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página 8 Ano XII - nº 76 | maio/junho | 2011 Exercício e hábitos alimentares adotados com ajuda da esposa, Elizabete, reverteram a obesidade, o diabetes e a hipertensão de Sylvio e evitaram surgimento de novas doenças Doença crônica sob controle CASSI será referência na remuneração por consultas página 6 Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil

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Page 1: Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do ......(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-gia, psiquiatria, urologia, pneumologia, reumatologia, otorrinolaringologia,

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Ano XII - nº 76 | maio/junho | 2011

Exercício e hábitos alimentares adotados com ajuda da esposa,Elizabete, reverteram a obesidade, o diabetes e a hipertensãode Sylvio e evitaram surgimento de novas doenças

Doença crônicasob controle

CASSI será referência na remuneração por consultas

página 6

Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil

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2 Jornal CASSI Associados

AN

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nº 3

4665

-9EDITORIAL

Conselho DeliberativoRoosevelt Rui dos Santos (Presidente)Fernanda Duclos Carísio (Vice-presidente)Amauri Sebastião Niehues (Titular)Ana Lúcia Landin (Titular)Loreni Senger Correa (Titular)Marco Antonio Ascoli Mastroeni (Titular)Renato Donatello Ribeiro (Titular)Sergio Iunes Brito (Titular)Carlos Célio Andrade Santos (Suplente)Claudio Alberto Barbirato Tavares (Suplente)Fernando Sabbi Melgarejo (Suplente)Gilberto Lourenço da Aparecida (Suplente)Íris Carvalho Silva (Suplente)José Roberto Mendes do Amaral (Suplente)Milton dos Santos Rezende (Suplente)Ubaldo Evangelista Neto (Suplente)

Conselho FiscalGilberto Antonio Vieira (Presidente)Eduardo Cesar Pasa (Titular)

Francisco Henrique Pinheiro Ellery (Titular)Frederico Guilherme F. de Queiroz Filho (Titular)Paulo Roberto Evangelista de Lima (Titular)Rodrigo Nunes Gurgel (Titular)Benilton Couto da Cunha (Suplente)Marcos José Ortolani Louzada (Suplente)Cesar Augusto Jacinto Teixeira (Suplente)Luiz Roberto Alarcão (Suplente)José Caetano de Andrade Minchillo (Suplente)Viviane Cristina Assôfra (Suplente)

Diretoria ExecutivaHayton Jurema da Rocha(Presidente)Denise Lopes Vianna(Diretora de Planos de Saúde e Relac. com Clientes)Maria das Graças C. Machado Costa(Diretora de Saúde e Rede de Atendimento)Geraldo A. B. Correia Júnior(Diretor de Administração e Finanças)

ExpedienteEdição e RedaçãoEditor: Sergio Freire (MTb-DF 7.630)

Jornalistas: Liziane Bitencourt Rodrigues (MTb-RS 8.058), Marcelo Delalibera (MTb-SP 43.896), Pollyana Gadêlha (MTb-DF 4.089) e Tatiane Cortiano (MTb-PR 6.834)

Edição de arteProjeto gráfico: Luís Carlos Pereira Aragão e Carlos Eduardo Peliceli

Diagramação: Luís Carlos Pereira Aragão e Caroline Morais

Produção

Impressão: XXXXXXX

Tiragem: 149.558 exemplares

Edição: maio/junho 2011

Imagens: Divisão de Marketing, Stockxchng e Dreamstime

Valor unitário impresso: R$ X,XX

Publicação da CASSI (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). “É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte”.

Quem ganha é o Corpo SocialMédicos e planos de saúde nem sem-

pre conseguem se entender plenamen-

te. Nos últimos meses, a imprensa tem

noticiado conflitos entre as associações

que representam os profissionais de

saúde e as operadoras, relacionados a

valores pagos por consultas. Nessa de-

fesa de interesses, entram em cena os argumentos das operadoras quanto

aos limites financeiros suportáveis pelos usuários e os motivos dos médicos

sobre a necessidade de padrões mínimos de remuneração que garantam

dignidade ao exercício da profissão.

A CASSI nunca desejou levar adiante qualquer disputa com médicos. Pelo

contrário, sempre buscou valorizar, dentro de suas possibilidades orçamen-

tárias, a atuação dos profissionais de saúde. Para que pudéssemos remu-

nerar melhor os médicos, uma fonte adicional de receitas precisaria surgir.

A novidade chegou neste ano, com a destinação de recursos originados

dos superávits acumulados pela Previ e distribuídos aos associados. Com

esse ingresso de recursos que não estava previsto, pretendemos, agora,

aumentar a remuneração dos médicos, sem mexer na coparticipação dos

associados, como você pode acompanhar na matéria da página 6.

Quando soubemos da entrada de recursos, tínhamos duas opções: ampliar

as reservas para contingências futuras ou atender os anseios dos partici-

pantes pela melhoria de nossa rede credenciada (como apontou a pesquisa

de satisfação deste ano). Escolhemos aprimorar o relacionamento com nos-

sos credenciados porque temos certeza de que, com o ingresso adicional

de recursos, é possível ser um dos planos de saúde do País que melhor

remunera os médicos, sem colocar em risco a sustentabilidade da CASSI.

Esse fato só comprova como a atuação sinérgica das duas grandes entida-

des ligadas ao funcionalismo do BB pode beneficiar a todos. A Previ obteve

superávits que se transformaram em mais recursos à disposição dos asso-

ciados e, ao mesmo tempo, dos participantes da CASSI.

É isso mesmo! Não podemos perder de vista nunca que a CASSI e a

Previ possuem o mesmo Corpo Social: o conjunto dos funcionários do

Banco do Brasil, ativos e aposentados, e seus dependentes. Por isso,

podem e devem ser parceiras em várias situações nas quais os interesses

de todos sejam convergentes.

Outra boa notícia é que entrará em operação, no segundo semestre deste

ano, mais uma iniciativa destinada a melhorar a qualidade de vida de nossos

participantes. Os portadores de doenças crônicas de maior complexidade

terão um acompanhamento mais intenso, como você pode ver na página 10.

Fica claro mais uma vez que a CASSI não se limita ao modelo tradicional de

atendimento da maioria dos planos de saúde, voltado apenas para cura de

doenças. Queremos, e temos trabalhado nesse sentido, que nossa atuação

possa ter cada vez mais uma abordagem holística, a partir das necessida-

des de cada participante.

Boa leitura.

Hayton Jurema da Rocha (presidente)

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Jornal CASSI Associados

EMAILS

Quem ganha é o Corpo Social

ssociadossociadofalafalaEnvie seu comentário sobre as matérias para [email protected].

Reclamações e solicitações sobre outros assuntos devem ser encami-

nhadas pelo Contato Eletrônico, disponível em www.cassi.com.br, link

Fale com a CASSI.

Credenciamento na CASSI

Sofremos com o excesso de zelo da CASSI na metodologia de creden-

ciamentos de profissionais, especialmente médicos. Em minha cidade,

por exemplo, não existe otorrino credenciado. Consultei alguns profis-

sionais do ramo sobre o interesse de se conveniar à CASSI, e disseram

que a Caixa é muito burocrática, excessivamente exigente e muito lenta

na condução dos processos. Ora, ninguém vai ao médico a passeio, do-

ença não agenda data e hora para chegar, mas o tratamento deve ser

imediato. Como fazê-lo quando não tem médico? Quanto mais opções

médicas, melhor para o associado. Muitos profissionais do ramo, em

minha cidade, que é bem pequena, se descredenciaram recentemente,

também insatisfeitos com o modelo da CASSI.

Ademir Aparecido Ribeiro – São Sebastião do Paraíso (MG)

CASSI responde: Ademir, atualmente, a CASSI aguarda a documenta-

ção de seis proponentes para credenciamento em São Sebastião do

Paraíso. A documentação solicitada pela Caixa de Assistência é similar à

pedida pelos planos de saúde de autogestão do País e ajuda a garantir

a qualidade e a capacidade técnica do prestador, além de atender a

normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Após o re-

cebimento dos documentos, o processo de análise e resposta ao pres-

tador é rápido. O que ocorre, muitas vezes, é que o proponente tem

dificuldades em entregar a documentação correta e completa.

