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Este texto é parte integrante de um trabalho final de graduação na Universidade de São

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  • Fonte: Panormio

    Um projeto de interveno no pode ser feito simplesmente baseado nas opinies pessoais do restaurador a respeito daquele objeto. O que ele acha interessante, o que ele deseja preservar so elementos importantes, mas preciso haver um embasamento terico para as suas aes. preciso definir princpios, se no, as decises no tm qualquer respaldo e podem ser contestadas, no existindo justificativas fora do campo subjetivo.

    Para desenvolver este projeto, a base terica de maior relevncia foi o chamado Restauro crtico. Foram importantes e continuam sendo vlidos textos escritos desde os anos 40, como por exemplo os de Cesare Brandi, Roberto Pane e Renato Bonelli. O relativo consenso a respeito da conservao e restaurao de monumentos veio no congresso Internacional de Arquitetos e Tcnicos dos Monumentos Histricos do ICOMOS, em 1964, onde se formulou a famosa Carta de Veneza. Tendncias atuais europeias para o restauro ainda bebem desta fonte, tendo como importante representante Giovanni Carbonara.

    importante destacar que o que se deve preservar o que ainda existe do edifcio, ou seja, a arquitetura. Deve-se trabalhar a matria como transformada pelo tempo. No podemos reverter o que j aconteceu com o edifcio, certas intervenes so irreversveis, por isso devemos entender o edifcio como ele se encontra no presente e trabalhar com esta realidade. Deve existir o respeito pelas diversas estratificaes do tempo, as diversas fases que o edifcio enfrentou. A carta de Veneza pontua:

    As contribuies vlidas de todas as pocas para a edificao do monumento devem ser respeitadas, visto que a unidade de estilo no a finalidade a alcanar no curso de uma restaurao, exibio de uma etapa subjacente s se justifica

    REFERNCIAS TERICAS E PROJETUAIS em circunstncias excepcionais e quando o que se elimina de pouco interesse e o material revelado de grande valor histrico, arqueolgico, ou esttico, e seu estado de conservao considerado satisfatrio.

    Sobre esta Carta e sua importncia, vlido pontuar que aqui no Brasil alguns afirmam que a Carta de Veneza foi substituda pela Carta de Nara ou de Burra. Tambm a acusam de ser um documento Eurocntrico, porm so citados na carta pontos de consenso, fruto de uma discusso italiana (que o pas onde mais existe a reflexo terica), porm com participantes de todos os continentes que assinaram a carta. A carta se baseia na percepo linear do tempo, de origem judaico-crist, predominante no ocidente, diferente da percepo circular do tempo, predominante no oriente. Ento, a carta continua vlida, porm no universalmente. Depende de como a cultura se relaciona com a matria. No caso do Brasil, a percepo ocidental. O prprio conceito de monumento histrico ocidental, logo, a carta de Veneza continuaria vlida.

    Sobre as cartas posteriores de Veneza vale lembrar que muitos documentos tm carter integrativo, ou seja, reinterpretam a de Veneza, como a de Florena de 1981 e a de Washington de 1987. A afirmao de que outros documentos a teriam substitudo aqui no Brasil tambm pode ser contestada. Primeiramente, a Carta de Nara de 1994 no um documento propositivo e retoma os mesmos princpios da Carta de Veneza, portanto no a substituiria em absoluto e nem a invalidaria. J a Carta de Burra no foi referendada pelo ICOMOS, pois defende que o restauro seria um retorno ao estado original da obra, contraditria carta oficial de Veneza. Este princpio inclusive o mais aplicado nas intervenes nacionais. Busca-se restabelecer o edifcio a um estado original fictcio, pois mesmo os estudos mais

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    apurados chegam apenas a suposies de como eram estes objetos no passado. Prospeces exploratrias nas obras apenas mostram a matria modificada pelo tempo, e a partir disto podem ser feitas simulaes de como seriam outrora. Retornar a um pretenso estado original seria cometer um falso histrico.

    E por que seria to importante atentar verdade histrica? Basta que o edifcio fique esteticamente belo para os padres atuais, isto requer apenas uma maquiagem de antigo novo, como se o edifcio tivesse sido construdo ontem com as tcnicas e formas antigas. Afinal, o passado imutvel, nada do que fizermos ter qualquer influncia sobre ele. Correto? H quem diga que no.

    Para ilustrar este raciocnio, vejamos um trecho do mais famoso livro do renomado escritor britnico George Orwell. Ele considerado o mais influente escritor poltico do sculo XX, tendo sido um ferrenho ativista a favor da liberdade e da justia. O livro em questo, 1984, mostra a viso do autor de um mundo que o desapontava e caminhava perigosamente para o oposto de todos os sonhos de fraternidade e solidariedade dos antigos socialistas. Para contextualizar a citao a seguir, importante saber que a trama se passa na Inglaterra sob o regime totalitrio do Grande Irmo (no original, Big Brother) e sua ideologia IngSoc (socialismo ingls), e conta a histria de Winston Smith, funcionrio do Ministrio da Verdade, um rgo que cuida da informao pblica do governo. Uma das partes mais marcantes de 1984 quando Winston l trechos de um livro proibido pelo regime daquela sociedade totalitria em que vive. o Teoria e prtica do coletivismo oligrquico escrito pelo inimigo nmero 1 do governo, o dissidente Emmanuel Goldstein. Em um dos trechos deste livro encontramos:

    A mutabilidade do passado o dogma central do IngSoc.

