publicação da caixa de assistência dos funcionários do ......(cardiologia, dermatologia,...
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Ano XII - nº 76 | maio/junho | 2011
Exercício e hábitos alimentares adotados com ajuda da esposa,Elizabete, reverteram a obesidade, o diabetes e a hipertensãode Sylvio e evitaram surgimento de novas doenças
Doença crônicasob controle
CASSI será referência na remuneração por consultas
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Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil
2 Jornal CASSI Associados
AN
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nº 3
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-9EDITORIAL
Conselho DeliberativoRoosevelt Rui dos Santos (Presidente)Fernanda Duclos Carísio (Vice-presidente)Amauri Sebastião Niehues (Titular)Ana Lúcia Landin (Titular)Loreni Senger Correa (Titular)Marco Antonio Ascoli Mastroeni (Titular)Renato Donatello Ribeiro (Titular)Sergio Iunes Brito (Titular)Carlos Célio Andrade Santos (Suplente)Claudio Alberto Barbirato Tavares (Suplente)Fernando Sabbi Melgarejo (Suplente)Gilberto Lourenço da Aparecida (Suplente)Íris Carvalho Silva (Suplente)José Roberto Mendes do Amaral (Suplente)Milton dos Santos Rezende (Suplente)Ubaldo Evangelista Neto (Suplente)
Conselho FiscalGilberto Antonio Vieira (Presidente)Eduardo Cesar Pasa (Titular)
Francisco Henrique Pinheiro Ellery (Titular)Frederico Guilherme F. de Queiroz Filho (Titular)Paulo Roberto Evangelista de Lima (Titular)Rodrigo Nunes Gurgel (Titular)Benilton Couto da Cunha (Suplente)Marcos José Ortolani Louzada (Suplente)Cesar Augusto Jacinto Teixeira (Suplente)Luiz Roberto Alarcão (Suplente)José Caetano de Andrade Minchillo (Suplente)Viviane Cristina Assôfra (Suplente)
Diretoria ExecutivaHayton Jurema da Rocha(Presidente)Denise Lopes Vianna(Diretora de Planos de Saúde e Relac. com Clientes)Maria das Graças C. Machado Costa(Diretora de Saúde e Rede de Atendimento)Geraldo A. B. Correia Júnior(Diretor de Administração e Finanças)
ExpedienteEdição e RedaçãoEditor: Sergio Freire (MTb-DF 7.630)
Jornalistas: Liziane Bitencourt Rodrigues (MTb-RS 8.058), Marcelo Delalibera (MTb-SP 43.896), Pollyana Gadêlha (MTb-DF 4.089) e Tatiane Cortiano (MTb-PR 6.834)
Edição de arteProjeto gráfico: Luís Carlos Pereira Aragão e Carlos Eduardo Peliceli
Diagramação: Luís Carlos Pereira Aragão e Caroline Morais
Produção
Impressão: XXXXXXX
Tiragem: 149.558 exemplares
Edição: maio/junho 2011
Imagens: Divisão de Marketing, Stockxchng e Dreamstime
Valor unitário impresso: R$ X,XX
Publicação da CASSI (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). “É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte”.
Quem ganha é o Corpo SocialMédicos e planos de saúde nem sem-
pre conseguem se entender plenamen-
te. Nos últimos meses, a imprensa tem
noticiado conflitos entre as associações
que representam os profissionais de
saúde e as operadoras, relacionados a
valores pagos por consultas. Nessa de-
fesa de interesses, entram em cena os argumentos das operadoras quanto
aos limites financeiros suportáveis pelos usuários e os motivos dos médicos
sobre a necessidade de padrões mínimos de remuneração que garantam
dignidade ao exercício da profissão.
A CASSI nunca desejou levar adiante qualquer disputa com médicos. Pelo
contrário, sempre buscou valorizar, dentro de suas possibilidades orçamen-
tárias, a atuação dos profissionais de saúde. Para que pudéssemos remu-
nerar melhor os médicos, uma fonte adicional de receitas precisaria surgir.
A novidade chegou neste ano, com a destinação de recursos originados
dos superávits acumulados pela Previ e distribuídos aos associados. Com
esse ingresso de recursos que não estava previsto, pretendemos, agora,
aumentar a remuneração dos médicos, sem mexer na coparticipação dos
associados, como você pode acompanhar na matéria da página 6.
Quando soubemos da entrada de recursos, tínhamos duas opções: ampliar
as reservas para contingências futuras ou atender os anseios dos partici-
pantes pela melhoria de nossa rede credenciada (como apontou a pesquisa
de satisfação deste ano). Escolhemos aprimorar o relacionamento com nos-
sos credenciados porque temos certeza de que, com o ingresso adicional
de recursos, é possível ser um dos planos de saúde do País que melhor
remunera os médicos, sem colocar em risco a sustentabilidade da CASSI.
Esse fato só comprova como a atuação sinérgica das duas grandes entida-
des ligadas ao funcionalismo do BB pode beneficiar a todos. A Previ obteve
superávits que se transformaram em mais recursos à disposição dos asso-
ciados e, ao mesmo tempo, dos participantes da CASSI.
É isso mesmo! Não podemos perder de vista nunca que a CASSI e a
Previ possuem o mesmo Corpo Social: o conjunto dos funcionários do
Banco do Brasil, ativos e aposentados, e seus dependentes. Por isso,
podem e devem ser parceiras em várias situações nas quais os interesses
de todos sejam convergentes.
Outra boa notícia é que entrará em operação, no segundo semestre deste
ano, mais uma iniciativa destinada a melhorar a qualidade de vida de nossos
participantes. Os portadores de doenças crônicas de maior complexidade
terão um acompanhamento mais intenso, como você pode ver na página 10.
Fica claro mais uma vez que a CASSI não se limita ao modelo tradicional de
atendimento da maioria dos planos de saúde, voltado apenas para cura de
doenças. Queremos, e temos trabalhado nesse sentido, que nossa atuação
possa ter cada vez mais uma abordagem holística, a partir das necessida-
des de cada participante.
Boa leitura.
Hayton Jurema da Rocha (presidente)
Jornal CASSI Associados
EMAILS
Quem ganha é o Corpo Social
ssociadossociadofalafalaEnvie seu comentário sobre as matérias para [email protected].
Reclamações e solicitações sobre outros assuntos devem ser encami-
nhadas pelo Contato Eletrônico, disponível em www.cassi.com.br, link
Fale com a CASSI.
Credenciamento na CASSI
Sofremos com o excesso de zelo da CASSI na metodologia de creden-
ciamentos de profissionais, especialmente médicos. Em minha cidade,
por exemplo, não existe otorrino credenciado. Consultei alguns profis-
sionais do ramo sobre o interesse de se conveniar à CASSI, e disseram
que a Caixa é muito burocrática, excessivamente exigente e muito lenta
na condução dos processos. Ora, ninguém vai ao médico a passeio, do-
ença não agenda data e hora para chegar, mas o tratamento deve ser
imediato. Como fazê-lo quando não tem médico? Quanto mais opções
médicas, melhor para o associado. Muitos profissionais do ramo, em
minha cidade, que é bem pequena, se descredenciaram recentemente,
também insatisfeitos com o modelo da CASSI.
Ademir Aparecido Ribeiro – São Sebastião do Paraíso (MG)
CASSI responde: Ademir, atualmente, a CASSI aguarda a documenta-
ção de seis proponentes para credenciamento em São Sebastião do
Paraíso. A documentação solicitada pela Caixa de Assistência é similar à
pedida pelos planos de saúde de autogestão do País e ajuda a garantir
a qualidade e a capacidade técnica do prestador, além de atender a
normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Após o re-
cebimento dos documentos, o processo de análise e resposta ao pres-
tador é rápido. O que ocorre, muitas vezes, é que o proponente tem
dificuldades em entregar a documentação correta e completa.
