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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Taíse da Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SEGURANÇA NO TRABALHO NA RT RECUPERADORA DE VEÍCULOS LTDA: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA ESTRATÉGIA DE HISTÓRIA DE VIDA Administração de Recursos Humanos ITAJAÍ (SC) 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Taíse da Silva

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SEGURANÇA NO TRABALHO NA RT

RECUPERADORA DE VEÍCULOS LTDA: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA ESTRATÉGIA

DE HISTÓRIA DE VIDA

Administração de Recursos Humanos

ITAJAÍ (SC)

2008

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TAISE DA SILVA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO - TCE

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SEGURANÇA NO TRABALHO NA RT

RECUPERADORA DE VEÍCULOS LTDA: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA ESTRATÉGIA

DE HISTÓRIA DE VIDA

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que com sua imensa bondade me permitiu todas as dádivas necessárias para que eu pudesse estar aqui. Agradeço aos meus pais Ilvécio e Luciana, que sempre me apoiaram e me ajudaram no que precisasse, demonstrando total apoio no alcance deste meu objetivo. Sem eles eu não me tornaria o que sou e não estaria onde estou. Agradeço meu irmão Andrei pela dedicação e apoio nesta jornada. Agradeço a meu namorado, Marlon, pelo seu apoio e companheirismo. Agradeço aos mestres pelos ensinamentos e orientação em especial a minha orientadora, Prof.ª Cristina Pereira Vecchio Balsini, pela dedicação e confiança. Aos meus avôs (Ilton e Santa) que estiveram juntos nesta caminhada me dando forças e incentivo, as minhas amigas Josiane e Paola pelo companheirismo de todos os momentos, à RT pela oportunidade de realizar este trabalho e enfim a todos que direta ou indiretamente me ajudaram.

Muito Obrigado!

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“E nossa estória não estará pelo Avesso

assim, sem final feliz

Teremos coisas bonitas pra contar

E até lá, vamos viver.

Temos muito ainda por fazer

Não olhe pra trás

Apenas começamos

O mundo começa agora

Apenas começamos.”

Renato Russo

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Taíse da Silva

b) Área de estágio Administração de Recursos Humanos

c) Supervisor de campo Rogério Caldeira

d) Orientador de estágio Profº Cristina Pereira Vecchio Balsini, Msc

e) Responsável pelos Estágios em Administração Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social RT Recuperadora de Veículos Ltda.

b) Endereço Avenida Ver. Abraão João Francisco n. 3155 – Bairro Dom Bosco - Itajaí/SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio Recursos Humanos

d) Duração do estágio 240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo Rogério Caldeira - Sócio-Gerente

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 31 de outubro de 2008.

A empresa RT Recuperadora de Veículo Ltda, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o

Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado,

pela acadêmica Taíse da Silva.

____________________________________ Rogério Caldeira

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RESUMO

Oferecer qualidade de vida e segurança no trabalho é essencial para a satisfação e bom desempenho das pessoas nas organizações, buscando desta forma realização pessoal e alcançando os objetivos organizacionais. Desta forma este trabalho teve como objetivo geral compreender os aspectos que influenciam a qualidade de vida e segurança no trabalho dos funcionários da empresa RT Recuperadora de Veículos Ltda e por meio de uma pesquisa qualitativa que utilizou da estratégia de história de vida, foram entrevistados 8 funcionários e o gestor da empresa. O embasamento da pesquisa foi o autor Walton (1973) e os fatores analisados foram compensação justa e adequada, condições de trabalho, uso e desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento e segurança, integração social na organização, constitucionalismo, o trabalho e o espaço total de vida e a relevância social da vida no trabalho. O resultado da pesquisa identificou pontos de insatisfação relacionados à: compensação justa e adequada e condições de trabalho, sugeriu-se novos estudos. PALAVRAS-CHAVE: Recursos humanos, qualidade de vida no trabalho e segurança no trabalho.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01 – Indicadores de Qualidade de vida no trabalho do Modelo Westley......32

Quadro 02 – Categorias conceituais de Qualidade de vida no trabalho do Modelo de

Walton. ......................................................................................................................34

Quadro 03 Primeiro entrevistado da RT Recuperadora de Veículos.........................41

Quadro 04 Segundo entrevistado da RT Recuperadora de Veículos........................41

Quadro 05 Terceiro entrevistado da RT Recuperadora de Veículos.........................41

Quadro 06 Quarto entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. ..........................42

Quadro 07 Quinto entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. ..........................42

Quadro 08 Sexto entrevistado da RT Recuperadora de Veículos.............................43

Quadro 09 Sétimo entrevistado da RT Recuperadora de Veículos...........................43

Quadro 10 Oitavo entrevistado da RT Recuperadora de Veículos............................44

Quadro 11 – Entrevista com o gestor Rogério Caldeira ............................................45

Figura 01 – Primeira foto: resultados da verificação de segurança...........................46

Figura 02 – Segunda foto: resultados da verificação de segurança..........................46

Figura 03 – Terceira foto: resultados da verificação de segurança...........................47

Figura 04 – Quarta foto: resultados da verificação de segurança .............................47

Figura 05 – Quinta foto: resultados da verificação de segurança..............................48

Figura 06 – Resultados da verificação de segurança................................................48

Quadro 12: Resultados do fator condições de trabalho ............................................49

Quadro 13: Resultados do fator compensação justa e adequada.............................51

Quadro 14: Resultados do fator uso e desenvolvimento de capacidades.................51

Quadro 15: Resultados do fator oportunidade de crescimento e segurança.............52

Quadro 16: Resultados do fator integração social.....................................................52

Quadro 17: Resultados do fator constitucionalismo ..................................................53

Quadro 18: Resultados do fator o trabalho e o espaço total da vida.........................54

Quadro 19: Resultados do fator relevância social da vida no trabalho......................54

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11

1.1 Problema de pesquisa/justificativa ......................................................................12

1.2 Objetivos da pesquisa .........................................................................................13

1.3 Aspectos metodológicos......................................................................................13

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio.............................................................13

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa de estágio .............................................17

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados..........................................18

1.3.4 Tratamento e análise dos dados ......................................................................20 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................21

2.1 Administração......................................................................................................21

2.2 Administração de Recursos Humanos ................................................................23

2.3 Trabalho ..............................................................................................................25

2.4 Motivação............................................................................................................25

2.5 Cultura organizacional.........................................................................................26

2.6 Clima organizacional ...........................................................................................27

2.7 Qualidade de vida no trabalho.............................................................................28

2.7.1 Os modelos de análise de qualidade de vida ...................................................30

2.4 Segurança no trabalho ........................................................................................36 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ..............................................39

3.1 Caracterização da empresa ................................................................................39

3.1.1 Missão..............................................................................................................40

3.1.2 Visão ................................................................................................................40

3.2 Resultados da pesquisa ......................................................................................40

3.2.1 A descrição dos funcionários da RT Recuperadora de Veículos......................40

3.2.3 Percepção do gestor diante da segurança no trabalho ....................................44

3.2.3 Verificar as condições atuais de segurança no trabalho na empresa e o fator “condições de trabalho” na percepção dos funcionários. ..........................................45

3.2.4 Identificação dos fatores de qualidade de vida na percepção dos funcionários...................................................................................................................................50

3.2.5 – Sugestões para a empresa ...........................................................................55 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................55

5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS .....................................................................59

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................65

APÊNDICE................................................................................................................66

ANEXO......................................................................................................................78

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1 INTRODUÇÃO

As pessoas passam à maioria do seu tempo nas organizações e as buscam

para atingir seus objetivos particulares e, por terem em comum uma tendência à vida

social, apresentam uma imensa variação em suas características e aptidões

individuais e esperam que seu ambiente de trabalho seja um ambiente sadio para

resultar em um bom desempenho produtivo e satisfação pessoal.

A busca obsessiva pelo alcance de metas e objetivos tem sido intensa para

as pessoas que estão inseridas no ambiente de trabalho. Com finalidade de

proporcionar melhores condições de vida, as empresas estão disponibilizando

recursos que possam atender as necessidades físicas, psicológicas e emocionais

dos colaboradores.

O estudo da qualidade de vida no trabalho vem sendo muito utilizado nas

organizações com o intuito de interagir entre as expectativas e realizações do

colaborador. São ações que abrangem melhorias e inovações gerenciais e

estruturais no ambiente de trabalho sintonizando para o alcance das condições

plenas de desenvolvimento humano.

Para isto, a segurança no trabalho também torna-se uma grande aliada da

qualidade de vida no trabalho envolvendo medidas que são adotadas com o objetivo

de minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a

integridade e a capacidade de trabalho ao colaborador.

A segurança, a realização pessoal e a profissional do trabalhador

encontram-se na qualidade de vida no trabalho que é favorecida através de

condições de segurança, higiene e saúde que são essenciais para seu

desenvolvimento.

É fundamental a qualidade de vida no trabalho para as organizações, para

que as mesmas renovem sua forma de organização e alcancem à satisfação

pessoal e maior comprometimento dos funcionários, no ramo.

A análise da qualidade de vida no trabalho é de suma importância para a

empresa RT Recuperadora de Veículos, pois o trabalho poderá auxiliar a empresa

na solução de problemas comportamentais e de grupo e tem como objetivo verificar

os aspectos que afetam a qualidade de vida no trabalho dando ênfase a segurança

no trabalho.

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1.1 Problema de pesquisa/justificativa

A preocupação com a qualidade de vida no trabalho vem ganhando

importância nas organizações, pois a mesma praticada inadequadamente no

ambiente de trabalho gera impacto negativo na saúde física e emocional dos

colaboradores. Baixa motivação falta de atenção, diminuição de produtividade e alta

rotatividade criam um ambiente negativo dentro da organização.

Por estes motivos as organizações buscam facilitar as mudanças,

combinando ações e campanhas para conscientização, comportamento e

envolvimento dos colaboradores a fim de suportar práticas de saúde e prevenir

doenças, no ambiente de trabalho.

Um problema, de acordo com Roesch (2007), pode ser definido a partir da

observação, da teoria ou de algum método que se pretende testar. Para Lakatos e

Marconi (1991, p. 159), “problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no

conhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se deve encontrar

uma solução”. Assim, esta pesquisa apresenta o seguinte problema a ser resolvido:

Quais os aspectos que influenciam a qualidade de vida e segurança no trabalho dos

funcionários da empresa RT Recuperadora de Veículos?

Este trabalho é de suma importância tanto para a empresa, quanto para o

acadêmico e para a universidade. Para a empresa, pela grande necessidade em

conhecer a verificação de suas efetivas ações diante da qualidade de vida no

trabalho e da segurança no trabalho e seus efeitos na organização. Para a

acadêmica, por poder conciliar parte do aprendizado durante o período universitário

com a prática, desenvolvendo assim habilidades e conhecimentos dentro do

contexto organizacional. E para a universidade, por disponibilizar material científico

adicional aos docentes e alunos.

Este tema, apesar de muito importante, nunca foi abordado na empresa,

portanto tem sua originalidade comprovada pelo gestor.

Esta pesquisa foi viável em virtude de não envolver custos e investimento

de recursos muito altos, e as fontes de consulta estão plenamente acessíveis ao

pesquisador, pois o tema é de interesse para o mesmo e não se tratam de dados

sigilosos. Sua viabilidade também foi possível devido ao fato da consciente

necessidade da empresa em obter um conhecimento mais amplo a respeito da

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qualidade de vida e segurança na organização, portanto forneceu todas as

informações necessárias.

1.2 Objetivos da pesquisa

Richardson (2007, p.62) explica que “o objetivo geral define o que se

pretende alcançar com a realização da pesquisa”.

Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender os aspectos que

influenciam a qualidade de vida e segurança no trabalho dos funcionários da

empresa RT Recuperadora de Veículos Ltda.

Os objetivos específicos são:

• Descrever o perfil dos funcionários por meio de sua história de vida.

• Identificar a percepção do gestor diante da segurança no trabalho

• Verificar as condições atuais de segurança no trabalho na empresa e o fator

“condições de trabalho” na percepção dos funcionários.

• Identificar os fatores de qualidade de vida na percepção dos funcionários.

• Propor sugestões para a empresa.

1.3 Aspectos metodológicos

Este item trata da metodologia utilizada no decorrer deste estudo, sua

característica quanto a tipo, fins da pesquisa e meios de investigação,

contextualização e definição dos participantes da pesquisa, bem como a forma de

coleta e análise de dados. A seção de metodologia de acordo com Roesch (2007, p.

187), “descreve como se pretende atingir os objetivos específicos”. Ou seja, como a

pesquisa foi realizada para alcançar seus objetivos.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

Neste item é apresentada a caracterização da pesquisa, sua tipologia,

abordagem e estratégia de pesquisa.

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Quanto à tipologia da pesquisa, caracteriza-se como uma pesquisa

diagnóstico, pois teve o propósito de diagnosticar a qualidade de vida e segurança

no trabalho em que o trabalhador está inserido na RT Recuperadora de Veículos. E

como justifica Roesch (2007) a pesquisa diagnóstico analisa um situação

organizacional e dificilmente acarretam custos muito altos.

Este estudo tem natureza descritiva, como afirma Richardson (2007, p. 71)

esse tipo de estudo propõe “[...] descobrir as características de um fenômeno como

tal”. O mesmo autor acrescenta ainda que o uso deste estudo é importante quando o

pesquisador deseja ter um melhor entendimento de diversos fatores que influenciam

no fenômeno pesquisado.

A caracterização deste trabalho foi subdivida devido à estratégia de pesquisa

ser diferenciada.

1.3.1.1 Pesquisa Qualitativa

Roesch (2007; p.154) relata que “a pesquisa qualitativa e seus métodos de

coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória da pesquisa”.

Apesar da pesquisa ser descritiva utiliza-se a pesquisa qualitativa, pois com ela se

obtém maior profundidade nos dados.

A pesquisa qualitativa, para Richardson (1999), levanta informações

explorando seus fenômenos. Caracterizando-se por entender a natureza de um

fenômeno social onde o seu objeto encontra-se nas situações complexas ou

particulares.

A visão qualitativa nos estudos organizacionais aparece a partir da década

de 1960, dentro do movimento metodológico mais amplo das ciências sociais, em

contraposição à predominância de enfoques de pesquisas positivistas (ROCHA;

CERETTA, 1998). Godoi e Balsini (2006) destacam o fato de que áreas

tradicionalmente técnicas, mais próximas da consultoria do que da pesquisa como

administração da produção, a administração da informação e a contabilidade

gerencial, também tenham sido transpassadas pela difusão de delineamentos

qualitativos.

Triviños (1987, p.125) ainda explica que a pesquisa qualitativa “tem suas

bases teóricas, de tipo idealista, privilegiando a consciência do sujeito e entendendo

a realidade social como uma construção humana”.

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Apesar da crescente difusão da pesquisa qualitativa no campo

organizacional (LIMA et al 2002 apud GODOI; BALSINI, 2006), ainda existe

discussão sobre a natureza, os critérios de adequação metodológica e os

parâmetros de avaliação desse tipo de pesquisa. Triviños (1987) relata que muitos

consideravam a pesquisa qualitativa absurda, artificial e inútil; enquanto outros

expressavam que o enfoque qualitativo era simplesmente, um exercício especulativo

sem valor para a ciência. Atualmente sabe-se que a pesquisa qualitativa vem

aumentando consideravelmente.

Há uma diversidade de designações para a pesquisa qualitativa:

etnopesquisa, antipositivista, fenomenológica, etnometodológica, experiencial,

existencial, ideográfica, participativa, antropológica, dialética, pragmática, subjetiva,

intensiva, soft e alta em contexto (STABLEIN, 2001 apud GODOI; BALSINI, 2006).

Outros termos são também usados: pesquisa naturalística, pesquisa interpretativa,

pesquisa indutiva e etnografia (MERRIAM; 1998). E há ainda outras denominações

que, por vezes, a tomam por seus próprios métodos: pesquisa participativa,

pesquisa ação, história oral, observação etnometodológica, hermenêutica (DEMO;

2001).

