quadro economico e os fisiocratas

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  • 5/10/2018 Quadro Economico e Os Fisiocratas

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    ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOLiTICA

    Q u e s n a y e a f i s io c r a c ia : 0 d e s e n v o l v i m e n t od a t e o r ia e c o n 6 m ic a n o secu lo X V I I I

    Ravlo Mesquita SaralvaMe stre em E c on om ia pelo p ro gr ama d e E s tu d os P 6 s-g ra du ad o s em E c on om ia P o litic ad a P UC - S P e p ro fe ss ord o d epa rta me nto d e E co no mia d a F EA - P UC /S P

    IntroducaoEs te a rt igo t er n 0 i nt ui to d e ana li sa r 0 pensamen-to d e F ra nc ois Q u es na y e d os fis io cra ta s, re co ns tru -indo 0 c on te xto h is to ric o e o s p rin cip ais c on ce ito sda teoria eco no mlca p resentes n a o bra d e F ranco isQ uesnay e seus seguidores.D estacam -se funda-m en talm ente , tres aspectos fundam en tais: av in cu la ~a o d es ta "E sc ola " c om a d ou trin a lib era l;a teo ria fls iocratica do valor e seus desdobra-m en to s e 0 fu n cio n amen to d o Table au Econom iq u e(Q uadro E con em ico ), con sid erad o aq ui co mo u rn"m odele econom lco" inovador, e laborado com

    elevado grau de abstracao e que teve um a reper-cussao m uito sign ificativa na teoria eco no mlcapo sterio r, n os seculo s X IX e x x . Aponta -s e p ar aum a d iscu ssao co m respeito as div ersas in terp re-ta co es so bre 0 fu nc io nam en to e 0 s ign if ic ado doQ uad ro E co no mlco, inco rpo ran do n este top ico aapresen tacao de um a versao am pliada do Q uadro(m o de lo e la bo ra do p or R on ald L .M e ek ) e d is cu tin -d o -s e s eu s ig n ifi ca d o.C om o fu nd arn en to p ara e sta d isc us sa o, u tiliza -se a teo ria m arxista d o v alo r qu e e r etomada c omo

    con trap onto a um a teo ria fisiocratica b asead a n ap ro d uc ao f is ic a.Aspectos gerais e contexto hist6rico

    O s fisiocratas podem ser defin idos com o urngru po d e p ensad ores qu e d estacaram -se n o p ensa-m en to frances durante aprox im adam ente duasdecades (I756-1 776). fo ram conhecidos na suae po ca c om o L es e co nom iste s (I). T endo a fren te afigu ra de F ranco is Q uesnay , qu e p od e ser con fu n-dido com a propria "escola", segu ido de ou trosim portan tes d iscipulos, ta is com o: M arques deM i ra be au ; L e T ro sn e; D u po nt d e N emou rs , 0 abadede B audeau , M ercier de L a R iviere e M argrave deBaden .N o rm a lm e nte a ss oc ia -s e fis io cra cia a o T a ble auE con om iq ue (daq ui p ara a frente d esig nad o co mo

    Quadro Econern lco ou apenas Q uadro ), queem bo ra te nh a sid o um a c on trib ulc ao te oric a m u itore le va nte n ao p od e o bs cu re ce r o utro s re le va ntesp on to s d e v is ta d este im p orta nte g ru po , ta is c om o :a ordem natural; a dou trina da produtiv idadeex clusiva da agricultura; con ceito d e riqu eza; asfu n~ 6e s d a c la ss e p ro prie ta ria ; a s Iu nc oe s g ov em a -m entais; a d efesa d e u rn com ercio internacio nals em re gu lam en ta co es e o utro s.

    N a verdade, pode-se concordar com G ide eR iste) quando afirm arn que a idade dos fundado-re s d a c ie nc ia ec on orn lc a c orn ec a c om o s fisio cra -tas e seus discipu los e ainda que, entre todas asc ie n cia s, a E c on o rn ia e um a das que possuem datad e n as cim e nto n itid am e nte d efin id as .

    Haney e ) p artiIh a d a m e sm a o pin ia o, a cre sc en -ta n do q ue o s m e rc an tilis ta s ja h av iam a pre se nta dourn avanco em term os de com preensao da proble-m a tic a e co nom ic a, p o is d isp en sa ram um a a te nc aoem se para do a s q ue st6 es e co ne rn ica s e o s flsio cra -ta s a pr es en ta ram , a le rn d e sta u ltim a c ar ac te ris tic a,u rn carater de com preensao e au tonorn izacaom a rc an te s. N a v erd ad e, o s fis io cra ta s fo rm a ram 0p rim e iro s is tem a d e e co nom ia p olitic a.P od e-se a firm a r c om se gu ra nc a q ue o s fisio cra -tas m a rc am um a im p ortan te p as sa gem n o. s en tid od a a uto nom iz ac ao d a E co nom ia , e nq ua nto d en cia ,em bora esta ultim a so va alcar voo proprio apesA dam Smith qu e, ao co ntrario d os fisio cratas q ueap resentaram uma ob ra esparsa no tem po, fo rm u-lo u um a o bra s iste m atic a so bre E co nom ia .

    P ara c omp re en de r-s e a a bo rd ag em fis io cra tic an a s ua to ta lid ad e, fa z-se n ec es sa rio te r em v is ta 0c on te xto h is t6 ric o em q ue s ua te oria fo i fo rm u la da .D en tr e e ste s a sp e cto s h is to ric o s, v a le re ss aIt ar d o is :1 . D o pon to de v ista da politic a econem ica, afis iocracia m arca um a rea~ ao ao p ro cesso d esen -c ad ea do p elo c olb ertism o o u in du stria lism o, fo rm aa ss um id a p elo m e rc an tilis rn o fra nc es , c om a nd ad o

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    ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOLlTICA

    pelo contro lador geral das financas de Lu is X lV ,Jean B ap tiste C olb ert, q ue p red om in ou n a F ran cadurante 0 periodo de 1661 a 1 68 3 e te ve c on tin u i-d ad e n as g esto es d e o utro s m in istro s d e L uis X IV eLu i sXV .A p olitica eco nomica d este p erio do fo i v oltad aa b us ca in ce ss an te d e s up era vits c om e rc ia is . N e stesentido, 0 pro tecion ism o no com erclo in terna-cio na l, a reg ula m en ta ca o d as ativ id ad es ec on om i-c as in te rn as ( so bre tu do 0 in ce ntiv o a o d es en vo l-v im ento da producao de m anufa turas rea is) e 0

    ab an do no re lativ o d a a gricu ltu ra, q ue e v ista com ourn se tor que proporc iona poucos lucros nocom erc io in tern ac io nal, sao ca ra cteristic as m ar-can tes desta epoca. V ale lem brar qu e 0 ministroCo lb er t p ro cu rou r es tr in g ir 0 consum o de bens deluxo por parte d a pop ulacao , com a prom ulg acaod os ed ito s su ntu ario s, p ois d esta fo rm a p od eria-seaum entar a ' exportacao de bens que ating iam6 tim o s p re co s n o m erc ad o in te rn acio na l.S eg u nd o a c on ce pc ao m e rc an tilis ta , 0 acumulod e m oed as e m eta is r,recio so s cau sam 0 aumentod a riq ue za n acio na l ( ).E ste co nce ito e se m elh an tea u rn c on ceito d e riq ue za in div id ua l.2 . A Franca ja atravessava tran sto rm acoesag rico la s q ue iam n o sen tid o d e in tro du zir m eto do sc api ta li st as na ag ri cu lt ur a.A re giao n orte d a F ra nca n este p erio do ap rese n-tav a re lacees d e assa lariam en to o nd e ja ap areciaa figura do arrendatario (ferm ier), enquanto am aioria das outras reg ioes (sobre tudo 0 suI)ap resen tav am a ex plo racao ag rico la em p eq uen a

    propriedade e com 0 p redom inio de m eeiros(m e ta ye r) . N a re gia o o nd e a p ro d utiv id ad e a gr ic olae ra m a is e le va da , 0 empre go d e c av alo s e ra d if un di-do , ao passo que nas outras reg lo es predom inavaa u tiliz a~ ao d e b ois .Q uesnay abordou , num de seus escritos(s), asu perio rid ad e d o u so d e cav alo s em rela~ ao ao u sode bois na agricu ltu ra, po is com a utiliza~ao dosp rim e iro s a p ro d utiv id ad e a gr ic ola c re sc ia mu ito .N o q ue d iz resp eito a e ste tex to , Q u esn ay m o strac1aram ente que apenas 1 /8 das terras francesas

    eram cultivad as sob reg im e de arrendam ento emcontraposlcao ao restan te das terras que eramcultivadas por m eeiros, confo rm e apontadoanter iormente .A p esar d a ca rac teristic a a nterio rm e nte c itad a,Q uesn ay co nsid ero u p ara efe ito d e m od elo eco no -

    m ic o (Q ua dro E co no rn ic o) u rn re in o c ultiv ad o c omos m elhores m etodos conhecidos, ou seja , pe loreg im e d e arren dam en to q ue in clu i tecn icas m aism odernas de cultivo . A partir d isto , no ta-se 0e lev ad o g rau d e ab stracao p resen te n a elab oracaod o Q uad ro , co nfo rm e se v era m ais ad ian te .o conceito de riqueza e a questao dotrabalho produtivo e improdutivo

    A os fisio cratas, ju nlam en te co m P etty e C an ti-lIo n(6 ) co ub e a in tro du ca o d e u rn n ov o c on ceito d eriq uez a, d iv erso d o m e rca ntilista , q ue tran sferiapara 0 cam po da producao 0 poder de criarr iq u ez as e 0 e xc ed en te c om 0 ob je ti vo de a cumu la r.E ste n ov o co nceito d e riq ueza en trav a em ch oq uecom a crenca m ercan tilista de 'que a riq ueza e seuaum ento deviam -se ao superav lt no balance decom erc io e ao acum ulo de m eta is preciosos.Segundo Q uesnay , a riqueza de um a na~ao estad ire ta m en te re lac io nad a ao v olum e d e b en s p ro du -zidos com 0 in tu ito d e sa tisfaz er n ec essid ad esh um an as o u p ro du zir n ov os b en s.E impo rta n te f ris ar q u e a I ormu la ca o f ls io c ra tic adesloca defin itivam ente a analise da esfera dacircu lacao p ara a esfera d a p ro du cao , p ois 0 lucroe v isto com o o rig in ario d a p ro du cao a gric ola, v aled ize r, e ste seto r e 0 u nic o q ue a pre se nta c on dic oe sde repor os d lspendios e gerar urn rend im entoex trn . 'O s f is io cr ata s d is tin gu ir am tr ab alh o p ro du tiv o eim pro du tiv o e c1 assificaram a ag ricu ltu ra co mounico ram o produtivo da econom ia , sendo queesta classlllcacao esta presen te em toda obra de

    Quesnaye s eu s s egu id o r e s , Para 0 le ito r c omum ,este ponto de vista parece estranho , m as sea te n ta rmo s p a ra 0 momen to h is t6 ric o d e d es en vo l-v im en to da fisiocracia, esta ab ordagem pode serco mp reen did a d e uma m an eira m ais clara .D e acordo com Den ise) pode-se destacar asseg uin tes razoes com o aquelas que conduziramQuesnay a c on sld er ac ao d a a gric ultu ra c omo u nic os eto r p ro dutiv o :1 . Q uesnay viveu num a epoca em que a indus-tria e ra p ratica m en te a rtesa na l e 0 l ucro indust ri a l

    era co nfu nd id o com 0 ren dim e nto d o trab alh o d osar tesaos ;2 . 0 fato d e Q uesn ay ser in im ig o d o m ercan tilis-m o, levou-o a considerar a ind ustria e 0 comerc ioeste re is, p ois e ste p en U ltim o se to r re ce be u am ploap oio na gestae de C olbert;

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    3. 0 fato d e Q uesn ay te r-se en ob rec id o trab a-Ihando com o m edico do rei (L uis X V), levou-o aa dq uirir uma p ro prie da de ru ra l em N iv ema is, c ujo scu id ad os in flu iram co nsid era ve lm ente so bre seupensamento ;

