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1 PROTEÇÃO E RESTAURAÇÃO DA ÁREA DO ENTORNO DO PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS Relatório de Atividades de Capacitação e Treinamento – Agosto 2004 – agosto 2006 Instituto Rede Brasileira Agroflorestal - REBRAF Nova Friburgo 2006

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PROTEÇÃO E RESTAURAÇÃO DA ÁREA DO ENTORNO DO

PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS

Relatório de Atividades de Capacitação e Treinamento – Agosto 2004 – agosto 2006 Instituto Rede Brasileira Agroflorestal - REBRAF

Nova Friburgo

2006

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ÍNDICE 1. Atividades de capacitação e treinamento participativo junto aos stakeholders envolvidos no

Projeto

1.1 Planejamento das Atividades de Educação Ambiental – ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS

1.2 Programa de Formação Agentes Agroflorestais 1.2.1 Treinamento da Equipe Agentes Agroflorestais (Monitores)

1.3 Planejamento e organização das palestras e cursos de capacitação sobre SAFs 1.3.1 Ciclo de palestras “SAFs e a Renda Familiar” 1.3.2 Curso de colheita de sementes 1.3.3 Palestra sobre Serviços Ecossistêmicos 1.3.4 Curso de escalada em árvores

1.4 Relações institucionais - desenvolvimento de parcerias e políticas locais 1.4.1 Divulgação do Projeto 3 Picos / CEPF 1.4.2 Articulação Política 1.4.3 A REBRAF e o Instituto BIOACQUA - Distribuição de mudas de palmito juçara

para produtores 1.4.4 “REDE VERDE NOVA FRIBURGO” 1.4.5 PESAGRO 1.4.6 IBELGA/UNEFAB 1.4.7 Consórcio de Bacia Hidrográfica BNG2 1.4.8 Agenda 21

2. Outras atividades

2.1 Apoio a Consultores

2.2 Levantamento Preliminar de Fauna

2.3 Georreferenciamento

2.4 Projeto Rio Limpo

2.5 Produção do Boletim informativo do projeto CEPF

2.6 Feira comemorativa do 18º aniversário da SOS Mata Atlântica, na cidade de São Paulo

2.7 Inauguração Funcional dos Viveiros

2.8 Festa de São Lourenço - Santo padroeiro da comunidade de São Lourenço

2.9 III Fórum de Desenvolvimento da Apicultura do Estado do Rio de Janeiro

2.10 Sustentabilidade dos Viveiros ANEXOS ANEXO 1 – Cronograma de Atividades dos Estágios ANEXO 2 – Programa de estágios para os alunos do ensino fundamental e médio ANEXO 3 – Programa pedagógico e dinâmicas em Educação Ambiental ANEXO 4 – Programa de Formação de Agentes Agroflorestais ANEXO 5 – Programação do Curso de Colheita, Manejo e Marcação de Matrizes

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INTRODUÇÃO Este documento apresenta o relatório das atividades desenvolvidas ao longo da execução do Projeto “PROTEÇÃO e RESTAURAÇÃO da ÁREA do ENTORNO do PARQUE ESTADUAL dos TRÊS PICOS”. O trabalho de campo foi marcado por atividades que vão desde o apoio logístico aos consultores do projeto; inserção dos alunos e professores da “Escola Família Agrícola Rei Alberto I-IBELGA” no âmbito do projeto, bem como pela articulação política com a Secretaria Municipal de Agricultura de Nova Friburgo; contato com novas associações de produtores que estão estabelecidos no cenário do projeto; contato com instituições como EMATER, ONGs locais e o aprofundamento do relacionamento institucional com o IBELGA – Instituto Bélgica-Nova Friburgo e APROSOL – Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade de São Lourenço, e que se tornaram entidades signatárias dos convênios e parceiras da REBRAF no projeto local. O trabalho de campo envolveu o planejamento das atividades de educação ambiental; distribuição de mudas de palmito juçara (Euterpe edulis) para produtores da região do projeto, fruto da parceria com a OSCIP Instituto BIOACQUA; participação na criação da “REDE VERDE NOVA FRIBURGO”, fruto da parceria entre o IBELGA, o Rotary Club IMPERADOR (do município de Nova Friburgo) e o Instituto BIOACQUA, no qual a REBRAF exerce a função de articuladora e incentivadora; e também a implementação de UD’s – unidades demonstrativas de sistemas agroflorestais, com plantio de mudas dando continuidade ao plano de manutenção das áreas plantadas na região. Durante o andamento do projeto, houve desdobramentos, tais como o aprofundamento no convênio com o IBELGA, possibilitando a conclusão de termos de referência para celebração do Segundo Termo Aditivo, que versou sobre a execução de atividades do projeto, também na Escola Família Agrícola “Flores de Nova Friburgo”, localizada noutra comunidade rural, a de Vargem Alta, no distrito de São Pedro da Serra, o 7º Distrito de Nova Friburgo. Foram realizados também atividades de capacitação, como um ciclo de palestras voltado aos produtores rurais, alunos e professores da Escola Rei Alberto I /IBELGA, cujo título foi “SAF’s e a Renda Familiar”. Como meio de divulgação do projeto, houve também a produção do boletim informativo do Projeto CEPF/REBRAF. E como forma de divulgação do projeto, uma atividade de relevância foi a participação na feira onde se comemorou o 18º aniversário da ONG SOS Mata Atlântica, na cidade de São Paulo/SP. E com intuito de possibilitar continuidade aos trabalhos na região a equipe também buscou estratégias como a elaboração de uma proposta encaminhada ao Projeto PDA/MMA para concorrer ao Edital do Ministério do Meio Ambiente; e também no planejamento para a produção de mudas nos viveiros do Projeto CEPF/REBRAF, bem como a planificação das atividades pedagógicas (estágios, oficinas de educação ambiental) em conjunto com a direção do ensino médio da Escola Rei Alberto I/IBELGA. Cabe ressaltar que ao longo de todo o projeto a coordenação de campo, participou de inúmeras reuniões das associações de produtores das comunidades de São Lourenço, Baixada de Salinas e do Campestre, como meio de fortalecer divulgação das atividades e consolidação de parcerias locais.

1. Atividades de capacitação e treinamento participativo junto aos stakeholders envolvidos no Projeto

1.1 Planejamento das Atividades de Educação Ambiental – ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS As atividades de educação ambiental foram planejadas em três níveis: Pais, alunos e professores. A intenção foi difundir novos conhecimentos e resgatar antigas vivências saudáveis do ponto de vista ambiental, para as diferentes gerações e também proporcionar apoio pedagógico e de conteúdo para os educadores da região. Por força do convênio com a escola “Rei Alberto I/IBELGA”1, celebrado entre a REBRAF e o IBELGA, o projeto passou a oferecer no mês de março 2005, estágios para os alunos do ensino médio da escola “Rei Alberto I”. Realizou-se uma aula inaugural onde foi apresentado o projeto para os alunos e o formato do estágio em “Implantação de Sistemas Agroflorestais”, que ocorreria durante toda uma semana, 04 (quatro) horas/dia. Porém, a estratégia não funcionou muito bem. Conseguimos trabalhar por duas semanas e depois, em função de pouco conhecimento sobre a dinâmica da “Pedagogia da Alternância2”, adotada pela Escola Rei Alberto I/IBELGA, não obtivemos sucesso na continuidade do cronograma. Na oportunidade, além da aula inaugural, foram realizadas aulas práticas nos viveiros, em UD’s já implantadas e também em plantios de novas UD’s. Ao perceber nosso erro, passamos a elaborar, em conjunto com a direção do ensino médio da Escola, uma estratégia mais adequada à realidade da escola. Foi quando percebemos a necessidade de oferecer um estágio que, além de oferecer formação em implantação de SAF’s, oferecesse uma oportunidade de vivência dentro da mata. Ou seja, monitoramento e fenologia. Pensou-se em vivência na mata, porque se percebe na região que os moradores e principalmente a nova geração, seduzidos pelos benefícios dos bens de consumo, passaram a adotar práticas cotidianas que os distanciam da natureza. Logo, nossa meta é a de oferecer estágios conjugados onde o aluno terá a oportunidade de perceber e observar o ciclo da mata, coletar sementes, produzir mudas nos viveiros e implantar SAF’s e UD’s dentro e fora das terras da escola. As negociações com a diretoria e coordenação pedagógica da Escola Rei Alberto I/IBELGA estenderam-se até o mês de junho de 2005, quando se chegou a um consenso para o início efetivo dos estágios: dias 03 e 04 de agosto de 2005 (Ver anexo 1 – Cronograma de Atividades dos Estágios). A REBRAF contratou uma bióloga, Fabiana de Abreu Barros, para ser a responsável pela execução da etapa de monitoramento da vegetação como acompanhamento pelo estágio direcionado, bem como pela formação 1 Convênio foi elaborado a partir de negociações em conjunto com as diretorias do ensino médio e

fundamental da escola “Rei Alberto I/IBELGA” no período de setembro a dezembro de 2004. 2 A Pedagogia da Alternância se caracteriza por alternar a formação do aluno entre momentos no ambiente

escolar e momentos no ambiente familiar/ comunitário. A proposta é desenvolver um processo de ensino-

aprendizagem contínuo em que o aluno percorre o trajeto propriedade - escola - propriedade:

- Em um primeiro momento, na propriedade, o aluno se volta para a observação, pesquisa e descrição da

realidade sócio-profissional do contexto no qual se encontra.

