projeto experimental cmunitário

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS PROJETO EXPERIMENTAL COMUNITÁRIO. PROFESSORA: ME. GLAFIRA FURTADO CELINA GOMES FÁBIA SILVEIRA ABA EM CADA SER HUMANO HÁ UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL PORTO ALEGRE 2011

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Projeto apresentado como requisito de avaliação da disciplina de Projeto Experimental Comunitário do Departamento de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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Page 1: Projeto Experimental Cmunitário

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

PROJETO EXPERIMENTAL COMUNITÁRIO.

PROFESSORA: ME. GLAFIRA FURTADO

CELINA GOMES

FÁBIA SILVEIRA

ABA – EM CADA SER HUMANO HÁ UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

PORTO ALEGRE

2011

Page 2: Projeto Experimental Cmunitário

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CELINA GOMES FÁBIA SILVEIRA

PROJETO EXPERIMENTAL COMUNITÁRIO

Projeto apresentado como requisito de avaliação da disciplina de Projeto Experimental Comunitário do Departamento de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre 2011

Page 3: Projeto Experimental Cmunitário

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RESUMO

As organizações do Terceiro Setor são organizações sem fins lucrativos

e não governamentais, que têm como objetivo gerar serviços de caráter

público, dentre as quais, se destacam as Organizações Não Governamentais

(ONGs).

Este projeto consiste em aplicar as práticas e conhecimentos de

Relações Públicas adquiridos no decorrer do curso, em uma associação sem

finalidade de lucro, a ABA – Amigos dos Bebês Apressados, auxiliando com

uma ação adequada, a partir do diagnóstico de uma necessidade específica,

auxiliando na captação de recursos e ressaltando sobre a importância do

cidadão como ator de transformação social.

Palavras-chave: Terceiro Setor - Organizações Não Governamentais -

Relações Públicas - Responsabilidade Social - Relações Públicas

Comunitárias.

Page 4: Projeto Experimental Cmunitário

4

ABSTRACT

The Third Sector organizations are non profit organizations and NGOs,

which aims to generate services of a public character, among which stand

out non-governmental organizations (NGOs).

This project is to implement the practices and knowledge of public

relations acquired during the course in a non profit association, the ABA -

Friends rushed the babies, helping with an appropriate action from

the diagnosis of a specific need, helping in fundraising and emphasizing the

importance of the citizen as an actor of social change.

Keywords: Third Sector - NGOs - Public Relations - Social

Responsibility -Community Relations.

Page 5: Projeto Experimental Cmunitário

5

SUMÁRIO:

1. Introdução.......................................................................................6

2. Apresentação da Organização.......................................................7

3. Princípios Norteadores.................................................................14

4. Análise de Ambientes...................................................................15

5. Análise de públicos.......................................................................26

6. Diagnóstico...................................................................................35

7. Prognóstico...................................................................................37

8. Política de ações..........................................................................38

9. A comunicação comunitária no contexto das organizações......40

10. Plano de comunicação.................................................................43

Considerações finais...............................................................................45

Referências.............................................................................................46

Anexos....................................................................................................49

Page 6: Projeto Experimental Cmunitário

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1. INTRODUÇÃO:

Este trabalho foi realizado na disciplina Projeto Comunitário, do curso de

Comunicação Social, Habilitação Relações Públicas, da Faculdade de

Comunicação Social, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,

e foi orientado pela Professora Me. Glafira Furtado. Desenvolvido no segundo

semestre de 2011, teve início no mês de agosto e conclusão no mês de

novembro. A proposta do Projeto é resgatar o conteúdo teórico/prático

desenvolvido durante todo o curso e, através da prática profissional, vivenciar o

processo de comunicação comunitária e Relações Públicas a uma instituição

real.

A organização estudada neste projeto é a Associação Amigos dos

Bebês Apressados – ABA, uma associação que atua junto à UTI Neonatal do

Hospital São Lucas da PUCRS, existente há aproximadamente cinco anos, é

mantida apenas por voluntários, com a coordenação de Iára Cláudio e em

parceria com as equipes médica e de enfermagem da unidade e de assistentes

sociais.

Atualmente o trabalho da ABA deixou de atender somente a UTI

Neonatal e passou a abranger mais 3 áreas do HSL que são: Núcleo de

Voluntariado da Internação Pediátrica, Núcleo de Voluntariado da Geriatria e o

do Núcleo de Amigos Voluntários da Emergência SUS.

O desenvolvimento do trabalho foi acordado (ANEXO A – carta acordo)

e acompanhado pela coordenadora através da realização de reuniões

semanais possibilitando ao grupo o conhecimento sobre o histórico,

funcionamento, método de trabalho, pontos fortes e fracos da instituição. A

partir da análise e estudo do segmento e dos ambientes interno e externo da

organização, pode-se realizar o diagnóstico, o que serviu como norte no

desenvolvimento do planejamento de comunicação e na tomada de decisões

no que se refere à escolha da ação a ser implementada.

Page 7: Projeto Experimental Cmunitário

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2. Apresentação da organização

2.1. Dados de identificação

• Nome: Associação Amigo dos Bebês Apressados

• Sigla: ABA

• CNPJ: 88.630.413/0007-96

• Localização: Av. Ipiranga, 6690 - 5º andar - bairro Jardim

Botânico, Porto Alegre, RS.

• Sites: http://www.pucrs.br/voluntariado/?p=sejavoluntario83

http://www.hospitalsaolucas.pucrs.br/humanizar/interna.php?url=voluntarios_aba

• Descrição das instalações:

A organização está instalada no quinto andar do Hospital São Lucas da

PUCRS, próximo à entrada da UTI Neonatal, em uma sala com

aproximadamente 6m², composta por um lavatório, uma mesa, dois armários

que guardam: roupas femininas, roupas infantis, lãs para as oficinas e leite em

pó. Acima da mesa e dos armários há duas prateleiras que ocupam quase todo

o comprimento as sala, onde ficam as fraldas descartáveis, cobertas para os

bebês e várias cestas que separam sapatinhos, casaquinhos, material de

higiene, pijamas, tip-top, etc. Devido ao tamanho, tudo é muito bem

organizado.

Anexo 2 – Fotos do espaço da ABA.

Presidente: Eloana Tusi Mann

Vice - Presidente: Zaira Luft

Coordenadora: Iára Cláudio

• Produtos e serviços:

A ABA é uma associação voltada ao atendimento das necessidades de

recém-nascidos prematuros, alojamento materno e suas famílias. Possui em

sua atuação os seguintes projetos:

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Projeto Ouvir:

o Objetivo: Acolhida fraterna;

o Apoio e encorajamento às mães e familiares.

o Local: Corredores da UTI;

o Visita ao alojamento da NEO

o Reunião semanal das equipes multidisciplinares com

mães e familiares.

o Periodicidade: Semanal/ Ocasional

Lema para as voluntárias: “QUEM TIVER OUVIDO PARA OUVIR,

QUE OUÇA”.

Mc 10,2-16.

Projeto Caminho:

o Objetivo: Apoio e encorajamento para mães e familiares.

o Local: Corredores da UTI

o Visita ao alojamento da Neo

o Fluxo: Enfermagem / Serviço Social/ ABA

o Periodicidade: Semanal/ Ocasional

Lema para as voluntárias: “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E

A VIDA.”

João 14,1-14.

Projeto Transporte:

o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães e a amamentação

dos bebês da UTI Neonatal.

o Local: ABA

o Fluxo: Serviço Social/ ABA

o Periodicidade: Semanal

o Ação: Passagens para as mães com alta, manterem a

freqüência, junto a UTI Neonatal.

Lema para as voluntárias: “TIVE FOME E ME DESTE DE COMER”

Mateus 25, 35.

Page 9: Projeto Experimental Cmunitário

9

Projeto Enxoval:

o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães e aos bebês que

receberem alta.

o Local: ABA

o Fluxo: Enfermagem / Serviço Social / ABA

o Periodicidade: Ocasional

o Ação: Doação de enxovais pós-alta.

Lema para as voluntárias: “...QUANDO O FIZESTE A UM DESTES

MEUS PEQUENINOS IRMÃOS, A MIM O FIZESTES;...”

Mateus 25,40.

Projeto esperança

o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães e acompanhantes

do alojamento e da enfermaria pediátrica.

o Local: Alojamento conjunto,

o Enfermaria pediátrica

o Periodicidade: Semanal

o Ação: Ensinar tricô para as mães que aguardam o nascimento

de seus filhos, em repouso ou para acompanhantes da

enfermaria pediátrica.

Lema para as voluntárias: “AMARÁS TEU PRÓXIMO COMO A TI

MESMO.”

Mateus 22,39.

Projeto Fralda – UTI:

o Objetivo: Apoio e encorajamento às mães, aos bebês e ao

HSL

o Local: UTI Neonatal

o Fluxo: ABA / Enfermagem

o Periodicidade: Mensal

o Ação: Doação de 5000 fraldas

Lema para as voluntárias: “...ESTAVA NU E ME VESTISTES...;”

Mateus 25,36

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Projeto Messe:

o Objetivo: Consolidação do Núcleo ABA – HSL

o Como: Adesão de novas voluntárias e integração com outras

ABAs

o Ações: Participação no projeto de voluntariado do HSL

o Visita/experiência a ABA do Hospital Ramóm Sarda,

Buenos Aires e outros;;

o Elaboração do regimento interno da ABA;

o Seleção de novas voluntárias

Lema para as voluntárias: “ENVIAI SENHOR, MUITOS

OPERÁRIOS PARA A VOSSA MESSE”.

Mateus 9,38.

Projeto Messe Fraterna:

o Objetivo: Estimular o clima fraterno, entre e nas equipes do 5º

andar.

o Como: Homenagem nas datas especiais com potes de mel.

Dia das mães: 2º domingo de maio

o Dia da Enfermeira: 12/05

o Dia da Assistente Social: 15/05

o Dia do Técnico/ Auxiliar de Enfermagem: 20/05

o Dia do Pediatra: 27/07

o Dias dos Pais: 2º domingo de agosto

o Dia da Psicóloga: 27/08

o Dia da Nutricionista: 31/08

o Dia da Secretária: 30/09

o Dia da Criança: 15/10

o Dia do Fisioterapeuta: 13/10

o Dia do Professor: 15/10

o Dia do Médico: 18/10

o Dia do Fonoaudiólogo: 09/12

Lema para as voluntárias: “PORQUE, QUALQUER QUE FIZER A

VONTADE DE MEU PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS, ESTE É MEU

IRMÃO, E IRMÃ E MÃE.”

Mateus 12,50.

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Projeto Rede

o Objetivo: Organização de uma rede de doadores para a ABA.

o Local: Externo ao HSL.

o Periodicidade: Permanente

o Ação: Divulgar os projetos realizados pela ABA, através das

diferentes “mídias”.

Levar a “missão” da Neonatal para a comunidade.

Lema para as voluntárias: “PEDI E VOS SERÁ DADO”.

Lucas 11.9.

O grupo de apoio tem um regimento interno aprovado que explicita

claramente seus objetivos:

Auxiliar na solução de problemas de recém-nascidos carentes

internados na UTI Neonatal;

Proporcionar às famílias carentes dos recém-nascidos internados na UTI

Neonatal oportunidades de maior permanência junto aos seus bebês;

Auxiliar na orientação dos familiares nos cuidados com os recém-

nascidos durante a internação e após a alta, incluindo educação para a

saúde, visando especialmente ao estimulo do aleitamento materno;

Auxiliar em iniciativas de melhorar a estrutura física da UTI Neonatal.

