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OPINIÃO SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 24/3/2014 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 ESPAÇO DO LEITOR Decisões questionáveis A Câmara dos Deputados concluiu a votação da reforma do Código do Processo Civil. O código tem efeitos para a tramitação das di- versas ações de indenizações. A sua redação final será votada pela comissão que discutiu a matéria. Um dos itens que causaram maior impacto foi o que trata das invasões de terras e de imóveis que durarem mais de um ano. Segundo os seus membros, deverá ocorrer uma audiência de conciliação entre quem teve o seu bem invadido e o invasor, antes de se analisar o pedido de reintegração solicitada pelo primeiro citado. Assim sendo, condições totalmente distintas serão equiparadas; dar-se-á a quem praticou o delito igualdade de condições ao de quem sofreu o dano. Real- mente no Brasil bolivariano, o sagrado direito de propriedade, consagrado em qualquer na- ção realmente democrática, foi para o brejo. Com essa interpretação dada pela comissão, as invasões tornar-se-ão ainda muito mais atraentes do que já são hoje em dia. RICARDO PEREIRA DE MIRANDA, SALVADOR - BA, RICAR- [email protected] E o povo que se dane Venho acompanhando o imbróglio político que se formou na Bahia e, assim, venho no- tando que está provado que, para eles, os políticos, o que interessa é terem bons re- sultados nas negociações. O que interessa é ganhar, é permanecer no poder. Basta ler, com cuidado, o porquê do governador escolher João Leão para ser o vice na chapa do seu candidato. Segundo li em A TARDE de 20/03, Leão foi escolhido porque o partido a que ele pertence tem um número maior de prefeitos e deputados federais e mais tempo na te- levisão, ou seja, só faltou dizer: o povo que se dane. É por isso que o comércio de filmes na TV está crescendo a cada dia, pois os mais entendidos, os mais astutos, os mais inte- ligentes, não aguentam mais esse troca-troca apenas visando seu bem-estar, esquecendo-se que o povo é que deveria ser ouvido. Mas... o povo que se dane. ROQUE OLIVEIRA, ROQUEOL- [email protected] Instrutores desvalorizados Os instrutores práticos de autoescolas têm a responsabilidade de "formar" motoristas de todas as categorias e motociclistas. Eles têm um salário indigno de R$ 1.100. Diante dessa desvalorização profissional, o que sê vê são professores de trânsito estressados, depres- sivos, impacientes e desanimados, o que aca- ba, sem querer, atingindo os alunos nega- tivamente. Infelizmente o sindicato da ca- tegoria é fraco como o super-homem perto de uma criptonita. O caminho para o bom senso seria o patrão, que ganha muito com o alu- no-cliente-produto, pagar bem aos seus fun- cionários do ensino. CARLOS ALBERTO S. QUIN- TELA, [email protected] Crítica procedente A carta de José Holly Mendes Vieira, publicada na página A2, Espaço do Leitor, de 20 de março de 2014, traz uma crítica procedente ao Su- premo Tribunal Federal. De acordo com ele, o STF “...modificou o conceito de quadrilha, de- negriu ainda mais a já combalida imagem da justiça e angariou o total repúdio dos seus concidadãos...”. A indignação do autor mostra a necessidade de o povo enviar para o Con- gresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular tal qual o idealizado para a lei da ficha limpa, que reúna cerca de 1,3 milhão de as- sinaturas com o objetivo de mudar a excres- cência do art. 101º da Constituição brasileira que dá direito ao presidente da República de indicar ministros para o Supremo Tribunal Federal e, assim, poderem transformar a mais alta corte da justiça do país “em uma re- partição pública, ocupada por despachantes encarregados de executar as ordens do go- verno” (J.R. Guzzo, Veja, ed. 2.364, ano 47, nº 11, 12 de março de 2014, p.114). LUIZ CARLOS SAN- TOS LOPES, [email protected] Luz de alerta para a axé music Depois da saída de Bell Marques da banda Chiclete com Banana, tudo indica que o líder da banda Asa de Águia, Durval Lellys, irá se- guir carreira solo. Depois de mais de duas décadas, pode chegar ao fim uma das maiores bandas do Brasil. Fala-se nos bastidores que, com o fim da banda, Durval seguiria em car- reira solo e os demais integrantes iriam tocar projetos distintos. Como fã do gênero axé music, o que me faz ligar o sinal de alerta é o medo de que possa estar chegando ao fim, já que grandes artistas andam perdendo espaço na mídia. Fazemos o melhor carnaval do mun- do, precisamos ter cuidado para não esque- cermos de grandes artistas que fizeram essa festa ter a dimensão que tem hoje. CARLOS MAGALHÃES JR.,[email protected] Sucom Quem poderia dizer em sã consciência