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Projeto Técnico de Reconstituição da Flora-PTRF do Plano de Intervenção da Área Contaminada por Mercúrio – Serra da Grama – Descoberto/MG

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Projeto Técnico de Reconstituição da Flora-PTRF do Plano de Intervenção da Área Contaminada por Mercúrio – Serra

da Grama – Descoberto/MG

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Sumário

1- Justificativas para a execução do PTRF ............................................................................. 3

2- Reconstituição do solo ...................................................................................................... 3

3-Reconstituição da Flora ...................................................................................................... 3

3.1- Definição da área que será reconstituída .................................................................. 3

3.2- O Ecossistema Florestal e seu Desenvolvimento/Dinâmica de sucessão ecológica . 3

3.2.1- O Crescimento das Árvores da Floresta e Sua Distribuição ............................ 4

3.2.2- Tolerância, Competição, Sucessão e Grupos Ecológicos ................................. 5

4- Reflorestamento com Espécies Nativas ............................................................................ 8

4.1-Espécies Recomendadas para a Implantação de Florestas Nativas em APP ............. 9

4.2- Cercamento da área com cerca de arame .............................................................. 10

4.3- Preparo do solo, Calagem e Adubação .................................................................... 10

4.4- Espaçamento, Esquema de Plantio/Alinhamento, Marcação e Abertura de covas 11

4.5-Plantio de vegetação forrageira ............................................................................... 11

4.6- Plantio de Árvores Nativas, Replantio e Tratos Culturais ........................................ 13

5- Metodologia e Avaliação dos Resultados ........................................................................ 14

6- Cronograma Físico- Vide Anexo II ................................................................................... 14

7- Responsável Técnico ....................................................................................................... 14

8-Bibliografia........................................................................................................................ 14

ANEXO I – PLANTA TERRAPLENAGEM E RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL ............................... 16

ANEXO II - CRONOGRAMA FÍSICO ....................................................................................... 17

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1- Justificativas para a execução do PTRF A intervenção numa área de preservação permanente, APP, situada numa encosta e localizada às margens de um córrego afluente do Córrego da Grama, para a retirada de solo contaminado por mercúrio através de corte mecanizado e posterior preenchimento com solo de empréstimo, resultará, ao término da operação, numa área com o solo exposto, cuja dimensão só será conhecida após a retirada do solo contaminado por mercúrio, e necessitará da reconstituição da vegetação constituída por gramíneas, arbustos e árvores isoladas, a ser suprimida durante a operação, conforme Projeto Executivo do Plano de Intervenção da Área Contaminada por Mercúrio – Serra da Grama – Descoberto/MG. O objetivo geral do projeto é promover a reconstituição da vegetação numa área com o solo exposto devido a intervenção por meio de corte e aterro com o uso de máquinas, para a retirada de solo contaminado por mercúrio, demarcada em mapa, que consistirá na definição da melhor alternativa técnica para implementação das medidas necessárias para reconstituir a vegetação natural, na APP, adotando o método de sucessão ecológica a ser implementado por reflorestamento, e fora da APP através do plantio de gramíneas de rápido crescimento por meio da semeadura de capim braquiária. 2- Reconstituição do solo Após a retirada do solo contaminado por mercúrio da área afetada, será feita a reconstituição do solo através da regularização dos taludes e terraços visando a sua estabilização para o preparo do solo, conforme previsto no Projeto Executivo do Plano de Intervenção da Área Contaminada por Mercúrio – Serra da Grama – Descoberto/MG. 3-Reconstituição da Flora 3.1- Definição da área que será reconstituída Área de preservação permanente cuja de extensão será definida ao final da operação, está situada em uma encosta e demarcada conforme Planta de Terraplenagem Recomposição Vegetal do Projeto Executivo do Plano de Intervenção da Área Contaminada por Mercúrio – Serra da Grama – Descoberto/MG (Anexo I), e integrará a cobertura florestal do imóvel após a consolidação de sua reconstituição. A área está situada nas coordenadas geográficas 21°23'53.42" de Latitude Sul e 42°55'9.45" de Longitude Oeste. 3.2- O Ecossistema Florestal e seu Desenvolvimento/Dinâmica de sucessão ecológica O ecossistema florestal necessita de um longo período para atingir o equilíbrio. O tempo necessário para a produção de uma floresta madura varia de 6 a 7 anos para um povoamento homogêneo de eucalipto no Brasil, considerando-se o primeiro corte, a 80 anos ou mais para uma floresta tropical clímax. Esse processo não é somente demorado,

