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PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO PROCESSO DE ESTAMPARIA DIGITAL SOB A ÓTICA DO BUSINEES PROCESS Área temática: Gestão da Produção Fernando Antônio Forcellini [email protected] Gisele Cristina Bessa [email protected] Mauricio Uriona Maldonado [email protected] Ricardo Zanchett [email protected] Resumo: O propósito deste artigo é apresentar o desenvolvimento de um mapa referente ao processo de negócio estamparia digital. Apesar deste processo já fazer parte de algumas empresas têxteis em todo o mundo, para o caso da empresa em estudo, com mais de 50 anos de atividade no ramo têxtil, localizada no norte de Santa Catarina, é um processo novo e que até então não havia sido implantado em seu parque industrial. Será através do mapeamento de processos que se espera fornecer suporte ao gerenciamento de negócios da empresa têxtil estudada, para que possa alcançar êxito na implantação do seu mais novo processo de negócio. Como estamparia digital é novidade para seus colaboradores, pois estes operam outros maquinários e dominam técnicas referentes a outros tipos de acabamentos têxteis, muito se questionou sobre quais seriam as necessidades do processo de estamparia digital; os métodos envolvidos; as matérias-primas adequadas; qualificação necessária para mão de obra técnica e operacional; padrões de qualidade e entre outros. Para tanto, lançou-se um projeto, com intuito de estruturar todo o processo interno, antes mesmo da máquina digital estar em funcionamento. O principal desafio lançado foi: como obter um processo de estamparia de tecidos, a partir da tecnologia digital, de modo a garantir resultados tais como qualidade; custo e prazo, competitivos no mercado? Para atender a este propósito, o principal meio utilizado foi o mapeamento do processo de negócio (BPM). Palavras-chaves: BPM, Estamparia Digital, Mapeamento de Processos. ISSN 1984-9354

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PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO

PROCESSO DE ESTAMPARIA DIGITAL SOB A ÓTICA DO BUSINEES PROCESS

Área temática: Gestão da Produção

Fernando Antônio Forcellini

[email protected]

Gisele Cristina Bessa

[email protected]

Mauricio Uriona Maldonado

[email protected]

Ricardo Zanchett

[email protected]

Resumo: O propósito deste artigo é apresentar o desenvolvimento de um mapa referente ao processo de

negócio estamparia digital. Apesar deste processo já fazer parte de algumas empresas têxteis em todo o mundo,

para o caso da empresa em estudo, com mais de 50 anos de atividade no ramo têxtil, localizada no norte de

Santa Catarina, é um processo novo e que até então não havia sido implantado em seu parque industrial. Será

através do mapeamento de processos que se espera fornecer suporte ao gerenciamento de negócios da empresa

têxtil estudada, para que possa alcançar êxito na implantação do seu mais novo processo de negócio. Como

estamparia digital é novidade para seus colaboradores, pois estes operam outros maquinários e dominam

técnicas referentes a outros tipos de acabamentos têxteis, muito se questionou sobre quais seriam as

necessidades do processo de estamparia digital; os métodos envolvidos; as matérias-primas adequadas;

qualificação necessária para mão de obra técnica e operacional; padrões de qualidade e entre outros. Para

tanto, lançou-se um projeto, com intuito de estruturar todo o processo interno, antes mesmo da máquina digital

estar em funcionamento. O principal desafio lançado foi: como obter um processo de estamparia de tecidos, a

partir da tecnologia digital, de modo a garantir resultados tais como qualidade; custo e prazo, competitivos no

mercado? Para atender a este propósito, o principal meio utilizado foi o mapeamento do processo de negócio

(BPM).

Palavras-chaves: BPM, Estamparia Digital, Mapeamento de Processos.

ISSN 1984-9354

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1. INTRODUÇÃO

Por muitas décadas as organizações tradicionais ignoraram, ou então, não empregaram os

esforços necessários aos seus processos. Em decorrência e como regra geral, acreditavam que os

funcionários tinham foco restrito em tarefas e a visão mais geral da organização era de

responsabilidade unicamente da alta administração, ou seja, exclusiva dos gerentes e diretores. Os

funcionários em geral realizam tarefas comandadas por seus chefes (HAMMER, 1998).