que um dia teríamos saudade do ex-prefeito João Henrique? Pois é justamente isso que esta acontecendo em relação à Sucom. Na admi- nistração passada esse era um dos melhores órgãos da prefeitura. Agora que temos um prefeito que está mostrando serviço, o senhor Silvio Pinheiro ainda não disse a que veio. Para conseguir um TVL, o contribuinte tem penado muito, sem contar que a poluição sonora não tem sido combatida como antes. Neto nos socorra. RUFINO ARGOLO, RALF_8872@HOT- MAIL.COM Emiliano José Jornalista e escritor [email protected] N os últimos dias, tenho me deparado com Iara Iavelberg. Voltar à pesquisa do livro sobre Lamarca me fez re- encontrá-la com sua beleza, sua ousadia, a noção de autonomia de seu corpo, o direito de amar exercido em plenitude, e o direito também de se apaixonar perdidamente, co- mo ocorreu com o capitão da guerrilha. Era psicóloga e deu aulas como professora as- sistente na Universidade de São Paulo. Desde muito jovem, tornou-se militante revolucionária, passando pela Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), Vanguarda Popu- lar Revolucionária e Movimento Revolucio- nário 8 de Outubro (MR-8). Foi assassinada na Pituba em 20 de agosto de 1971 pela ditadura. No dia 17 de setembro, Lamarca também será assassi- nado no município de Ipupiara, próximo a Brotas de Macaúbas. Iara, ao se apaixo- nar por Lamarca, de- terminou-se a ter um filho. Os problemas de saúde não permi- tiam a gravidez, e es- sa impossibilidade causava-lhe muito sofrimento. Queria selar o amor com um filho. Nos últimos dias de vida, ela em Salvador, ele no Bu- riti Cristalino, em Brotas de Macaúbas, não havia chance de contato. Ele escrevia um diário, onde transbordava de paixão por ela, que aca- bou nas mãos da repressão política. Ela nutria esperança de unir-se a ele no ser- tão, fossem quais fossem as dificuldades. Nada foi possível. O amor foi abortado pelas balas da ditadura. Como Iara, outra psicóloga, com curso concluído em Genebra em 1970, Pauline Philipe Reichstul, foi assassinada em Per- nambuco, em janeiro de 1973. Nascida em Praga, chegou ao Brasil com oito anos de idade. Tornou-se companheira de Ladis- lau Dowbor, dirigente da VPR banido do país em junho de 1970. Na Europa, de- nunciava os crimes dos generais, suas torturas e todas as atrocidades. Ao voltar ao Brasil, em 1973, a ditadura a matou, enterrando-a como indigente no cemi- tério da Várzea, em Recife. O corpo de- pois foi reclamado pela família. Aurora Maria Nascimento Furtado, psi- cóloga, também da USP, como Iara, foi assassinada, sob torturas, em novembro de 1972, no Rio de Janeiro. Tentando rom- per um cerco da repressão, matou um policial, foi presa e submetida a torturas inomináveis, como a “coroa de cristo”, fita de aço que vai gradativamente sendo apertada, esmagando aos poucos o crâ- nio. O ex-comandante do DOI-Codi do Rio de Janeiro, ex-comandante da VI Re- gião Militar de Salvador, Adyr Fiuza de Castro, confirmou a tortura e a morte dela: “Eles não estavam satisfeitos com um de seus companheiros morto. Calculo o que fizeram com ela”. Debrucei-me sobre esses três casos, provocado por um debate para o qual fui convidado. São dias de lembrar o terror dos 21 anos de ditadura. Propunha-se dis- cutir sobre as psicólogas e a ditadura. Não creio tenha sido simplesmente a condição profissional que as tenha le- vado à luta contra a ditadura. Penso, no entanto, que contribuiu. Certamente, descobriram, nos estudos, inclusive na psicologia, não ser possível enfrentar as doenças psicológicas da sociedade senão extirpando o monstro que tornava toda a sociedade brasilei- ra enferma, a ditadu- ra. Essas três jovens, e todas eram muito jovens, tinham no- ção de que era ne- cessário primeiro enfrentar o monstro visível, o monstro capaz de prender, torturar, matar, fa- zer desaparecer pes- soas, torturar crian- ças e religiosos, para depois pensar na clí- nica, no enfrenta- mento dos muitos distúrbios da alma. Havia algum maior do que a ditadura? Esta é sempre uma doença grave. Iara, Pauline, Aurora foram às últimas consequências. Merecem ser lembradas como heroínas do povo brasileiro. Pro- vavelmente, seriam excelentes psicólo- gas, quem sabe psicanalistas, não hou- vesse o monstro a barrar-lhes o caminho. Ousaram tentar derrotá-lo, tirá-lo da frente para abrir a possibilidade de uma sociedade capaz de enfrentar suas neu- roses. O monstro as matou, com a cruel- dade de quem não tem lei a respeitar, na certeza da impunidade. A Comissão Na- cional da Verdade está revelando a face cruel do monstro. Está sendo julgado pe- la sociedade brasileira. E a justiça, mes- mo tardia, há de chegar. Ditadura, nunca mais! Liberdade, sempre! EMILIANO