Jornal CASSI Associados4
EMAILS
Participe. Envie email para [email protected]
Atendimento
Vejo que a CASSI procura mostrar o que tem feito de melhor, mas não
mostra o que ainda não conseguiu fazer. Sou funcionário aposentado
de Criciúma (200 mil habitantes), polo sul de Santa Catarina, e faz dé-
cadas que venho lutando por um atendimento decente de quem tem
um plano de saúde. Contribuímos igual a todos, mas não somos igual-
mente assistidos. No meu entender, ou deve-se melhorar e investir no
credenciamento de médicos na região como prometem e não conse-
guem fazer, ou deve-se cobrar de forma diferenciada, de acordo com
as disponibilidades de serviço de cada região, para dar possibilidade
de o associado pagar complemento na livre escolha [reembolso].
Pedro Manoel da Silva – Criciúma (SC)
CASSI responde: Pedro, a situação da assistência médica em Santa
Catarina reflete a do mercado de saúde nacional, com uma grande
concentração de profissionais e serviços na capital e carência no
interior, onde há pouca oferta ou inexistência de profissionais em
diversas especialidades. Quando há profissionais disponíveis, alguns
ou todos não têm interesse no credenciamento de planos de saúde,
por terem a segurança de uma clientela já fidelizada no atendimento
particular. Esse fato atinge todas as operadoras de saúde, não so-
mente a CASSI. A maior dificuldade para credenciamento no interior
tem sido a quantidade de beneficiários, cujo número em algumas
cidades é insuficiente para atrair o profissional, em razão da eventu-
alidade dos atendimentos e das exigências estabelecidas pela Agên-
cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que também repercute
na situação de todos os planos. A Unidade CASSI em Santa Catarina
Pagamento extra por consultas
Assisti a uma reportagem na TV informando que a partir de agora
os médicos credenciados passarão a cobrar R$ 60,00 nas consultas
dos participantes dos planos de saúde. Caso isso venha a ocorrer
realmente, qual a orientação da CASSI para os associados e seus
dependentes? Se for autorizado o pagamento dessa importância
para posterior ressarcimento por parte da Caixa, também devemos
assinar a guia de consulta?
João dos Santos – Brasília (DF)
CASSI responde: João, a orientação da CASSI é que os partici-
pantes não paguem nenhuma quantia a médicos para a realização
de consultas ou procedimentos. O contrato de prestação de ser-
viços entre a Instituição e os profissionais de saúde já especifica
os valores a serem pagos exclusivamente pela CASSI. Solicitações
de pagamentos diretos aos beneficiários de planos de saúde por
parte dos médicos não estão previstas nas normas que regem o
setor de saúde e nas regras dos institutos de proteção ao consu-
midor. Pagamentos efetuados dessa forma não serão ressarcidos
pela CASSI. Para conhecer as regras de reembolso da Instituição,
acesse o site www.cassi.com.br, página Associados, link Dúvidas
Frequentes, ou leia a matéria sobre o assunto na última edição
(nº 75) do jornal CASSI Associados, disponível no site.
tem procurado manter e ampliar a sua rede credenciada no interior
mediante trabalho conjunto com o Banco do Brasil, que instituiu van-
tagens econômico-negociais específicas para os seus clientes cre-
denciados à CASSI, e por meio de associados que colaboram nesse
processo com a indicação de profissionais e a intermediação no con-
tato com médicos do seu relacionamento.
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Remuneração da CASSI por consultas será referência de mercadoA CASSI irá reajustar os valores pagos por
consultas ambulatoriais e passará a ser,
junto com a autogestão da Petrobras, a
operadora de planos que melhor remunera
esse tipo de serviço. Será instituída também
uma rede básica e complementar de médi-
cos credenciados, com honorários diferen-
ciados, com acréscimo de até 30% sobre o
valor-padrão da consulta.
Toda cidade com mais de mil participantes
da CASSI terá, além da atual rede credencia-
da, uma rede de médicos que será referen-
ciada e que garantirá aos associados um
maior acesso à consulta ambulatorial, tan-
to nas especialidades básicas (pediatria,
clínica médica e ginecologia/obstetrícia)
como nas especialidades complementares
(cardiologia, dermatologia, endocrinolo-
gia, psiquiatria, urologia, pneumologia,
reumatologia, otorrinolaringologia, oftal-
mologia e gastroenterologia).
Além de aumentar a remuneração e insti-
tuir uma rede de profissionais diferencia-
dos, a Caixa de Assistência oferecerá na
internet a possibilidade de agendamento de
consultas.
O desempenho da rede referenciada da CASSI
será objeto de pesquisas de satisfação se-
mestrais com os usuários e será acompa-
nhado de perto pela Caixa de Assistência.
Segundo a diretora de Planos de Saúde e
Relacionamento com Clientes, Denise Lopes
Vianna, a CASSI tem de investir na qualida-
de da sua rede credenciada e acompanhar o
desempenho e a disponibilização de agenda
para marcação de consultas.
REDE CREDENCIADA
Jornal CASSI Associados
7Jornal CASSI Associados
ATENDIMENTO
A decisão de aplicar reajuste expressivo no valor das consultas faz parte
da estratégia de aprimorar a oferta de prestadores de serviços, aponta-
da pela pesquisa de satisfação com participantes, realizada em janeiro
deste ano, como principal aspecto que a CASSI precisa aperfeiçoar.
A Caixa de Assistência avaliou que, para fortalecer o relacionamento
com seus credenciados, era preciso se destacar em relação à remune-
ração praticada por outras operadoras de planos de saúde, como forma
de permitir o ingresso de novos prestadores e de fortalecer a parceria
dos que já são conveniados.
O reajuste das consultas é o coroamento de um processo de valori-
zação dos profissionais de saúde pela CASSI. Desde o começo deste
ano, por exemplo, todos os profissionais e instituições de saúde cre-
denciados têm condições especiais em diversos produtos e serviços
oferecidos pelo Banco do Brasil, como cartões, pagamento eletrônico
de salários, antecipação de vendas com cartões, financiamento de in-
vestimos e financiamento imobiliário.
Maior oferta de prestadores
Com o aumento dos valores pagos em consultas ambulatoriais e a
criação de uma rede referenciada, a Caixa de Assistência espera, além
de fortalecer o relacionamento com os profissionais de saúde, ofere-
cer melhor qualidade no atendimento a sua população, que, quando
encontra dificuldade em marcar consultas tempestivas, acaba por
procurar atendimentos em prontos socorros de hospitais, para acom-
panhamento e tratamentos que não são de emergência e não deveriam
ser tratados no ambiente hospitalar. Esses atendimentos nem sempre
garantem uma continuidade no atendimento do paciente, nem quali-
dade na solução dos problemas de saúde. Além disso, favorecem a
ocorrência de autogeração de serviços, com pedidos de exames, pro-
cedimentos e internações muitas vezes desnecessários, sem qualquer
valor agregado à saúde e à qualidade de vida dos participantes.
A Caixa de Assistência espera que a valorização do atendimento am-
bulatorial aproxime participantes e profissionais da rede credenciada,
além de aumentar significativamente a qualidade do atendimento a to-
dos os participantes.
Benefícios para todos
Comente essas matérias. Envie email para [email protected]
O seu cadastro naCASSI está correto?
Todos os meses, a CASSI deve enviar à Agência Nacional de Saú-
de Suplementar (ANS) os dados cadastrais completos dos partici-
pantes que entraram no Plano, dos que saíram, e daqueles que
tiveram alguma alteração nos dados pessoais, mas alguns asso-
ciados, principalmente os dependentes, estão com o cadastro
incompleto ou incorreto e podem não saber dessa situação. As
principais informações que constam como desatualizadas são
nome da mãe e CPF, especialmente dos dependentes com mais
de 18 anos.
Mudou de endereço ou de telefone?
Avise a Caixa de Assistênca sempre que você ou seu depen-
dente tiver qualquer alteração cadastral, como mudança de
telefone, email ou endereço.
Acesse a página Associados no site www.cassi.com.br, informe
email e senha de acesso e clique em Atualização Cadastral, dis-
ponível no menu Serviços para Você.
Caso encontre dificuldades em acessar o serviço, faça a alteração
cadastral ligando para a Central CASSI (0800 729 0080), que fun-
ciona 24 horas, todos os dias. É importante destacar que somente
o titular do Plano pode atualizar o cadastro dos dependentes.
Formulário de recadastramento
Se você recebeu um formulário de recadastramento junto com
esta edição do jornal, é porque seus dados ou dos seus depen-
dentes estão incompletos ou incorretos no cadastro da CASSI.