    4 . N a epoca de Q uesnay , 0 ex ced en te e conom l-co aparecia de um a m aneira m uito m ais ev iden tena agricuJtura do que nas ativ idades artesanais.Excedente visto em term os de quantidade dev alo re s d e u so . S om e nte n a a gric ultu ra fic av a c la roque 0 to tal de insum os utilizados era inferio r aoproduto produz idot ' ) . Nas p a la v ra s d e u rn f is io c ra taita lia no , p od e-se m o stra r c om p erte ic ao e ste fa to :"D e a o c oz in he iro c erta q ua nti d ad e d e e rv ilh as,a fim d e p rep ara-las p ara 0 a lm oco; ele as pora nam esa bern .cozidas e bern preparadas, m as nam esm a quantidade que recebeu; em contrapar-tid a, d e ig ua l q ua ntid ad e a o ja rd in eiro , p ara p la nta -l as . Chegado 0 tempo , r es titu ir -l he -a e le p e lo meno so quadruple da quantidade receb ida . E is al av erd ad eira e u nic a p ro du ~a o" (~ .N a verdade, pode-se afirm ar de acordo com

    M arx e R olI(''1 q ue o s fisio cra tas c1 assific av am aagricuJtura com o produtiva , po is som ente nela ariq ueza co n creta d e b en s u teis e ra m ais v isfv el. N av erd ad e, e sta s o pin io es. c om p lem en tam a v isa o d eHen ri D en is .E m outras palavras, vale destacar que os fisio -cratas, a excecao de B audeau e T urgot, sem preassu miram a tese d e q ue a in du stria era o rg an iza daem bases artesanais e nao manufatureirasl"). ' Estac la ss iti ca cao n ao s ig n if ic a uma d ls to rc ao d a r ea lid a -d e v iv id a p e lo s fis io cra ta s, uma v ez q ue 0 desenvol-

    v im en to in du stria l d a F ran ca n aq uela ep oc a ain dan ao h av ia ( 1 2 ) revolucionado 0 p ro ce sso d e p ro du -~ao industrial, tal com o ocorreria na Ing la terrad ura nte a R e vo lu ca o In du stria l.C om o c on clu sao , a id eia q ue se d ev e rete r e queo s fis io cra ta s c on sid era vam que a pe na s a a gric ultu -ra era capaz de gerar excedente, enquanto ain du stria n ad a a cre sc en ta , a pe na s re po e o s v alo re sco nsumid os n o p ro ce sso d e p ro du cao , in clu siv e asom a d os g asto s n ecessaries a rn an ute nc ao d osfabricantes.E d e re le va nc ia sig nific ativ a, c on sid era r q ue ema lg un s e sc rito s d os se gu id ore s d e F ra nc ois Q u esn ay, in clu siv e n a se gu nd a e te rc eira v ersO es d o Q ua droE co nomico co nsid era-se como p ro dutiv as n ao soas ativ id ade s ag rfco las, m as tam b em a m in eracao

    e a pesca. A lguns h isto riadores do pensam entoeco nomico c om o H an ey (,3 ) , a ceitaram a in clu sa od estes d ois seto res sem m aio re s p ro blem as. N estetra ba lh o, em c on co rd an cia c om Kuntz (,4 ), p re fe ri-m os buscar apoio na autoridade teorica de Q ues-nay que resolveu defin itivam ente esta duvida nas egu in te p a ss ag em :

    "A c 1a sse p ro du tiv a e a que faz renascer asriquezas anuais da na~ao atraves do cultivo doterrito rio , a que faz os ad ian tam entos para osgastos nos trabalhos agrlco las, e a que pagaan ualm en te o s ren dim en to s d os p ro prieta ries d aste rra s. In clu em -se n o Ambito d esta c 1a sse to do s o straba lhos e todos os gastos por ela rea lizados atea prim eira venda dos produtos; e por esta vendaque se conhece 0 valor da reproducao anual dasriq ue za s d a n ac ao " ( 'S ) .A partir daqui surge um a polem ica que vale ap ena d e sta c ar . E n o q ue d iz re sp eito a classlflcacaodo com erc lo e da industria com o esterels ouim p ro du tiv os. S eria o u n ao um a "h um ilh ac ao ", 0fato de Q uesnay c1assificar estas classes com o

    e ste re is ? N a o pin ia o d e G id e e R is tO a c la ss ilic ac aofeita p or Q uesn ay n ao tev e 0 ob je ti vo d e d e sp re za rin du stria is e come rcian tes, m as ap en as re ssaltarque a industria nada adiciona, apenas repoe osvalores consum idos no processo produtivo . J e iA dam Sm ith l) tec e uma critica v ig oro sa co ntra o sf is io c ra ta s, a firmando qu e e le s hum il ha ram a c1 as sedos artifices, m anufatores e com ercian tes. Suaargumentacao e sim ples e bastan te obje tiva. E leafirm a que a c1asse dos m anufatores apesar de" ap en as " tra ns fo rm a r o s ma te ria is c on sum id os n aodeixa de produzir algo , ao contrarlo de outrasc la sse s s oc ia is (n a o pln ia o d e Sm ith , e rro ne amen teequiparadas aos m anufatores) que so gastam ,com o os criados dom estlcos e 0 exercito . A spalavras do proprio Sm ith sin te tizam bern suaspos icoes :

    "Entretanto, 0 e rro c ap ita l d este sistem a p are ceresid ir no fato de ele apresentar a c1asse dosa rtific es, m a nu fa to re s e c om e rc ia nte s c om o to ta l-m e n te e ste ril e imp ro du tiv a" O .A tentando-se para outro aspecto, alern desta

    d iscu ssao , de ve-se co nsid erar q ue a im po rtan ciados fisiocratas reside no fato de terem side osprim eiros a situar 0 aparec im ento do produtoJfqu ido dentro do processo produtivo . 0 proprioM a rx d estac ou com ap ro vaca o, 0 fato d os fisio -Mesa X . 27

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    cratas terem d eslo cado a pesq uisa so bre as origemd a m ais-v alia , d a esfera d a circu lacao p ara a esferada producao im ediata, lancando assim , os Iunda-m en to s d a an alise d a p ro du cao cap italista O .A inda tendo por base M arx, pode-se d izer queo s fis io cra ta s id en tific aram c orre tam en te a o rig emd a ma is -v alia n a p ro du ca o, e qu iv oc aram -se p orem ,ao atribu ir a origem da m ais-valia a n atu reza e aterra, co ntrib uin do assim , p ara m istificar a o rig emdo exceden te () .D e acordo com 0 sistem a concebido pelos

    f is ioc ra ta s, pe rc ebe -s e c1ar amen te 0 funcionamen-to da econom ia capitalista. A partir da criacao doex ced ente m aterial na agricu ltura, tod as as o utrasatividad es serao m ovim en tad as. Isto sera m elh orp erceb id o qu an do apresen tarm os 0 Iunciona-m ento do Q uadro E co nomico (v er ad iante).Questoes referentes a valore preco na visao fisiocraticaConform e apontam entos elaborados no itema nte rio r, p erc eb e-se c 1a ram en te q ue o s fis io cra ta snao apresen taram urn teoria do valor no sen tidoq ue esta adq uiriu em D avid R icardo e K arl M a rx . N av erd ad e, Q u esn ay 5 6 c on se gu e v isu aliz ar a mu ltip li-cacao ffsica dos valores de usa, razao pela qual,en xerga o s au men to s de pro du cao e prod utiv idad ee xc lu siv amen te n a a gr ic ultu ra .N o tex to "H om en s"O Q uesn ay ab orda a q uestaodos valores e dos precos, apresentando algunsconceitos que posteriorm ente lrao d ifundir-se,em bora de m aneira m odificada, por toda econo-m ia p olitica do secu lo X IX .Q uesnay c1assifica com o riquezas venais oucorn erciav eis, aqu elas q ue o s po ssu id ores p od emvender e que sao procuradas pelos com pradores;a m oeda e d en om in ad a d e riq ueza p ecu niaria; 0p r eco s ign if ic a 0 valor ven al das riq uezas co mer-c ializav eis e a d eno rn ln acao b en s e u tilizad a p arac ara cte riz ar a qu ele s e lem en to s q ue n ao c on stitu emriq uezas v en ais tais com o 0 ar, a agua e todos osbens que sao encontrados em tal abundancia, quen ao e sta o su je ito s a cornercial izacao.Q uesnay apresen ta um a nitida d istincao entre

    v alo r v en al ( va lo r- de -tr oc a) e v alo r - de -u so , a firman -do que 0 seg und o nao e d eterm in ante d o p rim eiro .N a v erd ad e, a d istin cao e ntre o s p ro du to s alim en ta-res e 0 diam ante, feita pelo au tor guarda um asem elhanca m uito grande com 0 parad oxo sm i-

    thiano da agua e do diam ante."0 d iam ante, a m enos util das riquezas com er-claveis, tern quase sempre urn valor venal queu ltra pa ss a d e mu ilo 0 d as riq uezas alim en tares. D efato, excetuada um a escassez ex traord inaria der iquez as a limen ta re s 0 valor do diam ante sem preex cede de m uilo 0 destas'I).A m oeda e considerada por Q uesnay com o urnsim ples m eio de troca e nunca com o um a reservade valor ou represen tan te da riqueza de um anacao, 0 fato de Q uesnay fazer esta con sideracao

    sobre a m oeda, m ostra m ais um a vez sua preocu-pacao em criticar 0 m ercantilism o, po is estadoutrina, conform e apontado anterio rm ente,ju lg ava q ue 0 acurnulo de m oeda significava 0acum ulo de riqueza de um a n_~sao .o volum e de dinheiro de urna nacao e inteira-m ente regulado pela reproducao anual im pulsio-n ad a p ela ag ricu ltu ra. S e as d esp esas d irecio nam -se corretam ente (ver ad ian te) para as ativ idadesagricolas, a reproducao anual sofrera urn acres-cim o qu e ira o casio nar urn crescim en to n o vo lu med e d in he iro em c irc ula ca o.A pas sag em seguin te de Q uesnay ilustra berne ste fa to :

    "0 volum e de dinheiro dum a nacao naopode crescer senao na m edida em que essarep ro du cao crescer; d ou tro m o do , 0 acresci-m o do volum e de dinheiro 56 pode obter-seem detrim ento da reproducao anual dasriq ue za s. O ra , 0 d ecrescim o d esta rep ro du -~ ao acarretaria n ecessariam en te, e em b rev e,a d im inuicao do volum e de m oeda e 0 empo-b recim en to d a nacao: ao passo que 0 volu-m e de moeda pode decrescer num a nacaosem que dim inuam as riquezas porque,quando se e rico e se d ispoe dum comercioliv re e I ac il, p o de s ub stitu ir -s e 0 d in he iro d em uitas m aneiras; m as nad a p od e sup rir, semprejufzo , a falta de reproducao anual dasriquezas pr6prias para 0 bern estar doshomens"() .

