fios ortodônticos

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Coordenação de conteúdo: Alexander Macedo Colaboração na matéria: Flávio Augusto Cotrim-Ferreira Júlio de Araújo Gurgel Responsáveis pela parte ativa da Ortodontia, os fios ortodônticos são importantes auxiliares no controle do movimento. Nesta matéria, dois especialistas no assunto falam das características, propriedades, tipos e indicações de fios ortodônticos para cada fase do tratamento. Fios ortodônticos Os fios ortodônticos começaram a se diversificar a partir da década de 1970, quando foram criadas novas ligas metálicas, como a de níquel-titâ- nio, proporcionando assim alterações no protocolo de tratamento, sensível diminuição no tempo de cadeira e sig- nificativa redução ou ausência de dor. Dentre as ligas desenvolvidas, desta- cam-se ainda, pela elevada aceitação clínica, as ligas de TMA, compostas por titânio e molibdênio criadas nos anos de 1980 e as ligas de níquel-ti- tânio termoativado (ou superelástico), que surgiram nos anos de 1990. Os fios ortodônticos, quanto à flexibilidade, podem ser classificados da seguinte forma: os compostos por Ni-Ti termoativado, que são os mais flexíveis, seguidos pelos fios de Ni-Ti tradicionais, pelos fios de TMA e, finali- zando, os fios mais rígidos, que são os fios de aço inoxidável e Cr-Co. “Assim, se deformarmos fios de igual calibre para adaptá-los a uma determinada má-oclusão, os arcos compostos por Ni-Ti termoativado aplicarão as meno- res forças, seguidos pelos fabricados com Ni-Ti, pelos fios de TMA e, por fim, os que produzirão as maiores forças, serão os fios de aço e Co-Cr”, ressalta Flávio Augusto Cotrim-Ferreira, mestre em Ortodontia e doutor em Diagnóstico Bucal – Fousp, professor associado do Departamento de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo e editor da Revista OrtodontiaSPO. Conforme ele, o uso de elevadas cargas mecânicas induz à formação de áreas de hialinização no ligamento periodontal. “Estas podem ser defi- nidas como zonas do periodonto de inserção que, em virtude da elevada pressão exercida pelo aparelho orto- dôntico sobre a raiz do dente, sofrem uma redução do fluxo sanguíneo. A menor irrigação minimiza o número de células de reparação, que são as responsáveis pela reabsorção da parede cortical alveolar e, em última instância, pela movimentação dental. Conclui-se, portanto, que uma pressão exagerada exercida pelos dispositivos ortodônticos sobre os dentes induzirá a uma movimentação mais lenta, com maior dano tecidual e, além do mais, dolorosa para o paciente. Sabemos então que para uma movimentação or- todôntica mais fisiológica, isto é, uma terapia com um mínimo dano tecidual e menor desconforto possível para o paciente, devemos aplicar forças de Ortodontia & Estética OrtodontiaSPO | 2010;43(1):90-7 90

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Coordenação de conteúdo:Alexander Macedo

Colaboração na matéria:Flávio Augusto Cotrim-FerreiraJúlio de Araújo Gurgel

Responsáveis pela parte ativa da Ortodontia, os fios ortodônticos são

importantes auxiliares no controle do movimento. Nesta matéria, dois especialistas no assunto falam das características, propriedades, tipos

e indicações de fios ortodônticos para cada fase do tratamento.

Fios ortodônticos

Os fios ortodônticos começaram a se diversificar a partir da década de 1970, quando foram criadas novas ligas metálicas, como a de níquel-titâ-nio, proporcionando assim alterações no protocolo de tratamento, sensível diminuição no tempo de cadeira e sig-nificativa redução ou ausência de dor. Dentre as ligas desenvolvidas, desta-cam-se ainda, pela elevada aceitação clínica, as ligas de TMA, compostas por titânio e molibdênio criadas nos anos de 1980 e as ligas de níquel-ti-tânio termoativado (ou superelástico), que surgiram nos anos de 1990.

Os fios ortodônticos, quanto à flexibilidade, podem ser classificados da seguinte forma: os compostos por Ni-Ti termoativado, que são os mais flexíveis, seguidos pelos fios de Ni-Ti tradicionais, pelos fios de TMA e, finali-zando, os fios mais rígidos, que são os fios de aço inoxidável e Cr-Co. “Assim, se deformarmos fios de igual calibre para adaptá-los a uma determinada má-oclusão, os arcos compostos por Ni-Ti termoativado aplicarão as meno-res forças, seguidos pelos fabricados com Ni-Ti, pelos fios de TMA e, por fim, os que produzirão as maiores forças, serão os fios de aço e Co-Cr”, ressalta

Flávio Augusto Cotrim-Ferreira, mestre em Ortodontia e doutor em Diagnóstico Bucal – Fousp, professor associado do Departamento de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo e editor da Revista OrtodontiaSPO.

Conforme ele, o uso de elevadas cargas mecânicas induz à formação de áreas de hialinização no ligamento periodontal. “Estas podem ser defi-nidas como zonas do periodonto de inserção que, em virtude da elevada pressão exercida pelo aparelho orto-dôntico sobre a raiz do dente, sofrem uma redução do fluxo sanguíneo. A menor irrigação minimiza o número de células de reparação, que são as responsáveis pela reabsorção da parede cortical alveolar e, em última instância, pela movimentação dental. Conclui-se, portanto, que uma pressão exagerada exercida pelos dispositivos ortodônticos sobre os dentes induzirá a uma movimentação mais lenta, com maior dano tecidual e, além do mais, dolorosa para o paciente. Sabemos então que para uma movimentação or-todôntica mais fisiológica, isto é, uma terapia com um mínimo dano tecidual e menor desconforto possível para o paciente, devemos aplicar forças de

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permitindo assim uma movimentação dentária mais eficiente. Este fato é muito vantajoso quando comparado com a movimentação realizada com fios de aço inoxidável que, devido a sua maior rigidez, tem dissipação de força rápida, não permitindo a duração do estímulo de movimento dentário duran-te todo intervalo entre as consultas”, explica Gurgel.

Para exemplificar o conforto do movimento dentário realizado com o fio termoativado, Gurgel lembra de um questionamento realizado pela mãe de um paciente durante uma consulta. “Re-latando ter se submetido a tratamento ortodôntico também na adolescência, a mãe do paciente recordava-se da per-sistência do desconforto por uma se-mana após a consulta no ortodontista. Para o espanto desta mãe, o mesmo não ocorria em seu filho. Destaca-se que na época em que foi realizado o tratamento na mãe deste meu pacien-te, a sequência de fios era somente com aço inoxidável. A pouca resiliência do aço resultava em intensidade da força maior e de curta duração. Este fator gerava um desconforto maior do que o sentido hoje com o advento dos fios termoativados”, esclarece.

PLANEJAMENTO

Ao iniciar o tratamento ortodônti-co, é necessário que o planejamento da sequência de fios a serem utilizados seja feito em consonância com as ca-racterísticas do paciente. “O grau de severidade do apinhamento dentário deve ser a principal característica do paciente a ser considerado durante o planejamento da sequência de fios. Quanto mais severo o apinhamento, menor a distância interbraquetes ou maior flexibilidade deve ter o fio para alcançar a ranhura do braquete distan-te dos demais”, afirma Gurgel.

Ele descreve que o planejamento de uma sequência de fios realiza-se com base em três fatores fundamentais: 1. propriedades mecânicas da liga; 2. diâmetro do fio; e3. distância interbraquete.

“Embora os fios de Ni-Ti apresen-tem boa flexibilidade, sendo os mais indicados para a dissolução do apinha-mento, apenas esta característica não representa a exclusividade de uso em somente um diâmetro. Os casos de apinhamento severo exigem a redução do diâmetro do fio até que o mesmo consiga ser encaixado no maior número de ranhura, tornando assim o alinha-

baixa intensidade por longos perío-dos”, aconselha Cotrim.

Para Júlio de Araújo Gurgel, co-ordenador do Programa de Mestrado Acadêmico em Odontologia (área de Ortodontia) do Uniceuma, professor as-sistente doutor da disciplina de Ortodon-tia do curso de Fonoaudiologia – Unesp – Marília, a contínua evolução científica proporcionou a inovação dos fios de Ni-Ti que, ao longo do tempo, puderam ser confeccionados para ter ativação em temperatura próxima da observada na cavidade bucal (corpórea).

“Esta última modalidade de fio Ni-Ti, chamado de fio termoativado, tem como vantagens a alta flexibilidade e a superelasticidade. A propriedade mecânica denominada de superelas-ticidade favorece a geração de força contínua durante o movimento ortodôn-tico, sendo assim permite a geração de força em baixa intensidade e de longa duração. Esta modalidade de força considera-se como a ideal para o movimento dentário por promover uma movimentação com baixa intensidade dolorosa e deslocamento constante. Com os fios superelásticos, o alinha-mento e o nivelamento se fazem duran-te todo o período entre as ativações,

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mento mais eficiente porque permite a movimentação de um maior número de dentes. Também pode se optar pelo uso de mola de secção aberta para aumentar o espaço (distância inter-braquetes) para o alinhamento de um dente muito deslocado do contorno do rebordo alveolar. Esta última alternativa pressupõe correção das inclinações dos dentes adjacentes ao espaço aberto pela mola”, esclarece Gurgel.

Segundo ele, ainda, além do grau de apinhamento, também deve-se ob-servar as condições periodontais em pacientes adultos. “A reduzida quanti-dade de osso alveolar implica em re-dução na quantidade de força indicada para a movimentação dentária. Desta forma, o alinhamento em pacientes adultos com perda óssea periodontal exige fios que gerem baixa intensidade de força. Indica-se fios de baixo calibre que podem, inclusive, serem mantidos

por várias semanas e, posteriormente, serem substituídos por fios de maior calibre”, garante Gurgel.

