proposta de um programa de desenvolvimento de...

36
São Carlos 13/12/2016 PROPOSTA DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA TECNOLOGIA EM PROCESSOS Nayara Caetano Da Silva Santos

Upload: votu

Post on 13-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

São Carlos

13/12/2016

PROPOSTA DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE

LIDERANÇA

TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS Nayara Caetano Da Silva Santos

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO

PAULO – CAMPUS SÃO CARLOS

TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

Nayara Caetano Da Silva Santos

PROPOSTA DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA

São Carlos – SP

2016

Nayara Caetano Da Silva Santos

PROPOSTA DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA

Projeto experimental apresentado ao Instituto Federal de

São Paulo – campus São Carlos, como parte das

exigências para a conclusão do Curso Superior de

Tecnologia em Processos Gerenciais.

Orientador: ________________________

Coordenador: ___________________

São Carlos – SÃO PAULO

2016

NAYARA CAETANO DA SILVA SANTOS

PROPOSTA DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA

Relatório Técnico apresentado ao Instituto

Federal de São Paulo – campus São

Carlos, como parte das exigências para a

conclusão do Curso Superior de

Tecnologia em Processos Gerenciais.

Data de aprovação: ____________________________

__________________________________

Profa. Dra. Tatiane Fernandes Zambrano Brassolatti

Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia De São Paulo

__________________________________

Profa. M.ª Renata Oliveira de Carvalho

Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia De São Paulo

__________________________________

Profa. Esp. Juliana Nakamoto Arai

Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia De São Paulo

__________________________________

Profa. Dra. Marcela Avelina Bataghin Costa

Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia De São Paulo

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha mãe Evani, grande exemplo de mulher, que

empenhou todo seu esforço em minha criação para que este meu sonho fosse

realizado, por acreditar em minhas escolhas e, por ter me apoiado nesta jornada.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à DEUS por ser a base das minhas conquistas;

pelos professores ao longo dos semestres, cada um com sua inovadora forma de

transmitir conhecimento; em especial à orientadora Tatiane, pela paciência e

dedicação em suas diretrizes na elaboração deste trabalho, e meus amigos, pelo

incentivo e colaboração no desenvolvimento de minhas ideias.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 ORGANOGRAMA ............................................................................. 19

Figura 2 PROCESSO SELETIVO .................................................................... 21

Figura 3 PROCESSO SELETIVO INTERNO .................................................. 22

Figura 4 RESUMO DO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E PROMOÇÃO.. 22

Figura 5 PROCESSO SELETIVO INTERNO 2 ................................................. 24

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................. 05

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 06

1.1 OBJETIVOS ....................................................................................... 06

1.1.2 Geral ............................................................................................... 06

1.1.3 Específicos ..................................................................................... 06

1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 07

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ............................. 07

1.4 METODOLOGIA ................................................................................ 08

1.4.1 Classificação da pesquisa .............................................................. 08

1.4.2 Universo e amostra ......................................................................... 09

1.4.3 Instrumentos de coleta de dados .................................................... 09

2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................09

2.3 Gestão de pessoas e liderança ...........................................................09

3. ESTUDO DE CASO ..............................................................................16

3.1. Descrição da empresa .......................................................................16

3.2. Diagnóstico do gestor e equipe .........................................................16

3.3. Diagnóstico – plano de carreira .........................................................18

3.4. Recrutamento interno ........................................................................ 21

3.5. Oportunidades .................................................................................. 22

3.6. Identificação dos problemas ............................................................. 24

4. PROPOSTA DE MELHORIA ............................................................... 26

5. CONCLUSÃO ...................................................................................... 31

6. REFERÊNCIAS ................................................................................... 32

RESUMO

Este trabalho buscar identificar o que é necessário para se fazer a transição

de um cargo que desempenha atividades técnicas para um cargo de liderança. Para

tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os temas: gestão de pessoas,

autodesenvolvimento e liderança. Posteriormente, realizou-se um diagnóstico do

modelo de gestão atualmente utilizado pelo responsável imediato de uma pequena

equipe que atua no segundo nível de atendimento (pós-vendas) de uma

multinacional do Ramo de Seguros, instalada no interior de São Paulo. Por fim, foi

elaborado um programa de desenvolvimento de liderança com propostas de

melhoria para o modelo atual utilizado por esta organização.

Palavras chaves: Autodesenvolvimento, liderança e gestão de pessoas.

ABSTRACT

This work seeks to identify what is needed to make the transition from a position that

performs technical activities to a leadership position. For this, a bibliographic review

was carried out on the subjects: people management, self-development and

leadership. Subsequently, a diagnosis was made of the management model currently

used by the immediate manager of a small team that operates in the second level of

after-sales service of a multinational of the Insurance Branch, located in the interior

of São Paulo. Finally, a leadership development program was developed with

proposals for improvement for the current model used by this organization.

Key-words: Self-development, leadership and people management.

5

1 INTRODUÇÃO

Alguns autores acreditam que liderança é algo que nasce junto ao indivíduo,

já outros defendem a ideia de que são habilidades e características desenvolvidas

ao longo de algumas experiências. Fato é que independente da teoria que se

acredita, o imprescindível é manter-se atualizado quando se fala em liderar pessoas

e projetos.

Gestão de pessoas envolve muito mais do que o status do cargo de líder,

supervisor ou encarregado, é um mundo de desafios que possibilita o

desenvolvimento não só de uma equipe, mas também de quem está responsável por

ela. Por isso, a necessidade de diagnosticar pontos de melhorias e trabalha-las é

fundamental para qualquer cargo.

Alguns autores estudados, tais como: Idalberto Chiavenato, Eduardo Lassare

e Antônio Carlos Gil, contribuíram para a coleta de técnicas sobre um modelo básico

de liderança. São dicas simples que muitas vezes são ignoradas por terem seus

resultados subestimados, mas que em seus detalhes proporcionam grandes

resultados.