Com a globalização da economia surge também a concorrência globalizada, forçando as

organizações a buscarem novas e modernas metodologias de gestão e trabalho, sintonizadas com

as demandas e exigências desse novo mercado. O BPM – Business Process Management, é um

novo modelo de gestão que vêm ganhando espaço nas organizações modernas, proporcionando

ganhos e melhorando o desempenho dos negócios.

Enquanto na visão tradicional de gestão o foco são os núcleos de especialidade dentro da

organização, ou seja, departamento comercial é responsável pela colocação de pedidos, o

departamento financeiro pela análise de crédito, o departamento de PCP pelo planejamento da

fábrica, o departamento de compras pela aquisição das matérias primas, o almoxarifado pelo

armazenamento, entre outros, o BPM é uma disciplina que visa inverter a lógica de gestão para

um ponto de vista focado na cadeia de agregação de valor interfuncional, onde os interesses do

processo estão acima dos interesses departamentais, alterando de forma significativa o modo

como à cadeia de valor é percebida.

Com o BPM a estrutura funcional é substituída por uma visão interfuncional, buscando

identificar os processos de ponta-a-ponta e como esses poderiam ser melhores gerenciados

visando eliminar os efeitos maléficos dos conflitos internos. Assim sendo, BPM torna-se uma

mudança filosófica da maneira de gerenciamento da organização.

Nesta nova filosofia de gestão absolutamente focada nos processos, as necessidades e

anseios do cliente são tratados pelos donos de processo e não por gerentes de departamento,

como responsabilidades de prestação de contas sobre o desempenho de todo o fluxo de atividades

que agregam valor para transformar insumos em produtos ou serviços.

Em uma organização moderna, um processo é visto de ponta-a-ponta e de maneira

necessariamente interfuncional, onde funcionários de diversos departamentos diferentes

desenvolvem atividades e são gerenciados pelo dono do processo, que possui autonomia para

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modelar, analisar e transformar a cadeia produtiva interna visando o atendimento direto das

necessidades do cliente, sem a resistência das barreiras departamentais.

Para Kim e Jang (2002), reforçado por Müller, Diesel e Sellito (2010), quando se mapeia

um processo busca-se compreender e comunicar o fluxo de atividades e as transformações que

ocorrem internamente ao processo. Posteriormente, é possível reestruturar e visualizar processos

complexos de modo a identificar atividades que não gerem valor aos clientes e propor melhorias

em serviços e produtos. O produto resultante do mapeamento de processos é um mapa geral de

processos.

Soliman (1998) define mapeamento de processos como uma técnica utilizada para os

detalhes dos processos de negócios, focando os elementos importantes que influenciam no seu

comportamento real. A gestão utiliza o mapeamento do processo para ver o negócio em um piscar

de olhos, sem perder a noção dos detalhes e implicações deste no processo.

Diante da importância que o BPM representa para a gestão de processos, considerando

também a necessidade de mapear o processo antes mesmo de sua efetiva implantação,

identificou-se a seguinte oportunidade de pesquisa: o método BPM, pode ser aplicado a novo

processo, mesmo antes de sua implantação no sistema de produção?

Nesta oportunidade de implantação de um novo processo dentro da empresa estudada,

buscou-se fazê-lo sob a ótica da visão do BPM, não analisando unicamente uma máquina, mas

sim um processo.

A metodologia tradicional desta empresa, quando surge a necessidade de aquisição de

altos investimentos em recursos físicos como máquinas e equipamentos, é dar inicio a um estudo

do projeto. Primeiramente identifica-se a veracidade da necessidade do investimento, em seguida

são realizados os cálculos de custo beneficio; retorno sobre o investimento; se existem linhas de

créditos com taxas de juros acessíveis e entre outros. Se o resultado for positivo, então se segue

em frente e são elaboradas as premissas técnicas da máquina ou equipamento, bem como as

premissas comerciais e financeiras. Em seguida analisam-se no mínimo três e no máximo cinco

fornecedores de máquinas (marcas diferentes). Esta análise consiste em promoções de conversas

técnicas com fornecedores, visitas técnicas em empresas que já possuem a máquina ou

equipamento e testes para uma verificação técnica completa. Ao final a tabela das premissas

técnicas, comerciais e financeiras é preenchida com as informações de cada fornecedor e então é

realizada a análise da primeira melhor colocada, segunda melhor colocada e assim por diante. Em

