puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,
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Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,
chegamos ao final do curso, mas não ao final da história.
Partiremos agora para o último módulo deste curso
que será o momento da síntese necessária ao
entendimento das possíveis relações entre a
BNCC e o Nosso Currículo.
Escher Fonte: revistatripuol.com.br
Para continuar tecendo nossa história
enquanto Sistema de Ensino, precisamos
ter clareza de nossa incompletude!
Gravura que ilustra o texto de Carlos Fuentes, escritor
mexicano, citado por Ivonne Bordelois en El país que nos
habla. 2005. Ed. Sudamericana.
Diversidade
Cultural
Portanto... Pensar incompletude é pensar sobre as
relações entre o Nosso Currículo e a BNCC.
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Manoel de Barros
BARROS, M. Retrato Do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.
Pensar incompletude é pensar sobre as
relações entre o Nosso Currículo e a BNCC.
De qual incompletude estamos nos referindo?
De uma possível incompletude do Nosso Currículo
em relação àquilo que a BNCC nos traz de novo
para a educação?
Para tanto, faz-se necessária a análise dos
documentos da BNCC no coletivo da escola.
Esse movimento tem sido feito com o apoio do
Departamento Pedagógico (DPPPE) junto aos
Coordenadores de escola e aos Diretores das EMEIs
e EMEIIs.
Então, recuperando o início do
nosso curso, reafirmamos que:
Defendemos a ideia de
que este curso se fez
necessário neste
momento histórico,
pois temos uma
caminhada qualitativa e
coletiva de construção
curricular em nosso
município, vindo a BNCC
“mexer” nesse processo.
Para tanto... Percorremos neste curso um estudo teórico
e prático de análise acerca de temas
imprescindíveis, objetivando a
apropriação dos elementos teóricos
necessários à reflexão da nossa prática
educativa, bem como, à reflexão da base
teórica proposta pela BNCC em relação ao Nosso Currículo.
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=657&tbm=isch&sxsrf=ACYB
Este estudo deu-se pelo movimento metodológico dialético de:
SÍNCRESE – ANÁLISE – SÍNTESE
SÍNTESE = concreto pensado
síntese de múltiplas determinações
REAL = unidade na diversidade.
Neste curso = síntese = elaborações coletivas, resultantes dos
estudos e das discussões em grupo. Posicionamento crítico sobre a
BNCC e sua interferência em nosso Currículo. Escrita de um texto,
produzido por um grupo representativo da coletividade, que conterá
nossas considerações acerca do que analisamos e que comporá os
textos iniciais da Proposta Pedagógica da Educação Infantil e do
Currículo Comum do nosso município.
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791
&biw=1366&bih=657&tbm=isch&sa=1&ei=mwBUXbSiBc635OUP4YSr2
AQ&q=arte+espiralada&oq=arte+espiralada
Para iniciarmos nossa síntese, recuperaremos o
processo histórico da Base Nacional Comum
Curricular “A noção de uma base comum nacional
emergiu como uma ideia-força do
movimento pela reformulação dos cursos de
formação de educadores. Esse movimento
começou a se articular no final dos anos de
1970, materializando-se na I Conferência
Brasileira de Educação realizada em São
Paulo nos dias 31 de março, 1º e 2 de abril
de 1980, ocasião em que foi criado o “Comitê
Pró Participação na Reformulação dos
Cursos de Pedagogia e Licenciatura” que se
transformou, em 1983, na Comissão
Nacional pela Reformulação dos Cursos de
Formação de Educadores” (CONARCFE).
Esta, por sua vez, deu origem, em 1990, à
atual ANFOPE (Associação Nacional pela
Formação dos Profissionais da Educação)
(SAVIANI, 2016, p. 74)”.
Continuando essa história...
“A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de
dezembro de 1996, incorporou essa ideia ao definir, no Art. 26, que
“os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base
nacional comum”; e, no Art. 64, que a formação dos profissionais da
educação “será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em
nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida,
nesta formação, a base comum nacional” sem, entretanto, explicitar
o significado dessa expressão (SAVIANI, 2016, p. 74)”.
“A Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971,
definiu, no Art. 4º, que “os currículos do
ensino de 1º e 2º graus terão um núcleo
comum, obrigatório em âmbito
nacional, e uma parte diversificada...
