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O trabalho trata da revitalização do Palacete Jorge Lobato, que fica localizado no centro da cidade de Ribeirão Preto. Atualmente o Palacete está abandonado, porém foi tombado ficando protegido pelo Conppac. A proposta é restaurá-lo dando um novo uso, de um Centro de Documentação Interativo, onde preserva e respeita o Palacete e suas características ao máximo.

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Page 1: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO
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CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ARQUITETURA E URBANISMO

CINTHIA OLIVEIRA ALVARENGA

REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO EM RIBEIRÃO PRETO

RIBEIRÃO PRETO 2013

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CINTHIA OLIVEIRA ALVARENGA

REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO EM RIBEIRÃO PRETO

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do professora MS. Dariane Bertoni

RIBEIRÃO PRETO

2013

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Primeiramente, gostaria de agradecer ao meu pai que me deu a oportunidade de ter uma ótima formação, que lutou para que eu entendesse o quanto era importante cada dia de aula, cada tarefa, cada trabalho desde o início. Jamais me esquecerei de cada incentivo dado, desde ganhar um Mc Donalds quando tirava tudo A no boletim do primário, até o abraço de orgulho e satisfação ao chegar no primeiro dia de férias sem nenhuma dependência na faculdade.

Gostaria de agradecer também a minha melhor amiga e minha mãe que sempre esteve ao meu lado, mesmo que fosse para me acordar as 7 e meia da manhã pra estudar em casa quando as aulas eram a tarde, e pedir desculpas por ficar brava, hoje entendo o quanto era importante criar disciplina pois quando eu mais precisei eu já sabia como me controlar e organizar meu tempo.

Quero agradecer ao meu irmão e companheiro que desde pequeno cuidou de mim, sempre me preparando e me passando as experiências vividas por ele, pois sabia que logo atrás eu estava vindo e que ele era a pessoa que eu mais confiava para tomar minhas decisões.

Ao meu noivo que agüentou meus momentos de desespero e irritações sempre me colocando pra cima, pelos domingos lendo e relendo meu trabalho para deixar cada vez melhor, por cada entrega e apresentação de trabalho dizendo que confiava em mim e passando energias positivas, e pelas palavras e carinho dado em cada comemoração de etapa cumprida.

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As minhas três amigas, Carine Lima, Carolina Desiderio e Jéssica Magri, por cada trabalho concluído, por termos feito uma ótima equipe de trabalho, onde cada uma supria as necessidades da outra e por isso conseguimos chegar ao fim juntas, tendo feito o melhor que podíamos fazer e tendo a certeza que no final tudo daria certo e a partir de agora cada uma vai seguir seu caminho na vida profissional, mas sabendo que as outras sempre estarão disponíveis pro que der e vier.

Ao professor MS. Domingos Guimarães que foi meu primeiro orientador e me deu toda base que eu precisava para encaminhar meu trabalho e a professora MS. Dariane Bertoni, que ao fazer as mudanças para minha vida profissional, onde tive que mudar para a turma da noite, me acolheu como orientanda de braços abertos fazendo meu trabalho desenvolver e me passando todo conhecimento necessário, sempre com muita calma e disponível para que eu pudesse fazer o melhor trabalho possível. Além desses, gostaria também de agradecer todos os professores da minha grade curricular por todos esses anos de acompanhamento, sei que não é fácil e o quanto vocês lutam para ganhar nossa atenção, agradeço de coração.

Obrigada!

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AGRADECIMENTOS

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RESUMO Este trabalho aborda a importância da preservação do patrimônio histórico, tendo como principal objeto de estudo um exemplar da arquitetura eclética, construído no início do século XX, época em que Ribeirão Preto passou por um grande desenvolvimento. Atualmente o imóvel encontra-se abandonado, reforçando o debate sobre o arruinamento dos patrimônios existentes na cidade. O trabalho busca atentar a população e as autoridades, conscientizando-os para que a história e o desenvolvimento arquitetônico da sociedade seja preservado por várias gerações. A partir dos levantamentos pretende-se alcançar o interesse de todos ao objeto de estudo. A partir dos estudos, pretende-se restaurar o imóvel, possibilitando assim a instalação de um novo uso que possa ser um presente para toda a sociedade. !

ABSTRACT This work adresses the importance of the preservation of historical property as the main object an exemplar of eclectic architeture built in the beginning of twentieth century, time that Ribeirão Preto walked through a big development. In the time being the property finds itself abandoned reinforcing the debate about lack of care of historical property in the city. The work attempt to alert the population and the authority raising awareness that architetural history and development should be preserved for long generations. By the studyies pretends to reach the general interest about the object of the study. By the studies pretends to rebuild the property allowing the installation of a new use that might be a gift for the entire society.