Page 12: Projeto Experimental Cmunitário

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2.2. ORGANOGRAMA:

2.2.1. Organograma Voluntariado Avesol no HSL:

2.2.2. Organograma Núcleo de voluntariado ABA:

Conselho: Dr. Renato Fiori

Vice-Presidente: Zaira Luft

Presidente: Eloana

Coordenadora do Núcleo:

Iára

Voluntária Berenice

Voluntária Eliane

Voluntária Glória

Voluntária Solaine

Avesol Tatiana

NV ABA

Iára

NV Pediatria

Magda

NV Geriatria

Vanessa

Avesol/ HSL Iára Cláudio

NV Emergência SUS

Ariele

NV 6º andar

Bruna

Page 13: Projeto Experimental Cmunitário

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2.3. HISTÓRICO:

De acordo com a atual representante Avesol no HSL, Iára Cláudio, a

ABA foi criada há cerca de 7 anos por um grupo de médicos e mães que se

organizaram para apoiar outras mães com bebês na UTI Neonatal, cresceu e

se solidificou nos primeiros anos, atuando na prática com o voluntariado. Após

esse período as mães fundadoras da ABA decidiram continuar atuando fora do

hospital. Assim o Dr. Renato Fiori convidou a atual representante da Avesol no

voluntariado HSL para reabrir o Espaço da ABA.

Em maio de 2010 Iára propôs a parceria entre o voluntariado do HSL e a

capacitação da Avesol, por já fazer parte dessa associação, mas nunca atuante

na área da saúde. Iára foi ao hospital Ramón Sarda, em Buenos Aires,

acompanhar o voluntariado das Damas Rosadas (referência no voluntariado da

saúde), De lá Iara trouxe a inspiração e o exemplo para ter um olhar operador,

para criar o regimento interno; aprendeu a forma como se organizam, valores

importantes para o voluntariado da saúde como o respeito à equipe

multidisciplinar, a história do voluntariado da saúde no mundo, a importância de

enxergar em cada paciente um agente de mudança social quando ele volta

para sua cidade, com saúde, auto-estima e capacitado para mudar o quadro

atual ao seu redor.

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3. PRINCÍPIOS NORTEADORES

Princípios norteadores das organizações são balizamentos para o

processo decisório e para o comportamento da empresa no cumprimento de

sua missão. Os princípios orientam sua existência e a função que exerce na

sociedade. Os princípios norteadores da organização estudada não estavam

expressos e estabelecidos formalmente. A ABA propõem-se:

3.1. Missão

Prestar assistência às famílias da UTI Neonatal e do Alojamento

Materno, propiciando para cada cidadão um aprendizado capaz de fazer desse

paciente um agente transformador social no meio em que vive.

3.2. Valores da missão

Solidariedade

Compromisso

Organização

3.3. Visão

Ser referência no voluntariado nacional na transformação de pacientes

em agentes sociais na sua comunidade

Page 15: Projeto Experimental Cmunitário

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4. ANÁLISE DE AMBIENTES:

A visão global obtida pela análise de ambientes auxilia na avaliação das

forças competitivas e identificação dos indicadores de tendências (análise do

macroambiente) e também de forças e fraquezas no âmbito interno (análise de

microambiente), para que assim as estratégias sejam formuladas para o melhor

ajustamento da organização no ambiente em que atua (CHIAVENATO E

SAPIRO, 2009).

4.1. Análise do Macroambiente:

Mesmo que o ambiente não possa ser controlado pela organização, é

importante monitorá-lo, para se evitar ameaças e verificar as oportunidades de

maneira eficiente. É importante salientar que essa deve ser uma atividade

contínua nas organizações, pois, segundo Chiavenato (2003, p.80), “Estamos

vivendo em uma era repleta de mudanças rápidas, profundas e descontínuas

que afetam de forma tenaz as organizações, as pessoas e a própria

sociedade.”

Kunsch (2007, p.301) afirma que “Organizações populares são os

núcleos de base que compõem a sociedade maior. Elas constituem o espaço

das contradições sociais e das resistências à repressão social”. Com isso

podemos verificar que através das organizações populares percebemos a real

situação que a sociedade está, desde o número de organizações existentes até

às suas causas mais empíricas.

4.1.1. Variáveis político-legais:

Hall, 1984, Stoner 1985 afirmam:

”Decorrem das políticas e critérios de decisão adotados pelos governos federais, estaduais e municipais, como também pelos governos estrangeiros quando suas decisões têm influência sobre as atividades da organização”.

As variáveis políticas influem no clima político e ideológico geral que o

governo pode criar e a estabilidade ou instabilidade política e institucional do

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país em geral, já que estes fatores repercutem com algum grau no

comportamento das organizações.

Atualmente nosso país é o que possui as maiores taxas de impostos

sobre os serviços e mercadorias o que prejudica tanto a ABA como as demais

ONG’s. Dessa maneira, é necessário que os produtos sejam vendidos por

valores cada vez mais altos e precisam sofrer constantes reajustes.

Em relação às legislações regulatórias dos negócios e às leis trabalhistas

e tributárias, o nosso cliente está dentro dos padrões estabelecidos pelo

governo.

4.1.2. Variáveis econômicas:

Ainda que não sejam empresas de negócios, as organizações sem fins

lucrativos possuem “clientes” aos quais se destinam seus serviços e devem

financiar suas próprias atividades, fato que as obriga a pensar em termos

próximos aos costumeiros nas empresas que visam o lucro. A consequência é

a transferência das técnicas das organizações mercantis de caráter privado e

das empresas do setor público para as organizações do Terceiro Setor. Este

fenômeno tem originado uma maior divisão do trabalho e das tarefas, uma

estrutura hierárquica mais centrada, uso do planejamento estratégico como

instrumento de gestão e uma maior complexidade administrativa e formalização

de processos de gerência.

O ser humano hoje depende dos produtos e serviços que as organizações

oferecem frente a uma necessidade criada pela sociedade atual. Esta

característica é comprovada quando identificamos que ele passa a maior parte

de seu tempo vinculado a essas organizações, se pautando de forma direta ou

indireta. Dentro deste contexto, Becker (1995) argumenta que as organizações,

principalmente as de pequeno porte e de atuação regional, devem desenvolver

a sua estratégia de atuação sedimentada na cooperação com públicos de

interesse, para enfrentarem a influência e o poder de persuasão das grandes

corporações.

Em relação à política econômica adotada pelo governo brasileiro nos

últimos anos permitiu ao País atravessar de forma relativamente tranquila a

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crise global que atingiu as grandes economias mundiais recentemente,

principalmente, a dos Estados Unidos e da Europa. É importante ressaltar que

a atividade econômica brasileira continua sendo impulsionada fortemente pela

demanda interna, principalmente pelo consumo e pela majoração dos

investimentos. O equilíbrio econômico brasileiro, tem sido um importante

instrumento de inclusão das camadas mais pobres da população no mercado

de consumo, além de permitir à classe média a elevação de seu padrão de

vida.

Ao observarmos o constante crescimento populacional da cidade de Porto

Alegre e as diversas mudanças que vem acontecendo no cenário econômico

da capital (ascensão da classe C, adaptação para o recebimento da Copa do

Mundo em 2014) é previsível afirmarmos a influência direta da globalização.

Cada vez mais a população deixa de consumir apenas o básico e passa a

investir também em supérfluos. Sendo assim, diversos nichos de mercados,

antes destinados apenas a públicos específicos, começam a receber novos

consumidores.

4.1.3. Variáveis demográficas:

De acordo com Menshhein (Site Portal do Marketing, Nov. De 2006):

”As variáveis demográficas apontam as populações, suas classes, sua renda, entre outros aspectos, pode ser um bom conjunto de informações para empresas que procuram um público-alvo mais especifico ou então se utiliza a estratégia de Marketing de massa”.

Kotler (2000, p. 162) afirma que:

”A primeira força macroambiental que os profissionais e marketing monitoram é a população, porque os mercados são compostos de pessoas. Vários são os aspectos de extremo interesse dos profissionais de marketing: o tamanho e a taxa de crescimento da população de diferentes cidades, regiões e países, distribuição das faixas etárias, os níveis de instrução, os padrões domiciliares e as características e os movimentos regionais.” (Kotler, 2000, p.162)

Para que seja possível distinguir os grupos de consumidores, os desejos

e as preferências, é necessário nos basearmos na análise das variáveis

demográficas. Sendo assim, a ABA fica localizada em espaços que circulam

diariamente pessoas pertencentes às classe C, D e E que estão em ascensão.

Page 18: Projeto Experimental Cmunitário

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Porto Alegre é uma das capitais estaduais no Brasil onde o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) é o mais elevado. É também a capital da

região sul com a maior renda per capita e sua região metropolitana possui o

menor índice de pobreza e desemprego, segundo o IPEA e IBGE. Tendo em

vista que a PUCRS não atende apenas a população de Porto Alegre e sim

municípios em sua volta.

Tabela CENSO 2011 referente à população do Rio Grande do Sul:

Mais de 100 anos

248 0,0% 0,0% 791

95 a 99 anos 1.271 0,0% 0,0% 3.917

90 a 94 anos 5.887 0,1% 0,1% 14.732

85 a 89 anos 17.730 0,2% 0,4% 38.252

80 a 84 anos 42.599 0,4% 0,7% 76.474

75 a 79 anos 73.926 0,7% 1,1% 113.162

70 a 74 anos 112.895 1,1% 1,4% 149.150

65 a 69 anos 155.838 1,5% 1,8% 187.741

60 a 64 anos 217.076 2,0% 2,3% 247.908

55 a 59 anos 277.346 2,6% 2,9% 307.163

50 a 54 anos 332.590 3,1% 3,4% 360.676

45 a 49 anos 372.803 3,5% 3,7% 399.833

40 a 44 anos 369.087 3,5% 3,7% 391.278

35 a 39 anos 366.041 3,4% 3,5% 379.078

30 a 34 anos 398.879 3,7% 3,8% 409.412

25 a 29 anos 445.502 4,2% 4,2% 448.497

20 a 24 anos 437.737 4,1% 4,1% 433.169

15 a 19 anos 442.405 4,1% 4,1% 433.332

10 a 14 anos 438.629 4,1% 4,0% 423.154

5 a 9 anos 368.967 3,5% 3,3% 354.792

0 a 4 anos 327.601 3,1% 3,0% 316.361

Homens Mulheres Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=26&uf=43 acesso em: 29/09/2011

4.1.4. Variáveis culturais:

Segundo Deyse Rodrigues (psicóloga – consultora em RH) “...a cultura

organizacional das organizações sem fins lucrativos resulta e é reforçada e/ou

modificada por cinco fatores: história da organização; estrutura organizacional

e relações internas; práticas gerenciais ou maneira de conduzir os negócios no

dia-a-dia; sistema de comunicação existente entre voluntários, administrativo e

corpo diretivo; sistemas de recompensas.”

Podemos destacar como uma característica central da cultura

organizacional do terceiro setor a vinculação a um movimento religioso, político

ou social. Esse é um fator importante, sendo que geralmente estes movimentos

Page 19: Projeto Experimental Cmunitário

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possuem uma construção própria de visão de mundo, mais ou menos

permeável à sociedade em que se situa.

Outra questão é a presença de voluntários, cujo sentido do trabalho é

bastante diverso dos colaboradores que são contratados e que possuem um

vínculo singular com a instituição.

A meta de uma instituição é algo fundamental na cultura da mesma, e se

tratando do terceiro setor ela ganha proporções ainda maiores. Por isso ela

deve ser bastante trabalhada e inclusive utilizada na motivação de

colaboradores, principalmente voluntários. Ela pode ser facilmente identificada

através do “sonho” do fundador, ou seja, qual foi a sua intenção ao criar uma

instituição que não visa o lucro. Através desse aspecto podemos chegar

facilmente em alguns pressupostos básicos desta organização e da lógica das

suas relações de trabalho.

A cultura é algo particularmente importante em todas as organizações,

sendo que este fator toma uma proporção maior nas organizações do terceiro

setor porque nestas as pessoas geralmente acreditam na causa pela qual

trabalham e fazem dessa um fator de motivação. A firmeza dos valores e

crenças existentes na organização é um pré-requisito essencial para ação. Isto

explica por que pequenos grupos de pessoas altamente motivadas podem

realizar tanto, mesmo quando trabalham de forma voluntária. Quando os

colaboradores, sejam eles voluntários ou não, entendem claramente a sua

finalidade principal, e estão alinhados com a cultura existente na instituição,

todos se esforçam “para que as coisas aconteçam”. Quando a cultura da

organização não está bem estabelecida, dificilmente pode-se conseguir uma

maior firmeza nas crenças.