(SAVIANI, 2016, p. 74)”.
Diante desse cenário histórico, Saviani
(2016, p. 75) nos diz que:
Ao que parece, o encaminhamento da base comum nacional
curricular, nos termos da LDB, foi equacionado por meio da
elaboração e aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação,
das Diretrizes Curriculares Nacionais relativas aos vários níveis
e modalidades de ensino.
E o próprio documento elaborado pelo MEC sobre a “base
nacional comum curricular” se reporta às Diretrizes
Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de
Educação, que continuam em vigor.
A partir do exposto, Saviani (2016, p. 75)
faz o seguinte questionamento:
“Considerando a centralidade que assumiu a questão da avaliação
aferida por meio de testes globais padronizados na organização da
educação nacional e tendo em vista a menção a outros países, com
destaque para os Estados Unidos tomados como referência para essa
iniciativa de elaborar a “base comum nacional curricular” no Brasil, tudo
indica que a função dessa nova norma é ajustar o funcionamento da
educação brasileira aos parâmetros das avaliações gerais
padronizadas”.
“Se a base comum já se encontra definida por meio das
diretrizes curriculares nacionais, que são mantidas, qual o
sentido desse empenho em torno da elaboração e aprovação
de uma nova norma relativa à “base nacional comum
curricular”?
Função da BNCC
Ajustar o funcionamento da educação brasileira
aos parâmetros das avaliações gerais
padronizadas.
Estados Unidos tomados como referência para essa iniciativa de
elaborar a “base comum nacional curricular”.
E agora???
Fonte:https://www.google.com/search?q=muita+calma+nessa+hora:
Vamos analisar os fatos para fazermos a
síntese necessária...
O que é a Base Nacional Comum
Curricular e para que serve?
A Base Nacional Comum Curricular, ou BNCC, é um documento
criado para conduzir o ensino das escolas brasileiras, desde a
Educação Infantil até o Ensino Médio.
A BNCC não é um currículo pronto, com normativas exclusivas.
Ela funciona como uma orientação aos objetivos de aprendizagem
de cada etapa da formação escolar, sem ignorar as
particularidades de cada escola no que diz respeito à metodologia
e aos aspectos sociais e regionais.
Ou seja, cada instituição terá a liberdade de construir o seu
currículo, utilizando as estratégias que julgam mais adequadas em
seu projeto político pedagógico, desde que estejam sintonizados
com a BNCC.
Fonte:http://www.proesc.com/blog/entenda-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/
Para entender como foi o processo de elaboração da
BNCC, vamos dividi-lo em 5 etapas:
A BNCC faz parte do Plano Nacional da Educação,
previsto na Constituição Federal de 1988. A primeira
versão foi redigida em 2014.
O documento foi aberto para consulta pública em 2015,
permitindo que a sociedade pudesse contribuir com suas
opiniões. 45 mil escolas colaboraram nesse processo,
levando à segunda versão.
Em 2016, essa segunda versão viajou por todos os
estados do país, sendo debatida em seminários.
A terceira versão veio em 2017, junto a um novo ciclo de
debates.
A Base Nacional Comum Curricular foi homologada pelo
MEC em dezembro de 2017.
Fonte:http://www.proesc.com/blog/entenda-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/
Qual é a diferença entre BNCC e currículo?
A BNCC não é o currículo.
Ela é referência obrigatória para a construção
curricular. Os currículos das redes e os projetos
pedagógicos das escolas devem conter os
conhecimentos, competências e habilidades
explicitados na BNCC, mas podem e devem ir
além: incluem metodologias e abordagens
pedagógicas, contextualizam as aprendizagens de
acordo com a realidade local e tratam de
especificidades educacionais e culturais locais, como
educação inclusiva, quilombola e indígena.