Para Chiavenato (2006, p.198):

“[...] Habilidades humanas consistem na capacidade e discernimento para

trabalhar com pessoas em equipe. Estão relacionadas com a interação com

pessoas e envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar

e resolver conflitos pessoais ou grupais para obter cooperação na equipe,

participação e envolvimento das pessoas. ”

Com base nestas informações, esta pesquisa visa apresentar algumas

características e habilidades importantes sobre o papel do líder na organização,

conhecer um modelo de gestão aplicado em uma equipe de dez pessoas e,

identificar suas qualidades e pontos de melhorias.

6

1.1 OBJETIVOS

O objetivo desta pesquisa é identificar o que é necessário para se fazer a

transição de um cargo que desempenha atividades técnicas para um cargo de

liderança, com sucesso.

Esta pesquisa visa ter contato com algumas técnicas fundamentais para o

desempenho de Gestão de Pessoas e, com o modelo utilizado atualmente por um

profissional responsável por uma pequena equipe, que atua no segundo nível de

atendimento, denominado como pós-vendas, referente ao segmento de seguros de

uma empresa de Telemarketing do interior de São Paulo.

Abaixo, os objetivos específicos, distribuídos para melhor compreensão no

decorrer da pesquisa, conforme segue:

Mapear o cenário atual;

Apresentar a gestão de pessoas e liderança; e

Propor melhorias para o modelo atual.

1.2 JUSTIFICATIVA

A pesquisa foi desenvolvida para diagnosticar como a ausência de

habilidades importantes em um líder pode gerar impactos negativos na rotina de

trabalho de uma equipe, atuante no pós-vendas do segmento de seguros de uma

multinacional. Será analisado: o cenário, os recursos e os fatores, para

compreensão dos fatos. Liderança não é só ter suas ideias respeitadas e estar à

frente de um grupo, mas desenvolver aptidões e características de um profissional

qualificado.

Entende-se que um profissional qualificado tende a se desenvolver bem e,

também sua equipe, com alta qualidade nos serviços prestados, colaborando para

que a empresa se torne reconhecida no mercado, competitiva, aprimorando o

reconhecimento de seus funcionários e contribuindo para o clima organizacional,

evitando absenteísmos, baixa rotatividade de operadores, desligamentos por

ausência de fatores motivacionais, e etc. Por isso, é de suma importância ter

atenção e cuidado no momento da transição de um cargo técnico para o de

7

liderança. O desenvolvimento organizacional se deve ao comportamento individual e

grupal, pois estes são um dos recursos que movimentam a empresa.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

Será mapeado o cenário atual e as técnicas indicadas no referencial teórico

para detectar o que de fato impacta na rotina de trabalho entre líder e liderados.

Com isso, propor um programa de gestão de carreira que contribua com o

desenvolvimento do profissional responsável pela equipe.

É possível identificar características necessárias para promover a transição

de um cargo que desempenha atividades técnicas para um cargo de liderança, com

sucesso, de um gestor responsável pelo segundo nível de atendimento (Pós-

Vendas), em uma empresa de Telemarketing do interior de São Paulo?

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Classificação da pesquisa

Esta pesquisa é classificada como: aplicada, qualitativa e descritiva. Possui

natureza de pesquisa aplicada por ter como finalidade a prática, visando a resolução

de um problema, imediato ou não.

O problema será abordado de forma qualitativa, ou seja, através da análise do

ambiente (natural), e interpretação dos fenômenos, com o objetivo de descrever as

características baseadas em um levantamento prévio de um assunto conhecido,

sendo abordado de uma nova forma (visão).

Quanto aos procedimentos Metodológicos, será construído através de um

referencial bibliográfico; material de fácil acesso ao púbico em geral (livros), estudo

de caso com intuito de construir o conhecimento, e pesquisa participante; pela

facilidade e contato direto com o ambiente, possibilitando a interação com o gestor

imediato e os colaboradores da equipe.

8

1.4.2 Universo e amostra

A equipe objeto de estudo desta pesquisa é composta por dez pessoas

responsáveis pelo segundo nível de atendimento (Pós-Vendas), em uma empresa

de Telemarketing do interior de São Paulo, que executam atividades administrativas.

Trabalham em horário comercial, de segunda-feira a sexta-feira, das 08h às 17h e,

dividem o mesmo espaço físico com o telemarketing.

1.4.3 Coleta de dados

Os dados utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, foram colhidos

através de entrevistas semiestruturadas, compostas por questões abertas norteadas

través de uma pauta:

Com os integrantes da equipe, foram realizados questionamentos sobre:

Clima organizacional;

Liderança;

Motivação; e

Resultados e desenvolvimento.

Com o gestor imediato, as perguntas objetivas foram referentes aos temas:

Transição do cargo técnico para o de gestão de pessoas;

Habilidades e características requisitadas; e

Experiências e considerações.

Já com os profissionais de Recursos Humanos, o conhecimento construído foi

através dos temas:

Contratação;

Plano de carreira;

Autodesenvolvimento;

Papel do gestor; e

Recrutamento Interno.

9

Além de informações colhidas através da entrevista mencionada acima, foram

analisados: o clima organizacional; a cultura da empresa e do departamento; as

necessidades da equipe e; as características do líder.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 GESTÃO DE PESSOAS E LIDERANÇA

Atualmente há disponível um vasto acervo bibliográfico para definição das

teorias de gestão de pessoas, mas basicamente para nortear este estudo, será

entendido de acordo com Gil (2010, p. 17) como: “[...] a coordenação dos esforços

que visa a cooperação das pessoas envolvidas no alcance dos objetivos

organizacionais”.

