projeto ligue os pontos · 2020. 12. 30. · pmsp p r e f e i t u r a d a c i d a d e d e s ã o p...
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PROJETO LIGUE OS PONTOS Relatório da Fase 2 Junho de 2019 a junho de 2020
PMSP Prefeitura da Cidade de São Paulo Prefeito Bruno Covas Secretário Municipal do Desenvolvimento Urbano Fernando Barrancos Chucre Secretário-Adjunto José Amaral Wagner Neto Chefe de Gabinete Eliana Maria das Dores Gomes Gestora do Projeto Ligue os Pontos Nicole Gobeth Di Martino
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO Objetivos do relatório …….…….…….…….…….…….…….…….…….……...…………….6 O Projeto Ligue os Pontos - LoP .…….…….…….…….…….…….……...…………….6
CONTEXTUALIZAÇÃO Recorte temporal da Fase 2 ….…….…….…….…….…….…….………………………... 8 Estrutura de governança ….…….…….…….………....…….…….…….…….…….…….. 8 Organização das frentes de ação do projeto ..…….…….…….…….…….…... 12 Metas e indicadores ..…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….………. 13
FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA ….…….…….…….…………….…………..14 Ações realizadas Detalhamento das ações CADEIA DE VALOR ….…….…….…….…………….…………….…….……….……………….27 Ações realizadas Detalhamento das ações
DADOS E EVIDÊNCIAS ….…….…….…….…………….………………….…….……………. 37 Ações Realizadas Detalhamento das ações RESULTADOS ALCANÇADOS ….…….…….…….……….…….……….…….…………..52
DESAFIOS SUPERADOS E LIÇÕES APRENDIDAS ….…….…….…….………..55
A PANDEMIA DE COVID-19 E OS IMPACTOS NO PROJETO ….………...57 AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS NA FASE 3 ….……….…….…….………...61 AGRADECIMENTOS ….…….……….…….……….…….……….…….……….…….………...62 EQUIPE ….……….…….……….…….……….…….……….…….……….…….………...….……... 63
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LISTA DE ABREVIATURAS
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ADESAMPA Agência São Paulo de Desenvolvimento
AMTCI Associação Empresarial do Polo de Ecoturismo de SP
APA Área de Proteção Ambiental
APRUPAR Associação de Produtores Rurais de Parelheiros e Região
ATER Assistência Técnica e Extensão Rural
CADES Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
CAE/Parelheiros Casa de Agricultura Ecológica José Umberto Macedo Siqueira
CEBRAP Centro Brasileiro de Análise e Planejamento CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CGPABI Coordenação de Gestão de Parques e Biodiversidade
CMDRSS Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Solidário e Sustentável
COOPERAPAS Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa da Região Sul
CONGETUR Conselho Gestor do Polo de Ecoturismo
CR Litoral Sudeste Coordenação Regional Litoral Sudeste CSA Comunidade que Sustenta a Agricultura
CTL Coordenadoria Técnica Local CTI Centro de Trabalho Indigenista
DAA Departamento de Agricultura e Abastecimento
EESC/USP
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FSP/USP Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
FUNAI Fundação Nacional do Índio
GEOINFO Coordenadoria de Produção e Análise de Informação
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GLOCULL Globally and Locally sustainable food-water-
energy innovation in Urban Living Labs IBPA Índice de Boas Práticas Agroambientais IDEC Instituto de Defesa do Consumidor MUDA Movimento Urbano de Agroecologia PDE Plano Diretor Estratégico PGTA Plano de Gestão Territorial e Ambiental PMSP Prefeitura do Município de São Paulo Projeto LoP Projeto Ligue os Pontos
SAA Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
SABESP Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo SEHAB Secretaria Municipal de Habitação SEL Secretaria Municipal de Licenciamento SisRural Sistema de Assistência Rural e Ambiental
SMADS Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
SMDET Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Econômico e Trabalho SMDU Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano SMPED Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência SMSB Secretaria Municipal de Subprefeituras SMTUR Secretaria Municipal de Turismo
SMUL Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento
SPUrbanismo São Paulo Urbanismo SVMA Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente TI Terra Indígena UD Unidade Demonstrativa
UMAPAZ Universidade Livre do Meio Ambiente e Cultura de Paz
UPA Unidade de Produção Agropecuária USP Universidade de São Paulo ZR Zona Rural
1. INTRODUÇÃO 1.1 Objetivo do relatório O objetivo do presente relatório é apresentar as ações desenvolvidas na Fase 2 do Projeto Ligue os Pontos – LoP, compreendendo o período de junho de 2019 a junho de 2020 e que tem como principais destaques: o aprimoramento da governança do Projeto; sua escalada, com a ampliação das ações desenvolvidas e do número de beneficiados (agricultores), quando comparados à sua fase anterior (Fase 1)1. Busca, ainda, discutir os avanços, bem como os desafios enfrentados, em especial, pelos impactos gerados pela pandemia do Covid-19, a partir de março de 2020. 1.2 O Projeto Ligue os Pontos – LoP O Plano Diretor Estratégico – PDE2, aprovado em 2014, incorporou novos paradigmas que buscam conciliar o desenvolvimento econômico, o ordenamento e a transformação territorial, o cumprimento da função social da cidade e a preservação, conservação e recuperação ambiental. Nesse contexto, o Projeto LoP foi concebido pela Prefeitura de São Paulo – PMSP, tendo como área de atuação a Zona Rural Sul, reconhecendo a necessidade de que as diferentes políticas públicas e intervenções atuantes nesse território fossem conectadas. O seu principal objetivo é a promoção da sustentabilidade socioambiental dessa região, Área de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRM, por meio do fortalecimento de atividades econômicas compatíveis com a preservação ambiental, com destaque para a agricultura familiar de matriz agroecológica. Em 2016, o Projeto foi inscrito no concurso promovido pela Bloomberg Philanthropies – BP, o “Mayors Challenge 2016 – Government Innovation Program”. 1A Fase 1, desenvolvida entre janeiro de 2018 a maio de 2019, teve como objetivo testar hipóteses, corrigir falhas e rever estratégias e trabalhou com um número menor de beneficiados. Maiores detalhes podem ser acessados na publicação: PROJETO LIGUE OS PONTOS - Relatório da Fase 1, disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wpcontent/uploads/2019/01/RELAT%C3%93RIO_SITE_PTBR.pdf 2 Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014.
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Esse prêmio é uma competição de inovação em cidades, em que as ideias propostas pelos participantes devem ser criativas e inovadoras, adotando uma nova abordagem para solucionar um ou mais problemas da cidade. São Paulo foi a grande vencedora, sendo ainda premiadas outras quatro cidades latino-americanas: Santiago, Guadalajara, Bogotá e Medellín.
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1. Recorte Temporal da Fase 2 Ainda que o prêmio Mayors Challenge tenha sido outorgado à cidade em novembro de 2016, a implementação efetiva do Projeto LoP só se deu a partir de janeiro de 2018, com o desenvolvimento da Fase 1, em escala piloto. O ano anterior (2017) foi destinado à estruturação e planejamento das ações do Projeto, bem como para a resolução de questões institucionais entre a PMSP,a BP,outorgante do prêmio financiadora do Projeto e a entidade escolhida por ela para desempenhar papel de agente financeiro executor dos recursos financeiros, a Vital Strategies – VS e seu escritório no Brasil3. A Fase 2 tem início com a reestruturação na coordenação e gestão do Projeto e ampliação da equipe de campo, que foi desenvolvida entre junho de 2019 a junho de 2020. Atualmente, o Projeto se encontra na Fase 3 de sua implementação, com o término do financiamento pela BP previsto para março de 2021. 2.2. Estrutura de Governança do Projeto Para que a implementação do projeto LoP seja efetiva há a necessidade da articulação de um grande número de atores, tanto externos como internos à Prefeitura de São Paulo, demandando uma estrutura de governança que funcione, na qual as atribuições e responsabilidades de todos os envolvidos estejam claramente definidas. O primeiro nível de articulação se dá entre a cidade de São Paulo, representada pela PMSP(propositora do Projeto LoP) e três atores externos: a Bloomberg Philanthropies (outorgante do prêmio), a Vital Strategies, agente financeiro do prêmio, e a Delivery Associates, consultora de implementação de projetos. Essas duas últimas instituições são contratadas pela BP para ajudá-la na implementação do prêmio Mayors Challenge nas cidades vencedoras.
3 Em novembro de 2017, foi firmado o Acordo de Colaboração entre a PMSP e o escritório da VS no Brasil, no qual se encontram definidas as regras e as competências de cada uma das partes, bem como os compromissos mútuo
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A articulação entre os atores internos à PMSP também demanda uma estrutura de governança que garanta o diálogo e o trabalho conjunto entre as diversas secretarias e órgãos municipais, além da participação direta do Prefeito, no acompanhamento das metas e resultados alcançados. Na fase anterior do projeto (Fase 1) ocorreram problemas nesta articulação, demandando correções para a Fase 2 do projeto. É importante pontuar, ainda, as mudanças ocorridas no início do ano de 2019 na direção e na estrutura da SMDU (antiga SMUL), responsável pela coordenação geral do projeto. Nessa reestruturação administrativa, a SMDU retomou suas atribuições originais, focadas no planejamento urbano da cidade4, o que contribuiu para que, entre as ações e projetos prioritários da pasta, o Projeto LoP passasse a ter um maior destaque. Também houve a troca na coordenação geral e na gestão do projeto. Estas alterações, somadas à necessidade de corrigir “fraquezas” identificadas na fase anterior, resultaram em uma nova proposta na estrutura de governança do Projeto LoP.