4.1.5 Variáveis tecnológicas:

Muitos são os benefícios que a tecnologia traz para as ONGs e

associações, podendo o voluntario atuar exclusivamente pela internet, desde

que consiga ter a mesma responsabilidade e compromisso da forma

presencial. A empresa Microsoft possui um programa que fornece às

organizações sociais acesso às tecnologias de comunicação e informação para

associações sem fins lucrativos.

Page 20: Projeto Experimental Cmunitário

20

Segundo Kotler (2000, p. 171):

[...] a taxa de crescimento da economia é afetada pelo número de novas tecnologias importantes que são desenvolvidas. Infelizmente, as descobertas tecnológicas não surgem uniformemente ao longo do tempo [...] Uma nova tecnologia cria conseqüências de longo prazo que nem sempre são previsíveis.

Sem o crescimento da informática e evolução de seus softwares, não

seria possível pessoas ou empresas obterem uma melhoria na comunicação. A

internet passou de discada para banda larga ou à cabo, surgiram novos

programas que hoje são muito usados nos relacionamentos das grandes

corporações, como por exemplo o Facebook, Messenger, Twitter e Skype,

sendo este último, muito usado para conversas de longa duração, evitando

gastos excessivos com telefones. Então pode-se dizer que a evolução da

informática veio para melhorar a vida das pessoas.

Chiavaneto e Sapiro (2009, p. 47) destacam que:

Os meios tecnológicos tornam-se parceiros às estratégias de venda. Porém, é necessário comprometimento em mantê-los atualizados.

Dessa forma é possível analisar a concorrência e ver as vantagens e diferenciais, ou seja, os estrategistas dos negócios podem usar a imaginação e a capacidade de raciocínio lógico para acelerar os efeitos da competição e a velocidade das mudanças.

4.1.6 Variáveis ecológicas:

A ecologia está ligada diretamente ao terceiro setor, muitas vezes é a

própria causa da atuação voluntária, dela podemos motivar o conhecimento

desde higiene até uma fonte de renda para o cidadão, ajudando a promover a

vida das pessoas que estão à margem da sociedade, que na infância não

tiveram acesso à educação e hoje não têm oportunidade no mercado de

trabalho, proporcionando dignidade a essas pessoas.

Page 21: Projeto Experimental Cmunitário

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4.2. Análise do Setor

Terceiro Setor é um termo usado para fazer referência ao conjunto de

sociedades privadas ou instituições sem fins lucrativos1. O terceiro setor atua

exclusivamente na execução de atividades de utilidade pública. Possuem

gerenciamento próprio, sem interferências externas.

O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais.

O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais,

tendo objetivo primordial o lucro.

Entre as organizações que fazem parte do Terceiro Setor, podemos citar

principalmente as ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCIPs

(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Contam

principalmente com uma grande quantidade de mão-de-obra voluntária (que

não recebem remuneração pelo trabalho).

As associações do Terceiro Setor atuam, principalmente, prestando

serviços para pessoas carentes que não podem contratar serviços do setor

privado (segundo setor). Como o setor público (primeiro setor) não consegue,

em nosso país, atender com qualidade todas as pessoas necessitadas, o

Terceiro Setor assume um papel de fundamental importância.

O Terceiro Setor é mantido com recursos de doações de empresas e

pessoas físicas e, também, com repasse de verbas públicas. Existem também

muitas associações que conseguem obter recursos através da organização de

festas, jantares, bazares e venda de produtos (camisas, agendas, etc).

Para Chiavenato e Sapiro (2004, p. 92):

O setor de negócios envolve um conjunto de fatores – a ameaça de novos entrantes, fornecedores, poder de barganha de compradores, produtos substitutos e o grau de rivalidade entre concorrentes – que exerce influência direta sobre a organização, suas ações e reações competitivas.

Peruzzo (2004, p.56) também apresenta uma definição para o mesmo:

1 A expressão “instituições sem fins lucrativos” não constitui um modelo de pessoa jurídica adotado pela legislação

brasileira, mas seu uso decorre da tradução do termo Non Profit Institutions, utilizado em modelos de pesquisas e

orientações internacionais sobre o Terceiro Setor que passaram a ser utilizados pelo Brasil.

Page 22: Projeto Experimental Cmunitário

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[...] sem fins lucrativos, criado e mantido com ênfase na participação voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade às práticas tradicionais de caridade, da filantropia e do mecenato e expandido o seu conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil. Representa um espaço de participação de novos modos de pensar e agir sobre a realidade social. Rompe a dicotomia entre público e privado, dicotomia na qual público era sinônimo de estatal e privado de empresarial. Vê-se o surgimento de uma esfera pública não-estatal e de iniciativas privadas com sentido público.

O terceiro setor é uma mistura de princípios públicos e privados e,

portanto constitui um outro mecanismo redistribuidor de riqueza. As ações do

terceiro setor partem da sociedade civil e obedecem à lógica do altruísmo, da

filantropia, da reciprocidade, dos costumes e tradições, das concepções morais

e religiosas etc.

FERNANDES (1994) considera o terceiro setor como uma das

possibilidades lógicas do universo de quatro combinações possíveis da

conjunção público e privado:

AGENTES FINS SETOR

Privados

PARA

Privados

IGUAL A:

Mercado

Públicos Públicos Estado

Privados Públicos Terceiro Setor

Públicos Privados (corrupção) Fonte: FERNANDES (1994)

Sendo assim, a organização ABA, se enquadra no terceiro setor por

suas características legais e a forma de que seus serviços são apresentados

perante a comunidade.

4.2.1. Relações Públicas e o Terceiro Setor

Dentre às diversas atividades que o profissional de relações públicas

está apto a realizar, o trabalho com o terceiro setor pode trazer para o

diferencial para as organizações que desfrutam deste profissional.

O que ocorre muitas vezes ainda é a falta de conhecimento das

atividades que os Relações Públicas produzem. Ou, se utilizam destes, para

ganhar vantagens em cima de concorrentes e possuírem uma imagem positiva

perante a comunidade.

Page 23: Projeto Experimental Cmunitário

23

Conforme Kunsch (1992, p. 135):

Com relação à comunidade, o profissional de Relações Públicas deve participar como agente que saiba encarar os problemas, as necessidades e as controvérsias com sinceridade, sem querer fazer somente “imagem” positiva da instituição que representa descomprometido e alienado da realidade social que enfrenta. É preciso deixar de lado essa tendência de querer utilizar a Relações Públicas para “enganar”.

Os Relações Públicas são essenciais para as instituições que pertencem

ao terceiro setor, pelo motivo de saberem se comunicar com os seus públicos

alvos, fazer com que as atividades exercidas haja legitimidade pela

comunidade.

4.2.3 Estatísticas do terceiro setor

O Conselho da Comunidade Solidária informa que o Terceiro Setor no

Brasil conta com aproximadamente 250.000 entidades, empregando 1,5 milhão

de pessoas e 12 milhões de voluntários.

Segundo pesquisadores da John Hopkins University, dos Estados Unidos,

o Terceiro Setor é a oitava força econômica mundial, movimentando 1,1trilhão

de dólares por ano, gerando aproximadamente 10,4 milhões de empregos. O

economista Lester Salamon, da mesma universidade, coordenou uma pesquisa

em 22 países, incluindo o Brasil, que concluiu que o segmento gira 1,1 trilhão

de dólares, empregando 19 milhões de pessoas, excluindo-se os voluntários.

Esta pesquisa levantou o perfil do Terceiro Setor no Brasil, em pessoal

ocupado por área de atuação:

Área de atuação Número de pessoas %

Educação e pesquisa 381.098 34

Saúde 184.040 16,4

Cultura 175.540 15,7

Assistência Social 169.663 15,2

Associações Profissionais 99.203 8,9

Religião 93.769 8,4

Page 24: Projeto Experimental Cmunitário

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Defesa dos direitos 13.721 1,2

Meio Ambiente 2.499 0,2

Fonte: John Hopkins University

Hoje, o terceiro setor nos Estados Unidos movimenta anualmente 600

bilhões de dólares, empregando 12 milhões de trabalhadores remunerados,

além de inúmeros voluntários (Professor Luiz Carlos Merege - FGV). Em

países como Itália, França e Alemanha, as instituições sem fins lucrativos

atingem anualmente mais de 3% do PIB nacional. Já no Brasil, segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que avaliou pela primeira

vez a participação econômica do segmento no Brasil, o setor movimenta

aproximadamente R$ 32 bilhões. Este valor representa 1,4% na formação do

Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB). As seguintes figuras jurídicas

apresentam simultaneamente as características de entidades sem fins

lucrativos:

(a) Associações

(b) Fundações privadas

Dentre as associações, integram o Terceiro Setor aquelas que perseguem

o bem comum, que tem, portanto, atuação na esfera social, pública. As

fundações, por expressa determinação legal (CC, art. 62, parágrafo 1º)

perseguem o bem comum na medida em que a finalidade delas pode ser

religiosa, moral, cultural ou de assistência.

4.3. Análise Microambiente:

É o conjunto de recursos alocados dentro da organização, ou seja, os

recursos internos sobre os quais a organização tem controle e que deverão ser

utilizados pela mesma para alcance de seus objetivos, onde se incluem:

recursos físicos, humanos, logísticos, operacionais, financeiros e

mercadológicos, entre outros, definem-se como ambiente interno ou

microambiente (PORTER, 2002; SETTE, 1998).

Page 25: Projeto Experimental Cmunitário

25

Já para HONORATO (2004), microambiente é “o conjunto de agentes que

afetam diretamente a empresa”. Observamos que na ABA o microambiente

abrange não só os voluntários da instituição, mas principalmente as mães

pacientes do hospital, sejam do alojamento materno ou da UTI Neonatal, assim

como suas famílias, independente da quantidade de membros existentes.

A cultura interna (organização – voluntário) é bem orientada, todos

demonstram compromisso e seriedade perante as suas funções, ocorrendo por

vezes à falta de conhecimento para exercer tal propósito, e assim persiste o

interesse, porém não há sucesso pela falta de conhecimento, muitas vezes até

do que é permitido ou não na organização no contato entre seus públicos.

Page 26: Projeto Experimental Cmunitário

26

5. ANÁLISE DE PÚBLICOS:

Existem vários critérios adotados para ordenar os públicos dentro de

uma organização, variando de um teórico para outro.

França (2004) apresenta uma nova classificação de públicos baseando-

se na interdependência entre a organização e os públicos, dividindo-os em:

essenciais e não-essenciais. Os essenciais seriam os constitutivos que são os

empreendedores que criam empresas e os não-constitutivos, aqueles

responsáveis pela viabilização dos interesses. Os não essenciais são divididos

em cinco pequenos grupos: os de consultoria, setoriais associativos, setoriais

sindicais, públicos comunitários e redes de interferência.

Nesta definição, não há relevância o critério geográfico de público

interno e externo, mas sim, o quanto e em que grau determinado público

contribui para a constituição da organização e sua viabilização.

Já Mintzberg (2004) construiu uma teoria a partir do pressuposto que o

comportamento das organizações é um jogo de poder, onde vários destes

jogadores são chamados de “agentes com influência”, visando controle das

decisões e ações tomadas pela organização.

Para Peruzzo (2004, p. 103) afirma que:

“Público é um segmento identificado pela proximidade de competências e de interesses entre seus componentes, que manifesta comportamento coletivo e consciência dos seus atos e com qual a entidade se relaciona mais diretamente em razão de suas próprias necessidades ou de interesses específicos.”

Para Menegheti (2001, p.43-44 citado em Peruzzo2 2007, p.168):

Não se usa conceito de público-alvo tão comum nas empresas comerciais, que carrega a conotação de consumidor, de passividade ou de “recebedor” de algo. Este estudo considera mais apropriado falar em “público” ou “público estratégico”, na medida em que o campo social “dirige-se a sujeitos ativos, indivíduos ou grupos com os quais haja interação e estabelecimento de relações de troca, numa via de mão dupla, que agrega o fator transformação ao processo.

