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Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: 1519-5228 [email protected] Universidade Estadual da Paraíba Brasil S. de Oliveira Santos, Leila Thaise; Pinho Vasconcelos, Murilo; Purificação Rodrigues, Danusa da; Cseko Nolasco, Marjorie; Bonfim de Jesus, Taise Conseqüências da atividade garimpeira de diamante na Bacia do rio Coisa Boa, vila de Igatu - Andaraí - BA Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol. 10, núm. 2, 2010, pp. 1-11 Universidade Estadual da Paraíba Paraíba, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50016922001 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

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Page 1: Redalyc.Conseqüências da atividade garimpeira de diamante ... · Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: 1519-5228 ... Marjorie Cseko Nolasco 3, Taise Bonfim de Jesus 3 RESUMO

Revista de Biologia e Ciências da Terra

ISSN: 1519-5228

[email protected]

Universidade Estadual da Paraíba

Brasil

S. de Oliveira Santos, Leila Thaise; Pinho Vasconcelos, Murilo; Purificação Rodrigues, Danusa da;

Cseko Nolasco, Marjorie; Bonfim de Jesus, Taise

Conseqüências da atividade garimpeira de diamante na Bacia do rio Coisa Boa, vila de Igatu - Andaraí

- BA

Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol. 10, núm. 2, 2010, pp. 1-11

Universidade Estadual da Paraíba

Paraíba, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50016922001

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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228

Volume 10 - Número 2 - 2º Semestre 2010

Conseqüências da atividade garimpeira de diamante na Bacia do rio Coisa Boa,

vila de Igatu - Andaraí - BA

Leila Thaise S. de Oliveira Santos1, Murilo Pinho Vasconcelos

1, Danusa da Purificação Rodrigues

2

Marjorie Cseko Nolasco3, Taise Bonfim de Jesus

3

RESUMO

Os dados aqui apresentados tiveram como objetivo fornecer um diagnóstico das conseqüências

ocasionadas pela atividade garimpeira de diamante na vila de Igatu município de Andaraí na

Chapada Diamantina-BA, buscando compreender os processos de degradação ambiental em que se

encontra a área de estudo. Foram feitos levantamentos bibliográficos para a caracterização do meio

físico e visitas de campo na área de estudo, para a observação e registro dessas condições físicas em

que se encontra a área. Foram utilizados produtos cartográficos como mapas e imagens de satélite,

com o intuito de localizar melhor a área estudada e os pontos de degradação. Após a localização,

foram elaborados registros fotográficos para melhor visualizar a área de estudo. Concluí-se que a

atividade garimpeira, já cessada, nessa região ocasionou sérios danos ambientais. Os resultados

evidenciados nesse trabalho apontam para a necessidade de estudos ambientais, principalmente no

que diz respeito a qualidade da água, buscando alternativas e ações governamentais cabíveis,

através de medidas preventivas que devem ser adotadas de imediato para que ocorra uma

recuperação e posterior conservação dessa área, visto que esta vila faz parte do Parque Nacional da

Chapada Diamantina, o que lhe torna um ponto turístico em potencial.

Palavras-chave: Degradação ambiental, Atividade garimpeira, Igatu, Chapada Diamantina.

Consequences caused by diamond digging town of Igatu, Andaraí municipality of Chapada

Diamantina, Bahia-Brazil

ABSTRACT

Date are presented to provide an assessment of the consequences caused by diamond digging town

of Igatu, Andaraí municipality of Chapada Diamantina, Bahia-Brazil, seeking to understand the

processes of environmental degradation which is the study area. Literature surveys have been made

to characterize the physical environment and field visits in the study area, to observe and record

these physical conditions in which lies the area. Cartographic products were used as maps and

satellite images, in order to better locate the area studied and points of degradation. After the

location, photographic records were made to better visualize the area of study. We concluded that

the diamond digging, already completed, this region has caused serious environmental damage. The

results shown in this study point to the need for environmental studies, particularly as regards water

quality, seeking government action and reasonable alternatives, through preventive measures that

must be taken immediately to bring about a recovery and subsequent conservation of this area since

this town is part of the Chapada Diamantina National Park, which makes it a potential tourist spot.