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SUMÁRIO

Introdução......................................................................................................................................................................1

1- A preservação do patrimônio.................................................................................................................................5

1.1 – A preservação do patrimônio histórico de Ribeirão Preto........................................................................15

2- Metodologia de intervenção e restauro no patrimônio arquitetônico..............................................................27

2.1 – Considerações finais sobre as Metodologias de intervenção.....................................................................36

2.2 – Leituras Projetuais.......................................................................................................................................37

3- Objeto de estudo: Palacete Jorge Lobato ..........................................................................................................61

3.1 – Diretrizes da Proposta de Intervenção.......................................................................................................92

4- Centro de Documentação Jorge Lobato...............................................................................................................99

4.1 Considerações Finais...................................................................................................................................153

Bibliografia...................................................................................................................................................................154

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INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta uma proposta de revitalização para o Palacete Jorge Lobato como uma possibilidade de garantir a preservação do patrimônio histórico e provocar a conscientização da população para sua importância, pois este Palacete é uma prova viva da época áurea do café e da arquitetura eclética presente nas edificações daquela época. Segundo Rodrigues (2009, p.6), “A preservação do patrimônio histórico e de seu entorno é

importante, de modo a garantir maior diálogo dos espaços dos edifícios e dos bens tombados”. Este Palacete está localizado no quadrilátero central da cidade, na esquina das ruas Álvares Cabral e Florêncio de Abreu, onde há um grande fluxo de pessoas e um novo uso para ele será de grande importância para população e seu entorno que é uma parte histórica da cidade. O direito à memória está diretamente ligado ao patrimônio histórico, que nos permite ter informações seguras de como a sociedade vivia há muitos anos atrás. Percebe-se que o patrimônio histórico é testemunho vivo da herança cultural das gerações passadas, que tem grande significado para a sociedade de hoje, afinal é de onde viemos e para onde vamos, só assim é possível entender o processo de evolução em que seguiremos.

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Segundo a Constituição Federal (1988, apud MAIA, 2003, p.1): Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira[...]

Para manter esses patrimônios históricos é necessário muito cuidado e preservação, para que o bem seja sempre valorizado. Muitas pessoas ainda pensam que preservar um patrimônio é como impedir o desenvolvimento de uma cidade, porém ele pode ser revitalizado para ser um novo equipamento, muitas vezes para um bem público, a não ser que o tombamento seja do seu uso, o que impede a mudança de sua função, mas isso não significa a falta de desenvolvimento, afinal essas construções auxiliaram o processo evolutivo da arquitetura da cidade. Ao analisar a atual situação do palacete, percebe-se a necessidade que a cidade tem em considerar seu patrimônio histórico e mostrar para a população que o edifício não está ali somente para ocupar o espaço, mas que pode ser um equipamento de grande importância e ao mesmo tempo expressar como eram os objetivos de uma residência nos anos passados. Alguns autores já estudaram patrimônios históricos, como cidades inteiras que já não tinham mais importância e hoje em dia são grandes cenários. Freitag (2003, p.2) diz que:

Simplificando bastante, partimos da constatação, de que é corriqueiro na história das aldeias, vilas e cidades brasileiras (desde os primórdios da colônia), abandonar ou deixar atrás de si núcleos urbanos criados, para fundar outros, paralelos, transferindo as funções do antigo para o novo.

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Com o passar do tempo os centros antigos acabam sendo esquecidos, ficando paradao e perdidos até que as pessoas resolvam valorizá-los novamente. Porém, não podemos esquecer que só a revitalização de uma cidade ou um edifício não garante que ele sempre estará em bom uso, é preciso mantê-lo assim, o que só é possível com manutenção e preservação contante. Segundo Freitag (2003, p.11), “As cidades históricas preservadas e revitalizadas, como Tiradentes, precisam velar pelo seu futuro, para não correrem o risco de serem degradadas e destruídas pelo fluxo de um turismo devorador e destruidor”. No Centro Universitário Moura Lacerda encontra-se uma monografia na qual a autora tem o mesmo objetivo que o deste trabalho, porém acredita que a revitalização deve ser feita inserindo um equipamento particular, como um restaurante. Segundo Rodrigues (2009, p.56) “O fazer algo público geralmente implica na falta de manutenção e no desmazelo que muitos dos imóveis tombados e restaurados com este tipo de administração obtém”. Porém este trabalho acredita que não, a partir do momento que a populace valoriza o local e frequenta é obrigação da prefeitura mantê-lo bem cuidado assim como a Biblioteca Altino Arantes, Museu do Café, entre outros exemplos també localizados na cidade de Ribeirão Preto. Ao contrário da monografia encontrada no Centro Universitário Moura Lacerda este trabalho pretende propor um equipamento público para que as pessoas possam perceber que o palacete não pertence somente à história do município, mas a todos os munícipes, sendo assim, que todos zelem pelo seu bem. Maia (2003, p.3) diz que:

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O direito à memória é garantido quando a comunidade toma consciência do seu papel fundamental de guardiã do próprio patrimônio, passando então a impedir a degradação e a destruição do meio ambiente, imóveis e objetos culturais, numa ação de salvaguarda preventiva.

Neste trabalho propõe-se que o bem material seja referência de conscientização da população como exemplo de uma boa solução para uso do patrimônio histórico, onde ao mesmo tempo que possa colaborar para o bem da população e de seu entorno, garanta à sociedade a preservação de sua história, onde cada um deve se sentir dono deste edifício e zelar pelo mesmo, estimulando a população a olhar os edifícios tombados de sua cidade com outros olhos, e assim se reconhece o passado, entende o presente e estimula-se a preservar no futuro.

