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Farmacologia I João Capela 1
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Farmacologia I
11º Aula TP
João Paulo Capela
Professor Auxiliar
Sumário
3. Farmacologia Clínica
3.1.Ciclo conducente à aprovação e introdução de medicamentos no mercado. A investigação pré-clínica e as diversas fases dos ensaios clínicos. Os objectivos e legislação aplicável aos ensaios clínicos. Artigos científicos de ensaios clínicos.
3.2.Reacções adversas a medicamentos e farmacovigilância.
Resolução de fichas formativas.
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Fases de um projecto para colocação de um fármaco no mercado:
1. Descoberta do fármaco 2. Desenvolvimento pré-clínico 3. Desenvolvimento clínico
CICLO CONDUCENTE À APROVAÇÃO E INTRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS NO MERCADO
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CICLO CONDUCENTE À APROVAÇÃO E INTRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS NO MERCADO
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CICLO CONDUCENTE À APROVAÇÃO E INTRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS NO MERCADO
Estudos Pré-clínicos Após a descoberta de uma molécula com potencial, a indústria efectua testes iniciais em culturas de células, tecidos, órgãos e animais (rato, coelho, cão). - Testes farmacológicos - Testes toxicológicos - Testes farmacocinéticos - Desenvolvimento galénico
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ENSAIOS CLÍNICOS
Depois de se provar a EFICÁCIA e ausência de TOXCICIDADE em ensaios in vitro e in vivo efectuados no desenvolvimento pré-clínico é que se avança para ensaios em HUMANOS (FARMACOLOGIA CLÍNICA).
É necessário pedir a aprovação às autoridades regulamentares para efectuar ensaios em humanos – as autoridades podem exigir mais ensaios antes da autorização.
Desenvolvimentos clínico engloba os ENSAIOS CLÍNICOS que se dividem em 4 fases.
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ENSAIOS CLÍNICOS
Fase I - Fase de Segurança ü Pequeno grupo de voluntários
saudáveis (20-80 pessoas) ü Vários parâmetros avaliados:
ü Parâmetros farmacocinéticos preliminares
ü Segurança do fármaco – efeitos tóxicos
ü Tolerabilidade – sintomas desagradáveis
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ENSAIOS CLÍNICOS
Fase II - Fase de Eficácia ü Grupos de doentes (100-300) ü Estabelecer eficácia e segurança
na prática clínica ü Define-se a posologia a utilizar na
clínica ü Clarificar a relação dose/resposta ü Muitos potencias fármacos são
abandonados nesta fase…
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ENSAIOS CLÍNICOS Fase III - Fase de Utilidade
Comparada ü Estudo num número alargado de doentes
(1000 a 3000) efectuados em todo o mundo
ü Balanço de eficácia/segurança a curto e a longo prazo
ü Determinar se em relação aos fármacos já existentes existe alguma vantagem terapêutica
ü No final da fase III a empresa solicita a Autorização de Introdução no Mercado (AIM)
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ENSAIOS CLÍNICOS Fase IV - Fase de Pós-Comercialização
ou de Farmacovigilância ü Estudos clínicos já com o medicamento no
mercado, após concessão do AIM ü Medicamento sujeito à Farmacovigilância.
Apesar dos testes anteriores à comercialização, muitas reacções adversas podem não ter sido detectadas, daí que se faça permanentemente a FARMACOVIGILÂNCIA!
ü O AIM pode ser revogado pelas autoridades a qualquer altura, caso surjam novos dados que o justifiquem
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ENSAIOS CLÍNICOS TIPOLOGIAS DE ENSAIOS CLÍNICOS • Aleatório (Randomização) — Um método através do qual é atribuído aos
participantes do estudo um grupo de tratamento de forma aleatória.
• Aberto — Um estudo no qual tanto o médico como o paciente sabem qual o tratamento que o paciente está a efectuar.
• Cego — Ensaios nos quais os participantes não sabem em que grupo de
tratamento estão inseridos até à conclusão do estudo, mas os médicos sabem.
• Duplamente cego — Nem os pacientes nem os investigadores sabem quais os participantes que estão a tomar o tratamento em estudo ou aqueles a efectuarem o tratamento standard ou placebo.
• Multicêntrico — Estes são ensaios nos quais são utilizados protocolos de investigação idênticos em vários locais ou centros de ensaio.
