proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO 1 Proposta Curricular para o 2º ano do Ensino Fundamental Apresentação: Nas condições históricas concretas em que vivemos, a escola pública, enquanto instituição social, continua sendo praticamente um dos únicos recursos de que a maioria da população dispõe para inserir-se no processo de construção de uma humanização, pelos instrumentos que ela fornece para a integração das crianças no mundo do trabalho, no mundo das instituições da cidadania e no mundo da cultura simbólica. Nesse sentido, é preciso consolidar a qualidade do ensino oferecido, para que as crianças tenham acesso pleno ao conhecimento elaborado socialmente. Essa Proposta Curricular irá subsidiar o fazer pedagógico de cada profissional e garantir uma unidade de ação em nível municipal, não configurando um modelo homogêneo e pronto, que sobrepõe à autonomia pedagógica de cada escola. Esperamos que esse documento possa contribuir, de forma significativa, para que profundas transformações ocorram na prática pedagógica de cada docente e favoreça plenamente a socialização de saberes. Marília, fevereiro de 2010. Prof. Mário Bulgareli Prefeito Municipal Prof. Joaquim Bento Feijão Diretor de Gestão Escolar Profª. Rosani Puia de Souza Pereira Secretária Municipal da Educação

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Page 1: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

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Proposta Curricular para o 2º ano do Ensino Fundamental

Apresentação:

Nas condições históricas concretas em que vivemos, a escola pública, enquanto

instituição social, continua sendo praticamente um dos únicos recursos de que a

maioria da população dispõe para inserir-se no processo de construção de uma

humanização, pelos instrumentos que ela fornece para a integração das crianças no

mundo do trabalho, no mundo das instituições da cidadania e no mundo da cultura

simbólica.

Nesse sentido, é preciso consolidar a qualidade do ensino oferecido, para que as

crianças tenham acesso pleno ao conhecimento elaborado socialmente.

Essa Proposta Curricular irá subsidiar o fazer pedagógico de cada profissional e

garantir uma unidade de ação em nível municipal, não configurando um modelo

homogêneo e pronto, que sobrepõe à autonomia pedagógica de cada escola.

Esperamos que esse documento possa contribuir, de forma significativa, para

que profundas transformações ocorram na prática pedagógica de cada docente e

favoreça plenamente a socialização de saberes.

Marília, fevereiro de 2010.

Prof. Mário Bulgareli

Prefeito Municipal

Prof. Joaquim Bento Feijão

Diretor de Gestão Escolar

Profª. Rosani Puia de Souza Pereira

Secretária Municipal da Educação

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

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Sumário

Áreas do Conhecimento

I – Língua Portuguesa

A – Expectativas de Aprendizagem___________________________________________ 03

B – Conteúdos_________________________________________________________04 e 05

C – Orientações Didáticas_____________________________________________06, 07 e 08

II – Matemática

A – Expectativas de Aprendizagem_________________________________________08e 09

B – Conteúdos ____________________________________________________________10

C – Orientações Didáticas________________________________________________11 e 12

III – Ciências Naturais A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________12

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 13

C – Orientações Didáticas____________________________________________________14

IV– História A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________15

B – Conteúdos ____________________________________________________________16

C – Orientações Didáticas_____________________________________________17, 18 e 19

V – Geografia A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________20

B – Conteúdos_________________________________________________________21 e 22

C – Orientações Didáticas________________________________________________23 e 24

VI – Arte A – Expectativas de Aprendizagem _____________________________________24, 25 e 26

B – Conteúdos_____________________________________________________________27

C – Orientações Didáticas_____________________________________________28, 29 e 30

VII – Educação Física A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________30

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 31

C – Orientações Didáticas____________________________________________________32

Introdução_______________________________________________________________33

VIII – Rotina ______________________________________________________33, 34 e 35

IX – Atividades Permanentes___________________________________35, 36, 37, 38 e 39

X – Sequência Didática ________________________________________________39 e 40

XI – Projeto de Trabalho __________________________________________________41

XII– Avaliação ______________________________________________42, 43, 44, 45 e 46

Referências Bibliográficas __________________________________________________47

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Áreas do Conhecimento

I – Língua Portuguesa

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica e cênica)

como forma de expressão e valorização da cultura popular e erudita;

Ler textos ajustando o falado ao escrito, estabelecendo as diferentes

relações inerentes a tipologia e explicitando a idéia principal bem como a

seqüência de fatos;

Participar de situações de intercambio oral, formulando perguntas,

relatando, comentando e estabelecendo conexões entre o texto e os

conhecimentos prévios, vivencias, crenças e valores;

Interagir com os diferentes portadores textuais, selecionando-os de

acordo com a tipologia de interesse, tanto para a produção escrita quanto

para as diversas situações de leitura;

Relacionar o gênero à situação comunicativa e ao suporte em que circular

originalmente, tanto em situações de escrita, reescrita e de leitura;

Utilizar as diferentes estratégias de leitura (antecipar, inferir, confirmar,

selecionar, sumariar, sintetizar) no contato com as tipologias textuais;

Inferir, localizar e relacionar o sentido de palavras ou expressões a partir

do contexto ou de outros elementos presentes no próprio texto;

Produzir alfabeticamente textos de autoria, escrita de memória ou a partir

de um modelo, levando em conta o gênero, o contexto e a finalidade;

Revisar e editar o texto focalizando os aspectos de análise e reflexão da

língua e da linguagem;

Reconhecer e utilizar o nível da linguagem (formal/informal)

relacionando a finalidade, o interlocutor e o contexto inserido;

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B - CONTEÚDOS LÍNGUA PORTUGUESA – 2 º ANO

Diferentes linguagens:

corporal, musical,

plástica e cênica.

Situações de intercâmbio

oral.

Práticas de Leitura.

Práticas de Escrita.

Escrita e produção oral.

Brincadeiras infantis

Canto e diversos gêneros

musicais com valor

cultural.

Dramatização de contos,

músicas e diversos textos.

Pintura, colagem,

dobraduras.

Relato de experiências vividas

e acontecimentos, respeitando

a seqüência temporal e causal;

Instruções orais e

esclarecimentos de possíveis

dúvidas pelo interlocutor;

Exposição de assuntos

pesquisados apoiando-se em

ilustração ou esquema;

Comentários de notícias

veiculadas em diferentes

mídias;

Apreciação de poemas lidos

ou recitados, cantigas de roda

e outros textos;

Descrição de itinerários

ajustando-se ao propósito

destinatário e contexto;

Participação e apreciação

de situações de leitura,

assumindo um papel

interativo e participativo,

intervindo e apontando

as relações do conteúdo;

Relação do gênero à

situação comunicativa e

ao suporte original;

Leitura de textos

ajustando-se o falado ao

escrito;

Estratégias de leitura:

Antecipação;

Inferência;

Confirmação;

Seleção;

Sumarização;

Sintetização

Elementos constitutivos da

organização interna em um gênero

(pontuação, paragrafação, marcas

lingüísticas, tempos verbais e

conetivos);

Finalidade, interlocutor e nível de

linguagem em uso: formal/

informal;

Distinção e uso entre a fala do

personagem e enunciado do

narrador;

Expressões e palavras que marcam a

progressão do tempo e as relações

de causalidade;

Produção de texto de autoria,

reescrita de memória e novo texto a

partir do modelo, de acordo com o

gênero e contexto;

Retomada do texto para saber o que

já foi escrito e o que ainda falta

escrever;

Revisão e edição (versões ) do texto

focalizando os aspectos estudados

na análise e reflexão sobre a Língua

e Linguagem;

Uso do sistema de escrita:

compreensão e reconhecimento das

diferentes representações das letras;

Relação entre título e corpo do texto

ou imagens, fotos e ilustrações;

Diversos portadores textuais

identificando as tipologias textuais

pertencentes;

Inerência, localização e relação

entre a idéia/assunto principal de

cada texto;

Temas subjacentes às lendas e mitos

(Universo, Mundo e Vida)

Significado de palavras ou

expressões a partir do texto

selecionando a acepção mais

adequada em verbete de dicionário

ou enciclopédia;

Informações implícitas, explícitas e

palavras ou expressões de sentido

figurado;

Funções da narrativa, conflito

gerador, características de

personagens e ponto de vista do

autor;

Episódios de seqüência temporal,

caracterização do espaço e dos

eventos narrados;

Relação entre a moral e o tema da

fábula;

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Observação do funcionamento do

ritmo e da rima nos poemas para

compreender alguns de seus usos;

Tipologias textuais: características

externas e marcas lingüísticas

literários – contos, fábulas, lendas,

poemas;

jornalísticos – títulos, manchetes,

notícias, classificados, propagandas;

utilitários instrucionais – receitas,

embalagens, rótulos, calendários,

folhetos, cartazes;

listas – de nomes de pessoas, nomes

de animais, frutas, objetos da sala

etc.

Observação: Os conteúdos estão elencados por temas, cabendo ao professor trabalhá-los de uma forma integrada em todos os bimestres.

Page 6: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

Organizar situações de aprendizagem que possibilitem a discussão e

reflexão sobre a escrita alfabética. Essas situações de aprendizagem devem

acontecer de modo a possibilitar que o professor conheça as concepções

que os alunos possuem sobre como escrever e saibam as melhores

estratégias de intervenção;

Criar um ambiente alfabetizador, promovendo um conjunto de situações de

usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a oportunidade de

participar.

O espaço da sala de aula deve ser um espaço de formação de leitores e

escritores. Um espaço, portanto, com muitas leituras e situações de escrita.

