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Prova da AFA 2007

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O ELITE RESOLVE O VESTIBULAR DA AFA 2007 – FÍSICA/PORTUGUÊS

1

FÍSICA

QUESTÃO 1 Uma pessoa está observando uma corrida a 170m do ponto de largada. Em dado instante, dispara-se a pistola que dá início à competição. Sabe-se que o tempo de reação de um determinado corredor é 0,2s, sua velocidade é 7,2km/h e a velocidade do som no ar é 340m/s. A distância desse atleta em relação à linha de largada, quando o som do disparo chegar ao ouvido do espectador, é: a) 0,5m b) 0,6m c) 0,7m d) 0,8m

Resolução Alternativa B O tempo necessário para o som chegar ao ouvido do espectador é dado

por: 170 0,5340

somsom

som

St sv∆

∆ = = =

Intervalo de tempo entre o início do movimento do corredor e a chegada do som ao ouvido do espectador:

0,5 0,2 0,3cor som reat t t s∆ = ∆ − ∆ = − = Como a velocidade do corredor é 7,2 km/h = 2 m/s, temos que a distância percorrida pelo corredor, após a reação é:

2 0,3 0,6cor cor corS v t m∆ = ⋅ ∆ = ⋅ =

QUESTÃO 2 Um pára-quedista, ao saltar na vertical de um avião que se desloca na horizontal em relação ao solo, sofre uma redução crescente da aceleração até atingir a velocidade limite. O gráfico que MELHOR representa o módulo da componente vertical da velocidade do pára-quedista em função do tempo, a partir do instante em que começa a cair, é

Resolução Alternativa B Apesar da aceleração diminuir com o aumento da força de atrito, a velocidade é sempre crescente até a aceleração se anular. A partir do momento em que a aceleração se anula a velocidade passa então a ser constante e igual à velocidade limite.

QUESTÃO 3 O gráfico abaixo representa o movimento de subida de um protótipo de foguete em dois estágios lançado a partir do solo.

Após ter atingido a altura máxima, pode-se afirmar que o tempo de queda livre desse protótipo será de a) 1 s b) 2 s c) 3 s d) 4 s

Resolução Alternativa C O deslocamento total do protótipo será obtido como a área sob a curva

do gráfico v x t. Tal área é: (2 0) 12 (5 2) 22 452 2

− ⋅ − ⋅+ = . Assim a altura

máxima atingida é H = 45 m. Ao atingir essa altura, o protótipo está com velocidade nula, como mostra o gráfico, e iniciará um movimento de queda livre, ou seja, exclusivamente sob a ação da gravidade. Seu movimento será uniformemente acelerado para baixo, com equação

horária dada por: 2

0 2gty v t∆ = + . Para percorrer os 45 m até o solo, seu

tempo de queda é: 21045 0

2tt= ⋅ + 2 9 3t t s⇒ = ⇒ = , desprezando a

raiz negativa que não convém.

QUESTÃO 4 Um avião voa na direção lesta a 120 Km/h para ir da cidade A à cidade B. Havendo vento para o Sul com velocidade de 50 Km/h, para que o tempo de viagem seja o mesmo, a velocidade do avião deverá ser a) 130 km/h b) 145 km/h c) 170 km/h d) 185 km/h

Resolução Alternativa A Observe o seguinte triângulo de velocidades, onde a velocidade resultante deve ser a representada pelo vetor AB:

Note na figura o triângulo retângulo notável: (10.13)2 = (10.12)2 + (10.5)2 Temos pela hipotenusa, que VA = 10.13 =130 Km/h

QUESTÃO 5 Uma partícula descreve movimento circular passando pelos pontos A e B com velocidades AV

r e BV

r, conforme a figura. A opção que representa o

vetor aceleração média entre A e B é:

120 Km/h

VA

Vvento

50 Km/h

A B

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2

Resolução Alternativa C O vetor aceleração média entre A e B é dado por:

B AM

v vvat t

−∆= =∆ ∆

r rrr

A figura abaixo mostra a direção e o sentido do vetor )v(vvvv ABAB

ρρρρρ−+=−=∆

A direção e o sentido do vetor Ma

r são as mesmas do vetor v∆

r, portanto

a alternativa correta é dada pela letra C.

QUESTÃO 6 A figura abaixo representa as trajetórias de dois projéteis A e B lançados no mesmo instante num local onde o campo gravitacional é constante e a resistência do ar é desprezível.

Ao passar pelo ponto P, ponto comum de suas trajetórias, os projéteis possuíam a mesma a) velocidade tangencial. b) velocidade horizontal. c) aceleração centrípeta. d) aceleração resultante.

Resolução Alternativa D Como o campo gravitacional é constante a aceleração resultante sobre ambos os projéteis é a mesma (e igual a aceleração local da gravidade).

QUESTÃO 7 Duas esteiras mantém movimentos uniformes e sincronizados de forma que bolinhas sucessivamente abandonadas em uma delas atingem ordenadamente recipientes conduzidos pela outra. Cada bolinha atinge o recipiente no instante em que a seguinte é abandonada. Sabe-se que a velocidade da esteira superior é v e que o espaçamento das bolinhas é a metade da distância d, entre os recipientes. Sendo g a aceleração da gravidade local, a altura h, entre as esteiras, pode ser calculada por:

a) 2

8g d

v

b) 2

2g d

v

c) dgv

d) 2g d

v

Resolução Alternativa A Considere as seguintes variáveis: T = tempo de queda e período de abandono das bolinhas

2d =distância entre as bolinhas

A velocidade da esteira pode ser calculada por: v= 2d

T

Portanto: T=v2d

Analisando a queda (referencial da esteira inferior para a superior): 2

0 2oaty y v t= + + , com 00, , 0, , oy y h v t T a g= = = = = −

Temos que 2 22 2( )0

2 2 2 2 8g T gT g d g dh h h h

v v−

= + ⇒ = ⇒ = ⇒ =

QUESTÃO 8

Durante um show de patinação, o patinador, representado na figura, descreve uma evolução circular, com velocidade escalar constante, de raio igual a 10,8 m. Considerando desprezíveis quaisquer resistências, a velocidade do patinador, ao fazer a referida evolução, é igual a

Dados: sen 53o = 0,80, cos 53o = 0,60 a) 12 m/s b) 7 m/s c) 8 m/s d) 9 m/s

Resolução Alternativa D Ao fazer a evolução o patinador exerce uma força de contato sobre a pista e recebe dela a reação desta força (F). Supondo que a força F tenha a mesma direção do corpo do patinador, temos:

Fcos530 = FAT = RCP Fsen530 = N = mg

Dividindido-se a primeira equação pela segunda, vem:

RCP = mg.R

mvsen o

o 2

5353cos

=

smsen

Rgv o

o

/95353cos

==

QUESTÃO 9

Um projétil de massa m incide horizontalmente sobre uma tábua com velocidade v1 e a abandona com velocidade, ainda horizontal, v2. Considerando-se constante a força exercida pela tábua de espessura d, pode-se afirmar que o tempo de perfuração é dado por:

AT

53o

Pista de gelo

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3

a) 21 vv

d2+

b) 21 vv

d2−

c) ( )21 vv2d+

d) ( )21 vv2d−

Resolução Alternativa A

O trabalho da força resultante sobre a bala é dado pela variação de sua energia cinética: Fazendo uma abordagem com os módulos dos vetores, temos:

at cinF S Eτ = − ⋅ ∆ = ∆ ⇒2 2

2 12 2at

m v m vF dτ⋅ ⋅

= − ⋅ = − ⇒

2 22 1( )2at

m v vFd

⋅ −=

Pelo teorema do impulso temos: 2 1 2 1( )atI F t Q m v m v m v v= ⋅ ∆ = ∆ = ⋅ − ⋅ = ⋅ −

Logo, temos que: 2 12 2 2 12 1

( ) 22( )at

m v vQ dt dF v vm v v

⋅ −∆ ⋅∆ = = ⋅ ⋅ =

+⋅ −

QUESTÃO 10

Três blocos, cujas massas mA = mB = m e mC = 2m, são ligados através de fios e polias ideais, conforme a figura. Sabendo-se que C desce com uma aceleração de 1m/s2 e que 0,2 é o coeficiente de atrito entre B e a superfície S, pode-se afirmar que o coeficiente de atrito entre A e S vale

a) 0,10 b) 0,20 c) 0,30 d) 0,40

Resolução Alternativa C Isolando as forças sobre a polia móvel temos:

Isolando as forças sobre o bloco C temos:

Aplicando a Lei de Newton: 2mg – T´= 2m.aC. Como aC=1m/s2 e T´=2T, temos: 2mg – 2T=2m.1 → T=mg - m

Isolando as forças sobre os blocos A e B temos:

Perceba que aAB = 2.aC (devido à relação entre o deslocamentos da polia móvel e dos blocos) Assim, aAB = 2m/s2 Aplicando a 2ª. Lei de Newton: T - Fat,A - Fab,B = (m+m).aAB. Sabemos que: Fat,A = µA.NA = µA.mg Fab,B = µB.NB = 0,2.mg Logo: (mg – m) - µA.mg - 0,2.mg = 2m.2 µAg = -5+0,8g Usando g=10m/s2, temos µA = 0,3

QUESTÃO 11 Com relação à força de atrito, apresentam-se três situações e uma afirmação relativa a cada uma.