JOSÉ ESCREVE 2ª-FEIRA, QUINZENALMENTE São dias de lembrar o terror dos 21 anos de ditadura. Ao enfrentar o monstro, Iara, Pauline, Aurora foram às últimas consequências. Merecem ser lembradas como heroínas JAC fica para 2015 Vai ficar para o próximo governador o prazer de aparecer na foto de inauguração da fábrica da JAC Motors em Camaçari. Com explicações diferentes para o atraso no projeto, tanto a montadora quanto o governo do estado reconhecem que a unidade, um dos grandes destaques do governo Jaques Wagner na área econômica, não inicia as operações em 2014. A expectativa é que no final deste ano as obras estejam a todo o vapor, porém sem nenhuma condição de produzir veículos ain- da. O novo prazo para o início da produção de veículos na fábrica, que receberá um inves- timento de R$ 900 milhões, ainda está sendo fechado. É provável, informa a assessoria de impren- sa da JAC Motors, que a planta comece a operar entre abril e maio de 2015. EXPLICAÇÕES – De acordo com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, o centro do problema é um financiamento de R$ 110 milhões que a mon- tadora está buscando para a realização das obras civis com a Caixa Econômica Federal e a Desenbahia. Segundo ele, houve uma mu- dança no controle acionário, que antes tinha o brasileiro Sérgio Habib como sócio majo- ritário dos chineses. “Inverteu. Agora Habib tem 34% e os chineses tem 66%”, diz Correia. Por isso, o processo de financiamento teria tido que ser reiniciado, explica o secretário. “Vai sair o financiamento, sem dúvidas. Mas até lá já se perderam dois meses e eu acredito que vão se perder outros dois”, afirma. EXPLICAÇÕES II – A JAC Motors do Brasil atribui o atraso na conclusão da fábrica a dificuldades no processo de licenciamento. Segundo a assessoria de imprensa, a área onde o complexo industrial será construído per- tencia a mais de um dono, o que demandou mais de um processo de licenciamento. Outro fator de atraso teria sido o intenso período de chuvas no segundo semestre do ano passado, que atrapalhou as obras de terraplanagem. Por fim, até o final deste ano a JAC ainda não terá treinado todos os trabalhadores neces- sários. Menos uma festa Um dos argumentos do governador Jaques Wagner para ficar no cargo até o final do mandato era o desejo de "entregar" grandes projetos lançados ou tocados na gestão de- le. Pelo menos quatro grandes já frustraram os planos dele. Além da JAC, já prorrogaram os planos de inauguração o Complexo Acrílico da Basf, a Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul. – O mais importante é que este governo planejou o desenvolvimento do estado e vai deixar bons projetos encaminhados. Isso não é uma competição de inaugurações – diz o secretário James Correia. Coisas da vida Se depender do governador Jaques Wagner (PT), o deputado João Leão (PP), pré-candidato a vice-governador pela situação, não precisa se preocupar em dar explicações do que disse, ou não, a respeito do secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), que vai liderar a chapa como candidato ao governo: – Eu procuro não ouvir aquilo que não me interessa. Eu não sei o que foi dito, mas política é isso mesmo. Enquanto o PT não decidia, ele exerceu o legítimo direito de tentar participar do processo de escolha. É da vida, tanto que ele aceitou ser vice de Rui – ponderou Wagner. Na corda bamba Ex-integrante do Conselho de Administração da Petrobras na época da compra da Refinaria de Pasadena, o governador Jaques Wagner fez malabarismo para falar da operação sem ma- goar nem a presidente Dilma Rousseff, nem o secretário do Planejamento da Bahia, Sérgio Gabrielli, que é ex-presidente da Petrobras: – Eu participei de uma votação que votou estrategicamente o interesse da Petrobras de ter uma posição no mercado americano. E essa posição se consolidou na refinaria de Pasa- dena. Um conselho de administração não vai ler relatório de 3 mil páginas – justificou. . O delegado aposentado e pré-candidato a deputado pelo PTC de São Paulo, Romeu Tuma Júnior, lança hoje, às 19 horas, na Livraria Cultura o polêmico livro Assassi- nato de Reputações — Um Crime de Esta- do. . No sábado, às 10 horas, no Centro de Con- venções, o PTC realiza a convenção estadual, que deve reeleger o atual presidente, Rivail- ton Veloso, e o vice, Ricardo Grey. COLABOROU FERNANDO DUARTE Donaldson Gomes Jornalista [email protected] TEMPO PRESENTE Psicólogas e ditadura Editor Jary Cardoso www.atarde.uol.com.br/chamegente www.atarde.com.br/cultura DESTAQUES DO PORTAL A TARDE Novo clipe de Lady Gaga tem 2,8 milhões de views Laryssa diz que vídeo íntimo não era para Neymar Reprodução Vídeo de Lady Gaga seduz internautas

