proposta de atualização institucional do incra - 2015

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EXPEDIENTE

Presidenta da República

Dilma Vana Rousseff

Ministro do Desenvolvimento Agrário

Miguel Soldatelli Rossetto

Presidente do INCRA

Carlos Mário Guedes de Guedes

Diretora de Programas

Érika Galvani Borges

Diretor de Gestão Administrativa

Juliano Flávio dos Reis Rezende

Diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária

Richard Martins Torsiano

Diretora de Gestão Estratégica

Maria Jeigiane Portela da Silva

Diretor de Desenvolvimento

César Fernando Schiavon Aldrighi

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Page 3: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

SUMÁRIO

1. NOVA VISÃO DA REFORMA AGRÁRIA, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E DIRETRIZES INSTITUCIONAIS 5

2. PRINCIPAIS INOVAÇÕES REALIZADAS NO ÚLTIMO PERÍODO ................................................................ 7

2.1. DESENVOLVIMENTO DE ASSENTAMENTOS......................................................................................72.1.1. ENTRADA DO INCRA NO PBSM.................................................................................................... ...........72.1.2. POLÍTICA DE CRÉDITO PARA A REFORMA AGRÁRIA.......................................................................................82.1.3. ASSISTÊNCIA TÉCNICA.................................................................................................... .....................102.1.4. ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA DOS ASSENTAMENTOS....................................................................................102.1.5. CHAMADAS PÚBLICAS DE INFRAESTRUTURA.............................................................................................. 112.2. OBTENÇÃO DE TERRAS..................................................................................................................112.2.1. NOVO RITO PARA OBTENÇÃO DE TERRAS E CRIAÇÃO DE ASSENTAMENTOS........................................................112.2.2. PROGRAMA ASSENTAMENTOS VERDES E BOLSA VERDE..............................................................................122.2.3. SEMIÁRIDO.................................................................................................... ...................................132.3. GOVERNANÇA FUNDIÁRIA.............................................................................................................132.3.1. GOVERNANÇA FUNDIÁRIA.................................................................................................... ................132.3.2. COMUNIDADES QUILOMBOLAS.................................................................................................... ..........142.4. GESTÃO DA INFORMAÇÃO E GOVERNANÇA DE TI..........................................................................142.4.1. DESENVOLVIMENTO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO............................................................................152.5. RELAÇÃO COM OS BENEFICIÁRIOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL..........................................................162.6. GESTÃO E ESTRUTURA DO INCRA..................................................................................................172.6.1. ESTRUTURA LOGÍSTICA-OPERACIONAL.................................................................................................... 172.6.2. GESTÃO DE PESSOAS.................................................................................................... .......................18

3. DESAFIOS QUE PRECISAM SER ENFRENTADOS ................................................................................... 18

3.1. POLÍTICAS PARA A REFORMA AGRÁRIA.........................................................................................183.2. GESTÃO INTERNA..........................................................................................................................263.3. GESTÃO ADMINISTRATIVA............................................................................................................263.4. ALTERAÇÃO DE ESTRUTURA..........................................................................................................363.4.1. CRIAÇÃO DA CORREGEDORIA GERAL.................................................................................................... ...363.4.2. TRANSFERÊNCIA DAS ATRIBUIÇÕES RELATIVAS À TITULAÇÃO DE PA DA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO PARA A DIRETORIA DE ORDENAMENTO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA......................................................................................373.4.3. CARGOS E FUNÇÕES.................................................................................................... .......................373.4.4. DEMAIS AJUSTES NECESSÁRIOS:.................................................................................................... .........37

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INTRODUÇÃO

O presente documento tem como objetivo apresentar as mais recentes transformações ocorridas no

programa de reforma agrária, no ordenamento territorial e por consequência na atuação do Incra, com

destaque para o período de 2011-2014. Esse material também traz desafios identificados pela atual gestão

para o próximo período, seja na destinação de novas áreas para o programa de reforma agrária, na

qualificação dos assentamentos existentes, na implementação de uma governança fundiária capaz de dotar

o país de conhecimento sobre seu território, e reconhecer o direito a terra das populações tradicionais. Essa

agenda de futuro demanda uma Autarquia com uma visão institucional atualizada, suprindo eventuais

carências com iniciativa e comprometimento, e soluções inovadoras que levem serviços públicos do órgão

para quase 1 milhão de famílias assentadas e mais de 5 milhões de proprietários rurais existentes no Brasil.

As famílias beneficiadas com acesso à terra estão superando a pobreza, aumentando a produção e a

produtividade, em sintonia com a agroecologia, e reafirmando o compromisso com a conservação ambiental.

Foi ampliada a cobertura dos serviços prestados pelo Incra e a integração de políticas de governo para o

Programa de Reforma Agrária permitiu um investimento adicional de R$ 1,7 bilhão, e ações de governo

como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos e Água para Todos estão chegando nos

assentamentos. As novas áreas reformadas têm garantia de que são viáveis para o desenvolvimento da

agricultura de economia familiar.

As ações de Governança Fundiária permitem ao Poder Público conhecer a gerenciar a malha

fundiária nacional, possibilitando a oferta de serviços melhores a todos os produtores rurais, a identificação

de novas terras para a reforma agrária e a garantia de direitos territoriais para populações tradicionais.

Todas essas inovações na forma de fazer a Reforma Agrária exigem mudanças e uma

atualização/reorganização institucional que atenda aos novos desafios propostos. Isso exige o

reconhecimento que o Incra cumpriu seu papel na colonização e ocupação estratégica do território brasileiro

e que agora precisa estar em sintonia com as mudanças ocorridas no próprio País, como a redemocratização

e o avanço na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas de forma transparente e em

parceria com a sociedade civil organizada e demais órgãos dos governos federal, estaduais e municipais.

O Incra inovou na implementação dos seus serviços, agora prestados de forma mais moderna e

próxima aos cidadãos. Exemplos disso são a implantação da Sala da Cidadania Digital, que em 9 meses já

beneficiou mais de 112 mil famílias e proporcionou acesso a serviços inéditos, como a renegociação de

dívidas do PRONAF, dispensando a necessidade de deslocamento dos beneficiários até as agências

bancárias; do Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF, que em 1 ano já certificou mais de 63 milhões de

hectares de terras públicas e privadas, o que representa 46% de todo o trabalho realizado nesta área na

última década; das mudanças ocorridas na política de crédito, que possibilitará acesso mais ágil e

transparente ao financiamento para 255 mil famílias no Plano Safra 2014/2015; da regularização ambiental,

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que proporcionará a elaboração do Cadastro Ambiental Rural para 100% dos assentamentos de reforma

agrária.

Todas as inovações em curso consideram a missão institucional do Incra:” implementar a política de

reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional, contribuindo para o desenvolvimento rural

sustentável”, obedecendo ainda sua visão e diretrizes estratégicas.

1. NOVA VISÃO DA REFORMA AGRÁRIA, PLANEJAMENTOESTRATÉGICO E DIRETRIZES INSTITUCIONAIS

O Programa de Reforma Agrária vinha enfrentando limites crescentes em sua execução, fruto da

concepção, herdada do processo de colonização ocorrido nos anos de 1970 e 1980, de que competia

exclusivamente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prover as famílias assentadas

de todos os benefícios e serviços. Em um passado recente, o Incra fora a representação única do Estado

brasileiro, investido de recursos e poder para garantir as condições de vida para quem teve acesso à terra,

especialmente em regiões remotas do Brasil, o que justificava aquela visão.

Desde 2003 quando o Programa Luz para Todos chegou aos assentamentos da Reforma Agrária

abriu-se uma nova perspectiva de atuação para implementação e desenvolvimento das áreas reformadas. A

partir de 2011, essa nova visão é potencializada, e as famílias assentadas são vistas como beneficiárias de

todos os direitos sociais. Nesse sentido, foram organizadas ações de promoção da inclusão das famílias

assentadas em programas como o Minha Casa Minha Vida, Água para Todos, Plano Brasil Sem Miséria, entre

outros.

Em 2012, o Incra deu início a grandes mudanças nas ações desenvolvidas junto aos assentamentos

da Reforma Agrária. Reconhecendo que os assentamentos guardam diferenças entre si, assim como os

territórios em que estão inseridos oferecem dinâmicas próprias, adota-se a estratégia de atuação em rotas

diferenciadas de desenvolvimento, em três grandes eixos: (i) a rota de integração ao Plano Brasil Sem

Miséria, para todos os assentamentos novos e recentes, que ainda estejam em condições de pobreza; (ii) a

rota de combate, prevenção e construção de alternativas ao desmatamento ilegal, para assentamentos

situados na Amazônia Legal e em outros territórios ambientalmente relevantes; e (iii) a rota da produção e

da integração à dinâmica territorial da agricultura familiar, para assentamentos em fase de estruturação e

consolidação como comunidades autônomas social e economicamente.

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As diferentes rotas articulam instrumentos de garantia de condições de vida (infraestrutura básica de

água, luz, habitação e vias de acesso), condições de produção e geração de renda (assistência técnica,

financiamento, estruturação produtiva e acesso a mercados) e regularização fundiária e ambiental

(demarcação topográfica, Cadastro Ambiental Rural e titulação).

A diferença é a busca da rota mais adequada a cada caso, todas com vistas a constituir os

assentamentos como comunidades de agricultura familiar autônomas econômica e socialmente, construindo

a imagem da reforma agrária que produz, não desmata e gera riquezas.

Assumia-se assim, o grande desafio de pensar em uma nova reforma agrária, com qualificação dos

projetos de assentamento, com governança fundiária sobre as áreas reformadas, promovendo o acesso à

terra com condições dignas de viver no campo e na floresta, de forma integrada à dinâmica da agricultura

familiar. Portanto, com cidadania.

Ao passo que isso acontecia, deu-se início ao processo de elaboração do Planejamento Estratégico

em conjunto com o MDA, inaugurando assim uma nova fase no planejamento da Autarquia. A construção foi

pautada a partir de um amplo debate entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA e a alta direção

do INCRA, onde foram definidos a Missão, Visão, Objetivos Estratégicos e Estratégias do planejamento

MDA/INCRA. Importante destacar a integração com as diversas áreas da autarquia e o envolvimento tanto

dos dirigentes como do corpo técnico, de modo a imprimir legitimidade na construção de um novo padrão

de relação entre o Ministério e as Diretorias do INCRA, marcado pela transparência, solidariedade e

corresponsabilidade. Fruto desse processo construiu-se o mapa estratégico1 da Autarquia o qual tem

orientado deste então, a atuação e a elaboração do plano de metas institucional, realizado para cada biênio.