Situação 1: Um automóvel faz uma curva em que o lado interno da pista é mais baixo que o lado externo.

Afirmação 1: A força de atrito entre os pneus e a pista depende do número de passageiros do automóvel.

Situação 2: Duas crianças de diferentes pesos descem um toboágua permanecendo em contato físico.

Afirmação 2: Por efeito da força de atrito, a criança mais leve, que está na frente, será empurrada pela outra.

Situação 3: Uma pessoa se movimenta em relação ao solo.

Afirmação 3: A força de atrito é oposta ao sentido de movimento da sola do sapato.

Estão corretas as afirmações: a) 1 e 2 apenas. b) 2 e 3 apenas. c) 1 e 3 apenas. d) 1, 2 e 3.

T T 2T = T´ T´

T´ C 2mg

T A B Fat,A Fab,B

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Resolução Alternativa C I) Correta: Temos que | | | |ATF Nµ=

r r. A componente da força normal na

direção vertical, por sua vez, deve equilibrar o peso. Assim, quanto maior for a massa do conjunto (carro + passageiros), maior será a intensidade do peso e, portanto, maior será a intensidade da força normal. Conseqüentemente, a intensidade da força de atrito também será maior. II) Incorreta: Podemos considerar cada trecho retilíneo do toboágua como um plano inclinado de um ângulo α em relação à horizontal. Nesse caso, as forças atuantes na criança são o seu peso e a força de atrito. Na direção perpendicular ao plano, temos: cosYN P mg α= = Na direção do plano, temos RES X ATF P F= − . Assim:

cosma mgsen N mgsen mgα µ α µ α= − = − . Cancelando a massa: ( cos )a g senα µ α= − . Como a aceleração não depende da massa, a aceleração das crianças será a mesma, e uma não estará empurrando a outra. III) Correta: A pessoa, ao se movimentar para a direita, empurra o solo para a esquerda. Pela 3ª Lei de Newton, o solo empurrará a pessoa com uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário, portanto para a direita.

QUESTÃO 12 Uma vela acesa, flutuando em água, mantém-se sempre em equilíbrio, ocupando a posição vertical. Sabendo-se que as densidades da vela e da água são respectivamente, 0,8 g/cm3 e 1,0 g/cm3, qual a fração da vela que permanecerá sem queimar, quando a chama se apagar ao entrar em contato com a água?

a) 0 c) 41 b)

51 d)

54

Resolução Alternativa A

Na situação apresentada temos,

mg = E µAgua . g . Vsubmerso = µvela . g . Vtotal

Vsubmerso = 4/5 . Vtotal,

À medida que a vela queima o volume submerso será sempre proporcional ao volume acima do nível da água (precisamente, 4 vezes maior). Quando a vela se apagar, o volume submerso será 4 vezes zero, logo será NULO.

QUESTÃO 13 Uma prancha de comprimento 4m e de massa 2kg está apoiada nos pontos A e B, conforme a figura. Um bloco de massa igual a 10kg é colocado sobre a prancha à distância x = 1m da extremidade da direita e o sistema permanece em repouso. Nessas condições, o módulo da força que a prancha exerce sobre o apoio no ponto B é, em newtons,

a) 340 b) 100 c) 85 d) 35

Resolução Alternativa C

De acordo com a figura acima, tomando momento em relação ao ponto A temos:

0AM = ⇒∑ 0B B B PB P PPN r P r P r⋅ − ⋅ − ⋅ = ⇒100 3 20 2

4BN ⋅ + ⋅=

Assim, temos 85BN N=

QUESTÃO 14 Na figura abaixo, as polias e os fios são ideais. Se o sistema está em

equilíbrio, pode-se afirmar que a razão 1

2

mm

é

a) 34

b) 14

c) 32

d) 12

Resolução Sem resposta

Assumindo que T2 faz um ângulo θ com a vertical, temos que:

2 2 130 e cos cos30o oT sen Fsen T F m gθ θ= + = Das roldanas podemos perceber que m2.g = 2T1 e que T1 = 2T2. Portanto T2 = m2g/4 Assim:

m2

m1

30°

T1 T1

T2 T2

m2.g

m1.g

F T2

m2

m1

30°

m gρ

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5

2 2

2 21 1

30 304 4

cos cos30 cos30 cos4 4

o o

o o

m g m gsen Fsen Fsen sen

m g m gF m g F m g

θ θ

θ θ

= = ⇒

+ = = −

Dividindo a primeira equação pela segunda, temos: 2

2 11

2

1 1

2 2

430 30cos 4 cos

4

14 cos cos430 30

o o

o o

m g sen sentg tgm g mm gm

m msen senm mtg tg

θ θ

θ θ

θ θθ θ

= ⇒ = ⇒− −

⇒ = + ⇒ = +

A relação m1/m2 depende de θ, o qual não pode ser determinado pelo enunciado, portanto, a questão não tem resposta válida. Provavelmente a intenção da banca era utilizar um dos ângulos notáveis abaixo: Se θ = 30o, temos que a alternativa correta seria A Se θ = 60o, temos que a alternativa correta seria D NOTA: Além de ter de inferir o ângulo de inclinação de uma das cordas, perceba que nestas condições seria impossível a polia fixa (a mais alta) ficar em equilíbrio, a menos que ao invés de ser sustentada por uma corda, ela estivesse sustentada por uma haste rígida, pois duas das forças que agem nela são verticais e a terceira tem uma componente horizontal sem equilibrante.

QUESTÃO 15 O recipiente mostrado na figura apresenta 80% de sua capacidade ocupada por um líquido. Verifica-se que, para qualquer variação de temperatura, o volume da parte vazia permanece constante. Pode-se afirmar que a razão entre os coeficientes de dilatação volumétrica do recipiente e do líquido vale:

a) 0,72 b) 1,00 c) 0,92 d) 0,80

Resolução Alternativa D Os volumes iniciais do líquido e do recipiente guardam entre si a seguinte relação: 0 00,8L RV V= Mas a diferença entre estes dois volumes permanece sempre constante:

0 0R L R LV V V V− = − Sendo assim:

( ) ( )0 0 0 0 0 0

0 0

R R R L L L R L

R R L L

V V V V V V

V V

γ θ γ θ

γ θ γ θ

+ ⋅ ⋅ ∆ − + ⋅ ⋅ ∆ = −

⋅ ⋅ ∆ = ⋅ ⋅ ∆

Da relação inicial entre os volumes: ( )0 00,8

0,8 0,8 0,8

R R R L

RR L R L

L

V Vγ θ γ θ

γγ θ γ θ γ γ

γ

⋅ ⋅ ∆ = ⋅ ⋅ ⋅ ∆

⋅ ∆ = ⋅ ⋅ ∆ ⇒ = ⋅ ⇒ =

QUESTÃO 16 Três barras cilíndricas idênticas em comprimento e secção são ligadas formando uma única uma barra, cujas extremidades são mantidas a 0o C e 100o C. A partir da extremidade mais quente, as condutividades térmicas dos materiais das barras valem k, k/2 e k/5. Supondo-se que, em volta das barras, exista um isolamento de lã de vidro e desprezando

quaisquer perdas de calor, a razão θ2 / θ1 entre as temperaturas nas junções onde uma barra é ligada à outra, conforme mostra a figura é

a) 1,5 b) 1,4 c) 1,2 d) 1,6

Resolução Alternativa B O fluxo de calor deverá ser constante ao longo do tubo.

l

AK

l

AK

lKA )0(

5)(

2)100( 1122

−=

−=

−=

θθθθφ

Das duas últimas equações:

5. )( 12 θθ − = 2. 1θ

Logo, 12 57θθ = ⇒ θ2 / θ1 = 1,4

QUESTÃO 17 O gráfico abaixo representa o diagrama de fases de uma determinada substância.

Da análise do gráfico, conclui-se que a) aumentando a pressão e mantendo a temperatura constante em T1, ocorrerá vaporização da substância b) à temperatura T3 é possível liquefazer a substância. c) sob pressão PT e temperatura T0 a substância apresentará pelo menos a fase líquida d) com a pressão mantida constante em P1 e variando a temperatura de T1 a T2, a substância sofrerá duas mudanças de estado.