Portanto seguindo a teoria do mesmo autor, a análise de públicos no

terceiro setor deve ocorrer de acordo com a ação e o momento necessário da

2 PERUZZO, Cicilia Krohling in DUARTE, Jorge (Org.)Comunicação Pública: Estado, governo, mercado,

sociedade e interesse público. Comunicação e terceiro setor. São Paulo: Atlas, 2007.

Page 27: Projeto Experimental Cmunitário

27

instituição, analisando quais as principais carências e necessidades no

momento da ação direcionada, pois dependendo dos objetivos em questão o

planejamento da comunicação irá definir os públicos estratégicos aos quais as

ações serão direcionadas (Peruzzo 2007, p. 169)

5.1. Públicos:

De acordo com França, (2004, p. 121):

Os públicos existem independentes da vontade da empresa. Queira ou não, pela sua própria atuação na sociedade, a organização interfere no contexto social e nas comunidades onde opera, nos mercados onde está presente e depende deles nas suas operações.

Ao mesmo tempo, sofre pressão de todos os setores sociais, que podem ser classificados como seus públicos.

Para classificação de públicos será utilizada a conceituação da teoria do

mapeamento lógico de públicos, de França (2004). Segundo essa teoria, os

públicos são qualificados entre essenciais, não-essenciais e públicos de rede

de interferência.

França (2004) afirma que o público essencial é aquele que é

absolutamente necessário, que garante a existência da organização, que é

indispensável. Esse público está diretamente ligado a interdependência de

forma dependente (estrutura essencial da organização), que se subdivide em

público constitutivo (proprietários, acionistas e diretores) e não constitutivos

(empregados, fornecedores e clientes).

O público não-essencial são os que não interferem na existência de

alguma coisa, mas a complementam ou contribuem para seu aperfeiçoamento,

manutenção ou sobrevivência, representados por consultorias, associações de

classe, sindicatos e pelos múltiplos públicos da comunidade.

Ambas as classificações (essencial e não-essencial) são

interdependentes, ou seja, os públicos estão ligados por uma dependência

mútua, que podem ser de forma participativa, utilizando esse critério para

descrever o nível de comprometimento, e por redes de interferência que são

grupos ativos no cenário externo da organização, que podem em determinados

momentos exercer pressão relativos a seu interesse dentro da organização.

Page 28: Projeto Experimental Cmunitário

28

Existem várias classificações de públicos que podemos utilizar na

classificação do Terceiro Setor, assim utilizaremos também a de Peruzzo, que

divide em:

A) Público Apoiador: doadores, apoiadores, fornecedores, etc.;

B) Público Interno: funcionários e familiares;

C) Público Agente: voluntários, conselheiros, parceiros,

fornecedores;

D) Público Externo: clientes e público em geral.

A mesma autora referencia Menegheti quando disserta também sobre:

A) Público Meio: equipe, voluntários e membros;

B) Público Alimentador: provedores de recursos e de legitimidade;

C) Público Fim: público a quem se destinam as ações.

Sendo possível classificar ainda conforme Henriques (2004,p. 51-52

citado por Peruzzo 2007, p. 169):

A) Beneficiários: pessoas e instituições que podem ser localizadas

dentro do âmbito espacial que o projeto delimita para sua atuação;

B) Legitimadores: grupo de pessoas que não apenas se beneficiam

com o resultado de projetos da organização, mas também possuem

informações acerca de sua existência e operação na sociedade, sendo capaz

de julgá-lo como útil e importante, podendo se converter em colaboradores

diretos em qualquer tempo;

C) Geradores: aqueles que não apenas se beneficiam com os seus

resultados ou dispõem-se a legitimar a sua existência mas, efetivamente,

organizam e realizam ações em nome do projeto.

5.2. Situação do relacionamento com os públicos

5.2.1 Com quais segmentos de públicos a organização se

relaciona?

Conforme a teoria de França (2004), conceituamos os públicos da ABA

segundo a tabela a seguir:

Públicos Essenciais Constitutivos

HSL

Page 29: Projeto Experimental Cmunitário

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Públicos Essenciais

Equipe Interdisciplinar

Voluntárias Beneméritas

Públicos Essenciais Não-constitutivos

Voluntárias

Mães da UTI Neonatal

Pacientes do Alojamento Materno

Doadores

Públicos Não-Essenciais

Avesol

Pastoral

Comunidade

Familiares

Redes de Interferência Meios de comunicação de massa

Segundo Peruzzo (207, p. 169) a referência dissertada por Menegheti é

a que melhor se enquadra na organização estudada neste projeto:

Público meio:

Voluntárias

Doadores

Avesol

Pastoral

Comunidade

Familiares

Público alimentador:

HSL

Equipe Interdisciplinar

Voluntárias Beneméritas

Público fim:

Mães da UTI Neonatal

Pacientes do Alojamento Materno

Page 30: Projeto Experimental Cmunitário

30

5.2.2 Defina o perfil de cada segmento (individualmente) motivações, comportamentos, sexo, idade e relacionamento que mantém com a empresa.

Hospital São Lucas: A UTI Neonatal do Hospital São Lucas, uma das

primeiras do país, aberta em fevereiro de 1978, atendeu, desde sua fundação

mais de 20.000 recém-nascidos gravemente doentes. A grande maioria dos

pacientes atendidos hoje depende do SUS.

Pela sua localização e sua inserção na rede pública, o Hospital tem

progressivamente aumentado a assistência a uma população cada vez mais

numerosa e carente.

Diante deste fato, a equipe da UTI Neonatal sentiu a necessidade de

buscar na comunidade um grupo de apoio para auxiliar a suprir as grandes

carências desta população e melhorar a qualidade da sua assistência. Este

desejo da equipe encontrou eco em um grupo de pessoas abnegadas, que

entusiasticamente se dispuseram a colaborar com o projeto. Logo, com o

objetivo de possibilitar maior qualidade de vida a recém-nascidos prematuros

de famílias carentes, a Associação Amigos dos Bebês Apressados (ABA), atua

junto à UTI Neonatal do Hospital São Lucas da PUCRS.

O relacionamento da ABA com o HSL é feito semanalmente, com pauta

diversificada dependendo das demandas. Pode ser apresentação de uma nova

voluntária com pedido de jaleco, entrega de documentação ou divulgação de

gravação de um programa de TV.

Equipe Interdisciplinar: Formada pela diversidade de profissionais

existentes no 5º andar do HSL com:

médicos (pediatras, cirurgiões, psiquiatras, etc.);

Enfermeiras e técnicos de enfermagem;

Fisioterapeutas;

Psicólogos;

Fonoaudiólogos;

Nutricionistas;

Assistentes Sociais;

Psicopedagoga.

Page 31: Projeto Experimental Cmunitário

31

Obs : dependendo das necessidades do paciente outras especialidades podem

ser chamadas.

Com uma diversidade de gênero ocasionada por diferentes segmentos o

relacionamento com a equipe interdisciplinar ocorre com reuniões semanais,

todas as quartas-feiras juntamente com familiares que necessitam de algum

tipo de assistência ou apoio e ocasional, conforme os casos aparecem pode

ser necessário algum contato fora da reunião.

Voluntárias Beneméritas: A presidente Eloana Tusi Mann e a vice

Zaira Luft arrecadam durante o ano roupas de marcas para a realização de

dois brechós ao ano, um em cada semestre, que arrecada dinheiro para o

projeto caminho da instituição em estudo. A vice presidente Zaira Luft envia

mensalmente 10.000 fraldas a UTI Neonatal.

Voluntárias: O fluxo de voluntariado na ABA é numeroso se comparado

a outras instituições existentes; são do sexo feminino, variando dos 16 aos 80

anos, necessitam obrigatoriamente fazer parte da Avesol3, deve estar inscrita e

passar pelas capacitações que a AVESOL oferece.

As voluntárias recebem as instruções nos 3 encontros existentes para a

capacitação na ABA: que consiste no primeiro encontro em reunião com as

coordenadoras e voluntárias, no segundo com a enfermeira chefe e o terceiro

com as voluntárias mais experientes na prática da atuação do voluntariado

Iára Cláudio coordenadora da ABA afirma sobre o voluntariado existente

na ABA:

A ABA é um verdadeiro milagre de comunicação. As pessoas se mobilizam em uma corrente de solidariedade com uma velocidade e uma força indescritível. Só hoje recebemos 10 doações (dia 5 de setembro de 2011

4). Parece que a sociedade esta se organizando de

forma mais rápida e a ABA esta conseguindo responder. Será difícil enquadrá-la nos modelos existentes

Mães dos bebês pacientes da UTI Neonatal: A comunicação com as

mães dos bebês pacientes da UTI Neonatal ocorre em uma reunião onde os

3 Associação do Voluntariado e da Solidariedade – AVESOL é uma entidade de assistência social, sem fins lucrativos e tem como missão promover ações de voluntariado e de solidariedade, apoiando grupos e comunidades organizadas em busca da transformação e justiça social. Sua atuação é fundamentada na educação popular, possui como campo preferencial de trabalho a Economia Solidária, o Voluntariado e a Assessoria a Projetos Sociais. 4 Grifo feito pelos alunos do projeto.

Page 32: Projeto Experimental Cmunitário

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pais que necessitam estão presentes. Ocorre também de forma ocasional no

corredor da UTI Neonatal, quando uma das voluntárias percebe que uma mãe,

ou outro familiar, necessite do Projeto Ouvir e ocorre nas visitas semanais ao

alojamento materno.

Pacientes do Alojamento materno: A relação com as pacientes do

alojamento materno ocorre no mínimo uma vez por semana, quando as

voluntárias da ABA visitam o alojamento, dessa forma ocorrem os Projetos

Ouvir e Esperança.

Doadores: Com exceção da doadora Zaira Luft que envia mensalmente

10.000 fraldas a UTI Neonatal, os doadores surgem de forma frequente, porém

ocasional, são muitas vezes pais que estiveram algum dia com o(s) filho(s)

internados na UTI Neonatal, receberam apoio, mesmo que não fossem

necessário os projetos transporte ou enxoval, os pais retornam como forma de

agradecimento com doações aos bebês que estão internados, há os clubes de

mães e grupos religiosos que doam enxovais prontos para doação, e as

pessoas que conhecem a instituição e através do HSL, da Universidade,

através da mídia ou da comunidade, assim fazem doações pontuais como

roupas, fraldas, materiais de higiene, lã, etc.

Avesol: Existem diferentes tipos de contato:

a) Preparação de chamada para novos voluntários – semestral

b) Acolhida e capacitação dos voluntários encaminhados - 3 vezes por

semestre

c) Encerramento de atividade dos voluntários, com encaminhamento de

acompanhamento e freqüência - semestral ou ocasional , quando o

encerramento ocorre durante o semestre.

d) Renovação de contrato e apresentação do Relatório de Atividades –

anual.

Pastoral: A parceria entre a ABA e a Pastoral da Saúde é estreita (os 2

núcleos são formados por voluntários da Avesol) e ocorre 2 vezes por semana.

Page 33: Projeto Experimental Cmunitário

33

As reuniões são realizadas pelas 2 coordenadoras (Irmã Iolanda

e Iara) e a pauta envolve, planejamento e gestão dos núcleos.

Comunidade: A relação com a comunidade ocorre dentro do HSL, a

ABA se relaciona em grande parte com as pacientes que estão internadas, de

forma ocasional, devido a grande rotatividade que consiste o alojamento

materno, caso essa mãe não possua nenhuma complicação no seu quadro de

saúde.

Familiares: O Projeto Ouvir acontece de forma ocasional com qualquer

pessoa que esteja nos corredores da UTI Neonatal ou no alojamento materno,

independente de ser paciente ou não. A ABA sempre fornece esse apoio a

quem precisa. Além das mães que necessitam de doações de roupas para

seus outros filhos não internados, essa doação ocorre através do serviço social

existente no 5º andar (local onde fica a UTI Neonatal e o alojamento materno).

