puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

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Page 1: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,
Page 2: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

chegamos ao final do curso, mas não ao final da história.

Partiremos agora para o último módulo deste curso

que será o momento da síntese necessária ao

entendimento das possíveis relações entre a

BNCC e o Nosso Currículo.

Escher Fonte: revistatripuol.com.br

Page 3: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para continuar tecendo nossa história

enquanto Sistema de Ensino, precisamos

ter clareza de nossa incompletude!

Gravura que ilustra o texto de Carlos Fuentes, escritor

mexicano, citado por Ivonne Bordelois en El país que nos

habla. 2005. Ed. Sudamericana.

Diversidade

Cultural

Page 4: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Portanto... Pensar incompletude é pensar sobre as

relações entre o Nosso Currículo e a BNCC.

A maior riqueza do homem

é a sua incompletude.

Nesse ponto sou abastado.

Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,

que puxa válvulas, que olha o relógio,

que compra pão às 6 horas da tarde,

que vai lá fora, que aponta lápis,

que vê a uva etc. etc.

Perdoai

Mas eu preciso ser Outros.

Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros

BARROS, M. Retrato Do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.

Page 5: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Pensar incompletude é pensar sobre as

relações entre o Nosso Currículo e a BNCC.

De qual incompletude estamos nos referindo?

De uma possível incompletude do Nosso Currículo

em relação àquilo que a BNCC nos traz de novo

para a educação?

Para tanto, faz-se necessária a análise dos

documentos da BNCC no coletivo da escola.

Esse movimento tem sido feito com o apoio do

Departamento Pedagógico (DPPPE) junto aos

Coordenadores de escola e aos Diretores das EMEIs

e EMEIIs.

Page 6: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Então, recuperando o início do

nosso curso, reafirmamos que:

Defendemos a ideia de

que este curso se fez

necessário neste

momento histórico,

pois temos uma

caminhada qualitativa e

coletiva de construção

curricular em nosso

município, vindo a BNCC

“mexer” nesse processo.

Page 7: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para tanto... Percorremos neste curso um estudo teórico

e prático de análise acerca de temas

imprescindíveis, objetivando a

apropriação dos elementos teóricos

necessários à reflexão da nossa prática

educativa, bem como, à reflexão da base

teórica proposta pela BNCC em relação ao Nosso Currículo.

Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=657&tbm=isch&sxsrf=ACYB

Page 8: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Este estudo deu-se pelo movimento metodológico dialético de:

SÍNCRESE – ANÁLISE – SÍNTESE

SÍNTESE = concreto pensado

síntese de múltiplas determinações

REAL = unidade na diversidade.

Neste curso = síntese = elaborações coletivas, resultantes dos

estudos e das discussões em grupo. Posicionamento crítico sobre a

BNCC e sua interferência em nosso Currículo. Escrita de um texto,

produzido por um grupo representativo da coletividade, que conterá

nossas considerações acerca do que analisamos e que comporá os

textos iniciais da Proposta Pedagógica da Educação Infantil e do

Currículo Comum do nosso município.

Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791

&biw=1366&bih=657&tbm=isch&sa=1&ei=mwBUXbSiBc635OUP4YSr2

AQ&q=arte+espiralada&oq=arte+espiralada

Page 9: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para iniciarmos nossa síntese, recuperaremos o

processo histórico da Base Nacional Comum

Curricular “A noção de uma base comum nacional

emergiu como uma ideia-força do

movimento pela reformulação dos cursos de

formação de educadores. Esse movimento

começou a se articular no final dos anos de

1970, materializando-se na I Conferência

Brasileira de Educação realizada em São

Paulo nos dias 31 de março, 1º e 2 de abril

de 1980, ocasião em que foi criado o “Comitê

Pró Participação na Reformulação dos

Cursos de Pedagogia e Licenciatura” que se

transformou, em 1983, na Comissão

Nacional pela Reformulação dos Cursos de

Formação de Educadores” (CONARCFE).

Esta, por sua vez, deu origem, em 1990, à

atual ANFOPE (Associação Nacional pela

Formação dos Profissionais da Educação)

(SAVIANI, 2016, p. 74)”.

Page 10: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Continuando essa história...