- Em um segundo momento, o aluno vai à escola, onde socializa, analisa, reflete, sistematiza, conceitua e

interpreta os conteúdos identificados na etapa anterior.

- Finalmente, num terceiro momento, o aluno volta para a propriedade, dessa vez com os conteúdos

trabalhados de forma a que possa aplicar, experimentar e transformar a realidade sócio-profissional, de modo

que novos conteúdos surgem, novas questões são colocadas, podendo ser novamente trabalhadas no contexto

escolar.

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para os professores; e um consultor para oferecer oficinas e atividades de acompanhamento aos alunos na área de fenologia. Já o consultor Mario Patrício Moya, agrônomo e consultor agroflorestal, ficou responsável pelas atividades de prática de viveiro e implantação de SAF’s. A coordenação geral das atividades de Educação Ambiental ficou sob responsabilidade da consultora Valéria da Vinha. À coordenação de campo, representada por Ricardo Cunha, coube assessorar as atividades dos estágios e garantir as condições locais para que as atividades ocorressem (articulação e elaboração de calendários e carga horária das atividades junto às diretorias do ensino médio e fundamental da Escola Rei Alberto I/IBELGA). Quanto à formação de professores3, as atividades de planejamento foram iniciadas com a distribuição de um questionário com a intenção de detectar, dentre outras coisas, o grau de necessidade de conhecimento sobre Educação Ambiental e a disponibilidade de horários. Qualquer professor poderia participar do projeto desde que encaminhasse uma carta/ofício declarando a intenção e limites de sua proposta para a direção da escola, esta por sua vez, ficou responsável pelo encaminhamento da proposta para a coordenação de campo do projeto para que fosse avaliada pela equipe REBRAF. Portanto a proposta inicial de trabalho foi definida da seguinte forma:

i. Formação em Educação Ambiental para professores.

ii. Estágios para alunos da oitava e sétima séries.

iii. Produção de mudas e implementação de uma UD no terreno da escola Rei Alberto.

iv. Apoio, por parte da direção da escola, para a disseminação do projeto junto a associação de pais da escola e dos produtores rurais nas comunidades envolvidas.

Em relação, especificamente, aos estágios dos alunos, para a etapa inicial de treinamento foram desenvolvidas as seguintes atividades:

a. Breve explanação sobre a importância do projeto Três Picos para a

região e discussão de conceitos básicos sobre Sistemas Agroflorestais.

b. Participação dos alunos nas seguintes práticas: piquetagem, coveamento, adubação e plantio no corredor de biodiversidade e na área de recuperação de mata ciliar da propriedade do Sr. Tadeu Tardim.

c. Foram realizadas visitas ao corredor de biodiversidade e ao viveiro de

espera do IBELGA. Nas visitas foram mostrados o modelo de implantação e os benefícios ambientais que o corredor poderá gerar no futuro. No viveiro de espera foram repassadas informações quanto ao grupo ecológico, usos e benefícios de cada uma das espécies nativas e frutíferas.

Para as etapas seguintes dos estágios foram necessários ajustes quanto aos horários, freqüência e número de estagiários (Ver anexo 2 - Programa de estágios para os alunos do ensino fundamental e médio)

3 Todo o programa de Educação Ambiental foi pensado, planejado e implantado, paralela e simultaneamente

com a Escola Família Agrícola Municipal “Flores de Nova Friburgo/IBELGA”, na comunidade rural de

Vargem Alta, 7° Distrito, São Pedro da Serra, Nova Friburgo-RJ.

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. Estes ajustes foram realizados mediante entendimentos entre a equipe da Rebraf e os professores da Escola IBELGA e, em conseqüência, os estágios foram divididos em três (03) partes:

Prática de viveiro: contemplou atividades que compreendem a implantação de um viveiro de espécies nativas arbóreas, produção de mudas, quebra de dormência de sementes; estudo dos grupos ecológicos (pioneiras, secundárias, avançadas), fenologia, características morfológicas, e exploração comercial das espécies produzidas;

Ecologia: foram desenvolvidas atividades lúdico-pedagógicas acerca dos conceitos básicos de Ecologia, bem como especificidades da Mata Atlântica (Ver anexo 3 - com programa pedagógico e dinâmicas);

Implantação de Sistemas Agroflorestais - UD’s: estudo sobre SAF, técnicas e modelos agroflorestais (quintal agroflorestal, sistemas silvipastoril, etc), uso econômico, vantagens sócio-ecológicas, e o plantio de UD’s.

Formato dos Estágios: os estágios foram oferecidos, por todo o restante do ano letivo, para a oitava série do ensino fundamental e para todas as séries do ensino médio. Com carga horária de 04 (quatro) horas por semana para as oitavas séries e 08 (oito) horas para o ensino médio. Os estágios foram desenvolvidos sempre na semana inversa, ou seja, na semana em que os alunos não estão em aula no regime de alternância. Ficou também estabelecido que os alunos da oitava série freqüentariam um mínimo de 10 (dez) horas/estágio e os do ensino médio 40 (quarenta) horas. Tudo isso em função das regras estabelecidas pela escola. Os alunos que se interessassem e quisessem continuar, seriam inseridos no Programa REBRAF de Formação de Agentes Agroflorestais (ver anexo 4), com a possibilidade de continuarem os estágios, porém, de forma mais aprofundada. Local dos estágios: Os alunos que moram na comunidade de São Lourenço e proximidades estagiaram no viveiro da Associação de São Lourenço (APROSOL). Os alunos que moram nas proximidades da escola Rei Alberto I/IBELGA, estagiaram no viveiro da Escola. Os estágios iniciaram no dia 10 de agosto 2005, com as turmas da oitava série-8004, e as turmas do primeiro e segundo ano do ensino médio. Veja abaixo os números dos atendimentos oferecidos para os estagiários.

Os conteúdos desenvolvidos em cada estágio: Estágio em Ecologia – No dia 01 de setembro de 2005, foi realizada a primeira aula do módulo Ecologia para a turma 801 (8ª série). A aula consistiu em uma discussão geral sobre ecologia e ecossistemas, conforme o conteúdo descrito abaixo:

• conceito de ecologia • conceito de ecossistema • componentes do ecossistema • funcionamento dos ecossistemas:

− cadeia alimentar − fluxo de energia

4 Esta é a nomenclatura adotada pela escola. São duas turmas de oitava série: turma de n° 800 e turma n° 801.

A turma n° 800 tem aulas na mesma semana que as turmas do ensino médio. E a turma 801, tem aulas na

semana em que o ensino médio não está na escola.

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− ciclagem de nutrientes • tipos de ecossistemas:

− manguezais − restingas − campos de altitude − Mata Atlântica

• conceito de fragmentação: − o exemplo da Mata Atlântica − impactos da retirada da cobertura vegetal da margem dos rios − relação água-floresta

Estágio em Prática de Viveiro – As atividades trabalhadas foram:

• Insumos básicos; • composição do substrato dos saquinhos; • semeadura de 06 (oito) espécies (bracatinga, araucária, palmito juçara, aroeira

vermelha, sabão de soldado e amendoim); • manutenção do viveiro; • irrigação; • identificação dos grupos ecológicos de cada espécie (pioneiras, secundárias,

avançadas), fenologia, características morfológicas e; exploração comercial; • construção de sementeira de baixo custo para produção comercial; • conservação de sementes de Palmito Juçara

No primeiro trimestre de realização dos estágios supervisionados, portanto foram desenvolvidas atividades com alunos do ensino médio (1° e 2º ano) da Escola Rei Alberto I/IBELGA, com os quais foram ministradas 50 horas de estágio para cada aluno, de um total de 17 alunos, conforme orientação da Escola Rei Alberto I/IBELGA, que limita o estágio obrigatório em até 50 horas por instituição parceira, com o objetivo de proporcionar uma experiência diversificada para seus alunos. Na Escola Flores de Nova Friburgo/IBELGA, de Vargem Alta, estagiaram 11 alunos da 7ª e 8ª séries da. Porém, deixou-se oferecer duas atividades uma na área da ecologia e outra na prática de viveiro.