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1. A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO Com ascenção econômica de Ribeirão Preto no apogeu da agricultura cafeeira nos primeiros anos do século XX, a cidade ganhou destaque não apenas com o setor primário, mas também com o secundário, com a chegada das indústrias e com o terciário, onde a cidade passou a ter um cenário de riqueza e prosperidade. O desenvolvimento da cidade trouxe empresas em expansão como a Companhia Antarctica Paulista, Companhia Cervejaria Paulista e o Banco Construtor, entre outros. A partir deste momento, o aspecto arquitetônico da cidade de Ribeirão Preto, que era de caráter rural, de estruturas com sistemas construtivos e estruturas de herança colonial, começou a receber inovações e sofisticações com o ecletismo. Um dos responsáveis pelo desenvolvimento e embelezamento de Ribeirão Preto foi Antônio Soares Romeu, engenheiro municipal da cidade e responsável pela Diretoria de Obras, onde atuou durante a administração pública de Joaquim Macedo

Figura 1: Operários da oficina do Antigo Banco Construtor Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto

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Bittencourt e de João Rodrigues Guião, etão prefeitos da cidade. Como engenheiro municipal, Soares Romeu seguiu modelos de civilização em progresso e transformação urbanas de grandes cidade brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, e de duas metrópoles mundiais, Paris e Londres, onde o ecletismo entra em cena como o estilo a ser alcançado, proposta extremamente elitista sendo esta cultura própria de uma classe burguesa que dava primazia ao conforto, amava o progresso e as novidades especialmente quando melhoravam sua condição de vida. (SÁ DE SANTOS, 2001, apud MESQUITA

FILHO, 2008, p.02) A partir do desevolvimento da cidade, a área central passa a ser mais valorizada, com escritórios de engenharia e advocacia, consultórios médicos, ateliês de costura, bancos, grupos escolares e grandes magazines com produtos importados, tudo isso próximos aos solares e grandes palacetes. A grande valorização da área central resultou no aumento de residências e do comércio, e como consequência a cobrança de altos impostos comerciais e imobiliários, que somados aos acúmulos da produçao cafeeira, foi possível realizar a construção do Palácio do Rio Branco em 1917, que foi concebido para ser símbolo da riqueza, beleza e prosperidade do café, como a nova

Figura 2: Fase final da construção do edifício Diederichsen

Autor: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto

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sede da Câmara Municipal, que se caracterizava pela suntuosidade de sua fachada, luxo e funcionalidade interna. Em 1922, ano do centenário da Independência, Ribeirão possuía 3240 casas, a maioria do período colonial, segundo dados da década de 1940 da Diretoria de Obras da Prefeitura. O total de imóveis progrediu nos anos seguintes devido ao surto progressista provocado pela alta do café, entre 1926 e 1930, que resultou no surgimento dos palacetes e o Quarteirão Paulista, onde estão localizados o Palace Hotel e o Pedro II. Com o desenvolvimento, imóveis do período colonial que tinham como característica os telhados “caindo”

para o lado de foras das casas e batentes grossos de madeira foram demolidos. (FOLHA RIBEIRÃO, 2006, apud SERRA, 2006, p.73) Pode-se perceber que a alta do café foi um fator de grande importância para o desenvolvimento da cidade, e contribuiu bastante para a chegada das novas construções e estruturas de Ribeirão Preto, como o Quarteirão Paulista e os palacetes da área central.

Figura3: Praça XV de Novembro, Teatro Pedro II, Edifício Meira Júnior e Central Hotel (Posteriormente Palace Hotel)

Autor: Arquivo Público de Ribeirão Preto

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Alguns dos palacetes estão revitalizados, tendo novo uso que colabore para a sociedade, como o solar do Coronel Francisco Junqueira, de 1928, onde hoje funciona a Biblioteca Altino Arantes, o Palacete Camilo de Mattos (1922), que atualmente está sem uso, porém com propostas prontas para iniciar a revitalização, o Palacete Albino de Camargo (1913) e o Palacete Jorge Lobato (1922), objeto de estudo deste trabalho. O palacete Camilo de Mattos que foi residência do ex-prefeito da cidade Camito de Mattos, é um imóvel significativo para a cidade e foi tombado pelo CONPPAC (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do município de Ribeirão Preto) em 11/07/2008, através do decreto número 221. O imóvel está localizado na rua Duque de Caxias, 625, região central da cidade. O antigo Solar do Coronel Francisco Junqueira, está localizado na região central de Ribeirão Preto, na rua Duque de Caxias, 547. O imóvel foi tombado em agosto de 1984. Foi construído para o casal Francisco Maximiano Junqueira e Theolinda de Andrade Junqueira, a Sinhá Junqueira, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, autor do projeto do Theatro Carlos Gomes de Ribeirão Preto. O palacete Jorge Lobato, objeto de estudo deste trabalho, teve seu projeto aprovado pelo engenheiro municipal Antonio Soares Romeu e foi construído em 1922 pelo escritório de engenharia Geribello e Quevedo. Dado à Anna Junqueira pelo seu pai, Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira como presente de aniversário. Localizado na esquina das ruas Florêncio de Abreu e Álvares Cabral, com frente para Álvares Cabral, número 716, no Centro de Ribeirão Preto, São Paulo.

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Seu terreno possui 1958m² de área total, com 513m² de área ocupada, frente de 44,50m por 44m de profundidade. Os recuos são de 11m frontal, 8m na lateral direita, 10m na lateral esquerda e 12m de recuo posterior.