Preencha todos os campos solicitados e entregue o documento
em qualquer agência dos Correios. A postagem será custeada
pela Caixa de Assistência.
Manter o cadastro dos participantes atualizado é uma exigên-
cia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Verifique seus dadose ajude a Caixa de
Assistência a cumprirexigência da ANS
ORIENTAÇÃO
Jornal CASSI Associados
Sentar no chão para brincar com os netos, quando ocorria, era uma novidade,
porque raramente ele conseguia. Aos 70 anos de idade, Sylvio Romero Bar-
retto Ferreira caminhava arrastando os pés, não tinha disposição para andar e
dormia mal em função da apneia. A descrição não lembra em nada o homem
que agora se exercita por uma hora e meia, todas as manhãs, numa praça da
Asa Norte, em Brasília (DF).
A glicose alterada, a pressão alta e a obesidade detectadas em maio de 2010,
quando acabava de completar sete décadas de vida, foram responsáveis por
desencadear a mudança. O Sylvio que comemorou 71 anos em maio de 2011
está 28 quilos mais magro, com pressão arterial e colesterol normais, compa-
ráveis aos de um jovem. “Está muito melhor. Agora meu marido é bem o que
o médico me recomendou”, elogia a mulher, Elizabete, 63 anos. Ela tem parti-
cipação nos novos hábitos de Sylvio. Acompanhava o marido nas caminhadas,
no começo, e é quem controla a dieta da família, com direito a puxões de
orelha quando ele quer açúcar no café.
A nova rotina impediu que Sylvio desenvolvesse as comorbidades que sur-
gem associadas ao diabetes e à hipertensão. Essas são duas das cinco
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que mais afetam pessoas no
mundo e cujo combate é considerado hoje um dos principais desafios mun-
diais de saúde. As DCNT são apontadas como causa de 63% das mortes regis-
tradas em 2008, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS)
divulgado no final de abril de 2011. No Brasil, foram apontadas como respon-
sáveis por 72% dos óbitos em 2007 (último levantamento).
Até 2020, metade da população sofrerá
de problemas como diabetes e hipertensão
Doença crônica se combate com hábitos saudáveis
Eles estão mais hipertensos, obesos e diabéticos
* Acima de 1 dose diária ** Carne vermelha com gordura aparente e frango com pele Fonte: Ministério da Saúde
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Sylvio mantém rotinade exercícios todas as manhãs
9Jornal CASSI Associados
ORIENTAÇÃO
9Jornal CASSI Associados
O QUE SÃOAs doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são aquelas
que exigem tratamento contínuo, entre elas a hipertensão,
o diabetes, o câncer, transtornos psiquiátricos e doenças
respiratórias crônicas, que, se não controlados, podem le-
var a outros problemas de saúde e a complicações severas.
Os casos de DCNT aumentaram porque as pessoas estão vi-
vendo mais tempo e com os hábitos ruins da vida moderna,
como sedentarismo, alimentação rica em açúcares e gordu-
ras, tabagismo e consumo excessivo de álcool.
Estratégia de cuidado de crônicos dá resultado
A incidência vem aumentando junto com o crescimento da população ido-
sa e a OMS estima que metade da população desenvolva algum tipo de
doença crônica até 2020, quando esses problemas devem representar
mais de 70% das mortes mundiais. Mudar hábitos, como fez Sylvio, é a
saída para quem já apresenta problemas como hipertensão e diabetes
e deseja evitar o surgimento de outras doenças decorrentes, atesta a
médica Fabiana Mesquita de Carvalho, da equipe da Estratégia Saúde da
Família (ESF), que acompanha o aposentado na CliniCASSI Brasília Norte.
Descontrolada, a hipertensão leva à retinopatia (espessamento das
artérias da retina, que evolui para perda de visão), insuficiência renal
(chegando à perda da função dos rins e obrigando o paciente a se sub-
meter à hemodiálise e até a transplante do órgão) e a acidentes car-
diovasculares (AVC, popularmente chamado de derrame). O diabetes
(provocado pelo excesso de açúcar no sangue) provoca má circulação
periférica, podendo levar a amputações de membros, e retinopatia.
Em função dos hábitos de vida ruins adotados nas últimas décadas (ina-
tividade física, alimentação rica em açúcares e gorduras e pobre em
fibras, tabagismo e consumo excessivo de álcool, principalmente), já
não se consegue evitar o surgimento de doenças crônicas em grande
parte da população e os participantes da CASSI não fogem desse qua-
dro. Mais de um quarto dos beneficiários do Plano (26%) têm condições
complexas de saúde que exigem acompanhamento médico e 3% têm
condições altamente complexas.
A boa notícia é que, com cuidados, na maioria dos casos, é possível
controlar essas doenças e evitar o surgimento de problemas decorren-
tes que resultam em má qualidade de vida e morte prematura. A CASSI
realiza ações específicas para cuidar de quem já possui ou corre o risco
de desenvolver alguma doença crônica. Há ações de orientação e pro-
moção de saúde para evitar que pessoas que já apresentam algum pro-
blema sofram das doenças correlacionadas (comorbidades) e existem,
ainda, cuidados intensivos para quem já tem condições mais complexas
(leia matérias nesta e nas duas páginas seguintes).
Diabetes (excesso de açúcar no sangue), hipertensão (pressão alta), dis-
lipidemia (excesso de gordura no sangue) e obesidade são doenças que
comprometem a qualidade de vida ou incapacitam os participantes da
CASSI. Esse retrato foi possível graças a uma ferramenta desenvolvida
pela Caixa de Assistência para identificar quais os problemas de saúde
que mais afetam sua população. Dessa forma, a Instituição consegue di-
recionar melhor as ações de promoção à saúde.
Em março de 2010, a CASSI criou o Gerenciamento do Cuidado de Par-
ticipantes com Condições Crônicas (GCC), focado inicialmente nesse pú-
blico – diabéticos, obesos, hipertensos e dislipidêmicos. São levados em
conta o risco cardiovascular, o histórico familiar (pai e mãe diabéticos, por
exemplo), diagnósticos, resultados de exames laboratoriais e hábitos de
vida do participante. O médico de família, após a avaliação, analisa se o
risco da doença do beneficiário é baixo, intermediário, alto ou muito alto.
Os participantes são acompanhados com base em protocolos clínicos e
assistenciais elaborados a partir de evidências científicas, que envolvem
consultas periódicas com a equipe multidisciplinar (médico de família,
enfermeiro, nutricionista), visitas domiciliares, atividades coletivas para a
Elas estão mais obesas, hipertensas e sedentárias
* Acima de 1 dose diária ** Carne vermelha com gordura aparente e frango com pele Fonte: Ministério da Saúde
10 Jornal CASSI Associados
A partir do segundo semestre de 2011, a CASSI iniciará a ampliação,
para todo o País, de um novo programa de cuidados de doentes crô-
nicos, voltado aos casos mais complexos, que terão acompanhamento
intensificado. Isso inclui a contratação de uma empresa especializada
em acompanhamento de pacientes com DCNT (doenças crônicas não
transmissíveis) para realizar, entre outras ações, visitas domiciliares por
profissionais de saúde, além de um plano de cuidado específico para
cada paciente, e o telemonitoramento, que já é oferecido no Geren-
ciamento do Cuidado de Participantes com Condições Crônicas (GCC).
O Gerenciamento de Casos (GC), nome dado ao novo programa, be-
neficiará os 3% da população da CASSI que estão com as condições
crônicas agravadas. Um piloto funcionou no Rio de Janeiro e em Per-
nambuco, com ótimos resultados, o que fez a CASSI decidir ampliá-lo.
“Foi possível aumentar os cuidados aos participantes mais vulneráveis,
permitindo maior estabilização do quadro clínico e menor agravamento
das condições crônicas”, diz a gerente de Atenção à Saúde da CASSI
RJ, Márcia Cristina Pinheiro. Em Pernambuco, a experiência de GC co-
meçou com a equipe da própria CASSI, em 2006, para participantes de
Recife, e no ano passado foi terceirizada, o que permitiu estender as
ações a pacientes de fora da Capital. “Aqueles que apresentavam mais
intercorrências, com necessidade de internações, exames, tiveram re-
dução desses eventos e quando precisavam de algum cuidado específi-
co que pudesse ser feito em casa, a CASSI deslocava profissionais para
atendimento domiciliar. Isso permitiu um cuidado dentro do convívio
familiar e reduziu o risco de infecções hospitalares”, destaca a gerente
de Atenção à Saúde da CASSI PE, Regina Nascimento.