Meios de comunicação de massa: Os meios de comunicação chegam

até a ABA de forma inesperada, através de doadores, ou pessoas que

conhecem a associação. No Ano de 2011 a ABA participou de programas na

Band, na TVE, dentre outras entrevistas e trabalhos acadêmicos em que Iara

Cláudio está sempre disposta a participar.

5.2.3 Como a organização está se relacionamento com cada

segmento (que ações e instrumentos de comunicação está adotando)?

Análise da eficácia das ações e dos instrumentos.

A ABA se relaciona de forma bem organizada conforme a necessidade

em cada segmento. Iára mantém todos os compromissos e afazeres anotados

em uma agenda, no contato com as voluntárias, deixam mensagens na mesa

da associação e se comunicam com eficiência por e-mail ou mensagem de

celular para pequenos recados.

5.2.5 Identifique os problemas no relacionamento com os públicos.

Page 34: Projeto Experimental Cmunitário

34

Acreditamos que conforme a realidade da organização em estudo

poucos são os problemas de comunicação, ou quase nulos, pois a organização

é uma das bases contidas nos valores dos princípios norteadores da ABA.

Essa organização compreende bem um planejamento estudado e

estruturado com todas as partes envolvidas.

Page 35: Projeto Experimental Cmunitário

35

6. Diagnóstico:

De acordo com Simões, (2001, p.36):

“Diagnóstico é a conclusão da análise de como se encontra a organização em face dos interesses de todos os seus públicos ou de um especificadamente”.

Segundo BASEGGIO (2008, p. 130 – Tese de Dissertação), o diagnóstico

em Relações Públicas configurara-se em:

“Uma investigação aprofundada sobre as realizações existentes entre a organização e seus públicos a ela ligados- também chamada de mapeamento-, em que analisa detalhadamente estratégias e programas de ação até então desenvolvidos- durante a história de vida da empresa-, instrumentos aplicados, eficácia das ações praticadas e resultados obtidos. Da investigação resulta a identificação de problemas de relacionamento com alguns (ns) segmentos de públicos e a definição de prioridades, permitindo que a organização estabeleça novas estratégias de ação e comunicação interna e externa à sua realidade atual”. (p. 130)

Para a análise da instituição estudada escolheu-se o método de análise SWOT.

Segundo Chiavenato e Sapiro (2009, p.181):

“A matriz swot foi desenvolvida como uma metodologia capaz de abordar tanto o ambiente externo como o ambiente interno da organização em termos de oportunidades e ameaças. A base de aplicação da matriz swot é o cruzamento do que sejam as oportunidades e as ameaças externas à intenção estratégica da organização, levando em conta sua missão, visão, valores e objetivos organizacionais.”

Conforme a análise do ambiente destaca-se:

FORÇAS FRAQUEZAS

Sintonia de cores da instituição é de total harmonia

Profissionais não capacitados;

Espaço de exposição organizado; Grande número de absenteísmo;

Voluntários com uniforme de identificação; Espaço para organização da associação pequeno;

Apoio da equipe interdisciplinar do hospital;

Não possuem planejamento estratégico de comunicação;

Page 36: Projeto Experimental Cmunitário

36

O retorno das doações dos pais que passaram pela UTI Neonatal;

Rotatividade do paciente.

A experiência e postura da coordenadora Iára Cláudio;

A parceria feita com a rede Avesol, que encaminha os voluntários preparados para a

realidade das instituições

Por ser uma instituição que atinge crianças, o fato mobiliza mais as pessoas;

Ser uma instituição atuante dentro do HSL com a aprovação deste.

OPORTUNIDADES AMEÇAS

Crescimento do Terceiro Setor; Variação na economia, proporcionando perdas em doações;

A divulgação do auxilio de pessoas públicas, dando exemplo à sociedade;

Dependência de doações;

Diversidade de atores atuando por uma mesma causa

Vulnerabilidade social da maioria dos pacientes do SUS;

Os seres humanos estão mais solidários uns aos outros;

6.1 Pontos fortes e fracos da organização, comparada com a

concorrência

Não encontramos uma ONG congênere a ABA.

6.2 Relatos dos pontos fortes e fracos analisando a comunicação

da organização com os diversos públicos

Segundo a nossa matriz SWOT, verificamos que a ONG possui mais

oportunidades e forças do que ameaças e fraquezas.

A interatividade com os seus públicos são aprimorados na confiança, fé,

respeito. Estão possuindo muitas oportunidades em relação aos próprios seres

humanos, com o auxilio de pessoas públicas, físicas e jurídicas.

Já os aspectos negativos que a instituição apresenta é o espaço físico

da ONG, com o estoque pequeno. Não possuem também relacionamento com

a mídia, que ocasiona falta de visibilidade por parte das empresas privadas.

Page 37: Projeto Experimental Cmunitário

37

7. Prognóstico:

Depois de analisar a realidade da ABA e do cenário que vamos atuar,

devemos realizar o prognóstico, que de acordo com Simões (2001, p. 37):

“Após o diagnóstico, deve-se inferir o que acontecerá no futuro, prever, caso nada ou algo seja feito pelos lideres organizacionais, em termos de modificações nas políticas organizacionais. O prognostico é o fenômeno mental de juntada de dados do aqui e agora com as possibilidades das evoluções internas e externas da organização para o futuro. O raciocínio abstrato é extremamente exigido e a prática com os casos passados pode ajudar. A previsão do fenômeno do futuro não é absolutamente um ato adivinhatório, mas um processo científico. “Uma previsão científica é racional ao máximo (intuitiva ao mínimo), pois é uma conclusão de premissa explicitamente afirmada” (Bunge, 1974, p.220). O prognóstico confirmará o que deverá ser, ou não, realizado e a urgência da intervenção”.

Verificamos que a ABA possui uma estrutura bem organizada, porém

pequena.

A ABA é uma instituição com pouca visibilidade. Sua localização dentro

do HSL é de dificil acesso. A falta de sinalização indicando como chegar até o

local prejudica àqueles que pretendem visitar a instituição.

Para garantir que a instituição continue prestando serviços à

comunidade, faz-se necessário o desenvolvimento de ações que privilegiem a

divulgação da mesma.

Desta forma, destacam-se as seguintes alternativas:

a) Um espaço maior para acolher mais pacientes.

b) Criação de uma Web Page para a ABA

c) Possuir sinalização dentro do hospital que oriente como chegar na ABA

mais visível para quem circula dentro do Hospital São Lucas da PUC.

d) Buscar novas formas para a divulgação da instituição.

e) Criar ferramentas de comunicação para captar novos voluntários.

Page 38: Projeto Experimental Cmunitário

38

8 . Política de ações:

Durante as reuniões e visitas na ABA pode-se constatar pontos positivos

e outros a serem melhorados.

8.1. Pontos fortes.positivos:

ABA possui mural, projetos bem estruturados.

O mural é uma forma de divulgar e atualizar as pessoas sobre as

notícias da associação.

Projeto AVESSOL.

Fundada no ano de 2002, a Associação do Voluntariado e da

Solidariedade – AVESOL é uma entidade de assistência social, sem fins

lucrativos e tem como missão promover ações de voluntariado e de

solidariedade, apoiando grupos e comunidades organizadas em busca da

transformação e justiça social. Sua atuação é fundamentada na educação

popular, possui como campo preferencial de trabalho a Economia Solidária, o

Voluntariado e a Assessoria a Projetos Sociais.

Os pais dos bebês que estão na ABA.

No futuro os pais retornam com doações, demonstrando uma gratidão

pelo serviço que receberam.

Novos núcleos da ABA em outros locais.

Atende Pediatria, Geriatria, 6º andar e Sala de espera emergência SUS.

8.2. Ponto fracos/negativos

Local de trabalho é pequeno, mais computadores.

Não há um local apropriado para o trabalho, mesmo assim, a ABA

consegue fazer um trabalho excelente.

Local para guardar doações é pequeno.

Page 39: Projeto Experimental Cmunitário

39

Não existe um local específico com esta finalidade. As doações têm que

ser acomodadas num espaço muito pequeno que é o próprio local onde a ABA

fica.

Absenteísmo por parte do voluntário em geral.

Os voluntários poderiam se comprometer mais com a sua atividade, não

faltar pois eles fazem um trabalho que é muito importante para a associação.

Aumentar o número de voluntários na área de saúde.

Um número maior de voluntários com certeza ajuda para que toda a

demanda seja atendida por parte da associação

Page 40: Projeto Experimental Cmunitário

40

9. A COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA NO CONTEXTO DAS

ORGANIZAÇÕES:

9.1. Fundamentação teórica sobre a importância da Comunicação

Comunitária no contexto das organizações.

A comunicação comunitária se caracteriza pela comunicação popular,

participativa, horizontal ou alternativa. Desenvolve-se de forma democrática por

grupos populares em comunidades, bairros, entre outras. Essa comunicação é

feita pela e para a comunidade.

O terceiro setor é composto por Organizações Não Governamentais,

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, fundações, associações

comunitárias, movimentos sociais, instituições filantrópicas, entre outras

entidades. O seu surgimento foi para “resolver” problemas resultantes da

dicotomia entre o público e o privado, mas acaba assumindo funções

historicamente destinadas ao Estado e às empresas.

A comunicação no terceiro setor pode ser agrupada em três

modalidades: comunicação dos poderes públicos com o terceiro setor;

comunicação de empresas com o terceiro setor e comunicação das ONGs,

movimentos sociais, associações

Os estudos sobre a comunicação no terceiro setor são basicamente

oriundos da área de Relações Públicas, que pode usar os seus conhecimentos

como uma “estratégia” para formar ou melhorar a visibilidade das organizações

na sociedade. O papel do RP é muito importante pois uma das maiores

barreiras encontradas pelas ONGS para se tornarem notícia é a falta de uma

estrutura de comunicação.

A expressão “relações públicas comunitárias” tem servido para traduzir

diferentes abordagens, a que nos interessa trata da comunicação das próprias

associações comunitárias, das ONGS e dos movimentos populares entre si,

com a sociedade e com os públicos com os quais se relacionam.

Dessa forma, sabendo-se que as ONGS não pensam em uma

comunicação efetiva para buscar um crescimento, o relações públicas podem

contribuir no sentido de facilitar as parcerias e mediações do terceiro com o

primeiro e o segundo setor, no relacionamento desses atores com seus

Page 41: Projeto Experimental Cmunitário

41

públicos e com o conjunto da sociedade. Mas, não basta somente isso, uma

ONG que busca crescer tem que mostrar um trabalho transparente e a sua

credibilidade só será possível com a divulgação constante do que é feito.

Nesse nível, o relacionamento público – no âmbito comunitário, local,

e/ou regional/nacional – sustenta-se em processos comunicativos presenciais e

aqueles por suportes tecnológicos midiáticos impressos, eletrônicos e digitais.

Colocamos como exemplos de relacionamento o contato face a face, uma

carta, um abaixo assinado, um programa de rádio, um blog, internet, um

relatório, um documentário, etc.

Em termos práticos, a área de relações públicas se vale de diversos

instrumentos e pode conduzir programas que podem ajudar as lideranças e

organizações populares.

A Comunicação Comunitária é importante nas organizações pois parte

do principio do planejamento, em suas três vias

- estratégico: longo prazo e em constante sintonia com o ambiente;

- tático: curto prazo, busca dar uma resposta as demandas mais

imediatas, por meio de ações administrativas e técnicas eficientes;

-operacional: responsável pela formalização de todo o processo e

metodologias a serem adotadas.

As entidades do terceiro setor devem fazer uso dos princípios das

técnicas de planejamento, que aplicadas de forma adequada terão

asseguradas a viabilidade e efetividade e também das estratégias de

comunicação adotadas.

O relações públicas por meio de suas funções administrativa, estratégica

mediadora e política podem promover uma comunicação mais participativa e

fazer com que as organizações cumpram eficientemente sua missão.