Figura 4: Albino de Camargo e Palacete Camilo de Mattos Autor: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto

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O palacete Jorge Lobato teve seu tombamento solicitado pelo arquiteto e urbanista Claudio Henrique Bauso, ex-presidente do CONPPAC, em 12/03/2004, que justificou o pedido relatando: “Solicito o tombamento do imóvel localizado á rua

Alvares Cabral, 716, cep 14010-089, por seu significado histórico e arquitetônico, parte integrante da paisagem urbana de Ribeirão Preto (BAUSO, 2004)” Conforme o Processo de Tombamento, o palacete é designado como um bem material cultural, reconhecido como patrimônio histórico do município de Ribeirão Preto, inscrito no livro do tombo com número 219 datado dia 11/07/2008, tendo como proprietários: Laura Lobato, Vera Solva Junqueira

Lobato, Luiz Junqueira Lobato, Vera Junqueira Lobato, Ana Rosa Marcondes Machado e Beatriz Marcondes Machado, todos proprietários do título aquisitivo: transição número 62658 de 13 de fevereiro de 1984 do I Cartório de Imóveis de Ribeirão Preto.

Figura 5: Antigo Solar do Coronel Francisco Junqueira, atual Biblioteca Altino Arantes

Autor: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto

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O Palacete tem como uso original residencial, de propriedade de Anna Junqueira e seu marido Jorge Lobato, advogado e ilustre cidadão da cidade de Ribeirão Preto. O imóvel possui subsolo, térreo e pavimento superior. Pode-se perceber que o palacete trata de um símbolo do desenvolvimento do café, construído no início do século XX, tem como característica o seu glamour, sua arquitetura eclética, percebida claramente em seus elementos como adornos, vitrais, desenvolvimentos de novos materiais e formas de expressão, implantação no terreno com recuos de todos os lados e o jardim em volta de toda a residência. Todo o desenvolvimento da cidade e sua modernização, principalmente na área central, contribuiu para esses novos hábitos ligados a construção. Além disso, deve-se ressaltar o papel que os imigrantes italianos tiveram na divulgação dos costumes e da cultura europeia, eles eram como uma ponte de ligação com a Europa, de uma maneira saudosista e ao mesmo tempo uma atualizaçãoo da cidade. A presença do ecletismo como característica na construção, demonstra o progresso e linguagem do poder econômico, advindo da excelente condição financeira proporcionada pelos lucros com o café. A arquitetura eclética significa a combinação de diferentes estilos em uma única obra. Segundo SÁ DOS SANTOS (2011, apud FARIA, 2008):

As residências até então implantadas no limite do alinhamento do terreno, sem recuos, frontais e laterais, com lotes estreitos, onde muitas vezes se tinha uma horta ou jardim ao fundo, passam a ganhar recuos tanto laterais como frontais e dessa forma o jardim passou a fazer parte da fachada à residência.

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Comparando os mapas da área central de Ribeirão Preto, de 1917 e 2010 (figura 7 e 8), pode-se observar grandes mudanças nas características da paisagem ubrana. O mapa de 1917 ainda não apresentava importantes construções que hoje são consideradas como patrimônios históricos da cidade, construídos na época áurea do café, onde Ribeirão Preto passou por uma grande evolução, refletida até os dias de hoje. Durante esse período começaram a ser construídos importantes edifícios como: Quarteirão Paulista (Teatro Pedro II, Palace Hotel, Ed. Meira Junior), Ed. Diererichsen, Solar dos Junqueiras (atual biblioteca Altino Arantes), Palacete Camilo de Mattos, Palacete Albino de Camargo e o Palacete Jorge Lobato. Essas novas construções passam a ter uma nova linguagem e implantação, percebe-se também a mudança no traçado da Praça XV e Carlos Gomes, que no mapa de 1917 ainda havia o teatro Carlos Gomes.

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Figura 7: Mapa área central de Ribeirão Preto em 1917 Autor: Alana Milena Sá de Santos Intervenção de restauro Figura 8: Mapa área central de Ribeirão Preto em 2010

Autor: Alana Milena Sá de Santos Intervenção de restauro

1 – Teatro Carlos Gomes 2 - Praça XV de Setembro 3 – Palácio Rio Branco e Praça Rio Branco 4 – Rua Visconde de Inhaúma 5 – Rua General Osório 6 - Duque de Caxias

1 – Praça Carlos Gomes 2 – Praça XV de Setembro 3 – MARP ( Museu de Arte de Ribeirão Preto) 4 – Palácio Rio Branco e Praça Rio Branco 5 – Palacete Albino de Camargo 6 – Quarteirão Paulista 7 – Casarão Camilo de Mattos 8 – Biblioteca Altino Arantes 9 – Edifício Diederichsen

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1.1 A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO

Atualmente, existem em Ribeirão Preto mais de 40 imóveis tombados, entre definitivos e provisórios. São patrimônios que representam a época em que a cidade se desenvolvia a passos largos, época de riqueza e sofisticação, período áureo da cultura cafeeira. Percebe-se que até hoje os moradores ainda têm uma certa resitência ou até preconceito quanto ao tombamento, por várias razões, mas sabe-se que o peso sempre cai para o poder público.