Keywords: Environmental degradation, diamond digging, Igatu, Chapada Diamantina

1. INTRODUÇÃO

Igatu ou Xique-xique (como era

conhecida) é um vilarejo que fica na Serra do

Sincorá, entre as cidades de Mucugê e Andaraí,

na Chapada Diamantina-BA, com média de 400

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habitantes e uma flutuação turística, que a

depender da época do ano, dobra esta

população. Nome de origem indígena significa

“Água Boa” e foi fundada assim como as

demais cidades da região e seus vilarejos, como

suporte da atividade de garimpo de diamantes.

A vila, hoje reduzida a poucas ruas e casas, teve

seu auge entre 1900-1920, quando apresentava

trinta mil habitantes e ocupava quase toda a

bacia hidrográfica do rio que a banha: Coisa

Boa.

A bacia hidrográfica do rio Coisa Boa,

afluente/nascente do Paraguaçu, tem suas

nascentes nos contrafortes dos “Gerais do Capa

Bode”, antes do agropolo industrial de Mucugê,

dele isolada, cruza a vila, e segue por áreas

antigas de mineração, profundamente alteradas,

abandonadas e com pouca mobilização a

dezenas de anos. Essa bacia pode representar

todas as bacias diamantíferas que saem de

dentro do Parque Nacional da Chapada

Diamantina (PNCD), com mesma geologia,

padrão hídrico e intervenção antrópica histórica,

tendo hoje utilização quase nula. Mas ainda hoje

há moradores nativos que exploram “seu

próprio pedaço” de leito de rio, a cerca de um

quilômetro de Igatu, fora dos limites do PNCD,

onde a atividade é proibida.

Até meados dos anos 1970, após

diversos momentos de crises e apogeus,

imperava somente o garimpo rudimentar,

conhecido como garimpo de serra ou artesanal,

onde o cascalho diamantífero, derivado da

erosão dos conglomerados da formação

Tombador, era procurado entre sedimentos

eluvionares e coluvionares existentes nos

flancos dos relevos. Com a exaustão das jazidas

das serras, o minerador lançou mão de

equipamentos pesados para explotar os

sedimentos aluvionares das bacias hidrográficas.

Após a chegada das dragas que caracterizaram

um maior volume de produção e,

conseqüentemente, maior intensidade nos

impactos sobre o meio natural. (MATTA,

2006).

Os baixos teores de diamantes existentes

nas aluviões da Chapada favoreciam

sobremaneira o impacto ambiental negativo,

devida a necessidade de remover grandes

quantidades de sedimentos para se extrair um

quilate (0,2 g) de diamante. Entretanto, o alto

valor do diamante (250 a 300 dólares/quilate) da

Chapada estimulava a mineração, que era

praticada de forma ilegal, clandestinamente. A

ilegalidade na mineração teria agravado a

degradação ambiental e chamado a atenção das

instituições governamentais e não

governamentais para adoção de medidas

drásticas contra o garimpo, executadas entre

1996 e 1998.

Os efeitos da degradação atingem grande

amplitude, por afetar diretamente as atividades

econômicas e prejudicar de forma indireta,

diferentes segmentos da sociedade, uma vez que

a água é o recurso natural mais utilizado e de

maior importância para a vida no planeta

(SOUZA, 2008).

Apesar dos impactos causados pela

mineração serem, na sua maioria, pontuais,

atingindo pequenas áreas no meio físico, em

comparação com outros setores, como a

agricultura, por exemplo, eles são intensivos e

alteram negativamente o ambiente através de

diversas formas de impactos, a saber: impactos

de origem física e química sobre as águas, sobre

o solo, na atmosfera, sobre a flora e fauna, na

topografia original do terreno e sobre o

ambiente urbano (MATTA, 2006).

Desse modo este trabalho tem como

objetivo fornecer um diagnóstico das

conseqüências ocasionadas pela atividade

garimpeira de diamantes às margens do Rio

Coisa Boa no Município de Igatu na Chapada

Diamantina-BA, buscando compreender o

processo de degradação ambiental que se

encontra essa área e seu curso d‟água.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

Localizada na Serra do Sincorá, Chapada

Diamantina, no estado da Bahia, o Igatu,

município de Andaraí, encontra-se no interior

do PNCD, próximo ao seu leste, nas

coordenadas UTM 248300S e 8735000W

(Figura 1) e situada em torno de 730m acima do

nível do mar.

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Figura 1 - Mapa de localização da serra do Sincorá. Legenda: 1-Região da serra; 2-Rodovia

pavimentada; 3-Estrada não pavimentada; 4-Rio; 5-Cidade ou vila; 6-Aeroporto. Fonte:

Pedreira, A. J. (2001).