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mas também complexo. Sob condições naturais, ele se inicia com o estabelecimento de indivíduos jovens de espécies invasoras (pioneiras), que serão paulatinamente substituídos por outras espécies, através de um complexo processo de interações que formam a base da ciência da ecologia florestal. Esse desenvolvimento ecológico é chamado de sucessão. O processo de sucessão pode ser alterado ou conduzido pelo silvicultor. Ele poderá ter o interesse de manter o estado atual da floresta, ou de alterá-lo, favorecendo um estágio sucessional mais avançado, ou ao contrário, um mais jovem. O desenvolvimento de um ecossistema florestal, não depende apenas do estabelecimento e o crescimento das árvores, mas também de muitos outros organismos envolvidos que podem estar ligados direta e indiretamente a esse crescimento. As plantas do sub-bosque também se constituem em parte importante do ecossistema florestal. Os insetos e os fungos desempenham importante papel na decomposição ou infecção das plantas vasculares. Os pássaros e mamíferos, moram, procriam e utilizam da floresta para obtenção de seus alimentos, afetando vários aspectos funcionais do ecossistema florestal, como balanço energético e a ciclagem de nutrientes. As bactérias, insetos, e fungos no solo podem fixar nitrogênio ou contribuírem para a ciclagem dos nutrientes através da decomposição. O processo de sucessão poderá ser alterado através de técnicas silviculturais, como o plantio de espécies de rápido crescimento, ou a adoção de desbastes. Um desbaste seletivo das árvores isoladas, poderá manter a estrutura e a composição da floresta, sem alterar a sucessão, que beneficiaria uma situação de clímax. 3.2.1- O Crescimento das Árvores da Floresta e Sua Distribuição Um dos primeiros questionamentos que é feito pelos técnicos que estão envolvidos na recuperação de áreas degradadas ou recuperação de matas ciliares, se refere às espécies que deverão ser plantadas: Por que ocorrem tantas espécies de árvores em florestas de determinadas regiões, e por que determinadas espécies só ocorrem sob condições específicas? Para o entendimento desses fatos são necessários, o conhecimento das estratégias de estabelecimento das espécies florestais e das inúmeras interações a que eles estão submetidas conforme o ambiente. A estrutura e a composição das florestas nativas são oriundas de uma série de eventos edafo-climáticos e ecológicos, variáveis no tempo e no espaço. As estratégias que a espécies florestais se utilizam para seu estabelecimento na floresta são resultantes de um conjunto de características genéticas que em interação com o ambiente, propiciam a sua sobrevivência e/ou reprodução. A cada estratégia, estão relacionados um ou mais padrões de comportamento que irão refletir na composição de uma floresta, na distribuição espacial e densidade de suas espécies e indivíduos. Na implantação, enriquecimento ou manejo da floresta nativa, o silvicultor poderá intervir na composição, estrutura e na dinâmica do ecossistema florestal, em função das espécies favorecidas e de suas estratégias de estabelecimento. Portanto, para que os resultados obtidos possam ser previstos com certa margem de segurança, é necessário o