Dos mais de 40 imóveis tombados em Ribeirão Preto, entre provisorios e definitivos, apenas um, na Rua José Bonifácio, teve o pedido feito pelo proprietário. Todos os outros foram requisitados por cidadãos que não tinham ligação direta com as construções. […] Segundo a presidente do Conppac, Cláudia Morroni, um dos motivos para o baixo número dos tombamentos pedidos por proprietarios é a falta de informação quanto à preservação. “Às vezes as pessoas que moram na casa não têm consciência do que é a preservação, por isso não pedem o tombamento. Outras pessoas acabam enxergando a importância”, disse. Ainda Segundo Cláudia, muitas construções são comerciais e, por isso, o proprietário pensa em soluções imediatas. “Muitos querem destruir o imóvel, reformar, transformar para fazer o negócio”, afirmou. (GAZETA RIBEIRÃO de 19/08/2010)

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Um dos maiores problemas nos imóveis tombados está relacionado ao abandono e ao descaso, ao invés de o edifício se tornar ainda mais valorizado, para a maioria dos proprietários, o tombamento é sinônimo de desvalorização, pois acreditam que o edifício não pode mais ter uso, como se houvessem perdido a propriedade do imóvel. Muitos entendem que o tombamento de um edifício funciona como sua desapropriação, sendo que na realidade o tombamento apenas protege as características do imóvel ou de seu uso, não alterando a propriedade, apenas proíbindo que ele venha a ser destruído ou descaracterizado, logo, um bem tombado não precisa ser desapropriado. O bem ainda pode ser alugado ou vendido, não existe qualquer impedimento para isso, desde que o mesmo continue sendo preservado. O que falta, na maioria das vezes, é informação e conhecimento para que a população, para que entendam a importância que um patrimônio material ou imaterial pode ter para todo o desenvolvimento da sociedade.

Figura 9: Artigo sobre preservação do Patrimônio de Ribeirão Preto

Fonte: Defender

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Segundo o artigo representado na Figura 9, o Comppac ( Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural) iniciou um censo para levantar quanto dos imóveis tombados em Ribeirão Preto realmente estão em bom estado de conservação, com objetivo de estimular a restauração, o uso e principalmente a valorização desses imóveis que são testemunhos da história da

cidade. Ainda comenta que antes da conclusão do censo, o conselho já cita exemplares problemáticos como o Casarão Albino de Camargo, a antiga Algodoeira Mattarazzo e a Casa da Caramuru, que atualmente está em obra para revitalização, onde terá o Conppac fazendo parte de seu uso. Há também a citação dos imóveis que estão preservados, como a Biblioteca Altino Arantes e o Teatro Pedro II. No artigo representado pela Figura 10, vemos que dos edificios tombados pelo Estado ou pelo município no centro de Ribeirão Preto, quatro deles estão em ruínas: os casarões Jorge Lobato e Albino de Camargo, o Hotel Brasil e a Algodoeira Matarazzo, todos erguidos entre os anos de 1922 e 1930. O artigo cita que a ocupação dessas edificações é considera pelos

Figura 10: Artigo sobre a Conservação dos Patrimônios Históricos

Fonte: http://defender.org.br/2009/01/25/tombados-mas-nao-protegidos, em 06 de maio de 2013

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profissionais ligados à area de patrimônio histórico a melhor alternativa para sua preservação e que essa é uma das prioridades da Secretaria de Cultura. No artigo a historiadora Michelle Ribeiro Castro, afirma que apenas reformar e ocupar um bem tombado não é suficiente:

“É preciso que seja trabalhada a educação da população. Só a educação permite que a população possa reconhecer que aquele patrimônio lhe pertence”, afirmou. Ela disse que os proprietários dos bens tombados necessitam de incentivos para que preservem o local e que haja fiscalização no cumprimento da preservação. “Muitas vezes os proprietários se sentem desmotivados porque previam outras construções, ou reformas.”

No site ainda é possível encontrar uma lista dos imóveis tombados em Ribeirão Preto, em boa conservação e em ruína.

Bom estado de conservação:

x Theatro Pedro II x Palace Hotel x Edifício Meira Júnior x Palacete Vieira x Cervejaria Paulista x Praça XV de Novembro x Mercado Municipal de Ribeirão Preto x Palacete Joaquim Firmino x Palacete Camilo de Mattos x Casarão Francisco Murdocco x Catedral Metropolitana x I Distrito Policial

x Palácio do Bispo x Prédio da União Geral dos Trabalhadores

(UGT) x Palácio do Rio Branco x Biblioteca Altino Arantes x Prédio do Sassom x Escola Estadual Otoniel Motta x Escola Estadual Dr. Guimarães Junior x Escola Estadual Fábio Barreto Em ruínas:

x Algodoeira Matarazzo x Casarão Albino de Camargo x Casarão Jorge Lobato x Hotel Brasil

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O palacete Jorge Lobato, construído no ano de 1922, objeto de estudo deste trabalho, ficou abandonado durante muito tempo, sendo alvo de invasões, onde foram furtados vários objetos ainda existentes na casa. Os proprietários contrataram um vigilante que permanece durante todo o dia no local, com essa medida as invasões cessaram. O abandono também causou a invasão de pombos e gatos, que vivem ali, deixando a situação do palacete muito ruim, pois além da sujeira, o mau cheiro é uma das caractérísticas mais marcantes do imóvel. Muitas pessoas preferem atravessar a rua passando do outro lado da calçada para não sentir os odors no ar causado pelas fezes dos animais, mesmo assim nenhuma providencia foi tomada.

Na revista Painel n 155, no Artigo “A “Antiga” Paisagem está em Ruína”, Gilberto Pinhata

Presidente Conppac-Conselho de Preservação do Patrimonio Cultural de Ribeirão Preto (em 2008) diz que falta envolvimento público e privado em projetos de preservação do patrimônio cultural. “Uma cidade com o orçamento de Ribeirão pode investir mais nisso”.

