proposta de mensuraÇÃo do custo ambiental baseada na anÁlise de emergia : a energia acumulada...

PROPOSTA DE MENSURAÇÃO DO CUSTO AMBIENTAL BASEADA NA

ANÁLISE DE EMERGIA: a energia acumulada agregando valor de sustentabilidade ao produto

Cleber PereiraJosé Maria Paixão

Fernando Demétrio

Belo Horizonte - MGOutubro de 2009

Proposta de mensuração do custo ambiental baseada na análise de Emergia

[...a destruição da natureza e seus recursos é resultado da ignorância, da cobiça e da falta de respeito pelos seres vivos, incluindo nossos próprios descendentes...] [... é essencial que examinemos eticamente o que herdamos] [...e não apenas por uma questão moral e ética, mas pela nossa própria sobrevivência. Para a geração presente e para as futuras, o meio ambiente é fundamental ...]

Lama, 1990, p.67

ABORDAGENS CONTÁBEIS À CONTABILIDADE AMBIENTAL


Ética:

• inverdades em transparecer informações sobre os impactos que a empresa traz ao meio ambiente;

• falta de consistência nas informações disponíveis, o que dificulta a comparação com outros períodos existentes;

• falta de mensuração de ativos e passivos ambientais.



Macroeconômica:• investidores brasileiros tentam se inserir em culturas

contábeis internacionais;

• DVA – a riqueza da companhia torna-se mais transparente por exigências dos credores internacionais;

• Políticas ambientais mais consistentes e estruturadas em função dos avanços sociais, tecnológicos e desenvolvimento de gestão corporativa multinacional.



Sociológica:• Influência evolutiva do homem na conscientização

do meio ambiente


“A contabilidade, como ciência social, passou a ser questionada sobre o desempenho ecológico das

empresas na sociedade, tendo, com isso uma nova perspectiva acerca de seu papel”

Kraemer e Tinoco, 2004


Por que mensurar?Na composição do preço de mercado são desprezadas:

• a contribuição da natureza durante a produção;

• A qualidade dos insumos energéticos absorvidos;

• Limitações biológicas na produção dos recursos

naturais.

MENSURAÇÃO DO CUSTO AMBIENTAL

Atualmente: preço final mercadoria = remunerações + mão de obra

direta + custos de extração do produto da natureza



A contabilização agregando contribuições ambientais e custos adicionais


O que considerar?Os recursos naturais renováveis (R)

Os recursos não renováveis (N)

Os recursos oriundos da Economia (F)


O trabalho da natureza deve ser estudado para poder ser reconhecido e valorizado. O dinheiro relativo à sua

contribuição deve ser empregado para garantir que haja reposição daquilo que foi extraído, para manter a

fertilidade do ecossistema e gerar controles para assegurar a sustentabilidade e governança do sistema.

(ORTEGA, 2003).


OS RECURSOS (R) (N) (F)

Os fluxos R e N são fornecidos pelo ambiente e não têm valor econômico.

Enquanto os recursos renováveis podem ser repostos pelo ambiente ao menos na mesma velocidade com que são consumidos, os recursos não renováveis são explorados sem que haja tempo para sua recuperação pelo ambiente.

Os recursos econômicos, F, são provenientes do mercado e possuem valor em moeda.


Emergia (energia acumulada)

Corresponde ao tratamento de todos os fluxos (matéria, energia, dinheiro) em uma unidade comum denominada emergia ou

energia solar acumulada.

MENSURAÇÃO DO CUSTO AMBIENTAL EM EMERGIA

É necessário transformar todos estes fluxos (kg, J, $) em emergia solar (sej) utilizando o fator de

conversão (transformidade)(ODUM, 1996)


Transformidade

É a razão entre a Energia acumulada necessária para fabricação de um produto e

a energia que o produto contém.

MENSURAÇÃO DO CUSTO AMBIENTAL EM EMERGIA

Se temos o valor do fluxo de “energia” de um insumo e a Transformidade do mesmo (obtida de cálculos anteriores) então podemos obter

seu valor correspondente em "emergia”.