Figura 01 - Mapa Estratégico MDA/INCRA

1 O mapa estratégico é a representação visual da estratégia, mostrando numa única página como os objetivos nasquatro perspectivas do Balanced Scorecard se integram e combinam para descrever a estratégia. Cada empresa adaptao mapa estratégico ao seu conjunto específico de objetivos estratégicos. (KAPLAN e NORTON, 2004, p. 57)

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As estratégias de ampliação da provisão de infraestrutura (abastecimento de água, estradas, energia

elétrica e habitação);

As ações de governança fundiária; e

As ações de gestão interna.

2.1. DESENVOLVIMENTO DE ASSENTAMENTOS

2.1.1. Entrada do Incra no PBSM

Para as famílias em situação de extrema pobreza foram organizadas ações em dois eixos principais.

O primeiro, de inclusão social, possibilitou que tanto famílias já beneficiadas quanto as demandantes ao

programa de reforma agrária fossem incorporados ao Cadastro Único de Programas Sociais do Governo

Federal, o CadÚnico2. Por consequência, essas pessoas começaram a contar com a rede de proteção social

articulada pelo cadastro, destacando-se os programas Bolsa Família, Água para Todos e Minha Casa Minha

Vida.

O segundo eixo foi o da inclusão produtiva, para o qual o PBSM trouxe instrumentos potentes como

o Fomento às Atividades Produtivas Rurais, criado no lançamento do PBSM, a ampliação dos serviços de

assistência técnica e extensão rural para o público em situação de pobreza, o estímulo à comercialização

pelos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e programas de

agroindustrialização e comercialização descritos na sessão 2.1.4.

2.1.2. Política de crédito para a Reforma Agrária

O Programa Crédito Instalação, operado desde 1985 pelo Incra, foi reavaliado, haja vista que o

mesmo não apresentava a eficácia necessária na sua aplicação, sobre isso apontamos questões

fundamentais:

A forma de operacionalização: recursos depositados em contas correntes das Associações dos

Projetos de Assentamentos, onde posteriormente eram adquiridos produtos, a depender da

modalidade de crédito em questão, a atuação dos servidores do Incra ocorria por meio de

conferências de notas fiscais x produtos comprados coletivamente. A atividade era

permanentemente questionada pelos órgãos de controle, pois não apresentava a transparência

necessária a uma política de crédito, além de não possuir o controle necessário que deveria

possibilitar sua cobrança posterior. Além disso, por sua própria forma, havia uma margem muito

grande para ocorrência de desvios e má conduta de servidores e beneficiários, exemplo disso são as

2 Considerando-se as características específicas do público da reforma agrária, da organização institucional do Incra e daação de cadastramento do CadÚnico, foram estabelecidas as estratégias para busca ativa de famílias acampadas eassentadas envolvendo diferentes iniciativas e ações, especialmente por meio das superintendências regionais do Incra,tais como: Integração das ações de cadastramento do Sipra e do CadÚnico; Força-tarefa conjunta; Formalização dedemanda às Prefeituras Municipais e Realização do cadastramento no CadÚnico nos mutirões do Programa Nacional deDocumentação da Trabalhadora Rural (PNDTR).

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inúmeras operações da Polícia Federal sobre o tema que resultou em várias prisões de servidores;

Observou-se também, pela burocratização da sua estrutura e as etapas criadas na sua

operacionalização, uma baixa cobertura das mais diversas modalidades de aplicação para as famílias

beneficiárias, ou seja, iniciava-se a aplicação com a primeira modalidade (apoio inicial), onde houve

uma cobertura de 85% das famílias e observa-se que as demais diminuíam radicalmente, como no

caso do fomento 1 que somente chegou a 15% dos beneficiários.

Diante destes fatos, iniciou-se uma ampla discussão sobre a necessidade de um novo modelo para o

Programa Crédito Instalação e algumas medidas emergenciais foram adotadas, tais como o recolhimento de

recursos das contas bancárias dos Projetos de Assentamento (1,9 bilhão) e estorno com regras específicas

para dar transparência e celeridade na aplicação (Portaria Incra nº 352 de 2013), até que pudéssemos

reformular toda a sua forma de operacionalização. Fruto dessa medida foi à devolução de 347 milhões para

as contas bancárias e redirecionamento das demais demandas para o “novo crédito instalação”.

Com a publicação da Lei nº 13.001/2014, convertida a partir da Medida Provisória nº 636, de

dezembro de 2013, houve a autorização para remissão de dívidas do crédito instalação, que atingiu

diretamente 1 milhão de famílias e operações que somam mais de 7,2 bilhões. Além disso, outras linhas

também foram alvo de solução pela iniciativa do poder executivo, como o Procera.

Nos últimos seis meses, após a sanção da Lei, o Incra já deu conformidade contábil e remissão de

dívidas em valores que vão chegar a quase 800 milhões de reais até o final do exercício de 2014. Todas as

atividades e metodologias destes procedimentos foram desenvolvidas por equipes formadas por servidores

especializados do Incra e apresentado,

via Plano de Ação, para os órgãos de controle, TCU e CGU, que acompanham a atividade

rotineiramente. Na discussão da necessidade de uma nova política de crédito para a reforma agrária foram

criados três ciclos de apoio financeiro para assentados e assentadas da reforma agrária, conforme as fases

de implantação e desenvolvimento das famílias. A nova sistemática de concessão, aplicação e prestação de

contas do Crédito de Instalação foi elaborada conjuntamente pelo INCRA, pelo Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Ministério da Fazenda (MF).

Figura 02 – Nova Política de crédito para a Reforma Agrária

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Em 2014, foi criada a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER). Por

meio dela será possível apoiar mais agricultores, incorporar novas tecnologias e aumentar a produtividade,

integrando pesquisa e extensão. A partir do início de sua operacionalização os contratos de ATER do Incra

passarão gradativamente à ANATER, serviço autônomo por meio de um contrato de gestão.

Esse novo cenário permitirá ao INCRA melhorar sua atribuição sobre a qualidade do serviço de

Assistência Técnica prestada nas áreas reformadas, que atualmente conta com a maior cobertura de

serviços da história da instituição, chegando atendimento a 333.755 mil famílias assentadas, até janeiro de

2015 teremos 402 mil famílias atendidas, considerando os contratos que estão sendo finalizados.

Outra inovação no período de 2011 a 2014 foi à contratação de ATER para o público extrativista,

no âmbito do Programa Bolsa Verde, respeitando as especificidades produtivas e culturais das comunidades

que desenvolvem o extrativismo e a conservação ambiental em Unidades de Conservação e Projetos de

Assentamento Agroextrativistas, localizados nos Estados do Acre, Amazonas e Pará, com atendimento a mais

de 26 mil famílias.

2.1.4. Organização econômica dos assentamentos

Em 2013, o Incra assumiu a meta de ampliar o número de assentados e assentadas que vendiam

seus produtos ao Programa de Aquisição de Alimentos - PAA. Várias estratégias foram implementadas, em

parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e com a Companhia Nacional

de Abastecimento (Conab), para mobilização das equipes estaduais do Incra e da Conab, assim como dos

técnicos das equipes de assistência técnica que atuam em assentamentos. Tais ações permitiram que, de

2012 a 2014, o número de famílias que acessaram o programa passasse de 15 mil para mais de 35 mil.

Para estimular a implantação e a modernização de agroindústrias em assentamentos da reforma

agrária foi lançado em fevereiro de 2013 o Programa Terra Forte. Uma iniciativa conjunta do Governo

Federal – Secretaria Geral da Presidência da República, MDA e MDS e MAPA/CONAB - em parceria com o

Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e com a Fundação Banco do Brasil. O programa tem

assegurados R$ 600 milhões, sendo R$ 300 milhões de créditos do Banco do Brasil, 150 milhões do Banco

Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), R$ 20 milhões da Fundação Banco do Brasil e R$ 130 milhões

dos demais parceiros. Foram selecionados para um banco de projetos, em 2014, 32 projetos em 331

assentamentos, envolvendo 25.776 famílias assentadas em todas as regiões brasileiras. Desse total, dois

projetos foram contratados e dezesseis estão já qualificados.

Outra ação complementar de organização econômica dos assentamentos da reforma agrária é o

Programa Terra Sol, que priorizou em 2014 o apoio a grupos produtivos de mulheres assentadas, por meio

do lançamento de Chamada Pública Terra Sol Mulheres. O objetivo foi selecionar pré-projetos exclusivos de

mulheres rurais nos segmentos de agroindustrialização e apoio à comercialização. Além do chamamento

foram implantadas 428 feiras da reforma agrária. Tais feiras obtivam ampliar os espaços de comercialização

nos municípios dos produtos oriundos da agricultura familiar das áreas reformadas.

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2.1.5. Chamadas públicas de infraestrutura

Outro destaque de inovação em 2014 foi a realização do Chamamento Público para Infraestrutura,

com objetivo de firmar parcerias para realização de obras de implantação, complementação ou recuperação

de estradas vicinais em assentamentos. Foram priorizados os projetos que contemplavam famílias que

seriam beneficiadas também pelo Programa Minha Casa Minha Vida Rural, na busca da integração das

políticas que potencializa o desenvolvimento do assentamento. O chamamento resultou na seleção de 73

projetos, em valor superior a R$ 110 milhões. Em 2015, está previsto o atendimento a cerca de 20,5 mil

famílias, com R$ 201 milhões em obras de infraestrutura.

2.2. OBTENÇÃO DE TERRAS

2.2.1. Novo rito para obtenção de terras e criação de assentamentos

Desde 2012 mudanças relevantes foram realizadas no processo de obtenção de terras para que,

além de identificar os imóveis rurais passíveis de desapropriação, também sejam demonstradas as condições

de viabilidade do futuro projeto de assentamento: as novas áreas reformadas devem garantir as condições

de vida e produção para as famílias que serão beneficiadas.

O aprimoramento dos fluxos e procedimentos para a vistoria, obtenção de terras e homologação

de famílias, foi estabelecido em novos normativos, Portarias MDA/2013 nº 5, 6 e 7, que incorporaram a

integração do processo de seleção de beneficiários com o CadÚnico, e a definição de parâmetros para

desapropriação de terras e instalação de novos projetos de assentamentos. Passa a fazer parte do

procedimento de vistoria de imóveis rurais para desapropriação, o estudo da capacidade de geração de

renda (ECGR) do novo assentamento a ser criado, bem como a elaboração de anteprojeto de organização

espacial do assentamento, que identifica as áreas a serem destinadas para as famílias, bem como a Áreas de

Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL). Além disso, estabeleceram-se prazos para

implantação das políticas públicas nos novos assentamentos criados, fixando o período de três anos, após a

portaria de criação, para a implementação das ações.