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EMAILS

Participe. Envie email para [email protected]

Atendimento

Vejo que a CASSI procura mostrar o que tem feito de melhor, mas não

mostra o que ainda não conseguiu fazer. Sou funcionário aposentado

de Criciúma (200 mil habitantes), polo sul de Santa Catarina, e faz dé-

cadas que venho lutando por um atendimento decente de quem tem

um plano de saúde. Contribuímos igual a todos, mas não somos igual-

mente assistidos. No meu entender, ou deve-se melhorar e investir no

credenciamento de médicos na região como prometem e não conse-

guem fazer, ou deve-se cobrar de forma diferenciada, de acordo com

as disponibilidades de serviço de cada região, para dar possibilidade

de o associado pagar complemento na livre escolha [reembolso].

Pedro Manoel da Silva – Criciúma (SC)

CASSI responde: Pedro, a situação da assistência médica em Santa

Catarina reflete a do mercado de saúde nacional, com uma grande

concentração de profissionais e serviços na capital e carência no

interior, onde há pouca oferta ou inexistência de profissionais em

diversas especialidades. Quando há profissionais disponíveis, alguns

ou todos não têm interesse no credenciamento de planos de saúde,

por terem a segurança de uma clientela já fidelizada no atendimento

particular. Esse fato atinge todas as operadoras de saúde, não so-

mente a CASSI. A maior dificuldade para credenciamento no interior

tem sido a quantidade de beneficiários, cujo número em algumas

cidades é insuficiente para atrair o profissional, em razão da eventu-

alidade dos atendimentos e das exigências estabelecidas pela Agên-

cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que também repercute

na situação de todos os planos. A Unidade CASSI em Santa Catarina

Pagamento extra por consultas

Assisti a uma reportagem na TV informando que a partir de agora

os médicos credenciados passarão a cobrar R$ 60,00 nas consultas

dos participantes dos planos de saúde. Caso isso venha a ocorrer

realmente, qual a orientação da CASSI para os associados e seus

dependentes? Se for autorizado o pagamento dessa importância

para posterior ressarcimento por parte da Caixa, também devemos

assinar a guia de consulta?

João dos Santos – Brasília (DF)

CASSI responde: João, a orientação da CASSI é que os partici-

pantes não paguem nenhuma quantia a médicos para a realização

de consultas ou procedimentos. O contrato de prestação de ser-

viços entre a Instituição e os profissionais de saúde já especifica

os valores a serem pagos exclusivamente pela CASSI. Solicitações

de pagamentos diretos aos beneficiários de planos de saúde por

parte dos médicos não estão previstas nas normas que regem o

setor de saúde e nas regras dos institutos de proteção ao consu-

midor. Pagamentos efetuados dessa forma não serão ressarcidos

pela CASSI. Para conhecer as regras de reembolso da Instituição,

acesse o site www.cassi.com.br, página Associados, link Dúvidas

Frequentes, ou leia a matéria sobre o assunto na última edição

(nº 75) do jornal CASSI Associados, disponível no site.

tem procurado manter e ampliar a sua rede credenciada no interior

mediante trabalho conjunto com o Banco do Brasil, que instituiu van-

tagens econômico-negociais específicas para os seus clientes cre-

denciados à CASSI, e por meio de associados que colaboram nesse

processo com a indicação de profissionais e a intermediação no con-

tato com médicos do seu relacionamento.

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Remuneração da CASSI por consultas será referência de mercadoA CASSI irá reajustar os valores pagos por

consultas ambulatoriais e passará a ser,

junto com a autogestão da Petrobras, a

operadora de planos que melhor remunera

esse tipo de serviço. Será instituída também

uma rede básica e complementar de médi-

cos credenciados, com honorários diferen-

ciados, com acréscimo de até 30% sobre o

valor-padrão da consulta.

Toda cidade com mais de mil participantes

da CASSI terá, além da atual rede credencia-

da, uma rede de médicos que será referen-

ciada e que garantirá aos associados um

maior acesso à consulta ambulatorial, tan-

to nas especialidades básicas (pediatria,

clínica médica e ginecologia/obstetrícia)

como nas especialidades complementares

(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-

gia, psiquiatria, urologia, pneumologia,

reumatologia, otorrinolaringologia, oftal-

mologia e gastroenterologia).

Além de aumentar a remuneração e insti-

tuir uma rede de profissionais diferencia-

dos, a Caixa de Assistência oferecerá na

internet a possibilidade de agendamento de

consultas.

O desempenho da rede referenciada da CASSI

será objeto de pesquisas de satisfação se-

mestrais com os usuários e será acompa-

nhado de perto pela Caixa de Assistência.

Segundo a diretora de Planos de Saúde e

Relacionamento com Clientes, Denise Lopes

Vianna, a CASSI tem de investir na qualida-

de da sua rede credenciada e acompanhar o

desempenho e a disponibilização de agenda

para marcação de consultas.

REDE CREDENCIADA

Jornal CASSI Associados

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7Jornal CASSI Associados

ATENDIMENTO

A decisão de aplicar reajuste expressivo no valor das consultas faz parte

da estratégia de aprimorar a oferta de prestadores de serviços, aponta-

da pela pesquisa de satisfação com participantes, realizada em janeiro

deste ano, como principal aspecto que a CASSI precisa aperfeiçoar.

A Caixa de Assistência avaliou que, para fortalecer o relacionamento

com seus credenciados, era preciso se destacar em relação à remune-

ração praticada por outras operadoras de planos de saúde, como forma

de permitir o ingresso de novos prestadores e de fortalecer a parceria

dos que já são conveniados.

O reajuste das consultas é o coroamento de um processo de valori-

zação dos profissionais de saúde pela CASSI. Desde o começo deste

ano, por exemplo, todos os profissionais e instituições de saúde cre-

denciados têm condições especiais em diversos produtos e serviços

oferecidos pelo Banco do Brasil, como cartões, pagamento eletrônico

de salários, antecipação de vendas com cartões, financiamento de in-

vestimos e financiamento imobiliário.

Maior oferta de prestadores

Com o aumento dos valores pagos em consultas ambulatoriais e a

criação de uma rede referenciada, a Caixa de Assistência espera, além

de fortalecer o relacionamento com os profissionais de saúde, ofere-

cer melhor qualidade no atendimento a sua população, que, quando

encontra dificuldade em marcar consultas tempestivas, acaba por

procurar atendimentos em prontos socorros de hospitais, para acom-

panhamento e tratamentos que não são de emergência e não deveriam

ser tratados no ambiente hospitalar. Esses atendimentos nem sempre

garantem uma continuidade no atendimento do paciente, nem quali-

dade na solução dos problemas de saúde. Além disso, favorecem a

ocorrência de autogeração de serviços, com pedidos de exames, pro-

cedimentos e internações muitas vezes desnecessários, sem qualquer

valor agregado à saúde e à qualidade de vida dos participantes.

A Caixa de Assistência espera que a valorização do atendimento am-

bulatorial aproxime participantes e profissionais da rede credenciada,

além de aumentar significativamente a qualidade do atendimento a to-

dos os participantes.

Benefícios para todos

Comente essas matérias. Envie email para [email protected]

O seu cadastro naCASSI está correto?

Todos os meses, a CASSI deve enviar à Agência Nacional de Saú-

de Suplementar (ANS) os dados cadastrais completos dos partici-

pantes que entraram no Plano, dos que saíram, e daqueles que

tiveram alguma alteração nos dados pessoais, mas alguns asso-

ciados, principalmente os dependentes, estão com o cadastro

incompleto ou incorreto e podem não saber dessa situação. As

principais informações que constam como desatualizadas são

nome da mãe e CPF, especialmente dos dependentes com mais

de 18 anos.

Mudou de endereço ou de telefone?

Avise a Caixa de Assistênca sempre que você ou seu depen-

dente tiver qualquer alteração cadastral, como mudança de

telefone, email ou endereço.

Acesse a página Associados no site www.cassi.com.br, informe

email e senha de acesso e clique em Atualização Cadastral, dis-

ponível no menu Serviços para Você.

Caso encontre dificuldades em acessar o serviço, faça a alteração

cadastral ligando para a Central CASSI (0800 729 0080), que fun-

ciona 24 horas, todos os dias. É importante destacar que somente

o titular do Plano pode atualizar o cadastro dos dependentes.