Leituras das crianças, leituras dos professores. Leituras de livros, jornais,

panfletos, músicas, poesias e do que mais se tornar significativo;

Propor aos alunos que leiam e escrevam os diferentes gêneros textuais,

ainda que não o façam convencionalmente. Mas o fato das escritas não

convencionais serem aceitas não significa ausência de intervenção

pedagógica para a construção da escrita convencional, visto que sem esta

intervenção os avanços não ocorrem;

Os saberes sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem escrita devem ser

ensinados e sistematizados. Não é suficiente a exposição dos estudantes

aos textos para que aprendam como o sistema de escrita funciona ou para

que aprendam a escrever textos expressivos ajustados às expectativas do

contexto de produção;

Planejar situações diversas que permitam, em diferentes momentos, dirigir

os esforços ora para a aprendizagem do sistema de escrita alfabética

(correspondência entre letras e sons) ou, tão logo estejam alfabetizados,

para a dos padrões da escrita (ortografia, concordância, pontuação,

acentuação etc.) ora para a aprendizagem da linguagem escrita

(organização estrutural dos enunciados, emprego das palavras, recursos

estilísticos etc.).

Organizar situações em que as crianças estabelecem uma relação entre o

que é falado e o que está escrito. Mediante a reflexão e intervenção do

professor, perceber as diferenças lingüísticas de cada situação;

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Oportunizar momentos em que as crianças sintam a necessidade de

descobrir o sentido do texto apoiando-se nos mais diversos elementos,

como nas figuras, na diagramação, em seus conhecimentos prévios sobre o

assunto etc.;

Uma prática de leitura deve considerar a qualidade literária dos textos bem

como de seus portadores;

As atividades de leitura são cotidianas e buscam na variedade das situações

desenvolverem os comportamentos de um leitor autônomo e competente;

A prática das estratégias de leitura só ocorre em situações de real sentido,

portanto cabe à escola proporcionar o desenvolvimento destas

considerando não somente o espaço escolar mas todo o contexto social;

Reconstrução oral de contos – trata-se de mais um passo do processo de

aprendizagem. A reconstrução não é somente um resumo do argumento, do

conteúdo do conto. Na reconstrução interessa, além da fidelidade ao

argumento, a utilização dos elementos lingüísticos próprios do conto;

Reconhecer a capacidade das crianças para escrever e dar legitimidade e

significação às escritas, uma vez que estas possuem intenção comunicativa;

As atividades de escrita devem ser diárias e significativas para as crianças,

isto é, que elas saibam para que e para quem estão escrevendo, revestindo a

escrita de seu caráter social;

O trabalho com as tipologias textuais devem acontecer ao longo do ano

letivo, não ficando restrito apenas ao reconhecimento da silhueta. As

características lingüísticas inerentes de cada tipologia devem ser

exploradas e sistematizadas nas situações de leitura e escrita;

Produzir coletivamente os textos: estratégia semanal que proporciona a

evolução dos níveis de escrita e permite explorar a organização e riqueza

das idéias, características próprias de cada tipologia e aspectos de

coerência e coesão;

Page 8: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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As situações de escrita além de serem significativas necessitam das fases

de revisão e edição final do texto, compondo um processo de reflexão

sobre os aspectos estudados da língua e da linguagem;

A compreensão do sistema de escrita passa pelo reconhecimento de suas

diferentes formas e usos, portanto o trabalho com a letra cursiva deve

acontecer somente após o aluno dominar alfabeticamente a estrutura deste

e inserido em um contexto prazeroso e funcional;

II – Matemática

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

1 – Números e Operações

Construir o significado do número natural a partir de seus diferentes usos

no contexto social, explorando situações-problema que envolvam

contagens e códigos numéricos;

Interpretar e produzir escritas numéricas, utilizando-se da linguagem oral,

de registros informais e da linguagem matemática;

Resolver situações-problema e construir, a partir delas, as ideias das

operações fundamentais, com o registro de algoritmos.

2 – Espaço e Forma

Estabelecer pontos de referência para situar-se, posicionar-se e deslocar-se

no espaço, bem como para identificar relações de posição entre objetos no

espaço;

Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando

formas tridimensionais;

Comparar as formas geométricas com objetos do nosso cotidiano;

Page 9: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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Construir objetos com formas geométricas diversas e estabelecer relações

entre eles.

3 – Grandezas e Medidas

Utilizar instrumentos de medidas, usuais ou não, estimar resultados e

expressá-los por meio de representações;

Utilizar informações sobre as medidas de tempo, explorando o calendário;

Descrever e representar através de desenho e/ou escrita sequências de

acontecimentos referentes ao período de uma semana e um mês;

Reconhecer e utilizar grandezas mensuráveis, como comprimento, massa e

capacidade.

4 – Tratamento da Informação

Utilizar o uso de tabelas e gráficos simples para facilitar a leitura e

interpretação de informações;

Construir formas pessoais de registro para comunicar informações

coletadas;

Coletar e organizar informações.

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B - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA – 2º ANO

1 – Números e Operações 2 – Espaço e Forma 3 – Grandezas e Medidas 4 – Tratamento da Informação

Situações-problema envolvendo contagens e códigos numéricos;

Interpretação e produção de escritas numéricas;

Utilização de cálculo mental como ferramenta para a resolução de situações-problema;

Experiências com agrupamentos e trocas em bases variadas;

Situações-problema envolvendo as idéias das operações fundamentais, com registro de algoritmos: Adição – juntar e

acrescentar; Multiplicação – adição de

parcelas iguais e análise combinatória;

Subtração – tirar, comparar e completar;

Divisão – repartir e medir

Leitura e escrita de números naturais menores que 100.

Percepção e distinção de formas geométricas;

Identificação de semelhanças e diferenças entre objetos no espaço;

Comparação de formas geométricas com objetos do cotidiano;

Construção de objetos com formas geométricas diversas, estabelecendo relações entre elas;

Planificação de formas geométricas tridimensionais para identificação de propriedades.

Noções de medidas de uso social: metro, litro, quilo, dúzia;

Identificação dos dias da semana, meses do ano, utilizando o calendário;

Representação de sequências de acontecimentos referentes ao período de uma semana e um mês;

Uso de relógio para identificar horários relevantes da vida da criança;

Uso de instrumentos padronizados de medidas: régua, metro, litro.

Coleta e organização de informações;

Elaboração e interpretação de gráficos e tabelas simples;

Produção de textos escritos a partir da análise de gráficos e tabelas simples.

Obs: Os conteúdos de Matemática estão elencados por temas, cabendo ao professor trabalhá-los de uma forma integrada em todos os bimestres.

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C – Orientações Didáticas

Um dos principais objetivos do ensino de matemática é fazer o aluno

pensar produtivamente e, para isso, nada melhor que apresentar-lhe

situações-problema que o envolvam, o desafiem e o motivem a querer

resolvê-las;

Não propor situações-problema que estejam muito além ou aquém das

possibilidades dos alunos. Isto poderia gerar medo, ansiedade e pouco

envolvimento com a situação;

Valorizar as estratégias individuais dos alunos e seus registros;

Propor problemas orais, que possibilitem ao aluno desenvolver estratégias

de resolução, cálculo mental e comunicação oral da solução;

Ampliar a utilização das representações pictóricas em Matemática,

relacionando o pictórico e o matemático, através de desenhos como uma

forma de comunicação;

Envolver as situações-problema, quando possível, no contexto de outras

áreas do conhecimento;

É importante que os alunos representem o problema: dramatizando,

utilizando-se de desenhos, materiais de sucata, listas etc.;

Os jogos matemáticos são essenciais para formação dos conceitos;

A ideia de número sintetiza duas operações lógicas: classificação e

seriação. Estas, além de embasar a formação do conceito de número, são

aspectos fundamentais do pensamento lógico que não estão presentes

apenas no conceito de número, mas em todas as relações que a mente

humana pode estabelecer. Portanto, deve-se oportunizar a criança situações

para que ela construa esses conceitos fundamentais;

A geometria dos anos iniciais deve ser a geometria experimental ou a

geometria manipulativa. É interessante iniciar o estudo com os sólidos

geométricos, por serem palpáveis, concretos para os alunos;

As soluções incorretas apresentadas pelos alunos devem ser pontos para a

reflexão e não para censuras;

Considerar e valorizar os diversos caminhos para se chegar aos resultados;

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Utilizar adequadamente os seguintes materiais: Ábacos, Blocos Lógicos,

Material Dourado, Material Cuisenaire (barrinhas);

Organizar o material de sucata que será utilizado no seu fazer pedagógico.

III – Ciências Naturais

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final de 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Apresentar atitude investigativa, levantando e testando hipóteses a partir de

experimentos sobre materiais e objetos do ambiente, elaborando conceitos

e reconhecendo características em relação ao meio natural;

Observar, experimentar, registrar e comunicar algumas semelhanças e

diferenças entre os diversos ambientes, identificando a presença comum de

água, seres vivos, ar, luz, calor, solo e características específicas dos

diferentes ambientes;

Identificar as características do corpo humano, seus comportamentos nas

diferentes fases de vida, percebendo as semelhanças e diferenças em

relação às outras pessoas;

Compreender e utilizar conhecimentos relativos à manutenção da saúde

individual e coletiva em relação à alimentação, higiene corporal e cuidados

com os espaços em que habita;

Valorizar a diversidade da vida através do estabelecimento de relações

entre as condições ambientais e as características das diferentes espécies;

Aprimorar sua consciência ecológica, realizando atitudes que gerem

transformação no ambiente em que vive;

Classificar objetos, seres vivos e não vivos a partir das características e

propriedades distintas.

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CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS – 2º ANO

Corpo Humano:

- Partes externas do corpo (cabeça/

tronco / membros);

- Higiene corporal, bucal, vestuário,

habitação;

- Alimentação: hábitos de higiene

alimentar/qualidade; escolha dos

alimentos (frutas, verduras, legumes)

e sua conservação;

- Prevenção de doenças (carteira de

vacinação);

Observação: análise e registro do

tempo (noções climáticas);

Calendário: estações do ano/dia e

noite/horas.