Pesquisa qualitativa é um conceito “guarda-chuva”, que abrange várias

formas de pesquisa e nos ajuda a compreender e explicar o fenômeno social com o

menor afastamento possível do ambiente natural (MERRIAM; 1998). Nesse cenário

não se busca regularidades, mas a compreensão dos agentes, daquilo que os levou

singularmente a agir como agiram. Essa empreitada só é possível se os sujeitos

forem ouvidos a partir da sua lógica e exposição de razões. Quando muito, pode-se

identificar crenças mais ou menos compartilhadas por grupos sociais, ou seja, a

cultura sem pressupor que ela seja uma categoria estática no tempo e no espaço,

mas um categoria analítica em permanente transformação (SAMPAIO, 2001 apud

GODOI; BALSINI, 2006).

A pesquisa qualitativa abandona a expressão quantitativa, numérica, por

isso, a interpretação dos resultados surge como a totalidade de uma especulação

que tem como base a percepção de um fenômeno num contexto (TRIVIÑOS, 1987).

A ênfase da pesquisa qualitativa é nos processos e nos significados (SALE;

LOHFELD; BRAZIL, 2002 apud GODOI; BALSINI 2006). Dados qualitativos são

representações dos atos e das expressões humanas. O objetivo da pesquisa

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qualitativa é interpretar os significados e as intenções dos atores (SIVESIND, 1999

apud GODOI; BALSINI, 2006).

Nas pesquisas de cunho qualitativo, tanto a delimitação quanto a

formulação do problema possuem características próprias. Ambas exigem do

pesquisador a imersão no contexto que será analisado. As análises do passado e do

presente são cruciais para que haja maior isenção do investigador para com o

fenômeno social que pretende desvendar (ROCHA; CERETTA 1998).

Diante disto, esta escolha de método qualitativo dá-se ao fato de a coleta

dos dados representarem à opinião de cada entrevistado diante da qualidade de

vida no trabalho e segurança.

1.3.1.2 A História de vida como estratégia de pesquisa deste estudo

A estratégia de pesquisa utilizada foi à história de vida. Por ser uma

estratégia pouco utilizada viu-se a necessidade de explicar da melhor forma possível

a conceituação desta estratégia.

A história de vida é a história do tempo presente, já que sugere a percepção

do passado como um pouco de continuidade hoje, e cujo processo histórico não está

finalizado. O sentido do passado no presente imediato das pessoas é a razão de ser

da história de vida. Com isso, ela não só oferece uma mudança no conceito de

história e ela proporciona um sentido social á vida dos respondentes, que passam a

entender a seqüência histórica e a sentir-se parte do contexto em que vivem.

(ICHIKAWA; SANTOS, 2006).

A primeira experiência da história de vida como atividade organizada é de

1948, quando o professor Allan Nevis lançou The oral history project, na

Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra

Mundial, quando a combinação de avanço tecnológico e a necessidade de propor

novas formas de captação de experiências importantes, como as então vividas pelos

combatentes, familiares e vítimas dos conflitos, passou a indicar uma nova postura

dos pesquisadores em face das entrevistas (BOM MEIHY 1996 apud ICHIKAWA ;

SANTOS,2006).

Na época, o rádio já era um importante meio de divulgação e as entrevistas

tornaram-se populares. O jornalismo, portanto, deu um empurrão significativo para o

avanço da história oral. Os primeiros programas só entrevistavam pessoas de

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destaque, e apenas mais recentemente é que os grupos menos favorecidos

começaram a integrar a ordem de prioridade dos pesquisadores. Revistas e jornais

ajudavam a divulgar os depoimentos, juntamente com as fotografias (BOM MEIHY

1996 apud ICHIKAWA; SANTOS, 2006).

Thompson (2002), afirma que a influência fundamental da história de vida

veio através de uma nova sociologia, na década de 1950, que se preocupava não só

com a pobreza, mas também com a cultura da classe operária e a comunidade em si

mesma. De lá para cá, a história de vida tem crescido rapidamente em todo o

mundo.

Para Bom Meihy (1996), a história de vida se desenvolveu no Brasil

tardiamente isso ocorreu por falta de uma tradição institucional não acadêmica para

desenvolver projetos registrados das histórias locais e a ausência de vínculos

universitários com os localismos e a cultura popular.

Alberti (2004) destaca as potencialidades da história de vida como método

de pesquisa para a ampliação do conhecimento sobre o passado tomando como

ponto privilegiado de análise a questão da narrativa, não apenas como relato de

uma ação no tempo, mas também como trabalho da linguagem em produzir

racionalidades.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa de estágio

Roesch (2007) ressalta que o estágio pode estar limitado a um determinado

departamento ou envolver toda a organização.

Nesta pesquisa buscou-se envolver toda a organização. Os participantes da

pesquisa foram 8 funcionários da RT Recuperadora de Veículos Ltda, sendo assim

uma amostra intencional que segundo Appolinário (2004) amostra na qual não se

baseia em meios probabilísticos para selecionar os sujeitos, ou seja, o pesquisador

identifica o sujeito que possuam características relevantes para compor a amostra.

Foram selecionados funcionários de setores diferentes sendo um colaborador

de cada setor, um orçamentista e o sócio gerente.

Foi importante abordar os 8 funcionários um de cada setor para alcançar

opiniões da empresa como um todo.Justifica-se a seleção de 8 funcionários dentre

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os 23 tendo como a base na saturação amostral que para Glaser e Straus (1967) a

saturação amostral ocorre quando é percebido que os casos vão se tornando

repetitivos e o pesquisador percebe que os dados não serão mas encontrados a

ponto de contribuir para a pesquisa.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

A coleta de dados utilizou forma primária. A forma primária foi através de um

roteiro de entrevistas voltada para a história de vida que foi realizada com os

funcionários da empresa, esta entrevista foi realizada dia 30 de julho de 2008 e foi

gravada.

A entrevista com o gestor da empresa foi realizada dia 20 de agosto de 2008,

no período da tarde, esta entrevista foi voltada para a segurança no trabalho devido

este ser o enfoque principal do trabalho.

Cervo e Bervian (1983) ressaltam que é a forma mais usada para coletar

dados, pois possibilita com melhor exatidão o que se deseja, contém um conjunto de

questões, todas logicamente relacionadas com um problema central.

O roteiro de entrevista realizado com os 9 funcionários foi baseado na teoria

de Walton (1973) criador de um dos modelos mais utilizados para analisar a

qualidade de vida no trabalho. Esta entrevista foi realizada no dia 20 de agosto de

2008, no período da tarde e foram gravadas para depois ser feita a transcrição.

Todos os fatores de Walton (1973) foram analisados, sendo que no fator “condições

de segurança e saúde no trabalho” foi dada maior ênfase, pois o objetivo da

pesquisa foi analisar com maior profundidade este fator.

Nesta pesquisa foi usada a técnica de entrevista que segundo Richardson

(1989, p.160) “a entrevista é uma técnica muito importante que permite o

desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas”.

A entrevista de história de vida deve ser vista como uma das etapas do

estudo. Para Montenegro (1994 apud Ichikawa e Santos 2006), no início da

entrevista, deve haver uma conversa de esclarecimento com o entrevistado para que

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ele compreenda por que, para que e para quem ele está registrando suas memórias.

Também, antes de começar a entrevista, deve-se assegurar ao entrevistado para o

direito de não falar sobre o que não é conveniente, bem como solicitar o

desligamento do gravador quando considerar oportuno, ou mesmo suprimir trechos

da entrevista gravada.

A transcrição é a etapa do processo de história de vida que corresponde à

mudança do estágio da gravação oral para a escrita. Bom Meihy (1996) afirma que

existe dois tipos de transcrição. Há grupos de profissionais que defendem a

transcrição absoluta ou tradicional, que significa a passagem completa dos diálogos

e sons tal como foram captados, incluindo ruídos, barulhos alheios aos da entrevista

como campainha de porta, telefone, risadas e até mesmo erros de linguagem Bom

Meihy (1996) explica que é muito considerar a transcrição palavra por palavra como

realidade da narrativa, uma vez que há entonações, palavras de duplo sentido,

lágrimas, pausas significativas, gestos e o contexto do ambiente que não ficam

gravados. Para ele, a entrevista deve ser editada, e o que deve ser levado a público

é um texto trabalhado, no qual fique clara a interferência do pesquisar dirigida à

melhoria do texto.

Foram tirados fotos no dia 27 de maio de 2008, para verificação do uso dos

equipamentos de proteção individual para Ciavatta e Alves (2004, p. 22) “a fotografia

é fonte histórica que demanda, por parte do historiador, um novo tipo de crítica.O

testemunho também é válido, não importando o registro fotográfico foi feito para

documentar um fato.”

Alberti (2004) argumenta que a narrativa é um dos principais alicerces da

história oral, que pressupõe a gravação de entrevistas de caráter histórico e

documental com atores e/ ou testemunhas de acontecimentos, conjunturas,

instituições e modos de vida da história contemporânea. Ao contar suas

experiências, o entrevistado seleciona e organiza os acontecimentos de acordo com

seus referenciais do tempo presente, imprimindo-lhes um sentido e transformando

em linguagem aquilo que foi vivenciado.

As entrevistas de história de vida revelam o trabalho da linguagem de

cristalizar imagens que remetam à experiência e que signifiquem novamente, esses

relatos do passado.

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1.3.4 Tratamento e análise dos dados

Os dados foram tratados de forma qualitativa, e foram interpretados por

meio de técnicas de análise de discurso.

A análise de discurso, segundo Roesch (2007) é vista como uma forma de

interação social.A ajuda do entrevistador é importante, uma vez que tanto o

entrevistador como entrevistado se fundamentam em um conjunto de recursos

interpretativos que são considerados de interesse na análise que segue, pois

explora em profundidade as formas discursivas.

Neste estudo como não foi utilizada uma análise do discurso em

profundidade, denominou-se como utilização de “técnicas de análise discurso” o

que não se caracteriza a análise do discurso realmente aprofundada, sendo assim

se para a análise foi utilizada a transcrição do discurso dos entrevistados

repassados literalmente para os resultados sem correções de erros, porém não se

fez a análise das pausas dos entrevistados, nem se fez a transcrição com os

códigos determinados por este método de análise de dados.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para Richardson (2007, p.68) “a fundamentação teórica tem por objetivo orientar

o leitor para um aprofundamento do fenômeno estudado”.

2.1 Administração

Administração é o ato de trabalhar em conjunto e por meio de pessoas para

realizar os objetivos tanto da organização quanto dos membros envolvidos

(MONTANA E CHARNOV; 2000).

Conforme Chiavenato (2004), na metade do século XX, com a Era Industrial,

ocorreram várias mudanças, com isso a teoria administrativa começou a lançar as

suas bases fundamentais preocupando-se com os aspectos prescritivos e

normativos para a administração das organizações.

Maximiano (2000) salienta que para o entendimento do significado de

administração, é necessário ir além da interpretação da palavra, é necessário

também entender o papel que a administração realiza nas organizações e na

sociedade.

Em 1979, o presidente da América Management Association (Associação

Americana de Administração) usou este termo para definir Administração:

“Administração é o ato de realizar coisas através de pessoas.” (MONTANA E

CHARNOV; 200).

Tavares (2005) relata que os fundadores da moderna Teoria da administração

foram Frederick W. Taylor que fundou a escola da administração científica que se

preocupava com a organização do trabalho e Henry Fayol fundador da escola

clássica da administração que se preocupou com a organização empresa.

Para Maximiano (2000, p. 24) “administração é o processo de tomar e colocar

em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos.”

A definição atual da administração apresenta mais ênfase nos resultados a

serem atingidos, ou seja, nos objetivos e não nas atividades e é incluído o conceito

de que as realizações dos objetivos pessoais do grupo devem estar integradas a

realização dos objetivos organizacionais. (MONTANA E CHARNOV; 2000; 2000)

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22

Maximiano (2000) relata que a predominância das organizações e seu valor

para a sociedade moderna, assim como a importância de administradores

competentes que defendem e fundamentam o desenvolvimento e o estudo da teoria

geral da administração.

Alguns dos primeiros textos sobre a administração marcam como início a

Revolução Industrial, no século XVIII, na Inglaterra, depois se expandindo por toda a

Europa e América no século XIX. Esses primeiros teóricos, como Charles Babbage

foi astuto o suficiente para garantir que a emergência do mundo industrial iria exigir

um estudo sistemático da administração de tarefas e da padronização do trabalho

para poder ajustar as empresas, especialmente a área de manufaturas, a uma nova

e exigente realidade.

Para Maximiano (2000) a teoria da administração é à base de conhecimento

a respeito das organizações e do método de administrá-las. É formada por

princípios, proposições e técnicas em constante elaboração. Não há uma teoria de

administração a ser seguida, fórmulas ou receitas definitivas, como acontecem com

outras disciplinas. Teoria, em administração, é um conjunto de conhecimento

organizado, produzido pela experiência prática das organizações.

Montana; Charnov (2000) afirma que a abordagem clássica foi à primeira

experiência de se aprender administração de modo científico, destacando a

eficiência do trabalhador obtida através de uma maneira correta de se fazer uma

tarefa originada por um especialista que possui uma compreensão científica do

trabalho a ser alcançado através de um estudo metódico.

Para Maximiano (2000) a escola clássica é predominantemente técnica,

destacando os métodos de trabalho, organização da empresa, as pertinências do

administrador e a eficiência dos recursos materiais, ou seja, é o enfoque da

administração científica, do processo administrativo.

Montana; Charnov (2000) a abordagem comportamental ressalta a melhoria

da eficiência do trabalhador através de uma abrangência dos trabalhadores em si,

em vez de uma abrangência de trabalho.

O objetivo essencial do enfoque comportamental é fornecer ferramentas

para a administração das organizações, tendo como alicerce o conhecimento sobre

o comportamento das pessoas, como indivíduos e membros de grupos(MAXIMIANO;

2000).

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23

Na abordagem contingencial para Montana; Charnov (2000) este método

afirma que a melhor maneira de administração dependerá da maneira de liderança

do gerente em relação ás necessidades da situação particular.

A administração de recursos humanos desenvolve na empresa um papel

muito importante, pois contribui com o desenvolvimentos das pessoas no alcance

dos objetivos da organização, sendo esta uma das responsabilidades da

administração de recursos humanos.

2.2 Administração de Recursos Humanos

A área de recursos humanos para a empresa desempenha na empresa um

papel muito importante na motivação, na produção e promove condições para que

os funcionários possam exercer suas funções.

Gil (1994) relata que a importância da valorização do departamento de

relações humanas surgiu devido à necessidade de considerar a importância dos

fatores psicológicos e sociais produtivos.

As organizações estão cada vez, mas aprimorando e apostando na área de

Recursos Humanos, pois as organizações precisam estar em continuo aprendizado,

o aprendizado é a essência da sobrevivência.

A administração de recursos humanos conforme relata Bergamini (1997) tem

como objetivo ocupar e manter a organização com pessoas em quantidade e

qualidade necessárias, bem como sempre ter elas dispostas a alcançar os objetivos

da empresa.

A administração de recursos humanos deve ser conduzida de maneira a

criar um planejamento estratégico que possibilite a divisão de responsabilidade entre

empregado e empregador, para que ambos cumpram com suas responsabilidades

no processo produtivo.

Segundo Chiavenato (1981, p.146):

As pessoas constituem o recurso eminentemente dinâmico das organizações. Os recursos humanos apresentam uma incrível aptidão para o desenvolvimento, que é a capacidade de aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos.

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Ao tratar de postura da organização em relação a incentivos salariais e a

criação de condições que favoreçam satisfação pessoal dos funcionários, é

importante destacar o clima organizacional e sua influência na motivação das

pessoas. O clima organizacional refere-se ao ambiente externo existentes entre os

membros da organização, e está intimamente relacionado ao grau de motivação dos

colaboradores. Sendo assim, o clima organizacional é considerado favorável quando

proporciona satisfação das necessidades pessoais dos funcionários, e desfavoráveis

quando proporciona a frustração dessas necessidades (CHIAVENATO, 2002).

O recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos para atração de

candidatos, e a seleção é o conjunto de práticas e processos usados para escolher,

dentre os candidatos disponíveis, o que parecer o mais adequado para a vaga

existente. “O processo de recrutamento e seleção é a introdução de recursos

humanos na organização (...) tem por objetivo a escolha do homem certo para o

lugar certo” (CHIAVENATO, 2000, p.223).

A administração de recursos humanos pode auxiliar a minimizar os conflitos

entre os grupos, proporcionando treinamento e seleção para melhorar e integrar os

funcionários, orientando todos os grupos para as metas da empresa. (MILKOVICH,

2000)

O treinamento é a educação que adapta a pessoa para uma função,para

Carvalho (1997, p. 154), Treinamento é o processo de ajudar o empregado a adquirir

eficiência no seu trabalho presente ou futuro, através de apropriados hábitos de

pensamentos e ação, habilidades, conhecimento e atitudes.