Para Cotrim, no planejamento de uma mecânica ortodôntica, devem ser observados também a magnitude (quantidade de força) e o ritmo (se as forças são contínuas ou intermitentes), que são fatores diretamente relacio-nados à força. “Contudo, algumas condições anatômicas do paciente são de importante observação quando da realização de uma terapia”, destaca. Dentre estas:

a – Volume radicular: a partir de experimentos com dentes de cães, Schwarz concluiu que o movimento ortodôntico mais eficiente ocorria quando se produzia no periodonto pres-são pouco superior à pressão capilar, isto é, 25g por cm² de raiz. Deduz-se assim que quanto maior o volume de raiz de um dente, maior deverá ser a

magnitude da força aplicada. O fato se torna relevante quando o ortodontista se propõe a movimentar um dente com reduzida área radicular e, portanto, a pressão sobre o periodonto poderá levar mais facilmente à necrose estéril ou a hialinização.

b – Implantação óssea: o mesmo fato se manifesta nos dentes que, apesar de volume radicular normal, apresentam perda óssea periodontal. Nestes casos, a reabsorção da crista óssea alveolar fez com que o volume implantado de raiz fosse reduzido, recomendando-se cuidados especiais para a movimentação ortodôntica deste dente.

c – Idade do paciente: naqueles de pouca idade ocorre uma prolifera-ção maior do ligamento periodontal, com grande quantidade de elementos celulares e feixes de fibras mais del-gados e flexíveis, em contraste com o quadro apresentado nos mais velhos. O jovem apresenta também um menor tempo de reação tecidual à carga ortodôntica (em torno de dois a três dias), em contraposição dos oito a dez dias necessários para a proliferação celular do adulto, tornando mais lento seu tratamento ortodôntico.

d – Compleição óssea: os pa-cientes com compleição óssea mais robusta, espaços medulares reduzidos e corticais mais densas apresentam maior tendência à hialinização, e, como consequência, uma dificuldade maior em se produzir movimentos dentais. Em geral, estes indivíduos possuem também a musculatura mastigadora mais potente, com maior pressão vertical sobre os dentes, o que atrasa a migração ortodôntica. Diferenças na estrutura óssea da maxila e da mandíbula também inter ferem na mecânica ortodôntica, tornando os deslocamentos dos dentes inferiores mais difíceis.

Para exemplificar o conforto do movimento dentário realizado com o fio termoativado, Gurgel lembra de um questionamento realizado pela mãe de um paciente durante uma consulta. “Relatando ter se submetido a tratamento ortodôntico também na adolescência, a mãe do paciente recordava-se da persistência do desconforto por uma semana após a consulta no ortodontista. Para o espanto desta mãe, o mesmo não ocorria em seu filho. Destaca-se que na época em que foi realizado o tratamento na mãe deste meu paciente, a sequência de fios era somente com aço inoxidável. A pouca resiliência do aço resultava em intensidade da força maior e de curta duração. Este fator gerava um desconforto maior do que o sentido hoje com o advento dos fios termoativados”, esclarece.

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PROPRIEDADES DOS FIOS

Durante o tratamento devem ser utilizados fios ortodônticos de acordo com a fase do tratamento em questão. De acordo com Cotrim, os arcos de Ni-Ti termoativados são os eleitos, na maioria das técnicas ortodônticas corretivas, para iniciar a fase de ali-nhamento e nivelamento. “Em seguida, arcos de rigidez crescente poderão ser empregados para a normalização da posição dos dentes, conforme já mencionei anteriormente. Os parâ-metros que ditarão a velocidade na qual o profissional deverá evoluir de um fio para o outro são o conforto do paciente (ele não deve sentir mais do que dois ou três dias de suave dor) e o acompanhamento radiográfico se-

mestral, para verificar eventuais danos teciduais”, orienta.

Da mesma forma, Gurgel reafirma que, nas três fases do tratamento ortodôntico – 1. alinhamento e nivela-mento; 2. movimentos individualizados e; 3. retração e/ou finalização, há ligas metálicas características para cada uma. “A fase do alinhamento e nivelamento requer muita flexibilidade ou elasticidade, portanto pede os fios de Ni-Ti e os fios de Ni-Ti termoativado. Porém, os movimentos individualizados têm como fio símbolo o de liga de beta-titânio, mais conhecido por TMA (titânio molibdênio alloy). Esta liga apresenta formabilidade relativa, ou seja, aceita dobras desde que arredondadas para casos que requerem movimentação de

coroa e raiz ou ajustes de posiciona-mento de dentes tendo com ancora-gem um grupo de dentes. Finalmente, temos para a retração e/ou finalização um apelo maior para fios que exibam bastante formabilidade. Deste modo, o aço inoxidável permite a confecção de dobras em graus variados, assim como a coordenação de arcos. Além disto, os fios trançados de aço proporcionam a intercuspidação, inclusive aceitando pequenas dobras quando necessárias. Deve-se recordar que o aço inoxidável é o fio ortodôntico de superfície mais polida dentre as ligas metálicas utili-zadas em Ortodontia, cuja vantagem permite a redução do atrito clássico durante a retração ou fechamento de espaço”, adverte.

Figura 1Os fios compostos por TMA (Titanium Molibde-

num Alloy) apresentam propriedades mecânicas intermediárias entre os arcos de Aço Inoxidável e de Níquel-Titânio. São indicados, por exemplo, para a confecção das molas de distalização do aparelho Pendex, que requer forças mais eleva-das que as produzidas pelo Ni-Ti, porém com deflexões 105% maiores do que as do aço.

Figura 2O paciente que apresenta dentes com redução da superfície radicular, deve ter uma criteriosa avaliação dos riscos da movimentação ortodôn-tica. Caso ela seja indicada, sugerem-se fios de alta flexibilidade, que apliquem forças de baixa intensidade e minimizem os riscos de danos teciduais, tais como os fios de Níquel-Titânio

termoativados.

Figura 3No início do nivelamento devemos priorizar os

fios de baixo calibre e confeccionados com ligas de alta flexibilidade, tal como observado no arco inferior 0.016” de Níquel-Titânio. Com

o desenvolvimento do caso clínico e a correção do posicionamento dental, fios mais rígidos,

como o arco superior de aço 0.019 x 0.025”, podem ser utilizados.

Figuras 4a a 4cOs braquetes autoligados reduzem o coeficiente de atrito com relação aos braquetes ligados com amarrilhos elásticos, favorecendo assim a correção dos

apinhamentos e auxiliando no controle da ancoragem.

Imagens cedidas pelo professor doutor Flávio Cotrim-Ferreira.

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Dessa forma, Gurgel considera que não se pode ter uma sequência única para todos os casos, uma vez que as particularidades de cada caso devem guiar o profissional na seleção dos fios a serem utilizados. “Deve-se sempre lembrar que quanto melhor adaptado o fio na ranhura do braquete, mais efi-ciente o mesmo se torna. Quanto mais detalhados os movimentos dentários, mais complicada a mecânica. Sou favo-rável a persistente ideia de simplificar a mecânica para facilitar o trabalho do profissional, porém sou consciente de que em alguns casos não podem ser evitadas as dobras e o uso de fios segmentados”, pondera.

Assim, com base nos conhecimen-tos científicos sobre os fios ortodônti-cos, Gurgel procurou estabelecer uma sequência que pudesse ser utilizada na maioria dos casos. “Devo enfatizar o fato de que ao estipular uma sequência própria, observei uma significante redu-ção no número de tipos diferentes de fios disponíveis nos estojos de fios da minha clínica. Isto facilitou inclusive a reposição e a projeção de procedimen-tos relativos aos fios ortodônticos. A sequência de fios que mais utilizo em meu consultório consiste dos seguin-tes fios: .012 “NiTi; .018”termo; .016” x .022” termo com força diferenciada entre os segmentos do arco; .019” x .025” NiTi; .019” x .025” aço inoxidá-vel”, detalha.

Gurgel sempre inicia com o fio de menor diâmetro para reduzir ao máximo a quantidade de movimento ortodôntico, enquanto o paciente se acostuma com o aparelho fixo. “Na sequência, o fio termo .018” exerce bastante movimento dentário como que recuperando o período em que o paciente permaneceu com o fio .012” Ni-Ti. Posteriormente, o fio .016” x .022” termo com força diferenciada entre os segmentos do arco promove

a movimentação em graus variados dos diferentes grupos de dentes. Pro-curo manter este fio por mais tempo, caso seja necessário, pois sua ação de força diferenciada por segmentos promove a movimentação mais efi-ciente dos grupos dentários no arco”, complementa.

LIGADURAS ELÁSTICAS

Com relação às ligaduras elásticas para amarrar os arcos ortodônticos aos braquetes, o seu uso tem sido uma constante entre grande parte dos orto-dontistas, sobretudo pela praticidade de colocação e conforto. Contudo, con-vém atentar para a influência do tipo de ligadura utilizada no planejamento de aplicação de força.

“A comparação do atrito resultante do tipo de ligadura utilizada tem sido um assunto controverso na literatura e atualmente muito comentado em decorrência dos inovadores braquetes autoligados. Em testes laboratoriais comparando a ligadura metálica e de elastômero, observou-se ser irre-levante a diferença entre os tipos de ligaduras. Contudo, no ambiente bucal, a degradação do elastômero acompa-nhado do acúmulo de indultos permite um expressivo aumento no atrito clás-sico. Não obstante, a ligadura elástica colocada em forma de “X” permite uma melhor acomodação do fio na ranhura do braquete para promover um melhor aproveitamento da ativação – deve-se observar que isto prejudica o movimen-to de deslizamento do fio, caso isto seja necessário. Desta forma, para os casos cuja correção do posiciona-mento dentário exige o deslizamento convém optar pelo uso de ligaduras metálicas. Como utilizo a mecânica de deslizamento, nos casos com retração anterior, emprego ligaduras metálicas somente nos pré-molares, enquanto são empregadas ligaduras elásticas

nos demais dentes por motivos de praticidade”, frisa Gurgel.