A CASSI oferecerá, ainda, outro serviço, o Atendimento Pré-hospitalar
(APH), para que os participantes que necessitarem tenham, em casa,
o acompanhamento que seria dado num hospital. Evita-se, assim, seu
deslocamento e exposição a ambientes que oferecem riscos de contato
com outras doenças. Além do acesso aos serviços de saúde, é impor-
tante ter uma rotina de vida saudável. A ausência do autocuidado tem
aumentando o adoecimento, como evidencia a busca crescente por tra-
tamento medicamentoso entre participantes. Associado a bons hábitos,
o medicamento poderá aumentar os anos e a qualidade de vida.
“O Gerenciamento de Crônicos na CASSI é uma conquista e, ao mes-
mo tempo, a concretização de um sonho. Nós, que já somos ícones
no cuidado preventivo, agora também passamos a prestar um cuidado
especial a um grupo de participantes que muito necessita dessa nossa
atenção”, diz a diretora de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI,
Graça Machado.
Monitoramento de doentes será ampliado
educação em saúde direcionadas ao autocuidado, estilo de vida saudável
e dicas para conviver com doença crônica com maior qualidade de vida.
A estratégia vem trazendo resultados positivos, como o aumento das pes-
soas que mantêm a doença controlada. Comparando o primeiro trimestre
de 2011 com o mesmo período do ano passado, o percentual de hiper-
tensos com a doença controlada subiu 8 pontos (veja quadro ao lado).
Também aumentou em 5 pontos o percentual dos que controlaram a taxa
de gordura no sangue e em 2 pontos o de diabéticos controlados. Isso
representou menos mortes por AVC ou diabetes entre os participantes da
CASSI. Cada 1% de melhoria da taxa de diabetes reduz em 25% as chan-
ces de morte do paciente, segundo estudos do USA Task Force (grupo de
especialistas em prevenção de saúde baseada em evidências).
No começo de 2011, foram lançadas cartilhas com orientações para mini-
mizar o impacto dessas doenças na vida dos participantes. Elas são entre-
gues durante as ações para integrantes do Programa Viva Coração. Todas
as CliniCASSI formam grupos com pacientes crônicos, oferecem palestras
e atividades, além do acompanhamento com profissionais de saúde. Há,
ainda, o serviço de telemonitoramento: os que aceitam, recebem liga-
ções dos profissionais de saúde da CASSI para saber se estão conseguin-
do seguir as orientações e se têm alguma dificuldade com o tratamento.
ORIENTAÇÃO
11Jornal CASSI Associados
ORIENTAÇÃO
Homens e mulheres reduziram o consumo de carne com gordura aparente e
o tabagismo, mas estão bebendo mais. Também aumentaram a obesidade, a
hipertensão e o sedentarismo das mulheres, e a hipertensão, a obesidade e
o diabetes entre os homens. É o que mostra uma pesquisa do Ministério da
Saúde (veja quadro nas páginas 8 e 9).
Os dados também indicam que doenças crônicas cresceram em função de
maus hábitos de vida. O caminho contrário, então, como a adoção de uma ro-
tina de exercícios e alimentação adequada é capaz de ajudar a reverter o pro-
blema, afirmam profissionais de saúde. E é com base nisso que a Organização
das Nações Unidas (ONU) está mobilizando seus países-membros, entre eles
o Brasil, para estimular mudança de comportamento da população, visando a
redução das doenças crônicas no mundo. Esse é o objetivo do Guia Alimentar
do Ministério da Saúde (veja as orientações no quadro ao lado), com as diretri-
zes de alimentação saudável.
Sem apoio da família, no entanto, pacientes crônicos têm dificuldade de mudar
hábitos e seguir uma rotina saudável. Doença crônica não transmissível (DCNT)
é um problema familiar, diz a médica Herica Hideko Kohara, que cuida de uma
das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) na CliniCASSI Brasília Norte.
Herica é uma das profissionais que acompanha a psicopedagoga Rosane
Weber Gonçalves, 63 anos, recentemente encaminhada para a ESF por cau-
sa da pressão alta. O marido de Rosane, Petrônio Fernandes Júnior, 65 anos,
aposentado do BB, já havia começado o acompanhamento na Estratégia por
conta dos triglicerídeos alterados. Para ajudá-lo, a família mudou a dieta. Ele
emagreceu 12 quilos e está com o problema controlado. O cardápio adaptado
às necessidades do marido incluiu mais verduras e legumes, cortou frituras e
introduziu o pão integral no lugar do branco e já ajudou Rosane a se adaptar
melhor à rotina que se tornou obrigatória, também, em função da hipertensão.
A modificação acabou ajudando inclusive a mãe de Rosane, Zilda, 89 anos,
que sofre de intolerância à glicose. E não parou por aí. “Nossa empregada
estranhou, no começo, a comida integral, e fazia a dela separada. Mas agora
também se adaptou à dieta do restante da casa”, conta a psicopedagoga. Ro-
sane está começando a fazer caminhada, outra recomendação da médica para
controlar a hipertensão. E percebeu que a nova rotina já está devolvendo a
disposição que o sobrepeso havia lhe roubado. “Estava mais lenta, indisposta,
agora me sinto com mais energia.”
Quem depende de medicação também precisa levar a sério o tratamento, se-
guindo a orientação dos profissionais de saúde que o acompanham. “Às vezes,
o paciente se sente bem, acha que não precisa mais da medicação e suspende
por conta própria, mas isso não deve acontecer nunca”, reforça a médica da
CliniCASSI Brasília Norte.
“DCNT é problema familiar”
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CASSI – O percentual de fumantes caiu entre os funcionários do BB e
entre os brasileiros, em geral. Isso tranquiliza os profissionais de saúde?
Celso Rodrigues – A redução sem dúvida representou um progresso
para o País, um amadurecimento da sociedade e, ao mesmo tempo,
uma resposta a um programa que vem sendo implantado em todo ter-
ritório nacional. Mas, num País com 190 milhões de habitantes, se 17%
estão fumando significa que a doença atinge 32 milhões de pessoas,
número extremamente preocupante. Ele caiu, mas ainda é um pro-
blema de saúde pública que deve ser enfrentado pelos governantes.
Planejamos ações junto ao Congresso Nacional. Há um projeto de lei
no Senado desde 2008, preconizando que não se fume em ambientes
fechados e que no Brasil sejam criados ambientes 100% livres da fuma-
ça de cigarro. O projeto tem como objetivo eliminar fumantes em um
ambiente de trabalho, para acabar com a poluição tabagística. Quando
foi para votação em plenário, foi apresentado outro, propondo a im-
plantação de fumódromos em todas as recepções dos hotéis, de todos
os bares e restaurantes. Porém, há os que alegaram ser uma discrimi-
nação aos fumantes, argumentando que eles têm o direito de fumar, e
de serem vistos fumando. É um discurso que não cabe mais [o do direito
de fumar]. Todos têm direito à saúde.
CASSI – A proibição de não fumar em ambiente coletivo já não é lei?
Celso Rodrigues – A Lei 9.294, de 1996, proíbe fumar em ambiente co-
letivo, com exceção daqueles locais que tenham fumódromo. Só que não
há regulamentação para especificar como devem ser esses espaços. O
que funcionou no aeroporto do Galeão (RJ), todo de vidro, com a porta
aberta, tinha um exaustor. Quem instalou disse que o equipamento pu-
xava fumaça, purificava e devolvia de volta para o meio ambiente um
ar completamente puro, o que é um engodo. Já foi desativado no ano
passado e até hoje há resquícios da fumaça do cigarro naquele ambiente.
“Não ao direito de fumar.