Figura 3 - Prazo máximo para Implementação das políticas nos assentamentos

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Fonte: Diretoria de Obtenção de Terras e Implantação de Projetos de Assentamentos

Importante destacar que todas estas alterações não precisaram de modificações na legislação

existente e podem ser consideradas as mais profundas no tema desde a constituição de 1988.

Em 2015, o Incra avançará em parcerias para estabelecer novas modalidades de assentamentos

que aprofundem o compromisso com a agroecologia, permitindo que as novas áreas reformadas, além de

trazer benefícios para as famílias assentadas, também gerem impactos positivos na conservação dos

recursos naturais e da biodiversidade.

2.2.2. Programa Assentamentos Verdes e Bolsa Verde

O Programa Assentamentos Verdes3 reafirma o compromisso da reforma agrária com o meio

ambiente. São 2.536 projetos de assentamento com monitoramento do desmatamento ilegal, na Amazônia,

em uma área reformada de 41,2 milhões de hectares e onde estão 489.536 famílias assentadas. Para além

do controle, o Incra viabiliza o acesso a um conjunto de políticas públicas às comunidades mais

comprometidas com a preservação da floresta, com destaque para o Bolsa Verde.

O Programa Bolsa Verde, criado no âmbito do PBSM, destina-se a famílias que vivem em

assentamentos ambientalmente diferenciados e é executado em parceria com os ministérios do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Meio Ambiente (MMA), atualmente mais de 40 mil

famílias assentadas acessam o benefício.

3 O Programa Assentamentos Verdes é um Programa do Governo Federal criado para a prevenção, combate ealternativas ao desmatamento ilegal em assentamentos da reforma agrária, localizados na Amazônia Legal. As ações doPrograma Assentamentos Verdes fazem parte do Termo de Compromisso (TC) firmado em agosto de 2013 entre o Incrae o Ministério Público Federal (MPF). O TC estabelece atividades nas 11 superintendências regionais da Autarquiainstaladas na Amazônia Legal. Ele potencializada a ambiental e produtiva na Amazônia Legal.

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2.2.3. Semiárido

Atenção especial também foi dada ao Semiárido com as ações de promoção de acesso a água as

famílias assentadas por meio Termo de Cooperação com o Ministério da Integração Nacional - MI para

atendimento de água a 32 mil famílias assentadas em 579 assentamentos e a universalização dos serviços

de assistência técnica. Também se tem 90 assentamentos com a relação de beneficiário (RB) encaminhada

ao Programa Nacional de Habitação Rural; 37 contemplados com ações de Infraestrutura; 23 com solução

de água e 87 com o novo crédito na modalidade apoio inicial.

Além disso, está em andamento estratégia de atuação do MDA/Incra para Promoção de Acesso a

água para Agricultura Familiar e Assentamentos da Reforma Agrária por meio dos projetos públicos de

irrigação, coordenados pelo MI. Tais estratégias estão ancoradas nos seguintes eixos: levar água para quem

já tem terra - Programa Água para Todos e Programa Cisternas; levar gente para onde já se tem terra e

água - Projetos Públicos de Irrigação (Perímetros Inces); institucionalizar o espaço da Agricultura Familiar na

Política Nacional de Irrigação - Regulamentação da Lei da Política Nacional de Irrigação; desenvolvimento

dos instrumentos para apoio à produção irrigada da agricultura familiar -Política de Crédito, Ater,

Capacitação, gestão da infraestrutura, tecnologia, custos da água

2.3. GOVERNANÇA FUNDIÁRIA

2.3.1. Governança Fundiária

Sistema de Gestão Fundiária - SIGEF

Em 25/11/2013 foi implantado o Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF4. O sistema automatizou o

processo de validação e certificação de parcelas georreferenciadas segundo o conceito definido pela lei

10.267/2001. O produto do sistema são parcelas territoriais validadas com a possibilidade de interconexão

com os cartórios de registro de imóveis. A agilidade do sistema permitiu certificar, durante o ano de 2014,

quase a metade de toda a área cadastrada manualmente na última década. Foram dez anos (2003-2013)

para analisar e certificar de forma manual aproximadamente 137 milhões de hectares.

Além de ser utilizado para a certificação de imóveis rurais pelo INCRA, o Sigef também é utilizado

pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário na gestão de contratos de georreferenciamento e destinação de

terras federais na Amazônia Legal.

Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR

O Cadastro Nacional de Imóveis Rurais foi instituído por exigência da Lei 10.267/2001 e Decreto

4.449/2002. Trata-se de base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Receita

Federal do Brasil - RFB, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais

4 Tendo sido elaborado e idealizado pelos servidores do INCRA, em 2014 o sistema recebeu dois importantesreconhecimentos de gestão pública, o Prêmio E-Gov e o prêmio de melhor ferramenta digital de Gestão Interna no 17°Prêmio CONIP.

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produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro, buscando responder com maior

eficiência e eficácia as crescentes demandas governamentais e do diversificado universo de usuários.

A criação do CNIR permitirá um melhor conhecimento da estrutura fundiária do país, visto que

todos os órgãos da administração pública federal serão obrigatoriamente produtores, alimentadores e

usuários do sistema, possibilitando a incrementação de uma política pública voltada ao meio rural, pautada

em informações mais consistentes, o que trará grande benefício à sociedade.

Atualmente INCRA e Receita Federal estão trabalhando no “batimento” e integração das bases dos

dados. Nesta fase o Serpro, órgão federal responsável pelo CAFIR da Receita federal e SNCR do INCRA,

também está atuando na elaboração do “layout” dos dados desse batimento.

Governança Responsável da Terra (FAO)

As Diretrizes Voluntárias sobre a Governança Responsável da Terra, dos Recursos Pesqueiros e

Florestais, aprovadas em 2012 pela FAO, constituem os princípios e práticas que os países podem usar como

referência na administração dos direitos sobre a terra. Através das ações do Incra voltadas para a

qualificação da governança fundiária é possível conhecer o domínio da terra e garantir segurança fundiária,

além de avaliar a função econômica, social e ambiental da terra, das florestas e das águas, aperfeiçoando o

processo de reforma agrária e conhecimento da malha fundiária nacional. Para tornar isso possível o Incra

firmou parceria com a UNICAMP.

2.3.2. Comunidades Quilombolas

Em agosto de 2013, o INCRA instalou a Mesa Nacional de Acompanhamento da Política de

Regularização Fundiária Quilombola, institucionalizada a partir da Portaria Nº 397, de 24 de julho DE 2014.

Essa mesa possibilita maior transparência sobre as metas e resultados da ação do INCRA na garantia dos

direitos territoriais das comunidades remanescente de quilombos, bem como facilita a pactuação de

estratégias com a Coordenação Nacional Quilombola (CONAQ) para solução dos casos de maior

complexidade fundiária. Em 2014, a Mesa Nacional foi replicada em vinte Superintendências Regionais (SR)

do Incra.

2.4. GESTÃO DA INFORMAÇÃO E GOVERNANÇA DE TI

2.4.1. Desenvolvimento das tecnologias da informação

Governança e Gestão de TI

No tema da governança de Tecnologia da Informação foram empreendidas diversas inciativas que

possibilitaram ao Incra maior organização e segurança no uso das informações. Dentre estas se destacam:

Implantação de uma Política de Segurança da Informação - PSI, atualizada com as diretrizes do Governo

Federal;

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Implantação de Normas Complementares à PSI (Acesso a Internet e Correio Eletrônico);

Definição de regras quanto a utilização do Orçamento de TI focando sua utilização em bens/serviços que

são realmente estratégicos para a Instituição;

Definição de Padrões ou Modelos de Contratação para Bens ou Serviços para toda a Instituição

(Aquisição de Computadores, Suporte Técnico e Outsourcing de Impressão);

Definição de Metodologia de Análise Crítica de Preços de Mercado em apoio a Nova Instrução Normativa

nº 05 e 07 da SLTI/MPOG;

Crescimento do percentual da utilização do Orçamento de Investimento: 2013 – 88%; 2014 – 95%;

Maior proximidade das áreas de TI do Incra com o MDA com a interligação da Sala Segura do MDA e

Sala Cofre do Incra para melhorar a qualidade aos acessos de sistemas desenvolvido pelo MDA e utilizado

pelo INCRA; e

Desenvolvimento e Manutenção de Sistemas

Contratação de Fábrica de Software com modelo de desenvolvimento ágil, com inclusão de serviços de

Business Inteligence (BI);

Contratação de serviço de apoio a fiscalização do processo de fabricação de software com objetivo de

tornar ágil as análises documentais produzidas pela Fábrica de Software;

Aumento do quantitativo de projetos de desenvolvimento de Sistemas, tais como: Terra Forte, SNCCI,

Painel dos Assentamentos, Sala da Cidadania, Rede Brasil Rural (projeto MDA), Datawherehouse (DW)

Orçamento e Sipra, Painel de Decretos de Desapropriação – Mapas, Cadastro e Seleção de Família (antigo

módulo de candidato), Sistema de Gestão Integrada de Comunicação – SACI.

Infraestrutura de Rede e Comunicação de Dados

Nova contratação de Redes de Dados e de Internet do Incra com redução de custos e aumento de

qualidade;

Disponibilização de Painel para Gestores a fim de acompanhar a utilização dos recursos de rede (Internet

e Link de Dados);

Conclusão de Projetos de Reestruturação ou de Otimização de Rede Lógica das SRs;

Implantação de Servidores de Impressão objetivando o processo de contratação de serviço de

outsourcing de impressão e de Controle de Ativos de TI nas SRs (inventário dos equipamentos e softwares);

Reestruturação dos Servidores e Serviços da Rede RIBAC.

16

Page 17: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

No tocante ao suporte e apoio técnico ao usuário realizou-se ações de aquisição de Computadores

(3.000), Notebooks (400), Estações Gráficas (72) para a Sede e SRs e implantação de Controle de Ativos de

TI na Sede (inventário dos equipamentos e softwares) e extensão do serviço de suporte técnico ao usuário

para a SRFA/SERFAL.

Também foi elaborado o Plano Diretor de Tecnologia da Informação - PTDI para o período de 2014

a 2016, aprovado por meio da Portaria Incra nº 659, de 16 de dezembro de 2014.

Para melhor publicizar as informações sobre os assentamentos desenvolveu-se a ferramenta Painel

dos Assentamentos5.

2.5. RELAÇÃO COM OS BENEFICIÁRIOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

As mudanças ora em curso, aconteceram em permanente dialogo com a sociedade civil organizada.