Cotrim acrescenta que quando Angle criou o braquete de aço inoxidá-vel com o modelo Edgewise, formado por um canal de encaixe horizontal e aletas verticais, a amarração do fio no braquete era realizada por meio de ligaduras metálicas torcidas em torno das aletas. “O sistema Edgewise tradi-cional, que empregava fios, braquetes e ligaduras de aço, proporcionava bai-xa fricção, mas demandava um longo tempo para a remoção e colocação das ligaduras, além destas causarem desconforto quando deslocadas. É importante saber que quanto maior for a pressão do fio de ligadura, que com-prime o arco metálico em direção ao fundo da canaleta do braquete, maior será o atrito gerado para o deslizamen-to fio/braquete”, assegura.

De fato, as ligaduras elásticas trouxeram à prática clínica maior agili-dade, uma vez que, segundo Paduano et al., o tempo médio para amarrar um arco dental completo empregando anéis elásticos é de dois minutos, contra três minutos usados para a amarração metálica. “Entretanto” – ex-plica Cotrim –, há um grave problema relacionado ao uso dos elásticos, uma vez que estes incrementam fortemente o coeficiente de fricção gerado no deslize entre o fio e o braquete. O uso de módulos elásticos revestidos por polímeros produz efetiva redução do atrito, segundo Hain, Dhopatkar e Rock, em pesquisa de 2006”, alega.

ATRITO DO FIO

Recentemente, vários estudos têm sido realizados com o objetivo de avaliar a importância do atrito na movimentação ortodôntica. De acordo com Cotrim, durante muitos anos a Or-todontia contou apenas com braquetes metálicos para produzir movimentos

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dentais. Apesar dos dispositivos fabri-cados pelas diversas empresas serem constituídos por uma liga metálica similar, inúmeros processos de fabri-cação influenciam suas propriedades de fricção. Pesquisas desenvolvidas pela equipe do professor Cotrim cons-tataram, em microscópio eletrônico de varredura, que defeitos de superfície, tais como sulcos, ranhuras e granu-lações, são frequentes no interior da ranhura dos braquetes e podem elevar sobremaneira o atrito.

“A crescente demanda por uma melhor estética dos aparelhos ortodôn-ticos fixos, fez com que a indústria de materiais para Ortodontia desenvolves-se braquetes confeccionados em ma-terial plástico (policarbonato) ou com estrutura cerâmica (monocristalina ou policristalina). Os braquetes constituí-dos por policarbonato exibem, segundo Dobrin, em 1975, alta fricção, além de outros problemas como descoloração, grande desgaste e baixo controle de torque”, esclarece Cotrim.

Já com relação aos braquetes cerâmicos, ele afirma que “embora superiores aos de policarbonato pela maior resistência, melhor estética e por não apresentarem descoloração ou desgaste, apresentam alguns inconve-nientes como alta fricção com os fios ortodônticos, possibilitando fraturas. Atualmente, para compensar os proble-mas friccionais, alguns modelos apre-sentam canaleta de metal em todos os braquetes e outros apresentam preparo na superfície da canaleta, propiciando maior lisura de superfície. Entretanto, a literatura relata que, mesmo com canaleta de metal ou com tratamento para aumento da lisura de superfície, os braquetes estéticos conferem fricção suavemente maior que os metálicos, principalmente em situações de desni-velamento, onde o fio sofre angulações nas canaletas”, informa.

Cotrim alega que para reduzir ainda mais a fricção entre o braquete e o fio or-todôntico, os aparelhos autoligados, isto é, livres de ligaduras, têm sido ampla-mente utilizados pelos ortodontistas nos últimos anos. “Os braquetes autoligados apresentam um clipe de abertura / fe-chamento que apreende o fio no interior dos dispositivos. O clipe de fechamento pode ser ativo ou passivo: denomina-se ativo aquele que aplica uma força em direção lingual, empurrando o fio para o interior do braquete; já nos passivos, o clipe de abertura / fechamento apenas mantém, sem força, o fio dentro da ca-naleta. Creio, portanto, que a busca por aparelhos ortodônticos de baixo atrito seja uma tendência inexorável de nossa especialidade”, destaca.

Conforme Gurgel, para o controle dos diferentes tipos de atrito deve-se inicialmente ter um conhecimento bá-sico das características dos diferentes tipos de materiais e suas interações com os dispositivos produzidos a partir destes materiais. “A combinação de fio de aço com braquete de aço tem-se mostrado muito eficiente pelo reduzido atrito clássico apresentado. Por outro lado, a combinação que gera maior atrito é a do braquete cerâmico com o fio de beta-titânio”, assinala.

Ele lembra ainda que as ranhuras dos braquetes cerâmicos podem ser

metálicas, o que reduz sobremaneira o atrito. “Atualmente tem-se proposto o uso de ranhuras polidas ou siliconizadas para os cerâmicos, contudo ainda faltam dados científicos de que este polimen-to persista ao constante contato dos fios dentro da ranhura. Os braquetes autoligados parecem ser a solução mais viável para redução do atrito na mecânica ortodôntica. Ainda deve ser muito estudada a relação dos tipos de braquetes autoligados com os tipos de atrito. Não somente o atrito clássico representa um fator de obstrução ao movimento dentário. Também competem sobremaneira os atritos denominados de biding e notching”, adverte.

Gurgel acentua que a relação do fio ortodôntico com o clipe de fecha-mento da ranhura parece ampliar a eficácia do aparelho ortodôntico fixo. “Tornando o braquete autoligado um elemento ativo do movimento, papel anteriormente somente exercido pelo fio. Embora os braquetes autoligados sejam classificados em ativos e passi-vos, entendo que para ambos os tipos de clipes existe um grau de interação com o fio ortodôntico, principalmente com os fios Ni-Ti termoativados Além disto, o autoligado permite a redução da quantidade de indulto sobre o fio or-todôntico, bastante observado com o uso das ligaduras elásticas”, conclui.

Com relação às ligaduras elásticas para amarrar os arcos ortodônticos aos braquetes, o seu uso tem sido uma constante entre grande parte dos ortodontistas, sobretudo pela praticidade de colocação e conforto. Contudo, convém atentar para a influência do tipo de ligadura utilizada no planejamento de aplicação de força.

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Figuras 1a a 1cCorreção do posicionamento do incisivo lateral superior esquerdo. A – mola aberta introduzida em fio .016” x .022” termo para abrir o espaço e permitir a vestibularização do dente 22. B – alinhamento do dente 22 realizado pela mecânica do “sobre fio” empregando-se o fio .020”de aço sobreposto pelo fio .018 termo. O fio de aço presta–se como elemento de ancoragem para os dentes adjacente e mantenedor de espaço enquanto o fio NiTi termoativado

corrige o posicionamento do 22. C –Correção do posicionamento do dente 22 e da linha média superior.

Figura 2Sequência de fios nas diferentes etapas do tratamento.

Figura 3Retração ântero-superior e inferior realizada com ligaduras metálicas nos acessórios dos

segundos pré-molares para reduzir o atrito clás-sico do deslizamento do fio de aço na ranhura

dos acessórios.

Figuras 4a a 4eAlinhamento e nivelamento realizado com fios termoativados em braquetes autoligados. A – fio .018”NiTi termo com extensa deflexão entre canino e pré-molar. B - fio .016” x .022” termo. C – fio .016” x .022” termo mantido por mais dois meses. D - oclusal inferior pré tratamento. E – oclusal inferior mostrando o alinhamento inferior sem a ocorrência de efeito colateral de rotação no canino esquerdo.

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Imagens cedidas pelo professor Júlio de Araújo Gurgel.

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por que? In: Cotrim-Ferreira FA, Sakai E. Nova Visão em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. São Paulo: Editora Santos, 2008. p. 203-08.

8. Gurgel JA. Qual a sequência de fios ortodônticos mais favorável ao tratamento ortodôntico? (Pergunte a um expert). Rev Clin Ortodon Dental Press 2006;5(6);13-20.

9. Hain M, Dhopatkar A, Rock P. A comparison of different ligation methods on friction. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006;130(5):666-70.

10. Harfin J. Orthodontic treatment in adult patients with reduced periodontal attachment. In: Nanda R, Kapila S. Current therapy in Orthodontics, St. Louis, Mosby, 2010. p.201-14.

11. Harradine NWT. Self-ligating brackets: where are we now? Br J Orthod 2003;30(3):262-73.

12. Henao S, Kusy RP. Evaluation of the frictional resistance of conventional and self-ligating bracket designs using standardized archwires and dental typodonts. Angle Orthod 2004;74(2):202-11.

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14. Kusy RP, Whitley JQ, Prewitt MJ. Comparison of the friccional coefficients for selected archwire-bracket slot combinations in the dry and wet states. Angle Orthod 1991;61(4):293-302.

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Ciência Brasil

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Publicação de pesquisadores brasileiros na mídia internacional

O espaço Ciência Brasil é reservado para a divulgação das pesquisas recentemente publicadas por ortodontistas brasileiros em periódicos internacionais. Confira abaixo quatro dessas pesquisas

Barros SE; Janson G; Chiqueto K; Janson M; de Freitas MR. Avaliação da precisão de um guia radiográfico-cirúrgico para inserção de mini-implantes. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Nov;136(5):722-35. PMID: 19892291 [PubMed - indexed for Medline].