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seguida este projeto é encaminhado ao comitê da diretoria da empresa, que irá submeter o projeto

a uma avaliação e decidirá pela sua aprovação, postergação de aprovação ou reprovação. O

objetivo do presente artigo é complementar esta metodologia com um mapeamento do processo

(BPM). Ou seja, após o projeto aprovado, propor uma segunda fase do projeto denominada de

mapeamento do processo de negócio no qual o investimento aprovado está inserido, um olhar

global sobre o processo que ainda não existe implantado na empresa. Então resumindo, a

primeira fase o objeto de análise é o recurso que se pretende investir, ou seja, a máquina ou

equipamento, já na segunda fase (fase esta que será abordada neste projeto), o objeto de análise é

o novo processo de negócio no qual a máquina ou equipamento é uma parte importante, porém o

foco da análise é algo maior e completo: o processo.

Buscando explorar esta oportunidade de pesquisa, este trabalho tem como objetivo

principal mapear o processo de estamparia digital, sob a ótica de visão do BPM, antes de sua

implantação efetiva na produção, possibilitando melhor planejamento e implantação de um

processo que é novo para a empresa. Antes de iniciar o processo de mapeamento através do

BPM, realizou-se um Benchamarking com empresas têxteis que já trabalhavam com o processo

de estamparia digital. O intuito deste benchmarking era prover a equipe de conhecimento para

gerar informações úteis para o processo de mapeamento. Também foram promovidos debates

técnicos com fornecedores de máquinas de estamparia digital, de corantes produtos químicos de

preparação para estamparia digital. O intuito também era o de promover o conhecimento de como

trabalhar com este processo e gerar informações necessárias para elaboração do mapeamento. Em

seguida aconteceu a elaboração do mapeamento de processo propriamente dita, ou seja, foi

desenhado como deverá funcionar o processo de estamparia digital, assim que a máquina estiver

instalada, sempre considerando as particularidades da empresa. O desenvolvimento das

adequações necessárias nos processos: anteriores e posteriores ao processo de estampar,

sinalizado no mapeamento de processo, será trabalhado em eventos kaizens.

O principal desafio lançado para o desenvolvimento do mapeamento foi: como obter um

processo de estamparia de tecidos, a partir da tecnologia digital, de modo a garantir resultados

tais como qualidade; custo e prazo, competitivos no mercado? Para atender a este propósito, o

principal meio utilizado foi o mapeamento do processo de negócio (BPM).

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

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Antes da aplicação da metodologia BPM e do mapeamento do processo em estudo, é

indispensável busca subsídios na literatura, a fim de ampliar e a profundar o conhecimento sobre

o tema, bem como, apoiar-se em conceitos e descobertas já consagrados por pesquisadores.

2.1 Business Process Management - BPM

Vernadat (1996) define processos de negócios como sendo uma sequência (ou um

conjunto parcialmente ordenado) de atividades empresariais, cuja execução seja disparada por um

evento e que gerará uma quantidade observável de resultados.

Para Georgakopoulos e Tsalgatidou (1998), os processos de negócios são coleções de uma

ou mais atividades que realizam objetivos de negócios ou políticas de objetivos tais como o

cumprimento de um contrato e ou a satisfação de uma necessidade específica do cliente.

Harmon (2004) contribui e sintetiza afirmando que um processo é algo a ser executado

manualmente, por empregados, por um sistema computacional ou por máquina, ou ainda uma

combinação destes elementos.

Mesmo existindo na literatura muitas definições para processos de negócios, pode-se

valer de uma definição simples e de fácil entendimento, o qual descreve um processo de

transformação de recursos de entradas em recursos de saídas com objetivos previamente

estabelecidos, sendo que para isto utiliza uma ou muitas atividades.