Formulário de recadastramento

Se você recebeu um formulário de recadastramento junto com

esta edição do jornal, é porque seus dados ou dos seus depen-

dentes estão incompletos ou incorretos no cadastro da CASSI.

Preencha todos os campos solicitados e entregue o documento

em qualquer agência dos Correios. A postagem será custeada

pela Caixa de Assistência.

Manter o cadastro dos participantes atualizado é uma exigên-

cia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Verifique seus dadose ajude a Caixa de

Assistência a cumprirexigência da ANS

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ORIENTAÇÃO

Jornal CASSI Associados

Sentar no chão para brincar com os netos, quando ocorria, era uma novidade,

porque raramente ele conseguia. Aos 70 anos de idade, Sylvio Romero Bar-

retto Ferreira caminhava arrastando os pés, não tinha disposição para andar e

dormia mal em função da apneia. A descrição não lembra em nada o homem

que agora se exercita por uma hora e meia, todas as manhãs, numa praça da

Asa Norte, em Brasília (DF).

A glicose alterada, a pressão alta e a obesidade detectadas em maio de 2010,

quando acabava de completar sete décadas de vida, foram responsáveis por

desencadear a mudança. O Sylvio que comemorou 71 anos em maio de 2011

está 28 quilos mais magro, com pressão arterial e colesterol normais, compa-

ráveis aos de um jovem. “Está muito melhor. Agora meu marido é bem o que

o médico me recomendou”, elogia a mulher, Elizabete, 63 anos. Ela tem parti-

cipação nos novos hábitos de Sylvio. Acompanhava o marido nas caminhadas,

no começo, e é quem controla a dieta da família, com direito a puxões de

orelha quando ele quer açúcar no café.

A nova rotina impediu que Sylvio desenvolvesse as comorbidades que sur-

gem associadas ao diabetes e à hipertensão. Essas são duas das cinco

doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que mais afetam pessoas no

mundo e cujo combate é considerado hoje um dos principais desafios mun-

diais de saúde. As DCNT são apontadas como causa de 63% das mortes regis-

tradas em 2008, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS)

divulgado no final de abril de 2011. No Brasil, foram apontadas como respon-

sáveis por 72% dos óbitos em 2007 (último levantamento).

Até 2020, metade da população sofrerá

de problemas como diabetes e hipertensão

Doença crônica se combate com hábitos saudáveis

Eles estão mais hipertensos, obesos e diabéticos

* Acima de 1 dose diária ** Carne vermelha com gordura aparente e frango com pele Fonte: Ministério da Saúde

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Sylvio mantém rotinade exercícios todas as manhãs

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ORIENTAÇÃO

9Jornal CASSI Associados

O QUE SÃOAs doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são aquelas

que exigem tratamento contínuo, entre elas a hipertensão,

o diabetes, o câncer, transtornos psiquiátricos e doenças

respiratórias crônicas, que, se não controlados, podem le-

var a outros problemas de saúde e a complicações severas.

Os casos de DCNT aumentaram porque as pessoas estão vi-

vendo mais tempo e com os hábitos ruins da vida moderna,

como sedentarismo, alimentação rica em açúcares e gordu-

ras, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Estratégia de cuidado de crônicos dá resultado

A incidência vem aumentando junto com o crescimento da população ido-

sa e a OMS estima que metade da população desenvolva algum tipo de

doença crônica até 2020, quando esses problemas devem representar

mais de 70% das mortes mundiais. Mudar hábitos, como fez Sylvio, é a

saída para quem já apresenta problemas como hipertensão e diabetes

e deseja evitar o surgimento de outras doenças decorrentes, atesta a

médica Fabiana Mesquita de Carvalho, da equipe da Estratégia Saúde da

Família (ESF), que acompanha o aposentado na CliniCASSI Brasília Norte.

Descontrolada, a hipertensão leva à retinopatia (espessamento das

artérias da retina, que evolui para perda de visão), insuficiência renal

(chegando à perda da função dos rins e obrigando o paciente a se sub-

meter à hemodiálise e até a transplante do órgão) e a acidentes car-

diovasculares (AVC, popularmente chamado de derrame). O diabetes

(provocado pelo excesso de açúcar no sangue) provoca má circulação

periférica, podendo levar a amputações de membros, e retinopatia.

Em função dos hábitos de vida ruins adotados nas últimas décadas (ina-

tividade física, alimentação rica em açúcares e gorduras e pobre em

fibras, tabagismo e consumo excessivo de álcool, principalmente), já

não se consegue evitar o surgimento de doenças crônicas em grande

parte da população e os participantes da CASSI não fogem desse qua-

dro. Mais de um quarto dos beneficiários do Plano (26%) têm condições

complexas de saúde que exigem acompanhamento médico e 3% têm

condições altamente complexas.

A boa notícia é que, com cuidados, na maioria dos casos, é possível

controlar essas doenças e evitar o surgimento de problemas decorren-

tes que resultam em má qualidade de vida e morte prematura. A CASSI

realiza ações específicas para cuidar de quem já possui ou corre o risco

de desenvolver alguma doença crônica. Há ações de orientação e pro-

moção de saúde para evitar que pessoas que já apresentam algum pro-

blema sofram das doenças correlacionadas (comorbidades) e existem,

ainda, cuidados intensivos para quem já tem condições mais complexas

(leia matérias nesta e nas duas páginas seguintes).

Diabetes (excesso de açúcar no sangue), hipertensão (pressão alta), dis-

lipidemia (excesso de gordura no sangue) e obesidade são doenças que

comprometem a qualidade de vida ou incapacitam os participantes da

CASSI. Esse retrato foi possível graças a uma ferramenta desenvolvida

pela Caixa de Assistência para identificar quais os problemas de saúde

que mais afetam sua população. Dessa forma, a Instituição consegue di-

recionar melhor as ações de promoção à saúde.

Em março de 2010, a CASSI criou o Gerenciamento do Cuidado de Par-

ticipantes com Condições Crônicas (GCC), focado inicialmente nesse pú-

blico – diabéticos, obesos, hipertensos e dislipidêmicos. São levados em

conta o risco cardiovascular, o histórico familiar (pai e mãe diabéticos, por

exemplo), diagnósticos, resultados de exames laboratoriais e hábitos de

vida do participante. O médico de família, após a avaliação, analisa se o

risco da doença do beneficiário é baixo, intermediário, alto ou muito alto.

Os participantes são acompanhados com base em protocolos clínicos e

assistenciais elaborados a partir de evidências científicas, que envolvem

consultas periódicas com a equipe multidisciplinar (médico de família,

enfermeiro, nutricionista), visitas domiciliares, atividades coletivas para a

Elas estão mais obesas, hipertensas e sedentárias

* Acima de 1 dose diária ** Carne vermelha com gordura aparente e frango com pele Fonte: Ministério da Saúde

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10 Jornal CASSI Associados

A partir do segundo semestre de 2011, a CASSI iniciará a ampliação,

para todo o País, de um novo programa de cuidados de doentes crô-

nicos, voltado aos casos mais complexos, que terão acompanhamento

intensificado. Isso inclui a contratação de uma empresa especializada

em acompanhamento de pacientes com DCNT (doenças crônicas não

transmissíveis) para realizar, entre outras ações, visitas domiciliares por

profissionais de saúde, além de um plano de cuidado específico para

cada paciente, e o telemonitoramento, que já é oferecido no Geren-

ciamento do Cuidado de Participantes com Condições Crônicas (GCC).

O Gerenciamento de Casos (GC), nome dado ao novo programa, be-

neficiará os 3% da população da CASSI que estão com as condições

crônicas agravadas. Um piloto funcionou no Rio de Janeiro e em Per-

nambuco, com ótimos resultados, o que fez a CASSI decidir ampliá-lo.

“Foi possível aumentar os cuidados aos participantes mais vulneráveis,

permitindo maior estabilização do quadro clínico e menor agravamento

das condições crônicas”, diz a gerente de Atenção à Saúde da CASSI

RJ, Márcia Cristina Pinheiro. Em Pernambuco, a experiência de GC co-

meçou com a equipe da própria CASSI, em 2006, para participantes de

Recife, e no ano passado foi terceirizada, o que permitiu estender as

ações a pacientes de fora da Capital. “Aqueles que apresentavam mais

intercorrências, com necessidade de internações, exames, tiveram re-

dução desses eventos e quando precisavam de algum cuidado específi-

co que pudesse ser feito em casa, a CASSI deslocava profissionais para

atendimento domiciliar. Isso permitiu um cuidado dentro do convívio

familiar e reduziu o risco de infecções hospitalares”, destaca a gerente

de Atenção à Saúde da CASSI PE, Regina Nascimento.