Fonte:http://movimentopelabase.org.br/duvidas/e-qual-e-diferenca-entre-bncc-e-curriculo/
Se a BNCC não é currículo, cabe aqui recuperar o que
seja Currículo para nossa teoria. Faremos isso
embasados no texto abaixo:
Para realizarmos a síntese necessária, recuperamos a noção
de currículo proposta por Saviani (2016, p. 55) quando diz:
“O currículo em ato de uma escola não é outra coisa senão essa
própria escola em pleno funcionamento, isto é, mobilizando
todos os seus recursos, materiais e humanos, na direção do
objetivo que é a razão de ser de sua existência: a educação das
crianças e jovens. Poderíamos dizer que, assim como o método
procura responder à pergunta: como se deve fazer para atingir
determinado objetivo, o currículo procura responder à pergunta:
o que se deve fazer para atingir determinado objetivo. Diz
respeito, pois, ao conteúdo da educação e sua distribuição
no tempo e espaço que lhe são destinados.”
SÍNTESE PROVISÓRIA PARA REALINHAMENTO DO
NOSSO CURRÍCULO FRENTE À BNCC
EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E SOCIEDADE: o
problema da Base Nacional Comum Curricular
Por exemplo, “para a definição da base curricular relativa à educação infantil devemos
tomar como referência o aporte da Psicologia Histórico-Cultural que indica como referência
para a identificação do conteúdo e forma do desenvolvimento do ensino a atividade-guia
própria de cada período da vida dos indivíduos (SAVIANI, 2016, p. 75)”.
Conforme já estudamos neste curso, a organização e o
funcionamento da educação devem estar atrelados ao
objetivo do desenvolvimento humano em todos os
seus aspectos, identificando seus conteúdos e
suas formas.
No caso da Proposta Curricular para Educação
Infantil do nosso município, temos uma vasta fonte de
estudo que indica o trabalho com a atividade-guia
própria de cada período, priorizando o desenvolvimento
das funções psíquicas superiores.
No caso do nosso Currículo Comum para o Ensino
Fundamental temos uma gama de textos e conteúdos
norteadores do trabalho pedagógico.
Para identificar os conteúdos básicos que devem compor os
currículos de toda a educação básica, desde a educação infantil até o
ensino médio, Saviani (2016, p. 71) propõe que se tome como referência
o conceito do trabalho como princípio educativo.
Esse conceito compreende três significados:
- primeiro sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em
que determina, pelo grau de desenvolvimento social atingido
historicamente, o modo de ser da educação em seu conjunto. Assim
entendido, aos modos de produção correspondem modos distintos
de educar com uma correspondente forma dominante de educação.
- segundo sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em
que coloca exigências específicas que o processo educativo deve
preencher, em vista da participação direta dos membros da
sociedade no trabalho socialmente produtivo.
- finalmente, o trabalho é princípio educativo, num terceiro sentido,
à medida que determina a educação como modalidade específica e
diferenciada de trabalho: o trabalho pedagógico.
Nessa direção, resgatamos os pressupostos da
Psicologia Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-
Crítica que afirmam que o homem não nasce sabendo
ser homem, ele não nasce sabendo pensar, avaliar, agir.
Para saber pensar e agir, para saber querer ou
avaliar, é preciso aprender, o que implica o trabalho
educativo.
Esse trabalho educativo é um processo que encerra
saberes diversos, próprios à ação educativa. A ação
educativa tem um papel importante na transformação da
sociedade, não de redentora, mas de assegurar o
desenvolvimento do psiquismo humano por meio do
pensamento teórico.
Para analisar a BNCC...
Torna-se fundamental considerar na definição da Base
Nacional Comum Curricular, com toda a atenção e
cuidado, o problema do conteúdo da educação a ser
desenvolvido no âmbito de todo o sistema de ensino.
Está em causa, aqui, a questão do trabalho
pedagógico em consonância com o terceiro sentido
do conceito de trabalho como princípio educativo (SAVIANI, 2016, p. 81).
“Conforme os documentos legais, a começar pela
Constituição Federal e LDB, a educação tem por
finalidade o pleno desenvolvimento da pessoa, o
preparo para o exercício da cidadania e a qualificação
para o trabalho. Levando-se em conta que esses
objetivos se referem indistintamente a todos os membros
da sociedade brasileira considerados individualmente,
podemos interpretar, com Gramsci (1975, vol. III, p. 1547),
que o objetivo da educação é conduzir cada indivíduo
até a condição de ser capaz de dirigir e controlar quem
dirige (SAVIANI, 2016, p. 81)”.