Resolução Alternativa D

Analisando o diagrama de fases acima, temos que: a) FALSO: Aumentando a pressão e mantendo constante T1, a única mudança de fase possível é re-sublimação. b) FALSO: A temperatura T3 encontra-se acima da temperatura crítica TC e, portanto, a substância não sofre liquefação nessas condições. c) FALSO: A substância se encontra na forma de vapor sob pressão PT e temperatura T0. d) VERDADEIRO: A substância sofrerá fusão em um ponto entre T1 e T0 e vaporização em um ponto entre entre T0 e T2.

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QUESTÃO 18 N mols de um gás ideal possui volume v e pressão p. quando sofre as seguintes transformações sucessivas: I – expansão isobárica até atingir o volume 2v; II - aquecimento isométrico até a pressão tornar-se igual a 3p; III - compressão isobárica até retornar ao volume v; e IV - resfriamento isométrico até retornar ao estado inicial. Assim, o trabalho trocado pelo gás, ao percorrer o ciclo descrito pelas transformações acima, vale a) zero b) – 2pv c) 3pv d) – Npv.

Resolução Alternativa B A transformação I é uma expansão isobárica, logo o trabalho pode ser calculado por τ1=p.∆V = p(2v-v) = pv. A transformação II é um aquecimento isométrico. Como ∆V=0, τ2=0. A transformação III é uma compressão isobárica, logo o trabalho pode ser calculado por τ3=p.∆V = 3p(v-2v)=-3pv A transformação IV é um resfriamento isométrico. Como ∆V=0, τ4=0. Logo τ = τ1 + τ2 +τ3 + τ4 = -2pv.

QUESTÃO 19 A variação volumétrica de um gás, em função da temperatura, à pressão constante de 26 /N m está indicada no gráfico.

Se, durante a transformação de A para B, o gás receber uma quantidade de calor igual a 20 joules, a variação da energia interna do gás será igual, em joules, a: a) 32 b) 24 c) 12 d) 8

Resolução Alternativa D Na transformação de A para B, o gás sofreu uma expansão a pressão constante, realizando portanto um trabalho igual a:

6 (4 2) 12p V Jτ = ⋅ ∆ = ⋅ − = . Segundo a 1ª Lei da Termodinâmica, Q Uτ= + ∆ . Portanto,

20 12 8U Q Jτ∆ = − = − = .

QUESTÃO 20 Pela manhã, um motorista calibra os pneus de seu carro sob uma pressão de 28,0 lb/pol2 quando a temperatura era de 7o C. À tarde, após rodar bastante, a temperatura dos pneus passou a ser 37o C. Considerando que o volume dos pneus se mantém constante e que o comportamento do ar seja de um gás ideal, a pressão nos pneus aquecidos, em lb/pol2, passou a ser. a) 30,0 b) 31,0 c) 33,0 d) 35,0

Resolução Alternativa B A transformação é isométrica (volume do pneu constante) e portanto:

21 2 22

1 2

28 31 lb/pol280 310

P P P PT T

= ⇒ = ⇒ =

QUESTÃO 21

Considere uma bola de diâmetro d caindo a partir de uma altura y sobre um espelho plano e horizontal como mostra a figura abaixo.

O gráfico que melhor representa a variação do diâmetro d´ da imagem da bola em função da distância vertical y é

Resolução Alternativa C Por ser um espelho plano, podemos assumir que o tamanho da imagem é igual ao tamanho do objeto, que claramente é constante. Este fato faz com que o gráfico correto seja o da alternativa C.

QUESTÃO 22 Uma lente convergente L de distância focal igual a f e um espelho esférico E com raio de curvatura igual a 2f estão dispostos coaxialmente, conforme mostra a figura abaixo.

Uma lâmpada de dimensões desprezíveis é colocada no ponto P. A imagem da lâmpada produzida por essa associação é a) imprópria b) real e estará localizada à direita da lente c) virtual e estará localizada à direita da lente. d) virtual e estará localizada entre o espelho e a lente.

Resolução Alternativa B

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A lâmpada é colocada em P, que é o foco da lente convergente. Logo os raios refratados emergirão paralelos ao eixo principal da lente. Estes raios paralelos incidem sobre o espelho e refletem, indo convergir no foco do espelho (ponto A). Este ponto serve então novamente de objeto para a lente, formando uma imagem real à sua direita (ponto B) pois basta fazer p = 2f em:

1 1 1'f p p

= + ⇒ 1 1 12 'f f p

= + ⇒ p´= 2f

QUESTÃO 23

Considere uma figura de interferência obtida na superfície de um líquido por fontes que emitem em fase e na freqüência f. Considere ainda que essas ondas se propagam com velocidade v. A soma das diferenças de caminhos entre as ondas que se superpõem para os pontos pertencentes às 3 primeiras linhas nodais é

a) f2v9 b)

f2v5

c) f2v4 d)

f2v3

Resolução Alternativa A

Nas linhas nodais teremos interferência destrutiva. Como as duas fontes emitem em fase, para obtermos interferência destrutiva devemos ter a

diferença de caminhos dada por 2

n λ∆ = com n ímpar.

Assim, temos:

1 3 51 ; 3 ; 52 2 2λ λ λ

∆ = ∆ = ∆ =

1 3 5 1 3 5 92 2 2 2λ λ λ λ

∆ + ∆ + ∆ = + + =

Como v = λf, temos que a soma é dada por 92vf

QUESTÃO 24 Considere duas cordas, A e B, presas pelas extremidades e submetidas à força de tração T, com densidades lineares µA e µB, tal que µA = µB, conforme mostra a figura abaixo.

Ao se provocar ondas na corda A, essas originam ondas sonoras de frequência fA , que fazem com que a corda B passe a vibrar por ressonância. As ondas que percorrem a corda B, por sua vez, produzem som de frequência fB que é o segundo harmônico do som fundamental

de B. Nessas condições, o valor da razão 0A

Aff

, onde 0Af é o som

fundamental na corda A, será a) 2 b) 3 c) 4 d) 5

Resolução Alternativa A Temos que a freqüência do segundo harmônico se relaciona com a do primeiro de acordo com:

2 2.o oharmonicof f= Como as duas cordas estão em ressonância, temos:

2oA B harmonicof f f= =

Sabendo que A BT , , T , ,A A B Bl lµ µ= podemos dizer que OA OBf f= ,

estando ambas vibrando em seu segundo harmônico. Portanto 2A

OA

ff

=

QUESTÃO 25 Na figura abaixo, a esfera A suspensa por um fio flexível e isolante, e a esfera B, fixa por um pino também isolante, estão em equilíbrio.

É correto afirmar que a) é possível que somente a esfera A esteja eletrizada. b) as esferas A e B devem estar eletrizadas com cargas de mesma natureza. c) a esfera A pode estar neutra, mas a esfera B certamente estará eletrizada. d) as esferas devem estar eletrizadas com cargas de mesmo módulo.

Resolução Alternativa B

Conforme a figura acima, o equilíbrio só é possível se a força F entre as cargas for de repulsão. A repulsão eletrostática é um fenômeno que só ocorre entre corpos carregados com cargas de mesmo sinal, ao contrário da atração eletrostática, que também pode ocorrer entre corpos carregados e corpos neutros. Dessa forma, a única alternativa que satisfaz a condição de repulsão é a letra B.

QUESTÃO 26 Uma partícula eletrizada positivamente com carga q é lançada em um campo elétrico uniforme de intensidade E, descrevendo o movimento representado na figura abaixo.

A variação da energia potencial elétrica da partícula entre os pontos A e B é a) qEy b) qEx

c) qE 2 2x y+ d) qE(x2+y2)

Resolução Alternativa B A variação da energia potencial elétrica entre A e B pode ser calculada pelo trabalho realizado para levar a partícula de A até B: |∆UAB| = |τ AB| = q.∆V. Como o campo elétrico é uniforme ∆V = Ed, com d sendo a distância percorrida ao longo da direção do campo, temos: ∆V = Ex e |∆UAB| = qEx. Nota: A rigor, a carga positiva perde energia potencial elétrica enquanto ganha energia cinética ao longo de seu movimento, portanto a variação de energia potencial elétrica é negativa, ou seja, ∆UAB= -qEx.