Corpo Humano:

- Órgãos dos sentidos e

funções;

- Fatores que podem prejudicar

o bom funcionamento dos órgãos

dos sentidos.

Prevenção de acidentes:

- Asfixia;

- Queda;

- Ferimento;

- Afogamento;

- Queimadura (noções de

primeiros socorros)

Seres da natureza (ser vivo e não

vivo);

Ser vivo:

- Animais: noções básicas;

- Vertebrados / invertebrados

(características/habitat/alimentação);

- Silvestres/peçonhentos.

Reprodução;

Aproveitamento (interação com

o homem, sua utilização);

Relação dos animais com

ambiente: água/solo.

Ser vivo:

- Vegetais: noções básicas;

- Diferentes tipos de

plantas: aquática/terrestre;

- Partes das plantas e funções;

Reprodução/germinação:

- Utilização: alimentos /

ornamentação / medicamentos;

Relação dos vegetais com o meio

ambiente (água/solo/ar);

Relação dos vegetais com a luz

solar.

Page 14: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

Instigar a curiosidade das crianças é o grande caminho para o trabalho com

Ciências Naturais. Levante hipóteses com as turmas, questione, promova o

debate de pontos de vista diferentes e permita a experimentação, a ação

(observar, manipular, transformar, interagir, descobrir);

Utilize o conhecimento prévio das crianças. Permita que exponham o que

sabem a respeito de animais, plantas, flores e fenômenos naturais; conduza

a turma a elaborar suas próprias conclusões e compará-las com as

informações retiradas de livros e outras fontes de pesquisa;

Crie espaços alternativos para realização de experimentos. Na ausência de

uma área externa cultive plantas em vasos ou em garrafas pet (exercitando

a consciência ecológica);

Através do conhecimento do corpo, as crianças poderão aprender a cuidar

de si de forma a evitar acidentes e manter a saúde;

O trabalho com os fenômenos da natureza é uma excelente oportunidade

para a aprendizagem de alguns procedimentos, como a observação, a

comparação e o registro, entre outros. O registro pode ser diário, através de

um calendário do tempo;

As atividades dessa área têm como finalidade desafiar as crianças, levá-las

a prever resultados, simular situações, elaborar hipóteses, refletir sobre as

situações do cotidiano, posicionar-se como parte da natureza e membro de

uma espécie - entre tantas espécies do planeta -, estabelecendo as mais

diversas relações e percebendo o significado dos saberes dessa área com as

ações do cotidiano;

A postura investigativa deve ser trabalhada junto aos alunos, demonstrando

formas de registro para sistematizar as hipóteses e experiências e/ou

observações para constatar as mesmas. É fundamental que o “erro” seja

encarado como uma etapa natural da construção do conhecimento

científico, mostrando que historicamente teorias são superadas, porém sem

perder seu valor dentro da escala evolutiva da ciência.

Page 15: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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IV – História

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Reconhecer sua própria história no contexto de suas relações sociais

(Família; Escola; Comunidade);

Identificar semelhanças e diferenças (sociais, econômicas e culturais) de

dimensões cotidianas, existentes nos grupos e localidade de convívio;

Reconhecer permanências e transformações (sociais, econômicas e

culturais) nas vivências cotidianas das famílias, da escola e da comunidade;

Perceber sua presença e atuação nos espaços em que convive;

Comparar acontecimentos no tempo, tendo como referência anterioridade,

posterioridade e simultaneidade;

Estabelecer relações entre o passado e o presente;

Reconhecer intervalos de tempo.

Identificar documentos históricos e fontes de informações.

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CONTEÚDOS DE HISTÓRIA – 2º ANO

EU 1. TEMPO: Antes, durante e depois (Ontem; Hoje; Amanhã):

rotina escolar, dia, semana e mês; Linha do tempo da vida da criança; Calcular dias vividos, comparar com os demais; Calendário: - dia e noite; - 24h; - semana; - mês. 2. ESPAÇO: Espaços do eu; Lateralidade; Posição e direção; Representação do espaço (“eu” – esquema

corporal); 3. GRUPOS SOCIAIS/CULTURA: Noções: - Constituição familiar; - Grupos de amigos; - Escola/classe; - Nome pessoal e de família. Analisar as relações que estabelece em cada grupo

social que ocupa; Noção de mudança e permanência; Regras/limites; Festas, lazer, brincadeiras dos adultos,

comparando-as com as crianças – limites estabelecidos em cada época;

Regras de comportamento; Direitos e deveres. 4. NATUREZA/TRABALHO: Características físicas; Distinguir entre natureza biológica e espacial

(entendida como cenário em que a história acontece);

Nome – aluno como ser único com características individuais;

• Ideia de individual e coletivo; Importância de cada atividade humana; Noção de individual e coletivo com relação ao

trabalho; Ideia de meio ambiente (trabalhar a questão da

preservação).

FAMÍLIA 1. TEMPO: CALENDÁRIO: Retomada dos dias; Semana (aprofundamento): -Ideia de dias úteis e dias de descanso (considerar casos em que há exceção); -Observar quantas semanas há no mês; -Antes, durante e depois, com relação à ideia de semana. Meses (noções).

- Calcular semanas vividas e comparar com os demais

2. ESPAÇO: Posição; Direção; Ponto de referência; Composição do espaço da casa; Endereço: função social; Representação do espaço – casa (analisar

diferenças e semelhanças); -Iniciar o trabalho de simbolização com as representações acima.

3. GRUPOS SOCIAIS/CULTURA: FAMÍLIA E CONSTITUIÇÃO FAMILIAR: Analisar as relações que estabelece em cada grupo

social que ocupa(família); Noção de mudança e permanência; Festas, lazer, brincadeiras dos adultos,

comparando-as com as crianças – limites estabelecidos em cada época;

Regras de comportamento da família; Direitos e deveres. 4. NATUREZA/TRABALHO: Ideia de individual e coletivo; Importância de cada atividade humana; Noção de trabalho, como atividade necessária da

vida diária em oposição à ideia de emprego; O trabalho da criança em casa (identificação e

comparação); Ideia de meio ambiente (trabalhar a questão da

preservação).

ESCOLA 1. TEMPO: CALENDÁRIO: Retomada dos dias e semanas; Meses (aprofundamento): -Noção de mês: quantidade de dias e semanas; -Comparação entre os meses; -Sequência dos meses; -Antes, durante e depois, com relação à ideia de mês; -Ano escolar: ideia de bimestre, trimestre, semestre, período de férias; -Sequência dos meses; Ano (noções); Calcular meses vividos e comparar com os demais. 2. ESPAÇO: Posição; Direção; Ponto de referência; Composição do espaço da Escola. 3. GRUPOS SOCIAIS/CULTURA: ESCOLA Analisar as relações que estabelece em cada grupo

social que ocupa (Escola); Noção de mudança e permanência; Festas, lazer, brincadeiras dos adultos,

comparando-as com as crianças – limites estabelecidos em cada época;

Regras de comportamento da escola; Direitos e deveres. 4. NATUREZA/TRABALHO: Ideia de individual e coletivo / público e privado; Importância de cada atividade humana; Noção de trabalho, como atividade necessária da

vida diária em oposição à ideia de emprego; O trabalho da criança na escola (identificação e

comparação); Ideia de meio ambiente (trabalhar a questão da

preservação).

COMUNIDADE 1. TEMPO: CALENDÁRIO: Retomada dos dias,semanas e meses; Ano (aprofundamento): -Noção de ano: como tendo 12 meses e 365 dias. Explicar exceção; -Sequência dos anos; -Ideia de década, século, milênio; -Antes, durante e depois com relação à ideia de ano; -Linha do tempo: membros da família, escola, comunidade. 2. ESPAÇO: Posição; Direção; Ponto de referência; Composição do espaço da comunidade. 3. GRUPOS SOCIAIS/CULTURA: COMUNIDADE/BAIRRO Analisar as relações que estabelece em cada grupo

social que ocupa (Comunidade); Noção de mudança e permanência; Regras/limites; Festas, lazer, brincadeiras dos adultos,

comparando-as com as crianças – limites estabelecidos em cada época;

Regras de comportamento da comunidade; Direitos e deveres. 4. NATUREZA/TRABALHO: Ideia de individual e coletivo; Importância de cada atividade humana; Noção de trabalho, como atividade necessária da

vida diária em oposição à ideia de emprego; Ideia de público e privado (enfatizar conservação); Ideia de meio ambiente (trabalhar a questão da

preservação).

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C – Orientações Didáticas

A alfabetização é o principal objetivo do ensino no 2º Ano do Ensino

Fundamental. É por meio dela que a criança desvenda o mundo. No

entanto, a alfabetização não pode ser resumida à aprendizagem das

primeiras letras; ela envolve todo um processo de apropriação de

linguagens que permitam o contato com o mundo exterior a sua volta

(MARTINS; NEMI, 1996).

As aulas devem ser organizadas através de atividades de comparação,

realizadas a partir da análise dos grupos sociais estudados (Família; Escola;

Comunidade), possibilitando desenvolver habilidades que permitam

ampliar experiências no campo da leitura histórica.

O ensino de História deve ter por base a concepção de que a vida é

alteração. Nesse sentido, História é uma Área do Conhecimento que

permite a compreensão das transformações que produziram a realidade

atual e de outras a serem operadas pelo homem em seu tempo e em seu

grupo;

Pela história de vida das crianças resgatamos a sua memória passada e

elaboramos um álbum da sua vida, construindo um referencial próximo e

significativo de sua história;

Outro caminho importante é passar da história pessoal para o contexto

onde ela se dá: família, escola e comunidade;

O trabalho com a história local é importante, pois propicia pesquisas com

depoimentos e relatos de pessoas da escola, da família e de outros grupos

de convívio, fotografias e gravuras, observações e análises de

comportamentos sociais e de obras humanas: habitações, utensílios

caseiros, ferramentas de trabalho, vestimentas, produção de alimentos,

brincadeiras, músicas, jogos, entre outros.