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Foi criado o “Comitê de Governança do LoP”, coordenado pelo Gabinete do Prefeito e composto por representantes dos Gabinetes de SMDU, SMDET, SVMA e SMSB (secretários, secretários adjuntos e/ou chefes de gabinete). Esse comitê realiza reuniões mensais, nas quais são feitas avaliações quanto ao cumprimento das metas e outros assuntos afetos ao projeto e que demandam decisões da Superior Administração. 2.3. Organização das Frentes de Projeto Ainda que as ações previstas para o projeto se articulem e se relacionem entre si, nas Fases 1 e 2, as mesmas foram divididas e organizadas em três grandes frentes de ação: a) Fortalecimento da Agricultura; b) Cadeia de Valor da Agricultura Local; e c) Dados e Evidências.
a) Fortalecimento da Agricultura
b) Cadeia de Valor da Agricultura Local
c) Dados e Evidências Deve ser considerado que, desde a concepção do projeto, já eram conhecidas as principais características, especificidades e demandas da atividade da
agricultura na Zona Rural Sul5 e, portanto, detectada a necessidade de que o Projeto fosse planejado e implementado um conjunto robusto de ações voltado para essa atividade. 4 Leis número 16.974, de 23 de agosto de 2018 e número 17.068, de 19 de fevereiro de 2019.
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Essas ações devem, por um lado, minimizar os problemas existentes, que em geral são estruturais e de solução complexa, e, por outro, amplificar as potencialidades da agricultura, consolidando-a na região como uma atividade sustentável em todas as dimensões (ambiental, social, econômica, cultural e temporal). Assim como na Fase 1, que teve um caráter de piloto, na Fase 2, a frente de ação Fortalecimento da Agricultura se configurou como o “core” do projeto, para a qual foram propostas mais ações, ampliou-se o número de técnicos em campo, bem como destinou-se um volume superior de recursos6. O público-alvo foi o de agricultores, propondo-se, para essa fase, o atendimento de 150 agricultores, entre os mais de 500 existentes na região. As ações desta frente, que contou com a parceria SMSB, por intermédio da CAE/Parelheiros, foram focadas na assistência técnica – ATER – com técnicos em campo trabalhando diretamente com as demandas e carências desses agricultores, buscando o engajamento deles para a adoção de práticas mais sustentáveis em suas propriedades, em especial, para a transição agroecológica. A segunda frente de ação Cadeia de Valor da Agricultura contou com a parceria da SMDET, por intermédio da ADESAMPA, e teve como foco o incentivo ao empreendedorismo, mediante ações de capacitação, pré-aceleração e aceleração de negócios. O universo dos beneficiados foi ampliado, ou seja, envolvendo não apenas os agricultores, mas também pequenos empreendedores da região ou mesmo pessoas com interesse em iniciar um negócio, na cadeia da agricultura. Foram adotadas estratégias e metodologias já utilizadas pela ADESAMPA, com adaptações necessárias para adequá-las à realidade dessa região. 5 Para a obtenção de informações mais atualizadas e completas foi realizado, no âmbito do Projeto, o Cadastramento das UPAS da zona rural Sul, cujas informações se encontram na plataforma GEOSAMPA. Disponível em: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_ SBC.aspx. Acesso em: 16 nov. 2020. 6 Quando computados, além dos custos das ações propostas, também os custos de pessoal envolvido nas ações desta frente e a infra estrutura disponibilizada para os trabalhos em campo (como por exemplo, os veículos para as visitas nas propriedades, no âmbito da ATER).
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A frente de ação Dados e Evidências teve como estratégia a implementação de ações que buscasse superar o déficit de informações atualizadas e desagregadas, por meio da coleta, sistematização e disponibilização de novos dados da zona rural Sul da cidade, mediante o cadastramento das UPAS e a elaboração de uma inédita cartografia temática, em escala de detalhe e com levantamento das roças Guarani existentes na TI Tenondé-Porã.
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2.4. Metas e Indicadores A cada fase de desenvolvimento do projeto, a cidade, com apoio da Delivery Associates – DA7– propõe um conjunto de indicadores para avaliar e monitorar o sucesso das ações propostas nesta fase, bem como metas a serem alcançadas no período. Essas metas são pactuadas entre a cidade e a Bloomberg Philanthropies. Para a Fase 2 (período entre junho de 2019 a junho de 2020) foram propostos os seguintes indicadores, com as respectivas metas para o período:
7 Instituição contratada pela Bloomberg Philanthropies, para o acompanhamento da implementação dos projetos das cidades contempladas pelo prêmio Mayors Challenge.
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Meta incremento médio de
1,0 ponto no índice
(de 4,3 para 5,3)
incremento de + 20
agricultores em transição
agroecológica ou orgânica
incremento médio de
+ 1 canal de
comercialização
500 registros
Indicador melhoria no índice de boas
práticas agrícolas
(índice de 0 a 10)
número de agricultores em
transição agroecológica
ou orgânica
número médio de canais de
comercialização dos agricultores
número de atores
registrados na
plataforma Sampa+Rural
Frente Fortalecimento da Agricultura Cadeia de Valor
3. FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA Frente de Ação Fortalecimento da Agricultura Nesta frente de ação foram desenvolvidas 11 ações, e a maioria delas teve sua implementação concluída na Fase 2, mas com continuidade na Fase 3, em andamento. Desse total, 3 ações foram iniciadas, mas não implementadas em sua totalidade. Destaca-se que a pandemia de Covid-19 e as restrições impostas pelo isolamento social tiveram forte impacto no desenvolvimento das ações desta frente. Fortalecimento da Agricultura.
Ação 1. Ampliação da ATER aos agricultores Data de início e duração Junho de 2019. É ação contínua do projeto (houve interrupção do atendimento presencial, a partir de março de 2020, por conta da pandemia de Covid-19). Parcerias SMSB/CAE Parelheiros. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Beneficiados 178 agricultores firmaram termo de adesão ao projeto e 160 atendidos com regularidade. Descrição A ATER individualizada é uma ação estruturante do projeto, já que por meio do atendimento direto ao agricultor estreitam-se as relações de confiança, contribuindo para maior engajamento dos agricultores, beneficiários de grande parte das ações realizadas no âmbito do projeto. Foi iniciada na Fase 1 e consiste na realização de visitas regulares dos técnicos às propriedades rurais, e que, pelo contato direto e diálogo com o agricultor, são reconhecidas suas demandas técnicas e produtivas com fornecimento de orientações quanto às
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boas práticas agropecuárias. Na fase 2, a equipe técnica do Projeto LoP foi ampliada, e com a coordenação da CAE/Parelheiros, o número de atendimentos foi ampliado para 160 agricultores. O aumento do atendimento se deu pela prospecção de novos interessados, sendo realizados seis eventos locais, para a divulgação do projeto. Para ser considerado um agricultor atendido, ele deve assinar um Termo de Adesão ao projeto e utilizando as ferramentas de ATER do cadastro e do checklist, o técnico extensionista avalia o quanto o agricultor utiliza boas práticas agrícolas em sua propriedade.
Ação 2. Ferramentas de ATER: aplicação de checklists e cadernos de campo Data de início e duração Junho de 2019. É ação contínua do projeto. Parcerias SMSB/DAA/CAE Parelheiros. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros
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Beneficiados
160 agricultores atendidos (318 checklists aplicados e registro de 818 cadernos de campo). Descrição O checklist foi concebido pelo Projeto LoP como uma ferramenta de ATER e consiste em questionário com 49 perguntas que avalia a adoção de boas práticas agroambientais e a capacidade produtiva do agricultor e de sua propriedade, em um índice que varia de 0 a 10. Foi elaborado a partir do checklist utilizado pelo Protocolo de Transição Agroecológica do Governo do Estado de São Paulo, com adequações para que pudesse ser aplicado também em propriedades com produção convencional. Além de orientar o atendimento individualizado ao agricultor, o conjunto de dados consolidados, a partir dos checklists, permitiram a identificação de problemas comuns e o planejamento de ações orientadas pelos dados. O caderno de campo, também proposto como ferramenta de ATER, é o registro das visitas de campo feitas pelos técnicos, com informações qualitativas dos principais problemas do agricultor, coleta de fotos e as recomendações técnicas dadas. Ambas ferramentas foram pensadas para que a ATER pudesse ter uma coleta de dados sistematizada e constantemente atualizada, fornecendo as bases para o desenvolvimento do SisRural – Sistema de Assistência Rural e Ambiental.