Para termos sucesso em uma comunicação comunitária devemos aplicar

um planejamento estratégico de comunicação situacional, que tem como um

dos seus pontos organizar a ação com vistas à intervenção e transformação

social. Esse planejamento pode ser dividido em quatro momentos:

- explicativo: identificar a realidade do grupo por meio de pesquisas

analítica. Integrar o grupo que será pesquisado, ensinado e transformando algo

ao lado dele e não como um mero transmissor de conhecimentos;

Page 42: Projeto Experimental Cmunitário

42

- normativo: direcionam as ações que serão feitas e propõe-se o que

fazer;

- estratégico: como viabilizar o planejamento, analisam-se os caminhos,

meios mais indicados para alcançar a efetividade das ações delineadas;

- tático-operacional: momento de aplicar o que foi planejado de agir

sobre a realidade situacional trabalhada.

A comunicação nas organizações visa contribuir para a solução de

problemas sociais, reduzindo a desigualdade (econômica, educacional, de

acesso a saúde). A comunicação, especialmete de Relações Públicas se

concretiza dentro e fora das organizações.

A idéia para uma ONG é que busque um profissional de comunicação,

que é capaz de aplicar de forma correta pressupostos teóricos e

conhecimentos técnicos disponíveis, não elaborando-as isoladamente, mas

inserindo-as nos movimentos sociais e democratizando seu saber técnico, para

que os cidadãos possam se desenvolver como pessoas e as práticas coletivas

sejam eficazes.Uma organização tem a necessidade de desenvolver seus

próprios canais de comunicação (jornal. site...) e materiais ( áudio,vídeo).

9.2. Aplicação ao contexto da organização estudada.

A ONG Bebes Apressados aplica uma comunicação comunitária com

eficiência. Podemos cita a comunicação situacional e cada vez mais está

sendo inserida na comunidade, através de entrevistas, vinculação com pessoas

conhecidas do meio social.

Com certeza a associação precisa de um trabalho específico de

comunicação, divulgação onde essas atividades devem ser realizadas por um

profissional de comunicação. A ABA está aparecendo na mídia e isso com

certeza vai tornar a associação mais conhecida e comentada nos meios

sociais.

Page 43: Projeto Experimental Cmunitário

43

10. Plano de comunicação:

a) Nome: Doando com folia

b) Justificativa: A ação se baseia na doação de roupas femininas e

infantis, fraldas, leite em pó, material de higiene e lã, feita pelas famílias das

crianças que estudam na escola Circo da Folia. A escola foi escolhida pelo seu

nível social e localização geográfica, preocupamo-nos em escolher uma escola

que possua um bom número de crianças, com um bom nível social (assim o

número de roupas oriundo de doação entre as mães antes de chegar a ABA é

menor) e com uma proximidade geográfica que alimente o sentimento de

auxiliar aquele que está próximo a nós, sabendo-se no bairro Intercap que

grande parte das gestantes da vila Bom Jesus e das moradoras que residem

embaixo dos viadutos da Ipiranga ganham seus bebês no HSL. Além da

divulgação da entidade para as famílias envolvidas na Escola Circo da Folia.

c) Objetivo: Arrecadar doações e divulgar a existência da ABA.

d) Público destinado: Famílias de gestantes que ganham seus filhos

através do SUS no HSL.

e) Período de realização:

De: 22/08/2011 a 05/09/2011

f) Estratégia: Distribuição de folders, apresentando a organização e

solicitando doações para ABA.

g) Comunicação - instrumentos:

Folder – Anexo 3

Cartaz no mural da escola – Anexo 4

h) Recursos necessários:

Computador para fazer cartaz e folder

Impressora para imprimir cartaz e folder

Recursos Humanos para levar as doações até a ABA

Page 44: Projeto Experimental Cmunitário

44

i) Custos:

A ação não teve nenhum custo, visto que a faculdade nos permite

acesso aos computadores e às suas impressoras.

j) Público envolvido: Os públicos envolvidos na campanha são:

ABA

Voluntárias da ABA

Mães carentes pacientes do HSL

Bebês nascidos das mães carentes do HSL

Professores e profissionais da escola Circo da Folia

Mães da escola Circo da Folia

Crianças da escola Circo da Folia

k) Cronograma com lista de providências e controle:

Ação Período

Criação da identidade visual da campanha De 8 a 20 de agosto.

Execução da campanha De 22 de agosto a 05 de setembro.

Arrecadação da doação da escola Circo da Folia

05 de setembro.

Entrega das doações para ABA 15 de setembro.

l) Sistema de avaliação:

O sistema de avaliação foi feito através da quantidade de doações

arrecadadas que somam (Anexo 5 – fotos da doações enviadas pela escola

Circo da Folia):

40 peças de roupas infantis

6 pares de meia

3 sapatos infantis

3 pacotes de fraldas

2 latas de leite em pó

1 pomada para assadura

1 sabonete infantil.

Page 45: Projeto Experimental Cmunitário

45

Considerações finais

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou um conhecimento mais

intenso sobre o funcionamento e a importância do voluntariado. Esse trabalho

não é importante somente para quem recebe a atenção, mas também para o

voluntário. O trabalho que a ABA exerce é um trabalho que acolhe o

sentimento dos pais que estão na UTI Neonatal, não raro os pais que no futuro

retornam com doações, pela importância que elas tiveram para eles naquele

momento.

A escolha da ABA não partiu somente pelo motivo de termos uma colega

que voluntariou na associação, mas porque o trabalho realizado é de extrema

responsabilidade e seriedade Assim, tentamos agregar um pouco mais de

conhecimento na intenção de poder auxiliar futuramente. A ABA mereceu toda

a nossa atenção e esforços. A Associação atinge um público que não escolhe

estar ali naquele momento que era para ser de intensa alegria, estar com um

filho na UTI Neonatal com certeza é uma das situações mais difíceis que

qualquer pai e mãe podem enfrentar, independente de ser o primeiro filho..

Os recursos que a ABA recebe são de doadores, mas falta espaço para

guardar as doações. O local de trabalho é pequeno, não há estrutura física

caso surjam propostas que possibilitem um crescimento da associação.

O trabalho de um profissional de Relações Públicas, voltado para a

comunicação entre a associação e entidades externas é realmente

efetivo/necessário como demonstrarmos na ação feita na escola Circo da

Folia.

Um fator que alegra todos no grupo é que a ABA está se tornando cada

vez mais conhecida, atráves da mídia, em atividades sociais e entrevistas. Isso

torna a associação atraente e atrai doadores.

Assim, agradecemos a professora Glafira Furtado que nos orientou na

estrutura e construção do trabalho aqui apresentado, a atenção da

coordenadora Iára Cláudio que nos doou seu tempo e conhecimento para que

pudéssemos nos aprofundar na organização estudada, e escola Circo da Folia

que nos cedeu espaço para divulgar a instituição e permissão para solicitar

doações aos pais dos alunos da escola.

Page 46: Projeto Experimental Cmunitário

46

REFERÊNCIAS:

ALVES, Mario Aquino. Terceiro Setor: as origens do conceito. Anais do

XXVI ENANPAD, Salvador/BA, 2002 (GPG 837-2002). BASEGGIO, Ana Luisa. O diagnóstico aplicado às Relações Públicas: uma análise de seus aspectos teóricos e empíricos. Porto Alegre, 2008.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração estratégica: em busca do desempenho superior: uma abordagem além do balanced scorecard. São Paulo: Saraiva, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. SAPIRO, Arão: Planejamento Estratégico - 4ª ed. -

Rio de Janeiro : Elsevier, 2009. ______. ______. Planejamento Estratégico - 2ª ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2004. FERNANDES, R.C. Privado porém público, o terceiro setor na América Latina. Rio de Janeiro: Civicus, 1994. FRANÇA, Fábio. Públicos: como identificá-los em uma nova visão estratégica. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2004. HALL, R. Organizações: estrutura e processos. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1984. HONORATO, Gilson. Conhecendo o marketing. Barueri, SP: Manole, 2004.

KOTLER. Philip. Administração de Marketing. 10ª ed. São Paulo: Prentice

Hall, 2000. KUNSCH, Margarida M. Krohling. Relações Públicas e modernidade: novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo: Summus, 1997.

______. MOURA Cláudia Peixoto de. Ensino de comunicação: qualidade na formação acadêmico-profissional. São Paulo: INTERCOM, 2007. KOTLER, Philip. Introdução ao Marketing. 4º Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MENSHHEIN, Rafael Maurício. Marketing Interno. Março. 2006. Site Portal do

Marketing, Nov. 2006. MINTZBERG, Henry. Ascensão e Queda do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004.

Page 47: Projeto Experimental Cmunitário

47

PERUZZO, Cicilia M. Krohling. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da cidadania. 3º ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

______. Duarte, Jorge (Org.) Comunicação Pública: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse público. Comunicação e terceiro setor. São Paulo: Atlas, 2007. PORTER, Michel E. A nova estratégia. In: JÚLIO, Carlos A.; SALIBI NETO, José. (Orgs.). Estratégia e Planejamento. 1. ed. São Paulo: Publifolha, 2002. SETTE, Ricardo de Souza. Estratégia empresarial. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas e micropolítica. São Paulo:

Summus, 2001. STONER, James A. F. Administração. Rio de Janeiro: Pretentice-Hall do Brasil, 1985. .

Page 48: Projeto Experimental Cmunitário

48

DOCUMENTOS DE ACESSO EXCLUSIVO EM MEIO ELETRÔNICO :

Consultado em: 20/08/2011

http://bancocultural.com.br/terceirosetor/

http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19353.pdf

http://dayserodrigues.wordpress.com/2009/07/30/cultura-organizacional-e-

terceiro-setor/

http://www.rts.org.br/noticias/destaque-1/tecnologia-social-e-modelo-de-

comercio-justo

http://www.facaparte.org.br/link/tecnologia-a-favor-do-terceiro-setor/

http://www.microsoft.com/brasil/ong/default.mspx

- consultado em 25/08/2011

http://www.filantropia.org/OqueeTerceiroSetor.htm

- Consultado em 27/09/2011

http://www.sebraemg.com.br/culturadacooperacao/associacoes/terceiro_setor.htm http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/ongs_e_oscips/informacoes_sobre_o_terceiro_setor.html

Page 49: Projeto Experimental Cmunitário

49

Anexos:

Anexo 1 – Carta acordo.........................................................................50

Anexo 2 – Foto do espaço da ABA........................................................51

Anexo 3 – Folder enviado a escola Circo da Folia.................................61

Anexo 4 – Cartaz colocado na escola Circo da Folia.............................53

Anexo 5 – Fotos das doações acolhidas na escola Circo da Folia.......54

Anexo 6 – Entrevista Iara para emissora TVE.......................................55

Anexo 7 – Entrevista Iara rádio Famecos..............................................57

Page 50: Projeto Experimental Cmunitário

50

Anexo 1 – Carta Acordo

Page 51: Projeto Experimental Cmunitário

51

Anexo 2 - Foto do espaço ABA

Page 52: Projeto Experimental Cmunitário

52

Anexo 3 – Folder enviado à escola Circo da Folia

Amigos

dos

Bebês

Apres-

sados

A ABA é uma

associação de voluntárias

que atua na UTI neonatal

do HSL PUCRS, existente

para apoiar as famílias

nesse momento tão

especial.

Nosso trabalho é

realizado com a ajuda de

doações que beneficiam

as famílias carentes com

enxoval para recém

nascido, roupas femininas

e infantis, fraldas, leite

em pó, material de higiene

e lã para oficinas de

montricô.

A escola Circo da

Folia está conosco neste

empenho.

Contamos também

com a sua colaboração.

Saúde e Paz.

ABA

Amigos

dos

Bebês

Apres-

sados

A ABA é uma

associação de voluntárias

que atua na UTI neonatal

do HSL PUCRS, existente

para apoiar as famílias

nesse momento tão

especial.

Nosso trabalho é

realizado com a ajuda de

doações que beneficiam

as famílias carentes com

enxoval para recém

nascido, roupas femininas

e infantis, fraldas, leite

em pó, material de higiene

e lã para oficinas de

montricô.

A escola Circo da

Folia está conosco neste

empenho.

Contamos também

com a sua colaboração.

Saúde e Paz.