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QUESTÃO 27 Uma partícula com carga –q e massa m gira em torno de uma esfera de raio R uniformemente eletrizada com uma carga +Q. Se o potencial no centro da esfera é cV , a energia cinética da partícula para que ela se mantenha em movimento circular uniforme a uma distância 2R do centro da esfera é

a) cqV b) 2

qVc c) 2 cqV d) 4

qVc

Resolução Alternativa D

Para a esfera estar uniformemente eletrizada, ela deveria ser feita de material isolante, o que determinaria potencial variável no interior da esfera. Entretanto, acredita-se que a banca examinadora teve a intenção de dizer que as cargas estavam uniformemente distribuídas pela superfície da esfera, como em um corpo condutor. Nesse caso, temos que o potencial do centro da esfera é igual ao potencial da superfície:

cKQVR

=

Neste caso, teríamos que: 2

2

2

2 (2 )

2 4

4

4 4

centrípeta elétrica

c

cc c

v KQqF F mR R

mv KQqR

KQ qER

qVqE V

= ⇒ =

=

=

= =

Nota: Se considerarmos a esfera uniformemente eletrizada, como está no enunciado, deveremos assumir que ela é isolante e, portanto, no

interior desta esfera o potencial será dado por 2

232kQ rR R

. No centro

da esfera, o valor de r é 0 e portanto, VC = 32KQR

Assim, 2 34 3 2 4 6

cc

qVKQ q KQ qER R

= = =

QUESTÃO 28

No circuito esquematizado abaixo, o reostato tem resistência R (R1 < R < R2) e o gerador tem resistência interna desprezível.

Qual dos gráficos propostos melhor representa a potência P dissipada pela lâmpada L em função de R?

Resolução Alternativa A

A potência dissipada pela lâmpada L é dada por L

2L

RUPot = onde UL é a

tensão fornecida pela bateria e RL é a resistência da lâmpada. Como a bateria é ideal, a modificação no valor da resistência R do reostato não altera o valor da tensão fornecida à lâmpada, que continua sendo UL = ε. Desse modo, a potência dissipada pela lâmpada é um valor constante, o que nos fornece como resposta a alternativa A.

QUESTÃO 29 Na figura, L representa uma lâmpada de potência igual a 12 W ligada a uma bateria de tensão igual a 24 V.

Para que a intensidade da corrente elétrica do circuito seja reduzida à metade, é necessário associar em a) série com a lâmpada L, um resistor de resistência elétrica 24 Ω b) paralelo com a lâmpada L, dois resistores idênticos também associados em paralelo, de resistência elétrica 24 Ω c) paralelo com a lâmpada L, um resistor de resistência elétrica 48 Ω d) série com a lâmpada L, um resistor de resistência elétrica de 48 Ω

Resolução Alternativa D Temos que no circuito, U = Req.i Na primeira situação: 124 eqR i= ⋅

Na segunda situação: 2242eqiR= ⋅

Assim, dividindo-se a primeira equação pela segunda, temos 2 12eq eqR R= ⋅ . Portanto, ao associar um outro elemento de circuito, a

resistência equivalente deve ser duas vezes maior que a inicial. Calculando a resistência inicial, temos:

2 21

1

2412 48eqeq

UP RR R

= ⇒ = ⇒ = Ω

Assim, para dobrarmos a resistência, devemos associar uma outra resistência em série, de valor 48Ω ( 2 48 2.48 48 48eqR R R R= + ⇒ = + ⇒ = Ω )

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9

QUESTÃO 30 A figura abaixo representa uma espira retangular em repouso num campo magnético de um ímã. Ao ser percorrida por uma corrente no sentido indicado na figura, a espira passará a

a) girar no sentido horário. b) girar no sentido anti-horário. c) oscilar em torno do eixo y. d) oscilar em torno do eixo x.

Resolução Alternativa C O campo magnético apontará do pólo Norte para o pólo Sul do ímã, ou seja, na direção positiva do eixo x, segundo a orientação sugerida pela figura. Inicialmente, usando a regra da mão esquerda para cada lado da espira, temos o esquema de forças indicado:

Observe que nos lados paralelos ao eixo x a força magnética é zero, pois a direção da corrente será a mesma do campo magnético. Assim, a espira passará a se movimentar em torno do eixo y em sentido horário. Esta força será sempre na direção perpendicular ao campo e à corrente. Podemos notar que a decomposição desta força no sentido de giro diminui à medida que a inclinação aumenta, ou seja, a espira aumenta sua angular, mas com uma aceleração angular cada vez menor. Até que, quando a espira estiver em um ângulo de 90o, a força é perpendicular à direção de giro (aceleração angular nula).

Quando a espira tiver girado mais que 90°, a decomposição da força na direção do giro fará com que a espira diminua sua velocidade (pois esta decomposição ocorre no sentido contrário ao giro) em uma situação simétrica à já observada, ou seja, com uma desaceleração angular cada vez maior. Assim, a espira estará sendo freada, parará quando tiver girado de 180°, quando passará a girar de volta, em sentido anti-horário. Ao retornar à situação inicial, voltará a girar no sentido horário, e assim por diante, oscilando em torno do eixo y.

LÍNGUA PORTUGUESA

Texto I A INVEJA

Tomás de Aquino define a inveja como a “tristeza por não possuir o bem alheio”. Invejam-se a cor dos olhos, o tom da voz, a erudição, os títulos, a função, a riqueza ou as viagens de outrem. “Onde há inveja, não há amizade”, alertava Camões. O invejoso é um derrotado. Perdeu para a sua auto-estima. Lamenta, no íntimo, ser quem é e nutre a fantasia de que poderia ter sido outra pessoa. O inimigo do invejoso é ele próprio. (...) A inveja é tristeza de ser o que se é. A advogada sonha que poderia ter sido atriz, o engenheiro imagina-se no lugar do empresário, o rapaz chora por não pilotar um carro de Fórmula 1. Mal sabem que o invejado também sofre de invejas, pois o desejo é insaciável. Centrado nos bens objetivos, escraviza o ser humano. (...) Só quem se gosta não tem inveja. É capaz, portanto, de reconhecer e aplaudir o sucesso alheio. Faz sua a alegria do outro.

Frei Betto, O Estado de S. Paulo, 1998.

QUESTÃO 31 Considerando as idéias do texto I, ordene corretamente as idéias do citado fragmento e, a seguir, assinale a alternativa correta: ( ) Desejo escraviza o ser humano. ( ) Pessoas com auto-estima não têm inveja. ( ) O invejoso é inimigo de si mesmo. ( ) O invejoso deseja possuir o bem alheio a) 1-3-4-2 b) 3-4-2-1 c) 2-1-3-4 d) 4-2-1-3

Resolução Alternativa B Os parágrafos do texto podem ser assim sintetizados: Parágrafo 1: o invejoso deseja possuir o bem alheio Parágrafo 2: “O inimigo do invejoso é ele próprio” Parágrafo 3: “o desejo é insaciável. Centrado nos bens objetivos, escraviza o ser humano.” Parágrafo 4: “Só quem se gosta não tem inveja” Desse modo, a seqüência correta é: 3-4-2-1.

QUESTÃO 32 No Texto I aparecem as seguintes considerações para o termo inveja: I - “a tristeza de não poder possuir o bem alheio.” II – “Onde há inveja, não há amizade.” III – “A inveja é a tristeza de ser o que se é.” Quanto a essas considerações, pode-se afirmar que a a) primeira e a segunda são excludentes b) primeira e a terceira são relacionáveis c) segunda e a terceira são relacionáveis d) primeira e a segunda são complementares.

Resolução Alternativa B A “tristeza de não possuir o bem alheio” relaciona-se à tristeza de ser o que se é, ou seja, à tristeza de não ser o que o outro é. O autor, inclusive, usa a oração “Invejam-se a cor dos olhos, o tom da voz, a erudição, os títulos, a função, a riqueza ou as viagens de outrem” como explicação de “tristeza de não possuir o bem alheio” misturando-se no texto, ter com ser.

F

F

B i

i B

F

F B i

i B

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QUESTÃO 33 Assinale a alternativa INCORRETA relativa ao Texto I. a) Verifica-se a presença de voz passiva no primeiro parágrafo. b) Tanto a oração “de que poderia ter sido outra pessoa” quanto a expressão “do invejoso”, no segundo parágrafo, possuem a mesma função sintática. c) Se as orações “Onde há inveja, não há amizade” (l. 3 e 4) tivesse a ordem invertida e não fosse usada vírgula entre elas, não sofreriam qualquer alteração semântica ou sintática. d) As orações “Centrado nos bens objetivos, escraviza o ser humano.” (l. 12 e 13) referem-se à palavra “desejo”.

Resolução Alternativa B a) Correta. No primeiro parágrafo, a oração “Invejam-se a cor dos olhos, o tom da voz, a erudição, os títulos, a função, a riqueza ou as viagens de outrem” está na voz passiva sintética. b) Incorreta. A oração é subordinada substantiva completiva nominal, e a expressão é um adjunto adnominal. c) Correta. A inversão seria “Não há amizade onde há inveja” e os valores permanecem os mesmos. d) Correta. “O desejo é centrado nos seus objetivos” e “O desejo escraviza o ser humano”.