A CASSI oferecerá, ainda, outro serviço, o Atendimento Pré-hospitalar

(APH), para que os participantes que necessitarem tenham, em casa,

o acompanhamento que seria dado num hospital. Evita-se, assim, seu

deslocamento e exposição a ambientes que oferecem riscos de contato

com outras doenças. Além do acesso aos serviços de saúde, é impor-

tante ter uma rotina de vida saudável. A ausência do autocuidado tem

aumentando o adoecimento, como evidencia a busca crescente por tra-

tamento medicamentoso entre participantes. Associado a bons hábitos,

o medicamento poderá aumentar os anos e a qualidade de vida.

“O Gerenciamento de Crônicos na CASSI é uma conquista e, ao mes-

mo tempo, a concretização de um sonho. Nós, que já somos ícones

no cuidado preventivo, agora também passamos a prestar um cuidado

especial a um grupo de participantes que muito necessita dessa nossa

atenção”, diz a diretora de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI,

Graça Machado.

Monitoramento de doentes será ampliado

educação em saúde direcionadas ao autocuidado, estilo de vida saudável

e dicas para conviver com doença crônica com maior qualidade de vida.

A estratégia vem trazendo resultados positivos, como o aumento das pes-

soas que mantêm a doença controlada. Comparando o primeiro trimestre

de 2011 com o mesmo período do ano passado, o percentual de hiper-

tensos com a doença controlada subiu 8 pontos (veja quadro ao lado).

Também aumentou em 5 pontos o percentual dos que controlaram a taxa

de gordura no sangue e em 2 pontos o de diabéticos controlados. Isso

representou menos mortes por AVC ou diabetes entre os participantes da

CASSI. Cada 1% de melhoria da taxa de diabetes reduz em 25% as chan-

ces de morte do paciente, segundo estudos do USA Task Force (grupo de

especialistas em prevenção de saúde baseada em evidências).

No começo de 2011, foram lançadas cartilhas com orientações para mini-

mizar o impacto dessas doenças na vida dos participantes. Elas são entre-

gues durante as ações para integrantes do Programa Viva Coração. Todas

as CliniCASSI formam grupos com pacientes crônicos, oferecem palestras

e atividades, além do acompanhamento com profissionais de saúde. Há,

ainda, o serviço de telemonitoramento: os que aceitam, recebem liga-

ções dos profissionais de saúde da CASSI para saber se estão conseguin-

do seguir as orientações e se têm alguma dificuldade com o tratamento.

ORIENTAÇÃO

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11Jornal CASSI Associados

ORIENTAÇÃO

Homens e mulheres reduziram o consumo de carne com gordura aparente e

o tabagismo, mas estão bebendo mais. Também aumentaram a obesidade, a

hipertensão e o sedentarismo das mulheres, e a hipertensão, a obesidade e

o diabetes entre os homens. É o que mostra uma pesquisa do Ministério da

Saúde (veja quadro nas páginas 8 e 9).

Os dados também indicam que doenças crônicas cresceram em função de

maus hábitos de vida. O caminho contrário, então, como a adoção de uma ro-

tina de exercícios e alimentação adequada é capaz de ajudar a reverter o pro-

blema, afirmam profissionais de saúde. E é com base nisso que a Organização

das Nações Unidas (ONU) está mobilizando seus países-membros, entre eles

o Brasil, para estimular mudança de comportamento da população, visando a

redução das doenças crônicas no mundo. Esse é o objetivo do Guia Alimentar

do Ministério da Saúde (veja as orientações no quadro ao lado), com as diretri-

zes de alimentação saudável.

Sem apoio da família, no entanto, pacientes crônicos têm dificuldade de mudar

hábitos e seguir uma rotina saudável. Doença crônica não transmissível (DCNT)

é um problema familiar, diz a médica Herica Hideko Kohara, que cuida de uma

das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) na CliniCASSI Brasília Norte.

Herica é uma das profissionais que acompanha a psicopedagoga Rosane

Weber Gonçalves, 63 anos, recentemente encaminhada para a ESF por cau-

sa da pressão alta. O marido de Rosane, Petrônio Fernandes Júnior, 65 anos,

aposentado do BB, já havia começado o acompanhamento na Estratégia por

conta dos triglicerídeos alterados. Para ajudá-lo, a família mudou a dieta. Ele

emagreceu 12 quilos e está com o problema controlado. O cardápio adaptado

às necessidades do marido incluiu mais verduras e legumes, cortou frituras e

introduziu o pão integral no lugar do branco e já ajudou Rosane a se adaptar

melhor à rotina que se tornou obrigatória, também, em função da hipertensão.

A modificação acabou ajudando inclusive a mãe de Rosane, Zilda, 89 anos,

que sofre de intolerância à glicose. E não parou por aí. “Nossa empregada

estranhou, no começo, a comida integral, e fazia a dela separada. Mas agora

também se adaptou à dieta do restante da casa”, conta a psicopedagoga. Ro-

sane está começando a fazer caminhada, outra recomendação da médica para

controlar a hipertensão. E percebeu que a nova rotina já está devolvendo a

disposição que o sobrepeso havia lhe roubado. “Estava mais lenta, indisposta,

agora me sinto com mais energia.”

Quem depende de medicação também precisa levar a sério o tratamento, se-

guindo a orientação dos profissionais de saúde que o acompanham. “Às vezes,

o paciente se sente bem, acha que não precisa mais da medicação e suspende

por conta própria, mas isso não deve acontecer nunca”, reforça a médica da

CliniCASSI Brasília Norte.

“DCNT é problema familiar”

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Page 12: Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do ......(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-gia, psiquiatria, urologia, pneumologia, reumatologia, otorrinolaringologia,

12 Jornal CASSI Associados

CASSI – O percentual de fumantes caiu entre os funcionários do BB e

entre os brasileiros, em geral. Isso tranquiliza os profissionais de saúde?

Celso Rodrigues – A redução sem dúvida representou um progresso

para o País, um amadurecimento da sociedade e, ao mesmo tempo,

uma resposta a um programa que vem sendo implantado em todo ter-

ritório nacional. Mas, num País com 190 milhões de habitantes, se 17%

estão fumando significa que a doença atinge 32 milhões de pessoas,

número extremamente preocupante. Ele caiu, mas ainda é um pro-

blema de saúde pública que deve ser enfrentado pelos governantes.

Planejamos ações junto ao Congresso Nacional. Há um projeto de lei

no Senado desde 2008, preconizando que não se fume em ambientes

fechados e que no Brasil sejam criados ambientes 100% livres da fuma-

ça de cigarro. O projeto tem como objetivo eliminar fumantes em um

ambiente de trabalho, para acabar com a poluição tabagística. Quando

foi para votação em plenário, foi apresentado outro, propondo a im-

plantação de fumódromos em todas as recepções dos hotéis, de todos

os bares e restaurantes. Porém, há os que alegaram ser uma discrimi-

nação aos fumantes, argumentando que eles têm o direito de fumar, e

de serem vistos fumando. É um discurso que não cabe mais [o do direito

de fumar]. Todos têm direito à saúde.

CASSI – A proibição de não fumar em ambiente coletivo já não é lei?

Celso Rodrigues – A Lei 9.294, de 1996, proíbe fumar em ambiente co-

letivo, com exceção daqueles locais que tenham fumódromo. Só que não

há regulamentação para especificar como devem ser esses espaços. O

que funcionou no aeroporto do Galeão (RJ), todo de vidro, com a porta

aberta, tinha um exaustor. Quem instalou disse que o equipamento pu-

xava fumaça, purificava e devolvia de volta para o meio ambiente um

ar completamente puro, o que é um engodo. Já foi desativado no ano

passado e até hoje há resquícios da fumaça do cigarro naquele ambiente.

“Não ao direito de fumar.