A região foi uma importante área de

exploração de diamante no século XIX hoje é

tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional). Dominada antes

por coronéis, Igatu teve no extrativismo mineral

e vegetal, especialmente no garimpo de

diamantes sua principal fonte de renda, hoje

quase totalmente substituída pelo turismo

(NOLASCO, 2000).

Possui clima úmido a subúmido e semi-

árido, com estação chuvosa (outubro a março) e

estação seca (abril a setembro). Segundo

Nolasco (2000) a região de Igatu tem

precipitação anual média de 1200-1400 mm e

nos períodos chuvosos podem ocorrer „cabeços‟

ou „trombas-dágua‟, havendo um excedente de

água na região. As temperaturas oscilam

fortemente com mínima de 0°C, entre junho a

agosto, e máxima acima de 30°C de novembro a

janeiro.

A região é caracterizada por serras com

superfícies irregulares, refletindo remanescentes

de antigos dobramentos. As áreas planas

constituem afloramentos rochosos ou possuem

uma cobertura arenosa superficial,

caracterizando neossolos litólicos, os topos mais

arredondados, raros em Igatu, apontam áreas de

desenvolvimento de solos profundos, lateríticos,

na maioria das vezes indicados pela presença da

matas residuais densas (NOLASCO, 2000).

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A vegetação das trilhas ecológicas de

Igatu é predominantemente de campo rupestre,

caracterizada principalmente pelos afloramentos

rochosos associados a uma fisionomia herbáceo-

arbustiva sobre solos tipicamente quartizíticos

(CONCEIÇÃO et al., 2005). Formada por

plantas xerófilas, de baixo porte e adaptada a

pouca água (STRADMANN, 1998) que

crescem sobre rochas, em solo pedregoso ou

arenoso. Predominam em Igatu velosiáceas,

orquidáceas, bromeliáceas e as (eriocauláceas)

como as semprevivas (STRADMANN, 1998).

Há presença da vegetação campestre de cerrado

podendo apresentar árvores com ou sem matas

de galeria que ocupam áreas estreitas e muito

úmidas (CPRM, 1994).

Das características urbanas, as

construções de rochas dominam a vila. De um

modo geral são rochas sedimentárias

acumuladas ao longo de milhares de anos e que

foram sedimentadas, sobrepostas em camadas,

por agentes exógenos como o vento e água

resultando na característica geológica do lugar.

A maioria dos garimpeiros construía

suas casas utilizando as rochas abundantes no

local, numa espécie de construção sem

argamassa (Figura 2).

Figura 2 - Casa feitas com rochas, Igatu-BA. Fonte: foto

dos autores, 2010.

Esse estilo era chamado de "Pedra Viva"

e essas construções se espalhavam por boa parte

da serra, formando verdadeiros bairros. Depois

de abandonadas, as casas viraram ruínas que

lembram as construções de civilizações remotas

(Figura 3) e por isso muitos dos turistas

costumam chamar Igatu de "Machu Picchu

brasileira", uma vez que essas ruínas da vila

nem de longe se assemelham as ruínas sagradas

dos Incas, no Peru.

Figura 3. Ruínas referente a Antiga Usina de Energia

Elétrica de Igatu-BA. Fonte: foto dos autores, 2010.

Coleta de dados

Para a realização deste trabalho foram

elaborados levantamentos bibliográficos dos

trabalhos desenvolvidos em Igatu como o de

Carvalho & Nolasco (2007) que avaliaram o

potencial turístico de antigas trilhas garimpeiras

de Igatu. Para a caracterização do meio físico

em que se encontra Igatu, como clima, relevo,

geomorfologia, geologia, hidrografia, sendo

estes de fundamental importância para se fazer

uma análise ambiental da área de estudo,

considerando que tais dados interferem

fundamentalmente nas características dos

mesmos.