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OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 24/3/2014A2

[email protected]

Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

ESPAÇO DO LEITORDecisões questionáveis

A Câmara dos Deputados concluiu a votaçãoda reforma do Código do Processo Civil. Ocódigo tem efeitos para a tramitação das di-versas ações de indenizações. A sua redaçãofinal será votada pela comissão que discutiua matéria. Um dos itens que causaram maiorimpacto foi o que trata das invasões de terrase de imóveis que durarem mais de um ano.Segundo os seus membros, deverá ocorrerumaaudiênciadeconciliaçãoentrequemteveo seu bem invadido e o invasor, antes de seanalisar o pedido de reintegração solicitadapelo primeiro citado. Assim sendo, condiçõestotalmente distintas serão equiparadas;dar-se-á a quem praticou o delito igualdade decondições ao de quem sofreu o dano. Real-mente no Brasil bolivariano, o sagrado direitode propriedade, consagrado em qualquer na-ção realmente democrática, foi para o brejo.Com essa interpretação dada pela comissão,as invasões tornar-se-ão ainda muito maisatraentes do que já são hoje em dia. RICARDOPEREIRA DE MIRANDA, SALVADOR - BA, [email protected]

E o povo que se daneVenho acompanhando o imbróglio políticoque se formou na Bahia e, assim, venho no-tando que está provado que, para eles, ospolíticos, o que interessa é terem bons re-sultados nas negociações. O que interessa éganhar, é permanecer no poder. Basta ler, comcuidado, o porquê do governador escolherJoão Leão para ser o vice na chapa do seucandidato. Segundo li em A TARDE de 20/03,Leão foi escolhido porque o partido a que elepertence tem um número maior de prefeitose deputados federais e mais tempo na te-levisão, ou seja, só faltou dizer: o povo que sedane. É por isso que o comércio de filmes naTV está crescendo a cada dia, pois os maisentendidos, os mais astutos, os mais inte-ligentes, não aguentam mais esse troca-trocaapenas visando seu bem-estar, esquecendo-seque o povo é que deveria ser ouvido. Mas... opovo que se dane. ROQUE OLIVEIRA, [email protected]