    Q uesnay desen vo lv eu aind a, 05 co nceito s depreco fundam ental, que e estabelecido pelas des-pe sa s ne ce ss ar ie s a re aliz ac ao d e u rn d ete rm in ad op ro du to .E ste c on ce ito g ua rd a a lg um a sim ila rid ad ecom 0 conceito de preco natural de A dam Sm ith.A p re se nto u ta rn be rn ,o im p orta nte c on ce ito d e b ornpreco (bon prix) que e aquele suficiente para

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    cobrir 0 p re co fu nd am e nta l e p erm itir a o a gric ulto rm anter-se no seu ram o de producao, EmboraQ uesnay tenha chegado a esta constatacao, naod ese nv olv eu um a ex plica ca o satisfa t6 ria d e c om os e fo rm a va 0 bor n p re coO s d ois c on ce ito s d ev em se r e n te n did os d en trode um a abordagem m ais am pla do liberalism oeconornico de Q uesnay . Som ente atraves da naoregulam entacao e que a econom ia se ajustariaIivrem ente e as m ercadorias seriam vendid as porbons precos que incentivariam a am pliacao da

    p ro du ca o p or p arte d os a gric ulto re s, 0 que teria aconsequencla de aum entar a prosperidade dan a~ ao . A p artir d isto , p od e-se en te nd er a se gu in tea firm a ca o d e Qu es na y:" E pela abundancia e pel a con s tante carestiados generos com erclaveis de um a na~ao qued ev emo s ju lg ar s ua p ro sp erid ad e e o pu le nc ia " 0A ntes de p rosseg uirm os na analise e de funda-men ta l impor tan ci a, 0 e nte nd im e nto d o c on ce itode "ordem natu ral" que cumpre, no sistem aflslo cra tic o, u rn p ap el semelh an te a m ao in visiv el

    d e A dam Sm ith . I'A Ordem NaturalTodo d es en vo lv imen to d a te or ia f ls lo cra tic a e stan ortea do n um a p re ten sa o rd em n atu ra l d e in sp ira-~ao divina. E sta ordem natu ral significa que ass oc ie da de s s ao re gid as p or le is n atu ra is ; a s m e sm a sq ue g ov ern am 0 m undo fisico ,o reino anim al e. vegetal ou a vida no interio r de urn organism o. H aque se ter em mente que Quesnay era m edico eadm ira do r d a c om p lex a fo rm a d e fu nc io name ntodo corpo hum ano, basicam en te do aparelhocircu lat6rio , descrito no seculo an terior pelom ed ico anatom ista e fisio lo gista ingles W illiamHa rv ey (1 57 8-1 65 7). D e sta fo rm a , tra ns fe riu e ss aa dm ira ca o p elo fu nc io nam en to n atu ra l d o o rg an is -m o hum ano, para a econom ia.E sta o rdem natural nao conhece fronteirasnacionais, constitu indo-se basicam ente num aconcepcao naturalista de sociedade, onde osIenem enos econem icos sao governados por le isa na lo ga s a s le is fis ic as e e sta s le is p os su em c ara te r

    universal em todos o s tem pos e lugares, cabendoao ser hum ano respeita-las na sua organizacaosocial .Mu i ta s v ez es , a s oc ie da de p od er ia e sta r d es via dade sua ordem natural por u rn govem o que im ptie

    regras que a to rn am um a sociedade arbitraria . ap artir d este p on to , d ev e b usc ar-se 0 fundamentoda defesa d o liv re cornercio e a critica ao excessode regulam entaco es, tao com um aos textos flslo-craticos.U rn e xemp lo d e so cied ad e o nd e as le is d esv iam-se da ordem natural, encon tra-se na seguin tepassagem:"Frequentemente , 0 d ir eit o l eg it imo r es tr ing e 0direito natu ral, porque as le is d os ho m ens nao saotao perfeitas quanto as le is do A utor da n atureza e

    porque as le is hum anas sao, po r vezes, surpreen-d id as p or m o tiv os d e [u stic a n em semp re re co nh e-cid a p ela raz eo e sc lare cid a - 0 qu e o b rig a, d ep o is ,a sa be do ria d os leg isla do re s a a b-ro ga r a s leis q uee le s m e smo s fiz eram . A in fin id ad e d e le is c on tra di-t6 ria s e a bs urd as e sta be le cid as s uc es siv amen te n asn ac oe s p ro va , man if es tamente , q ue a s le is p o sitiv ases ta o su je itas a a tasta r-se m u ita s v ez es d as re grasim utaveis da [ustica e da ordem natural m aisv an ta jo sa a s oc ie da de "O .Nes te sen tido, 0 d es en v olv imen to d a d o utr in a d a

    o rd em n atu ra l re sp ald ou a a ve rs ao d os fisio crata sa o e xc es so d e re gu la rn en ta co es m e rc an tilis ta s q uen a su a o pln ia o.. p re ju dic av am a p ro du cao . N un case pode perder de vista a m axim a flsiocratica:" la i ssez -f a ir e , l a is sez passe r "O. Es te par ad igma , quep oste rio rm en te fo i in co rp ora do em. d efin itiv o aod is cu rs o d os e co nom is ta s Iib era is , s in te tiz a a id eiade que as acoes individuais (que nao devem serb lo qu ea da s p elo p od er g ov em am en tal) p od em se rex ecutadas Iivrem ente e d esta form a p rom over 0b ern g eral. .o respeito do governo e dos individuos paracom a ordem natural perm itira que a sociedadeprospere sem prob lem as e assim consiga, pelodesenvolvim en to d a agricu ltu ra organizad a embases capitalistas e por um a organizacao livre dore sta nte d a a tiv id ad e e co n om i ca , a tin g ir u rn fu n cio -n am en to h arm on io so d a so cied ad e c om o u rn to do .Em outras p alavras, a dilusao da econom ia m er-cantil funciona no sen tido de afirm ar a ordemnatural .E im p ortan te frisar q ue a o rd em n atu ra l co nsti-lu i um a Io rca que rege as ativ idades hum anasindependenlem ente da von tade dos pr6priosin div id uo s. N e ste s en tid o c on stitu i u rn p ara digm ap re -e st ab e le c ido que se ri a 0 ideal a ser alcancado,Po r e s te mo tiv e, N apo le on iO rn o str a q u e 0 discurso

    Mesa X . 29

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    ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOLITICA

    Iisio cra tico n ao se Iim ita ap en as a d escrev er u madada situacao , m as ju lgar a sociedade fren te a urnparadigma.N ota-se tam bern na questao da ordem natura l,um a nocao de carater naturalista e outra decarater prov idencia l, sendo dific il, a partir dosesc rito s flslo cratico s, sep arar estas d uas p artes. Apar tir d is to , p er ce be -s e a in llu e nc ia d e Ma le b ra nc h e() so bre Q uesn ay em v aries de seu s trab alh os, m ass ob re tu do n o a rtig o " E vid en cia "O A inda e im portan te lem brar que a despeito doseu Iib era lism o ec on om lco , o s fisio crata s sem p refo ram defen so res d a m on arq uia ab so lu tista . T ud oin dica q ue fo ram sim patizan tes d a fig ura de u rn reire fo rm a do r o u d e u rn d esp otism o " leg al" , b ase a dona ordem natura l, em contraposicao a urn despo-tism o a rb itra rio e xis te nte n a e po ca .o fa to d a an alise d e Q uesn ay e seu s seg uid oresser norteada pela ordem natura l confere urnc ara te r id ea lis ta a s s ua s Io rrn ula co es . D a qu i p od e-se perceber urn im portan te ponto de dlstanci-am en to com relacao a analise m arx iana, onde 0c ara te r m a te ria lls ta -h is to ric o e nc on tr a-s e s emp represen te. Enquanto na analise de Quesnay , asoc iedade capit al is ta e urn ideal a ser alcancado enao m odificado , na analise de M arx, esta m esm asociedade faz parte de urn periodo histo ricod ete rm in ad o e p ass iv el d e modif lc ac ao .Por fim , cabe um a citacao de M arx , que de-m onstra com m uita c1areza a d ilerenca en tre seusistem a d e eco nomia p olitica e 0 f i siocra tico, berncomo tam bern , as d iferen tes co ncep co es d e so cie-

    dade ."A analise do capital, den tro do horizonteb urg ue s c ou be e ss en cia lm e nte a os fis io cra ta s. E ssacontribu icao faz deles os verdadeiros pais dae co nom ia m o de rn a. P rim eiro , an alisaram o s d iv er-so s elem en to s m ateria is em q ue tern ex isten cia o use d ecomp 6e 0 c ap ita l d ura nte 0 processo detrabalho . N ao se pode censurar os fisiocra tas porterem , com o to do s o s seu s su cesso res, co nsid era-d o como cap ita l estes m od os m ateriais d e ex isten -c ia , in str ume n to s, ma te ria s- pr ima s, e tc ., s ep ar ado sdas condicoes sociais em que aparecem na produ-~ ao c ap italista , o u se ja, n a fo rm a em q ue g en erica-m ente sao elem entos do processo de trabalho ,d is so cia do d a fo rm a s oc ia l, e rig in do a ss im 0 modocap italista d e p ro du cao , em m od o etem o e n atu ra ld e p ro du cao . P ara eles e im perativ o q ue as fo rm as

    b urg uesas d e p ro du cao co nfig urem fo rm as n atu -r ai s. T i ve ram e le s 0 g ra nde me rito d e c on sid er a- la sfo rm a s fis io lo glc as d a s oc ie da de : fo rm a s o riu nd asda necessidade natura l da propria producao , in -d e pen d en tes d a v on tad e, d a p olitica, etc '. S ao le ismaleriais; 0 erro estava apenas em ver na lei m a-te ria l d e d e te rm i na do e sta g lo h is to ric o, uma le i a bs -trata q ue reg e p or ig ual to das as fo rm a s so ciais" OA fu n~ ao so cia l d os p ro prle tario s d e terra , 0 pape ldo E stado na econom ia e a leoria do im posto unicoDe ntro d a v is ao fls lo cra tic a d a s oc ie da de , c ab ed estac ar u rn a sp ecto d e p rim o rd ial lm p ortan cla,qual seja, a "fun~ ao social" dos proprle ta rios dete rr as . A e ste s e reservado urn lugar de destaque ,p ois o s f is io cr ata s c on sld er av am - no s c omo fu nd a-m ento da ordem natural e .a inda, 0 dire ito dep ro pried ad e como uma ln stitu lcao d iv in a. S en doain da q ue o s ad ia nta m en to s fu nd iario s (d esp esasrealizadas pelos proprietarios de terras, com 0in tu ito d e p re pa re -la s p ara 0 cu lt ivo ) c abe ri am aosp ro pr ie ta rie s d e te rra s, p ois e ste s sa o r es po ns av eisp ela a dm in ls tra ca o e re pa ra ca o d o s eu p atr ir ne nio .A s o utras fu n~O es d os p ro prle tan os co nsiste mem p ag ar a to talid ad e d os im p osto s (q ue d ev em serp ro po rcio nais ao re nd im en to d os p ro prietarie s} ,pro teger os seus agricu lto res e nunca exig ir 0pagam ento de um a renda que supere 0 produtoJ iq uid o p ro du zid o n a a gric uI tu ra . C as o e ste u ltim of ato o co rr es se , h av er ia uma d is to r~ ao d a h a rmon ic -sa fo rm a d e fu ncio nam en to d a so cie dad e.D e ntr o d es ta fu n~ ao d os p ro prie ta rio s d e te rra s,e ncaix a-se a teo ria d o im p osto u nico , q ue co nsiste

    n a d efesa fisio cran ca d e q ue so men te a c1 asse q ueretern 0 p ro du to lfq uid o d ev er ia p ag ar 0 imposto.S e isto n ao o co rresse, 0 fu nc io nam en to n atu ra l d ae co nom ia fic aria c om p rom etid o, d e tal so rte q ue,em caso de tribu ta~ao sobre a c1asse esteril ousob re os ag ri cu lt or es , 0 e fe ito s eria a d im in ui~ ao d ag era~ ao d e riq ue zas e p osterio rm en te, red uc ao d ap ro pria re ce ita d e im p os to s.N a s p ala vr as d e Qu es na y, tem -s e:

    "O s proprtetarios, 0 soberano e toda a nacaotern grande in teresse em que 0 to ta l deim posto se ja lancado diretam ente sobre 0rend im ento das terras; porque qualquero utra fo rm a d e trib utacao seria co ntraria ao rd em na tu ra l, s er ia p re ju d ic ia l a r ep ro duc aoe ao im posto e faria com que 0 impostoreca isse so bre si m esm o . T ud o n este m u nd o,

    30 .Mesa X

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    ENCONTRO NACIONAL DEECONOMIA CLASSICAEPOLITICA

    es ta sujeito as leis da natureza. O s hom enssao dotados d e lnteligencia necessaria paraas co nh ecer e o bserv ar, m as a m ultip licid ad ed os objetos exige que eles sejam agrupadosem g ran des classes q ue co nstitu em 0 funda-m ento dum a ciencia evidente e m uito vastacujo estudo e indlspensavel p ara e vita r e rro sna pratlca ' f)D ois pontos ainda eram ressaltados pelosfisiocratas com o vantagens advindas doim posto unico: a sim plicidade do sistem afiscal q ue seria m en os o nero so p ara 0 Estadoe e stimu la ri a 0 crescim en to d a riq ueza, 0que, em ultim a instancla reverteria em au-m en to d e im po sto s; 0 E stad o se ad ap taria asn ecessid ad es e ao s recu rso s d o p ais, fazen doque 0 im posto tam bern pas sasse a ser re-g ula do p ela p ro pria naturezal") .