Gil (1994) explica que a seleção é feita a partir de critérios que podem ser

determinados após a descrição da função, a qual se deseja selecionar as pessoas.

A avaliação de desempenho mede conhecimentos e comportamentos dos

funcionários, segundo Pontes (1996, p.22), “A avaliação do desempenho é uma

apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial

de desenvolvimento futuro”.

Os recursos humanos fazem parte da organização de uma forma bastante

ativa e um conceito que pode influenciar a qualidade de vida dos funcionários é o

entendimento que os mesmo possuem em relação ao trabalho que realizam.

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2.3 Trabalho

Rodrigues (1994) conceitua que o trabalho hoje ocupa um espaço muito

grande em nossas vidas, pois quase todos trabalham e grande parte do nosso

tempo é passada dentro de empresas. Neste sentido Bom Sucesso (1998) afirma que a palavra trabalho é original de

tripalium, ou seja, aparelho de tortura formado por três paus ao qual eram atados os

condenados, transformou-se e hoje o trabalho mantém um lugar importante na

sociedade, é um destaque na vida humana.

Lima (1986 apud VALLE; VIEIRA 2004) ressalta tudo gira em torno do

trabalho, pois a maioria do tempo às pessoas estão trabalhando e quando param,

elas descansam a fim de buscar novas energias para continuar suas atividades.

Conforme Codo (1994, p.56) “o homem produz sua própria existência, na

medida em que trabalha, arquitetando a estrutura social com suas próprias mãos, a

mesma estrutura que lhe servirá de habitat”.

Para Bom Sucesso com o trabalho (1998) o empregado busca desafio além

do salário, estabilidade, crescimento pessoal, aprendizagem, convivência, amizade e

status.

Lago; Glasenapp (2004) relatam que o trabalho envolve grande parte da vida

diária do ser humano, é através que o homem alcança a satisfação de suas

necessidades e garante sua sobrevivência.

2.4 Motivação

Motivação é o motivo ou razão que direciona o comportamento das

pessoas, é um grande desafio das organizações nos dias de hoje.

“A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, mover e indica o

conjunto de razões ou motivos que explicam, induzem, incentivam, estimulam ou

provocam algum tipo de ação ou comportamento” (MAXIMIANO, 1995, p. 318)

Conforme Silva (2001, p.221), “motivação é alguma força direcionada dentro

dos indivíduos, pela qual eles tentam alcançar uma meta, a fim de preencher uma

necessidade ou expectativa”.

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Segundo Stoner & Freeman (1999) a motivação compreende os fatores que

provocam, canalizam e sustentam o comportamento de um individuo. Handy

(1978) afirma que se pudéssemos compreender e poder prever os modos que os

indivíduos são motivados poderíamos influenciar e então alterar os componentes

desse processo, pois não há formula para a motivação.

Bergamini (1997) ressalta, através das diversas teorias sobre a motivação

humana, de que ninguém é capaz de motivar outra pessoa e, ainda atenta para o

caráter individualizado que é o da motivação humana. Em decorrência disso Archer

(1997) afirma que a alternativa é criar um ambiente de trabalho que estimule a ação,

sendo assim, a tarefa de administração não é a de motivar seus funcionários, mas,

sobretudo introduzir comportamentos positivos por parte deles.

Já para Gellerman (1976), a grande dificuldade é que não há uma única

motivação para ser desenvolvida em todos os funcionários. Para exemplificar, isto

ocorre porque as pessoas têm um valor diferente, necessidades diferentes,

interesses diferentes, formação profissional diferente, enfim, uma história de vida

diferente que condiciona suas motivações (VERGARA 2000).

A busca pelo equilíbrio entre o trabalho, qualidade de vida, satisfação pessoal

e motivação começam a ficar mais evidente nas organizações, preocupadas cada

vez mais com a dedicação e empenho dos funcionários na mesma.

2.5 Cultura organizacional

O interesse pelo estudo da cultura nas organizações surgiu a partir da

necessidade de entender vários de seus fenômenos, crenças e valores que

fundamentam as práticas formais e informais que estão inseridas na vida

organizacional.

Para Bom Sucesso (1998) os valores e as crenças existentes na cultura da

organização apresentam cenários que representa em grande parte a qualidade de

vida. Há vários fatores que são valorizados pela empresa.

Para Maximiano (1995) a cultura de uma empresa compreende os

comportamentos que os empregados da organização concordam em adotar porque

julgam correto, bem como seus usos e costumes.

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Para Quinn (1988 apud SÁ, et al 2006), nenhuma organização reflete um

único estilo cultural, mas uma combinação deles sendo exatamente este conjunto

único de valores que faz com que as organizações tenha culturas diferenciadas.

Concluindo Pessoa e Nascimento (2007) ressaltam que a cultura

organizacional é a chave fundamental para desenvolver bons programas de

qualidade de vida no trabalho. Muitos administradores, ao planejarem programas de

qualidade, pensam em tudo, mas se esquecem de que o sucesso dos programas de

qualidade depende do esforço dos trabalhadores, que para se esforçarem precisam

de algo muito mais simples, satisfação dentro do seu ambiente de trabalho.

2.6 Clima organizacional

Segundo Payne & Mansfield (1977 apud TAMAYO et al 2002), reconhecer

que a organização é um ambiente psicologicamente significativo para seus

membros, tem levado ao conceito de clima organizacional.

Tagiuri (1968 apud SÁ; et al 2006), clima organizacional consiste numa

qualidade relativamente constante do ambiente interno da organização que é

percebido pelos seus membros; influencia seu comportamento; e pode ser descrito

em termos de valores de um conjunto de características (ou critérios) da

organização.

Esta afirmação demonstra como o clima organizacional influencia o

desempenho e a desempenho organizacional, por ser um fator que tem grande

impacto na vida do trabalhador. Partindo disso, Belo (2001, p.31) afirma que “a

gestão de clima organizacional tornou-se um desafio, no sentido de estabelecer um

ambiente adequado que possibilite que o funcionário atinja os melhores níveis de

desempenho”.

Para Oliveira (1990) o clima compreende o conjunto das percepções

compartilhadas pelos indivíduos com base nos fatores organizacionais formais e

informais que compõem o ambiente de trabalho. Este conceito fortalece o valor do

ser humano na empresa, por ser ele o receptor de todas as características que

influenciam o desempenho individual e coletivo da organização. Com isso, pode-se

afirmar que é necessário dar atenção para as necessidades do clima das

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organizações, uma vez que isto traz benefícios, não somente para as pessoas, mas

também para as organizações.

Pessoa e Nascimento (2007) concluem que o clima organizacional envolve o

ambiente interno presente entre os membros da organização e está intensamente

relacionado com o grau de motivação de seus participantes. Assim, pode-se concluir

que a cultura e o clima organizacionais são permanentes variáveis.

A administração de recursos humanos tem se preocupado com os indivíduos

mais comprometimento e conseqüentemente mais produtivos. Dentre tantas

preocupações destaca-se a preocupação com a Qualidade de Vida no Trabalho.

2.7 Qualidade de vida no trabalho

Pessoa e Nascimento (2007) relatam que a palavra qualidade de vida surgiu

nos debates púbicos relacionados ao meio ambiente e aos questionamentos quanto

às condições da vida urbana. Durante a década de 50 e início da década de 60 do

século XX, a busca crescente para verificar o bem estar do ser humano e a

preocupação com o impacto da industrialização da sociedade com isso surgiu à

necessidade de se verificar tal contexto por meio de dados objetivos.

A qualidade de vida no trabalho vem ganhando importância nas áreas das

organizações. Para Limongi-França (2004) a qualidade de vida no trabalho está

relacionada às mudanças pelas quais passam as relações de trabalho na sociedade,

em constante transformação.

A abordagem humanística do trabalho foi introduzida por Robert Owen em

1800 – durante a revolução industrial - nas suas fábricas de New Lanark, na Escósia

quando promoveu vários fatores que impactam na qualidade de vida do trabalhador

(CLUTTERBUCK; CRAINER, 1993). Com essa preocupação de satisfação dos

empregados e todos que os cercam, Owen tornou-se precursor da qualidade de vida

no trabalho.

Já a denominação da qualidade de vida no trabalho, é atribuída a Eric Trist e

colaboradores que em 1950, em Londres, desenvolveram estudos que deram

origem a abordagem sócia-técnica da organização do trabalho (FERNANDES,1996).

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Para Sampaio (1999) a qualidade de vida no trabalho é discutida nas

literaturas empresariais e científicas desde os anos 50, era desenvolvida pela área

de saúde, passou a englobar dimensões da Psicologia, da Sociologia e da

Administração. É um tema discutido dentro do enfoque multidisciplinar humanístico,

Rodrigues (1994) ressalta que na década de 60 os movimentos com a preocupação

na qualidade de vida no trabalharam ganharam impulso.

Rodrigues (1994) afirma que no final da década de 70 houve uma interrupção

na preocupação com a qualidade de vida no trabalho por causa da alta inflação e a

substituição do petróleo. Em 1979 teve início a uma nova fase no desenvolvimento

das abordagens sobre qualidade de vida no trabalho.

Segundo Limongi-França e Assis (1995) a qualidade de vida no trabalho

abrange e compromete as condições de vida no trabalho, não esquecendo dos

aspectos de bem estar, saúde e segurança.

Conforme Fernandes (1996) a qualidade de vida no trabalho no Brasil surgiu

em função da preocupação das competitividades das empresas, em contexto de

maior abertura para a importação de produtos estrangeiros e na esteira dos

programas de qualidade total.

Para Walton (1973 apud Rodrigues 1994) a expressão qualidade de vida no

trabalho vem sendo usada com muita freqüência para citar certos valores ambientais

e humanos, não utilizado pelas sociedades industriais em favor do avanço

tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico.

Segundo Fernandes (1996) qualidade de vida no trabalho é algo que parece

comum para todos, mas, contudo volta-se para a combinação dos interesses

pessoais e organizacionais, ou seja, ao mesmo tempo em que se obtém satisfação

do funcionário, melhora-se a produtividade da empresa.

O termo qualidade de vida já tinha aparecido na história com outros títulos e

em outros contextos, mas sempre voltada a facilitar ou trazer satisfação e bem estar

ao trabalhador na execução de suas tarefas, a qualidade de vida sempre foi objeto

de preocupação humana (RODRIGUES, 1994)

A qualidade de vida no trabalho trata da convivência emocional da pessoa

com o seu trabalho, no momento em que tantas mudanças sociais e tecnológicas

transformam-se de forma intensa e acelerada. Abrange efeitos da realidade no bem-

estar da pessoa , enfocando as conseqüências do trabalho sobre a pessoa e seus

efeitos nos resultados da organização (BOM SUCESSO, 1998).

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Para Corrêa (1993 apud VIEIRA 1996, pág. 37) “a qualidade de vida no

trabalho é um fenômeno complexo que vem sendo desvendado pouco a pouco”.

De acordo com Westley (1979 apud FERNANDES 1996), a qualidade de vida

no trabalho incluem esforços voltados para a humanização do trabalho, que buscam

solucionar problemas gerados pela própria natureza das organizações existentes na

sociedade industrial.

Segundo Wether e Davis (1983 apud VIEIRA 1996) o empenho para melhorar

a qualidade de vida no trabalho procuram nos proporcionar os cargos mais

produtivos e satisfatórios.

A qualidade de vida no trabalho segundo Fernandes (1996) pode ser utilizada

para que as organizações ao mesmo tempo em que alcancem o nível de satisfação

pessoal, alcancem também a produtividade gerando assim maior comprometimento

dos empregados nos processos ligados ao seu trabalho.

A qualidade de vida representa um grau de satisfação do indivíduo com ele

mesmo e com todos que os cercam.

Bom Sucesso (1998) ressalta que a raiva e o medo são emoções que fazem

parte da vida no trabalho. São sentimentos que são vivenciados pelo trabalhador.A

qualidade de vida não decorre apenas de salários compatíveis ao mercado e de

vários benefícios, mas sim do resultado do tratamento humano com fatores positivos

ao trabalhador.

Para Fernandes (1996) a qualidade de vida no trabalho apesar de estar

voltada para organizar o trabalho ultimamente vem se preocupando com a

satisfação do funcionário para obter maior produtividade.

Segundo Rodrigues (1994) nos últimos anos a qualidade de vida no trabalho

vem sendo usada como maneira de descrever situações e procedimentos com

objetivos diversos.

2.7.1 Os modelos de análise de qualidade de vida

Abaixo apresenta-se 4 modelos de análise de qualidade de vida no trabalho.

2.7.1.1 O Modelo de Nadler e Lawler

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Segundo Búrigo (1997) o modelo de Nadler e Lawler pode ser definido

através de atividades que podem compreender como representativas de esforços

empreendidos para alcançá-las. Indicam como atividades representativas de

qualidade de vida no trabalho:

• Resolução participativa de problemas;

• Reestruturação do trabalho;

• Sistemas inovativos de recompensas; e

• Melhorias no ambiente de trabalho.

Dourado; Carvalho (2005) afirmam que o modelo de Nadler e Lawler propõe um

sistema de recompensas que visa relacionar os resultados obtidos pelos indivíduos

a compensação extra, ou seja, esta associação entre o desempenho e recompensas

tem como objetivo a motivação do trabalhador, acarretando assim em uma busca

por salários mais altos por meio de resultados maiores.

2.7.1.2 O Modelo de Hackman e Oldhan

Para Vieira (1996) neste modelo os autores se preocuparam com as

dimensões e características do cargo que são diretamente ligadas à qualidade de

vida no trabalho, por serem capaz de oferecer recompensas e consequentemente

satisfazer os indivíduos no trabalho.

Fernandes (1996) afirma que o modelo de Hackman e Oldhan se apóiam em

características objetivas do trabalho. De acordo com eles a qualidade de vida no

trabalho pode ser analisada em fatores como: dimensões de tarefa, estados

psicológicos críticos e resultados pessoais e de trabalho.

Este modelo é um dos mais conhecidos e utilizados por pesquisadores,

analisa a qualidade de vida apoiando-se em características objetivas das tarefas

realizadas no ambiente organizacional (PAIVA et al,2002)

El-Aouar e Souza (2003) relatam que o neste modelo a positividade pessoal e

o resultado do trabalho são obtidos através de três estados psicológicos críticos:

significância percebida, responsabilidade percebida, conhecimento dos resultados

do trabalho.

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Oliveira (1999, p.3) conclui que o “modelo de Hackman e Oldham faz uma

relação direta entre a satisfação e a natureza da tarefa.”.

2.7.1.3 O Modelo de Westley

Valle e Vieira (2004) ressaltam que o modelo de Westley aponta quatro

dimensões da Qualidade de vida no trabalho, que afetam a qualidade de vida do

trabalhador: o político, econômico, o psicológico e o sociológico.

Fernandes (1996) na mesma perspectiva afirma que o modelo de Westley

determina que os modelos políticos trazem a insegurança, o econômico a injustiça, o

psicológico a alienação e o sociológico a anomia.

Indicadores da Qualidade de Vida no Trabalho

Econômico Político Psicológico Sociológico

Equidade Salarial Segurança emprego Realização potencial Participação nas decisões

Remuneração adequada

Atuação Sindical Nível de desafio Autonomia

Benefícios Retroinformação Desenvolvimento pessoal

Relacionamento interpessoal

Local de Trabalho Liberdade de expressão

Desenvolvimento profissional

Grau de responsabilidade

Carga Horária Valorização do cargo Criatividade Valor pessoal Ambiente Externo Relacionamento com a

chefia Auto-avaliação

Variedade de tarefa

Ident. c/ tarefa

Quadro 01 – Indicadores de Qualidade de vida no tra balho do Modelo Westley Fonte: Fernandes (1996)

Paiva et al (2002) afirma que este modelo “envolve quatro dimensões

relacionadas ao trabalho e suas manifestações tanto em nível individual como

social.”.

El-Aouar e Souza (2003) concluem que estas quatro dimensões:

política,econômica, psicológica e sociológica são relacionadas ao trabalho e suas

manifestações,tanto individual como social, são consideradas segundo indicadores

que podem ser causa de injustiça e insegurança de alienação e de ausência de leis

e regulamentos.

