proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da … · proposta para residÊncia em Áreas de...

64
PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PEDIATRIA (MEDICINA INTENSIVA PEDIÁTRICA, MEDICINA INTENSIVA NEONATAL, NEUROLOGIA INFANTIL, NEFROLOGIA PEDIÁTRICA) COMISSÃO Dr. Jefferson Pedro Piva Dra. Cleide Trindade Dra. Maria Fernanda B. de Almeida Dra. Magda Lahorgue Nunes Dra. Eleonora Moreira Lima

Upload: trinhcong

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PEDIATRIA

(MEDICINA INTENSIVA PEDIÁTRICA, MEDICINA INTENSIVA NEONATAL, NEUROLOGIA INFANTIL, NEFROLOGIA PEDIÁTRICA)

COMISSÃO

Dr. Jefferson Pedro Piva Dra. Cleide Trindade

Dra. Maria Fernanda B. de Almeida Dra. Magda Lahorgue Nunes Dra. Eleonora Moreira Lima

Page 2: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Porto Alegre, 16 de Agosto de 2003

Ilma. Sra. Profa. Dra. Vera Bezerra Secretária Executiva Comissão Nacional de Residência Médica Ministério da Educação – Edifício Sede (prédio central) sala 333 Esplanada dos Ministérios Brasília (DF) CEP 70.047-900

Prezada Profa Vera e demais membros da CNRM,

Em recente reunião (Julho de 2003) realizada em São Paulo com a presença da Profa. Vera como

representante da CNRM, com os Presidentes de Departamentos Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e com os

membros da Diretoria da SBP, discutiu-se extensamente a questão da limitação de um ano para o período de

residência em áreas de atuação.

Naquela oportunidade, foram apresentadas diversas justificativas técnicas para que muitas áreas de

atuação da pediatria e comum com algumas especialidades tivessem uma ampliação do período de treinamento de

um para dois anos. No sentido de organizar e oficializar este pedido, foi constituída uma comissão constituída pelos

Drs. Jefferson P Piva (Coordenador; Medicina Intensiva Pediátrica), Eleonora Moreira Lima (Nefrologia

Pediátrica), Magda Lahorgue Nunes (Neurologia Infantil), Maria Fernanda B de Almeida (Medicina Intensiva

Neonatal) e Cleide Trindade (Departamento de Residência Médica da SBP), que deveriam elaborar um documento

com as justificativas das principais áreas e encaminhá-las à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Temos a grata satisfação de comunica-la que quatro áreas (Medicina Intensiva Pediátrica, Medicina

Intensiva Neonatal, Neurologia Infantil e Nefrologia Pediátrica) apresentaram a documentação completa que nos

permitiu elaborar este documento dentro do prazo estimado.

Esta petição representa os anseios da Sociedade Brasileira de Pediatria e das Sociedades coirmãs, no caso

da Medicina Intensiva, Neurologia e Nefrologia. Apesar da formatação não ser uniforme, observa-se uma

Page 3: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

consistência e coerência nas justificativas apresentadas, para que a residência nestas áreas venha ser realizada em

um período de dois anos.

Temos ciência que foram razões de ordem administrativas que impediram a CNRM em dar o mesmo

tratamento aos programas de residência em especialidade (dois anos) e em áreas de atuação (um). Entretanto, no

caso das especialidades, observa-se que existem períodos diferentes de treinamento (de 2 a 4 anos). Imaginamos,

portanto, que esta mesma coerência poderia ser aplicada também as áreas de atuação, desde que haja justificativa

técnica. Ou seja, a Sociedade Brasileira de Pediatria, através desta comissão, pretende que a CNRM, levando em

consideração prioritariamente os aspectos técnicos encontre uma solução administrativa que atenda as necessidades

de formação nestas áreas.

Por conhecermos a tradição e a seriedade desta comissão estamos absolutamente confiantes que

brevemente encontraremos uma alternativa que contemple nossos anseios e de nossos pacientes.

Sendo o que tínhamos no momento, aproveitamos a ocasião para nos colocar a seu inteiro dispor para

eventuais esclarecimentos.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Jefferson P Piva Coordenador da Comissão de Residência em Áreas de Atuação

Page 4: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

MEDICINA INTENSIVA

PEDIÁTRICA

Porto Alegre, 16 de Agosto de 2003 Ilma. Sra. Profa. Dra. Vera Bezerra Secretária Executiva

Page 5: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Comissão Nacional de Residência Médica Brasília

Prezada Profa Vera e demais membros da CNRM,

Em anexo estamos enviando, conforme combinado em recente reunião com a Diretoria da Sociedade

Brasileira de Pediatria, a solicitação formal e as justificativas para que a Residência em Medicina Intensiva

Pediátrica venha ser realizada no período de dois anos (a exemplo do que está oficializado para a mesma residência

na área de adultos).

Esta petição representa os anseios da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e da

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) que mantém acordo desde 1989, visando a formação e titulação de

médicos pediatras na área de Medicina Intensiva Pediátrica. Até o ano 2003 foram realizados 14 concursos, todos

organizados por comissões paritárias com representantes de ambas sociedades, tendo sido titulados mais de 1000

intensivistas pediátricos neste período.

Já fomos informados das razões administrativas que impediram a CNRM em dar o mesmo tratamento aos

programas de residência em especialidade (dois anos, no caso da Medicina Intensiva) e em áreas de atuação (um

ano para a Medicina Intensiva Pediátrica). Entretanto, esta orientação de ordem administrativa que limita o

treinamento de pediatras intensivistas, se opõe ao conceito de Medicina Intensiva e se sobrepõe aos interesses e

diretrizes propostas por ambas sociedades. Pois é nossa convicção que, tanto na área de adultos como pediátrica, a

Medicina Intensiva tem o mesmo enfoque, a mesma estratégia e o mesmo grau de complexidade e intervenção, não

se justificando, portanto, períodos diferentes de treinamento.

Temos esperança que esta comissão, após ler e avaliar nossos argumentos, abaixo descritos, encontre uma

alternativa administrativa que contemple nossos anseios e de nossos pacientes.

Na certeza de contar com a sua compreensão, nos colocamos desde já a seu inteiro dispor para eventuais

esclarecimentos.

Atenciosamente,

Page 6: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Dr. Jairo Othero Prof. Dr. Jefferson P Piva Presidente da AMIB p/ Presidente da SBP

Residência em Medicina Intensiva Pediátrica

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)

apresentam a seguir seus argumentos em favor da solicitação de um período de dois anos para residência em

Medicina Intensiva Pediátrica. Com a finalidade de tornar mais objetiva esta argumentação, o presente documento

é apresentado em cinco itens compostos por perguntas e respostas.

I - O que existe de comum entre Intensivistas de adultos e Intensivistas pediátricos?

Qual a convergência entre o atendimento de um bebê de 3 quilos em pós-operatório cardíaco, acometido de

sepse, insuficiência respiratória e hipertensão pulmonar com o atendimento prestado a um paciente com mais de

100 quilos com choque séptico, diabetes e síndrome do desconforto respiratório?

O que poderia, em uma primeira análise parecer antagônico, na realidade, se constitui em áreas de atuação

de uma mesma especialidade (Medicina Intensiva). Independente da etiopatogenia da doença e/ou de nossa

formação originária (pediatrias ou clínicos) a convergência da Medicina Intensiva como especialidade, está

exatamente nas características e na forma de atuar: (a) na concepção de um atendimento continuado e

hierarquizado ao paciente grave provendo suporte terapêutico agressivo a todos os sistemas falidos 24hs/dia; (b) na

habilidade e no conhecimento para realizar intervenções complexas (algumas comuns a outras especialidades),

onerosas, com alto potencial iatrogênico e que, nesta situação, são aplicadas dentro de um contexto específico e

peculiar (ex. suporte ventilatório, nutricional, metabólico, hemodinâmico, métodos dialíticos, etc.); (c) apesar da

gravidade e intensidade do processo mórbido, médicos adequadamente treinados nestas situações obtém uma

evidente redução na morbi-mortalidade, incluindo a cura ou reversibilidade do processo; (d) ter a capacidade de

coordenar de uma equipe de atendimento multidisciplinar onde a hierarquização e as prioridades assistências

Page 7: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

devem ser avaliadas e definidas, dentro do espectro da eficácia, custo-benefício, assim como dos preceitos morais e

éticos.

Por esta análise é fácil perceber a grande convergência entre intensivistas pediátricos e intensivistas de

adultos. Ambos pertencem a uma mesma especialidade. Os conceitos gerais assistenciais são os mesmos, diferindo

na aplicabilidade específica e nas peculiaridades de cada grupo de enfermos. Por isso, tanto a AMIB como a SBP

entendem que as normas gerais de aprendizado e treinamento devam ser semelhantes para ambos os grupos,

diferindo não no tempo de treinamento, mas sim nos aspectos específicos de cada área de abrangência.

II - Abrangência da Medicina Intensiva: Qual a demanda assistencial por Medicina Intensiva e por

Intensivistas Pediátricos em nosso país?

A medicina intensiva é uma especialidade nova, com um campo de atuação em franca expansão, mas

ainda com um elevado déficit de oferta em relação à demanda observada.

Na “home page” do data SUS (www.datasus.gov.br), acessado em 16 de agosto de 2003, o Ministro da

Saúde, Humberto costa informa sobre “...o credenciamento de 1.858 novos leitos de unidade de terapia intensiva

(UTI) visando melhorar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). De julho de 2003 até o

primeiro semestre de 2004, outros 375 leitos estarão credenciados, totalizando 2.233. Desses, 614 atendem a

reivindicações de estados e municípios existentes no Ministério da Saúde e que estavam engavetadas desde 2001.

Para o custeio dos novos leitos, o ministério vai aplicar R$ 51,316 milhões em 2003 e R$ 105,726 milhões em

2004. O número de leitos de UTI do SUS no país passará de 14.036 para 16.269, representando uma significativa

redução do déficit no sistema público, de 3.662 para 1.418. Com a inclusão dos hospitais de atendimento

exclusivamente privado, o número total de UTIs no país passa de 20.677 para 22.910. Uma das prioridades do

Ministério da Saúde é reduzir as desigualdades regionais, dentro da concepção de que o SUS deve atuar como

instrumento de inclusão social. Para reduzir ainda mais as desigualdades regionais o ministério vai investir em

obras, equipamentos e na formação e redistribuição de médicos residentes. ..”

A implantação efetiva de medidas de saneamento básico e políticas de prevenção (programas de

vacinação, de incentivo ao aleitamento materno, entre outras) promoveu uma dramática redução na mortalidade

infantil. O que se tem observado, na maioria dos centros brasileiros, é uma mudança nas necessidades assistências

da população pediátrica, com uma progressiva demanda por atendimentos terciários e quaternários; os quais têm

Page 8: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

como pressuposto a viabilidade de atendimento em UTI pediátrica. Este atendimento tem aumento

progressivamente sua demanda. Por exemplo, no ano de 1999, 3,12% das internações pediátricas no sistema único

de saúde foram realizadas em UTIs pediátricas e neonatais (107.886 crianças) ocasionando um gasto de R$

257.347.207,00 que corresponde a 21,95% do total de gastos com internações pediátricas naquele ano. É estimado

que 5 a 10% dos leitos pediátricos em hospitais de média e alta complexidade devam ser destinados para unidades

de terapia intensiva. Se levar em conta a deficiência de leitos disponíveis em UTI pediátrica em nosso país,

especialmente na região norte e nordeste, obviamente este número de internações (3,12%) está subdimensionado e

os seus gastos (21,95% do total de gastos com internações pediátricas) deverão aumentar ainda mais.

Transplantes realizados no Brasil (95-99)

02000400060008000

100001200014000160001800020000

1995 1996 1997 1998 1999

<20aTot

Tot>20a

Gráfico 1: Número de transplantes realizados no Brasil nos últimos anos. Dados obtidos no Ministério da saúde em junho de

2000

Observando-se alguns indicadores, pode-se antever a necessidade de abastecer profissionais

adequadamente treinados para desempenhar esta atividade com um caráter progressivamente mais complexo e

abrangente. Apenas para exemplificar tome-se a progressão do volume de transplantes realizados no Brasil nos

últimos anos, nas populações de adulto e pediátrica (gráfico 1). Evidentemente, esta é uma população de usuários

de UTIs com características muito peculiares mas que oferece uma idéia exata da dimensão, dos desafios e da

abrangência de nossa especialidade. Nesta mesma esteira de desenvolvimento, encontram-se os centros de

Page 9: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Oncologia Pediátricos, as Unidades de Queimados, os centros de Trauma, os centros de referência para

atendimentos de doenças infecciosas (inclusive AIDS), entre outros. Todos estes centros pressupõem uma

adequada retaguarda assistencial em UTI pediátrica.