    A . guisa de 'ilustracao, cabe m encionar que urnim po sto u nico sig nificav a uma refo rm a sem p rece-den tes na Franca daquele periodo. Em sua Teoriado im posto escrita em 1760, V ictor R iqueti (M ar-q ue s d e M irab ea u) a ta co u .o s ag ricu Ito re s c ole to re sd e im p osto s, ac usa nd o-o s d e p arasita s. Isto o cas io -nou a ira dos financistas e da nobreza que persua-d iram L uis XVa e nca rce ra-lo p or u rn b re ve p erio do .D aqui perceb e-se que alguns aspectos de caraterlib eral d o p en sam en to fisio cra tic o co nfro nta vamcom a organizacao social francesa. N a questao datributacao , isto e evidente, pois naquela epoca osp ro prietaries d e terras b asicam en te n ao p ag av amimpostos. .o papel do Estado na econom ia vai no senti dode respeitar e prom over a d ifusao da ordemnatural. N este senti do , a legisla~ao jam ais deveobstaculizar 0 cum prim ento desta ordem e aindap un ir aq ueles q ue a d es re sp eita rem .

    Um a das Iun coes m ais im po rtantes do "so bera-no" e defender a ordem natural e seu principalalicerce, a pro priedade, sob todas as fo rm as:"Q ue a propriedade dos bens territoriais edas riqu ezas m ob lllarias, seja asseg urada aseus legitim os possuidores, po rqu e a segu-ranca da propriedade e 0 f undamen to e ss en -cial da ordem econernica da socledade ' I") .

    A dilusao da instrucao e particularm ente dao rd em n atu ral d ev e ser in cen tiv ad a p elo E stad o.O s trabalhos publlcos, sobretudo na criacao ernanutencao de um a infraestrutura de estradas e

    pontes, sao denom inados de avances dos sobera-nos (ver adiante) e constituem urn aspecto funda-m ental da atuacao do E stado .

    P or fim , cab e d estacar q ue estes p on t os d e v ista,embora estabelecam importantes domln ios dea tu ac ao govemamenta l, s ao e ss en cia lme nte lib er aise c on tr ar ie s a r egula rn en ta ca o e sta ta l.D ev e-se le var em co nta a lig a~ ao e xisten te en treordem natural, defesa da Iiberdade com ercialn acio nal e in tem acio nal, a teo ria d o im po sto iin icoe 0 p ap el d o E stad o. Um a v ez q ue aten ta-se a in tim a

    Iiga~ao entre estas tres variaveis, nada m elhor doqu e ex por 0 fu ncio nam en to d o Q uad ro E co nomi-co q ue n a v erd ad e e uma ten tativ a "eco nometrica"pioneira (,8) e com elevado grau de abstracao, ded emon str ar- se a c ir cu la ca o in tra e in te r-c la ss es ( em .term os ffsico s e rn on etario s) d a riq ueza criad a n asatividades agricolas e que espalham -se po r toda asociedadeo Quadro Economlco

    C onsiderado como a principal contribuicao deQues na y a te or ia e conom ic a, 0 Table au foi publ ic a-do originalm ente em tres edicoes: 1758,1759 efinalmente a de 1766, considerada por m uitoscom entadores como a melhor explicacao doQu ad ro feita p elo p ro prio Qu esn ay .

    D es de seu s urg im en to , fo rm u la ram -se d iv ers asinterpretacoes que m ultiplicam -se ate hoje. 0M arques de M irabeau considerou-o um a das tresm aiores descobertas da hum anidade, apos aescrita e a moedat"), Urn impor ta nte in te rp re tec omo Euge ne Da ir ee o), c on sid er ou 0 Quad ro c omolm itil e cu lp ad o p or te r e nv olv id o a s id eia s fisio cra -tic as n a o bscu rid ad e m ais p ro fu nd a el).As in te rp re ta cc es s ob re 0 Quad ro , co nfo rm e sev era ad ian te, estao ate h oje, lo ng e d e ser unanirnes,M as antes de nos determos nas in tepretacoes en ec essa rio c omp re en der-se a o pe ra cio na liz aca o d oQuad ro E cono rn ic o.o fu nc io namen to d o Qu ad ro Eco nom ic o

    Ao voItarmos nossa analise para 0 QuadroE conornico, nao po dem os esquecer a ausencia deum a v erd ad eira te oria fls io cra tica d o v alo r, c on fo r-m e descrito anteriorm ente. E ste aspecto e de fun-d am en tal im po rtan cia, p ois ev id en cia q ue se com-p ara rm o s d ois g ran de s sistem as d e in te rd ep en de n-cia eco nomica p resen tes n a E co nomia P olltica d osS ec ulo s XVII Ie X IX ,0 Quad ro E co nomico d e Q ues-

    Mesa X . 31

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    ENCONTRO NACIONAL DEECONOMIA CLASSICAEPOLiTICA

    nay e os Esquemas de Reproducao M arxianos,notaremos que estas abordagens partem de pon-tos de partida com pletam ente distintos. No primei-ro inex iste a categoria valor enquanto fundam entoda analise, ao passo que no segundo, uma teor iado valor constitu i-se no principal fundamento daa na li se s ub se qu en te .

    P ara a explicacao da operacionalizacao do Q ua-dro Econorn i co sera utilizada aquela que e cons i -derada a m elhor versao exp licativa do Q uadro feitapelo proprio Q uesnay, a saber, a A nalise da form ulaarltm etica do Quadro Econcm ico, de 1766e 2 ).

    Q uesnay in icia sua analise enfatizando a preten-sa produtividade exclusiva da agricuItura e apre-senta no Quadro,a sociedade dividida em tres clas-ses sociais: a c1asse produtiva constitufda por pes-soas que trabalham diretam ente na agricuItu ra (em -pregados e em pregadores); a c1asse proprietaria ,constitufda pelos proprietarios de terras, pelo so-berano e pelo c1ero; por rim a c1asse esteril, cons-titu fda por artesaos, com erciantes e servicais, porrim , todas as atividades nao Iigadas a agricultura.A c1asse produtiva possui urn mimero d e p esso -as que equivale ao dobro da c1asse esteril , Esteequilibrio mantern -se de ano para ana e constituicondicao fundam ental para 0 funcionam ento doQuadro.A lem disso, Quesnay apresenta um a serie de pres-supostos que podem serdiv ididos em doissubgrupost"):Pressupostosteenleos:Supos lcao de urn vastoreino que apresenta urnterritcrio cuItivado comos melhores m etodos deproducao , ou seja, a or-ganizacao capitalista daagriculture estende-sepor to do 0 r ei no ( tr at a-s ede uma suposicao, po is aagricultura da -F rancaneste periodo esta longede ser un iform em enteorganizada nos mol descapitalistas) e 4 );o valor da reprodu-~ao monta a cinco bl-

    Ihoes e repete-se anualm ente sem acrescirnos. Esteponto e uma consequencia do anterior, po is se osm etodos de producao sao os mais avancados, naoha necessidade de sua renovacao. 0 excedenteproduzido na agricuItura ja encontra-se incorpo-rado a este m ontante.

    P r es supos to s ins ti tu c ionai s:A manutencao do montante do item anterior e

    assegurada por "precos constantes que tern cursoentre as nacoes comerciais";

    L ivre concorrencla absolu ta no comercio ,embora 0 Quadro pressuponha uma econom iafechada, ou seja, que nao m antenha relacoes dec orn erc io e xte rio r;

    S eguranca da propriedade do capital agricola.M esmo entre estes pressupostos, Quesnay

    afirm a que:"A m archa deste com ercio en tre as diferentesclasses e as suas condicoes essenciais naosao, de modo algum , hipotet icas, Quem querque se disponha a refletir vera que elas saofielm ente copiadas da natureza: m as osdados de que nos serv imos, e disso ja preve-n imos 0 leitor, so sao apiicaveis ao caso deque se trata aqui"e s ) .o Q uadro, esquem aticam ente e apresentado com o

    segue:

    Quadro :I.

    32 .Mesa X

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    ENCONTRO NACIONAL DEECONOMIA CLASSICA EPOLfTICA

    Ope rac ionalment e, pode -s e d is ti ngu ir 0 seguin-te p erc ur so :I. O s a gric ulto res (c on sid era do s a u nlca c1 asseprodutiva da sociedade) u tilizam 2 bilhees emmaterias-prim as e I bilhao em depreciacao doc ap ita l fix o (0 m ontante deste cap ita l atinge 10bilhoes e sua depreciacao monta a I bllhao porano, em bora so men te esta ultim a p arcela ap arecano Q uadro) para p rodu zirem 5 b ilh Oes ao longo deI ano.E stes cinco b ilh Oes que podem ser denom ina-

    dos a reproducao total do setor agricola , seraogastos da seguinte fo rm a, 2 bilhoes serao pagos atitu lo de renda para os proprie taries de terra, Ib ilhao sera pago na com pra de produtos m anufa-turad os da classe esteril (depreclacao d o capitalfixo) e do is bilhoes serao gasto s dentro do propriosetor agrico la atrav es dos ad iantam entos para 0ana seguinte (repeti~ao da com pra de alim entose rna te r ia s -p rimas ) .

    P er ce be -s e c 1a ramen te 0 c ara te r p ro du tiv o (n os en tid o fls io cra tic o) d a a gr ic ultu ra , p ois c omb in an -d o fo rc a d e tra ba lh o; m a te ria s-p rim a s; e ne rg ia s d aterra e instrum entos de producao (num a lingua-gem marx iana, m eios de producao e Iorca detrabalho), consegue gerar um a m ultip licacao devalores-de uso , que aos olhos de Q uesnay e seusse gu id ore s c on fig ura-se c om o p ro va d efin itiv a d es ua te se d a p ro du tiv id ad e e xc lu siv a d a a gric ultu ra .

    O utro p on to b asta nte rele va nte e 0 fa to de seperceber c1aram ente que a movim entacao dae co nom ia d ep en de to ta lm e nte d o d es en vo lv im e ntod as a tiv id ad es a gric ola s. S em e sta s a tiv id ad es , n aoe xiste p ro du to e xc ed en te , n ao ex istem com pras d ep rodu tos m anu faturados, bern com o pagam entod e renda aos proprie taries de terra e arrecadacaod e impo sto s.A Iin ha r ef er en te a com pra de ben s m anu fatu-rad os pela c1asse produ tiv a e deno minad a p elop roprio Quesnay de juros dos adiantam en tosanuais e devem estar compreendidos em suasreceitas anuais. N a verdade, estes recursos ternum a dupla finalidade, a saber, reparacoes do

    c ap ital fix o e/oi l constitu icao de urn fundo dere se rv a c om 0 in tu ito d e se p rev en ir c on tra p ossl-veis acidentes naturais que possam prejud icar aagricultura . .'2 . A c1 asse do s p roprietario s de terras arrendasuas terras aos agricultores e recebe por isto , 2

    bilhO es a titu lo d e renda. E ste dinheiro sera gastoig ua lm e nte em c omp ra s a c1asse p rodut iva e es te r il ,dando desta fo rm a, continuidade ao processo dec irc ula ca o d e riq ue za s c ria da s n a a gric ultu ra .3 . A c1a ss e e s te ril c ump r e 0 p ap el d e tr an sf ormarrn ate ria s- pr im a s em p ro du to s manuf atu ra do s. E s tat ranslormacoo visa atender necessidades deconsum o por parte dos proprie taries de terra e 0suprim ento do capita l fixo para a c1asse dosagricultores.O s m a nu fa to re s in ic iam 0 p erc urso d o Q uad ro

    com I b ilhao em dinheiro , com este m ontantec omp ram ma te ria s-p rim a s d os a gric ulto re s, tra ns -form an do -as em bens m anu laturad os e as ven dempara os proprie taries de terras que receberamre nd a, c on fo rm e d es crito n o p rim e iro item .D e posse de I bilhao em dinh eiro , os m an ufato-res gas tam novam ente este m ontan te na com prad e b en s a grfc olas q ue se rv irao p ara a lim en tar e staclasse , ou seja , servirao de adiantam ento para apro ducao do ana seguinte .o b ilh ao d e n urn era rio q ue re sto u e r ef er en te aop ag am en to fe lto p elo s ag ric ulto re s so b a fo rm a d ere pa ra ca o d o c ap ital fix o. E ste b ilh ao se rv ira p araa repeticao do p rocesso no ana seg uinte.Ap6s esta ap resen tacao , vale ressaltar queQ uesnay nao deixa claro que a producao agrico laresulta da "cornbinacao" anteriorm ente citada(m eios de producao e Io rca de trabalho ou cap ita lfix o+c ap ita l c ir cu la nte + ca pita l v aria ve l) . .O utro pon to fundam en tal a destacar e queQ uesn ay (p elo m en os n esta v ersa o d o Q ua dro ) n ao

    especifica a quantidade de d inheiro necessariapara po-lo em m ovim en to , em bora sua leituraindique que sejam necessaries 3 b ilhoes em m oe-da, ou seja, um a quanti dade de m oeda 50% m aiordo que 0 p ro d uto liq u id o. N a s p ala vra s d e Qu es na y,tem-se:"P ode-se su por esta qu antia em dinh eiro m aiorou m enor na sua tota lidade e a sua circulacaom ais ou m en os rapida, po rque a rapidez dac irc ula ca o d o d in he iro p od e s up rir em g ra nd e p arteao volum e total de m oeda. Por exem plo, num ana

    em que, sem que tivesse havido d im inuicao nareproducao , houvesse urn grande aum ento dosprecos d os pro dutos, ocasionado por facilid adesconcedidas ao com ercio , ou por qualquer outrarazao, nao seria necessario urn aum ento da m assap ec un ia ria p ar a 0 pag am ento das com pras destesMesa X . 33