    Argue-se que os acontecimentos passados no tm existncia objetiva, porm s sobrevivem em registros escritos e na memria humana. O passado o que dizem os registros e as memrias. E como o partido tem pleno controle de todos os registros e igualmente do crebro dos seus membros, segue-se que o passado o que o partido deseja que seja. Segue-se tambm que, embora o passado seja altervel, jamais foi alterado num caso especfico. Pois quando reescrito na forma conveniente, a nova verso passa a ser o passado, e nada diferente pode ter existido

    Trata-se de um romance fictcio, porm recheado de metforas da realidade e da poltica mundial. O autor nos convida a, atravs de uma histria interessante que acontece com outras pessoas em um mundo diferente, refletir sobre a nossa prpria condio. E no faz todo o sentido afirmar que o passado o que dizem os registros e as memrias? Tudo o que sabemos sobre o passado hoje fruto de estudo destes registros. E a que se encontra a chave do problema nos monumentos histricos: Eles so registros vivos do passado. E tambm a encontramos a resposta de porque no podemos alter-lo e devemos buscar a verdade histrica: Alterar os registros altera o passado. Se forem alterados estes documentos sem deixar clara a interveno, submete-se as geraes futuras a uma percepo errnea do passado, pois a obra naquele estado poder ser assimilada como se tivesse sempre sido assim.

    Por isso to importante o extremo cuidado numa obra de restauro e a preocupao com os aspectos apontados na teoria do restauro Cesare Brandi. Esta conscincia deve estar sempre presente: de que o tempo passa e a mentalidade muda, o gosto muda. As intervenes no devem ser portanto pautadas pelo gosto subjetivo. O restauro um ato crtico e as intervenes devem ser

  • mnimas, poucos invasivas, reversveis na medida do possvel e diferenciadas do tecido original. Ela tem o objetivo de preservar os objetos para as geraes futuras como eles so, no criar idealizaes do presente alterando o passado como se ele pudesse ser diferente.

    A publicao da Teoria del restauro de Brandi teve uma abrangncia sem precedentes, tendo sido traduzida em quase todas as principais lnguas do mundo. A caracterstica mais original da Teoria del restauro consiste no fato de ela se fundar, no apenas numa srie de dedues da filosofia da arte de Brandi, mas tambm numa atividade de contnua verificao na prtica, a qual foi permitida pelos 20 anos em que permaneceu na direo do Instituto Central de Restauro em Roma. A difuso da via brandiana no restauro, na Itlia e no exterior, tornou-se possvel graas s caractersticas excepcionais da personalidade de Brandi, que soube, ao mesmo tempo, criar uma slida base terica. Diz-se sobre ele sagaz como clnico, prudente e hbil como cirurgio Educado para usar sempre primeiro a cabea e depois as mos.

    De seu conceito de restauro, encontramos dois de seus axiomas:

    1 axioma. Restaura-se somente a matria da obra de arte, que se refere aos limites da interveno restauradora. Da decorrem as crticas s restauraes baseadas em suposies sobre o estado original da obra, condenadas a serem meras recriaes fantasiosas, que deturpam a fruio da verdadeira obra de arte. Conceito de mnima interveno.

    2. A restaurao deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja possvel sem cometer um falso artstico ou um falso histrico, e sem

    cancelar nenhum trao da passagem da obra de arte no tempo. Ainda que se busque com a restaurao a unidade potencial da obra (conceito de todo distinto de unidade estilstica), no se deve com isso sacrificar a veracidade do monumento, seja atravs de uma falsificao artstica, seja de uma falsificao histrica.

    Ele define ainda como princpios para interveno de restauro mais dois aspectos fundamentais:

    1. A integrao dever ser sempre e facilmente reconhecvel; mas sem que por isto se venha a infringir a prpria unidade que se visa a reconstruir distinguibilidade, porm sem prejudicar a leitura da obra.2. Que qualquer interveno de restauro no torne impossvel mas, antes, facilite as eventuais intervenes futuras reversibilidade.

    Estes princpios so essenciais para desenvolver um bom projeto de interveno, porque na verdade definem de uma forma muito sensata os limites do restauro, os pontos principais que devem ser observados. Os princpios de mnima interveno, distinguibilidade e reversibilidade garantem a manuteno da obra, preservando-a, impedindo intervenes agressivas, no confundindo o observador e facilitando a retrabalhabilidade futura.

    A carta de Veneza se baseia nestes princpios, por isso tambm foi usada como base terica para a elaborao deste projeto, tanto na escolha dos usos, materiais e mtodos. Busca-se o respeito obra como documento histrico e ao mesmo tempo, restabelec-la como organismo funcional na cidade para que no perca sua vitalidade. O uso deve ser um meio de preservar e no a finalidade da interveno.

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    Com esta reflexo terica podemos partir para o projeto de interveno.

    PROPOSTAS impressionante como o edifcio se conserva bem

    mesmo com 100 anos de uso constante e poucas intervenes relevantes. Vemos hoje inmeros edifcios contemporneos construdos com tcnicas e materiais modernos sofrendo precoces problemas de infiltrao, fissuras, entre outros. Enquanto alguns edifcios antigos construdos com materiais menos tecnolgicos resistem bravamente. No caso do palacete, ele foi muito bem projetado e executado, com materiais nobres e acompanhamento constante do arquiteto e construtor. Isto garantiu que o organismo funcionasse em harmonia e pequenos problemas pudessem ser resolvidos com manuteno ordinria.

    Mas mesmo com toda essa resistncia vemos no edifcio sinais de cansao e alguns problemas que o prejudicam. Primeiramente vamos estabelecer algumas hipteses de tratamento que poderiam resolver os problemas fsicos do edifcio, relacionados matria. Depois, partiremos para as propostas de uso, solucionando problemas relacionados funcionalidade do edifcio.

