proposta curricular severino vieira
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Colégio Estadual Severino Vieira – Ano letivo 2010
Diretor: Horácio Ramos Pereira Filho
Área de conhecimento: Ciências da Natureza
Componente Curricular: Biologia
Professor (s): Norma Sueli dos Santos
Estagiário (a): Lorena Sá Teles e Silva
Curso: Formação geral
Segmento: Ensino médio - Nº de aulas semanais: duas aulas
I – Justificativa:
A Proposta Curricular surgiu da necessidade de se construir uma Referência
Curricular para o Ensino Médio que possa ser discutida e traduzida em realidade, e ao
mesmo tempo, possa garantir a todos os alunos que freqüentam o colégio o direito de ter
acesso aos conhecimentos indispensáveis à construção de sua cidadania.
Para tanto, é necessário redefinir claramente o papel da escola na sociedade
brasileira e quais objetivos devem ser perseguidos nos dois anos do Ensino Médio. Assim
sendo esta proposta, tem a intenção de provocar a reflexão a respeito da função da escola,
sobre o que, quando, como e para que ensinar e aprender, envolvendo não apenas a escola,
mas também a comunidade. Essas definições servem de norte para as diferentes áreas
curriculares, considerando a estruturação com o trabalho escolar, nas diversas áreas estudas
por cada série. A Proposta Curricular aponta também a importância de ser trabalhadas, na
escola e na sala de aula, questões da sociedade brasileira, bem como da cultura
local/regional.
O ensino Médio, última etapa da educação básica, assim definido pela L.D.B., vem
ao longo da sua história, sofrendo algumas mudanças a partir das legislações e das questões
curriculares de cada área.
Na perspectiva de atender o que prescrevem esses documentos oficiais, bem como,
a real necessidade da nossa escola, o Colégio Estadual Severino Vieira - CESV assume o
compromisso de discutir e consolidar uma proposta que sirva de suporte à prática cotidiana
dos professores, visando à melhoria da qualidade no processo ensino-aprendizagem,
voltado para a construção de competências que favoreçam a inserção do homem no tempo e
espaço contemporâneos, seja pela eventual continuidade dos estudos, seja no mundo do
trabalho.
Nas últimas décadas, o ensino de Biologia vem sendo marcado por uma dicotomia
que constitui um desafio para os educadores. Seu conteúdo e sua metodologia no ensino
médio voltados, quase que exclusivamente, para a preparação do aluno para os aos exames
vestibulares, em detrimento das finalidades atribuídas pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei Nº 9394/96) à última etapa da educação básica. Além disso, temas
relativos à área de conhecimento da Biologia vêm sendo mais e mais discutidos pelos meios
de comunicação, jornais, revistas ou pela Internet, instando o professor a apresentar esses
assuntos de maneira a possibilitar que o aluno associe a realidade do desenvolvimento
científico atual com os conceitos básicos do pensamento biológico.
Assim, um ensino pautado pela memorização de denominações e conceitos e pela
reprodução de regras e processos – como se a natureza e seus fenômenos fossem sempre
repetitivos e idênticos – contribui para a descaracterização dessa disciplina enquanto
ciência que se preocupa com os diversos aspectos da vida no planeta e com a formação de
uma visão do homem sobre si próprio e de seu papel no mundo.
O ensino da Biologia deve enfrentar alguns desafios: um deles seria possibilitar ao
aluno a participação nos debates contemporâneos que exigem conhecimento biológico.
Outro desafio seria a formação do indivíduo com um sólido conhecimento de Biologia e
com raciocínio crítico. Cotidianamente, a população, embora sujeita a toda sorte de
propagandas e campanhas, e mesmo diante da variedade de informações e
posicionamentos, sente-se pouco confiante para opinar sobre temas polêmicos e que podem
interferir diretamente em suas condições de vida, como o uso de transgênicos, a clonagem,
a reprodução assistida, entre outros assuntos. O grande desafio do professor é possibilitar
ao aluno desenvolver as habilidades necessárias para a compreensão do papel do homem na
natureza.