2.7.1.4 O Modelo de Walton

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Este modelo é explicado com maiores detalhes, pois após feito a análise dos

outros modelos optou-se por esse por ser modelo, pois as pesquisas de Goulart e

Sampaio (1999), Valle e Vieira (1999), Monaco e Guimarães (1999) e Rocha (1998),

apontam o modelo de Walton como o mais indicado para pesquisar organizações

brasileiras, devido aos aspectos abordados por ele em seus critérios conceituais,

pois cobre desde as necessidades básicas do indivíduo, até condições da

organização, passando pelas necessidades secundárias e realçando a auto-

realização (GOULART, 2004; GUIMARÃES, 2004; RODRIGUES, 2000).

Segundo Walton (1973 apud VALLE; VIEIRA 2004), o termo qualidade de

vida no trabalho (QVT) é usado frequentemente para descrever certas importâncias

humanísticas e ambientais ocultadas pelas sociedades industriais em favor do

avanço tecnológico, produtividade industrial e crescimento econômico.

Para Valle e Vieira (2004) o modelo de Walton permite um direcionamento

para a análise das políticas e práticas organizacionais, de forma que seja aceito seu

redirecionamento em função de melhorar a qualidade de vida no trabalho.

Segundo Vieira (1996) Walton procurou através de pesquisas, observações e

entrevistas identificar os fatores e dimensões que influenciam o funcionário na

situação de trabalho. O autor também considera que dependendo do contexto,

novos grupos de critérios poderão aparecer.

Tolfo e Piccinini (2002) afirmam que as oito dimensões propostas por Walton

formam um conjunto que permite o pesquisador observar e aprender os pontos

compreendidos pelos funcionários como positivo ou negativo em relação a situação

do trabalho.

Para Rodrigues (1994) Walton vê os fatores destacados nos grupos de

trabalho e propôs oito categorias com para estruturar uma análise sobre qualidade

de vida no trabalho. Estes fatores encontram se esquematizados no quadro 10.

Fatores Indicadores de Qualidade de vida no

trabalho

Compensação justa e adequada -Equidade interna e externa -Justiça na compensação -Partilha dos ganhos e produtividade -Proporcionalidade entre salários

Condições de trabalho -Jornada de trabalho razoável Ambiente físico seguro e saudável -Ausência de insalubridade

Uso e desenvolvimento de capacidades -Autonomia -Autocontrole relativo -Qualidade e múltiplas

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-Informações sobre o processo total do trabalho Oportunidade de crescimento e segurança -Possibilidade de carreira

-Crescimento pessoal -Perspectiva pessoal -Segurança no emprego

Integração social na organização -Ausência de preconceitos -Igualdade -Mobilidade -Relacionamento -Senso comunitário

Constitucionalismo -Direitos de proteção do trabalhador -Privacidade pessoal -Liberdade de expressão -Tratamento imparcial -Direitos trabalhistas

O trabalho e o espaço total de vida -Papel balanceado do trabalho -Estabilidade de horários -Poucas mudanças geográficas -Tempo para lazer e família

Relevância social da vida no trabalho -Imagem da empresa -Responsabilidade social da empresa -Responsabilidade pelos produtos -Prática de emprego

Quadro 02 – Categorias conceituais de Qualidade de vida no trabalho do Modelo de Walton. Fonte: Fernandes (1996)

O fator Compensação adequada e justa, segundo Rodrigues (1996) Walton

vê o trabalho como uma forma do individuo ganhar a vida. A honestidade da

compensação pode ser enfocada por vários prismas dentre eles as relações entre

salário e fatores como experiências e responsabilidade. Na mesma perspectiva Tolfo

e Piccinini (2002) relatam que é equidade salarial interna, equidade salarial externa

e benefícios para concluir Fernandes (1996 p. 49) explica que é a “categoria que tem

por objetivo mensurar a qualidade de vida no trabalho em relação à remuneração

recebida pelo trabalho.”

O fator Condições de segurança e saúde no trabalho: Segundo Valle; Vieira

(2004, p.67) “o trabalhador não deve estar exposto a condições físicas que possam

ser perigosas ou horários excessivos que sejam prejudiciais a sua saúde”. Seguindo

a mesma linha Tolfo e Piccinini (2002, p.169) afirma que são condições físicas

seguras e salutares e jornada de trabalho e, para concluir, Fernandes (1996, p.49)

explica que este fator “mede a qualidade de vida no trabalho em relação as

condições existentes no local de trabalho”.

O fator Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento de

capacidades humanas: Segundo Vieira (1996) refere-se a possibilidades do

funcionário satisfazer suas habilidades e obter retro informação a respeito do seu

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desempenho.Fernandes (1996) esse fator tem como objetivo mesurar a qualidade

de vida no trabalho em relação as oportunidades que o empregado tem de aplicar no

seu dia-a-dia, seu saber e suas aptidões profissionais.Concluindo Tolfo e Piccinini

(2002) é autonomia e possibilidades de autocontrole , aplicação de habilidades

variadas e perspectivas sobre o processo total do trabalho.

O fator Oportunidades de crescimento e segurança: essa categoria segundo

Fernandes (1996) tem como finalidade verificar as oportunidades que a instituição

oferece referente ao desenvolvimento e crescimento pessoal e segurança de seus

empregados. Na mesma linha Rodrigues (1994) afirma que nesse item o autor da

ênfase na oportunidade de carreira. Tolfo e Piccinini (2002) referem-se à

oportunidade de crescimento e segurança: oportunidade para desenvolver carreira e

segurança no emprego.

O fator Integração social na organização do trabalho: Segundo Valle; Vieira

(2004) essa dimensão representa a possibilidade do funcionário expressar e

desenvolver suas habilidades individuais. Isto ocorre quando o indivíduo vivencia em

seu trabalho coisas que proporcionam coisas boas. Rodrigues (1994) Walton

determina alguns pontos indispensáveis para uma boa integração social no trabalho.

Tolfo e Piccinini (2002) concluem que é apoio dos grupos primários, igualitarismo e

ausência de preconceitos.

O fator Constitucionalismo na organização do trabalho: Para Valle; Vieira

(2004) “é necessário haver respeito aos direitos do indivíduo e proteção desses

contra ações arbitrárias dos empregadores”. Rodrigues (1994) Walton vê as normas

determinam os direitos e deveres dos funcionários como base para compor uma

elevada qualidade de vida no trabalho para concluir Fernandes (1996, p.51) relata

que este fator “tem por finalidade medir o grau em que os direitos do empregado são

cumpridos na instituição.”

O fator O trabalho e o espaço total da vida: Segundo Rodrigues (1994) a

relação entre trabalho e o espaço total da vida é vista por Walton como conceito de

equilíbrio que para o autor o conceito tem origem nos esquemas de trabalho,

expectativa de carreira, progresso e promoção, na mesma perspectivas Fernandes

(1996, p.51) afirma que este fator “objetiva mensurar o equilíbrio entre a vida

pessoal do empregado e a vida no trabalho”, para concluir Tolfo e Piccinini (2002

p.169) ressaltam que este fator é “relação do papel do trabalho dentro dos níveis de

vida do empregado.”

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O fator A relevância social da vida do trabalho esse fator segundo Fernandes

(1996) determina a qualidade de vida no trabalho através da percepção do

funcionário em relação à responsabilidade social. Já para Vieira (1996) esse fator

determina a atuação da empresa diante da sociedade que pode ser verificada por

meio da imagem, responsabilidade social e dos produtos, práticas de empregos,

regras de funcionamento bem definidas e administração eficiente na mesma

perspectiva Tolfo e Piccinini (2002 p.169) concluem que este fator significa

“relevância do papel da organização em face do ambiente.”

2.4 Segurança no trabalho

O item segurança no trabalho foi descrito nesta ordem por também ser

objeto de análise desta pesquisa.

Para Ribeiro (2005) a segurança no trabalho é um conjunto de medidas

técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológica, empregadas para

prevenir acidentes, seja, pela instrução ou pelo convencimento das pessoas para

implementação de táticas preventivas.

Higiene do trabalho é a ciência e arte de promover a antecipação, avaliação e controle de fatores e riscos ambientais nos locais de trabalho que possam causar danos a saúde e bem estar dos trabalhadores com a preocupação dos reflexos e impactos causados ao meio ambiente e comunidades locais (SALIBA et al, 2002, p.11).

As condições oferecidas às pessoas nas condições de trabalho, isto é

higiene e segurança no trabalho é o que assegura a saúde física, mental e bem

estar dos colaboradores envolvidos (CHIAVENATO, 2004).

Com relações as condições físicas de trabalha Robbins (1999, p.334) afirma

que “este aspecto não tem impacto motivacional relevante nas pessoas, mas pode

interferi no comportamento das pessoas”.

Afirma Ribeiro (2005):

a segurança do trabalho é ao mesmo tempo, um imperativo técnico e uma imposição legal. Entretanto, não evolui como outras técnicas industriais e tem recebido menos atenção do que a dispensada a determinados serviços, também considerados importantes para o bem estar dos empregados.

Para Chiavenato (2004) a higiene e segurança no trabalho são baseados em

normas e procedimentos que tem por objetivo manter a integridade física e mental

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do colaborador, protegendo-o dos riscos de saúde que possam ser conseqüência da

realização de tarefas e do seu ambiente físico.

Ribeiro (2005) ainda ressalta que a segurança no trabalho, é um conjunto de

recursos de ordem material humano, e ainda é ignorado por muitos, mal

interpretados e nem sempre bem aceitos por outros, sem isso não se pode esperar

que tenha prevenção de acidentes. Isto quer dizer que a prevenção de acidentes do

trabalho é uma conseqüência da aplicação desses recursos ou dessas medidas de

segurança.

Cardella (1999 apud LAGO; GLASENAPP, 2004) relata que quanto maior a

segurança menor a possibilidade de ocasionar danos ao homem, ao meio ambiente

e ao patrimônio.

“Acidentes no trabalho e doenças profissionais são inúmeros e custam caro

para as empresas. [...] os gerentes devem conhecer e garantir os padrões de

segurança e de saúde em toda a empresa” (BOHLANDER et al, 2003, p. 338).

Para Marras (2000) acidente de trabalho é um acontecimento involuntário

que resulta de algum ato inseguro diante de uma situação que possa causar danos

ao colaborador e na organização que o abriga.

No mesmo sentido, Zocchio (2002 apud LAGO; GLASENAPP, 2004)

conceituam a segurança como uma forma que abrange a prevenção unindo dois

fatores de tendências das ações e medidas preventivas: os acidentes de trabalho e

as doenças ocupacionais.

A classificação para um ambiente saudável de trabalho deve envolver

condições ambientais físicas que contribuam para o melhor desempenho dos órgãos

vitais como: visão, audição, tato, olfato e paladar (CHIAVENATO, 2004).

Segundo Marras (2000) há muitos anos, o processo de trabalho,

principalmente nas indústrias, tem sofrido muitas mudanças, que acabam afetando o

homem. Novas medidas como tecnologia, máquinas, métodos, materiais, produtos e

equipamentos agregam diretamente ou indiretamente perigos em relação ao

homem/tarefa. Um fator que tem contribuído muito para o aumento dos acidentes no

trabalho é a produção.

Cardella (1999 apud LAGO; GLASENAPP, 2004) destacam que o maior

desafio da inteligência humana é reduzir os acidentes e ressaltam que a segurança

é como uma variável de estado dos sistemas vivos dentro da organizações,

comunidade e sociedade.

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Ribeiro (2005) salienta que cada acidente prevenido se traduz em beneficio

amplo e profundo. Contudo, ainda nem todos estão em questão de raciocinar dessa

maneira, porque desconhecem os efeitos dos acidentes do trabalho e, também as

possibilidades de preveni-los.

Segundo Fundacentro (2002) para um sistema de prevenção de risco maior

ter eficácia deve haver muita cooperação e acordo, com base em todas as

informações pertinentes, entre autoridades, gerências, trabalhadores e

representantes.

Conforme Gonçalves (2000) enfatiza a importância do uso do equipamento

de proteção individual (EPI), é fornecido gratuitamente aos empregados, pelos

empregadores. Os equipamentos têm por objetivo evitar e diminuir a gravidade das

lesões nos acidentes de trabalho, mas atenção; não previne a ocorrência dos

mesmos.

Gonçalves (2000) ainda ressalta que o empregador tem a obrigação de

propor aos trabalhadores um ambiente de trabalho saudável e seguro, isento de

riscos profissionais, de tal modo que a segurança e saúde no trabalho gerarem aos

trabalhadores a garantia de um retorno sadia para seus lares.

Zocchio (2002) conceitua que segurança do trabalho um conjunto de

medidas e ações aplicadas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais nas

atividades das empresas, sendo que tais medidas e ações são de caráter técnico,

educacional, médico, psicológico e motivacional, incluindo também medidas

administrativas favoráveis.

As normas regulamentadoras (anexo NR), relativas à segurança e medicina

do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e pelos órgãos

públicos de administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes

legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis de Trabalho – CLT.

A observância das normas regulamentadoras (NR) não desobriga as

empresas do descumprimento de outras disposições que, com relação a matéria,

sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou

Municípios, e outros, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.Nesse

sentido a obrigação das empresas dependendo do numero de funcionários de dispor

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uma comissão responsável pela segurança de seus funcionários, possibilita que as

mesmas ofereçam uma proteção mais efetiva aos mesmos.

Com relação aos aspectos legais a Lei de número 24/1994 institui a

obrigatoriedade dos Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional

(PCMSO) determina uma exigência na elaboração de um exame médico

admissional, o periódico, o de mudança de função e o de retorno ao trabalho,

quando se tratar de afastamento superior a 30 dias e demissional (CHIAVENATO,

2004).

O conceito amplo sobre saúde é a base fundamental para que a educação

para a saúde seja destacada como prioritárias nos programas de saúde, é um

instrumento capaz de valorizar o homem e coloca-lo em condição de produzir e

construir um futuro melhor.

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este capítulo aborda a parte do trabalho relacionada ao resultado da pesquisa

de campo e apresentação da empresa.

3.1 Caracterização da empresa

Esta seção tem o objetivo de identificar a empresa pesquisada abordando

seu histórico, visão, valores e principais clientes e fornecedores.

A empresa RT Recuperadora tem por razão social o nome RT Recuperadora

de Veículos Ltda está localizado na Avenida Ver. Abraão João Francisco n. 3155 –

Bairro Dom Bosco - Itajaí/SC.

A empresa RT recuperadora de veículos é uma empresa familiar que teve

início a partir da experiência que o proprietário Rogério Caldeira possuía e o desejo

ter seu próprio negócio, começou com um pequeno galpão na cidade de Itajaí. Após

alguns anos, com a conquista de muitos clientes, aumentaram o galpão.

Ao perceber a necessidade de ampliação devido ao negócio estar

progredindo, estão mudando também o foco de atuação, antes realizavam serviços

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somente em carros, com a reforma que estão fazendo já começaram a realizar

serviços em caminhões.

Atualmente a empresa tem 23 funcionários atua em vários setores de

recuperação de veículos tais como: pintura, montagem, polimento, peças, lavação

de carros, funilaria e mecânica.

A empresa atua em Itajaí e região e tem como principais clientes são: Auto

locadora locasul, Renault Liberty veículos e Seguradora Ray Aut e seus principais

concorrentes são: Auto Santos , Marambaia Veículos e Tasale

3.1.1 Missão

Atuar de forma pró-ativa, baseada na evolução dos serviços em recuperação

de veículos e oferecendo ao nossos clientes qualidade e o bem estar ao nosso

funcionários e da comunidade onde atuamos.

3.1.2 Visão

Ser referência de amplitude regional na prestação de serviços na área de

recuperação de veículos.

Após uma breve apresentação da empresa, apresenta-se os resultados da

pesquisa.

3.2 Resultados da pesquisa

Este item apresenta o resultado da pesquisa aplicada, visando assim elaborar

sugestões para melhorias nos aspectos importantes e relevantes.

3.2.1 A descrição dos funcionários da RT Recuperadora de Veículos

Nos quadros abaixo estão apresentados os 8 funcionários entrevistados por meio da

“entrevista da história de vida” descrito nos aspectos metodológicos.

