projeto experimental cmunitário
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Projeto apresentado como requisito de avaliação da disciplina de Projeto Experimental Comunitário do Departamento de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.TRANSCRIPT
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS
PROJETO EXPERIMENTAL COMUNITÁRIO.
PROFESSORA: ME. GLAFIRA FURTADO
CELINA GOMES
FÁBIA SILVEIRA
ABA – EM CADA SER HUMANO HÁ UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
PORTO ALEGRE
2011
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CELINA GOMES FÁBIA SILVEIRA
PROJETO EXPERIMENTAL COMUNITÁRIO
Projeto apresentado como requisito de avaliação da disciplina de Projeto Experimental Comunitário do Departamento de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre 2011
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RESUMO
As organizações do Terceiro Setor são organizações sem fins lucrativos
e não governamentais, que têm como objetivo gerar serviços de caráter
público, dentre as quais, se destacam as Organizações Não Governamentais
(ONGs).
Este projeto consiste em aplicar as práticas e conhecimentos de
Relações Públicas adquiridos no decorrer do curso, em uma associação sem
finalidade de lucro, a ABA – Amigos dos Bebês Apressados, auxiliando com
uma ação adequada, a partir do diagnóstico de uma necessidade específica,
auxiliando na captação de recursos e ressaltando sobre a importância do
cidadão como ator de transformação social.
Palavras-chave: Terceiro Setor - Organizações Não Governamentais -
Relações Públicas - Responsabilidade Social - Relações Públicas
Comunitárias.
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ABSTRACT
The Third Sector organizations are non profit organizations and NGOs,
which aims to generate services of a public character, among which stand
out non-governmental organizations (NGOs).
This project is to implement the practices and knowledge of public
relations acquired during the course in a non profit association, the ABA -
Friends rushed the babies, helping with an appropriate action from
the diagnosis of a specific need, helping in fundraising and emphasizing the
importance of the citizen as an actor of social change.
Keywords: Third Sector - NGOs - Public Relations - Social
Responsibility -Community Relations.
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SUMÁRIO:
1. Introdução.......................................................................................6
2. Apresentação da Organização.......................................................7
3. Princípios Norteadores.................................................................14
4. Análise de Ambientes...................................................................15
5. Análise de públicos.......................................................................26
6. Diagnóstico...................................................................................35
7. Prognóstico...................................................................................37
8. Política de ações..........................................................................38
9. A comunicação comunitária no contexto das organizações......40
10. Plano de comunicação.................................................................43
Considerações finais...............................................................................45
Referências.............................................................................................46
Anexos....................................................................................................49
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1. INTRODUÇÃO:
Este trabalho foi realizado na disciplina Projeto Comunitário, do curso de
Comunicação Social, Habilitação Relações Públicas, da Faculdade de
Comunicação Social, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
e foi orientado pela Professora Me. Glafira Furtado. Desenvolvido no segundo
semestre de 2011, teve início no mês de agosto e conclusão no mês de
novembro. A proposta do Projeto é resgatar o conteúdo teórico/prático
desenvolvido durante todo o curso e, através da prática profissional, vivenciar o
processo de comunicação comunitária e Relações Públicas a uma instituição
real.
A organização estudada neste projeto é a Associação Amigos dos
Bebês Apressados – ABA, uma associação que atua junto à UTI Neonatal do
Hospital São Lucas da PUCRS, existente há aproximadamente cinco anos, é
mantida apenas por voluntários, com a coordenação de Iára Cláudio e em
parceria com as equipes médica e de enfermagem da unidade e de assistentes
sociais.
Atualmente o trabalho da ABA deixou de atender somente a UTI
Neonatal e passou a abranger mais 3 áreas do HSL que são: Núcleo de
Voluntariado da Internação Pediátrica, Núcleo de Voluntariado da Geriatria e o
do Núcleo de Amigos Voluntários da Emergência SUS.
O desenvolvimento do trabalho foi acordado (ANEXO A – carta acordo)
e acompanhado pela coordenadora através da realização de reuniões
semanais possibilitando ao grupo o conhecimento sobre o histórico,
funcionamento, método de trabalho, pontos fortes e fracos da instituição. A
partir da análise e estudo do segmento e dos ambientes interno e externo da
organização, pode-se realizar o diagnóstico, o que serviu como norte no
desenvolvimento do planejamento de comunicação e na tomada de decisões
no que se refere à escolha da ação a ser implementada.
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2. Apresentação da organização
2.1. Dados de identificação
• Nome: Associação Amigo dos Bebês Apressados
• Sigla: ABA
• CNPJ: 88.630.413/0007-96
• Localização: Av. Ipiranga, 6690 - 5º andar - bairro Jardim
Botânico, Porto Alegre, RS.
• Sites: http://www.pucrs.br/voluntariado/?p=sejavoluntario83
http://www.hospitalsaolucas.pucrs.br/humanizar/interna.php?url=voluntarios_aba
• Descrição das instalações:
A organização está instalada no quinto andar do Hospital São Lucas da
PUCRS, próximo à entrada da UTI Neonatal, em uma sala com
aproximadamente 6m², composta por um lavatório, uma mesa, dois armários
que guardam: roupas femininas, roupas infantis, lãs para as oficinas e leite em
pó. Acima da mesa e dos armários há duas prateleiras que ocupam quase todo
o comprimento as sala, onde ficam as fraldas descartáveis, cobertas para os
bebês e várias cestas que separam sapatinhos, casaquinhos, material de
higiene, pijamas, tip-top, etc. Devido ao tamanho, tudo é muito bem
organizado.
Anexo 2 – Fotos do espaço da ABA.
Presidente: Eloana Tusi Mann
Vice - Presidente: Zaira Luft
Coordenadora: Iára Cláudio
• Produtos e serviços:
A ABA é uma associação voltada ao atendimento das necessidades de
recém-nascidos prematuros, alojamento materno e suas famílias. Possui em
sua atuação os seguintes projetos:
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Projeto Ouvir:
o Objetivo: Acolhida fraterna;
o Apoio e encorajamento às mães e familiares.
o Local: Corredores da UTI;
o Visita ao alojamento da NEO
o Reunião semanal das equipes multidisciplinares com
mães e familiares.
o Periodicidade: Semanal/ Ocasional
Lema para as voluntárias: “QUEM TIVER OUVIDO PARA OUVIR,
QUE OUÇA”.
Mc 10,2-16.
Projeto Caminho:
o Objetivo: Apoio e encorajamento para mães e familiares.
o Local: Corredores da UTI
o Visita ao alojamento da Neo
o Fluxo: Enfermagem / Serviço Social/ ABA
o Periodicidade: Semanal/ Ocasional
Lema para as voluntárias: “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E
A VIDA.”
João 14,1-14.
Projeto Transporte:
o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães e a amamentação
dos bebês da UTI Neonatal.
o Local: ABA
o Fluxo: Serviço Social/ ABA
o Periodicidade: Semanal
o Ação: Passagens para as mães com alta, manterem a
freqüência, junto a UTI Neonatal.
Lema para as voluntárias: “TIVE FOME E ME DESTE DE COMER”
Mateus 25, 35.
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Projeto Enxoval:
o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães e aos bebês que
receberem alta.
o Local: ABA
o Fluxo: Enfermagem / Serviço Social / ABA
o Periodicidade: Ocasional
o Ação: Doação de enxovais pós-alta.
Lema para as voluntárias: “...QUANDO O FIZESTE A UM DESTES
MEUS PEQUENINOS IRMÃOS, A MIM O FIZESTES;...”
Mateus 25,40.
Projeto esperança
o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães e acompanhantes
do alojamento e da enfermaria pediátrica.
o Local: Alojamento conjunto,
o Enfermaria pediátrica
o Periodicidade: Semanal
o Ação: Ensinar tricô para as mães que aguardam o nascimento
de seus filhos, em repouso ou para acompanhantes da
enfermaria pediátrica.
Lema para as voluntárias: “AMARÁS TEU PRÓXIMO COMO A TI
MESMO.”
Mateus 22,39.
Projeto Fralda – UTI:
o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães, aos bebês e ao
HSL
o Local: UTI Neonatal
o Fluxo: ABA / Enfermagem
o Periodicidade: Mensal
o Ação: Doação de 5000 fraldas
Lema para as voluntárias: “...ESTAVA NU E ME VESTISTES...;”
Mateus 25,36
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Projeto Messe:
o Objetivo: Consolidação do Núcleo ABA – HSL
o Como: Adesão de novas voluntárias e integração com outras
ABAs
o Ações: Participação no projeto de voluntariado do HSL
o Visita/experiência a ABA do Hospital Ramóm Sarda,
Buenos Aires e outros;;
o Elaboração do regimento interno da ABA;
o Seleção de novas voluntárias
Lema para as voluntárias: “ENVIAI SENHOR, MUITOS
OPERÁRIOS PARA A VOSSA MESSE”.
Mateus 9,38.
Projeto Messe Fraterna:
o Objetivo: Estimular o clima fraterno, entre e nas equipes do 5º
andar.
o Como: Homenagem nas datas especiais com potes de mel.
Dia das mães: 2º domingo de maio
o Dia da Enfermeira: 12/05
o Dia da Assistente Social: 15/05
o Dia do Técnico/ Auxiliar de Enfermagem: 20/05
o Dia do Pediatra: 27/07
o Dias dos Pais: 2º domingo de agosto
o Dia da Psicóloga: 27/08
o Dia da Nutricionista: 31/08
o Dia da Secretária: 30/09
o Dia da Criança: 15/10
o Dia do Fisioterapeuta: 13/10
o Dia do Professor: 15/10
o Dia do Médico: 18/10
o Dia do Fonoaudiólogo: 09/12
Lema para as voluntárias: “PORQUE, QUALQUER QUE FIZER A
VONTADE DE MEU PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS, ESTE É MEU
IRMÃO, E IRMÃ E MÃE.”
Mateus 12,50.
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Projeto Rede
o Objetivo: Organização de uma rede de doadores para a ABA.
o Local: Externo ao HSL.
o Periodicidade: Permanente
o Ação: Divulgar os projetos realizados pela ABA, através das
diferentes “mídias”.
Levar a “missão” da Neonatal para a comunidade.
Lema para as voluntárias: “PEDI E VOS SERÁ DADO”.
Lucas 11.9.
O grupo de apoio tem um regimento interno aprovado que explicita
claramente seus objetivos:
Auxiliar na solução de problemas de recém-nascidos carentes
internados na UTI Neonatal;
Proporcionar às famílias carentes dos recém-nascidos internados na UTI
Neonatal oportunidades de maior permanência junto aos seus bebês;
Auxiliar na orientação dos familiares nos cuidados com os recém-
nascidos durante a internação e após a alta, incluindo educação para a
saúde, visando especialmente ao estimulo do aleitamento materno;
Auxiliar em iniciativas de melhorar a estrutura física da UTI Neonatal.
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2.2. ORGANOGRAMA:
2.2.1. Organograma Voluntariado Avesol no HSL:
2.2.2. Organograma Núcleo de voluntariado ABA:
Conselho: Dr. Renato Fiori
Vice-Presidente: Zaira Luft
Presidente: Eloana
Coordenadora do Núcleo:
Iára
Voluntária Berenice
Voluntária Eliane
Voluntária Glória
Voluntária Solaine
Avesol Tatiana
NV ABA
Iára
NV Pediatria
Magda
NV Geriatria
Vanessa
Avesol/ HSL Iára Cláudio
NV Emergência SUS
Ariele
NV 6º andar
Bruna
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2.3. HISTÓRICO:
De acordo com a atual representante Avesol no HSL, Iára Cláudio, a
ABA foi criada há cerca de 7 anos por um grupo de médicos e mães que se
organizaram para apoiar outras mães com bebês na UTI Neonatal, cresceu e
se solidificou nos primeiros anos, atuando na prática com o voluntariado. Após
esse período as mães fundadoras da ABA decidiram continuar atuando fora do
hospital. Assim o Dr. Renato Fiori convidou a atual representante da Avesol no
voluntariado HSL para reabrir o Espaço da ABA.
