PROJETO SALVÍFICO DE

DEUS EM JESUS CRISTO

O PROJETO SALVÍFICO DO PAI O quadro desta página é uma tentativa

de síntese para compreendermos o Mistério Pascal de Cristo, na sua realidade salvífica, realizando o projeto amoroso do Pai.

     A Ceia do Cenáculo, como sinal profético, aponta para o sacrifício do Calvário, antecipando-o sacramentalmente, e este, embora único, irrepetível  e inamovível, no tempo e no espaço, vai apontar para a Eucaristia, a páscoa repetível das gerações futuras, tornando-se presente nela, através da ritualidade litúrgica e sacramental. Devemos saber que a Eucaristia recebe do Calvário a dimensão sacrifical e, do Cenáculo, a dimensão convivial.

A fé católica nos diz que a obra de nossa redenção é sempre exercida quando se celebra a Eucaristia, sacrifício do altar, que é o mesmo  sacrifício da Cruz (cf. SC 2; LG 3), portanto em plena atualidade histórica. Entendamos então: a primeira seta abaixo, à esquerda, do Calvário para a Eucaristia, quer expressar esta verdade, ao mesmo tempo em que a seta à direita, da Eucaristia para o Calvário, quer indicar a nossa presença também àquele sacrifício, reapresentando-nos a ele. Lá, física e historicamente não estávamos, é verdade, mas  não se trata de presença física, espacial, temporal ou histórica, que é impossível, mas de presença mística, que é também real, isto sim.

Na verdade, no nosso batismo, teologicamente morremos com Cristo na cruz, descemos com ele à tumba e com ele fomos sepultados, como também com ele ressurgimos da morte para a vida definitiva e eterna. Como somos ainda imperfeitos, toda vez que celebramos o memorial da Páscoa do Senhor, a Eucaristia, somos reapresentados, sacramentalmente, aos acontecimentos fundantes de nossa redenção, como estando todos nós lá. Assim,  a Eucaristia é, para nós, simultaneamente, todo o Calvário e toda a manhã gloriosa da ressurreição, graças ao valor sacramental da Liturgia.