“A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de

dezembro de 1996, incorporou essa ideia ao definir, no Art. 26, que

“os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base

nacional comum”; e, no Art. 64, que a formação dos profissionais da

educação “será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em

nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida,

nesta formação, a base comum nacional” sem, entretanto, explicitar

o significado dessa expressão (SAVIANI, 2016, p. 74)”.

“A Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971,

definiu, no Art. 4º, que “os currículos do

ensino de 1º e 2º graus terão um núcleo

comum, obrigatório em âmbito

nacional, e uma parte diversificada...

(SAVIANI, 2016, p. 74)”.

Page 11: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Diante desse cenário histórico, Saviani

(2016, p. 75) nos diz que:

Ao que parece, o encaminhamento da base comum nacional

curricular, nos termos da LDB, foi equacionado por meio da

elaboração e aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação,

das Diretrizes Curriculares Nacionais relativas aos vários níveis

e modalidades de ensino.

E o próprio documento elaborado pelo MEC sobre a “base

nacional comum curricular” se reporta às Diretrizes

Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de

Educação, que continuam em vigor.

Page 12: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

A partir do exposto, Saviani (2016, p. 75)

faz o seguinte questionamento:

“Considerando a centralidade que assumiu a questão da avaliação

aferida por meio de testes globais padronizados na organização da

educação nacional e tendo em vista a menção a outros países, com

destaque para os Estados Unidos tomados como referência para essa

iniciativa de elaborar a “base comum nacional curricular” no Brasil, tudo

indica que a função dessa nova norma é ajustar o funcionamento da

educação brasileira aos parâmetros das avaliações gerais

padronizadas”.

“Se a base comum já se encontra definida por meio das

diretrizes curriculares nacionais, que são mantidas, qual o

sentido desse empenho em torno da elaboração e aprovação

de uma nova norma relativa à “base nacional comum

curricular”?

Page 13: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Função da BNCC

Ajustar o funcionamento da educação brasileira

aos parâmetros das avaliações gerais

padronizadas.

Estados Unidos tomados como referência para essa iniciativa de

elaborar a “base comum nacional curricular”.

Page 15: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Vamos analisar os fatos para fazermos a

síntese necessária...

O que é a Base Nacional Comum

Curricular e para que serve?

A Base Nacional Comum Curricular, ou BNCC, é um documento

criado para conduzir o ensino das escolas brasileiras, desde a

Educação Infantil até o Ensino Médio.

A BNCC não é um currículo pronto, com normativas exclusivas.

Ela funciona como uma orientação aos objetivos de aprendizagem

de cada etapa da formação escolar, sem ignorar as

particularidades de cada escola no que diz respeito à metodologia

e aos aspectos sociais e regionais.

Ou seja, cada instituição terá a liberdade de construir o seu

currículo, utilizando as estratégias que julgam mais adequadas em

seu projeto político pedagógico, desde que estejam sintonizados

com a BNCC.

Fonte:http://www.proesc.com/blog/entenda-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/

Page 16: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para entender como foi o processo de elaboração da

BNCC, vamos dividi-lo em 5 etapas:

A BNCC faz parte do Plano Nacional da Educação,

previsto na Constituição Federal de 1988. A primeira

versão foi redigida em 2014.

O documento foi aberto para consulta pública em 2015,

permitindo que a sociedade pudesse contribuir com suas

opiniões. 45 mil escolas colaboraram nesse processo,

levando à segunda versão.

Em 2016, essa segunda versão viajou por todos os

estados do país, sendo debatida em seminários.

A terceira versão veio em 2017, junto a um novo ciclo de

debates.

A Base Nacional Comum Curricular foi homologada pelo

MEC em dezembro de 2017.

Fonte:http://www.proesc.com/blog/entenda-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/

Page 17: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Qual é a diferença entre BNCC e currículo?

A BNCC não é o currículo.

Ela é referência obrigatória para a construção

curricular. Os currículos das redes e os projetos

pedagógicos das escolas devem conter os

conhecimentos, competências e habilidades

explicitados na BNCC, mas podem e devem ir

além: incluem metodologias e abordagens

pedagógicas, contextualizam as aprendizagens de

acordo com a realidade local e tratam de

especificidades educacionais e culturais locais, como

educação inclusiva, quilombola e indígena.

