(PD15) vs. -(PD8)]; C4: [(PD8) vs -(PD8S)]. (4) ns: não significativo; *: significativo a 5% e **: significativo a 1% de probabilidade.

A área com rotação de culturas apresentou maiores valores de P e K, em relação

à área sem rotação de culturas (Contraste C4), em todas as camadas avaliadas. De

modo geral os valores são considerados médios e altos (RAIJ et al., 1997). A rotação

73

de culturas também promoveu acidificação do solo em todas as camadas avaliadas,

apresar dos teores de Ca não apresentarem diferença e os de Mg serem maiores nas

camadas 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m. Esse incremento no teor de Mg contribuiu para um

acréscimo no valor de SB na camada 0,20-0,30 m.

Dentro de cada tratamento, os maiores teores de K foram obtidos na camada

superficial do solo. Tal fato pode ser considerado como conseqüência das altas

quantidades absorvidas e depois restituídas na superfície do solo em função da

decomposição dos restos vegetais (MERTEN e MIELNICZUK, 1991). Exceção feita ao

PD15, que teve diferença somente entre os teores da camada superficial com os da

camada mais profunda.

O tratamento PD15 apresentou homogeneidade nos teores de Ca e Mg ao longo

do perfil do solo, que refletiram nos valores de SB e V%. O PD8 apresentou maior teor

de Ca e Mg na camada superficial. Os tratamentos PD8S e PC apresentaram teores de

Ca que diferiram entre a camada superficial e a mais profunda (0,20-0,30m). O PD8S

ainda apresentou decréscimo gradual no teor de Mg ao longo do perfil. A MN não

apresentou diferença no teor de Ca, SB e CTC no perfil e apresentou teores de Mg que

diferenciaram entre as camadas 0-0,10 e 0,20-0,30 m.

Entre as camadas avaliadas, em nenhum tratamento houve diferença para a

acidez potencial.

A área de mata natural apresentou maior valor de V% ma camada superficial do

solo. Os demais tratamentos não apresentaram diferença no valor de V% entre as

camadas avaliadas. De modo geral, nas áreas cultivadas, os valores de V% ficaram

próximos de 60, utilizado como recomendação de calagem para a cultura da soja (RAIJ,

et al., 1997).

4.9. Produção da cultura da soja

Por se tratar de avaliações em áreas comerciais, onde foram semeados materiais

com composição genética diferente, com épocas de semeaduras em datas distintas, a

74

comparação entre estes materiais fica prejudicada. Portanto, os dados são

apresentados nos apêndices 1, 2, 3, 4, 5 e 6, porém nenhum comentário foi tecido.

4.10. Análise Multivariada

Para a camada de solo de 0-0,10 m, o dendrograma obtido pela análise de

agrupamentos é apresentado na Figura 27.

As delimitações com base na análise visual do dendrograma foram feitas de

acordo com os pontos de alta mudança de nível, ou seja, cada vez que se obtém uma

variação expressiva nos valores de distância euclidiana entre os acessos, para o

conjunto de variáveis consideradas, o que possibilita a divisão de grupos.

LVw

f M

N

LVef

MN

LVw

f P

C

LVef

PC

LVw

f P

D5

LVw

f P

D12

LVw

f P

D5I

LVef

PD

8S

LVef

PD

8

LVef

PD

15

0

2

4

6

8

10

12

Dis

tân

cia

eu

clid

ian

a

Figura 27. Dendrograma resultante da análise de agrupamentos hierárquica mostrando a formação de grupos segundo os agregados > 2mm, diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado, índice S, porosidade total, macroporosidade, resistência do solo à penetração, condutividade hidráulica saturada, matéria orgânica e alumínio, para a os Latossolos (LVwf e LVef), na camada 0-0,10 m.

Grupo 1 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 2

75

Considerando o valor de 3,3 de distância euclidiana para altura de corte do

dendrograma, foi possível dividir os acessos (áreas/sistemas) em quatro grupos (grupos

1, 2, 3 e 4), levando-se em conta a contribuição conjunta das variáveis. Esta divisão

mostrou que o grupo 1 é composto pelas áreas de mata natural, nos dois tipos de solo,

o grupo 2, apesar de isolado, é representado pela área com preparo convencional no

LVwf, o grupo 3 é formado somente pela área com preparo convencional no LVef e no

grupo 4 ficaram concentradas as áreas onde emprega-se o sistema plantio direto, em

todas as variações estudadas (solos, tempo de adoção, sucessão de culturas, irrigado,

integração lavoura-pecuária).

O método de agrupamento k-means utilizado para confirmação da ordenação

obtida na análise de agrupamentos hierárquica foi utilizado então considerando os

quatro grupos descritos.

Tabela 17. Análise de variância para cada variável dos grupos formados pela análise de agrupamentos não hierárquica k-means, para os Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos, considerando-se a camada de 0-0,10 m.

Variáveis1

Soma de

quadrados

entre

grupos

Graus de

liberdade

Soma de

quadrados

dentro dos

grupos

Graus de

liberdade Fc Pr

Agreg 8,606713 3 0,393287 6 43,76814 0,000180

DMG 8,252510 3 0,747490 6 22,08059 0,001214

DMP 8,498631 3 0,501370 6 33,90167 0,000370

Índice S 7,894508 3 1,105492 6 14,28235 0,003862

Poros 6,332884 3 2,667116 6 4,74886 0,050174

Macro 8,348427 3 0,651573 6 25,62545 0,000807

RP 5,453143 3 3,546857 6 3,07492 0,112216

Kfs 7,610297 3 1,389703 6 10,95240 0,007572

MO 8,292081 3 0,707919 6 23,42663 0,001033

Al 5,641043 3 3,358957 6 3,35881 0,096382

1 Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Macro = macroporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Al = alumínio.