Criou-se o Comitê Permanente de Reforma Agrária no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Rural Sustentável e Solidário – CONDRAF e ampliou-se a participação do Incra no referido conselho. O Incra

participou de todo o processo de construção do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e

Solidário – PNDRSS - iniciando com a realização de conferências territoriais, intermunicipais, municipais,

setoriais, temáticas, livres, estaduais, distrital e nacional - finalizando com a elaboração do PNDRSS o qual

contém concepções, princípios e diretrizes estratégicos da Política de Desenvolvimento do Brasil Rural, com

indicação de metas de curto, médio e longo prazos, com projeção até 2030 para os temas do rural brasileiro.

Em 2014, o Incra criou um portal digital, a Sala da Cidadania digital, para democratizar o acesso a

serviços que eram prestados exclusivamente nas dependências da Autarquia. Além de estarem ao alcance

de qualquer pessoa com acesso à internet, as salas são instaladas em locais como prefeituras e sindicatos,

com pessoal capacitado para atender as demandas. Já estão instaladas 238 unidades da Sala da Cidadania,

com mais de 600 técnicos capacitados e habilitados. A previsão é de criação de mais 335 salas. Na Sala da

Cidadania, assentados e assentadas podem fazer a renegociação de dívidas do Pronaf A e A/C, conforme

prevê o Decreto 8.177 de 27 de dezembro de 2013. Além da renegociação, o ambiente oferece serviços

como atualização cadastral do assentado, emissão de Declaração de Assentando da Declaração de Aptidão

ao Pronaf e espelho do beneficiário.

Deu-se continuidade a participação nas ações do Programa Territórios da Cidadania - TC com a

destinação de orçamento, e priorizando ações nos territórios com maior presença de assentados.

2.6. GESTÃO E ESTRUTURA DO INCRA

2.6.1. Estrutura Logística-Operacional

Instalações

Regimentalmente o INCRA possui a Sede em Brasília, 30 Superintendências Regionais, 435 Pode ser acessada no endereço painel.incra.gov.br.

17

Page 18: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

Unidades Avançadas, 2 Unidades Avançadas Especiais, criadas em 2014, em sintonia com as necessidades

relativas a implantação de grandes obras, nestes casos UHE Belo Monte e Tapajós, além de outras unidades

em funcionamento, como escritórios locais, e unidades ainda não totalmente desativadas. Além disso, há

atendimento, conforme já citado, via as Salas da Cidadania e as Unidades Municipais de Cadastros - UMC6,

instaladas em mais de 2,3 mil Prefeituras Municipais.

Como unidades administrativas ou centros de custo administrativo, a Autarquia possui 96 prédios

próprios com necessidade de manutenção e reparos de todos os tipos e administração predial, tais prédios

perfazem uma área construída total de 152.862,02 m².

Considerando-se um Custo Médio de Reforma de R$ 500,00 (fator CUB de padrão razoável) e um

Tempo Médio de 8 anos de duração das áreas reformadas sem necessidade de novas intervenções, resulta-

se em uma demanda anual total de recursos de R$ 9.553.876,25 (Nove milhões, quinhentos e cinquenta e

três mil, oitocentos e setenta e seis reais e vinte e cinco centavos). Hoje o orçamento de capital para a área

administrativa do INCRA é de R$ 4.000.000,00, incluindo-se as despesas com equipamentos e veículos.

Veículos

O INCRA possui cerca de 1100 veículos cadastrados em seu sistema de gestão patrimonial,

entretanto, há carência de gestão sobre o uso efetivo dos veículos, instrumento fundamental para os

trabalhos de campo.

No final de 2014 contratou-se Sistema de Monitoramento de Frota a ser implantada durante o

exercício de 2015. Com a localização precisa dos veículos, haverá possibilidade de gestão dos trabalhos em

campo sob a ótica tático-operacional e da gestão patrimonial sob a ótica gerencial nacional. O custo mensal

será de R$ 44,20 por veículo, o que perfaz um total anual de R$ 583 mil.

A renovação da frota está estimada em 45 veículos anuais, com melhor gestão na distribuição dos

mesmos, o que significa um investimento anual total de R$ 4.950.000,00 (quatro milhões, novecentos e

cinquenta mil Reais) para manter a frota economicamente viável.

2.6.2. Gestão de pessoas

Em fevereiro de 2013, devido a articulações políticas do Ministro do Desenvolvimento Agrário junto

ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, foi autorizada a nomeação de 400 remanescentes do

Concurso de 2010, sendo que cerca de 350 servidores tomaram posse.

No mesmo ano, todos os beneficiários do plano assistencial da Fassincra – Fundação Assistencial

dos Servidores do Incra migraram para a GEAP – Autogestão em Saúde, garantindo-se assim, mesmo neste

cenário assistencial desfavorável de falência das operadoras de autogestão, a segurança do acesso à saúde

do servidor, posto que a GEAP mantém a maior carteira assistencial de beneficiários do serviço público

6 As UMCs estão assim distribuídas: 453 que realizam consulta e emitem cadastro; 1.539 que analisam e digita até 4 módulos fiscais e 319 que analisam e digitam até 15 módulos fiscais.

18

Page 19: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

federal.

O cenário de capacitação dos servidores empreendeu-se pautado por políticas de capacitação in-

company, conquistando com o mesmo orçamento um número maior de capacitados entre os servidores do

INCRA. Objetiva-se em 2015 convênios e acordos com entidades como ESAF, Instituto Serzedello Correa

(TCU) e ações de capacitação com a CGU, ampliando assim nossa base e qualidade dos cursos de

capacitação oferecidos.

3. DESAFIOS QUE PRECISAM SER ENFRENTADOS

3.1. POLÍTICAS PARA A REFORMA AGRÁRIA

Estrutura fundiária brasileira e proposta de maior distribuição da terra

A atual conjuntura nos revela que não basta apenas dar a terra se não criarmos as condições para

que as famílias se desenvolvam de forma autônoma e se integrem aos territórios a que estão assentadas.

Isso se comprova nos problemas enfrentados até hoje nas áreas reformadas, como por exemplo:

Áreas disponíveis, mas às quais não chegaram ATER e crédito a tempo para o bom desenvolvimento do

assentamento;

Áreas com fraca aptidão agrícola e com recursos naturais comprometidos ou inexistentes, como água;

Áreas distantes dos centros urbanos e de equipamentos de serviços públicos, em especial saúde e

educação. Chama atenção o caso dos assentamentos criados no município de São Félix do Xingu, estado do

Pará, em que a distância média para a sede do município é de 177,3 km.

Áreas com precariedade de vias de acesso para deslocamento das famílias até os equipamentos públicos,

bem como para escoamento da produção.

Portanto, o desafio está em identificar imóveis que, além de não cumprirem o dispositivo

constitucional da função social da propriedade, ainda consigam gerar produção e renda suficientes para

retirar as famílias beneficiárias da pobreza, e que lhes estimulem a continuar na propriedade apesar das

oportunidades existentes nos centros urbanos próximos.

Nesse sentido, o ponto de equilíbrio a ser buscado compreende estabelecer uma área por família

no assentamento que se enquadre nos custos pré-estabelecidos, possa gerar um valor da produção superior

a linha da pobreza – dois salários mínimos mensais, devendo nas regiões mais dinâmicas acompanhar o

desempenho médio da agricultura familiar, e que dê condições para o agricultor assumir os compromissos

de pagamento da terra.

Aumento da produção e da produtividade e o impacto sobre as desapropriações

Estamos vivendo um período onde a tecnologia tem um papel decisivo no aumento da produção e

19

Page 20: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

produtividade rural do Brasil, permitindo ao país liderar a produção e exportação em vários produtos. A

disseminação da tecnologia está permitindo que haja uma homogeneidade dos índices alcançados de

produtividade física, com destaque para os grãos como a soja e milho. São poucas as propriedades rurais

com boas terras e bem localizadas que sofrerão a sanção constitucional da desapropriação em função dos

indicadores de produtividade física. Os recentes processos de desapropriação encaminhados pelo Incra se

justificam pela ociosidade na utilização das áreas agricultáveis, visto que o chamado Grau de Utilização da

Terra – GUT exige que, pelo menos, 80% da área esteja em uso. Portanto, enquanto se vive um ciclo

econômico mundial de valorização das commodities agrícolas, por mais que tenhamos pontuais

desacelerações no preço dos produtos, o desafio é identificar os fatores que podem levar grandes imóveis

com boas condições de aptidão, logística e acesso a equipamentos públicos para serem destinados ao

programa de reforma agrária de forma mais célere pelo Incra.

Os grandes e ineficientes conforme o Censo Agropecuário de 2006

Uma das análises que vão nesse sentido foi a identificação no Censo Agropecuário de 2006 de

estabelecimentos rurais com área superior a 15 módulos fiscais, mas que o valor bruto da produção se

enquadrava no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural - Pronamp7. São mais de 26 milhões de

hectares, concentrados no Centro-Oeste, com essa característica. Verificar a viabilidade para destinação para

reforma agrária é o desafio, observadas as condições necessárias para o desenvolvimento dos

assentamentos já destacadas anteriormente.

Demanda explícita e concentrada por reforma agrária nos maiores acampamentos do Brasil e a oferta de

terras nessas localidades

Atualmente o Incra possui um cadastro de 1.611 acampamentos em 865 municípios do Brasil,

nestes verifica-se uma concentração de famílias acampadas em 313 municípios, que reservam características

especiais:

Metade dos municípios com concentração de acampados está no Nordeste, em especial na faixa

litorânea;

Tem-se concentração de acampamentos em municípios das regiões sul e sudeste com situação de pleno

emprego;

O tamanho médio das grandes propriedades nos municípios onde se concentram os acampamentos é

cinco vezes menor que dos municípios onde se concentram os “grandes e ineficientes”;

35% dos processos de obtenção de terras nessas localidades estão judicializados.

7O Pronamp tem como objetivo promover o desenvolvimento das atividades rurais dos médios produtoresrurais, proporcionando o aumento da renda e a geração de empregos no campo. Podem acessarproprietários rurais, posseiros, arrendatários ou parceiros que tenham, no mínimo, 80% de sua renda brutaanual originária da atividade agropecuária ou extrativa vegetal e possuam renda bruta anual de até R$ 1,6milhão. (Disponível em http://bb.com.br/portalbb/page100,8623,8648,0,0,1,1.bb. Acesso em 21/12/14)

20

Page 21: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

Agregando as duas informações a partir da interseção entre acampados e grandes ineficientes chega-se a

um total de 79 municípios onde estão 25 mil famílias, 22% do total nacional. O Mapa abaixo espacializa, por

município, em escala de cores que vai do amarelo ao verde a concentração de área dos imóveis grandes

ineficientes, em símbolo vermelho a distribuição dos municípios com acampamentos com mais de 100

famílias e em símbolo azul a interseção dos grandes ineficientes com acampamentos.

Mapa 1: Presença de imóveis grandes ineficientes com intervalo de área.