Os PCNEM consideram que há um conjunto de conhecimentos que são necessários
ao aluno para que ele compreenda a sua realidade e possa nela intervir com autonomia e
competência. Esses conhecimentos constituem o núcleo comum do currículo. Consideram,
também, um conjunto de conhecimentos específicos, a parte diversificada, constituído por
questões e problemas relativos à determinada comunidade, à determinada escola, e que
merecem ser estudados. Segundo os PCNEM,
“[...] é objeto de estudo da Biologia o fenômeno da vida em toda a sua
diversidade de manifestações. [...] O aprendizado da Biologia deve permitir
a compreensão [...] dos limites dos diferentes sistemas explicativos [...] e a
compreensão que a ciência não tem respostas definitivas [...].”
Assim, os conteúdos de Biologia devem propiciar condições para que o educando
compreenda a vida como manifestação de sistemas organizados e integrados, em constante
interação com o ambiente físico-químico. O aluno precisa ser capaz de estabelecer relações
que lhe permitam reconhecer que tais sistemas se perpetuam por meio da reprodução e se
modificam no tempo em função do processo evolutivo, responsável pela enorme
diversidade de organismos e das intrincadas relações estabelecidas pelos seres vivos entre si
e com o ambiente. O aluno deve ser capaz de reconhecer-se como organismo e, portanto,
sujeito aos mesmos processos e fenômenos que os demais. Deve, também, reconhecer-se
como agente capaz de modificar ativamente o processo evolutivo, alterando a
biodiversidade e as relações estabelecidas entre os organismos.
Trata-se, portanto, de capacitar o educando para interpretar fatos e fenômenos –
naturais ou não – sob a óptica da ciência, mais especificamente da Biologia, para que,
simultaneamente, adquira uma visão crítica que lhe permita tomar decisões usando sua
instrução nessa área do conhecimento.
“[...] Todos devem aprender ciência como parte de sua formação cidadã,
que possibilite a atuação social responsável e com discernimento diante de
um mundo cada dia mais complexo.”
Os PCN+ reafirmam que os conteúdos e as estratégias de aprendizagem devem
propiciar o ensino por competências. Nesse sentido,
“[…] o ensino da Biologia deve servir como “meio para ampliar a
compreensão sobre a realidade, recurso graças ao qual os fenômenos
biológicos podem ser percebidos e interpretados, instrumento para orientar
decisões e intervenções”. (PCN+, p. 36).
Reconhecendo que os principais temas biológicos referem-se à compreensão da vida
na Terra, das conseqüências dos avanços tecnológicos e da intervenção humana, os PCN+
sintetizam, a título de referência, seis temas estruturadores:
1. Interação entre os seres vivos;
2. Qualidade de vida das populações humanas;
3. Identidade dos seres vivos;
4. Diversidade da vida;
5. Transmissão da vida, ética e manipulação gênica;
6. Origem e evolução da vida.
Tomando como referencial a proposta curricular apresentada nos PCNs e a
necessidade de uma seqüência lógica na mediação dos conteúdos de Biologia no Ensino
Médio, o programa de série, para o 2º ano, foi alterado na seguinte forma:
Unidade/
Série
I UNIDADE
II UNIDADE
III UNIDADE
IV UNIDADE
1ª
2ª
- Reprodução (Conceitos;
tipos, características; ciclo
dos vegetais)
- Reprodução humana –
Masculina e feminina (anatomia e fisiologia).
Clonagem.
- Regulação hormonal –
masculino e feminino.
- Fenômenos (Ovulação,
menstruação, n idação,
fecundação e gravidez).
- Embriologia-
Desenvolvimento
Embrionário.
- Tipos de óvulos: fases embrionárias (folhetos
embrionários e anexos
embrionários).
- Histologia – Tecido
Animal e Vegetal.
- Organização dos
tecidos (Conceito;
características; classificação e funções).
- Sistemas – Escala
Evolutiva – Anatomia e
fisiologia comparada.
- Sistema
Nervoso/Sensorial.
Efeito e conseqüências
das drogas no SN.
- Sistema Endócrino ou
hormonal.
- Continuação – Escala
Evolutiva – Anatomia
e Fisiologia.
-Sistema Imunitário.
- Sistemas Digestório e Respiratório.
- Sistemas Urinários e
Cardiovasculares .