76

Os grupos formados apresentaram os mesmos acessos, Grupo 1 (LVef MN,

LVwf MN), Grupo 2 (LVwf PC), Grupo 3 (LVef PC) e Grupo 4 (PD5, PD5I, PD8, PD8I,

PD12 PD15). Os resultados confirmaram a ordenação, e conforme análise de variância

(Tabela 17), somente a RP e o Al não foram significativos nessa ordenação (p > 0,05),

entretanto, foram mantidas na análise por apresentarem no máximo p < 0,12. As

variáveis micro, P, pH, K, Ca, Mg, H+Al, SB, CTC e V% foram retiradas das análises

por não apresentarem diferença entre os grupos.

A Figura 28 mostra as médias padronizadas das propriedades físicas e químicas

dos solos para cada grupo segundo análise de agrupamentos pelo método k-means.

Observa-se que o grupo 1, que contém os acessos de mata natural, apresentou

características já esperadas para a condição de solo sem ação antrópica, como maiores

valores de agregados > 2 mm, DMG, DMP, Índice S, porosidade total, macroporosidade

e infiltração de água e menor valor de RP. De modo geral, o solo mantido em estado

natural, sob vegetação nativa, apresenta características físicas adequadas ao

desenvolvimento normal das plantas (ANDREOLA et al., 2000). À medida que o solo vai

sendo submetido ao uso agrícola, as propriedades físicas sofrem alterações,

geralmente desfavoráveis ao desenvolvimento vegetal (SPERA et al., 2004).

Uma exceção encontrada para o grupo 1 (Matas) foi a MO, que ficou abaixo do

valor encontrado para o grupo 2, composto pela área de preparo convencional no LVwf

(LVwf PC). Era de se esperar menores valores de MO na área com preparo

convencional do solo, principalmente em função da aceleração da decomposição

causada pela incorporação dos restos culturais por ocasião do preparo do solo com

arações e gradagens (ALBUQUERQUE et al., 2005). No entanto, o preparo do solo que

antecedeu a coleta no LVwf foi efetuada apenas com uma gradagem leve e superficial,

com posterior semeadura. Possivelmente, a pequena mobilização do solo e os resíduos

da cultura anterior influenciaram na avaliação da MO. No entanto, essa MO não

contribuiu para aumentar a estabilidade dos agregados. Além dos menores índices de

agregação do solo, o LVwf PC (grupo 2) apresentou menores valores de

macroporosidade e condutividade hidráulica saturada quando comparado com o LVef

PC (grupo 3) e maiores valores de resistência do solo à penetração e alumínio, quando

comparado as demais grupos. Já o grupo 4 ficou representado pelas áreas de plantio

77

direto, em ambos os solos. Observa-se que os índices de agregação ficaram próximos

ao do grupo 1 (Matas) e bem superiores com relação aos grupos 2 e 3 (preparos

convencionais). Entretanto, índice S, porosidade total, macroporosidade, Kfs e Al

ficaram próximos ou menores dos valores encontrados para os grupos 2 e 3,

confirmando o resultado das avaliações individuais de cada solo deste trabalho. Esses

resultados se devem à menor mobilização do solo no SPD, associado a um aumento no

tráfego de máquinas, implicando a coalescência dos agregados, e portanto, uma matriz

mais densa (TORMENA et al., 2004).

>2,00mm DMG DMP Índice S Poros Macro RP Kfs MO Al-3

-2

-1

0

1

2

3

4 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Figura 28. Médias padronizadas das propriedades físicas e químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos para cada grupo segundo análise de agrupamentos não hierárquica k-means, na camada de 0-0,10 m. Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Poros = porosidade total, Macro = macroporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Al = alumínio.

Como já apresentado, as áreas de mata nativa, preparo convencional e sistema

plantio direto foram agrupadas separadamente, no entanto, a contribuição de cada

variável na separação de grupos não pode ser explicada pela análise de agrupamentos.

78

Portanto, utilizou-se a análise de componentes principais, a qual permitiu uma única

distribuição dos acessos (componente principal - CP1 x componente principal - CP2),

pois somente dois autovalores foram superiores a um: maior autovalor 4,497

(componente com melhor retenção da variabilidade original) e segundo maior autovalor

3,575 (componente com melhor retenção da variabilidade excluindo a variabilidade

retida no primeiro componente), que possibilitou uma ordenação bidimensional dos

acessos (manejos) e das variáveis (propriedades físicas e químicas), permitindo

visualizar simultaneamente suas relações, por meio da construção do gráfico biplot

contido na Figura 29.

LVef PD15LVef PD8LVef PD8S

LVef PC

LVef MN

LVwf PD12LVwf PD5

LVwf PD5I

LVwf PC

LVwf MN

-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

CP1 (44,98%)

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

CP

2 (3

5,75

%)

RP

MO Al

Poros Índice S

Macro

Kfs

AgregDMP

DMG

Figura 29. Dispersão (gráfico biplot) produzido por análise de componentes principais na camada de 0-0,10 m das propriedades físicas e químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos (MN, PC, PD5, PD5I, PD8, PD8I, PD12 PD15). Em que: Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Macro = macroporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Al= alumínio.

A quantidade da informação total, das variáveis originais, retida pelos dois

componentes principais foi de 80,73% [44,98% (primeiro componente principal) +

35,75% (segundo componente principal)] (Figura 29). A ordenação dos acessos

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

79

segundo os dois primeiros componentes principais confirma a ordenação dos acessos

nos quatro grupos obtida pelas análises de agrupamentos, hierárquica e não

hierárquica.