Pneumologista, especialista no combate ao tabagismo, alerta para o aumento do fumo entre adolescentes e para o risco sofrido pelos fumantes passivos

Ele defende o País 100% livre do cigarro e promete articulação política

para aprovar a restrição do fumo em ambientes coletivos. Argumento

não falta ao pneumologista Celso Antonio Rodrigues da Silva, coorde-

nador do Programa de Controle do Câncer e do Tabagismo no Distrito

Federal: há 62 doenças comprovadamente relacionadas ao fumo e que

atingem também os fumantes passivos. Silva não se contenta com a

redução de 39% para 19% no percentual de fumantes no Brasil desde

1988. Acredita que é possível muito mais, inclusive entre os funcionários

do Banco do Brasil, onde o percentual de fumantes caiu de 14% para

8% na última década. O médico ajudou a implantar e ainda acompanha

o programa de combate ao tabagismo que a CASSI realiza há dez anos

para o funcionalismo do Banco e faz um alerta a pais e educadores: há

grande risco de aumento do fumo entre os jovens, o principal alvo da

indústria tabagista, que vem recorrendo a propagandas subliminares.

Silva cita abertamente o narguilé como a eficiente arma da indústria

tabagista para difundir o hábito de fumar entre os jovens e reforça: nar-

guilé é pior do que o cigarro.

TABAGISMO

Sim ao direito à saúde”

Page 13: Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do ......(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-gia, psiquiatria, urologia, pneumologia, reumatologia, otorrinolaringologia,

13Jornal CASSI Associados

CASSI – O encaminhamento dos funcionários tabagistas para tratamen-

to, como faz o BB, é eficiente?

Celso Rodrigues – O Banco do Brasil hoje tem profissionais capaci-

tados no atendimento aos fumantes. Esse programa teve início em

2001 e proibia fumar nas dependências do Banco do Brasil. Aqueles

que fumam são encaminhados para um especialista para realizar o

que a gente chama de uma entrevista motivacional, mesmo que ele

não manifeste essa vontade. Na entrevista, ele se vê com a obrigação

de mudar seu pensamento, seu sentimento, sabendo que a empresa

vai motivá-lo. É importante essa intervenção. Quem fuma maconha ou

crack vai procurar um especialista na área [para largar o vício], porém,

nenhum tabagista vai procurar um especialista individualmente na área

psicológica, porque não existe essa referência. Não existe dependên-

cia química pior que o fumo. É muito mais fácil largar a maconha ou a

cocaína do que largar a nicotina, porque ela gera uma dependência vio-

lenta, superior à causada pela maconha e pela cocaína. Sendo assim, é

melhor não começar.

CASSI – As notícias recentes apontam que menos gente está fumando.

Celso Rodrigues – O jovem de hoje está fuman-

do menos, porém as meninas estão iniciando

mais cedo que os meninos. Qual a explicação

para isso? A indústria do cigarro, de uma ma-

neira subliminar, acaba atraindo o jovem com

muitas armas. Passa a imagem de beleza ao

fumante adolescente. A venda de cigarros em

padarias acaba atraindo o jovem, que passa

a relacionar balas, coisas coloridas e gostosas ao cigarro. O nargui-

lé [cachimbo indiano que faz a fumaça passar pela água antes de ser

aspirada] foi trazido para o Brasil pelas indústrias do tabaco. As festas

jovens em Brasília e São Paulo, se não tiverem o narguilé, deixam de

ser festa. A indústria do narguilé acaba influenciando o jovem a ter uma

falsa imagem de maior satisfação na degustação de sabores diferentes.

Porém, cada tragada equivale ao conteúdo de nicotina e de monóxido

de carbono de dez cigarros. É claro que a água retém um pouco do

alcatrão, porém, não retém a nicotina. Em um ambiente fechado, com

pessoas fumando o narguilé, elas acabam com o pulmão afetado. Uma

rodada de narguilé equivale a cem cigarros fumados, ou seja, cinco car-

teiras, o que preocupa, porque já se tornou algo bonito para os jovens,

virou modismo. As empresas fabricantes e importadoras passam uma

imagem de que ele é menos nocivo que o cigarro ou, até mesmo, que

é inofensivo para a saúde. Muito pelo contrário: ele é perigoso, porém,

eles [os fabricantes] utilizam essa estratégia, fazendo com que o jovem

brasileiro passe a fumar, e começando pela menina, pois a menina ser-

ve de exemplo. Quando um menino conhece uma menina que fuma, ele

sente a obrigação de fumar, para ser aceito.

CASSI – Por que o fumo na adolescência preocupa tanto, já que os

jovens normalmente fumam menos que os adultos?

Celso Rodrigues – O jovem brasileiro entra em contato com alguma

droga na adolescência. É assim com o álcool, por exemplo. Nesse mo-

mento da vida, o sistema nervoso central tem um processo muito se-

melhante ao da cobra quando está trocando de pele. Ao trocar a “pele”

desse nervo, ele fica exposto e muito mais suscetível a essa droga. O

corpo acaba incorporando aquela droga como uma doença. Uma pes-

soa que começa a fumar na adolescência tem muito mais dificuldade

de parar de fumar do que outra que começou a fumar já na fase adulta,

quando seu sistema nervoso central já mudou. É importante que os pro-

fessores trabalhem esse tema em sala de aula. O contato da nicotina

com o pai dentro de casa acaba influenciando o jovem, que, mesmo

achando desagradável ver o pai fumando, quando se encontra em uma

situação difícil na vida, lembra-se do apego do pai à nicotina e, como

já possui receptores da nicotina no seu corpo, é muito provável que ele

comece a fumar.

CASSI – O ambiente familiar, então, contribui para o tabagismo?

Celso Rodrigues – Quando uma mãe fuma na

gestação, a probabilidade de a criança se tor-

nar um fumante, futuramente, é muito grande.

Justamente por causa da criação do receptor de

nicotina no organismo da criança, ela acaba se

tornando apta a receber a substância.

CASSI – Como combater a indústria do fumo?

Celso Rodrigues – O Brasil está entre os 197 membros da Organização

Mundial da Saúde (OMS) que construíram a Convenção do Quadro para

o Controle do Tabaco. É o primeiro tratado internacional de saúde pú-

blica. O Brasil confirmou que cumprirá aquilo que ele prometeu frente

ao mundo inteiro. O Brasil avançou muito, já cortou a propaganda do

tabaco, mesmo que, de uma forma subliminar, ela ainda esteja ocorren-

do. Outra medida cabível, que países de primeiro mundo já adotaram,

é o aumento do preço da carteira de cigarros. [Nos EUA, US$ 15,00 (R$

26,00) e no Canadá, US$ 8,00 (R$ 14,00). No Brasil, o maço é vendido

a US$ 2,7 (R$ 4,75), em média.] Nosso maior desafio é criar alternativas

ao plantio de fumo, principalmente para pequenos produtores. Fazer

com que qualquer tipo de plantio que o pequeno produtor vier a adotar,

por exemplo, o de mandioca, mamona ou soja, seja mais rentável que

cultivar fumo. Não mexerá com agrotóxico e estará produzindo alguma

coisa útil para a sociedade, não estará produzindo uma droga. Para

isso, é preciso coragem por parte dos nossos governantes para enfren-

tar as indústrias do tabaco.

TABAGISMO

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Jornal CASSI Associados

SUPERAÇÃO

Em um País em que praticamente metade da

população adulta está acima do peso (48,1%,

segundo o Ministério da Saúde, com base em

dados dos últimos cinco anos) e o número de

obesos só cresce, Arnaldo Giraldi, 56 anos,

é uma exceção: emagreceu um terço do seu

peso sem uso de medicamentos nem cirurgia.

Arnaldo sempre teve tendência à obesidade

por fatores genéticos. Em sua família, casos de

sobrepeso e obesidade são comuns. Mas foi

na fase adulta que os quilos extras passaram

a prejudicar a qualidade de vida do bancário

que trabalha há 36 anos no Banco do Brasil.

Após os 30 anos de idade, à medida que o

ponteiro da balança subia, surgiam complica-

ções de saúde. Com o passar do tempo, ele

viu agravar sua hipertensão, surgir artrite reu-

matóide e gota (tipo de inflamação que afeta

as articulações). Tudo em decorrência do ex-

cesso de peso.