Propiciar estudos comparativos, distinguindo semelhanças e diferenças,

permanências e mudanças de costumes, modalidades de trabalho, divisão

de tarefas, organizações do grupo familiar e formas de relacionamento com

a natureza;

É importante que a noção de tempo seja trabalhada permeando todas as

atividades e conteúdos desenvolvidos, de modo que se dê continuidade ao

processo de formação do pensamento cronológico, processo este que

ocorre ao mesmo tempo em que se desenvolve o pensamento histórico, que

irá se reelaborando ao longo de toda a vida escolar do aluno;

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O exercício de trabalhar as diferenças/semelhanças,

permanência/transformações e simultaneidade/contemporaneidade permite

que a criança comece a perceber que a realidade não se extingue nela

mesma, evidenciando seus múltiplos aspectos. Enfim, permite que a

criança crie o hábito de observar e perceber as coisas e as pessoas que a

rodeiam de forma mais crítica;

As noções de diferenças/semelhanças, permanência/transformações e de

simultaneidade/contemporaneidade serão trabalhadas intimamente

relacionadas com a noção de tempo, sendo trabalhadas de forma articulada

no interior dos conteúdos propostos, desenvolvendo-se simultaneamente;

A Área do Conhecimento História deve ser trabalhada integrada com as

outras Áreas, de modo a se alcançar a complementação e articulação entre

elas. No entanto, isso não significa perda da especificidade de cada área, ao

contrário, a História centra-se na própria realidade social onde incide pela

ação do homem, a construção e divulgação do conhecimento científico;

Para favorecer a aprendizagem e a construção de noções históricas é

necessário que o professor oriente e acompanhe a realização de alguns

procedimentos pelos alunos (BRASIL, 1997):

Busca de informações em diferentes tipos de fontes (entrevistas,

pesquisa bibliográfica, imagens, etc.);

Análise de documentos de diferentes naturezas;

Troca de informações sobre os objetos de estudo;

Comparação de informações e perspectivas diferentes sobre um

mesmo acontecimento, fato ou tema histórico;

Formulação de hipóteses e questões a respeito dos temas estudados;

Registro em diferentes formas: textos, livros, fotos, vídeos,

exposições, mapas, etc;

Conhecimento e uso de diferentes medidas de tempo.

Segundo Martins e Nemi (1996, p. 98 - 102) a interligação entre assuntos

significativos e conceitos é o fundamento das aulas. Mas como realizar

isso? Exatamente por meio dos objetivos essenciais relativos a cada

assunto proposto pelo professor. Para que isso possa se desenvolver

durante as aulas, propõe-se a seguinte sequência didática:

1. Apresentação do assunto significativo: Essa etapa pode ser cumprida

de várias maneiras. O professor pode, por exemplo, fazer uma

pergunta que desencadeie uma discussão; ou pode apresentar uma

figura, um depoimento de algum morador da região.

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2. Explicação do assunto: Após as discussões da primeira etapa, o

professor fará uma explicação com a participação dos alunos que

queiram indagar ou afirmar algo em relação ao tema. Expor o

assunto significativo é um bom momento para que o aluno se

localize e organize o conhecimento informal que já traz dentro de si.

Com a orientação que o professor dá nas aulas, os alunos poderão

organizar e sistematizar suas ideias iniciais.

3. Formalização do conhecimento adquirido: Nessa etapa das aulas, o

professor orientará os alunos para que registrem as informações

aprendidas. O registro também é feito de diversas formas. Os alunos

podem desenhar o que aprenderam e em seguida explicar para os

colegas. Podem, ainda, realizar uma colagem e uma pesquisa

complementar; fazer uma produção de texto; organizar vários murais

ou simplesmente complementar o que já haviam feito antes.

4. Ampliação das experiências: A essa etapa correspondem as

chamadas atividades complementares, de classe e de casa. As tarefas

e exercícios devem constituir momentos de reflexão e de

complementação em que os alunos constroem o conhecimento por

meio de novos desafios.

“Os professores têm que decidir se é a aprendizagem um momento de

memorização de conteúdos dados, fragmentados e não-contextualizados,

ou se é o momento de compreensão da realidade, de manipulação, de

observação questionadora e de argumentação que venham a estimular a

capacidade criadora” (RONCA; TERZI, apud MARTINS; NEMI, 1996, p.

95).

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V – Geografia

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final de 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Conhecer o espaço vivido em sua cotidianidade;

Reconhecer o espaço geográfico como produto das relações sociedade/

natureza, em constante modificação através do processo histórico,

identificando mudanças e permanências;

Reconhecer, no cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação

e distância de modo a deslocar-se com autonomia e representar os lugares

onde se vive e se relaciona;

Desenvolver noções de orientação, localização e representação gráfica;

Reconhecer no tempo físico as condições climáticas, as variações de tempo,

estações do ano e movimento aparente do Sol;

Observar e explorar o meio ambiente com curiosidade, percebendo-se como

ser integrante, dependente, transformador e, acima de tudo com atitudes de

preservação.

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B - CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA – 2º ANO

1º BIMESTRE 2º BIMESTRE 3º BIMESTRE 4º BIMESTRE

1. TEMPO FÍSICO

Condições: - Temperatura (frio/quente); - Chuva / Seca; - Nublado / Ensolarado.

Registro do tempo / Simbolização;

Variações das condições do tempo: - no dia; - na semana; - no mês.

2. DIFERENTES ESPAÇOS

Eu;

Objetos (Material escolar);

Sala de aula. 3. ESPAÇO 3.1. Representação espacial

Noção de simbolização: - Legenda do “EU”.

3.2. Localização espacial

Percepção das partes do corpo;

Lateralidade. 3.3. Orientação espacial

Lateralidade;

Noções de medida;

Noções de superior e inferior.

1. TEMPO FÍSICO

Variações das condições do tempo. 2. DIFERENTES ESPAÇOS

Trajeto escola/casa;

Casa. 3. ESPAÇO 3.1. Representação espacial

Noção de simbolização: - da casa.

3.2. Localização espacial

Noções de lugar – topológicas: - frente / atrás / entre / em cima / embaixo / dentro / fora, etc.

3.3. Orientação espacial

Lateralidade;

Noções de medida;

Noções de superior e inferior;

Fronteiras e limites (o que está a direita, à esquerda e o limite);

Antes e depois, dependendo de um ponto de referência (trajeto de ida e volta da casa/escola).

1. TEMPO FÍSICO

Variações das condições do tempo. 2. DIFERENTES ESPAÇOS

Sala de aula;

Pátio da escola;

Jardim da escola;

Rua da escola;

Quarteirão da escola;

Fronteiras e limites (o que está a direita, à esquerda e o limite). 3. ESPAÇO 3.1. Representação espacial

Noção de simbolização: - da sala de aula; - do pátio da escola; - do jardim da escola; - Planta e maquete.

3.2. Localização espacial

Noções de lugar – topológicas: - frente / atrás / entre / em cima / embaixo / dentro / fora, etc.

3.3. Orientação espacial

Lateralidade;

Noções de medida;

Noções de superior e inferior;

1. TEMPO FÍSICO

Variações das condições de tempo;

Estações do ano;

Movimento aparente do sol. 2. DIFERENTES ESPAÇOS

Bairro em que a escola está localizada;

Bairros vizinhos. 3. ESPAÇO 3.1. Representação espacial

Ampliação e redução na malha quadriculada:

- dos objetos escolares; - da sala de aula.

Medidas;

Planta e maquete. 3.2. Localização espacial

Noções de lugar – topológicas: - frente / atrás / entre / em cima / embaixo / dentro / fora, etc.

Lateralidade;

Noções de medida: - alto / baixo / maior / menor, etc.

Noções de superior e inferior.

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Fronteiras e limites (o que está a direita, à esquerda e o limite); Antes e depois, dependendo de um

ponto de referência (trajeto de ida e

volta da casa/escola).

3.3. Orientação espacial

Lateralidade;

Noções de medida;

Noções de superior e inferior;

Fronteiras e limites (o que está a direita, à esquerda e o limite); Antes e depois, dependendo de um

ponto de referência (bairro).

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C – Orientações Didáticas

Observando que a organização do espaço geográfico ocorre num processo

dinâmico, de transformação, onde a sociedade produz e reproduz a existência

social através do trabalho, torna-se fundamental situar o aluno nesse

movimento para que ele compreenda seu lugar no grupo com o qual se

relaciona e na sociedade como um todo;

Para auxiliar o aluno a construir sua identidade social é necessário

desenvolver atividades que o levem a perceber sua singularidade enquanto

um ser ocupado um lugar no espaço, espaço este que se insere num contexto

mais amplo, cuja compreensão permite relacionar o real concreto ao real

distante;

Estudar o espaço geográfico significa analisar sua dinâmica social, a

dinâmica da natureza e a relação que existe entre o ser humano e a natureza.

Para que o aluno tenha esta compreensão da realidade é necessário que os

conceitos de espaço e identidade estejam presentes e correlacionados, já que

eles contribuem para a busca da noção de totalidade;

Quanto mais oportunidades as crianças tiverem para falar e ouvir opiniões de

adultos e de outras crianças sobre fatos da natureza e da sociedade, mais

poderão aprofundar o pensar crítico, autônomo e também solidário (embora

não necessariamente igual) ao pensar de outras pessoas;

É a partir da observação do meio mais próximo do aluno, da sua localização,

representação, que serão construídos conceitos que permitirão à criança

compreender sua realidade e transformá-la. Aos poucos, os níveis de

abstração irão se ampliando.