• Multinacional — Os ensaios são conduzidos em vários países.
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ENSAIOS CLÍNICOS CRITÉRIOS de elegibilidade
para ensaios clínicos
• Os participantes têm que reunir determinadas condições definidas pelo ensaio clínico antes de poderem entrar no estudo.
– Grupo de intervenção — grupo que toma o novo fármaco experimental
– Grupo de controlo — grupo que toma o tratamento standard ou, se não existir outro tratamento, um placebo
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ENSAIOS CLÍNICOS Exemplo de um ensaio clínico
de Fase III
Efficacy and safety of eslicarbazepine acetate as adjunctive treatment in adults with refractory partial-onset seizures: A randomized, double-blind, placebo-controlled, parallel-group phase III study.
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Entidades Reguladoras dos Medicamentos
Na União Europeia
q Agência Europeia do Medicamento (EMA)
Em Portugal
q Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (INFARMED)
Nos Estados Unidos da América
q Food and Drugs Administration (FDA)
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Introdução de Medicamento no Mercado • Pedido à EMA de AIM (Processo centralizado)
• Pedido ao INFARMED de AIM (Processo Nacional)
Documentação necessária
• Documentação – farmacêutica, farmacológica, toxicológica e clínica • Resumo das características do medicamento – RCM • Folheto Informativo – FI
Renovação da AIM de 5 em 5 anos
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CICLO CONDUCENTE À APROVAÇÃO E INTRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS NO MERCADO
Custos de desenvolvimento e introdução de novos fármacos no mercado
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REACÇÕES ADVERSAS
FARMACOVIGILÂNCIA
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REACÇÕES ADVERSAS Reacção Adversa a Medicamentos (RAM)
– Resposta prejudicial e indesejada a um medicamento, que ocorre com doses habitualmente usadas para profilaxia, diagnóstico ou tratamento e para a qual existe um nexo de causalidade entre a ocorrência adversa/medicamento. (OMS)
Alteração da definição de Reacção Adversa segundo a nova directiva europeia (Directiva 2010/84/EU):
“Qualquer reacção nociva e involuntária a um medicamento” – erros terapêuticos – utilização “off lable” – sobredosagem
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REACÇÕES ADVERSAS Classificação das RAM
• RAM Grave – Causa a morte – Põe a vida em risco – Motiva ou prolonga hospitalização – Resulta em incapacidade persistente ou significativa – Causa anomalia congénita ou malformação
• RAM Inesperada – Qualquer reacção adversa não referida no Resumo das
Características do Medicamento (RCM); – Consideram-se também inesperadas: RA de natureza,
intensidade ou evolução distintas das referidas no RCM
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REACÇÕES ADVERSAS Classificação das RAM – TIPO A e B
• Tipo A (“Augmented”) – Relacionadas com o efeito farmacológico do
fármaco – São efeitos previsíveis e o seus mecanismos são
normalmente conhecidos
• Resultantes de um efeito farmacológico desejado mas exagerado de um fármaco
– Ansiolítico – pode causar sonolência – Anticoagulante – pode desencadear hemorragias – Insulina – provoca choque hipoglicémico
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REACÇÕES ADVERSAS Classificação das RAM – TIPO A e B
• Tipo A (“Augmented”) • Resultantes de um efeito farmacológico não
desejado mas paralelo • Pode ser visto em doses terapêuticas ou em
sobredosagem • Podem resultar da estimulação de outros receptores não
relacionados com o efeito farmacológico principal – AINEs – lesão e ulceração gástrica – Antidepressivos – perda da libido – Citostáticos – perda de cabelo
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REACÇÕES ADVERSAS Classificação das RAM – TIPO A e B
• Tipo B (“Bizarre”) – Não relacionadas com o efeito farmacológico do fármaco
• Mecanismos nem sempre são conhecidos - imprevisíveis • Podem ter origem nos metabolitos do fármaco ou são de
natureza imunológica • Existem indivíduos geneticamente mais susceptíveis
• Imunológicas – uma alergia ou hipersensibilidade – Penicilina – pode desencadear uma reacção anafilática
• Idiossincráticas – Efeito inesperado do fármaco que é por norma grave e que ocorre numa pequena percentagem de indivíduos
– Clozapina – pode conduzir a agranulocitose