2.2 Gestão de Processos de Negócios

Assim como outros métodos, a evolução da Gestão de Processos de Negócios, tradução da

expressão em Inglês Business Process Management – BPM se difundiu e ganhou notoriedade de

forma gradativa. Essa evolução pode ser contextualizada em três grandes movimentos, muitas

vezes também chamados ondas (SMITH; FINGAR, 2003).

O primeiro movimento surgiu na década de 1920, com a teoria administrativa de

Frederick Taylor. Neste período, os processos estavam implícitos nas práticas do trabalho e

poderiam ser colocados em manuais e a administração de processos era chamada de Métodos e

Procedimentos.

O segundo movimento surgiu na última década, com os processos de reengenharia e

também com a implantação dos sistemas de gestão organizacional, como por exemplo, o sistema

ERP (Enterprise Resource Planning). É consenso entre autores que, mesmo com o fluxo de

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trabalho centrado em documentos e com sistemas de administração financeira, raramente

administradores tinham controle total do ciclo de vida dos processos.

No terceiro movimento surge o BPM, proporcionando às companhias e seus

colaboradores a possibilidade de aperfeiçoarem os processos de negócios constantemente.

Considera-se que a mudança é o primeiro objetivo de projeto. Com processos de negócios ágeis,

a cadeia de valores pode ser monitorada e continuamente melhorada.

Os autores reforçam que o terceiro movimento, não pode ser considerado reengenharia de

processos, nem uma aplicação de integração empresarial, administração de workflow ou outro

pacote de aplicativos. Pode ser considera sim a síntese e extensão destas técnicas e tecnologias

em um todo unificado, formando uma nova base para a construção de uma vantagem competitiva

sustentável e permanente.

Muehlen (2005), afirma que a tarefa central do BPM é criar um alinhamento entre os

elementos individuais dos processos – Entradas (informação e recursos), saídas, estrutura e

objetivos. O autor enfatiza que se o alinhamento entre estes componentes for conseguido, o

desempenho total de todos os processos poderia ser aumentado em termos qualitativos (rapidez

de adequação à mudanças ambientais) e em termos quantitativos (menores ciclos, menor

desperdício e eliminação de retrabalho).

Harmon (2004) reforça que BMP proporciona o alinhamento dos objetivos estratégicos da

organização, projetando e implementando arquiteturas de processos, estabelecendo sistemas de

medidas dos processos.

BPM pode ser considerado como metodologia para gerenciamento sistemático centrado

no cliente, objetivando medição e melhoria de todos os processos da organização por meio de

times multifuncionais e com delegação de autonomia aos funcionários, também conhecido com

empowerment (LEE; DALE,1998).

Zairi (1997), argumenta que o BPM está correlacionado aos aspectos principais da

operação do negócio e proporciona agregação de valor e alavancagem do negócio. O autor relata

que esta condição desejável se dá devido às regras implementadas pelo BPM, que são:

BPM requer que as atividades principais sejam mapeadas e documentadas;

BPM cria foco nos clientes por intermédio de conexões horizontais entre

atividades-chave;

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BPM emprega sistemas de informação e documenta procedimentos para assegurar

disciplina, consistência e continuidade de resultados com qualidade;

BPM utiliza mensuração de atividades para avaliar o desempenho de cada

processo individualmente, bem como estabelece objetivos e níveis de entrega que

podem incorporar metas corporativas;

BPM emprega o método de melhoria contínua para a resolução de problemas e a

geração de benefícios adicionais;

BPM utiliza as melhores práticas para assegurar o atingimento de altos níveis de

competitividade;

“BPM emprega a mudança cultural, não se atendo apenas aos melhores sistemas de

informação e à estrutura organizacional mais adequada.”

2.3 O ciclo BPM

A ABPMP (Association of Business Process Management Professionals), define que um

ciclo BPM envolve 6 etapas. No entanto, a quantidade de etapas pode variar conforme a

maturidade conhecimento da empresa na utilização do BPM.

1ª Etapa: Planejamento e estratégia – é etapa de desenvolver uma estratégia dirigida para

processos, deve estar alinhado com os objetivos da empresa e para isso, é necessário ter

conhecimento sobre as metas da empresa.