Eram constantes os afastamentos do trabalho

por doenças e, antes de começar a emagre-

14

cer, Arnaldo chegou a ser internado duas ve-

zes em consequência do agravamento desses

problemas. “Devido às complicações, resolvi

eliminar o excesso de peso de uma vez por to-

das. Como nunca considerei a possibilidade de

fazer redução de estômago, decidi fazer outro

tipo de cirurgia: a mental, e mudar radicalmente

a minha forma de pensar”, conta.

Novo projeto de vida

Há aproximadamente três anos, Arnaldo se

conscientizou de que iria emagrecer e adotar

Dedicação, disciplina e persistência transformaram o prognóstico de saúde negativo do bancário Arnaldo Giraldi em uma vida saudável

40 quilos mais magroArnaldo Giraldi e a nutricionista Maria Luiza Soares Brandão, que o acompanha na CliniCASSI São Paulo Sul

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SUPERAÇÃO

melhores hábitos de vida. Com 1,68m e 110 qui-

los, o bancário recorreu ao endocrinologista

que o acompanhava havia aproximadamente

30 anos, Antonio de Pádua Galvão, credencia-

do à CASSI, para ajudá-lo no novo desafio. Se-

gundo o médico, Arnaldo tinha um quadro de

obesidade média e perdia peso com a mesma

rapidez com que voltava a ganhar. “Começa-

mos um trabalho de mudança comportamental

em relação à alimentação e de forma a exaltar a

autoestima dele”, conta o endocrinologista.

Em uma das consultas rotineiras que fazia à

CliniCASSI São Paulo Sul para controle das cri-

ses de gota, Arnaldo conheceu a nutricionista

Maria Luiza Soares Brandão. “Quando o en-

contrei pela primeira vez, estava usando ben-

gala devido à dificuldade de locomoção por

causa de uma intensa crise inflamatória nas

articulações. Conversei com ele, e o médico

de Arnaldo o encaminhou a mim para avalia-

ção nutricional.”

O associado começou então o acompanha-

mento com endocrinologista e nutricionista.

Doutor Galvão controlava a hipertensão e as

crises de gota, Maria Luiza implementou um

programa alimentar personalizado e Arnaldo

passou a fazer caminhadas regulares. “Foi um

trabalho de integração entre médico, nutricio-

nista e paciente”, explica Maria Luiza.

A vida sedentária e os hábitos alimentares ina-

dequados foram ficando no passado. Com o tra-

tamento, Arnaldo começou a emagrecer e ver

os primeiros resultados positivos. “A pressão

alta baixou, as crises de gota foram diminuindo

e percebi que aumentava minha produtividade

no trabalho. Inclusive houve melhora nos meus

relacionamentos sociais. Eu começava a ficar

bem comigo mesmo”, conta Arnaldo.

Meta alcançada

Arnaldo passou a seguir à risca o tratamento e,

em dois anos, eliminou 40 quilos sem qualquer

tipo de medicamento para emagrecer, apenas

com programa alimentar, atividades físicas e

consultas ao endocrinologista. Atualmente,

a pressão arterial está controlada, não sofre

mais crise de gota e todos os indicadores de

saúde estão bons.

Para ele, um dos segredos para ter consegui-

do perder tantos quilos é que não se rendeu a

dietas que prometem milagres em pouco tem-

po. “Eu adotei a alimentação da minha vida.

Sei que ela me fará permanecer com o peso

ideal. Tanto que quando, por algum motivo,

saio da minha alimentação diária sinto falta de

voltar a ela”, explica.

A nutricionista conta que, como o horário de

trabalho do bancário não segue uma rotina,

adequou a dieta ao ritmo de vida dele e che-

gou a fazer um programa alimentar com dez

refeições ao dia. “A disciplina foi importan-

te. Ele foi perseverante ao longo do tempo.

Sempre conversávamos e, se não houvesse

adaptação ao tratamento por algum motivo,

sentávamos para reavaliar. O plano terapêuti-

co foi discutido e pactuado. E ele efetivamente

o seguiu”, atesta Maria Luiza.

Para o médico, o tempo é necessário para pro-

mover mudanças internas no indivíduo. “Há

que se dar prazo para o paciente se habituar

ao tratamento e esse processo de condicio-

namento e correção do peso começa pela ca-

beça. Eu o ajudei apresentando o problema e

estimulando-o a resgatar o seu amor próprio,

mas a força de vontade e a persistência de

Arnaldo fizeram com que ele passasse a cui-

dar mais de si”, diz Galvão. A CASSI teve papel

importante no desafio de Arnaldo. “O meu en-

docrinologista e a nutricionista da CASSI foram

essenciais para eu perder peso. Sem eles eu

não teria conseguido”, acredita.

De bem com o espelho

A mudança de vida com emagrecimento sig-

nificativo, como a que aconteceu com Arnal-

do, reflete especialmente na autoestima da

pessoa. “Você se vê melhor e as pessoas te

enxergam melhor. Também passei a fazer as

coisas com mais capricho, em tudo coloco

mais esmero.”

A nutricionista diz que o caso de Arnaldo é um

exemplo de que é possível perder peso de

maneira natural. “É preciso procurar um nutri-

cionista para adequar um programa alimentar

à vida do indivíduo. Emagrecer não é algo rá-

pido, assim como não foi engordar, mas é pos-

sível ter sucesso no tratamento.”

Para quem está pensando em mudar de vida

e perder peso, Arnaldo aconselha a não se

preocupar em emagrecer rápido, basta fazer

a coisa certa e o emagrecimento acontecerá

naturalmente. “O processo durou dois anos e

eliminei os quilos extras com novos hábitos de

vida, como passar a trazer frutas para o lanche

no trabalho e cortar a cervejinha no fim do dia.

Quanto mais tempo melhor para você se adap-

tar aos novos hábitos.”

O número de cirurgias de redução de estômago,

indicadas no tratamento da obesidade mórbida,

aumentou 500% no Brasil na última década,

segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Ba-

riátrica e Metabólica, e o País é o segundo no

mundo nesse tipo de intervenção, atrás apenas

dos Estados Unidos. Mas o método não pode

ser visto como única alternativa para resolver

o problema. Em muitos casos, como o de Ar-

naldo, é possível emagrecer sem esse tipo de

intervenção. “Não é o estômago que deve ser

mudado, mas a cabeça. Eu vivia para comer,

agora como para viver”, diz Arnaldo.

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Autogestões na Câmara dos Deputados

LEGISLATIVO

A presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde

(Unidas), Denise Rodrigues Eloi de Brito, afirma que existe consenso entre

as entidades do setor de que “a legislação atual não está adequada às

especificidades presentes na forma de atuação das autogestões.”

Instituições como a CASSI, a Fundação de Seguridade Social (Geap), Fun-

dação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) e

outras do segmento avaliam que as normas reguladoras do setor não

fazem diferenciação entre entidades sem fins lucrativos, como as auto-

gestões, e as operadoras privadas de saúde.

“Nossa distinção frente ao mercado é enorme. Diferimos na forma de

custeio, no acesso das pessoas de diversas faixas etárias, na existência

do princípio de solidariedade e no maior direcionamento do total de

nossas receitas como benefícios em saúde aos nossos participantes”,

avalia Denise Eloi.

Ao fazer as mesmas exigências para planos com origens e finalidades

distintas, a legislação acaba por dificultar a atuação eficiente das auto-

gestões, colocando em questão a própria sustentabilidade dessas ins-

tituições, principalmente aquelas com menor número de participantes.

Para garantir a perenidade das autogestões frente às exigências da legis-

lação vigente na área de planos de saúde (Lei 9.656/98) e às normas da

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Unidas promoveu, em

junho, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um seminário com repre-

sentantes de diversas entidades de autogestão.

A ideia do debate surgiu durante o 2º Seminário dos Dirigentes e Gesto-

res das Instituições de Autogestão, realizado em Brasília, nos dias 11 e 12

de abril, quando mais de 300 representantes de operadoras de planos

de saúde de todo o País discutiram as perspectivas para o segmento e a

necessidade de inserir as autogestões na pauta do Congresso Nacional.