    1. MATRIA

    Vimos nos textos anteriores que so muitas as causas que determinam as patologias. bvio que, se se deseja conservar o edifcio, ou se eliminam estas causas ou se tomam medidas apropriadas para proteger os materiais. Um correto modo de agir prev que cada interveno de restauro deva ser precedido de um estudo exaustivo dos processos de deteriorao com o objetivo de conservar, na medida do possvel, o aspecto geral do monumento.

    A interveno restauradora deveria ser precedida das seguintes fases: Mapeamento das patologias, diagnstico, preconsolidao, limpeza, consolidao, reconstruo, proteo superficial e manuteno.

    Sobre o diagnstico, j foi discutido no mdulo presente. A preconsolidao consiste em uma consolidao superficial dos materiais. Isto deve ser feito antes da limpeza quando os materiais estiverem to danificados que a limpeza poderia agravar seu estado.

    Limpeza seria a remoo, conduzida por meios qumicos, fsicos e mecnicos dos depsitos da superfcie dos materiais.

    Consolidao seria o tratamento mais profundo dos materiais que sofreram perda de coeso. Os consolidantes no deve, porm, ser usados para preencher grandes fissuras ou vazios volumosos. Se fragmentos do material deteriorado se destacaram parcialmente ou completamente do material original, devem ser religados no atravs de consolidante, mas atravs de adesivos.

    Com reconstruo se entende a montagem de partes dos velhos materiais por meio de adesivos ou de novos materiais. A substituio de novos materiais no lugar dos antigos pode ser feita somente se tiverem sido feitos todos os esforos possveis para preservar a obra na sua forma

  • original. A proteo superficial consiste na aplicao, sobre os

    materiais, em geral aps ser feita a consolidao, de uma camada que funciona como barreira contra os agentes poluentes e contra a chuva.

    Em um correto projeto de restauro deve ser prevista tambm a manuteno do edifcio restaurado. preciso considerar que as aes sobre o edifcio continuar com o tempo provocando mais patologias.

    1.1Tratamento das superfcies internas1.1.1 PISOS:?Mrmore Branco: No caso do mrmore branco, ele se encontra apenas na escada e nas soleiras do edifcio. Problemas como partes faltantes recentes podem ser encarados como casos de manuteno ordinria, onde a troca ou complementao das partes necessria para garantir a funcionalidade do elemento. As obturaes poderiam ser feitas com o mesmo material procurando maior neutralidade possvel. J os desgastes devidos ao uso nos degraus da escada so naturais e no se deve trocar as peas por isso. Eles servem tambm como documentos da passagem do tempo, de como estes degraus foram percorridos pelos usurios. at um elemento potico neste contexto. O que considero mais prejudicial nestes degraus so as fitas escuras antiderrapantes. Estes elementos deveriam ser substitudos por mecanismos com mesma funo, porm com aspecto menos agressivo visualmente.

    Exemplo de completamento com ladrilhos neutros e nas laterais os pisos decorados um tom abaixo dos originais.

    ?Ladrilho hidrulico. Neste piso, encontramos partes substitudas por outros materiais, partes quebradas e desgastadas. Os desgastes podem ser relevados enquanto contam a histria do edifcio. J as partes substitudas por outros materiais podem prejudiciais leitura dos espaos. A proposta remover estas peas incompatveis e substituir por ladrilhos hidrulicos de mesmo formato, porm com diferenciaes de carter neutro, como tons mais claros ou usando uma cor de base existente dos ladrilhos originais para neutralizar as lacunas. Assim o piso lido em sua

    Exemplo de fita antiderrapante semitransparente.

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    ?Parquet de madeira 7 x 21cm. Aqui as Patologias principais so sujidade acentuada, tacos desprendidos e partes com cola e sem calafetao. Deve ser feita uma reviso detalhada dos pisos substituindo as peas muito deterioradas, consolidando as desprendidas e calafetando todo o piso.?Assoalho de madeira L = 8,5cm. Este o pavimento mais degradado do edifcio, apresentando diversas patologias e reas em estado aparentemente precrio de conservao. Nas reas onde o piso foi coberto por materiais diferentes o partido a remoo deste elemento estranho e restauro do piso original. As obturaes sem critrio tambm podem ser removidas se prejudicam o piso, como algumas que foram feitas descaracterizando a paginao original. Alguns problemas em pisos de madeira so resolvidos simplesmente com a consolidao das peas, obturaes nas peas degradadas, lixamento e calafetao. Porm em alguns casos, quando se intervm em peas pontuais pode ocorrer um fenmeno que prejudica as demais peas que no apresentavam patologias, como um efeito domin. Ao se intervir nas peas deterioradas pode ocorrer um impacto nas juntas das peas envoltrias que passam a apresentar as mesmas patologias ou at patologias diferentes.

    Antes de cada interveno so necessrios testes de resistncia, sondagens quanto espessura das peas, testes de lixamento para garantir que no sejam muito desgastadas, enfim, so intervenes muito delicadas. Outro ponto a atentar que a madeira usada para as obturaes no pode ser muito contrastante com a madeira original, caso contrrio ficam muito evidentes as peas novas, que acabam por chamar mais ateno do que a paginao do conjunto. E tambm por uma questo at de segurana as peas no podem variar em altura das originais. O piso original estar seguramente desgastado pelo uso, ento as tbuas ficam

    mais finas. As peas novas devem ser na medida do possvel niveladas com estas peas para que as pessoas no tropecem quando caminharem neste piso. Aps o restauro, prever a proteo final das tbuas.