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Primeiro entrevistado J., masculino, uma filha, segundo grau incompleto, técnico colemetria 27 anos, tem uma filha, possui o segundo grau incompleto e há 05 anos trabalha como técnico de colemetria (pintor) na Empresa RT (nome completo da empresa). Aos 17 anos iniciou sua carreira trabalhando com refrigeração, mas infelizmente, não obteve sucesso. Foi informado de uma vaga na Camvel. Fez a entrevista, deixou currículo, mas não obteve retorno. O tio dele presta serviços na área de pintura. Amigo a muitos anos do Sr. Rogério, proprietário da RT, soube da vaga de auxiliar de pintura que estava em aberta e foi falar com o mesmo para conseguir para seu sobrinho. Foi então que começou a trabalhar na empresa. Após um ano de experiência e prestando seus serviços à empresa, passou a ser pintor e depois de dois anos virou técnico em colometria. Com apoio de amigos e principalmente do Sr. Rogério, foi aprimorar seus conhecimentos em um curso na cidade de São Paulo. Também fez um curso técnico sobre práticas na área de pintura. Sua família, apesar de sempre estar ao seu lado, não influenciou na sua escolha profissional. Desde cedo, já possuía dons para a pintura e com o tempo foi se identificando cada vez mais com a profissão. Foi na RT, que ouviu falar sobre equipamentos de segurança. A empresa passou todas as informações sobre os cuidados que deveria ter na profissão, pois até o momento, nunca usou nenhum tipo de equipamento que lhe desse mais segurança no trabalho.

Quadro 03 Primeiro entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Segundo entrevistado W., masculino,não tem filhos, segundo grau completo , polidor Trabalha há um ano na empresa, tem 19 anos, não tem filhos e possui o segundo grau completo. Trabalha na empresa, RT como polidor . Aos 13 anos, já auxiliava sue pai na oficina da família. Ajudava na preparação dos carros para receber a pintura. Quando completou 18 anos, seu pai resolveu fechar a oficina e ele foi trabalhar na empresa RT. O Sr. Rogério, por conhecer o trabalho do pai dele confiou a função de polidor ao jovem. Sua família teve influência na escolha da profissão, pois seu pai sempre o chamava para poder aprender e lhe dava incentivo na profissão que ele passou a gostar, mas tarde. Aprendeu muito com seu pai e um pouco na RT, como por exemplo, a utilização de equipamento de segurança. Não usava esses equipamentos de segurança, apesar de “ouvir na televisão” sobre sua importância. Ainda hoje, na empresa, não gosta de utilizar equipamentos de segurança, apesar de saber que é necessário, utiliza apenas na “frente do patrão”, pois “atrapalha”, comenta.

Quadro 04 Segundo entrevistado da RT Recuperadora d e Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Terceiro entrevistado M., masculino, três filhos, primeiro grau completo, funileiro. Trabalha um ano e meio na empresa, tem 40 anos, três filhos, o primeiro grau completo, sua função na empresa hoje é funileiro . Chegou nesta profissão através de seu pai que possuía oficina há muito tempo, e ele trabalhava com seu pai e depois abriu uma oficina para ele trabalhando como autônomo, porém, não teve muito retorno e decidiu procurar um emprego. Trabalhou em uma mecânica onde conheceu o proprietário da RT que o convidou para trabalhar na empresa. Com apenas 13 anos, começou a trabalhar para ajudar na renda da família. Ajudava seu pai em uma mecânica. Comenta não gostava muito do serviço, mas com o tempo foi se acostumando. Com seu pai aprendeu o básico na prática e freqüentou cursos de aperfeiçoamento. Usava pouco o equipamento de segurança, comentou que na época também existiam bem pouco equipamento de segurança, usava somente o óculos de proteção. Ouviu falar dos equipamentos de segurança na empresa em que trabalhou, mas sabia o básico, mesmo assim, não utilizava.

Quadro 05 Terceiro entrevistado da RT Recuperadora de Veículos.

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Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Quarto entrevistado A., masculino, não tem filhos, primeiro grau comple to, montador Funcionário da empresa há dois anos, tem 30 anos, não tem filhos, possui o primeiro grau completo e sua função é de montador. Iniciou sua carreira como montador por acaso, pois era eletricista, mas afirma que na empresa exerce as duas funções. Escolheu está profissão pelo fato de ter surgido à oportunidade e ele precisava trabalhar. Antes de ser eletricista e montador, aos 13 anos, trabalhou como auxiliar em um escritório de contabilidade trabalhou como montador de persianas, com refrigeração automotiva, manutenção de contêineres, eletricista e por fim, de montador na empresa RT. A perguntar por que tantas mudanças ele respondeu que gosta de “pôr a mão na massa” e que sempre as “propostas eram boas.”. Sua família não teve nenhuma influência na sua escolha. Foi ele quem quis, pois sempre gostou de elétrica automotiva como ela abrange montar e desmontar os veículos está na profissão que sempre quis. Aprendeu a função que exerce com dedicação, força de vontade e fazendo cursos. Sempre usou equipamento de segurança e ouviu falar em 96 quando entrou na Promenac, sempre soube que tinha que usar os equipamentos. Também participou de muitas palestras sobre segurança no trabalho

Quadro 06 Quarto entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Quinto entrevistado J., masculino, uma filha, segundo grau incompleto, mecânico Trabalha três anos na empresa, 39 anos, uma filha, segundo grau incompleto, e chegou à profissão de mecânico fazendo cursos na área. Tudo começou no Rio de Janeiro. Aos nove anos de idade, começou a trabalhar de servente de pedreiro, depois foi sorveteiro, participou de um concurso e foi trabalhar no ramo gráfico. Quando terminou o serviço no quartel veio tentar a vida em Santa Catarina. Logo arrumou serviço na cidade e começou a se aperfeiçoar na área de mecânico. Iniciou um curso na área de montador automotivo, onde se identificou com o ramo e observou que seria um grande investimento na sua vida. Por iniciativa própria, fez mais 11 cursos na área, porem, a empresa em que trabalhava faliu. Ele não desistiu e continuou a se aperfeiçoar em outras especificidades dentro da área da mecânica. Fez seis cursos de injeção eletrônica e quando estava completando os três cursos, começou a trabalhar em uma empresa na qual não agradava muito, mas como não tinha escolha, continuou seu serviço com dedicação. Em pouco tempo, surgiu uma boa proposta de trabalho na empresa RT e ele aceitou e comenta que é o melhor lugar onde já trabalhou. A família não teve influencia nenhuma em seu trabalho, somente um amigo falou para ele que o ramo automotivo era melhor, onde fez ele pensar e arriscar começou porque quis e tinha necessidade de se firmar devido ao nascimento de sua filha. Aprendeu sua função fazendo cursos, sabe usar os equipamentos de segurança e tem o curso da CIPA. A primeira vez em que ouviu falar dos equipamentos de segurança foi quando trabalhava na gráfica no RJ. Sabia da necessidade de utilizá-los, mas como não tinha orientação por parte da chefia, acabava não utilizando. Também, nos cursos relacionados ao ramo automotivo, sempre havia explicações da importância de utilizar os equipamentos de segurança no trabalho.

Quadro 07 Quinto entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Sexto entrevistado A., masculino, primeiro grau incompleto, lavador

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Está na empresa há 10 meses, tem 52 anos, tem filhos, estudou ate as cinco séries e sua função é lavador de automóveis . Com 14 anos, começou a trabalhar em uma lavação na cidade de Joinville, onde morava. Recebeu uma proposta de um posto de lavação na cidade de Itajaí e aceitou. Após algum tempo, mudou-se para uma lavação onde trabalhou por um bom tempo. Mesmo gostando da profissão, resolveu tentar a vida como taxista, depois trabalhou e uma transportadora na lavação de tanques, trabalhou em uma fabrica de cordas, foi frentista, motorista de caminhão, gerente de uma loja de R$ 1,99. Resolveu ir pra cidade de Mafra onde foi Ministro. Em uma visita aos familiares na cidade de Itajaí, falou da vontade de retornar. Seu sobrinho, filho do dono da empresa RT, ofereceu uma vaga na área de lavação no qual trabalha até hoje. Ao perguntar a ele o motivo de tantas mudanças de emprego, respondeu que sempre queria mudanças em sua vida. Sua família nunca teve influencia em suas escolhas profissionais. As propostas apareciam e se fossem boas, ele aceitava, mas no seu interior, gostava mesmo era de trabalhar no ramo da lavação de carros. Lembra que seu pai sempre solicitava que lavasse seu carro, acredita que tenha sido um empurrão para se simpatizar com a profissão. Nunca usou nenhum tipo de equipamento de segurança, apesar de ouvir falar sobre sua importância. Foi na RT que começou a utilizar com freqüência os equipamentos.

Quadro 08 Sexto entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Sétimo entrevistado C., masculino, segundo grau completo, orçamentista Trabalha há quatro anos na empresa, tem 45 anos, tem filhos, tem o segundo grau completo.Hoje sua profissão na empresa é orçamentista. Chegou nesta profissão por experiência e foi mudando de cargo no decorrer de sua vida profissional. Começou com 15 anos. Teve vários empregos, tais como pedreiro. Depois começou a fazer um curso técnico de contabilidade e começou a trabalhar em uma empresa no setor de contabilidade onde ficou 8 anos, depois pediu para mudar de setor, pelo fato de a remuneração ser maior e foi para o setor da seção de peças (vendedor) onde permaneceu por 5 anos. Solicitou nova mudança de setor e foi para o orçamento. Com o passar do tempo, foi encarregado – supervisor de funilaria e pintura-na empresa em que trabalhava anteriormente. Recebeu durante 03 anos, propostas da empresa RT, onde trabalha atualmente, até que aceitou a proposta de trabalho. Sua família não teve influência, se ele queria ia atrás. Aprendeu sua função através de experiências no dia a dia. Nunca utilizou dos equipamentos de segurança apesar de ouvir falar na empresa em que trabalhava anteriormente e sabia da necessidade de utilizar protetores de ruídos, porem, nunca utilizou, pois, os protetores eram grandes e como estava diretamente ligado ao publico, ficava difícil utilizar. Afirma que todas as empresas em que trabalhou explicaram sobre o uso dos equipamentos.

Quadro 09 Sétimo entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Oitavo entrevistado M., masculino, não tem filhos, primeiro grau comple to, comprador de peças. Trabalha na empresa há seis anos, tem 26 anos, não possui filhos, tem o primeiro grau completo.Sua função na empresa hoje é comprador de peças . Chegou nesta profissão por um acaso, pois ajudava na empresa e sua amizade com o dono e a confiança que a empresa lhe dedicava, colocou nessa função. Começou a trabalhar aos 14 anos de idade com conserto de rodas. Trabalhou na empresa

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por 04 anos e depois foi trabalhar como montador em outra empresa onde teve grandes oportunidades de aprender, porém, foi despedido. Como conhecia o dono da RT e havia uma vaga como montador veio trabalhar e devido a grande confiança do dono foi para a compra de peças. Sua família não teve nenhuma influência, foi ele quem quis e sempre se identificou com a profissão. Aprendeu sua atual função com muito esforço e contou com a colaboração de muitas pessoas que tiveram paciência para ensiná-lo na nova profissão. Sempre utilizou os equipamentos de segurança e logo que começou a trabalhar na empresa RT, recebeu toda orientação sobre segurança no trabalho.

Quadro 10 Oitavo entrevistado da RT Recuperadora de Veículos. Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Visualizando todos os quadros dos entrevistados, verifica-se que todos são do

sexo masculino e a grande maioria possui filhos. A profissão não foi uma escolha e

sim algo que a vida encaminhou devido à influência familiar juntamente com a

necessidade de remuneração e também a sua própria condição de vida que, por ser

de família de baixa renda, normalmente não dão muito valor ao estudo como se

percebe no quadro a escolaridade dos entrevistados é baixa.Sendo assim a maioria

acabou trabalhando cedo por necessidade. Quase todos entraram na empresa

devido à amizade com o proprietário. A maioria dos entrevistados já trabalhou em

outras empresas e a maioria relata que não usavam equipamentos de segurança

nos outros empregos, mas sabiam da importância e do uso dos equipamentos.

A aperfeiçoação neste ramo é possível, porém devido ao contexto em que a maioria

dos entrevistados vive somente dois fizeram o curso adequado para sua profissão,

um funcionário ainda recebeu apoio e incentivo da empresa.

3.2.3 Percepção do gestor diante da segurança no trabalho

Abaixo apresenta-se os resultados da percepção do gestor diante da

segurança no trabalho.

A empresa realiza algum treinamento voltado à segur ança no trabalho? Se sim com freqüência ? Não, a empresa não realiza treinamentos, voltado para a segurança dos funcionários. São realizados exames médicos admissionais, periódi cos e demissionais? Sim, são realizados exames médicos admissionais e demissionais, periódicos não costumamos fazer. Existe algum controle do ambiente de trabalho (ruíd os, temperatura, ventilação, espaço adequado) para sabes se esta adequado? Sim, há esse controle e realizado por uma empresa terceirizada a Qualimédica Os funcionários usam equipamentos de segurança.Por vontade própria ou e preciso controla.Existe controle da utilização dos equipame ntos de segurança? Como você viu eles realmente não usam, usam quando querem ou quando estou por perto, e preciso controlar, não faço nenhum controle quanto a isso.

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Ocorrem muitos acidentes.Com que freqüência .Algum foi muito grave.Eles são registrados? Até o presente momento não aconteceu nenhuma acidente, se tive será registrado. Existe reclamação por parte dos funcionários não se sentirem seguros? Não, não há.

Há campanhas para a prevenção de acidentes? Campanhas não há, mas já trouxe palestrantes aqui para explicar, sobre o uso dos equipamentos.

Quadro 11 – Entrevista com o gestor Fonte: Dados primários

Pelo exposto acima, nota-se que embora não tenha treinamento na área de

segurança do trabalho, a empresa tem consciência da importância deste

treinamento para seus colaboradores. A empresa realiza exames médicos

admissionais e demissionais, porém os periódicos eles não costumam fazer. No que

diz respeito ao controle do ambiente, o mesmo é realizado por uma empresa

terceirizada (Qualimédica), que faz o controle de riscos, verifica os ruídos dentre

outras funções para proporcionar bem-estar aos funcionários.Até o presente

momento na empresa não teve nenhum acidente de trabalho, e não houveram

reclamações quanto a segurança dos funcionários. Além disso não são realizadas

campanhas de prevenção de acidentes na empresa RT apesar da consciência da

importância.

3.2.3 Verificar as condições atuais de segurança no trabalho na empresa e o fator “condições de trabalho” na percepção dos funcionários.

A utilização da fotografia como fonte de pesquisa social coloca o difícil

problema da verdade, passa pelo problema de olhar de ir além, de interpretar a

realidade, objeto real, de como utilizá-la como documento para a reconstrução da

realidade (CIAVATTA E ALVES, 2004).

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Figura 01 – Primeira foto: resultados da verificaçã o de segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Como se percebe na figura acima, o funcionário não está utilizando os

equipamentos como estabelece NR6 (anexo), neste momento o funcionário deveria

estar utilizando os seguintes equipamentos: óculos para proteção dos olhos contra

impactos de partículas, volantes, luminosidade e respingos de produtos químicos,

luvas para proteger as mãos contra abrasivos, cortantes, choques elétricos, agentes

térmicos, agentes biológicos, agentes químicos, dermatose e vibrações e o protetor

auricular para proteger contra níveis de pressão sonora (ruídos).

Neste caso pode-se perceber que o funcionário está correndo riscos a sua

saúde o que pode acarretar em custos para a empresa e para a sua própria vida.

Figura 02 – Segunda foto: resultados da verificação de segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica Pode-se perceber na figura acima que este funcionário também não está

utilizando os equipamentos de seguranças adequados para a função que está

exercendo como estabelece NR6 (anexo) o funcionário deveria estar usando os

seguintes equipamentos: óculos, luvas e protetor auricular.

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Figura 03 – Terceira foto: resultados da verificaçã o de segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Percebe-se na figura 3 que o funcionário se encontra sem nenhuma

segurança. Como estabelece a NR6 o funcionário deveria estar utilizando os

seguintes equipamentos: óculos, luvas, protetor auricular e a máscara para proteção

do rosto.

Figura 04 – Quarta foto: resultados da verificação de segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Na figura 4 acima, o funcionário não está utilizando os equipamentos

adequados para sua proteção conforme determina a NR6, o funcionário deveria

estar utilizando os seguintes equipamentos: óculos, luvas, protetor auricular e a

máscara.