III - Como está regulamentado o campo de atuação da Medicina Intensiva? Existe diferença na

regulamentação de Unidades de Tratamento Intensivo Pediátrico, Neonatal e de Adultos?

Como exposto anteriormente, rapidamente o Ministério da Saúde detectou que Medicina Intensiva era uma

área em franca e acelerada expansão. Baseada em sua crescente necessidade, definiu-a como prioritária para as

políticas de saúde de nosso país, mas que devido ao seu elevado custo e alta complexidade necessitava de uma

normatização e regulamentação. Prontamente a AMIB e a SBP atenderam a este desafio do Ministério da Saúde,

assessorado-o e fornecendo as informações e dados necessários para que se criassem regras visando regulamentar e

hierarquizar as Unidades de Tratamento Intensivo de nosso país. Como resultado deste esforço comum foram

publicadas no Diário Oficial da União as portarias 466 (04/06/98), 1918/GM e 2919/GM (09 de junho de 1998) e a

3432 de 12 de agosto de 1998. Nestas portarias estão detalhadas e definidas, entre outras: (a) A hierarquização em

UTIs de acordo com os níveis de complexidade I, II e III; (b) os limites de idade e abrangência das UTIs neonatais,

adultos e pediátricas; (c) os recursos materiais de cada uma destas UTIs e nos respectivos níveis de complexidade;

(d) os recursos humanos de cada uma desta UTIs nos respectivos níveis de complexidade. Por exemplo, nas UTIs

níveis II e III é obrigatória a presença de um intensivista responsável devidamente titulado na área (adulto,

pediátrico ou neonatal), assim como um intensivista diarista devidamente titulado e um plantonista para cada dez

leitos, entre outras; (d) todo hospital terciário com 100 ou mais leitos deve ter 6% de seus leitos locados em

Unidade de Terapia Intensiva.

Pelo acima exposto, é evidente que tanto os usuários como os agentes reguladores (no caso o Ministério da

Saúde) e as respectivas Sociedades Médicas entendem que a Medicina Intensiva nos seus diversos campos de

atuação (adulto, pediátrico e neonatal) devam ter as mesmas normas gerais de funcionamento, diferindo apenas na

sua execução específica. Em suma, estas portarias definem que o Intensivista Pediátrico e o Intensivista Adulto

têm as mesmas atribuições e responsabilidades em suas respectivas unidades. Frente a esta regulamentação e

normatização do Ministério da Saúde, como poderemos justificar que o intensivista de adultos tenha assegurado

pela CNRM um treinamento de dois anos, enquanto que para o Intensivista Pediátrico a CNRM propõe um

Page 10: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

treinamento de apenas um ano? Não há dúvida alguma que trata-se de um lamentável engano ou uma injustificável

descriminação.

IV - Como está proposto o treinamento na Medicina Intensiva? Em normas gerais, existe diferença entre a

proposta de Residência em Medicina Intensiva (adultos) e Residência em Medicina Intensiva Pediátrica

(área de atuação)?

Em documentação que enviamos a CNRM em julho de 2002, estão especificados em seus mínimos detalhes

todas os conteúdos programáticos da residência de Medicina Intensiva nas áreas pediátricas e de adultos. Esta

mesma documentação está sendo novamente anexada ao presente documento. Naquela oportunidade anexávamos

também uma “minuta descritiva” com as normas e orientações gerais que propúnhamos para residência de

Medicina Intensiva nas áreas de adulto e de Pediatria, a qual reproduzimos abaixo.

Programa de Residência em Medicina Intensiva Especialidade: MEDICINA INTENSIVA Acesso direto: NÃO Pré-requisito: RM em CLÍNICA MÉDICA; CIRURGIA; ANESTESIA E PEDIATRIA (para área de atuação) Duração do programa na especialidade: DOIS ANOS Conteúdo programático:

Page 11: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Unidades de Treinamento: Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) adulto e pediátrica classificadas segundo as

normativas da portaria do Ministério da Saúde de nº 3432 de 12 de agosto de 1998

como nível 1, 2 ou 3.

Estágios obrigatórios: A experiência assistencial envolvendo pacientes especiais pode se dar na forma de

estágio obrigatório, atendendo assim a carga de treinamento com pacientes de cirurgia

de grande porte, de trauma e grande queimado, no total de 10% ao ano, em cada área.

Estágios optativos: Serviço de emergência; endoscopia digestiva e ou respiratória; diagnóstico por imagem;

suporte nutricional; CCIH; transporte de pacientes graves; e cirurgia experimental.

Cursos obrigatórios: NÃO ESTÃO INDICADOS

O treinamento deve ocorrer dentro de unidades de tratamento intensivo (UTIs)

que atendam as normas mínimas (portaria 3432 do MS-12/08/98), com uma relação

máxima de um residente para cada três leitos de UTI, e sob a orientação de um

preceptor em tempo integral para cada três médicos residentes, ou dois preceptores em

tempo parcial para cada três médicos residentes.

O treinamento deve oferecer experiência assistencial no atendimento a pacientes

gravemente enfermos nas grandes síndromes, mas não se limitando a estas, como

choque, comas, insuficiência respiratória, sepse severa e parada cerebro-cardio-

respiratória, em pelo menos 40% da carga horária anual.

O treinamento deve ainda oferecer experiência no atendimento e suporte pré e

pós-operatório de pacientes submetidos a cirurgias de grande porte (10% da carga

horária anual), pacientes traumatizados e/ou grande queimado (10% da carga horária

anual) e pacientes imunodeprimidos e/ou oncológicos na mesma proporção (10% da

carga horária anual).

Page 12: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Cursos optativos: FCCS; TENUTI; HUMANIZAÇÃO, NEUROINTENSIVISMO. Infra-estrutura mínima necessária da instituição para oferecer treinamento na especialidade: instalação e equipamentos. REGULAMENTADA PELA PORTARIA 3432 (MINISTÉRIO DA SAÚDE) DO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 12

DE AGOSTO DE 1998.

Possibilidade de ano adicional: NÃO. Área de atuação do ano adicional: NÃO

V - Argumentação final:

Considerando:

a) que a Medicina Intensiva tanto na área de adultos como na pediátrica, igualmente, caracteriza-se por ser uma

especialidade complexa, onerosa e que envolve o emprego de técnicas agressivas e com alto poder iatrogênico;

b) que em função da gravidade dos pacientes, da amplitude de doenças, das diferentes intervenções a serem

utilizadas, tanto na área de adulto quanto pediátrico, há uma evidente necessidade de oferecer-se um período

treinamento condizente com esta complexidade;

c) que a natureza multidisciplinar desta especialidade requer não apenas conhecimento teórico como

principalmente, experiência prática acumulada, treinamento repetitivo e amadurecimento profissional;

d) que as abrangências de atuação e responsabilidades dos Intensivistas Pediátricos e de adultos estão devidamente

definidas nas portarias do Ministério da Saúde de números 466 (04/06/98), 1918/GM e 2919/GM (09 de junho de

1998) e a 3432 de 12 de agosto de 1998; e que suas normas gerais são superponíveis, diferindo apenas nos

detalhamentos de área física, em alguns recursos materiais e na faixa etária de atendimento;

e) que tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) como a Associação de Medicina Intensiva (AMB) vem

atuando de forma integrada e com uma experiência acumulada de15 anos de trabalho na área da Medicina Intensiva

Pediátrica. Razão pela qual, julgam ter alguma autoridade para propor os pré-requisitos e condições para formação

de profissionais na área da Medicina Intensiva Pediátrica.

Solicitamos:

Page 13: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Que a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), revise sua decisão inicial e considere DOIS

ANOS como o tempo adequado e necessário para realizar Residência em Medicina Intensiva Pediátrica.

Confiamos que esta comissão seja sensível a todos estes argumentos. Desde já nos colocamos a seu inteiro

dispor para eventuais esclarecimentos.

Prof. Dr. Jefferson P Piva Vice-Presidente da AMIB

Page 14: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA

EM MEDICINA INTENSIVA

MANUAL DE CREDENCIAMENTO

MODELO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA EM MEDICINA INTENSIVA

(adulto e pediátrica)

Julho de 2002

Page 15: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

DIRETORIA DA AMIB

Presidente: Dr. Jairo Constante Bitencourt Othero Vice-Presidente: Dr. Jefferson Pedro Piva 1º Secretário: Dr. Luiz Alexandre Alegretti Borges 2º Secretário: Dr. José Maria da Costa Orlando 1º Tesoureiro: Dr. Marcelo Moock 2º Tesoureiro: Dr. Odin Barbosa da Silva

COMISSÃO DE FORMAÇÃO DO INTENSIVISTA Presidente: Dra. Mirella Cristine de Oliveira Secretário: Dr. Renato Camargo Viscardi Membros:

Dr. Marco Antonio Mora Dr. Cleovaldo Tadeu dos S. Pinheiro Dr. José Luiz Gomes do Amaral Dr. Odin Barbosa da Silva Dr. Renato Giuseppe G. Terzi Dr. Waldemar Henrique Fernal COLABORADOR Dr. Álvaro Réa Neto

Page 16: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

MANUAL DE CREDENCIAMENTO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA

SUMÁRIO 1º. Introdução

2º. Objetivos

3º. Missão

4º. Regulamento

5º. Critérios de Credenciamento

6º. Critérios de Descredenciamento

7º. Avaliação do Programa

8º. Programa Teórico-Prático Adulto

90 Programa Teórico-Prático Pediátrico

Page 17: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

10 - INTRODUÇÃO A Medicina Intensiva é uma especialidade surgida nos anos 50, quando se iniciaram os conceitos em ressuscitação cardiopulmonar e cerebral. É uma especialidade na qual, aos conhecimentos da Clínica Médica, Clínica Cirúrgica e Pediatria, somam-se os mais recentes conhecimentos médicos para a assistência ao paciente gravemente enfermo, próprio da adição de avanços na engenharia biomédica, informatização, farmacologia, ética e humanização. Em 1980 foi criada a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), tendo sido a Medicina Intensiva reconhecida como especialidade pela Associação Médica Brasileira (AMB) em 1981, e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1992. A partir desta época iniciou-se um grande desenvolvimento da Medicina Intensiva no Brasil, sendo

hoje mais de 2000 Unidades de Terapia Intensiva –UTI’s –, com necessidade crescente de médicos

especializados para atender a esta demanda.

Recentemente a portaria governamental 3432/98 reconheceu sua importância, passando a

exigir a presença do especialista titulado em Medicina Intensiva nas atividades diárias das UTI’s

brasileiras.

No Brasil a formação do médico intensivista vem sendo realizada através de serviços credenciados pela Comissão de Formação do Intensivista (CFI) da AMIB. Poucos hospitais têm Residência Médica em Medicina Intensiva credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC), fato esse que, de certo modo, tem dificultado o desenvolvimento da especialidade. Reconhecendo a Residência Médica como a única forma em excelência para a formação do especialista, a AMIB não tem poupado esforços para desenvolvê-la o mais completa e amplamente possível.

20 - OBJETIVOS 1. Desenvolver os conhecimentos teóricos e habilidades práticas em Medicina Intensiva, que capacite

ao médico a identificar e solucionar os problemas do paciente gravemente enfermo, .

Page 18: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

2. Desenvolver no médico, em seus aspectos conceituais e práticos, a liderança necessária para o trabalho em equipe, próprios da multiprofissionalidade e transdisciplinaridade assistencial do paciente grave .

3. Fomentar o conhecimento e a prática dos preceitos éticos e humanitários da Medicina Intensiva. 4. Desenvolver um espírito profissional observador e crítico capaz de desenvolver estudos de

realidade, pesquisa e educação continuada em Medicina Intensiva, bem como formar novos intensivistas.

5. Formar profissionais capazes de liderar projetos associativos identificados com as necessidades sociais da comunidade onde se insere.

3 0 – MISSÃO

A missão das Residências em Medicina Intensiva (RMI) é formar médicos especialistas em Medicina Intensiva de elevado conhecimento técnico-científico, adequado comportamento ético-profissional, de maneira a realizar a assistência integral do paciente gravemente enfermo, de seus familiares e ao conjunto de demandas profissionais e sociais que o cercam.