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    produ tos. C ontudo, chegariam as m aos dos com -pradores e dos vendedores m aiores quantias emdinheiro que fariam crer a ma io ria q ue 0 volumede m oed a tinh a aum entado m uito no reino . A ssim ,esta aparencla que eles tom am por realidade,tom a-s e m u ito m is te rio sa p ara 0 vulgo"e s).Esta questao do estoque de moeda recebeuin te rp re ta ;o es d ife re nc ia da s a o lo ng o d a h ls to rlae 7 ), pois nem sem pre Q uesnay pas sou a idela deque 0 estoque de moeda era de 3 bilM es, ou 50%m aior do que 0 p ro du to J fq uid o. P ara e fe ito d es te

    artig o, nao ha necessidade de uma exaustivad is cu ss ao s ob re 0 v erd ad eiro e sto qu e d e m oe da.A s ca tegor ia s d e ad lan tamen to sN o re in o a na lis ad o p or Q u es na y, id en tific am -s etres categorias de adiantam en tos que sao atribui- ;o es d e d ife re nte s c la ss es s oc ia is . P od e-s e e num e-ra -la s d a seg uin te fo rm a:A d ia ntam en to s a nu ais : c on sis tem n as d es pe sa srealizadas em todo perfodo de producao para ostra balh os d a ag ricu ltu ra e co nsiste m b asic am en teem com pras de m aterlas-prim as e alim entos queacabam circulando dentro do proprio setora grico la . S eu m on tan te e d e 2 b ilh oe s.A c1 asse este ril tam b ernre aliz a ad ia ntam en to s a nu -ais, porem , dada a sua este-riIid ad e, s eu p ap el lim ita -s ea transform ar as m aterias-prim as em produtos rna-nufaturados.

    Ad ia ntamen to s n rim l tiv o s:consistem em recursos de-semb olsa do s p el o s a gricu l-tores para form acao de seucapital fixe (gado e instru-m entes de producao). D eacordo com Q uesnay, estesadiantam entos m ontam a10 bilhoes e sao am ortlza-veis a um a taxa de I b ilhaopor ana (exatam ente a Iinhaque sai da c1 asse produtivap ara a c 1a ss e e ste ril) ,Ad ia ntamen to s Iu nd ia rio s:consistem naqueles adian-tam entos que se destinam apreparar a terra para a cul-tura e que foram realizados

    p re viam en te p elo s p ro prie ta rie s d e te rra s. Mo stra n-do que estes ultim os e seus antepassados nao saom e ram en te um a c 1a ss e p ara sita , m a s e fe tu am e sta sdespesas p reviam ente , pois os m ontantes destesadiantam entos nao aparecem no Q uadro.E staria neste ponto , um a justificativa para 0pagam en to de renda aos proprietaries de terras,c on f orme a ss in ala do a nte rio rmente .E im po rtan te frisar q ue a fo rm a d e d esp esa s d osproprietarios de terras (lancada no Quadro) soo co rre p orq ue to do s o s ad ian tamen to s fu nd iario s

    ja foram devidam ente realizados, ou seja, 0 terri-torio ja esta to talm ente cultivado e m elho rado e 0p atr imon io a gr ic ola d ev id amen te p re se rv ad o.A dian tame nto s so be ra no s: sa o a s o bra s p ro po r-cio na das p elo E stad o, tais como , e strad as, p on tese o utras obras de infraestru tura econem ica, E stesad iantam entos constituem um a das principaisJuncoes dos soberanos, tal com o assinalado porQuesnay e constituem urn pressuposto para 0fu ncio nam en to d o Q uad ro .8 . Um a versao am pJiada do Q uadro E con om icode Q uesn ay: 0 Quadro Econom ico na v isao deR o na ld L . Me ek .

    1000Importancia But i lizada para 1000pagarrenda Fe jurosadiantados 1000anua is DD espe sas d e 2 00 0Adiantamentosanuais

    TOTAL5000

    Quadro:2C l as se P ro d ut iv a C l as se d o s p ro p ri et ar ie s C l as se E s te ri lAvanc;os anuais Rendimentos Avanc;osAnuais2000 1000Q - ~

    1000C

    1000H

    Total...2000Me ta de d os q ua isre tid os p or e stac1asseparaa dia ntame nto s n oa na s eg uin te .

    34 .Mesa X

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    ENCONTRO NACIONAL DEECONOMIA CLASSICAEPOLfTICA

    Ronald L. Meek no seu classico estudo "Theeconom ics of physlocracy'T") apresenta 0diagram a da "Analise da Form ula A ritrnetlca doQ uadro Econem ico" como foi visto na paginaanterior:

    Onde :AB : represen ta a compra de t 000 ema lim e nto s p elo s p ro prie ta rie s.AC : represen ta a com pra de t 000 em produ-tos m anufaturados efetuada pelos proprie-tarios.EF : represen ta a com pra de 1000 em rna-terias-pn mas efetuad a pela c1asse esteril.CD : represen ta a com pra de alim entos reali-zada p ela c1 asse esteril.GH : representa a com pra de 1000 em produ-tos m anufaturados efetuada pela c1asseprodutiva .B+F+D= representa as receitas da c1asseprodutiva obtida pelas vendas aos proprie-tarios e a c1asse esteril,C+H= represen ta a receita da c1asse esterilobtida com as vendas aos proprietarlos e ac 1a ss e p ro dut iv a.

    ~.0 total de receitas da c1asse produtiva e sufici-ente para pagar a renda, repor os adiantam entosanuais e a parcela dos ad iantam entos prim itivos,enquanto 0 tota l de receitas da c1asse esteril esufic iente para pagar seus custos de p roducao ,

    A partir daqui, M eek m ostra prob lem as relativosao Q uadro que, caso sejam resolv idos, perm itiriamum a explicacao melhor sobre 0 processo decircu lacao na econom ia com o urn todo .

    U rn problem a fundam ental do Quadro e 0seguin te: onde a c1asse esteril obtern seus propriusbens m anufaturados? Segundo M eek, algunsau tores com o Baudeau, M arx e Beer(~ sugeriramque a c1asse esteril vende seus bens a urn precosuperio r ao volum e m aterial u tilizado na producao,po is desta form a obteriam mais do que os doisbilhO es que aparecem no Q uadro. O utras interpre-tacoes vao no sentido de adm itir 0 surgim ento deurn p rod uto llq uid o nas ativid ad es m anu fatu reiras.E m seg uid a, 0 autor m ostra com c1areza quenenhum a das duas interpretacoes e satisfatoria,po is a prim eira contraria 0 pressuposto da liv reconcorrencta do Quadro , enquanto a segundavio la a doutrina da produtiv idade exclusiva da

    agricultura.A solucao proposta por M eek vai no sen tido de

    incorporar 0 setor externo no modelo do QuadroEconem ico (que orig inalm ente considera um aeconom ia sem transacoes ex ternas) e mostrarcom o a c1asse esteril destaca-se nestas atividades

    N este trabalho , ado ta-se a in terpre tacao de queesta parece ser a m aneira m ais coeren te de sanaresta lacuna do Q uadro Econom ico ,o nurnero de pessoas da c1asse esteril e metadedo rn im ero de pessoas que com p6e a c1asseprodutiva (este dado e apresentado pelo proprioQuesnay) e 0 consumo pessoal da prim eira emetade do consumo pessoal da segunda. Enquan-to a c1asse esteril consom e 500 em alim entos e 500em bens m anufaturados, a c1asse produtiva con 50-m e 1000 em alim entos e 1000 em produtos m anufa-turados.o m odelo apresentado por M eek e diferente d ousual, po is incorpora novas caracterfsticas quep erm itirao v isu aliza r c om p letam en te 0 processocirculato rio na econom ia. A s m odlficacoes sao asq ue seg uem :

    1 .) A reproducao anual e de 6000 e no infcio doprocesso circulato rio , este m ontan te da c1assepreodutiva decom p6e-se da seguin te form a: t 000de juros de ad ian tam entos prim itivos; t 000 dem aterias-p rirn as p ara v en da a c1 asse esteril; 5 00 emalim entos e 500 em produtos para exportacao epara a venda a c 1a ss e e st er il ; t 000 em alim entosp ara v en da aos p ro prletario s: t 000 para consum oda propria c1asse produtiva e 1000 de forragem paraca va lo s (~ .

    2 .) O s t 000 em gastos de alim entos por parte dac1asse esteril, div idem -se em 500 para consum opessoal e 500 (alim entos ou outros produtos) comos quais a c1asse esteril troca por bens m anufa-tu rado s do ex terior.

    3.) 0 autor assum e que 0 estoque de m oeda ede 2000 e que m etade deste m ontante encontra-sein ic ialm ente nas m aos da c1asse esteril e a ou tram etade nas rnaos da c1asse produtiva .o pressuposto de urn estoque m onetario de2000 e justificado , tom ando-se por base, tex t o s deQ uesnay e M irabeau . S egundo M eek , caso assum a-se a h ipo tese de 3000 em moeda (com o algunsc om en ta do res fizera m) d es virtu a-se 0 mecanismodo Tableau, pois perde-se de vista um a explicacao

    Mesa X . 35

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    ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOUTICA

    c oe re nte p a ra 0 in icio do processo . A pergun ta que ril adqu ire 1000 em m aterias-prim as da c1asse pro -se faz e a segu inte: o n de efetivam ente lnic ia-se 0 du tiva, deste m odo , a c1asse prod utiva p assa a d is-processo de transacees se inic ia lm en te a c1asse por de 2000 em dinheiro que em seguida paga ap ro d utiv a p a ga 0 ren dim en to aos p rop rietaries de c1asse p ro prie taria sob a form a d e ren da. N este rn o-terra el)? mento, 0 conteudo m ateria l das tres classes e 0No in lc io , 0 con teudo m ateria l das tres classes esquem atizado no quadro 4 :

    e 0 esquem atizado no quadro 3 : N a etapa seguin te , a c1asse esteril transform a seus...--------------------, 1000 em m aterlas-prim as em 2000 deQuadro :3 p ro du to s m an ufa tu ra do s (v er ad ia nte ). T alfa to o co rre , n ao p or c on sid era r-s e e sta c la s-se produtiva, m as sim plesm en te poracrescen tarm os a rernu neracao d os artifi-ces ao valo r gasto em materias-primas, To-das estas etapas consideradas ate 0 mo-m en to sao consideradas por M eek de pre-req uisitos p ara as prin cipais tro cas in ter-setoria is . E stas ultim as, ln ic iam -se nom om ento em que a classe proprie tarlagasta sua renda na com pra de 1000 emprod utos m anu fatu rado s e 1 00 0 e m p ro du-t os ag ri co la s ( al imen t os ).N o p asso s eg uin te, a c 1a sse e ste ril ad qu ire500 em alim en tos e 500 em produtos paraexportacao da c1asse produ tiva. A gora ac1asse p rod utiv a troca os 5 00 em p ro du to sprirnarios para exportacao corn 500 emb en s m a nu fa tu ra do s d e o rig em e stra ng eira .o Q uad ro 5 fica da segu in te fo rm a:

