projeto formaÇÃo de formadores e …§ão... · 5 2016, que antecipou a divulgação dessas...

21
1 PROJETO FORMAÇÃO DE FORMADORES E MULTIPLICADORES PARA O CONTROLE SOCIAL ANTECEDENTES Natureza e Missão do CEAP O CEAP foi fundado em 1987 e está sediado em Passo Fundo-RS. É uma organização da sociedade civil, não governamental, sem fins lucrativos, autônoma, comprometida com a construção de um projeto de sociedade democrático e popular para o Brasil, tendo a Educação Popular como o elemento político- pedagógico central da sua atuação. Propõe-se como tarefa ação a formação de lideranças sociais e conselheiros de políticas públicas, principalmente da saúde. Atua na sistematização de práticas de educação popular e apoia processos organizativos que lutam em prol dos direitos humanos, com ênfase na saúde e seguridade social.. O eixo do CEAP é a Educação Popular e Cidadania. Para dar unidade ao Eixo, a entidade desenvolve o trabalho a partir da articulação de três áreas estruturantes: Assessoria, Pesquisa e Formação. Experiência na área da formação de lideranças e conselheiros

Upload: buingoc

Post on 13-Feb-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

PROJETO FORMAÇÃO DE FORMADORES E

MULTIPLICADORES PARA O CONTROLE SOCIAL

ANTECEDENTES

Natureza e Missão do CEAP

O CEAP foi fundado em 1987 e está sediado em Passo

Fundo-RS. É uma organização da sociedade civil, não

governamental, sem fins lucrativos, autônoma, comprometida com

a construção de um projeto de sociedade democrático e popular

para o Brasil, tendo a Educação Popular como o elemento político-

pedagógico central da sua atuação. Propõe-se como tarefa ação a

formação de lideranças sociais e conselheiros de políticas públicas,

principalmente da saúde. Atua na sistematização de práticas de

educação popular e apoia processos organizativos que lutam em

prol dos direitos humanos, com ênfase na saúde e seguridade

social..

O eixo do CEAP é a Educação Popular e Cidadania. Para dar

unidade ao Eixo, a entidade desenvolve o trabalho a partir da

articulação de três áreas estruturantes: Assessoria, Pesquisa e

Formação.

Experiência na área da formação de lideranças e conselheiros

2

O CEAP atua na formação de lideranças e conselheiros da

saúde desde a sua criação. Porém, a partir do ano de 2001, iniciou

um processo formativo de conselheiros da saúde e lideranças

sociais na Região Sul do Brasil, oriundas de diferentes conselhos,

entidades e movimentos sociais. Essa experiência foi realizada

durante dez anos ininterruptos, e teve como principal diferencial o

desenvolvimento de uma metodologia participativa e multiplicadora.

Compunham o curso etapas presenciais e à distância, em que os

participantes desenvolviam processos político-formativos junto à

suas entidades e conselhos de saúde.

Nesse período o CEAP também desenvolveu experiências

formativas exitosas junto a movimentos, entidades e conselhos de

saúde específicos. Essas iniciativas têm se ampliado

gradativamente e respondem a temas e públicos específicos. Elas

oportunizaram ao CEAP o acúmulo em temáticas diversas

relacionadas à saúde e ao controle social, tendo em vista diferentes

recortes geográficos (intra-municipal, municipal, intra-estadual,

estadual e nacional).

Por fim, cabe assinalar que a experiência político-formativa

concretizada pelo CEAP buscou priorizar a sistematização de

conhecimentos contruídos nos respectivos processos. Para o

CEAP, o desenvolvimento de materiais educativos a partir da

experiência realizada constitui-se em ferramenta fundamental de

sistematização e socialização do conhecimento. A seguir,

elencamos algumas publicações resultantes dos processos

realizados pelo CEAP:

BOTH, Valdevir; BRUTSCHER, Volmir. A atuação do CEAP em

Passo Fundo: educação popular e o exercício do controle social no

3

SUS. In KUJAWA, Henrique; CARBONARI, Paulo (Org.). Luta pelo

Direito Humano à Saúde: experiência de Passo Fundo. Passo

Fundo: Méritos, 2004.

BOTH, Valdevir; BRUTSCHER, Volmir; KUJAWA, Henrique. Direito

à Saúde com Controle Social. Passo Fundo: CEAP, 2003.