Alunos da Escola Flores de Nova Friburgo /IBELGA, em Vargem Alta

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1.2 Programa de Formação Agentes Agroflorestais Este programa foi desenhado a partir da iniciativa espontânea de dois meninos/estudantes do ensino médio da Escola Rei Alberto I/IBELGA - Douglas e Pedro. Eles são moradores da região. Simplesmente chegaram, durante suas férias, e se dispuseram a estagiar com a REBRAF. Estávamos no meio da construção dos viveiros, durante julho de 2005. Eles passaram a desenvolver atividades que foram desde o plantio até o desenho e disposição de canteiros. Estudaram e trabalharam conceitos básicos de Ecologia e de SAF’s.

Em agosto de 2005, passaram a ser, efetivamente, nossos monitores e a nos auxiliar com os estágios e manutenção dos viveiros. Em setembro de 2005, a Rebraf, através do projeto, subsidiou as despesas para que eles pudessem freqüentar o curso interno de formação em Sistemas Agroflorestais, promovido pela Rebraf e ministrado por Jean Dubois, nos dias 08 e 09 de setembro de 2005 no Rio de Janeiro.

Durante o decorrer do projeto, fizemos tentativas de captação de recursos para que estes jovens monitores pudessem receber uma bolsa de estudos e, a partir disso, incluir mais quatro bolsistas na equipe. Estes jovens são filhos de agricultores da região e estão se configurando como os grandes agentes transformadores do Projeto. 1.2.1 Treinamento da Equipe Agentes Agroflorestais (Monitores) O Treinamento foi baseado no “tripé” Prática de viveiro - Implantação de UD's - Introdução à Ecologia (Ver anexo 4 - Programa de Formação de Agentes Agroflorestais/Bolsistas). Em prática de viveiro, foi dada ênfase na pesquisa sobre os tipos mais adequados de substratos (sementeiras) para cada espécie. O treinamento sobre introdução à ecologia acabou não ocorrendo. E na implantação de UD's, os monitores participaram do plantio de seis unidades. Como treinamento as atividades em que os bolsistas foram envolvidos eram as seguintes:

• Leitura e pesquisa: SAF’s, sobre colheita de sementes, gestão de viveiros, substratos e misturas para viveiros. Pesquisa sobre as novas espécies que estão sendo cultivadas nos viveiros;

• Elaboração e construção de sementeiras; • Construção de viveiro florestal; • Produção de mudas de espécies arbóreas nativas; • Plantio de Unidades Demonstrativas; • Medição do crescimento das arvores plantadas nas UD’s; • Plantio de feijão (guandu e feijão de porco) para composição de SAF’s; • Coleta de terra para análise de solos; • Assistência ao produtor para a experiência com adubação verde; • Curso de escalada visando a colheita de semente; • Enriquecimento de mata com palmito juçara;

Como metodologia para desenvolvimento das tarefas, o treinamento propiciado aos monitores agroflorestais foi conceituado da seguinte forma:

• O treinamento sobre SAFs foi dividido nos seguintes módulos: Descrição e características dos principais SAFs; diagnóstico e desenho de SAFs; e planejamento e avaliação de SAFs.

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• Para aprofundar o conhecimento das técnicas de escalada nas árvores foram realizadas práticas com o instrutor, residente no Parque Estadual dos Três Picos.

• Como parte do treinamento constou uma visita ao viveiro Florestal Biovert, localizado em Silva Jardim, para tomar conhecimento das técnicas de gerenciamento e produção de mudas do viveiro.

• Treinamento dos monitores agroflorestais na metodologia e técnicas de amostragem de solos. As práticas de amostragem de solos foram realizadas nas unidades demonstrativas. A análise de fertilidade de solos foi feita no laboratório de solos da PESAGRO, localizado na região de Campestre.

• Também foi realizado um treinamento de amostragens de solos com o estagiário Douglas e o coordenador de campo Ricardo Cunha, na Fazenda Devanki, localizada em Rio Bonito, distrito de Lumiar RJ, e no Sanatório Naval de Nova Friburgo.

1.3 Planejamento e organização das palestras e cursos de capacitação sobre SAFs

1.3.1 Ciclo de palestras “SAFs e a Renda Familiar” De 17 a 19 de maio de 2005, a REBRAF promoveu um ciclo de palestras intituladas “SAFs e a Renda Familiar”, proferidas por Jean Dubois e Patrício Moya, com o objetivo de incrementar a difusão dos conhecimentos e informações sobre SAFs na região do projeto. O público alvo foi bem variado; alunos e professores da Escola Rei Alberto I / IBELGA, bem como agricultores (pais de alunos ou não). Foram produzidos e distribuídos cartazes para a divulgação dos eventos junto a Secretaria de Agricultura e Secretaria do Meio Ambiente de Nova Friburgo; nas salas de alunos e professores da Escola e também pelo pátio, assim como em estabelecimentos públicos e privados das comunidades. A divulgação também foi feita durante as reuniões das associações de produtores e contou com o apoio logístico das presidências das associações. A palestra em São Lourenço ocorreu como previsto. Apesar de apresentar número reduzido, 12 (doze) presentes, foi muito participativa e produtiva com discussão pertinente sobre alternativas de produção, modelos de SAF’s. Fato importante é que as principais lideranças comunitárias, ligadas ou entusiastas do projeto, estavam presentes. Com o maior público entre as associações, 23 (vinte e três) presentes, a associação de Baixadas de Salinas e Campestre apresentou também grande presença de jovens, com grande interesse na produção de mudas de palmito jussara. 1.3.2 Curso de colheita de sementes Durante os dias 19, 20 e 21 de agosto de 2005 foi realizado o Curso de colheita de sementes5 na Escola Rei Alberto, a Rebraf contratou a equipe da RIOESBA – Rede de Sementes Rio-Espírito Santo-Bahia, por terem bastante experiência nesta capacitação, a esta equipe foi proporcionada as condições logísticas necessárias para execução do curso. No curso participaram, aproximadamente, 40 pessoas, dentre elas: 20 alunos da Escola IBELGA; 04 funcionários do Parque Estadual dos Três Picos; 03 da equipe Rebraf de voluntários, 04 da Equipe Rebraf ordinária e de consultores, 04 agricultores. 5 Ver a grade do conteúdo do curso no anexo 5, ao final deste relatório.

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Do ponto de vista presencial, o curso foi um sucesso, pois nenhum dos participantes desistiu, apesar do denso conteúdo teórico. Do ponto de vista prático, também podemos dizer que foi um sucesso, pois contamos atualmente com dez alunos da Escola Rei Alberto I/IBELGA, com a equipe de funcionários do Parque Estadual dos Três Picos e três produtores rurais da região interessados em formar uma equipe de coletores de semente e também em se inserirem no mercado de coleta de sementes. No caso, a equipe do parque não se inclui no contexto dos interessados pelo mercado. 1.3.3 Palestra sobre Serviços Ecossistêmicos No dia 15 de dezembro de 2005 foi realizada a palestra sobre Serviços Ecossistêmicos, teve como palestrante o prof. Peter May, secretário executivo da Rebraf, e ocorreu no salão da Escola Rei Alberto I / IBELGA. O seminário foi voltado aos produtores rurais da região e teve como objetivo introduzir esta questão para os pequenos produtores da região. Estavam presentes 23 agricultores das comunidades do Campestre, Baixada de Salinas, São Lourenço e Barracão dos Mendes. A Programação apresentada foi:

� Esclarecimentos sobre a gestão das águas federais e estaduais - cobrança e outorga. Palestrante: Fátima Casarin / Secretaria Executiva do Consórcio BNG2

� Introdução à questão de Valoração dos Serviços Ecossistêmicos. Palestrante: Peter H. May / Secretário Executivo da REBRAF

Palestra de Peter May / 15 dez 2005

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1.3.4 Curso de escalada em árvores O Curso Básico de ascensão em Árvores foi ministrado por Valcenir Elias Coelho, instrutor e guia de montanhismo e alpinismo da região de Nova Friburgo. O curso foi realizado em área da Escola Ibelga, durante quatro dias de curso, de 08h00 às 18h00. Compareceram:

1. Danilo Correa da Silva 2. Paulão 3. Edson Silva 4. Patrick Gravino 5. Romildo Shuenck da Costa 6. Marcio Sabrino 7. Edmilson Rocha da Silva Programação do Curso de escalada:

data atividade

22/02/06 • Apresentação de equipamento;

• Cordas e nós;

• Noções básicas de segurança.