RESUMOProposição - Avaliou-se radiograficamente o grau de precisão de um guia radiográfico-cirúrgico na predição do posiciona-mento final de mini-implantes inseridos no septo inter-radicular e, sequencialmente, determinou-se um índice de risco para normatizar a indicação do procedimento de inserção dos mini-implantes. Material e Métodos - Um total de 53 mini-implantes foram inseridos no septo inter-radicular da região posterior da maxila e/ou mandíbula de 27 pacientes com idade média de 19,17 ± 9,06 anos. O Guia Radiográfico-Cirúrgico Graduado (GRCG) foi utilizado para inserir os mini-implantes no centro do septo de forma equidistante em relação às raízes dos dentes adjacentes. As distâncias entre o mini-implante e as raízes dos dentes adjacentes foram mensuradas nas 53 radiografias pós-cirúrgicas com intuito de avaliar a precisão do GRCG a partir do grau de centralização do mini-implante no septo. O grau de imprecisão do GRCG foi associado à largura do septo e ao diâmetro do mini-implante para compor a fórmula do índice de risco utilizada na avaliação do risco cirúrgico de inserção dos mini-implantes. Resultados - O grau de imprecisão do GRCG mostrou que, em média, os mini-implantes foram inseridos com um desvio de 0,13mm (±0,13) em relação ao centro do septo. O valor médio do índice de risco (IR) foi menor do que 1 (um), significando um reduzido risco cirúrgico. Conclusões - A ligação estabelecida entre os procedimentos radiográfico e cirúrgico proveu ao GRCG um reduzido grau de imprecisão de 0,13 mm, e uma acurada predição do posicionamento final do mini-implante no septo inter-radicular, contribuindo para um reduzido risco cirúrgico (IR<1).

Aplicação clínica do Guia Radiográfico-Cirúrgico 3-D Graduado (GRCG) A. Inserção do mini-implante com o GRCG.

B e C. Radiografia pós-cirúrgica utilizada para avaliação da precisão do GRCG.

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Janson G; Valarelli, FP; Cançado RH; de Freitas MR; Pinzan A. Relação entre a severidade da má-oclusão e a proporção de sucesso do tratamento da Classe II sem extração. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2009;135:274.e1-274.e8.

RESUMOO objetivo deste estudo foi avaliar a proporção de sucesso do tratamento sem extração da má-oclusão de Classe II de acordo com sua severidade inicial. A amostra de 276 pacientes foi dividida em dois grupos de acordo com a severidade inicial da má-oclusão. O Grupo 1, composto por 144 pacientes que apresentavam ½ Classe II bilateral, com a idade inicial média de 12,27 anos. O Grupo 2, com-posto por 132 pacientes que apresentaram inicialmente Classe II completa bilateral, com a idade inicial média de 12,32 anos. Os modelos de estudo iniciais e finais do tra-tamento foram avaliados por meio do Índice de Prioridade de Tratamento (IPT). O teste qui-quadrado foi utilizado para avaliar as diferenças entre os dois grupos em relação às

variáveis categóricas. Variáveis relacionadas aos resultados oclusais foram comparadas com teste “t” não-pareado. O Grupo 1 apresentou um resultado oclusal significativamente melhor, menor tempo de tratamento, e um maior índice de eficiência do tratamento. Com base nestes resultados, concluiu-se que a má-oclusão de ½ Classe II bilateral apresenta uma melhor taxa de sucesso do tratamento sem extrações quando comparada a má-oclusão de Classe II completa bilateral.

Kobayashi HM, Scavone Jr H, Ferreira RI, Garib DG. Relationship between breastfeeding duration and prevalence of posterior crossbite in the deciduous dentition. Am J Orthodont Dentofacial Orthop. 2010 Jan; 137(1):54-8.

RESUMONeste estudo epidemiológico retrospectivo foi avaliada a duração da amamentação ao peito, excluindo integralmente a utilização de mamadeira, e sua relação com a prevalência de mordidas cruzadas posteriores, na fase da dentição decídua completa. A metodologia consistiu na realização de exames clínicos ortodônticos em 1.377 crianças brasileiras (690 meninos e 687 meninas), com três e seis anos de idade, procedentes de 11 pré-escolas públicas da cidade de São Paulo, Brasil. Com base em questionários respondidos pelas mães das crianças avaliadas, elas foram clas-sificadas em quatro grupos amostrais, de acordo com a duração da amamentação previamente recebida: G1 – nunca amamentadas (n=119), G2 – amamentadas por menos de seis meses (n=720), G3 – amamentadas por seis a 12 meses (n=312) e G4 – amamentadas por mais de 12 meses (n=226). As análises estatísticas incluíram o teste do qui-quadrado (p<0,05) e a determinação da razão de chances (odds ratio). Os resultados revelaram prevalências de 31,1%, 22,4%, 8,3% e 2,2% para as mor-didas cruzadas posteriores, respectivamente nos grupos G1, G2, G3 e G4. O teste do qui-quadrado apontou uma relação estatisticamente significante entre a duração da amamentação e a prevalências desta categoria de má-oclusão. Concluiu-se que as crianças que receberam amamentação ao peito durante mais de 12 meses, sem utilização de mamadeiras, apresentaram um risco 20 vezes menor para o desenvolvimento de mordidas cruzadas posteriores, em relação às crianças nunca amamentadas, juntamente com um risco cinco vezes menor, quando comparadas às crianças amamentadas por um período entre 6 e 12 meses.

ORTOINFORMAÇÃO

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Rosseto MC; Palma FMC; Ferreira RI; Pinzan A; Vellini-Ferreira F. Estudo comparativo da largura do arcodentário em modelos de gesso, fotocópias e imagens digitalizadas. Braz Oral Res. 2009; 23(2): 190-5.

RESUMOO objetivo neste estudo foi avaliar comparativamente a largura do arco dentário, nas regiões de caninos e molares, por meio de mensurações diretas em mo-delos de gesso, fotocópias e imagens digitalizadas dos modelos. A amostra consistiu de 130 pares de modelos de gesso, fotocópias e imagens digitalizadas dos modelos de pacientes leucodermas (n = 65), de ambos os gêneros, com más-oclusões de Classe l e Classe ll Divisão 1, tratados pela mecânica Edgewise padrão e extração dos quatro primeiros pré-molares. As larguras intercaninos e intermolares superiores e inferiores foram mensuradas por um examinador calibrado, antes e após o tratamento ortodôntico, com a utilização dos três modos de reprodução dos arcos dentários. A dispersão dos dados relativos às medidas lineares intra-arco (mm) pré e pós-tratamento foi representada como box plots. Os três métodos de mensuração foram comparados por one-way ANOVA para medidas repetidas (α = 0,05). Os valores médios iniciais e finais apresentaram as seguintes variações: 33,94 a 34,29 mm / 34,49 a 34,66 mm (largura intercaninos superiores); 26,23 a 26,26 mm / 26,77 a 26,84 mm (largura intercaninos inferiores); 49,55 a 49,66 mm / 47,28 a 47,45 mm (largura intermolares superiores) e 43,28 a 43,41 mm / 40,29 a 40,46 mm (largura intermolares inferiores). Não houve diferenças estatisticamente significantes entre as larguras médias dos arcos dentários estimadas pelos três métodos estudados, antes e após o tratamento ortodôntico. Conclui-se que fotocópias e imagens digitalizadas dos modelos de gesso proporcionaram reproduções fidedignas dos arcos dentários para obtenção de medidas intra-arco.

Para publicação: envie à revista OrtodontiaSPO (e-mail [email protected]) resumos de seu artigo – publicado em periódico internacional, com até 250 palavras, além de uma imagem significativa do tema, com resolução de 300 dpi.

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Ciência Brasil

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A importância da primeira consulta para os ortodontistas

Na última edição desta coluna tratamos da importância da primeira consulta para os cirurgiões-dentistas em geral. Nesta, iremos abordar alguns cuidados que o ortodontista, em espe-cial, deverá observar nesse primeiro contato com o paciente.

Devido aos avanços científicos e tecnológicos, a Ortodontia passou a atender a um público mais diversificado. Se até então os pacientes eram crianças e adolescentes, atualmente esta especialidade odontológica conta com uma clientela que inclui adultos das mais variadas idades e, consequentemente, com problemas bucais e de saúde geral, muito mais complexos do que aqueles encontrados nos pacientes mais jovens.

É sobre isto que gostaríamos de conversar com os nossos leitores. É preciso estar atento a esse novo grupo de pacientes, conhecer suas necessidades e seus anseios, e isto deve ocorrer exatamente na primeira consulta que, como já lembramos, sen-do o primeiro contato do cirurgião-dentista com seu paciente, é a oportunidade para alertá-lo sobre as reais possibilidades do tratamento ortodôntico, adequando suas expectativas às suas condições pessoais de saúde bucal e geral.

Assim, é indispensável que o ortodontista tome cuidados especiais ao examinar o paciente adulto, analisando seu inven-tário de saúde e aprofundando pontos da anamnese que lhe chamem a atenção e que possam, eventualmente, interferir no plano de tratamento a ser proposto, bem como no resultado final desse tratamento.

Se existe uma especialidade odontológica onde a colabora-ção do paciente é fundamental para o sucesso almejado, esta é a Ortodontia. E por quê?

Porque trata-se de um tratamento longo, que requer um

acompanhamento muito próximo do profissional e, princi-palmente, da participação do paciente, que deverá ter sido conscientizado acerca da importância de sua colaboração no desenrolar de todo o processo, sob pena de o profissional, posteriormente, poder vir a ser responsabilizado por não o haver informado de todas as etapas do tratamento e de suas eventuais dificuldades.

Por essas razões recomenda-se entregar por escrito to-das as recomendações e regras que vão reger o tratamento, destacando a importância da participação do paciente neste processo.

Não deixe de solicitar os exames complementares que o caso requeira e, principalmente, da documentação usual na Ortodontia, para assegurar-se das condições necessárias para o correto levantamento do diagnóstico e elaboração do plano de tratamento.

Os adultos são muito mais sujeitos a problemas de saúde que têm influência direta nos tratamentos ortodônticos, do que as crianças e adolescentes, de um modo geral.

Também é importante que o ortodontista faça o acom-panhamento radiográfico constante do tratamento, tendo em vista que a maior incidência de problemas nos adultos que se submetem a tratamentos ortodônticos têm sido as reabsorções que, detectadas a tempo, podem ter solução adequada, sem maiores consequências danosas para o paciente.