Atividades envolvendo esquema corporal, brincadeiras e jogos que levem a

criança a explorar o espaço e tudo o que ele contém devem ser o ponto de

partida para o desenvolvimento do trabalho de representação espacial;

No trabalho com os conteúdos de Geografia, é fundamental promover na

criança a curiosidade, entender a relação do homem com a natureza, a

compreensão de que há uma relação entre fenômenos da natureza e a vida

humana;

A construção das relações espaciais é gradativa, por isso o trabalho com

mapas deve ser retomado nos anos seguintes, num ir e vir que a cada passo

acrescenta um pouco mais em termos de abstrações;

Page 24: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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O contato com representações como plantas de rua, os mapas, globos

terrestres e outros tipos de representação, como desenhos feitos pelos adultos

para indicar percursos poderá ocorrer com a mediação do professor. Esse

contato permitirá às crianças reconhecerem a função social atribuída a essas

representações nos contextos cotidianos e de trabalho, e se aproximarem das

características da linguagem gráfica utilizada pela cartografia. Algumas

brincadeiras, como caça ao tesouro, por exemplo, apresentam desafios

relacionados à representação gráfica do espaço e podem ser desenvolvidas

com as crianças dessa faixa etária;

O trabalho com os temas de Geografia, História e Ciências deve ocorrer de

forma integrada e ao mesmo tempo, respeitando as especificidades das

fontes, abordagens e enfoques de cada uma dessas áreas.

- Artes Visuais (pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia, gravura)

- Teatro

- Música

- Dança

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Compreender a Arte como elemento de comunicação, sendo resultado da

leitura do mundo ou parte dele, podendo ser uma atitude pessoal e/ou

coletiva, realizada através da articulação da percepção, imaginação, emoção

e sensibilidade;

Selecionar materiais específicos para execução de atividades nos diversos

segmentos da Arte (visuais, dança, música, teatro), de modo a utilizá-los nos

trabalhos pessoais e/ou coletivos;

Elaborar, organizar e cuidar dos materiais no espaço físico da sala;

Estabelecer relação de autoconfiança artística, respeitando sua produção e a

dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de

procedimentos e soluções, compreendendo o julgamento estético como

elemento subjetivo e variável;

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Perceber a Arte como fato histórico, respeitando e observando as diversas

produções presentes no entorno, assim como as demais do universo cultural e

natural;

Apreciar e emitir opinião a partir de obras de artistas plásticos consagrados

do cenário nacional e mundial;

Compreender a música como forma de comunicação expressiva de

sentimentos e opiniões, podendo utilizar-se desse elemento de modo ativo

(cantando) e/ou passivo (apreciando);

Classificar sons de objetos diversos e do meio ambiente;

Perceber e reproduzir ritmos diversos presentes nas situações do cotidiano:

coração, gotejar da torneira, relógio etc.;

Apreciar músicas de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, do

repertório cultural brasileiro, estabelecendo relação com seu contexto

histórico;

Perceber a diversidade rítmica existente no gênero musical clássico;

Participar da confecção de instrumentos musicais para a formação de uma

banda;

Expressar seus sentimentos e opiniões através dos jogos dramáticos

(brincadeiras de faz de conta);

Representar cenicamente histórias diversas, utilizando modos variados de

apresentação (fantoches, máscaras, sombras);

Assistir, com atenção, peças teatrais diversas e opinar sobre os temas

dramatizados;

Enxergar a capacidade de movimento corporal como forma de expressão

artística, quando realizado intencionalmente e obedecendo determinada

sequência;

Participar de danças, utilizando coreografias diversas;

Criar movimentos a partir de ritmos diversos;

Page 26: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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Observar e analisar expressões corporais, através de músicas com ritmos

diversificados;

Assistir eventos de dança e omitir opiniões próprias.

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B - CONTEÚDOS DE ARTE – 2 º ANO

Importante: Os conteúdos de Arte não podem ser explorados de maneira estanque. Eles devem estar estritamente relacionados com as diversas áreas de

conhecimento, numa proposta interdisciplinar.

Artes Visuais Dança Música Teatro − Desenho, pintura, colagem e gravura;

- Contato e reconhecimento de materiais,

instrumentos e técnicas de produção de artes

visuais;

− Experimentação, utilização e pesquisa de

materiais e técnicas artísticas;

− Contato e reconhecimento, observação e

experimentação de leitura das formas visuais

em diversos meios de comunicação da

imagem;

− Interpretação de artes visuais: oralidade;

− Reconhecimento da importância das artes

visuais na sociedade e na vida dos indivíduos;

− Elementos básicos da linguagem visual:

ponto, forma, cor, textura;

− Identificação de produtores em artes visuais

como agentes sociais de diferentes épocas e

culturas: aspectos da vida de alguns artistas

(biografia);

− Convivência com produções visuais e sua

concepções nas diferentes culturas;

− Identificação dos significados expressivos e

comunicativos das formas visuais.

− Experimentação e pesquisa das diversas

formas de movimento, locomoção,

deslocamento e orientação no espaço;

− Reconhecimento e desenvolvimento

da expressão em dança;

– Seleção de gestos e movimentos

observados em danças, imitando, recriando

e criando pequenas coreografias;

– A dança como manifestação coletiva

(integração e comunicação);

− Reconhecimento e distinção de diversas

modalidades de movimento e suas

combinações.

− Utilização e criação de letras de

canções, parlendas etc, como elemento

musical;

− Brincadeiras, jogos e danças,

articulados com elementos musicais;

− A música e a importância na sociedade

e na vida dos indivíduos;

− Apreciação e reflexão sobre música,

discutindo intencionalidade dos

compositores;

– Tradução de realidades interiores e

emocionais por meio da música;

− Interpretação de músicas existentes;

− Percepção e identificação de elementos

da linguagem musical (gênero e estilo).

− Reconhecimento e utilização de elementos

da linguagem dramática;

− Exploração das competências

corporais e de criação dramática;

− Reconhecimento e utilização da

expressão e comunicação da

criação teatral;

− Criação de textos dramáticos,

poéticos etc;

− Pesquisa, elaboração e utilização

de cenários, figurinos, adereços

e objetos;

− Encenação em grupo;

– Reconhecimento e compreensão

das propriedades comunicativas

e expressivas nas diferentes

formas dramatizadas;

− Experimentação e articulação

entre expressões corporais,

plásticas e sonoras.

Page 28: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

Com a finalidade de desenvolver uma prática consistente, coerente e

fundamental em relação à Arte, não podemos perder de vista os três eixos

sobre os quais devemos estruturar nosso trabalho: o fazer artístico, a

apreciação estética e a reflexão através do conhecimento;

Para que as crianças possam criar suas produções, é preciso que o professor

ofereça oportunidades diversas para que elas se familiarizem com alguns

procedimentos ligados aos materiais utilizados, aos diversos tipos de suporte

e para que possam refletir sobre os resultados obtidos;

A exposição dos trabalhos realizados é uma forma de propiciar a leitura dos

objetos feitos pelas crianças e a valorização de suas produções;

A organização da sala, a quantidade e a qualidade dos materiais presentes e

sua disposição no espaço são determinantes para o fazer artístico;

Os projetos são formas de trabalho que envolvem conteúdos de diferentes

áreas do conhecimento e que se organizam em torno de um produto final

cuja escolha e elaboração são compartilhadas com as crianças;

A seleção dos materiais deve ser subordinada à segurança que oferecem.

Deve-se evitar materiais tóxicos, cortantes ou aqueles que apresentam

possibilidade de machucar ou provocar algum dano para a saúde das

crianças;

O fazer musical requer atitudes de concentração e envolvimento com as

atividades propostas, posturas que devem estar presentes durante todo o

processo educativo, em suas diferentes fases. A presença do silêncio como

elemento complementar ao som é essencial à organização musical. O

silêncio valoriza o som, cria expectativa e é, também, música;

A apreciação musical poderá propiciar o enriquecimento e ampliação do

conhecimento de diversos aspectos referentes à produção musical;

A produção musical de cada região do país é muito rica, de modo que se

pode encontrar vasto material para o desenvolvimento do trabalho com as

crianças nos grandes centros urbanos, a música tradicional popular vem

perdendo sua força e cabe aos professores resgatar e aproximar as crianças

dos valores musicais de sua cultura;

Há que se tomar cuidado para não limitar, o contato das crianças com o

repertório musical dito “infantil” que é, muitas vezes, estereotipado e, não

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raro, o mais inadequado. As canções infantis veiculadas pela mídia,

produzidas pela indústria cultural, pouco enriquecem o conhecimento das

crianças;

A linguagem teatral, assim como as demais linguagens, deve ser apresentada.

São processos gramaticais que legitimam tal linguagem. Não estamos com

isso afirmando que o processo de aprendizagem do teatro se dê de maneira

idêntica aos processos de outras linguagens, apenas reforçando que antes de

decorar um texto ou apresentar uma peça, a criança deverá passar por

vivências, sobretudo corpóreas, que capacitem a estar organicamente em

cena;

A criança na fase simbólica (descrita por Piaget) imita modelos a partir de

sua observação acerca da realidade que está inserida. Nos jogos de faz-de-

conta, é muito comum imitarem a família e a escola, por meio de

brincadeiras de “casinha” e “escolinha” etc. É exatamente neste espaço que

se encontra a atividade teatral nesta fase da infância;

É preciso compreender que a linguagem teatral parte de uma valorização do

corpo, de sua expressividade e de sua relação com o espaço;

Quando dizemos que historicamente teatro é “o lugar de onde se vê”,

estamos apontando que a linguagem teatral necessita de uma platéia de

observadores para constituir-se como tal, porém isso não significa que

haverá a necessidade em decorar textos e, de maneira robotizada, apresentar

peças públicas ou festas no final do ano;

A atividade da dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão

de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como

seu corpo funciona. Assim, poderá usá-lo expressivamente com maior

inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade;

Ao planejar as aulas de dança, o professor deve considerar o

desenvolvimento motor da criança, observar suas ações físicas e habilidades

naturais. Deve estimular o aluno a reconhecer ritmos-corporais e externos –,

explorar o espaço, inventar sequências de movimento, explorar sua

imaginação, desenvolver seu sentido de forma e linha e se relacionar com os

outros alunos;

Nas aulas de dança, a atitude do professor é importante para criar clima de

atenção e concentração, sem que se perca a alegria. É preciso dar condições

para o aluno criar confiança para explorar movimentos, para estimular a

inventividade e a coordenação de suas ações com os outros;

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A atividade de construção de instrumentos para serem utilizados na

apresentação de músicas, peças teatrais e danças é de grande importância e

por isso poderá justificar a organização de um momento específico na rotina,

comumente denominado de oficina.