Instrutores desvalorizadosOs instrutores práticos de autoescolas têm aresponsabilidade de "formar" motoristas detodas as categorias e motociclistas. Eles têmum salário indigno de R$ 1.100. Diante dessadesvalorização profissional, o que sê vê sãoprofessores de trânsito estressados, depres-sivos, impacientes e desanimados, o que aca-ba, sem querer, atingindo os alunos nega-tivamente. Infelizmente o sindicato da ca-tegoria é fraco como o super-homem perto deuma criptonita. O caminho para o bom sensoseria o patrão, que ganha muito com o alu-no-cliente-produto, pagar bem aos seus fun-cionários do ensino. CARLOS ALBERTO S. QUIN-TELA, [email protected]

Crítica procedenteA carta de José Holly Mendes Vieira, publicadana página A2, Espaço do Leitor, de 20 de marçode 2014, traz uma crítica procedente ao Su-premo Tribunal Federal. De acordo com ele, oSTF “...modificou o conceito de quadrilha, de-negriu ainda mais a já combalida imagem dajustiça e angariou o total repúdio dos seusconcidadãos...”. A indignação do autor mostraa necessidade de o povo enviar para o Con-gresso Nacional um projeto de lei de iniciativapopular tal qual o idealizado para a lei da fichalimpa, que reúna cerca de 1,3 milhão de as-sinaturas com o objetivo de mudar a excres-cência do art. 101º da Constituição brasileiraque dá direito ao presidente da República deindicar ministros para o Supremo TribunalFederal e, assim, poderem transformar a maisalta corte da justiça do país “em uma re-partição pública, ocupada por despachantesencarregados de executar as ordens do go-verno” (J.R. Guzzo, Veja, ed. 2.364, ano 47, nº 11,12 de março de 2014, p.114). LUIZ CARLOS SAN-TOS LOPES, [email protected]

Luz de alerta para a axé musicDepois da saída de Bell Marques da bandaChiclete com Banana, tudo indica que o líderda banda Asa de Águia, Durval Lellys, irá se-guir carreira solo. Depois de mais de duasdécadas, pode chegar ao fim uma das maioresbandas do Brasil. Fala-se nos bastidores que,com o fim da banda, Durval seguiria em car-reira solo e os demais integrantes iriam tocarprojetos distintos. Como fã do gênero axémusic, o que me faz ligar o sinal de alerta é omedo de que possa estar chegando ao fim, jáque grandes artistas andam perdendo espaçona mídia. Fazemos o melhor carnaval do mun-do, precisamos ter cuidado para não esque-cermos de grandes artistas que fizeram essafesta ter a dimensão que tem hoje. CARLOSMAGALHÃES JR.,[email protected]

SucomQuem poderia dizer em sã consciência queum dia teríamos saudade do ex-prefeito JoãoHenrique? Pois é justamente isso que estaacontecendo em relação à Sucom. Na admi-nistração passada esse era um dos melhoresórgãos da prefeitura. Agora que temos umprefeito que está mostrando serviço, o senhorSilvio Pinheiro ainda não disse a que veio. Paraconseguir um TVL, o contribuinte tem penadomuito, sem contar que a poluição sonora nãotem sido combatida como antes. Neto nossocorra. RUFINO ARGOLO, [email protected]

Emiliano JoséJornalista e escritor

[email protected]

N os últimos dias, tenho me deparadocom Iara Iavelberg. Voltar à pesquisado livro sobre Lamarca me fez re-

encontrá-la com sua beleza, sua ousadia, anoção de autonomia de seu corpo, o direitode amar exercido em plenitude, e o direitotambém de se apaixonar perdidamente, co-mo ocorreu com o capitão da guerrilha. Erapsicóloga e deu aulas como professora as-sistente na Universidade de São Paulo.

Desde muito jovem, tornou-se militanterevolucionária, passando pela OrganizaçãoRevolucionária Marxista Política Operária(Polop), Vanguarda Armada RevolucionáriaPalmares (VAR-Palmares), Vanguarda Popu-lar Revolucionária e Movimento Revolucio-nário 8 de Outubro (MR-8). Foi assassinadana Pituba em 20 de agosto de 1971 peladitadura. No dia 17 de setembro, Lamarcatambém será assassi-nado no município deIpupiara, próximo aBrotas de Macaúbas.