Texto II

Contente Está Quem Assim se Julga de Si Mesmo A abastança e a indigência dependem da opinião de cada um; e a riqueza não mais do que a glória, do que a saúde têm tanto de beleza e de prazer quanto lhes atribui quem as possui. Cada qual está bem ou mal conforme assim se achar. Contente está não quem assim julgamos, mas quem assim julga de si mesmo. E apenas com isso a crença assume essência e verdade.

Michel de Montagne QUESTÃO 34

Da leitura do Texto II, pode-se depreender que a) a abastança e a indigência dependem da opinião dos demais. b) riqueza, glória, saúde, beleza e prazer são medidos de acordo com os critérios de cada um. c) está nas mãos do indivíduo o direito de conquistar situações favoráveis para si. d) depende do ser humano encontrar alegria naquilo que é ou possui.

Resolução Alternativa D

a) Incorreta. O texto afirma que “a abastança e a indigência dependem da opinião de cada um”. b) Incorreta. O texto afirma que riqueza, glória e saúde têm beleza e prazer medidos segundo os critérios de cada um. c) Incorreta. O texto fala a respeito de opinião, de como o indivíduo considera a si mesmo. Entretanto, não há menção de como este pensamento pode ajudá-lo a alcançar as situações favoráveis para si, apenas está indicado o mesmo pode considerá-las favoráveis ou não. d) Correta. Encontrar alegria ou infortúnios depende de cada indivíduo.

QUESTÃO 35 O trecho a seguir foi reescrito de diversas maneiras. Assinale a opção em que essa reescritura mantém a mensagem original. “ ... a riqueza não mais do que a glória, do que a saúde têm tanto de beleza e prazer quanto lhes atribui quem as possui.” a) a riqueza, menos do que a glória e a saúde têm a mesma beleza e prazer que lhes atribui quem as possui. b) A glória tanto quanto a saúde e menos do que a riqueza detém a beleza e o prazer que lhe são emprestados por seus possuidores. c) Só quem possui a riqueza, a glória, a saúde, tanto quanto beleza e prazer é que sabe o valor que esses atributos possuem; d) A beleza e o prazer conferidos tanto pela riqueza quanto pela glória e a saúde dependem de quem as possui.

Resolução Alternativa D O advérbio menos invalida as alternativas a e b uma vez que a relação de proporção no original sugere igualdade e não inferioridade. Já a alternativa C é invalidada pelo advérbio só. Na alternativa D, beleza e prazer, originalmente objetos, são transformados em sujeito, mas mantém-se o sentido da mensagem original.

QUESTÃO 36 Leia o seguinte trecho do Texto II: “Contente está quem assim se julga de si mesmo.” A frase destacada pode ser substituída, sem prejuízo de seu sentido e da língua padrão escrita, por a) dessa forma sentencia por si mesmo. b) igualmente se demonstra consigo mesmo. c) desse modo considera-se a si mesmo. d) assim sendo tem em conta para si mesmo.

Resolução Alternativa C Conforme depreendemos de algumas passagens do texto, “Cada qual está bem ou mal conforme assim se achar” e “Contente está não quem assim julgamos, mas quem assim julga de si mesmo”, conclui-se que a glória e a riqueza são também proporcionais ao estado de glória e de riqueza que cada um atribui a si próprio.

QUESTÃO 37 Assinale a alternativa INCORRETA. a) No último parágrafo do Texto I, a conjunção “portanto” (l. 15) pode ser substituída por “no entanto” sem que o período sofra qualquer alteração. b) No Texto II, os pronomes lhes e as (l. 3) desempenham o papel de complementos verbais. c) A expressão “apenas com isso” (l. 5) (Texto II) poderia ser isolada por vírgulas. d) De acordo com o Texto II, o ser tem íntima dependência do crer.

Resolução Alternativa A a) Incorreta. “No entanto” é uma conjunção coordenativa adversativa, ao contrário de “portanto”, que é uma conjunção coordenativa conclusiva. b) Correta. O pronome oblíquo “lhes” é complemento do verbo atribuir e o pronome “as” é complemento do verbo possuir. c) Correta. Por ser uma expressão interferente e estar no meio do período, poderia estar entre vírgulas. d) Correta. O texto advoga que, se o ser crê ser dotado de determinada característica, sua crença assume valor de verdade, independentemente da opinião alheia.

Texto III

O desgaste da inveja De todas as características que são vulgares na natureza

humana a inveja é a mais desgraçada; o invejoso não só deseja provocar o infortúnio e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como também se torna infeliz por causa da sua inveja. Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm. Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens para si próprio. Se uma tal paixão toma proporções desmedidas, torna-se fatal a todo o mérito e mesmo ao exercício do talento mais excepcional. (...)

Afortunadamente, porém, há na natureza humana um sentimento compensador, chamado admiração. Todos os que desejam aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a inveja.

Bertrand Russell, in ‘A Conquista da Felicidade’.

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QUESTÃO 38 Da leitura atenta do Texto III, só NÃO se pode inferir que a) o invejoso tem olhos para a falta e não para a plenitude. b) para o invejoso, impingir sofrimentos ao invejado proporciona tanto prazer quanto conquistar o objeto de sua cobiça. c) a inveja pode causar a destruição de seu portador, a menos que ele possua algum talento extraordinário. d) sobrepor à inveja a admiração pode contribuir para sanar essa limitação.

Resolução Alternativa C a) Correta. “Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm.” b) Correta. “Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens para si próprio.” c) Incorreta. Mesmo o portador do talento mais excepcional sofre a destruição pela inveja: “Se uma tal paixão toma proporções desmedidas, torna-se fatal a todo mérito e mesmo ao exercício do talento mais excepcional.” d) Correta. “Todos os que desejam aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a inveja.”

QUESTÃO 39 Observe o período abaixo do texto III: “De todas as características que são vulgares na natureza humana a inveja é a mais desgraçada; o invejoso não só deseja provocar o infortúnio, e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como também se torna infeliz por causa de sua inveja” Marque a afirmativa, a respeito do fragmento acima, que está INCORRETA: a) os verbos constantes no período (são, é e torna) nos transmitem a idéia de algo em processo que perdura. b) Que, sempre que e como também exercem a função de elementos coesivos. c) O fragmento reforça a idéia do seguinte provérbio “A inveja toma todas as formas para ferir”. d) O período iniciado após o ponto e vírgula explica a afirmativa do período anterior.

Resolução Alternativa C O provérbio “A inveja toma todas as formas para ferir” apresenta uma generalização inadequada do texto, uma vez que o texto apresenta uma condição para que a inveja possa “provocar o infortúnio”, que é a condição da impunidade.

QUESTÃO 40 Após a leitura atenta dos três primeiros textos da prova, marque as afirmativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso. Em seguida, assinale a opção correspondente. ( ) Os três textos apresentam “antídotos” contra a inveja: auto-estima, contentamento e admiração ao próximo. ( ) O conceito de inveja do Texto III é mais “corrosivo” que o do Texto I. ( ) De acordo com os três textos, o invejoso é um infeliz, um derrotado. ( ) Conforme o Texto II, abastança e indigência não se situam nas circunstâncias, no concreto. Ao contrário, elas são relativas, subjetivas, pertencem ao terreno do abstrato. ( ) O Texto II afirma que cada criatura é artífice de seu próprio estado de espírito a) V – V – V – F – V b) V – V – F – V – V c) V – F – V – V – F d) F – V – V – F – F

Resolução Alternativa B Apesar de o texto II não ser específico sobre a inveja, ele dá um antídoto importante para que ela seja evitada: o contentamento que o indivíduo pode atribuir a si – já que o homem é responsável por seu próprio estado. É incorreto, porém, afirmar que o texto II situa o invejoso como um ser infeliz, derrotado, o que se lê claramente nos textos I e III, este mais “corrosivo”, cruel, implacável contra a inveja que aquele. “Abastança” e “indigência” estão, de acordo com o texto II, na esfera do abstrato e não são mensuráveis senão segundo os critérios de medida de cada um, tornando-se dessa forma o indivíduo o artífice de seu próprio estado de espírito, conforme demonstra o trecho “a crença assume (...) verdade”.