- Seres Vivos
- Vírus (características
gerais; doenças).
- Reinos da natureza
(características; reprodução; utilidades,
nocividade).
- Reinos: Monera;
Protista; Fungi; Plantas
e Animal.
3ª
II – Objetivos Gerais
Conhecer diferentes formas de obter informações (observação, experimento, leitura
de texto, imagens, entrevistas, pesquisas etc.). Selecionando aquelas pertinentes ao
tema biológico estudado;
Expressar dúvidas, idéias e conclusões, acerca dos processos biológicos;
Expor de forma organizada o conhecimento biológico aprendido, através de textos,
esquemas, gráficos, tabelas, maquetes entre outros;
Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo biológico;
Relacionar fenômenos, fatos, processos, e idéias em biologia elaborando conceitos e
construindo generalizações;
Julgar ações de intervenção, identificando as que visam a preservação e a
implementação da saúde individual e coletiva.
III – Programa de Componente Curricular:
1ª Série Ensino Médio
Ementa
Objetivos Específicos:
2ª Série Ensino Médio
Ementa
Histologia- Tecido animal e vegetal. Sistemas- anatomia e fisiologia comparadas.
Objetivos Específicos:
Conceituar tecidos envolvendo as idéias de forma e funções;
Identificar e caracterizar, estrutural e funcionalmente, os diversos tipos de tecidos
que constitui os seres vivos;
Enumerar e descrever os sistemas anatômicos e fisiológicos que constituem os seres
vivos, observando o seu grau de complexidade dentro a escala evolutiva;
Compreender a vida, do ponto de vista biológico, como fenômeno que se manifesta
de formas diversas, mas sempre como sistema organizado e integrado;
Descobrir o funcionamento do seu corpo comparando-o com os outros grupos do
reino animal, de forma que possam distinguir o processo evolutivo pelo quais os
sistemas que os formam passaram até a formação dos seres humanos, grupos
considerados mais evoluídos dentre os demais, bem como valorizar os conteúdos
necessários a manutenção da saúde e da qualidade de vida.
Conteúdos programáticos por Unidade I Unidade
Reprodução (Conceitos; tipos, características; ciclo dos
vegetais)
1. Reprodução humano – Masculino e feminino
(anatomia e fisiologia). Clonagem.
- Regulação hormonal – masculino e feminino.
Fenômenos (Ovulação, menstruação, n idação,
fecundação e gravidez).
2. Embriologia – Desenvolvimento Embrionário.
- Tipos de óvulos: fases embrionárias (folhetos embrionários e anexos embrionários).
II Unidade
1. Histologia – Tecido Animal e Vegetal.
- Organização dos tecidos (Conceito; características;
classificação e funções).
2. Sistemas – Escala Evolutiva – Anatomia e
fisiologia comparada.
- Sistema Nervoso/Sensorial. Efeito e conseqüências
das drogas no SN.
- Sistema Endócrino ou hormonal.
III Unidade
1. Continuação – Escala Evolutiva – Anatomia e
Fisiologia.
- Sistema Imunitário.
- Sistemas Digestório e Respiratório.
- Sistemas Cardiovasculares e Urinários.
IV Unidade Seres Vivos
1. Vírus (características gerais; doenças).
2. Reinos da natureza (características; reprodução;
utilidades, nocividade).
Reinos: Monera; Protista; Fungi; Plantas e
Animal.
3ª Série Ensino Médio
Ementa
Objetivos Específicos:
IV – Procedimentos metodológicos
O processo ensino-aprendizagem é bilateral, dinâmico e coletivo, portanto, é
necessário que se estabeleçam parcerias entre o professor e os alunos e dos alunos entre si.
Diversas são as estratégias que propiciam a instalação de uma relação dialógica em sala de
aula. Poderão ser inseridas como procedimentos metodológicos as técnicas descritas
abaixo, de acordo com a necessidade da turma.
Aulas expositivas e participativas, demonstrações didáticas e aulas práticas:
Apesar de parecer tradicional, podem ser usado sob outra ótica, pois os métodos
têm pontos positivos, pois traz a discussão, levantamento de hipóteses e a
participação interativa / participativa do aluno. Leva em conta a experiência do
aluno.