Em maio de 2010 Iára propôs a parceria entre o voluntariado do HSL e a
capacitação da Avesol, por já fazer parte dessa associação, mas nunca atuante
na área da saúde. Iára foi ao hospital Ramón Sarda, em Buenos Aires,
acompanhar o voluntariado das Damas Rosadas (referência no voluntariado da
saúde), De lá Iara trouxe a inspiração e o exemplo para ter um olhar operador,
para criar o regimento interno; aprendeu a forma como se organizam, valores
importantes para o voluntariado da saúde como o respeito à equipe
multidisciplinar, a história do voluntariado da saúde no mundo, a importância de
enxergar em cada paciente um agente de mudança social quando ele volta
para sua cidade, com saúde, auto-estima e capacitado para mudar o quadro
atual ao seu redor.
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3. PRINCÍPIOS NORTEADORES
Princípios norteadores das organizações são balizamentos para o
processo decisório e para o comportamento da empresa no cumprimento de
sua missão. Os princípios orientam sua existência e a função que exerce na
sociedade. Os princípios norteadores da organização estudada não estavam
expressos e estabelecidos formalmente. A ABA propõem-se:
3.1. Missão
Prestar assistência às famílias da UTI Neonatal e do Alojamento
Materno, propiciando para cada cidadão um aprendizado capaz de fazer desse
paciente um agente transformador social no meio em que vive.
3.2. Valores da missão
Solidariedade
Compromisso
Organização
3.3. Visão
Ser referência no voluntariado nacional na transformação de pacientes
em agentes sociais na sua comunidade
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4. ANÁLISE DE AMBIENTES:
A visão global obtida pela análise de ambientes auxilia na avaliação das
forças competitivas e identificação dos indicadores de tendências (análise do
macroambiente) e também de forças e fraquezas no âmbito interno (análise de
microambiente), para que assim as estratégias sejam formuladas para o melhor
ajustamento da organização no ambiente em que atua (CHIAVENATO E
SAPIRO, 2009).
4.1. Análise do Macroambiente:
Mesmo que o ambiente não possa ser controlado pela organização, é
importante monitorá-lo, para se evitar ameaças e verificar as oportunidades de
maneira eficiente. É importante salientar que essa deve ser uma atividade
contínua nas organizações, pois, segundo Chiavenato (2003, p.80), “Estamos
vivendo em uma era repleta de mudanças rápidas, profundas e descontínuas
que afetam de forma tenaz as organizações, as pessoas e a própria
sociedade.”
Kunsch (2007, p.301) afirma que “Organizações populares são os
núcleos de base que compõem a sociedade maior. Elas constituem o espaço
das contradições sociais e das resistências à repressão social”. Com isso
podemos verificar que através das organizações populares percebemos a real
situação que a sociedade está, desde o número de organizações existentes até
às suas causas mais empíricas.
4.1.1. Variáveis político-legais:
Hall, 1984, Stoner 1985 afirmam:
”Decorrem das políticas e critérios de decisão adotados pelos governos federais, estaduais e municipais, como também pelos governos estrangeiros quando suas decisões têm influência sobre as atividades da organização”.
As variáveis políticas influem no clima político e ideológico geral que o
governo pode criar e a estabilidade ou instabilidade política e institucional do
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país em geral, já que estes fatores repercutem com algum grau no
comportamento das organizações.
Atualmente nosso país é o que possui as maiores taxas de impostos
sobre os serviços e mercadorias o que prejudica tanto a ABA como as demais
ONG’s. Dessa maneira, é necessário que os produtos sejam vendidos por
valores cada vez mais altos e precisam sofrer constantes reajustes.
Em relação às legislações regulatórias dos negócios e às leis trabalhistas
e tributárias, o nosso cliente está dentro dos padrões estabelecidos pelo
governo.
4.1.2. Variáveis econômicas:
Ainda que não sejam empresas de negócios, as organizações sem fins
lucrativos possuem “clientes” aos quais se destinam seus serviços e devem
financiar suas próprias atividades, fato que as obriga a pensar em termos
próximos aos costumeiros nas empresas que visam o lucro. A consequência é
a transferência das técnicas das organizações mercantis de caráter privado e
das empresas do setor público para as organizações do Terceiro Setor. Este
fenômeno tem originado uma maior divisão do trabalho e das tarefas, uma
estrutura hierárquica mais centrada, uso do planejamento estratégico como
instrumento de gestão e uma maior complexidade administrativa e formalização
de processos de gerência.
O ser humano hoje depende dos produtos e serviços que as organizações
oferecem frente a uma necessidade criada pela sociedade atual. Esta
característica é comprovada quando identificamos que ele passa a maior parte
de seu tempo vinculado a essas organizações, se pautando de forma direta ou
indireta. Dentro deste contexto, Becker (1995) argumenta que as organizações,
principalmente as de pequeno porte e de atuação regional, devem desenvolver
a sua estratégia de atuação sedimentada na cooperação com públicos de
interesse, para enfrentarem a influência e o poder de persuasão das grandes
corporações.
Em relação à política econômica adotada pelo governo brasileiro nos
últimos anos permitiu ao País atravessar de forma relativamente tranquila a
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crise global que atingiu as grandes economias mundiais recentemente,
principalmente, a dos Estados Unidos e da Europa. É importante ressaltar que
a atividade econômica brasileira continua sendo impulsionada fortemente pela
demanda interna, principalmente pelo consumo e pela majoração dos
investimentos. O equilíbrio econômico brasileiro, tem sido um importante
instrumento de inclusão das camadas mais pobres da população no mercado
de consumo, além de permitir à classe média a elevação de seu padrão de
vida.
Ao observarmos o constante crescimento populacional da cidade de Porto
Alegre e as diversas mudanças que vem acontecendo no cenário econômico
da capital (ascensão da classe C, adaptação para o recebimento da Copa do
Mundo em 2014) é previsível afirmarmos a influência direta da globalização.
Cada vez mais a população deixa de consumir apenas o básico e passa a
investir também em supérfluos. Sendo assim, diversos nichos de mercados,
antes destinados apenas a públicos específicos, começam a receber novos
consumidores.
4.1.3. Variáveis demográficas:
De acordo com Menshhein (Site Portal do Marketing, Nov. De 2006):
”As variáveis demográficas apontam as populações, suas classes, sua renda, entre outros aspectos, pode ser um bom conjunto de informações para empresas que procuram um público-alvo mais especifico ou então se utiliza a estratégia de Marketing de massa”.
Kotler (2000, p. 162) afirma que:
”A primeira força macroambiental que os profissionais e marketing monitoram é a população, porque os mercados são compostos de pessoas. Vários são os aspectos de extremo interesse dos profissionais de marketing: o tamanho e a taxa de crescimento da população de diferentes cidades, regiões e países, distribuição das faixas etárias, os níveis de instrução, os padrões domiciliares e as características e os movimentos regionais.” (Kotler, 2000, p.162)
Para que seja possível distinguir os grupos de consumidores, os desejos
e as preferências, é necessário nos basearmos na análise das variáveis
demográficas. Sendo assim, a ABA fica localizada em espaços que circulam
diariamente pessoas pertencentes às classe C, D e E que estão em ascensão.
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Porto Alegre é uma das capitais estaduais no Brasil onde o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é o mais elevado. É também a capital da
região sul com a maior renda per capita e sua região metropolitana possui o
menor índice de pobreza e desemprego, segundo o IPEA e IBGE. Tendo em
vista que a PUCRS não atende apenas a população de Porto Alegre e sim
municípios em sua volta.
Tabela CENSO 2011 referente à população do Rio Grande do Sul:
Mais de 100 anos
248 0,0% 0,0% 791
95 a 99 anos 1.271 0,0% 0,0% 3.917
90 a 94 anos 5.887 0,1% 0,1% 14.732
85 a 89 anos 17.730 0,2% 0,4% 38.252
80 a 84 anos 42.599 0,4% 0,7% 76.474
75 a 79 anos 73.926 0,7% 1,1% 113.162
70 a 74 anos 112.895 1,1% 1,4% 149.150
65 a 69 anos 155.838 1,5% 1,8% 187.741
60 a 64 anos 217.076 2,0% 2,3% 247.908
55 a 59 anos 277.346 2,6% 2,9% 307.163
50 a 54 anos 332.590 3,1% 3,4% 360.676
45 a 49 anos 372.803 3,5% 3,7% 399.833
40 a 44 anos 369.087 3,5% 3,7% 391.278
35 a 39 anos 366.041 3,4% 3,5% 379.078
30 a 34 anos 398.879 3,7% 3,8% 409.412
25 a 29 anos 445.502 4,2% 4,2% 448.497
20 a 24 anos 437.737 4,1% 4,1% 433.169
15 a 19 anos 442.405 4,1% 4,1% 433.332
10 a 14 anos 438.629 4,1% 4,0% 423.154
5 a 9 anos 368.967 3,5% 3,3% 354.792
0 a 4 anos 327.601 3,1% 3,0% 316.361
Homens Mulheres Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=26&uf=43 acesso em: 29/09/2011
4.1.4. Variáveis culturais:
Segundo Deyse Rodrigues (psicóloga – consultora em RH) “...a cultura
organizacional das organizações sem fins lucrativos resulta e é reforçada e/ou
modificada por cinco fatores: história da organização; estrutura organizacional
e relações internas; práticas gerenciais ou maneira de conduzir os negócios no
dia-a-dia; sistema de comunicação existente entre voluntários, administrativo e
corpo diretivo; sistemas de recompensas.”
Podemos destacar como uma característica central da cultura
organizacional do terceiro setor a vinculação a um movimento religioso, político
ou social. Esse é um fator importante, sendo que geralmente estes movimentos
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possuem uma construção própria de visão de mundo, mais ou menos
permeável à sociedade em que se situa.
Outra questão é a presença de voluntários, cujo sentido do trabalho é
bastante diverso dos colaboradores que são contratados e que possuem um
vínculo singular com a instituição.
A meta de uma instituição é algo fundamental na cultura da mesma, e se
tratando do terceiro setor ela ganha proporções ainda maiores. Por isso ela
deve ser bastante trabalhada e inclusive utilizada na motivação de
colaboradores, principalmente voluntários. Ela pode ser facilmente identificada
através do “sonho” do fundador, ou seja, qual foi a sua intenção ao criar uma
instituição que não visa o lucro. Através desse aspecto podemos chegar
facilmente em alguns pressupostos básicos desta organização e da lógica das
suas relações de trabalho.
A cultura é algo particularmente importante em todas as organizações,
sendo que este fator toma uma proporção maior nas organizações do terceiro
setor porque nestas as pessoas geralmente acreditam na causa pela qual
trabalham e fazem dessa um fator de motivação. A firmeza dos valores e
crenças existentes na organização é um pré-requisito essencial para ação. Isto
explica por que pequenos grupos de pessoas altamente motivadas podem
realizar tanto, mesmo quando trabalham de forma voluntária. Quando os
colaboradores, sejam eles voluntários ou não, entendem claramente a sua
finalidade principal, e estão alinhados com a cultura existente na instituição,
todos se esforçam “para que as coisas aconteçam”. Quando a cultura da
organização não está bem estabelecida, dificilmente pode-se conseguir uma
maior firmeza nas crenças.