23/02/06

• Ascensão em corda única;

• Técnica de ascensão em artificial;

• Técnica em ascensão em livre;

• Rapel.

24/02/06 • Segurança na descida do material coletado.

25/02/06 • Podas;

• Revisão geral.

Curso de escalada, instrutor de macacão laranja.

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1.4 Relações institucionais - desenvolvimento de parcerias e políticas locais

1.4.1 Divulgação do Projeto 3 Picos / CEPF O Projeto foi lançado em Nova Friburgo/RJ, no dia 26 de fevereiro de 2005. Para o lançamento do Projeto, foi realizada uma festa no salão de festa do vereador Rogério Cabral, presidente da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, localizado na comunidade de São Lourenço. O evento foi divulgado e aberto a toda a comunidade. Também foram convidados representantes de 15 associações de produtores da região; além das secretarias municipais de Comunicação, Meio-ambiente e Agricultura; Ministério Público; convite à prefeita de Nova Friburgo, Saudade Braga; Câmara de Vereadores; IEF; IBAMA; FEEMA; EMATER; Serla/RJ; dentre outros. Nenhuma das instituições convidadas deixou de enviar representante. A comunidade também participou, de forma voluntária, na produção do evento, com a participação de cinco cozinheiras, três churrasqueiros, um músico e um apoiador logístico. Na abertura da festa foi realizada uma apresentação formal do projeto. Os parceiros locais também fizeram uma manifestação de apoio ao projeto, ressaltando sua importância para a região. Na mesma oportunidade, os quinze representantes de associações que estavam presentes, receberam doação do “Manual Agroflorestal para a Amazônia”, de autoria de Jean Dubois, publicado pela REBRAF. Para a ocasião do lançamento do projeto também foi editado e distribuído um boletim informativo, onde foi apresentado um resumo das atividades desenvolvidas na região pela REBRAF, durante os meses de agosto de 2004 a fevereiro de 2005. A produção do informativo foi feita pela coordenação de campo, pela assessoria de imprensa da REBRAF e pela coordenação do projeto. Os exemplares foram distribuídos pela coordenação de campo e assessoria de imprensa, tanto nas comunidades do entorno dos Três Picos, quanto nos órgãos e entidades relacionadas com o meio ambiente e agricultura da cidade de Nova Friburgo. A tiragem foi de 1.000 (mil) exemplares e o custo foi de R$ 600,00. 1.4.2 Articulação Política Todos os meses, a coordenação de campo participa das reuniões das associações de produtores das comunidades de São Lourenço, de Baixada de Salinas e Campestre. Nessas reuniões que buscamos apoio local para o projeto e onde também divulgamos os resultados obtidos. Visitas ao Secretário de Agricultura e participação nas reuniões do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e no COMRURAL tem sido constantes em nosso dia-a-dia. Outra prática tem sido a articulação com a OSCIP BioAcqua para a celebração de convênio, visando à criação de uma rede de distribuição e plantio de mudas de espécies nativas. 1.4.3 A REBRAF e o Instituto BIOACQUA - Distribuição de mudas de palmito

juçara para produtores

A REBRAF e o Instituto BIOACQUA de Desenvolvimento Sustentável estabeleceram uma parceria que tem por objetivo o incremento das atividades ambientais desenvolvidas em Nova Friburgo, bem como a busca de alternativas sustentáveis, do ponto de vista econômico e ecológico, para o uso do solo. O primeiro passo desta parceria foi

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concretizado por atividades iniciadas no mês de março de 2005 e que chegaram ao fim em maio de 2005.

O Instituto BIOACQUA doou cerca de 1600 mudas de palmito juçara. Coube a REBRAF, garantir a distribuição, plantio e monitoramento das mudas. Esta atividade foi acompanhada pela equipe de estagiários da Escola Rei Alberto I/IBELGA. As mudas foram distribuídas entre mais de 40 moradores/produtores das comunidades de São Lourenço, Baixada de Salinas e do Campestre. O processo de distribuição das mudas foi elaborado e realizado durante as reuniões das associações das respectivas comunidades.

Estas atividades estão se desdobrando em um produto muito interessante, a elaboração em parceria com as associações e com o BIOACQUA de uma listagem com dados dos produtores, propriedades, quantidades de mudas plantadas e devidamente georreferenciadas, com a intenção de produzir um documento para ser entregue ao IBAMA local, como pedido para um plano de manejo para que os produtores possam explorar comercialmente o palmito e seus frutos de acordo com a legislação.

Este documento, bem como o georreferenciamento das mudas foi executado pelo técnico agrícola da REBRAF - Douglas Silva, sob a orientação da coordenação de campo. Para retirar as mudas que se encontravam nas dependências do Horto Municipal, no bairro Vale dos Pinheiros na região central de Nova Friburgo foi utilizado o caminhão do presidente da Associação de São Lourenço, José Adilso de Medeiros e para realizar a distribuição das mudas foram utilizados, em momentos diferentes, os dois automóveis da REBRAF, o “Fusca” e o Ford Pampa.

As mudas foram distribuídas de casa em casa, devido a urgência em se plantar e também como estratégia em manter contato mais próximo com os produtores locais. Esta prática possibilitou oferecer instruções para o plantio da muda, bem como conversas sobre a viabilidade econômica de plantas nativas da Mata Atlântica. Estas trocas possibilitaram reflexões sobre a produção e encaminhou-se para a intenção de elaboração de estudos de viabilidade econômica de espécies nativas. Uma possível articulação e parceria com a cooperativa de crédito local podem surgir como resultado destes estudos, pois em reunião com o atual presidente, foi manifestada intenção em investir neste tipo de produção, buscando linhas de crédito, bem como alternativas para a colocação de produtos no mercado e que possibilitem a retirada da figura do “atravessador” da cena.

1.4.4 “REDE VERDE NOVA FRIBURGO” A “REDE VERDE NOVA FRIBURGO” é uma iniciativa que envolve a REBRAF, o Instituto Bélgica-Nova Friburgo, O Rotary Club IMPERADOR e o Instituto BIOACQUA. Uma tentativa de unir forças para o planejamento e execução de ações na área ambiental em Nova Friburgo. As reuniões e discussões evoluíram e atualmente conta-se com uma minuta de projeto (aprovada pelo coordenador geral do Projeto, Peter May) que tem por objetivo a construção de um viveiro na zona urbana, formação para professores da rede pública municipal e intercâmbios e vivências entre alunos da zona rural e urbana. O Rotary foi responsável por realizar a primeira rodada, visando a captação de recursos. Ficou acordado entre as partes que o Rotary apresentaria a minuta para empresas e outras instituições municipais para que se agendasse uma reunião com teor mais técnico, onde as equipes da REBRAF e do BIOACQUA se fizessem presentes para apresentação mais detalhada da proposta.

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Coube à REBRAF articular e incentivar a formação desta rede, bem como contribuição substancial para a elaboração da atual minuta. Durante três meses foram realizadas muitas reuniões formais e informais, com o intuito de concretizar esta rede. Também se pensa em elaborar um convênio entre as partes, ou até mesmo um estatuto para regulamentar a “Rede Verde Nova Friburgo”. Este projeto pretende se desdobrar numa associação de instituições que trabalham e/ou se dedicam à questão ambiental em Nova Friburgo. O projeto elaborado prevê a criação de um viveiro na região central da cidade para atender as demandas urbanas de reflorestamento. Assim como os viveiros do IBELGA e da APROSOL, pretende-se também torná-lo auto-sustentável. O viveiro será instalado nas terras do Sanatório Naval de Nova Friburgo. O espaço foi cedido pela Marinha brasileira. A idéia principal é criar um centro de atividades ambientais, onde se possa oferecer oficinas de formação em ecologia e educação ambiental para alunos e professores do município.

1.4.5 PESAGRO A parceria com a PESAGRO foi levantada, a partir da necessidade da Rebraf em realizar experimentos com leguminosas (feijão guandu, mucuna e feijão de porco) na região do entorno do Parque Estadual dos Três Picos. A partir disso, foram incorporados plantios de leguminosas nos SAF’s já plantados nas UD’s, visando a adubação verde, cobertura do solo e a produção de sementes para futura venda.

A PESAGRO colocou à disposição um de seus técnicos, especialista em solos, para orientar os bolsistas/agentes agroflorestais na execução e desenvolvimento dos experimentos com as leguminosas. Os dados podem servir para possível disseminação destas novas culturas na região com o objetivo de substituir a cultura da couve-flor na entressafra do tomate, o que poderá contribuir para a diminuição do uso de agrotóxicos, uma melhor cobertura do solo e também a adubação verde.