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conhecimento da adaptação das espécies para cada ambiente específico, e de seus padrões sucessionais, onde estão inseridos os diferentes grupos ecológicos. É necessário que o silvicultor tenha o conhecimento de que o processo de estabelecimento do ecossistema florestal é dinâmico no tempo e no espaço, e que a existência de características diferentes para que as espécies se estabeleçam nos diferentes estádios sucessionais da floresta, exigem que ele possa prever o aparecimento ou o desaparecimento de diferentes grupos de árvores, com freqüentes alterações na biodiversidade local. Assim, o sucesso no processo de estabelecimento ou enriquecimento de um ecossistema florestal, não depende apenas da escolha das espécies e da tecnologia empregada na fase de implantação, mas também do sucesso da regeneração no processo de sucessão. Esta, está associada à presença de sementes, dispersão, dominância, sobrevivência, crescimento e/ou reprodução dentro das populações. Dentre as síndromes de comportamento observadas no estabelecimento das espécies, as que mais contribuem para o processo dinâmico do ecossistema florestal são: o sistema de produção de sementes, a dispersão, o tamanho dos frutos e das sementes, a formação de bancos de sementes e de plântulas. Esses processos são características de grupos ecológicos que compõem o processo de sucessão, os quais passamos a definir a seguir. 3.2.2- Tolerância, Competição, Sucessão e Grupos Ecológicos Quais fatores determinam a distribuição das espécies florestais? As espécies apresentam aspectos fisiológicos diferenciados quando submetidas a uma dada fonte ou promotor de crescimento. Por exemplo, a figura 3, citada por ABER (1990), mostra a taxa de crescimento relativo de 3 diferentes espécies submetidas a várias intensidades de luz. As curvas dessa figura expressa o conceito de tolerância à sombra, o qual tem sido considerado tradicionalmente, como uma chave para a ecologia e o manejo florestal.

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Figura 1- Taxas de crescimento relativo em função da disponibilidade de luz, para espécies tolerantes, intermediárias e intolerantes. Assim uma espécie “tolerante” é aquela que pode crescer comparativamente bem, sob baixa disponibilidade de luz, sem apresentar um grande incremento no crescimento quando a disponibilidade de luz é aumentada. Essas árvores podem se reproduzir e formar dosséis debaixo das copas daquelas menos tolerantes. Uma espécie “intolerante” apresenta comportamento oposto, isto é , apresentam taxas de crescimento muito baixas quando sombreadas, mas crescem num rítmo muito mais rápido que as tolerantes, quando submetidas à pleno sol. As árvores intolerantes só se reproduzem com êxito quando se encontram em áreas abertas, ou quando ocupam dossel superior. As árvores com diferentes níveis de tolerância estão adaptadas para crescer em diferentes condições naturais na floresta. Baseado no princípio da tolerância, VAN DER PIJL (1972), classificou as espécies florestais em 3 grupos: a) pioneiras: aquelas espécies especializadas em clareiras e que não toleram sombreamento; b) secundárias: aquelas espécies que toleram sombreamento parcial, mas que necessitam de luz para seu crescimento e reprodução; c) tolerantes ou clímax: aquelas que definem a estrutura da floresta e se estabelecem na condições de sub-bosque. Num estudo realizado na mata tropical de Linhares (ES) COSTA et alii , classificaram 227 espécies, sendo 57% representativas do grupo das secundárias, 23% de pioneiras e 20% de tolerantes. Esses autores citam que Gandolfi (1991) estudando uma mata residual em Guarulhos (SP), encontrou 30% de espécies secundárias, 25% de pioneiras e 34% de secundárias tardias/clímax ou tolerantes e 11% das espécies não puderam ser caracterizadas. Sales (1991) também citado por COSTA et alii, encontrou 122 espécies em