4 0 - REGULAMENTO 4.1- DAS CONDIÇÕES GERAIS Serão credenciados os serviços que apresentarem as seguintes condições: 4.1.1- Programa com QUATRO anos de duração, sendo dois anos de Especialização em Medicina Intensiva, ao qual o médico terá acesso após concluir dois anos de Residência em Clinica Médica, Clínica Cirúrgica, Anestesiologia ou Pediatria, em serviços já credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica. 4.1.2- Unidade de Terapia Intensiva que atenda aos requisitos abaixo referidos, considerados essenciais, e sem os quais não será concedido sequer o credenciamento preliminar, dispondo de: 4.1.2.1 –alvará de licença sanitária para funcionamento segundo Normas da AMIB/ANVISA 4.1.2.2 – Médico chefe com título de especialista em Medicina Intensiva

Page 19: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

4.1.2.3 - Médico coordenador do programa com título de especialista em Medicina Intensiva 4.1.2.4 - Médico diarista (não plantonista) com título de especialista em Medicina Intensiva 4.1.2.5 – Médico plantonista presente 24 horas/dia 4.1.2.6 - Relação médico / paciente – um médico plantonista para, no máximo, dez pacientes. 4.1.2.7 – Biblioteca local ou virtual (internet) adequada ao Programa de residência em MI. 4.1.2.8 _ um mínimo de SEIS leitos 4.1.3 – Corpo médico que disponibilize para a residência médica: Médico Coordenador do Programa de Residência Médica e Médicos Preceptores, todos com titulação em Medicina Intensiva. O médico diarista ( um para cada seis pacientes) quando presente deve ter a mesma titulação referida; 4.1.4 – Dispor de, no máximo, UM especializando para cada TRÊS leitos. 4.1.5 – Dispor de supervisão técnica exclusiva aos residentes, no próprio local do programa, na relação de dois preceptores para cada três residentes.

4.1.6- O residente não poderá acumular a função de plantonista da UTI. É indispensável que esteja sempre sob supervisão. 4.1.7- A carga horária semanal é de 60 horas. Caso a coordenação da residência opte por complementar a formação do residente mediante plantão semanal, esse deverá ser no período noturno, no máximo 12 horas/semana e, desde que o total de horas não ultrapasse 60 horas semanais .

A carga horária deverá ser distribuída de forma a contemplar em torno de 20 % dos conteúdos em atividades teóricas, incluindo, mas não se limitando a – sessões de atualização, seminários, correlação clínico-patológica, discussão de caso, cursos, debates, atualizações, entre outras.

4.1.8 – Estágios, como forma de complementar ou suplementar a formação do residente, em serviços conveniados, cuja UTI tenha alvará de licença sanitária para funcionamento segundo Normas da AMIB/ANVISA, por período não superior a dois meses por ano. É obrigatório que durante sua formação tenha experiência em unidades de Pós-operatório de Cirurgia Cardiovascular, UTI de Trauma e UTI de Queimados.

4.1.9 - Deverá ser oferecida Bolsa Auxílio no valor mínimo definido por referência pela CNRM.

Page 20: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

4.2- DO PROCESSO SELETIVO DOS CANDIDATOS AO PROGRAMA 4.2 - Inscrições 4.2.1- A instituição responsável por programa de residência médica deverá enviar à Secretaria Executiva da CNRM, o Edital do Concurso de seleção de candidatos, até 15 dias antes da data do início da inscrição, bem como comprovar sua publicação. 5.2.2 - Do Edital do Concurso deverão constar: o número de vagas (respeitando o estipulado nas

Condições Gerais); os critérios de seleção; indicação do período e local da inscrição; relação dos documentos exigidos para inscrição: fotocópia da carteira de identidade, comprovante de inscrição no Conselho Regional de Medicina e declaração da instituição de ensino onde cursa o último ano de do curso médico para o programa integrado ou o segundo ano de residência em especialidade da área básica para o programa tradicional.

4.2.3 – A instituição deverá publicar em Diário Oficial ou em Jornal de grande circulação do

Estado o Edital de Inscrição até 15 dias antes do início da inscrição.

4.2.4 – Os programas de residência deverão iniciar até o primeiro dia útil do mês de março de

cada ano.

4.2.5 – As instituições responsáveis por programa de residência deverão enviar à CNRM de

Formação, até 30 de junho da cada ano, a relação dos médicos residentes matriculados no programa.

4.2.6 - Os candidatos deverão satisfazer pré-requisitos já enumerados no Item 1. (DAS CONDIÇÕES GERAIS).

4.3- FORMA DE AVALIAÇÃO PARA INGRESSO NO PROGRAMA E RESULTADOS 4.3.1 - Os candidatos aos programas residência serão selecionados de acordo com a normas vigentes da CNRM/MEC

4.3.2 - Serão encaminhados à CNRM cópia da ficha de inscrição de cada candidato, pontuação obtida pelos mesmos e a classificação obtida pelo mesmo..

4.4 – AVALIAÇÃO PERIÓDICA DOS RESIDENTES 4.4.1 – Os residentes deverão realizar avaliação semestral com objetivo de acompanhamento do aprendizado.

Page 21: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

4.5 – DAS OBRIGAÇÕES DOS RESIDENTES 4.5.1. – Respeitar as normas da Instituição, conforme estabelecido em seu Regimento Interno, bem como as determinações emanadas da Direção Técnica e/ou Clínica; 4.5.2 – Cumprir os horários e as atividades diárias do serviço, conforme orientação do chefe da UTI e Coordenador do programa. 4.5.3 – Seguir as orientações e condutas estabelecidas pelos médicos do Serviço, instrutores, coordenador e chefe do Serviço; 4.5.4 – Comunicar ao Coordenador qualquer irregularidade no desenvolvimento do estágio, sejam elas relacionadas ao próprio Serviço ou à instituições coligadas; 4.5.5 – Responder prontamente a todas as solicitações formuladas pela CNRM 4.5.6 – Apresentar ao fim do primeiro semestre do segundo ano uma MONOGRAFIA como trabalho de conclusão da Residência Médica, que será avaliada pela CFI/AMIB/AMB.

50 - CREDENCIAMENTO 5.1- A solicitação do credenciamento à Comissão Nacional de Residência Médica far-se-á em modelo próprio que será protocolado. 5.2- O programa somente terá seu credenciamento autorizado, após ser realizada visita pela CNRM ou por pessoas por ela designadas. É vetado início de Programa de Residência em Medicina Intensiva antes do processo de credenciamento estar concluído.

60 – DESCREDENCIAMENTO

6.1 - Residências que não tiverem candidatos por dois (2) anos consecutivos deverão solicitar novo credenciamento. 6.2- A cada cinco (5) anos deverá ser realizado novo recadastramento.

70 - DA AVALIAÇÃO PERIÓDICA DO PROGRAMA

7.1- A manutenção do credenciamento, far-se-á anualmente, de acordo com os critérios estabelecidos pela CNRM, dentre os quais merecem especial destaque:

Page 22: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

? Visitas da CNRM ao Centro Formador ? Análise da produção científica ? Análise do desempenho dos residentes na prova para Título de Especialista. ? Estudo da continuidade programática – Vide Normas para Conceituação do Programa

7.2 – O órgão fiscalizador é de responsabilidade da CNRM.

80- COORDENAÇÃO E PRECEPTORIA

Os responsáveis pela coordenação e preceptoria das residências devem ser capazes de atender ao conjunto de RECOMENDAÇÕES técnicas discriminadas pela AMIB, entre as quais: 8.1 – Responder integralmente, e dentro do prazo estabelecido pela CFI/AMIB, às informações cadastrais, sempre que tal procedimento for considerado necessário pela CNRM/AMIB, zelando pela veracidade das informações prestadas;

8.2 – Zelar pelo bom padrão de qualidade do programa, observando o cumprimento da programação definida e

aferindo constantemente a supervisão oferecida pelos demais profissionais do serviço às atividades dos residentes.

8.3 – Estar atento para que os Residentes, e demais médicos do serviço, observem estritamente em sua atividade diária, os preceitos ditados pelo Código de Ética Médica, bem como as Resoluções do CFM, Conselho Regional de Medicina e Recomendações da CNRM/AMIB; 8.4 – Exigir dos Residentes e demais profissionais da equipe multidisciplinar da UTI que respeitem os Direitos dos Pacientes assim como aos princípios bioéticos da Medicina Intensiva brasileira; 8.5 – Responder prontamente a todos as solicitações formuladas pela CNRM; 8.6 – Participar de eventuais reuniões convocadas pela CNRM, ou quando impossibilitado, assegurar a participação de outro representante do serviço; 8.7 – Informar prontamente, e com os detalhes pertinentes, a ocorrência de eventuais irregularidades no desenvolvimento do programa; 8.8 – Acompanhar visita ao serviço por parte do membro da CNRM ou seu representante, cuja finalidade é a verificação “in locu” das condições nas quais vem sendo desenvolvido o programa de treinamento, assim como prestar esclarecimentos eventualmente necessários; 8.9 – Providenciar ao final do estágio - desde que atendidas as exigências legais -, o envio da Declaração de Conclusão do Programa aos cuidados da CNRM; 8.10 – Cuidar para que os Residentes desenvolvam suas atividades diárias, respeitando as normas da Instituição, conforme estabelecido no Regimento Interno do Corpo Clínico; da mesma forma deverão cumprir com as determinações emanadas da Direção Técnica e ou Clínica de suas instituições. 8.11 – Encaminhar a Monografia dos Residentes de segundo ano para avaliação pela CFI/AMIB.

90 – MEDICINA INTENSIVA ADULTO

Page 23: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Programa Teórico-Prático

Todos os programas de origem dos residentes deverão estar credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica .

Os programas dos serviços credenciados deverão ser capazes de alcançar com a casuística e recursos próprios, treinamento para os médicos residentes nas áreas abaixo apontadas. Se for o caso, como forma de garantir treinamento nessas áreas, estabelecerá convênios com UTIs especializadas seguindo as referências já apontadas nesse texto a respeito de estágios.

São consideradas áreas de aprendizado e treinamento essenciais:

? Avaliação clínica do paciente gravemente enfermo ? Clínica Cirúrgica e não cirúrgica em geral ? Neurológicos e neurocirúrgicos ? Cardíacos e coronarianos ? Pós-operatório de grande porte e cirurgia cardíaca; ? Pneumologia intensiva ? Doenças renais e métodos diáliticos ? Trauma e Queimados ? Sepse e infecções graves ? ? São consideradas áreas aprendizado e treinamento opcionais: ? ? Emergências ? Endoscopia digestiva e respiratória ? Recuperação cirúrgica e anestésica ? Diagnóstico por imagem ? Cirurgia experimental ? Comissão de infecção hospitalar ? Comissão de Suporte Nutricional ?

Page 24: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Todos os temas do conteúdo programático ao serem abordados em seus aspectos teóricos devem levar em conta os seguintes elementos mínimos:

? Aspectos Semiológicos ? Aspectos Fisiopatológicos ? Diagnóstico clínico ? Monitorização ? Tratamento e Prevenção ? Prognóstico ? Aspectos da Medicina baseada em Evidência ? Aspectos Éticos & Legais ? Referências

1- CARDIO - CIRCULATÓRIO Arritmias cardíacas; Insuficiência coronariana aguda; Infarto agudo do miocárdio; Tamponamento Cardíaco; Trombólise; Dissecção aórtica; Emergências hipertensivas; Choque cardiogênico; Edema pulmonar cardiogênico; ICC; Reposição volêmica; Disfunção Diastólica; Monitorização hemodinâmica invasiva e não invasiva; Transporte de Oxigênio; Metabolismo do oxigênio em condições normais e patológicas; Reanimação cérebro-cárdio-respiratória. 2-RESPIRATÓRIO Oxigênioterapia; Insuficiência respiratória aguda; Trocas gasosas pulmonares; Estado de mal asmático; Embolismo pulmonar; DPOC agudizado; Síndrome da Angústia Respiratória Aguda; Broncoaspiração; Suporte ventilatório mecânico invasivo e não invasivo; Hipoventilação controlada e hipercapnia permissiva; Ventilação mecânica na Asma; SARA e DPOC; Ventilação líquida; Monitorização da ventilação mecânica; Capnografia; Barotrauma & Volutrauma; Pneumonia Associada á Ventilação; Desmame do suporte ventilatório; Oxigenioterapia Hiperbárica; Gasometria; arterial; Óxido Nítrico; Edema alveolar não cardiogênico.