Com a PESAGRO também foi discutida a possibilidade de se produzir frutíferas e promover seu plantio na região como alternativa de renda para os produtores locais. Para tanto, a PESAGRO coloca à disposição uma estufa na estação experimental que a mesma possui na região.

Reunião da Rede Verde Nova Friburgo - Da esquerda para direita: Ricardo Cunha da REBRAF; Paulo Roberto, presidente Rotary; Nílson dos Santos, Secretário Executivo IBELGA; e Vanessa Castañeda, presidente da BIOACQUA.

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1.4.6 IBELGA/UNEFAB Em setembro de 2005, a REBRAF foi convidada pelo IBELGA para acompanhar a Assembléia Geral da UNEFAB - União das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil. O coordenador técnico participou do evento como ouvinte e também foi convidado a apresentar o projeto 3 Picos/CEPF e a falar sobre a parceria com o IBELGA. A partir daquela apresentação surgiu o convite, por parte do secretário executivo da UNEFAB, para que a Rebraf elaborasse uma proposta nacional para as EFA’s (Escolas Famílias Agrícolas filiadas à UNEFAB) baseada na sustentabilidade dos viveiros e na formação em SAF’s/Educação Ambiental/Ecologia. Uma proposta que pense na sustentabilidade econômica e ambiental, tal qual busca-se com os viveiros em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. A Rebraf trabalhou com o IBELGA na preparação de um documento preliminar que pudesse ser apresentado a UNEFAB, o mesmo ainda está em fase de reflexão sem uma proposta definida.

1.4.7 Consórcio Bacia Hidrográfica BNG2 Em novembro de 2005, a Rebraf participou da reunião do Consórcio BNG2. Neste foram apresentados os projetos já aprovados para a região com verbas oriundas da cobrança do uso da água. A perspectiva de estabelecer parceria foi se fortalecendo com a constante participação da coordenação técnica do projeto às reuniões subseqüentes do consórcio, como estratégia para levar a participação das associações de pequenos produtores para o BNG2. A Rebraf, por sua vez, participou também em reuniões para aprovação do regimento interno do Consórcio.

1.4.8 AGENDA 21 A Rebraf também participou de reuniões quinzenais do Projeto Agenda 21 de Nova Friburgo. Estas reuniões tinham o objetivo de retomar o processo de construção da agenda 21 em Nova Friburgo. O resultado prático destas reuniões foi o seminário de lançamento da Agenda 21, ocorrido em 18 e 19 de abril de 2006, no SESC local.

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2. Outras atividades 2.1 Apoio a Consultores Durante o mês de janeiro de 2005, a coordenação de campo do projeto apoiou, logisticamente, o desenvolvimento dos trabalhos dos consultores Cecília Bueno e Roberto Antonelli - responsáveis pelo levantamento preliminar de fauna; Claudio Bohrer - responsável pelo Georreferenciamento; e Valéria da Vinha – responsável pelo Diagnóstico Rápido e Participativo. Também foi dada atenção ao diálogo com os produtores rurais da região, mediante presença em reuniões de associação e também no dia-a-dia em conversas informais e visitas às residências. Algumas destas atividades, tais como o DRP e a implantação das UDs se estenderam aos meses de fevereiro e março de 2005. 2.2 Levantamento Preliminar de Fauna O levantamento foi realizado por Cecília Bueno e Roberto Antonelli entre os dias 20 e 30 de janeiro de 2005, e contou com o apoio da coordenação de campo, do técnico agrícola da REBRAF, e de um aluno da escola “Rei Alberto I - IBELGA”, estagiário da REBRAF. As atividades se resumiram no apoio logístico aos consultores, localização das comunidades e UC’s, e articulação com a comunidade para a realização de entrevistas e dos demais trabalhos de campo. 2.3 Georreferenciamento O prof. Cláudio Bohrer esteve presente no local do projeto, entre os dias 13 e 15 de janeiro de 2005, para a realização do georreferenciamento da área do entorno do Parque Estadual dos Três Picos, que por sua vez é a área de abrangência do Projeto, e dos locais para a implantação das UD’s. Foi dado à sua equipe apoio logístico e garantida sua inserção junto à comunidade. 2.4 Projeto Rio Limpo No dia 03 de setembro de 2005, foi realizada na Escola Ibelga, mais uma edição do “Rio Limpo”. Em face da relação com a questão da água, foi realizada uma experiência de solos, comparando três tipos de solos em função da sua capacidade de infiltrar ou absorver melhor a água. Os estagiários Danilo e Pedro auxiliaram na preparação da prática, que utilizou materiais simples como funil de plástico, copos transparentes, tubos de ensaio e velas. Os três tipos de solo comparados foram: argila, areia e terra preta. Na primeira experiência colocou-se um pouco de cada tipo de solo em funis de plástico e, simultaneamente, jogou-se água nos três funis a fim de demonstrar a capacidade de retenção de água de cada um deles. Observou-se que a água passou pela areia mais rapidamente, em seguida pela terra preta e por último pela argila. A segunda experiência consistiu em colocar-se um pouco de cada tipo de solo (bem secos) em três tubos de ensaio. Simultaneamente, segurando os tubos com pregadores de madeira, aqueceu-se o fundo dos tubos com velas e observaram-se os resultados. A parede do tubo que continha argila ficou toda “suada”, demonstrando que a argila, por possuir grãos muito pequenos, tem a capacidade de adsorver moléculas de água entre seus grãos, o que explica a sua grande capacidade de reter água. Ao final, todos os resultados foram discutidos, a fim de comparar com os processos que ocorrem na natureza como, por exemplo: adaptação dos vegetais a cada tipo de solo, melhor tipo de solo para o plantio e vantagens e desvantagens de cada tipo solo A outra atividade foi o plantio de mudas em locais estratégicos onde cada grupo de alunos se reunia. Foram seis mudas plantadas (araucária, louro pardo, aroeira e

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manacá). Esta atividade foi realizada por Ricardo Cunha e Douglas Silva. Em cada local plantado levamos o livro “Árvores Brasileiras” e apresentávamos as características de cada espécie e uso comercial numa conversa informal e descontraída com os alunos. 2.5 Produção do Boletim informativo do projeto CEPF Durante o período de abril a junho de 2005, foi elaborado um boletim informativo sobre as atividades desenvolvidas até então, no âmbito do projeto, em conjunto com a estágiaria de comunicação, o gerente financeiro e assistente administrativo. A coordenação de campo ficou responsável pela aprovação preliminar das matérias, entrevistas e do formato geral do boletim, e também foi responsável pela apresentação da matéria que trata da distribuição das mudas de palmito juçara. E por último, garantiu a sua distribuição em Nova Friburgo junto aos produtores, secretarias de turismo, de agricultura, do meio ambiente, Câmara Municipal, IBELGA, IEF, FEEMA, IBAMA, EMATER, PESAGRO, Vigilância Sanitária e associações de produtores. 2.6 Feira comemorativa do 18º aniversário da SOS Mata Atlântica, na cidade de São

Paulo A equipe do projeto 3 Picos/CEPF participou da feira comemorativa dos 18 anos da ONG SOS Mata Atlântica. Esta feira reuniu os 50 grandes projetos da Mata Atlântica brasileira selecionados pela equipe da SOSMA. Portanto, as informações sobre o projeto 3 Picos/CEPF foram expostas num estande com mais 04 (quatro) projetos, cujo objetivo principal era a “Sustentabilidade da Mata Atlântica”. A feira foi direcionada à divulgação dos projetos para o grande público e foi montada nas dependências do Parque do Ibirapuera.

O projeto foi apresentado por meio de um banner informativo e com imagens da região, com painéis fotográficos, banners e fôlderes que retratavam os trabalhos de nossos parceiros: associações de produtores de São Lourenço, Baixada de Salinas e do Campestre, do IBELGA e do Rotary Club Imperador. Junto a esse material estavam os fôlderes dos circuitos turísticos de Nova Friburgo. Todo esse material permitiu uma apresentação muito ilustrativa do projeto e suas atividades.

A estratégia no estande não foi a de simplesmente distribuir o material do projeto (fôlderes, etc). Pensando na economia, no desperdício de mídia, e na eficácia pedagógica, optou-se por aglomerar números razoáveis de pessoas e realizar mini-palestras/apresentações do projeto utilizando todo o material disponível.

A participação da equipe neste evento foi muito proveitosa para o trabalho de campo, porque houve a oportunidade de conhecer viveiristas de diversas regiões do estado de São Paulo, bem como obter impressões e informações sobre o mercado de mudas e de sementes, e também informações sobre recuperação e manejo florestal, apresentadas numa palestra.