Para Chiavenato (2006, p. 197):

“[...] O mundo moderno caracteriza-se por mudanças rápidas, constantes e

numa progressão explosiva. Há mudanças cientificas, tecnológicas,

econômicas, sociais, políticas, etc., que influenciam o desenvolvimento e o

êxito das organizações”.

Para Gil (2010, p. 51):

“[...] O gestor de pessoas não deixa de ser um Administrador de Recursos

Humanos. Compete-lhe desenvolver os processos de suprimento,

aplicação, desenvolvimento, manutenção e monitoria das pessoas”.

Isso requer algumas adaptações à postura do profissional, como por exemplo:

envolver-se com a equipe e demonstrar parceria ao invés de hierarquia, trata-los

como parte do todo e como elementos que impulsionam e aproximam a organização

cada vez mais ao alcance das metas estabelecidas no início de cada ano, criando a

expectativa de retorno ao investimento de capital humano e inteligência no processo

produtivo da empresa.

10

De acordo com (LASSERE, 2007, p. 99):

“[...] Se você está sendo elevado a um cargo de liderança, talvez tenha

muito a aprender sobre os objetivos e a cultura da empresa, seus clientes e

talvez até mesmo sobre o ramo de atividades. Além disso, você terá que

construir uma rede de apoio. Independentemente se você é prata da casa

ou ter vindo de fora, ou da solidez de sua reputação, você ainda terá que

estabelecer sua credibilidade no novo cargo”.

O profissional que ocupar um cargo de gestão de pessoas atualmente, deve-se

preocupar em ter uma boa comunicação, desenvolver habilidades de liderança,

técnicas, interpretação, e entre outros.

Para Lassere (2007, p. 102):

“[...] Transições são momentos em que as organizações podem ser

remodeladas, em parte porque todo mundo está esperando alguma

mudança. Mas também são períodos em que novos líderes estão mais

vulneráveis, porque lhes falta um conhecimento detalhado do novo papel ou

porque ainda não estabeleceram novos relacionamentos de trabalho”.

No que se refere a boa comunicação, o gestor não pode antecipar-se e

promover avaliações prematuras sobre o assunto que seu colaborador quer expor.

Porque deixar de prestar atenção no desenvolvimento da mensagem e selecionar

apenas o que interessa não garante a comunicação efetiva. Comunicação também

pode ser entendida como: a transmissão de uma mensagem (emissor),

decodificação (tradução da mensagem) e compreensão (receptor). Se naquele

momento não puder centralizar a atenção no membro de sua equipe, o melhor a

fazer é agendar um horário para que ambos não sejam prejudicados.

Um exemplo para ilustrar esta situação é imaginar um gestor ministrando um

comunicado/alinhamento ou até mesmo um treinamento, e seus liderados

selecionando somente o que lhes interessa deixando importantes detalhes perdidos

na comunicação, com certeza o resultado não seria dos melhores, principalmente se

for alinhamentos.

11

Para Chiavenato (2006, p.198):

“[...] Habilidades humanas consistem na capacidade e discernimento para

trabalhar com pessoas em equipe. Estão relacionadas com a interação com

pessoas e envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar

e resolver conflitos pessoais ou grupais para obter cooperação na equipe,

participação e envolvimento das pessoas. ”

Outro detalhe importante é não permitir que crenças, atitudes e até mesmo a

reação do emissor interfira no processo de assimilação do conteúdo, pois assuntos

peculiares e delicados como religião envolvam sentimentos e críticas, e dependendo

da forma como é compreendido pode até prejudicar a autoimagem. No que se refere

a reação do emissor, “[...] antecipar-se com as gesticulações e outros fatores

relacionados à pessoa que está falando interrompe o processo e impede sua

conclusão” (GIL 2010, p.77).

Atrelado à comunicação, o gestor deve-se preocupar com pequenos conflitos

gerado pelos próprios membros da equipe e reverte-los antes de se transformarem

em problemas. Conflitos quase nunca terminam após o momento de euforia, e se

não resolvido afetará por tempo e proporções indeterminados o clima da equipe, por

sua vez, a produtividade gerando uma série de consequências que varia de acordo

com o evento.

Para Chiavenato (2006, p.196):

“[...] A autoridade linear limita a organização a uma estrutura simples e

prevê apenas um canal de comunicação de cima para baixo. Cada pessoa

tem um supervisor que é o terminal de sua comunicação. Se o canal não

funciona, a pessoa encontra uma barreira e perde o único contato com a

organização. A partir daí, não há compromisso pessoal. ”

Ser otimista é estimular os membros da equipe inclusive nos dias difíceis e

turbulentos, é fundamental para o desenvolvimento de ambas as partes, líder e

liderados. Isso porque problemas ocorrem a todo momento principalmente no mundo

organizacional, o diferencial está na forma como esse problema é conduzido e

resolvido. Pessoas não são processos ou programas de computadores que podem

12

ser descartados ou reiniciados quando apresentam problemas, mas sim entendidas

e orientadas para que não ocorra a mesma situação novamente.

Pensando nisso, como lidar com as discordâncias?

Os liderados devem compreender que o responsável pela equipe é um

mediador e facilitador, que trabalha em prol do cumprimento de metas, gestão de

pessoas, resolução de problemas e etc., deve ser respeitado como tal, e que deve

permanecer disponível para ouvir o que sua equipe tem a dizer. Esta relação de

franqueza na comunicação é muito importante. Uma vez compreendidos os papeis,

o líder também deve demonstrar-se aberto para todos os assuntos, e em caso de

discordância, procurar entender o ponto de vista e tentar mediar a situação

recorrendo à pares, superiores, o departamento de recursos humanos, e demais

parceiros para a resolução do caso.