Rosa Maria Britto Cosenza de Oliveira, antiga professor do Centro Universitário Moura Lacerda, afirma que em sua visão, faltam incentivos públicos, como o desconto em importos, e iniciativas criativas, como convidar estudantes de faculdade de Engenharia e Arquitetura para que façam projetos de recuperação do patrimônio cultural que está tombado porém esquecido.

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A primeira referência de patrimonio histórico em Ribeirão Preto foi no ano de 1967, com a criação do Conselho de Cultura (Lei n 2002), onde a principal finalidade era definida por contribuir para a elevação do patrimônio e a mobilização constante das potencialidades culturais da cidade. Em 01 de setembro de 1971, pela Lei n 2508 foi criado o Conselho de Desefa do Patrimônio Histórico e Cultural do Municipio, com isso foram promulgadas as primeiras leis municipais. Durante as décadas de 1970, 1980 e 1990 foram considerados de valor histórico e colocados em regime especial de proteção, através de legislação municipal os seguintes imóveis:

x Lei n 5.243 de 28 de marco de 1988 Palácio do Rio Branco; x Lei n 5341 de 20 de setembro de 1988 Museu Municipal e Museu do Café; x Lei n 4881 de 06 de agosto de 1986 Prédio da Rua Caramuru, n 250; x Lei n 4524 de 17 de agosto de a986 Biblioteca Altino Arantes; x Lei n 4584 de 13 de marco de 1985 Imóveis do Quarteirão Paulista, na Rua

Alvares Cabral, n 332 a 354 e n 390 a 396; x Lei n 2764 de 08 de junho de 1973 Theatro Pedro II; x Lei n 3505 de 10 de outubro de 1970 Preservação de bancos instalados nas

praças públicas; x Lei n 8445 de 20 de maio de 1995 Acervo do Arquivo Público e Histórico de

Ribeirão Preto;

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x Lei n 6826 de 02 de junho de 1994 Imóveis sede CIANE Cia. Nacional de Estamparia, antiga Industria Matarazzo;

x Lei n 6579 de 20 de janeiro de 1993 Mercado Municipal; x Lei n 6067 de 21 de agosto de 1991 Hotel Brasil; x Lei n 5697 de 13 de marco de 1990 Define o uso do Theatro Pedro II.

Em 1922 foi criado o Arquivo Publico e Histórico de Ribeirão Preto, pela lei n 130, com finalidade de sistematizar a ação do poder público municipal sobre a documentação produzida, promovendo o recolhimento e proteção dos documentos e criado o museu de Arte MARP. CONPPAC CONSELHO DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE RIBEIRÃO PRETO O CONPPAC Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto criado pela Lei 7521 de 1996, é um órgão colegiado de caráter consultivo e deliberativo, encarregado de representar a comunidade e assessorar o Poder Público Municipal em assuntos referentes à preservação do patrimônio cultural do município de Ribeirão Preto. O CONPPAC é composto por representantes de várias entidades, como Secretaria Municipal de Governo, Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal da Educação, entre outros.

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CONDEPHAAT CONSELHO DE DEFESA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E TURÍSTICO DO ESTADO DE SÃO PAULO O CONDEPHAAT é um conselho formado por representantes de diversas entidades, que se reúnem periodicamente para deliberar sobre os processos que lhe são apresentados, relativos ao patrimônio cultural do Estado de São Paulo. Segundo o site do CONPPAC, em Ribeirão Preto, existem atualmente nove imóveis tombados pelo CONDEPHAAT.

Imóveis tombados pelo CONDEPHAAT na área central de Ribeirão Preto:

- Teatro Pedro II; - Praça XV de Novembro; - Palace Hotel; - Ed. Meira Júnior; - Ed. Diederichsen; - Escola Estadual Fabio Barreto - Escola Estadual Guimarães Júnior - Escola Estadual Otoniel Mota - UGT União Geral dos Trabalhadores

-

Imóveis tombados fora do quadrilátero central:

- Casa da Rua Caramuru; - Cervejaria Paulista; - Estação Barracão, entre outros.

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ÁREA ENVOLTÓRIA DOS BENS TOMBADOS O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), define para o Quadrilátero Central de Ribeirão Preto, que os imóveis tombados devem possuir um raio de 300 metros de proteção, Segundo o dec. est. 13.426/79 de 16 de marco de 1979 art.137. Este raio de proteção é para preservar a visibilidade ou o destaque da edificação do imóvel tombado. Toda obra que precisar ser executada e estiver dentro desse raio de proteção de 300 metros, precisa que o projeto seja aprovado pelo conselho.

Imagem 12: Mapa da área envoltória dos Bens Tombados pelo CONDEPHAAT

Fonte: Secretaria do Planejamento de Ribeirão Preto

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CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO Percebe-se que atualmente na cidade de Ribeirão Preto, ao invés de os patrimônios históricos serem dignos de orgulho da população, como representação de sua história, muitos deles são tidos como ameaças, pois se tornam sujos e muitas vezes alvo de vandalismo, onde moradores de rua e usuários de droga invadem e permanecem no imóvel reforçando o destino da destruição.

Imagem 13: Fachada do Palacete Jorge Lobato

Fonte: autora

Imagem 14: corredor interno do

Palacete Jorge Lobato com objetos j ogados ao ser invadido.

Fonte: autora

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Esses atos de vandalismo e descuido, só comprovam mais a falta de consciência da população. O ato do tombamento de um imóvel, que tem a finalidade de preservá-lo, acaba deixando-o desvalorizado, ao ponto que os próprios donos abandonam o imóvel, como se ele não tivesse mais nenhum valor.