Com o objetivo de verificar como se comportam oferta de demanda de acordo com a mesma

unidade de grandeza é preciso quantificar a demanda das famílias assentadas em área e comparar o

resultado desta quantificação com a oferta de área dos imóveis grandes ineficientes.

Considerando a demanda de área por família como sendo o produto do número de famílias acampadas pela

área média dos projetos de assentamento de uma determinada região, teríamos nos 79 municípios a

quantidade de área conforme descrito na Tabela 1:

Regiões MunicípiosFamílias

AcampadasÁrea média dos Projetos

de Assentamento daRegião

Demanda de Área(ha)*

21

Page 22: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

Centro Oeste 35 7.065 42 296.730 Nordeste 8 3.256 29 94.424 Norte 21 8.471 157 1.329.947 Sudeste 13 5.608 29 162.632 Sul 2 587 20 11.740 Total nacional 79 24.987 1.895.473

*Número total de famílias acampadas nos municípios selecionados x área média dos projetos de assentamento daregião.

A oferta de área dos grandes ineficientes por sua vez comporta-se conforme apresentado naTabela 2.

Regiões Municípios Oferta de Área (ha)*Centro Oeste 35 6.409.701 Nordeste 8 760.132 Norte 21 4.229.591 Sudeste 13 1.355.173 Sul 2 214.192 Total nacional 79 12.968.789

*Somatório das áreas dos grandes ineficientes nos municípios selecionados.

A partir dos resultados de demanda e oferta de área apresentados nas Tabelas 1 e 2 foi construído

o Mapa 4 onde podem ser observados, em gráficos regionais resultantes da divisão entre total de área dos

grandes ineficientes e o total de área demandada pelas famílias acampadas, os percentuais da demanda

com relação à área total disponível. Em todas as regiões a oferta apresenta-se superior à demanda.

22

Page 23: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

Como conclusão é possível inferir que caso consideremos apenas a escala municipal, ou seja,

demanda e oferta no município de ocorrência dos acampamentos, o instrumento legal da desapropriação

não seria capaz de atender à demanda atual de área para criação de projetos de assentamento, tendo em

vista que nem todo município com acampamento dispõe de área passível de desapropriação. Entretanto,

esta condição seria alterada caso fosse considerada a escala regional, sabendo-se que regionalmente as

demandas seriam plenamente atendidas.

Perfil dos acampados da reforma agrária

Com a exigência na Portaria 06/13 do MDA de que as famílias acampadas estejam no CadÚnico foi

possível aprofundar o entendimento sobre o perfil do público que quer acesso à terra pelo programa de

reforma agrária. Foram identificados no CadÚnico 66.007 famílias acampadas de uma base de cadastro do

Incra de 120.361 (dados de janeiro de 2014). O primeiro aspecto que salta aos olhos é que a renda média

do cadastrado/a é superior a de outros públicos também cadastrados, como quilombolas e indígenas.

Destaca-se que, em especial no Sul (Paraná), Sudeste (São Paulo) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) essa

situação é mais visível.

Estratégias de acesso à terra

Resolver os conflitos aonde estão concentrados: intervenções territoriais nas regiões com maior

23

Page 24: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

concentração de acampamentos;

Enfrentar os grandes e ineficientes, e identificar quais são viáveis para reforma agrária;

Utilizar novas ferramentas de acesso à terra, como a adjudicação;

Parcerias com governos estaduais;

Papel do crédito fundiário para áreas que não se enquadram nos parâmetros da reforma agrária;

Debater um índice de sustentabilidade em vez da produtividade física para desapropriar imóveis: valorizar

a questão da rentabilidade, da ociosidade e da reserva de valor como fatores para desapropriação;

Aquisição de terras via compra e venda em dinheiro;

Pré-definir os parâmetros gerais para viabilidade dos imóveis, conforme as realidades regionais:

Acesso a estradas, equipamentos públicos e recursos hídricos;

Custo/família, e tamanho do lote, valor da produção em salários mínimos mensais,

comprometimento com o pagamento da terra.

Recursos previstos para execução ainda em 2015

A meta de assentamento de trabalhadores rurais é composta com famílias em áreas novas e

regularização nas áreas já incorporadas. O valor solicitado permitiria que alcançássemos uma meta de pelo

menos 35 mil famílias em 2015.

Para tal faz-se necessária expansão de R$ 583.6 milhões na ação de Obtenção de Imóveis Rurais

em relação ao valor constante na LOA 2014.

Para 2015 foi apresentada pelo MDA/Incra uma demanda para assentar 11,5 mil famílias em áreas

novas, que totaliza R$ 1.083 bilhão. Nesse montante, além da atividade de obtenção e adjudicação de

imóveis rurais, que totalizaria a incorporação de mais de 400 mil hectares de terras para a reforma agrária,

com valor médio por hectare de R$ 2,4 mil, e por família de R$ 87 mil, há que se prever o pagamento, de no

mínimo R$ 150 milhões, para arcar com os custos de decisões judiciais (valores adicionais às

desapropriações feitas no passado).

Segundo a Informa FNP, que analisa periodicamente o mercado de terras no Brasil, “as terras

brasileiras seguem com taxa de valorização superior à inflação do país. Nos últimos 12 meses, o ganho real,

descontada a inflação acumulada (IGP-DI) para o período, foi de 6,65%. Em 36 meses, o ganho real para o

investidor de terras foi em média de 36,93%”.

Da mesma forma faz-se necessária a expansão na ação para regularização fundiária de territórios

quilombolas, visando atender as indenizações de áreas já Decretadas nos anos de 2009 a 2013, com imóveis

24

Page 25: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

devidamente avaliados.

Gestão fundiária e a política nacional de cadastro rural

Há uma compreensão no senso comum de que a estrutura fundiária brasileira, assim como a produção,

são fortemente concentradas e desiguais. Porém, quando a análise da estrutura fundiária brasileira é feita a

partir do comparativo dos imóveis rurais passíveis da sanção constitucional de desapropriação com o

conjunto de terras que estão com agricultores familiares e médios produtores, assentados e demais

destinações para povos indígenas e populações tradicionais, temos um resultado que não deixa de ser

surpreendente: em apenas dois Estados (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) a área dos grandes imóveis é

superior às demais destinações.

É necessário conceber a área encarregada pelo “Cadastro de Terras” como um verdadeiro instituto

de terras do Brasil, com autonomia e condições de execução da política nacional de cadastro rural, a partir

do SIGEF. Para isso é necessário realizar uma transição da situação atual, onde operam paralelamente

diferentes sistemas cadastrais, para uma fase intermediária integradora, preparada para a transição para o

novo modelo, onde a parcela territorial é o elemento fundamental.

Para isso, propõe-se uma revisão legal/normativa com o objetivo de manter os serviços básicos

hoje em operação pelo Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR, da maneira mais simples e racional

possível, tal como foi feito com a certificação de imóveis rurais. A integração institucional é etapa

fundamental no processo, para efetivar a multifinalidade do cadastro territorial. Essa integração deve ser

realizada em etapas, sendo a primeira com a Receita Federal do Brasil - RFB, definida como parceira na

própria Lei. Para isso, é importante a proposição de uma Política Nacional de Cadastro, integrada aos

conceitos da Lei 10.267/2001 e a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais - INDE.

Declaração de Propriedade - DP Eletrônica

A implantação da eDP e Novo SNCR, consistirá basicamente, na possibilidade de atualização via

Internet, dos formulários referentes a Declaração de Propriedade (DP), pelos próprios detentores de

imóveis rurais.

Desenvolvimento e emancipação das famílias assentadas

O Incra evoluiu na atenção às áreas reformadas, ampliando os serviços e investimentos próprios,

integrando políticas públicas, e organizando um cronograma de execução física e financeira dos projetos de

assentamento, buscando a autonomia socioeconômica das famílias, e sua integração com o território.

A implementação integrada e planejada das políticas públicas nos assentamentos caminham para

garantir segurança fundiária e ambiental às famílias assentadas, possibilitando dessa forma, que seja

explorado todo o potencial de produção de alimentos com a tecnologia e conhecimento disponíveis.

Avançar nessa perspectiva demanda tornar cada vez mais claro até que ponto cabe à intervenção

25

Page 26: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

do órgão fundiário e agrário no desenvolvimento das famílias, e qual melhor momento da chamada

“emancipação cidadã”, para que os então beneficiários da reforma agrária possam se articular social,

ambiental e economicamente com agricultores familiares e demais parceiros no territorial em que vivem.

Alguns desses temas serão enfrentados no debate de regulamentação da Lei 13.001/14, que trata

da regularização fundiária e da consolidação dos assentamentos. É importante observar que a principal

atividade do Incra para as famílias assentadas é assegurar a regularização plena na área destinada para

seus beneficiários, bem como a garantia da implementação das políticas públicas para as famílias. A

definição de um anteprojeto de organização espacial prévio à criação do assentamento, o novo contrato

entre Incra e famílias na ocupação das parcelas, execução orçamentária das políticas sob responsabilidade

direta do Incra, conforme cronograma de implementação de políticas públicas, são fatores cruciais para que

os projetos alcancem seu objetivo. É fundamental que existam indicadores capazes de traduzir o êxito da

política de assentamentos, com a superação das condições anteriores à da criação do projeto por parte das

famílias.

Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA)

A partir da publicação do Decreto 7.352/2010, o PRONERA passa a integrar institucionalmente a

Política Nacional de Educação do Campo, e a partir da vigência da Lei 12.695/2012, que autorizou o Incra a

conceder bolsas a professores e estudantes no âmbito dos Projetos (cuja proibição, em 2007, impactou

consideravelmente a execução orçamentária por cinco anos) o PRONERA adquiriu uma importância para a

Educação do Campo, reconhecida em muitas pesquisas, teses e outros trabalhos acadêmicos, elevando-se

no patamar de importância para a política educacional brasileira. E, ato contínuo, passou a se constituir em

referência de política pública de Educação do Campo, para além dos/as assentados/as.

Dados apresentados no Relatório preliminar da II Pesquisa Nacional sobre Educação na Reforma

Agrária – II PNERA, a partir dos dados do Censo Escolar (INEP/MEC) 2013, o qual apresenta a seguinte

situação geral: há 4.064 escolas nos 9.109 assentamentos implantados no País (até data da pesquisa).

Destas 3.626 possuem prédio escolar próprio. As demais funcionam em galpões, casas de farinha, currais

improvisados, ou apenas como uma sala anexa de outra escola.

Informações do Censo Escolar apontam ainda o fechamento de 356 escolas nos assentamentos

entre 2012 e 2013, fenômeno apresentado em todo o território nacional, à exceção dos estados do Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Roraima e Amapá que indicaram a abertura de novas

escolas, no período.

