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Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Disciplina: TECNOLOGIAS DIGITAIS, CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Professor: Prof. Dr. Simão Pedro Pinto Marinho A história da informática na educação A história da informática na educação brasileira brasileira Aluno: Aluno: Gerson de Oliveira Soares Gerson de Oliveira Soares Belo Horizonte Belo Horizonte 2013 2013

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Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação

Disciplina: TECNOLOGIAS DIGITAIS, CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Professor: Prof. Dr. Simão Pedro Pinto Marinho

A história da informática na educação A história da informática na educação brasileirabrasileira

Aluno:Aluno:Gerson de Oliveira SoaresGerson de Oliveira Soares

Belo HorizonteBelo Horizonte20132013

TECNÓFOBO

É uma grande falácia que crianças e jovens têm que aprender a usar computadores agora pois caso contrário eles ficarão para trás em sua futura busca por empregos profissionais;

Qualquer pessoa será capaz de aprender a usar computadores bem rapidamente em qualquer idade;

Crianças que nasceram depois da introdução dos computadores pessoais não têm medo algum de utilizar computadores, pois estes tornaram-se tão comuns quanto aviões;

Professores podem exigir, em suas aulas, algo que somente alunos que têm computador em casa podem fazer, por exemplo entregar uma composição necessariamente impressa em um editor de textos, ou procurar alguma informação através da Internet. Nesse caso não é justo descriminar estudantes que não podem ter acesso a um computador;

Uma das razões de computadores parecerem excelentes ferramentas para aprendizado é a atração que eles exercem em crianças e adolescentes;

É possível detectar que essa atração é devida a duas razões principais: o que chamamos de efeitos "cosmético" e de "joguinho eletrônico“;

No primeiro caso, os usuários são atraídos pelos efeitos "multi-media", tais como figuras fascinantes, som e animação. No segundo, por uma excitação semelhante à sentida quando se joga um vídeo-game: o cenário é perfeita e matematicamente bem definido;

A certeza de que se chegará eventualmente a descobrir a maneira correta de executar algo no computador atrai o usuário a um tal grau que ele esquece todo o resto, entrando no que se denomina "o estado do usuário obsessivo" (que se aplica igualmente a programadores);

Assim, quando usado com programas "educativos", o que atrai a criança ou adolescente não é a beleza ou interesse do conteúdo que está sendo aprendido, mas esses efeitos cosmético e de vídeo game;

O que acontece com um estudante que se acostuma a aprender com computadores? Será que ele vai tolerar uma classe normal sem todos aqueles efeitos cosméticos e de joguinho eletrônico?

Todas as atividades tradicionais serão prejudicadas pelo costume de usar um ambiente apresentado por um computador;

Em relação ao rendimento escolar, qual deles será melhorado com o uso de computadores na educação? É possível que os estudantes tirem melhores notas em testes de múltipla escolha em Matemática, mas isso é um sinal bom ou mau?

Consideramos que criatividade real não acontece em espaços bem-definidos, mas em mal-definidos, tais como os envolvidos em artesanato, atividade artística, humanidades e interação social;

Nesse caso, o desenvolvimento do pensamento lógico-simbólico forçado pelos computadores acaba por impedir uma criatividade real, em áreas não-lógicas e não-simbólico-formais;

É absolutamente anti-natural para uma criança sentar numa cadeira por longos períodos de tempo, se a criança não tem possibilidade de imaginar ou fantasiar interiormente (o que aconteceria se ela ouvisse um conto de fadas, por exemplo); um software educacional cheio de imagens não deixa espaço para a imaginação interior;A aceleração de um desenvolvimento mental e psicológico, fazendo a criança comportar-se interior e exteriormente como adulto, é a pior influencia exercida por computadores;

Nesse sentido, estende-se para qualquer tipo de uso de computadores os receios de Neil Postman quanto ao eminente desaparecimento da infância;

Quanto a interação social, a caracterizada pela normalidade, sem o incentivo de uma máquina será a situação padrão para a vida futura;

A abstração excessiva em atividades de aprendizado fazem com a que as criança e jovens detestem a escola;

O que acontece, nesse sentido, com os computadores? Sendo máquinas abstratas, que apresentam um ambiente virtual, elas introduzem ainda mais abstração no processo educacional!