    Os demais pisos no necessitam de tanto cuidado. O granilite precisa apenas de limpeza criteriosa. J os porcelanatos do pavimento trreo j foram consolidados pelo tempo e as lojas j foram muito descaracterizadas com o tempo. No vale a pena remover todo este piso (j que no foram feitas apenas substituies, mas trocas completar) e retornar com os pisos mais nobres, que correm o risco de serem alterados posteriormente novamente. Neste pavimento o comrcio muito rotativo e quase impossvel controlar as intervenes feitas em cada loja. Alm do que seria uma tentativa frustrada de retorno ao estado original em uma rea de intervenes consolidadas. J o porcelanato aplicado nos pisos superiores complementando partes com ladrilhos hidrulicos devem ser removidos e substitudos por peas de ladrilho como explicado anteriormente, porque estas alteraes so visveis e parecem remendos no piso, prejudicando a leitura.

    1.1.2 FORROSNo pavimento trreo, mais uma vez o argumento a

    no interveno porque as alteraes j esto muito consolidadas e a rotatividade das lojas facilita as descaracterizaes. No corredor do hall a proposta remover o forro em Eucatex e deixar aparente o forro em estuque em arco original, restaurando os possveis elementos decorativos ali presentes, hiptese esta baseada nos demais elementos do espao e em um trecho onde o forro est solto, revelando parte do original.

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    No primeiro pavimento os forros continuam originais, ento a o restauro prev limpeza, remoo criteriosa e cuidadosa das diversas camadas de pintura que prejudicam a leitura dos elementos decorativos com bisturi cirrgico, restauro das partes em madeira com os mesmos cuidados apontados nos pisos e pintura com tinta a base de cal em conformidade com as paredes. Os elementos decorativos podem ser pintados um tom acima para que se diferenciem dos panos sem se destacar de forma agressiva.

    J no segundo pavimento todo o forro em PVC deve ser removido por se tratar de uma interveno descaracterizadora. A proposta para estes espao deixar os corredores sem forro, com a estrutura do telhado tratada e exposta (o telhado seria restaurado e coberto internamente por uma manta impermeabilizadora). Esta atitude permitiria que os usurios enxergassem a arquitetura de outra forma, com sua estrutura. J nas salas seria introduzido um forro metlico aberto, como grelhas semitransparentes. Sendo um sistema aberto, possvel compatibiliz-lo s demais instalaes, como sistemas de iluminao, sprinklers, difusores de ar condicionado e demais interferncias, que podem estar projetadas no mesmo nvel ou acima do plano do forro, de acordo com a convenincia. As vantagens deste forro so a transparncia, tornando a interveno bastante neutra, a tecnologia, deixando claro que aquele elemento moderno e tornando possvel a instalao equipamentos nas salas para melhor organizao e funcionalidade dos espaos.

    A ideia para este pavimento, como veremos posteriormente, ser um andar de escritrios. Cada escritrio poderia assim distribuir seu espao com divisrias leves simplesmente amarradas no forro, tendo menos intervenes no piso original. Tambm sistemas de ventilao e nova iluminao seriam facilitados porque o acesso a este forro simples. Nos banheiros tambm seria instalado este

    forro para que exista uma unidade visual neste pavimento.

    Forro metlico

    1.1.3 PAREDESNas paredes as patologias so poucas. A proposta

    tratar os pequenos focos de infiltrao na cobertura para que estes no se manifestem nas paredes internas, repintura das paredes com tinta prpria, provavelmente a base de cal para permitir o respiro da parede. necessrio primeiramente descobrir que tipo de tinta est aplicada atualmente sobre as paredes e se esta est prejudicando a sade delas. No caso parece que sim, j que as paredes no apresentam muitos pontos degradados, porm se tintas mais selantes foram aplicadas muito recentemente estas patologias podem ainda no ter se revelado e se encontram internamente. Por isso, testes que verificam a sade das paredes internamente seriam necessrios.

    Para os corredores, a proposta remover a pintura original e revelar as pinturas murais artsticas originais, restaurando-as porm sem dar uma cara de pintura nova. O intuito revelar a pintura original como modificada pelo tempo. Esta pintura pode estar muito agredida pelas camadas de pintura que a sucederam, ento devem ser tratadas para que resistam exposio.

    As instalaes que passarem por estas paredes e pelo

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    Instalaes aparentes

    Instalaes aparentes

    1.1.4 TORRE DE CIRCULAONesta torre, a parte mecnica do elevador deve ser

    revisada para garantir seu funcionamento, as grades e estrutura metlicas devem ter a tinta atual removida, sofrer um tratamento contra a oxidao e repintura numa cor adequada. Estas cores, tanto das paredes quanto dos elementos devem ser estudadas no conjunto da obra e devem ser estabelecidas aps testes in loco, por isso no cabe neste trabalho determina-las de forma arbitrria. As cores originais no existem mais h anos, portanto no devem ser retomadas. Uma nova proposta deve ser feita.

    As escadas, como explicitado no restauro do mrmore branco, devem preservar seus degraus originais, mesmo com o desgaste do uso. Partes quebradas podem ser substitudas pelo mesmo material. A fita antiderrapante empregada pode ser numa cor mais clara, prxima cor do mrmore existente, para que no haja tanto impacto visual.

    Os gradis devem ter a tinta removida, tratamento antioxidante e repintura. O corrimo em madeira tambm deve ter as diversas camadas de tinta degradadas removidas, a madeira deve ser lixada com cautela e para finalizar poderia ser aplicado simplesmente um verniz, deixando a madeira na sua cor exposta.