4.1.5 Variáveis tecnológicas:
Muitos são os benefícios que a tecnologia traz para as ONGs e
associações, podendo o voluntario atuar exclusivamente pela internet, desde
que consiga ter a mesma responsabilidade e compromisso da forma
presencial. A empresa Microsoft possui um programa que fornece às
organizações sociais acesso às tecnologias de comunicação e informação para
associações sem fins lucrativos.
20
Segundo Kotler (2000, p. 171):
[...] a taxa de crescimento da economia é afetada pelo número de novas tecnologias importantes que são desenvolvidas. Infelizmente, as descobertas tecnológicas não surgem uniformemente ao longo do tempo [...] Uma nova tecnologia cria conseqüências de longo prazo que nem sempre são previsíveis.
Sem o crescimento da informática e evolução de seus softwares, não
seria possível pessoas ou empresas obterem uma melhoria na comunicação. A
internet passou de discada para banda larga ou à cabo, surgiram novos
programas que hoje são muito usados nos relacionamentos das grandes
corporações, como por exemplo o Facebook, Messenger, Twitter e Skype,
sendo este último, muito usado para conversas de longa duração, evitando
gastos excessivos com telefones. Então pode-se dizer que a evolução da
informática veio para melhorar a vida das pessoas.
Chiavaneto e Sapiro (2009, p. 47) destacam que:
Os meios tecnológicos tornam-se parceiros às estratégias de venda. Porém, é necessário comprometimento em mantê-los atualizados.
Dessa forma é possível analisar a concorrência e ver as vantagens e diferenciais, ou seja, os estrategistas dos negócios podem usar a imaginação e a capacidade de raciocínio lógico para acelerar os efeitos da competição e a velocidade das mudanças.
4.1.6 Variáveis ecológicas:
A ecologia está ligada diretamente ao terceiro setor, muitas vezes é a
própria causa da atuação voluntária, dela podemos motivar o conhecimento
desde higiene até uma fonte de renda para o cidadão, ajudando a promover a
vida das pessoas que estão à margem da sociedade, que na infância não
tiveram acesso à educação e hoje não têm oportunidade no mercado de
trabalho, proporcionando dignidade a essas pessoas.
21
4.2. Análise do Setor
Terceiro Setor é um termo usado para fazer referência ao conjunto de
sociedades privadas ou instituições sem fins lucrativos1. O terceiro setor atua
exclusivamente na execução de atividades de utilidade pública. Possuem
gerenciamento próprio, sem interferências externas.
O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais.
O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais,
tendo objetivo primordial o lucro.
Entre as organizações que fazem parte do Terceiro Setor, podemos citar
principalmente as ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCIPs
(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Contam
principalmente com uma grande quantidade de mão-de-obra voluntária (que
não recebem remuneração pelo trabalho).
As associações do Terceiro Setor atuam, principalmente, prestando
serviços para pessoas carentes que não podem contratar serviços do setor
privado (segundo setor). Como o setor público (primeiro setor) não consegue,
em nosso país, atender com qualidade todas as pessoas necessitadas, o
Terceiro Setor assume um papel de fundamental importância.
O Terceiro Setor é mantido com recursos de doações de empresas e
pessoas físicas e, também, com repasse de verbas públicas. Existem também
muitas associações que conseguem obter recursos através da organização de
festas, jantares, bazares e venda de produtos (camisas, agendas, etc).
Para Chiavenato e Sapiro (2004, p. 92):
O setor de negócios envolve um conjunto de fatores – a ameaça de novos entrantes, fornecedores, poder de barganha de compradores, produtos substitutos e o grau de rivalidade entre concorrentes – que exerce influência direta sobre a organização, suas ações e reações competitivas.
Peruzzo (2004, p.56) também apresenta uma definição para o mesmo:
1 A expressão “instituições sem fins lucrativos” não constitui um modelo de pessoa jurídica adotado pela legislação
brasileira, mas seu uso decorre da tradução do termo Non Profit Institutions, utilizado em modelos de pesquisas e
orientações internacionais sobre o Terceiro Setor que passaram a ser utilizados pelo Brasil.
22
[...] sem fins lucrativos, criado e mantido com ênfase na participação voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade às práticas tradicionais de caridade, da filantropia e do mecenato e expandido o seu conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil. Representa um espaço de participação de novos modos de pensar e agir sobre a realidade social. Rompe a dicotomia entre público e privado, dicotomia na qual público era sinônimo de estatal e privado de empresarial. Vê-se o surgimento de uma esfera pública não-estatal e de iniciativas privadas com sentido público.
O terceiro setor é uma mistura de princípios públicos e privados e,
portanto constitui um outro mecanismo redistribuidor de riqueza. As ações do
terceiro setor partem da sociedade civil e obedecem à lógica do altruísmo, da
filantropia, da reciprocidade, dos costumes e tradições, das concepções morais
e religiosas etc.
FERNANDES (1994) considera o terceiro setor como uma das
possibilidades lógicas do universo de quatro combinações possíveis da
conjunção público e privado:
AGENTES FINS SETOR
Privados
PARA
Privados
IGUAL A:
Mercado
Públicos Públicos Estado
Privados Públicos Terceiro Setor
Públicos Privados (corrupção) Fonte: FERNANDES (1994)
Sendo assim, a organização ABA, se enquadra no terceiro setor por
suas características legais e a forma de que seus serviços são apresentados
perante a comunidade.
4.2.1. Relações Públicas e o Terceiro Setor
Dentre às diversas atividades que o profissional de relações públicas
está apto a realizar, o trabalho com o terceiro setor pode trazer para o
diferencial para as organizações que desfrutam deste profissional.
O que ocorre muitas vezes ainda é a falta de conhecimento das
atividades que os Relações Públicas produzem. Ou, se utilizam destes, para
ganhar vantagens em cima de concorrentes e possuírem uma imagem positiva
perante a comunidade.
23
Conforme Kunsch (1992, p. 135):
Com relação à comunidade, o profissional de Relações Públicas deve participar como agente que saiba encarar os problemas, as necessidades e as controvérsias com sinceridade, sem querer fazer somente “imagem” positiva da instituição que representa descomprometido e alienado da realidade social que enfrenta. É preciso deixar de lado essa tendência de querer utilizar a Relações Públicas para “enganar”.
Os Relações Públicas são essenciais para as instituições que pertencem
ao terceiro setor, pelo motivo de saberem se comunicar com os seus públicos
alvos, fazer com que as atividades exercidas haja legitimidade pela
comunidade.
4.2.3 Estatísticas do terceiro setor
O Conselho da Comunidade Solidária informa que o Terceiro Setor no
Brasil conta com aproximadamente 250.000 entidades, empregando 1,5 milhão
de pessoas e 12 milhões de voluntários.
Segundo pesquisadores da John Hopkins University, dos Estados Unidos,
o Terceiro Setor é a oitava força econômica mundial, movimentando 1,1trilhão
de dólares por ano, gerando aproximadamente 10,4 milhões de empregos. O
economista Lester Salamon, da mesma universidade, coordenou uma pesquisa
em 22 países, incluindo o Brasil, que concluiu que o segmento gira 1,1 trilhão
de dólares, empregando 19 milhões de pessoas, excluindo-se os voluntários.
Esta pesquisa levantou o perfil do Terceiro Setor no Brasil, em pessoal
ocupado por área de atuação:
Área de atuação Número de pessoas %
Educação e pesquisa 381.098 34
Saúde 184.040 16,4
Cultura 175.540 15,7
Assistência Social 169.663 15,2
Associações Profissionais 99.203 8,9
Religião 93.769 8,4
24
Defesa dos direitos 13.721 1,2
Meio Ambiente 2.499 0,2
Fonte: John Hopkins University
Hoje, o terceiro setor nos Estados Unidos movimenta anualmente 600
bilhões de dólares, empregando 12 milhões de trabalhadores remunerados,
além de inúmeros voluntários (Professor Luiz Carlos Merege - FGV). Em
países como Itália, França e Alemanha, as instituições sem fins lucrativos
atingem anualmente mais de 3% do PIB nacional. Já no Brasil, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que avaliou pela primeira
vez a participação econômica do segmento no Brasil, o setor movimenta
aproximadamente R$ 32 bilhões. Este valor representa 1,4% na formação do
Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB). As seguintes figuras jurídicas
apresentam simultaneamente as características de entidades sem fins
lucrativos:
(a) Associações
(b) Fundações privadas
Dentre as associações, integram o Terceiro Setor aquelas que perseguem
o bem comum, que tem, portanto, atuação na esfera social, pública. As
fundações, por expressa determinação legal (CC, art. 62, parágrafo 1º)
perseguem o bem comum na medida em que a finalidade delas pode ser
religiosa, moral, cultural ou de assistência.
4.3. Análise Microambiente:
É o conjunto de recursos alocados dentro da organização, ou seja, os
recursos internos sobre os quais a organização tem controle e que deverão ser
utilizados pela mesma para alcance de seus objetivos, onde se incluem:
recursos físicos, humanos, logísticos, operacionais, financeiros e
mercadológicos, entre outros, definem-se como ambiente interno ou
microambiente (PORTER, 2002; SETTE, 1998).
25
Já para HONORATO (2004), microambiente é “o conjunto de agentes que
afetam diretamente a empresa”. Observamos que na ABA o microambiente
abrange não só os voluntários da instituição, mas principalmente as mães
pacientes do hospital, sejam do alojamento materno ou da UTI Neonatal, assim
como suas famílias, independente da quantidade de membros existentes.
A cultura interna (organização – voluntário) é bem orientada, todos
demonstram compromisso e seriedade perante as suas funções, ocorrendo por
vezes à falta de conhecimento para exercer tal propósito, e assim persiste o
interesse, porém não há sucesso pela falta de conhecimento, muitas vezes até
do que é permitido ou não na organização no contato entre seus públicos.
26
5. ANÁLISE DE PÚBLICOS:
Existem vários critérios adotados para ordenar os públicos dentro de
uma organização, variando de um teórico para outro.
França (2004) apresenta uma nova classificação de públicos baseando-
se na interdependência entre a organização e os públicos, dividindo-os em:
essenciais e não-essenciais. Os essenciais seriam os constitutivos que são os
empreendedores que criam empresas e os não-constitutivos, aqueles
responsáveis pela viabilização dos interesses. Os não essenciais são divididos
em cinco pequenos grupos: os de consultoria, setoriais associativos, setoriais
sindicais, públicos comunitários e redes de interferência.
Nesta definição, não há relevância o critério geográfico de público
interno e externo, mas sim, o quanto e em que grau determinado público
contribui para a constituição da organização e sua viabilização.
Já Mintzberg (2004) construiu uma teoria a partir do pressuposto que o
comportamento das organizações é um jogo de poder, onde vários destes
jogadores são chamados de “agentes com influência”, visando controle das
decisões e ações tomadas pela organização.
Para Peruzzo (2004, p. 103) afirma que:
“Público é um segmento identificado pela proximidade de competências e de interesses entre seus componentes, que manifesta comportamento coletivo e consciência dos seus atos e com qual a entidade se relaciona mais diretamente em razão de suas próprias necessidades ou de interesses específicos.”
Para Menegheti (2001, p.43-44 citado em Peruzzo2 2007, p.168):
Não se usa conceito de público-alvo tão comum nas empresas comerciais, que carrega a conotação de consumidor, de passividade ou de “recebedor” de algo. Este estudo considera mais apropriado falar em “público” ou “público estratégico”, na medida em que o campo social “dirige-se a sujeitos ativos, indivíduos ou grupos com os quais haja interação e estabelecimento de relações de troca, numa via de mão dupla, que agrega o fator transformação ao processo.