BOTH, Valdevir; et al. Financiamento do SUS: A luta pela efetivação

do Direito Humano à Saúde. Passo Fundo: CEAP, 2005.

BOTH, Valdevir; PERALTA, Jorge A.; PERUZZO, Nara A. Direito à

saúde : desafios ao controle social. 2. ed., rev. e ampl.- Passo

Fundo: IFIBE, 2013.

Centro de Educação e Assessoramento Popular Pacto pela saúde:

possibilidade ou realidade? CEAP. - 2. ed. - Passo Fundo : IFIBE,

2009.

BOTH, Valdevir; et. al. O SUS e as eleições municipais. 2 ed. Passo

Fundo: CEAP, 2008.

CEAP. Desta vez vai ser pra gente: garanta uma saúde diferente.

Passo Fundo: Fórum Sul da Saúde, 2002.

PERALTA, Peralta G.; PERUZZO, Nara A.; BOTH, Valdevir. Direito

humano à saúde e Educação Popular: Experiência de Passo Fundo.

Passo Fundo: Berthier/CEAP, 2012.

PERALTA, Peralta G.; PERUZZO, Nara A.; BOTH, Valdevir. O

direito humano à saúde e o seu subfinanciamento. Passo Fundo:

IFIBE/CEAP, 2010.

PERALTA, Peralta G.; PERUZZO, Nara A.; BOTH, Valdevir. De

olho no COAP. Passo Fundo: Editora IFIBE, 2014.

4

CEAP. HIV/AIDS e o controle social. Passo Fundo: IFIBE, 2016.

JUSTIFICATIVA

O Conselho Nacional de Saúde aprovou no ano de 2006, a

Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social

no SUS. Essa política foi o resultado de inúmeras ações

combinadas entre Conselhos Municipais, Conselhos Estaduais,

Conselho Nacional, Plenárias Nacionais de Conselhos de Saúde,

equipe técnica da Secretaria Executiva do CNS e inúmeras

instituições e movimentos sociais que atuam nas áreas de saúde e

controle social de políticas públicas.

Decorridos 9 (nove) anos, verifica-se que ações de formação

de formadores e multiplicadores para o controle social são tratadas

em comissões, seminários e em outras atividades dos conselhos.

No entanto, o CNS não desenvolveu ações de larga escala no

sentido de difundir os objetivos gerais e específicos dessa Política,

que visa "atuar na promoção da democratização do Estado, na

garantia dos direitos sociais e na participação da população na

política de saúde , reafirmando o caráter deliberativo dos conselhos

de saúde para o fortalecimento do controle social e do Sistema

Único de Saúde (SUS) (BRASIL/MS/CNS, 2006, p. 11).

Durante a 15ª Conferência Nacional de Saúde reafirmou-se

essa necessidade como uma demanda urgente dos conselheiros

de saúde, como estratégia de qualificação da sua atuação e

fortalecimento dos respectivos Conselhos. Essa demanda foi

consignada no Relatório da referida Conferência, e ratificada

especificamente na Resolução nº 507 do CNS, de 16 de março de

5

2016, que antecipou a divulgação dessas deliberações. Figuram

entre os objetivos o de “mobilizar e estabelecer diálogos com a

sociedade brasileira acerca do direito à saúde e em defesa do SUS”

e “fortalecer a participação e o controle social no SUS, com ampla

representação da sociedade em todas as etapas da 15 Conferência

Nacional de Saúde” (Resolução CNS nº 507, 2016).

De acordo com os registros do próprio CNS, a última ação em

larga escala de formação de conselheiros ocorreu entre os anos de

2000 a 2004. Portanto, anterior à própria Política Nacional de

Educação Permanente para o Controle Social no SUS, que objetiva

intensificar a formação. Isso significa que a apresentação desse

projeto, visa retomar um processo formativo amplo que concretiza

a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social

no SUS, reiterado pelas deliberações da 15. Em nível mais amplo,

responde a desafios atuais da democracia brasileira, e em nível

específico, dos desafios do controle social na saúde. Nesta

perspectiva, busca atualizar conteúdos e estratégias do controle

social de políticas públicas e da defesa do Sistema Único de Saúde,

no ano em que a 8ª Conferência Nacional de Saúde - marco do

movimento pela reforma sanitaria- e que deu consecução ao

Sistema de Saúde, ora vigente, no Brasil, completa 30 anos da sua

realização em plena articulação com as diretrizes postas pela útima

conferência nacional de saúde, especificamente no eixo de

Participação Social,ocorrida em 2015.