    No vitral, os perfis em ferro tambm precisam ter a tinta atual removida, sofrer um tratamento contra a oxidao e repintura. Os vidros faltantes, quebrados ou substitudos por outros materiais devem ser trocados por vidros seguindo o padro cromtico do conjunto, sendo considerada uma manuteno ordinria.

    forro devem ser aparentes e organizadas como na imagem a seguir, para que haja o mnimo de interveno que possa prejudicar o interno das paredes.

  • 1.1.5 ESQUADRIASTodas as portas e janelas devem ser revisadas para

    detectar problemas no sistema de abertura e fechamento. Deve ser verificado in loco se as camadas de pintura tornaram as folhas muito grossas prejudicando o funcionamento das esquadrias. Neste caso as camadas pintura devem ser removidas e uma camada nica aplicada. As partes quebradas devem ser substitudas por madeira de mesmo tipo, assim como os vidros quebrados. Neste caso no precisa haver diferenciao do antigo para o novo por se tratar de manuteno ordinria tambm.

    1.2Tratamento das superfcies externas

    1.2.1 FACHADAS:Toda a pintura aplicada sobre o granito andorinha deve

    ser removida. Neste caso, provavelmente o granito ter manchas na sua superfcie diferentes em cada parte da fachada, de acordo com sua exposio a tintas diferentes, quantidade de camadas, exposio ao sol, etc. O granito provavelmente estar manchado. Os panos em argamassa tambm tem manchas de sujeira e umidade que, ao tratar as patologias e efetuar a limpeza, tambm restaro manchas.

    Sobre a limpeza, oportuno estender um pouco mais a discusso por se tratar de um tratamento visto como simples, porm tem efeitos importantes sobre a matria. A limpeza dos edifcios necessria no apenas por razes estticas, mas tambm indispensvel para uma melhor conservao dos materiais.

    Na escolha dos materiais a serem utilizados na interveno se deve considerar, entre outros quesitos, a cor, a textura, os aspecto geral dos materiais sobre os quais se est intervindo. Mesmo que a nobre ptina do tempo seja mantida, porque pode conferir ao monumento um carter

    particular, no deve ser confundida com os depsitos de p ou de sujeira depositados pela chuva ou pelo vento. A remoo da superfcie dos materiais de depsitos contendo sais solveis indispensvel enquanto estes podem ser transportados ao interior dos poros ou das fissuras dos materiais. Consequentemente, os sais solveis contidos nestes depsitos no protegem os materiais, pelo contrrio, se no so removidos, causam danos contnuos.

    A limpeza, se no tambm seguida de um tratamento protetor, pode ser at mesmo perigosa, j que a superfcie original dos materiais aumentada, portanto uma maior superfcie ser exposta agresso dos agentes atmosfricos. A limpeza uma operao delicada e irreversvel. Se for feita de forma errada, possvel danificar de modo irreparvel as obras. Deve, portanto, ser conduzida com todas as precaues possveis e o conhecimento indispensvel para obter resultados satisfatrios.

    Tcnicas utilizadas em um passado recente causaram graves danos s superfcies tratadas, tais como perda de material derivada da utilizao de metodologias incorretas por falta de conhecimento ou de experincia por parte dos operadores. Consistentes perdas de material das superfcies dos edifcios histricos ou artsticos no so aceitveis. Portanto, a tcnica de limpeza de ser determinada baseando-se nos seguintes critrios:?No deve causar danos, diretos ou indiretos, ao edifcio;?No deve gerar produtos danosos que, permanecendo sobre o material, possam prejudicar sua conservao (sais solveis, por exemplo);?No deve produzir modificaes, microfraturas ou abraso profunda sobre a superfcie limpa;?Deve permitir a preservao da ptina nobre;?Deve ser controlvel, gradativa e seletiva em cada

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    uma de suas fases.A tcnica de limpeza que se pretende adotar deve,

    sobretudo, levar em conta a natureza qumica e mineralgica do material a ser submetido ao procedimento, a sua microestrutura, seu estado de conservao, a natureza do depsito a ser removido. Fatores que podem condicionar fortemente a interveno so o custo e o tempo de execuo necessrio.

    Sobre esta base se distinguem os edifcios em duas classes: Na primeira esto os edifcios de escasso ou nulo interesse histrico artstico, para os quais a economia da interveno de grande importncia. Neste caso, os mtodos de limpeza utilizados podem ser de carter industrial e, consequentemente, tero seu custo reduzido. J na segunda classe se encontram os monumentos, no senso mais amplo do termo, para os quais se devem aplicar tcnicas de limpeza mais adaptadas e sofisticadas para assegurar sua conservao. A limpeza deve, em todo o caso, ser entregue a equipes especializadas que conheam as possibilidades e limites das tcnicas adotadas.

    As operaes de limpeza devem ser portanto discutidas e concordadas com os executores que intervm nas diferentes fases do restauro. oportuno recordar que, em todas as pocas, os executores acreditavam estar intervindo da maneira correta. necessrio desenvolver uma teoria e uma prtica de restauro com o mximo de critrio possvel para evitar cometer erros por vezes gravssimos e irreparveis.