    1.ClasseProdutlva1000emrroeda1000de ju rosdosadiantarrentospr imitivos1 00 0 em rra te ria sprlrra s (pa ra a c la ss eester i l )500 e m a lim ento s e500 em p ro du to s parae xpo rtac ao (pa ra ac la s s e e s te rtl).1000 em a llm e n to s(pa ra o s propr le tar los)1000 em a lim e n to spa ra a c ia ss eprodutiva1000 em fo rra ge n s( pa ra c a va lo s )

    Classe dosProprletirlosExigem2000derenda

    Classeestern1000Emrroeda

    3. C la ss eProdut lva2000em rro e da1000 e m ju ro s do smanu fa tu radosAd lantar rentospr imitivos1 00 0 em a llr re n to s(p ara a c la s seprodu t l va)1 00 0 em fo rr ag e n spa ra c a va lo s

    Classedos ClasseProprletarlos estertl1000 em 500a lim en to s embe ns1000 l T E I lu f a t u r a : 1 o semben s 500 emrra nu fa tu ra do s . a lim e nto s

    Quadro42 . C la s seProdut lva1000e m lu re s do sad lantar rentospr lmit ivos50 0 e m a llrre nto s e50 0 e m pro du to s pa rae xpo rta ca o ( pa ra ac l a s se es te r ll ),1 00 0 em a llr re n to s(pa ra os p rop r le ta r io s )1 00 0 em a llr re n to sp ara a c la s se p ro d utlv a1 00 0 em fo rr ag e ns( pa ra c a va lo s )

    Classeester"1000emrrater lasprirras

    ClassedosProprtet6rlos2000 emrend imento .

    Quadro5Reso lv e -s e , d e s ta f orma , 0 pro blem a da orig em do sinstrum entos de producao da c1asse esteril. E stau ltim a troca esta quantidade de alim en tos porin strum en to s d e tra ba lh o u tiliz ad os n a producao ,

    A pa rt ir d aqui , a a ti vi dade p rodu ti va i ni ci a- se pe lac1as s e p r odu ti va . 0 auto r co nsidera uti! d iv id ir aode-se d i st ingu i r 0 s egu in te p e rcu rso c ir cu la to -rio : a tra ns aca o in ic ia l o co rre q ua nd o a c 1a sse e ste -36 .Mesa X

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    ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOLITICA

    be ns de re po s ic ao e re pa ro de s e u c apita l fixo ,e s to qu es , e tc .; o s c ava lo s a lim e ntam -s e da qu an ti-dade de fo rragem qu e apa re c e no Qu adro . O spropr tetanos c o ns o me m s e us 1000 e m a lim en to se 1000 e m pro du to s m an ufa tu ra do s . A c1assees t e r i lr------~--------------___,o n s om e s e u s 500 em a lim e n to s e 500e m be ns m anu fa tu rado s. D aqu i explica-

    s e 0 fa to d e te r a pre s e nta do in ic ia lm e n -1500 te a c Jas s e esteril c o m ape nas 1000 e mem be ns d in he iro (ve r Qu adro n02). Q u andon m u f a t t J r a d o S a tin gir-s e n ov am e nte a fa se da c o lh eita ,

    o Qu adro vo lta a po s i~ao in ic ia l e 0pro ce ss o de c ir cu lacao r eco rneca.Com o um a U ltim a observacao, va le

    re ss alta r qu e 0 a u to r d e sc o ns id era 0lu cro po r pa rte do s em pre e nde do re s ec o lo c a qu e o s be ns de subsis tenciades t e s u ltlm os e stao in c lu ido s no s

    1...- ----------------' salaries d e 20 00 pa go s a o s a ss a la ria do s .Va le d iz e r, 0 lu c ro c apita lis ta c o nfu nde -s e a qu i c o mu rn traba lho de organizacao da producao. Is to n ospa re ce de ac o rdo c o m 0 rac ioc in io flsiocratico e 2 ).

    Do po nto de v is ta de fe nd ido ne ste traba lho , 0,------------------------, m o de le de s e nvo lv ido po r M e e k,c ons egu e m os tra r c om c Ja re za ecoerencia, u rn Q u adro Econemi-c o am pliado , o nde pe rc e be -s en i t idamente 0 po nto de pa rtida ,o e s to qu e de ino e da , a divisaoe x is te n te n o in te rio r da c 1as s epro du tiva , a o rigem do s instru-m en to s de producao (capi ta lem be n s a lim e n to s fixo) d a c 1a ss e esteril, 0 c o n s umo

    m anu fa tu radOs . po r pa rte do s age n te s e nv o lv ido s500embe ns nas tres c la s s e s e po r fim , 0manu fa tu rado s po n to de te rm ino e re in fc io dop r o c e s s o . e3)

    c 1as s e pro du tiva em em pre e nde do re s e assala-ria do s . O s em pre e de n do re s c o ntra ta m o s a ss aIa ria -do s e pagam s e u s salaries a nu a is d e 20 00 , m e t ad ee m d inhe iro e m etade e m a lim en to s. 0 Quad ro 6apa re ce c om o s egu e:4.Classe C l a s s ed o sProdutlva Propr ieUi r l osAssa lar iados Empreendedo res 1000 em1CXX> 1000 em al l r rentosan produ tos 1CXX>rroedas 1000 em em p ro d u to s1CXX> lu ro s d os r ranufa turados.an ad lanta r ren tosa l i r rentos anua l s

    1000 emfo r ragens pa racava l os .A pr imeira operacao c o ns is te n a aq uisicao , po r

    pa rte do s a ss ala ria do s da c Ja ss e p ro du tiv a, de 10 00e m be ns m an ufa tu rado s da c Jas se es te r il . 0 Quad ro7 a pre s en ta -s e c o mo s e gu e :Quadro "7

    5.ClasseProdut l va

    C l a s s ed o sPropr let i r los

    E m ) J e E ! ! Ki!ctres1000emmoed a

    Assa la r iados 1000ema l imen tos1000em

    a l imen tos .1000e mben smanu fa t u r ados

    10001000emju ro s do sad l an tamen tosanua l s

    C l a sseest ' r l i

    500 emal i r rentos

    C la sseester l l1000emmoed a s500em

    1000emfo rrage ns No no s s o e n te nd im e n to , 0 e s -pa ra qu em a m an tem -s e fie l a o s pre s -c ava lo s . s u po s to s de Qu e s nay e inc lu i.._ __ ' um a va ria ve l qu e c o ns is te num

    po n to de v is ta s em pre de fe nd ido pe lo sfis io c ra ta s , qu a l s e ja , a Iibe rdade no c om erc ioin temac iona l .Comen ta rio s f in also Iibe ra lis mo e co no m lc o c on tido no d is cu rs ofls io c ra tlc o c o nte rn v arie s a rgu m e nto s qu e tiv era mre pe rc u s s ao em a lgum as m e d idas de po litic ae co no mlc a de Lu is X V (qu e nu nc a le vo u as u lttm as

    A pro du c ao te rn c o ntin uida de n a c Ja ss e p ro du ti-va e o s pro du to s pe rte nc e n te s as c la s s e s qu ec ompo em 0 Q u adro s ao c o ns u mido s . O s a ss ala ria -do s da c 1as s e pro du tiva c o ns o me m s e us 1000 e ma lim e n to s e 1000 em be ns m anu fa tu rado s . O sem pre e nde do re s o u em pre sa rio s u til izam s e u s1000 e m dinhe iro pa ra adqu irir 1000 e m "ju ro s dead ian tam en to s prim itiv o s ", o u s e ja , c om pra de

    Mesa X . 37

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    ENCONTRO NACIONAL DEECONOMIA CLASSICAEPOLiTICA

    c on se qu en cia s a s m e did as fls lo cra tic as ): d ura ntea g es ta e d e T u rg ot(3 4 )n o m in is te rio d e L uis XV I;n aR evolucao Francesa de 1789 e ainda nas analisesd os e co nom ista s cla ssic os e n eo cla ss ico s. U rn d osa rg um en to s m ais c om u ns d o Iib eralism o e co nom i-co ja se faz presente na obra dos fisiocratas, asab er, a harm onia do s interesses indiv iduais como in te re ss e g era l.lIustran do esta concepcao social Q ue pod e serc on sid era da a gra ria , n atu ra lis ta e lib era l, Q u es na ycon stru iu seu Q uadro E co nom ico , ond e a presen-

    c a d es te s a sp ec to s e nftida.A p artir d o e nte nd im e nto d a o pe ra cio na liz ac aodo Q uad ro E co nornico, cabe destacar Q ue qu an tom a io r a fe rtilid ad e d o so lo , m aio r se ra a p ro du tiv i-d ad e a gric ola , m aio r 0 produto liquido e m aio r ar en da d a te rra . V a le d iz er , n a c on ce pc ao f ls io cra tic aex iste um a com pleta dependencia da econom iac om o u rn to do c om rela cao a s a tiv id ad es a gric ola s.D e acordo com os pon tos expostos sobre ateo ria Iisiocratica e 0 Quadro Econom lco de

    Qu e sn ay , p o de -s e a firm ar Qu e o s f is io cr ata s a nte ci-param a Lei d e Say es) ao colocar a dem anda dosb en s c om o d ec orre nc ia d e s ua o ferta e d esta carema utilidade do dinheiro enquanto m eio de troca.A lem disso , Q uesn ay vislum brou a p rosperi d ad eec on orn ic a a p artir d a-a grlc ultu ra e a le rto u p ara 0perig o d e en tesouram ento o u g anho s financeirosp romov id os p elo E sta do Qu e s eriam e xtrem am e ntenocivo s p ara a ag ricultu re e p ara a nacao co mo urnto do . N a s s ua s p ro pria s p ala vra s, tem -s e:"Q ue os proprie taries e os Q ue exercem as

    profissoes lucrativas nao sejam levados, porq ua lq uer p re oc up ac ao Q ue n ao tiv esse sid o p re vis -ta pelo G overno, a entregarem -se a poupancases tereis Q ue su btra iria m a circ ula ca o e a d istrib ui-~ao, um a parte do seu rendim en to ou dos seusganhos"e6).Mais ad ian te :"Que 0 E stado evite os em prestim os Q ue daoorigem a Iorm acao de rendas financeiras e Queocasionam urn com ercio ou trafico de m oeda, po rln term ed io de papeis nego ciav eis cujo desco nto

    aum enta cada vez m ais as fortunas pecuniariase ste re is Q u e d es viam 0 d in he iro d a a gric ultu ra , eQ ue a privam das riquezas necessarias para 0m elho ram ento do s bens de raiz e para 0 cu lt ivo dasterras"e 7 ).Neste ponto , cabe cham ar a atencao para urn

    im portan te aspecto presen te na analise d e Q ues-nay, Qual seja, as funcoes da moeda. Q uandoQuesnay expoe seu Quadro, a m oeda aparececomo sim ples m eio de troca, entre tanto , naspassagens anteriorm ente citadas percebe-se am oeda com o possuidora de reserva de valo r, nam edida em Q ue se v islum bra a possib ilidade dep o up an ca s e ste re is ,A c on sid era ca o d a mo ed a e xc lu siv am e nte c omom eio d e tro ca p are ce p ro ven ien te d a p re oc up ac aode Quesnay em nao considerar (ta l como os

    au to r es mercan ti li st a s) 0 acum ulo de m oeda com or iqueza, No e n ta nto , s eu p ro prio siste ma d e e co no -m ia politica dem onstra preocupacao com a d ire-cao dos gastos, razao pela Qual a circu lacao dam oeda nao pode ficar estadonada e deve dirig ir-se as despesas p ro dutiv as. _ .:,Parece Q ue Q uesnay , preocupado em fazer ad istin~ao en tre riqueza e m oeda, nao se da contade incorporar m ais um a fun~ao da m oeda em suaanalise . Em bo ra na m aio ria d as v ezes insista 'ernQ ue a m oeda e ap en as urn m eio de troca.O utro aspecto d e fun dam ental im portan cla eque na m edida em Que Quesnay ressalta asa tiv id ad es a grlc ola s e su a fu nc ao m u ltip lic ativ a,re lacion a exatam en te a Iiga~ ao existente entre ad lstribulcao dos recurs os e 0 n iv el d e a tiv id ad eeconernica e 8 ) , urn aspecto Que passou a estarsemp re p re se nte n a an alise economica,Em sum a, 0 Q uadro descreve um a econom iae qu ilib ra da , o nd e o s re cu rs os m a te ria is e h um a no sestao distribuidos da m aneira m ais efic iente

    p o ss iv el, a a gr ic ultu ra e c ultiv ad a p elo s me lh or esrn eto do s e xiste nte s e e sta s co nd ic oe s m an te rn -sed e an a para ano , g erando prosperidade econ om i-ca e bern estar social. O s eventu ais d esvios d estee sta do d e co isa s p ertu rb ariam 0 funcionamentod a e co n om i a c ap ita lis ta .o Qu ad ro E c on ern ic o p od e s er c on sid era do u rnmo de lo a na litic o d e in te rd ep en de nc ia e co nom ic aregido pela O rdem N atural e pela L ei de S ay. A lernd is to , fo i u rn in strum en to p io ne iro Q u e in ce ntiv oute nta tiv as p oste rio re s e g ero u p olemic as q ua nto as ua in te rp re ta ca o e s eu s ig nific ad o(~ .V ale lem brar Q ue a leitura do Quadro aquiapresentada, jun tam en te co m a ln terpretacao d eRonald L. Meek , c on stitu e m a is um a in te rp re ta ca od en tre ta nta s o utra s.