Após estes levantamentos, foi realizada

visita a campo para a observação e registro

dessas condições físicas. Para tanto, foram

utilizados produtos cartográficos como mapas e

imagens de satélite, com o intuito de melhor

localizar a área estudada e os pontos de

degradação. Após a localização, foram

elaborados registros fotográficos com o intuito

de melhor visualizar a área de estudo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nolasco (2002) salienta que a Chapada

foi colonizada em dois momentos: o primeiro,

antes das descobertas do diamante, com os

bandeirantes, criadores de gado e garimpeiros

de ouro, e o segundo, após as descobertas

oficiais dos diamantes em 1844. Neste caso, a

fundação das cidades foi lembrada da seguinte

forma pela autora:

Antes de 1842/1844, os povoamentos

existentes na região eram Mucugê (Santa Isabel

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do Paraguaçu), Campestre (atual Seabra), Brotas

de Macaúbas e Cocho do Malheiros. Com o

início da corrida garimpeira, em menos de 5

anos, já se encontravam de pé os núcleos de

Lençóis, Andaraí e Xique Xique de Andaraí,

hoje Igatu e Campos de São João, o primeiro

deles. Sendo que nos primeiros 20 anos após as

descobertas dos diamantes, o garimpo era tão

intenso que a possibilidade de troca da capital

do governo provincial para a Chapada foi

cogitada.

A Chapada Diamantina apresenta uma

das situações ambientais mais problemáticas, ao

longo de sua história, uma vez que o uso dado

ao seu solo reestruturou a dinâmica hídrica

regional. Segundo Nolasco (2008), na área é

crescente a transformação dos rios em rios

temporários, implicando redução de

disponibilidade hídrica e riscos de secamento,

como já ocorrem em outras Chapadas, zonas de

exceção do semi-árido nordestino.

O crescente domínio de substrato

rochoso, um desdobramentos do processo

garimpeiro que remove vegetação, solos e

coberturas sedimentares, vem destruindo

fisicamente os aqüíferos por esvaziamento das

fraturas que os contem, promoveram ao longo

de 156 anos exposição de rocha impermeável

em toda a região(Figura 4).

Figura 4 - Margens do Rio Caba Saco, Igatu-BA. Fonte:

foto dos autores, 2010.

Este processo destrói a retenção natural

da água, que a libera lentamente aos rios

garantindo volume de água e fluxos

permanentes, resultando em rápido escoamento

superficial, ampliação das cheias e do

esvaziamento de rios de serra, que se tornam

temporários. Enquanto isto, seus receptores,

pertencentes à rede de rios secundários da Bacia

do Paraguaçu vão sendo assoreados e tornam-se

aqüíferos, pois o fluxo superficial desaparece.

O processo pode ser piorado quando, o

crescimento urbano exageradamente rápido

promovido pelo turismo, ao precisar de material

construtivo retira, destes leitos, a areia lavada

que os assoreia e que retém um pouco da água

disponível, liberando-a para, ao escorrer ainda

mais rapidamente sobre substrato impermeável

redescoberto do fundo do leito e sair da região

em definitivo, momento em que toda a

microbacia passa a temporária (Figura 5). Este

processo em cadeia de rio secundário por rio

secundário reflete-se sobre todo o alto

Paraguaçu e influencia na estabilidade do

restante da bacia, amplificando períodos de seca

e dificultando manutenção de ecossistemas que

tendem ao secamento e a aridização, que já pode

ser apontado em todo o médio Paraguaçu,

associado aos demais problemas ambientais e

culturais.

Figura 5 - Rio Coisa Boa, Igatu-BA, época de estiagem.

Fonte: foto dos autores, 2010.

Paralelo aos impactos de origem química

provocados pelas atividades de mineração

próximas às cidades ocorre, com certa

freqüência, principalmente nas metrópoles

brasileiras, o impacto com degradação física.

Seus principais produtos explotados são: areia

(impura ou quartzosa), argila, rocha granítica,

quartzito, calcário e ardósia.

Silva & Silva (1999), pesquisando sobre

as variáveis que interferem nos problemas

ambientais gerados durante os desmontes de

rochas, alertaram para a aplicação de explosivos

durante o desmonte, afirmando ser este um dos

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principais problemas geradores de atrito entre as

comunidades vizinhas e a mineração.

Ele retrata que as empresas de mineração

e, sobretudo, criam vilas mineiras, que por outro

lado, atraem o crescimento demográfico local

através da infra-estrutura existente oferecida por

essas vilas. E o desenvolvimento desordenado

cria rapidamente confrontos entre a atividade

mineira e o urbanismo, citando três pontos

principais: a urbanização sobre antigas minas

(subterrâneas); a urbanização nas bordas das

minas e a urbanização sobre grandes pilhas de

estéril e a jusante destas.