    Alguns mtodos mais conhecidos de limpeza so:?Jateamento a seco. Mtodo que ser baseia na ao abrasiva de vrios tipos de partculas sobre a superfcie a ser limpa. O executor desta tcnica deve estar protegido e provido de um sistema de respirao autnomo alimentado de ar puro. Foi utilizada esta tcnica na limpeza de muitos

    edifcios parisienses nos anos 60, provocando graves danos permanentes. Uma observao aproximada das superfcies demonstrou que ornamentos e motivos arquitetnicos sofreram forte eroso de um tratamento no controlado. Este mtodo pode ser utilizado sobre rochas silicatadas (rochas duras), mas no prprio para rochas carbonadas ou para calcrias moles.?Jateamento com micropartculas. O mtodo similar ao jateamento comum, mas possui a vantagem de garantir um poder abrasivo diversificado graas ao emprego de microesferas de vidro, menos duras e de dimetro inferior. A quantidade de abraso controlvel com preciso e a superfcie alcanada pelo jato de centmetros quadrados, assim se pode operar com muita preciso e obter bons resultados. Deve-se considerar porm que quando se trabalha em ambientes pequenos ou fechados, o jateamento com micropartculas traz grande quantidade de p. Neste caso oportuno integrar ao aparelho um aspirador. Esta tcnica foi empregada com sucesso na limpeza de importantes monumentos na Itlia. ?Hidrojateamento. Consiste no projetar sobre as superfcies a serem limpas uma suspenso de areia e gua sobre presso. A ao abrasiva da areia , neste caso, reduzida em comparao com o jateamento a seco pela presena da gua, que contribui tambm para a dissoluo da sujidade com a sua ao solvente e evita a formao de poeira nociva. Depois do hidrojateamento de qualquer forma necessria uma lavagem com gua. Mesmo esta tcnica pode causar eroso das superfcies, portanto a dimenso das partculas deve ser controlada e inferior a 50 m. Esta tcnica se demonstrou eficaz para a limpeza de superfcies fortemente encrostadas, mas no deve ser utilizada sobre superfcies lucidadas ou polidas. O hidrojateamento no deve ser tambm utilizado em

  • monumentos de importncia artstica por conta da dificuldade de controle e da grande quantidade de gua utilizada, que remove os sais sem, porm, elimina-los. ?Pulverizao de gua. Esta tcnica consiste na pulverizao de gua sobre a superfcie do objeto at que os depsitos amoleam. Neste ponto feita uma escovao controlada que remove facilmente a sujidade. Este mtodo simples e particularmente til por remover das superfcies sais solveis particularmente perigosos para os materiais porosos. A pulverizao de gua deixa a ptina nobre praticamente intacta mas, geralmente, no assegura a eliminao completa da sujidade. O tempo de ao necessrio para a operao tambm longo e consome muita gua. O uso de muita gua pode determinar efeitos secundrios como infi ltrao nas paredes, com consequentes danos. A limpeza deve ser executada com gua potvel a baixa presso utilizando menor quantidade possvel. Deve comear do alto do edifcio para baixo, com setores horizontais para permitir que a gua que escorre amolea as reas inferiores da fachada. ?Vapor d'gua. O vapor lanado sobre a superfcie com uma presso de cerca de 5 atmosferas. Este vapor causa seja um amolecimento sobre a crosta negra, que tende a se destacar sobre o efeito da presso, seja por uma ao trmica diferencial por causa dos diferentes coeficientes de dilatao da crosta e do material que a sustenta. No apresenta graves inconvenientes para as pedras duras e calcrios pouco porosos e em bom estado de conservao, porm no recomendado para pedras moles, especialmente elementos esculpidos, ou argamassas muito degradadas. Geralmente a ao dos vapores no suficiente para remover as crostas, sendo necessria complementar a ao com uma limpeza mecnica com escovao. ?Agentes qumicos. O nmero de produtos qumicos

    que se podem utilizar para a limpeza limitado e a operao deve ser conduzida com extrema cautela porque o risco de corroso da superfcie muito elevado. O uso destes produtos deve ser limitado a zonas onde as incrustaes so persistentes. Um dos produtos mais utilizados o cido clordrico, mas ele muito perigoso porque alm de dissolver facilmente as crostas calcrias, ataca tambm todas as superfcies a base de carbonato de clcio, formando o cloreto de clcio, um sal extremamente solvel que pode penetrar no material tratado. O uso de bases fortes como a soda custica, que era utilizada no passado, hoje totalmente desaconselhado.

    A eficcia de um mtodo de limpeza pode ser estimada apenas atravs de testes conduzidos diretamente sobre os materiais, enquanto a periculosidade do mtodo, em contato com materiais lapideis, pode ser avaliada atravs de testes laboratoriais. Mas sempre importante ter o mximo de cuidado com a limpeza por se tratar, como vimos, de uma interveno de extrema importncia podendo acarretar danos irreparveis.

    Para as eventuais manchas ps-limpeza e remoo da pintura, a soluo proposta neste projeto aplicar sobre o granito e sobre a argamassa uma veladura puxando para o acinzentado tanto do granito quanto da argamassa. Veladura a aplicao de uma camada de tinta transparente que no esconde o material, porm confere maior uniformidade s superfcies. Isto evitaria que as manchas fossem elementos marcantes na fachada, pois seu efeito seria mitigado pela veladura. Para os panos lisos, a proposta uma veladura acinzentada clara. J para o granito, os elementos estruturais verticais e os elementos decorativos, a proposta aplicar um tom de cinza um pouco mais escuro que nos panos, para dar mais fora aos elementos estruturais do edifcio, conceito este muito utilizado neste tipo de

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    construo. Na simulao da fachada apresentada posteriormente temos uma ideia de como ficariam estas fachadas com a veladura.