    N este trab alho susten ta-se a h ip6tese de Q ue 038 .Mesa X

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    ENCONTRO NACIONAL DEECONOMIA CLASSICA EPOUTICA

    Q uadro E conom ico pode ser considerado com o ap rim eira a nalise ex au stiv a d a in te rd ep en de nc iaeconomica (4 ~ e n tre a s d iv er sa s c la ss es s oc ia is q u ecomp6em 0 sis tem a cap ita lista e fo i, sob esteaspecto , 0 u nic o in strum en to d is po niv el d ura ntem uitos anos ate 0 surg im ento dos esquem as dere pro du cao m a rx ia no s. V ale lem b ra r q ue a se pa ra-~ao entre os dois m odel os analiticos e nao 56tem poral com o tam bem te6rica , na m ed ida em q ueo fu nd am e nto a na litic o d a o bra m a rx ia na e a te oriado valor-trabalho , ao passo que em Q uesnay naoencon tra-se ta l Iorm ulacao , tendo este auto rd es en vo lv id o um a te oria b as ea da n a mu ltip llc ac aode va lo re s -d e -u so.BibliografiaB EE R, M ax. A n inquiry into physiocracy. L ondres, Frank C ass &C o. L td ., 1 96 6.BELLUZ ZO, Luiz Gonzaga de M ello. Valor e capitalismo, SaoP au lo , E dito raB ie na l, 1 98 7.B IANCHI, A na M ar ia. A p re- hist6 ria d a E co nomia De Maquiavela A dam Sm ith. sao Paulo, E ditora H ucitec, 1988.CANTI lLON , R ic ha rd F nsa yo s obr e Ia n atur ez a d el comerclo emgeneral, M exico, fundo de C ultura E conom ica, 19 50.DFANE, Phyllis. A evolucao das ideias economicas, Rio deJaneiro, Z ahar E ditores, 19 80.DENIS, H en ri. H is t6 ria d o o en same nto e co oomic o, L i s b o a , UvrosH or iz on te , 1 97 8.______ . A formacao daci~ncia ecooomica L i s b o a , UvrosH or iz on te , 1 98 0.DEYON , P ie rr e. 0m ercantilism o, Sao Paulo, E d. Perspectiva,1973.DOBB, M aurice. A evolucao do capitalismo, Sao Paulo, AbrilCu lt ur al , 1 9 83 . ( 5e ri e: "O s e conom is ta s" )..,..-.....,..-_ _ . uMar x C ap ita l an d i t s p lace in e co nomic th ou gh t" ,In: Science and Society. V ol. X X X I , n04 , N ov a Y o rk , 1 967 , p .p . 5 27 -5 4 0 .~,"",:","--=~:-' Studies in the development of capitalism ,Lond re s, Rout le dg e & K eg an P au l L TD , 1 96 3.G ID E, C har les e R l S T , Charl es . H i st 6r ia d as dout ri nas ecooomicas,R io de Janeiro, E ditoraA bla, 19 41.HANEY , Lew is H. History of economic thought, Nova Y ork,McM illa n c om pa ny , 1 92 5.HECKSCHER, Eli F. La epoca mercantilista M exico, Fondo deC ultu ra E co nomic a, 1 94 3.HUGON, Paul. Hist6ria das doutrinas economicas, sao Paulo,E dito raAtla s, 1 98 4.KUNTZ , Rolf. Capitalismo e natureza, Sao Paulo, EditoraB ra silie ns e , 1 98 2, p .p .5 4- 56 .LOWY , M ichael. A s aventuras de K arl M arx contra 0B arao deM unchhausen, sao Paulo, E ditora B usca V ida, 1 9 8 8 .MAL EB RA NCH E, N . D e la recherche de la V erite, Paris, J. Vrin,1 96 7,2 v ol.M A R X , Karl .Caoltulo V llnedito de 0 Cap ita l, S ao P au lo , E di to ra

    Mo ra es , 1 98 5.____ .0 capital, Sao Paulo, D lFE L, 19 82, livro I, vols , I e2, L ivro II , vol.3 e L lv r o I II vols , 4 ,5 e 6.____ .Teorias da mais-valia, R io de Janeiro, EditoraB er tr an d B ra sil, 1 98 7, V ols .I , 1 1 , 1 1 1 .MEEK , Ronald L. E conom ia e ideologia, R io de Janeiro, Z aharEd il or es , 1 9 71 ._____ . The economics of p hysiocracy. Londres, Allen& Unwin , 1 963 ,2 yo ls .NAGFLS, J. Genese. contenu et prolongements de la notion dereproduction du c ap ita l s elo n K ar l Ma rx . B ois gu ille be rt. O ue sn av .L eo ntie f, B ru xela s, U niv er sid ad e U vre d e B ru xe la s, 1 97 0.NAPOLEONI,Claudio. Fisiocracia. Smith. Ricardo, M arx,B ar ce lo na , O ik os -T hu , 1 97 4._____ ..Ovalornacienciaecooomica. UsboaEditorialPresenca, 1 9 8 0 .NEWMAN, P . C. The development of economic thought, NovaYo rk, 1 952 .P ErrY , W iU iam . lra ta do d e im oo sto s e c on trib uic 6e s, s a o Paulo,Nova Cu lt ur al , 1 9 86 ,( 5e ri e: "O s e conom is ta s" )._____ -""'". Verbum sapjenti, s a o P au lo , N ov a Cultu ra l, 1 98 6,c ap . 2 ( 5e rie "Os e co nomis ta s" ).QUESNAY , F ran ~ois.(E co nomia ): o rg an iza do r: R otr K un tz , S aoP au lo , E dito raAtic a, 1 98 4.______ .0Ouadro Economico, Recife, EditoraU niv ers itar ia , U nive rs id ad e F ed er al d e P ern am bu co , 1 97 8.______ . Ouadro Economico, Lisboa, FundacaoC alo uste G ulb en kian , 1 97 8.____ __,;.OUadro Economicodos fJsiocratas, s a o Paulo,Nova Cu lt ur al , 1 9 86 . ( 5e ri e: "O s e conom is ta s" ).ROLL, Eric. H ist6ria das doutrinas economicas, Sao Paulo,C om pa nh ia E dito ra N ac io nal, 1 97 7.RUBIN, Isaac I.A history of econom ic thought L ondres, I n k UnksLtd.,1979. ._____ . A teoria marxista do valor, Sao Paulo, EdiloraF bl is ,1 987 .S t\ RA lVA , F la vi o M . R ep ro du ca o e in te rd eo en d~ nc ia e co nomic a:urn estudo sobre 0T ableau E conom igue de Francois O uesnayeos esguem as de reproducao m arxistas. D isserta~ao de m estradoProgram a de P6s-Gradua~ao em E conom ia Fblftica d a PUC-SP, 1 9 9 2 .SCHUMPEI'ER, Joseph A. Fundamentos do oensamento econ6nU-~ Rio de Janeiro, Z ahar Edilores, 1968._-,- -- Hist6ria da anAlise economica, R io deJaneiro, E ditoraF undode C ulturaE conom ica, 19 64 .S IN GE R, P aul. "T rabalho produtivo e excedente", In: R evista deEconom ia Fbl ft ic a vol.l, nOI, janei ro-m~oII981.S MIT H, A dam . A rigueza das naples, L isboa, Funda~ ao C aIousteG ulb en kia n, 1 98 7.S PE NG LE R, Joseph e A L L E N , Wi ll ia n R .( O rgs .) . F J oensamientoecon6m ico de A rist6teles a M arshall, M adrid, E ditorial T ecnos,1971.TAVEIROS, Alaide . 0 "Tableau E conom igue" do D r. Q uesnay:ensaio de analise metodol6gica, Sao Paulo, 1972 (Tese dedoutoramento-FFA-USP).

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    ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOLITICA

    TURGo r, A .R J . R e fl ex io n s s ur l a r ormat io n e t l a d i st ri bu it io n d esr ichesses .ln : TURG or (17271781) ,Tex tes c h o i s i s e t ore race , P a r i s ,Libra ir ie Da l lo z , 1947 .WOOG , H en ri. T he T ab le au E co nom ig ue o r F ra nc ois O u es na y,Bema, 1 9 5 0 .NotasI.Embora tenham sid o os prim eiros a ser denom inad os pelonom e de econom istas, com a evolucao de nossa ciencia e ad if us ao d es te t ermo, p as sa ram a s er l emb ra do s d el in it iv amen tec omo f is io cr ata s, q ue s ig nif ic a e lim o lo gi cam en te , g ov emo d anatureza.2. ) G ID E, C harles e R IS T, C harles. H ist6ria d as dou trinase co nom ic as , R i o d e J an ei ro , E d it or aAb la , 1 9 4 1.Estaopiniiio t ambem e c omp ar tilh ad a p or S ch ump et er em :SCHUMPETER,oseph A F un damen to s d o p en sam en to e co no -m ic o. R io d e J an ei ro , Z a ha r E dit or es , 1 96 8.3. ) HANEY ,L ew is H . H i sto ry o r ec on om ic th ou gh t, N ov a Y o rk ,McM il lanCompany, 1925 ,p.p .l59-161 .4. )De a co rd o c om v an os a ut or es c on su lta do s, 0 mercanlilismoassumiu va ri as f o rr na s h is t6 ric as em varies p af se s d ur an te 0p er fo do d e a pr ox im a damen te 1 4 50 at e 1 75 0.Apesar disto, pode-s e encon trar vanos po nto s em com um n as diversas fo rmes demercantilismo, t a i s com o: esro ~o por u rn balance de comerciosuperavitario; conceito de riqueza baseado no acumulo dem eta is p rec io so s e m oe da ; aliv id ad e econernica su bm elid a aintensa regulamentacao; protecionism o e m onop6lio nocomerdo i n te rn a ciona l e e rua se anaI ft ic ana e sre ra da circula~ao,o u s ej a, 0 aum ento da riqueza se da por ganhos oriundos docornerdo,P a r a u rna abordagem do mercan ti li smo em ge ra le do co lbe rt ismoem pa rt ic u la r, pode-se consu lt ar o s s egu in tes au to res :DEVON ,Pierre.O me rc an li li smo , S ao P au lo , E d . P er sp ec ti va ,1973 .HECKSCHER ,E li F . L a e po ca m e rc an til is ta Me xic o, F on do d eCultura Econom i c a , 1 9 4 3.RUB IN ,I sa ac I .A h is to ry o r e c on om ic t ho ug h t Lo nd re s, I nk LinksUd ., 1 97 9, c ap . 9 .s .)QUESNAY,F . "Ar rendatano s" , In : OUESNAY .F(Economia l:o rg an iz ad or : Ro lf Kun tz , S a o P a ul o, E d it or a A l ic a, 1 9 84 , p .p .7 2-1 0 4 .E st e t ex to r oi 0p rim e ir o t ra ba Ih o s ob re E co nom ia d e F ra nc olsQuesnaye fo l escrito para a Enclclopedia ( or ga ni za da p el osi 1um in is ta s) em j an ei ro d e 1 75 6 .6. ) William P etty (1 62 3.1 68 7) e co nsid era do u rn p rec urso r n odesenvolvim ento da teoria do valor. D e sua autoria tem os aseguinte frase: "0 t ra ba Ih o e 0p ai e p ri nc ip io a ti vo d a r iq u ez a,d a m e sm a fo rma q ue a s ter ras sao a su a m ae ".A q ue sti io d o v al or e t ra ta da n as s eg ui nt es p ar te s d e su a o br a:PE ' ITY,Wi ll iam . 1 ra ta do d e i rn oo st os e c on tr ib u id S es , s ao P a ul o,NovaCu l tura l, 1 986, c ap . 10 ( s er ie :"Os economist as ") .-'"7'~7""':~' Verbum saoien t i. s a o Paulo,N ovaCultu ral , 1986 ,c ap. 2 ( se rl e "Oseconomis ta s ") .RichaId CanliDon(1680-1734)apresenta algumas co loca~6es sobreu ma teo ria d o valor-trabalho onde a terra e 0 t raba lho possuemcon si de ra ve l impo rt an ci a No rma lmen te , t ar ob er n e a ss oc ia do a