A representação gráfica e os índices de correlação das variáveis nos

componentes principais permitem caracterizar as variáveis que mais discriminaram na

formação dos grupos 1, 2, 3 e 4. As correlações com valores negativos no CP1, ou seja,

à esquerda no gráfico, representam que, principalmente a RP (-0,796) é responsável

pela discriminação dos grupos 2, 3 e 4, enquanto a Kfs (0,830), a macroporosidade

(0,802), o índice S (0,745), o DMP (0,735), o DMG (0,725), os agregados com diâmetro

> 2 mm (0,720) e a porosidade total (0,562), são responsáveis pela formação do grupo

1 (Matas), localizado à direita do CP1. Logo, pode-se inferir que as melhores condições

estruturais apresentadas pelo grupo 1 (Matas) quando comparadas com o grupo 2 (LVw

PC) permitiram claramente a formação de grupos isolados no gráfico, ficando, os

grupos 3 (LVef PC) e 4 (áreas de plantio direto) em condições intermediárias para estes

atributos. A RP possibilitou a divisão dos grupos 2, 3 e 4, mostrando que, o LVwf PC

apresentou maior valor, em relação ao grupo das matas, ficando as áreas integrantes

dos grupos 3 e 4 em situação intermediária. Não era esperado um alto valor de RP para

a área com preparo convencional do solo, já que normalmente neste sistema há um

revolvimento até pelo menos 0,20 m de profundidade, para controle das plantas

invasoras, destruição de eventuais camada compactada e incorporação de corretivos,

fertilizantes e restos culturais (ALVARENGA et al., 2002), no entanto, apesar de um

histórico de mais de 20 anos de cultivo com arações e gradagens, o preparo do solo

que antecedeu a coleta deste estudo foi feita com apenas uma gradagem leve

superficial, o que pode ter proporcionado condições adversas. As características que

mais influenciaram na distinção entre as áreas de mata e as demais são relacionadas

às sucessivas adições naturais de material orgânico, que influenciam fortemente a

agregação e a estruturação do solo (ASSIS e LANÇAS, 2005).

Com relação ao segundo componente principal (CP2), o Al (-0,790), a MO (-

0,781), a porosidade total (-0,638) e o índice S (-0,594), discriminaram os grupos 1, 2 e

3, que ficaram abaixo do eixo do CP2, enquanto que os agregados com diâmetro > 2

80

mm (0,633), o DMP (0,631) e o DMG (0,609), discriminaram o grupo 4, situado acima

do eixo do CP2 no gráfico da Figura 4.

Vários trabalhos encontraram melhores índices de agregação na camada

superficial em áreas de plantio direto (CAMPOS et al., 1995; SILVA et al., 2000a;

WENDLING et al., 2005) e os autores relacionam tal comportamento ao aumento da

matéria orgânica. Os resultados deste trabalho sugerem que outros fatores inerentes

aos sistemas ou solos podem estar atuando na agregação, já que houve baixo

coeficiente de correlação da MO com o CP1 (Tabela 18) e no CP2, a MO não

influenciou na discriminação do grupo 4 (plantios diretos), unidos em função dos índices

de agregação.

Tabela 18. Correlação entre cada componente principal e as propriedades fisicas e quimicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos, para a camada de 0-0,10 m

Variáveis1 CP12 CP2

Agreg 0,720 0,633

DMG 0,725 0,609

DMP 0,735 0,631

Índice S 0,745 -0,594

Poros 0,562 -0,638

Macro 0,802 -0,420

RP -0,796 0,212

Kfs 0,830 -0,435

MO -0,214 -0,781

Al -0,176 -0,790 1 Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Macro = macroporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Al = alumínio. 2 CP1 = componente principal 1; CP2 = componente principal 2.

Para a camada de 0,10-0,20 m, o dendrograma obtido pela análise de

agrupamentos é apresentado na Figura 30.

Considerando um valor de 4,5 de distância euclidiana para altura de corte do

dendrograma e formação dos grupos, foi possível dividir os acessos (áreas/sistemas)

em quatro grupos, levando-se em conta a contribuição conjunta das variáveis. Esta

divisão mostrou que o grupo 1 é composto pelas áreas de mata natural, nos dois tipos

81

de solos, o grupo 2 é representado pela área com preparo convencional no LVwf, o

grupo 3 é formado pela área com preparo convencional no LVef e pelas áreas com oito

anos de plantio direto no LVef e no grupo 4 ficaram concentradas as áreas onde

emprega-se o sistema plantio direto, em todas as variações estudadas no LVwf (tempo

de adoção, irrigação, sucessão de culturas e integração lavoura-pecuária) e a área com

15 anos de sistema plantio direto no LVef.

LVw

f M

N

LVef

MN

LVw

f P

C

LVef

PC

LVef

PD

8S

LVef

PD

8

LVw

f P

D12

LVw

f P

D5I

LVw

f P

D5

LVef

PD

150

2

4

6

8

10

12

14

16

Dis

tân

cia

eu

clid

ian

a

Figura 30. Dendrograma resultante da análise de agrupamentos hierárquica mostrando a formação de grupos segundo os agregados > 2mm, diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado, índice S, porosidade total, macroporosidade, microporosidade, resistência do solo à penetração, condutividade hidráulica saturada, matéria orgânica e magnésio, para a os Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos na camada de 0,10-0,20 m.

O método de agrupamento k-means, utilizado para confirmação da ordenação

obtida na análise de agrupamentos hierárquica, foi utilizado considerando os quatro

grupos descritos. Os resultados confirmaram a separação em quatro grupos, contudo,

alguns acessos ficaram em grupos diferentes dos apresentados pelo dendrograma.