Iara, ao se apaixo-nar por Lamarca, de-terminou-se a ter umfilho. Os problemasde saúde não permi-tiam a gravidez, e es-sa impossibilidadecausava-lhe muitosofrimento. Queriaselar o amor com umfilho. Nos últimosdias de vida, ela emSalvador, ele no Bu-riti Cristalino, emBrotas de Macaúbas,não havia chance decontato. Ele escrevia um diário, ondetransbordava de paixão por ela, que aca-bou nas mãos da repressão política. Elanutria esperança de unir-se a ele no ser-tão, fossem quais fossem as dificuldades.Nada foi possível. O amor foi abortadopelas balas da ditadura.

Como Iara, outra psicóloga, com cursoconcluído em Genebra em 1970, PaulinePhilipe Reichstul, foi assassinada em Per-nambuco, em janeiro de 1973. Nascida emPraga, chegou ao Brasil com oito anos deidade. Tornou-se companheira de Ladis-lau Dowbor, dirigente da VPR banido dopaís em junho de 1970. Na Europa, de-nunciava os crimes dos generais, suastorturas e todas as atrocidades. Ao voltarao Brasil, em 1973, a ditadura a matou,enterrando-a como indigente no cemi-tério da Várzea, em Recife. O corpo de-pois foi reclamado pela família.

Aurora Maria Nascimento Furtado, psi-cóloga, também da USP, como Iara, foiassassinada, sob torturas, em novembrode 1972, no Rio de Janeiro. Tentando rom-per um cerco da repressão, matou umpolicial, foi presa e submetida a torturasinomináveis, como a “coroa de cristo”,fita de aço que vai gradativamente sendoapertada, esmagando aos poucos o crâ-nio. O ex-comandante do DOI-Codi doRio de Janeiro, ex-comandante da VI Re-gião Militar de Salvador, Adyr Fiuza deCastro, confirmou a tortura e a mortedela: “Eles não estavam satisfeitos comum de seus companheiros morto. Calculoo que fizeram com ela”.

Debrucei-me sobre esses três casos,provocado por um debate para o qual fuiconvidado. São dias de lembrar o terrordos 21 anos de ditadura. Propunha-se dis-cutir sobre as psicólogas e a ditadura.Não creio tenha sido simplesmente acondição profissional que as tenha le-vado à luta contra a ditadura. Penso, noentanto, que contribuiu. Certamente,descobriram, nos estudos, inclusive napsicologia, não ser possível enfrentar asdoenças psicológicas da sociedade senãoextirpando o monstro que tornava toda

a sociedade brasilei-ra enferma, a ditadu-ra.

Essas três jovens, etodas eram muitojovens, tinham no-ção de que era ne-cessário primeiroenfrentar o monstrovisível, o monstrocapaz de prender,torturar, matar, fa-zer desaparecer pes-soas, torturar crian-ças e religiosos, paradepois pensar na clí-nica, no enfrenta-mento dos muitosdistúrbios da alma.Havia algum maior

do que a ditadura? Esta é sempre umadoença grave.

Iara, Pauline, Aurora foram às últimasconsequências. Merecem ser lembradascomo heroínas do povo brasileiro. Pro-vavelmente, seriam excelentes psicólo-gas, quem sabe psicanalistas, não hou-vesse o monstro a barrar-lhes o caminho.Ousaram tentar derrotá-lo, tirá-lo dafrente para abrir a possibilidade de umasociedade capaz de enfrentar suas neu-roses. O monstro as matou, com a cruel-dade de quem não tem lei a respeitar, nacerteza da impunidade. A Comissão Na-cional da Verdade está revelando a facecruel do monstro. Está sendo julgado pe-la sociedade brasileira. E a justiça, mes-mo tardia, há de chegar. Ditadura, nuncamais! Liberdade, sempre!

EMILIANO JOSÉ ESCREVE 2ª-FEIRA, QUINZENALMENTE

São dias de lembraro terror dos 21 anosde ditadura. Aoenfrentar o monstro,Iara, Pauline, Auroraforam às últimasconsequências.Merecem serlembradascomo heroínas

JAC fica para 2015Vai ficar para o próximo governador o prazerde aparecer na foto de inauguração da fábricada JAC Motors em Camaçari.

Com explicações diferentes para o atraso noprojeto, tanto a montadora quanto o governodo estado reconhecem que a unidade, um dosgrandes destaques do governo Jaques Wagnernaáreaeconômica,nãoiniciaasoperaçõesem2014.