Estudos realizados pela coordenação do Programa concluiu que seria necessário restaurar o orçamento

para um patamar de, pelo menos, 70 (setenta) milhões de reais/ano. Isso requer tratativas do MDA/Incra

junto ao Ministério do Planejamento e da Educação no sentido de assegurar que o PRONERA seja financiado

pela Política Nacional de Educação com os recursos advindos do pré-sal para a implementação de um

conjunto de projetos de Educação de Jovens e Adultos, Nível Médio Técnico e Superior e Residência Agrária

26

Page 27: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

nas diversas áreas reformadas, os quais possuem demandas represados no âmbito do programa pela falta

de orçamento para sua implantação.

3.2. GESTÃO INTERNA

Para que todas essas mudanças sejam concretizadas, faz-se necessário criar mecanismos de

gestão que levem em consideração, dentre outros, os aspectos relacionados:

A discussão do perfil dos gestores da Autarquia, principalmente dos Superintendentes Regionais;

Superintendências Regionais com peso expressivo nas metas devem ter forma de montagem da direção

diferenciada;

Foi um enorme avanço exigir que os imóveis desapropriados comprovem sua viabilidade para o

assentamento de famílias rurais. Porém, é necessário aprimorar a forma em que as avaliações de imóveis

e análise de viabilidade são elaboradas, com o objetivo de acelerar a destinação das áreas obtidas para

reforma agrária. Monitoramento realizado na Diretoria de Obtenção informa que existem 144 processos de

obtenção parados nas Superintendências Regionais, e apenas 35 tem Estudo de capacidade de geração de

renda – ECGR informados. O tempo médio desde a abertura do processo de fiscalização até a sua

conversão em assentamento é de cinco anos! Dos 100 decretos de 2013 apenas 4 viraram assentamentos.

Além disso, tem-se uma desconexão entre diárias pagas e produtos entregues. É preciso rever o

funcionamento dessa área, estabelecendo maiores controles sobre a execução;

Maior governança sobre as Superintendências Regionais, visando sincronizar os tempos entre deliberação

nacional e execução regional, e evitar o descumprimento de comandos e deliberações nacionais

(normativos, planejamento, etc.), com métodos novos de gerenciamento e pactuação de metas

institucionais e com consequências sobre as avaliações de desempenho institucional e individual dos

servidores, visando dar transparência às ações realizadas.

Fortalecer a metodologia de trabalho integrado, incluindo o trabalho de campo, entre as áreas

finalísticas;

Promover amplo e permanente processo de capacitação/formação extensiva aos servidores do Incra,

técnicos de Ater e beneficiários para que as mudanças implementadas sejam internalizadas por todos;

Adequação e desenvolvimento dos sistemas de acompanhamento das ações.

3.3. GESTÃO ADMINISTRATIVA

Remuneração dos servidores

O quesito remunerativo é central em uma ação de atualização institucional, sendo que deve ser

vislumbrado sob o enfoque de reestruturação das carreiras visando à paridade com outros Institutos

assemelhados, sobretudo o IBAMA, cujo desenvolvimento e características das atividades vinculam-se a

27

Page 28: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

trabalhos em campo e ao meio rural brasileiro. Com isso, objetiva-se a estabilidade do ingresso dos

servidores, melhoria na qualidade do profissional selecionado e menor redução da evasão das carreiras de

reforma e desenvolvimento agrário.

Conforme Figura abaixo, em 2015 as carreiras de nível superior do INCRA estarão entre as menos

remuneradas da esplanada, o que denota pior condição de concorrência entre as autarquias assemelhadas,

especialmente se comparadas com as carreiras do DNIT e do IBAMA. O INCRA possui a situação histórica de

defasagem remunerativa em relação à ascensão das outras remunerações o que traduz também em

desmotivação entre seus servidores.

Figura 04 – Comparativo entre Carreiras

Fonte: Diretoria de Gestão Administrativa

Em uma estimativa inicial, considerando-se o mesmo percentual de aumento para os servidores do

executivo do serviço público federal para o quadriênio 2016-2019 de 15,76% conforme expectativa

inflacionária; para que se atinja os patamares remunerativos possivelmente a serem definidos para o IBAMA,

propõe-se o seguinte realinhamento para as categorias de servidores do INCRA.

Tabela 01 - Proposta de Reestruturação por Categorias de ServidoresComparativo Piso e Teto de Jul-2012 a Jan-2019

Categorias Nível RemuneraçãoJul-2012

RemuneraçãoJan-2015

Majoração2012-15

%

RemuneraçãoAlinhamento

Jan-2019

Majoração2016-19

%

Engenheiro Agrônomo

Teto R$ 7.534,69 R$ 10.157,69 34,8% R$ 14.423,16 42,0%

Piso R$ 5.001,60 R$ 5.792,60 15,8% R$ 9.047,63 56,2%

28

DN

IT A

nalis

ta

DN

IT A

dmin

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IBAM

A

PG

PE

Enge

nhei

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INC

RA

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0

2

4

6

8

10

12

14

16

10,5

8621

8,46

621

7,52

065

6,32

071

5,79

26

4,85

031

5,14

522

5,26

622

14,5

8522

11,6

8922

12,3

815

11,8

1949

10,1

5769

10,1

5577

8 7,59

1

Comparativo entre Carreiras

INCRA - DNIT - IBAMA - PGPE - FUNAI

PISO

TETO

Carreiras

Valo

res

Bru

tos

(R$

1.00

0,00

)

Page 29: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

AnalistasTeto R$ 7.000,97 R$ 10.155,77 45,1% R$ 14.420,03 42,0%

Piso R$ 4.173,14 R$ 4.850,31 16,2% R$ 8.953,49 84,6%

TécnicosTeto R$ 3.358,29 R$ 4.358,62 29,8% R$ 6.014,60 38,0%

Piso R$ 2.741,84 R$ 3.195,16 16,5% R$ 4.409,50 38,0%

Tal estudo foi parametrizado pela mesma estrutura de níveis de progressão, além da mesma

estrutura entre Vencimento Básico em relação à Remuneração Total. Estima-se, contudo que o alinhamento

das carreiras do INCRA a outras categorias assemelhadas como Especialistas e Analistas do IBAMA, gerarão

impacto estimado anual de R$ 318 milhões para o exercício de 2019.

Nesse sentido, sugere-se a realização de aumentos em quatro parcelas a serem efetivadas em

2016-2017-2018-2019, de maneira a acompanhar a evolução orçamentária e arrecadatória do Governo

Federal. As tabelas detalhadas encontram-se no Anexo I desta proposta.

Gratificação de Localidade

Deve ser ressaltada a necessidade de remuneração conforme disposição territorial dos servidores,

sobretudo quanto à fixação na região amazônica e faixas de fronteira. Nesse sentido, importante seria a

incorporação de Gratificação de Localidade o que para as unidades de faixa de fronteira significaria um

impacto anual mínimo de R$ 18,7 milhões, posto que há cerca de 852 servidores nessas localidades a um

custo de R$ 91,00 (noventa e um reais) por dia de efetivo exercício.

A incorporação das carreiras de indenização de localidades especiais, semelhante à atualmente

concedida pela Lei 12.855, de 02 de setembro de 2013, concedida a servidor ocupante de cargo efetivo das

Carreiras de Policial Federal, de Policial Rodoviário Federal, de Auditor da Receita Federal e de Fiscal Federal

Agropecuário, entre outras, deverá reduzir sobremaneira a atual dificuldade de fixação de efetivo na região

amazônica e nas faixas de fronteira.

29

Page 30: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

Figura 05 – Comparativo Remuneração Atual x Proposta de Atualização Institucional

Fonte: Diretoria de Gestão Administrativa

Portanto, há de se estabelecer um tratamento de negociação salarial diferenciado, sobretudo no

sentido de recuperar uma capacidade de mantenimento de um corpo de servidores competente e

diferenciado, com reflexos nas diversas políticas públicas encampadas pelo INCRA.

30

Enge

nhei

ro A

grôn

omo

– Ju

l/201

2

Enge

nhei

ro A

grôn

omo

– Ja

n/20

15

Enge

nhei

ro A

grôn

omo

– Ja

n/20

19

Ana

lista

NS

– J

ul/2

012

Ana

lista

NS

– J

an/2

015

Ana

lista

NS

– J

an/2

019

Técn

ico

– Ju

l/201

2

Técn

ico

– Ja

n/20

15

Técn

ico

– Ja

n/20

190%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

16%

56%

16%

85%

17%

38%

35% 42

%

45%

42%

30% 38

%

Aumento % Piso Teto

Categorias

Valo

res

Enge

nhei

ro A

grôn

omo

– Ju

l/201

2

Enge

nhei

ro A

grôn

omo

– Ja

n/20

15

Enge

nhei

ro A

grôn

omo

– Ja

n/20

19

Ana

lista

NS

– J

ul/2

012

Ana

lista

NS

– J

an/2

015

Ana

lista

NS

– J

an/2

019

Técn

ico

– Ju

l/201

2

Técn

ico

– Ja

n/20

15

Técn

ico

– Ja

n/20

192000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

5001

,6

5792

,6

9047

,63

4173

,14

4850

,31

8953

,49

2741

,84

3195

,16

4409

,5

7534

,69

1015

7,69

1442

3,16

7000

,97

1015

5,77

1442

0,03

3358

,29

4358

,62 60

14,6

Período 2012 - 2019Piso Teto

Categorias

Valo

res

Page 31: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

31

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIACarreira de Perito Federal Agrário - Cargo: Engenheiro Agrônomo

VALORES ATUAIS VALORES PROPOSTOSClasse Padrão VB GDAPA Ativo Aposentado VB GDAPA Ativo Aposentado

Ponto GDAPA Proposto Ponto GDAPA % Aumento80 pts. 100 pts. 50 pts. 80 pts. 100 pts. 50 pts. 80 pts. 100 pts. 50 pts.