Apenas os grupos 3 e 4 apresentaram alterações, sendo que os acessos LVwf PD5 e

Grupo 1 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 2

82

LVef PD15, que pelo dendrograma estavam no grupo 4, migraram para o grupo 3 na

análise de agrupamento K-means. Nota-se que houve modificações apenas entre os

sistemas plantio direto, o que não altera o resultado da análise do dendrograma. Por

meio da análise de variância do K-means (Tabela 19), todas as propriedades avaliadas

apresentaram diferenças estatística com uma probabilidade ≤ 0,08, contribuindo para

separação dos grupos. As variáveis fósforo, pH, potássio, cálcio, H+Al, soma de bases,

CTC, V% e alumínio não contribuíram na separação de grupos nessa camada (0,10-

0,20 m) e por isso foram retiradas das análises.

Tabela 19. Análise de variância para cada variável dos grupos formados pela análise de agrupamentos não hierárquica k-means, para os Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos, considerando-se a camada de 0,10-0,20 m.

Variáveis1

Soma de

quadrados

entre grupos

Graus de

liberdade

Soma de

quadrados

dentro dos

grupos

Graus de

liberdade Fc Pr

Agreg 6,468608 3 2,531392 6 5,11071 0,043211

DMG 6,368187 3 2,631813 6 4,83939 0,048300

DMP 5,912891 3 3,087109 6 3,83070 0,076011

Índice S 8,544859 3 0,455141 6 37,54818 0,000277

Poros 7,176495 3 1,823505 6 7,87110 0,016751

Macro 8,760312 3 0,239688 6 73,09765 0,000041

Micro 7,337059 3 1,662941 6 8,82419 0,012805

RP 8,195235 3 0,804765 6 20,36679 0,001511

Kfs 8,269539 3 0,730461 6 22,64197 0,001133

MO 8,173350 3 0,826650 6 19,77464 0,001636

Mg 6,714372 3 2,285628 6 5,87530 0,032222 1 Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado,

Macro = macroporosidade, Micro = microporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade

hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Mg = magnésio.

A figura 31 mostra as médias padronizadas das propriedades físicas e químicas

dos solos para cada grupo segundo análise de agrupamentos pelo método k-means.

Observa-se que o grupo 1, representado pelas áreas de mata natural, apresentou

maiores índices de agregação, índice S, porosidade total, macroporosidade,

83

condutividade hidráulica saturada e menores valores de microporosidade e resistência

do solo à penetração. Com relação a MO, as áreas de mata apresentaram menor teor

que a área de LVwf PC (grupo 2), sendo o mesmo fato observado para a camada de 0

a 0,10 m.

DMG Índice S Macro RP MO-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Figura 31. Médias padronizadas das propriedades físico-químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos para cada grupo segundo análise de agrupamentos não hierárquica k-means, na camada de 0,10-0,20 m. Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Macro = macroporosidade, Micro = microporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Mg = magnésio.

O grupo 2, composto apenas pela área de preparo convencional do LVwf,

apresentou menores valores dos índices de agregação, e maior valor de porosidade

total e MO, sendo estas variáveis responsáveis pela sua distinção dos demais grupos.

Os grupos 3 e 4 apresentaram características semelhantes, diferindo apenas

com relação a microporosidade, RP e teor de magnésio. Logo, os sistemas de plantio

direto (PD12, PD5I e PD5) conduzidos no LVwf e o PD15 conduzido no LVef,

apresentaram maior compactação do solo na camada de 0,10 a 0,20 m, representada

Agreg DMP Poros Micro Kfs Mg

84

pelas maiores microporosidade e RP. Esses resultados são reflexos do aumento da

densidade do solo normalmente encontrado nesse sistema (STONE e SILVEIRA, 2001;

ARGENTON et al., 2005). Ainda, no LVwf, o aumento no teor de MO, que poderia atuar

na melhor estruturação do solo, minimizando esse efeito do aumento da densidade, não

ocorreu. Já o LVef PD15, com o maior tempo de adoção do sistema plantio direto,

possivelmente ficou contido no grupo 4 devido ao intenso tráfico de máquinas, o

reduzido revolvimento do solo ao longo dos anos e a acomodação natural das

partículas do solo (KLEIN e BOLLER, 1995).

O gráfico biplot de dispersão produzido pela análise de componentes principais é

apresentado na Figura 32, sendo os autovalores de 6,522 e 2,555 para o CP1 e CP2,

respectivamente. A quantidade da informação total, das variáveis originais, retida pelos

dois componentes principais foi de 82,53% [59,30% (primeiro componente principal) +

23,23% (segundo componente principal)].

A ordenação dos acessos segundo os dois primeiros componentes principais

confirma a ordenação dos acessos nos quatro grupos obtida pelas análises de

agrupamentos, hierárquica e não hierárquica (Figura 32), sendo que os acessos

contidos em cada grupo pela análise de componentes principais foram semelhantes à

demonstrada no dendrograma.

85

LVef PD15

LVef PD8LVef PD8SLVef PC

LVef MN

LVwf PD12LVwf PD5LVwf PD5I

LVwf PC

LVwf MN

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

PC1 (59,30%)

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

PC

2 (2

3,23

%)

Mg AgregDMG

DMP

Kfs

MacroÍndice S

Poros

MO

RP

Micro

Figura 32. Dispersão (gráfico biplot) produzido por análise de componentes principais na camada de 0,10-0,20 m das propriedades físicas e químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos (MN, PC, PD5, PD5I, PD8, PD8I, PD12 PD15). Em que: Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Macro = macroporosidade, Micro = microporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Mg = magnésio.