É, portanto, na primeira consulta que deverão ser escla-recidos todos estes aspectos do tratamento, assim como, serem estabelecidas as regras de um relacionamento que irá se estender no tempo, evitando-se muitos problemas.

NILCÉA NICOLAS BALDACCIAdvogada e mestre em Deontologia e Odontologia Legal.

Responsabilidade Civil ORTOINFORMAÇÃO

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A SPO sempre teve por meta levar o conhecimento em busca da evolução profissional no contexto da Odontologia nacional. Por isso, ao chegar aos 50 anos de existência e de história, registrou esse acontecimento com a promoção do En-contro Científico Comemorativo – 50 anos SPO. O evento foi realizado entre os dias 5 e 7 de novembro de 2009, no auditório Elis Regina, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, e reuniu cerca de 1.180 pessoas, entre participantes, corpo docente, expositores e visitantes.

Dos especialistas presentes, 650 são da área da Ortodontia, 34 da Odon-topediatria, 25 da Ortopedia Funcional dos Maxilares, 16 da Clínica Geral, cinco da Radiologia, cinco da Dentística e quatro da Prótese. Esses profissionais são oriundos dos 26 Estados brasileiros mais o Distrito Federal, sendo que 547 de São Paulo, seguidos de 81 do Rio de Janeiro e de 48 de Minas Gerais.

O Encontro ofereceu aos partici-pantes uma programação científica de alto nível, ministrada pelos nomes que mais se destacaram no Orto 2008-SPO, realizado em outubro de 2008, como os professores Leopoldino Capelozza, Omar Gabriel e Hugo Trevisi, e foi dividido em dois formatos: Cursos Integrados – Imer-são e Ciclo de Conferências.

E como não poderia deixar de ser, o evento contou, ainda, com a participação de mais de 20 empresas na Exporto 50 anos SPO, um espaço dedicado à promoção, divulgação e comercialização de produtos e serviços visando a melhor prática da Ortodontia e áreas afins. As empresas são: 3M Unitek, Abzil, Aditek, Coraldent, Dental Press, Dentoflex, FGM, G&M Orthodontics, ICE, Intermedic Te-chnology, Masther Dental, Ocar, Morelli, N&F Ortho Dental, Neodent, Odonto Atual, Orthocamp, Ortho Rio, Ortho Source, SIN e Livraria e Editora Tota.

SPO comemora o seu Jubileu de Ouro

Durante os três dias do evento as apresenta-ções no auditório Elis Regina foram bastante

concorridas e prestigiadas pelos participantes.

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Acontece

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ORTOINFORMAÇÃO

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CURSO DE IMERSÃO E CICLO DE CONFERÊNCIAS

A abertura do evento aconteceu em 5 de novembro, com o curso ministrado por Omar Gabriel, Jorge Faber, Roberto Macoto Suguimoto e Guilherme Janson. Juntos, eles abordaram um tema de grande interesse: “Tratamento ortopédico da má-oclusão classe III” nas dentaduras decíduas mistas, usando ortopedia mecâ-nica. O protocolo defendido foi a tração reversa da maxila, seguida de contenção com a mentoneira.

Planejado para oferecer diversida-

de nas áreas da Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares, o Ciclo de Conferências contou com 10 apresen-tações conduzidas por profissionais com grande experiência na área: Alécia Louzada, Celestino Nóbrega, Cristina Dominguez, Flávio Cotrim-Ferreira, Sérgio Luís de Miranda, José Fernando Castanha Henriques, Jurandir Antonio Barbosa, Maurício Tatsuei Sakima, Hugo Trevisi e Alexandre Gallo Lopes.

Encerrando as atividades, o pro-fessor Leopoldino Capelozza Filho e sua equipe, composta por Maurício de Almeida Cardoso e José Antonio

Cappellozza, apresentaram um tema bastante desafiador: O futuro hoje: o papel da Ortodontia na Odontologia de acompanhamento.

No curso foram demonstradas evi-dências clínicas e científicas do processo de Odontologia do acompanhamento. A saúde bucal e a preservação dos dentes têm mudado o espectro de necessidades, dando ênfase a Ortodontia e, dentro da prática dessa especialidade, a prevenção e a interceptação. Assim, foram mostrados protocolos de acompanhamento incluindo prevenção, interceptação, tratamento e preservação de resultados obtidos.

A Exporto 50 Anos SPO trouxe tecnologia avançada e proporcionou excelentes negócios.

Leopoldino Capelozza Filho. Omar Gabriel. Maurício T. Sakima.

Alguns palestrantes do evento.

Jurandir Barbosa.

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Acontece

Da esq. para a dir.: Júlio Vigorito, Reynaldo

Baracchini, Jairo Corrêa e Paulo Affonso de Freitas, os

presidentes da SPO.

Grupo de homenageadosque recebeu a Medalha“50 anos SPO.”

Baracchini, Osny Corrêa, Júlio Wilson Vigo-rito e Jairo Corrêa, este atual presidente.

Participaram ainda autoridades e profissionais de destaque da Ortodontia e da Odontologia, como Placidino Guerrieri Brigagão, Luciano Artioli, Silvio Jorge Checchetto, Doris Camargo Andrade, Pedro Petreli, Brás Antunes Matos Neto, Mario Vedovello Filho, Eduardo Sakai, Nelson Junqueira Andrade, Emil Razuk e Flávio Cotrim-Ferreira, editor científico da revista, entre outros.

Em seu discurso, Jairo Corrêa desta-cou que a busca pela excelência sempre norteou os caminhos da SPO, sendo este o seu lema. Ele fez um breve retrospecto sobre a trajetória da entidade depois entregou as medalhas e os diplomas comemorativos aos ex-presidentes da

SPO. Jairo Corrêa foi homenageado por Paulo Affonso de Freitas, que falou em nome dos ex-presidentes.

Em seguida foi servido coquetel e bolo a todos os presentes.

PAINÉIS CIENTÍFICOS

Para promover e reconhecer a produção científica de especialistas, clínicos e, principalmente, de alunos de cursos de especialização em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares, durante o Encontro Científico foram premiados os três trabalhos vencedo-res do “Prêmio de Incentivo à Pesquisa Clínica”. Confira nas páginas seguintes quem são os autores e o resumo dos trabalhos vencedores.

HOMENAGENS

O ponto alto do Encontro Científico foi, sem dúvida, a Solenidade de Entrega da Medalha “50 anos SPO”. Na ocasião, foram homenageados os colegas que contribuíram para tornar a Ortodontia uma especialidade reconhecida e res-peitada, promovendo assim uma maior integração entre os participantes.

Estiveram presentes todos os presi-dentes da entidade desde a sua fundação, como Paulo Affonso de Freitas, Reynaldo

Jairo Corrêa entrega a me-dalha a Flávio Cotrim-Ferreira editor científico de revista OrtodontiaSPO.

2o colocado: Sérgio Estelita Cavalcante Barros.

1a colocada: Michelle Alonso Cassis.

3a colocada: Kelly Fernanda Galvão Chiqueto.

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ORTOINFORMAÇÃO

Avaliação cefalométrica dos efeitos do esporão lingual colado, associado à mentoneira no tratamento precoce da mordida aberta anterior

Cephalometric evaluation of the lingual bonded spur effects, associated with high-pull chincup therapy in the early treatment of anterior open bite

Michelle Alonso Cassis* Juliana Fernandes de Morais*

Nuria Cabral Castello Branco* José Fernando Castanha Henriques**

Renato Rodrigues de Almeida***

*Mestres em Ortodontia – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP; Alunas de Doutorado em Ortodontia

– Faculdade de Odontologia de Bauru - USP **Professor titular do Departamento de Odontope-diatria, Ortodontia e Saúde Coletiva – Faculdade de

Odontologia de Bauru- USP.***Professor associado da Disciplina de Ortodontia

da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP; Profes-sor adjunto – Faculdade do Norte do Paraná - Unopar.

ResumoO propósito deste estudo clínico, prospectivo e randomizado foi comparar

cefalometricamente as alterações dentoalveolares e esqueléticas decorrentes do tratamento da mordida aberta anterior, utilizando o aparelho esporão colado associado à mentoneira, durante um período de 12 meses.

Material e MétodosAs amostras foram constituídas de 30 pacientes, sendo um grupo controle,

com idade média inicial de 8,36 anos e um grupo experimental, com idade média inicial de 8,14 anos, de ambos os gêneros, leucodermas, em fase da dentadura mis-ta, com incisivos e molares permanentes totalmente irrompidos, relação molar de Classe I de Angle e overbite negativo de pelo menos 1 mm. O período de avaliação foi de um ano e correspondeu ao intervalo entre a obtenção das telerradiografias inicial e final. O grupo controle não foi submetido a tratamento.

A terapêutica empregada no grupo experimental compreendeu o uso do apa-relho esporão lingual colado Nogueira (Abzil, 3M Unitek), colado na face lingual dos incisivos centrais superiores e inferiores, associado ao uso noturno da mentoneira, com uma força de 450 g a 500 g por lado, direcionada a 45º acima do plano oclusal. Os esporões tiveram suas hastes afiadas com disco de carborundum previamente à instalação. Para a comparação entre os grupos utilizou-se o teste “t” não pareado, a um nível de significância de 5%.

Resultados e ConclusãoOs resultados demonstraram que o aparelho esporão colado associado à

mentoneira proporcionou alterações dentoalveolares e esqueléticas (Ar.GoMe) estatisticamente significantes. O grupo experimental apresentou uma lingualização e extrusão dos incisivos superiores e apenas extrusão dos incisivos inferiores quando comparado ao grupo controle. O fechamento médio do overbite foi de 5,23 mm para o grupo experimental, enquanto que para o grupo controle foi de 1,98 mm. O grupo experimental apresentou um fechamento do ângulo goníaco com significância estatística, quando comparado ao grupo controle.