3- INFECÇÃO E SEPSE Infecções comunitárias graves; Infecções nosocomiais; Infecções relacionadas a cateteres; Sepse em todo seu espectro; Choque Séptico; Síndrome da resposta inflamatória sistêmica; Disfunção de múltiplos órgãos e sistemas; Antibiotecoterapia em Medicina Intensiva; Endocardite Bacteriana; Meningites; Infecção em pacientes imunodeprimidos/Inclusive AIDS; Tétano, malária e leptospirose; Colite Pseudomembranosa; Translocação Bacteriana; Descontaminação seletiva do TGI.

4- NEUROLÓGICO

Page 25: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Estados alterados da consciência; Acidentes vasculares encefálicos; Trombolíticos em eventos encefálicos; Hipertensão endocraniana; Polirradiculoneurites; Estado de mal epiléptico; Morte cerebral; Miastenia Gravis; Pós-operatório em neurocirurgia.

5- GASTRO-INTESTINAL Hemorragia digestiva alta e baixa; Insuficiência hepática; Abdômen agudo; Pancreatite aguda; Colecistite aguda; Compartimento abdominal. 6- ENDÓCRINO & METABÓLICO. Coma hiperosmolar, hipoglicêmico e Cetoacidose; Crise tireotóxica; Coma mixedematoso; Insuficiência supra-renal aguda; Rabdomiólise; Calorimetria; Diabetes insipidus; Síndrome de secreção inapropriada de ADH. 7- RENAL Insuficiência renal aguda; Métodos dialíticos. Distúrbios Hidro-eletrolíticos e ácido-básicos. 8- PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO Avaliação do Risco Pré-Operatório; Indicações de cuidados intensivos; Circulação Extracorpórea; Cirurgia no paciente oncológico; Pós-operatório em transplantes; Abdome agudo clínico e cirúrgico; Sepse abdominal e as laparotomias programadas.

9-COAGULAÇÃO Coagulação intravascular disseminada e fibrinólise; Coagulopatia de consumo; Trombólise e anticoagulação; Uso de hemoderivados e substitutos do plasma. 10-POLITRAUMATISMO Politrauma; TCE; Trauma raquimedular; Trauma de face / cervical; Trauma de tórax; Trauma de abdome; Trauma de extremidades; Embolia gordurosa; Lesões Complexas de extremidades; Síndrome Compartimental abdominal; Síndrome Compartimental de extremidades.

11- GRANDE QUEIMADO Aspectos cirúrgicos; Reposição volêmica e suporte nutricional; Diagnóstico e tratamento das infecções;

Page 26: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

12- INTOXICAÇÕES EXÓGENAS E ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS, AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS.

13-TRANSPLANTE HEPÁTICO, CARDÍACO, RENAL E MEDULA ÓSSEA.

14- SUPORTE NUTRICIONAL Na sepse; No grande Queimado; No Trauma grave; Na Insuficiência Hepática e Renal; Imunomoduladores; Nutrição parenteral e enteral.

15- PROCEDIMENTOS INVASIVOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES .

Intubação traqueal; Traqueostomia Cirúrgica / percutânea; Cateterização arterial; Dissecção venosa / Acessos venosos por punção; Marcapasso; Cateterização da artéria pulmonar; Pericardiocentese; Drenagem pleural ; Punção liquórica.

16- IATROGENIA EM TERAPIA INTENSIVA

17- MÉTODOS DE IMAGEM EM MEDICINA INTENSIVA

18- ASPECTOS ÉTICOS E BIOÉTICOS DA MEDICINA INTENSIVA Princípios Bioéticos Pertinentes à prática da Medicina Intensiva; Direitos e deveres do paciente em tratamento intensivo; Não oferecer, dar e retirar em Medicina Intensiva; Distanásia, eutanásia, Não reanimar em tratamento intensivo; O paciente incompetente; A terminalidade; A Humanização em ambientes intensivos; A ética das relações no gerenciamento de conflitos em UTI; Futilidade e Obstinação terapêutica; Doação de Órgãos e Transplantação; Código de Ética Médica e Resoluções dos Conselhos e AMIB; Trabalho Interdisciplinar; O luto, a morte e o morrer – Tanatologia; Normas de Ética em Pesquisa.

19- SEDAÇÃO, ANALGESIA e BLOQUEIO NEUROMUSCULAR EM UTI.

Protocolos; Os direitos do paciente; Drogas, vias, esquemas posológicos; Situações especiais para infusão

contínua.

20- OBSTETRICIA

Page 27: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Eclampsia; Doença Hipertensiva na gravidez; Hellp Síndrome; Infecção pós-parto; sepse puerperal; Endomiometrites sépticas.

21- GERENCIAMENTO E ADMINISTRAÇÃO

Legislação sanitária; Pagamentos e convênios; Qualidade em MI; Indicadores hospitalares e de

gestão; Comissões hospitalares de apoios; gerenciamento de custos em UTI; Controladoria hospitalar.

22- TRANSPORTE DO PACIENTE GRAVE: INTRA E EXTRA-HOSPITALAR

23- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

24- ANÁLISE CRÍTICA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA

25- INDICADORES DE QUALIDADE E NORMAS MÍNIMAS DE FUNCIONAMENTO DE UTI’S

100 – MEDICINA INTENSIVA PEDIÁTRICA

Programa Teórico-Prático

1-AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE GRAVE

Escores de Gravidade e Prognóstico. Profilaxias

2- REANIMAÇÃO CÉREBRO-CÁRDIO-RESPIRATÓRIA

3- APARELHO CARDIO - CIRCULATÓRIO

Arritmias cardíacas; emergências hipertensivas; choque cardiogênico, hipovolêmico, distributivo e

obstrutivo; ICC e Edema Pulmonar; Monitorização hemodinâmica invasiva e não invasiva; Cardiopatias

Congênitas; Pré e pós operatório de cirurgia cardíaca;

Page 28: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

4- APARELHO RESPIRATÓRIO

Insuficiência respiratória aguda e crônica; Asma aguda grave, síndrome do Desconforto Respiratório

Agudo; Doenças respiratórias obstrutivas altas; Oxigenioterapia e Suporte ventilatório mecânico

(invasivo e não invasivo); Monitorização da ventilação mecânica; uso de gases especiais: Óxido Nítrico

e Heliox; Doenças respiratórias neonatais: doença da Membrana Hialina, Síndrome da aspiração de

mecônio e Displasia broncopulmonar.

5- INFECÇÃO E SEPSE

Sepse; Síndrome da resposta inflamatória sistêmica; Disfunção de múltiplos órgãos e sistemas;

Infecções relacionadas aos métodos invasivos; antibioticoterapia em Medicina Intensiva;

Meningoencefalites; endocardite Bacteriana; Infecção em pacientes imunodeprimidos; infecções

neonatais: tétano, infeções congênitas; dengue, leptospirose, e outras doenças infecciosas endêmicas;

6- NEUROLÓGICO

Comas em geral; Hipertensão endocraniana; Polirradiculoneurites; Estado epiléptico; Miastenia Gravis;

Infecções do sistema nervoso central; Noções de neuroimagem; asfixia e hemorragia neonatal; pré e

pós operatório de neurocirurgias; trauma craniano

7- GASTRIINTESTINAL

Hemorragia digestiva alta e baixa; Insuficiência hepática e medidas de suporte; pré e pós operatório de

grandes cirurgias abdominais; Abdômen agudo clínico e cirúrgico;

8- SISTEMA ENDÓCRINO METABÓLICO .

Coma hiperosmolar e cetoacidose diabética; hipoglicemia; Crise tireotóxica; Insuficiência supra renal

aguda; Rabdomiólise; Diabete insípido; Síndrome de secreção inapropriada de ADH

9- RENAL

Page 29: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Insuficiência renal aguda; Métodos dialíticos; Distúrbios hidro-eletrolíticos e ácido-básicos; pré e pós

operatório de grandes cirurgias urológicas e transplante renal;

10- PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO

Avaliação do Risco pré-operatório; Pós operatório de grandes cirurgias (abdominais, neurológicas,

renais, cardíaca ou torácicas); noções de Circulação Extracorpórea

11-COAGULAÇÃO

Coagulação intravascular disseminada, fibrinólise, Coagulopatia de consumo; Anticoagulação; Uso de

hemoderivados e substitutos do plasma .

12-POLITRAUMATISMO

TCE. Trauma raqui-medular. Síndromes compartimentais. Embolia gordurosa

13- GRANDE QUEIMADO 14- INTOXICAÇÕES EXÓGENAS E ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS , ACIDENTES POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS. QUASE

AFOGAMENTO.

15- TRANSPLANTE HEPÁTICO, CARDÍACO, RENAL E MEDULA ÓSSEA. MANUTENÇÃO DO

DOADOR E MANUSEIO DO PACIENTE TRANSPLANTADO. MORTE ENCEFÁLICA.

16- SUPORTE NUTRICIONAL

Nutrição parenteral e enteral: avaliação e acompanhamento nutricional, vias de acesso, indicações,

composição das formulações (em Insuficiência Respiratória; Queimado; Trauma; Insuficiência Hepática

e Renal; Sepse)

17- PACIENTE ONCOLÓGICO EM UTI

18- PROCEDIMENTOS INVASIVOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO . INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES .

Page 30: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Intubação traqueal / traqueostomia/cricotireotomia; Cateterização arterial; Dissecção venosa;

Cateterização venosa central e de artéria pulmonar; inserção de Marca-passo; Pericardiocentese e

drenagem pleural . Raquicentese; Cateterização da veia umbelical; Punção intra-óssea.

19- MÉTODOS DE IMAGEM EM MEDICINA INTENSIVA

20- ASPECTOS ÉTICOS DA MEDICINA INTENSIVA.

21- SEDAÇÃO, ANALGESIA e BLOQUEIO NEUROMUSCULAR EM UTI.

22- TRANSPORTE DO PACIENTE GRAVE: INTRA E EXTRA-HOSPITALAR

23- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

24- ANÁLISE CRÍTICA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA

25- INDICADORES DE QUALIDADE E NORMAS MÍNIMAS DE FUNCIONAMENTO DE UTI’S

Page 31: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

MEDICINA INTENSIVA

NEONATAL

Page 32: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA NA

ÁREA DE ATUAÇÃO NEONATOLOGIA/

MEDICINA INTENSIVA NEONATAL

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA

Departamento de Neonatologia – Ago/2003

Considerações iniciais

Page 33: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

A elaboração deste documento considera as seguintes decisões:

- Portarias do Ministério da Saúde normatizadoras da assistência ao recém-nascido números 31/1993 (atendimento na sala de parto), 1016/1993 (assistência em alojamento conjunto), 1.091/1999 (unidade de cuidados intermediários neonatal), 3.432/1998 (unidade de tratamento intensivo neonatal) e No 693/2000 (atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso) publicadas no Diário Oficial da União.

- Convênio entre a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), filiadas à Associação Médica Brasileira (AMB), celebrado em 27/12/01, que firma a elaboração e a certificação, em conjunto, do Certificado da Área de Atuação em Neonatologia/Medicina Intensiva Neonatal.

- Resolução 1 da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) de 14/05/2002. - Resolução do Conselho Federal de Medicina 1.666/2003, que trata como independentes as Áreas de

Atuação Neonatologia (da Especialidade Pediatria) e Medicina Intensiva Neonatal (da Especialidade Pediatria e da Medicina Intensiva).

Este documento também considera que:

- A mortalidade neonatal é o principal componente da mortalidade infantil no Brasil. - A formação de um neonatologista abrange a assistência ao nascido vivo desde o nascimento até, no

mínimo, 28 dias de vida, em vários níveis de complexidade, que incluem o atendimento em sala de parto, alojamento conjunto, unidade de cuidados intermediários e intensivos, transporte e acompanhamento ambulatorial.

- A formação de um neonatologista tem como pré-requisito dois anos de treinamento em pediatria. A seguir, para que o mesmo possa ser capacitado para o atendimento e/ou chefia de um serviço de neonatologia, que tem como componente imprescindível os cuidados intensivos neonatais, é necessário um treinamento de pelo menos 24 meses em período integral.

Page 34: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Capítulo I. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o. O programa de Residência na Área de Atuação Neonatologia/Medicina Intensiva Neonatal credenciável pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) deverá ser de acesso com pré-requisito de Residência Médica na Especialidade de Pediatria.

§ A duração do pré-requisito de Residência Médica em Pediatria será obrigatoriamente de dois anos em programas credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), conforme disposto na Resolução MEC/SES No1 de 14/05/2002.