As correlações com valores negativos no CP1 (Tabela 20), ou seja, à esquerda

no gráfico, representam que a microporosidade (-0,802) e a RP (-0,776) são

responsáveis pela discriminação dos grupos 2, 3 e 4, enquanto que os índices de

agregação, o índice S, a porosidade total, macroporosidade e Kfs, todas com correlação

positiva e maior que 0,760, são responsáveis pela formação do grupo 1, localizado à

direita do CP1. Ou seja, as melhores condições estruturais apresentadas pelas áreas

de mata permitiram o isolamento em grupo específico e as condições de configuração

de maior compactação devido a maiores microporosidade e RP agrupar separadamente

o LVwf PC, em função do pouco revolvimento do solo neste manejo, por ter sido

efetuado somente com gradagem leve superficial, além de possível adensamento

subsuperficial devido à ação do implemento nos anos anteriores.

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

86

Tabela 20. Correlação entre cada componente principal e as propriedades fisicas e quimicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes manejos, para a camada de 0,10-0,20 m.

Variáveis1 CP12 CP2

Agreg 0,761 0,475

DMG 0,805 0,433

DMP 0,801 0,401

Índice S 0,919 -0,367

Poros 0,641 -0,685

Macro 0,949 -0,274

Micro -0,802 -0,281

RP -0,776 0,099

Kfs 0,943 -0,033

MO 0,472 -0,816

Mg 0,370 0,738 1 Agreg = agregados com diâmetro > 2 mm, DMG = diâmetro médio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Macro = macroporosidade, Micro = microporosidade, RP = resistência do solo à penetração, Kfs = condutividade hidráulica saturada, MO = matéria orgânica do solo e Mg = magnésio. 2CP1 = componente principal 1; CP2 = componente principal 2.

Com relação ao segundo componente principal (CP2), apenas a MO (-0,816) e a

porosidade total (-0,685) conseguiram discriminar o grupo 2, enquanto o Mg (0,738)

discriminou o grupo 3, situado acima do eixo do CP2, no gráfico da Figura 8. Assim, os

maiores valores de MO e os menores de Mg encontrados para a área de preparo

convencional no LVwf (Figura 7) foram confirmados no gráfico dos componentes

principais, formando o grupo 2. Para o grupo 3, o agrupamento ocorreu na porção

superior do gráfico, indicando o contrário, ou seja, foram juntados em função dos

menores valores de MO e maiores de Mg, ficando os grupos 1 (Matas) e 4 (sistemas

plantio direto), na porção gráfica que indica valores intermediários para estas

características. O teor de Mg proporcionou o isolamento, na porção superior do gráfico,

das áreas com maiores teores, da área com menor teor (LVwf PC), na porção inferior,

ficando as demais áreas com teores intermediários.

Na camada de 0,20 a 0,30 m, o dendrograma da análise de agrupamentos

(Figura 33) mostrou que, considerando um valor de 4 de distância euclidiana para altura

de corte do dendrograma e formação dos grupos, foi possível dividir os acessos em três

87

diferentes grupos (grupos 1, 2 e 3), levando-se em conta a contribuição conjunta das

variáveis.

LVw

f P

C

LVef

MN

LVw

f P

D5

LVw

f M

N

LVef

PD

8

LVw

f P

D12

LVw

f P

D5I

LVef

PC

LVef

PD

8S

LVef

PD

15

0

2

4

6

8

10

12

Dis

tân

cia

eu

clid

ian

a

Figura 33. Dendrograma resultante da análise de agrupamentos hierárquica mostrando a formação de grupos segundo a matéria orgânica (MO), pH, cálcio (Ca), magnésio (Mg), acidez potencial (H+Al), soma de bases (SB), capacidade de troca cationica (CTC), satuação de bases (V%) e alumínio (Al), para a camada de 0,20-0,30 m de Latossolos submetidos a diferentes usos e manejos.

O grupo 1 é composto pelo preparo convencional no LVwf e pela área de mata

natural do LVef. O grupo 2 é formado pelas áreas com sistema plantio direto de 5 anos

no LVwf e de 8 anos no LVef, além da área de mata natural do LVwf. No grupo 3

ficaram ligadas as áreas com sistema plantio direto de 12 anos e de 5 anos com

integração lavoura-pecuária no LVwf, de 15 anos e de 8 anos com sucessão de culturas

no LVef, além da área com preparo convencional no LVef.

O método de agrupamento k-means utilizado para confirmação da ordenação

obtida na análise de agrupamentos hierárquica foi utilizado considerando os três grupos

descritos. Os resultados confirmaram essa ordenação e conforme a análise de variância

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

88

(Tabela 21), as propriedades MO, pH, Ca, Mg, H+Al, SB, CTC, V% e Al apresentaram

diferenças estatística com uma probabilidade ≤ 0,08; contribuindo para separação dos

grupos.

Tabela 21. Análise de variância para cada variável dos grupos formados pela análise de agrupamentos não hierárquica k-means, para a camada de 0,20-0,30 m de Latossolos submetidos a diferentes usos e manejos.

Variáveis1

Soma de

quadrados

entre grupos

Graus de

liberdade

Soma de

quadrados

dentro dos

grupos

Graus de

liberdade Fc Pr

MO 7,510545 2 1,489455 7 17,64868 0,001844

pH 5,424062 2 3,575938 7 5,30888 0,039538

Ca 7,482593 2 1,517407 7 17,25910 0,001968

Mg 5,475780 2 3,524220 7 5,43815 0,037573

H+Al 6,742671 2 2,257329 7 10,45455 0,007902

SB 7,677207 2 1,322793 7 20,31324 0,001217

CTC 4,784210 2 4,215790 7 3,97191 0,070344

V% 7,555919 2 1,444081 7 18,31318 0,001655

Al 6,663352 2 2,336648 7 9,98085 0,008917 1 MO = matéria orgânica do solo, Ca = cálcio, Mg = magnésio, H+Al = acidez potencial, SB = soma de bases trocáveis, CTC = capacidade de troca catiônica, V% = saturação por bases e Al = Acidez trocável.