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mata secundária da região de Brotas (SP); destas, 52% eram secundárias, 16% pioneiras, 0,8% clímax e cerca de 32% não puderam ser classificadas. Nos estudos realizados pelo Projeto integrado Mata Ciliar (CEMIG/UFLA/FAEPE), nas matas de Macaia e Madre de Deus (MG), foram encontradas 51% de secundárias, 11% de pioneiras, 38% de clímax ou intermediária tardia. Numa floresta madura com as copas fechadas ocupando todo o dossel, apenas 2 a 5% da luz solar que chega no dossel consegue chegar ao solo. Na figura 2 pode ser observado que as árvores das espécies tolerantes ou intolerantes que estão crescendo debaixo do dossel não conseguiram crescer a taxas satisfatórias, porque o nível de luz está abaixo do ponto de compensação. Somente as espécies tolerantes têm habilidade para crescer na sombra. As espécies tolerantes representadas no sub-bosque serão as únicas com capacidade de crescer posteriormente até o dossel (fig. 2). Então, a menos que um distúrbio ocorra, esse extrato irá continuar sendo dominado pelas mesmas espécies tolerantes e não irá alterar muito na composição de suas espécies. Se imaginarmos que um grande distúrbio, como um incêndio, ou um forte vendaval ocorra dentro de uma floresta, causando a queda e morte de um grande número de árvores adultas (tolerantes ou clímax), grandes clareiras serão abertas, permitindo que a luz solar direta encontre o solo da floresta. Sob essas condições, as espécies intolerantes (pioneiras) são favorecidas, e se houver um banco de sementes no solo, estas irão germinar e crescer muito mais rápido do que o banco de plântulas. As árvores intolerantes (pioneiras) irão logo cobrir as tolerantes devido ao seu rápido ritmo de crescimento sob pleno sol e rapidamente dominarão a floresta. Entretanto, abaixo de suas copas existe luz suficiente para o crescimento de espécies secundárias e abaixo destas as tolerantes. Então, um dossel estratificado pode se desenvolver com espécies intolerantes no nível mais alto, as intermediárias abaixo delas, e as tolerantes mais abaixo. Eventualmente, como as espécies tolerantes crescem devagar e possuem ciclo vital longo e as árvores das espécies intolerantes e intermediárias morrem, um estande dominado por árvores tolerantes poderá ser restabelecido. O processo de sucessão descrito por esse exemplo, é um conceito central no campo da ecologia. Assim, o conceito de sucessão pode ser definido como a substituição ordenada das espécies, através do tempo, em um dado local, tendendo eventualmente para uma comunidade florestal equilibrada. Esse ponto final tem sido chamado de “comunidade clímax”. Esse tipo de sucessão descrito acima é chamado de “sucessão secundária”. Na sucessão secundária houve a destruição de uma comunidade vegetal sem que o sítio tenha sido severamente degradado, principalmente o solo, onde as plantas novas deverão crescer. A “sucessão primária” ocorre quando novas plantas invadem uma área, na qual não havia ocorrido ainda o crescimento de plantas, tal como nas áreas de empréstimo. Na sucessão primária as plantas terão que recuperar o solo num processo que requer centenas de anos (podendo chegar a milhares de anos ). A sucessão secundária normalmente necessita somente de décadas ou talvez centenas de anos.

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Figura 2- Esquema de distribuição das copas das árvores por classe de tolerância e altura para quatro estágios de sucessão iniciada por distúrbio severo. a)antes do distúrbio; b) imediatamente após o distúrbio; c) estágio intermediário da sucessão (50-75 anos); d) recobrimento total e a volta à condição original. (T=árvores tolerantes; N=árvores intermediárias; I= árvores intolerantes). 4- Reflorestamento com Espécies Nativas em APP O modelo apresentado a seguir é fruto de consultas em trabalhos já realizados com resultados considerados satisfatórios, e nos conhecimentos teóricos acima abordados

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que sugerem ser segura a técnica de sucessão ecológica com o uso de espécies pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e clímax, para a revegetação de pastagens erodidas e áreas degradadas . 4.1-Espécies Recomendadas para a Implantação de Florestas Nativas em APP As espécies abaixo relacionadas foram indicadas com base nas recomendações dos estudos fitossociológicos realizados na região de Lavras- MG; em dados de crescimento de 6.000 plantas de 78 espécies utilizadas nos plantios experimentais realizados em Itutinga- MG e em informações pessoais e de literatura, e de acordo com a disponibilidade no Viveiro Florestal de Ubá. A tabela 1 relaciona as espécies recomendadas para iniciarem um processo de formação de florestas nativas em propriedades rurais. Tabela 01- Relação de espécies recomendadas para a implantação de florestas mistas em propriedades rurais. ESPÉCIE