ABA

Amigos

dos

Bebês

Apres-

sados

A ABA é uma

associação de voluntárias

que atua na UTI neonatal

do HSL PUCRS, existente

para apoiar as famílias

nesse momento tão

especial.

Nosso trabalho é

realizado com a ajuda de

doações que beneficiam

as famílias carentes com

enxoval para recém

nascido, roupas femininas

e infantis, fraldas, leite

em pó, material de higiene

e lã para oficinas de

montricô.

A escola Circo da

Folia está conosco neste

empenho.

Contamos também

com a sua colaboração.

Saúde e Paz.

ABA

Page 53: Projeto Experimental Cmunitário

53

Anexo 4 – Cartaz colocado na escola Circo da Folia

A escola Circo da

Folia está apoiando

a ABA, apoie você

também!

Deixe aqui suas

doações.

Page 54: Projeto Experimental Cmunitário

54

Anexo 5 – Fotos das doações acolhidas na escola Circo da Folia

Page 55: Projeto Experimental Cmunitário

55

Anexo 6 – Entrevista Iara para emissora TVE:

Repórter: Todo recém-nascido é frágil, mas os prematuros ou

apressados, como são chamados pelo núcleo de voluntariado da UTI Neonatal,

São Lucas da PUC, precisam de ainda mais cuidado. E essa geralmente não é

uma situação esperada pela família.

Iara: A emoção da gente fazer o voluntariado da saúde dentro de uma

área da TI, é justamente essa, de encontrar um grupo familiar que se

surpreende com a chegada de um bebe que não esta em condições de ir para

casa.

Nós ouvimos essa família, pais, avôs, mães, mesmo que estão

passando pela situação, tendo um filho guerreiro, que está lutando pela vida.

Repórter: O trabalho dos amigos dos bebês apressados é acolher e

ajudar pais como Graziela e Giovani, que passam horas com o pequeno

Joaquim. Ele nasceu com 28 semanas em Alegrete e foi encaminhado para a

PUC, o desejo é ir para casa. Mas foi aqui que o aprendizado entre pais e filho

começou.

Mãe: O contato lá com ele era mínimo, era ele doentinho dentro da

incubadora e mais nada. Vimos para cá e a mudança foi radical. Trocamos

fralda, que agente nunca tinha trocado num bebe tão pequeno. Para nós foi

ótimo, não pegávamos no colo, trocava fralda, não dava de mama agora para

nós foi maravilhoso.

Repórter: Como a PUC é referencia na UTI Neonatal recebe muitos

prematuros, até de fora do Estado, parte desse público precisa também de

ajuda material. Aí entra o trabalho dos voluntários em arrecadar roupas, fraldas,

novelos de lã e alimentos.

Iara: Nós somos os braços e as mãos dos doadores, agente olha para

esse grupo, como agente de mudança social, pessoas que com certeza vão

sair com seu filho saudável, agente esta postando nisso e com compromisso

de solidariedade de fazer lá fora alguma cosia semelhante do que recebeu

Page 56: Projeto Experimental Cmunitário

56

aqui.

Repórter: Para ampliar os estoques da ABA, um grupo de estudantes

estrangeiros e também do País, está em campanha, o foco principal são os

produtos de higiene como sabonetes infantis e de glicerina, toalhas e fraldas.

Essa é a terceira vez que eles se reúnem e incentivam a solidariedade as

famílias carentes.

Voluntário: Eu sempre me recordo de uma palavra de um grande

filosofo chamado muzi: “Mas qual o caminho do amor universal e beneficio

muto, ai respondeu: fazer países do outros o nosso, e não Países e sim família

de outra pessoa a nossa família”.

Page 57: Projeto Experimental Cmunitário

57

Anexo 7 – Entrevista Iara para Rádio Famecos:

ENTREVISTA FAMECOS ASSUNTO – VOLUNTARIADO

Participantes: Aline Fernades Vargas, Amanda Chan, Ana Paula

Ramos, Melissa Maciel, Chaise Melati, Coordenação: Bruna Valentim,

Entrevistada: Iara Cláudio, Coordenadora ABA – Amigos dos bebês

apressados

Pergunta:

Iara, a partir de que momento o voluntariado passou a fazer parte

da sua vida?

- Bruna euuu..o voluntariado fez parte da minha vida de maneira pontual

durante sempre, né...éééé...porem eu coloquei como foco principal do meu

trabalho pós aposentadoria,eu dediquei 41 anos da minha vida para a

universidade, uma universidade pra bem, eu amo a PUCRS, então, quando eu

preparei a minha saída eu preparei colocando como top de trabalho o

voluntariado.

Pergunta:

Iara tu tens uma trajetória de muita dedicação a universidade, como

tu estavas falando, chegou a ser diretora de dois campings da PUCRS. O

voluntariado fez parte do seu planejamento profissional ou de vida, como

é que surgiu esse contato?

- É esse contato, essa vivencia na universidade ela traz um aprendizado

muito grande, é uma bagagem bem expressiva de experiências muito ricas de

contato com as pessoas, vocês sabem disso, isso aqui é um laboratório de 1ª

grandeza. O q fazer com tudo isso depois de 41 anos de trabalho?né...então

achei que...em hipótese alguma esse,esse, essa Vivência poderia ficar entre

quatro paredes, nada melhor do que os surdos, rádio, eu amo radio, mas é,

radio tu tens que ser mais descritivo, então na comunidade surda a língua é

libras como vocês sabem e o sinal de voluntario é os dois dedos segurando a

ponta da roupa e puxando, e o voluntario é aquele que avança, esse é o

significado. Eu espero que os ouvintes tenham entendido a descrição do sinal.

Page 58: Projeto Experimental Cmunitário

58

Segurar a roupa e, é...avançar. então é mais ou menos isso que eu fui fazer,

NE, é esse conhecimento e seguir aprendendo em outros lugares.

Pergunta:

Iara, como a tua família reagiu diante da decisão de se dedicar ao

voluntariado e dentro dos membros da tua família tem pessoas que

também se dedicam ao voluntariado?

- É a minha família também é muito rica, né, nesse, nesse tipo de

experiência, os meus filhos são muito voltados a isso, nos trabalhamos hoje

com apadrinhamento afetivo, em família, isso significa que aos finais de

semana nos encontramos com jovens que estão abrigados na FASC e eles

fazem parte da nossa rotina de final de semana, então isso é uma forma de

voluntariado direto que meus filhos participam por opção pessoal deles, então o

voluntariado não nos surpreende, é uma linguagem comum na família. Eu

tenho uma filha que mora em Curitiba, é psico e trabalha na universidade lá,

e...o cachorro dela chama-se Bart, e o Bart faz voluntariado em asilos de

idosos com alzheimer, né, toda semana, então como tu vê é um mal de família

q se estende desde o cachorro ate o bem familiar como um todo, ta, isso ai faz

parte da nossa dinâmica.

Pergunta:

Iara tu disse q tu te dedicou ao voluntariado a partir da tua

aposentadoria, antes disso tu chegou a ter algum contato?

- Não é assim ó Chaise, eu fazia de maneira pontual porque realmente a

universidade me absorvia como um todo, mas 2 anos antes de me aposentar

eu fiz um plano, um projeto de vida, então durante 2 anos eu pesquisei onde

fazer, o que eu precisava aprender para fazer esse tipo de trabalho e quais

seriam as metas que eu teria que alcançar inclusive os critérios de avaliação

para esse trabalho, foi um negócio assim bem, bem profissional, quase um

projeto de pesquisa né..todas as suas propostas, eeee...então 2 anos antes eu

comecei a organização desse trabalho para começar, eu me aposentei dia 19

de abril e no dia 20 eu tava assumindo as 08h da manha no lugar onde eu

havia destinado.

Page 59: Projeto Experimental Cmunitário

59

Pergunta:

Da para dizer que você e sua família se dedicam em tempo integral,

durante a semana tu tens um trabalho em organizações e final de semana

esse projeto com os teus filho?

- É de certa forma é, falando assim parece meio pomposo, assim ó, os

salvadores da pátria, não é nada disso, é muito divertido ta, é uma coisa assim,

eu me sinto muito a vontade nessa entrevista porque estou rodeado de jovens.

Vocês vieram, já chegam nesse planeta com o carimbo de voluntariado. Os

meus pais, o ano passado quando eu comecei eu estava sozinha no grupo de

trabalho, hoje são mais de 30 e quase 90% são colegas de vocês.então , não é

nada difícil nem pomposo.faz parte da dinâmica dessa geração.

Pergunta:

Iara, quais foram as tuas ações, projetos como voluntariado pós a

tua aposentadoria? Elas foram no HS ou tu te envolveu em outras

organizações?

- Não, eu não pensava em fazer voluntariado da saúde, nunca, no meu

projeto inclusive, tu vê que quando a gente faz projeto tem que ter liberdade e

flexibilizar. O meu trabalho era voltado a ações sociais maristas, esse era meu

campo, porque? por uma questão de coerência. Porque não pode trabalhar

numa obra que nem a PUCRS durante 40 anos ou mais e depois dizer, olha

agora eu vou escolher para obras sociais de voluntariado o outro grupo, outros

grupos que existam, e existem excelentes grupos e inúmeros.eu acredito nessa

obra. Acredito e conheço o trabalho marista e admiro, portanto era para la que

eu queria canalizar a minha energia. Então eu fui trabalhar no centro social

Irmão Antonio Bortoline, ali no centro na voluntários da pátria, para ficar mais

fácil para quem esta nos ouvindo é a antiga vila dos papeleiros, porque depois

eles reconstruíram, la existe uma obra marista excelente coordenada pelo

irmão Miguel, da qual eu trabalhei um ano, trabalhei um ano La e fiquei muito

feliz. La a gente dava principio de libras, espanhol, enfim , um pouco de tudo

NE, eu pretendia ficar La um tempo mas eu comecei a ser chamada pelo Dr.

Renato Fiori para reabrir a ABA que um ONG chamada “amigos dos bebes

apressados” na UTI neonatal do HSL, nosso vinculo ele tinha sido pediatra da

Page 60: Projeto Experimental Cmunitário

60

minha filha q Tb passou pela UTI neonatal. Como dizer não pro pediatra da sua

1ª filha? isso um dia vocês viverão e jamais se esquecem ,então eu pensei

comigo “vou la passo 02 meses e caio fora” bom eu havia estudado fukou mas

não entendi nada sobre o poder dentro das organizações em um hospital, eu

revivi fukou la dentro e é impossível sair de um hospital e daí tu entende

porque q ele viveu 5 anos dentro de um hospital mas 5 anos e um presídio para

olhar o mundo, que a ótica é completamente distinta.

Pergunta:

Esse trabalho no hospital é diferente do que tu fazia...

- Completamente!

Pergunta:

Como era La no Antonio Bortolini?

- No Antonio Bortolini....

Pergunta:

Da para destacar experiências?

- No Antonio Bortolini esta entro de um bolsão d misérias com pessoas

com experiências, com,com...com jovens com potencial de terem 3

alternativas: prostituição infantil, trafico ou outro. Ele trabalha em cima do outro,

o outro são outras coisas alem disso, né, então é um grupo que tem “n”

habilidades, potencial de musica, teatro, cursos profissionalizantes, enfim, tu

estas trabalhando com uma energia que é, digamos assim proativa, num

hospital contexto outro.

Pergunta:

E hoje em dia tu q esta dentro do hospital, tu tem planos de parar

de trabalhar na área da saúde e voltar para um outro segmento ou tu quer

continuar em um hospital?