QUESTÃO 41 Com relação aos textos I, II e III, pode-se afirmar que o texto: a) I comprova o texto II b) II suplementa o texto I c) III contradiz o texto II d) II exemplifica o texto III

Resolução Alternativa B a) O texto I fala, explicitamente, sobre inveja. O texto II fala sobre a importância da crença pessoal para a existência ou não de quaisquer características, boas ou ruins, nos seres humanos. Portanto, não há comprovação do texto II pelo texto I. b) Correta. O texto II, ao falar sobre a importância da crença pessoal para a existência ou não de quaisquer características, boas ou ruins, nos seres humanos, permite-nos concluir que o invejoso é alguém que, justamente, não crê que possua características que o façam feliz. O texto I, ao falar de inveja, afirma que a inveja é a tristeza de ser o que é, portanto, é suplementado pelo texto II. c) Incorreta. Os três trechos convergem, portanto, III e II não são contraditórios. d) O texto III, a exemplo do texto I, fala, explicitamente, sobre inveja. O texto II fala sobre a importância da crença pessoal para a existência ou não de quaisquer características, boas ou ruins, nos seres humanos. Portanto, não há exemplificação do texto III pelo texto II.

QUESTÃO 42 Observe os fragmentos e analise-os.

I - “ eu sei, cê não pôde ser o que sempre quis então não suporta ver ninguém feliz.” (Ultraje a Rigor) II - “A inveja é a homenagem que a inferioridade tributa ao mérito.” (provérbio) III - “Não só quem nos odeia ou nos inveja

Nos limita e nos oprime; quem nos ama Não menos nos limita.”

(Ricardo Reis) Marque a alternativa correta. a) Em I e II prevalece a linguagem coloquial. b) I e II apresentam pontos de vista opostos. c) O poema de Ricardo Reis tem sua mensagem centrada na limitação que nos é imposta por quem nos odeia ou inveja. d) A oração “portanto o invejado poderia sentir-se até lisonjeado” completaria adequadamente o fragmento II (provérbio).

Resolução Alternativa D a) Incorreta. Apenas no fragmento I prevalece a linguagem coloquial. b) Incorreta. Os fragmentos são convergentes. O primeiro afirma que quem não é o que sempre quis ser deseja a infelicidade dos que são o que desejam. O segundo afirma que a inveja nada mais é do que uma homenagem da inferioridade à superioridade, ao mérito. c) Incorreta. Não apenas quem nos odeia ou nos inveja limita-nos, mas também aqueles que nos amam. d) Correta. Se a inveja nada mais é do que uma homenagem da inferioridade à superioridade, ao mérito, então, quem é invejado pode sentir-se lisonjeado porque está sendo homenageado.

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Texto IV 8 E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como

sempre lhes tinha feito. 9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos

Judeus? 10 Porque ele sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o

tinham entregado. 11 Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que

fosse solto antes Barrabás. 12 E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois,

que faça daquele a quem chamais Rei dos Judeus? 13 E eles tornaram a clamar: Crucificai-o. 14 Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez

clamavam mais: Crucificai-o. 15 Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás

e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado. Marcos, 15,8:15

QUESTÃO 43

“...começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito”

O trecho destacado do texto IV pode ser substituído sem prejuízo de sentido por a) fizesse sempre como havia feito por eles. b) sempre fizesse como tinha feito para eles. c) fizesse como havia sempre feito com eles. d) fizesse como tinha feito sempre para eles.

Resolução Alternativa C/D Dentro do texto, o pronome lhes sugere a interpretação “com eles” (entendendo-se “eles” como prisioneiros) e também “para eles” (entendendo-se “eles” como multidão, numa concordância ideológica), de modo que podemos considerar tanto a alternativa c quanto d corretas (já que o trecho anterior ao analisado foi omitido).

QUESTÃO 44 Uma das afirmativas abaixo, sobre o Texto IV, está INCORRETA. Assinale-a. a) No versículo 11, a expressão “antes” tem valor semântico semelhante a “preferencialmente”. b) A palavra demagogia pode ser aplicada com bastante precisão à atitude de Pilatos. c) Qualquer uma das palavras a seguir pode substituir “incitaram” (versículo 11): instigaram, estimularam, impeliram, açularam. d) No versículo 9, ficaria também adequada a redação “Quereis que solte-vos o Rei dos Judeus?”

Resolução Alternativa D Em orações subordinadas desenvolvidas a próclise é obrigatória. Assim, a ênclise do pronome “vos” proposta é inaceitável segundo preceitos da norma culta.

QUESTÃO 45 Só NÃO é correto afirmar, em relação ao Texto IV que a) o trecho do evangelho de Marcos exemplifica o tipo de inveja apontado no Texto III. b) o trecho “por inveja”, no versículo 10, poderia vir cercado de vírgulas. c) “solto”, no versículo 11, não poderia ser substituído por soltado. d) o trecho “e, açoitado Jesus”, no versículo 15, pode ser substituído por “e tendo açoitado Jesus” sem prejuízo semântico.

Resolução Alternativa A a) Incorreto. O trecho do evangelho de Marcos não determina o tipo de inveja que fez com que os principais dos sacerdotes entregassem o Rei dos Judeus.

b) Correto. “Por inveja” é um termo interferente e está no meio do período, portanto poderia vir entre vírgulas. c) Correto. “Soltar” é um verbo abundante, ou seja, possui particípio regular (utilizado com os verbos auxiliares ter e haver - soltado) e irregular (utilizado com os verbos auxiliares ser e estar – solto). Como o verbo auxiliar, no caso, é ser (fosse), apenas o particípio irregular pode ser utilizado. d) Correto. O verbo “ter” no gerúndio está implícito para o valor e sentido do trecho em questão.

Texto V ROMANCE XXVIII ou DA DENÚNCIA DE JOAQUIM SILVÉRIO

No Palácio da Cachoeira, com pena bem aparada, começa Joaquim Silvério a redigir sua carta. De boca já disse tudo quanto soube e imaginava. Ai, que o traiçoeiro invejoso junta às ambições a astúcia. Vede a pena como enrola arabescos de volúpia, entre as palavras sinistras desta carta de denúncia! Que letras extravagantes, com falsos intuitos de arte! Tortos ganchos de malícia, grandes borrões de vaidade. Quando a aranha estende a teia, não se encontra asa que escape. Vede como está contente, pelos horrores escritos, esse impostor caloteiro que em tremendos labirintos prende os homens indefesos e beija os pés aos ministros! (...) (No grande espelho do tempo, cada vida se retrata: os heróis, em seus degredos ou mortos em plena praça; - os delatores, cobrando o preço das suas cartas...) Cecília Meireles

QUESTÃO 46 O fragmento de Cecília Meireles (Texto V) revela a denúncia de Joaquim Silvério dos Reis. Relacione as idéias constantes em cada estrofe aos comentários abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta. ( ) Felicidade por prestar favores a ministros. ( ) Local onde se redigiu a carta. ( ) Palavras maliciosas. ( ) Cada pessoa exerce um papel na sociedade. ( )Comporta-se como um invejoso. a) 5 – 4 – 2 – 3 – 1 b) 3 – 2 – 1 – 4 – 5 c) 2 – 3 – 4 – 1 – 5 d) 4 – 1 – 3 – 5 – 2

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Resolução Alternativa D (4) Felicidade por prestar favores a ministros. (Beija os pés aos ministros!) (1) Local onde se redigiu a carta. (No Palácio da Cachoeira) (3) Palavras maliciosas. (Que letras extravagantes ... Tortos ganchos de malícia) (5) Cada pessoa exerce um papel na sociedade. (Cada vida se retrata: os heróis ... os delatores) (2) Comporta-se como um invejoso. (O traiçoeiro invejoso junta às ambições a astúcia)

QUESTÃO 47

“ Vede como a pena enrola arabescos de volúpia” Os versos retirados do texto V podem ser reescritos, em termos atuais, sem que haja perda ou alteração de sentido, conforme a alternativa: a) contemplem como a caneta traça rabiscos de prazer. b) Olhem o prazer com que a caneta traça os rabiscos. c) Observem como os rabiscos são prazerosamente escritos. d) Veja o prazer dos rabiscos traçados pela caneta.

Resolução Alternativa C Para colocar o texto em termos atuais, devemos substituir termos como “pena”, “arabescos” e “volúpia”. Além disso, o texto transmite o prazer com que os rabiscos são escritos, assim a alternativa que melhor traduz o sentido do texto original é a C.

QUESTÃO 48 Analise as afirmativas sobre o Texto V. I – Todas as orações que compõem a quarta estrofe do poema têm como sujeito “esse impostor caloteiro”. II – Na segunda estrofe “às ambições a astúcia” encontram-se dois complementos verbais. III – Esse trecho do Romanceiro da Inconfidência é todo dedicado à carta de delação do famoso movimento. IV – A terceira estrofe possui apenas frases nominais, ao passo que na segunda não há uma frase nominal sequer.

Estão corretas somente a) I, III e IV. b) II, III e IV. c) I, II e III. d) II e III.