2ª Etapa: Análise de processos de negócio – é a etapa de validação das informações antes da ação

propriamente dita. Nesta etapa as metas e objetivos são mensurados e suas variáveis, como

fatores externos, são identificadas.

3ª Etapa: Desenho e modelagem: nesta etapa é possível identificar as falhas, repetições e fases

desnecessárias. O desenho do processo é sua materialização, possibilitando a visualização do

todo, bem como dos envolvidos e suas respectivas tarefas.

4ª Etapa: Implementação de processos – é à hora da ação, quando o desenho é posto em prática e

pequenos ajustes são executados.

5ª Etapa: Monitoramento e controle – nesta etapa são obtidas informações sobre o desempenho

através de métricas, possibilitando o planejamento de ações de refinamento.

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6ª Etapa: Refinamento – obtidos resultados da etapa anterior, torna-se necessário fazer uma

melhoria, ou mesmo, redesenho de determinado processo. O refinamento deve ser contínuo

facilitando o aprimoramento dos processos e o alcance dos objetivos da organização.

Figura 1 – ciclo BPM

Fonte: ABPMP

É possível compreender por meio da figura 1 evidencia da possibilidade de melhoria

contínua que o BPM proporciona a um determinado processo. Seguindo uma sequencia lógica de

etapas, com a introdução da gestão por processo, as organizações podem quebrar paradigmas e

adaptarem-se rapidamente as mudanças do mercado globalizado.

3. METODOLOGIA

Para Cervo e Bervian (2002, p. 23), “método, em seu sentido amplo, é a ordem que se

deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou um resultado

desejado”.

Ruiz (2002) destaca que enquanto o método define as etapas fundamentais da pesquisa,

mais gerais, menos específicas, a técnica representa os diversos procedimentos peculiares,

específicos a cada objeto de pesquisa, contidos dentro das diversas etapas do método.

Quanto aos objetivos este estudo foi abordado de forma descritiva. Raupp e Beuren

(2004, p. 81) “a pesquisa descritiva configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa

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exploratória e a explicativa, ou seja, não é tão preliminar como a primeira e não tão aprofundada

como a segunda. Nesse contexto, descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros”.

O tema deste estudo foi abordado de forma qualitativamente. Para Richardson (1989, p.

38), a abordagem qualitativa “difere, em princípio do quantitativo à medida que não emprega um

instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não pretende numerar

ou medir unidades ou categorias homogenias”.

Quanto aos procedimentos de coleta de dados, este estudo caracteriza-se como um estudo

de caso. Gil (1999, p. 73) diz que, “o estudo de caso é caracterizado pelo profundo e exaustivo de

um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados do mesmo,

tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamento considerados”.

O trabalho foi realizado em uma empresa têxtil localizada no norte de Santa Catarina.

Iniciou-se com o mapeamento do processo, ou seja, nesta etapa fez um levantamento de

informações técnicas referentes ao processo de negócio de estamparia digital. De posse destas

informações, foi iniciado o processo de mapeamento, constituindo o diagnóstico atual do

processo – “AS IS”, figura 2. A modelagem foi realizada com auxilio de papel, canetas coloridas

e post-it. Esta forma facilitou o processo de criação do mapa, pois este é um momento onde

surgem várias discussões, dúvidas, falta de informações, falhas de interpretação, divergências e

entre outros. Após ser concluído o mapa do processo atual, este foi transcrito para o software

Microsoft Visio 2010. A ferramenta usa foi: Formas de Fluxograma Multifuncional. Durante a

construção do mapa do estado atual, foram identificadas necessidades de diversas melhorias e

modificações no processo, para comportar a nova máquina de estamparia digital e atingir o

principal objetivo: produzir tecido estampado com tecnologia digital, apresentando

competitividade no tripé: qualidade, custo e prazo.

A próxima etapa foi elaborar o mapa do estado futuro – “TO BE”, figura 3. Nessa etapa

foram consideradas todas as melhorias identificadas no mapa do estado atual do processo,

resultando então em uma nova configuração de processo.

4. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Conforme exposto anteriormente, lançou-se um projeto, com intuito de estruturar todo o

processo de estamparia digital, antes mesmo que a máquina estivesse instalada na empresa. Após

a implantação do processo, a empresa busca entregar, a partir da tecnologia digital, maior

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qualidade nas estampas, menor custo e prazos competitivos no mercado de artigos têxteis

estampados.

4.1 Plano de ação

Após reunir a equipe numa sala de reuniões, usou-se a técnica brainstorming para dar

inicio ao projeto e elaboração do plano de ação (quadro 1).

Nº O quê? Por que? Como?

1 Bechmarking Para promover o conhecimento de

como trabalhar com este processo.

Visitando três empresas destaque

nacional em estamparia digital.

2 Debates técnicos Para promover o conhecimento de

como trabalhar com este processo.

Debates técnicos com

fornecedores de maquinários, de

corantes e outros produtos

químicos usados na preparação do

tecido.

3 Mapeamento do processo de

estamparia digital.

Elaboração do mapa de processo,

ou seja, como funcionará a

estamparia digital considerando as

particularidades da empresa em

questão, assim que a máquina

estiver 100% instalada.

Após as ações 1 e 2, que servirão

como pesquisa e levantamento de

informações necessárias para a

construção do mapeamento do

processo de estamparia digital.

4 Adequações necessárias nos

processos: anteriores e posteriores

ao processo de estampar.

Para adequar a empresa e o setor de

acabamento ao novo processo.

Através de evento kaizen.

Quadro 1 – Plano de ação de lançamento do projeto

Fonte: os autores, 2014.

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4.2 Mapeamento do estado atual - diagnóstico (AS IS PROCESS)

Nesta etapa mapeou-se o processo atual, ou seja, o “as is” do processo. A figura 2 apresenta o mapeamento do processo.

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Figura 2 – As is process

Fonte: os autores.

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4.3 Adequações identificadas no mapeamento do processo atual – diagnóstico (AS IS PROCESS)

Após realização do mapeamento do processo estado atual, foram identificadas diversas necessidades de adequações e melhorias

apresentadas no quadro 2.

Nº O quê? Por que? Como?

1 Necessário desenvolver outro tipo

de ponto para a costura das

emendas de rolo a rolo de tecido.

Exigência dos cabeçotes da estampadora digital que são

altamente sensíveis. Cada cabeçote danificado custará R$

25.000,00 para substituição.

Foram adquiridos novos maquinários de costura, com

ponto de baixo relevo. Precisa ser testado assim que a

máquina digital for instalada.

2 Necessário aumentar a

profundidade das cubas do foulard.

Tecido precisa de mais contato com o banho de preparação. Para

melhoria da fixação do corante sobre o tecido.

Projetar; e confeccionar duas cubas internamente.

3 Necessário desenvolver receitas

para a preparação por composição

de artigo (tecido).

Como funciona e para que serve a “preparação”?

Resposta: O banho formará um filme sobre toda a superfície do

tecido. É necessário para fixar o corante após processo da

estamparia digital.

Foram desenvolvidas duas receitas, uma para tecidos de

algodão e outra para tecidos de viscose. Receitas já

cadastradas no SAP.

4 Necessário reduzir índice de

defeitos de “ourela mal cortada”.

Ourela do tecido deverá ser bem alinhada e com o mínimo de

variação.

Motivo: Cabeçotes da digital são altamente sensíveis com relação

a este tipo de variações.

5 Necessário melhorar alinhamento

das laterais dos rolos de tecido.

As variações que existem no processo de enrolamento atual, não

atenderão ao processo da digital.

Motivo: Cabeçotes da digital são altamente sensíveis com relação

a este tipo de variações.

Enrolar tecido já na saída da rama e embalar. Será

possível fazer rolos de até 120kg. Sendo instalado talha

para descarte ergonômico.

Obs.: Haverá economia de movimentação e tempo de

processo, enrolando na saída da rama e não mais no

bobinador.

6 Necessário providenciar capas

plásticas para acondicionamento

dos tecidos.