- Não...voluntario ele nunca quer continuar em lugar nenhum, ele fica

enquanto ele acha que esta crescendo esta servindo. Eu costumo dizer para

os pais voluntario que voluntario ele jamais poder ser, como eu vou dizer

assim.... remunerado, porque o nosso trabalho não tem preço, e quando eu

Page 61: Projeto Experimental Cmunitário

61

afirmo isso não há ninguém, não há nenhuma postura de vaidade ou orgulho,

não há, a solidariedade não tem medida. Essa é a nossa única meda, quando

eu cheguei no HSL e que eu vi que era o voluntariado da saúde eu não tinha

preparo para isso, eu procurei através dos médicos orientação para onde ir

para aprender voluntariado das saúde e eles me disseram, olha, o Hospital em

Buenos Aires é referencia internacional em voluntariado da saúde, eu disse

“me serve” peguei um avião e fui para la, fiz um estagio la, aprendi muita coisa,

ate porque o avental das voluntarias la deve ser rosa, talvez os nosso ouvintes

tenham interesse em saber, não é assim que se usa mas rosa é a cor

internacional ligada ao voluntariado da saúde. E o motivo é porque as primeiras

voluntarias que seguiram na guerra mundial, na primeira, para o front, tinham

seu jalecos branco, e como não tinham produtos de limpeza sofisticados, elas

lavavam e o sangue dos soldados iam tornando os aventais rosa.então em

homenagem as nossas referencias em voluntarias da saúde, elas ia la para

lutar para a saúde, os nossos aventais são rosa, nesse sentido, ta. Eu voltei e

trouxe aquele modelo adaptado a nossa realidade para construir o voluntariado

da saúde aqui no são Lucas.

Pergunta:

Bom Iara, dentro do hospital você fazer parte de uma equipe de

voluntariado. Como se da a relação de vocês entre essa equipe e essa

equipe recebeu preparo para a atuação?

- É, a gente esta respaldado por uma associação que é extremamente

importante e aqui na mesa tem gente muito mais competente que eu para falar

sobre isso, que é a nossa querida melissa, eu estou me referindo a AVESSOL,

que é a associação de voluntariado que surgiu dentro da comunidade marista

da qual nos todas estamos filiadas. Então, esse preparação ela começa a nível

de AVESSOL e depois dentro do hospital nos temos 3 fases de formação.

Aqueles que passam nas 3 fases conseguem trabalhar. É difícil voluntariado da

saúde. É preciso ter saúde.

Pergunta:

Afinal de contas Iara, quem ganha com essa experiência, o

voluntario ou o publico beneficiado?

Page 62: Projeto Experimental Cmunitário

62

- 1º lugar o voluntário

É incomensurável o ganho que você tem no trabalho voluntario. Há uma

diferença na estrutura hierárquica dessa sociedade, que o fukou frisava muito,

a relação de poder diferenciada.nos só temos o bem como chefia, mais nada,

não há concorrência de cargos, não há preocupação com a remuneração, não

há interesse se há ou não férias, essas coisas que nós chamamos de

pequenas elas não fazer parte do nosso universo.nos trabalhamos em cima do

foco e essa é a nossa marca não são Lucas e que cada paciente e sua família

é uma oportunidade, uma oportunidade de que, de mudança social. Eles são

as nossas oportunidades de transformar a sociedade aqui fora. Então o que a

gente faz, quando tu pega paciente e seus familiares o nível de poder deles

esta incon...incon...ih a palavra não veio mas tudo bem, esta bem abaixo do

nível dos demais membros da sociedade, porque, o ambiente de maior miséria,

miséria social, você só sabe o preço da saúde depois que você não tem. E se

você é terminal por exemplo de câncer, eu vou pegar porque é uma linguagem

mais comum ao ouvinte, tanto faz se você esta vindo de uma favela ou se você

tem um Porsche na garagem, não faz diferença isso, então este valor, não ter

saúde naquele momento, entrar em um hospital para procurar uma solução,

dar uma oportunidade de que a gente agregue um valor a ele e quando ele sai

se transforma em um agente social de mudança, solidária. Nós usamos

diversas estratégias, diferentes oficinas, nossa abordagem toda não é piedosa,

né, de assistencialismo, nossa abordagem é toda de promoção social, nos

fazemos isso na pediatria, na geriatria, na internação pediátrica, na emergência

SUS, é fantástico o trabalho que é feito pelo grupo, não sou só eu, é um grupo

grande como eu disse pra vocês, que entra na emergência SUS e consegue

transformar aquilo num lugar de muita paz trabalho...

Pergunta?

No caso esta longe de ser uma visita?

- Nããão....é legal isso que tu esta falando Bruna porque as vezes tem

idéia assim que nos distribuímos, nada contra, eu acho que é positivo, que nos

distribuímos, visitamos os leitos e distribuímos santinhos e dizemos que todo

mundo um dia vai se salvar. Não é esse o nosso trabalho, não é esse. O nosso

trabalho é o compromisso social que aquele indivíduo tem de receber um

Page 63: Projeto Experimental Cmunitário

63

conhecimento de nós que ele não tem gratuitamente e depois ele possa

transformar isso da mesma forma no ambiente que ele tem, então é

interessante porque às vezes por exemplo, chama-se projeto esperança, nos

distribuímos Lá e ensinamos mantricô. E as vezes nos ligamos por exemplo,

recebemos ligação da APAE de gramado, Capão da Canoa. O nosso hospital

são 3.200 partos por ano, o são Lucas é uma referencia, não só estadual,

recebemos pacientes de outros estados, então é impressionante o público que

a gente acaba atingindo. Essas pessoas vão, para o seu núcleo social, para a

sua cidade movem a oficina que elas receberam aqui e de La o pessoal liga e

diz “ó que legal!foi bom passar no são Lucas” que não só o indivíduo recuperou

a saúde mas levou um valor que ele não tinha e que ele pode socialmente

integrar o seu grupo de origem.

Pergunta:

Bom Iara, aderir as condições de nos é encarar o que é necessário

para ser voluntario?

- Vontade Amanda, vontade, vontade de ser solidário, não precisa

nenhuma característica especial. Como eu disse para vocês eu não sabia nada

sobre voluntariado da saúde quando eu entrei e nem que iria fazer. Mas existe

esse trabalho, é uma conquista. Eu deixo a todos os ouvintes a AVESSOL

como referencia, ta, para aqueles que tiverem interesse de realizar voluntariado

na saúde ou outro tipo de voluntariado. E não só no hospital são Lucas, eu

tenho informações que existem outros hospitais que são cadastrados na

AVESSOL, então , que queira viver essa experiência de ir ao encontro do

outro. No nosso caso com propostas sérias de levar a esse outro recursos de

uma nova oportunidade

Pergunta:

Iara, poderia já, ao longo desses quase 2 anos, que tu se dedicas,

dizer, já colheste um fruto desse trabalho?já da para observar essa

transformação social a partir do trabalho do serviço voluntario que tu

realizas?

- Eu acho que sim pelo seguinte ó, sociedade responde de forma muito

clara para isso, não só dos pacientes que voltam para sua cidade, prefeituras,

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as APAES acabam ligando para nós e agradecendo as coisas que foram

levadas pelos pacientes, mas como algumas organizações, por exemplo, ano

passado a aba recebeu o premio troféu solidariedade da Câmara Municipal de

Porto Alegre, então isso mostra que os resultados ultrapassam os limites do

hospital. Amanhã eu estou indo como convidada palestrante para o Tele x vale

dos vinhedos, terei La a oportunidade de dividir com eles algumas experiências

que eu estou colocando aqui hoje com vocês. Então, é, mostra que o

voluntariado e a presença do voluntariado ela traz resultados em diversos

níveis simultaneamente e tu não tens como medir ate aonde a tua palavra teu

gesto chegou.

Pergunta:

Iara, qual foi nesses anos de voluntariado a maior frustração e a

maior realização que tu tiveste como teu trabalho?

- Frustração é Bruna, eu não tive frustração, talvez eu pudesse dizer

assim ó, eu saio, eu divido meu trabalho em 4 dias NE, 2 dias, 3as e5as eu

trabalho dentro do hospital e 2ª e 4as eu vou atrás do doadores, que é um

braço social muito importante que a gente não esta abordando aqui, parece

que aquele que vai ao encontro do voluntariado, agi como voluntario, ele faz

isso sozinho, não eu costumo dizer que ele é braço e Mao do doador. Existe

toda uma articulação social. Nós temos senhoras de oitenta e poucos anos que

só tricotam para a aba o nos não podemos dispensar esse trabalho de forma

nenhuma. Aqui nos temos dentro do campus familiares, mães e funcionarias e

professores, a mesma coisa la no hospital que trabalham pelo voluntariado,

então isso ai é extremamente importante de dizer mas é...voltando a tua

pergunta que eu esqueci....

Pergunta:

E realizações?

- A então legal assim ó, eeee....realização foi quando nos tivemos a

presença de uma mãe, dependente química, usuária de craque que estava

como seu bebe na neonatal e que havia feito uma tentativa de se afastar da

droga e criar aquele bebe, mas ela não tinha coragem de conhecer o bebe,

negocio complicado esse né? que...ela,ela, é difícil fazer uma opção entre o

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craque e o filho, é....ela tinha feito a opção pelo filho, que não é comum, ta, o

que é legal é assim ó, a propaganda, a propaganda informativa, ai eu passo

para vocês a responsabilidade, na parte da drogadição, é chamar a atenção

sobre o traficante, o cara preto, sujo, mal encarado que usa arma e fica em

cima do morro. Ninguém foca, as festinhas, ninguém foca a menina bonita que

ta puxando fumo, ninguém foca o cara de academia que ta puxando fumo, são

esses pais que levam os filhos para nos, ta entendendo, então parece que só o

lado podre é o lado que vende e o lado que compra nunca aparece, desculpa.

Eu sei que o tema não é droga mas eu fiz um desvio ate porque essa mãe ela

queria justamente isso. Ela queria conhecer o filho daí ela nos chamou. Ela foi

ate a ABA e pediu que a gente a acompanhasse. Foi muito legal o que

aconteceu naquele encontro

Interlocutora Complementa: É um resgate

- É um resgate, então eu acho que esse momento para mim Foi

significativo, esse filho ate hoje tem mãe...

Pergunta:

E Iara, como se lida com o envolvimento emocional, principalmente

se tratando de hospital?

- É isso ai tem que estar resolvido, Amanda, muito boa a tua pergunta.

No nosso trabalho não há espaço para piedade, no mau sentido, do coitadinho,

do pobrezinho, do vamos chorar juntos, não é essa linha que ta valendo, nos

trabalhamos na linha pró-ativa, sempre é possível resgatar, ta, sempre é

possível vencer, eu coloco um exemplo, se ainda da tempo a Bruna me diz, um

exemplo de um mantricô que nos entramos na internação pediátrica. Nos

fomos chamadas La porque, ate a equipe de psicologia nos orientou, uma mãe

estava com dificuldade de cuidar do seu filho. Nós entramos, as usuárias fazem

um desfile parecido com alguma coisa que eu estou usando aqui, e para o

pessoal do rádio e tricô feito com as mãos, não usamos agulhas por uma

questão de segurança na área hospitalar, através das, e todos estão

convidados a conhecer a aba, os ouvintes também, que nos faremos em 10

minutos vocês vão aprender a fazer um man tricô. E nos passamos para essa

mãe e para outras, eram 4, 5 mães que estavam no quarto e pais, e ela disse

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aprendeu a fazer, e o companheiro que estava do lado disse pra ela “termina

rápido que eu vou vender na saída do colégio dos outros filhos e trago dinheiro

para tua comer hoje. Então é interessante porque a gente não tem dimensão

que aquilo que tu esta fazendo vai alimentar um ser humano de forma honesta,

né, não se prostituindo, né? não vendendo droga, então estas, estas definições

elas acabam deixando muito claro o caminho que a gente tem que fazer,

precisa sim não ter piedade, não mau sentido, precisa ter solidariedade.

Pergunta:

Iara depois da gente conhecer o teu trabalho como a gente poderia

participar do teu trabalho?

- AVESSOL! fora da AVESSOL não tem como entrar La, porque nos não

podemos receber quem não esta cadastrado, passado por entrevista, aqui no

campus central vocês tem AVESSOL no Prédio 17, que é um núcleo do

AVESSOL e Também tem outro núcleo q esta sendo inaugurado 2af que é a

AVESSOL que eu não sei onde fica, é uma travessa da Cristóvão Colombo,

mas entra no site da AVESSOL que tem, que é da PUCRS vem para

AVESSOL PUCRS.

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