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Figura 05 – Quinta foto: resultados da verificação de segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Nota-se que na observação da figura 5 que os dois funcionários não estão

utilizando os equipamentos adequados para sua função como estabelece a NR6, e

um deles somente está utilizando o protetor auricular, porém além do protetor é

preciso utilizar também a luva e o óculos. Os demais funcionários precisam utilizar:

luvas, óculos e protetor auricular.

Figura 06 – Resultados da verificação de segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Na figura 6, tal como as demais apresentadas anteriormente, o funcionário

não está utilizando nenhum tipo de equipamento para sua segurança, como

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determina a NR6, o funcionário deveria estar utilizando os seguintes equipamentos:

luvas, óculos, máscara e protetor auricular.

Abaixo se apresenta o resultado do fator condições de trabalho determinado

por Walton (1973) verificado na percepção dos 8 funcionários da empresa por meio

das entrevistas de história de vida.

Condições de trabalho Desde quando o senhor usa equipamentos? Dos funcionários que trabalham na oficina todos disseram utilizar os EPIs, como pode se perceber no discurso dos entrevistados “eu uso equipamentos de segurança”, “sempre uso EPIs”. O Sr já usou EPIs em outra empresa? Dos funcionários entrevistados apenas dois afirmaram que nunca usaram os EPIs em outra empresa, um porque nunca trabalhou em outra empresa e o outro por falta de explicação por parte da empresa na qual trabalhava. A empresa explica sobre o uso dos EPIs? Ao fazer esta pergunta todos afirmam que realmente a empresa explica sobre o uso dos EPIS Um dos entrevistados afirma que “sim, explica e foi aqui que eu aprendi”. Você sabe usar adequadamente os EPIs? Todos afirmaram que sabem usar os EPIs e um ainda complementou que “sei, porém, não uso com freqüência”. A empresa exige o uso dos EPIs? Apenas um funcionário considera que a empresa “não exige”,o uso dos EPIs o restante afirma que “exige”. Quando você passou a considerar o uso do EPIs importante? A maioria começou a considerar importante o uso dos EPIs quando começou a trabalhar neste ramo, um ainda complementou que é importante pois “meche com fogo e faísca” e teve um funcionário que começou a considerar importante a partir de “palestras”. Você usa os EPIs por consciência ou porque consider a importante? A maioria afirmou que “uso os EPIs por consciência”, um funcionário falou que é pela “importância” e dois “uso por consciência e importância”. Você considera o seu trabalho prejudicial à saúde? A maioria respondeu que “não considero que meu trabalho prejudica a saúde” somente dois afirmaram que o seu trabalho “prejudica a saúde”. Você já tem alguma doença relacionada ao trabalho? A maioria dos entrevistados afirmaram que “nunca tive problemas relacionados ao meu trabalho”, apenas dois funcionário afirmaram que tiveram problemas um deles relatou que “sim, eu tive problemas na outra empresa que trabalhei, pois não me explicavam e não davam os EPIs” Você reconhece o valor (beneficio) do uso dos equip amentos? Todos afirmaram que “reconheço o valor dos equipamentos de segurança”. Você precisa usar os EPIs? A maioria dos entrevistados afirmaram que “preciso usá-los” um ainda complementou que é “necessário para a sua própria proteção” teve somente um funcionário que falou que “só precisa em certos serviços”. O que poderia melhorar no ambiente? Grande parte dos funcionários entrevistados relataram que “não precisa mudar nada na empresa” um complementa que precisa ter “organização para o uso dos EPIs” e um finalizou que a empresa “está sendo ampliada já está bom”.

Quadro 12: Resultados do fator condições de trabalh o Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

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Com relação ao critério de condições de trabalho, Valle; Vieira (2004, p.67)

afirmam que “o trabalhador não deve estar exposto a condições físicas que possam

ser perigosas ou horários excessivos que sejam prejudiciais a sua saúde”, porém

percebe-se que na empresa em questão, as condições físicas, apesar de serem

explicadas pelos entrevistados que estão protegidas, isso não ocorre. Além dos

entrevistados terem acesso a todos os equipamentos necessários para uma

realização segura do trabalho, eles afirmam utilizar durante os serviços na oficina e

também ressaltam que a empresa, além de exigir o uso, proporciona toda a

explicação necessária, inclusive os funcionários tiveram curso de segurança

proporcionado pela empresa.

Porém existem divergências claras naquilo que foi dito nas entrevistas com o

que foi exposto pelo gestor e por meio das fotos tiradas na empresa durante a

realização do trabalho na empresa.

A primeira divergência ocorre no fato de que apesar dos funcionários

afirmarem utilizar equipamentos as fotos tiradas na empresa são contrárias a esta

afirmação. Além disso, o segundo ponto que não pode ser confirmado é o fato da

empresa exigir o uso dos equipamentos, porém o próprio proprietário discorda desta

afirmação relatada pelos funcionários.

Numa análise geral nota-se que apesar dos funcionários afirmarem estar

conscientes da importância do uso dos equipamentos, eles nunca apresentaram

doenças, a empresa, na visão do gestor não exige o uso e eles não consideram o

seu trabalho prejudicial a saúde. Neste caso a empresa deve visualizar de forma

mais criteriosa o fator condições de trabalho.

3.2.4 Identificação dos fatores de qualidade de vida na percepção dos funcionários.

Como já foi apresentado anteriormente o fator “condições de trabalho”

apresenta-se os demais fatores a seguir.

Compensação justa e adequada

Durante a sua vida como trabalhador o que você enxe rga como sendo uma remuneração justa? A maioria dos entrevistados afirmou que considera uma remuneração justa “bem mais do que ganha hoje” e apenas um funcionário afirmou que dever ser “conforme a prestação de serviço e ser remunerado a partir do lucro da empresa”. Alguma empresa já lhe pagou um salário merecedor, d igno? Dois dos entrevistados nunca receberam “um salário justo”, outro acredita que “a empresa

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RT paga um salário justo”, teve também um funcionário que disse que “considero o meu salário justo e não, pois trabalho por comissão então tem mês que realmente é justo tem mês que não” e o restante dos funcionários afirmaram que já trabalharam em empresas que pagaram “um salário justo”. Você acha sua remuneração honesta? Cinco dos entrevistados relataram que “um salário justo é bem mais do que ganho hoje” os outros acham sua “remuneração honesta”. Você já trabalhou em outra empresa? Recebia um salá rio justo? Apenas um funcionário nunca trabalhou em outra empresa, o restante todos trabalharam. Um funcionário falou que “não recebia um salário adequado a sua profissão”, outro considera que “recebia um salário mais ou menos” e o restante dos funcionários responderam que “recebia um salário justo”. Se o Senhor estivesse trabalhando em outra empresa estaria ganhando mais? Três funcionários ficaram indeciso, um respondeu que “pode ser”,o outro “depende” e outro concluiu que “acha difícil de responder, pois não sabe como está o mercado fora”.Um funcionário falou que já recebeu propostas mas não foi, pois “gosto de trabalhar na RT” e o restante dos funcionário acham que estariam “ganhando mais se estivesse em outra empresa”.

Quadro 13: Resultados do fator compensação justa e adequada Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Com relação ao critério de compensação justa e adequada, Rodrigues (1996)

Walton vê o trabalho como uma forma do individuo ganhar a vida. A honestidade da

compensação pode ser enfocada por vários prismas dentre eles as relações entre

salário e fatores como experiências e responsabilidade. Em se tratando de salário

percebe-se que os funcionários se sentem insatisfeitos com o seu salário em si, não

por ser culpa da empresa RT e sim do sindicato que afirma ser aquele piso salarial,

mas segundo alguns a empresa esta pagando um pouco mais do que o descrito pelo

sindicato, por isso ao ser questionada sobre a possibilidade de estar ganhando mais

em outra empresa alguns falaram que não, e que realmente se sentem muito bem

na empresa. Neste critério a empresa deve visualizar de forma mais criteriosa este

fator compensação justa e adequada

Uso do desenvolvimento de capacidades Você sabe por que ou no que seu trabalho ajuda a em presa? Todos os funcionários sabem porque ou no que seu trabalho ajuda a empresa.Dois falaram do “lucro” outro considera que é importante “nos acabamentos dos carros” e restante considera que é “seqüência no processo” Você obtém feedback sobre o resultado do seu trabal ho através do gestor? Todos os funcionários recebem retorno e um finaliza que “Tenho retorno, Rogério sempre vem fala”. Você tem autonomia no seu trabalho em caso de neces sidade? Todos tem autonomia em seus serviços.

Quadro 14: Resultados do fator uso e desenvolviment o de capacidades Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Com relação ao critério de uso do desenvolvimento de capacidades, Vieira

(1996) relata que este critério refere-se a possibilidades do funcionário satisfazer

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suas habilidades e obter retro informação a respeito do seu desempenho.Nesse

fator, como pode-se perceber grande nível de satisfação, eles vêem que seu serviço

é muito importantes para empresa, outra satisfação também é o retorno que o gestor

dá a eles e a autonomia para executarem seus serviços.De maneira geral a empresa

se mostra preocupada com seus funcionários, pois o gestor dá atenção um retorno

geral a todos, eles se sentem seguros por isso.

Oportunidade de crescimento e segurança Você tem perspectivas de progresso profissional? Todos tem perspectiva de progresso profissional. Há possibilidade de fazer carreira? A maioria acredita na possibilidade de fazer carreira, um ainda acrescenta que “tenho, sou prova disso” um não diz que “não sei se há carreira na empresa” e outro finaliza que “não há chances de carreira, pois acho que minha função já esta no topo”. Há crescimento pessoal dentro da empresa? A grande maioria considera que há crescimento pessoal dentro da empresa apenas um falou que “considero que já está bom no crescimento pessoal”. Há estabilidade no emprego? A grande maioria considera que “há estabilidade no emprego” e um ainda acrescenta que “acho que tem estabilidade por ter bastante gente que já ta faz tempo na empresa” e apenas um funcionário que “não sei se tem estabilidade pois o homem é meio de lua”

Quadro 15: Resultados do fator oportunidade de cres cimento e segurança Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Com relação ao critério de oportunidade de crescimento e segurança, essa

critério para Fernandes (1996) tem como finalidade verificar as oportunidades que a

instituição oferece referente ao desenvolvimento e crescimento pessoal e segurança

de seus empregados. Este critério também apresenta grande satisfação, a

possibilidade de carreira e segurança no emprego demonstra bastante satisfação

por parte dos funcionários.

Integração Social

Há um ambiente de igualdade e liberdade? Todos consideram que há um ambiente de igualdade e liberdade. Todos são tratados da mesma forma? A grande maioria afirma que “todos são tratados da mesma forma” apenas um funcionário afirma que “cada pessoa é tratada conforme seu merecimento”. Experiências positivas melhoram a auto-estima? Todos afirmam que “experiências positivas melhoram minha auto-estima”. Há alguma forma de preconceito? (cor, aparência fís ica, estilo de vida, orientação sexual, religião). Todos os funcionários afirmam que “não há nenhuma forma de preconceito”.

Quadro 16: Resultados do fator integração social Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

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Com relação ao critério de Integração social, Vieira (2004) essa dimensão

representa a possibilidade do funcionário expressar e desenvolver suas habilidades

individuais. Isto ocorre quando o indivíduo vivencia em seu trabalho coisas que

proporcionam coisas boas.

A Integração Social também apresenta grande satisfação por parte dos

funcionários, todos convivem num ambiente de igualdade, são tratados da mesma

forma gerando assim em grande satisfação dentre eles.

Constitucionalismo

Há respeito aos direitos do individuo? Todos os funcionários afirmaram que “há respeito pelos meus direitos” A empresa cumpre ou garante com todos os direitos t rabalhistas? Todos os funcionários ressaltaram que “a empresa cumpre com todos meus direitos trabalhistas.”. São feitas reuniões? Todos afirmaram que “sim, são feitas reuniões” A empresa oferece oportunidade de reunião para o fu ncionário se expressar? Todos os funcionários relatam que “é feita reunião e pode se expressar sem medo de punições”. Você tem total liberdade de expressão sem medo de p unição Todos os funcionários responderam que “Temos liberdade de expressa sem medo de punições” e um ainda complementou que “o Rogério é bem amigável”. Quadro 17: Resultados do fator constitucionalismo Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Com relação ao critério de Constitucionalismo, Valle; Vieira (2004) relatam

que “é necessário haver respeito aos direitos do indivíduo e proteção desses contra

ações arbitrárias dos empregadores”. O Constitucionalismo também foi de grande

satisfação entre os funcionários, aponta um ótimo nível de satisfação em relação aos

funcionários no que diz respeito às leis e direitos trabalhistas, normas e rotinas e,

principalmente, quanto à liberdade de expressão sem medo de punição.

O trabalho e o espaço total da vida

O seu trabalho tem influência de efeitos positivos e negativos com a família? A grande maioria dos funcionários respondeu que “não há efeitos positivos nem negativos com a família” outros ainda brincaram que só tem influências positivas “a renda”.

Os horários são fixo ou cada dia tem um horário dif erente? Todos afirmaram que são “horários fixos” Como é sua carga horária? É alta? Todos os funcionários consideram sua carga horária “normal”. Você tem tempo para fazer algo que gosta com a famí lia? A grande maioria dos funcionários respondeu que “tenho tempo para fazer algo que gosto com a família”, apenas um funcionário respondeu que não tem tempo para fazer algo que gosta com a família. Você sente que o seu trabalho prejudica (stress) su a vida? A grande maioria respondeu que seu trabalho não prejudica stress na sua vida e teve um que

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ainda complementou “são vários fatores que prejudica o stress não é só na empresa” e apenas um acha “a profissão tem impacto com o stress”.

Quadro 18: Resultados do fator o trabalho e o espaç o total da vida Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Com relação ao critério de o trabalho e o espaço total da vida Rodrigues

(1994) relata que a relação entre trabalho e o espaço total da vida é vista por Walton

como conceito de equilíbrio que para o autor o conceito tem origem nos esquemas

de trabalho, expectativa de carreira, progresso e promoção.

No que diz respeito à relação ao espaço total que o trabalho representa em

sua vida particular, com base nas respostas alcançadas, constata-se um nível

satisfatório em relação ao trabalho na vida pessoal do entrevistado.

Relevância social da vida no trabalho A empresa valoriza ou desvaloriza o trabalho desenv olvido? Todos confirmam que “a empresa valoriza meu trabalho”. Qual é a imagem que você tem da empresa? Todos os funcionários tem uma imagem “muito boa da empresa”. E para os clientes? Os funcionários afirmaram que os clientes também parece ter uma imagem boa da empresa, um complementa que “sempre que os clientes saem satisfeitos” e um conclui que “considera que os clientes vêem a empresa como uma empresa com qualidade superior às outras”. A empresa é ética? Todos os funcionários consideram “a empresa é ética” Você confia nos serviços oferecidos pela empresa? Todos os funcionários afirmam “confio nos serviços da empresa.” Você indicaria a empresa? Todos os funcionários indicaram a empresa e ainda um funcionário complementou “indicaria a empresa para um amigo, pois até se não indicasse estaria questionando sua profissão”.

Quadro 19: Resultados do fator relevância social da vida no trabalho Fonte: Dados primários coletados pela acadêmica

Com relação ao critério de relevância social da vida no trabalho Fernandes

(1996) ressalta que este fator determina a qualidade de vida no trabalho através da

percepção do funcionário em relação à responsabilidade social. No que diz respeito

à relação ao espaço total que o trabalho representa em sua vida particular, com

base nas respostas alcançadas, constata-se um nível satisfatório em relação ao

trabalho na vida pessoal do entrevistado.

Finalmente, no critério de relevância social da vida no trabalho, os resultados

encontrados demonstram bom nível de satisfação quanto à imagem da empresa, a

responsabilidade com que a empresa tem por seus serviços prestados,

demonstrando uma relação positiva com a teoria.

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3.3 Sugestões para a empresa

Após todo o exposto neste trabalho foi possível elaborar algumas sugestões

diante dos fatores analisados.