Fonte:http://movimentopelabase.org.br/duvidas/e-qual-e-diferenca-entre-bncc-e-curriculo/

Page 18: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Se a BNCC não é currículo, cabe aqui recuperar o que

seja Currículo para nossa teoria. Faremos isso

embasados no texto abaixo:

Page 19: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para realizarmos a síntese necessária, recuperamos a noção

de currículo proposta por Saviani (2016, p. 55) quando diz:

“O currículo em ato de uma escola não é outra coisa senão essa

própria escola em pleno funcionamento, isto é, mobilizando

todos os seus recursos, materiais e humanos, na direção do

objetivo que é a razão de ser de sua existência: a educação das

crianças e jovens. Poderíamos dizer que, assim como o método

procura responder à pergunta: como se deve fazer para atingir

determinado objetivo, o currículo procura responder à pergunta:

o que se deve fazer para atingir determinado objetivo. Diz

respeito, pois, ao conteúdo da educação e sua distribuição

no tempo e espaço que lhe são destinados.”

SÍNTESE PROVISÓRIA PARA REALINHAMENTO DO

NOSSO CURRÍCULO FRENTE À BNCC

EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E SOCIEDADE: o

problema da Base Nacional Comum Curricular

Page 20: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Por exemplo, “para a definição da base curricular relativa à educação infantil devemos

tomar como referência o aporte da Psicologia Histórico-Cultural que indica como referência

para a identificação do conteúdo e forma do desenvolvimento do ensino a atividade-guia

própria de cada período da vida dos indivíduos (SAVIANI, 2016, p. 75)”.

Page 21: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Conforme já estudamos neste curso, a organização e o

funcionamento da educação devem estar atrelados ao

objetivo do desenvolvimento humano em todos os

seus aspectos, identificando seus conteúdos e

suas formas.

No caso da Proposta Curricular para Educação

Infantil do nosso município, temos uma vasta fonte de

estudo que indica o trabalho com a atividade-guia

própria de cada período, priorizando o desenvolvimento

das funções psíquicas superiores.

No caso do nosso Currículo Comum para o Ensino

Fundamental temos uma gama de textos e conteúdos

norteadores do trabalho pedagógico.

Page 22: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para identificar os conteúdos básicos que devem compor os

currículos de toda a educação básica, desde a educação infantil até o

ensino médio, Saviani (2016, p. 71) propõe que se tome como referência

o conceito do trabalho como princípio educativo.

Esse conceito compreende três significados:

- primeiro sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em

que determina, pelo grau de desenvolvimento social atingido

historicamente, o modo de ser da educação em seu conjunto. Assim

entendido, aos modos de produção correspondem modos distintos

de educar com uma correspondente forma dominante de educação.

- segundo sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em

que coloca exigências específicas que o processo educativo deve

preencher, em vista da participação direta dos membros da

sociedade no trabalho socialmente produtivo.

- finalmente, o trabalho é princípio educativo, num terceiro sentido,

à medida que determina a educação como modalidade específica e

diferenciada de trabalho: o trabalho pedagógico.

Page 23: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Nessa direção, resgatamos os pressupostos da

Psicologia Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-

Crítica que afirmam que o homem não nasce sabendo

ser homem, ele não nasce sabendo pensar, avaliar, agir.

Para saber pensar e agir, para saber querer ou

avaliar, é preciso aprender, o que implica o trabalho

educativo.

Esse trabalho educativo é um processo que encerra

saberes diversos, próprios à ação educativa. A ação

educativa tem um papel importante na transformação da

sociedade, não de redentora, mas de assegurar o

desenvolvimento do psiquismo humano por meio do

pensamento teórico.

Page 24: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Para analisar a BNCC...

Torna-se fundamental considerar na definição da Base

Nacional Comum Curricular, com toda a atenção e

cuidado, o problema do conteúdo da educação a ser

desenvolvido no âmbito de todo o sistema de ensino.

Está em causa, aqui, a questão do trabalho

pedagógico em consonância com o terceiro sentido

do conceito de trabalho como princípio educativo (SAVIANI, 2016, p. 81).