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Ação 3. Transição agroecológica e certificação orgânica Data de início e duração Junho de 2019. É ação contínua do projeto. Parcerias SAA-GESP, por intermédio da equipe do Protocolo de Transição Agroecológica, IBD Certificações Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Beneficiados 60 agricultores (36 com certificação orgânica e 24 com Protocolo de Transição Agroecológica) Descrição A zona rural Sul abriga área de proteção ambiental e mananciais produtores de água, além de estar próxima ao maior mercado consumidor de orgânicos do país. Esses fatores determinaram como diretriz da ATER a transição para a agricultura orgânica e agroecológica. O atendimento técnico focou no acompanhamento de todos os agricultores orgânicos já existentes, bem como propiciou o processo de transição e certificação a novos agricultores. Foi organizada a criação do Grupo Orgânico Parelheiros-Embura, que certificou 13 agricultores pela IBD Certificações. Além disso, por intermédio do projeto, outros 13 agricultores aderiram ao Protocolo de Transição Agroecológica.
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Ação 4. Ferramentas de ATER: Amostragem/análise de solo e orientações corretivas Data de início e duração Setembro de 2019 a junho de 2020, com continuidade prevista na Fase 3. Parcerias SMSB/CAE/Parelheiros. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Contratados Laboratório de análise IAC - Instituto Agronômico de Campinas Beneficiados 107 produtores beneficiados (268 amostras de solo coletadas e analisadas). Descrição Consiste em campanha de amostragem de solo e análise química para avaliação da fertilidade dos solos das propriedades rurais atendidas pelo projeto, sem custos para os agricultores. As amostras foram coletadas pelos técnicos do projeto, em propriedades atendidas, nos talhões com cultivo ou em pousio, com intenção de cultivo futuro. As amostras foram encaminhadas para análise laboratorial e após a emissão do laudo, foi realizada a recomendação técnica individual para a correção de solo. O projeto LoP disponibilizou calcário para a correção química (calagem), com o apoio da Patrulha Agroecológica, da CAE/Parelheiros.
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Ação 5. ferramentas de ATER: insumos e técnicas demonstrativas Data de início e duração Outubro de 2019 a junho de 2020, com continuidade prevista na Fase 3. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Beneficiados 128 produtores beneficiados com a doação de insumos e a aplicação de técnicas demonstrativas (uso de plasticultura e técnicas de irrigação). Descrição A aquisição e distribuição de insumos foram utilizadas para a demonstração de práticas aos agricultores, dentro de suas propriedades. Para agricultores convencionais e em transição, foram criadas áreas de manejo com a aplicação de insumos, como calcário dolomítico, farinha de osso, sulfato de potássio, termofosfato, torta de mamona, composto orgânico e adubação verde (uso de plantas leguminosas, como a lablab, feijão-de-porco, crotalária, entre outras). Além disso, foram implantados canteiros modelo, com a aplicação de técnicas para a melhoria da produção, com a distribuição de plasticultura (mulching, filme plástico para estufa, filme plástico e para túnel leitoso), fita de gotejamento e registro gotejado.
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Ação 6. Ferramentas de ATER: capacitações e visitas técnicas Data de início e duração 28/10/2019 (curso de capacitação), 13/2/2020 (visita técnica), 10/3/2020 (curso para agricultores) Parcerias SMSB/CAE/Parelheiros Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Contratados Transporte Beneficiados 76 produtores, técnicos do Projeto LoP e técnicos da CAE/Parelheiros (capacitação) Descrição ATER se caracteriza como um processo de aprendizado e troca mútua de experiências entre o técnico extensionista e o agricultor. Entre as inúmeras ferramentas utilizadas, tem-se o uso de atividades coletivas, unindo diversos agricultores em uma mesma atividade, em que há o aprendizado e a troca de experiências de boas práticas e/ou inovações. Na Fase 2 foram promovidas pelo projeto LoP: uma visita técnica ao Sítio Yamaguishi, na cidade de Jaguariúna-SP, para que os agricultores atendidos e técnicos de campo do projeto e da CAE pudessem conhecer a produção orgânica de ovos (45 participantes) e um curso: Cultivo e manejo de morango orgânico, reunindo também técnicos e agricultores, em uma aula teórica e uma aula prática realizada no sítio de uma produtora de Parelheiros (31 participantes). Considerando ainda a importância da capacitação para os técnicos que atuam na ATER, o Projeto LoP custeou o curso Projetos de Sistemas de Irrigação, realizado nas cidades de Brasília-DF e Viçosa – MG, para dois técnicos da SMSB/CAE (agron. Cristiano Mendes e Aline Dias).
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Ação 7. Desenho conceitual e início de desenvolvimento do Sistema de Assistência Técnica e Extensão Rural e Ambiental – SisRural
Data de início e duração Desenho conceitual do sistema e contratação: julho de 2019. Início do desenvolvimento: novembro de 2019, totalizando até a presente data 15 meses Parcerias SMSUB, SVMA, SAA/GESP e equipes Protocolo de Boas Práticas e Protocolo de Transição Agroecológica. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe da empresa contratada Contratados Empresa desenvolvedora - BASE Tecnologia da Informação Ltda. Beneficiados Mais de 500 agricultores da cidade de São Paulo elegíveis para a ATER, agricultores do Estado de São Paulo atendidos pela SAA e municípios conveniados. Técnicos de ATER da cidade e do estado de São Paulo. Equipe
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das políticas do Protocolo de Transição Agroecológica, Protocolo de Boas Práticas e PSA, e demais interessados em replicar esta ferramenta. Descrição Esta ação consiste no desenvolvimento do SisRural - Sistema de Assistência Técnica e Extensão Rural e Ambiental. Este sistema visa apoiar políticas públicas de desenvolvimento rural sustentável e de preservação ambiental, oferecendo ferramenta de consulta e coleta de dados em campo, aplicação de formulários customizáveis e acompanhamento de planos de ação. É um instrumento de trabalho para utilização por técnicos autorizados, por conter dados pessoais e de uso exclusivo das políticas públicas a que se destinam. O SisRural visa suprir a lacuna de informações sistematizadas na ATER municipal, proporcionando a coleta, análise e tomada de decisão baseada em dados, além de ser o repositório oficial do cadastro de produtores e UPAs da cidade. Foi desenhado de forma flexível para uso simultâneo de políticas e projetos, sobre um prontuário único de agricultores e construído junto a parceiros do Governo do Estado que operam políticas de transição agroecológica e boas práticas agropecuárias, apontando para a replicabilidade deste sistema em outros municípios. Pode operar online e offline, por meio da web e aplicativo para uso em campo. A ferramenta usa código aberto e está disponível para replicação por outros entes interessados.
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Ação 8. Definição das Unidades Demonstrativas – UDs Data de início e duração Início postergado para fase 3, por conta da pandemia. Parcerias SMSUB/CAE/Parelheiros. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Beneficiados Agricultores a serem selecionados para receber as UDs que servirão como modelo a futuros produtores interessados. Descrição As UDs consistem em uma das ferramentas de ATER, e são sistemas modelo de práticas agropecuárias, com o objetivo de viabilizar a transferência de tecnologia em uma comunidade de produtores rurais. A instalação das UDs, prevista para a Fase 3, se dará em propriedades de agricultores da região,
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selecionados a partir de uma chamada pública. Essas propriedades devem estar abertas para dias de campo e visitação agendada de outros produtores, que poderão ver na prática os resultados do pacote tecnológico. Técnicas a serem implementadas na Fase 3:
● captação de água de chuva; ● fungicultura; ● irrigação com energia solar; ● criação de galinhas caipiras; e ● galpão de armazenamento de insumos e defensivos agrícolas.
Ação 9. Projeto e contratação do Galpão de Insumos Data de início e duração Fevereiro de 2020 Parcerias SMSUB, por intermédio da Subprefeitura de Parelheiros e da CAE/Parelheiros Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros Descrição O galpão em construção servirá como espaço para armazenamento de equipamentos e insumos adquiridos pela CAE/Parelheiros, servindo ainda como espaço de cobertura da Patrulha Agroecológica Mecanizada, conjunto de maquinários da Prefeitura para ações de preparo de solo nas propriedades agrícolas.
Ação 10. Melhorias físicas na CAE/Parelheiros Data de início e duração Dezembro 2019 a Março 2021 Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe CAE Parelheiros
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Beneficiados Equipe CAE e demais munícipes que utilizam a CAE. Descrição Ações de melhoria na Casa de Agricultura Ecológica de Parelheiros, que apresentava danos físicos e carência de mobiliário adequado às condições de trabalho, proporcionando ergonomia à equipe técnica que está alocada na CAE, e melhor atendimento ao agricultor. Foram adquiridos mobiliários como: mesas de reunião com cadeiras, escrivaninhas e fichários, armário para arquivos de documentos, armários para materiais diretos. Além de enxoval de cozinha.