Resolução Alternativa D I- Incorreta. Cada oração é constituída por um verbo. Os únicos que têm como sujeito “esse impostor caloteiro” são “está”, “prende” e “beija”. O verbo “vede” possui sujeito elíptico (tu). II- Correta. O verbo “juntar” (junta) possui o objeto direto (a astúcia) e o objeto indireto (às ambições). III- Correta. O tema central do trecho é a carta de delação da Inconfidência Mineira escrita por Joaquim Silvério. IV- Incorreta. Exemplos de frases verbais: “Quando a aranha estende a teia, não se encontra asa que escape.”

QUESTÃO 49 Leia os fragmentos de Cecília Meireles, Texto V. Que letras extravagantes, com falsos intuitos de arte! .......................................... Quando a aranha estende a teia, não se encontra asa que escape. ........................................... prende os homens indefesos e beija os pés aos ministros! As conjunções não devem ser vistas como meros conectivos (palavras aparentemente sem carga significativa que ligam outras palavras ou orações), mas como elementos capazes de estabelecer relações de significado.

Considerando as palavras destacadas, aponte a alternativa que estabelece a relação correta: a) Que (1º. verso) e quando (3º. verso) expressam a mesma relação temporal. b) E (6º. verso) estabelece relação de adição entre as orações. c) Que (1º. verso) e que (4º. verso) estabelecem a mesma relação de conclusão. d) Que (1º. verso) tem função de retificação.

Resolução Alternativa B a) Incorreto. O “quando” introduz uma oração subordinada adverbial temporal, mas o “que” é pronome indefinido. b) Correto. O “e”, neste caso, é conjunção coordenativa aditiva. c) Incorreto. Em nenhum dos casos o “que” indica uma relação de conclusão. No primeiro caso, o “que” é pronome indefinido. No segundo caso, o “que” é pronome relativo. d) Incorreto. O “que”, neste caso, é pronome indefinido.

QUESTÃO 50 Considerando a última estrofe do Texto V, analise as afirmativas abaixo. I – Os parênteses indicam uma reflexão acerca das conseqüências das atitudes heróicas ou vis dos homens. II – A presença das reticências pressupõe o caráter inconcluso das reflexões feitas acerca do tempo e da morte. III – A presença da vírgula, após o termo delatores, indica a supressão de um termo facilmente perceptível. IV – A presença do travessão, após um ponto e vírgula, reforça a idéia de exclusão a que os delatores são submetidos. Estão corretas somente a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV.

Resolução Alternativa A I- Correta. A estrofe mostra que os homens com atitudes heróicas são mortos ou degredados; os homens com atitudes vis (delatores) cobram o preço de suas cartas. II- Incorreta. As reticências indicam uma reflexão acerca do próprio tema central do poema: a carta de delação escrita por Joaquim Silvério. III- Correta. O termo facilmente perceptível, no caso, seria um verbo de ligação acompanhando o verbo cobrar (cobrando – no gerúndio) (estar). IV- Incorreta. Os delatores, segundo o trecho, não são excluídos, ao contrário, são beneficiados, “cobrando o preço das suas cartas”.

QUESTÃO 51 Considerando o texto do evangelista Marcos ( texto IV)e o texto de Cecília Meireles (texto V) pode-se inferir que: a) em ambos os textos os delatores fizeram suas denúncias movidos por sentimentos que mesclam inveja e ambição. b) O delator é incitado pelos detentores do poder à denúncia oral e escrita no texto V c) Em Cecília Meireles o algoz insinua para os delatores que a pena cabível é a capital. d) Em ambos os textos, o resultado da delação é, obrigatoriamente, a morte em praça pública.

Resolução Sem resposta a) Errada: No texto IV, os delatores são movidos apenas por inveja e não ambição b) Errada: Não há no texto qualquer indício de ser o delator (Joaquim Silvério) incitado pelos detentores do poder, na verdade, de acordo com o texto, ele é movido por sua própria ambição e astúcia. c) Errada: Em nenhum momento do texto é revelado o conteúdo da denúncia, tampouco a pena dos delatados. d) Errada: O advérbio obrigatoriamente invalida esta alternativa (um exemplo está explícito no texto V, pois os heróis – delatados - podem ser degredados).

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Texto VI NÃO SÓ QUEM NOS ODEIA OU NOS INVEJA

Não só quem nos odeia ou nos inveja Nos limita e oprime, quem nos ama Não menos limita. Que os deuses nos concedam que, despido De afetos, tenha a fria liberdade Dos píncaros sem nada. Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada É livre, quem não tem, e não deseja, Homem, é igual aos deuses. Ricardo Reis

QUESTÃO 52 Da leitura do Texto VI, pode-se inferir que a/o: a) ausência de sentimentos fortes liberta o homem das opressões. b) amor é limitante, porém em menor grau que o ódio e a inveja. c) homem é igual aos deuses na medida em que se liberta da opressão de quem o ama. d) querer pouco e o querer nada constituem a ausência de opressão.

Resolução Alternativa A a) Correta. A ausência de afetos liberta o homem das opressões; concede a liberdade dos píncaros: “... despido / De afetos, tenha a fria liberdade / Dos píncaros sem nada.” b) Incorreta. O amor é tão limitante quanto o ódio e a inveja: “... quem nos ama / Não menos nos limita”. c) Incorreta. O homem é igual aos deuses quando não tem e não deseja: “...quem não tem, e não deseja,/ Homem, é igual aos deuses.” d) Incorreta. Apenas o querer nada é livre. O querer pouco significa ter tudo: “Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada / É livre.”

QUESTÃO 53 Considerando o poema de Ricardo Reis, analise as proposições abaixo: I - Ricardo Reis, numa linguagem clássica, remete-nos à idéia de que “a inveja combate sempre a elevação”. II - Píncaros tem como sinônimo: cume, auge, apogeu e estabelece relação antonímica com pisotear. III - Em “que os deuses nos concedam que, despido de afetos, tenha a fria liberdade dos píncaros sem nada”, o autor emprega uma frase optativa diante de uma hipótese ... se despido de afetos ... Está(ão) correta(s): a) I, II e III b) I e II apenas. c) I e III apenas. d) II apenas.

Resolução Alternativa C I - Correta. O poema, nas duas primeiras estrofes, afirma que os invejosos e aqueles que nos odeiam nos oprimem e limitam, portanto, a inveja, por nos limitar, sempre está contrária à elevação. II - Incorreta. A palavra “píncaros”, realmente, é sinônimo de cume, pico, apogeu, auge. Entretanto, entre “píncaros” e “pisotear” não se estabelece uma relação antonímica, pois o substantivo e o verbo em questão não apresentam significação oposta. Assim: Píncaro= pico; cume; ponto alto; Pisotear= pisar repetidamente. III - Correta. A oração “que os deuses nos concedam” é optativa e o desejo expresso (“que tenha a fria liberdade dos píncaros sem nada”) só se concretizará mediante a satisfação da condição “[se] despido de afetos”.

Texto VII Inveja é vaidade

O que chamamos inveja, não é senão vaidade. Continuamente acusamos a injustiça da fortuna (sorte), e a consideramos ainda mais cega do que o amor, na repartição das felicidades. Desejamos o que os outros possuem, porque nos parece, que tudo o que os outros têm, nós o merecíamos melhor; por isso olhamos com desgosto para as cousas alheias, por nos parecer, que deviam ser nossas; que é isto senão

vaidade? Não podemos ver luzimento em outrem, porque imaginamos, que só em nós é próprio: cuidamos, que a grandeza só em nós fica sendo natural, e nos mais violenta: o esplendor alheio passa no nosso conceito por desordem do acaso, e por miséria do tempo. Quem diria aos homens, que no mundo há outra cousa mais do que fortuna, e que, nas honras, há predestinação?

Matias Aires, in 'Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Carta Sobre a Fortuna'.

QUESTÃO 54 Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto VII: a) Luzimento é um vocábulo formado por derivação prefixal e refere-se a algo que produz claridade. b) A análise da inveja nesse texto parte de um pressuposto totalmente diverso dos textos anteriores.

c) Predestinação é um vocábulo de formação parassintética e refere-se ao efeito de determinar antecipadamente. d) O último período do texto é estruturado com apenas uma oração.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. É um vocábulo formado por derivação SUFIXAL (luz + IMENTO). b) Correta. Este texto, diferentemente de todos os outros, parte do pressuposto de que “inveja é vaidade”. c) Incorreta. O vocábulo refere-se ao efeito de determinar antecipadamente, mas é formado apenas por derivação PREFIXAL (PRE+destinação).

d) Incorreta. O último período do texto é estruturado por três orações: “Quem diria aos homens, que no mundo há outra cousa mais do que fortuna, e que, nas honras, há predestinação?”.