As variáveis porcentagem de agregados com diâmetro > 2 mm, DMP, DMG,

índece S, porosidade total, macroporosidade, microporosidade, resistência do solo à

penetração e fósforo não contribuíram (p ≥ 0,08) para separação de grupos nessa

camada (0,20-0,30 m) e por isso foram retiradas das análises. Logo, as condições

físicas para camada de 0,20 a 0,30 m foram semelhantes entre os manejos e solos,

justificando a semelhança entre mata, preparo convencional e plantio direto nos grupos

formados nesta camada do solo.

A Figura 34 mostra as médias padronizadas das características químicas do solo

para cada grupo segundo análise de agrupamentos pelo método k-means.

89

MO pH Ca Mg H+Al SB CTC V% Al-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

Figura 34. Médias padronizadas das propriedades químicas dos Latossolos submetidos a diferentes usos e manejos para cada grupo segundo análise de agrupamentos não hierárquica k-means, na camada de 0,20-0,30 m. MO = matéria orgânica do solo, Ca = cálcio, Mg = magnésio, H+Al = acidez potencial, SB = soma de bases trocáveis, CTC = capacidade de troca catiônica, V% = saturação por bases e Al = Acidez trocável.

O grupo 1 (LVwf PC e PVef MN) ficou caracterizado por apresentar maiores

teores de MO, H+Al e Al e menores teores de Ca e Mg, e pH, SB e V%. O grupo 2

(LVwf PD5, LVef PD8 e LVwf MN) apresentou teor intermediário de MO e Al, e maiores

pH, SB, V% e teores de Ca e Mg. Já o grupo 3 (LVwf PD12 e PD5I, LVef PD15, PD8S e

PC) apresentou menor teor de MO, menor valor de CTC e teor de Al e valor

intermediário de pH, SB e V%. Estes resultados mostram que não houve uma influência

clara dos manejos nas propriedades químicas dos solos, já que as áreas de mata,

plantio convencional e plantio direto se misturam nos grupos.

O gráfico biplot de dispersão produzido pela análise de componentes principais é

apresentado na Figura 35. A quantidade da informação total, das variáveis originais,

retida pelos dois componentes principais foi de 89,43% [65,49% (primeiro componente

principal) + 23,94% (segundo componente principal)], sendo os autovalores de 6,522 e

90

2,555 para o CP1 e CP2, respectivamente. A ordenação dos acessos segundo os dois

primeiros componentes principais confirma a ordenação dos acessos nos três grupos

obtidos pelas análises de agrupamentos, hierárquica e não hierárquica.

LVef PD15

LVef PD8

LVef PD8SLVef PC

LVef MN

LVwf PD12

LVwf PD5

LVwf PD5I

LVwf PC

LVwf MN

-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

CP2 (65,49%)

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

CP

1 (2

3,94

%)

Ca

SBMg

CTC

H+AlAlMO

pH

V%

Figura 35. Dispersão (gráfico biplot) produzido por análise de componentes principais na camada de 0,20-0,30 m das propriedades químicas dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e manejos (MN, PC, PD5, PD5I, PD8, PD8I, PD12 PD15). Em que: MO = matéria orgânica do solo, Ca = cálcio, Mg = magnésio, H+Al = acidez potencial, SB = soma de bases trocáveis, CTC = capacidade de troca catiônica, V% = saturação por bases e Al = Acidez trocável.

As correlações com valores positivos no CP1 (Tabela 22), ou seja, à direita no

gráfico, representam que o Al (0,793) a MO (0,776) e o H+Al (0,897) são responsáveis

pela discriminação do grupo 1, enquanto que o V% (-0,989), o pH (-0,938), Ca (-0,878),

Mg (-0,690) e SB (-0,846), todos com correlação negativa, são responsáveis pela

formação do grupo do grupo 2, localizados à esquerda do eixo do CP1, sendo que o

CP1 não influenciou na separação do grupo 3.

Com relação ao segundo componente principal, a CTC (-0,947) foi a propriedade

que possibilitou a discriminação do grupo 2, situado abaixo do eixo do CP2 no gráfico

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

91

da Figura 35, do grupo 3, localizado na parte alta do eixo do CP2, sendo que o CP2 não

influenciou a separação do grupo 1, que ficou localizado no meio do eixo do CP2.

Tabela 22. Correlação entre cada componente principal e a matéria orgânica (MO), pH, cálcio (Ca), magnésio (Mg), acidez potencial (H+Al), soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC), satuação por bases (V%) e alumínio (Al), para a camada de 0,20-0,30 m dos Latossolos (LVwf e LVef) submetidos a diferentes usos e manejos.

Variáveis CP1 CP2

MO 0,776 -0,418 pH -0,938 -0,011 Ca -0,878 -0,387 Mg -0,690 -0,561 H+Al 0,897 -0,404 SB -0,846 -0,516 CTC 0,188 -0,947 V% -0,989 -0,035 Al 0,793 -0,432 CP1 = componente principal 1; CP2 = componente principal 2.

A análise multivariada possibilitou a comparação de diferentes usos e manejos

em duas regiões com solos distintos, através da avaliação integrada de 9 propriedades

físicas e 11 propriedades químicas dos solos. O uso da análise de componentes

principais permitiu, por meio dos gráficos, mostrar a influências das variáveis nos

acessos (sistemas). Nas camadas 0-0,10 e 0,10-0,20 m, a maior parte da informação

(CP1, 44,98 – 59,30%) foi responsável pela caracterização da área de mata natural

(maiores índices de agregação, índice S, porosidade, infiltração de água). A

discriminação entre as áreas com sistema plantio direto e plantio convencional, foi

possível através da observação da menor parte da variância total dos dados (CP2,

35,75% – 23,23%). Resultados semelhantes foram obtidos por SENA et al., 2002,

estudando, em solos do município de Guaíra (SP), os efeitos do manejo nos parâmetros

do solo através da análise multivariada.