É necessário mudar radicalmente o processo educacional, mas essa mudança deve ser humana, e não tecnológica;

Com relação à integração com culturas e povos diferentes, deveríamos ensinar nossos estudantes a interessar-se por pessoas reais, desenvolvendo o seu interesse e sensibilidade sociais, em lugar de dar-lhes a oportunidade de entabular conversação com uma pessoa aparentemente virtual;

Quanto ao auto-controle, computadores induzem indisciplina;

Ao escrever uma carta à mão, por exemplo, ou batendo-a em uma antiga máquina de escrever, uma pessoa deve exercer uma tremenda disciplina mental. No editor de textos do computador isso não se faz necessário;

Quanto ao ensino mais humano, computadores representam o oposto. O ensino humano deveria ser feito por gente, e não por máquinas;

Computadores não incentivam a imaginação e a criatividade, pelo contrário, eles as prejudicam;

Uma criança pode revelar um alto senso de improvisação e descoberta quando usa um computador. Mas será que deveríamos chamar essas qualidades de "criatividade"?

De fato, o que a criança está fazendo é combinar funções definidas logicamente. Criatividade em ciência (com exceção talvez da Matemática Algébrica ou Lógica), arte e vida social significa inventar idéias absoltamente novas que não são meras combinações de padrões conhecidos previamente num desenho por computador;

Se os computadores podem tornar crianças mais conscientes de seu próprio processo de pensar, isso significa que essas crianças são forçadas a se comportarem conscientemente como adultos. Crianças não deveriam ter o mesmo grau de consciência que adultos;

Maneiras e velocidades individuais de aprendizado são ótimas para adultos. Mas é uma aberração dizer que crianças e jovens sabem o que é melhor para eles, e podem decidir o que e como deveriam estudar;

Liberdade é desejável para adultos, mas quando induzida em crianças, torna-as inseguras e leva a decisões erradas;

Quanto ao senso de inferioridade, quando crianças não usam computadores em casa. Mas, qual é o prejuízo maior e mais sério, o social ou psicológico pelo fato de suas crianças não terem um computador, ou os efeitos maléficos que essa máquina terá em seus filhos?

A rede Internet traz informações difíceis de obter por outros meios. Mas as questões fundamentais são: essa informação é importante e absolutamente essencial? Será que ela traz algo para o processo de aprendizagem que não pode ser obtido por outros meios, sem os problemas causados pelo uso de um computador e da internet;

Hoje em dia quem não sabe informática não pode ser um bom profissional em qualquer área. Isso pode até ser verdade, mas o argumento é falacioso em termos de justificar o aprendizado durante a infância ou juventude;

A auto-aprendizagem será cada vez mais empregada, pois os sistemas de software estão ficando com interfaces com o usuário melhores e mais simples;

Além disso, é ridículo achar que o que uma criança aprende hoje de informática será útil quando ela for adulta: há 5 anos praticamente não existia a WWW; não se pode prever como serão os sistemas de software e os computadores daqui a 5 anos;

Observando-se uma criança usando um computador, logo salta à vista uma atitude pouco infantil: ela está sentada, fazendo apenas pequenos movimentos das mãos e dedos - movimentos mecânicos, como se fosse uma máquina;

Um raciocínio que na essência é matemático (mais precisamente, algorítmico) através de uma linguagem lógico-simbólica, Esse raciocínio e essa linguagem não são próprios de crianças;

Outros aspectos dos computadores, altamente prejudiciais à crianças, são a indução de indisciplina mental e de estados obsessivos;

Os aspectos de forçar um raciocínio matemático e uma linguagem formal bastam para se caracterizar o maior crime contra a humanidade;

O ensino de informática às crianças: rouba lhes sua necessária infância, forçando-as a pensarem e agirem parcialmente como adultos;

O roubo, mesmo que parcial, de sua infância, provocará mais tarde transtornos psicológicos e sociais talvez irreparáveis;

Em particular, teme-se por uma futura admiração ou adoração pelas máquinas, e a idéia de que estas são melhores do que os seres humanos e, estes, máquinas imperfeitas.