O primeiro caso estaria relacionado a

problemas de estabilidade das obras (galerias)

subterrâneas, provocadas principalmente pela

infiltração de águas usadas na lavra e das águas

pluviais. A perda de estabilidade das estruturas

das minas subterrâneas pode fazer com que

essas não suportem o peso do próprio teto,

adicionado à formação de eventuais cidades ou

ao crescimento urbano que ocorre logo acima,

acontecendo em muitos casos, o abatimento do

terreno, fazendo com que bairros sejam

notoriamente engolidos.

Na urbanização nas bordas das minas o

confronto entre a mineração e a comunidade ali

instalada é provocado preferencialmente pela

produção de poeiras e vibração, afetando de

forma notória o que podemos chamar de

Qualidade Ambiental Urbana. Ele cita o

exemplo de Itabira-MG, onde uma empresa de

mineração, produtora de minério de ferro,

tornou-se o alvo constante dos ambientalistas,

apesar do desenvolvimento urbano ter

acontecido bem depois do início da atividade

mineral, mas em Igatu a atividade foi encerrada

e a população local não tem esse transtorno.

Para Verraes (2001) a urbanização sobre

grandes pilhas de estéril, as populações urbanas

correriam o risco com a falta de estabilidade das

pilhas de estéril provocadas pela introdução das

águas usadas e escavações aleatórias. Os

escorregamentos das grandes pilhas de estéril

representariam o principal problema. O autor

usa, entre alguns exemplos, o desaparecimento

de uma vila no Chile, construída de forma

desordenada a jusante da barragem de estéril,

quando mais de 200 pessoas foram

categoricamente sepultadas pelo

escorregamento de milhões de metros cúbicos

de sedimentos arenosos.

Bitar & Chaves (1997) citam alguns dos

principais efeitos negativos provocados pela

mineração em áreas urbanas, a saber: alterações

ambientais de risco, conflitos de uso do solo,

depreciação de imóveis circunvizinhos,

transtornos ao tráfego urbano, geração e

ocupação desordenada de áreas degradadas.

Além da atividade clandestina de

extração de diamante que também provocou

diretamente vários tipos de impactos sobre o

meio natural. Sendo este um dos principais

motivos que fizeram os organismos oficiais de

fiscalização interditarem todas as atividades

irregulares de garimpo na Chapada.

A dinâmica do meio ambiente é expressa

pelos processos ou fatores do meio. Mas, com a

intervenção humana, estes podem ser acelerados

ou retardados ou até suprimidos (Braga, 2003).

Neste caso, as operações necessárias para a

realização da mineração podem acarretar

alterações em processos do meio ambiente, as

quais, dependendo da sua significância, podem

constituir impactos ambientais com

conseqüências em longo prazo.

Principais impactos causados na

Chapada Diamantina para o caso específico

deste estudo distinguem-se pelo menos três

tipos de impactos derivados de forma direta e

indireta do garimpo, são eles: impacto sobre o

meio natural; impacto cultural e impacto social.

O garimpo manual de diamante que

ocorreu nos rios e nas encostas da Chapada

pode ser considerado como garimpo artesanal

ou de serra. São geralmente ocorrências com

pequenas quantidades de estéril a decapear, até

atingir o cascalho diamantífero, onde

geralmente o teor de diamante é mais alto

simplificando as operações de garimpo. Estas

condições, somadas à presença dos melhores

diamantes, favoreceram o verdadeiro rush do

diamante na região, culminando com a presença

de dezenas de milhares de garimpeiros nas

épocas da intensa atividade mineira chapadense.

Essa quantidade imensa de garimpeiros

que atuou nos rios, em suas margens e,

principalmente, nas encostas da Chapada,

operando durante mais de 130 anos, sem a

preocupação com ações mitigadoras e de

recuperação ambiental, foram, efetivamente, as

maiores responsáveis pela degradação do meio

natural, embora atualmente esse impacto

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negativo tenha sido reduzido com a recuperação

natural do ambiente.

Segundo depoimentos dos antigos

moradores e dos estudiosos pelo tema, o quadro

físico natural da Chapada Diamantina era

consideravelmente distinto do que se pode ver

atualmente. Sendo que o maior responsável por

essa modificação ou readaptação da natureza às

novas condições, foi o garimpeiro de serra.

Se comparar o método da extração

artesanal com o mecanizado (dragas), este,

realmente, se destacou como causador da

excessiva alteração nos vales da Chapada, mas

esse método só atuou com base em apenas três

itens, que acabaram por lhe atribuir menor culpa

pelo crime ambiental cometido na Chapada

Diamantina. São eles: espaço restrito, pois elas

só funcionavam nos vales onde havia

sedimentos aluvionares; período de duração

curto, variando entre 17 e 18 anos. Os garimpos

de serra duraram mais de 130 anos e

quantitativo reduzido, se comparado com os

garimpos artesanais nas épocas de mais intensa

atividade.