QUESTÃO 55 Ao analisar o Texto VII, pode-se afirmar que: a) nós, só e têm recebem o sinal gráfico pelo mesmo motivo. b) Zuenir Ventura, em Inveja- Mal Secreto, diz o oposto ao texto de Matias Aires. “O invejoso tem um desgosto de si mesmo, complexo de inferioridade, carência de auto-estima. Ele vive uma insatisfação permanente, porque depende do sofrimento alheio para sentir prazer.” c) as expressões a seguir complementam termos nominais: desordem do acaso, injustiça da fortuna e diria aos homens. d) Inveja e Vaidade possuem relação sinonímica, além de terem o mesmo número de sílabas e a mesma posição da sílaba tônica.

Resolução Alternativa D a) Incorreta. O acento circunflexo no verbo ter (têm) é diferencial (indicativo de plural = “os outros têm”). Os acentos agudos em nós e só indicam oxítonas terminadas em -o aberto (seguido de -s). b) Incorreta. Os textos são perfeitamente convergentes. c) Incorreta. A expressão “aos homens” complementa um verbo (diria). d) Correta. Ambas são trissílabas, paroxítonas e, segundo o texto, sinônimas: “O que chamamos inveja, não é senão vaidade.”

QUESTÃO 56 Relacione a 2ª. coluna à 1ª. E, a seguir, assinale a alternativa correta:

1ª. Coluna 2ª. Coluna ( ) Possui elevada estima, sente-se vitorioso. (1) Invejoso ( ) Sente-se derrotado e infeliz por ser o que é. ( ) Deseja provocar infortúnio aos outros. (2) Invejado ( ) Une a ambição à astúcia.

a) 1-2-2-1 b) 2-2-1-1 c) 2-1-1-1 d) 1-2-1-2 Resolução Alternativa C

Os textos presentes na prova permitem-nos relacionar as colunas da seguinte maneira: Características do INVEJOSO: “sente-se derrotado e infeliz por ser o que é”; “deseja provocar infortúnio aos outros”; “une a ambição à astúcia”. Característica do INVEJADO: “possui elevada estima, sente-se vitorioso”.

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QUESTÃO 57 As afirmativas abaixo referem-se à tirinha de Allan Sieber.

Assinale-as com (V) verdadeiro ou (F) falso e, em seguida, marque a alternativa correspondente. ( ) As expressões faciais dos personagens denotam a impassibilidade e a intolerância típicas da timidez e da inveja respectivamente. ( ) O personagem Invejoso é incapaz de compreender a posição física e a situação emocional do personagem Tímido. ( ) A ausência de reação apresentada pelo personagem Tímido se deve exclusivamente à agressividade demonstrada pelo Invejoso. ( ) O muro de tijolos que separa os dois personagens simboliza a distância e as dificuldades de relacionamento de ambos. a) F – V – V – F b) F – V – F – V c) V – F – F – V d) V – F – V – F

Resolução Alternativa C (V) Percebe-se que o personagem tímido fica impassível frente aos comentários do invejoso que, por sua vez, demonstra total intolerância em seu semblante, especificamente no segundo quadrinho. (F) A fala do Invejoso, no segundo quadrinho, demonstra justamente o contrário, pois ele relaciona – portanto compreende – a timidez do personagem Tímido e seu “esconderijo” atrás do muro. (F) Não só por causa da agressividade do Invejoso, mas também graças à sua própria timidez, o Tímido não apresenta quaisquer reações. (V) O Tímido e o Invejoso apresentam mundos completamente distintos, portanto, o muro detrás do qual o tímido não sai e atrás do qual o invejoso quer ficar simboliza muito bem as diferenças e as dificuldades de relacionamento entre os personagens.

QUESTÃO 58 Zuenir Ventura em Inveja – Mal Secreto escreve: “A inveja não se manifesta só pelos olhos. Às vezes vemos que uma pessoa está com inveja da gente por uma determinada frase. Ou por um silêncio? Com certeza. A inveja também aparece num gesto, num suspiro, num tom de voz, numa expressão facial.” Gregório de Matos também se refere a um herói invejado no fragmento: “Esse despojo, ó Herói sublimado, Como de armas te foi, armas te sejam, Com teu esforço insigne as tens ganhado, No teu escudo eternamente estejam Por elas conhecido, e afamado Serás entre os Heróis, que mais se invejam, Que bem merece ter armas por glória.” Relacionando os fragmentos acima, assinale a alternativa correta: a) Zuenir Ventura dá ênfase à inveja que é citada por Gregório de Matos. b) Gregório de Matos em tom de exaltação ao seu herói emprega o sentimento da inveja. c) Para Zuenir, a inveja pode ser manifestada em qualquer atitude ou pessoa, até mesmo num herói barroco. d) Gregório de Matos ilustra a inveja referida por Zuenir Ventura – o herói é um invejoso.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Zuenir Ventura fala sobre a inveja poder se manifestar nas mais diferentes atitudes, mas de maneira secreta, sutil. A inveja presente no texto de Gregório de Matos está relacionada com uma admiração exultante, e completamente declarada. b) Correta. Gregório de Matos ressalta entre as qualidades dos heróis (entre os mais afamados) o fato de se invejarem. Assim, pode-se inferir

que quanto mais exaltado o Herói, mais invejado inclusive pelo próprio autor. c) Incorreta. Zuenir Ventura afirma que a inveja pode se manifestar em qualquer atitude, mas nada fala sobre ser manifestada por qualquer pessoa ou sobre heróis barrocos. d) Incorreta. Zuenir Ventura nada fala sobre a inveja dos/entre heróis.

QUESTÃO 59 O escritor Zuenir Ventura em sua obra Inveja – Mal Secreto diz que: “O antídoto contra a inveja está no amor. E você pode extrair o amor da inveja, como tira o soro do veneno da cobra. Todo mundo carrega um pouco desse veneno. A melhor maneira de lidarmos com ele é admitirmos que fomos inoculados.” A conclusão que se pode tirar desse fragmento é que a) todos podemos combater a inveja depende apenas de nós. b) antes invejado do que lastimado. c) a inveja “é a admiração da malevolência”. d) a inveja é “a homenagem que a inferioridade tributa ao mérito”.

Resolução Alternativa A a) Correta. O combate à inveja depende de cada indivíduo, o que se comprova pelo trecho “... você pode extrair o amor da inveja...”. b) Incorreta. O trecho nada diz que nos permita inferir que é melhor ser lastimado do que invejado por outras pessoas. c) Incorreta. O texto nada diz que nos permita inferir que o invejado é admirado por alguém malevolente, maldoso. Apenas afirma que todos somos, em certa medida, invejosos. d) Incorreta. Mais uma vez, nada no texto permite a inferência de que os inferiores (invejosos), de certa forma, homenageiam os superiores, com mérito (invejados).

QUESTÃO 60 O teólogo Santo Tomás de Aquino listou algumas metáforas sobre a inveja. Numere a segunda coluna observando a explicação para a metáfora da primeira coluna. Em seguida, assinale a opção correta. 1 - A inveja é podridão 2 - Roer-se de inveja 3 - O arroto da inveja 4 - O espinho da inveja 5 - A inveja avinagra ( ) A inveja não pode ser sufocada por muito tempo, pois ela acaba por vir à tona e é desagradável. ( ) A inveja degrada as relações humanas e revela o lado fraco daquele que a sente. ( ) A inveja traz em seu bojo um elemento que fere e espicaça quem a sente. ( ) A inveja é um sentimento que dilacera, além das relações humanas, o próprio coração do invejoso. ( ) A inveja azeda, exaspera as relações entre as pessoas, transformando-as em pessoas infelizes. a) 1 – 3 – 2 – 5 – 4 b) 3 – 1 – 4 – 2 – 5 c) 2 – 3 – 5 – 4 – 1 d) 4 – 5 – 1 – 2 – 3

Resolução Alternativa B (3) A inveja não pode ser sufocada por muito tempo, pois ela acaba por vir à tona e é desagradável. (O arroto da inveja) → O arroto, também, é desagradável e involuntário. (1) A inveja degrada as relações humanas e revela o lado fraco daquele que a sente. (A inveja é podridão) → Algo que se degrada apodrece, vira podridão. (4) A inveja traz em seu bojo um elemento que fere e espicaça quem a sente. (O espinho da inveja) → O espinho também fere e espicaça. (2) A inveja é um sentimento que dilacera, além das relações humanas, o próprio coração do invejoso. (Roer-se de inveja) → O ato de roer dilacera, metaforicamente, o coração de quem inveja. (5) A inveja azeda, exaspera as relações entre as pessoas, transformando-as em pessoas infelizes. (A inveja avinagra) → Avinagrar nada mais é do que azedar.