Na camada superficial, que sofre maior influência do sistema plantio direto (DE

MARIA et al., 1999; SECCO et al., 2004) e na camada arável do solo (0-0,20 m) as

características físicas se destacaram quanto à discriminação dos diferentes manejos e

92

as características químicas foram mais relevantes na camada 0,20-0,30 m. Porém, não

houve uma influência clara dos manejos nas propriedades químicas dos solos.

A formação de grupos compostos por áreas com usos, manejos e solos

diferentes permitiu apurar que não houve influência da condição edafo-climática na

distinção dos diferentes manejos dentro do SPD e nas áreas de mata.

93

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Latossolo Vermelho acriférrico típico (LVwf):

O cultivo do solo promoveu degradação da qualidade física do solo, em relação à

condição de mata natural.

O sistema plantio direto não contribuiu para um acúmulo de matéria orgânica,

nem para o acréscimo da fertilidade do solo. Promoveu maiores valores de densidade,

microporosidade; e porosidade total, e apresentou maiores índices de agregação do

solo em comparação com o preparo convencional.

O tempo de adoção do sistema plantio direto/irrigação melhoraram a agregação

e a condutividade hidráulica do solo, no entanto, diminuiram a macroporosidade.

Não houve efeito da utilização da integração lavoura-pecuária na agregação do

solo, na condutividade hidráulica e na resistência a penetração do solo, no entanto,

houve um aumento na macroporosidade e porosidade total do solo.

O índice S mostrou variação em função dos sistemas e foi sempre superior ao

valor considerado limite para a boa qualidade física do solo.

No Latossol Vermelho Eutroférrico típico (LVef):

O cultivo do solo reduziu a qualidade do solo quando comparado à condição de

solo natural.

O sistema plantio direto promoveu maior teor de matéria orgânica e agregação,

do solo, menores macroporosidade, porosidade total e infiltração de água, além de

maiores teores de fósforo e potássio na camada 0-0,10m, em comparação com o

preparo convencional.

O tempo de adoção do sistema plantio direto não incrementou o teor de matéria

orgânica e diminuiu a fertilidade do solo. Promoveu diminuição da qualidade física do

solo na camada 0,10-0,30 m.

94

A utilização da rotação de culturas promoveu melhoria no teor de matéria

orgânica e na qualidade física do solo na camada 0,20-0,30 m.

O índice S mostrou variação em função dos sistemas e foi superior ao valor

considerado limite para a boa qualidade física do solo apenas na camada 0-0,10 m.

95

6. CONCLUSÕES

Não houve diferença entre os ambientes na discriminação dos manejos dentro do

sistema plantio direto e da mata natural.

O sistema plantio direto, independente do tipo de solo e do manejo adotado

dentro do sistema, proporcionou aumento nos índices de agregação do solo, quando

comparados às áreas de preparo convencional, sendo estas alterações mais evidentes

na camada 0-0,10 m.

As características do solo mais correlacionadas com as alterações nos sistemas

estudados foram: a porcentagem de agregados > 2 mm, o diâmetro médio geométrico,

o diâmetro médio ponderado, o índice S, a macroporosidade, a microporosidade, a

resistência do solo à penetração e a condutividade hidráulica saturada, sobretudo na

camada 0-0,20 m.

96

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111

112

APÊNDICES

113

Apêndice 1. Teores dos macronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVwf(1)

Tratamento(2) N P K Ca Mg S

-------------------------- g kg-1 --------------------------

PD12 47,5 a 2,3 c 11,7 c 9,0 a 2,4 d 2,6 b

PD8 50,7 a 2,9 b 15,2 b 7,9 b 4,4 a 2,9 a

PD8I 46,7 a 2,4 c 17,1 b 7,7 b 3,3 c 2,9 a

PC 49,3 a 3,3 a 19,6 a 8,2 ab 3,9 b 3,0 a

CV% 5,27 7,24 7,47 6,31 8,46 4,42 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional a mais de 20 anos.

Apêndice 2. Teores dos micronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVwf

Tratamento B Cu Fe Mn Zn

--------------------------- mg kg-1 ---------------------------

PD12 43,0 bc 6,5 a 101,2 ab 62,17 b 36,0 ab

PD8 45,7 b 5,8 a 104,3 a 58,3 b 27,7 b

PD8I 34,3 c 7,8 a 89,5 b 80,7 a 40,3 a

PC 63,0 a 4,8 a 92,7 ab 55,8 b 30,5 ab

CV% 13,85 29,93 8,15 8,85 18,85 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional a mais de 20 anos.

114

Apêndice 3. Características agronômicas da cultura da soja em função dos sistemas no LVwf

Tratamento Altura da

planta

Altura da

vagem

Número de

vagens

População Produção

------- cm ------- plantas ha-1 kg ha-1

PD12 56,6 d 11,9 c 45 a 353.200 b 4063 a

PD8 68,8 c 14,5 b 30 b 442.300 a 2763 c

PD8I 87,4 a 23,6 a 38 a 289.100 c 3589 ab

PC 76,1 b 14,9 b 42 a 441.300 a 3331 b

CV% 4,75 9,36 11,80 4,64 6,83 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional a mais de 20 anos.

Apêndice 4. Teores dos macronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVef(1)

Tratamento(2) N P K Ca Mg S

-------------------------- g kg-1 --------------------------

PD15 48,3 b 2,7 ab 14,7 a 9,5 b 2,5 b 2,3 b

PD8 50,9 a 2,9 a 15,3 a 9,3 b 2,5 b 2,4 a

PD8S 45,5 c 2,9 a 14,1 a 9,1 b 3,8 a 2,2 b

PC 44,3 c 2,6 b 10,6 b 12,3 a 3,5 a 2,1 b

CV% 2,65 5,78 10,90 6,03 9,52 3,79 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos.