Chiavenato (2006, p. 197) comenta que:

“[...] A organização é um sistema social de interações. É possível integrar

as metas das pessoas com os objetivos da organização num plano em que

o trabalhado seja estimulante e gratificante e comporte possibilidades de

desenvolvimento pessoal. ”

As habilidades de liderança, ainda são temas pouco levados em consideração,

porém de muita importância, pois contribui para a criação um ambiente de trabalho

agradável na empresa. O clima organizacional é de responsabilidade de todos os

colaboradores, desde a gerencia até o operacional, mas é fato que o supervisor

deve zelar pelo ambiente em que sua equipe está inserida, como por exemplo:

certificar que os equipamentos de segurança e necessários para o desempenho das

atividades estejam em bom estado, controlar o nível de conversas paralelas para

que não atrapalhe os outros departamentos, organização do local, e entre outras,

visando o cumprimento das metas e a qualidade de vida.

Ficar satisfeito quando os outros departamentos e setores da empresa

prosperam também é uma qualidade do líder. Isso porque o profissional sabe que

sozinho não irá chegar a nenhum lugar, mas em sintonia com os pares, o

cumprimento das atividades ficará mais tranquilo e fácil. Principalmente as

atividades que estão intermediadas por mais de uma área, como por exemplo a

abertura de uma reclamação via central de atendimento sobre um serviço que não

13

atendeu as expectativas: o operador de telemarketing é responsável por registrar

exatamente o que o cliente quer, registrar os contatos para retorno e transmitir as

informações para o departamento responsável, conforme os procedimentos vigentes

de cada empresa. Ao departamento de análise, a qual a reclamação foi demandada,

fica a tarefa de identificar o que realmente aconteceu, analisar o as informações

prestadas e acionar as áreas intervenientes responsável pelo problemas, além de

retornar ao cliente com um parecer e com a solução da reclamação.

Esses procedimentos mencionados são simbólicos, e servem apenas para

compreensão do raciocínio.

Para Lassere (2007, p.105):

“[...] As vitórias servem aos seguintes propósitos emocionais:

Dão um tapinha nas costas de quem trabalha duro para concretizar

uma visão;

Geram fé no esforço, atraindo aqueles que ainda não estão ajudando

de forma ativa; e

Desarmam os céticos”.

Que cada pessoa possui características únicas é comum saber, agora é um

diferencial do líder identificar o nível de maturidade das pessoas com quem trabalha

para amparar na argumentação com assuntos delicados e na distribuição de novas

tarefas. Conforme Chiavenato (2006, p. 197): “[...] O desenvolvimento organizacional

é um esforço de desenvolver equipes, melhorar relações interpessoais, abrir canais

de comunicação, construir confiança e encorajar responsabilidades entre as

pessoas”.

Mais uma vez o departamento de RH poderá auxiliar nesta questão, indicando

gestores mais experientes ou até mesmo profissionais especializados no

comportamento humano profissional.

Parece um raciocínio lógico, porém a realidade distorce o papel do colaborador

na empresa, pois não se trata de mais um indivíduo compondo o quadro de

funcionários da organização, mas sim: mais um talento, habilidade e inovação, que

se não for coordenado a favor das estratégias e metas da empresa, poderá resultar

na insatisfação, gerar custos e contagiar os demais colaboradores.

14

Alinhar com o departamento de Recursos Humanos sobre as possibilidades e

consequências da ausência por exemplo, de um colaborador por um ou mais dias é

de suma importância, outro ponto é estabelecer uma relação aberta com seus

liderados à fim de saber antecipadamente que irá se ausentar, por qual motivo e a

quantidade de dias, pois assim é possível se organizar e traçar novas estratégias

evitando grandes impactos. Não se trata de beneficiar, mas sim esclarecer a

importância de cada colaborador e qual o impacto de sua atividade no cumprimento

das metas estabelecidas pela empresa. Assim não iremos garantir a diminuição

destes eventos, mas sim o envolvimento e senso de responsabilidade de cada

agente.

Trabalhar com pessoas e suas personalidades não é uma tarefa fácil, requer

total atenção e paciência por parte do responsável pela gestão da equipe, com foco

no grupo, no que se refere ao alcance das metas e resultados, e com foco também

no indivíduo, permitindo a otimização de seus talentos e habilidades.

Conforme Chiavenato (2006, p. 196):

“[...] A divisão e fragmentação do trabalho impedem o compromisso

emocional da pessoa. O esforço humano é limitado a fazer o que foi

definido dentro das rotinas predeterminadas. Emoções e atitudes das

pessoas são omitidas no processo, que deve ser racional e lógico. O

comportamento pessoal é uma emoção, e a motivação é um estado de

espírito relacionado com a emoção. Se a emoção não existir na

organização, não haverá compromisso das pessoas. ”

Estabelecer metas claras, é fundamental, estimular sua equipe quando os

resultados não são tão satisfatórios também. Entender novas demandas antes de

assumi-las é de suma importância.

15

3 ESTUDO DE CASO

3.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

O objeto de estudo é uma empresa que atua no segmento de Seguros,

concentrada em vários países da América Latina e, que possui uma vasta carteira

de cliente disponíveis entre os ramos de: automóveis, vida e previdência,

empresarial, etc.

Esta empresa possui central de atendimento 24 horas, parcerias com diversas

empresas em todo o pais, quatro sedes e mais de seis mil funcionários, em diversos

cargos e departamentos.

Na sede utilizada como parâmetro para o desenvolvimento desta pesquisa, se

encontram as operações de telemarketing (24 horas/dia) e pós-vendas (horário

comercial).

3.2 DIAGNÓSTICO DO GESTOR E EQUIPE

O diagnóstico será realizado para a equipe de pós-vendas da empresa de

seguros.

Esta equipe de dez colaboradores, responsável pelo atendimento de pós-

vendas do segmento de seguros, atua em conformidade com as regras e estratégias

vigentes da empresa. A equipe é composta por colaboradores experientes, com

cerca de dois a quatro anos de empresa. Para atuar como Assistente Administrativo,

todos foram promovidos, ou seja, atuaram no primeiro atendimento (telemarketing).