Menor custo e melhor qualidade

O evento, intitulado Seminário sobre saúde pública – a importância da

autogestão na assistência à saúde do trabalhador brasileiro e seus fami-

liares, contou com a participação dos deputados Arlindo Chinaglia (PT/

SP), João Dado (PDT/SP), Eleuses Paiva (DEM/SP) e Arnaldo Faria de Sá

(PTB/SP). O objetivo foi apresentar aos parlamentares o segmento de au-

togestão, que possui a melhor relação custo-benefício, e sua importância

no setor de saúde suplementar. A presidente da Unidas comentou que

16 Jornal CASSI Associados

Filiadas à Unidas, entidades como CASSI, Geap, Assefaz e diversas autogestões debatem a importância de a legislação proteger e estimular a atuação dessas instituições

Vanessa Sobreira, do Conselho de Usuários da Caixa, Hélio Bernades (Assefaz), deputado João Dado (PDT/SP), Hayton Jurema da Rocha (CASSI) e Carlos Célio (Geap)

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17

LEGISLATIVO

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17Jornal CASSI Associados

o encontro conseguiu reunir no Legislativo, pela primeira vez em vinte

anos, gestores das instituições para discutir a inserção das autogestões

na agenda do Congresso. “O debate que trouxemos à Câmara dos De-

putados envolve tanto a saúde pública quanto a privada, pois o modelo

seguido pelas autogestões é o futuro do setor, na medida em que os

pressupostos de oferecer saúde a um menor custo, amplo acesso a todas

as faixas etárias e níveis de renda e melhor qualidade de atendimento já

são utilizados nas autogestões”, argumentou Denise.

O presidente da CASSI, Hayton Jurema da Rocha, também complemen-

tou a ideia apresentada por Denise Eloi. “A prática diária da autogestão

é o foco na qualidade assistencial. Desde sua origem, as en-

tidades desse segmento não direcionam sua atuação

para a geração de lucros.”

Durante a abertura do seminário, o depu-

tado Arlindo Chinaglia recordou a histó-

ria das autogestões e explicou que o

surgimento dessas entidades ocorreu

por meio da mobilização dos traba-

lhadores para conseguir prevenção

e promoção à saúde. O parlamentar

destacou que um princípio que baliza

as autogestões é a solidariedade. “As

autogestões promovem o acesso uni-

versal. A frase: ‘De cada um segundo a sua

capacidade, a cada um segundo sua necessi-

dade’ resume um dos princípios das autogestões

e como o setor de saúde deve ser, ou seja, baixo custo e

oferta de melhor qualidade possível”, disse Chinaglia.

Envelhecimento da população

Ao contrário de diversas operadoras de planos de saúde, as autogestões

não criam qualquer dificuldade no acesso da população idosa. Dados da

ANS mostram que a atual pirâmide etária das autogestões já comporta

elevado percentual de idosos, em relação à sua população total assistida,

que pode ser comparada à pirâmide etária do Brasil em 2050, quando o

número de pessoas acima de 60 anos será bastante superior ao atual.

O crescimento da população idosa gera, consequentemente, o aumento

da sinistralidade, índice relacionado ao total das receitas que são consu-

midas pelas despesas com assistência à saúde de uma operadora. Quan-

to maior a utilização do plano de saúde, maior a taxa, como acontece no

caso das autogestões, que possuem uma vasta carteira de idosos.

A média de sinistralidade das operadoras de mercado é de 75%, já nas

autogestões a taxa chega, muitas vezes, a 87%, segundo dados de 2010.

“Como não temos fins lucrativos, direcionamos percentual maior de re-

cursos para os gastos com o participante, atuando não apenas no modelo

curativo, mas também na promoção de saúde e prevenção de doenças”,

declarou o presidente da CASSI.

Crescimento

No seminário, o Diretor Executivo da Geap, Carlos Célio de Andrade San-

tos, apresentou dados que demonstram uma possível estagnação das

autogestões em número de participantes, em comparação ao total de

pessoas que possuem plano de saúde no Brasil.

De 2000 a 2010, a quantidade de usuários de planos de saú-

de passou de 8 milhões para 45 milhões. No mesmo

período, o crescimento da população das auto-

gestões passou de 3,2 milhões para 5,3 mi-

lhões de pessoas, evolução de 66%. Apesar

do aumento no número de participantes,

esse desempenho foi bastante inferior

ao verificado nas outras modalidades

de operadoras. As cooperativas médi-

cas, por exemplo, tiveram crescimento

de 1.375%, passando de 1,2 milhão para

16 milhões de usuários. Já as operado-

ras de medicina de grupo saltaram de 2,6

milhões para 16 milhões, aumento de 615%.

Debate no Congresso

O setor de autogestão em saúde busca no Congresso

Nacional o apoio de representantes do governo, órgãos regula-

mentares e profissionais do mercado para garantir a implantação de leis e

normas que possam efetivamente garantir sua continuidade.

Entre as medidas urgentes apontadas pela Unidas, estão a inclusão na le-

gislação de artigos que assegurem à ANS a obrigação de regular também

os prestadores de serviços (hospitais, clínicas e profissionais) e fazer com

que seja realizada uma regulação simplificada no segmento das autoges-

tões, desonerando as obrigações, especialmente para instituições de pe-

queno porte. “Precisamos somar esforços e interagir com o governo para

construir o marco regulatório que garanta o funcionamento adequado

das autogestões”, disse o presidente da Assefaz, Hélio Bernades.

O presidente da CASSI comentou que o modelo de autogestão é impor-

tante tanto para o trabalhador brasileiro quanto para as entidades. “Se

empresas de grande porte como Vale, Petrobras, Itaú e Volkswagen con-

tinuam optando por oferecer assistência à saúde por meio do modelo de

autogestão, significa que esse benefício continua sendo um mecanismo

de retenção e atração de funcionários”, finalizou.

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NOTAS

A venda de medicamentos genéricos aumentou 32% nos primeiros três meses de 2011

em comparação com o mesmo período do ano passado. De cada quatro remédios ven-

didos no Brasil, um é genérico. Eles têm a mesma fórmula dos remédios convencionais

e fazem o mesmo efeito. Os genéricos são identificados pela letra “G” na embalagem

e representam 30% dos remédios a venda em muitas redes de farmácias. Os genéricos

chegaram às prateleiras no final dos anos 90 e, passados dez anos, representam 25%

do mercado no País. Apenas nos três primeiros meses de 2011 foram vendidos quase

123 milhões de unidades, um aumento de 32% em relação ao primeiro trimestre do ano

passado. Os números são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos

Genéricos. No Programa de Assistência Farmacêutica da CASSI é dada preferência aos

medicamentos genéricos para compra com reembolso.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a aplicação da vacina contra HPV

(sigla em inglês para papiloma vírus humano) em homens de 9 a 26 anos. Até então, a vacina

estava sendo aplicada apenas em mulheres, como forma de prevenção do câncer de colo de

útero, mas, de acordo com a Anvisa, novos estudos comprovaram a eficácia da vacina tam-

bém em pessoas do sexo masculino. A imunização, entretanto, ainda não está disponível no

sistema público de saúde, apenas em clínicas particulares. O HPV é transmitido pelo contato

genital com a pessoa infectada (incluindo sexo oral) e por via sanguínea, de mãe para filho,

na hora do parto. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e desaparece sem deixar

vestígios. Por isso, quando se realiza o diagnóstico, não se consegue saber se a infecção é

recente ou antiga. A doença viral pode permanecer sem se manifestar no corpo da pessoa.

Vacina contra HPV para homens

Cresce venda de genéricos

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu esforço glo-

bal para tentar acabar com a aids até 2020. Segundo de-

clarou o secretário em seminário sobre o tema em Nova

York, “este é o nosso objetivo: zero novas infecções, zero

preconceito contra portadores e zero mortes relacionadas à

aids”. Ban também pediu que a comunidade global “se una

em solidariedade como nunca antes” para garantir até 2015

o acesso universal ao tratamento à aids e a redução de seus

custos. O evento marcou o 30º aniversário da descoberta do

vírus HIV, em junho de 2011. Cerca de 34 milhões (contra 26,2

milhões em 1999) de pessoas no mundo são portadoras do

vírus, mas estima-se que pelo menos metade delas não sabe

disso, segundo estatísticas da ONU.