Concluiu-se que o protocolo de tratamento empregado proporcionou altera-ções dentoalveolares na região anterior dos arcos dentários, que foram respon-sáveis pelo fechamento da mordida aberta anterior na fase da dentadura mista, e alterações esqueléticas, devido ao fechamento do ângulo goníaco.

Figuras 1 e 2Vistas oclusais do aparelho

esporão lingual colado Nogueira, posicionados mais próximos da cervical nos incisivos centrais superiores e mais próximos da incisal, nos incisivos centrais

inferiores, para evitar interferências oclusais após a correção da

mordida aberta anterior.

Figura 3Mentoneira usada durante o período noturno, com uma força de 450 g a 500 g por lado, direcionada a 45º acima do plano oclusal.

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Acontece

Inserção de mini-implantes baseada nas referênciasanatômicas da coroa dentária

Mini-implant insertion based on tooth crown references

Sérgio Estelita*Guilherme Janson**

Kelly Chiqueto***

*Doutor e Pós-doutorando em Ortodontia – Faculdade de Odontologia de Bauru-USP.

**Professor titular da Disciplina de Ortodontia – Facul-dade de Odontologia de Bauru-USP.

***Doutora em Ortodontia – Faculdade de Odontolo-gia de Bauru-USP.

ResumoA inserção de mini-implantes requer uma técnica cirúrgica acurada. Os guias

cirúrgicos são fabricados com diversos materiais e tecnologias que podem in-fluenciar a sua complexidade, precisão e custo1-3. Este estudo avalia uma técnica cirúrgica proposta pelos autores, na qual a inserção dos mini-implantes é guiada apenas pelas referências anatômicas da coroa dentária.

Material e MétodosUma amostra de 53 radiografias interproximais permitiu a avaliação de 213

septos inter-radiculares. Os limites cervicais da face proximal de dentes adjacentes foram usados para definir a largura do septo (1 e 2), Figura 1. O ponto médio da largura do septo foi ligado ao ponto de contato interproximal (3 e 4), Figura 1, para definir uma linha, denominada linha mediana do septo (LMS). As distâncias mesial (DM) e distal (DD) da LMS às raízes adjacentes foram medidas para avaliar o grau de centralização desta linha em duas diferentes alturas do septo (h1 e h2), Figura 1. A diferença entre DM e DD expressou o grau de desvio da LMS em relação ao centro do septo. O teste “t” foi utilizado para comparar DM e DD. O desvio da LMS foi correlacionado à altura do septo pelo teste de correlação de Pearson.

Resultados e ConclusãoO maior grau de centralização da LMS ocorreu na região coronal do septo (DM=DD,

teste “t”). O grau de desvio da LMS apresentou correlação positiva com a altura do septo (r=0.45). A LMS, definida pelas referências anatômicas da coroa, representa uma valiosa referência clínica na determinação do local de inserção (Figuras 2 e 3).

Referências1. Estelita S, Janson G, Chiqueto K, de Freitas MR, Henriques JF, Pinzan A. A three-dimensional

radiographic-surgical guide for mini-implant placement. J Clin Orthod 2006;40:548-54.2. Estelita S, Janson G, Chiqueto K, Janson M, de Freitas MR. Predictable drill-free screw positioning

with a graduated 3-dimensional radiographic-surgical guide: a preliminary report. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2009;136:722-35.

3. Kim SH, Choi YS, Hwang EH, Chung KR, Kook YA, Nelson G. Surgical positioning of orthodontic mini-implants with guides fabricated on models replicated with Cone-Beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2007;131:S82-89.

Figuras 1Determinação da LMS e mensuração das

distâncias M e D, em h1 e h2.

Figuras 2Aplicação clínica da técnica IGC (Inserção

Guiada pela Coroa). A. Fio dental para marcar os limites cérvico-proximais das

coroas, evidenciando a largura do septo; B. Marcação da LMS a partir da união entre o

ponto de contato e o ponto médio da largura do septo; e C e D. Inserção do MI sobre a

LMS de acordo com a altura desejada.

Figuras 3Eficácia do fio dental na determinação dos limites do septo. O limite cérvico-proximal alcançado pelo fio dental durante a marcação da largura do septo situa-se muito próximo à crista óssea como constatado nesta figura onde o fio dental foi substituído por um fio de ligadura .008” e radiografado.

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Comparação dos efeitos dos aparelhos Mara e Bionator no tratamento da Classe II

Comparison of Mara and Bionator effects on the Class II treatment

Kelly Chiqueto*José Fernando Castanha Henriques**

Guilherme Janson**Sérgio Estelita C. Barros***

*Doutora em Ortodontia - Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

**Professores titulares da Disciplina de Ortodontia - Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

***Doutor e Pós-doutorando em Ortodontia - Faculda-de de Odontologia de Bauru - USP.

ResumoO Mara é um aparelho funcional fixo formado por coroas e alças de aço que

posicionam os molares em Classe I quando o paciente oclui, e difere dos outros funcionais fixos por não conter tubos telescópicos que unem a maxila à mandíbula1-3 (Figura 1). Sendo o Mara um aparelho fixo, livre da colaboração do paciente, e o Bionator um aparelho removível muito utilizado na Ortopedia Funcional, o intuito deste estudo é comparar os efeitos destes aparelhos no tratamento da má-oclusão de Classe II, 1ª divisão.

Material e MétodosA amostra de 66 jovens foi dividida em três grupos de 22, com as seguintes

médias de idade inicial e tempo de tratamento em anos: Mara (11,99; 1,11), Bio-nator (11,27; 1,51), e Controle sem tratamento (11,63; 1,18). Comparou-se as alterações cefalométricas dos três grupos por meio dos testes Anova e Tukey.

ResultadosOs efeitos dos aparelhos foram: restrição do crescimento maxilar, melhora

da relação maxilomandibular e aumento da Afai. No arco superior, os incisivos foram lingualizados e os molares distalizados nos dois grupos tratados, e grande inclinação distal dos molares no grupo Mara. No arco inferior, ocorreu vestibulari-zação dos incisivos e inclinação mesial dos molares, com maior vestibularização dos incisivos no Grupo Mara. Por fim, os dois aparelhos promoveram uma melhora significante nos trespasses horizontal e vertical e na relação molar, com melhor correção do trespasse vertical e da relação molar no grupo Mara.

ConclusãoOs aparelhos Mara e Bionator corrigiram a Classe II com efeitos predomi-

nantemente dentoalveolares, porém o Mara foi mais eficaz por não necessitar da cooperação do paciente.

Figura 1O aparelho Mara instalado. Quando o paciente oclui as alças superior (1) e inferior (2) criam uma interferência oclusal que avança a mandíbula, levando à oclusão de Classe I.

Referências1. Gonner U et al. Effect of the MARA appliance on the position of the lower anteriors in children,

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Evento deverá contar com a participação de cerca de 5.000

congressistas.

Orto 2010-SPO: o grande encontro da Ortodontia brasileira

Em 2010, profissionais da Ortodon-tia e da Ortopedia Funcional dos Maxilares estarão reunidos de 14 a 16 de outubro, no Anhembi, em São Paulo, no maior evento da especialidade: o Orto 2010-SPO. Em sua 17a edição, o Congresso Brasileiro de Ortodontia terá como tema central Ortodontia Contemporânea: tec-nologia e bem-estar.

Promovido pela SPO, entidade que o ano passado completou 50 anos de existên-cia, o evento terá uma programação cien-tífica abrangente, contemplando os mais recentes temas da Ortodontia mundial. Serão mais de 200 horas de programação, com oito curtos internacionais, 15 cursos nacionais, 100 conferências especiais, 400 painéis científicos e 30 mesas clínicas.

O Orto 2010-SPO abordará temas como: Ancoragem absoluta com mini-im-plantes; Aparelhos ortodônticos autoligá-veis; Biomateriais na prática ortodôntica; Biomecânica em Ortodontia (distalização, verticalização, retração, tração e dentes impactados); Diagnóstico e planificação do tratamento; disjunção maxilar; Dispo-

sitivo para protração mandibular; Estética facial; Imagenologia em Ortodontia; Marketing aplicado à Ortodontia; Oclusão e ATM; Ortodontia lingual; Técnica de arco segmentado; Tratamento de Classe II, Classe III, mordida aberta, mordida profunda; e Tratamento multidisciplinar (reabilitação, estética, cirurgia ortognáti-ca, doenças sistêmicas).

O Congresso contará também com a Exporto 2010-SPO, a exposição pro-mocional que trará novas tecnologias, proporcionando bons negócios no even-to. As empresas que já confirmaram participação no Orto 2010-SPO são: 3M Unitek/Abzil; Aditek; Alva Doctor; Arti-Dente; Bioguide; Coraldent; Dental Press; Dental São Paulo; Dhpro; Fuji Yama do Brasil; G & M Orthodontics; GAC Orthomax; Hospital da Face; I C E; INP; Kernit; Livraria Dental Tota; Micro Imagem; Morelli Ortodontia; NF Ortho-dental; Odontoma; Ormco; Orthometric; OrthoSource do Brasil; Profile; Quine-lato; TP Orthodontics; Zatty Alicates Odontológicos.