Portanto seguindo a teoria do mesmo autor, a análise de públicos no
terceiro setor deve ocorrer de acordo com a ação e o momento necessário da
2 PERUZZO, Cicilia Krohling in DUARTE, Jorge (Org.)Comunicação Pública: Estado, governo, mercado,
sociedade e interesse público. Comunicação e terceiro setor. São Paulo: Atlas, 2007.
27
instituição, analisando quais as principais carências e necessidades no
momento da ação direcionada, pois dependendo dos objetivos em questão o
planejamento da comunicação irá definir os públicos estratégicos aos quais as
ações serão direcionadas (Peruzzo 2007, p. 169)
5.1. Públicos:
De acordo com França, (2004, p. 121):
Os públicos existem independentes da vontade da empresa. Queira ou não, pela sua própria atuação na sociedade, a organização interfere no contexto social e nas comunidades onde opera, nos mercados onde está presente e depende deles nas suas operações.
Ao mesmo tempo, sofre pressão de todos os setores sociais, que podem ser classificados como seus públicos.
Para classificação de públicos será utilizada a conceituação da teoria do
mapeamento lógico de públicos, de França (2004). Segundo essa teoria, os
públicos são qualificados entre essenciais, não-essenciais e públicos de rede
de interferência.
França (2004) afirma que o público essencial é aquele que é
absolutamente necessário, que garante a existência da organização, que é
indispensável. Esse público está diretamente ligado a interdependência de
forma dependente (estrutura essencial da organização), que se subdivide em
público constitutivo (proprietários, acionistas e diretores) e não constitutivos
(empregados, fornecedores e clientes).
O público não-essencial são os que não interferem na existência de
alguma coisa, mas a complementam ou contribuem para seu aperfeiçoamento,
manutenção ou sobrevivência, representados por consultorias, associações de
classe, sindicatos e pelos múltiplos públicos da comunidade.
Ambas as classificações (essencial e não-essencial) são
interdependentes, ou seja, os públicos estão ligados por uma dependência
mútua, que podem ser de forma participativa, utilizando esse critério para
descrever o nível de comprometimento, e por redes de interferência que são
grupos ativos no cenário externo da organização, que podem em determinados
momentos exercer pressão relativos a seu interesse dentro da organização.
28
Existem várias classificações de públicos que podemos utilizar na
classificação do Terceiro Setor, assim utilizaremos também a de Peruzzo, que
divide em:
A) Público Apoiador: doadores, apoiadores, fornecedores, etc.;
B) Público Interno: funcionários e familiares;
C) Público Agente: voluntários, conselheiros, parceiros,
fornecedores;
D) Público Externo: clientes e público em geral.
A mesma autora referencia Menegheti quando disserta também sobre:
A) Público Meio: equipe, voluntários e membros;
B) Público Alimentador: provedores de recursos e de legitimidade;
C) Público Fim: público a quem se destinam as ações.
Sendo possível classificar ainda conforme Henriques (2004,p. 51-52
citado por Peruzzo 2007, p. 169):
A) Beneficiários: pessoas e instituições que podem ser localizadas
dentro do âmbito espacial que o projeto delimita para sua atuação;
B) Legitimadores: grupo de pessoas que não apenas se beneficiam
com o resultado de projetos da organização, mas também possuem
informações acerca de sua existência e operação na sociedade, sendo capaz
de julgá-lo como útil e importante, podendo se converter em colaboradores
diretos em qualquer tempo;
C) Geradores: aqueles que não apenas se beneficiam com os seus
resultados ou dispõem-se a legitimar a sua existência mas, efetivamente,
organizam e realizam ações em nome do projeto.
5.2. Situação do relacionamento com os públicos
5.2.1 Com quais segmentos de públicos a organização se
relaciona?
Conforme a teoria de França (2004), conceituamos os públicos da ABA
segundo a tabela a seguir:
Públicos Essenciais Constitutivos
HSL
29
Públicos Essenciais
Equipe Interdisciplinar
Voluntárias Beneméritas
Públicos Essenciais Não-constitutivos
Voluntárias
Mães da UTI Neonatal
Pacientes do Alojamento Materno
Doadores
Públicos Não-Essenciais
Avesol
Pastoral
Comunidade
Familiares
Redes de Interferência Meios de comunicação de massa
Segundo Peruzzo (207, p. 169) a referência dissertada por Menegheti é
a que melhor se enquadra na organização estudada neste projeto:
Público meio:
Voluntárias
Doadores
Avesol
Pastoral
Comunidade
Familiares
Público alimentador:
HSL
Equipe Interdisciplinar
Voluntárias Beneméritas
Público fim:
Mães da UTI Neonatal
Pacientes do Alojamento Materno
30
5.2.2 Defina o perfil de cada segmento (individualmente) motivações, comportamentos, sexo, idade e relacionamento que mantém com a empresa.
Hospital São Lucas: A UTI Neonatal do Hospital São Lucas, uma das
primeiras do país, aberta em fevereiro de 1978, atendeu, desde sua fundação
mais de 20.000 recém-nascidos gravemente doentes. A grande maioria dos
pacientes atendidos hoje depende do SUS.
Pela sua localização e sua inserção na rede pública, o Hospital tem
progressivamente aumentado a assistência a uma população cada vez mais
numerosa e carente.
Diante deste fato, a equipe da UTI Neonatal sentiu a necessidade de
buscar na comunidade um grupo de apoio para auxiliar a suprir as grandes
carências desta população e melhorar a qualidade da sua assistência. Este
desejo da equipe encontrou eco em um grupo de pessoas abnegadas, que
entusiasticamente se dispuseram a colaborar com o projeto. Logo, com o
objetivo de possibilitar maior qualidade de vida a recém-nascidos prematuros
de famílias carentes, a Associação Amigos dos Bebês Apressados (ABA), atua
junto à UTI Neonatal do Hospital São Lucas da PUCRS.
O relacionamento da ABA com o HSL é feito semanalmente, com pauta
diversificada dependendo das demandas. Pode ser apresentação de uma nova
voluntária com pedido de jaleco, entrega de documentação ou divulgação de
gravação de um programa de TV.
Equipe Interdisciplinar: Formada pela diversidade de profissionais
existentes no 5º andar do HSL com:
médicos (pediatras, cirurgiões, psiquiatras, etc.);
Enfermeiras e técnicos de enfermagem;
Fisioterapeutas;
Psicólogos;
Fonoaudiólogos;
Nutricionistas;
Assistentes Sociais;
Psicopedagoga.
31
Obs : dependendo das necessidades do paciente outras especialidades podem
ser chamadas.
Com uma diversidade de gênero ocasionada por diferentes segmentos o
relacionamento com a equipe interdisciplinar ocorre com reuniões semanais,
todas as quartas-feiras juntamente com familiares que necessitam de algum
tipo de assistência ou apoio e ocasional, conforme os casos aparecem pode
ser necessário algum contato fora da reunião.
Voluntárias Beneméritas: A presidente Eloana Tusi Mann e a vice
Zaira Luft arrecadam durante o ano roupas de marcas para a realização de
dois brechós ao ano, um em cada semestre, que arrecada dinheiro para o
projeto caminho da instituição em estudo. A vice presidente Zaira Luft envia
mensalmente 10.000 fraldas a UTI Neonatal.
Voluntárias: O fluxo de voluntariado na ABA é numeroso se comparado
a outras instituições existentes; são do sexo feminino, variando dos 16 aos 80
anos, necessitam obrigatoriamente fazer parte da Avesol3, deve estar inscrita e
passar pelas capacitações que a AVESOL oferece.
As voluntárias recebem as instruções nos 3 encontros existentes para a
capacitação na ABA: que consiste no primeiro encontro em reunião com as
coordenadoras e voluntárias, no segundo com a enfermeira chefe e o terceiro
com as voluntárias mais experientes na prática da atuação do voluntariado
Iára Cláudio coordenadora da ABA afirma sobre o voluntariado existente
na ABA:
A ABA é um verdadeiro milagre de comunicação. As pessoas se mobilizam em uma corrente de solidariedade com uma velocidade e uma força indescritível. Só hoje recebemos 10 doações (dia 5 de setembro de 2011
4). Parece que a sociedade esta se organizando de
forma mais rápida e a ABA esta conseguindo responder. Será difícil enquadrá-la nos modelos existentes
Mães dos bebês pacientes da UTI Neonatal: A comunicação com as
mães dos bebês pacientes da UTI Neonatal ocorre em uma reunião onde os
3 Associação do Voluntariado e da Solidariedade – AVESOL é uma entidade de assistência social, sem fins lucrativos e tem como missão promover ações de voluntariado e de solidariedade, apoiando grupos e comunidades organizadas em busca da transformação e justiça social. Sua atuação é fundamentada na educação popular, possui como campo preferencial de trabalho a Economia Solidária, o Voluntariado e a Assessoria a Projetos Sociais. 4 Grifo feito pelos alunos do projeto.
32
pais que necessitam estão presentes. Ocorre também de forma ocasional no
corredor da UTI Neonatal, quando uma das voluntárias percebe que uma mãe,
ou outro familiar, necessite do Projeto Ouvir e ocorre nas visitas semanais ao
alojamento materno.
Pacientes do Alojamento materno: A relação com as pacientes do
alojamento materno ocorre no mínimo uma vez por semana, quando as
voluntárias da ABA visitam o alojamento, dessa forma ocorrem os Projetos
Ouvir e Esperança.
Doadores: Com exceção da doadora Zaira Luft que envia mensalmente
10.000 fraldas a UTI Neonatal, os doadores surgem de forma frequente, porém
ocasional, são muitas vezes pais que estiveram algum dia com o(s) filho(s)
internados na UTI Neonatal, receberam apoio, mesmo que não fossem
necessário os projetos transporte ou enxoval, os pais retornam como forma de
agradecimento com doações aos bebês que estão internados, há os clubes de
mães e grupos religiosos que doam enxovais prontos para doação, e as
pessoas que conhecem a instituição e através do HSL, da Universidade,
através da mídia ou da comunidade, assim fazem doações pontuais como
roupas, fraldas, materiais de higiene, lã, etc.
Avesol: Existem diferentes tipos de contato:
a) Preparação de chamada para novos voluntários – semestral
b) Acolhida e capacitação dos voluntários encaminhados - 3 vezes por
semestre
c) Encerramento de atividade dos voluntários, com encaminhamento de
acompanhamento e freqüência - semestral ou ocasional , quando o
encerramento ocorre durante o semestre.
d) Renovação de contrato e apresentação do Relatório de Atividades –
anual.
Pastoral: A parceria entre a ABA e a Pastoral da Saúde é estreita (os 2
núcleos são formados por voluntários da Avesol) e ocorre 2 vezes por semana.
33
As reuniões são realizadas pelas 2 coordenadoras (Irmã Iolanda
e Iara) e a pauta envolve, planejamento e gestão dos núcleos.
Comunidade: A relação com a comunidade ocorre dentro do HSL, a
ABA se relaciona em grande parte com as pacientes que estão internadas, de
forma ocasional, devido a grande rotatividade que consiste o alojamento
materno, caso essa mãe não possua nenhuma complicação no seu quadro de
saúde.
Familiares: O Projeto Ouvir acontece de forma ocasional com qualquer
pessoa que esteja nos corredores da UTI Neonatal ou no alojamento materno,
independente de ser paciente ou não. A ABA sempre fornece esse apoio a
quem precisa. Além das mães que necessitam de doações de roupas para
seus outros filhos não internados, essa doação ocorre através do serviço social
existente no 5º andar (local onde fica a UTI Neonatal e o alojamento materno).