No fator compensação justa e adequada, verificou-se uma insatisfação com o salário

recebido, sendo que o salário proporcionado pela empresa é baseado na CLT do

sindicato. A sugestão seria fazer uma avaliação de desempenho, já que os

funcionários afirmam que o gestor dá feedback aos funcionários e tem um bom

relacionamento entre eles, para que partindo dos resultados haver ou não um

aumento de salário. Ribeiro (2006, p.295) afirma que “ao receber informações sobre

a sua atuação, o funcionário pode efetuar as correções em seu desempenho e,

conseqüentemente, crescer no ambiente da organização”. Outra sugestão que seria

possível fazer é a inclusão de alguns benefícios, pois não é somente o salário que

satisfaz a remuneração, pois hoje os benefícios na empresa são: Plano médico

(Qualimédica) e também convênio ao sindicato dos metalúrgicos. A adesão ao

sindicato não é obrigatório. É descontado 1% da sua remuneração na folha de

pagamento, o valor médio é de R$12,00 reais. Através do sindicato eles podem

comprar em vários lugares que sejam conveniados ao sindicato com descontos,

além de realizar consultas médicas.

Outro fator que pode ser corrigido é o referente é as condições de trabalho:

• Promover a discussão sobre a Saúde Ocupacional e Segurança no

trabalho dos funcionários através de encontros e cursos, isto pode ocorrer

em parceria com a empresa terceirizada a Qualimédica, pois o

proprietário sempre costuma realizar festas de confraternização, e às

vezes na sexta faz algo para os funcionários depois do horário, aproveitar

esta oportunidade para promover esta discussão.

• Buscar com sindicato que eles estão associados (metalúrgicos) parcerias

e conscientização para aprimorar o conhecimento sobre a segurança e

Saúde no trabalho, para então criarem uma cartilha com prevenções e

dicas, não somente para a empresa RT, mas para expandir esta idéia a

todos os associados do sindicato.

• Haver maior exigência por parte do gestor e entre os funcionários na

cobrança do uso dos equipamentos, buscar conscientização a partir de

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punições, como desconto em salário, 3 dias de suspensão ou até dispor

de prêmios para aqueles que usam adequadamente, ou seja, o

necessário realmente é fazer com que eles se conscientizem do risco que

o não uso dos equipamentos pode agravar na sua saúde.

• Criar murais, de preferência, em cada setor, e em locais visíveis com

fotos e informações que conscientizem o pessoal de que é preciso

trabalhar sim, mas adoecer não, pois o que ocorre hoje é que os

funcionários só priorizam o trabalho e esquecem da sua saúde,

esquecendo de usar os equipamentos e de fazer os exames periódicos, e

com esses murais que podem ser feitos em conjunto com a Qualimédica,

a empresa poderia incentivar a importância da realização de exames

periódicos, para que eles se conscientizem da importância dos exames.

• Criar uma semana de prevenção de acidentes no trabalho, nesta semana

trazer palestras, fazer uma exposição de equipamentos de proteção

individual, concursos/competições que envolvam prevenção de acidentes,

exposição de cartazes e material audiovisual.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo geral compreender os aspectos que

influenciam a qualidade de vida e segurança no trabalho dos funcionários da

empresa RT Recuperadora de Veículos Ltda. Dado este objetivo foi possível verificar

as condições de qualidade e segurança no trabalho. Identificou-se que a maioria das

variáveis de qualidade de vida no trabalho descritas por Walton (1973) foram

avaliadas de maneira favorável pelos entrevistados o que significa que os

funcionários encontram-se satisfeitos diante dos fatores analisados, porém dois

fatores devem ser trabalhados, pois influenciam diretamente na satisfação dos

funcionários, sendo estes: condições de trabalho e compensação justa e adequada.

Nota-se que o fator condições de trabalho foi o principal fator analisado, pois

incluiu questões referentes à saúde e segurança no trabalho, sendo este o foco do

estudo.

A metodologia utilizada foi adequada, devido à entrevista voltada à história de

vida verificar os aspectos que influenciam a qualidade de vida e a segurança dos

funcionários abordando tanto no âmbito pessoal como organizacional. A única

dificuldade encontrada foi a da linguagem. Para alcançar o conhecimento destas

pessoas que possuem baixa escolaridade (classes marginalizadas) o que é o foco

da história de vida, foi preciso elaborar um roteiro mais simplificado.

A importância das fotos para a análise das condições de segurança no

trabalho foi o ponto de destaque desta pesquisa, pois na entrevista todos afirmaram

utilizar os equipamentos de segurança previstos na NR6, porém, na análise das

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fotos, o discurso dos entrevistados não foi confirmado, sendo este fato crucial para

os resultados deste trabalho.

Os resultados demonstraram que a não utilização dos equipamentos de

segurança pode estar fortemente associada à história de vida dos entrevistados

devido à influência do não uso dos equipamentos no decorrer da sua vida

profissional, associado à falta de conscientização do uso para sua saúde e

segurança.

Como conclusão desta pesquisa, pode-se afirmar que os objetivos

inicialmente traçados foram alcançados, pois, como já relatado, os funcionários

estão satisfeitos com a qualidade de vida dentro da empresa, demonstrando uma

relação positiva com a teoria

Do ponto de vista da acadêmica foi um grande aprendizado dentro da

pesquisa científica, pois no caso desta pesquisa a utilização de diferentes técnicas

demonstrou ser muito adequado para o conhecimento daquela realidade na qual os

funcionários estão inseridos.

Sugere-se novos estudos para a empresa RT fazendo uma reavaliação dos

itens das condições de saúde e condição de trabalho e também a manutenção da

qualidade de vida, replicando a pesquisa anualmente.

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização cedente de estágio RT RECUPERADORA DE VEICULOS

declara, para devidos fins, que a estagiária TAISE DA SILVA , aluna do curso de

Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/ Gestão da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 01/04 a 31/10/2008, cumpriu a carga

horária de estágio prevista para cada período, seguiu o cronograma de trabalho

estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

Itajaí, 31 de outubro de 2008.

____________________________________ Rogério Caldeira

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Taise da Silva

Estagiária

Rogério Caldeira

Supervisor de Campo

Cristina Pereira Vecchio Balsini, Msc

Orientador de Estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc

Responsável pelos Estágios em Administração

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APÊNDICE

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Roteiro de entrevista com o gestor

1-A empresa realiza algum treinamento voltado à segurança no trabalho? Se sim com freqüência? 2- São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais? 3- Existe algum controle do ambiente de trabalho (ruídos, temperatura, ventilação, espaço adequado) para sabes se esta adequado?

4- Os funcionários usam equipamentos de segurança.Por vontade própria ou e preciso controla.Existe controle da utilização dos equipamentos de segurança?

5- Ocorrem muitos acidentes. Com que freqüência? Algum foi muito grave?Eles são registrados? 6- Existe reclamação por parte dos funcionários não se sentirem seguros?

7- Há campanhas para a prevenção de acidentes?

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Roteiro de entrevista voltado aos fatores de qualidade de vida e segurança no trabalho com os funcionários

Fator: Compensação adequada e justa • Durante a sua vida como trabalhador o que você enxerga como sendo uma

remuneração justa? • Alguma empresa já lhe pagou um salário merecedor, digno? • Você acha sua remuneração honesta? • Você já trabalhou em outra empresa? Recebia um salário justo?

Fator: Condições de trabalho

• Desde quando o senhor usa equipamentos? • O Sr. já usou EPIs em outra empresa? • A empresa explica sobre o uso dos EPIs? • Você sabe usar adequadamente os EPIs? • A empresa exige o uso dos EPIs? • Quando você passou a considerar o uso do EPIs importante? • Você usa os EPIs por consciência ou porque considera importante? • Você considera o seu trabalho prejudicial à saúde? • Você já tem alguma doença relacionada ao trabalho? • Você reconhece o valor (beneficio) do uso dos equipamentos? • Você precisa usar os EPIs? • O que poderia melhorar no ambiente?

Fator: Uso do desenvolvimento de capacidades

• Você sabe por que ou no que seu trabalho ajuda a empresa? • Você obtém feedback sobre o resultado do seu trabalho através do gestor? • Você tem autonomia no seu trabalho em caso de necessidade?

Fator: Oportunidade de crescimento e segurança

• Você tem perspectivas de progresso profissional? • Há possibilidade de fazer carreira? • Há crescimento pessoal dentro da empresa? • Há estabilidade no emprego?

Fator: Integração Social

• Há um ambiente de igualdade e liberdade? • Todos são tratados da mesma forma? • Experiências positivas melhoram a auto-estima? • Há alguma forma de preconceito? (cor, aparência física, estilo de vida,

orientação sexual, religião).

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Fator: Constitucionalismo

• Há respeito aos direitos do individuo? • A empresa cumpre ou garante com todos os direitos trabalhistas? • São feitas reuniões? • A empresa oferece oportunidade de reunião para o funcionário se expressar? • Você tem total liberdade de expressão sem medo de punição?

Fator: O trabalho e o espaço total da vida

• O seu trabalho tem influência de efeitos positivos e negativos com a família? • Os horários são fixo ou cada dia tem um horário diferente? • Como é sua carga horária? É alta? • Você tem tempo para fazer algo que gosta com a família? • Você sente que o seu trabalho prejudica (stress) sua vida?

Fator: Relevância social da vida no trabalho

• A empresa valoriza ou desvaloriza o trabalho desenvolvido? • Qual é a imagem que você tem da empresa? • E para os clientes? • A empresa é ética? • Você confia nos serviços oferecidos pela empresa? • Você indicaria a empresa?

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Roteiro de entrevista voltado à história de vida dos funcionários.

• Quanto tempo você trabalha na empresa? • Idade • Filhos ou não • Escolaridade • Profissão • Como chegou nesta profissão? • Com que idade começou a trabalhar • Como foi sua trajetória de trabalho até chegar até aqui? • A sua família teve alguma influência na sua escolha profissional? • Como foi a escolha da sua profissão, alguém incentivou ou foi você quem

quis? • Como você aprendeu este serviço? • Você usava equipamentos antes de trabalhar aqui? • Quando foi a primeira vez que você ouviu falar de equipamentos de proteção

individual? • Você sabia que tinha que usar os equipamentos? • Em algum dos outros empregos anteriores (caso tenha alguém lhe explicou

sobre o uso de equipamento e a importância destes para sua segurança?).

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Resposta da entrevista voltada aos fatores de qualidade de vida e segurança no trabalho com os funcionários

Obs: cada cor corresponde a um funcionário.

Compensação justa e adequada Durante a sua vida como trabalhador o que você enxe rga como sendo uma remuneração

justa

Ele considera que um salário justo é bem mais o que ele ganha na empresa. Acha que uma remuneração é justa a partir do que se faz.

Comenta que uma remuneração justa é bem mais do que ganha hoje.

Considera um salário justo na profissão dele é mais do que ganha hoje.

Um salário justo pra mim é mais do que ganha hoje.

Considera um salário justo mais do que ganha hoje.

Comenta que um salário justo é o salário conforme a prestação de serviço e ser remunerado a partir do lucro da empresa, Além do que ganha hoje.

Alguma empresa já lhe pagou um salário merecedor, d igno? Nenhuma empresa pagou a ele um salário digno, merecedor. A empresa RT considero que pra mim paga um salário justo. Penso que todas as empresas pagam através da categoria, considera o seu salário justo e não, pois trabalha por comissão então tem mês que realmente é justo tem mês que não. Na empresa na qual trabalhava antes pagavam um salário merecedor, digno, considera o salário dele na medida do possível digno. Uma empresa já pagou salário justo, sua remuneração considera justa. Já teve empresas que pagaram uma remuneração justa, Já teve empresa que lhe pagou um salário justo.

Não.

A partir de quando a remuneração passou a ser hones ta? Você acha ela honesta? Um salário justo é bem mais o que ganho na empresa. Considerei minha remuneração honesta a partir de 3 meses. Não acha a remuneração justa, considera que podia ser bem mais do que ganha hoje. Considero justo e não, pois ganho por comissão, tem mês que é tem menos que não. Um salário justo/honesto pra mim seria bem mais do que ganha hoje. Considero que um salário justo é bem mais do que ganho hoje. Acho minha remuneração honesta

A partir da RT.

Você já trabalhou em outra empresa? Recebia um salá rio justo? Já trabalhou em outra empresa, não recebia um salário adequado a sua profissão. Nunca trabalhei em outra empresa. Já trabalhou em outra empresa e recebia o mesmo salário e mesmo sistema por comissão. Já trabalhou em outra empresa, e depois de certo tempo recebeu um salário digno. Trabalhou em várias empresas, e todas lhe pagavam um salário justo. Já trabalhou em outra empresa e ganhava bem. Já trabalhou em outra empresa e recebia um salário justo.

Já, trabalhei em duas, recebia um salário mais ou menos.

Se o Senhor estivesse trabalhando em outra empresa estaria ganhando mais? Respondeu que “pode ser”. Falou que se estivesse em outra empresa estaria ganhando mais.

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Falou que já recebeu proposta, mas gosta de trabalhar na RT.

Acha difícil de responder, pois não sabe como está o mercado fora.

Acha que não estaria ganhando mais se estivesse em outra empresa.

Acha que se estivesse em outra empresa estaria ganhando mais

Acha que não estaria ganhando mais se estivesse em outra empresa. Depende.

Condições de trabalho Desde quando o senhor usa equipamentos?

Ele usa equipamento diariamente Uso equipamento de segurança. Uso Epis. Uso equipamento de segurança. Uso. Uso o equipamento adequado a minha função. Não, pois não estou diretamente ligado ao perigo; Não, pois não mecho com coisas que precisam.

O Sr já usou em outra empresa? Usava. Aprendi com a RT a utilizá-los, pois nunca trabalhei em outra empresa. Usava. Usei em outra empresa. Usava. Não usava em outra empresa. Usava. Sim, usava.

A empresa explica? A empresa explica sobre os equipamentos. Explica, tanto é que aprendi com eles. Explica. Sim, explica. Explicam. Na RT me explicaram sobre o uso dos Epis. Sim. Sim, explicam.

Você sabe usar adequadamente?

Sei usar os EPIs corretamente. Sim, aprendi com a RT. Sei e uso. Sim. Sei. Sei usar adequadamente. Sim Sei, sim, mas não uso com freqüência.

A empresa exige? A empresa exige o uso dos equipamentos. Ele considera que a empresa não exige. A empresa exige. A RT exige. A empresa RT exige. Sim, a RT exige Sim. Exige sim.

Quando você passou a considerar o uso do equipament o importante?

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Ele nunca teve problemas com acidentes de trabalho, mas considera o uso dos EPis muito importante. Considero importante o uso dos equipamentos desde que entrei na empresa. Acho muito importante os Epis, pois mechemos com fogo, faísca. Comecei a considerar o uso importante a partir de palestras, Comecei a considerar os Epis importantes quando começou a trabalhar de mecânico. Considero importante desde que começou a trabalhar na empresa. Quando comecei a trabalhar neste ramo. Quando comecei a trabalhar.

Você usa o equipamento por consciência ou porque co nsidera importante? Reconhece que precisa usar os equipamentos pela importância. Uso os Epis por consciência. Uso os Epis por consciência. Uso o equipamento por consciência. Uso os Epis por consciência e importância. Uso por consciência e importância. Considero importante. Não uso, mas considero consciência e importância.

Você considera o seu trabalho prejudicial à saúde? Ele considera o seu trabalho prejudicial a sua saúde. Não considero o meu serviço dele prejudicial à saúde. Considero o meu trabalho prejudicial a saúde. Não considero o serviço prejudicial a saúde. Não considero meu trabalho prejudicial a saúde. Não acho meu trabalho prejudicial à saúde. Não. Não considero.

Você já tem alguma doença relacionada ao trabalho? Nunca teve doenças relacionadas ao trabalho. Não possui doenças ocasionadas no trabalho. Não tenho nenhuma doença relacionada ao meu trabalho. Não tive nenhuma doença associada ao meu trabalho. Nunca tive nenhuma doença relacionada ao meu trabalho Já tive doenças relacionadas ao trabalho em outra empresa devido ao cheiro dos produtos. Não, nunca tive. Sim, já tive no meu ouvido.

Você reconhece o valor (beneficio) do uso dos equip amentos? Mesmo não tendo nenhuma doença, mesmo assim reconhece o uso. Conheço os valores e benefícios dos equipamentos, por isso uso os equipamentos. Reconheço o valor dos Epis. Reconheço o valor dos Epis. Reconheço o valor dos equipamentos. Reconheço o valor do uso dos Epis. Sim, reconheço. Reconheço.