Ação 11. Implementação do instrumento PSA Data de início e duração Setembro de 2019. Ação ainda em andamento Parcerias SVMA Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe SVMA Contratados Consultoria do Instituto Terra Mater para apoio na elaboração do PMSA Beneficiados 35 proprietários rurais (no primeiro edital FEMA, com um valor total de R$ 1.020.000,00). Posteriormente, com a consolidação do programa de PSA (PSampa) e a publicação de novos editais do FEMA, há previsão de centenas de beneficiados Descrição O PSA é um dos principais instrumentos da política ambiental, que passa a adotar o princípio do provedor-recebedor ou protetor- recebedor. Trata-se de um instrumento que prevê contrapartidas (compensações) financeiras ou não àqueles que produzem ou mantêm os serviços ecossistêmicos ou ambientais prestados pela Natureza, como produção de água, alimentos saudáveis, regulação climática, polinização, entre outros. No caso de São Paulo, esse
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instrumento foi previsto no PDE, em 2014, inclusive para remunerar agricultores que adotassem a transição agroecológica e a produção orgânica. Decorridos cinco anos da aprovação do PDE, os instrumentos e normativas necessários para que a SVMA, por meio de seu fundo ambiental, o FEMA, pudesse implementar esse instrumento, ainda não tinham sido elaborados. Com o apoio do Projeto LoP, foi contratada uma consultoria especializada que, em conjunto com técnicos da SVMA e do projeto, criou o plano PMSA (aprovado no CADES, em dezembro de 2019). Também em conjunto com a SVMA foram elaboradas:
● Minuta de decreto regulamentador do programa de PSA na cidade – o PSampa, que aguarda assinatura do Prefeito e publicação em DOC;
● Minuta de edital do FEMA, para que possam ser selecionados os primeiros beneficiados, incluindo entre eles, os agricultores da zona rural Sul que adotam boas práticas e a transição agroecológica, e que preservem áreas florestadas. (edital aprovado pelo CONFEMA, em julho de 2020).
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4. CADEIA DE VALOR Frente de Ação Cadeia de Valor Nesta frente de ação foram desenvolvidas 7 ações, e a maioria delas teve continuidade na Fase 3, em andamento, sendo, no entanto, impactadas pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Ação 1. Cursos de capacitação empreendedora Data de início e duração Agosto a novembro de 2019. Parcerias SMDET, por meio da ADESAMPA e SMSB/CAE/Parelheiros. Também contou com o apoio do SEBRAE para palestras. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos, equipe ADESAMPA e consultorias contratadas Beneficiados 206 empreendedores participantes, 5 facilitadores contratados e 33 participantes em palestras sobre MEI. Descrição Pensando na capacitação do produtor rural e de pequenos empreendedores da zona rural Sul para gestão do negócio, público- alvo, concorrência, marketing, finanças, entre outros temas, foi realizada uma série de cursos utilizando as metodologias Fábrica de Negócios (quatro turmas finalizadas) e “The Studio” (quatro turmas finalizadas e uma paralisada por conta da pandemia), voltadas a pessoas que querem empreender ou já empreendem, mas com dificuldades. Os cursos foram planejados para atender 30 pessoas por turma. Também foram realizadas duas palestras voltadas ao MEI, em parceria com o SEBRAE.
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Ação 2. Pré-aceleração e aceleração Data de início e duração Dezembro de 2019 a julho de 2020. Parcerias SMDET, por meio da ADESAMPA e CAE/Parelheiros. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos, equipe ADESAMPA e consultorias contratadas Beneficiados 18 negócios pré-acelerados em duas oficinas. 8 negócios acelerados, envolvendo aproximadamente 52 pessoas e a equipe de 5 contratados para execução das atividades.
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Descrição Execução de oficinas com repasse de conteúdo aprofundado (aceleração) em gestão de negócios e elaboração de projetos (pré-aceleração), com assessorias individuais para cada empreendedor acelerado e mentorias com empreendedores especialistas e experientes no mercado. Com os empreendedores acelerados, também foi trabalhado como otimizar de forma mais eficiente seus produtos e serviços e inseri-los no mercado. Para acelerar os 8 negócios, o projeto aportou R$35.000 em cada um deles.
Ação 3. Implantação de coworking público – Espaço Teia em Parelheiros Data de início e duração Fevereiro de 2020 e ainda em execução. Parcerias SMDET, por intermédio da ADESAMPA e SVMA
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Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos, equipe ADESAMPA Beneficiados 551 pessoas de forma direta, e demais munícipes interessados em empreendedorismo, ou apenas em usar o espaço de coworking público e gratuito. Descrição Implantação de um espaço de trabalho colaborativo (coworking), espaço com infraestrutura física, que disponibiliza cadeiras, mesas, computadores com acesso a internet, sala de aula e de reunião, implantado no Parque Municipal Nascentes do Ribeirão Colônia. O espaço possibilita a troca de conhecimentos, cursos, reuniões de trabalho, negociações, entre outras ações. Durante a sua execução, trabalham no local uma equipe gestora que coordena as atividades e presta atendimento especializado e voltado ao empreendedorismo a diversas pessoas da região.
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Ação 4. Plataforma Sampa+Rural Data de início e duração Julho de 2019. Ação em andamento Parcerias CMDRSS, GeoSampa/SMDU, IDEC, SMTUR, MudaSP, Instituto Kairós, SMPED Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Contratados Empresa desenvolvedora - Jurema Consultoria e Serviços Ltda. Beneficiados Mais de 2.000 atores mapeados na plataforma. Descrição Sampa+Rural é uma plataforma on-line pública e colaborativa para conectar os diversos atores relacionados à agricultura local sustentável e às zonas rurais paulistanas. Reúne informações sobre produção agrícola familiar, orgânica, de base agroecológica; segurança alimentar e nutricional; abastecimento; comércio justo; economia solidária; consumo responsável; preservação de mananciais e do meio ambiente na cidade. Além de quem produz – nas zonas rurais, em hortas urbanas e aldeias Guarani –, a Sampa+Rural reúne informações de quem comercializa – comércios parceiros da produção local e parceiros de orgânicos, feiras livres convencionais e orgânicas, grupos de consumo responsável (CSA), entrega de orgânicos, restaurantes com ingredientes orgânicos e serviços para a agricultura – facilitando a conexão entre eles e estimulando novos negócios. A plataforma também traz outras informações para o público em geral, como os pontos de turismo e vivência rural dos Pólos de Ecoturismo da cidade e iniciativas da sociedade civil e políticas públicas ligadas a esses territórios e temas. Foi concebida com a contribuição de diversos atores, órgãos e iniciativas e reúne, de maneira inédita, grande quantidade de dados, todos disponíveis para download. Além disso, a plataforma foi desenvolvida em código aberto, podendo ser replicada por outras cidades brasileiras ou de outros países.
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Ação 5. Comunidade que Sustenta a Agricultura – CSA Martinelli Data de início e duração Março de 2020. Ação em andamento Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Beneficiados Casal de agricultores que produz e fornece os produtos (Fabiana e Marcelo Yoneyama), 54 servidores do Condomínio Martinelli (SMDU – SPUrbanismo – SEHAB – SEL – SMSUB) e COOPERAPAS. Descrição Ação piloto do Programa “Comunidade que Sustenta a Agricultura"- CSA para testar esse tipo de iniciativa como grupo de consumo baseado nos conceitos de Circuito curto de comercialização. O nome “CSA Martinelli” se deu ao fato da iniciativa ser testada com trabalhadores do edifício Martinelli, onde a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, coordenadora do Projeto Ligue os Pontos, está instalada.
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Ação 6. Implantação da Escola de Agroecologia Data de início e duração Março de 2019 até março de 2020. Parcerias SVMA, SMDET, por intermédio da Fundação Paulistana e ADESAMPA, SMSUB/CAE-Parelheiros, SMDU. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Beneficiados População em geral, especialmente os produtores da região. Descrição A ação desenvolvida em parceria com diversas secretarias objetiva a promoção de capacitações na temática da agroecologia, abordando as suas diversas dimensões, em um espaço físico específico, localizado na sede do Parque Municipal Nascentes do Ribeirão Colônia, localizado em Parelheiros. Esse espaço se destina aos produtores rurais e demais agentes da cadeia da agricultura, bem como para jovens e moradores da zona rural Sul ou que tenham interesse nessa temática e nas demais ações de desenvolvimento sustentável para a região.
Para a estruturação desse espaço foi editada a Portaria Conjunta nº 001/2019 das SVMA/SMUL/SMDE, que criou o Grupo Técnico para a implantação da Escola de Agroecologia, constituído por 12 servidores municipais e membros da sociedade civil (SEI 6027.2018/0001463-9).
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Ação 7. Pilotos de agroturismo pedagógico Data de início e duração Dezembro de 2019 a julho de 2020. Parcerias SVMA, SMDET, por intermédio da Fundação Paulistana e ADESAMPA, SMSUB/CAE-Parelheiros, SMDU. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Beneficiados 08 propriedades e algumas turmas de escolas públicas e particulares Descrição Foram realizados três pilotos para subsidiar o desenvolvimento do agroturismo pedagógico com base comunitária no território. Nesses pilotos, turmas de escolas da rede particular e pública (SME) visitaram sítios que já recebem ou que têm o interesse de receber visitas escolares. Essas visitas proporcionam a
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possibilidade de um ensino lúdico sobre temas como manejo orgânico e convencional, o cuidado do solo, o dia a dia do agricultor e a identificação e colheita de verduras, que é parte do almoço servido nos passeios. Além disso, em um dos pilotos realizou-se a visita ao Parque Natural Municipal do Itaim (SVMA), onde os alunos puderam conhecer uma área de reflorestamento, fazer caminhada na mata e plantar árvores.