Meios de comunicação de massa: Os meios de comunicação chegam
até a ABA de forma inesperada, através de doadores, ou pessoas que
conhecem a associação. No Ano de 2011 a ABA participou de programas na
Band, na TVE, dentre outras entrevistas e trabalhos acadêmicos em que Iara
Cláudio está sempre disposta a participar.
5.2.3 Como a organização está se relacionamento com cada
segmento (que ações e instrumentos de comunicação está adotando)?
Análise da eficácia das ações e dos instrumentos.
A ABA se relaciona de forma bem organizada conforme a necessidade
em cada segmento. Iára mantém todos os compromissos e afazeres anotados
em uma agenda, no contato com as voluntárias, deixam mensagens na mesa
da associação e se comunicam com eficiência por e-mail ou mensagem de
celular para pequenos recados.
5.2.5 Identifique os problemas no relacionamento com os públicos.
34
Acreditamos que conforme a realidade da organização em estudo
poucos são os problemas de comunicação, ou quase nulos, pois a organização
é uma das bases contidas nos valores dos princípios norteadores da ABA.
Essa organização compreende bem um planejamento estudado e
estruturado com todas as partes envolvidas.
35
6. Diagnóstico:
De acordo com Simões, (2001, p.36):
“Diagnóstico é a conclusão da análise de como se encontra a organização em face dos interesses de todos os seus públicos ou de um especificadamente”.
Segundo BASEGGIO (2008, p. 130 – Tese de Dissertação), o diagnóstico
em Relações Públicas configurara-se em:
“Uma investigação aprofundada sobre as realizações existentes entre a organização e seus públicos a ela ligados- também chamada de mapeamento-, em que analisa detalhadamente estratégias e programas de ação até então desenvolvidos- durante a história de vida da empresa-, instrumentos aplicados, eficácia das ações praticadas e resultados obtidos. Da investigação resulta a identificação de problemas de relacionamento com alguns (ns) segmentos de públicos e a definição de prioridades, permitindo que a organização estabeleça novas estratégias de ação e comunicação interna e externa à sua realidade atual”. (p. 130)
Para a análise da instituição estudada escolheu-se o método de análise SWOT.
Segundo Chiavenato e Sapiro (2009, p.181):
“A matriz swot foi desenvolvida como uma metodologia capaz de abordar tanto o ambiente externo como o ambiente interno da organização em termos de oportunidades e ameaças. A base de aplicação da matriz swot é o cruzamento do que sejam as oportunidades e as ameaças externas à intenção estratégica da organização, levando em conta sua missão, visão, valores e objetivos organizacionais.”
Conforme a análise do ambiente destaca-se:
FORÇAS FRAQUEZAS
Sintonia de cores da instituição é de total harmonia
Profissionais não capacitados;
Espaço de exposição organizado; Grande número de absenteísmo;
Voluntários com uniforme de identificação; Espaço para organização da associação pequeno;
Apoio da equipe interdisciplinar do hospital;
Não possuem planejamento estratégico de comunicação;
36
O retorno das doações dos pais que passaram pela UTI Neonatal;
Rotatividade do paciente.
A experiência e postura da coordenadora Iára Cláudio;
A parceria feita com a rede Avesol, que encaminha os voluntários preparados para a
realidade das instituições
Por ser uma instituição que atinge crianças, o fato mobiliza mais as pessoas;
Ser uma instituição atuante dentro do HSL com a aprovação deste.
OPORTUNIDADES AMEÇAS
Crescimento do Terceiro Setor; Variação na economia, proporcionando perdas em doações;
A divulgação do auxilio de pessoas públicas, dando exemplo à sociedade;
Dependência de doações;
Diversidade de atores atuando por uma mesma causa
Vulnerabilidade social da maioria dos pacientes do SUS;
Os seres humanos estão mais solidários uns aos outros;
6.1 Pontos fortes e fracos da organização, comparada com a
concorrência
Não encontramos uma ONG congênere a ABA.
6.2 Relatos dos pontos fortes e fracos analisando a comunicação
da organização com os diversos públicos
Segundo a nossa matriz SWOT, verificamos que a ONG possui mais
oportunidades e forças do que ameaças e fraquezas.
A interatividade com os seus públicos são aprimorados na confiança, fé,
respeito. Estão possuindo muitas oportunidades em relação aos próprios seres
humanos, com o auxilio de pessoas públicas, físicas e jurídicas.
Já os aspectos negativos que a instituição apresenta é o espaço físico
da ONG, com o estoque pequeno. Não possuem também relacionamento com
a mídia, que ocasiona falta de visibilidade por parte das empresas privadas.
37
7. Prognóstico:
Depois de analisar a realidade da ABA e do cenário que vamos atuar,
devemos realizar o prognóstico, que de acordo com Simões (2001, p. 37):
“Após o diagnóstico, deve-se inferir o que acontecerá no futuro, prever, caso nada ou algo seja feito pelos lideres organizacionais, em termos de modificações nas políticas organizacionais. O prognostico é o fenômeno mental de juntada de dados do aqui e agora com as possibilidades das evoluções internas e externas da organização para o futuro. O raciocínio abstrato é extremamente exigido e a prática com os casos passados pode ajudar. A previsão do fenômeno do futuro não é absolutamente um ato adivinhatório, mas um processo científico. “Uma previsão científica é racional ao máximo (intuitiva ao mínimo), pois é uma conclusão de premissa explicitamente afirmada” (Bunge, 1974, p.220). O prognóstico confirmará o que deverá ser, ou não, realizado e a urgência da intervenção”.
Verificamos que a ABA possui uma estrutura bem organizada, porém
pequena.
A ABA é uma instituição com pouca visibilidade. Sua localização dentro
do HSL é de dificil acesso. A falta de sinalização indicando como chegar até o
local prejudica àqueles que pretendem visitar a instituição.
Para garantir que a instituição continue prestando serviços à
comunidade, faz-se necessário o desenvolvimento de ações que privilegiem a
divulgação da mesma.
Desta forma, destacam-se as seguintes alternativas:
a) Um espaço maior para acolher mais pacientes.
b) Criação de uma Web Page para a ABA
c) Possuir sinalização dentro do hospital que oriente como chegar na ABA
mais visível para quem circula dentro do Hospital São Lucas da PUC.
d) Buscar novas formas para a divulgação da instituição.
e) Criar ferramentas de comunicação para captar novos voluntários.
38
8 . Política de ações:
Durante as reuniões e visitas na ABA pode-se constatar pontos positivos
e outros a serem melhorados.
8.1. Pontos fortes.positivos:
ABA possui mural, projetos bem estruturados.
O mural é uma forma de divulgar e atualizar as pessoas sobre as
notícias da associação.
Projeto AVESSOL.
Fundada no ano de 2002, a Associação do Voluntariado e da
Solidariedade – AVESOL é uma entidade de assistência social, sem fins
lucrativos e tem como missão promover ações de voluntariado e de
solidariedade, apoiando grupos e comunidades organizadas em busca da
transformação e justiça social. Sua atuação é fundamentada na educação
popular, possui como campo preferencial de trabalho a Economia Solidária, o
Voluntariado e a Assessoria a Projetos Sociais.
Os pais dos bebês que estão na ABA.
No futuro os pais retornam com doações, demonstrando uma gratidão
pelo serviço que receberam.
Novos núcleos da ABA em outros locais.
Atende Pediatria, Geriatria, 6º andar e Sala de espera emergência SUS.
8.2. Ponto fracos/negativos
Local de trabalho é pequeno, mais computadores.
Não há um local apropriado para o trabalho, mesmo assim, a ABA
consegue fazer um trabalho excelente.
Local para guardar doações é pequeno.
39
Não existe um local específico com esta finalidade. As doações têm que
ser acomodadas num espaço muito pequeno que é o próprio local onde a ABA
fica.
Absenteísmo por parte do voluntário em geral.
Os voluntários poderiam se comprometer mais com a sua atividade, não
faltar pois eles fazem um trabalho que é muito importante para a associação.
Aumentar o número de voluntários na área de saúde.
Um número maior de voluntários com certeza ajuda para que toda a
demanda seja atendida por parte da associação
40
9. A COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA NO CONTEXTO DAS
ORGANIZAÇÕES:
9.1. Fundamentação teórica sobre a importância da Comunicação
Comunitária no contexto das organizações.
A comunicação comunitária se caracteriza pela comunicação popular,
participativa, horizontal ou alternativa. Desenvolve-se de forma democrática por
grupos populares em comunidades, bairros, entre outras. Essa comunicação é
feita pela e para a comunidade.
O terceiro setor é composto por Organizações Não Governamentais,
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, fundações, associações
comunitárias, movimentos sociais, instituições filantrópicas, entre outras
entidades. O seu surgimento foi para “resolver” problemas resultantes da
dicotomia entre o público e o privado, mas acaba assumindo funções
historicamente destinadas ao Estado e às empresas.
A comunicação no terceiro setor pode ser agrupada em três
modalidades: comunicação dos poderes públicos com o terceiro setor;
comunicação de empresas com o terceiro setor e comunicação das ONGs,
movimentos sociais, associações
Os estudos sobre a comunicação no terceiro setor são basicamente
oriundos da área de Relações Públicas, que pode usar os seus conhecimentos
como uma “estratégia” para formar ou melhorar a visibilidade das organizações
na sociedade. O papel do RP é muito importante pois uma das maiores
barreiras encontradas pelas ONGS para se tornarem notícia é a falta de uma
estrutura de comunicação.
A expressão “relações públicas comunitárias” tem servido para traduzir
diferentes abordagens, a que nos interessa trata da comunicação das próprias
associações comunitárias, das ONGS e dos movimentos populares entre si,
com a sociedade e com os públicos com os quais se relacionam.
Dessa forma, sabendo-se que as ONGS não pensam em uma
comunicação efetiva para buscar um crescimento, o relações públicas podem
contribuir no sentido de facilitar as parcerias e mediações do terceiro com o
primeiro e o segundo setor, no relacionamento desses atores com seus
41
públicos e com o conjunto da sociedade. Mas, não basta somente isso, uma
ONG que busca crescer tem que mostrar um trabalho transparente e a sua
credibilidade só será possível com a divulgação constante do que é feito.
Nesse nível, o relacionamento público – no âmbito comunitário, local,
e/ou regional/nacional – sustenta-se em processos comunicativos presenciais e
aqueles por suportes tecnológicos midiáticos impressos, eletrônicos e digitais.
Colocamos como exemplos de relacionamento o contato face a face, uma
carta, um abaixo assinado, um programa de rádio, um blog, internet, um
relatório, um documentário, etc.
Em termos práticos, a área de relações públicas se vale de diversos
instrumentos e pode conduzir programas que podem ajudar as lideranças e
organizações populares.
A Comunicação Comunitária é importante nas organizações pois parte
do principio do planejamento, em suas três vias
- estratégico: longo prazo e em constante sintonia com o ambiente;
- tático: curto prazo, busca dar uma resposta as demandas mais
imediatas, por meio de ações administrativas e técnicas eficientes;
-operacional: responsável pela formalização de todo o processo e
metodologias a serem adotadas.
As entidades do terceiro setor devem fazer uso dos princípios das
técnicas de planejamento, que aplicadas de forma adequada terão
asseguradas a viabilidade e efetividade e também das estratégias de
comunicação adotadas.
O relações públicas por meio de suas funções administrativa, estratégica
mediadora e política podem promover uma comunicação mais participativa e
fazer com que as organizações cumpram eficientemente sua missão.