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO GRUPO ECOLÓGICO 1-Fedegoso Senna macranthera Pioneira 2-Jacaré Piptadenia gonoacantha Pioneira 3- Sangra d’água Croton urucurana Pioneira 4-Angico-vermelho Anadenanthera peregrina Secundária inicial 5-Ipê-mulato Tabebuia chrysotricha Secundária inicial 6-Paineira Chorisia speciosa Secundária inicial 7-Ingá Inga edulis. Secundária inicial 8-Curamadre Guarea trichilioides Secundária inicial 9-Tamboril Enterolobium contortisiliquum Secundária inicial 10-Ipê-roxo Handroanthus impetiginosus. Secundária tardia 11-Ipê-rosa Handroanthus heptaphyllus Secundária tardia 12-Angelim Pithecolobium racemosum Secundária tardia 13-Cedro Cedrella fissilis Clímax 14-Jatobá Hymenaea courbaril Clímax A combinação das espécies a serem utilizadas, de acordo com o grupo ecológico a que pertencem deverá se constituir pela seguinte proporção: 50% de espécies pioneiras, 30% de espécies secundárias iniciais 10% de espécies secundárias tardias, 10% de espécies clímax

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Considerando 1,00 hectare a ser implantado no espaçamento 3,5 X 3,0 m teremos 1053 plantas, assim distribuídas: Pioneiras: 175 mudas de Fedegoso

175 mudas de Jacaré 175 mudas de Sangra d’água

Secundárias iniciais: 52 mudas de Angico-vermelho 52 mudas de Ipê-mulato 52 mudas de Paineira 52 mudas de Ingá 52 mudas de Curamadre 52 mudas de Tamboril Secundárias tardias: 36 mudas de Angelim 36 mudas de Ipê roxo 36 mudas de Ipê rosa Clímax 54 mudas de Jatobá 54 mudas de Cedro O número de plantas a ser usado por espécie será proporcional à área a ser reconstituída em área de preservação permanente informada ao final da operação, baseada na área total de remoção de solo e APP prevista no Projeto Executivo. 4.2- Cercamento da área com cerca de arame A área objeto de restauração deverá ser cercada com cerca de arame construída com mourões tratados com preservativos químicos em autoclave, de 2,10 metros de comprimento e de no mínimo 10 cm de diâmetro e com 4 fios de arame farpado.

4.3- Preparo do solo, Calagem e Adubação O preparo do solo deverá ser feito após a reconformação do terreno através de gradagem mecanizada leve. As dosagens recomentadas de calcário dolomítico , esterco e adubo são as seguintes: -Calcário dolomítico............................ 50 g/m² ou 500Kg/ha -Esterco de bovinos..............................05 l/cova -Adubo formulado NPK 06 30 06....... 200 g/cova Após a gradagem deve-se seguir os seguintes passos: 1º : Fazer a abertura manual de covas com o uso enxadões; 2º : Fazer calagem lançando o calcário sobre o solo revolvido e no fundo das covas, no mínimo 45 dias antes do plantio; 3º : Misturar bem o adubo com o solo e o esterco no fundo da cova, antes do plantio.

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4.4- Espaçamento, Esquema de Plantio/Alinhamento, Marcação e Abertura de covas Espaçamento O espaçamento das covas deverá ser de 3,5 m entre linhas por 3,0m entre plantas. As covas devem ter dimensões de 40 cm de largura por 40cm de comprimento, e 40 cm de profundidade. Esquema de Plantio/Alinhamento As espécies propostas neste projeto estão classificadas de acordo com o grupo ecológico a que pertencem, ou seja, pioneiras, secundárias (iniciais e tardias) e clímax. Os plantios experimentais observados mostraram que a melhor combinação na implantação de uma floresta nativa mista consiste em 50 % de espécies pioneiras, 30% de secundárias iniciais, 10 % de secundárias tardias e 10% de espécies clímax. A maneira mais prática de dispor as mudas no campo é alternando uma linha de espécies pioneiras com outra de espécies secundárias inicial e tardia e clímax, conforme o desenho a seguir.