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5. DADOS E EVIDÊNCIAS Frente de Ação Dados e Evidências Nesta frente de ação foram desenvolvidas 11 ações, sendo 8 delas iniciadas e finalizadas no período. Das 3 outras ações que integram esta frente, 2 estão sendo finalizadas na Fase 3 e 1 ação,a que trata do levantamento florístico na TI Tenondé–Porã, encontra-se paralisada por conta das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, em especial, quanto ao acesso à referida TI e sua comunidade guarani.
Ação 1. Cadastro das UPAs Data de início e duração
Outubro de 2018 a abril de 2019 – 6 meses Parcerias SVMA, SMDET, por intermédio da ADESAMPA, SMSB/CAE/Parelheiros, SME, SMS, SMADS e COOPERAPAS. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Contratados CEBRAP - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento Beneficiados 1.692 propriedades rurais/agricultores arrolados e 427 UPAs cadastradas, além dos 10 cadastradores contratados. Descrição O cadastro das UPAs da zona Sul da cidade de São Paulo integra o conjunto de ações que vem sendo realizado pelo projeto, desde sua fase inicial, visando constituir uma base de dados atualizada, com informações georreferenciadas. Teve como objetivo coletar e reunir dados atualizados do território da zona rural Sul da cidade, incluindo informações fundiárias, socioeconômicas, das
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condições de trabalho e da produção agrícola, bem como da cadeia de valor da agricultura familiar local. Essa ação decorre da constatação feita pela equipe do Projeto LoP sobre a escassez de dados atualizados sobre o território paulistano, mesmo ele representando mais de um quarto da área total da cidade. Os seus resultados serviram de base para o planejamento das ações de ATER, além de constituir parte da base de dados que alimenta a Plataforma Sampa+Rural. Estão disponibilizadas também na plataforma GeoSampa, da PMSP, constituindo a primeira base de dados sobre o território rural paulistano, desenvolvida em código aberto e disponível para download.
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Ação 2. Reuniões devolutivas no território para apresentação dos resultados do cadastro Data de início e duração Agosto de 2019 a setembro de 2019. Parcerias SVMA, SMSB/CAE/Parelheiros, SME, SMS, SMADS. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Beneficiados Em torno de 150 participantes, com cerca de 50 agricultores. Descrição As reuniões consistiram na divulgação e discussão dos resultados do cadastro, assim como da apresentação do Projeto LoP e as formas de atendimento aos produtores rurais pelos técnicos do projeto, da CAE Parelheiros e da ADE-SAMPA, com a realização de seis encontros na região. Os locais das reuniões foram escolhidos visando facilitar a locomoção dos participantes e o envolvimento de atores locais e lideranças sociais, sendo: dois encontros em propriedades de agricultoras, um na sede da CAE/Parelheiros, um em uma Escola Estadual local e dois em entidades mantenedoras de serviços sociais, que inclusive recebem atendimento de ATER pelos técnicos do Projeto LoP. Ainda que esses encontros tenham tido baixa participação dos agricultores cadastrados, destaca-se a participação de lideranças dos produtores, entidades sociais locais, representantes de órgãos públicos e entidades que atuam na região, entre os quais: o representante do Sindicato Rural, o presidente e diretores da APRUPAR, presidente ediretores da COOPERAPAS, presidente da SOS Marsilac, representantes do CONGETUR, da AMTECI, da SAA/GESP, da CETESB, da SABESP,dos Conselhos Gestores das APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, de Universidades e de ONGs que atuam na região.
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Ação 3. Cartografia temática da zona rural Sul Data de início e duração Setembro de 2019 a março de 2020. Parcerias SVMA e SMDU, por intermédio do GEOINFO. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e comissão de recebimento e acompanhamento dos produtos do contrato Contratados Empresa GeoAmbiente - Geologia e Engenharia Ambiental Beneficiados Agricultores, técnicos de diversas áreas (ATER, meio ambiente, planejamento urbano), gestores públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição A cartografia temática da zona rural Sul integra o conjunto de ações que vêm sendo realizadas pelo projeto, desde sua fase inicial, visando constituir uma base de dados atualizada, com informações georreferenciadas. Devido à carência de informações cartográficas de detalhe dessa região foram elaboradas três cartas na escala 1 : 5.000:
● Carta de Uso e Ocupação do Solo; ● Carta de Áreas de Interesse Ambiental; ● Carta de Capacidade de Uso Agrícola.
Essas cartas resultam do mapeamento que utiliza imagens de satélite de alta resolução (adquiridas pelo projeto), técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto e trabalho de campo. O mapeamento além de fornecer um “retrato” atualizado do uso do solo na região, também mapeou as áreas de interesse e restrição ambiental (APPs do Código Florestal, remanescentes florestais do Bioma Mata Atlântica, áreas de várzea, entre outros) e as áreas mais aptas para uso agrícola. A descrição das metodologias utilizadas e os resultados obtidos serão disponibilizados em uma publicação específica que se encontra em elaboração na Fase 3. Os arquivos das cartas resultantes, em extensão de geoprocessamento, serão disponibilizados na Plataforma GeoSampa (Rural), na Fase 3 do projeto.
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Ação 4. Disponibilização de dados e nota técnica na Plataforma GeoSampa/Rural Data de início e duração Março de 2019 a junho de 2020. Ação em continuidade na Fase 3. Parcerias SMDU/GEOINFO. Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe GEOINFO Beneficiados Agricultores, técnicos de diversas áreas (ATER, meio ambiente, planejamento urbano), gestores públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição Disponibilização e criação da camada RURAL no Mapa Digital da Cidade – Plataforma GeoSampa. Os dados foram levantados a partir do cadastramento das UPAs, realizado pelo CEBRAP, em 2019 (Ação 3). Os dados disponibilizados consistem em base verificada, corrigida e selecionada, com objetivo de subsidiar a elaboração e/ou a implementação de políticas públicas, bem como disponibilizar dados atualizados a pesquisadores e ao público em geral. Além dos dados, foram disponibilizados os metadados8 e a Nota Técnica, que têm como objetivo descrever a metodologia utilizada para a realização do cadastro, orientar novos levantamentos e subsidiar a sua replicabilidade em outras cidades. 8 Metadado: corresponde ao dado do dado. O metadado tem como objetivo descrever a estrutura do conjunto de um dado principal, oferecer informação e descrição desse dado. No caso dos dados disponibilizados do cadastro das UPAS, o metadado consiste em conteúdo explicativo sobre a numeração das perguntas, assim como o conteúdo das perguntas que compuseram o questionário aplicado nas entrevistas para a coleta das informações desse cadastramento.
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Ação 5. Cadastro das roças Guarani na TI Tenondé–Porã Data de início e duração Outubro de 2019 a fevereiro de 2020 Parcerias Lideranças guaranis da TI Tenondé-Porã, FUNAI/CR, Litoral Sudeste e FUNAI/CTLSP Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Contratados CTI – Centro de Trabalho Indigenista Beneficiados Comunidade Guarani moradora da TI Tenondé-Porã na cidade de São Paulo (492 pessoas diretamente envolvidas no plantio e 1.390 moradores das seis
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aldeias), comunidade Guarani em geral, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição O cadastramento das roças Guarani integra o conjunto de ações que vem sendo realizado pelo projeto, desde sua fase inicial, visando constituir uma base de dados atualizada de todo o território rural da zona Sul de São Paulo, incluindo a área abrangida pela TI Tenondé Porã. Esse cadastro, com informações georreferenciadas, foi construído conjuntamente com os guaranis, sendo levantadas todas as roças atualmente cultivadas por essas comunidades, que vivem nas seis aldeias localizadas na porção paulistana da TI em questão. Também foram descritas todas as espécies plantadas nas roças, bem como as formas de plantio, predominantemente agroecológicas, demonstrando elevada agrobiodiversidade. A metodologia foi adaptada, a partir daquela utilizada para o cadastro das UPAs realizado pelo CEBRAP, de forma a incorporar e a respeitar o modo de vida do povo Guarani. Tem como objetivo contribuir para a articulação das políticas incidentes nesse território, em especial o seu PGTA, que está sendo construído, com planejamento de ações de preservação e valorização das tradições e formas de usos dos recursos naturais utilizados por essas comunidades. Pelo ineditismo desse cadastro, sua metodologia e resultados resultaram em uma publicação (Ação 10 desta frente de ação) finalizada na Fase 3 e que se encontra disponível em: https://ligueospontos.prefeitura.sp.gov.br/agricultura-familiar/cadastro-da-producao-agricola-guarani/.