Para termos sucesso em uma comunicação comunitária devemos aplicar
um planejamento estratégico de comunicação situacional, que tem como um
dos seus pontos organizar a ação com vistas à intervenção e transformação
social. Esse planejamento pode ser dividido em quatro momentos:
- explicativo: identificar a realidade do grupo por meio de pesquisas
analítica. Integrar o grupo que será pesquisado, ensinado e transformando algo
ao lado dele e não como um mero transmissor de conhecimentos;
42
- normativo: direcionam as ações que serão feitas e propõe-se o que
fazer;
- estratégico: como viabilizar o planejamento, analisam-se os caminhos,
meios mais indicados para alcançar a efetividade das ações delineadas;
- tático-operacional: momento de aplicar o que foi planejado de agir
sobre a realidade situacional trabalhada.
A comunicação nas organizações visa contribuir para a solução de
problemas sociais, reduzindo a desigualdade (econômica, educacional, de
acesso a saúde). A comunicação, especialmete de Relações Públicas se
concretiza dentro e fora das organizações.
A idéia para uma ONG é que busque um profissional de comunicação,
que é capaz de aplicar de forma correta pressupostos teóricos e
conhecimentos técnicos disponíveis, não elaborando-as isoladamente, mas
inserindo-as nos movimentos sociais e democratizando seu saber técnico, para
que os cidadãos possam se desenvolver como pessoas e as práticas coletivas
sejam eficazes.Uma organização tem a necessidade de desenvolver seus
próprios canais de comunicação (jornal. site...) e materiais ( áudio,vídeo).
9.2. Aplicação ao contexto da organização estudada.
A ONG Bebes Apressados aplica uma comunicação comunitária com
eficiência. Podemos cita a comunicação situacional e cada vez mais está
sendo inserida na comunidade, através de entrevistas, vinculação com pessoas
conhecidas do meio social.
Com certeza a associação precisa de um trabalho específico de
comunicação, divulgação onde essas atividades devem ser realizadas por um
profissional de comunicação. A ABA está aparecendo na mídia e isso com
certeza vai tornar a associação mais conhecida e comentada nos meios
sociais.
43
10. Plano de comunicação:
a) Nome: Doando com folia
b) Justificativa: A ação se baseia na doação de roupas femininas e
infantis, fraldas, leite em pó, material de higiene e lã, feita pelas famílias das
crianças que estudam na escola Circo da Folia. A escola foi escolhida pelo seu
nível social e localização geográfica, preocupamo-nos em escolher uma escola
que possua um bom número de crianças, com um bom nível social (assim o
número de roupas oriundo de doação entre as mães antes de chegar a ABA é
menor) e com uma proximidade geográfica que alimente o sentimento de
auxiliar aquele que está próximo a nós, sabendo-se no bairro Intercap que
grande parte das gestantes da vila Bom Jesus e das moradoras que residem
embaixo dos viadutos da Ipiranga ganham seus bebês no HSL. Além da
divulgação da entidade para as famílias envolvidas na Escola Circo da Folia.
c) Objetivo: Arrecadar doações e divulgar a existência da ABA.
d) Público destinado: Famílias de gestantes que ganham seus filhos
através do SUS no HSL.
e) Período de realização:
De: 22/08/2011 a 05/09/2011
f) Estratégia: Distribuição de folders, apresentando a organização e
solicitando doações para ABA.
g) Comunicação - instrumentos:
Folder – Anexo 3
Cartaz no mural da escola – Anexo 4
h) Recursos necessários:
Computador para fazer cartaz e folder
Impressora para imprimir cartaz e folder
Recursos Humanos para levar as doações até a ABA
44
i) Custos:
A ação não teve nenhum custo, visto que a faculdade nos permite
acesso aos computadores e às suas impressoras.
j) Público envolvido: Os públicos envolvidos na campanha são:
ABA
Voluntárias da ABA
Mães carentes pacientes do HSL
Bebês nascidos das mães carentes do HSL
Professores e profissionais da escola Circo da Folia
Mães da escola Circo da Folia
Crianças da escola Circo da Folia
k) Cronograma com lista de providências e controle:
Ação Período
Criação da identidade visual da campanha De 8 a 20 de agosto.
Execução da campanha De 22 de agosto a 05 de setembro.
Arrecadação da doação da escola Circo da Folia
05 de setembro.
Entrega das doações para ABA 15 de setembro.
l) Sistema de avaliação:
O sistema de avaliação foi feito através da quantidade de doações
arrecadadas que somam (Anexo 5 – fotos da doações enviadas pela escola
Circo da Folia):
40 peças de roupas infantis
6 pares de meia
3 sapatos infantis
3 pacotes de fraldas
2 latas de leite em pó
1 pomada para assadura
1 sabonete infantil.
45
Considerações finais
O desenvolvimento deste trabalho possibilitou um conhecimento mais
intenso sobre o funcionamento e a importância do voluntariado. Esse trabalho
não é importante somente para quem recebe a atenção, mas também para o
voluntário. O trabalho que a ABA exerce é um trabalho que acolhe o
sentimento dos pais que estão na UTI Neonatal, não raro os pais que no futuro
retornam com doações, pela importância que elas tiveram para eles naquele
momento.
A escolha da ABA não partiu somente pelo motivo de termos uma colega
que voluntariou na associação, mas porque o trabalho realizado é de extrema
responsabilidade e seriedade Assim, tentamos agregar um pouco mais de
conhecimento na intenção de poder auxiliar futuramente. A ABA mereceu toda
a nossa atenção e esforços. A Associação atinge um público que não escolhe
estar ali naquele momento que era para ser de intensa alegria, estar com um
filho na UTI Neonatal com certeza é uma das situações mais difíceis que
qualquer pai e mãe podem enfrentar, independente de ser o primeiro filho..
Os recursos que a ABA recebe são de doadores, mas falta espaço para
guardar as doações. O local de trabalho é pequeno, não há estrutura física
caso surjam propostas que possibilitem um crescimento da associação.
O trabalho de um profissional de Relações Públicas, voltado para a
comunicação entre a associação e entidades externas é realmente
efetivo/necessário como demonstrarmos na ação feita na escola Circo da
Folia.
Um fator que alegra todos no grupo é que a ABA está se tornando cada
vez mais conhecida, atráves da mídia, em atividades sociais e entrevistas. Isso
torna a associação atraente e atrai doadores.
Assim, agradecemos a professora Glafira Furtado que nos orientou na
estrutura e construção do trabalho aqui apresentado, a atenção da
coordenadora Iára Cláudio que nos doou seu tempo e conhecimento para que
pudéssemos nos aprofundar na organização estudada, e escola Circo da Folia
que nos cedeu espaço para divulgar a instituição e permissão para solicitar
doações aos pais dos alunos da escola.
46
REFERÊNCIAS:
ALVES, Mario Aquino. Terceiro Setor: as origens do conceito. Anais do
XXVI ENANPAD, Salvador/BA, 2002 (GPG 837-2002). BASEGGIO, Ana Luisa. O diagnóstico aplicado às Relações Públicas: uma análise de seus aspectos teóricos e empíricos. Porto Alegre, 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração estratégica: em busca do desempenho superior: uma abordagem além do balanced scorecard. São Paulo: Saraiva, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. SAPIRO, Arão: Planejamento Estratégico - 4ª ed. -
Rio de Janeiro : Elsevier, 2009. ______. ______. Planejamento Estratégico - 2ª ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2004. FERNANDES, R.C. Privado porém público, o terceiro setor na América Latina. Rio de Janeiro: Civicus, 1994. FRANÇA, Fábio. Públicos: como identificá-los em uma nova visão estratégica. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2004. HALL, R. Organizações: estrutura e processos. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1984. HONORATO, Gilson. Conhecendo o marketing. Barueri, SP: Manole, 2004.
KOTLER. Philip. Administração de Marketing. 10ª ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2000. KUNSCH, Margarida M. Krohling. Relações Públicas e modernidade: novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo: Summus, 1997.
______. MOURA Cláudia Peixoto de. Ensino de comunicação: qualidade na formação acadêmico-profissional. São Paulo: INTERCOM, 2007. KOTLER, Philip. Introdução ao Marketing. 4º Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MENSHHEIN, Rafael Maurício. Marketing Interno. Março. 2006. Site Portal do
Marketing, Nov. 2006. MINTZBERG, Henry. Ascensão e Queda do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004.
47
PERUZZO, Cicilia M. Krohling. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da cidadania. 3º ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
______. Duarte, Jorge (Org.) Comunicação Pública: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse público. Comunicação e terceiro setor. São Paulo: Atlas, 2007. PORTER, Michel E. A nova estratégia. In: JÚLIO, Carlos A.; SALIBI NETO, José. (Orgs.). Estratégia e Planejamento. 1. ed. São Paulo: Publifolha, 2002. SETTE, Ricardo de Souza. Estratégia empresarial. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas e micropolítica. São Paulo:
Summus, 2001. STONER, James A. F. Administração. Rio de Janeiro: Pretentice-Hall do Brasil, 1985. .
48
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Consultado em: 20/08/2011
http://bancocultural.com.br/terceirosetor/
http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19353.pdf
http://dayserodrigues.wordpress.com/2009/07/30/cultura-organizacional-e-
terceiro-setor/
http://www.rts.org.br/noticias/destaque-1/tecnologia-social-e-modelo-de-
comercio-justo
http://www.facaparte.org.br/link/tecnologia-a-favor-do-terceiro-setor/
http://www.microsoft.com/brasil/ong/default.mspx
- consultado em 25/08/2011
http://www.filantropia.org/OqueeTerceiroSetor.htm
- Consultado em 27/09/2011
http://www.sebraemg.com.br/culturadacooperacao/associacoes/terceiro_setor.htm http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/ongs_e_oscips/informacoes_sobre_o_terceiro_setor.html
49
Anexos:
Anexo 1 – Carta acordo.........................................................................50
Anexo 2 – Foto do espaço da ABA........................................................51
Anexo 3 – Folder enviado a escola Circo da Folia.................................61
Anexo 4 – Cartaz colocado na escola Circo da Folia.............................53
Anexo 5 – Fotos das doações acolhidas na escola Circo da Folia.......54
Anexo 6 – Entrevista Iara para emissora TVE.......................................55
Anexo 7 – Entrevista Iara rádio Famecos..............................................57
50
Anexo 1 – Carta Acordo
51
Anexo 2 - Foto do espaço ABA
52
Anexo 3 – Folder enviado à escola Circo da Folia
Amigos
dos
Bebês
Apres-
sados
A ABA é uma
associação de voluntárias
que atua na UTI neonatal
do HSL PUCRS, existente
para apoiar as famílias
nesse momento tão
especial.
Nosso trabalho é
realizado com a ajuda de
doações que beneficiam
as famílias carentes com
enxoval para recém
nascido, roupas femininas
e infantis, fraldas, leite
em pó, material de higiene
e lã para oficinas de
montricô.
A escola Circo da
Folia está conosco neste
empenho.
Contamos também
com a sua colaboração.
Saúde e Paz.
ABA
Amigos
dos
Bebês
Apres-
sados
A ABA é uma
associação de voluntárias
que atua na UTI neonatal
do HSL PUCRS, existente
para apoiar as famílias
nesse momento tão
especial.
Nosso trabalho é
realizado com a ajuda de
doações que beneficiam
as famílias carentes com
enxoval para recém
nascido, roupas femininas
e infantis, fraldas, leite
em pó, material de higiene
e lã para oficinas de
montricô.
A escola Circo da
Folia está conosco neste
empenho.
Contamos também
com a sua colaboração.
Saúde e Paz.
ABA
Amigos
dos
Bebês
Apres-
sados
A ABA é uma
associação de voluntárias
que atua na UTI neonatal
do HSL PUCRS, existente
para apoiar as famílias
nesse momento tão
especial.