Deste modo, o projeto está pautado pela Política Nacional de

Educação Permanente para o Controle Social no SUS, e pela

Resolução CNS 507/2016, sendo objetivo precípuo ´”atuar na

promoção da democratização do Estado, na garantia dos direitos

6

sociais e na participação da população na política de saúde,

reafirmando o caráter deliberativo dos conselhos de saúde para

fortalecimento do controle social no Sistema Único de Saúde (SUS)

”(BRASIL/MS/CNS, 2006, p. 5).

OBJETIVOS GERAIS E OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Esse projeto atenderá os objetivos gerais e específicos da Política

Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS,

sendo:

Objetivos Gerais

Desenvolver ações que promovam a atuação em processos

de democratização do Estado, na garantia dos direitos sociais e na

participação da população na política de saúde, reafirmando o

caráter deliberativo dos conselhos de saúde para fortalecimento do

controle social no Sistema Único de Saúde (SUS)

(BRASIL/MS/CNS,2006,p.11).

Ademais, tem-se como orientação da 15ª CNS a necessidade

de “fortalecer e avaliar a Política de Educação Permanente para o

Controle Social do SUS de forma ativa, crítica e propositiva, nas

três esferas de Governo, mediante apoio político e financeiro

incluindo modalidade de Ensino à Distância, visando a sua

7

qualificação, especialmente nos aspectos da aplicação dos recursos

financeiros e de gastos” [...] (Resolução CNS, 507/2016).

Objetivos Específicos

- Contribuir para ampliação e qualificação da participação social na

formulação, gestão e controle social da Política Pública de Saúde,

tendo por base:

– o entendimento de que a saúde é resultante das determinações

sociais, econômicas, políticas e culturais, e que o enfrentamento de

seus problemas envolvem outros setores;

– a compreensão de que a saúde é um direito do das pessoas, um

dever do Estado e implica no acesso às informações e ao

conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive no

que diz respeito aos gastos públicos;

– a compreensão de que os conselhos de saúde representam

espaços de manifestação de interesses plurais, frequentemente

conflitantes e negociáveis, tendo como horizonte as políticas

públicas de saúde coerentes com os princípios do Sistema Único de

Saúde (SUS);

– a compreensão de que o processo de educação permanente para

o controle social deve contemplar uma abordagem que considere a

diversidade da população (faixa etária, população negra,

quilombola, indígena, ciganos, da cidade, do campo e da floresta,

entre outras) e instrumentos capazes de alterar a realidade local.

- Fortalecer os conselheiros de saúde como sujeitos sociais que

participam da formulação e deliberação da política de saúde como

8

representantes da sociedade, por meio de: – reflexões sobre o

processo de formulação de políticas públicas de saúde e de

mobilização social;

– discussão dos princípios, diretrizes e políticas do Sistema Único

de Saúde (SUS) que orientam o modelo de atenção à saúde, a

efetivação de sua gestão nas diversas esferas, o papel das

comissões intergestoras e dos conselhos de saúde, as metas a

serem alcançadas e os obstáculos que dificultam a sua efetivação;

– discussão de estratégias de estruturação e articulação de canais

permanentes de informações sobre os instrumentos legais – leis,

normas, decretos e outros documentos que fazem parte da

institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS) – alimentados

pelos conselhos de saúde municipais, estaduais, nacional e do

Distrito Federal, de entidades e instituições;

– apoio a processos de formação de formadores e multiplicadores

para o controle social;

- Desenvolver estratégias que promovam o intercâmbio de

experiências sobre o controle social no Sistema Único de Saúde

(SUS) (BRASIL/MS/CNS,2006, p. 11 e 12).

As diretrizes postas anteriormente ganham tenacidade com as

diretrizes da 15ª CNS, no que tange a:

• Qualificar os conselheiros de saúde nas instâncias

(local, distrital, municipal, estadual e federal), para

fortalecer os espaços de controle social e a

compreensão sobre a reforma do sistema político.

9

70,5% Proposta 2.3.8 Garantir e promover, por meio

da Educação Permanente e Educação Popular,

capacitações descentralizadas para Conselheiros de

Saúde, representantes dos Movimentos Sociais e dos

Colegiados de Gestão das Unidades de Saúde,

visando a formação sobre às suas atribuições e seus

direitos, reiterando a defesa dos princípios da

Reforma Sanitária e o exercício da cidadania.