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Ação 6. Levantamento florístico da TI Tenondé-Porã Data de início e duração Junho de 2019 a março de 2020. Paralisada em função da pandemia de Covid-19 Parcerias SVMA/ CGPABI/ Herbário Municipal Equipes responsáveis Equipe Ligue os Pontos e equipe do herbário municipal (SVMA/CGPABI) Beneficiados Comunidade Guarani moradora da TI Tenondé-Porã na cidade de São Paulo, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição Este levantamento integra o conjunto de ações que vem sendo realizado pelo projeto, desde sua fase inicial, visando constituir uma base de dados atualizada de todo o território rural da zona Sul de São Paulo, incluindo a área abrangida pela TI Tenondé-Porã. Possui duas etapas: a de campo, que consiste no levantamento de informações, coleta de amostras florísticas e registro fotográfico; e a etapa de “escritório”, na qual as amostras são preparadas e analisadas quanto às suas características morfológicas e identificadas. Toda a atividade é realizada pelos técnicos do Herbário Municipal (SVMA), que são acompanhados em campo por representantes da comunidade Guarani. A realização desse levantamento encontra-se atualmente paralisada devido às restrições da Covid-19. Sua importância reside no fato de que a TI Tenondé-Porã abrange um território de 15.969 hectares (municípios de São Paulo, São Bernardo, São Vicente e Mongaguá), para o qual se verifica a existência de uma grande lacuna de dados. As informações coletadas, além de passar a integrar o acervo do Herbário Municipal9, também beneficiarão a comunidade Guarani. Destaca-se ainda a troca de experiências entre saberes: o técnico-científico (do juruá) e o tradicional, Guarani, bem como o resgate dessas tradições, entre as gerações de guaranis. Os dados coletados e sistematizados também podem subsidiar ações de recuperação de áreas degradadas e de conservação de remanescentes do Bioma Mata Atlântica, bem como de indivíduos arbóreos isolados identificados nesse levantamento e que possuem relevância do ponto de vista ecológico e cultural (para os guaranis). Além do mais, constituem material de divulgação científica e de educação
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ambiental. Destaca-se, igualmente, o ineditismo desta ação, cujos resultados preliminares estão sendo consolidados em https://ligueospontos.prefeitura.sp.gov.br/agricultura-familiar/cadastro-da-producao-agricola-guarani/.
9 O Herbário Municipal é registrado internacionalmente sob a sigla PMSP e realiza intercâmbio de informações e amostras com herbários nacionais e estrangeiros. Em 2020 completou 35 anos de atividade.
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Ação 7. Informe Urbano número 45: Quem são os agricultores da zona Sul de
SP/Urban Reports Data de início e duração Dezembro de 2019 a maio de 2020. Parcerias SMDU/GEOINFO. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos e equipe GEOINFO Beneficiados Pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição Esta ação está baseada na série publicada pela SMDU, Informe Urbano, que traz a público, pela internet, análises sintéticas sobre um leque de temas variados, de interesse para a cidade de São Paulo. O estudo elaborado compõe a publicação Informe Urbano no 45, tendo como base os dados oriundos do cadastro das UPAs, elaborado pelo CEBRAP, no âmbito do projeto (Ação 1 desta frente de ação). Apresenta uma análise sobre os perfis de agricultores sul e das propriedades agrícolas existentes na zona Sul da cidade, utilizando o banco de dados disponibilizado no GeoSampa (Ação 4). Visando sua replicabilidade e disseminação, o estudo foi traduzido para o inglês.
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Ação 8. Participação no Projeto GLOCULL/USP/FAPESP Data de início e duração 2019 até a duração do GLOCULL. Parcerias FSP/USP, EESC/USP, CAE/Parelheiros e SVMA. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos e equipe do projeto GLOCULL Beneficiados Agricultores e demais moradores da área em estudo, pesquisadores e gestores públicos. Descrição Consiste em parceria e cooperação entre a SMDU/PMSP e a FSP/USP em parceria com a EESC/USP. O Projeto GLOCULL, conta com a participação de cidades de sete países (Áustria, Brasil, Alemanha, Holanda, África do Sul, Suécia e os Estados Unidos) e é financiado pelo consórcio Belmont Forum/ Fapesp e tem como principal objetivo desenvolver uma nova abordagem, propondo soluções inovadoras para os desafios, dentro do nexo água-energia-alimento, que sejam local e globalmente sustentáveis. No caso do estudo realizado na cidade de São Paulo, a pesquisa se propõe a avaliar os impactos do Projeto LoP, na região da Represa Billings, zona Sul da cidade, na tentativa de integrar questões relacionadas à manutenção de infraestrutura verde, produção agrícola sustentável e desenvolvimento social e econômico à luz da abordagem do nexo. Também há a proposição de indicadores de sustentabilidade para auxiliar essa análise.
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Ação 9. Coleta e consolidação de dados sobre a atividade da agricultura e cadeia de valor visando a alimentação das plataformas Sampa+Rural e SisRural
Data de início e duração Janeiro de 2019 até a presente data. Atividade em continuidade na Fase 3. Parcerias FIDEC, Instituto Kairós, Muda SP, Universitat Bonn. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Contratados 2 Consultores para o levantamento de dados
Beneficiados Munícipes em geral. Descrição Na Fase 2, como parte da implantação das plataformas do SisRural e da Sampa+Rural, houve um esforço de coleta, atualização e consolidação de informações, com o objetivo de se obter uma base consistente de dados referentes não só aos agricultores de toda a cidade, mas também de outros atores ligado às temáticas contempladas na Sampa+Rural.
1. Para alimentação da plataforma SisRural: foram consolidados em uma base única: a) os dados provenientes do Cadastro das UPAs da zona Sul, realizado em 2019 pelo CEBRAP (Ação 1 desta frente), e b) os dados levantados em campo pelos técnicos,nas rotinas de ATER (do CAE e do Projeto LoP). Para as zonas Leste, Norte e Oeste da cidade foram unificadas diversas bases de dados: levantamento contratado pelo projeto para a Sampa+Rural, dados de ATER levantados pela CAE Leste, e c) dados obtidos por pesquisadora de doutorado da Universitat Bonn – Alemanha (disponibilizados por meio de parceria com o projeto).
2. Para a alimentação da plataforma Sampa+Rural, foi atualizado e
complementado o levantamento já elaborado pelo MUDA, relativo às hortas urbanas da cidade, às iniciativas da sociedade civil e às políticas
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públicas relacionadas à agricultura e à segurança alimentar. Os dados de mercados, feiras e outros estabelecimentos de venda de produtos orgânicos da cidade disponibilizados na plataforma Mapa de Feiras Orgânicas, do IDEC, foram atualizados e complementados com novos locais. Também estão sendo atualizados os restaurantes que servem alimentos preparados com ingredientes orgânicos, a partir de um levantamento realizado pelo Kairós. Nesse esforço, também estão sendo reunidas informações sobre as aldeias Guarani da cidade, serviços para agricultura, locais de turismo de vivência rural, além da articulação com a SMTUR para a disponibilização dos locais de ecoturismo.
3. Os locais de agricultura na cidade, atualmente disponibilizados na Sampa+Rural (Fase 3), se encontram de forma anonimizada, para a garantia do sigilo de dados pessoais. Para os agricultores com interesse em disponibilizar o contato, por meio dessa plataforma, em um perfil comercial público, técnicos de campo e consultores do projeto iniciaram o cadastro e adesão dos interessados.
Ação 10. Elaboração da publicação: Os agricultores guarani e a atual produção agrícola na Terra Indígena Tenondé Porã - Município de São Paulo Data de início e duração Março de 2020 a setembro de 2020. Finalizado na Fase 3.
Contratados Diagramação e revisão de texto. Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos Beneficiados Comunidade Guarani moradora da TI Tenondé-Porã na cidade de São Paulo, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição Esta ação foi iniciada ao final da Fase 2, com o objetivo de divulgar os resultados do inédito cadastro das roças Guarani na TI Tenondé-Porã, elaborado no primeiro trimestre de 2020, pelo CTI, contratado no âmbito do
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Projeto LoP (Ação 5 desta frente de ação).
Ação 11. Elaboração da publicação: Levantamento florístico da TI Tenondé-Porã - resultados preliminares Data de início e duração Junho de 2020. Em finalização na Fase 3. Parcerias SVMA/ CGPABI/ Herbário Municipal (SVMA/CGPABI) Equipe responsável Equipe Ligue os Pontos e equipe do herbário municipal Contratados
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Revisão de texto e 2 ilustradores Beneficiados Comunidade Guarani moradora da TI Tenondé-Porã na cidade de São Paulo, SVMA (Herbário), gestores públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Descrição Esta ação foi iniciada ao final da Fase 2, com o objetivo de divulgar os resultados preliminares do levantamento florístico que vem sendo realizado pelo Herbário/ CGPABI/ SVMA, na TI Tenondé-Porã (Ação 6 desta frente de ação).