Suas atividades envolvem primordialmente as análises de reclamações e assuntos

burocráticos, mas também têm contato com o cliente.

A maioria dos colaboradores que ocupam a base da hierarquia, se

acomodaram com modelo de atuação desenhado para o cargo anterior e necessário

para a “promoção” do atual, ou seja, o de atendente de telemarketing

(desempenhado por cerca de 90 % de todos os colaboradores que iniciam suas

atividades na empresa), que implica a necessidade de sinalizações constantes no

desempenho das tarefas, foco total do líder e apoio na formulação de estratégias

para o desenvolvimento de carreira.

16

O cenário atual, envolve: pessoas desmotivadas (principalmente por questões

que se referem a remuneração atual pelo cargo que desempenham, e fatores

emocionais que podem ser compostos inclusive por questões familiares), distraídas

(utilização constante do aparelho celular, envolvendo a interação com redes sociais,

que por regra de conduta da empresa, o uso é proibido), extremamente

comunicativas (interrompendo suas atividades e as dos colegas, por não manter a

disciplina e concentração), dentre outros fatores.

O gestor imediato, está na empresa a cerca de quatro anos e também iniciou

suas atividades no atendimento telefônico. Não possuía experiência com liderança e

também não passou por treinamento para exercer a nova função. Apesar do escopo

pré-estabelecido e características requisitadas, a atuação prática difere do modelo

proposto pela organização devido a personalização de cada profissional, composta

por suas experiências profissionais, situações corriqueiras e muitas vezes

imprevisíveis.

A equipe é coordenada através do modelo nomeado como: Gestão

Compartilhada, onde o supervisor mantém uma comunicação clara e objetiva com

sua equipe, permitindo a abertura para discussões, dinâmicas, alinhamento de

processos e procedimentos, elaboração de metas sensíveis aos resultados, entre

outros diversos assuntos. Porém, a ausência de manifestação por parte da equipe

impede que o resultado das discussões propostas alcance o êxito. Importante

ressaltar que assuntos urgentes são tratados pontualmente, particular ou coletivo

(conforme a necessidade), verbal ou escrita.

17

3.3 DIAGNÓSTICO – PLANO DE CARREIRA

Durante o processo seletivo, para ingressar na empresa, o candidato passa por

algumas avaliações propostas pelo departamento de Recursos Humanos, sendo

estas: escrita, psicotécnica, oral e prática. Essas avaliações permitem diagnosticar

as aptidões mais afloradas em cada indivíduo, desenvolvimento profissional do

candidato e, plano de carreira, além de detectar o diferencial para decisão de qual o

cargo e função que o indivíduo irá desenvolver de imediato na organização.

Essas avaliações permanecem registradas nos servidores internos e acervos

da organização, e são ferramentas fundamentais para toda e qualquer modificação

iniciada pela empresa (realocação/mudança de estrutura) ou nova decisão pelo

colaborador (investimento em novo cargo/área). Também servem como parâmetros

para que o profissional desenvolva habilidades desconhecidas por si, mas

diagnosticadas por profissionais aptos para isso. Tanto o gestor atual, quanto o

futuro, podem solicitar esse documento para o departamento de RH para aplicação

de feedback ou desenvolvimento do trabalhador.

A maioria dos cargos disponibilizados pela empresa para processos de

recrutamento externo são para a função de atendimento, ativo e receptivo, que

movimenta grande parte da empresa, ou seja, para o Telemarketing. Cada

colaborador estará envolvido em uma equipe com cerca de mais quinze atendentes,

sob a supervisão de um profissional responsável pela gestão imediata deste grupo,

e seguindo a hierarquia do departamento, supervisionado por um coordenador e

após pelo gerente executivo. Como pares, além de vários colaboradores

responsáveis por diversos atendimentos que compõem o portfólio da empresa,

possuem também os Assistentes Administrativos, estes por sua vez, atuam no

segundo atendimento denominado como Pós-Vendas, e que estão abaixo da

mesma hierarquia mencionada anteriormente, possuindo um supervisor com foco na

atuação desta equipe, apartado do primeiro atendimento, conforme ilustrado abaixo:

18

Figura 1- Organograma

Após a seleção dos candidatos e formação de grupos, todos os colaboradores

passam por um treinamento de curto prazo (cerca de uma semana), que possui o

objetivo de introduzir o profissional na empresa, apresentar a missão, visão e os

valores da organização, instalações da empresa, além evidenciar boas práticas,

clima organizacional e qualidade de vida.

Após as boas vindas, cada grupo será acompanhado por um profissional

responsável pelo treinamento técnico das funções a serem desempenhadas, onde

serão abordados: os sistemas, as ferramentas, os manuais, as técnicas, as

simulações e tudo o que for necessário para que o colaborador desempenhe com

segurança a função a qual lhe foi confiada, além de uma avaliação final que irá

medir a qualidade do treinamento e a qualidade de conteúdo assimilado por cada

indivíduo.

Posteriormente o colaborador é acompanhado pelo seu supervisor imediato,

onde vivenciará por cerca de vinte dias as tarefas do seu trabalho. Essa experiência

permite ao candidato um contato direto com tudo o que foi apresentado durante as

últimas semanas, além de finalmente proporcionar na prática os conceitos aplicados

e os sistemas mencionados. Enquanto isso, o gestor solicita os acessos sistêmicos

necessários, equipamentos e tudo o que for fundamental para que o agente

desempenhe sua atividade da melhor forma possível.

19

É realizado também, o contato direto com seu novo ambiente de trabalho,

discussões sobre o que se espera, quais as expectativas, planos futuros e entre

outros.