• Promover a política de Educação Permanente para o

controle social no SUS incluindo fóruns de debate,

conferências e demais processos formativos, de

forma regionalizada e descentralizada para

conselheiros, atores de movimentos sociais, sindicais

e populares, considerando as realidades loco

regionais, na perspectiva da promoção, proteção e

recuperação da saúde.

• Implantar e implementar a política de educação

permanente para o controle social no SUS nas três

esferas de gestão, mediante apoio político e

financeiro aos planos de trabalho, buscando

parcerias junto à Controladoria Geral da União e

outros órgãos e entidades para realizar formação dos

Conselhos de Saúde e instituir as Comissões de

Educação Permanente nos Conselhos de Saúde com

a finalidade de realização de curso de formação e

qualificação para conselheiros e entidades sociais,

visando o acesso aos conhecimentos técnicos e

10

formação política necessária à defesa do SUS

(Resolução CNS 507/2016).

METODOLOGIA

O presente projeto irá contribuir na atuatualização das

estratégias e conteúdos que irão dar consecução aos objetivos

gerais e específicos da Política Nacional de Educação Permanente

para o Controle Social no SUS. Além disso, terá um papel

importante com a implementação das deliberações da 15ª CNS,

dado que a opção metodológica permitirá o aprofundamento dos

desafios teóricos e políticos atuais que circundam o Sistema Único

de Saúde e os processos de participação social no país.

O pressuposto metodológico fundamental é a valorização da

experiência concreta dos participantes e suas concepções políticas

diferenciadas, especialmente sobre a saúde e o controle social no

SUS. Neste sentido, o projeto opta pelos pressupostos da

Universidade Popular dos Movimentos Sociais (UPMS), proposta

por Boaventura de Sousa Santos (2006) e diversos movimentos

sociais, que permite uma ação de educação e sistematização das

experiências de produção social da saúde e da participação dos

movimentos sociais nos espaços de democracia participativa.

Para responder a esta opção metodológica, o Projeto de

Formação de Formadores e Multiplicadores para o Controle Social

no SUS, adotará em seus objetivos as tarefas propostas por

Boaventura Santos (2006) para a Universidade Popular dos

Movimentos Sociais - UPMS:

11

1. Melhorar a qualidade da ação política dos movimentos

sociais;

2. Aprofundar a compreensão das transformações por que

passam as sociedades contemporâneas;

3. Melhorar a capacidade técnica da formulação de propostas

para a construção de um mundo mais justo;

4. Criar uma cultura política que combata o isolamento e até a

feudalização dos movimentos sociais e organizações;

5. Ampliar as discussões sobre a real eficácia das práticas

contra-hegemônicas;

6. Promover alianças estratégicas, não só entre os

movimentos sociais, mas também entre estes e os intelectuais,

investigadores, cientistas sociais e artistas (SANTOS, 2004).

O Programa de Educação será construído a partir de um

conjunto de momentos políticos, pedagógicos, teóricos e

metodológicos, compondo a ecologia dos saberes e promovendo a

participação social, construindo uma cultura crítica entre os sujeitos

sociais envolvidos (conselheiros, movimentos, entidades, técnicos e

profissionais dos serviços de saúde, professores, investigadores),

potencializando o desenvolvimento de capacidades práticas

inovadoras e ativas para o fortalecimento da participação popular,

ampliação e qualificação do controle social em saúde.

A opção por uma alternativa emancipatória na saúde, justifica-se

diante do objetivo de fortalecer a ação dos excluídos, explorados

e oprimidos na sua luta por igualdade e reconhecimento,

descolonizando as relações sociais de saber e poder. Para tanto

12

alguns desafios teóricos e políticos estão postos para fundamentar

uma concepção de Ecologia dos Saberes em Saúde:

• Globalização, Saúde e Direito ao Desenvolvimento:

compreender como, no contexto da Globalização neoliberal, a

saúde tem sido materialmente negativada na sua realização,

comprometendo o direito ao desenvolvimento humano e

social, particularmente nos segmentos populares, desde as

perspectivas biológicas, ambientais, sociais, culturais e

políticas;

• Cidadania, Saúde e Participação Popular: aprofundar a

visão da saúde, como direito social e coletivo em contexto de

participação social e de democracia, como forma de luta,

poder e cidadania.