Nosso trabalho é
realizado com a ajuda de
doações que beneficiam
as famílias carentes com
enxoval para recém
nascido, roupas femininas
e infantis, fraldas, leite
em pó, material de higiene
e lã para oficinas de
montricô.
A escola Circo da
Folia está conosco neste
empenho.
Contamos também
com a sua colaboração.
Saúde e Paz.
ABA
53
Anexo 4 – Cartaz colocado na escola Circo da Folia
A escola Circo da
Folia está apoiando
a ABA, apoie você
também!
Deixe aqui suas
doações.
54
Anexo 5 – Fotos das doações acolhidas na escola Circo da Folia
55
Anexo 6 – Entrevista Iara para emissora TVE:
Repórter: Todo recém-nascido é frágil, mas os prematuros ou
apressados, como são chamados pelo núcleo de voluntariado da UTI Neonatal,
São Lucas da PUC, precisam de ainda mais cuidado. E essa geralmente não é
uma situação esperada pela família.
Iara: A emoção da gente fazer o voluntariado da saúde dentro de uma
área da TI, é justamente essa, de encontrar um grupo familiar que se
surpreende com a chegada de um bebe que não esta em condições de ir para
casa.
Nós ouvimos essa família, pais, avôs, mães, mesmo que estão
passando pela situação, tendo um filho guerreiro, que está lutando pela vida.
Repórter: O trabalho dos amigos dos bebês apressados é acolher e
ajudar pais como Graziela e Giovani, que passam horas com o pequeno
Joaquim. Ele nasceu com 28 semanas em Alegrete e foi encaminhado para a
PUC, o desejo é ir para casa. Mas foi aqui que o aprendizado entre pais e filho
começou.
Mãe: O contato lá com ele era mínimo, era ele doentinho dentro da
incubadora e mais nada. Vimos para cá e a mudança foi radical. Trocamos
fralda, que agente nunca tinha trocado num bebe tão pequeno. Para nós foi
ótimo, não pegávamos no colo, trocava fralda, não dava de mama agora para
nós foi maravilhoso.
Repórter: Como a PUC é referencia na UTI Neonatal recebe muitos
prematuros, até de fora do Estado, parte desse público precisa também de
ajuda material. Aí entra o trabalho dos voluntários em arrecadar roupas, fraldas,
novelos de lã e alimentos.
Iara: Nós somos os braços e as mãos dos doadores, agente olha para
esse grupo, como agente de mudança social, pessoas que com certeza vão
sair com seu filho saudável, agente esta postando nisso e com compromisso
de solidariedade de fazer lá fora alguma cosia semelhante do que recebeu
56
aqui.
Repórter: Para ampliar os estoques da ABA, um grupo de estudantes
estrangeiros e também do País, está em campanha, o foco principal são os
produtos de higiene como sabonetes infantis e de glicerina, toalhas e fraldas.
Essa é a terceira vez que eles se reúnem e incentivam a solidariedade as
famílias carentes.
Voluntário: Eu sempre me recordo de uma palavra de um grande
filosofo chamado muzi: “Mas qual o caminho do amor universal e beneficio
muto, ai respondeu: fazer países do outros o nosso, e não Países e sim família
de outra pessoa a nossa família”.
57
Anexo 7 – Entrevista Iara para Rádio Famecos:
ENTREVISTA FAMECOS ASSUNTO – VOLUNTARIADO
Participantes: Aline Fernades Vargas, Amanda Chan, Ana Paula
Ramos, Melissa Maciel, Chaise Melati, Coordenação: Bruna Valentim,
Entrevistada: Iara Cláudio, Coordenadora ABA – Amigos dos bebês
apressados
Pergunta:
Iara, a partir de que momento o voluntariado passou a fazer parte
da sua vida?
- Bruna euuu..o voluntariado fez parte da minha vida de maneira pontual
durante sempre, né...éééé...porem eu coloquei como foco principal do meu
trabalho pós aposentadoria,eu dediquei 41 anos da minha vida para a
universidade, uma universidade pra bem, eu amo a PUCRS, então, quando eu
preparei a minha saída eu preparei colocando como top de trabalho o
voluntariado.
Pergunta:
Iara tu tens uma trajetória de muita dedicação a universidade, como
tu estavas falando, chegou a ser diretora de dois campings da PUCRS. O
voluntariado fez parte do seu planejamento profissional ou de vida, como
é que surgiu esse contato?
- É esse contato, essa vivencia na universidade ela traz um aprendizado
muito grande, é uma bagagem bem expressiva de experiências muito ricas de
contato com as pessoas, vocês sabem disso, isso aqui é um laboratório de 1ª
grandeza. O q fazer com tudo isso depois de 41 anos de trabalho?né...então
achei que...em hipótese alguma esse,esse, essa Vivência poderia ficar entre
quatro paredes, nada melhor do que os surdos, rádio, eu amo radio, mas é,
radio tu tens que ser mais descritivo, então na comunidade surda a língua é
libras como vocês sabem e o sinal de voluntario é os dois dedos segurando a
ponta da roupa e puxando, e o voluntario é aquele que avança, esse é o
significado. Eu espero que os ouvintes tenham entendido a descrição do sinal.
58
Segurar a roupa e, é...avançar. então é mais ou menos isso que eu fui fazer,
NE, é esse conhecimento e seguir aprendendo em outros lugares.
Pergunta:
Iara, como a tua família reagiu diante da decisão de se dedicar ao
voluntariado e dentro dos membros da tua família tem pessoas que
também se dedicam ao voluntariado?
- É a minha família também é muito rica, né, nesse, nesse tipo de
experiência, os meus filhos são muito voltados a isso, nos trabalhamos hoje
com apadrinhamento afetivo, em família, isso significa que aos finais de
semana nos encontramos com jovens que estão abrigados na FASC e eles
fazem parte da nossa rotina de final de semana, então isso é uma forma de
voluntariado direto que meus filhos participam por opção pessoal deles, então o
voluntariado não nos surpreende, é uma linguagem comum na família. Eu
tenho uma filha que mora em Curitiba, é psico e trabalha na universidade lá,
e...o cachorro dela chama-se Bart, e o Bart faz voluntariado em asilos de
idosos com alzheimer, né, toda semana, então como tu vê é um mal de família
q se estende desde o cachorro ate o bem familiar como um todo, ta, isso ai faz
parte da nossa dinâmica.
Pergunta:
Iara tu disse q tu te dedicou ao voluntariado a partir da tua
aposentadoria, antes disso tu chegou a ter algum contato?
- Não é assim ó Chaise, eu fazia de maneira pontual porque realmente a
universidade me absorvia como um todo, mas 2 anos antes de me aposentar
eu fiz um plano, um projeto de vida, então durante 2 anos eu pesquisei onde
fazer, o que eu precisava aprender para fazer esse tipo de trabalho e quais
seriam as metas que eu teria que alcançar inclusive os critérios de avaliação
para esse trabalho, foi um negócio assim bem, bem profissional, quase um
projeto de pesquisa né..todas as suas propostas, eeee...então 2 anos antes eu
comecei a organização desse trabalho para começar, eu me aposentei dia 19
de abril e no dia 20 eu tava assumindo as 08h da manha no lugar onde eu
havia destinado.
59
Pergunta:
Da para dizer que você e sua família se dedicam em tempo integral,
durante a semana tu tens um trabalho em organizações e final de semana
esse projeto com os teus filho?
- É de certa forma é, falando assim parece meio pomposo, assim ó, os
salvadores da pátria, não é nada disso, é muito divertido ta, é uma coisa assim,
eu me sinto muito a vontade nessa entrevista porque estou rodeado de jovens.
Vocês vieram, já chegam nesse planeta com o carimbo de voluntariado. Os
meus pais, o ano passado quando eu comecei eu estava sozinha no grupo de
trabalho, hoje são mais de 30 e quase 90% são colegas de vocês.então , não é
nada difícil nem pomposo.faz parte da dinâmica dessa geração.
Pergunta:
Iara, quais foram as tuas ações, projetos como voluntariado pós a
tua aposentadoria? Elas foram no HS ou tu te envolveu em outras
organizações?
- Não, eu não pensava em fazer voluntariado da saúde, nunca, no meu
projeto inclusive, tu vê que quando a gente faz projeto tem que ter liberdade e
flexibilizar. O meu trabalho era voltado a ações sociais maristas, esse era meu
campo, porque? por uma questão de coerência. Porque não pode trabalhar
numa obra que nem a PUCRS durante 40 anos ou mais e depois dizer, olha
agora eu vou escolher para obras sociais de voluntariado o outro grupo, outros
grupos que existam, e existem excelentes grupos e inúmeros.eu acredito nessa
obra. Acredito e conheço o trabalho marista e admiro, portanto era para la que
eu queria canalizar a minha energia. Então eu fui trabalhar no centro social
Irmão Antonio Bortoline, ali no centro na voluntários da pátria, para ficar mais
fácil para quem esta nos ouvindo é a antiga vila dos papeleiros, porque depois
eles reconstruíram, la existe uma obra marista excelente coordenada pelo
irmão Miguel, da qual eu trabalhei um ano, trabalhei um ano La e fiquei muito
feliz. La a gente dava principio de libras, espanhol, enfim , um pouco de tudo
NE, eu pretendia ficar La um tempo mas eu comecei a ser chamada pelo Dr.
Renato Fiori para reabrir a ABA que um ONG chamada “amigos dos bebes
apressados” na UTI neonatal do HSL, nosso vinculo ele tinha sido pediatra da
60
minha filha q Tb passou pela UTI neonatal. Como dizer não pro pediatra da sua
1ª filha? isso um dia vocês viverão e jamais se esquecem ,então eu pensei
comigo “vou la passo 02 meses e caio fora” bom eu havia estudado fukou mas
não entendi nada sobre o poder dentro das organizações em um hospital, eu
revivi fukou la dentro e é impossível sair de um hospital e daí tu entende
porque q ele viveu 5 anos dentro de um hospital mas 5 anos e um presídio para
olhar o mundo, que a ótica é completamente distinta.
Pergunta:
Esse trabalho no hospital é diferente do que tu fazia...
- Completamente!
Pergunta:
Como era La no Antonio Bortolini?
- No Antonio Bortolini....
Pergunta:
Da para destacar experiências?
- No Antonio Bortolini esta entro de um bolsão d misérias com pessoas
com experiências, com,com...com jovens com potencial de terem 3
alternativas: prostituição infantil, trafico ou outro. Ele trabalha em cima do outro,
o outro são outras coisas alem disso, né, então é um grupo que tem “n”
habilidades, potencial de musica, teatro, cursos profissionalizantes, enfim, tu
estas trabalhando com uma energia que é, digamos assim proativa, num
hospital contexto outro.
Pergunta:
E hoje em dia tu q esta dentro do hospital, tu tem planos de parar
de trabalhar na área da saúde e voltar para um outro segmento ou tu quer
continuar em um hospital?
- Não...voluntario ele nunca quer continuar em lugar nenhum, ele fica
enquanto ele acha que esta crescendo esta servindo. Eu costumo dizer para
os pais voluntario que voluntario ele jamais poder ser, como eu vou dizer
assim.... remunerado, porque o nosso trabalho não tem preço, e quando eu
61
afirmo isso não há ninguém, não há nenhuma postura de vaidade ou orgulho,
não há, a solidariedade não tem medida. Essa é a nossa única meda, quando
eu cheguei no HSL e que eu vi que era o voluntariado da saúde eu não tinha
preparo para isso, eu procurei através dos médicos orientação para onde ir
para aprender voluntariado das saúde e eles me disseram, olha, o Hospital em
Buenos Aires é referencia internacional em voluntariado da saúde, eu disse
“me serve” peguei um avião e fui para la, fiz um estagio la, aprendi muita coisa,
ate porque o avental das voluntarias la deve ser rosa, talvez os nosso ouvintes
tenham interesse em saber, não é assim que se usa mas rosa é a cor
internacional ligada ao voluntariado da saúde. E o motivo é porque as primeiras
voluntarias que seguiram na guerra mundial, na primeira, para o front, tinham
seu jalecos branco, e como não tinham produtos de limpeza sofisticados, elas
lavavam e o sangue dos soldados iam tornando os aventais rosa.então em
homenagem as nossas referencias em voluntarias da saúde, elas ia la para
lutar para a saúde, os nossos aventais são rosa, nesse sentido, ta. Eu voltei e
trouxe aquele modelo adaptado a nossa realidade para construir o voluntariado
da saúde aqui no são Lucas.