Informações e adesões: Departamento de Eventos VMComtel.: (11) 2168-3400 – e-mail – secretaria@ortociência.com.br

Acontece

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Ministradores internacionais confirmados

Hugo De Clerck (Bélgica)Tema: distalização molar e correção ortopédica da Classe II com miniplacas de ancoragem óssea

John C. Voudouris (EUA)Tema: Os aparelhos ortodônticos autoligados e o tratamento da Classe II esquelética

Roger Wise (EUA)Tema: Ortodontia em adultos: planejamento baseado em problemas

Hans Pancherz (Alemanha)Tema: O aparelho Herbst emcrianças, jovens e adultos

Björn Ludwig (Alemanha)Tema: A utilização dos mini-implantes associados aos aparelhos autoligados

Ministradores nacionais confirmados

• Adalsa Hernández • Adrião Silveira Martins • Alael Barreiro F. de Paiva Lino • Alexander Macedo • Alexandre Moro • Ana Carla R. Nahás • Andreia Cotrim Ferreira • Antonio Carlos Passini • Antonio Inácio Ribeiro • Arnaldo Pinzan • Ary dos Santos Pinto • Carlo Marassi • Carlos Alberto G. Cabrera • Carlos Henrique Guimarães Junior • Carlos Martins Coelho Filho • Celestino José Prudente Nóbrega • Cláudia de Carvalho Lopes • Cristina Dominguez • Dalton Humberto de A. Cardoso • Daniela G. Garib • Daniel Furquim Siqueira • Dirceu B. Raveli • Eduardo César Werneck • Eduardo Guedes-Pinto • Eduardo Miyashita • Ertty Silva • Ewaldo Luiz de Andrade • Flávio Vellini Ferreira • Gastão Moura Neto • Guilherme Janson • Guilherme T. C. Terra • Hélio Scavone Junior • Heloísa Cristina Valdrighi • Henrique Ulisses H. Rodrigues • Hideo Suzuki • Hugo Nary Filho • Hugo Trevisi • Humberto Soliva • Jorge Maria Baptista • Jorge Abrão • Jorge Faber • José Augusto M. Miguel • José Carlos Faria Lago • José Fernando C. Henriques • José Luis G. Bretos • José Rino Neto • Júlio de Araújo Gurgel • Jurandir A. Barbosa • Karyna do Valle-Corotti • Kátia de Jesus novello Ferrer • Kátia R. Izola Simone • Laura Santa Pereira • Laurindo Azanco Furquim • Leandro G. Velasco • Leopoldino Capelozza Filho •Liliana Avila Maltagliati • Lúcia Coutinho Porto • Luciana Flaquer Martins • Luciana Romani • Luciano Wagner Ribeiro • Lucy Dalva Lopes • Luís Antônio de A. Aidar • Luiz Carlos Manganello • Luiz Fernando Eto • Luiz Gonzaga Gandini Junior • Luiz Roberto Godolfim • Marcelo de Melo Quintela • Marcelo Gomes Garducci • Marcio Rodrigues de Almeida • Marco Antonio L. Feres • Marco Antonio Scanavani • Marco Aurélio Gouvea Bomfim • Marcos Augusto Lenza • Marcos dos Reis Pereira Janson • Marcos Nadler Gribel • Maria Beatriz B. de Araújo Magnani • Maria Eduina da Silveira • Maria Naira P. Friggi • Maria Regina de C. Brandão • Mario Cappellette Jr. • Marise de Castro Cabrera • Martha de Abreu Ávila • Masato Nobuyasu • Maurício de Alencar Casa • Maurício de Almeida Cardoso • Maurício T. Sakima • Messias Rodrigues • Murilo Bovi Corsi • Mustapha Amad Neto • Nelson José Rossi • Omar Gabriel da Silva Filho • Orlando Santiago Jr. • Pedro Paulo Feltrin • Reginaldo C. T. Zanelato • Renato Castro de Almeida • Renato Vita • Rita de Cássia Souza Baratela • Rogério S. Armando • Rosana Albertini • Rosana Canteras Di Matteo • Sergio Polizio Terçarolli • Sérgio Ricardo Jakob • Silvia A. Scudeler Vedovello • Solange Mongelli de Fantini • Tereza Cristina R. da Cunha • Vania C. V. de Siqueira • Vera Helena T. C. Terra • Weber Ursi • Wilma Alexandre Simões • Wilson Aragão.

OrtodontiaSPO | 2010;43(1):110-1

ORTOINFORMAÇÃO

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Mercado

Colgate Sensitive Pró-Alívio combatea sensibilidade dentinária

A Colgate-Palmolive apresentou no final do ano passado o creme dental Colgate® Sensitive Pro-Alívio™, que utiliza tecnologia exclusiva para oferecer alívio instantâneo e dura-douro da sensibilidade dentinária, comprovado clinicamente. Trata-se da tecnologia Pro-Argin™, que fecha efetivamente os canais que chegam aos nervos sensíveis dos dentes, bloqueando assim a transmissão de calor, frio, ar e pressão que estimulam os receptores da dor dentro dos dentes.

A sensibilidade nos dentes é um problema oral que afeta até 57% dos consumidores em todo o mundo. O ar frio, uma bebida quente ou uma sobremesa doce pode provocar a dor aguda da sensibilidade.

Como líder global em cuidado oral, a Colgate-Palmolive oferece soluções que abordam sérios problemas orais, ajudando a melhorar a saúde oral e o bem-estar dos consu-midores em todo o mundo. Assim, o lançamento do creme

dental Colgate® Sensitive Pro-Alívio™ estende a liderança tecnológica da Colgate-Palmolive para o segmento dos cre-mes dentais para dentes sensíveis. Além disso, a Colgate Palmolive do Brasil produzirá a tecnologia para todos os países do mundo, onde o creme dental Colgate® Sensitive Pro-Alívio™ será comercializado.

Para mais informações sobre o creme dental Colgate® Sensitive Pro-Alívio™, visite o site www.colgatesensitivepro-alivio.com.br.

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

1. OBJETIVO

A revista OrtodontiaSPO, um órgão oficial da Sociedade

Paulista de Ortodontia, destina-se à publicação de artigos

originais, resumos de teses, artigos de divulgação e relato

de casos clínicos no campo da Ortodontia e ciências

afins, bem como a divulgação, promoção e intercâmbio de

informações científicas.

2. NORMAS

2.1. Os trabalhos enviados para publicação devem ser iné-

ditos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea

em outro periódico.

2.2. Os trabalhos deverão ser enviados exclusivamente via

correio, gravados em CD, em formato DOC ou RTF (Word

for Windows), acompanhados de uma cópia em papel, com

informações para contato (endereço, telefone e e-mail do

autor responsável).

2.2.1. O CD deve estar com a identificação do autor respon-

sável, em sua face não gravável, com etiqueta ou caneta

retroprojetor (própria para escrever na superfície do CD).

2.3. O material enviado, uma vez publicado o trabalho, não

será devolvido.

2.4. A revista OrtodontiaSPO reserva todos os direitos

autorais do trabalho publicado.

2.5. A revista OrtodontiaSPO receberá para publicação

trabalhos redigidos em português.

2.6. A revista OrtodontiaSPO submeterá os originais à

apreciação do Conselho Científico, que decidirá sobre a sua

aceitação. Os nomes dos relatores/avaliadores permane-

cerão em sigilo e estes não terão ciência dos autores do

trabalho analisado.

2.7. O trabalho deverá ser entregue juntamente com o

Termo de Cessão de Direitos Autorais, assinado pelo(s)

autor(es) ou pelo autor responsável.

2.7.1. Modelo de Termo de Cessão de Direitos Autorais

[Local e data]

Eu (nós), [nome(s) do(s) autor(es)], autor(es) do trabalho

intitulado [título do trabalho], o qual submeto(emos)

à apreciação da revista OrtodontiaSPO para nela ser

publicado, declaro(amos) concordar, por meio deste sufi-

ciente instrumento, que os direitos autorais referentes ao

citado trabalho tornem-se propriedade exclusiva da revista

OrtodontiaSPO a partir da data de sua submissão, sendo

vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer

outra parte ou meio de divulgação de qualquer natureza,

sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada

e obtida junto à revista OrtodontiaSPO. No caso de não-

aceitação para publicação, essa cessão de direitos autorais

será automaticamente revogada após a devolução definitiva

do citado trabalho, mediante o recebimento, por parte do

autor, de ofício específico para esse fim.

[Data/assinatura(s)]

2.8. As informações contidas nos trabalhos enviados são de

responsabilidade única e exclusiva de seus autores.

2.9. Os trabalhos desenvolvidos em instituições oficiais de

ensino e/ou pesquisa deverão conter no texto referências à

aprovação pelo Comitê de Ética.

2.10. Os trabalhos que se referirem a relato de caso clínico

com identificação do paciente deverão conter o Termo de

Consentimento do Paciente, assinado por este.

3. APRESENTAÇÃO

3.1. Estrutura

3.1.1. Trabalhos científicos (pesquisas, artigos e teses)

– Deverão conter título em português, nome(s) do(s)

autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos,

introdução, contendo breve revisão da literatura e obje-

tivos do trabalho, material(is) e método(s), resultados,

discussão, conclusão, título em inglês, resumo em inglês

(abstract), unitermos em inglês (key words) e referências

bibliográficas.

Limites: texto com, no máximo, 35.000 caracteres (com es-

paço), 4 tabelas ou quadros, 4 gráficos e 16 figuras/imagens.

3.1.2. Revisão de literatura – Deverão conter título

em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s)

autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou proposição,

revisão da literatura, discussão, conclusão, título em inglês,

resumo em inglês (abstract), unitermos em inglês (key

words) e referências bibliográficas.

Limites: texto com, no máximo, 25.000 caracteres (com

espaço), 10 páginas de texto, 4 tabelas ou quadros, 4

gráficos e 16 figuras.

3.1.3. Relato de caso(s) clínico(s) – Deverão conter

título em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação

do(s) autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou propo-

sição, relato do(s) caso(s) clínico(s), discussão, conclusão,

título em inglês, resumo em inglês (abstract), unitermos em

inglês (key words) e referências bibliográficas.

Limites: texto com, no máximo, 18.000 caracteres (com

espaço), 2 tabelas ou quadros, 2 gráficos e 32 figuras.

3.2. Formatação de página:

a. Margens superior e inferior: 2,5 cm

b. Margens esquerda e direita: 3 cm

c. Tamanho do papel: A4

d. Alinhamento do texto: justificado

e. Recuo especial da primeira linha dos parágrafos: 1,25 cm

f. Espaçamento entre linhas: 1,5 linhas

A revista OrtodontiaSPO, adota, a partir de agora, em suas Normas de Publicação, o estilo Vancouver (Sistema Numérico de Citação), visando a padronização universal de expressões científicas nos trabalhos publicados. Os trabalhos enviados, a partir de 15 de junho de 2008, que não seguirem rigorosamente as Normas de Publicação serão devolvidos

automaticamente.