115

Apêndice 5. Teores dos micronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVef

Tratamento B Cu Fe Mn Zn

--------------------------- mg kg-1 ---------------------------

PD15 52,8 b 8,7 ab 159,5 a 102,8 b 52,7 b

PD8 42,5 c 9,5 a 145,2 ab 92,5 b 73,0 a

PD8S 64,5 a 9,0 a 117,5 b 99,7 b 53,0 b

PC 56,2 ab 7,5 b 164,1 a 129,7 a 48,7 b

CV% 11,34 8,16 11,45 9,88 10,92 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos.

Apêndice 6. Características agronômicas da cultura da soja em função dos sistemas de manejo no LVef

Tratamento Altura da

planta

Altura da

vagem

Número de

vagens

População Produção

------- cm ------- vagens

planta-1

plantas ha-1 kg ha-1

PD15 62,0 b 14,2 ab 39 b 341.100 bc 2720 b

PD8 69,5 b 11,5 b 72 a 368.280 b 3494 a

PD8S 65,4 b 17,1 a 27 c 418.000 a 2720 b

PC 84,9 a 15,6 a 38 bc 319.700 c 2103 c

CV% 7,87 13,70 16,90 7,37 9,54 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos.

116

117

APÊNDICES

118

Apêndice 1. Teores dos macronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVwf(1)

Tratamento(2) N P K Ca Mg S

-------------------------- g kg-1 --------------------------

PD12 47,5 a 2,3 c 11,7 c 9,0 a 2,4 d 2,6 b

PD8 50,7 a 2,9 b 15,2 b 7,9 b 4,4 a 2,9 a

PD8I 46,7 a 2,4 c 17,1 b 7,7 b 3,3 c 2,9 a

PC 49,3 a 3,3 a 19,6 a 8,2 ab 3,9 b 3,0 a

CV% 5,27 7,24 7,47 6,31 8,46 4,42 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional a mais de 20 anos.

Apêndice 2. Teores dos micronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVwf

Tratamento B Cu Fe Mn Zn

--------------------------- mg kg-1 ---------------------------

PD12 43,0 bc 6,5 a 101,2 ab 62,17 b 36,0 ab

PD8 45,7 b 5,8 a 104,3 a 58,3 b 27,7 b

PD8I 34,3 c 7,8 a 89,5 b 80,7 a 40,3 a

PC 63,0 a 4,8 a 92,7 ab 55,8 b 30,5 ab

CV% 13,85 29,93 8,15 8,85 18,85 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional a mais de 20 anos.

119

Apêndice 3. Características agronômicas da cultura da soja em função dos sistemas no LVwf

Tratamento Altura da

planta

Altura da

vagem

Número de

vagens

População Produção

------- cm ------- plantas ha-1 kg ha-1

PD12 56,6 d 11,9 c 45 a 353.200 b 4063 a

PD8 68,8 c 14,5 b 30 b 442.300 a 2763 c

PD8I 87,4 a 23,6 a 38 a 289.100 c 3589 ab

PC 76,1 b 14,9 b 42 a 441.300 a 3331 b

CV% 4,75 9,36 11,80 4,64 6,83 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD12: plantio direto há 12 anos, irrigado; PD8: plantio direto há 5 anos, sequeiro; PD5I: plantio direto há 5 anos, com 2 anos de integração lavoura-pecuária; PC: plantio convencional a mais de 20 anos.

Apêndice 4. Teores dos macronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVef(1)

Tratamento(2) N P K Ca Mg S

-------------------------- g kg-1 --------------------------

PD15 48,3 b 2,7 ab 14,7 a 9,5 b 2,5 b 2,3 b

PD8 50,9 a 2,9 a 15,3 a 9,3 b 2,5 b 2,4 a

PD8S 45,5 c 2,9 a 14,1 a 9,1 b 3,8 a 2,2 b

PC 44,3 c 2,6 b 10,6 b 12,3 a 3,5 a 2,1 b

CV% 2,65 5,78 10,90 6,03 9,52 3,79 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos.

120

Apêndice 5. Teores dos micronutrientes foliares na floração da soja em função dos sistemas de manejo no LVef

Tratamento B Cu Fe Mn Zn

--------------------------- mg kg-1 ---------------------------

PD15 52,8 b 8,7 ab 159,5 a 102,8 b 52,7 b

PD8 42,5 c 9,5 a 145,2 ab 92,5 b 73,0 a

PD8S 64,5 a 9,0 a 117,5 b 99,7 b 53,0 b

PC 56,2 ab 7,5 b 164,1 a 129,7 a 48,7 b

CV% 11,34 8,16 11,45 9,88 10,92 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos.

Apêndice 6. Características agronômicas da cultura da soja em função dos sistemas de manejo no LVef

Tratamento Altura da

planta

Altura da

vagem

Número de

vagens

População Produção

------- cm ------- vagens

planta-1

plantas ha-1 kg ha-1

PD15 62,0 b 14,2 ab 39 b 341.100 bc 2720 b

PD8 69,5 b 11,5 b 72 a 368.280 b 3494 a

PD8S 65,4 b 17,1 a 27 c 418.000 a 2720 b

PC 84,9 a 15,6 a 38 bc 319.700 c 2103 c

CV% 7,87 13,70 16,90 7,37 9,54 (1) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05); (2) PD15: plantio direto há 15 anos, com rotação de culturas; PD8: plantio direto há 8 anos, com rotação de culturas; PD8S: plantio direto há 8 anos, com sucessão de culturas; PC: plantio convencional há mais de 20 anos.