Resumo / esquemas: Cria o hábito de estudar fazendo anotações que poderão ser
utilizadas para tirar dúvidas posteriores.
Textos informativos: Cria oportunidade de interdisciplinaridade, visto que envolve
compreensão, comentários e interpretação das informações recebidas.
Leituras diversas: Estimula o raciocínio e amplia o vocabulário.
Exercícios em grupo: Integra o indivíduo fazendo-o discutir dando-lhe condições
de autonomia individual e no grupo, após a socialização do que foi pesquisado.
Debates: Uma estratégia que desperta um grande interesse nos alunos é a que
envolve uma pesquisa, individual ou em grupos, sobre um tema e o debate em sala de
aula das conclusões a que chegaram os diferentes grupos.
Pesquisa: É de vital importância, pois aciona várias fontes de consulta permitindo
uma análise crítica sobre as mesmas. É importante valorizar consultas a fontes
originais. Esta seleção de informações deve desencadear no aluno o pensamento
reflexivo para que ampliem e transformem a informação recebida.
Painel integrado: Equipes irão trabalhar assuntos diversificados e em uma segunda
fase vão montar novas equipes com um componente de cada equipe anterior; tem
como objetivo discutir em grupo vários temas sob o ponto de vista dos alunos. É
encerrado com discussão em grupo e pequena dramatização ou apresentação dos
temas.
Estudo dirigido: estimula o educando a seguir orientações didáticas, permitindo
que o mesmo seja mais independente.
V – Avaliação
O processo de avaliação visa a julgar como e quantos dos objetivos iniciais
definidos no plano de trabalho do professor foram cumpridos. Necessariamente, deve estar
estreitamente vinculado aos objetivos da aprendizagem. Além disso, tem a finalidade de
revelar fragilidades e lacunas, pontos que necessitam de reparo e modificação por parte do
professor. Ou seja, a avaliação deve estar centrada tanto no julgamento dos resultados
apresentados pelos alunos quanto na análise do processo de aprendizado.
Em um ensino por competências, o processo de avaliação não se limita a
instrumentos com perguntas que exigem apenas operações cognitivas simples como a
memorização. A formação de indivíduos treinados apenas para memorizar frases e
responder a perguntas com respostas determinadas é incompatível com o desenvolvimento
de cidadãos socialmente inseridos e com espírito crítico aguçado, um dos objetivos da
educação. Com isso tem-se que verificar os conhecimentos dos alunos com vários
instrumentos: mini-testes, trabalhos de pesquisa, experiências, debates, estudos dirigidos,
painéis integrados, testes e provas etc. Quantitativamente as competências analisadas terão
que perfazer um escore de 50% para aprovação em unidade e 50% em recuperação final. A
escola não utiliza o mecanismo de recuperação paralela.
A escola deverá assegurar: ao aluno, uma boa formação, tornando-o capaz de
realizar a transposição dos conteúdos formais na interpretação do cotidiano e na valorização
dos conhecimentos não formais gerados na comunidade; ao professor: os meios necessários
para proporcionar ao aluno uma formação contínua, de qualidade, que lhe garanta
atualização permanente para enfrentar os avanços da sociedade.
VI – Recursos:
Quadro branco;
Pilot, apagador;
Livro texto do aluno e outros;
Informes de revistas;
Retroprojetor;
Transparências;
Data show;
TV pen-drive;
Aparelho de DVD;
Dorso do corpo humano;
Diagramas (corpo humano);
Maquete de tecidos.
Material de papelaria;
Máquina de xérox;
VII – Referências:
AMABIS e MARTHO. Conceitos de Biologia. Vol. 1, São Paulo SP, Ed. Moderna, 2001
LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia: volume único. 1ª Ed. –
São Paulo, SP, Ed. Ática, 2005.
LOPES. Sônia Bio 3. São Paulo – SP, Saraiva, 16ª ed. 1995
PAULINO. Biologia. Série Novo Ensino Médio. Ed. Ática, São Paulo, SP, 2002.
Sites utilizados:
http://www.brasilescola.com
http://www.grupoescolar.com
http://www.cynara.com.br
http://www.mundoeducacao.com.br
http://ava.ead.ftc.br
http://www.sobiologia.com.br