Pneumologista, especialista no combate ao tabagismo, alerta para o aumento do fumo entre adolescentes e para o risco sofrido pelos fumantes passivos
Ele defende o País 100% livre do cigarro e promete articulação política
para aprovar a restrição do fumo em ambientes coletivos. Argumento
não falta ao pneumologista Celso Antonio Rodrigues da Silva, coorde-
nador do Programa de Controle do Câncer e do Tabagismo no Distrito
Federal: há 62 doenças comprovadamente relacionadas ao fumo e que
atingem também os fumantes passivos. Silva não se contenta com a
redução de 39% para 19% no percentual de fumantes no Brasil desde
1988. Acredita que é possível muito mais, inclusive entre os funcionários
do Banco do Brasil, onde o percentual de fumantes caiu de 14% para
8% na última década. O médico ajudou a implantar e ainda acompanha
o programa de combate ao tabagismo que a CASSI realiza há dez anos
para o funcionalismo do Banco e faz um alerta a pais e educadores: há
grande risco de aumento do fumo entre os jovens, o principal alvo da
indústria tabagista, que vem recorrendo a propagandas subliminares.
Silva cita abertamente o narguilé como a eficiente arma da indústria
tabagista para difundir o hábito de fumar entre os jovens e reforça: nar-
guilé é pior do que o cigarro.
TABAGISMO
Sim ao direito à saúde”
13Jornal CASSI Associados
CASSI – O encaminhamento dos funcionários tabagistas para tratamen-
to, como faz o BB, é eficiente?
Celso Rodrigues – O Banco do Brasil hoje tem profissionais capaci-
tados no atendimento aos fumantes. Esse programa teve início em
2001 e proibia fumar nas dependências do Banco do Brasil. Aqueles
que fumam são encaminhados para um especialista para realizar o
que a gente chama de uma entrevista motivacional, mesmo que ele
não manifeste essa vontade. Na entrevista, ele se vê com a obrigação
de mudar seu pensamento, seu sentimento, sabendo que a empresa
vai motivá-lo. É importante essa intervenção. Quem fuma maconha ou
crack vai procurar um especialista na área [para largar o vício], porém,
nenhum tabagista vai procurar um especialista individualmente na área
psicológica, porque não existe essa referência. Não existe dependên-
cia química pior que o fumo. É muito mais fácil largar a maconha ou a
cocaína do que largar a nicotina, porque ela gera uma dependência vio-
lenta, superior à causada pela maconha e pela cocaína. Sendo assim, é
melhor não começar.
CASSI – As notícias recentes apontam que menos gente está fumando.
Celso Rodrigues – O jovem de hoje está fuman-
do menos, porém as meninas estão iniciando
mais cedo que os meninos. Qual a explicação
para isso? A indústria do cigarro, de uma ma-
neira subliminar, acaba atraindo o jovem com
muitas armas. Passa a imagem de beleza ao
fumante adolescente. A venda de cigarros em
padarias acaba atraindo o jovem, que passa
a relacionar balas, coisas coloridas e gostosas ao cigarro. O nargui-
lé [cachimbo indiano que faz a fumaça passar pela água antes de ser
aspirada] foi trazido para o Brasil pelas indústrias do tabaco. As festas
jovens em Brasília e São Paulo, se não tiverem o narguilé, deixam de
ser festa. A indústria do narguilé acaba influenciando o jovem a ter uma
falsa imagem de maior satisfação na degustação de sabores diferentes.
Porém, cada tragada equivale ao conteúdo de nicotina e de monóxido
de carbono de dez cigarros. É claro que a água retém um pouco do
alcatrão, porém, não retém a nicotina. Em um ambiente fechado, com
pessoas fumando o narguilé, elas acabam com o pulmão afetado. Uma
rodada de narguilé equivale a cem cigarros fumados, ou seja, cinco car-
teiras, o que preocupa, porque já se tornou algo bonito para os jovens,
virou modismo. As empresas fabricantes e importadoras passam uma
imagem de que ele é menos nocivo que o cigarro ou, até mesmo, que
é inofensivo para a saúde. Muito pelo contrário: ele é perigoso, porém,
eles [os fabricantes] utilizam essa estratégia, fazendo com que o jovem
brasileiro passe a fumar, e começando pela menina, pois a menina ser-
ve de exemplo. Quando um menino conhece uma menina que fuma, ele
sente a obrigação de fumar, para ser aceito.
CASSI – Por que o fumo na adolescência preocupa tanto, já que os
jovens normalmente fumam menos que os adultos?
Celso Rodrigues – O jovem brasileiro entra em contato com alguma
droga na adolescência. É assim com o álcool, por exemplo. Nesse mo-
mento da vida, o sistema nervoso central tem um processo muito se-
melhante ao da cobra quando está trocando de pele. Ao trocar a “pele”
desse nervo, ele fica exposto e muito mais suscetível a essa droga. O
corpo acaba incorporando aquela droga como uma doença. Uma pes-
soa que começa a fumar na adolescência tem muito mais dificuldade
de parar de fumar do que outra que começou a fumar já na fase adulta,
quando seu sistema nervoso central já mudou. É importante que os pro-
fessores trabalhem esse tema em sala de aula. O contato da nicotina
com o pai dentro de casa acaba influenciando o jovem, que, mesmo
achando desagradável ver o pai fumando, quando se encontra em uma
situação difícil na vida, lembra-se do apego do pai à nicotina e, como
já possui receptores da nicotina no seu corpo, é muito provável que ele
comece a fumar.
CASSI – O ambiente familiar, então, contribui para o tabagismo?
Celso Rodrigues – Quando uma mãe fuma na
gestação, a probabilidade de a criança se tor-
nar um fumante, futuramente, é muito grande.
Justamente por causa da criação do receptor de
nicotina no organismo da criança, ela acaba se
tornando apta a receber a substância.
CASSI – Como combater a indústria do fumo?
Celso Rodrigues – O Brasil está entre os 197 membros da Organização
Mundial da Saúde (OMS) que construíram a Convenção do Quadro para
o Controle do Tabaco. É o primeiro tratado internacional de saúde pú-
blica. O Brasil confirmou que cumprirá aquilo que ele prometeu frente
ao mundo inteiro. O Brasil avançou muito, já cortou a propaganda do
tabaco, mesmo que, de uma forma subliminar, ela ainda esteja ocorren-
do. Outra medida cabível, que países de primeiro mundo já adotaram,
é o aumento do preço da carteira de cigarros. [Nos EUA, US$ 15,00 (R$
26,00) e no Canadá, US$ 8,00 (R$ 14,00). No Brasil, o maço é vendido
a US$ 2,7 (R$ 4,75), em média.] Nosso maior desafio é criar alternativas
ao plantio de fumo, principalmente para pequenos produtores. Fazer
com que qualquer tipo de plantio que o pequeno produtor vier a adotar,
por exemplo, o de mandioca, mamona ou soja, seja mais rentável que
cultivar fumo. Não mexerá com agrotóxico e estará produzindo alguma
coisa útil para a sociedade, não estará produzindo uma droga. Para
isso, é preciso coragem por parte dos nossos governantes para enfren-
tar as indústrias do tabaco.
TABAGISMO
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Jornal CASSI Associados
SUPERAÇÃO
Em um País em que praticamente metade da
população adulta está acima do peso (48,1%,
segundo o Ministério da Saúde, com base em
dados dos últimos cinco anos) e o número de
obesos só cresce, Arnaldo Giraldi, 56 anos,
é uma exceção: emagreceu um terço do seu
peso sem uso de medicamentos nem cirurgia.
Arnaldo sempre teve tendência à obesidade
por fatores genéticos. Em sua família, casos de
sobrepeso e obesidade são comuns. Mas foi
na fase adulta que os quilos extras passaram
a prejudicar a qualidade de vida do bancário
que trabalha há 36 anos no Banco do Brasil.
Após os 30 anos de idade, à medida que o
ponteiro da balança subia, surgiam complica-
ções de saúde. Com o passar do tempo, ele
viu agravar sua hipertensão, surgir artrite reu-
matóide e gota (tipo de inflamação que afeta
as articulações). Tudo em decorrência do ex-
cesso de peso.
Eram constantes os afastamentos do trabalho
por doenças e, antes de começar a emagre-
14
cer, Arnaldo chegou a ser internado duas ve-
zes em consequência do agravamento desses
problemas. “Devido às complicações, resolvi
eliminar o excesso de peso de uma vez por to-
das. Como nunca considerei a possibilidade de
fazer redução de estômago, decidi fazer outro
tipo de cirurgia: a mental, e mudar radicalmente
a minha forma de pensar”, conta.