Conteúdo da educação a ser desenvolvido no
âmbito de todo o sistema de ensino
De acordo com Saviani (2016, p. 81-82), fica claro
que tal objetivo não poderá ser atingido com
currículos que pretendam conferir
competências para a realização das tarefas de
certo modo mecânicas e corriqueiras
demandadas pela estrutura ocupacional
concentrando-se na questão da qualificação
profissional e secundarizando o pleno
desenvolvimento da pessoa e o preparo
para o exercício da cidadania, tal como se
evidencia na proposta divulgada pelo MEC
sobre a base nacional comum curricular.
Saviani (2016, p. 83) nos interpela, dizendo que:
“É preciso operar um giro da formação na direção de uma cultura de base científica
que articule, de forma unificada, num complexo compreensivo, as ciências humano-
naturais que estão modificando profundamente as formas de vida passando-as pelo
crivo da reflexão filosófica e da expressão artística e literária. É este o desafio que o
sistema nacional de educação terá de enfrentar. Somente assim será possível, além
de qualificar para o trabalho, promover igualmente o pleno desenvolvimento da
pessoa e o preparo para o exercício da cidadania a fundamentação teórica e o
delineamento dos pontos que devem nortear a elaboração da base nacional comum
curricular que permita assegurar a toda a população brasileira uma educação com o
mesmo e elevado padrão de qualidade”.
A crítica necessária...
Livro Cuidado escola
Como superar por incorporação (limites e
possibilidades da BNCC)???
Garantindo o ensino das ciências humano-naturais
pelo crivo da reflexão filosófica e da expressão
artística e literária.
Nosso Currículo já está estruturado e tem este o
desafio: qualificar para o trabalho, promover
igualmente o pleno desenvolvimento da pessoa e o
preparo para o exercício da cidadania.
Neste momento da síntese, lançamos o nosso olhar sobre
a BNCC à luz do nosso currículo. Nesse sentido, na área de
Língua Portuguesa, por exemplo, constatamos que o Nosso
Currículo supera a BNCC, pois traz o contraponto da visão da
língua não apenas como técnica, mas vinculada às conquistas
sociais.
Assim está escrito em nosso currículo (p. 737):
“A língua nos humaniza não só porque é parte do aparato
de inteligência e raciocínio que nos eleva ao patamar de
seres mais desenvolvidos. Ela nos humaniza também
porque sua evolução não pode ser desvinculada das
conquistas sociais que exigiram educação emancipatória,
ocupação de espaços reservados às elites, liberdade de
expressão e maior acesso à cultura letrada; o direito,
enfim, à vez e à voz nas decisões que afetam a todos,
embora se tenha muito a avançar ainda, em se tratando de
Brasil”.
Assim sendo...
Para a Pedagogia Histórico-Crítica: “O papel da escola democrática é o
de viabilizar a toda a população o acesso à cultura letrada [...] para
se libertar da dominação, os dominados necessitam dominar
aquilo que os dominantes dominam” (SAVIANI, 2016, p. 58).
Mas, como a escola pode ser democrática? Precisamos refletir
sobre isto à luz dos conhecimentos científicos. Precisamos nos
instrumentalizar para realizar os debates necessários ao momento
histórico no qual estamos vivendo.
Cabe-nos a tarefa de continuar nossos estudos
e análises no coletivo das escolas
POIS... Se os fundamentos pedagógicos da BNCC têm sua
construção nos processos educativos sintonizados com “[...] as
necessidades, possibilidades e interesses dos alunos e os desafios da
sociedade contemporânea para formar pessoas autônomas e capazes de
se servir dessas aprendizagens em suas vidas” (BRASIL, 2017, p. 2).
Estamos com Duarte (2006), “quando
diz que as pedagogias que apresentam uma visão negativa sobre a
transmissão do conhecimento científico por parte da escola, limitando
este conhecimento e atrelando-o ao cotidiano, como nesse caso,
acabam implicando numa ausência de diferenciação entre essas duas
formas de pensar, tendo como consequência a legitimação do
pragmático e da superficialidade pertencentes ao cotidiano alienado da
sociabilidade capitalista” (MARSÍGLIA et all, 2017, p,116).
A história apresenta-nos a necessidade de
conhecer e analisar a BNCC, superando o
momento inicial sincrético (caótico) de posturas
alicerçadas em opiniões rasas e aparentes
acerca do fenômeno apresentado.