O Palacete Jorge Lobato, objeto de estudo deste trabalho, é uma prova disso, pois está em estado de abandono. Os herdeiros contrataram um vigilante para ficar no local durante o dia com a finalidade de diminuir as invasões, porém o imóvel continuou sem nenhum cuidado, ficando cada dia mais deteriorado, além disso os animais continuam tomando conta do lugar e o próprio vigilante fornece comida e abrigo para que os animais continuem no local.

Imagem 15: Objeto do Palacete Jorge Lobato

quebrado por invasores Fonte: autora

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O Palacete Jorge Lobato é apenas um dos vários exemplos de imóveis tombados que estão abandonados pela cidade de Ribeirão Preto. Se os órgãos públicos não tomarem providências, cada vez mais imóveis de alto valor histórico para a sociedade vão se tornar apenas “entulhos” espalhados pela

cidade. Esses patrimônios são um exemplo de resistência, pois estão há muito tempo abandonados e sem nenhum tipo de cuidado e mesmo assim, se forem tomadas as providências necessárias, além de preservá-los ainda podem ser instalados equipamentos de grande utilidade para a população.

Imagem 16: Caixas de papelão servidas

de abrigo para animais na entrada do Palacete Jorge Lobato.

Fonte: autora

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2. METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO E RESTAURO NO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

Este trabalho visa em primeiro lugar, propor a recuperação do Palacete Jorge Lobato. Para que essa recuperação possa ser feita, será necessário levantar todas as necessidades do edifício para em seguida iniciar o restauro. Neste processo será inserido um novo programa, onde as pessoas poderão ter acesso e servirá de apoio para a sociedade. Partindo do princípio de recuperação e novo uso, foi definido como revitalização a melhor palavra para definir o objetivo. Existem várias formas de se definir as palavras revitalização, restauro e intervenção, muitas vezes, os próprios pensadores entram em conflito para explicar, e quando explicam, cada um define de forma diferente do outro. Para poder definir a palavra revitalização no trabalho citado, busca-se uma fonte de referência, Choay, que aproxima os conceitos de reestruturação, revitalização, reabilitação e requalificação. Acredita que todos esse termos fazem parte de recuperar a estima e a consideração de um bem. MELLO (2001, p.30) diz que:

Revitalização remete a um conjunto de medidas que visam criar nova vitalidade, a dar novo grau de eficiência para alguma coisa, em suma, reabilitar. Este processo incide sobre um objetivo previamente definido. O processo de revitalização está ligado à produção cultural das cidades, sendo importante fator de evolução urbana.

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Pode-se perceber que na citação acima, a palavra revitalização também está ligada a uma medida de recuperação, dando vida para algo que já está praticamente esquecido e que seja de grande importância na evolução urbana de um cidade e de sua sociedade. Sendo assim pode-se considerar revitalização como a melhor definição das atitudes tomadas no trabalho.

Todo conhecimento em processo de formação provoca a crítica de seus conceitos, de seus procedimentos e de seus projetos. As disciplinas afins quanto à conservação e restauração dos monumentos históricos não fugiram à regra. Depois do trabalho fundador da primeira geração, veio, no fim do século, outra reflexão, crítica e complexa. (CHOAY, 2006, p.163)

Os conceitos teóricos sobre os métodos de restauração dos patrimônios arquitetônicos foram discutidos por muitos teóricos. Um dos primeiro conceitos que podemos encontrar é aquele dado por Viollet-le-Duc, no qual afirma que restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que não pode nunca ter existido. A partir daí começaram a surgir diversos conceitos e teorias, como consciência de preservação do monumento, ao longo do século XX e até os dias de hoje. Cesari Brandi, em seu livro Teoria del Restauro, diz que: “… a restauração constitui o

momento metodológico do reconhecimento da obra de arte na sua consistência física e na sua dupla polaridade estético-histórica, em vista da sua transmissão ao futuro.”

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Atualmente existem três vertentes na Itália e consequentemente na Europa, onde seguem objetivos e conceitos de restauração, dentre elas estão a “Pura Conservação”, a

“Hipermanutenção” e a “Posição Central”. A “Posição Central” está indiretamente ligada com a teoria de Cesari Brandi, citada acima.

Ela está vinculada a autores como Giovani Carbonara, Gertano Miarelli Mariani, Roberto di Stefano, Romeu Ballardini, Salvatore Boscarino, entre outros. Esta assume uma tradição conservativa, de forma prudente, que não significa um congelamento do edifício, propõe quando necessário, o uso de recursos criativos, sempre respeitando a obra e suas características originais.

A posição central é baseada no restauro científico, com marcas do restauro crítico. Seus critérios são: minima intervenção, destinguibilidade, respeito à obra “autêntica” como limite de inovação, importância do entendimento histórico. A postura filológica vem, sobretudo da sensibilidade histórico-crítico, tentando evitar o arbítrio ou a “revisão” indevida. (CARSALADE,2007)

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Imagem 17:Croqui vetente “Posição Central” Fonte: Alana Milena Sá dos Santos

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A vertente da “Posição Central” se aproxima bastante dos conceitos utilizados na “Pura

Conservação”, onde constituem de grande atenção aos valores documentais e formais da obra, sem esquecer que toda obra possui uma conformação. Nessa forma de restauro o projeto procura entender o edifício como um todo e suas características e propor recuperá-las, o que diferencia um do outro é a forma como vão reconstruir o que foi perdido e o que está deteriorado. A “Pura Conservação” tem como conceito, o respeito total pela obra, preservando as

passagens do tempo, deixando que elas fiquem tal qual chegaram aos dias de hoje, preferem a conservação e não a restauração. Essa vertente é mais ligada ao conceito de John Ruskin, que considerava a restauração como uma “destruição acompanhada da falsa

descrição da coisa destruída”. A vertente tem como principais autores Marco Dezzi Bardeschi, Anna Lucia Maramotti e Paolo Torsello. A pura conservação tem um postura de manutenção na totalidade natural da obra de arte, considerando-a material como o objetivo principal e deixando o valor figurativo como segundo plano.