Os garimpos tradicionais ocorreram de

forma abrangente em quase toda a região da

Chapada com potencial mineralógico: nas

serras, nos vales, nos rios, nas grutas, em

qualquer lugar onde se desconfiasse que

pudesse haver diamantes.

A grande duração de sua atividade e a

quantidade de garimpeiros existente, aliada aos

métodos utilizados em regiões de sensibilidade

ambiental importante (como as nascentes, por

exemplo) apontam o garimpo artesanal como o

principal algoz da Chapada. A seu favor, tem-se

o longo período, ocorrido após os momentos de

maior intensidade da atividade garimpeira.

Hoje, para se saber como era o ambiente

natural há 100 anos é preciso recorrer a

pesquisas profundas e conversar com os poucos

indivíduos que acumulam duas características:

antiguidade e conhecimento do assunto,

podendo ser aí os velhos garimpeiros.

Com fundamento nos estudos registrados

acima, os principais impactos diagnosticados

causados pelo garimpo artesanal que

comprovam o grau de responsabilidade das

alterações negativas sobre o ambiente natural da

vila de Igatu, foram: Assoreamento da bacia

hidrográfica, Perda do solo, Desvio das redes de

drenagem natural e dos rios, Impacto sobre os

aqüíferos e nascentes dos rios, Criação de

boçorocas, Perda de vegetação, Presença de

sucatas e lixo nas frentes abandonadas de

serviço, Impacto visual, impacto sobre a fauna e

impactos de caráter sócio-econômico.

O assoreamento da bacia hidrográfica

ocorreu devido à grande quantidade de pessoas

que trabalharam nas encostas das serras, durante

um grande período de tempo, executou o

desmonte de barrancos e de sedimentos

diversos, onde o cascalho mineralizado podia

ser encontrado. Essa atividade quando era

executada a seco acelerava a erosão e o

carreamento dos sedimentos de menor

granulometria serra abaixo nas épocas das

chuvas, provocando a deposição descontrolada

nas redes fluviais mais próximas e causando o

seu assoreamento. O cascalho lavado durante o

beneficiamento também contribuía para tal

ocorrência, embora em menor quantidade.

Assim, uma grande quantidade de

material estéril era despejada encosta abaixo

sem a menor preocupação com a modificação

do regime de fluxo original dos rios da região

(Figura 6)

Figura 6 - Antiga área de garimpagem do Diamante. Rio

Coisa Boa, Igatu -BA. Fonte: foto dos autores, 2010.

Para isso foram construídos canais de

corrida para despejo dos sedimentos, visando,

inclusive reduzir o entulhamento nos locais de

serviço com o estéril produzido. Isto era feito

através de canais construídos pelos próprios

garimpeiros, com as águas desviadas para o

desmonte hidráulico do estéril existente.

Os sedimentos remanescentes, quando

haviam, ainda eram carreados com a chegada

das chuvas de ocasião, complementando o

assoreamento acima mencionado. Dessa forma,

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em qualquer situação, os rios da região foram

fortemente assoreados. Há depoimentos que

antes da atividade garimpeira, os rios possuíam

grande energia e suas águas fluíam sobre a

rocha fresca, com aspecto límpido, apresentando

sistema de cachoeira nos seus fluxos. Hoje, a

quantidade de sedimentos aluvionares é imensa,

as águas apresentam maior índice de turbidez e

o seu fluxo é mais lento.

Em relação à perda do solo, a pouca

quantidade de solo presente nas serras era

constatada pela sua fraca espessura, resultante

principalmente dos depósitos eluviais.

Naturalmente estes depósitos levaram um tempo

correspondente a uma escala geológica para

serem formados. Os solos resultantes dos

depósitos coluviais (grupiaras) foram da mesma

forma, removidos e perdidos com as enxurradas

que tombaram na região.

Os garimpeiros precisavam

constantemente retirar ou remover, de forma

desorganizada, esse solo para extrair o

diamante, sem preocupação em conservá-los

para uso posterior nas áreas atingidas. Da

mesma forma citada acima, quando os

garimpeiros não despejavam o solo removido

juntamente com o rejeito do minério, as chuvas

encarregavam-se desse papel. A recuperação

natural do solo perdido em alguns setores da

Chapada será difícil, haja vista a necessidade de

se dispor de um tempo considerável para a sua

recomposição.