P----------P----------P----------P----------P----------P -----SI-------ST----------SI---------C---------SI------ P----------P----------P----------P----------P----------P

-----ST------SI------------C----------SI--------SI----- P-Pioneira SI- Secundária Inicial ST- Secundária Tardia C- Clímax As mudas devem ser plantadas em forma de quincôncio, ou seja, cada muda de espécie secundária ou clímax se posicionará no centro de um quadrado composto por 4 mudas de espécies pioneiras (colocadas nos vértices), observando-se o espaçamento indicado. --------P----------P----- linhas em curvas de nível 3,5m ---------------C----------- --------P----------P----- 3,0 m O plantio em quinôncio distribui uniformemente as plantas, com um melhor recobrimento da vegetação no terreno e resulta num sombreamento parcial da muda central, proporcionando um ambiente semelhante ao encontrado pelas plântulas na natureza. 4.5-Plantio de vegetação forrageira Após o preparo do solo será efetuada semeadura da leguminosa forrageira Arachis pintoi ou amendoim forrageiro sobre toda a superfície com solo exposto na APP, para a cobertura imediata deste com vegetação. Esta operação deve ser efetuada simultaneamente com a marcação de covas para o plantio de árvores. Fora da APP será utilizada a semeadura de capim braquiária com a mesma finalidade de imediata revegetação.

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A semeadura das plantas forrageiras pode ser feita de forma manual ou mecânica em profundidade de 3 cm-5 cm no solo (Figura 2). No plantio manual devem ser feitos sulcos no espaçamento de 0,50 m, com distribuição de 10 sementes de amendoim forrageiro por metro linear ou a proporção de 10 kg por hectare. Para o capim braquiária usar a proporção de 20 kg de sementes por hectare. Em ambos os métodos de plantio as sementes devem ser cobertas e o solo levemente compactado.

Fotos: Judson Ferreira Valentim

Figuras A e B. Mostram o aspectos do solo preparado em sulcos para o plantio de forrageiras e da grama amendoim após a germinação e o crescimento.

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Para o plantio das espécies forrageiras recomenda-se a aplicação do adubo fosfatado que deverá ser feita preferencialmente junto à semeadura, caso se utilize plantadeira/adubadeira em linha. Recomenda-se o uso do superfosfato simples como fonte de fósforo (18% de P2O5) na dosagem de 300 kg/ha.

4.6- Plantio de Árvores Nativas, Replantio e Tratos Culturais -Plantio As mudas de bom tamanho e bom estado fitossanitário devem ter a sacolas plásticas retiradas pouco antes do plantio e devem ser colocadas no centro da cova em um nível ligeiramente abaixo da superfície do solo e serão fixadas completando-se a cova com a terra solta e compactando-a. -Replantio Um mês após o plantio, cada muda que não sobreviveu deve ser substituída por outra da mesma espécie ou pelo menos do mesmo grupo ecológico. Para as plantas forrageiras caso haja falha de germinação de sementes deve ser feito nova semeadura. -Tratos Culturais Fazer a adubação de cobertura no 1º e no 2º ano após o plantio das árvores com adubo formulado NPK 20 05 20 na dosagem de 150 g/cova, dividida em duas aplicações no início e meio do período chuvoso. A adubação de cobertura para as plantas forrageiras leguminosa e gramínea, quando necessário, será feita usando-se o mesmo adubo formulado NPK 20 05 20, lançando-o sobre o solo, na proporção de 300 kg por hectare. Sempre que houver competição da espécie leguminosa forrageira com as árvores plantadas na APP deverá ser feita a sua capina, cujos resíduos de folhas e ramos devem ser mantidos junto às árvores para uma adubação verde complementar. Não se faz necessário a roçada do capim braquiária fora da APP cujo objetivo é o máximo recobrimento do solo. -Combate à formigas: A área do plantio bem como as circunvizinhas, até um raio de 100 metros, deverá ser percorrida na sua totalidade para localização de formigueiros. Será utilizado isca formicida granulada e MIP (Micro Porta Isca) de acordo com a intensidade da ocorrência dos formigueiros no combate inicial e também nos repasses futuros, na dosagem de 10 g de isca por m² de terra solta do formigueiro. O controle será sistemático dando ênfase ao período seco que antecede o plantio e sempre que necessário para manter erradicados os formigueiros. -Capina