Tecido deverá ficar 100% protegido de umidade devido às

reações químicas que resultarão em problemas de qualidade no

momento de estampar.

Comprar capas plásticas de fornecedores externos.

7 Necessário tratamento diferenciado

para rejeições de estampas de logo

marca.

Os desenhos de logo marca precisam ser preservados, assim

como seus consumidores e clientes. Ou seja, tecido com estampa

de logo marca poderá ser liberado somente de 1ª qualidade, caso

contrário deverá ser encaminhado para picar.

Criou-se uma norma técnica, informando que p/ os casos

de rejeição de tecido estampado c/ logo marca, este

deverá ser encaminhado para picar. Será transformado

em resíduo têxtil.

8 Necessário reduzir tempo de setup

na máquina de revisão (bobinagem

do rolo) e estamparia digital.

Para reduzir tempo de processo. Acoplamento da máquina de revisão junto à máquina

rama (transformando duas máquinas em uma máquina).

Aumentando o tamanho de rolo na saída da revisão.

Instalar talha para pegar rolo da máquina de revisar e

descartar na caixa de movimentação de rolo.

Quadro 2 – Adequações identificadas no mapeamento do processo atual - diagnóstico

Fonte: os autores, 2014.

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4.4 Mapeamento do estado futuro – (TO BE PROCESS)

De posse das informações sobre as adequações necessárias, mapeou-se o processo futuro, ou seja, o “to be” do processo. A figura 3

apresenta o mapeamento do processo.

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Figura 3 – To be Process

Fonte: os autores, 2014.

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5. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de estamparia digital é uma etapa importante e que agrega valor ao produto final do

sistema produtivo. Em se tratando de estamparia, é que mais há de moderno; inovador e dinâmico no

mercado mundial. A estamparia digital entrou para o segmento têxtil e do vestuário, de modo a desafiar

a demanda de alta performance exigida pelas tendências do mundo fashion da moda. O processo de

estamparia digital orientado sob a ótica de visão do BPM, bem como, por meio da proposta de

mapeamento, terá condições de responder de forma ágil as crescentes mudanças do mercado. Assim, o

BPM permite enxergar o processo como um sistema, composto por diversas atividades

interconectadas, que trabalhando de forma harmonizada entregam valor ao cliente.

O BPM aplicado neste estudo permite enxergar a organização sob a ótica de processos, assim é

geri-los de forma a promover resultados mais alinhados às expectativas dos clientes e acionistas.

Atualmente, o processo de estamparia digital está em fase de implantação no sistema produtivo da

empresa em estudo, já dentro da concepção gerencial do BPM. Assim que o novo processo estiver

totalmente implantado, o mesmo será monitorado através de alguns indicadores como: a rejeição de

tecido estampado, pontualidade na entrega, perdas do processo e custo dos insumos químicos por

produção de tecido estampado.

Por meio do BPM, antes mesmo do processo estar em funcionamento, um processo pode ser

visualizado e mapeado, possibilitando que sua implantação seja mais bem planejada, maximizando o

resultado do processo, sem que a empresa passe por experiência do tipo, tentativa do erro e do acerto.

Mesmo reconhecido a importância do BPM, é preciso tomar cuidado e não sair pela empresa

mapeando todos os processos. Esta atividade exige dedicação dos colaboradores e tem custos

envolvidos. Portanto é importante priorizar quais processos realmente tem necessidades. Neste sentido,

é válido ressaltar que a gestão de processos sob a ótica do BPM é uma nova filosofia de trabalho, por

tanto, sua efetiva utilização requer uma mudança de comportamento, o que geralmente é obtido a

médio e longo prazo.

O processo de estamparia digital sob o enfoque do BPM pode trazer ganhos para o sistema

produtivo, como diminuição de custos, aumento da qualidade e do atendimento de prazos. Como o

objeto de análise não é somente a máquina em si, mas todo o processo, logo se identificaram os

maiores problemas enfrentados por outras empresas que possuíam a mesma máquina, porém através do

BPM desenhou-se um processo de estamparia digital interno visando à obtenção de um produto de alta

qualidade, custos acessíveis e no menor tempo possível.