Significa pensar a totalidade não como a soma
de suas partes, mas sim pensar em como a
BNCC está organizada, captar as leis que
regem seu movimento.
O que objetivamos com este curso
É preciso ter-se o domínio teórico para saber até que ponto, por
exemplo, BNCC está atrelada a um modelo de projeto hegemônico da
classe dos empresários, bem como, atrelada aos parâmetros das
avaliações externas, com foco no desenvolvimento das competências,
numa visão técnica do trabalho na escola, distorcendo o ponto de vista
pedagógico.
Se não possuímos o conhecimento suficiente para compreender essa
totalidade, precisamos nos apoiar naqueles que já o fizeram.
Para tanto, indicamos a leitura do texto que se encontra após este
bloco de slide.
Mas, como fica então a situação curricular de Bauru frente à
BNCC? Primeiramente a BNCC não é o currículo, não podendo
nosso currículo se ater apenas a ela, ainda que precisemos
realinhar alguns pontos. O objetivo pedagógico do nosso currículo
está ligado ao desenvolvimento humano, por meio do ensino dos
conhecimentos científicos, qualificando as funções psíquicas
superiores. Devemos pensar a educação escolar em articulação
com a sociedade. A perspectiva política de uma escola pública que
atenda aos filhos da classe trabalhadora deve nortear as nossas
reflexões.
NOSSO CURRÍCULO - desvela o fenômeno na sua
totalidade, trazendo em seus textos o processo histórico
e dialético de cada componente curricular, assegurando
um ensino em sua totalidade.
Ou seja, a BNCC traz, ainda que ideológica e
hegemonicamente, uma base para os municípios
organizarem seus currículos.
Felizmente, aqui em nosso município, saímos na frente
e já construímos o nosso currículo!
Claro que temos ainda um longo caminho a ser percorrido e
que podemos e devemos analisar a BNCC naquilo que ela
traz de diferente do nosso, mas acreditamos já termos dado
o pontapé inicial.
Agradecemos especialmente aos Grupos de trabalho de todas as áreas do
conhecimento - os GTs – compostos por professores, coordenadores e
diretores; e também às universidades que estiveram conosco na construção de
nosso currículo, especialmente nas pessoas das Profas. Juliana Pasqualini,
Thaís Tezani, Flavia Asbhar e do Prof. Afonso Mesquita.
Enaltecemos a importância da educação na apresentação
do novo para a criança. Nesse sentido, trazemos a reflexão
abaixo:
“Ao alfabetizar, o professor descortina o
“novo” para a criança, tanto objetiva quanto
subjetivamente, posto que, ao fazê-lo, está
criando necessidades de outra natureza,
sendo essa, em última instância, a função
precípua da educação escolar: criar motivos
humanizantes” (DANGIÓ, MARTINS, 2018, p. 248).
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=657&tbm=isch&sa=1&
Referência BARROS, M. Retrato Do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.
DANGIÓ, M. C. S.; MARTINS, L.M. A alfabetização sob o enfoque histórico-crítico: contribuições
didáticas. Campinas: São Paulo: Autores Associados, 2018.
DUARTE, N. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-
modernas da teoria vigotskiana. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2006.
GRAMSCI, Antonio (1975). Quaderni del carcere. Torino, Einaudi.
MARSIGLIA, A. C. G. et all. A Base Nacional Comum Curricular: um novo episódio de esvaziamento
da escola no Brasil. In: Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 9, n. 1, p.
107-121, abr. 2017.
MESQUITA, A. M.; FANTIN, F. B.; ASBAHR, F. S. F. (Org.). Currículo comum para o ensino
fundamental municipal de Bauru. 2. ed. Bauru: Prefeitura Municipal de Bauru, 2016.
PASQUALINI, J.C.; TSUHAKO, Y. N.. (Org.). Proposta pedagógica da Educação Infantil do
Sistema Municipal de Ensino de Bauru/SP.1ed. Bauru: Secretaria Municipal de Educação-Bauru, v.
1, 2016.
SAVIANI, D. EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E SOCIEDADE: o problema da Base Nacional
Comum Curricular. In: Movimento Revista de Educação, Ano 3, n. 4, p. 54-84, 2016.