Por fim, o desdobramento da parceria com o projeto “ClikÁrvore” da SOS Mata Atlântica, que atualmente se apresenta como o principal meio de continuidade dos trabalhos em prol da sustentabilidade inicial dos viveiros instalados na região dos Três Picos.

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2.7 Inauguração Funcional dos Viveiros A inauguração funcional, prevista para ser iniciada com a produção de mudas e com os estágios, ocorreu em agosto de 2005. Já na primeira semana de agosto os estágiários visitaram o viveiro. A intenção é de transformar os viveiros em atividades viáveis do ponto de vista sócio-econômico e ecológico. Para tanto, iniciamos a elaboração de uma estratégia que visa vender parte da produção para garantir o custeio do viveiro, incluindo funcionários; a distribuição gratuita de mudas para a comunidade (corredor ecológico) e; gerar renda para a Escola Rei Alberto I/IBELGA e APROSOL. Os termos para essa questão já estão sendo discutidos entre as partes conveniadas.

Para elaboração desta estratégia foi feita pesquisa no maior horto florestal de Nova Friburgo, o Horto Conquista, que fica na região do Projeto, e também verificou-se a possibilidade deles serem fornecedores de mudas de espécies nativas para os viveiros do Projeto, já que eles têm interesse em terceirizar esta atividade. Também é necessário levantar médias de preços para os produtos, conforme indicação de mercado e realidade local. 2.8 Festa de São Lourenço - Santo padroeiro da comunidade de São Lourenço Durante a Festa de São Lourenço, a Rebraf montou um estande informativo sobre o projeto, na sede da APROSOL, onde disponibilizamos ao público literatura sobre a questão ambiental, agroecologia, agrofloresta, recursos hídricos e florestais, mapas e materiais fotográficos. Também desenvolvidas algumas atividades de Educação Ambiental, tais como a prática de solos e o dominó ecológico. Toda a equipe do projeto esteve presente ao evento. O viveiro também foi aberto a visitas, com realização de semeadura e para fala sobre as espécies semeadas.

O estande ficou montado durante os dias 06 e 07 de agosto de 2005. O movimento foi muito pequeno, quase nulo, a não ser pela presença de membros da diretoria da Associação e de um casal produtor de polpas de frutas, que por sua vez fizeram uma doação de cerca de 200 mil sementes de palmito juçara. A experiência serviu mais para a integração da equipe de campo com a equipe técnica no Rio de Janeiro, do que para a divulgação do projeto em si. Porém, estar presente na festa foi uma demonstração interesse pela comunidade, assim foi vista a ação por alguns moradores. Pois, falar em meio ambiente na comunidade, ainda os remetem diretamente a multas pesadas, desconhecimento da legislação, e outras coisas negativas do ponto de vista destes produtores rurais.

Estagiários em visita aos viveiros – ago 2005

Estande na sede da APROSOL na comunidade São Lourenço.

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2.9 III Fórum de Desenvolvimento da Apicultura do estado do Rio de Janeiro

O III Fórum Estadual de Apicultura foi realizado na UFRRJ no dia 25 de novembro de 2005. No Fórum ficou constatado que a Apicultura no estado do Rio de Janeiro vem se organizando e ocupando espaços importantes na agropecuária. Com destaque para a criação da Câmara Setorial de Apicultura do Conselho Estadual de Política Agrícola e Pesqueira do Estado do Rio de Janeiro (CEPAP-RJ), conforme Resolução SEAAPI No 584, com publicação no D.O/RJ N 171 de 14/09/2004. Esta é mais uma conquista do setor para obter apoio junto à política agrícola estadual e impulsionar o seu desenvolvimento. A Câmara Setorial, assessorada pelo grupo Gestor em Desenvolvimento da Apicultura, tem como meta discutir e buscar soluções para os problemas apresentados pela sociedade apícola propondo ações para as políticas agrícolas à Secretaria. O III Fórum de Desenvolvimento Apícola do Estado do Rio de Janeiro teve como tema "Diagnóstico e Perspectivas da Apicultura no Estado do Rio de Janeiro", e pretendeu-se: i) aprofundar o debate sobre a apicultura fluminense; ii) discutir o crescimento sustentado da apicultura no estado do Rio de Janeiro; iii) apresentar à sociedade e ao setor apícola os resultados iniciais dos trabalhos da Câmara Setorial; iv) possibilitar uma maior participação da cadeia produtiva dos produtos apícolas. O evento contou com a participação da UFRRJ, EMATER, PESAGRO, CBA - Confederação Brasileira de Apicultura, SEBRAE, e o Grupo Gestor da Câmara setorial. Entre as palestras proferidas destacaram-se as seguintes: Em defesa da Biodiversidade do Estado do Rio de Janeiro, a proteção da fauna de abelhas e sua flora nativa; Apicultura e Meliponicultura tecnificadas; e Legislação do mel e compostos avanços na criação e legalização da Meliponicultura. A Profa Maria Cristina Lorenzon (UFRRJ/IZ) e a zootecnista, Carina de Oliveira vem desenvolvendo projetos utilizando abelhas sem ferrão na região da Ilha Grande-RJ. Segundo a pesquisadora Maria Cristina Lorenzon, a UFFRJ através do seu programa de Apicultura do Instituto de Zootecnia tem oferecido pacotes às secretarias de agricultura com o intuito de fornecer ferramentas para o desenvolvimento da Apicultura no estado do Rio de Janeiro. O programa de apicultura da UFRRJ poderá ser utilizado como fonte de informações para elaboração de um plano para a futura produção de mel e seus derivados na região dos Três Picos. 2.10 Sustentabilidade dos Viveiros Por meio do Projeto “Proteção e Restauração da Área do Entorno do Parque Estadual dos Três Picos”, a REBRAF implantou três viveiros florestais na região. Dois viveiros nas terras da Escola Rei Alberto I/IBELGA e um viveiro na Associação de Pequenos Produtores Rurais da Comunidade de São Lourenço/APROSOL. A partir destas instalações passamos a desenvolver o apoio à implantação de um empreendimento rural/florestal sustentável: a) Empreendimento: Fornecimento de mudas de espécies arbóreas nativas da Mata

Atlântica.

b) Descrição de produto: Mudas de espécies arbóreas nativas produzidas em saquinhos plásticos reciclados e recicláveis.

c) Formação de mão de obra especializada: Aliado a instalação dos viveiros, foi

executada uma estratégia para a formação de agentes agroflorestais (ver anexo), com o objetivo de formar jovens rurais visando a produção de mudas e a geração de renda para os mesmos, com o intuito de promovermos a criação de um

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empreendimento rural/florestal sustentável. Uma maneira de consolidar as atividades do projeto na região e permitir sua continuidade.

Estratégia comercial - para que os viveiros se tornem auto-sustentáveis buscamos formas para a comercialização da produção. Atualmente contamos com três possibilidades:

Parceria com Programa Click-Arvore / SOS Mata Atlântica: Este programa visa o fomento da produção de mudas nativas mediante contratos que prevêem o plantio das mudas produzidas. A SOS Mata Atlântica paga R$0,50 por muda produzida. Sua forma de pagamento é de 50% avista e 50% na entrega do lote de mudas encomendado. Este procedimento permite ao pequeno produtor se capitalizar e viabilizar a produção. Atualmente, vendemos 100.000 mudas/R$ 50.000,00. Atender o mercado varejista de Nova Friburgo: As regiões serrana e norte fluminense do Estado do Rio de Janeiro, da qual Nova Friburgo faz parte e é um importante pólo socio-econômico e ambiental, não possuem fornecedores locais de mudas florestais e ornamentais nativas da Mata Atlântica, ou até mesmo de espécies exóticas. Na prática isto significa que todos os produtos são importados do estado de Minas Gerais, principalmente das cidades de Cataguases, Dona Eusébia e Leopoldina, região da Zona da Mata. Os preços praticados pelos produtores mineiros variam de R$ 1,50 a R$ 2,00 por muda pela muda de 50 a 60 cm. Estas mudas são vendidas para o consumidor final, em Nova Friburgo, por um preço que varia de R$ 3,00 a R$5,00 (média). Estas mudas são produzidas em locais com características climáticas e de biodiversidade diferentes da região de Nova Friburgo. É neste fato/contexto que percebemos a oportunidade de desenvolvermos um empreendimento rural capaz de abastecer o mercado local garantindo mudas saudáveis e com preço e agilidade de entrega melhores. Atender as demandas dos TAC’s/termos de ajuste de conduta/Ministério Público: Atualmente em Nova friburgo qualquer indivíduo que pratique ato infracional ambiental e seja condenado a pagar sua pena sob a forma de compra e plantio de mudas de espécies nativas tem duas alternativas: A primeira é ir comprar mudas no horto do IEF, na cidade de Santa Maria Madalena, cerca de 100 km de distância. A segunda é pagar preços altíssimos nos hortos particulares de Nova Friburgo mesmo. Não há um serviço adequado para atender esta demanda em Nova Friburgo, portanto vemos aqui mais uma oportunidade de podermos fazer nosso empreendimento se tornar sustentável.

d) situação atual do produto: Produto fruto de manejo orgânico e com controle

fitossanitário adequado. Atualmente contamos com um leque de setenta espécies produzidas.

e) Capacidade de produção: 150.000 (cento e cinquenta mil) mudas/ano. f) público-alvo: Mercado varejista; Ministério Público/TAC’s; Proprietários de terras.