Pergunta:
Bom Iara, dentro do hospital você fazer parte de uma equipe de
voluntariado. Como se da a relação de vocês entre essa equipe e essa
equipe recebeu preparo para a atuação?
- É, a gente esta respaldado por uma associação que é extremamente
importante e aqui na mesa tem gente muito mais competente que eu para falar
sobre isso, que é a nossa querida melissa, eu estou me referindo a AVESSOL,
que é a associação de voluntariado que surgiu dentro da comunidade marista
da qual nos todas estamos filiadas. Então, esse preparação ela começa a nível
de AVESSOL e depois dentro do hospital nos temos 3 fases de formação.
Aqueles que passam nas 3 fases conseguem trabalhar. É difícil voluntariado da
saúde. É preciso ter saúde.
Pergunta:
Afinal de contas Iara, quem ganha com essa experiência, o
voluntario ou o publico beneficiado?
62
- 1º lugar o voluntário
É incomensurável o ganho que você tem no trabalho voluntario. Há uma
diferença na estrutura hierárquica dessa sociedade, que o fukou frisava muito,
a relação de poder diferenciada.nos só temos o bem como chefia, mais nada,
não há concorrência de cargos, não há preocupação com a remuneração, não
há interesse se há ou não férias, essas coisas que nós chamamos de
pequenas elas não fazer parte do nosso universo.nos trabalhamos em cima do
foco e essa é a nossa marca não são Lucas e que cada paciente e sua família
é uma oportunidade, uma oportunidade de que, de mudança social. Eles são
as nossas oportunidades de transformar a sociedade aqui fora. Então o que a
gente faz, quando tu pega paciente e seus familiares o nível de poder deles
esta incon...incon...ih a palavra não veio mas tudo bem, esta bem abaixo do
nível dos demais membros da sociedade, porque, o ambiente de maior miséria,
miséria social, você só sabe o preço da saúde depois que você não tem. E se
você é terminal por exemplo de câncer, eu vou pegar porque é uma linguagem
mais comum ao ouvinte, tanto faz se você esta vindo de uma favela ou se você
tem um Porsche na garagem, não faz diferença isso, então este valor, não ter
saúde naquele momento, entrar em um hospital para procurar uma solução,
dar uma oportunidade de que a gente agregue um valor a ele e quando ele sai
se transforma em um agente social de mudança, solidária. Nós usamos
diversas estratégias, diferentes oficinas, nossa abordagem toda não é piedosa,
né, de assistencialismo, nossa abordagem é toda de promoção social, nos
fazemos isso na pediatria, na geriatria, na internação pediátrica, na emergência
SUS, é fantástico o trabalho que é feito pelo grupo, não sou só eu, é um grupo
grande como eu disse pra vocês, que entra na emergência SUS e consegue
transformar aquilo num lugar de muita paz trabalho...
Pergunta?
No caso esta longe de ser uma visita?
- Nããão....é legal isso que tu esta falando Bruna porque as vezes tem
idéia assim que nos distribuímos, nada contra, eu acho que é positivo, que nos
distribuímos, visitamos os leitos e distribuímos santinhos e dizemos que todo
mundo um dia vai se salvar. Não é esse o nosso trabalho, não é esse. O nosso
trabalho é o compromisso social que aquele indivíduo tem de receber um
63
conhecimento de nós que ele não tem gratuitamente e depois ele possa
transformar isso da mesma forma no ambiente que ele tem, então é
interessante porque às vezes por exemplo, chama-se projeto esperança, nos
distribuímos Lá e ensinamos mantricô. E as vezes nos ligamos por exemplo,
recebemos ligação da APAE de gramado, Capão da Canoa. O nosso hospital
são 3.200 partos por ano, o são Lucas é uma referencia, não só estadual,
recebemos pacientes de outros estados, então é impressionante o público que
a gente acaba atingindo. Essas pessoas vão, para o seu núcleo social, para a
sua cidade movem a oficina que elas receberam aqui e de La o pessoal liga e
diz “ó que legal!foi bom passar no são Lucas” que não só o indivíduo recuperou
a saúde mas levou um valor que ele não tinha e que ele pode socialmente
integrar o seu grupo de origem.
Pergunta:
Bom Iara, aderir as condições de nos é encarar o que é necessário
para ser voluntario?
- Vontade Amanda, vontade, vontade de ser solidário, não precisa
nenhuma característica especial. Como eu disse para vocês eu não sabia nada
sobre voluntariado da saúde quando eu entrei e nem que iria fazer. Mas existe
esse trabalho, é uma conquista. Eu deixo a todos os ouvintes a AVESSOL
como referencia, ta, para aqueles que tiverem interesse de realizar voluntariado
na saúde ou outro tipo de voluntariado. E não só no hospital são Lucas, eu
tenho informações que existem outros hospitais que são cadastrados na
AVESSOL, então , que queira viver essa experiência de ir ao encontro do
outro. No nosso caso com propostas sérias de levar a esse outro recursos de
uma nova oportunidade
Pergunta:
Iara, poderia já, ao longo desses quase 2 anos, que tu se dedicas,
dizer, já colheste um fruto desse trabalho?já da para observar essa
transformação social a partir do trabalho do serviço voluntario que tu
realizas?
- Eu acho que sim pelo seguinte ó, sociedade responde de forma muito
clara para isso, não só dos pacientes que voltam para sua cidade, prefeituras,
64
as APAES acabam ligando para nós e agradecendo as coisas que foram
levadas pelos pacientes, mas como algumas organizações, por exemplo, ano
passado a aba recebeu o premio troféu solidariedade da Câmara Municipal de
Porto Alegre, então isso mostra que os resultados ultrapassam os limites do
hospital. Amanhã eu estou indo como convidada palestrante para o Tele x vale
dos vinhedos, terei La a oportunidade de dividir com eles algumas experiências
que eu estou colocando aqui hoje com vocês. Então, é, mostra que o
voluntariado e a presença do voluntariado ela traz resultados em diversos
níveis simultaneamente e tu não tens como medir ate aonde a tua palavra teu
gesto chegou.
Pergunta:
Iara, qual foi nesses anos de voluntariado a maior frustração e a
maior realização que tu tiveste como teu trabalho?
- Frustração é Bruna, eu não tive frustração, talvez eu pudesse dizer
assim ó, eu saio, eu divido meu trabalho em 4 dias NE, 2 dias, 3as e5as eu
trabalho dentro do hospital e 2ª e 4as eu vou atrás do doadores, que é um
braço social muito importante que a gente não esta abordando aqui, parece
que aquele que vai ao encontro do voluntariado, agi como voluntario, ele faz
isso sozinho, não eu costumo dizer que ele é braço e Mao do doador. Existe
toda uma articulação social. Nós temos senhoras de oitenta e poucos anos que
só tricotam para a aba o nos não podemos dispensar esse trabalho de forma
nenhuma. Aqui nos temos dentro do campus familiares, mães e funcionarias e
professores, a mesma coisa la no hospital que trabalham pelo voluntariado,
então isso ai é extremamente importante de dizer mas é...voltando a tua
pergunta que eu esqueci....
Pergunta:
E realizações?
- A então legal assim ó, eeee....realização foi quando nos tivemos a
presença de uma mãe, dependente química, usuária de craque que estava
como seu bebe na neonatal e que havia feito uma tentativa de se afastar da
droga e criar aquele bebe, mas ela não tinha coragem de conhecer o bebe,
negocio complicado esse né? que...ela,ela, é difícil fazer uma opção entre o
65
craque e o filho, é....ela tinha feito a opção pelo filho, que não é comum, ta, o
que é legal é assim ó, a propaganda, a propaganda informativa, ai eu passo
para vocês a responsabilidade, na parte da drogadição, é chamar a atenção
sobre o traficante, o cara preto, sujo, mal encarado que usa arma e fica em
cima do morro. Ninguém foca, as festinhas, ninguém foca a menina bonita que
ta puxando fumo, ninguém foca o cara de academia que ta puxando fumo, são
esses pais que levam os filhos para nos, ta entendendo, então parece que só o
lado podre é o lado que vende e o lado que compra nunca aparece, desculpa.
Eu sei que o tema não é droga mas eu fiz um desvio ate porque essa mãe ela
queria justamente isso. Ela queria conhecer o filho daí ela nos chamou. Ela foi
ate a ABA e pediu que a gente a acompanhasse. Foi muito legal o que
aconteceu naquele encontro
Interlocutora Complementa: É um resgate
- É um resgate, então eu acho que esse momento para mim Foi
significativo, esse filho ate hoje tem mãe...
Pergunta:
E Iara, como se lida com o envolvimento emocional, principalmente
se tratando de hospital?
- É isso ai tem que estar resolvido, Amanda, muito boa a tua pergunta.
No nosso trabalho não há espaço para piedade, no mau sentido, do coitadinho,
do pobrezinho, do vamos chorar juntos, não é essa linha que ta valendo, nos
trabalhamos na linha pró-ativa, sempre é possível resgatar, ta, sempre é
possível vencer, eu coloco um exemplo, se ainda da tempo a Bruna me diz, um
exemplo de um mantricô que nos entramos na internação pediátrica. Nos
fomos chamadas La porque, ate a equipe de psicologia nos orientou, uma mãe
estava com dificuldade de cuidar do seu filho. Nós entramos, as usuárias fazem
um desfile parecido com alguma coisa que eu estou usando aqui, e para o
pessoal do rádio e tricô feito com as mãos, não usamos agulhas por uma
questão de segurança na área hospitalar, através das, e todos estão
convidados a conhecer a aba, os ouvintes também, que nos faremos em 10
minutos vocês vão aprender a fazer um man tricô. E nos passamos para essa
mãe e para outras, eram 4, 5 mães que estavam no quarto e pais, e ela disse
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aprendeu a fazer, e o companheiro que estava do lado disse pra ela “termina
rápido que eu vou vender na saída do colégio dos outros filhos e trago dinheiro
para tua comer hoje. Então é interessante porque a gente não tem dimensão
que aquilo que tu esta fazendo vai alimentar um ser humano de forma honesta,
né, não se prostituindo, né? não vendendo droga, então estas, estas definições
elas acabam deixando muito claro o caminho que a gente tem que fazer,
precisa sim não ter piedade, não mau sentido, precisa ter solidariedade.
Pergunta:
Iara depois da gente conhecer o teu trabalho como a gente poderia
participar do teu trabalho?
- AVESSOL! fora da AVESSOL não tem como entrar La, porque nos não
podemos receber quem não esta cadastrado, passado por entrevista, aqui no
campus central vocês tem AVESSOL no Prédio 17, que é um núcleo do
AVESSOL e Também tem outro núcleo q esta sendo inaugurado 2af que é a
AVESSOL que eu não sei onde fica, é uma travessa da Cristóvão Colombo,
mas entra no site da AVESSOL que tem, que é da PUCRS vem para
AVESSOL PUCRS.
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