Novo projeto de vida
Há aproximadamente três anos, Arnaldo se
conscientizou de que iria emagrecer e adotar
Dedicação, disciplina e persistência transformaram o prognóstico de saúde negativo do bancário Arnaldo Giraldi em uma vida saudável
40 quilos mais magroArnaldo Giraldi e a nutricionista Maria Luiza Soares Brandão, que o acompanha na CliniCASSI São Paulo Sul
SUPERAÇÃO
melhores hábitos de vida. Com 1,68m e 110 qui-
los, o bancário recorreu ao endocrinologista
que o acompanhava havia aproximadamente
30 anos, Antonio de Pádua Galvão, credencia-
do à CASSI, para ajudá-lo no novo desafio. Se-
gundo o médico, Arnaldo tinha um quadro de
obesidade média e perdia peso com a mesma
rapidez com que voltava a ganhar. “Começa-
mos um trabalho de mudança comportamental
em relação à alimentação e de forma a exaltar a
autoestima dele”, conta o endocrinologista.
Em uma das consultas rotineiras que fazia à
CliniCASSI São Paulo Sul para controle das cri-
ses de gota, Arnaldo conheceu a nutricionista
Maria Luiza Soares Brandão. “Quando o en-
contrei pela primeira vez, estava usando ben-
gala devido à dificuldade de locomoção por
causa de uma intensa crise inflamatória nas
articulações. Conversei com ele, e o médico
de Arnaldo o encaminhou a mim para avalia-
ção nutricional.”
O associado começou então o acompanha-
mento com endocrinologista e nutricionista.
Doutor Galvão controlava a hipertensão e as
crises de gota, Maria Luiza implementou um
programa alimentar personalizado e Arnaldo
passou a fazer caminhadas regulares. “Foi um
trabalho de integração entre médico, nutricio-
nista e paciente”, explica Maria Luiza.
A vida sedentária e os hábitos alimentares ina-
dequados foram ficando no passado. Com o tra-
tamento, Arnaldo começou a emagrecer e ver
os primeiros resultados positivos. “A pressão
alta baixou, as crises de gota foram diminuindo
e percebi que aumentava minha produtividade
no trabalho. Inclusive houve melhora nos meus
relacionamentos sociais. Eu começava a ficar
bem comigo mesmo”, conta Arnaldo.
Meta alcançada
Arnaldo passou a seguir à risca o tratamento e,
em dois anos, eliminou 40 quilos sem qualquer
tipo de medicamento para emagrecer, apenas
com programa alimentar, atividades físicas e
consultas ao endocrinologista. Atualmente,
a pressão arterial está controlada, não sofre
mais crise de gota e todos os indicadores de
saúde estão bons.
Para ele, um dos segredos para ter consegui-
do perder tantos quilos é que não se rendeu a
dietas que prometem milagres em pouco tem-
po. “Eu adotei a alimentação da minha vida.
Sei que ela me fará permanecer com o peso
ideal. Tanto que quando, por algum motivo,
saio da minha alimentação diária sinto falta de
voltar a ela”, explica.
A nutricionista conta que, como o horário de
trabalho do bancário não segue uma rotina,
adequou a dieta ao ritmo de vida dele e che-
gou a fazer um programa alimentar com dez
refeições ao dia. “A disciplina foi importan-
te. Ele foi perseverante ao longo do tempo.
Sempre conversávamos e, se não houvesse
adaptação ao tratamento por algum motivo,
sentávamos para reavaliar. O plano terapêuti-
co foi discutido e pactuado. E ele efetivamente
o seguiu”, atesta Maria Luiza.
Para o médico, o tempo é necessário para pro-
mover mudanças internas no indivíduo. “Há
que se dar prazo para o paciente se habituar
ao tratamento e esse processo de condicio-
namento e correção do peso começa pela ca-
beça. Eu o ajudei apresentando o problema e
estimulando-o a resgatar o seu amor próprio,
mas a força de vontade e a persistência de
Arnaldo fizeram com que ele passasse a cui-
dar mais de si”, diz Galvão. A CASSI teve papel
importante no desafio de Arnaldo. “O meu en-
docrinologista e a nutricionista da CASSI foram
essenciais para eu perder peso. Sem eles eu
não teria conseguido”, acredita.
De bem com o espelho
A mudança de vida com emagrecimento sig-
nificativo, como a que aconteceu com Arnal-
do, reflete especialmente na autoestima da
pessoa. “Você se vê melhor e as pessoas te
enxergam melhor. Também passei a fazer as
coisas com mais capricho, em tudo coloco
mais esmero.”
A nutricionista diz que o caso de Arnaldo é um
exemplo de que é possível perder peso de
maneira natural. “É preciso procurar um nutri-
cionista para adequar um programa alimentar
à vida do indivíduo. Emagrecer não é algo rá-
pido, assim como não foi engordar, mas é pos-
sível ter sucesso no tratamento.”
Para quem está pensando em mudar de vida
e perder peso, Arnaldo aconselha a não se
preocupar em emagrecer rápido, basta fazer
a coisa certa e o emagrecimento acontecerá
naturalmente. “O processo durou dois anos e
eliminei os quilos extras com novos hábitos de
vida, como passar a trazer frutas para o lanche
no trabalho e cortar a cervejinha no fim do dia.
Quanto mais tempo melhor para você se adap-
tar aos novos hábitos.”
O número de cirurgias de redução de estômago,
indicadas no tratamento da obesidade mórbida,
aumentou 500% no Brasil na última década,
segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Ba-
riátrica e Metabólica, e o País é o segundo no
mundo nesse tipo de intervenção, atrás apenas
dos Estados Unidos. Mas o método não pode
ser visto como única alternativa para resolver
o problema. Em muitos casos, como o de Ar-
naldo, é possível emagrecer sem esse tipo de
intervenção. “Não é o estômago que deve ser
mudado, mas a cabeça. Eu vivia para comer,
agora como para viver”, diz Arnaldo.
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Jornal CASSI Associados 15
Autogestões na Câmara dos Deputados
LEGISLATIVO
A presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde
(Unidas), Denise Rodrigues Eloi de Brito, afirma que existe consenso entre
as entidades do setor de que “a legislação atual não está adequada às
especificidades presentes na forma de atuação das autogestões.”
Instituições como a CASSI, a Fundação de Seguridade Social (Geap), Fun-
dação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) e
outras do segmento avaliam que as normas reguladoras do setor não
fazem diferenciação entre entidades sem fins lucrativos, como as auto-
gestões, e as operadoras privadas de saúde.
“Nossa distinção frente ao mercado é enorme. Diferimos na forma de
custeio, no acesso das pessoas de diversas faixas etárias, na existência
do princípio de solidariedade e no maior direcionamento do total de
nossas receitas como benefícios em saúde aos nossos participantes”,
avalia Denise Eloi.
Ao fazer as mesmas exigências para planos com origens e finalidades
distintas, a legislação acaba por dificultar a atuação eficiente das auto-
gestões, colocando em questão a própria sustentabilidade dessas ins-
tituições, principalmente aquelas com menor número de participantes.
Para garantir a perenidade das autogestões frente às exigências da legis-
lação vigente na área de planos de saúde (Lei 9.656/98) e às normas da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Unidas promoveu, em
junho, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um seminário com repre-
sentantes de diversas entidades de autogestão.
A ideia do debate surgiu durante o 2º Seminário dos Dirigentes e Gesto-
res das Instituições de Autogestão, realizado em Brasília, nos dias 11 e 12
de abril, quando mais de 300 representantes de operadoras de planos
de saúde de todo o País discutiram as perspectivas para o segmento e a
necessidade de inserir as autogestões na pauta do Congresso Nacional.