ANEXOS ANEXO 1 - Cronograma de Atividades dos Estágios - Vargem Alta e Três Picos

DIA/MÊS Agosto Setembro

01 e 02 Divulgação dos estágios na Escola Rei Alberto Educação Ambiental na Escola Rei Alberto – turmas: 8ª 801/ 1º e 2º anos

03 Projeto Rio Limpo

04 Divulgação dos estágios em Vargem Alta

06 e 07 Festa do Padroeiro de São Lourenço Estágio “Prática de viveiros” – turma: 8ª 800

08, 09 e 10 Estágio Prática de viveiros turma: 8ª 800 Curso de capacitação em SAFs

11 Estágio em Vargem Alta

15 Educação Ambiental na Escola Rei Alberto – turmas: 801/ 1º e 2º anos

16 e 17 Estágio Prática de viveiros – turmas: 1º e 2º anos, 8ª 801

19, 20 e 21 Curso Colheita de sementes

22 EA na Escola Rei Alberto – turma: 8ª 800

23 e 24 Estágio Prática de viveiros – turma: 8ª 800

25 Estágio em Vargem Alta

27 e 28 Estágio Prática de viveiros - turmas: 1º e 2º ano, 8ª 801

30 e 31 Estágio Prática de viveiros - turmas: 1º e 2º anos, 8ª 801

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ANEXO 2 - Programa de estágios para os alunos do ensino fundamental e médio

Estágios ensino fundamental e médio

Alunos atendidos ensino médio 17

Alunos atendidos oitava série 30

Total de Alunos atendidos 47

Total de horas oferecidas 1.450

Conteúdo apresentado aos alunos

Prática de viveiro: − Insumos básicos: − composição do substrato dos saquinhos − semeadura de espécies nativas − quebra de dormência e germinação − manutanção do viveiro; − irrigação; − identificação dos grupos ecológicos das espécies (pioneiras, secundárias, clímax) − construção de sementeira − conservação de sementes. Ecologia: − conceito de ecologia; − conceito de ecossistema; − componentes do ecossistema; − funcionamento dos ecossistemas; − cadeia alimentar; − fluxo de energia; − ciclagem de nutrientes; − tipos de ecossistema (manguezais, restingas, campos de altitude, Mata Atlântica); − conceito de fragmentação (o exemplo da Mata Atlântica,impactos da retirada da

cobertura vegetal da margem dos rios, relação água-floresta).

Listagem de alunos:

Estagiários Ensino Fundamental – 8 série

1. Altair Rocha da Silva 2. Eguinaldo Soares Barbosa 3. Eloíson Macario Botelho Cordeiro 4. Espyker Shuenck Resende 5. Jhones Darcy de Simas 6. Leandro da silva Vianna 7. Rodrigo Thomaz Ferreira 8. Ananda Sampaio Tartari 9. Andrea Costa da Silva 10.Bismarque da Cruz Leandro 11.Jackeline Shuenck da Silva 12.Mirian da rosa Cordeiro 13.Fabrício Ribeiro Macário 14.Cleudilaine Riberiro Oliveira

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15.Daiane Ramos Cordeiro 16.Marcia Pereira Ribeiro 17.Michele Fonseca Brantes 18.Rosane Lima Dias 19.Kelly da Silva Medeiros 20.Vanessa Rodrigues da Silva 21.Welington Silva Medeiros 22.Werly de Oliveira 23.Aline 24.Diego 25.Elaine 26.Elvis 27.Gilmara da Costa Silva 28.Marcio Sabrino Costa Pereira Júnior 29.Romildo Shuenck da Costa 30.Tatiane

Estagiários Ensino médio

31.Denis Everton ferz Flôres – 2 ano 32.Edson Correa da Silva –2 ano 33.Renan de Paula Fonseca –1 ano 34.Victor Lemgruber Wermelinger – 1 ano 35.Walace Schuenck de Freitas 36.Wemerson Oliveira da Silva 37.Wilson Nogueira de Lima 38.Anderson Shuenck – 1 ano 39.Edmilson Rocha da Silva – 2 ano 40.Gisele Ribeiro Rocha da Silva – 1 ano 41.Percival Martins Shuenck – 1 ano 42.Rafael Serpa Paghiasse – 1 ano 43.Simey Shuenck Ribeiro – 2 ano 44.Ester de Souza oliveira – 1ano 45.Fernanda Macario da Silva 46.Fernando Quintanilha Rodrigues – 1 ano 47.Rosana Ribeiro da Silva

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ANEXO 3 - Programa pedagógico e dinâmicas em Educação Ambiental Responsável: Fabiana Barros Módulo I: Introdução aos conceitos de Ecologia Duração: 2 meses (24 horas/aulas: cada aula de 2 horas, em dias intercalados; e 2 palestras de 2 horas cada) Material utilizado: Transparência, e material para aulas práticas (Fabiana tem); mapas. Conteúdo teórico (2 aulas): conceitos básicos de Ecologia, fragmentação e corredores, com destaque para a relação água-floresta. Aulas práticas (4 aulas): identificação de solo; cadeia alimentar; ciclagem de nutrientes; fluxo de energia; Jogo do Dominó (sobre conceitos ecológicos) e treinamento no uso do GPS. Metodologia: A proposta é intercalar uma aula teórica de 2 horas com aulas práticas da mesma duração; ao final do módulo, será organizada uma palestra sobre o projeto da Rebraf e uma sobre a importância do Parque dos Três Picos. Produto: Apostila da matéria dada; descrição e desenho (ou fotos) das práticas apresentadas. Módulo II: Métodos de observação para avaliar efeito de borda Duração: 2 meses Material utilizado: podão (1); fita métrica (5); trena (2); bússola (2); mapas; transparência Conteúdo: acompanhamento em12 diferentes áreas Metodologia: método de amostragem; transmissão dos conceitos será realizada durantes as visitas a campo. Ao final, será explicado aos alunos a forma de aplicação dos dados coletados, em programa Excel, e os resultados alcançados. Produto: Apostila descrevendo o conceito e o método utilizado; registro fotográfico das visitas a campo. Dinâmicas utilizadas: “Jujubas energéticas” - O fluxo de energia foi exemplificado a partir da dinâmica Descrição da dinâmica - São chamados 4 (quatro) voluntários que irão representar o papel de produtor (um vegetal qualquer), consumidor primário (um animal herbívoro qualquer), consumidor secundário (um animal carnívoro qualquer) e decompositor. O produtor recebe da professora, representando a luz solar, 5 (cinco) jujubas que representam a energia absorvida pela fotossíntese. Em seguida, para realizar qualquer atividade, a planta come uma jujuba, consumindo parte da energia absorvida. O animal herbívoro ao se alimentar da planta recebe as suas reservas de jujuba e, ao realizar qualquer atividade, come uma das suas jujubas. Deste modo, o animal carnívoro ao se alimentar do animal herbívoro também recebe suas reservas de jujuba, no caso 3 (três) jujubas, e realiza o mesmo processo. Ao morrer, o animal carnívoro é atacado pelo decompositor que, conseqüentemente, recebe apenas 2 (duas) jujubas energéticas, que as consome logo em seguida. Ao final da dinâmica, percebe-se que a quantidade de jujubas foi diminuindo ao longo da cadeia alimentar, representando a perda de energia de um nível trófico para outro. “Quem come quem?” - Na segunda parte da aula, foi realizada esta dinâmica (simulação de uma cadeia alimentar, através de uma brincadeira de “pique-cola”). Essa dinâmica tem como objetivo trabalhar o conceito de cadeia alimentar, definindo os diferentes níveis tróficos: produtores, herbívoros e carnívoros, além de proporcionar uma discussão sobre regulação de populações.