Você precisa usar o equipamento? Afirma que precisa usar os equipamentos para sua segurança Em certo serviço preciso usar os Epis. Preciso. Acho necessário o uso pela nossa própria proteção. Precisa usá-los. Precisa usá-los. Nao, somente o protetor auricular. Nao, pois não trabalho diretamente com o perigo.

O que poderia melhorar no ambiente? Acha que não precisa mudar nada na empresa. Acho que não precisa ser mudado nada no ambiente de trabalho.

Não precisa mudar nada no ambiente da empresa, pois já está sendo ampliada. A única melhoria é a organização dos funcionários em usar os Epis.

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No momento não precisa de nenhuma melhoria no ambiente. Acho que não precisa mudar nada no ambiente. Acho que nada. Não precisa ser mudado nada.

Oportunidade de crescimento e segurança

Você tem perspectivas de progresso profissional? Tenho perpesctiva de progresso profissional. Tenho perspectiva de progresso profissional, Tenho perspectiva de progresso profissional; Tenho perspectiva de progresso profissional; Tenho bastante perspectiva de progresso profissional; Tenho perspectiva de progresso profissional, Tenho. Sim, tenho Há possibilidade de fazer carreira? Não há chances de carreira, pois acho que minha função já esta no topo. Há possibilidade de fazer carreira na empresa; Não sabe se há carreira na empresa; Tem possibilidade carreira; Há carreira dentro da empresa; Há carreira; Tenho, sou prova disso. Sim, tem possibilidade de carreira. Há crescimento pessoal dentro da empresa? Considero que já está bom no crescimento pessoal. Considero que há crescimento profissional; Há crescimento pessoal na empresa, Tem crescimento pessoal; Há crescimento pessoal dentro da empresa; Sim Tem crescimento pessoal Sim, há crescimento pessoal Há estabilidade no emprego? Sim Há estabilidade na empresa. Não sei se tem estabilidade “pois o homem é meio de lua”, Acha que tem estabilidade por ter bastante gente que já ta faz tempo na empresa. Acho que só depende de mim. Há estabilidade Sim. Sim, tenho estabilidade.

Integração Social

Há um ambiente de igualdade e liberdade? Sim, há. Há um ambiente de igualdade Há igualdade no trabalho Sim, tem. Há um ambiente de igualdade dentro da empresa Há igualdade e liberdade Sim. Sim, tem um ambiente de igualdade e liberdade. Todos são tratados da mesma forma? Cada pessoa é tratada conforme seu merecimento Todos são tratados da mesma forma. Todos são tratados da mesma forma na empresa. Sim, todos.

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Todos são tratados da mesma forma, Todos são tratados da mesma forma Sim, todos são tratados da mesma forma. Sim. Experiências positivas melhoram a auto-estima? Houve experiências positivas que melhoram minha auto-estima. Já tive experiências que aumentaram minha auto-estima. Já tive sim. Já tive experiências positivas na empresa que melhoram na empresa Experiências positivas já melhoraram a minha auto-estima. Há experiências que melhoraram minha auto-estima. Sim. Sim, melhoram. Há alguma forma de preconceito? (cor, aparência fís ica, estilo de vida, orientação sexual, religião). Não há nenhuma forma de preconceito. Não nenhuma forma de preconceito na empresa. Não. Não, não tem. Não tem nenhuma forma de preconceito na empresa Não há forma de preconceito. Não. Não tem nenhum preconceito.

Constitucionalismo Há respeito aos direitos do individuo? Há respeito pelos meus direitos Acho que não há respeito nos nossos direitos Há respeito nos seus direitos. Tem respeito pelos meus direitos. Há respeito pelos meus direitos. Sim Sim. Tem. A empresa cumpre ou garante com todos os direitos t rabalhistas? A empresa cumpre com todos direitos trabalhistas Há empresa cumpre com todos os direitos trabalhistas A empresa cumpre com todos os meus direitos trabalhistas. A empresa cumpre com todos os meus direitos trabalhistas, A empresa cumpre com todos meus direitos. A empresa cumpre com os direitos individuais e trabalhistas Sim, cumpre. A empresa cumpre.

São feitas reuniões?

São São feitas reuniões. São feitas reuniões na empresa. A empresa faz reuniões São feitas reuniões na empresa. São Sim, tem reunião. São feitas reuniões. A empresa oferece oportunidade de reunião para o fu ncionário se expressar? Há reunião para expressar sem medo de punições É oferecida oportunidade de se expressar. sem medo de punições Sim, oferece. Há oportunidades. Sim, temos. Oferece Sim.

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Sim, temos as reuniões. Você tem total liberdade de expressão sem medo de p unição Sim Temos liberdade de expressa sem medo de punições. Os funcionários têm liberdade de se expressar sem medo de punição. Todos os funcionários podem se expressar sem medo de punições, pois o Rogério é bem amigável. Todos os funcionários têm direito de se expressar sem medo de punição Temos direito de expressar aquilo que está faltando e uma maneira de todos aceitarem determinada coisa Todos temos liberdade. Sim, nas reuniões.

O trabalho e o espaço total da vida

O seu trabalho tem influência de efeitos positivos e negativos com a família? Não há efeitos positivos nem negativos com a família Considero que meu trabalho não tem influências com a família. Considero que meu trabalho às vezes prejudica com a família. Acho que tem influência positiva a renda. Considero que o meu trabalho tem somente efeitos positivos na família. Não há influencias de efeitos positivos e negativos com a minha família. Não, não há. Não, não tem. Os horários são fixo ou cada dia tem um horário dif erente? Há horários fixos Os horários são fixos Os horários são fixos. Meu horário é fixo. Quem faz o horário é eu Tem horário fixo. São fixos. Horários fixos. Como é sua carga horária? É alta? Considero que a carga horária é normal Considero minhacarga horária normal Considero a carga horária normal. Minha carga horária considero normal. Minha carga horária é normal Acho sua carga horária normal Normal. Considero a carga horária normal. Você tem tempo para fazer algo que gosta com a famí lia? Tenho tempo para fazer algo que gosto com a família Tem tempo para fazer algo que gosta com a família. Não tenho tempo para fazer algo com a família. Tenho tempo para fazer algo com a família. Tenho tempo para sair com a família. Tenho tempo de fazer algo com a família. Tenho. Sim, tenho. Você sente que o seu trabalho prejudica (stress) su a vida?

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Considero que a profissão tem impacto com o stress Acho que meu trabalho não prejudica sua vida. Penso que o stress são vários fatores não é só na empresa, mas são vários fatores família entre outros, no meu trabalho não prejudica nada. Não acho que meu trabalha prejudica sua família. Não tem nenhum stress, comigo se resolve tudo na hora. Não acho, pois considero que stress já vem de família já traz isso, pro serviço. Não. Não acho que o stress prejudica.

Relevância social da vida no trabalho A empresa valoriza ou desvaloriza o trabalho desenv olvido?

A empresa valoriza meu trabalho. Considero que a empresa valoriza meu serviço. Vejo que empresa valoriza meu trabalho. A empresa valoriza meu trabalho. A empresa valoriza meu trabalho. A empresa valoriza meu trabalho. Valoriza. Considero que valoriza.

Qual é a imagem que você tem da empresa? Tenho como imagem da empresa que é uma empresa boa, bem estruturada, uma equipe especilializada. Tenho uma imagem muito boa da empresa. Tenho uma imagem boa da empresa, está crescendo e tem a perspectiva de a empresa crescer e os funcionários também. Vejo a RT uma empresa como uma empresa de futuro. Vejo a empresa como uma ótima empresa. Considero que a RT tem uma expectativa de futuro. Uma empresa muito boa, com excelentes profissionais. Uma empresa ótima.

E para os clientes? E para os clientes considero que eles vêem a RT hoje como uma empresa TOP de linha. Considero que os clientes vêem a empresa como uma empresa com qualidade superior às outras. Penso que os clientes vêem a RT como uma empresa boa. Acredita que os clientes consideram a empresa boa. Penso que os clientes consideram que é a melhor empresa que eles podem deixar seus carros. Vejo sempre que os clientes saem satisfeitos, Penso que eles vêem como uma ótima empresa. Uma imagem boa

A empresa é ética? Considero a empresa ética. A empresa é ética. Considero a empresa ética. Acho a empresa ética. A empresa é ética. Considero a empresa nem em tudo é ética. Considero a empresa ética Sim, a empresa é ética.

Você confia nos serviços oferecidos pela empresa? Confio nos serviços da empresa Confia na empresa. Confio nos serviços da empresa. Confio nos serviços, oferecidos pela empresa. Confio nos serviços da empresa Confio nos serviços. Confio. Confio na empresa.

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Você indicaria a empresa? Indicaria a empresa para amigos. Certamente eu indicaria a empresa para amigos Indicaria a empresa e já indiquei a empresa para amigos. Indicaria a empresa para um amigo, pois até se não indicasse estaria questionando sua profissão. Se puder indico a empresa pra todos os amigos. Indicaria a empresa para amigos Com certeza indicaria. Indicaria

.

ANEXO

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NR1 – Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as

Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho

Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos

trabalhadores no tocante a este tema especifico. A fundamentação legal, ordinária e

especifica que dá embasamento jurídico a existência desta NR, são os artigos 154 a

159 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

NR2 – Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas

deverão solicitar ao Ministério do Trabalho a realização de inspeção prévia em seus

estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal,

ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a existência desta NR, é o

artigo 160 CLT.

NR3 – Embargo ou interdição: Estabelece as situações em que as empresas

se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem

como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na

adoção de tais medidas punitivas no tocante a Segurança e Medicina do Trabalho.A

fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a

existência desta NR é o artigo 161 da CLT.

NR4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina

do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que

possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em

funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em

Medicina do Trabalho – SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a

integridade do trabalhador no local do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e

especifica que dá embasamento jurídico a existência desta NR, é o artigo 162 da

CLT.

NR5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: Estabelece a

obrigatoriedade das empresas publicas e privadas organizarem e manterem em

funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por

empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da

apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhores as

condições de trabalho, eliminando as possíveis c causas de acidentes do trabalho e

doenças ocupacionais.A fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá

embasamento desta NR, são os artigos 163 a 165 da CLT.

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NR6 – Equipamentos de Proteção individual – EPI: Estabelece e define os

tipos de EPIs a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregadores,

sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a

integridade física dos trabalhadores.A fundamentação legal, ordinária e especifica,

que dá embasamento jurídico a existência desta NR, são os artigos 166 e 167 da

CLT.

NR7 – Programa de Controle de Saúde Ocupacional: Estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os

empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de

promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. A

fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a

existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT.

NR8 – Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem

ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas

trabalham. A fundamentação legal e ordinária e especifica que dá embasamento

jurídico a existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT.

NR9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os

empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando a preservação da

saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos

ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo

consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.A

fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a

existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT.

NR10 – Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições

mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em

instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos,

execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança

de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão,

distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se para tanto, as normas

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técnicas internacionais. A fundamentação legal, ordinária e especifica que dá

embasamento jurídico a existência desta NR, são os artigos 179 a 181 da CLT.

NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de

Materiais: Estabelece os requisitos de segurança no trabalho a serem observados

nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, a movimentação, a

armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual,

objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e

especifica, que dá embasamento jurídico a existência desta NR, são os artigos 182 e

183 da CLT.

NR-12 - Máquinas e equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas

de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação a

instalação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando a prevenção de

acidentes.A fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá embasamento

jurídico a existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT.

NR-13 – Caldeiras e vasos sob pressão: Estabelece todos os requisitos

técnico-legais relativos a instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos

de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho.A

fundamentação legal, ordinária e especifica que dá embasamento jurídico á

existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT.

NR-14 – Fornos: Estabelece as recomendações técnicos -legais pertinentes

a construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de

trabalho.A fundamentação legal, ordinária e especifica que dá embasamento jurídico

a existência desta NR, é o artigo 187 da CLT.

NR-15 – Atividades e operações insalubres: Descreve as atividades,

operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo

assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos

trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios

de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas a sua saúde. A

fundamentação legal, ordinária e especifica que dá embasamento jurídico a

existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT.

NR-16 – Atividades e operações perigosas: Regulamenta as atividades e as

operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações

prevencionista correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao’Anexo nº.

01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo nº. 02 Atividades

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e Operações Perigosas com infamáveis, tem sua existência jurídica assegurada

através dos artigos 193 a 197 da CLT.A fundamentação legal, ordinária e especifica

que dá embasamento jurídico a caracterização de energia elétrica com sendo o 3º

agente periculoso é a Lei nº 7369 de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional

de periculorisidade para os profissionais da área de eletricidade.A portaria do

Ministério do Trabalho nº 3393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística

e decorrente do famoso acidente com o Céssio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as

radiações ionozantes, que já eram insalubres de grau máximo, como o 4º agente

periculoso, sendo controvertido legalmente tal enquadramento, na medida em que

não existe lei autorizada para tal.

NR-17 – Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a

adaptação das condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.A

fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a

existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.

NR-18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção:

Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que

objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de

segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na

indústria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá

embasamento jurídico a existência desta NR, é o artigo 200 inciso I da CLT.

NR-19 – Explosivos: Estabelece as disposições Regulamentadoras acerca

do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde

e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.A

fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a

existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

NR-20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis: Estabelece as disposições

regulamentadoras acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos

combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção a saúde e a integridade física

dos trabalhadores em seus ambientes de trabalha. A fundamentação legal, ordinária

e especifica que dá embasamento jurídico a existência desta NR, é o artigo 200

inciso II da CLT.

NR-21 – Trabalho a céu aberto: Tipifica as medidas prevencionistas

relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu

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aberto, tais como, em minas ao ar livre e em pedreiras.A fundamentação legal,

ordinária e especifica que dá embasamento jurídico desta NR, é o artigo 200 inciso

IV da CLT.

NR-22 – Trabalhos Subterrâneos: Estabelece métodos de segurança a

serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâneos de

modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de segurança e

medicina do trabalho.A fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá

embasamento jurídico a existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200

inciso III todos da CLT.

NR-23 – Proteção contra incêndio: Estabelece as medidas de proteção

contra incêndios, estabelece as medidas de proteção contra incêndio que devem

dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física

dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e especifica que dá

embasamento jurídico a existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

NR-24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho: Disciplina

os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho,

especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas,

alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e a proteção a

saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e especifica que dá

embasamento jurídico a desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

NR-25 – Resíduos industriais: Estabelece as medidas preventistas a serem

observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais

resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade

física dos trabalhadores.A fundamentação legal, ordinária e especifica, que dá

embasamento jurídico a existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

NR-26 – Sinalização de segurança: Estabelece a padronização das cores a

serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de

modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores, A fundamentação

legal, ordinária e especifica, que dá embasamento jurídico a existência desta NR, é

o artigo 200 inciso VIII da CLT.

NR-27 – Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no

Ministério do Trabalho e Emprego: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo

profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em

especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério

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do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e especifica, tem seu embasamento

jurídico assegurado através do artigo 3º da lei Nº 7.410 de 27 de novembro de 1985,

regulamentado pelo artigo 7º do Decreto Nº 92.530 de 9 de abril de 1986.

NR-28 – Fiscalização e penalidades: Estabelece os procedimentos a serem

adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina no Trabalho, tanto

no que diz respeito a concessão de prazos as empresas para no que diz respeito a

concessão de prazos as empresas para a correção das irregularidades técnicas,

como também, no que concerne aos procedimentos de atuação por infração as

Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.A fundamentação

legal, ordinária e especifica, tem sua existência jurídica assegurada a nível de

legislação ordinária, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram

dadas pelo artigo 2º da Lei nº 7.855 de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus

do Tesouro Nacional – BTN, com o valor monetário a ser utilizado na cobrança de

multas, e posteriormente, pelo artigo 1º da Lei nº 8.383 de 30 de dezembro de 1991,

especificamente no tocante a instituição da Unidade Fiscal de Referencia – UFIR,

como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas em substituição ao BTN.

NR – 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho

Portuário: tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e

doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as

melhores condições possíveis de seguranças e saúde aos trabalhadores

portuários.As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores

portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais

trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações

portuárias de uso privativo e retroportuarias , situadas dentro ou fora da área do

porto organizado.A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação

ordinária, através da Medida Provisória nº 1.576-6,de 27/11/97, do artigo 200 da

CLT, o Decreto nº 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção nº 152 da OIT.