Art. 2o. O ingresso deve ser através de processo seletivo público organizado por comissão de seleção e deve incluir prova de conhecimentos em Pediatria em nível de pós-graduação sensu-latu, entrevista, avaliação de curriculum vitae e histórico escolar.

Art. 3o. O treinamento na Área de Atuação Neonatologia/Medicina Intensiva Neonatal terá a duração de dois anos em período integral.

Art. 4o. O programa será desenvolvido com 80-90% de carga horária, sob a forma de treinamento em serviço, destinando-se 10-20% para atividades teórico-complementares.

Art. 5o. A instituição deverá ter estrutura, equipamento e organização necessários para o bom desenvolvimento do programa. Duas instituições, no máximo, poderão se unir para oferecer um único programa.

Art. 6o. O treinamento deverá ser realizado em maternidade ou em hospital geral com maternidade que deverá ter, no mínimo, cinco anos de existência com funcionamento contínuo.

Art. 7o. Na avaliação periódica do médico residente será utilizado o desempenho por escala de atitudes, que inclua assiduidade, pontualidade, responsabilidade, iniciativa, habilidades adquiridas, comportamento ético, relacionamento com a equipe de saúde e com a família, interesse e participação nas atividades teórico-práticas.

§1o A freqüência mínima das avaliações de desempenho será trimestral realizadas pelo responsável de cada setor.

§2o A critério da instituição poderá ser exigida monografia, apresentação ou publicação de artigo científico ao final do treinamento.

§3o Os critérios e os resultados de cada avaliação deverão ser do conhecimento do médico residente.

Page 35: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Art. 8o. O programa deverá ser avaliado pelo residente por ficha própria pré-estabelecida pela

coordenadoria do programa. A avaliação constará, no mínimo, dos seguintes itens: coordenadoria geral do programa, treinamento em serviço, atividades teórico-complementares e estrutura da instituição.

§1o A freqüência mínima das avaliações do programa será trimestral.

§2o Os critérios e os resultados de cada avaliação deverão ser do conhecimento da coordenadoria geral do programa e da chefia do serviço.

Art. 9o. A promoção do médico residente para o ano seguinte, bem como a obtenção do certificado de conclusão do programa, dependem de: - cumprimento integral de carga horária mínima de 2.880 horas (60 horas semanais,

incluindo plantões no máximo de 24 horas semanais durante 11 meses e férias de um mês) e

- aprovação obtida através do valor médio dos resultados das avaliações realizadas durante o ano, com nota mínima de sete.

Art. 10o O não cumprimento do disposto no artigo 9 será motivo de desligamento do médico residente do programa.

Capítulo II. DA COORDENAÇÃO DO PROGRAMA

Art. 11o A coordenadoria geral do programa deverá ser exercida por:

- Médico pediatra portador do Título de Especialista em Pediatria (TEP) com Certificado da Área de Atuação em Neonatologia/Medicina Intensiva Neonatal (TEN) conferido pela SBP, ou

- Médico pediatra Docente da área de Neonatologia/Medicina Intensiva Neonatal de Instituição Universitária com, no mínimo, titulação de Mestrado em Medicina - área de concentração Pediatria em instituição brasileira.

§1o Caso o coordenador possua o TEN registrado anteriormente à Resolução CFM 1.634/2002, o certificado corresponde ao referido no artigo 11.

§2o O coordenador geral deverá ser contratado da instituição por, no mínimo, 20 horas semanais.

§3o No caso da necessidade de duas instituições para a execução do programa, é preciso explicitar um único coordenador, que poderá ser alternado entre as instituições participantes.

Page 36: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Capítulo III . DO TREINAMENTO EM SERVIÇO

Art. 12o É obrigatório o treinamento, através de atividade clínica diária, nos setores de assistência ao recém-nascido: sala de parto, alojamento conjunto, cuidados intermediários neonatais, cuidados intensivos neonatais, transporte neonatal e acompanhamento ambulatorial de recém-nascidos.

§1o O residente no primeiro ano deverá ter a carga horária mínima de: - sala de parto: 20% ou recepção ao nascimento de, no mínimo, 200 recém-nascidos - alojamento conjunto: 20%, responsabilizando-se diariamente por, no mínimo, cinco

pacientes, e no máximo, dez pacientes - cuidados intermediários neonatais: 30%, responsabilizando-se diariamente por, no

mínimo, quatro pacientes e, no máximo, oito pacientes - cuidados intensivos neonatais: 20%, responsabilizando-se diariamente por, no mínimo,

dois pacientes, e no máximo, quatro pacientes - acompanhamento ambulatorial de recém-nascidos a termo, de risco e de muito baixo

peso: 10%

§2o O residente no segundo ano deverá ter a carga horária mínima de: - sala de parto de recém-nascidos de risco: 20% - cuidados intermediários neonatais: 10% - cuidados intensivos neonatais: 40%, responsabilizando-se diariamente por, no mínimo,

dois pacientes e, no máximo, quatro pacientes - transporte neonatal: 10% - acompanhamento ambulatorial de recém-nascidos de risco e de muito baixo peso: 20%

Art. 13o A supervisão constante do médico residente durante todo o treinamento deverá ser realizada por médicos pediatras diaristas e plantonistas exclusivos para a assistência neonatal.

§1o Dentre os médicos pediatras diaristas e plantonistas, 70% deverão ser portadores do Certificado da Área de Atuação em Neonatologia/Medicina Intensiva Neonatal (TEN) conferido pela SBP.

§2o Diariamente deverá ser realizada discussão dos casos clínicos sob responsabilidade do médico residente.

Page 37: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Capítulo IV. DA INSTITUIÇÃO

Art. 14o O programa deverá ser realizado em maternidade ou hospital geral com maternidade que presta assistência à gestante de risco, de acordo com a Portaria MS 3.018 de 19/06/98.

§1o Duas instituições, no máximo, poderão se unir para oferecer um único programa, desde que uma delas preste atendimento em nível de cuidados intensivos neonatais.

§2o O número anual de partos deverá ser, no mínimo, de 1.500.

Art. 15o A instituição deverá cumprir todos os requisitos seguintes, disponíveis no próprio

local em regime de 24 horas:

- Laboratório clínico para exames de urgência - Radiologia - Agência transfusional

Art. 16o A instituição deverá cumprir todos os requisitos seguintes, disponíveis no próprio local ou em outra instituição conveniada ou terceirizada: - Laboratório clínico completo com bacteriologia - Ultrassonografia - Eletrocardiografia - Ecocardiografia com Doppler - Diagnóstico por Imagem: radiologia com exames contrastados, tomografia, ressonância

magnética, cintilografia - Eletroencefalografia - Banco de leite humano (Portaria MS/GM 322 de 26/5/88) - Serviço de nutrição enteral e parenteral (Portaria SVS/MS 272 de 8/4/98) - Serviço de anatomia patológica e de verificação de óbito

Page 38: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Art. 17o A instituição deverá contar com as seguintes especialidades médicas e não médicas com

habilidades em pacientes pediátricos, no próprio local ou em outra instituição conveniada ou

terceirizada:

- Cirurgia - Cardiologia - Neurologia - Oftalmologia - Infectologia - Genética - Anatomia Patológica - Ortopedia - Nefrologia

- Cirurgia cardíaca - Neurocirurgia - Endocrinologia - Hematologia - Fisioterapia - Fonoaudiologia - Nutrição - Assistência Social - Psicologia

Art. 18o As instalações físicas da instituição deverão estar de acordo com o estabelecido na Portaria

MS/GM 1.884 de 11/11/94 sobre normas para projetos físicos de estabelecimentos

assistenciais de saúde.

Art. 19o A instituição deverá manter, conforme Portaria MS/GM 3.018 de 19/06/98, os seguintes:

- Comitê de estudos de mortalidade materna - Comitê de estudos de mortalidade neonatal - Comissão de controle de infecção hospitalar (Portaria MS/GM 2.616 de 12/05/98)

Art. 20o A instituição deverá proceder em conformidade com o artigo 10 do Estatuto da Criança e do

Adolescente de 12/10/90.

Art. 21o A instituição deverá realizar, no próprio local ou em outra instituição conveniada ou

terceirizada, as seguintes triagens:

- Fenilcetonúria, hipotireoidismo, hemoglobinopatia e fibrose cística (Portaria MS/GM 822 de 6/6/01) - Deficiência auditiva - Retinopatia da prematuridade.

Page 39: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Capítulo V. DOS SETORES DE TREINAMENTO EM SERVIÇO

Art. 22o Os setores de assistência ao recém-nascido devem obrigatoriamente incluir: sala de parto,

alojamento conjunto, unidades de cuidados intermediários e intensivos neonatais, transporte

neonatal e ambulatório de acompanhamento de recém-nascidos de termo e de risco, e de

recém-nascidos de muito baixo peso.

§1o Os setores deverão dispor de:

- Manuais e rotinas escritas atualizadas periodicamente dos procedimentos, treinamento e capacitação em nível assistencial médico e de enfermagem. - Impressos padronizados para o atendimento ao recém-nascido - Pesquisa aplicada à melhoria de protocolos clínicos e gerenciais - Nível adequado de atualização tecnológica - Sistema de informação aos familiares

§2o Os setores deverão calcular e divulgar os seguintes indicadores:

- Estatística vital, estratificada por peso ao nascer e idade gestacional. - Taxas de infecção hospitalar (Portaria MS/GM 2.616 de 12/05/98) - Qualidade de assistência hospitalar através da satisfação dos clientes internos e externos

Art. 23o A SALA DE PARTO deverá dispor, de acordo com as normas do Ministério da Saúde de

2001 e da Sociedade Brasileira de Pediatria, de:

- Recursos físicos: área para realizar a reanimação neonatal com pontos de oxigênio e vácuo. - Recursos materiais e equipamentos: mesa de três faces para reanimação em sala de parto ou em sala de reanimação neonatal com fonte de calor radiante; relógio; estetoscópio, sondas de aspiração traqueal e gástrica, balão auto-inflável completo, máscaras faciais, laringoscópio e cânulas traqueais; material para cateterismo umbilical, drenagem torácica e medicações; incubadora de transporte com oxigênio, ar comprimido, oxímetro e bomba de infusão; material para identificação da mãe e do recém-nascido; balança eletrônica.

Page 40: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

- Recursos humanos: equipe de pediatria e de enfermagem treinada em reanimação neonatal segundo as normas atualizadas da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Art. 24o O ALOJAMENTO CONJUNTO deverá dispor, segundo Portaria MS/GM 1.016 de

26/08/93, de:

- Recursos físicos: área mínima de 5m2 por leito materno e berço, sendo o máximo de 6 binômios mãe-filho por sala; 1 pia por sala; aspirador a vácuo central ou portátil. - Recursos materiais e equipamentos: cama, mezinha, berço, cadeira para cada binômio; balança eletrônica, régua antropométrica, fita de plástico; aparelhos de fototerapia; termômetro, oftalmoscópio; material de asseio; 1 carro com material de reanimação neonatal. - Recursos humanos: 1 pediatra/20 recém-nascidos, 1 enfermeiro/30 binômios e 1 auxiliar de enfermagem/8 binômios; equipe multiprofissional treinada em aleitamento materno.

§ As altas hospitalares não deverão ser dadas antes de 48 horas.

Art. 25o A UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS NEONATAIS deverá dispor,

segundo a Portaria MS/GM 1.091 de 25/08/99 de, no mínimo:

- Recursos físicos: área de 4,5 m2 por leito, com espaçamento de 1m entre os berços e paredes, exceto cabeceira; pontos de rede elétrica, oxigênio, ar comprimido e vácuo para cada leito; área de prescrição médica, cuidados e higienização; posto de enfermagem, sala de serviço, sala de acolhimento para amamentação e ambientes de apoio. - Recursos materiais e equipamentos: berços de calor radiante, incubadoras de parede simples e dupla, berços simples; material para reanimação, capacetes de oxigênio, 1 oxímetro de pulso/2 leitos, monitor cardíaco e de não invasiva; 1 bomba de infusão/2 leitos; 1 aparelho de fototerapia/4 leitos; bandejas para procedimentos de sondagem e punções; estetoscópio e termômetro; balança eletrônica, negatoscópio, oftalmoscópio e otoscópio; 1 ventilador/10-15 leitos e 1 conjunto de CPAP nasal/4 leitos. - Recursos humanos: 1 pediatra com TEN diarista exclusivo/15 leitos ou fração, 1 pediatra com TEP plantonista/15 leitos ou fração por turno de trabalho; 1 enfermeiro coordenador; 1 enfermeiro exclusivo da unidade/15 leitos ou fração; 1 técnico ou auxiliar de enfermagem/5 leitos ou fração por turno; 1 funcionário exclusivo pela limpeza do serviço.