• Saúde, Democracia e Estado de Direito: desenvolver

estudos, pesquisas e sistematização do impacto que os

ataques ao processo democrático em curso no Brasil,

promovem no acesso a saúde como direito, contrapondo a

consolidação do sistema universal de saúde, o SUS, posto

como direito constitucional.

• Interculturalidade e Saúde: refletir a saúde, como estratégia

de redução das desigualdades e ampliação do

reconhecimento das diferenças, em processos educativos e

comunicativos, considerando o papel dos movimentos, das

instituições, bem como o papel dos saberes e habilidades

culturais envolvidas.

13

Estes desafios compõem eixos articuladores, que em diálogo

com as experiências e saberes populares, buscarão justificativas

teóricas que ampliem a compreensão da saúde, atualizadas pelo

conhecimento contemporâneo e no pensamento sociológico crítico

da modernidade. De defesa da democracia rumo para garantia de

direitos. Um posicionamento crítico e na condição de acumulação

pós-moderna capitalista e suas bases coloniais de classe, gênero e

raça. Um caminho que tem sido desprezado na ciência positivista

hegemônica no campo da saúde.

ATIVIDADES

1. SEMINÁRIO DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO

PERMANENTE PARA O CONTROLE SOCIAL NO SUS

Neste momento serão construídos e pactuados os conteúdos

e estratégias de formação de formadores e multiplicadores para o

Controle Social no SUS. Além disso, será discutida e pactuada a

metodologia para o processo de formação, estabelecendo a

proposta de monitoramento e avaliação do projeto, para que se

desenvolva sob a égide do Conselho Nacional de Saúde,

formulador da política na qual o projeto está ancorado.

2. OFICINAS DE FORMAÇÃO – EXPERIÊNCIA PILOTO

Serão selecionados 5 (cinco) municípios, um em cada região

do país, considerando a diversidade das populações que vivem

14

nestes espaços, seguindo o que indica o objetivo específico, posto

acima, onde “o processo de educação permanente para o controle

social deve contemplar uma abordagem que considere a

diversidade da população (faixa etária, população negra,

quilombola, indígena, ciganos, da cidade, do campo e da floresta,

entre outras) e instrumentos capazes de alterar a realidade local. ”

(BRASIL/MS/CNS,2006, p. 12).

Nestes municípios o processo de formação proposto será

desenvolvido, avaliado, sistematizado e retornará para análise da

Comissão de Educação Permanente para o Controle Social do SUS

do Conselho Nacional de Saúde, a fim de validar os conteúdos e

metodologias apresentados originalmente, as necessidades

surgidas no desenvolvimento da ação e, por conseguinte, a

apresentação aos fóruns do CNS (Mesa Diretora e Pleno), para

finalização da proposta pedagógica e metodologia que subsidiarão

esse processo formativo.

3. ELABORAÇÃO DOS MATERIAIS FORMATIVOS

A elaboração de materiais para o processo de formação de

formadores e multiplicadores do controle social no SUS, atenderá à

diretriz da Política, que orienta esse projeto, a dizer, “as estratégias

de comunicação e informação devem conter linguagens adequadas,

incluindo acessibilidade às pessoas com deficiência, conteúdo de

interesse para a sociedade local e o uso tanto de meios

convencionais, regionais e populares – como o rádio e impressos,

que possibilitam o amplo acesso – quanto modernos, como a

internet” (BRASIL/MS/CNS, 2006, p. 18 e 19).

15

Para além da Política mencionada acima, que data de 2006, o

projeto dialoga com os grandes desafios atuais da participação

social. O faz integrando as deliberações da 15ªCNS, especialmente

do Eixo 2 - Participação Social - que deliberou pela necessidade de

“promover e efetivar políticas de comunicação, com auxílio das

universidades, em todas as esferas do governo, utilizando os meios

de comunicação de massa (TV, rádio), redes sociais, escolas,

ONGs, etc., para socializar o conhecimento sobre o funcionamento

e organização dos espaços de participação popular,

conscientizando os trabalhadores e usuários para a importância da

participação popular nas Comissões e Conferências de Saúde em

todas as esferas do Controle Social, responsabilizando-os pelo

exercício da cidadania (Resolução CNS nº 507/2016).

Desta forma será possível ampliar esse escopo de

possibilidades de materiais de formação para plataformas, vídeo-

aulas, facebook e outras mídias sociais e assim, atender no

processo de formação a necessidade de utilizar a comunicação

como ferramenta de empoderamento dos conselhos de saúde.