Devido a atenção a qual a função exige, o supervisor realiza:

Feedbacks diários;

Alinhamentos pontuais quando necessário;

Reuniões mensais para apresentação de resultados,

Integração de novos colaboradores;

Construção de métricas responsáveis pelo cumprimento dos objetivos e

metas estabelecidas pela organização;

Alinhamentos e monitorias;

Parabenizar os aniversariantes do mês;

Evidenciar o destaque da equipe e premiá-lo com um presente; e

Comemorar os resultados conquistados.

Cada supervisor possui como uma de suas responsabilidades, registrar em um

sistema interno junto ao colaborador, no início do ano, as metas à serem cumpridas

durante o período de doze meses. Antes de finalizar o prazo, o departamento de

recursos humanos, disponibiliza durante um determinado período, a revisão das

metas, pois os resultados são base para avaliações e tomadas de decisões, além de

servir como critério fundamental para a premiação de um dos diversos benefícios

concedidos pela empresa, que é a Participação de Lucros e Resultados. O

colaborador recebe ao final de cada ano uma nota, de acordo com seu desempenho,

e é o departamento de RH o responsável por disponibilizar via e-mail (individual) a

nota e o valor à ser recebido.

Figura 2- Processo Seletivo

A nota conquistada, o índice baixo de absenteísmo, a qualidade no

desempenho das atividades, a formação acadêmica, e as habilidades individuais,

20

são critérios indispensáveis para o Programa de Recrutamento Interno, ou seja, o

aproveitamento de um talento que já pertence à organização, como promoção a um

cargo melhor. Também é a evolução profissional de cada indivíduo e a redução de

custos com contratações por parte da empresa.

3.4 RECRUTAMENTO INTERNO

Para esta etapa, o gestor imediato da área após detectar a necessidade de

preenchimento da vaga, formaliza ao departamento de RH: as necessidades do

cargo, as habilidades requisitadas, os conhecimentos técnicos e sistêmicos, a carga

horária, a nota mínima no sistema de avaliação interno, o turno em que será

ocupada a vaga, dentre outras características próprias, que variam de acordo com

as especificações de cada área e cargo. O departamento de RH notifica os gestores

de toda a empresa, e posteriormente, via e-mail, a todos os colaboradores, além de

disponibilizar um período mínimo para a inscrição e a comprovação de alguns itens,

pré-requisitos, conforme mencionado. Estabelece-se um cronograma composto

pelas:

Entrevistas iniciais que possui como objetivo selecionar os candidatos com

as características solicitadas;

Apresentação do candidato com tema pré-estabelecido e avaliado pelo

departamento de RH e futuro líder, e;

Em alguns casos, provas técnicas sobre a função específica.

Após este longo período, o RH, psicólogos e gestores avaliam os candidatos,

bem como os resultados, e juntos chegam a uma decisão que é comunicada ao

escolhido e todo o departamento, pelo coordenador da área.

Figura 3 - Processo Seletivo Interno

Na Figura 4, tem-se um resumo do processo de recrutamento e promoção.

21

Figura 4 – Resumo do processo de recrutamento e promoção.

3.5 OPORTUNIDADES

Para o cenário estudado, o atendente de telemarketing possui as seguintes

opções dentro da área de atuação: assistente administrativo, supervisor e analista,

onde na maioria das vezes, a vivência nestes dois últimos cargos mencionados são

pré-requisitos para a ocupação do posto de coordenação e, posterior, gerência do

departamento.

Para cada cargo que ocupar, o colaborador sempre passará por um

treinamento que possibilite o desempenho de sua nova função.

Para ocupar os cargos técnicos, os funcionários passam pelos seguintes

treinamentos:

Contato com novos sistemas operacionais;

Produtos; e

Serviços.

Para ocupar os cargos de gestão, os funcionários passam pelos seguintes

treinamentos:

Quando há mudança de área, os treinamentos mencionados acima;

22

Sistemas interativos em que deverão ser registradas as atividades e

desenvolvimento do colaborador;

Domínio do pacote Office para elaboração de relatórios, planilhas e

apresentações de resultados para a equipe e para a

coordenação/gerência do setor.

Os funcionários atuantes no primeiro atendimento, possuem uma agenda de

feedbacks constantes com o seu supervisor, além de reuniões periódicas com o

departamento de Recursos Humanos. Em alguns destes encontros, é traçado um

plano individual de carreira, onde além de elencar pontos fortes e de melhoria, o

colaborador é desafiado a construir sua carreira, ciente de sua total responsabilidade

por ela, em curtos, médios e longos períodos.

A pergunta: “aonde se quer chegar? ” norteia os encontros com foco no

autodesenvolvimento de carreira. São aplicadas ferramentas capazes de facilitar o

desenvolvimento, palestras e indicações de livros específicos para cada perfil, além

de um profissional da área psicológica a disposição de todos os colaboradores da

empresa.

A figura abaixo ilustra as possibilidades que um agente possui para conquistar

novos cargos, dentro de seu departamento.

Figura 5 - Processo Seletivo Interno 2.

Ao assumir o cargo de assistente administrativo, muda-se a rotina de trabalho

e, agora os colaboradores assumem uma carga horária diária fixa de oito horas, com

responsabilidades e prazos, interação com outros departamentos da empresa

muitas vezes em outro espaço físico, além de novos compromissos e um número

menor de feedbacks. O profissional passa a ter 100% de responsabilidade e 90% de

23

autonomia no desenvolvimento de suas atividades, e começa a enfrentar um desafio

a mais em se destacar e buscar novas oportunidades.

3.6 IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS

Ocorrem encontros mensais para abordar temas como resultados, proposta de

melhorias e alinhamentos, mas identificou-se que a ausência de treinamentos

comportamentais que interfere negativamente no desempenho coorporativo, visto

que falhas decorrentes da falta de orientação ou norteamento, poderiam ser evitadas

ou administradas uma vez detectada.