Art. 26o A UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS NEONATAIS deverá dispor, segundo a

Page 41: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Portaria MS/GM 2.919 de 9/06/98 e 28/03/00 de, no mínimo: - Recursos físicos: área de 6m2 por leito, com espaçamento de 1m entre os berços e paredes, exceto cabeceira; pontos de rede elétrica, oxigênio, ar comprimido e vácuo para cada leito; ambiente climatizado com iluminação natural; relógios visíveis para os leitos. - Recursos materiais e equipamentos: berços de alto risco, incubadoras de parede dupla e umidificadas; 1 termômetro e 1 estetoscópio/leito; 1 oxímetro de pulso/leito, 1 monitor cardíaco/leito; 1 monitor de pressão não invasiva/leito; 1 ventilador/leito, 1 conjunto de CPAP nasal/2 leitos, 1 balão auto-inflável/leito; 2 bombas de infusão/leito; 1 aparelho de fototerapia/2-3 leitos; bandejas para procedimentos de sondagem, punções e acessos venosos; balança eletrônica, monitor de pressão invasiva, capnógrafo, negatoscópio, oftalmoscópio e otoscópio; 1 ressuscitador com monitor. - Recursos humanos: 1 pediatra responsável técnico com Certificado de Área de Atuação de Neonatologia/Medicina Intensiva Pediátrica (TEN) ou Certificado de Área de Atuação de Medicina Intensiva Pediátrica (TETIP); 1 pediatra com TEN ou TETIP diarista exclusivo/5 leitos ou fração, nos turnos da manhã e tarde; 1 pediatra com TEP plantonista/5 leitos ou fração; 1 enfermeiro coordenador exclusivo da unidade; 1 enfermeiro exclusivo da unidade/5 leitos ou fração por turno de trabalho; 1 técnico ou auxiliar de enfermagem/2 leitos ou fração por turno; 1 fisioterapeuta/5 leitos ou fração em cada turno; funcionário exclusivo pela limpeza do serviço.

Art. 27o A atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso (método mãe-canguru) é normatizada conforme Portaria MS 693/2000 que incorpora o acesso aos pais e a colocação de assentos removíveis à beira do leito durante o atendimento nas unidades de cuidados intensivos e de cuidados intermediários.

Art. 28o O TRANSPORTE NEONATAL intra-hospitalar e/ou inter-hospitalar necessita de: - Recursos materiais e equipamentos: incubadora; material para oxigenoterapia, ventilação, infusão de líquidos, monitorização; medicamentos; coleta de exames e preparo de soluções. - Recursos humanos: 1 pediatra com TEN e 1 enfermeira especializada em cuidados intensivos neonatais.

Art. 29o O AMBULATÓRIO DE RECÉM-NASCIDOS A TERMO deverá atender ao binômio

mãe-filho inicialmente na primeira semana de vida e dispor de equipe constituída de

pediatra e enfermeira treinados em aleitamento materno.

Art. 30o O AMBULATÓRIO DE RECÉM-NASCIDOS DE RISCO E DE MUITO BAIXO PESO deverá dispor de: - equipe constituída de pediatra, neurologista, oftalmologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e assistente social, preferencialmente treinados em atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso.

Page 42: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

- acompanhamento mínimo de 3 anos de idade corrigida.

Capítulo VI. DAS ATIVIDADES TEÓRICO-COMPLEMENTARES

Art. 31o As atividades teórico-complementares compreendem: discussão de casos clínicos

multidisciplinares, sessões clínico-laboratoriais, sessões clínico-radiológicas, sessões anátomo-clínicas, sessões de perinatologia com discussões das causas de óbitos perinatais, discussão de artigos científicos, aulas teóricas, cursos, palestras e seminários.

§1o Nas atividades teórico-complementares devem constar, obrigatoriamente, temas e noções básicas relacionadas à Bioética, Ética Médica e Ética em Pesquisa; Epidemiologia, Metodologia Científica e Bioestatística.

§2o As atividades teórico-complementares devem incluir, obrigatoriamente, a participação em atividades relacionadas à Estatística Vital, ao Controle de Infecção Hospitalar Neonatal e à Qualidade de Assistência Hospitalar.

§3o Os cursos teórico-práticos obrigatórios compreendem: - Reanimação neonatal (8 horas) - Aleitamento materno (18 horas) - Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso (40 horas)

§4o As atividades teórico-complementares devem ser mantidas em registros adequados.

Art. 32o O conteúdo programático deverá incluir:

- Organização da assistência perinatal - Estatística vital - Humanização do cuidado intensivo neonatal: medidas de conforto do recém-nascido doente, estímulo à formação do vínculo mãe-filho, cuidado paliativo em neonatologia - Aspectos bioéticos em neonatologia - Temas de obstetrícia: gravidez na adolescência, prematuridade, retardo de crescimento intra-uterino, gemelaridade, síndromes hipertensivas na gravidez, diabetes na gestação, isoimunização Rh, infecções, rotura prematura das membranas, sofrimento fetal, traumas de parto e outros temas de medicina fetal - Classificação e avaliação do recém-nascido de risco, escores de gravidade - Aspectos especiais do recém-nascido como termorregulação, balanço hidro-eletrolítico, monitorização, dor e síndrome de abstinência - Abordagem nutricional: aleitamento materno, nutrição enteral e parenteral - Doenças do período neonatal: incidência, etiologia, fisiopatologia, diagnóstico, tratamento, prognóstico e prevenção

Page 43: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

- Medicamentos na gestação, parto, lactação e no período neonatal - Detecção precoce de doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo, anemia, falciforme, fibrose cística, deficiência auditiva e retinopatia da prematuridade - Avaliação do risco pré-operatório e complicações pós-operatórias: hérnia diafragmática, ligadura do canal arterial, fechamento de defeitos de parede abdominal, obstrução intestinal, enterocolite necrosante, malformações do trato gastrintestinal, hidrocefalia, meningomielocele, outras cirurgias do sistema nervoso central, cirurgias definitivas ou paliativas para correção de defeitos cardíacos - Transporte neonatal - Crescimento e desenvolvimento do recém-nascido de risco e de muito baixo peso

§ As doenças e sua abordagem preventiva e/ou terapêutica mais freqüentes no período neonatal

incluem:

- Asfixia perinatal, dilemas éticos na reanimação, traumas de parto - Sistema respiratório: síndrome do desconforto respiratório, síndrome do pulmão úmido, síndrome de aspiração de mecônio, hipertensão pulmonar persistente neonatal, apnéia da prematuridade e displasia broncopulmonar; reposição de surfactante pulmonar, CPAP nasal, ventilação mecânica convencional, sincronizada e de alta freqüência, uso de óxido nítrico, monitorização da função pulmonar - Sistema cardiovascular: persistência do canal arterial, arritmia cardíaca e cardiopatias congênitas, choque, monitorização hemodinâmica, suporte vasopressor, pré- e pós-operatório de cirurgia cardíaca - Distúrbios metabólicos da glicose, cálcio, magnésio, doença metabólica óssea e erros inatos do metabolismo - Distúrbios do equilíbrio ácido-básico e hidroeletrolíticos - Problemas hematológicos: anemia do prematuro, policitemia, doenças hemorrágicas, doenças hemolíticas, coagulação intravascular disseminada, uso de hemoderivados - Hiperbilirrubinemia do recém-nascido a termo e pré-termo, fototerapia e exsanguíneo transfusão - Problemas renais: insuficência renal aguda, hipertensão arterial e nefropatias e uropatias congênitas, terapia dialítica - Problemas do trato gastrintestinal: distúrbios da sucção e deglutição, refluxo gastroesofágico, enterocolite necrosante, malformações do tratogastrintestinal, pré- e pós-operatório de cirurgia abdominal - Infecções congênitas: AIDS, sífilis, toxoplasmose, citomegalovirose, hepatites, rubéola e herpes

Page 44: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

- Infecções de origem materna e ambiental: sepse, insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas, meningite, pneumonia, diarréia, conjuntivite, onfalite, osteomielite, artrite, infecção do trato urinário, infecções fúngicas e virais, antibioticoterapia, medidas de controle de infecção hospitalar. - Distúrbios neurológicos: encefalopatia hipóxico-isquêmica, hemorragia intra-periventricular, convulsão, hidrocefalia, malformações e infecções do sistema nervoso central, avaliação e tratamento da dor, pré- e pós-operatório de neurocirurgia - Síndromes genéticas - Afecções oftalmológicas: catarata congênita, retinoblastoma, coriorretinite e retinopatia da prematuridade - Deficiência auditiva

Art. 33o

Os recursos didáticos para o desenvolvimento das atividades teórico-complementares deverão

compreender:

- sala de reuniões e/ou aulas - recursos de projeção para transparência, slide ou multimidia - computador com acesso à internet - biblioteca

Capítulo VII. DA CAPACITAÇÃO

Art. 34o

Ao término do treinamento o médico residente deverá ter a capacidade de na: ? Área Cognitiva - Organizar a assistência perinatal - Interpretar e discutir os dados de morbimortalidade perinatal - Diferenciar os recém-nascidos de alto e médio risco - Realizar monitorização dos sinais vitais - Conhecer a etiologia, fisiopatologia e o diagnóstico das doenças neonatais - Interpretar exames subsidiários laboratoriais, gráficos e de imagem - Tratar e prevenir as doenças prevalentes no período neonatal - Prescrever nutrição enteral e parenteral - Conhecer a morbidade associada ao transporte neonatal - Avaliar o risco pré-operatório e as complicações pós-operatórias

Page 45: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

- Formular o prognóstico neonatal e pós-neonatal - Acompanhar o desenvolvimento de recém-nascidos de risco, incluindo os de muito baixo peso - Orientar os pais quanto aos cuidados com o recém-nascido - Avaliar e orientar a alta hospitalar do recém-nascido - Favorecer o vínculo mãe-filho e a humanização ao atendimento perinatal

? Área Afetiva - Reconhecer a importância de assistir globalmente o recém-nascido e sua família - Sensibilizar a família da importância e manutenção do aleitamento materno - Sensibilizar-se ante à separação mãe-filho nas internações - Reconhecer os aspectos bioéticos que envolvem o paciente de extremo baixo peso, a presença de doença grave e/ou de anomalia congênita e a morte no período perinatal - Reconhecer a importância do trabalho em equipe e multiprofissional - Adquirir e/ou desenvolver o espírito científico e buscar atualização.

? Área Psicomotora - Examinar o recém-nascido - Iniciar o atendimento imediato incluindo procedimentos de reanimação - Realizar monitorização da temperatura, cardiorrespiratória e hemodinâmica - Manusear incubadora, berço aquecido, monitor cardíaco e de pressão, oxímetro e capnógrafo, bombas de infusão, bilirrubinômetro, aparelhos de fototerapia e ventiladores - Realizar sondagem naso-orogástrica, intubação traqueal, ventilação manual e mecânica, cateterismo umbilical arterial e venoso, administração de surfactante, medida de pressão arterial invasiva e não invasiva - Realizar punção capilar, arterial, venosa, lombar, abdominal e vesical - Realizar acesso vascular central por punção percutânea, drenagem torácica e exsanguíneo-transfusão - Colher exames laboratoriais - Seguir técnicas para antissepsia pessoal, de equipamentos e ambiental - Transportar recém-nascidos criticamente doentes

Page 46: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

NEUROLOGIA INFANTIL

Page 47: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO E PROGRAMA DE RESIDÊNCIA NA

ÁREA DE ATUAÇÃO EM NEUROLOGIA INFANTIL

As informações contidas nesta proposta são provenientes de documento preparado

pela Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil e pelos Departamentos de Neurologia

Infantil da Academia Brasileira de Neurologia e Neurologia da Sociedade Brasileira de

Pediatria, em Novembro de 2002. Foram adicionadas informações provenientes da lista de

procedimentos em Neurologia Infantil preparada em junho de 2003 pelo Departamento de

Neurologia da SBP e no Programa de Treinamento em Neurologia Infantil, elaborado pela

Prof. Maria Valeriana Moura Ribeiro e previamente discutido pelas instituições acadêmicas

com treinamento em Neurologia Infantil.