A metodologia: 1 conhecer a energia contida em 400m3 madeira

(convertendo m3 em Joules)

2 Calcular a emergia em sej contida em 400m3 de madeira (energia da madeira X transformidade)

3 Calcular o EmDollar ($) ((R) + (N) + (F)) ou emergia PIB PIB4 Calcular o valor de 400m3 em EmDollar

emergia

EmDollar

CUSTO DE SUSTENTABILIDADE:Derrubada de 400m3 de lenha


Custo ambiental em emergia

Demonstramos que o custo ambiental em emergia para a produção de 400m³ de lenha corresponde a 4.532 dólares, ou seja, 11.32 dólares por m³.



Considerações sobre a madeira 1 m³ de madeira = +- 5 árvores e pesa +- 500kg quando se elimina toda a água existente na madeira.

Corresponde a uma pilha de madeira de 1 m de altura com 1 m de comprimento por 1 m de largura.

Em junho de 2009, 1 m³ de madeira custava, para o consumidor, em torno de 50 reais.



% de Sustentabilidade Considerando o valor médio do metro cúbico de madeira, estamos nos referindo ao montante:

(400m³ x R$ 50,00) que totaliza R$ 20.000,00

Custo ambiental em emergia para produção de 400m3 = US$ 4.532 => R$ 7.704,00 (out/09)

% Sustentabilidade = 38,52%



Sustentabilidade do Processo O valor de sustentabilidade a ser agregado ao metro cúbico de madeira (R$ 50,00) é R$ 19,25.

Este é o valor estimado para GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DO PROCESSO.

Cabe um estudo complementar para análise sobre os impactos desta ação na economia e no

capital das empresas

CONCLUSÕES


Este estudo apresenta limitações no sentido da

necessidade de utilização de valores

multidisciplinares oriundos da ecologia e

engenharia ambiental, como por exemplo:• a análise sustentável do Brasil referente

ao ano 2000;• do PIB da economia inerente ao

país/estado em tela;• assim como o cálculo da transformidade

específica de cada produto.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO


BROWN, M.T., ULGIATI, S. Emergy analysis and environmental accounting. Encyclopedia of Energy. Volume 2. 2004.CAMPBELL, Daneil E. Emergy analysis of humam carring capacity and regional sustainability: an example using the state of Maine. Environmental e Assessment, 1998. DEMETRIO et al, F. J. Cutrim. Avaliação ecológica da economia baseada na análise em emergia in International WorkShop Advances in Cleaner Production. São Paulo: Universidade Paulista – UNIP, 2009.IUDICIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.KRAEMER, M. E. P; TINOCO, J. E. P. Contabilidade e Gestão Ambiental. São Paulo: 2004JACOBI, Pedro. Educar para a sustentabilidade: complexidade reflexividade, desafios- in: Revista Educação e Pesquisa – vol. 31/2-maio-agosto, 2005, FEUSP.LAMA, Dalai. The Dalai Lama, A Policy of Kindness. editor Sidney Piburn, USA: Snow Lion Publications, Paperback, 1990.LIMA, D. V.; VIEGAS, W. Tratamento Contábil e evidenciação das externalidades ecológicas. Revista Contabilidade & Finanças. São Paulo, No 30, p.46, set/dez.2002LOMAS, P. L. Á. S.; RODRIGUZ, M.; MONTES C.. Environmental accounting as a management tool in the Mediterranean context: The Spanish economy during the last 20 years. Journal of Environmental Management, 2008.ODUM, H.T. Environmental Accounting, Emergy and Decision Makin. John Wiley, New York: Elsevier, 1996. ___________; et al. Environmental Systems and Public Policies. University of Florida Press: EUA, 1988.ORTEGA, Enrique (org.). Engenharia Ecológica e Agricultura Sustentável: exemplos de uso da metodologia energética-ecossistêmica. São Paulo: Unicamp, 2003.RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade e meio ambiente. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1992. Dissertação, mestrado em Ciências Contábeis.ROMITELLI, M.S. Emergy analysis of the new Bolivia - Brazil gas pipeline. EmergySynthesis: Theory and Applications of the Emergy Methodology. M. T. BrownGainesville, Fl. The Center for Environmental Policy: University of Florida: 2000, p.53–59.TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias de negócios focados na realidade brasileira. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2005.ULGIATI, S. & BROWN, M.T. Emergy based and ratios to evaluate sustainability: monitoring and technology towards environmentally sound innovation. Vol. 9. Ecological Engineering: 1997, p. 51-69.

REFERÊNCIAS

Obrigado!

Belo Horizonte - MGOutubro de 2009

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