Essa falta de acompanhamento e desenvolvimento comportamental é

impactante tanto no operacional, quanto nos cargos estratégicos, ou seja, gestão de

pessoas. Isso porque não há a necessidade de sinalizações diárias e comandos

para o desenvolvimento das atividades do segundo nível de atendimento, pois os

relatórios de demanda são analisados e distribuídos pelos gestores em parcelas

iguais entre o número de colaboradores ativos no núcleo. Essa atividade se

assemelha um pouco com o primeiro atendimento, quando foi descrito em

acompanhamento das tarefas.

Os dois primeiros níveis de atendimento, são técnicos. Quando o colaborador

investe na carreira de gestão de pessoas e assume através do Programa de

Recrutamento Interno, o cargo de supervisor, amplia seus horizontes e

responsabilidades, conquista novas tarefas e estreita os relacionamentos, mas

também possui o difícil desafio de ser referencial no cumprimento de metas e

contribuir para o clima organizacional, principalmente de sua equipe. Para isso, é

acompanhado por seus pares (na fase de aprendizado) e instruído por seu gestor

(coordenação) no que se refere à: acessos, sistemas, técnicas e etc. A rotina prática

é imediata, ou seja, assim que anunciada a promoção, o colaborador deixa a antiga

atividade e assume uma equipe.

Mas o que se espera de um líder é que em pouco tempo ele já possua

influência sobre seus liderados, energizando-os e fazendo com que se concentrem

na solução dos problemas, causando impacto rápido e profundo.

24

Um profissional que já está acostumado com determinada atividade analítica

ou não teve contato com gestão de pessoas anteriormente, possui dificuldades em

delegar funções e realizar acompanhamentos. Parecem dificuldades simples e

insignificantes, porém no decorrer das semanas é possível mensurar resultados

impactantes que são causados por fatores básicos e de fácil desenvolvimento

prévio.

O supervisor é responsável pelos resultados de sua equipe, nível de

absenteísmo, e problemas na equipe. Quando, algum destes indicadores estiverem

abaixo do esperado, a gerencia irá aciona-lo. Um supervisor será sempre acionado,

mas nem sempre tem noção de tal cobrança.

Nesta equipe em especial, o gestor imediato não foi promovido através do

Programa de Recrutamento Interno, já existente na organização e mencionado

anteriormente, mas sim através de um consenso entre a gerencia e a coordenação

após a identificação da necessidade e ausência de tempo para aguardar os prazos

burocráticos, porém necessários do departamento de RH. Nesta fase, o

departamento recém-criado precisava de um gestor rapidamente para ocupação do

cargo, onde após estudar o cenário, foi realizado uma reunião entre: a gerência,

coordenação e analistas, e após, um assistente administrativo foi convidado para

ingressar nesta nova experiência.

4 PROPOSTA DE MELHORIA

Para a construção de conhecimento embasado pelo referencial teórico,

entrevistas e análise do ambiente, foi identificado as principais características do

profissional estudado, da organização e do plano de carreira. As primeiras análises

demonstram que é indispensável manter-se atualizado ao ocupar um cargo de

liderança, diagnosticando pontos de melhorias e trabalhando em prol da evolução

constante.

Os principais temas que conduziram este projeto foram: gestão de pessoas,

autodesenvolvimento e liderança, contribuindo para o entendimento do papel do

líder dentro da organização e sua importância para a equipe. Com isso houve êxito

no alcance do principal objetivo que é: identificar o que é necessário para se fazer a

25

transição de um cargo que desempenha atividades técnicas para um cargo de

liderança. Ao término deste estudo, será apresentado um cronograma de ações e

encontros à serem realizados e conduzidos pelo departamento de recursos

humanos.

Para alcançar o objetivo principal, no início desta pesquisa foram construídos

alguns objetivos específicos, e cada um deles trabalhados da seguinte forma:

Mapear o cenário atual:

Foi realizado o diagnóstico do gestor e da equipe.

A equipe é composta por dez colaboradores experientes, com cerca de dois a

quatro anos de empresa, ocupantes do cargo de Assistente Administrativo e,

responsáveis pelo atendimento de pós-vendas do segmento de seguros.

Promovidos do primeiro atendimento (telemarketing) e, suas atividades envolvem as

análises de reclamações e atendimento ao cliente.

O cenário atual, envolve: pessoas desmotivadas, distraídas, extremamente

comunicativas, dentre outros fatores.

O gestor imediato, também está na empresa a cerca de quatro anos e iniciou

suas atividades no atendimento telefônico, posteriormente como assistente

administrativo e após, promovido para o cargo de liderança através de um consenso

entre gerência e coordenação. A equipe é coordenada através do modelo nomeado

como pelo líder, de: Gestão Compartilhada, que possui uma comunicação clara e

objetiva com sua equipe, permitindo a abertura para discussões, dinâmicas,

alinhamento de processos e procedimentos, elaboração de metas, entre outros

diversos assuntos.

Apresentar a gestão de pessoas e liderança:

No capítulo: diagnóstico – plano de carreira, foi identificado todo o processo

seletivo, composto por avaliações que permitem diagnosticar as aptidões mais

afloradas em cada indivíduo, o desenvolvimento profissional do candidato e, plano

de carreira que o profissional de RH descreve para análise dos psicólogos e demais

profissionais.

26

Após a seleção dos candidatos e formação de grupos, todos os colaboradores

passaram por um treinamento que visa introduzir o profissional na empresa. Depois

cada grupo foi acompanhado por um profissional responsável pelo treinamento

técnico das funções a serem desempenhadas, além de uma avaliação final que

mede a qualidade do treinamento e a qualidade de conteúdo assimilado por cada

indivíduo.

Posteriormente, o colaborador é acompanhado pelo seu supervisor imediato,

para ter contato direto com suas atividades e, que enquanto isso solicita os acessos

sistêmicos, equipamentos e tudo o que for fundamental para que o agente

desempenhe sua atividade.