INTRODUÇÃO E HISTÓRICO

A Neurologia Infantil (NI) é uma especialidade médica exercida de forma

regular no Brasil há mais de 40 anos. No momento existem cerca de 350

neurologistas infantis em atividade no país, que se especializaram no exterior ou em

um dos 17 centros de formação do Brasil, localizados nos estados do Rio Grande

do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A cada ano, cerca de 25

novos profissionais concluem o treinamento nessa área, em 7 programas de

residência médica reconhecidos pela CNRM e em 10 programas de estágio ou

curso de especialização realizados em período integral e por pelo menos dois anos.

A NI é uma especialidade que tem objeto de estudo definido, detém uma

semiologia própria e complexa, utiliza um variado repertório de exames

complementares e exerce funções médicas singulares. A formação desse

profissional é bastante elaborada e exige competências específicas em Pediatria e

Page 48: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

em Neurologia. Trata-se de uma especialidade de diferenciação terminal, ou seja, o

neurologista infantil não cuida de adultos com problemas neurológicos nem pratica

pediatria geral. Todos os programas de formação do NI atualmente existentes

exigem pelo menos um ano de treinamento em Pediatria (a maior parte solicita dois

anos), seguidos de seis meses ou 1 ano de formação de Neurologia Geral e por um

ano e meio a dois anos e meio totalmente dedicados a NI.

Apesar de todas essas peculiaridades, a resolução 1634/2002 da CNRM,

AMB e CFM considerou a NI uma área de atuação da Neurologia e da Pediatria e

não uma especialidade médica. Subseqüentemente a CNRM deliberou que o

treinamento nas áreas de atuação teria duração de apenas um ano. Essa decisão

inviabiliza a formação do neurologista infantil e possibilita a certificação de

profissionais vindos da Neurologia (sem treinamento em Pediatria) e da Pediatria

(sem treinamento em Neurologia de adulto).

A formação do neurologista infantil é complexa e o modelo proposto

atualmente, isto é, como área de atuação da neurologia ou da pediatria, com

apenas um ano de bolsa impossibilita um treinamento adequado.

PROGRAMA DE TREINAMENTO EM NEUROLOGIA INFANTIL

A Neurologia Infantil constitui disciplina voltada ao estudo do

desenvolvimento normal e anormal do sistema nervoso central, periférico e

neuromuscular, a partir do feto, envolvendo os recém nascidos, os lactentes, os pré

-Escolares, os escolares e os adolescentes.

O treinamento tem como finalidades 1) estabelecer claramente os padrões de

conhecimentos e habilidades exigidas para a prática da NI em nível terciário,

Page 49: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

procurando oferecer diferenciação aos profissionais em formação no Brasil; 2)

melhorar as condições de atendimento e orientação das crianças com distúrbios

neurológicos nos serviços médicos, extensivos aos pais ou responsáveis e á

profissionais de outras especialidades (médicas e não médicas) relacionados com a

saúde; 3) encorajar o desenvolvimento de centros terciários complementares de NI

que propiciaria treinamento em pesquisa.

O programa de formação deve ser desenvolvido em centros com

infraestrutura hospitalar de atendimento terciário, visando orientar a formação de

profissionais, seja à partir da Pediatria como, também, da Neurologia, obedecendo

conteúdo programático organizado por profissionais diferenciados e competentes

em Pediatria, Neurologia e Neurologia Infantil. A NI em tempos atuais, frente aos

avanços nos conhecimentos do neurodesenvolvimento, do entendimento sobre as

doenças neurológicas próprias da criança, dos avanços laboratoriais, genéticos e

neuro - imagem, tem exigido ampliação e remodelação do seu campo de atuação.

Por se tratar de especialidade definida e aceita pela SBP e ABN, o programa

exige conhecimentos e treinamento em serviço junto à Pediatria, envolvendo

habilitação no atendimento global da criança e adolescente, como, também, suporte

no treinamento competente em Neurologia, tendo em mente a capacitação no

entendimento das doenças que acometem o adulto e a criança.

Esse treinamento requer denso conteúdo programático que deve ser revisado

periodicamente, obedecendo a dinamicidade dos avanços com repercussão na

recuperação das potencialidades da criança, valorizando:

a) aprendizado básico sobre os conhecimentos do sistema nervoso em

desenvolvimento em seus padrões normais e anormais;

b) aprendizado sobre avaliação neurológica, com atuação direta no paciente,

supervisionado por docentes competentes em doenças neurológicas agudas e

crônicas, que acometam as crianças;

Page 50: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

c) centros com infraestrutura e equipamentos simples e de alta complexidade,

configurando excelência de atendimento em hospitais ou centros terciários;

d) aprendizado multidisciplinar envolvendo outras especialidades como: psicologia,

psiquiatria, genética, neuroradiologia e laboratórios especializados (líquor,

neurofisiologia clínica, genética, etc...).

CONTÉUDO PROGRAMÁTICO DA NEUROLOGIA INFANTIL

? Padrões de desenvolvimento neurológico normal e anormal.

? Neurodesenvolvimento (embrionário e fetal) normal e anormal.

? Neurologia neonatal ( doenças agudas e crônicas )

? Doenças neuromusculares.

? Cefaléias

? Encefalopatias progressivas e não progressivas.

? Distúrbio do movimento.

? Epilepsias.

? Distúrbio do aprendizado.

? Doenças neuro-psiquátricas

? Coma.

? Neuro infecções (infecções congênitas e adquiridas).

? Doença cérebro vascular.

? Doenças medulares.

? Doenças congênitas.

? Doenças metabólicas.

? Doenças desmielinizantes

? Malformações congênitas e cromossomopatias.

? Neoplasias.

? Síndromes neurocutâneas.

Page 51: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

? Emergências neurológicas ( UTI neonatal e pediátrica e pronto atendimento).

? Doenças sistêmicas com manifestações neurológicas.

? Procedimentos de diagnóstico (laboratório, neuroimagem).

? Neurofisiologia clínica (eletroencefalografia, polissonografia,

eletroneuromiografia).

? Terapêutica (farmacoterapia e reabilitação).

? Neurologia clínica (adultos)

? Cuidados multidisciplinares (integração com psicologia, psicopedagogia,

fisioterapia, foaudiologia).

? Ética em Neurologia Infantil.

ESTRUTURA DO PROGRAMA

O treinamento deve ser realizado em tempo integral em instituição que ofereça

corpo docente adequadamente treinado, pesquisa, programas de educação

continuada, biblioteca e equipe multidisciplinar. Os residentes devem ser

incentivados a participarem de congressos apresentando temas-livre e/ou

apresentarem monografia na conclusão do curso.

PROCEDIMENTOS DE ATUAÇÃO NA PRÁTICA CLÍNICA DO NEUROLOGISTA

INFANTIL

1. Fundoscopia (exame em geral incluído na consulta neurológica)

2. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor (exame em geral incluído na

consulta neurológica)

3. Punção lombar, subocciptal e transfontanelar para diagnóstico

4. Punção lombar para tratamento intratecal (quimioterapia, etc...)

5. Biópsia muscular e de nervo periférico

Page 52: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

6. Procedimentos de neurofisiologia (se tiver treinamento específico) tais como –

eleltroencefalografia, polissonografia, eletroneuromiografia, potenciais evocados

7. Ultrassonografia transfontanelar

10. Uso de toxina botulínica para tratamento da espasticidade

11. Interconsultas a nível hospitalar em crianças com patologias clínicas e

intercorrencias neurológicas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Sociedade Brasileira de Pediatria, através de seu Departamento Científico de

Neurologia, solicita a CNRM que estabeleça como tempo mínimo para formação do

Neurologista Infantil o período de quatro anos; isto é, 2 anos na especialidade mãe

(Neurologia ou Pediatria) e dois anos na área de atuação de Neurologia Infantil (para os

egressos da Pediatria o programa ficaria 6 meses em Neurologia clínica – adultos e 18

meses em Neurologia Infantil).

Dra. Magda Lahorgue Nunes Presidente do departamento Científico de Neurologia Sociedade Brasileira de Pediatria

Page 53: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

NEFROLOGIA PEDIÁTRICA

Page 54: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL MÉDICO QUE SE

DESTINA A LIDAR COM AS DOENÇAS RENAIS DE CRIANÇAS E DE

ADOLESCENTES.

Ao propor uma reflexão sobre a formação do médico que se destina a cuidar das

crianças e adolescentes portadoras das diversas doenças que afetam os rins e o trato urinário,

é importante que se faça uma revisão histórica e uma avaliação destituída de idéias

preconcebidas.

AÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Cuidados Primários e Secundários

A Pediatria brasileira iniciou suas atividades por volta de 1881 com o Dr Carlos

Arthur Moncorvo de Figueiredo respondendo à necessidade de um melhor atendimento

médico à criança. Progressivamente os médicos foram percebendo que a criança não é um

adulto em miniatura e que uma parcela dos médicos deveria se envolver com o entendimento

do ser humano durante sua fase de desenvolvimento neuro, psíquico, ponderoestatural. Assim

chegamos aos dias de hoje com os pediatras tendo como sua área de atuação o atendimento

da criança desde o período intra-útero até o final da adolescência

Para tanto, o profissional deve ter uma formação pediátrica que o habilite na

abordagem comportamental desses seres em evolução bem como nos processos

que debilitam momentaneamente, a sua saúde e que requerem pronta e correta

intervenção (cuidados primários e cuidados secundários).

Impossível, para o pediatra que cursou e se especializou na pós-graduação através

da residência médica em pediatria, ir além desses cuidados primários e

secundários. E isto não é desdouro para nenhum de nós que nos formamos

pediatras por este caminho. O que ocorre, no momento, em todo o mundo, é que os

avanços tecnológicos nos métodos de recomposição da saúde têm acontecido de

tal ordem que é impossível a qualquer ser humano dominá-los em sua magnitude e

Page 55: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

eficiência. Como por exemplo podemos nós, pediatras, abordar a patologia dos

neonatos sem um profundo treino e reciclagem com os neonatologistas? Como nos

intrometer nas complexas condições clínico-cirúrgicas de uma criança cardiopata?

E os processos cirúrgicos que devem ser desincumbidos pelo cirurgião pediatra,

ainda assim de conformidade com a área a que se dedica – urologia,

gastroenterologia, cardiologia, neurologia cirúrgicas e outras? Seria inconcebível

que um cirurgião geral se dispusesse a fazer todas estas cirurgias. Assim, pois, em

todo o mundo, não se pode conceber, frente a que argumentação seja, que nós

pediatras estejamos aptos a desempenhar a abordagem de qualquer doença que

acometa crianças e adolescentes. Isto é uma questão, também tão óbvia que

nenhum de nós pediatras ousaria contestá-la.

Historicamente, a Pediatria lutou para alcançar o reconhecimento e necessidade de

sua atuação na recuperação da saúde de crianças e adolescentes. A criança foi,

por todo o universo, até princípios do século passado, considerada um adulto em

miniatura e, por isso mesmo, deveria ser tratada, como de fato era, quando

necessário, pelos especialistas de adultos: nefrologistas, pneumologistas,

cardiologistas, neurologistas e outros. Isto caiu por terra, sem maiores análises e

sim pela prática que se tornou cada vez mais dificultada para os especialistas de

adultos. Foi um acontecimento natural, sem necessidade de argumentações. É de

se ressaltar que jamais, em toda sua história, estes acontecimentos se revestiram

de qualquer prática de corporativismo e sim pela lógica científica e humana da

prática médica. Fica claro que, jamais as especialidades pediátricas devem se

distanciar da pediatria geral, a ela sempre prestando a assistência necessária bem

como a abertura para as referências imprescindíveis, acompanhadas das contra-

referências.

AÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Cuidados Terciários e Quaternários

Então, poderemos chegar à questão da formação desses pediatras que se

especializaram em áreas da Pediatria, colocando-se em condições de desenvolverem os

Page 56: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

cuidados terciários e quaternários, em crianças e adolescentes. A Nefrologia é uma delas.

A partir da segunda década do século passado, em todo o mundo, foi-se demonstrando a

necessidade de nefrologistas que tivessem formação pediátrica para atendimento à

crescente demanda de crianças nefro-uropatas, sérias candidatas à perda progressiva da

função renal. No nosso país, especialmente nas regiões sudeste e sul, começaram a surgir

serviços de Nefrologia Pediátrica, coordenados por pediatras que se especializaram no

exterior. Hoje são estruturas de incontestável valor que ademais, são importantes na

formação de especialistas com pré-requisito de residência completa em pediatria. Seria,

pois, a especialização necessária e incontestável do pediatra e não do clínico geral. Há

poucos anos, o MEC colocou a exigência de um ano de residência em Pediatria, para a

residência em Nefrologia. Na época, muitos de nós fomos a favor da residência de Pediatria

completa, por dois anos. Esta posição se fundamenta na clara necessidade de

conhecimentos seguros sobre crescimento e desenvolvimento infantil, a prevenção de

doenças e manutenção da saúde, doenças ósseas em um ser em crescimento, controle de

medicamentos, sobre a própria técnica da diálise e do transplante renal e tantos outros. E,

recentemente, com a introdução da medicina fetal e os diagnósticos das nefro-uropatias

fetais pela ultra-sonografia, abre-se, ainda mais, a necessidade de formação pediátrica

sólida dos profissionais que irão lidar com as doenças nefro urológicas na infância e na

adolescência.