A expectativa é que no final deste ano asobras estejam a todo o vapor, porém semnenhuma condição de produzir veículos ain-da.

O novo prazo para o início da produção deveículos na fábrica, que receberá um inves-timento de R$ 900 milhões, ainda está sendofechado.

É provável, informa a assessoria de impren-sa da JAC Motors, que a planta comece a operarentre abril e maio de 2015.

EXPLICAÇÕES – De acordo com o secretárioda Indústria, Comércio e Mineração da Bahia,James Correia, o centro do problema é umfinanciamento de R$ 110 milhões que a mon-tadora está buscando para a realização dasobras civis com a Caixa Econômica Federal ea Desenbahia. Segundo ele, houve uma mu-dança no controle acionário, que antes tinhao brasileiro Sérgio Habib como sócio majo-ritário dos chineses. “Inverteu. Agora Habibtem 34% e os chineses tem 66%”, diz Correia.Por isso, o processo de financiamento teriatido que ser reiniciado, explica o secretário.“Vai sair o financiamento, sem dúvidas. Masaté lá já se perderam dois meses e eu acreditoque vão se perder outros dois”, afirma.

EXPLICAÇÕES II – A JAC Motors do Brasilatribui o atraso na conclusão da fábrica adificuldades no processo de licenciamento.Segundoaassessoriadeimprensa,aáreaondeo complexo industrial será construído per-tencia a mais de um dono, o que demandoumais de um processo de licenciamento. Outrofator de atraso teria sido o intenso período dechuvas no segundo semestre do ano passado,que atrapalhou as obras de terraplanagem.Por fim, até o final deste ano a JAC ainda nãoterá treinado todos os trabalhadores neces-sários.

Menos uma festaUm dos argumentos do governador JaquesWagner para ficar no cargo até o final domandato era o desejo de "entregar" grandesprojetos lançados ou tocados na gestão de-le.

Pelo menos quatro grandes já frustraram osplanos dele.

Além da JAC, já prorrogaram os planos deinauguração o Complexo Acrílico da Basf, aFerrovia Oeste-Leste e o Porto Sul.

– O mais importante é que este governoplanejou o desenvolvimento do estado e vaideixar bons projetos encaminhados. Isso nãoé uma competição de inaugurações – diz osecretário James Correia.

Coisas da vidaSe depender do governador Jaques Wagner(PT), o deputado João Leão (PP), pré-candidatoa vice-governador pela situação, não precisase preocupar em dar explicações do que disse,ou não, a respeito do secretário da Casa Civil,Rui Costa (PT), que vai liderar a chapa comocandidato ao governo:

– Eu procuro não ouvir aquilo que não meinteressa.Eunãoseioquefoidito,maspolíticaé isso mesmo. Enquanto o PT não decidia, eleexerceu o legítimo direito de tentar participardo processo de escolha. É da vida, tanto que eleaceitou ser vice de Rui – ponderou Wagner.

Na corda bambaEx-integrante do Conselho de Administraçãoda Petrobras na época da compra da Refinariade Pasadena, o governador Jaques Wagner fezmalabarismo para falar da operação sem ma-goar nem a presidente Dilma Rousseff, nemo secretário do Planejamento da Bahia, SérgioGabrielli, que é ex-presidente da Petrobras:

– Eu participei de uma votação que votouestrategicamente o interesse da Petrobras deterumaposiçãonomercadoamericano.Eessaposição se consolidou na refinaria de Pasa-dena. Um conselho de administração não vailer relatório de 3 mil páginas – justificou.

. O delegado aposentado e pré-candidato adeputado pelo PTC de São Paulo, RomeuTuma Júnior, lança hoje, às 19 horas, naLivraria Cultura o polêmico livro Assassi-nato de Reputações — Um Crime de Esta-do.

. No sábado, às 10 horas, no Centro de Con-venções, o PTC realiza a convenção estadual,que deve reeleger o atual presidente, Rivail-ton Veloso, e o vice, Ricardo Grey.

COLABOROU FERNANDO DUARTE

Donaldson GomesJornalista

[email protected]

TEMPO PRESENTE Psicólogase ditadura

EditorJary Cardoso

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