VII – Educação Física

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitude

cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo desempenho;

Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes

manifestações de cultura corporal presentes no cotidiano;

Participar de jogos e brincadeiras respeitando os combinados;

Explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, conhecendo

gradativamente os limites e as possibilidades do seu corpo.

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CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA – 2º ANO

Esquema Corporal Habilidades Motoras Recreação: jogos e brincadeiras

Orientação espacial: lateralidade, direção, trajetória, localização;

Orientação temporal: velocidade;

Movimentos globais para conhecimento e controle do corpo;

Movimentos segmentares, utilizando a cabeça, tronco, membros superiores e inferiores;

Movimentos interdependentes, utilizando duas partes do corpo;

Desenvolvimento da imaginação e criatividade associada ao movimento.

Atividades rítmicas: rodas cantadas, danças, coreografias simples;

Capacidades físicas: força, resistência, flexibilidade, coordenação, agilidade e equilíbrio;

Atividades motoras imitando animais e situações do cotidiano;

Coordenação motriz (global e seletiva) em situação contextualizada (jogo do faz-de-conta).

Brincadeiras folclóricas;

Jogos: populares e cooperativos;

Jogos simbólicos;

Elaboração de regras para os jogos (combinados);

Recreação livre e dirigida, utilizando músicas;

Gincanas.

Obs: Os conteúdos de Educação Física estão elencados por temas, cabendo ao professor trabalhá-los de uma forma integrada em todos os bimestres.

Page 32: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

É muito importante que o professor perceba os diversos significados que

pode ter a atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir para que

ele possa ajudá-las a ter uma percepção adequada de seus recursos corporais,

de suas possibilidades e limitações sempre em transformação, dando-lhes

condições de se expressarem com liberdade e de aperfeiçoarem suas

competências motoras;

A organização do ambiente, dos materiais e do tempo visam a auxiliar que as

manifestações motoras das crianças estejam integradas nas diversas

atividades da rotina;

Através da brincadeira a criança aprende, entre outras cosias, a conhecer a si

própria, as pessoas que a cercam, as relações entre as pessoas e os papéis que

elas assumem. Daí a necessidade do professor resgatar a brincadeira infantil

no seu trabalho;

O jogo é fundamental para o desenvolvimento da inteligência e do ser

humano como um todo. É através do jogo que a criança aprende sobre a

natureza, os eventos sociais, a estrutura e a dinâmica interna do seu grupo;

O professor deve ajudar as crianças a combinar e cumprir regras,

desenvolvendo atitudes de respeito e cooperação tão necessárias, mais tarde,

no desenvolvimento das habilidades desportivas;

Antes do início de toda atividade recreativa, o professor deve formar um

círculo com as crianças e combinar as regras da brincadeira e/ou do jogo.

Após o término, novamente sentados em círculo, avaliar com as crianças

como ocorreu a participação de cada uma;

Representar experiências observadas e vividas por meio do movimento

(mímicas) pode se transformar numa atividade bastante divertida e

significativa para as crianças;

O resgate dos jogos e brincadeiras da cultura popular tem grande importância

na formação integral da criança;

O brincar da criança conjuga-se em três tempos: passado, presente e futuro.

Quando se utiliza do imaginário no real, pode estar antecipando o futuro,

pode estar trazendo o passado para o presente ou até mesmo modificando o

presente. A criação na representatividade da criança enquanto brinca

transforma o tempo, daí a infância ter urgência.

Page 33: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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Espera-se que nos diferentes anos do Ensino Fundamental, o estudante amplie o

domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas

instâncias públicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar sua inserção efetiva no

muno da escrita, ampliando as possibilidades de participação social no exercício da

cidadania.

As práticas de linguagem que ocorrem no espaço escolar diferem das demais

porque devem, necessariamente, tomar a linguagem como objeto de reflexão, de

maneira explícita e organizada, de modo a construir, progressivamente, categorias de

funcionamento que permitirão aos estudantes o desenvolvimento da competência

discursiva para falar, escutar, ler e escrever nas diversas situações de interação.

A leitura e a escrita são conteúdos centrais da escola e têm a função de

incorporar a criança à cultura do grupo em que ela vive. Portanto requer trabalho

planejado, constante e diário, conhecimento sobre as teorias e atualização em relação a

pesquisas sobre as didáticas específicas.

A tarefa da escola é assegurar a condição básica para uso da língua escrita, isto

é, a apropriação do sistema alfabético, que possibilita aos estudantes ler e escrever

com autonomia. Mas é também introduzi-los na cultura, isto é, criar as condições para

que possam conviver com as diferentes manifestações da sua escrita na sociedade e,

progressivamente, ampliar suas possibilidades de participação nas práticas sociais que

envolvam a leitura e produção de textos.

Aprender a ler e escrever não é um processo que se encerra quando o aluno

domina o sistema de escrita e já é capaz de decifrar as letras ou de escrever de próprio

punho. Aprender a ler e a escrever é um processo que se prolonga por toda a vida, com

a crescente ampliação das possibilidades de participação nas práticas que envolvem a

língua escrita e que se traduzem na capacidade de ler criticamente artigos publicados e

jornais, expressar publicamente suas opiniões, ser bem sucedido em seus estudos,

apreciar contos, poemas etc.

Em decorrência dessa concepção de linguagem e de ensino e

aprendizagem, o ensino de Língua Portuguesa deve se dar em um espaço e que as

práticas de uso da linguagem sejam compreendidas em sua dimensão histórica e em

que a necessidade de análise e sistematização dos conhecimentos decorram dessas

mesmas práticas. Nesse sentido há alguns pontos fundamentais que embasam esta

proposta de ensino:

As rotinas atuam como as organizadoras estruturais das experiências cotidianas, pois

esclarecem a estrutura e possibilitam o domínio do processo a ser seguido e ainda,

VIII-ROTINA

INTRODUÇÃO

Page 34: Proposta curricular para o 2º ano do ensino fundamental

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34

substituem a incerteza do futuro (principalmente em relação às crianças com dificuldade

para construir um esquema temporal de médio prazo) por um esquema fácil de assumir. O

cotidiano passa, então, a ser algo previsível, o que tem importantes efeitos sobre a

segurança e a autonomia.

A sequência dos momentos, assim, como o tempo aconselhado para cada um, pode ser

alterada de acordo com as circunstâncias. Dessa forma o educador (a) deverá fazer as

alterações que considerar convenientes, adaptando os tempos da rotina diária, seja ao

horário de funcionamento da sua escola, seja ao grupo de crianças com o qual trabalha.

Ao estabelecer uma rotina diária com uma estrutura coerente, cujos tempos se repetem

sistematicamente, o educador (a) pretende atingir alguns objetivos importantes:

*Proporcionar à criança a oportunidade de expor intenções, tomar decisões,

concretizá-las e, mais adiante, realizar as suas experiências com outras crianças e adultos;

*Ajudar a criança a compreender o que é tempo, através da seqüência de tempos que

se repetem sistematicamente;

*Ajudar a criança a controlar o seu tempo, sem necessidade de que o adulto lhe diga o

que deve fazer ou acabar uma atividade;

*Dar à criança a oportunidade de ler, experiência de muitos tipos de interação seja

com outras crianças, seja com adultos;

*Dar-lhe a oportunidade de trabalhar sozinha, em duplas, em pequeno e grande grupo;

*Proporcionar à criança oportunidade para trabalhar em diversos ambientes, dentro da

sala de aula, na hora do lanche, em área externa, e inclusive na comunidade.

Para Piaget, os indivíduos tendem a buscar uma organização interna, criando um modo

próprio de agir em seu meio, pois é inerente à natureza humana a ritualização de

determinados procedimentos, a fim de internalizá-las e aperfeiçoá-las. Portanto, nem tudo

que realizamos habitualmente constitui-se em uma atividade passiva e alienante. Ao

contrário, alguns hábitos, como aqueles relativos ao estudo e à aprendizagem, exigem

ações, conceituação e reflexão constante.

Uma proposta educacional voltada para a formação de um cidadão autônomo e

transformador precisa considerar a criança como agente. O primeiro passo a dar nessa

direção é estruturar junto com os alunos a rotina de trabalho e realizar o planejamento

cooperativo. A rotina organizará os diversos momentos do dia-a-dia e o planejamento

possibilitará a escolha das atividades que farão parte de cada momento. A definição da

ordem das atividades e do tempo necessário para realizá-las deve fazer parte de uma

combinação entre o professor e seus alunos e revista sempre que necessário.

A estruturação e compreensão da rotina da escola é importante para crianças e se

efetuará através da familiaridade progressiva com o ambiente escolar e as possibilidades

que ele oferece, sabendo de antemão o que irá acontecer desde o início até o fim da aula,

a criança tende a tornar-se progressivamente mais independente do professor, podendo

agir com mais liberdade e autonomia.