Em muitos locais pode ser observado um

cenário característico desta ação, registrando um

exemplo típico dos depósitos tecnogênicos

pesquisados por Nolasco (2002), pela presença

de montoeiras de cascalho de grosso diâmetro

em grande quantidade, uma vez que a energia

das chuvas foi insuficiente para removê-lo serra

abaixo (Figura 7).

Quanto ao desvio das redes de drenagem

natural e dos rios, deve-se ao fato de as redes de

drenagem e os rios presentes nas serras eram

desviados até as frentes de garimpo, através dos

canais construídos com esse objetivo específico

ou eram represados em barragens construídas

para a utilização da água nessas mesmas frentes

de serviço. Esses canais possuíam como

objetivo conduzir a água das chuvas ou dos rios

e córregos até as frentes de garimpo para

possibilitar o desmonte hidráulico e o

tratamento rudimentar do cascalho, visando a

separação e obtenção do diamante. O desvio

dessas águas, além de consistir em impacto

ambiental, deve ter prejudicado as comunidades

localizadas à jusante.

Figura 7 - Montoeiras de cascalho às margens do Rio

Coisa Boa, Igatu-BA. Fonte: foto dos autores, 2010.

Nos vales, os rios eram também

desviados para as operações de mergulho e

catreamento na busca do diamante. Havia ainda

a necessidade de retirar a água contida no leito

desviado para facilitar a extração do cascalho.

Essa secagem se fazia com baldes, latas ou

ainda por bombas de sucção. O fato é que houve

obras de desvio e modificação dos leitos e isso

possibilitou o impacto no regime natural dos

rios, atingindo o meio e prejudicando os seres

vivos que dependiam do regime original da rede

hidrográfica.

Segundo Matta (2006) o impacto sobre

os aqüíferos e nascentes dos rios ocorreu uma

vez que boa parte dos rios da Chapada possui

nascentes oriundas de aqüíferos situados em

pontos elevados da Serra do Sincorá. Diversas

nascentes tiveram origem justamente nas

fraturas e em rebaixos originados das quebras de

declividade existentes nas encostas, onde eram

preenchidas por sedimentos e matacões que

retinham e evitavam a evaporação das águas,

incluindo aí o cascalho coluvial com diamante.

Sobre essas estruturas ainda se encontrava uma

vegetação típica que ajudava a manter a

umidade. Nos locais promissores, os

garimpeiros efetuavam a secagem do aqüífero,

para facilitar o serviço de penetração e retirada

do cascalho objetivado. Assim, os garimpos que

existiram nesses locais destruíram muitos

aqüíferos que alimentavam a rede de nascentes

da Chapada.

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Algumas vezes as fraturas eram

ampliadas com explosivos, prejudicando ainda

mais o papel natural da nascente, assumido

anteriormente por essas estruturas. Com a

diminuição das nascentes, houve a redução do

fornecimento d‟água à rede hidrográfica da

região, impactando negativamente o meio. Esses

impactos foram importantes, considerando que

praticamente todas as fraturas e locais

mineralizados, que constituíam antigos

aqüíferos, foram garimpados antigamente.

Em relação à criação de boçorocas, o

garimpo de barranco executado por várias

frentes de serviço nas encostas e vales da

Chapada delimitava um quadro típico de uma

boçoroca. O próprio objetivo dessa técnica era

retirar a capa de estéril existente com desmonte

hidráulico, para expor ou capturar o cascalho

mineralizado. Dessa forma os horizontes B e C

eram expostos claramente dificultando, bastante

a recomposição da vegetação no local atingido e

provocando notório impacto visual.

A perda da vegetação foi algo inevitável

em Igatu. Para se extrair o minério em quase

toda modalidade de garimpo, muitas vezes era

necessário retirar a vegetação local para limpar

a frente de serviço de extração e assim permitir

o seu funcionamento adequado. A vegetação era

retirada antigamente por ferramentas manuais

quando se realizava o destocamento das árvores,

depois se aderiu às queimadas, que mal contro-

ladas provocavam incêndios generalizados nos

campos da Chapada Diamantina.

Nota-se ainda a presença de sucatas e

lixo nas frentes abandonadas de serviço. Ainda

podem ser constatados a existência de

equipamentos, utensílios, tubos, mangotes e lixo

em geral, materiais estes utilizados tanto pelos

garimpos manuais como pelas de draga, nas

áreas abandonadas de serviço. São sucatas de

difícil desintegração, poluindo o ambiente local

(Figura 8).