    Para as esquadrias, as portas e janelas dos pavimentos acima sero tratadas de acordo com o item anterior. Nas portas das lojas do trreo, onde as bandeiras foram removidas ou perdidas, a sugesto instalar uma bandeira de vidro com perfil metlico seguindo mesmo alinhamento das demais bandeiras. Assim, no h necessidade de fazer a reproduo falsa das bandeiras originais e os elementos novos ficariam bem neutros.

    Os elementos decorativos faltantes ou quebrados sero tratados cada um de forma particular. A escultura que tem uma perna faltante no seria completada, pois este membro j foi perdido h tempos e a escultura j est incorporada bem ao conjunto. J as ponteiras faltantes dos pinculos devem ser reproduzidas com mesmo material, porm lisas, sem o rebuscamento e ornamentos das originais. A ausncia destas ponteiras prejudica a geometria do edifcio, ento a introduo de elementos com mesma volumetria, porm lisos, resolveria o problema da geometria sem utilizar rplicas.

    Os fios e tubulaes escuros expostos devem ser removidos e ento devem ser feitas instalaes aparentes mais neutras, com fios transparentes ou na cor da fachada. Devem tambm ser planejados de forma a contornar os elementos e seguir os alinhamentos.

    Aps tratamento das patologias, veladura e aplicao de produto protetor sobre as superfcies, tambm necessria a remoo das placas publicitrias diferentes que poluem a fachada. Neste projeto foram propostas novas placas a serem instaladas nas laterais das colunas de granito feitas em vidro. Nela, cada loja poder colocar sua marca, que vir tambm seguida de uma identificao de conjunto. Esta

    placa ser vista posteriormente tambm no projeto de fachadas.

    1.2.2 ILUMINAOA Iluminao de todos os ambientes demonstra-se

    inadequada no momento. A maioria das instalaes tem aspecto transitrio, no parecendo tendo sido planejadas para aqueles espaos. Com o auxlio de um projetista de iluminao foi feita uma proposta de iluminao para alguns espaos de interesse do edifcio.

    Para a fachada, foi proposta uma iluminao monumental com fios transparentes passando nos cantos das cornijas e elementos estruturais. No caso deste edifcio com os usos que tem, este tipo de iluminao no caberia, porm foi feito este estudo como um exerccio de valorizao de monumentos histricos. Foram apontados nas fachadas os elementos que mereciam destaque e com o auxlio do projetista foram especificadas luminrias prprias para este fim. Tambm foram estabelecidas cenas de iluminao que podem ser trocadas de acordo com o que se deseja valorizar em momentos diferentes.

  • Os tipos de luminrias especificadas so as seguintes:

    LC Sanca

    L-1 Deltalight Deep Ringo

    L-2 Modular Cake

    L-3 Peerless Lightline Indirect

    L-4 Peerless Lightedge Rec Indirect

    L-5 Erco Parscan

    L-6 Agabekov Assimtrico Linear

    L-7 Iguzzini Skotmaxi

    L-8 iGuzzini linealuce

    L-9 Targetti Krono

    L-10 Iguzzini Lingotto Wall

    L-11 Peerless Lightedge Rec Indirect-Direct

    L-12 Iguzzini La Roche

    L-13 Iguzzini Brsil

    L-14 Flos XXL

    L-15 Iguzzini Cestello Wall-Mounted

    LP-1 Base Mini

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    2. USO

    Desde o estudo preliminar, a ideia do projeto seria resgatar a vocao musical que o edifcio possui. Ele ainda tem vestgios desta vocao na loja Amadeus, mas isto poderia ser aprimorado com um projeto integrando outros programas como oficinas de luthieria, salas de dana, enfim, um recanto da msica que tivesse carter pblico. Alm disso, espaos comerciais como cafs, etc.Estudando um pouco a regio para compreender as suas necessidades utilizei o site do infolocal para gerar mapas com os equipamentos ali existentes. Nota-se uma grande concentrao de comrcio e servios, muitos atrativos culturais se comparado com outras regies da cidade, pouca habitao. Habitao no um uso indicado para aquele edifcio. Ele no foi concebido com esta inteno e sua adequao para estes usos acarretaria alteraes que o descaracterizariam completamente. Usos culturais convencionais como museus, bibliotecas, salas de exposio tambm parecem pouco necessrios em meio a tantas outras opes.

    A ideia era trabalhar com um espao pblico agradvel, onde as pessoas queiram entrar e participar de a lguma at iv idade, ou s implesmente sentar-se confortavelmente num caf ali dentro, comprar artigos de msica e afins. Estes usos propostos tambm no pretendem trazer muito impacto e trfego aos andares superiores pois o edifcio no comporta este movimento, por isso atividades de maior impacto se concentraram no subsolo.

    Tendo em vista as atividades j consolidadas h uma centena de anos no edifcio, a proposta no altera muito os usos atuais. O que o projeto busca dar mais dignidade ao edifcio e prover recursos para que estes usos se mantenham respeitando necessidades dos usurios atuais. Tambm se

    buscou uma aproximao real do que seria feito no edifcio se este projeto fosse executado, j que seu restauro j foi encomendado pelos proprietrios do edifcio. Os desejos destes proprietrios foram levados em conta porque eles, mais do que ningum, tm uma relao ntima com o prdio que um legado de famlia. Tanto o estimam que esto financiando o restauro por iniciativa prpria. Procurou-se adaptar estes desejos ao que o edifcio comportaria, respeitando sua vocao natural. O esforo maior se concentrou em buscar trazer de volta a unidade do edifcio. Para tanto, foi tambm proposta uma identidade de conjunto chamada Esquina Musical, como o edifcio foi conhecido em seus tempos ureos e que tambm condiz com os usos pretendidos nesta nova fase. Para explicar a proposta, oportuno percorrer cada pavimento do edifcio.