Portanto, em uma classe de educação básica, a rotina não deve ser uma simples

repetição de atividades dirigidas pelo professor, mas a estruturação de uma seqüência de

atividades previamente combinadas com as crianças. Esta deve ser planejada com

intencionalidade educativa, portanto, deve prever momentos de atividades individuais e

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coletivas, atividades coordenadas pelo professor e outras em que as crianças tenham

autonomia para realizarem sozinhas. A rotina rígida, então, estabelecida unicamente pelo

professor, desconsidera a criança, que precisa adaptar-se a essa estrutura artificial, e tende

a tornar o trabalho monótono, repetitivo e pouco participativo.

- Rotina Semanal / 2ºano -

As atividades permanentes são situações propostas de forma sistemática e com

regularidade, mas não são necessariamente diárias. Para isso, além de serem propostas

de forma sistemática e com regularidade, o professor deverá ter o cuidado de

contextualizar tais práticas para as crianças, transformando-as em atividades

significativas e organizando-as de maneira que representem um crescente desafio para

elas. A escolha dos conteúdos que definem o tipo de atividades permanentes a serem

realizadas com freqüência regular, diária, semanal ou quinzenal, depende das

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira

Planejar com as crianças as atividades que serão realizadas no dia. ☺

Leitura realizada pelo professor e pelo aluno ☺

(tipologias textuais, estratégias de leitura)

Atividade de Língua Portuguesa☺

- escrita individual,

- reflexão sobre a escrita,

- texto coletivo.

INTERVALO

Atividade de Matemática

Atividade de

Arte (Visual)

Atividade de

História

Atividade de

Geografia

Atividade de

Ciências

Informática

Roda

Semanal de

Leitura

Atividade de

Arte (Teatro)

Atividade de

Arte (Dança)

Atividade de

Arte (Visual)

Atividade de Arte

(Dança)

Recreação fora da sala (Educação Física)

Avaliação: Avaliar com as crianças as ações implementadas☺

IX-ATIVIDADES PERMANENTES

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prioridades elencadas a partir da proposta curricular. Consideram-se atividades

permanentes, entre outras:

- Leitura diária feita pelo professor – enquanto leitor modelo o professor poderá

escolher, dentro da diversidade de tipologias textuais , um portador que será explorado

utilizando as diferentes estratégias de leitura; Escreva na lousa ou em um cartaz o

título lido, os nomes dos personagens, palavras relevantes etc.;

Roda semanal da leitura – semanalmente as crianças levam um livro para ler em

casa. No dia previamente combinado, as crianças podem relatar suas impressões,

comentar o que gostaram ou não, o que pensaram etc.;

Jornal mural – notícias, receitas, jogos, poemas, eventos, cartas recebidas,

curiosidades científicas, desenhos, colagens etc.;

Jogos de escrita – no ambiente criado para os jogos de mesa, podem-se oferecer

jogos gráficos, como caça-palavras, cruzadinhas etc. Nesses casos, convêm deixar à

disposição das crianças cartelas com letras, letras móveis etc.;

Cartazes – aniversariantes do mês, calendário, ajudantes do dia, livros

lidos/trabalhados, freqüência dos alunos às aulas, projetos realizados etc.;

Você sabia? – momento em que se discutem assuntos/temas de interesse das

crianças, tais como: curiosidades científicas, fenômenos da natureza, situações do

cotidiano. O professor também pode trazer para esse momento, conteúdos das outras

áreas curriculares;

Fazendo arte – momento reservado para as crianças conhecerem um artista

específico (músico, poeta, pintor, escultor etc.). Pode ser hora ainda da “fazer à moda

de...”, em que as crianças realizam releituras de artistas e obras. Pode também ser

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momento de autoria de cada criança, por meio de sua expressão verbal, plástica,

sonora;

Oficinas de desenho, pintura, modelagem e música – preparo de tintas,

construção de instrumentos musicais com sucata, trabalho com argila, elaboração de

painéis, dobraduras;

Cantinho da matemática – sólidos geométricos, cartazes com situações-problema,

tabelas de números, jogos matemáticos, numéricos, de construção e de regras,

materiais didáticos, etc. Esse cantinho deve ser enriquecido sempre, com atividades

realizadas pelas crianças;

A Família também ensina... momento em que se convidam mãe, pai, avô, avó,

tio, tia, para contar histórias, fazer uma receita culinária, cantar, ler, livros, construir

objetos. É a família socializando saberes;

Faz-de-conta – momento em que as crianças representarão cenas do cotidiano,

pessoas de sua convivência, personagens de livros e de cinema. Esse espaço pode

conter diferentes caixas previamente organizadas pelo professor para incrementar o

jogo simbólico das crianças, nas quais tenham objetivos variados, roupas, adornos,

tipos de papéis diversos etc.;

Cantando e se encantando – momento em que as crianças podem cantar, sozinhas

ou todas juntas. É hora também de ouvir músicas de estilos e compositores variados,

como forma de ampliação de repertório e gosto musical. O professor deve selecionar

músicas que realmente tenham um valor cultural, podendo ser de nosso cancioneiro

popular, como também as clássicas;

O nosso Museu – espaço reservado para divulgar fatos, histórias, objetos antigos,

fatos de nossos antepassados, da nossa cidade, brinquedos antigos, animais pré-

históricos (figuras / representações);

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Caixa da correspondência – os alunos poderão colocar na caixa: bilhetes,

recados, cartas, convites elaboradas coletivamente para serem enviados para colegas

da escola, professores, direção, coordenação, educadores e políticos do município etc.;

Vamos brincar? – momento em que se “brinca por brincar”, em pequenos grupos

ou sozinhos. É hora do professor garantir a brincadeira, organizando, com as crianças,

tempos, espaços e materiais para esse fim. É hora do professor garantir a brincadeira,

organizando, com as crianças, tempos, espaços e materiais para esse fim. É hora de

observar as crianças nesse “importante fazer”, registrando essas observações para que

possam ajudar o professor a planejar outras atividades, a partir do conhecimento sobre

a turma, sobre cada criança;

Cuidados com o corpo – hábitos de higiene, prevenção às doenças e acidentes

domésticos, alimentação adequada etc.;

Preservando a natureza – momento ecológico: limpeza e organização do

ambiente de trabalho, a destinação do lixo, os cuidados em relação aos animais e

plantas, adoção de uma plantinha, jardinagem, os cuidados com o uso da água etc.

Escritas Coletivas: utilizando as diferentes tipologias textuais construir

coletivamente com os alunos textos modelos que sirvam de suporte para outros

momentos de reflexão.

Momento de reflexão sobre a Linguagem Oral e Escrita: realizar atividades

específicas que proporcionem momentos de reflexão e análise sobre a Linguagem Oral

e Linguagem Escrita. Tais como: cruzadinhas, caça-palavras, bingo de letras e

palavras, alfabeto móvel, estudo da palavra, muro da escrita, forca, complete as

lacunas das palavras, texto coletivo, versões textuais, reescritas etc. Este trabalho visa

proporcionar a reflexão sobre o texto em todos os seus aspectos e deve ir se

aprofundando conforme o nível de alfabetização dos alunos. É importante destacar que

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o trabalho de revisão e edição de texto deve ter como foco as tipologias textuais e suas

características internas e externas;

A sequência didática é um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas

para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com os objetivos

que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, elas envolvem

atividades de aprendizagem e de avaliação.

Sua duração pode variar de dias a semanas e várias seqüências podem ser

trabalhadas durante o ano, de acordo com o planejado ou com as necessidades da

classe. A seqüência didática apresenta desafios cada vez maiores aos alunos,

permitindo a construção do conhecimento.

Primeiro, é necessário efetuar um levantamento prévio dos conhecimentos dos

alunos e a partir desse planejar uma série de aulas com desafios e/ou problemas,

atividades diferenciadas, jogos, uso de diferentes linguagens e gêneros de textos e

análise e reflexão. Gradativamente, deve-se aumentar a complexidade dos desafios e

dos textos permitindo um aprofundamento do tema proposto.

A seqüência organizada e planejada deliberadamente permite ainda construir

com o aluno as ferramentas (habilidades/competências). Permite vivências, visando

aspectos conceituais e procedimentais, fundamentais para a aprendizagem do aluno e

desenvolver sua autonomia.

Os conteúdos trabalhados em sala de aula devem contribuir para a formação de

cidadãos conscientes, informados e capazes de transformar a sociedade. Elaborar aulas

em que o objetivo central é somente o interesse dos alunos, acreditando que assim,

teriam como refletir sobre o meio em que vivem e o que os cerca, nem sempre garante

bons resultados, em geral ao se valorizar apenas o conhecimento que os alunos trazem,

fica-se na superficialidade e presos ao imediatismo.

Nesta perspectiva, o currículo aparece como ditado pelas circunstâncias,

tratando de acontecimentos pontuais e não como um roteiro de trabalho construído a

partir da relação entre a proposta pedagógica e a realidade. É necessário que a equipe

escolar defina o seu Projeto Político Pedagógico de acordo com a realidade da

comunidade onde está inserida, a prática e com as necessidades de seus alunos.

A seqüência didática permite a interdisciplinaridade quando, ao tratar de um

tema dentro de um eixo, o professor recorre a conhecimentos de outro.

Interdisciplinaridade é a articulação entre os eixos que permite trabalhar o

conhecimento globalmente e superando a fragmentação. Só um tema gerador

trabalhado pela ótica de diferentes eixos não garante a interdisciplinaridade. O tema

X- SEQUENCIA DIDÁTICA

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gerador é um ponto de partida, não o centro do estudo e nem deve ser longo, para não

cansar. Durante o planejamento coletivo por eixos, permite determinar as

possibilidades de trabalho interdisciplinar durante o ano, a partir das pesquisas dos

alunos, do professor ou em parceria.