O impacto visual está direta e

indiretamente relacionado aos impactos

descritos anteriormente. A desfiguração do

cenário natural pode ser ainda observada pela

retirada da vegetação, pelo assoreamento dos

rios, pelas sucatas e lixo abandonados no

terreno, pelos incêndios nos campos provocados

com as queimadas para limpar as frentes dos

garimpos, entre outras ações. Evidentemente

esse tipo de impacto negativo foi o mais

camuflado com o tempo. Hoje é mais difícil

diferenciar se um determinado aspecto de uma

paisagem em um local qualquer, teve ou não

influência do garimpo.

Figura 8 - Equipamentos abandonados nas áreas de

serviço em Igatu - BA. Fonte: foto dos autores, 2010.

Os impactos sobre a fauna ocorreu

principalmente porque muitos garimpeiros

caçavam com freqüência nos arredores do

garimpo, apesar do fornecimento de alimentos

do meia–praça (sócio dos garimpeiros

responsáveis pelo custo do garimpo). Além

disso, a remoção da vegetação local afetava

sobremaneira o habitat dos animais que dela

dependiam, forçando-os à fuga, quando a

queimada não os matava. Outro fator a

considerar foi o assoreamento dos rios, que

também alterou bastante o habitat da flora,

fauna e microfauna aquática existente.

Após a coleta de informações perante a

comunidade da Chapada, foram discriminados

os principais reflexos negativos diagnosticados

nesta pesquisa em relação aos aspectos sociais e

econômicos, através de uma avaliação

qualitativa. Entre eles, os seguintes se destacam:

Extinção dos negócios ligados direta e

indiretamente ao garimpo; Aumento do

desemprego; Redução do comércio; Redução do

movimento bancário; Redução dos negócios em

outros setores da economia local, como:

construção civil; aluguéis de imóveis; serviços

de mecânica, serviços administrativos e de

infra-estrutura; Emigração considerável de parte

da população; Problemas de saúde,

principalmente alcoolismo e depressão e

Redução da atividade administrativa local.

Esses impactos de caráter sócio-

econômico, que certamente diminuíram a

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qualidade ambiental das cidades da Chapada,

foram observados principalmente nos quatro

primeiros anos após a interdição do garimpo

(MATTA, 2006).

Enfim, conclui-se que após a pesquisa

realizada perante a população e os organismos

oficiais, a alternativa sugerida pelo governo

(investimentos no turismo) não foi suficiente

para resolver os principais problemas da

comunidade das Lavras Diamantinas: o

desemprego e a fraca economia da região.

4. CONCLUSÃO

Concluí-se que a atividade garimpeira na

região de Igatu-BA ocasionou sérios danos

ambientais e não basta diagnosticar os processos

erosivos e os impactos ambientais resultantes

desses processos, mas deve-se buscar

alternativas e ações governamentais cabíveis,

através de medidas preventivas que devem ser

adotadas de imediato para que ocorra uma

recuperação e conservação destes recurso

natural.

O garimpo foi o evento que mais

caracterizou a região da Chapada Diamantina.

Toda a história do povo chapadense, resumida

em crises, apogeus e em acontecimentos

marcantes, está relacionada com a atividade

garimpeira, que ocasionou significativas

alterações ocorridas nos processos do meio

ambiente, influenciando a dinâmica natural da

região e causou considerável impacto sobre o

ambiente antrópico, prejudicando a identidade

cultural da Chapada.

Devem-se buscar alternativas e ações

governamentais cabíveis, através de medidas

preventivas que devem ser adotadas de imediato

para que ocorra uma recuperação e posterior

conservação dos seus recursos naturais, melhora

da qualidade de vida das populações locais. O

impacto cultural, em compensação, pode ser

atenuado através de ações que relacionam

diretamente a extração artesanal à atividade de

turismo.

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______________________________________ 1 – Alunos bolsistas de Iniciação Científica, Curso de

Biologia da Universidade Estadual de Feira de Santana

( [email protected]) ([email protected])

2 – Pesquisadores do Programa de Pós Graduação em

Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente da

Universidade Estadual de Feira de Santana

([email protected] ) ([email protected])

3 – Mestranda do Programa de Pós Graduação em

Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente da

Universidade Estadual de Feira de Santana

([email protected])