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REACÇÕES ADVERSAS
RAM Grave
q Lesão e morte celular induzida por fármacos
Ex. Hepatotoxicidade e Nefrotoxicidade q Mutagénese e Carcinogénese q Teratogénese q Reacções alérgicas a fármacos
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REACÇÕES ADVERSAS Lesão e morte celular induzida por fármacos: Hepatotoxicidade e Nefrotoxicidade
• A lesão/morte celular induzida por fármacos é geralmente causada pelos metabolitos reactivos do fármaco
• Envolve danificação de macromoléculas ou dano mitocondrial Hepatotoxicidade
– Hepatócito é um alvo preferencial devido às enzimas presentes que permitem as reacções enzimáticas de metabolização
– Local de acumulação de metabolitos tóxicos • Paracetamol • Halotano
Nefrotoxicidade – Local alvo devido à excreção do fármaco e metabolitos – Lesão nos vasos sanguíneos ou células renais
• Nefrite dos AINEs
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REACÇÕES ADVERSAS Mutagénese e Carcinogénese • Mutagénese – alteração do genótipo de uma célula que
se transmite para a célula filha (certos tipos de mutação resultam em carcinogénese)
• Carcinogénese – formação de tumores – Todos os fármacos são testados quanto à capacidade
mutagénica e carcinogénica • Testes in vitro – células ou bactérias em cultura • Testes in vivo – animais
– Raros são os fármacos que sendo mutagénicos e carcinogénicos se encontrem aprovados para uso clínico.
• Excepção - Fármacos citostáticos – potencialmente mutagénicos e carcinogénicos
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REACÇÕES ADVERSAS Teratogénese
Efeitos dos xenobióticos (noemadamente fármacos) aos quais o feto ou embrião estão expostos durante o período de gravidez, que resultem em alterações no normal desenvolvimento fetal ou embrionário ou, ainda, após o nascimento.
• Todos os fármacos antes de serem
colocados no mercado têm de fazer testes de teratogenecidade em animais (um roedor e um não-roedor)
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REACÇÕES ADVERSAS Teratogénese
Susceptibilidade à acção dos teratogénicos é superior nas primeiras 12 semanas de gestação (3 meses)
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REACÇÕES ADVERSAS Teratogénese
• Nem sempre é possível estabelecer um nexo de causalidade entre o uso do fármaco durante a gravidez e alteração no feto ou na criança
• Para muitos fármacos não há dados suficientes referentes a estudos com humanos que permitam concluir da teratogenecidade do fármaco
Categorias de risco - FDA • Categoria A – segurança demonstrada em estudos • Categoria B - ausência de risco fetal, demonstrada em
experimentação animal ou em estudos humanos; • Categoria C - risco fetal em humanos desconhecido, por
falta de estudos alargados, mas a necessidade de uso pode justificar o risco;
• Categoria D - evidência fetal em animais, mas a necessidade de uso pode justificar o risco;
• Categoria X - nocivo para o feto; o risco ultrapassa o benefício e, portanto, está contraindicado na gravidez.
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REACÇÕES ADVERSAS
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REACÇÕES ADVERSAS Reacções alérgicas a fármacos
• Podem ser mediadas por anticorpos ou por células • As reacções de hipersensibilidade ou de carácter
imunológico – Podem ter um inicio retardado, ocorrendo dias após a toma do
fármaco – Pode existir sensibilização e numa toma subsequente gerar uma
reacção mais exacerbada
• Manifestações clínicas – Choque anafilático – penicilina – Hepatotoxicidade alérgica – halotano – Erupções cutâneas – AINEs – Lúpus eritematoso sistémico - procainamida
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FARMACOVIGILÂNCIA • Função principal, a detecção, registo e avaliação das
reacções adversas a medicamentos e dispositivos médicos, com o objectivo último da sua prevenção. • Reacção Adversa Medicamentosa (RAM)
• Muitos efeitos adversos dos fármacos só são registados após entrada em comercialização do mesmo – Uma das grandes limitações dos ensaios clínicos é a quase total
impossibilidade de detectar reacções raras e muito raras, que ocorrem em menos de 1/10.000 pessoas tratadas.
• O sucesso dos sistemas de farmacovigilância estão altamente dependentes da participação activa dos profissionais de saúde
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FARMACOVIGILÂNCIA
http://ufn.med.up.pt/
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Questões!!!