Page 25: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

“Conforme os documentos legais, a começar pela

Constituição Federal e LDB, a educação tem por

finalidade o pleno desenvolvimento da pessoa, o

preparo para o exercício da cidadania e a qualificação

para o trabalho. Levando-se em conta que esses

objetivos se referem indistintamente a todos os membros

da sociedade brasileira considerados individualmente,

podemos interpretar, com Gramsci (1975, vol. III, p. 1547),

que o objetivo da educação é conduzir cada indivíduo

até a condição de ser capaz de dirigir e controlar quem

dirige (SAVIANI, 2016, p. 81)”.

Conteúdo da educação a ser desenvolvido no

âmbito de todo o sistema de ensino

Page 26: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

De acordo com Saviani (2016, p. 81-82), fica claro

que tal objetivo não poderá ser atingido com

currículos que pretendam conferir

competências para a realização das tarefas de

certo modo mecânicas e corriqueiras

demandadas pela estrutura ocupacional

concentrando-se na questão da qualificação

profissional e secundarizando o pleno

desenvolvimento da pessoa e o preparo

para o exercício da cidadania, tal como se

evidencia na proposta divulgada pelo MEC

sobre a base nacional comum curricular.

Page 27: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Saviani (2016, p. 83) nos interpela, dizendo que:

“É preciso operar um giro da formação na direção de uma cultura de base científica

que articule, de forma unificada, num complexo compreensivo, as ciências humano-

naturais que estão modificando profundamente as formas de vida passando-as pelo

crivo da reflexão filosófica e da expressão artística e literária. É este o desafio que o

sistema nacional de educação terá de enfrentar. Somente assim será possível, além

de qualificar para o trabalho, promover igualmente o pleno desenvolvimento da

pessoa e o preparo para o exercício da cidadania a fundamentação teórica e o

delineamento dos pontos que devem nortear a elaboração da base nacional comum

curricular que permita assegurar a toda a população brasileira uma educação com o

mesmo e elevado padrão de qualidade”.

A crítica necessária...

Livro Cuidado escola

Page 28: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Como superar por incorporação (limites e

possibilidades da BNCC)???

Garantindo o ensino das ciências humano-naturais

pelo crivo da reflexão filosófica e da expressão

artística e literária.

Nosso Currículo já está estruturado e tem este o

desafio: qualificar para o trabalho, promover

igualmente o pleno desenvolvimento da pessoa e o

preparo para o exercício da cidadania.

Page 29: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Neste momento da síntese, lançamos o nosso olhar sobre

a BNCC à luz do nosso currículo. Nesse sentido, na área de

Língua Portuguesa, por exemplo, constatamos que o Nosso

Currículo supera a BNCC, pois traz o contraponto da visão da

língua não apenas como técnica, mas vinculada às conquistas

sociais.

Assim está escrito em nosso currículo (p. 737):

“A língua nos humaniza não só porque é parte do aparato

de inteligência e raciocínio que nos eleva ao patamar de

seres mais desenvolvidos. Ela nos humaniza também

porque sua evolução não pode ser desvinculada das

conquistas sociais que exigiram educação emancipatória,

ocupação de espaços reservados às elites, liberdade de

expressão e maior acesso à cultura letrada; o direito,

enfim, à vez e à voz nas decisões que afetam a todos,

embora se tenha muito a avançar ainda, em se tratando de

Brasil”.

Page 30: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Assim sendo...

Para a Pedagogia Histórico-Crítica: “O papel da escola democrática é o

de viabilizar a toda a população o acesso à cultura letrada [...] para

se libertar da dominação, os dominados necessitam dominar

aquilo que os dominantes dominam” (SAVIANI, 2016, p. 58).

Mas, como a escola pode ser democrática? Precisamos refletir

sobre isto à luz dos conhecimentos científicos. Precisamos nos

instrumentalizar para realizar os debates necessários ao momento

histórico no qual estamos vivendo.

Page 31: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Cabe-nos a tarefa de continuar nossos estudos

e análises no coletivo das escolas

POIS... Se os fundamentos pedagógicos da BNCC têm sua

construção nos processos educativos sintonizados com “[...] as

necessidades, possibilidades e interesses dos alunos e os desafios da

sociedade contemporânea para formar pessoas autônomas e capazes de

se servir dessas aprendizagens em suas vidas” (BRASIL, 2017, p. 2).