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A primeira capina deve ser feita 3 meses após o plantio, ao redor da muda em forma de círculo ou coroa com raio de 1 metro. O número de capinas é dependente do tempo necessário para o estabelecimento e desenvolvimento da floresta, que por sua vez depende das condições climáticas e da adaptação das espécies plantadas no local. Sempre que plantas indesejáveis ou a espécie forrageira estiverem competindo com as mudas plantadas, deve-se realizar o a capina. Como trata-se de restauração de área degradada deve-se tomar o cuidado de aproveitar ao máximo os benefícios das ervas daninhas invasoras para efetivar a cobertura do solo com vegetação, capinando apenas aquelas que estiverem competindo diretamente com as mudas de árvores plantadas, por água, por nutrientes ou por luz. 5- Metodologia e Avaliação dos Resultados Propõe-se como metodologia de avaliação dos resultados alcançados pela implantação do projeto técnico um monitoramento periódico da estabilidade dos taludes, do funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais, do recobrimento do solo pela vegetação forrageira , e do crescimento e da fitossanidade das árvores plantadas na APP e do recobrimento do solo pelo capim braquiária fora da APP, através de vistoria técnica. Na estação de chuvas o monitoramento deverá ser mais freqüente, e será efetuado sempre após fortes chuvas, visando verificar os possíveis impactos delas decorrentes, como a formação de erosão do solo e a necessidade de intervenção corretiva. Para o registro da evolução do crescimento da vegetação deverá ser elaborado relatório com periodicidade semestral, ao final da estação de chuvas e ao final da estação de estiagem, com a recomendação da eventual necessidade de intervenção corretiva. 6- Cronograma Físico- Vide Anexo II 7- Responsável Técnico

Luiz Henrique Ferraz Miranda Engenheiro Florestal/MASP 102 1124-1

Coord. de Pesquisa e Proteção à Biodiversidade/IEF E. Regional Zona da Mata 8-Bibliografia

Aber, J. D. Forest Ecology and Forest Ecosystem. In: Young, R. A & Giese. R. ed

Introduction to Forest Science. 2 ed. New York, John Wiley & Sons, 1990. P. 119-143.

Costa, L. G. S.; Pina-Rodriguez, F.C.M. & Jesus, R. M. Grupos ecológicos e a dispersão de sementes de espécies arbóreas em trecho de floresta tropical na reserva florestal de Linhares(ES). In: Anais do Segundo Congresso Nacional sobre Essências Nativas. 29/03 a 03/04/1992. P. 303-305.

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Davide, A. C., Scolforo, J. R. S. & Faria, J. M.R. Comportamento silvicultural de espécies florestais em área de empréstimo. Trabalho enviado ao VII Congresso Florestal Brasileiro, Curitiba, PR, 1993.

Davide, A. C., Scolforo, J. R. S. & Faria, J. M.R. Opção de revegetação de áreas de encosta.Trabalho enviado ao VII Congresso Florestal Brasileiro, Curitiba, PR, 1993.

Davide, A. C., Scolforo, J. R. S. & Faria, J. M.R. Estratégia para recuperação de área degradada.Trabalho enviado ao VII Congresso Florestal Brasileiro, Curitiba, PR, 1993.

Van Der Pijl, L. 1972. Principles of dispersal in higher plants. Berlin, Springer Nerlag, 162 p.

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ANEXO I – PLANTA TERRAPLENAGEM E RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL

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ANEXO II - CRONOGRAMA FÍSICO

Metas/Atividades(1) Mês/Ano de Execução – 2015/2016

Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Mês 13 Mês 14 Mês 15 Mês 16

1-Reconstituição do solo/construção de terraços X X X -

2-Drenagem de águas pluviais - - - X X - -

3- Cercamento da área com cerca de arame - - - X X - -

4- Combate às formigas - - X X X - X X X

5- Plantio de vegetação forrageira - - - - X X -

6- Alinhamento/ Marcação e abertura de covas - - - X X

7- Preparo do Solo, Calagem e Adubação - - - - - - X X

8- Plantio e Replantio - - - - - - - X X

9- Tratos Culturais - - - - - - - X X

(1) As metas e atividades iniciam-se no Mês 5 com a reconstituição do solo e nivelamento topográfico