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6. RESULTADOS ALCANÇADOS Os resultados alcançados nesse período são significativos, demonstrando que as experiências aprendidas na fase anterior, as correções de rumo e o aprimoramento da governança do projeto foram de fundamental importância para a escalada do projeto e para os resultados obtidos. A Frente de Ação Fortalecimento da Agricultura teve como principais resultados: A evolução do Índice de Boas Práticas Agroambientais10, de 4,3/10 para 5,4/10 com um incremento de 1,1 pontos, ultrapassando a meta pactuada com a Bloomberg Philanthropies, que era de +1 ponto na média dos agricultores atendidos pelo projeto. A adesão de + 20 produtores ao protocolo de transição agroecológica ou a certificação para o orgânico, com um aumento de 46% em relação a abril de 2019, o que representa que 95% da meta proposta para esta fase foi atingida. A finalização do desenho conceitual do SisRural e o início de seu desenvolvimento, bem como a coleta e consolidação dos dados relativos aos agricultores. A elaboração e aprovação no CADES, do PMSA, exigência existente no PDE desde 2014, para a implementação do instrumento PSA e que ainda não havia sido executada. O apoio do Projeto LoP, com recursos financeiros para contratação da consultoria, e o trabalho articulado com a SVMA, foram fundamentais para este resultado. Ainda em relação ao PSA, também na Fase 2 do projeto, foram construídas, em conjunto com a SVMA, as minutas de decreto regulamentador do instrumento e do 1o edital do FEMA para PSA, voltado para a zona Sul da cidade. Nessa minuta, adotou-se o conceito de “uso múltiplo da propriedade”, tendo como práticas a serem remuneradas, além da preservação de remanescentes florestais do imóvel, a adoção de boas práticas pelos agricultores, com destaque para a conversão agroecológica de sua produção agrícola. 10 O IBPA é obtido pela média das pontuações dos checklists dos 150 agricultores atendidos pelo projeto.
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Na Frente de Ação Cadeia de Valor podem ser apontados:
● O estímulo ao surgimento de novos negócios e fortalecimento dos já existentes por meio dos cursos, assessorias, mentorias, palestras e lives realizadas durante esta fase.
● 08 negócios acelerados, o que leva a um incremento potencial de
receita, canais de venda e comercialização desses negócios acelerados.
● Início da implementação da plataforma Sampa+Rural, um dos principais produtos do projeto. Por se tratar de uma plataforma pública e colaborativa, criada para conectar os diversos atores relacionados à agricultura local sustentável, à cadeia do alimento e às zonas rurais paulistanas, há um grande potencial de replicabilidade em outras cidades.
● Instalação e funcionamento do Espaço Teia Parelheiros, o primeiro
espaço de coworking rural, onde os produtores e empreendedores têm à disposição infraestrutura para trabalho, capacitação, negociação e construção de redes.
● Início do CSA Martinelli, mobilizando em uma comunidade, a família de
agricultores e dezenas de servidores da PMSP, lotados no edifício Martinelli (coprodutores). Como principais resultados desta ação há a ampliação da área de produção em transição agroecológica de 800m2 para 15.000m2, a garantia de escoamento da produção e o incremento de renda desta família produtora.
● O projeto piloto do agroturismo pedagógico demonstrou as
potencialidades no desenvolvimento de outras atividades pelo produtor, em sua propriedade, não se restringindo apenas à produção agrícola. Esses resultados reforçam o caráter multifuncional da ruralidade paulistana e se mostra como alternativa viável a ser desenvolvida concomitantemente com a produção ou mesmo como atividade substituta, principalmente para os agricultores mais idosos. A atividade potencialmente apresenta um público-alvo bastante grande, considerando tanto as escolas públicas como as particulares.
● Ainda em relação ao CSA, do ponto de vista dos coprodutores,
destaca-se a alteração de hábitos alimentares, bem como o reconhecimento dos benefícios oriundos dessa relação de proximidade
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com a produção do alimento e a importância da compra local, dos circuitos curtos e do apoio ao agricultor familiar.
● Em relação à meta estabelecida para esta frente, na Fase 2, ou seja, o
aumento no número médio de canais de comercialização dos produtores, da média de 2,1 canais (em maio de 2019) para 3,1 (ao final da fase 2), ela não foi atendida. A média alcançada foi de 2,6 canais. No entanto, é importante destacar a avaliação feita pela equipe de que talvez o pressuposto adotado para esse indicador não seja totalmente válido, ou seja, o de que quanto maior o número de canais de venda, maior seria a renda do produtor.
Com relação à Frente de Ação Dados e Evidências
● Os principais resultados obtidos por esta frente se referem à consolidação de uma base de dados, de natureza diversa, georreferenciada e atualizada da zona sul da cidade. Entretanto, com o início da implementação do SisRural e da plataforma Sampa+Rural, essa base de dados vem sendo expandida para outras regiões rurais da cidade, abordando também outros temas relacionados à cadeia de valor da agricultura e do alimento.
● Esta frente consolida também uma inovação na gestão do território, já
que adota a implementação de políticas fundamentadas em evidências. Os resultados auxiliaram o planejamento das ações de ATER, além de constituir parte da base de dados que alimenta as plataformas Sampa+Rural e SisRural, bem como serviu de suporte, em conjunto com a coleta de outros dados, para a avaliação de impacto do projeto, realizada à pedido da Bloomberg Philanthropies e finalizada em julho/agosto de 2020.
● Os grandes destaques foram a elaboração dos cadastros das UPAs da
zona Sul e das roças guaranis da TI Tenondé-Porã e da cartografia temática em escala de detalhe, pelo ineditismo dessas ações, com grande potencial de replicação em outras cidades,bem como pelo objetivo de suprir a escassez de dados atualizados sobre o território paulistano, já que representa mais de um quarto da área total da cidade.
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7. DESAFIOS SUPERADOS E LIÇÕES APRENDIDAS Muitos dos desafios e dificuldades identificados na Fase 1 do Projeto Ligue os Pontos (desenvolvida no período de janeiro a setembro de 2018) foram enfrentados e superados na Fase 2, buscando um processo de implementação mais efetivo. Dada a natureza distinta desses desafios, houve a necessidade de despender esforços, tanto por parte da Prefeitura de São Paulo como da Bloomberg Philanthropies (por intermédio de suas instituições parceiras Vital Strategies e Delivery Associates) para a correção de rotas e a definição de prioridades. Depois da decisão da Bloomberg Philanthropies, no final de setembro de 2018, de suspender em caráter temporário o aporte de novos recursos financeiros para o Projeto e consequentemente de novas contratações (finalização da Fase 1), o Projeto passou por alterações, entre as quais de coordenação e gestão, com redimensionamento das metas propostas e readequação do orçamento, em relação ao valor original do prêmio. Entre os principais desafios, foi preciso que:
● A governança institucional do Projeto fosse fortalecida. A solução encontrada foi o envolvimento direto do Gabinete do Prefeito que, a partir de junho de 2019, resultou na criação do Comitê de Governança do Projeto Ligue os Pontos, cuja composição e atribuições já foram apresentadas neste relatório. As mudanças promovidas na coordenação e na gestão do Projeto também contribuíram para a sua melhoria, em especial, no que se refere à governança interna do projeto em SMDU.
● O tamanho da equipe fosse ampliado, tanto na equipe de gestão como
na de campo, já que a equipe original, oriunda da Fase 1, não era condizente com o número das ações e metas previstas para a Fase 2. Esse desafio foi superado com a ampliação de ambas as equipes e as mudanças promovidas na gestão e coordenação do projeto.
● O número de produtores atendidos pelo Projeto fosse ampliado, bem
como o de adesões ao protocolo de transição agroecológica. Esse desafio foi superado com a intensificação das ações em campo e a ampliação da equipe, por meio da contratação de mais dois agrônomos, dois técnicos agrícolas e de um analista de gestão de ATER, totalizando sete técnicos com dedicação integral aos produtores.
● A coleta de dados em campo, proveniente das visitas dos técnicos nas
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propriedades (ATER), fosse padronizada, de forma a possibilitar o acompanhamento da evolução de cada produtor, bem como de suas demandas.
● Os desenhos conceituais da plataforma SAMPA + Rural e do sistema
informatizado de coleta de dados em campo – o SisRural – fossem definidos e que se iniciasse o desenvolvimento dessas duas ferramentas. A solução encontrada foi deslocar dois técnicos da equipe do Projeto (um deles com dedicação exclusiva para essa ação) e um estagiário para essas modelagens e a contratação de uma consultora de Tecnologia da Informação (TI) para auxiliar na concepção e desenvolvimento de funcionalidades, mecanismos, requisitos e ferramentas tecnológicas, e apoiar os contratos de duas empresas desenvolvedoras (uma para a plataforma e a outra para o sistema).
● Outras atividades de coleta de dados em campo, a serem realizadas por
instituições especialmente contratadas para estas atividades (cadastro das UPAs e das roças Guarani na TI Tenondé-Porã) tivessem a maior abrangência possível, dentro do universo total das propriedades e roças guaranis existentes no território. A solução encontrada foi a contratação de consultor técnico especialista em mobilização e com grande conhecimento da região e dos atores aí existentes, para que ambos os levantamentos fossem acompanhados em campo.