Importante frisar que este acontecimento deu-se, também, sem maiores problemas

e, novamente, sem nenhuma conotação corporativista ou de outras intenções espúrias.

Afinal, foi uma conquista havida em todo o mundo e também aqui no Brasil. Conquista que

transfere os benefícios para a criança e o adolescente que perderam sua saúde e que

lutam para sua recuperação, em serviços especializados para sua assistência, na maioria

das vezes, com equipe interdisciplinar.

A PERTINÊNCIA DESTA EXPOSIÇÃO

Surpresos, tomamos conhecimento que a Comissão Mista de Residência Médica

determina, no momento, através de resolução, apenas 1 ano, correspondendo ao R3, para a

formação do nefrologista pediátrico, e não 2 anos como estabelecido em todos os programas

de formação de nefrologistas pediátricos de todas as instituições do Brasil capacitados para

essa formação. Tal medida, destituída do mínimo respaldo técnico e científico, representa um

Page 57: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

retrocesso no sistema de saúde brasileiro. É uma medida que está a perturbar a todos nós e,

cabe a pergunta: com que finalidade? Ademais, qual a diferença entre a especialização do

nefrologista que assiste o adulto, mantida como programa de 2 anos, a a do nefrologista

pediátrico?. A complexidade dos conhecimentos é, no mínimo, a mesma e a formação de

ambos envolve os mesmos tópicos. Em adição, nenhum dos serviços reconhecidos pelo

próprio MEC foi sequer consultado. Quebra-se o timão de um barco que conduzia carga

preciosa e merecedora de todo o nosso respeito: o Feto, a Criança e o Adolescente

brasileiros.

Os Congressos Brasileiros de Nefrologia Pediátrica são realizados a cada dois anos

desde 1981. A prova para a obtenção do Título de Especialista em Pediatria, área de

atuação em Nefrologia Pediátrica é aplicada durante o congresso Brasileiro de

Nefrologia Pediátrica desde 1993. Há atualmente 167 especialistas com esse título

em todo o Brasil. Vários destes especialistas têm realizado cursos de pós-

graduação no país e no exterior. Destaca-se também a participação dos

nefrologistas pediátricos brasileiros em congressos internacionais da especialidade

com apresentação de trabalhos, publicações em periódicos nacionais e

internacionais, além das diversas linhas de pesquisa clínica na área de Nefrologia

Pediátrica conduzidas por pesquisadores em todo o Brasil, que resultam em

dissertações e teses de pós-graduação (mestrado e doutorado).

Durante o XII Congresso Brasileiro de Nefrologia Pediátrica que se realizou no Rio de

janeiro em abril deste ano, os membros do Departamento de Nefrologia da Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) e do Comitê de Nefrologia da Sociedade Brasileira de

Nefrologia (SBN) discutiram, em reunião conjunta, as normas para a capacitação do pediatra

com área de atuação em Nefrologia Pediátrica. Ficou acordado, por unanimidade, e com o

apoio integral dos presidentes das duas sociedades que:

1 – Os avanços científicos e tecnológicos na especialidade implicam no

treinamento em embriologia, anatomia, fisiologia e fisiopatologia do trato urinário e

em nefrologia clínica abrangendo desde o período pré-natal até final da

adolescência, incluindo a complexa abordagem do paciente portador de

Page 58: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

insuficiência renal crônica, desde o tratamento conservador até a substituição da

função renal (diálise e transplante renal).

2 – Há peculiaridades inerentes a cada faixa etária que tornam

particularmente complexos os procedimentos diagnósticos e terapêuticos e muito

especialmente os métodos de substituição da função renal a que são submetidos as

crianças e adolescentes. Para cumprir este treinamento é imprescindível um

período mínimo de treinamento de 2 (dois) anos adicionais de residência em

Nefrologia Pediátrica, após o término dos 2 anos de residência em Pediatria.

3 – Os serviços capacitados para a formação do nefrologista pediátrico

deverão disponibilizar o programa de treinamento abrangendo todas as sub-áreas

da especialidade.

4 – Reiteram decisão anterior que para a obtenção do título de especialista

em Pediatria com “Área de Atuação em Nefrologia Pediátrica”, outorgado em

conjunto pela duas sociedades em conjunto - SBP e SBN, os 2 anos de residência

em Nefrologia Pediátrica continuam sendo pré-requisito obrigatório.

5 – A atuação do nefrologista pediátrico se estende desde o período fetal até

o final da adolescência, quando se inicia a atuação do nefrologista de adulto.

Em anexo, como exemplo, o programa seguido na Residência com área de

atuação em Nefrologia Pediátrica do Instituto da Criança Hospital das Clínicas-

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Também seque em anexo o

programa para prova escrita e o edital para o título de especialista em nefrologia

pediátrica 2003

O PLEITO FINAL

Que se reveja tal decisão a partir das opiniões dos Serviços devidamente aptos para este tipo

de assistência. Para tanto é imprescindível que a Comissão de Residência Médica procure

conhecê-los a fundo e não somente por informações, solicitando dos mesmos os Programas

ou Protocolos que comandam as suas ações, além de outras medidas pertinentes.

Page 59: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

ANEXO 1

Complementação Especializada em Nefrologia Pediátrica

Instituto da Criança - Hospital de Clínicas – Faculdade de Medicina USP

A complementação especializada em Nefrologia Pediátrica é um programa

desenvolvido em 2 anos, considerado pré-requisito para a prova de “Habilitação em

Nefrologia Pediátrica”.

O programa consiste em:

1o ano

Estágio orientado em Enfermaria: exposição a casos nefro-urológicos em enfermaria de

Especialidades, Semi-Intensiva, UTI pediátrica, Unidade de Diálise Peritoneal, avaliação de

pedidos de Consulta internos e externos ao ICr- HCFMUSP, biópsia renal percutânea.

Estágio Orientado em ambulatório de Nefrologia Pediátrica: Nefrologia Clínica, Enurese e

Distúrbios Miccionais, Urologia Pediátrica, Diálise peritoneal / Hemodiálise, Ambulatório

didático.

Aulas teóricas semanais e seminários sobre os seguintes temas gerais (programa conjunto R3,

C1 e C2):

? Embriologia, anatomia e fisiologia do trato urinário. Aspectos do desenvolvimento

do aparelho urinário do feto, do recém nascido e do lactente

? Avaliação da função renal: glomerular e tubular

? Distúrbios hidreletrolíticos e sua correção em pacientes com função renal normal

e com insuficiência renal

? Investigação do trato urinário do feto e de crianças através de imagem

? Malformações congênitas do trato urinário

? Refluxo vesico-ureteral primário e secundário

? Infecção urinária

Page 60: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

? Uropatias obstrutivas

? Distúrbios miccionais

? Hematúria

? Proteinúria

? Hipertensão arterial

? Síndrome nefrítico agudo: GNDA e outras

? Sindrome nefrótico, com ênfase nos córtico-residentes

? Glomerulopatias secundárias e vasculites

? Doenças císticas renais

? Nefropatias hereditárias

? Alterações renais em doenças sistêmicas

? Nefrites tubulo-intersticiais

? Nefrotoxicidade

? Litíase urinária

? Insuficiência renal aguda

? Insuficiência renal crônica

? Métodos de substituição da função renal

? Nutrição em doenças renais

? Crescimento e desenvolvimento em pacientes pediátricos com doenças renais

? Aspectos emocionais do paciente e da família de portadores de doenças renais

crônicas

? Transplante renal

Atividade de campo, consistindo de vistas a escolas e creches para avaliação de pressão

arterial.

Estas atividades estão assim distribuídas:

Page 61: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

MANHÃ

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado

Domingo

Reunião

Clínica

AMB

Nefrologia

Clínica

AMB URO

PED

HCFMUS

P

Atividade

de campo

AMB –

Distúrbios

miccionais

AMB

Nefrologia

Clínica

Biópsia

Renal

Visita

geral a

enfermari

a

Visita

(1 em

rodízio)

Visita

(1 em

rodízio)

TARDE

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira SAB DOM

AMB

Didático

AMB

DIÁLISE e

CISTINOS

E

Aulas e

seminário

s

AMB

Tubulopati

as DPAR

Período

livre para

estudo e

preparo

de

trabalhos

Visita

(1 em

rodízio)

Visita

(1 em

rodízio)

Estágio em Unidades Externas ao ICR-HCFMUSP:

1 mês: Hemodiálise Crônica HCFMUSP

1 mês: Unidade de Agudos, Nefrologia -HCFMUSP

Desenvolvimento de trabalho científico tipo relato de caso ou levantamento de casuística

deve ser realizado ao longo deste primeiro ano.

Page 62: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

2O ano

Estágio orientado em Enfermaria: exposição a casos nefro-urológicos em enfermaria de

Especialidades, Semi-Intensiva, UTI pediátrica, Unidade de Diálise Peritoneal, avalição de

pedidos de consulta internos e externos ao ICR- HCFMUSP, biópsia renal percutãnea.

Estágio Orientado em ambulatório de Nefrologia Pediátrica: Nefrologia Clínica, Enurese e

Distúrbios Miccionais, Avaliação pós-natal da hidronefrose detectada no período antenatal,

Diálise peritoneal / Hemodiálise, Ambulatório Didático. Aulas teóricas semanais e

seminários. Estas atividades estão distribuídas segundo grade apresentada acima.

Atividade de campo, consistindo de vistas a escolas e creches para avaliação de pressão

arterial

Estágio em Unidades Externas ao ICR-HCFMUSP

1 mês: Unidade de Transplante Renal –H.Rim e Hipertensão

Desenvolvimento de trabalho científico prospectivo é desejável, em caso de impossibilidade

desenvolvimento de trabalho científico tipo relato de caso ou levantamento de casuística deve

ser realizado ao longo deste segundo ano

Número de vagas

Atualmente são oferecidas 5 vagas /ano em regime de 40 horas semanais, relativas a

atividades de 2a a 6a feira manhã e tarde e à cobertura de visitas de fim de semana em rodízio

(um R3, C1 ou C2 por dia, sempre sob supervisão de assistente da Unidade).

Atenciosamente,

Page 63: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

Vera H Koch

Responsável Unidade de Nefrologia ICR - HCFMUSP

Page 64: PROPOSTA PARA RESIDÊNCIA EM ÁREAS DE ATUAÇÃO DA … · proposta para residÊncia em Áreas de atuaÇÃo da pediatria (medicina intensiva pediÁtrica, medicina intensiva neonatal,

ANEXO 2

TÍTULO DE ESPECIALISTA EM NEFROLOGIA PEDIÁTRICA 2003

PROGRAMA PARA PROVA ESCRITA

1. Embriologia, anatomia e fisiologia do trato urinário do feto e da criança, com ênfase nas diferenças conforme o grupo etário

2. Princípios básicos de imunologia e de biologia molecular 3. Indicação e interpretação de exames laboratoriais e por imagem relacionados ao trato

urinário 4. Distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico e sua correção em pacientes com função renal

normal e com insuficiência renal 5. Diagnóstico, tratamento e prognóstico das principais patologias da Nefrologia Pediátrica: ? infecção urinária ? uropatias obstrutivas ? refluxo vesicoureteral ? bexiga neurogênica ? malformações do trato urinário ? distúrbios miccionais ? glomerulopatias ? tubulopatias ? litíase ? doenças císticas, congênitas e geneticamente transmitidas ? hipertensão arterial sistêmica ? insuficiência renal aguda ? insuficiência renal crônica ? nefrites tubulointersticiais 6. Nefrotoxicidade 7. Comprometimento renal em doenças sistêmicas 8. Diagnóstico intra-útero de malformações do trato urinário: investigação e tratamento nos

períodos intra-útero e pós-natal 9. Punção biópsia renal: indicações, técnica, acompanhamento e complicações 10. Métodos de substituição da função renal: diálise extra-renal e transplante renal