Esses insumos poderão constituir Rede de Formação, a

serem alimentados de forma coordenada e efetiva para que os

formadores e multiplicadores encontrem informações atualizadas

para a continuidade de seus processos de formação locais, o que

será incentivado na realização das oficinas regionais.

4. OFICINAS REGIONAIS DE FORMAÇÃO

Construídos e acordados os desafios teóricos e políticos, a

metodologia e os processos de validação desse projeto, serão

16

realizadas 63 (sessenta e três) oficinas de formação no formato

regional, reunindo municípios e estados. Cada oficina reunirá 80

pessoas, com inscrições prévias para identificar os perfis dos

participantes. Neste processo serão atendidos 10% (dez por cento)

dos conselheiros de saúde do país, tendo como base os dados do

SIACS/CNS (Sistema Integral de Acompanhamento de Conselhos

de Saúde), que em 2015 apontou a existência de 56.752

conselheiros de saúde no Brasil.

5. SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO

Os seminários e oficinas serão sistematizados em relatórios a

serem remetidos ao Conselho Nacional de Saúde.

A cada reunião da Comissão de Educação Permanente para o

Controle Social no SUS, a coordenação do projeto deverá fazer

uma apresentação de resultados para debate, discussão e

atualização de estratégias formativas.

Ao final das oficinas de formação deverá ser realizado

Seminário Nacional para avaliação dos resultados.

CUSTOS

Atividade Total de

Participantes

Valor

Seminário da Comissão

de Educação

Permanente para o

40 Passagens,

diárias,

alimentação e

17

Controle Social no SUS

local.

R87.500,00

5 ( cinco) Oficinas de

Formação – Experiência

Piloto

15 Passagens,

diárias,

alimentação e

local.

Deslocamento de

equipes.

R$ 57.625,00

Reunião da Comissão

Permanente

15 Passagens,

diárias,

alimentação e

local.

R$ 34.250,00

Elaboração dos Materiais

Formativos

Produção e

Edição

R$ 1.341.000,00

63 Oficinas Regionais de

Formação

13 Passagens,

diárias,

alimentação e

18

local.

726.075,00

Seminário de Avaliação 40 Passagens,

diárias,

alimentação e

local.

R$ 87.500,00

Materiais de Consumo R$ 19.992,00

Custos Operacionais R$ 238.000,00

Totais R$ 2.591.942,00

OBS.: os participantes acima referidos dizem respeito aos

custeados pelo projeto. Não estão mencionados os participantes

das várias oficinas (público atingido).

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Junho/2016 Jul a

Set/2016

Out/2016 Nov/2016 a

Ago 2017

Nov/2017

Seminário

da

Comissão

de

19

Educação

Permanente

para o

Controle

Social no

SUS

5 (cinco)

Oficinas de

Formação

Experiência

Piloto

Validação

de

metodologia

Elaboração

dos

materiais

formativos

Prestação

parcial de

contas

63 Oficinas

Regionais

20

de

Formação

Seminário

de

Avaliação

Prestação

de contas

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde.

Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social

no Sistema Único.Política Nacional de Educação Permanente para

o Controle Social no Sistema Único de Saúde – SUS / Ministério da

Saúde, Conselho Nacional de Saúde. – Brasília : Editora do

Ministério da Saúde, 2006. 20 p. – (Série B. Textos Básicos em

Saúde).

BRASIL. Ministério da Saúde ( 2005). ParticipaSUS, Política

Nacional de Gestão Participativa no SUS. Secretaria de Gestão

Participativa/MS. Brasília, 2005.

21

SANTOS, Boaventura de Sousa( 2000), A Crítica da Razão

Indolente. Contra o Desperdício da Experiência, para um novo

senso comum. Porto: Edições Afrontamento.

SANTOS, Boaventura de Sousa( 2006), A Gramática do

Tempo, para uma nova cultura política. Porto: Edições

Afrontamento.

SANTOS, Boaventura de Sousa ( 2008), A filosofia à venda, a

douta ignorância e a aposta de Pascal. Revista Crítica de Ciências

Sociais, 80, Março: pág. 11- 43.

Resolução CNS 507, de 16 de março de 2016.

http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso507.pdf

Site do CNS - <http://conselho.saude.gov.br/>