A B C = [A + (80 x B)] D = [A + (100 x B)] E = [A + (50 x B)] A B C = [A + (80 x B)] D = [A + (100 x B)] E = [A + (50 x B)] C D EEspecial III 4.519,69 56,38 9.030,09 10.157,69 7.338,69 6.417,16 80,06 12.821,96 14.423,16 10.420,16 41,99% 41,99% 41,99%

II 4.409,45 54,32 8.755,05 9.841,45 7.125,45 6.198,34 75,53 12.240,64 13.751,22 9.974,78 39,81% 39,73% 39,99%I 4.301,91 52,33 8.488,31 9.534,91 6.918,41 6.088,94 73,26 11.949,99 13.415,25 9.752,09 40,78% 40,70% 40,96%

C IV 4.136,45 48,14 7.987,65 8.950,45 6.543,45 5.979,53 71,00 11.659,33 13.079,28 9.529,40 45,97% 46,13% 45,63%III 4.035,56 46,38 7.745,96 8.673,56 6.354,56 5.870,12 68,73 11.368,67 12.743,31 9.306,71 46,77% 46,92% 46,46%II 3.937,13 44,68 7.511,53 8.405,13 6.171,13 5.760,71 66,47 11.078,01 12.407,34 9.084,02 47,48% 47,62% 47,20%I 3.841,10 43,04 7.284,30 8.145,10 5.993,10 5.651,30 64,20 10.787,35 12.071,37 8.861,33 48,09% 48,20% 47,86%

B IV 3.693,37 39,60 6.861,37 7.653,37 5.673,37 5.541,90 61,94 10.496,70 11.735,40 8.638,65 52,98% 53,34% 52,27%III 3.603,29 38,15 6.655,29 7.418,29 5.510,79 5.432,49 59,67 10.206,04 11.399,42 8.415,96 53,35% 53,67% 52,72%II 3.515,40 36,75 6.455,40 7.190,40 5.352,90 5.323,08 57,40 9.915,38 11.063,45 8.193,27 53,60% 53,86% 53,06%I 3.429,66 35,40 6.261,66 6.969,66 5.199,66 5.213,67 55,14 9.624,72 10.727,48 7.970,58 53,71% 53,92% 53,29%

A V 3.297,75 32,57 5.903,35 6.554,75 4.926,25 5.104,26 52,87 9.334,06 10.391,51 7.747,89 58,11% 58,53% 57,28%IV 3.217,32 31,38 5.727,72 6.355,32 4.786,32 4.994,85 50,61 9.043,40 10.055,54 7.525,20 57,89% 58,22% 57,22%III 3.138,85 30,23 5.557,25 6.161,85 4.650,35 4.885,45 48,34 8.752,75 9.719,57 7.302,51 57,50% 57,74% 57,03%II 3.062,29 29,12 5.391,89 5.974,29 4.518,29 4.776,04 46,08 8.462,09 9.383,60 7.079,82 56,94% 57,07% 56,69%I 2.987,60 28,05 5.231,60 5.792,60 4.390,10 4.666,63 43,81 8.171,43 9.047,63 6.857,13 56,19% 56,19% 56,20%

Carreira de Reforma e Desenvolvimento Agrário – Cargo: Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário e Analista AdministrativoVALORES ATUAIS VALORES PROPOSTOS

Classe Padrão VB GDAPA Ativo Aposentado VB GDAPA Ativo AposentadoPonto GDAPA Proposto Ponto GDAPA % Aumento

80 pts. 100 pts. 50 pts. 80 pts. 100 pts. 50 pts. 80 pts. 100 pts. 50 pts.A B C = [A + (80 x B)] D = [A + (100 x B)] E = [A + (50 x B)] A B C = [A + (80 x B)] D = [A + (100 x B)] E = [A + (50 x B)] C D E

Especial III 3.452,77 67,03 8.815,17 10.155,77 6.804,27 4.902,03 95,18 12.516,43 14.420,03 9.661,03 41,99% 41,99% 41,98%II 3.352,20 63,72 8.449,80 9.724,20 6.538,20 4.758,46 89,78 11.941,06 13.736,71 9.247,59 41,32% 41,26% 41,44%I 3.254,57 60,57 8.100,17 9.311,57 6.283,07 4.686,68 87,08 11.653,38 13.395,05 9.040,87 43,87% 43,85% 43,89%

C IV 3.070,35 55,06 7.475,15 8.576,35 5.823,35 4.614,90 84,39 11.365,70 13.053,40 8.834,15 52,05% 52,20% 51,70%III 2.980,92 52,34 7.168,12 8.214,92 5.597,92 4.543,11 81,69 11.078,01 12.711,74 8.627,42 54,55% 54,74% 54,12%II 2.894,10 49,75 6.874,10 7.869,10 5.381,60 4.471,33 78,99 10.790,33 12.370,08 8.420,70 56,97% 57,20% 56,47%I 2.809,80 47,29 6.593,00 7.538,80 5.174,30 4.399,54 76,29 10.502,64 12.028,42 8.213,98 59,30% 59,55% 58,75%

B IV 2.650,76 42,99 6.089,96 6.949,76 4.800,26 4.327,76 73,59 10.214,96 11.686,76 8.007,26 67,73% 68,16% 66,81%III 2.573,55 40,87 5.843,15 6.660,55 4.617,05 4.255,98 70,89 9.927,28 11.345,10 7.800,54 69,90% 70,33% 68,95%II 2.498,59 38,85 5.606,59 6.383,59 4.441,09 4.184,19 68,19 9.639,59 11.003,44 7.593,82 71,93% 72,37% 70,99%I 2.425,82 36,93 5.380,22 6.118,82 4.272,32 4.112,41 65,49 9.351,91 10.661,78 7.387,10 73,82% 74,25% 72,91%

A V 2.288,51 34,51 5.049,31 5.739,51 4.014,01 4.040,63 62,80 9.064,23 10.320,13 7.180,38 79,51% 79,81% 78,88%IV 2.221,85 32,80 4.845,85 5.501,85 3.861,85 3.968,84 60,10 8.776,54 9.978,47 6.973,65 81,11% 81,37% 80,58%III 2.157,14 31,18 4.651,54 5.275,14 3.716,14 3.897,06 57,40 8.488,86 9.636,81 6.766,93 82,50% 82,68% 82,10%II 2.094,31 29,64 4.465,51 5.058,31 3.576,31 3.825,27 54,70 8.201,17 9.295,15 6.560,21 83,66% 83,76% 83,44%I 2.033,31 28,17 4.286,91 4.850,31 3.441,81 3.753,49 52,00 7.913,49 8.953,49 6.353,49 84,60% 84,60% 84,60%

Carreira de Reforma e Desenvolvimento Agrário – Cargo: Técnico em Reforma e Desenvolvimento Agrário e Técnico AdministrativoVALORES ATUAIS VALORES PROPOSTOS

Classe Padrão VB GDAPA Ativo Aposentado VB GDAPA Ativo AposentadoPonto GDAPA Proposta Ponto GDAPA % Aumento

80 pts. 100 pts. 50 pts. 80 pts. 100 pts. 50 pts. 80 pts. 100 pts. 50 pts.A B C = [A + (80 x B)] D = [A + (100 x B)] E = [A + (50 x B)] A B C = [A + (80 x B)] D = [A + (100 x B)] E = [A + (50 x B)] C D E

Especial III 1.623,62 27,35 3.811,62 4.358,62 2.991,12 2.240,60 37,74 5.259,80 6.014,60 4.127,60 37,99% 37,99% 38,00%II 1.591,78 26,86 3.740,58 4.277,78 2.934,78 2.159,96 36,54 5.083,16 5.813,96 3.986,96 35,89% 35,91% 35,85%I 1.560,57 26,39 3.671,77 4.199,57 2.880,07 2.119,64 35,94 4.994,84 5.713,64 3.916,64 36,03% 36,05% 35,99%

C IV 1.500,55 25,62 3.550,15 4.062,55 2.781,55 2.079,33 35,34 4.906,53 5.613,33 3.846,33 38,21% 38,17% 38,28%III 1.471,13 25,17 3.484,73 3.988,13 2.729,63 2.039,01 34,74 4.818,21 5.513,01 3.776,01 38,27% 38,24% 38,33%II 1.442,28 24,72 3.419,88 3.914,28 2.678,28 1.998,69 34,14 4.729,89 5.412,69 3.705,69 38,31% 38,28% 38,36%I 1.414,00 24,28 3.356,40 3.842,00 2.628,00 1.958,37 33,54 4.641,57 5.312,37 3.635,37 38,29% 38,27% 38,33%

B IV 1.359,62 23,57 3.245,22 3.716,62 2.538,12 1.918,05 32,94 4.553,25 5.212,05 3.565,05 40,31% 40,24% 40,46%III 1.332,96 23,15 3.184,96 3.647,96 2.490,46 1.877,73 32,34 4.464,93 5.111,73 3.494,73 40,19% 40,13% 40,32%II 1.306,82 22,74 3.126,02 3.580,82 2.443,82 1.837,41 31,74 4.376,61 5.011,41 3.424,41 40,01% 39,95% 40,13%I 1.281,20 22,34 3.068,40 3.515,20 2.398,20 1.797,09 31,14 4.288,29 4.911,09 3.354,09 39,76% 39,71% 39,86%

A V 1.231,92 21,90 2.983,92 3.421,92 2.326,92 1.756,78 30,54 4.199,98 4.810,78 3.283,78 40,75% 40,59% 41,12%IV 1.207,77 21,51 2.928,57 3.358,77 2.283,27 1.716,46 29,94 4.111,66 4.710,46 3.213,46 40,40% 40,24% 40,74%III 1.184,08 21,13 2.874,48 3.297,08 2.240,58 1.676,14 29,34 4.023,34 4.610,14 3.143,14 39,97% 39,82% 40,28%II 1.170,04 20,76 2.830,84 3.246,04 2.208,04 1.635,82 28,74 3.935,02 4.509,82 3.072,82 39,01% 38,93% 39,16%I 1.156,16 20,39 2.787,36 3.195,16 2.175,66 1.595,50 28,14 3.846,70 4.409,50 3.002,50 38,01% 38,01% 38,00%

Proposta de Atualização Institucional – Remuneração dos Servidores do INCRAQuadriênio 2016 – 2019

Page 32: Proposta de Atualização Institucional do Incra - 2015

Ingresso de novos servidores

Por meio de estudo comparativo entre a necessidade de pessoal conforme os macroprocessos

estipulados para as diversas áreas do INCRA e a quantidade atual existente, resulta-se em proposta de

lotação de servidores por meio de concurso público.

Tais estudos demonstram que atualmente há necessidade iminente de autorização de concurso

para 849 (oitocentos e quarenta e nove vagas), sendo 637 (seiscentos e trinta e sete) vagas de nível

superior e 212 (duzentas e doze) vagas de nível intermediário, inclusive indicando substituição de mão-de-

obra terceirizada.

Os macroprocessos considerados neste estudo são: desenvolvimento de projetos de assentamento,

gerência de projetos de assentamento, mobilidade rural, obtenção de terras, governança fundiária,

comunidades quilombolas, apoio administrativo e análise administrativa de processos. Estimou-se em cada

macroprocesso a principal atividade que mais demanda contingente de servidores e a quantidade lotada

existente de servidores a partir da extração de dados do SIAPE, aplicou-se fatores de homogeneização para

conferir paridade entre diferentes regiões como a Amazônia, as grandes regiões de cerrado como o Mato

Grosso e pequenos estados como Sergipe. Outro fator de homogeneização que reduziu a necessidade de

mão-de-obra em relação à demanda de processos foi a existência de Unidades Municipais de Cadastro (fator

que reduz a necessidade de servidores devido à ação multiplicadora e descentralizada de atividade do

INCRA).