Menor custo e melhor qualidade
O evento, intitulado Seminário sobre saúde pública – a importância da
autogestão na assistência à saúde do trabalhador brasileiro e seus fami-
liares, contou com a participação dos deputados Arlindo Chinaglia (PT/
SP), João Dado (PDT/SP), Eleuses Paiva (DEM/SP) e Arnaldo Faria de Sá
(PTB/SP). O objetivo foi apresentar aos parlamentares o segmento de au-
togestão, que possui a melhor relação custo-benefício, e sua importância
no setor de saúde suplementar. A presidente da Unidas comentou que
16 Jornal CASSI Associados
Filiadas à Unidas, entidades como CASSI, Geap, Assefaz e diversas autogestões debatem a importância de a legislação proteger e estimular a atuação dessas instituições
Vanessa Sobreira, do Conselho de Usuários da Caixa, Hélio Bernades (Assefaz), deputado João Dado (PDT/SP), Hayton Jurema da Rocha (CASSI) e Carlos Célio (Geap)
17
LEGISLATIVO
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17Jornal CASSI Associados
o encontro conseguiu reunir no Legislativo, pela primeira vez em vinte
anos, gestores das instituições para discutir a inserção das autogestões
na agenda do Congresso. “O debate que trouxemos à Câmara dos De-
putados envolve tanto a saúde pública quanto a privada, pois o modelo
seguido pelas autogestões é o futuro do setor, na medida em que os
pressupostos de oferecer saúde a um menor custo, amplo acesso a todas
as faixas etárias e níveis de renda e melhor qualidade de atendimento já
são utilizados nas autogestões”, argumentou Denise.
O presidente da CASSI, Hayton Jurema da Rocha, também complemen-
tou a ideia apresentada por Denise Eloi. “A prática diária da autogestão
é o foco na qualidade assistencial. Desde sua origem, as en-
tidades desse segmento não direcionam sua atuação
para a geração de lucros.”
Durante a abertura do seminário, o depu-
tado Arlindo Chinaglia recordou a histó-
ria das autogestões e explicou que o
surgimento dessas entidades ocorreu
por meio da mobilização dos traba-
lhadores para conseguir prevenção
e promoção à saúde. O parlamentar
destacou que um princípio que baliza
as autogestões é a solidariedade. “As
autogestões promovem o acesso uni-
versal. A frase: ‘De cada um segundo a sua
capacidade, a cada um segundo sua necessi-
dade’ resume um dos princípios das autogestões
e como o setor de saúde deve ser, ou seja, baixo custo e
oferta de melhor qualidade possível”, disse Chinaglia.
Envelhecimento da população
Ao contrário de diversas operadoras de planos de saúde, as autogestões
não criam qualquer dificuldade no acesso da população idosa. Dados da
ANS mostram que a atual pirâmide etária das autogestões já comporta
elevado percentual de idosos, em relação à sua população total assistida,
que pode ser comparada à pirâmide etária do Brasil em 2050, quando o
número de pessoas acima de 60 anos será bastante superior ao atual.
O crescimento da população idosa gera, consequentemente, o aumento
da sinistralidade, índice relacionado ao total das receitas que são consu-
midas pelas despesas com assistência à saúde de uma operadora. Quan-
to maior a utilização do plano de saúde, maior a taxa, como acontece no
caso das autogestões, que possuem uma vasta carteira de idosos.
A média de sinistralidade das operadoras de mercado é de 75%, já nas
autogestões a taxa chega, muitas vezes, a 87%, segundo dados de 2010.
“Como não temos fins lucrativos, direcionamos percentual maior de re-
cursos para os gastos com o participante, atuando não apenas no modelo
curativo, mas também na promoção de saúde e prevenção de doenças”,
declarou o presidente da CASSI.
Crescimento
No seminário, o Diretor Executivo da Geap, Carlos Célio de Andrade San-
tos, apresentou dados que demonstram uma possível estagnação das
autogestões em número de participantes, em comparação ao total de
pessoas que possuem plano de saúde no Brasil.
De 2000 a 2010, a quantidade de usuários de planos de saú-
de passou de 8 milhões para 45 milhões. No mesmo
período, o crescimento da população das auto-
gestões passou de 3,2 milhões para 5,3 mi-
lhões de pessoas, evolução de 66%. Apesar
do aumento no número de participantes,
esse desempenho foi bastante inferior
ao verificado nas outras modalidades
de operadoras. As cooperativas médi-
cas, por exemplo, tiveram crescimento
de 1.375%, passando de 1,2 milhão para
16 milhões de usuários. Já as operado-
ras de medicina de grupo saltaram de 2,6
milhões para 16 milhões, aumento de 615%.
Debate no Congresso
O setor de autogestão em saúde busca no Congresso
Nacional o apoio de representantes do governo, órgãos regula-
mentares e profissionais do mercado para garantir a implantação de leis e
normas que possam efetivamente garantir sua continuidade.
Entre as medidas urgentes apontadas pela Unidas, estão a inclusão na le-
gislação de artigos que assegurem à ANS a obrigação de regular também
os prestadores de serviços (hospitais, clínicas e profissionais) e fazer com
que seja realizada uma regulação simplificada no segmento das autoges-
tões, desonerando as obrigações, especialmente para instituições de pe-
queno porte. “Precisamos somar esforços e interagir com o governo para
construir o marco regulatório que garanta o funcionamento adequado
das autogestões”, disse o presidente da Assefaz, Hélio Bernades.
O presidente da CASSI comentou que o modelo de autogestão é impor-
tante tanto para o trabalhador brasileiro quanto para as entidades. “Se
empresas de grande porte como Vale, Petrobras, Itaú e Volkswagen con-
tinuam optando por oferecer assistência à saúde por meio do modelo de
autogestão, significa que esse benefício continua sendo um mecanismo
de retenção e atração de funcionários”, finalizou.
Jornal CASSI Associados
NOTAS
A venda de medicamentos genéricos aumentou 32% nos primeiros três meses de 2011
em comparação com o mesmo período do ano passado. De cada quatro remédios ven-
didos no Brasil, um é genérico. Eles têm a mesma fórmula dos remédios convencionais
e fazem o mesmo efeito. Os genéricos são identificados pela letra “G” na embalagem
e representam 30% dos remédios a venda em muitas redes de farmácias. Os genéricos
chegaram às prateleiras no final dos anos 90 e, passados dez anos, representam 25%
do mercado no País. Apenas nos três primeiros meses de 2011 foram vendidos quase
123 milhões de unidades, um aumento de 32% em relação ao primeiro trimestre do ano
passado. Os números são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos
Genéricos. No Programa de Assistência Farmacêutica da CASSI é dada preferência aos
medicamentos genéricos para compra com reembolso.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a aplicação da vacina contra HPV
(sigla em inglês para papiloma vírus humano) em homens de 9 a 26 anos. Até então, a vacina
estava sendo aplicada apenas em mulheres, como forma de prevenção do câncer de colo de
útero, mas, de acordo com a Anvisa, novos estudos comprovaram a eficácia da vacina tam-
bém em pessoas do sexo masculino. A imunização, entretanto, ainda não está disponível no
sistema público de saúde, apenas em clínicas particulares. O HPV é transmitido pelo contato
genital com a pessoa infectada (incluindo sexo oral) e por via sanguínea, de mãe para filho,
na hora do parto. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e desaparece sem deixar
vestígios. Por isso, quando se realiza o diagnóstico, não se consegue saber se a infecção é
recente ou antiga. A doença viral pode permanecer sem se manifestar no corpo da pessoa.
Vacina contra HPV para homens
Cresce venda de genéricos
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu esforço glo-
bal para tentar acabar com a aids até 2020. Segundo de-
clarou o secretário em seminário sobre o tema em Nova
York, “este é o nosso objetivo: zero novas infecções, zero
preconceito contra portadores e zero mortes relacionadas à
aids”. Ban também pediu que a comunidade global “se una
em solidariedade como nunca antes” para garantir até 2015
o acesso universal ao tratamento à aids e a redução de seus
custos. O evento marcou o 30º aniversário da descoberta do
vírus HIV, em junho de 2011. Cerca de 34 milhões (contra 26,2
milhões em 1999) de pessoas no mundo são portadoras do
vírus, mas estima-se que pelo menos metade delas não sabe
disso, segundo estatísticas da ONU.