Já no capitulo de recrutamento interno foi analisado as principais etapas. Por

exemplo: a identificação da necessidade do preenchimento da vaga por parte do

gestor da área, que deve ser formalizada ao departamento de RH para ampliação à

toda a empresa e, o cronograma composto pelas:

Entrevistas iniciais;

Apresentação do candidato e avaliação do RH e gestor, e;

Provas técnicas sobre a função específica.

Ilustrados através das Figuras 3 e 4.

Após este longo período, o RH, psicólogos e gestores avaliam os candidatos e

juntos com o coordenador, comunicam o nome do promovido.

E por último:

Propor melhorias para o modelo atual:

Após análise do cenário, condições e fatos, será proposto um Programa de

Desenvolvimento de Liderança, para todos os colaboradores que irão transitar de

um cargo técnico para um cargo de liderança. O programa visa a capacitação e

desenvolvimento de gestão e será organizado por módulos, divididos por hierarquia:

Módulo 01: Supervisores;

Módulo 02: Coordenadores.

27

Os profissionais que ocupam o cargo de gerência não serão envolvidos no

programa, visto que já possuem um cronograma de capacitação diferenciado.

Cada módulo possui suas especificações, pertinentes ao nível de hierarquia.

Trata-se de encontros trimestrais (quatro encontros por ano) com profissionais do

departamento de Recursos Humanos, com intuito de promover treinamentos

presenciais, alinhamentos e desenvolvimento. Propõe-se a realização de

treinamentos online para o desenvolvimento de projetos e relatórios, que por sua

vez, serão analisados pelo RH para apuração dos resultados e personalização de

tarefas que auxiliarão no desenvolvimento do gestor.

Para cada encontro, será estabelecido um cronograma de ações:

Primeiro Encontro

Encontro com o RH para apresentação do Programa;

Auto avaliação escrita e oral;

Exposição do que se espera dos profissionais desta função;

Alinhamento e compreensão dos temas coorporativos estratégicos;

Mapeamentos de habilidades e principais características à serem

desenvolvidas;

Dinâmicas e ações práticas para fixação dos conteúdos abordados; e

Definição das datas para a realização dos cursos online e entrega das

atividades complementares, para análise do RH.

Segundo Encontro

Discussão sobre os primeiros meses com as novas atividades (gestão);

Apresentação dos resultados e dados das atividades online;

Desenvolvimento da habilidade: de falar, escutar e dialogar, visando

transparência e produtividade junto à equipe;

Dinâmicas que visam sucesso nas relações interpessoais; e

Definição das datas para realização dos cursos online e início do

desenvolvimento de um relatório consolidado (anual), além da entrega de

atividades complementares, para análise do RH.

28

Terceiro Encontro

Consultoria com profissionais do RH para o desenvolvimento e a realização

de metas e resultados;

Feedbacks sobre seu próprio desempenho com o acompanhamento do

coordenador;

Estabelecimento de ações inovadoras;

Dinâmicas e ações práticas; e

Definição das datas para a realização dos cursos online e revisão do

relatório anual.

Quarto Encontro

Desenvolvimento dos conceitos de autogestão e gerenciamento de

conflitos para evolução de sua equipe;

Apresentação estratégica da equipe, visando identificar o nível de

entendimento e conhecimento dos colaboradores sob sua

responsabilidade;

Projeções para o próximo ano e trimestre;

Dinâmicas e ações práticas;

Entrega e apresentação de um relatório anual, visando a evolução dos

resultados conquistados durante o ano. A apresentação será para a

equipe, coordenação e RH.

Com esse programa, é esperado que os profissionais tenham não só

treinamentos e ferramentas técnicas, mas também um acompanhamento psicológico

que ampare essa nova fase e garanta o sucesso no desempenho de suas atividades

diárias. Os documentos utilizados ao longo dos encontros, serão fundamentais para

futuras analises e acompanhamento das evoluções do profissional.

29

5 CONCLUSÃO

Após a revisão bibliográfica, foi identificado que o papel de um líder envolve

muito mais do que o respeito por suas ideias e personalidade, mas o cuidado na

comunicação com seus liderados, resolução de conflitos onde conforme Chiavenato

(2006, p.196): “Se o canal não funciona, a pessoa encontra uma barreira e perde o

único contato com a organização”, e principalmente pela forma como este

profissional se envolve coordena sua equipe estabelecendo um clima de parceria e

credibilidade.

Na análise do ambiente, foi detectado grande investimento técnico da

empresa e ausência de acompanhamento psicológico aos profissionais que ocupam

cargos estratégicos e de gestão.

No que se refere ao gestor, a pesquisa permitiu identificar seu esforço para o

desempenho de suas atividades mesmo não tendo transitado pelos procedimentos

padrão de promoção que inclui a formação das habilidades técnicas e psicológicas

de um supervisor.

Ao analisar a equipe, percebe-se a ausência de fatores motivacionais e

equívocos na comunicação com o líder.

Através dos resultados obtidos, conclui-se que a melhor estratégia foi propor

um Programa de Desenvolvimento de Liderança que pudesse ser realizado dentro

das instalações da organização e por profissionais pertencentes à empresa, visando

um melhor desenvolvimento e acompanhamento das lideranças.

30

6 REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Gestão de Pessoas: Enfoque nos papéis profissionais.1. ed.

São Paulo: Atlas, 2010.

HUNTER, James C.O monge e o executivo: uma história sobre a essência da

liderança. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

PERES, Lenke. Gerando envolvimento na equipe/ Harvard Business School

Press. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

LASSERE, Eduardo. Assumindo o controle do seu tempo/ Harvard Business

School Press. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da Administração: o essencial da teoria

geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 – 3º reimpressão.