A utilização de fatores de homogeneização permitiu comparar situações onde o acesso a

comunidades e assentamentos torna-se mais difícil, nos biomas como a Amazônia, aplicou-se por exemplo

um fator 2,7 para o acesso e fiscalização da implantação de infraestrutura de estradas vicinais em

comparação a estados como Alagoas. Com isso, revelou-se a necessidade de mão-de-obra fatorizada para

aquelas regiões.

Como resultado, já para o exercício de 2015, propõe-se concurso público para o provimento de

849 (oitocentos e quarenta e nove) vagas em cargos efetivos integrantes do Quadro de Pessoal deste

Instituto, sendo 637 (seiscentos e trinta e sete) vagas de nível superior e 212 (duzentas e doze) vagas de

nível intermediário, assim distribuídas:

Tabela 02 - Solicitação de Novo Concurso para 2015

Cargo Quantidade

Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário 417Analista Administrativo 127Engenheiro Agrônomo 81Médico/20h 12Técnico em Reforma e Desenvolvimento Agrário 79Técnico Administrativo 81Técnico em Contabilidade 52

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§ 1º Na avaliação de desempenho individual, além do cumprimento das metas dedesempenho individual, deverão ser avaliados os seguintes fatores mínimos:

I - produtividade no trabalho, com base em parâmetros previamente estabelecidos dequalidade e produtividade;

II - conhecimento de métodos e técnicas necessários para o desenvolvimento das atividadesreferentes ao cargo efetivo na unidade de exercício;

III - trabalho em equipe;

IV - comprometimento com o trabalho; e

V - cumprimento das normas de procedimentos e de conduta no desempenho dasatribuições do cargo.

A avaliação é realizada utilizando-se parâmetros da Avaliação 180º, o que significa que o servidor é

avaliado por sua chefia imediata, por dois pares e por si. O parágrafo terceiro do mesmo dispositivo atribui

pesos para essas avaliações, a saber:

§ 3o Os servidores não ocupantes de cargos em comissão ou função de confiança serãoavaliados na dimensão individual, a partir:

I - dos conceitos atribuídos pelo próprio avaliado, na proporção de quinze por cento;

II - dos conceitos atribuídos pela chefia imediata, na proporção de sessenta por cento; e

III - da média dos conceitos atribuídos pelos demais integrantes da equipe de trabalho, naproporção de vinte e cinco por cento.

A produtividade se dá especialmente nos incisos I e IV, definidos no Decreto, sendo mister a

aplicação de instrumento mensurador capaz de vincular a produtividade individual às tarefas definidas entre

a chefia imediata e o servidor. Tal situação, mesmo em tarefas corriqueiras de atividades-meio, devem

também ser passíveis de medição, para que se atribua e quantifique uma quota mínima de produtividade a

ser atingida pelo servidor do INCRA.

Foram selecionadas atividades e tarefas que possuem monitoramento possível, a partir de

pactuações de produção junto à chefia imediata, ocorridas no 3º ciclo de avaliação, conforme apuração

apontada pelos recursos atuais de avaliação funcional. Como exemplo, o INCRA deverá mensurar diversas

tarefas, pactuadas entre o servidor e sua chefia imediata, para várias categorias:

Tabela 03 – Produtos/Ações dos Servidores do INCRA por Categorias

Metas Individuais

Produtos / Ações Quant.Anual Unidade Categorias Pertinentes Quant.

Servidores

ProdutoPotencial

AnualObservações

Obtenção de Terras

Laudo Agronômico de Viabilida-de 3 Laudo Elaborado Engenheiro Agrônomo 310 930

A cada três Laudos Agronômi-cos de Viabilidade, dois se

apresentam viáveis.Vistoria e Avaliação de Imóveis Rurais

2 Vistoria Realizada Engenheiro Agrônomo 310 620

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Estudo de Capacidade de Gera-ção de Renda 2 Estudo Elaborado Engenheiro Agrônomo 310 620

Desenvolvimento de Assentamentos

Supervisão Ocupacional 300 Lote Supervisiona-do

Engenheiro AgrônomoAnalista em Ref e Desenvol-vimento AgrárioOrientador de Projeto de AssentamentoDiversas Categorias

135 40.500 Um quinto dos servidores doDesenvolvimento

Projeto de Engenharia de Im-plantação de Infraestrutura 2 Projeto Elaborado

Analista em Reforma e De-senvolvimento Agrário (En-genheiro Civil)

112 224

Análise de Projetos de Engenha-ria (Chamamentos de Infraes-trutura)

18 Projeto AnalisadoAnalista em Reforma e De-senvolvimento Agrário (En-genheiro Civil)

112 2.016

Fiscalização de Contratos de ATER 3 Contrato Fiscaliza-

do

Engenheiro AgrônomoAnalista em Ref e Desenvol-vimento AgrárioOrientador de Projeto de AssentamentoDiversas Categorias

135 405

Um quinto dos servidores doDesenvolvimento

Média de treze contratos deates por SR.

Ordenamento Fundiário

Elaboração de Relatório Antro-pológico 2 Relatório Elabora-

do

Analista em Reforma e De-senvolvimento Agrário (An-tropólogo)

67 134

Análise de Relatório Antropoló-gico 5 Relatório Analisa-

do

Analista em Reforma e De-senvolvimento Agrário (An-tropólogo)

67 335

Análise de Processo de Certifica-ção de Georreferenciamento de Imóvel

600 Processos Analisa-dos

Engenheiro AgrônomoAnalista em Ref e Desenvol-vimento AgrárioFiscal de Cadastro RuralDiversas Categorias

168 100.800

Análise Administrativo-Financeira

Processos de Licitação 12 Licitação Realizada Analista AdministrativoAssistente Administrativo 115 1.380

Conformidade Contábil 144 Conformidade Re-alizada

ContadorTécnico em Contabilidade 59 8.496 Um terço dos contadores e

técnicos

Relatório de Fiscalização de Convênio 2 Relatório Técnico

Realizado

Engenheiro CivilEngenheiro AgrônomoAnalista em Ref e Desenvol-vimento AgrárioOrientador de Projeto de AssentamentoDiversas Categorias

650 1.300 Total de servidores de desen-volvimento nas SR

Relatório de Prestação de Con-tas 4 Relatório Financei-

ro Realizado

Analista AdministrativoAssistente AdministrativoTécnico em ContabilidadeContador

174 696

A partir dessas metas pactuadas entre o servidor e a chefia imediata, considera-se a pontuação

recebida nos dois quesitos automaticamente em seu formulário de avaliação individual. Portanto, dos 20

pontos atribuídos à avaliação individual do servidor, 8 pontos estariam atrelados ao atingimento da meta

individual, o que serviria de incentivo à produtividade e ao comprometimento com o trabalho no INCRA. A

aplicação do Decreto por meio de sistema pré-definido será uma importante etapa de crescimento do bojo

do trabalho do Incra. Evidentemente, tal medida deve ser contar com a participação dos servidores e de

seus representantes de classe.

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Como exemplo, no caso do avaliado não apresentar nenhum produto acordado em sua meta

individual, deverá a chefia imediata apurar sua nota descontada dos quesitos “produtividade” e

“comprometimento”, salvo justificativas apresentadas coerentes com a impossibilidade de apresentação do

produto departamental.

Portanto, a avaliação individual será instrumento objetivo de desconto remunerativo de não

produtividade individual ou operacional.

Frequência Eletrônica

Está sendo desenvolvido um sistema de frequência e controle de ponto para os Servidores, com

previsão de implantação para março de 2015, quando será apurada a frequência dos servidores e os

motivos dos deslocamentos por meio de lançamentos do servidor com avalização da chefia imediata. Com

isso, estima-se um melhor controle sobre a força de trabalho do INCRA, fator este primordial para o

desenvolvimento das novas formas de trabalho da Autarquia.

3.4. ALTERAÇÃO DE ESTRUTURA

3.4.1. Criação da Corregedoria Geral

A partir de uma análise institucional realizada e praticada no último período com a estrutura da

Diretoria de Programas. Será um órgão de auxilio direto ao Gabinete do Presidente e terá as funções de:

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Coordenação junto as Diretorias e Superintendências;

Será o espaço “oficial” para tratamento com os movimentos sociais;

Coordenará as ações orçamentárias, do cotidiano da execução, a partir do planejamento da DE –

“atribuição deslocada da DA”;

Coordenará as liberações e efetuações dos pagamentos (financeiros) e encaminhamentos de

indenização de imóveis (lançamento de TDA´s e benfeitorias) - “atribuição deslocada da DA”.

3.4.2. Transferência das atribuições relativas à titulação de PA da Diretoria deDesenvolvimento para a Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária

Organiza a temática de consolidação e titulação de PA necessárias com edição da Lei 13.00/2014 e

consolida uma análise institucional realizada e praticada no último período. Além disso, unifica os temas

fundiários, de governança, gestão e controle, na Diretoria que já cuida da temática.

3.4.3. Cargos e funções

Em toda alteração de estrutura tem-se que observar os cargos disponíveis e a necessidade de

readequação. A maior parte dos cargos já foram equacionados (inclusive o de maior nível que será o DAS 4

da corregedoria).

No entanto ainda resta um déficit, caso não haja nenhum apontamento do MPOG para

disponibilização de 4 DAS 2 e 3 DAS 1.

3.4.4. Demais ajustes necessários:

Além dos ajustes emergenciais, identificamos também outros que irão complementar a

reorganização da estrutura regimental da Autarquia:

Desmembramento da Diretoria Fundiária (DF) em duas novas Diretorias, quais sejam:

Diretoria de Governança Fundiária, fruto da necessidade de termos uma estrutura

específica e especializada na gestão da malha fundiária e de seus sistemas de suporte

(SIGEF, SNCR, CNIR) e Diretoria de Direitos Territoriais, que vai cuidar das atividades

relativas ao reconhecimento dos territórios quilombolas e demais direitos territoriais, a

exemplo do reconhecimento de ocupação em terras públicas. Além de ordenar as

atividades com as estruturas que as mesmas exigem, atende diretamente ao

apontamento apresentado nos Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável.

Transferência das atribuições relativas a Coordenação Geral de Meio Ambiente, da

Diretoria de Obtenção (DT) para a Diretoria de Desenvolvimento (DD) – as alterações

significativas em relação ao tratamento das questões ambientais dos projetos de

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