Aids: como controlarA Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que mais de 1 bilhão de
pessoas em todo o mundo apresentam algum tipo de deficiência e uma
em cada cinco (entre 110 milhões e 190 milhões) têm a vida dificultada por
falta de condições. De acordo com o relatório divulgado pela OMS, poucos
países implementaram nos últimos anos mecanismos que respondam às ne-
cessidades de quem vive com deficiência. As barreiras enfrentadas incluem
discriminação, ausência de cuidados adequados à saúde e de serviços de
reabilitação e transportes e construções sem acessibilidade. A OMS cobrou
esforços dos países-membros, entre eles o Brasil, para melhorar o acesso
de pessoas com deficiência a serviços básicos, além da adoção de uma
estratégia voltada para o segmento. Segundo a instituição, os governos de-
vem trabalhar também para sensibilizar a sociedade sobre o tema e apoiar
pesquisas e capacitação de profissionais.
Mais acessibilidade
18
Jornal CASSI Associados
A Central de Análise e Pagamento de Contas
Médicas da CASSI (Cepag) está em novas ins-
talações, junto à Sede, em Brasília.
As solicitações de reembolso pelos partici-
pantes podem ser entregues na Unidade de
cada Estado ou encaminhadas à Cepag, via
Correios, no endereço: SGAS 613, Conjun-
NOTAS
Uma em cada três crianças está acima do peso
no País. A informação faz parte da Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) juntamente com o Ministério da Saúde.
O estudo que analisou o estado nutricional da
população mostra que a frequência de sobre-
peso e obesidade entre as crianças de 5 a 9
anos apresentou aumento expressivo nas duas
últimas décadas. Entre os adolescentes, 20%
estão acima do padrão considerado ideal pela
Organização Mundial da Saúde.
Excesso de peso infantil
Cepag em novo endereçoto E, Bloco A, L2, Asa Sul, Brasília (DF) – CEP
70.200-903.
Para mais detalhes, acesse www.cassi.com.br,
perfil Associados, menu “Serviços para Você”,
link “Solicitação de Reembolso”, ou informe-se
na matéria publicada na edição 75 do Jornal
CASSI Associados, disponível no site.
O programa Modelo de Atendimento Integra-
do em Saúde – Mais CASSI, implantado como
piloto nas localidades de Maceió (AL), Jundiaí
(SP), Londrina (PR) e Águas Claras, Taguatinga,
Ceilândia, Samambaia e Vicente Pires, cidades
satélites de Brasília (DF), beneficia mais de 20
mil participantes.
Pesquisa inédita do Hospital do Coração (HCor) de
São Paulo revela crescimento de 3,8% no número
de enfartes nas mulheres brasileiras e queda de 17%
nos homens entre 2009 e 2010, o que proporcionou
redução de 12% no total de enfartes no País. Vários
fatores devem ter contribuído para esses resultados,
acreditam os médicos. Segundo o estudo, a popu-
lação masculina resiste mais do que a feminina aos
problemas como diabetes, hipertensão e obesidade,
que são fatores de risco para enfarte. Há ainda ame-
aças exclusivamente femininas, como o uso da pílula
anticoncepcional aliado ao tabaco, que também au-
mentam o risco de elas enfartarem.
Aumenta enfarte em mulheres
Se você mora em uma das localidades citadas,
não faz parte da Estratégia Saúde da Família
(ESF) e ainda não recebeu a indicação de quem
é seu médico Mais CASSI por email ou correio,
pode contatar a Caixa de Assistência por meio
do Fale com a CASSI, no site www.cassi.com.br,
ou pelo 0800 729 0080.
Um dos diferenciais do programa é a facilida-
de no agendamento da consulta com o mé-
dico Mais CASSI ao qual o participante está
vinculado. Basta acessar o site da CASSI,
escolher o perfil (Associados ou CASSI Famí-
lia), clicar em “Agenda Médica – Mais CASSI”
e digitar o número do cartão CASSI.
Mais CASSI recebe novos participantes
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20 Jornal CASSI Associados
O Exame Periódico de Saúde (EPS), obrigatório
para todos os funcionários da ativa do Banco
do Brasil, começou no dia 4 de abril e deve ser
feito até 30 de dezembro. Em 2010, foram pre-
vistos 100.986 exames e realizados 98.671, ou
seja, 97,71% dos funcionários realizaram o EPS.
Anualmente, a CASSI realiza o exame. Os
objetivos são possibilitar a prevenção de do-
enças e a melhoria das condições de saúde
do funcionário e incentivar hábitos saudáveis.
As informações também originam dados que
permitem o acompanhamento e o conheci-
mento do perfil epidemiológico de saúde da
população do Banco, possibilitando a criação
de ações voltadas para a qualidade de vida.
O EPS faz parte do Programa de Controle Mé-
dico de Saúde Ocupacional (PCMSO) do BB e
obedece aos intervalos de seis meses (para
empregados que exerçam atividades insalu-
bres ou perigosas, previstas nas normas regu-
lamentadores 15 e 16, da Portaria 3.214/78, do
Ministério do Trabalho e Emprego), a cada ano
(para os demais funcionários) e no prazo esti-
pulado pelo médico examinador, registrado no
último Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)
do empregado.
Orientações
O EPS compreende a realização de exames
clínicos e complementares, de acordo com o
sexo e a faixa etária do funcionário.
Para realizá-lo, é preciso apresentar, além do
documento de identidade, as guias encami-
nhadas pela CASSI e, no caso dos funcionários
incorporados dos bancos BESC, BNC e BEP, é
necessário levar também o cartão Saúde do
Trabalhador, tanto nos exames, quanto na rea-
lização da consulta.
As guias dos exames complementares são
enviadas para as dependências do BB. Caso
o funcionário ou uma das dependências não
as receba, é preciso entrar em contato com a
Unidade CASSI do Estado. As guias já vêm com
um número de autorização, o que evita o pa-
gamento da participação compulsória.
Os exames complementares podem ser re-
alizados nas clínicas credenciadas à Caixa
de Assistência. Já as consultas podem ser
feitas nas CliniCASSI do Estado com um mé-
dico do trabalho ou com médico de famí-
lia do Serviço Próprio ou, dependendo da
localidade, nas agências do Banco do Brasil.
Para a realização da consulta, é necessário
levar todos os exames complementares e/ou
laboratoriais prontos.
A não apresentação impede que o médico
avalie corretamente o paciente e entregue
o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), do-
cumento que analisa se o trabalhador está
apto ou não para exercer suas funções. Caso
o funcionário não leve todos os resultados, o
atestado não é liberado e o EPS é considerado
como não realizado.
Estão isentos de realizar o Exame Periódico
de Saúde aqueles que estejam usufruindo de
alguma licença (saúde, maternidade/adoção,
para acompanhar cônjuge ou companheiro,
para tratar de interesse particular) ou com o
contrato de trabalho suspenso, desde que
a duração do afastamento tenha o mesmo
período de realização do EPS.
Exames complementares:
• ginecológico – realização do exame Papa-
nicolau em todas as funcionárias;
• clínico/urológico – para prevenção de cân-
cer de próstata em funcionários do sexo mas-
culino com idade igual ou superior a 50 anos
e igual ou superior a 45 anos para aqueles
que tiverem histórico familiar de câncer de
próstata;
• otorrinolaringológico – para funcionário de
teleatendimento nas Ouvidorias, Centrais de
Atendimento e em outras dependências do BB.
Exames laboratoriais:
• citopatológico cérvico-vaginal – para todas
as funcionárias;
• mamografia ou ecografia – a cada dois
anos para mulheres com idade entre 40 e 49
anos e anualmente para aquelas com idade
igual ou superior a 50 anos;
• colesterol total, HDL, triglicerídios e glice-
mia – funcionários com idade igual ou supe-
rior a 40 anos;
• antígeno específico prostático (PSA) – ho-
mens com idade igual ou superior a 50 anos
e igual ou superior a 45 anos quando houver
histórico familiar de câncer de próstata;
• audiometria – aos seis meses da posse e
anualmente para funcionários em função de
teleatendimento, lotados em Ouvidorias ou
nas Centrais de Atendimento e para funcio-
nários com distúrbios auditivos;
• outros exames complementares – a critério
do médico examinador.
Faça o EPS até dezembroExame Periódico avalia saúde dos funcionários do Banco do Brasil e orienta sobre prevenção de doenças
SAÚDE DO TRABALHADOR
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