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A brincadeira consiste em dividir os alunos em produtores (plantas), herbívoros (coelhos) e carnívoros (onças), de acordo com a seguinte proporção: 40% plantas, 30% coelhos e 30% onças. Os alunos recebem uma fita colorida (verde, amarela ou vermelha) identificando que ser vivo está representando. São formadas três rodas, ficando as onças no centro e os coelhos posicionados entre as onças e as plantas. No apito, as onças correm para pegar os coelhos, ao mesmo tempo em que os coelhos correm para pegar as plantas. Plantas que foram pegas por coelhos viram coelhos na próxima rodada, coelhos que foram pegos por onças viram onças e onças que não pegam ninguém, morrem e viram plantas. São realizadas dez rodadas e contabilizadas em cada uma, o n° de plantas, coelhos e onças. No final elabora-se um gráfico a fim de analisar a variação das populações ao longo das rodadas. No dia 02 de setembro de 2005, foi realizada a primeira aula do módulo Ecologia das turmas do ensino médio (1º e 2º ano), sendo discutido o mesmo conteúdo da aula do dia anterior. No entanto, pelo número de alunos, não foi possível realizar a dinâmica do “Quem come quem”. No dia 15 de setembro de 2005, houve a segunda aula do módulo Ecologia das turmas 801 da 8ª série e 1º e 2º ano do ensino médio. Nesta aula, os conceitos ecológicos discutidos na aula anterior foram relembrados, buscando dos alunos o que fora aprendido. Em seguida, iniciou-se a prática chamada de “As caixas”. “As caixas” - Esta dinâmica tem o objetivo de simular a ciclagem de nutrientes (matéria) nos ecossistemas. Descrição da dinâmica - São necessárias 6 (seis) caixas grandes de papelão, as quais irão representar cada compartimento do ecossistema: água, ar, solo/decompositores, produtores, herbívoros e carnívoros. As caixas de produtores, herbívoros e carnívoros terão caixas menores em seu interior representando cada uma, um indivíduo. Nas caixas de água, ar e solo/decompositores haverá várias bolinhas coloridas soltas. As caixas menores representantes dos indivíduos também estarão repletas de bolinhas coloridas. As bolinhas, de acordo com sua cor, irão representar um elemento químico (carbono, oxigênio, hidrogênio, etc.). Cada aluno receberá uma caixa e deverá agir como se fosse uma planta ou um herbívoro ou um carnívoro, realizando suas respectivas funções vitais, tais como respiração, fotossíntese, excreção, alimentação, etc. Ao realizarem tais funções, as bolinhas coloridas irão circular por todos os compartimentos, exemplificando assim a ciclagem de nutrientes no ecossistema. No dia 22 do mesmo mês, foi realizada a aula do módulo Ecologia para a turma 800 da 8a série. A aula iniciou com discussões acerca do tema Ecologia e em seguida, apresentaram-se transparências com o mesmo conteúdo apresentado para turma anterior, conforme descrito abaixo:

• conceito de ecologia

• conceito de ecossistema

• componentes do ecossistema

• funcionamento dos ecossistemas: − cadeia alimentar − fluxo de energia − ciclagem de nutrientes

• tipos de ecossistema: − manguezais − restingas

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− campos de altitude − Mata Atlântica

• conceito de fragmentação − o exemplo da Mata Atlântica − impactos da retirada da cobertura vegetal da margem dos rios − relação água-floresta

Durante a aula expositiva, realizou-se a dinâmica das “Jujubas Energéticas” e em seguida, as dinâmicas “As caixas” e “Quem come quem”, descritas anteriormente.

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ANEXO 4 - Programa de Formação de Agentes Agroflorestais/Bolsistas

O estágio para a formação de Agentes Agroflorestais foi oferecido na semana inversa (pedagogia da alternância) a cada 15 (quinze) dias, 20 (vinte) horas/semana, totalizando 40 (quarenta) horas/mês. Os alunos assinavam um livro-ponto para que houvesse um controle de presença. Aqueles que tivessem uma freqüência menor do que 75% num mês seriam substituídos por outros interessados. As bolsas que foram oferecidas neste programa tiveram como objetivo fornecer apoio financeiro aos alunos que dispuseram de 40 horas/mês para desenvolver atividades teóricas e práticas nas áreas de Ecologia, Educação Ambiental, Produção de Mudas de Espécies Arbóreas Nativas e também na Implantação de Sistemas Agroflorestais. A missão principal foi a promoção de atividades que visassem o reflorestamento e a geração de rendas alternativas à agricultura convencional na região. Cinco dos oito alunos que participaram deste programa foram escolhidos para se tornarem parceiros dos viveiros, com o propósito de continuar as atividades do projeto e criar um empreendimento sustentável. Programa: 12 meses – Julho 2005 a julho de 2006 Valor Bolsa: R$60,00 Período de trabalho: 40 horas mês. Participantes: 1. Danilo Correa da Silva 2. Pedro Gabriel 3. Edson Silva 4. Paloma Gravino 5. Patrick Gravino 6. Gilmara da Costa Silva 7. Romildo Shuenck da Costa 8. Marcio Sabrino O conteúdo do estágio está dividido em 04 (quatro) núcleos de atividades:

1.Prática de Viveiro

− Colheita e processamento de sementes de espécies nativas; − Técnicas de plantio e produção de mudas em viveiro florestal; − Gestão para viveiro; − Viveiro como ferramenta Pedagógica

2. Implantação de Sistemas Agroflorestais e reflorestamento

− Plantio e manutenção das espécies; − Pensando em soluções econômicas e ecológicas para as propriedades locais; − Aspectos legais para a exploração econõmica de espécies nativas;

3. Ecologia

− Pincípios Gerais da Ecologia;

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4. Educação Ambiental

− Princípios de educação Ambiental; − Técnicas lúdicas para a aplicação de conceitos ambientais.

Equipe REBRAF de voluntários Ricardo: Biólogo, Professor da rede municipal de ensino da Cidade do Rio de Janeiro. Função: Ministrar oficinas e palestras na área de ecologia Colin Mansell: tradutor, web-designer e produtor rural. Função: Colaborar em atividades de campo e estágios. Pesquisa Como resultado dos programas de estágios e de formação de agentes agroflorestais, três alunos/formandos do curso técnico em agricultura e pecuária da Escola Rei Alberto I/IBELGA, estão desenvolvendo dois projetos de conclusão de curso que servirão para apoio ao desenvolvimento de SAF’s na região.

Edson Silva e Edmilson Rocha da Silva: Produção de mudas frutíferas nativas por estaquia (desenvolvido nos viveiros da REBRAF) Simey Shuenck Ribeiro: utilização de aveia preta para adubação verde e combate a nematóides.

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ANEXO 5 – Programação do Curso de Colheita, Manejo e Marcação de Matrizes Baixada de Salinas, Nova Friburgo – RJ 19 a 21 de agosto de 2005 Carga Horária: Total: 24 horas (3 dias) Organizadores Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais-RIOESBA Projeto -JBN Rede de Trabalhos Ambientais Brasil-Japão Comitê Técnico de Sementes Florestais-CTSF Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes-ABRATES Treinamento de Pessoal em Colheita e Manejo de Sementes Florestais Corpo Docente: Juliana Muller Freire - Bióloga, Mestre em Ciências Ambientais e Florestais – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro / Gerente executiva da Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais RJ-ES-BA. Currículo http://lattes.cnpq.br/pl/ 1. Justificativa A evolução da ciência florestal tem levado a uma constante adaptação das técnicas de manejo de sementes florestais. Isto torna necessária a reciclagem e o treinamento de pessoal técnico envolvido na área, bem como a capacitação de agricultores residentes em locais próximos a remanescentes de floresta, potencializando a exploração auto-sustentada das sementes florestais pelas comunidades rurais. 1.1 Programa Horário Aula teórica Aula prática 1 9h00-10h30 Abertura 10h30-10h45 Intervalo 10h45-12h00 Mata Atlântica: diversidade, funcionalidade e

conservação

12h00-14h00 Almoço 14h00-17h00 Ecologia Reprodutiva e Produção de

Sementes

2 9h00-10h00 Marcação e seleção de matrizes 10h00-10h15 Intervalo

10h15-12h00 Equipamentos de colheita; Visita técnica 12h00-14h00 Almoço 14h00-17h00 Manejo de equipamentos de colheita

(alpinismo, espora, blocante, escadas) 3 9h00-10h00 Legislação de sementes florestais 10h00-10h15 Intervalo 10h15-12h00 Manejo de sementes florestais (extração,

beneficiamento, secagem)

12h00-14h00 Almoço 14h00-17h00 Aula prática em manejo de sementes

florestais 17h00-17h30 Encerramento

1.2 Material e Equipamentos Necessários Lista geral a ser detalhada:

� Frutos e Sementes de espécies arbóreas (mínimo de 10 espécies) � Lixas. Alicates, martelos, saco plástico, saco de papel (tamanho 0,5 kg) � Recipientes para aquecimento de água � Local para aquecimento de água