    u rna v i sao pe ss imis ta do me rcan ti li smo .S ua p rin cip al o bra e p 6stu rn a e d ata d e 1 77 5:CAN11U.ON,Richard. Ensayo s ob re l a n a t ur ez a d el c ome rc io emg en er al . Mex ic o, f u n do d e Cu lt ur a E c on om i ca , 1 9 50 .7. ) DEN IS ,H e nr i. H is t6 ria d o o en sam en to e co nom ic o, L is bo a,L iv ro sHo r izonte, 1978,p. p. 167 168 .8. ) cr. C OUT INHO, M au ric io C . L ic 6e s d e e co nomia p olitic acJassica s a o Paulo, Edi to ra Huc i tec , 1993 .9 .) C it ad o p or Ma rx em T eo ria s d a m a is -v ali a s ao P au lo , E dit or aBert rand Bras il S l A , 1987,p.36.1 0 _ ) O. ROu. , E r i c . H' lS t6r iada s dout rin as e conomica s , s ao Pau lo .Companhia Edi to ra Nac ional , 1977 ,p .p .115-125 ."_)O. MEEK, Ronald L.The economics o rphysio cra cy . Londre s,Allen&Unwin , 1963,p. 274 .1 2 _ ) c r. LABROUSSE ,E . F lu ct ua ci on es E co n6m ic as e H is to riaSoc ia l .M ad rid ,Ed i tor ia lTecno s, 1973.1 3 _ ) HANEY ,L ew is H .Qo&!. p.l69.1 4 _ ) KUNTZ,Rolf . 'Francois Quesnay" 'e 'a funda~ao da economiamodema" , In :Oue sna% Francoi s. Op.cit, p .p . 19 -20 .I S . ) QUESNAY,ran~ois .Ana l ise da r6 rmula a r itmet ica do OuadroE co nom ic o d a d is tr ib uic ao d as d es pe sa s a nu ai s d e um a n ac ao~ L isboa, Funda~ao C alouste G ulbenkian , 19 78,p.p. 239-2 4 0 .1 6 _ ) Cr .G IDE ,Ch ar le s e R l S T , Charles. ~ p.661 7 _ ) QUESN AY ,ran! ;o is. "MAxirnasgera is do govemo economicod e u rn re in o a grf co la".ln : QUESNAY ,Francois . Qo&! . (1984),p.167.1 8 _ ) c r. S CHUMPrn R, J.A . H ist6 ria d a an alise ec on om ica R iod e J an ei ro , E di to ra F un do d e C ul tu ra Economica , 1964 ,p . 30 I .o a uto r d en om in a o s li sio cr ata s d e e co nomet ris ita s, p or te rems id o o s p re cu rs or es n o t ra ba lh o exaus l ivo c om nUmeros .1 9 _ ) P hi lo so ph ie R ur aI e o u E co nom ie G e ne ra le e t P oli ti gu e d eL 'agriculture. pour Serv ir de Suite a L ' am i des H ommes.Ams te rd am , 1 7 66 ,v .I ., p .p . 5 2- 53 .C i ta do em SMITH ,Ad am . !cit.,p.273.2 0 _ ) DAlRE ,Eugene . Phv sioc rat es . Oue snay, Dupont de Nemou rs .M ercier d e la R iviere. L 'ab be B au deau. L e T rosne. avec u nein troduc tion su r l a doc tr in e de s phv sio cra te s , d e s commen ta ir e se t d e s no ti ce s h is to r igues . Paris, Guil laumin , 1846 ,LXXX VUI-I031p.2 1 _ ) c r. QUESNAY ,F . 0 Ou ad ro E co nom ic o, Recife, EditoraUniversi tar la, U niversidade F ederal de P ern am buco, 19 78,I nt ro d u~ a o d o p ro r. J o s e AdoIroPe re ir a Neve s.2 2 _ ) A t ra du~ ao u ti li za da Iol:QUESNAY ,Francois. An alis e d a r 6rmul a a ritm et ic a d o Ou ad roE co nomic o d a d istn bu ica o d as d esp esa s an uais d e uma n ac ao~ L isboa, Funda~ao C alouste G uibenkian , 1978,p.p. 2 37-2 5 1 .2 3 _ ) Es ta c la ss il ic a~ao e ba se adaem:K UN TZ , R olr. C aoitalism o e natureza, S ao P aulo, E ditoraBras il iense , 1982 ,p.p .54-56 .2 4 _ ) Qu es na y c he ga m e smo a e sp ec ilic ar em d et al he a e xte ns aoI Isic a e p op ulac io nal d o territ6 rio . C aso aten te-se p ara se usmimeros , perceber-se -a q ue p ossu em am pla sernelhanca com aF ra nc a d e s ua epoca Es ta s con sid eracoes encon tram-s e em:

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    QUESNAY,Fral l4;ois . (J978) .~,240-241.2 5 _ ) Id em , p .2 43 .2 6 _ ) I dem , p .p .2 49 -250.2 7 _ ) C f. KUNfZ ,R ol f. Qu ..! j! ., p .p .6 ~.2 8 _ ) MEEK, R ona ld L . Qu ..! j! .,p .p . 2 81 -2 96 .29_ ) 0abade N icolas de Baudeau (1730-1792) foi 0 primeirorepresentante fisiocreitico que entendeu desta form a a origemdos instrumentos de producao d a c 1a ss e ester i l , A partir doestudo de sua obra, M arx classificou este aspecto da fisiocraciac om o u rn re tro ce sso a s ideias me rc an til is ta s, p ois i nc or po ra vaum a n~ao de lucro que surge na a1iena~ao.M ais modemamente, Beer entendeu da mesma maneira queBaudeau a questao da origem do capital fixo da c1asse esteril,Para ur n a pro fu nda me nto d esta s q uest6 es, p od e-se consultar:BA.UDFAU,NIco las . F . xp! ica!ion du T h b l e a u economique A Madamede ... M .lJ AbM udeau. Extrait des hemeri es de 1767~. Paris, De la la in , 1 77 6.B EE R, M ax . A n in qu iry in to D hv sio cra cv . L on dres, F ran k C ass &C o.l1 d., 1 96 6.M X , K arl. T eo rias d a m ais-v alia, S ao P aulo , E dito ra B ertran dBrasi l, 1987 , Vol .l ,p . p. 372-374 .3 0 _ ) Uma colocacao interessante e coerente, principalm ente selem brarm os que no texto "A rrendatarios, Q uesnay m ostra queju stam en te a ag ricu ltu ra o rga niz ad a p elos m elh ores m e to do s ~aquela que utiliza cavalos ao inves de bois para 0cultivo.A 1em d is to , 0 pr6prio Q uesnay incluiu os custos com erciais ede a l lmen tacao dos anim ais em pregados no cultivo, fazendo are prod u~ ao a nu al elev ar-se p ara 6 ,3 7 b ilM es.C f. QUESNAY ,F . " F' lI os of ia r ur al ", I n: QUESNAY ,F . ( 19 7 8) ~ .,p.p.147-217.3 1 _ ) C f. nota de rodape n 4 das pcigs. 283 e 284 e a descricao doQuadro feita p or H en ri D en is.3 2 _ ) C f. MEEK, R o na ld L . Qu ..! j!., p .p .2 9 7- 31 2.3 3 _ ) Cabe registrar neste ponto, uma oplniao divergente dain te rp re ta ~a o d e Meek . 1 ia la -s e da an~e de Jacques Nagels queafrnna que a explica~ao de M eek, ernbora elegante, conlradiz ahip6tese de um a econom ia agrfcola, A 1em disto, Q uesnay naot er ia d ado indicacoes para u ma reso lu ~ao d este t ipo.P ara m aio re s d eta lh es , d ev e-se c on su lte r:NAGELS, Jacques. Genese. contenu et prolongements de lano ti on de r ep roduc ti on du capi ta l s el on Kar t M a J x . Boisguillebert.O uesnaye Leontief. B ruxelas, U niversidade U vre de B ruxelas,1970,p.96.3 4 _ ) A nne R obert Jacques T hrgot (J 727-1781) e considerado urnc ola bo ra do r d a e sc ola fis io cra tic a, entretanto d iv erg e de stes emalguns aspectos, pois n60 considerava a industria e 0come rc i ocomo estereis , Je i n o q ue d iz respe ito A d ou tr in a d o I ib er ali smoeco no m ico , p od e-se afirmar que ele era urn autent lcore prese nta nte d a fisio crac ia , ap ro xim an do -se in clu siv e d e A damSmith.T hrgot participou de varies cargos da adminis tracoo publicafra nce sa, te nd o sid o n om ead o c onlro la dor g era l d as lin an ~as po rLuis X V I , no infcio de seu reinado. Neste cargo, que ocupoupor aproxim adam ente dois anos (J 774 -1776), Thrgot procuroucolocar em pratica u ma p oU tica econemica lib era l q ue in clu iar e du ca o da maqu i na a dm in istra tiv a go ve mam en tal, refo rm at ri b ut ar la , d im inu i ca o da s obr igacces dos camponeses e

    desregulam entac;60 das atividades econom lcas em geral. Suam edidas provocaram a indignac;ao dos setores diretam entep re ju dica dos e sua situ a~ ao a ca bou to ma nd o-se in su sten ta vel,levando A suasubslituic;ao.A p rin cip al o br a econemlca d e T hrg ot ~ d e 1 766 . N este lra balh o,u ti Ji zo u- se a s eg uin te tr ad u~ ao :TURGor, A .R J. R ~fle xio ns su r Ia fo rm atio n e t la d is trib uilio n d esrichesses, In :TURGOr ( 1727- 1781) . T ext es choi si s e t p re fa c e. P a r i s ,Ubra irie D allo l, 1 94 7.3 5 _ ) C f.S PE NGLE R, Jo sep h. "L os fisio cra ta s y I l ey d el m erc ad ode Say", In: SPENGLER, Joseph e ALLEN, W illiam R. E !pensam iento econom ico de A rist6teles a M arshall, M adrid,e di to ri al T ec no s, 1 9 71 , p .l 89 .3 6 _ ) QUESNAY ,F . "Ex tr ac to da s " economia s reais" d e M . de S ully ",I n: QUESNAY ,F .( l978) .Qo .. .9 !. , p .78 .3 7 _ ) Id em , p .8 3.3 8 _ ) C f. S PENGLER ,J os ep h . .Qo"ru . p .p . I 89 -196.3 9 _ ) C f. SARA IVA , F la vio M . R ep ro du ca o e in te rd ep en de nc iae co nom ic a: u rn estudo sobre 0T ab le au E co no rn ig ue d e F ra nc oisO uesnaye os esguem as de reproducao m arxistas. Dissertacaod e me st ra do Programa d e P 6s.(Jra du a~ ao em F .co no mia F UH licad aPUC- SP ,1 99 2 .40 -l Idem.

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