Quanto aos custos, o processo proposto foi desenhado para: evitar desgastes físicos de

cabeçotes, ficando este abaixo do tempo de vida útil assegurada pelo fabricante; evitar quebra de

cabeçotes devido à causa de ourela mal cortada; ou devido à causa do tipo de ponto de costura usado

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XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015

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nas emendas de rolo a rolo de tecido; ou ainda devido à causa de baixa qualidade no alinhamento de

enrolamento do tecido. Para todos os tipos de causas que possam gerar a quebra de cabeçotes, foram

estudadas e implementadas as soluções. O que é um diferencial competitivo de outras empresas que

geram a troca de 2 cabeçote por mês devido ao mal uso ou acidentes devido as causas já mencionadas

anteriormente, enquanto que a empresa em estudo, após as melhorias apontadas no mapeamento e

implementações realizadas através de eventos kaizens, tem um histórico de quebra de cabeçotes de 2

por ano. Após um ano de uso da máquina, o fornecedor recomenda a troca de 2 cabeçotes por mês,

devido ao desgaste natural gerado pelo uso. O histórico da empresa em estudo, no segundo ano de uso

da máquina de estamparia é de substituição de 1 cabeçote a cada 2 meses, devido à causa de desgaste

natural. Resultado que coloca o processo de estamparia digital da empresa a frente da concorrência.

No tocante a qualidade, o processo de estamparia digital busca eliminar ou minimizar ao

máximo as causas geradoras de baixa fixação do corante sobre o tecido. Originando o problema de

baixa solidez, quando o cliente fora lavar a peça em sua residência. Este problema foi corrigido através

de um maior contato do tecido com o banho de preparação (através do aumento de profundidade da

cuba), atividade esta que é realizada num máquina subseqüente à máquina de estamparia digital. Outro

aspecto é a eliminação de problemas com reações químicas no momento de estampar, causados pela

umidade do tecido. Ações como capas protetoras e outra ação que é tida como sigilo industrial,

originaram melhorias que destacam o processo de estamparia digital da empresa em estudo, de outras

concorrentes.

Em relação ao tempo de processo, foram apontadas e implementadas melhorias tais como

enrolar o tecido diretamente na saída da máquina rama, resultando a eliminação de uma etapa do

processo (antes era usada à máquina de revisão para enrolar o tecido, depois se acoplou esta máquina

revisora junto à máquina rama, transformando duas máquinas em uma) para enrolar diretamente na

saída da rama. Também instalou-se um acessório para pegar o rolo de tecido e descartá-lo dentro da

caixa de movimentação. Esta melhoria permitiu aumentar consideravelmente o tamanho do rolo. O que

antes não era permitido devido a exigências de ergonomia, já que o próprio operador é que pegava o

rolo manualmente e descartava este mesmo rolo na caixa de movimentação. Antes o peso médio era de

25kg, depois passou para 50kg. O tamanho de rolo também impactou positivamente na máquina de

estamparia digital, antes a cada 20 minutos fazia-se setup de rolo de tecido, agora a cada 40 minutos

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é realizado o setup de rolo. O aumento do tamanho do rolo de tecido reduziu em 50% o setup tanto na

máquina de revisão quanto na máquina de estamparia digital. Melhoria que impacta em redução de

tempo e conseqüentemente no custo.

Por fim, acredita-se que a efetiva implantação da proposição abordada neste artigo, traga

ganhos para o desempenho do processo de estamparia digital e por consequência ganhos para todo o

sistema produtivo da empresa, contribuindo para a manutenção e ampliação dos objetivos estratégicos

da empresa.

6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O estudo proposto teve como objetivo de visualizar o processo de estamparia digital a luz do

BPM, mesmo antes deste ser implantado no sistema produtivo. Por hora, a implantação dos

apontamentos e achados neste estudo ainda necessitam ser colocados em prática, visto que o processo

ainda está em fase de implantação. Sendo assim, recomenda-se que estudo posterior a implantação

sejam realizados a fim de validá-los, ou mesmo, dentro da filosofia do BPM, inseri-los novamente no

ciclo buscando o aperfeiçoamento contínuo do processo.

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