Estamos com Duarte (2006), “quando

diz que as pedagogias que apresentam uma visão negativa sobre a

transmissão do conhecimento científico por parte da escola, limitando

este conhecimento e atrelando-o ao cotidiano, como nesse caso,

acabam implicando numa ausência de diferenciação entre essas duas

formas de pensar, tendo como consequência a legitimação do

pragmático e da superficialidade pertencentes ao cotidiano alienado da

sociabilidade capitalista” (MARSÍGLIA et all, 2017, p,116).

Page 32: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

A história apresenta-nos a necessidade de

conhecer e analisar a BNCC, superando o

momento inicial sincrético (caótico) de posturas

alicerçadas em opiniões rasas e aparentes

acerca do fenômeno apresentado.

Significa pensar a totalidade não como a soma

de suas partes, mas sim pensar em como a

BNCC está organizada, captar as leis que

regem seu movimento.

O que objetivamos com este curso

Page 33: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

É preciso ter-se o domínio teórico para saber até que ponto, por

exemplo, BNCC está atrelada a um modelo de projeto hegemônico da

classe dos empresários, bem como, atrelada aos parâmetros das

avaliações externas, com foco no desenvolvimento das competências,

numa visão técnica do trabalho na escola, distorcendo o ponto de vista

pedagógico.

Se não possuímos o conhecimento suficiente para compreender essa

totalidade, precisamos nos apoiar naqueles que já o fizeram.

Para tanto, indicamos a leitura do texto que se encontra após este

bloco de slide.

Page 34: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Mas, como fica então a situação curricular de Bauru frente à

BNCC? Primeiramente a BNCC não é o currículo, não podendo

nosso currículo se ater apenas a ela, ainda que precisemos

realinhar alguns pontos. O objetivo pedagógico do nosso currículo

está ligado ao desenvolvimento humano, por meio do ensino dos

conhecimentos científicos, qualificando as funções psíquicas

superiores. Devemos pensar a educação escolar em articulação

com a sociedade. A perspectiva política de uma escola pública que

atenda aos filhos da classe trabalhadora deve nortear as nossas

reflexões.

NOSSO CURRÍCULO - desvela o fenômeno na sua

totalidade, trazendo em seus textos o processo histórico

e dialético de cada componente curricular, assegurando

um ensino em sua totalidade.

Page 35: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Ou seja, a BNCC traz, ainda que ideológica e

hegemonicamente, uma base para os municípios

organizarem seus currículos.

Felizmente, aqui em nosso município, saímos na frente

e já construímos o nosso currículo!

Claro que temos ainda um longo caminho a ser percorrido e

que podemos e devemos analisar a BNCC naquilo que ela

traz de diferente do nosso, mas acreditamos já termos dado

o pontapé inicial.

Agradecemos especialmente aos Grupos de trabalho de todas as áreas do

conhecimento - os GTs – compostos por professores, coordenadores e

diretores; e também às universidades que estiveram conosco na construção de

nosso currículo, especialmente nas pessoas das Profas. Juliana Pasqualini,

Thaís Tezani, Flavia Asbhar e do Prof. Afonso Mesquita.

Page 36: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Enaltecemos a importância da educação na apresentação

do novo para a criança. Nesse sentido, trazemos a reflexão

abaixo:

“Ao alfabetizar, o professor descortina o

“novo” para a criança, tanto objetiva quanto

subjetivamente, posto que, ao fazê-lo, está

criando necessidades de outra natureza,

sendo essa, em última instância, a função

precípua da educação escolar: criar motivos

humanizantes” (DANGIÓ, MARTINS, 2018, p. 248).

Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=657&tbm=isch&sa=1&

Page 37: Puxando os fios dos processos de ensino e de aprendizagem,

Referência BARROS, M. Retrato Do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.

DANGIÓ, M. C. S.; MARTINS, L.M. A alfabetização sob o enfoque histórico-crítico: contribuições

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DUARTE, N. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-

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GRAMSCI, Antonio (1975). Quaderni del carcere. Torino, Einaudi.

MARSIGLIA, A. C. G. et all. A Base Nacional Comum Curricular: um novo episódio de esvaziamento

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MESQUITA, A. M.; FANTIN, F. B.; ASBAHR, F. S. F. (Org.). Currículo comum para o ensino

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SAVIANI, D. EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E SOCIEDADE: o problema da Base Nacional

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