● As dificuldades encontradas na Fase 1 em relação aos processos de
contratação de bens e serviços pelo agente financeiro do Projeto, a Vital Strategies, fossem minimizadas, já que até o início de 2019 tais contratações se davam por intermédio do escritório americano da Vital Strategies (agente financeiro), em Nova York. Esse desafio foi superado com a instalação de um escritório dessa instituição em São Paulo, o que resultou em maior agilidade nesses processos, principalmente de bens e serviços de menor valor.
● Cabe apontar, no entanto, que o maior desafio enfrentado pelo Projeto
foi como adequar as atividades propostas para essa fase diante das restrições impostas pelo isolamento social e aos graves problemas sociais e econômicos causados pela pandemia de Covid-19. As soluções encontradas estão no próximo item deste relatório.
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8. A PANDEMIA E OS IMPACTOS NO PROJETO A cidade de São Paulo registrou em 26 de fevereiro de 2020 o primeiro caso de paciente infectado pelo vírus da Covid- 19 e 19 dias depois, no dia 16 de março, o primeiro óbito aconteceu. Nesse mesmo dia, o prefeito Bruno Covas, por meio do Decreto nº 59.283, declarou situação de emergência em toda a cidade, definindo medidas para o enfrentamento da pandemia, que incluíram a restrição de acesso às repartições públicas e o estabelecimento de regime de teletrabalho para os servidores municipais. Neste contexto, de forma a atender as restrições impostas pela situação de emergência decretada na cidade e garantir a segurança dos técnicos, tanto contratados pelo Projeto como servidores municipais, bem como dos agricultores e demais munícipes, a coordenação do Projeto Ligue os Pontos determinou que a partir da segunda quinzena de março fossem suspensas todas as atividades presenciais, incluindo as visitas técnicas dos agrônomos e técnicos agrícolas aos agricultores (ATER), os cursos e capacitações presenciais promovidos pelo Projeto e demais eventos já planejados para o período. Dessa forma, além da rotina de ATER, muitas atividades do Projeto constantes do Plano de Ação proposto para a Fase 2 sofreram atrasos na implementação ou cancelamentos, em especial, as que demandam o contato presencial entre os técnicos do Projeto, os agricultores e demais agentes da cadeia. Como exemplos podem ser citadas as seguintes ações, entre outras:
● a implantação das Unidades Demonstrativas – UD em propriedades rurais;
● a continuidade do curso de empreendedorismo, coordenado pela
ADESAMPA;
● as campanhas de amostragem e análises de solo e água das UPAs;
● o projeto de fruticultura, com produtores atendidos;
● as atividades presenciais do TEIA;
● as atividades da Escola de Agroecologia;
● o encontro “A terra, a roça e o alimento Guarani” que iria ocorrer na
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aldeia guarani Tenondé Porã, no início de abril de 2020, para apresentação dos resultados do levantamento das roças guaranis na TI homônima;
● a continuidade do levantamento florístico na TI Tenondé Porã,
desenvolvido pelo Herbário Municipal da SVMA, com apoio do Projeto. Para tentar minimizar os impactos dessas restrições, entre março e o final de junho de 2020, os técnicos de campo foram orientados a manter o suporte aos agricultores que já vinham sendo atendidos pelo Projeto (em torno de 150) por meio de trabalho remoto, utilizando contatos telefônicos e meios digitais. No entanto, como já era esperado, ocorreram inúmeras limitações inerentes a essa forma de atendimento, considerando as dificuldades de comunicação, o perfil dos agricultores e a carência estrutural da produção. Assim, como em todas as atividades econômicas, a pandemia impactou de forma negativa a atividade agrícola, em especial, a vinculada à agricultura familiar, não só na área de atuação do Projeto (zona sul), mas em toda a região metropolitana de São Paulo, ou mesmo em todo país, como apontado em diversos estudos e reportagens realizados no período.
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Ainda que muitos agricultores necessitaram de ajuda emergencial, alguns produtores de Parelheiros e região, sobretudo, os com produção orgânica, observaram uma demanda maior de consumidores, por intermédio de circuitos curtos de comercialização, entre os quais cestas entregues em casa, grupos de CSA, entre outros. Outra iniciativa que foi incrementada durante os primeiros meses da pandemia foi a doação de cestas e refeições prontas à população de rua e demais grupos vulneráveis, mediante a mobilização de grupos da sociedade civil, igrejas e demais entidades. Essa iniciativa teve como reflexo a procura por produtos locais in natura, o que ajudou alguns produtores familiares da cidade a escoarem sua produção, entre os quais, diversos atendidos pelo projeto e ligados à Cooperapas. Como exemplos podem ser citados o Projeto Faces e Sustentabilidade, conduzido pelo Ministério Público Federal do Trabalho e que previu a preparação diária de cerca de 1.000 refeições prontas (marmitas) para distribuição em comunidades carentes, e o Projeto Campo-Favela, coordenado por docentes do Instituto de Ensino e Pesquisa – INSPER. Neste projeto, a partir de doações da sociedade civil, alimentos in natura foram adquiridos de produtores locais para compor cestas para a distribuição em comunidades carentes. No início de julho, para apoiar os agricultores atendidos pelo Projeto Ligue os Pontos que passaram a fornecer produtos para os projetos acima citados a equipe de ATER retomou de forma parcial as atividades presenciais, em sistema de rodízio da equipe, com observação de todas as medidas de prevenção à Covid-191 e seguindo o protocolo de segurança baseado nas definições e orientações das autoridades sanitárias. 1 Em final de agosto, considerando que a cidade de São Paulo, desde julho, vinha sendo classificada na fase amarela do Plano São Paulo, as atividades presenciais dos técnicos de ATER foram retomadas de forma integral. O Plano SP é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).
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Cabe apontar que por conta das restrições impostas pela pandemia de COVID-19, que impactou o desenvolvimento pleno de todas as ações propostas para a Fase 2 do projeto, foi solicitado à Bloomberg Philanthropies a extensão de prazo sem custos extras para a finalização do mesmo, anteriormente prevista para junho de 2020. Essa prorrogação foi concedida pela Bloomberg em 12 de junho de 2020, tendo como novo prazo final do projeto a data de 31 de março de 20212. Foi também fixado pela Bloomberg que os recursos disponíveis para a extensão do prazo seriam compostos pelos recursos não executados até junho de 2020, do montante total aprovado para a Fase 2.
2 O novo período de julho de 2020 a março de 2021, correspondendo à Fase 3 do projeto.
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9. AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS NA FASE 3 A Fase 3 do projeto Ligue os Pontos se caracteriza pela extensão do seu prazo final, justificada pelas restrições causadas pela pandemia de Covid-19, tendo como foco: ● A implementação e consolidação das ações já iniciadas na Fase 2; ● A priorização de ações voltadas à cadeia de valor da agricultura; ● A sustentabilidade dos resultados obtidos, após a finalização do projeto; ● A“internalização” na estrutura da PMSP das ações desenvolvidas; e ● A replicabilidade dos resultados bem sucedidos do Projeto para outras cidades brasileiras. Ainda que mantendo a estrutura das três frentes de ação: Fortalecimento da Agricultura, Cadeia de Valor e Dados e Evidências, as ações propostas para essa fase foram agrupadas em três novos eixos: a) expansão; b) sustentabilidade; e c) replicabilidade. Na tabela a seguir são apresentadas as principais ações desses eixos e a relação matricial com as frentes de ação das fases anteriores do Projeto.
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AGRADECIMENTOS Às secretarias e instituições parceiras do Projeto LoP: SMSUB/CAE Parelheiros e CAE Zona Leste, SMDET/ADESAMPA, SVMA, SAA/GESP, CMDRSS Aos produtores rurais da zona sul Aos Guaranis da Terra Indígena Tenondé Porã Às entidades locais de Parelheiros e região Aos consultores que integraram a Fase 2 do Projeto À equipe da Assessoria de Comunicação - ASCOM/SMDU À equipe do Geoinfo/SMDU A Bloomberg Philanthropies e as instituições parceiras: Vital Strategies e Delivery Associates
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Equipe Consultores - Ligue os Pontos Fase 2 Aieska Marinho Lacerda Silva Amélia Sert Anna Kaiser Mori Domingos Leôncio Pereira Gabriela Momberg Araujo João Vitor Carmezini Rosa Jonatas Santos Lima Pereira Lucas do Vale Moura Mathews Vichr Lopes Mauro Kayano Nicole Gobeth Di Martino Pedro de Alencar Ramos Robson Miranda Lemos Ronaldo César Azarias Rubia Maria Toledo Tiago Arpad Spalding Tiago Tomaz Gomes Vicente José Camara Coffani Equipe Prefeitura Municipal de São Paulo - Ligue os Pontos Fase 2 Janaina Belo de Oliveira José Amaral Wagner Neto Lia Palm Patricia Marra Sepe Zoraide Amarante Itapura de Miranda
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