Aids: como controlarA Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que mais de 1 bilhão de

pessoas em todo o mundo apresentam algum tipo de deficiência e uma

em cada cinco (entre 110 milhões e 190 milhões) têm a vida dificultada por

falta de condições. De acordo com o relatório divulgado pela OMS, poucos

países implementaram nos últimos anos mecanismos que respondam às ne-

cessidades de quem vive com deficiência. As barreiras enfrentadas incluem

discriminação, ausência de cuidados adequados à saúde e de serviços de

reabilitação e transportes e construções sem acessibilidade. A OMS cobrou

esforços dos países-membros, entre eles o Brasil, para melhorar o acesso

de pessoas com deficiência a serviços básicos, além da adoção de uma

estratégia voltada para o segmento. Segundo a instituição, os governos de-

vem trabalhar também para sensibilizar a sociedade sobre o tema e apoiar

pesquisas e capacitação de profissionais.

Mais acessibilidade

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Page 19: Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do ......(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-gia, psiquiatria, urologia, pneumologia, reumatologia, otorrinolaringologia,

Jornal CASSI Associados

A Central de Análise e Pagamento de Contas

Médicas da CASSI (Cepag) está em novas ins-

talações, junto à Sede, em Brasília.

As solicitações de reembolso pelos partici-

pantes podem ser entregues na Unidade de

cada Estado ou encaminhadas à Cepag, via

Correios, no endereço: SGAS 613, Conjun-

NOTAS

Uma em cada três crianças está acima do peso

no País. A informação faz parte da Pesquisa de

Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) juntamente com o Ministério da Saúde.

O estudo que analisou o estado nutricional da

população mostra que a frequência de sobre-

peso e obesidade entre as crianças de 5 a 9

anos apresentou aumento expressivo nas duas

últimas décadas. Entre os adolescentes, 20%

estão acima do padrão considerado ideal pela

Organização Mundial da Saúde.

Excesso de peso infantil

Cepag em novo endereçoto E, Bloco A, L2, Asa Sul, Brasília (DF) – CEP

70.200-903.

Para mais detalhes, acesse www.cassi.com.br,

perfil Associados, menu “Serviços para Você”,

link “Solicitação de Reembolso”, ou informe-se

na matéria publicada na edição 75 do Jornal

CASSI Associados, disponível no site.

O programa Modelo de Atendimento Integra-

do em Saúde – Mais CASSI, implantado como

piloto nas localidades de Maceió (AL), Jundiaí

(SP), Londrina (PR) e Águas Claras, Taguatinga,

Ceilândia, Samambaia e Vicente Pires, cidades

satélites de Brasília (DF), beneficia mais de 20

mil participantes.

Pesquisa inédita do Hospital do Coração (HCor) de

São Paulo revela crescimento de 3,8% no número

de enfartes nas mulheres brasileiras e queda de 17%

nos homens entre 2009 e 2010, o que proporcionou

redução de 12% no total de enfartes no País. Vários

fatores devem ter contribuído para esses resultados,

acreditam os médicos. Segundo o estudo, a popu-

lação masculina resiste mais do que a feminina aos

problemas como diabetes, hipertensão e obesidade,

que são fatores de risco para enfarte. Há ainda ame-

aças exclusivamente femininas, como o uso da pílula

anticoncepcional aliado ao tabaco, que também au-

mentam o risco de elas enfartarem.

Aumenta enfarte em mulheres

Se você mora em uma das localidades citadas,

não faz parte da Estratégia Saúde da Família

(ESF) e ainda não recebeu a indicação de quem

é seu médico Mais CASSI por email ou correio,

pode contatar a Caixa de Assistência por meio

do Fale com a CASSI, no site www.cassi.com.br,

ou pelo 0800 729 0080.

Um dos diferenciais do programa é a facilida-

de no agendamento da consulta com o mé-

dico Mais CASSI ao qual o participante está

vinculado. Basta acessar o site da CASSI,

escolher o perfil (Associados ou CASSI Famí-

lia), clicar em “Agenda Médica – Mais CASSI”

e digitar o número do cartão CASSI.

Mais CASSI recebe novos participantes

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Page 20: Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do ......(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-gia, psiquiatria, urologia, pneumologia, reumatologia, otorrinolaringologia,

20 Jornal CASSI Associados

O Exame Periódico de Saúde (EPS), obrigatório

para todos os funcionários da ativa do Banco

do Brasil, começou no dia 4 de abril e deve ser

feito até 30 de dezembro. Em 2010, foram pre-

vistos 100.986 exames e realizados 98.671, ou

seja, 97,71% dos funcionários realizaram o EPS.

Anualmente, a CASSI realiza o exame. Os

objetivos são possibilitar a prevenção de do-

enças e a melhoria das condições de saúde

do funcionário e incentivar hábitos saudáveis.

As informações também originam dados que

permitem o acompanhamento e o conheci-

mento do perfil epidemiológico de saúde da

população do Banco, possibilitando a criação

de ações voltadas para a qualidade de vida.

O EPS faz parte do Programa de Controle Mé-

dico de Saúde Ocupacional (PCMSO) do BB e

obedece aos intervalos de seis meses (para

empregados que exerçam atividades insalu-

bres ou perigosas, previstas nas normas regu-

lamentadores 15 e 16, da Portaria 3.214/78, do

Ministério do Trabalho e Emprego), a cada ano

(para os demais funcionários) e no prazo esti-

pulado pelo médico examinador, registrado no

último Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)

do empregado.

Orientações

O EPS compreende a realização de exames

clínicos e complementares, de acordo com o

sexo e a faixa etária do funcionário.

Para realizá-lo, é preciso apresentar, além do

documento de identidade, as guias encami-

nhadas pela CASSI e, no caso dos funcionários

incorporados dos bancos BESC, BNC e BEP, é

necessário levar também o cartão Saúde do

Trabalhador, tanto nos exames, quanto na rea-

lização da consulta.

As guias dos exames complementares são

enviadas para as dependências do BB. Caso

o funcionário ou uma das dependências não

as receba, é preciso entrar em contato com a

Unidade CASSI do Estado. As guias já vêm com

um número de autorização, o que evita o pa-

gamento da participação compulsória.

Os exames complementares podem ser re-

alizados nas clínicas credenciadas à Caixa

de Assistência. Já as consultas podem ser

feitas nas CliniCASSI do Estado com um mé-

dico do trabalho ou com médico de famí-

lia do Serviço Próprio ou, dependendo da

localidade, nas agências do Banco do Brasil.

Para a realização da consulta, é necessário

levar todos os exames complementares e/ou

laboratoriais prontos.

A não apresentação impede que o médico

avalie corretamente o paciente e entregue

o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), do-

cumento que analisa se o trabalhador está

apto ou não para exercer suas funções. Caso

o funcionário não leve todos os resultados, o

atestado não é liberado e o EPS é considerado

como não realizado.

Estão isentos de realizar o Exame Periódico

de Saúde aqueles que estejam usufruindo de

alguma licença (saúde, maternidade/adoção,

para acompanhar cônjuge ou companheiro,

para tratar de interesse particular) ou com o

contrato de trabalho suspenso, desde que

a duração do afastamento tenha o mesmo

período de realização do EPS.

Exames complementares:

• ginecológico – realização do exame Papa-

nicolau em todas as funcionárias;

• clínico/urológico – para prevenção de cân-

cer de próstata em funcionários do sexo mas-

culino com idade igual ou superior a 50 anos

e igual ou superior a 45 anos para aqueles

que tiverem histórico familiar de câncer de

próstata;

• otorrinolaringológico – para funcionário de

teleatendimento nas Ouvidorias, Centrais de

Atendimento e em outras dependências do BB.

Exames laboratoriais:

• citopatológico cérvico-vaginal – para todas

as funcionárias;

• mamografia ou ecografia – a cada dois

anos para mulheres com idade entre 40 e 49

anos e anualmente para aquelas com idade

igual ou superior a 50 anos;

• colesterol total, HDL, triglicerídios e glice-

mia – funcionários com idade igual ou supe-

rior a 40 anos;

• antígeno específico prostático (PSA) – ho-

mens com idade igual ou superior a 50 anos

e igual ou superior a 45 anos quando houver

histórico familiar de câncer de próstata;

• audiometria – aos seis meses da posse e

anualmente para funcionários em função de

teleatendimento, lotados em Ouvidorias ou

nas Centrais de Atendimento e para funcio-

nários com distúrbios auditivos;

• outros exames complementares – a critério

do médico examinador.

Faça o EPS até dezembroExame Periódico avalia saúde dos funcionários do Banco do Brasil e orienta sobre prevenção de doenças

SAÚDE DO TRABALHADOR

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