Importante:1. Envie seu trabalho apenas pelo correio, em envelope com:• CD, identificado, contendo o texto gravado nos formatos DOC ou RTF (Word for Windows ou editores de texto com-patíveis), e as imagens (se houver) nos formatos JPG ou TIF, em alta resolução (300 dpi). Atenção: apenas o texto do trabalho deve estar no formato DOC (Word). Em hipótese alguma, as imagens devem estar contidas em um arquivo DOC ou PPT (PowerPoint). Também não serão aceitos slides. Em caso de dúvida, entre em contato com a redação pelo telefone (11) 2168-3400.

• Impressos completos do trabalho enviado, do Termo de Cessão de Direitos Autorais, assinado, e do Termo de Con-sentimento do Paciente, se for o caso.2. Os trabalhos devem conter, imprescindivelmente, todos os dados para contato com o autor principal (endereço, telefones e e-mails). Atenção: os trabalhos que não tive-rem telefone para contato de, pelo menos, um dos autores, também não serão aceitos.3. Todos os trabalhos enviados devem respeitar os limites máximos de tamanho de texto e quantidade de imagens/fi-guras. Antes de postar, confira se o trabalho está de acordo

com esses limites no item 3, Apresentação, das Normas de Publicação.Atenção: o trabalho deverá conter no máximo 5 autores.4. Dados para envio dos trabalhos:

ParaOrtodontiaSPO Att. Ana Lúcia Zanini LuzEditora Assistente – Caderno Científico Rua Gandavo, 70 – Vila Mariana04023-000 – São Paulo – SP

Como enviar seus trabalhos

Normas de Publicação

OrtodontiaSPO | 2010;43(1):113-4 113

Normas de Publicação

g. Controle de linhas órfãs/viúvas: desabilitado

h. As páginas devem ser numeradas

3.3. Formatação de texto:

a. Tipo de fonte: times new roman

b. Tamanho da fonte: 12

c. Título em português: máximo de 90 caracteres

d. Titulação do(s) autor(es): citar até 2 títulos principais

e. Resumos em português e inglês: máximo de 250

palavras cada

f. Unitermos e key words: máximo de cinco. Consultar

Descritores em Ciências da Saúde – Bireme (www.bireme.

br/decs/)

3.4 Citações de referências bibliográficas

a. No texto, seguir o Sistema Numérico de Citação, no

qual somente os números índices das referências, na forma

sobrescrita, são indicados no texto.

b. Números seqüenciais devem ser separados por hífen

(exemplo: 4-5); números aleatórios devem ser separados por

vírgula (exemplo: 7, 12, 21).

c. Não citar os nomes dos autores e o ano de publi-

cação. Exemplos:

Errado: “Bergstrom J, Preber H2 (1994)...”

Correto: “Vários autores1,5,8 avaliaram que a saúde geral e

local do paciente é necessária para o sucesso do tratamen-

to”; “Outros autores1-3 concordam...”

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4.1. Quantidade máxima de 30 referências bibliográficas

por trabalho.

4.2. A exatidão das referências bibliográficas é de respon-

sabilidade única e exclusiva dos autores.

4.3. A apresentação das referências bibliográficas deve

seguir a normatização do estilo Vancouver, conforme orien-

tações fornecidas pelo International Committee of Medical

Journal Editors (www.icmje.org) no “Uniform Requirements

for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”.

4.4. Os títulos de periódicos devem ser abreviados de

acordo com o “List of Journals Indexed in Index Medicus”

(www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html) e impressos sem

negrito, itálico ou grifo/sublinhado.

4.5. As referências devem ser numeradas em ordem de

entrada no texto pelos sobrenomes dos autores, que

devem ser seguidos pelos seus prenomes abreviados,

sem ponto ou vírgula. A vírgula só deve ser usada entre

os nomes dos diferentes autores. Incluir ano, volume,

número (fascículo) e páginas do artigo logo após o título

do periódico.

Exemplo:

“1. Lorato DC. Influence of a composite resin restoration on the gengival. Prosthet Dent 1992;28:402-4.2. Bergstrom J, Preber H. Tobaco use as a risk factor. J Periodontal 1994;65:545-50.

3. Meyer DH, Fives-Taylor PM. Oral pathogens: from dental plaque to cardiace disease. Cure opin microbial; 1998:88-95.”4.5.1. Nas publicações com até seis autores, citam-se todos.

4.5.2. Nas publicações com sete ou mais autores, citam-se

os seis primeiros e, em seguida, a expressão latina et al.

4.6. Deve-se evitar a citação de comunicações pessoais,

trabalhos em andamento e os não publicados; caso seja

estritamente necessária sua citação, as informações não

devem ser incluídas na lista de referências, mas citadas em

notas de rodapé.

4.7. Exemplos

4.7.1. Livro:

Brånemark P-I, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindstrom J,

Hallen O, et al. Osseointegrated implants in the treatment of

the edentulous jaw. Experience form a 10-year period. Scan

J Plastic Rec Surg 1977;16:1-13.

4.7.2. Capítulo de livro:

Baron, R. Mechanics and regulation on ostoclastic boné

resorption. In: Norton, LA, Burstone CJ. The biology of tooth

movement. Florida: CRC; 1989. p 269-73.

4.7.3. Editor(es) ou compilador(es) como autor(es):

Brånemark P-I, Oliveira MF, editors. Craniofacial prostheses:

anaplastology and osseointegration. Illinois: Quintessen-

ce;1997.

4.7.4. Organização ou sociedade como autor:

Clinical Research Associates. Glass ionomer-resin: state of

art. Clin Res Assoc Newsletter 1993;17:1-2.

4.7.5. Artigo de periódico:

Diacov NL, Sá JR. Absenteísmo odontológico. Rev Odont

Unesp 1988;17(1/2):183-9.

4.7.6. Artigo sem indicação de autor:

Fracture strenght of human teeth with cavity preparations. J

Prosth Dent 1980;43(4):419-22.

4.7.7. Resumo:

Steet TC. Marginal adaptation of composite restoration

with and without flowable liner [resumo] J Dent Res

2000;79:1002.

4.7.8. Artigo citado por outros autores apud:

Sognnaes RF. A behavioral courses in dental school. J Dent

Educ 1977;41:735-37 apud Dent Abstr 1978;23(8):408-9.

4.7.9. Dissertação e tese:

Molina SMG. Avaliação do desenvolvimento físico de pré-es-

colares de Piracicaba, SP. [Tese de Doutorado]. Campinas:

Universidade Estadual de Campinas;1997.

4.7.10. Trabalho apresentado em evento:

Buser D. Estética em implantes de um ponto de vista cirúrgi-

co. In: 3º Congresso Internacional de Osseointegração: 2002;

APCD - São Paulo. Anais. São Paulo: EVM; 2002. p.18.

4.7.11. Artigo em periódico on-line/internet:

Tanriverdi et al. Na in vitro test model for investigation of

desinfection of dentinal tubules infected whith enterococcus

faecalis. Braz Dent J 1997,8(2):67- 72. [Online] Available

from Internet <http://www.forp.usp.br/bdj/t0182.html>.

[cited 30-6-1998]. ISSN 0103-6440.

5. TABELAS OU QUADROS

5.1. Devem constar sob as denominações “Tabela” ou “Qua-

dro” no arquivo eletrônico e ser numerados em algarismos

arábicos.

5.2. A legenda deve acompanhar a tabela e ser posicionada

acima, e no quadro posicionada abaixo. Sempre indicada

de forma clara e objetiva no texto ou em documento anexo.

5.3. Devem ser auto-explicativos e, obrigatoriamente, cita-

dos no corpo do texto na ordem de sua numeração.

5.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos

em nota colocada abaixo do corpo da tabela/quadro ou em

sua legenda.

6. FIGURAS/ IMAGENS

6.1. Devem constar sob a denominação “Figura” e ser

numeradas com algarismos arábicos.

6.2. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em arquivo

ou folha impressa à parte.

6.3. Devem, obrigatoriamente, ser citadas no corpo do texto

na ordem de sua numeração.

6.4. Sinais ou siglas devem estar traduzidos em sua

legenda.

6.5. Na apresentação de imagens e texto, deve-se evitar o

uso de iniciais, nome e número de registro de pacientes. O

paciente não poderá ser identificado ou estar reconhecível

em fotografias, a menos que expresse por escrito o seu

consentimento, o qual deve acompanhar o trabalho enviado.

6.6. Devem possuir boa qualidade técnica e artística,

utilizando o recurso de resolução máxima do equipamento/

câmera fotográfica.

6.7. Devem ser enviadas gravadas em CD, com resolução

mínima de 300dpi, nos formatos TIF ou JPG e largura

mínima de 10 cm.

6.8. Não devem, em hipótese alguma, ser enviadas

incorporadas a arquivos de programas de apresentação

(PowerPoint), editores de texto (Word for Windows) ou

planilhas eletrônicas (Excel).

7. GRÁFICOS

7.1. Devem constar sob a denominação “Gráfico”, nume-

rados com algarismos arábicos e fornecidos, preferencial-

mente, em arquivo à parte, com largura mínima de 10 cm.

7.2. A legenda deve acompanhar o gráfico e ser posicionada

abaixo deste.

7.3. Devem ser, obrigatoriamente, citados no corpo do texto,

na ordem de sua numeração.

7.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos

em sua legenda.

7.5. As grandezas demonstradas na forma de barra, setor, curva

ou outra forma gráfica devem vir acompanhadas dos respectivos

valores numéricos para permitir sua reprodução com precisão.

OrtodontiaSPO | 2010;43(1):113-4114