    2.1 SubsoloEste pavimento, como foi apresentado no tpico

    usos atuais do mdulo "presente ocupado hoje por depsitos e puxadinhos no fosso de ventilao. Pelos estudos desenvolvidos neste trabalho acredita-se que a Casa Bevilcqua se instalou neste pavimento no passado, enquanto no primeiro pavimento funcionou a Irmos Vitale. Com os usos atuais este pavimento pouco utilizado e, como j foi dito, o uso contribui de certa forma para a manuteno dos espaos, pois para que eles continuem funcionais reparos constantes precisam ser feitos. Trazendo um pouco de volta a veia musical a proposta ter parte do subsolo ocupado por uma oficina de luthieria. Esta oficina seria vedada com vidros com tratamento acstico e sua ventilao seria feita mecanicamente, trazendo at o fosso de ventilao do edifcio.

    Na outra parte, e ocupando o fosso se localiza um bar-caf, promovendo um espao de lazer e descanso para os

  • usurios do edifcio. Como parte das mesas ocuparia o espao do fosso, este bar poderia ser visualizado dos demais andares, convidando assim as pessoas a us-lo. No projeto deste espao foram respeitadas as normas de acessibilidade tanto para vencer os desnveis quanto na democratizao dos banheiros. O interessante de estes dois espaos coexistirem seria poder, num momento de descanso, acompanhar os trabalhos na oficina-atelier, convidando as pessoas a se relacionarem com os instrumentos de forma mais ntima. Como veremos posteriormente, este uso se relaciona com os usos do primeiro pavimento, pois hoje l existe uma loja de msica onde os instrumentos de corda so os itens mais consumidos.

    Inicialmente a ideia para este subsolo era a instalao de uma sala para ensaios de dana. Esta ideia partiu da prpria proprietria, ex-bailarina. Porm estudando melhor o espao fica claro que este uso no seria prprio para este espao, pois a ventilao mesmo que forada no seria adequada para atividades de dana. Tambm o espao ocupado por alguns pilares em ferro fundido muito bonitos que merecem ser preservados e atrapalhariam os movimentos de dana. Esta sala ento foi transferida para o primeiro pavimento, onde as condies apresentadas so mais prprias para este uso.

    2.2 TrreoNeste pavimento quase nada foi modificado. Os usos

    se mantm, foi apenas proposta uma reestruturao das reas molhadas das lojas da fachada nordeste, que se encontram niveladas. Com esta reestruturao foi possvel liberar mais espao para o fosso de ventilao. Foi proposta uma passarela metlica que passaria sobre as mesas do bar no fosso. Os banheiros foram organizados de forma mais prtica e ainda sobrou espao para alguns armrios para os

    funcionrios.

    2.3 Primeiro pavimentoEste seria chamado o andar musical. Para este andar

    foram reestruturadas as reas molhadas e uma parte do pavimento foi dedicada sala de dana. A entrada foi setorizada para dar mais privacidade aos usurios deste servio. Uma sala foi reservada para a administrao e apoio deste espao. Foram criados banheiros e vestirios. O piso proposto um tablado flutuante com tratamento anti-impacto coberto com linleo, tipo de piso prprio para dana. Esta sala no serviria para apresentaes, somente para ensaios. Uma das portas foi fechada para possibilitar a instalao de um grande espelho em um dos lados da sala. As janelas e portas seriam cobertas com cortinas para controlar a iluminao e no ter problemas de reflexo sobre os espelhos. Tambm seriam instaladas barras fixas nas paredes onde no existem esquadrias. Tambm neste espao foram respeitadas as regras de acessibilidade, possibilitando o uso da sala por cadeirantes. Este uso convm neste espao porque porta um trfego controlado.

    Na outra parte, foram previstos mais banheiros de uso pblico e salas antes desocupadas serviram para estruturao dos espaos necessrios para os funcionrios, como refeitrio. Nestes novos banheiros seria utilizada a ventilao forada e seria feito no piso um degrau para a tubulao. Este degrau no seria feito porm no banheiro de acessibilidade universal porque este foi estrategicamente posicionado ao lado do shaft para evitar desnveis. Uma grande sala continuou reservada para a loja de msica Amadeus Musical, que j est bem estabelecida neste prdio e atrai usurios fiis. Os novos usos propostos at dariam suporte a estes usurios, que teriam espaos para permanecer por mais tempo desfrutando dos servios.

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  • Fonte: Panormio

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    2.4 Segundo pavimentoEste seria o pavimento de escritrios. Nele, os

    banheiros tambm foram reestruturados para melhor atender aos usurios e foi proposta uma pequena rea de descanso. As salas no sofreram alteraes, apenas esto destinadas para escritrios de advocacia (pela proximidade da So Francisco), arquitetura (pelo carter arquitetnico do prprio edifcio) e outros servios que se interessarem em se instalar no edifcio. A diviso das salas internamente dependeria das necessidades de cada escritrio, sendo possibilitada a utilizao de divisrias leves piso-teto pelo tipo de forro especificado para este andar. As instalaes seriam todas expostas como j foi explicitado no item sobre o restauro das paredes.

  • USOS PROPOSTOS SUBSOLO

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    USOS PROPOSTOS TRREO

  • USOS PROPOSTOS PRIMEIRO PAVIMENTO

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    USOS PROPOSTOS SEGUNDO PAVIMENTO

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