A definição de três pontos são essenciais: o que quero ensinar, como cada aluno

aprende, como será feito o acompanhamento e avaliação dos alunos. Ou seja, primeiro

estabelecemos habilidades e competências, as noções e conceitos, as expectativas e os

conteúdos que alicerçarão essa construção. Depois, pensar nas atividades a serem

desenvolvidas baseadas em como os alunos aprendem, além das linguagens e gêneros

de textos para efetuar essa aprendizagem.

Nesse processo, tanto a avaliação das produções dos alunos, quanto as

intervenções necessárias, devem ser constantes. É primordial reportar-se as

expectativas iniciais, objetivando o que foi consolidado e o que ainda necessita de

maiores explorações. Só assim o decente terá subsídios reais para continuidade de seu

trabalho.

De acordo com essa fundamentação podemos destacar a seqüência didática em

três itens fundamentais:

1-PLANEJAR

*Clareza nas expectativas

*Selecionar e Organizar as atividades adequadas;

*Seqüência de ações (Contextualização).

2-EXECUTAR

*Problematizar;

*Envolver os alunos, motivar;

*Observar, acompanhar, interferir.

3-AVALIAR

*Processo de reflexão

* Voltar-se para as expectativas

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Os projetos são conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos

específicos constituídos a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao

redor de um problema para resolver ou um produto final que se quer obter. Possui uma

duração que pode variar conforme o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o desejo

e o interesse das crianças pelo assunto tratado. É importante que os desafios

apresentados sejam possíveis de serem enfrentados pelo grupo de crianças. Um dos

ganhos de se trabalhar com projetos é possibilitar às crianças que a partir de um

assunto relacionado com um dos eixos de trabalho, possam estabelecer múltiplas

relações, ampliando suas idéias sobre um assunto específico.

A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem ser

planejadas e negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e

acompanhar o percurso até o produto final.

A característica principal dos projetos é a visibilidade final do produto e a solução

do problema compartilhado com as crianças. Ao final do projeto, pode-se dizer que a

criança aprendeu porque teve uma intensa participação que envolveu a resolução de

problemas de naturezas diversas.

Na implementação dos projetos, precisamos tomar os seguintes cuidados:

O professor deve estar preparado para assumir essa postura pedagógica;

Selecionar situações-problema, de acordo com a faixa etária das crianças;

O planejamento das ações é fundamental para o sucesso do trabalho;

Acompanhamento e avaliação de todo o processo;

Registro de todas as ações realizadas;

Participação efetiva dos alunos em todas as ações implementadas;

Sistematizar os conteúdos curriculares das áreas do conhecimento relativos

aos projetos;

Divulgação dos projetos junto às comunidades interna e externa da escola;

Estabelecer parcerias com outras instituições, quando necessárias.

XI- PROJETO DE TRABALHO

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A avaliação tem por objetivo acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento

dos educandos, suas inteligências, habilidades e competências, tem caráter processual

e investigativo. Contribui para a função básica da escola que é promover o acesso a

todo o conhecimento constituído e acumulado pela sociedade. É um recurso riquíssimo

de diagnóstico que é a função primeira da avaliação.

Além da função diagnóstica, a avaliação subsidia o professor com elementos para

uma reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de

trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos

como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo grupo. Para o

aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e

possibilidade para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a

escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais

demandam maior apoio.

Como já foi dito, a função básica da escola é promover o acesso ao

conhecimento, portanto, a avaliação fortalece a natureza da aprendizagem; elucida a

aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos, leva em conta não só os resultados das

tarefas (produtos), mas o processo. É um instrumento para ajudar o aluno a aprender e

contribuir para orientar os procedimentos do ensino, sendo assim, o educador precisa:

Acompanhar e mediar às atividades que os alunos realizam, analisando com

eles seus avanços e ainda dificuldades, criando mecanismos diferenciados para

gerar aprendizagem;

Adequar a avaliação à natureza da aprendizagem, levando em conta o processo

de construção de cada aluno, isto é, raciocínio, atitudes, enfim, o caminho que

guia a diferentes percursos;

XII- AVALIAÇÃO

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Criar hábitos de registro sobre os encaminhamentos vivenciados no cotidiano

escolar. Ao final de cada dia exercitar diferentes avaliações, registrando os

avanços e as dificuldades dos alunos;

Ser um pesquisador que investiga qual problema o aluno enfrenta e qual

competência ainda falta adquirir, com atenção e cuidado às produções já

realizadas e conquistadas;

Detectar os “nós” que estão emperrando o processo de apropriação de

construção do conhecimento, utilizar as informações conseguidas para

planejar suas intervenções;

Clarificar a concepção de “aproveitamento escolar”, entendendo que o mesmo

se dá em parceria: professor e aluno;

Criar situações para que os educandos questionem ao intervir em suas zonas

de desenvolvimento proximal e apresentar desafios que sejam pertinentes;

Fazer a correção e dar retorno para os alunos, problematizar e discutir as

respostas, critérios e valores;

Entender o erro como parâmetro para tomada de decisão em relação à

continuidade do trabalho.

Todos esses passos didaticamente formulados só fazem sentido se planejarmos a

partir das características sociais e cognitivas dos nossos alunos. O critério mais

precioso das avaliações é o que nos liberta da terrível arma da comparação. Como não

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temos, muitas vezes, elementos concretos que só a convivência nos autoriza a

descobrir, devemos comparar cada criança apenas com ela mesma.

Destacamos nessa proposta os seguintes instrumentos avaliativos:

* Portfólio, dossiê, relatórios de avaliação, todas essas nomenclaturas se

referem, no sentido básico, à organização de uma coletânea de registros sobre

aprendizagem do aluno que ajuda o professor/professora, os próprios alunos/as e as

famílias uma visão evolutiva do processo. É importante que a cada dia, seja feito pelo

menos um registro, pois isso possibilita ao professor/a e ao aluno/a um retrato dos

passos percorridos na construção das aprendizagens. Essa forma de registrar

diariamente a caminhada do aluno/a tem o objetivo de mostrar a importância de cada

aula, de cada passo, como uma situação de aprendizagem.

A organização de um dossiê ou Portfólio torna-se significativo pelas intenções

de quem o organiza. Não há sentido em coletar trabalhos dos alunos e alunas para

mostrá-los aos pais/mães somente como instrumento burocrático. Ele precisa

constituir-se em um conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais,

novos jeitos de pensar e de fazer, alusivos à progressão do estudante.

As ideias e estratégias de portfólio encorajam um enfoque de currículo e

instituição centrada nas crianças através de observações regulares das mesmas, sendo

que mediante esta proposta a criança estará sendo envolvida cada vez mais a

participarem do seu próprio processo de aprendizagem. A construção, a reflexão e a

criatividade acabam desenvolvendo na criança um senso de auto-avaliação, levando-os

a questionamentos dos conteúdos que serão desenvolvidos durante sua vida escolar.

Quanto mais o educador observa o desenvolvimento do seu aluno, mais irá

entendê-lo e para isso é necessário que o educador tenha um desenvolvimento

profissional contínuo, utilizando dessas observações para o aperfeiçoamento e à

experimentação de diferentes estilos de ensino para que o educador supra as

necessidades do seu aluno.

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Neste sentido propomos que seja elaborado um portfólio coletivo da turma com

as atividades mais significativas desenvolvidas ao longo do período escolar. Este

instrumento complementa o processo avaliativo e poderá ser exposto em reuniões de

pais e outras atividades culturais.

* Pasta de produção textual: também pode ser considerado como um portfólio

tendo a especificidade de acompanhar a evolução do processo de escrita que deverá se

desenvolver em um contexto significativo e funcional de cada tipologia explorada.

* Ficha de Acompanhamento e Avaliação do Aluno: é um instrumento de

avaliação pontual que visa ampliar o desenvolvimento do processo qualitativo e

subsidiar análises, discussões, procedimentos e principalmente socialização das

experiências pedagógicas como forma de certificar a importância da participação de

todos no desenvolvimento das aprendizagens das crianças de cinco anos.

Percebendo a avaliação como um instrumento para a reavaliação e

reestruturação do processo ensino/aprendizagem, considera-se fundamental o registro.

Portanto, exige-se um olhar mais reflexivo sobre a criança, seu contexto sócio –

cultural e suas manifestações decorrentes de seu desenvolvimento. Para a avaliação ser

significativa é preciso respeitar a criança em sua individualidade e em suas sucessivas

e gradativas conquistas do conhecimento nas mais diversas áreas.

Para que ocorra efetivamente essa avaliação significativa, o educador necessita

dispor-se a acolher o que está acontecendo. Poderá ter algumas expectativas em

relação a possíveis resultados de sua atividade, mas é preciso que esteja disponível

para aceitar também os resultados que não correspondem a estas expectativas. O que

se precisa ter como princípio da prática avaliativa é que, por mais que o professor tente

realizar as mesmas atividades ou dar-lhes uma mesma direção com um grupo de

crianças da mesma idade, haverá enormes diferenças de reações e entendimento delas

em cada situação, bem como em relação à extensão e profundidade do conhecimento

construído por cada uma nesta mesma situação.

Em vez de analisar se uma criança está se desenvolvendo no mesmo ritmo e jeito

das outras, é preciso caracterizar seu próprio ritmo, entender a sua maneira e o seu

tempo de fazer as coisas para lhe oportunizar o desenvolvimento pleno.

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Em suma, a avaliação contemplada nessa Proposta Pedagógica deve ser

compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto

de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o

aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações que busca obter informações sobre

o que foi aprendido e como; elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua

prática educativa; instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus

avanços, dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o processo de

ensino e aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como

fechamento de grandes etapas de trabalho.

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