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A “Hipermanutenção” opta pela manutenção e complementação utilizando formas e técnicas do passado, desta forma mantendo sua configuração e possibilitando uma leitura da obra. Tem como um de seus autores Paolo Marconi.

Imagem 18: Croqui vertente “Pura Conservação. Fonte: Alana Milena Sá dos Santos

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A vertente da hipermanutenção, assim como as demais citadas, também possui respeito pela obra, porém ela é contrária por usar de substituições em casos necessários, optando primeiramente por manutenção e tratamento do que for existente e posteriormente fazendo substituições.

Imagem 19: Croqui vertente “Hipermanutenção”

Fonte: Alana Milena Sá dos Santos

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2.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE AS METODOLOGIAS DE INTERVENÇÃO E RESTAURO Após análise das vertentes, este trabalho toma como base para a revitalização do objeto Palacete Jorge Lobato, os conceitos e princípios da “Posição Central”. Tem como objetivo

principal o respeito pelas características e pela historicidade do Palacete, que é um grande exemplo da história da sociedade e de resistência do patrimônio histórico que atualmente sofre grande desvalorização, procurando uma intervenção que contribua para sua preservação e manutenção. Tomando como base os seguintes conceitos:

x Preservar a passagem do tempo e a historicidade em todas suas fases; x Preservar as características e ornamentos que definem seu estilo arquitetônico; x Usar o restauro científico, como recurso criativo; x Tratar as lacunas criadas pelo tempo; x Distinguibilidade, deixando claro o que é conservado e o que é novo; x Manter o respeito ao implantar novo projeto; x Intervenção com o minímo possível de alterações na linguagem do objeto.

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2.2 LEITURA PROJETUAL CONJUNTO KKKK

Imagem 20: Conjunto kkkk Fonte: http://maragama.com/2008/12/04/brasil-arquitetura-expoe-em-toquio-projetos-de-

centros-culturais-e-mobiliario/

Ficha Técnica Local: Registro (SP) Projeto Original: 1919 Área: 2900 m2 Autor: -- Uso inicial: Engenho de beneficiamento de arroz Tombamento: CONDEPHAAT Projeto de intervenção: 1996 Autor: Marcelo Ferraz, Francisco Farnucci (Brasil Arquitetura) Metodologia de intervenção: Posição Central Conclusão da Obra: 2001 Uso pós restauro: Museu da Imigração Japonesa Fonte: Vitruvius e Brasil Arquitetura

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HISTÓRICO O conjunto kkkk, Companhia Ultramarina de Desenvolvimento, foi criado em Tóquio com a missão de dar apoio às famílias imigrantes. Foi responsável pela prosperidade do Alto Ribeira, iniciada com a construção do conjunto arquitetônico inaugurado em 1922. No conjunto funcionava o maior engenho de beneficiamento de arroz, além de armazéns e escritórios. Foram construídas também, estradas que interligavam as propriedades ao entreposto fluvial e às redes rodoviárias e ferroviárias. Com o início da 2a Guerra Mundial, em 1939, a Companhia foi proibida de atuar no Brasil. Quando a cidade de Registro passou de distrito de Iguape para município autônomo, o conjunto foi desmembrado em quarto partes e passou para as mãos de antigos funcionários, como pagamento pelas dividas trabalhistas. A partir daí inicia um processo de estagnação e abandono que vai ser interrompido somente depois da redescoberta do conjunto pelos arquitetos que iniciam uma campanha de mobilização da população e com força do poder público para viabilizar a recuperação dos edifícios. Em 1987, o conjunto foi tombado pelo Condephaat. Somente em 2000 foram obtidos recursos para as obras de recuperação, realizadas pela prefeitura de Registro e pela FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo.

Imagem 21: Conjunto kkkk

Fonte: http://maragama.com/2008/12/04/brasil-arquitetura-expoe-em-toquio-projetos-de-centros-culturais-e-mobiliario/

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PONTOS SIGNIFICATIVOS Os pontos mais importantes e que foram levados em consideração na elaboração do projeto foram:

x Articular o patrimônio revitalizado com a cidade de Registro; x Alcance político e social; x Recuperação do que estava se perdendo; x Mínima intervenção em destaque do existente x Reconhecimento das expressões arquitetônicas do conjunto.

Tinham como conceito principal a revitalização do conjunto, onde pretendiam recuperá-lo dando continuidade na sua história. Para isso, seriam necessárias algumas intervenções, que foram feitas e destacadas com novos materiais e cores diferenciando o estilo arquitetônico da época da construção do conjunto, para que a distinguibilidade do velho e do novo pudesse ser percebida facilmente e ao mesmo tempo continuassem em harmonia. A intervenção se preocupou primeiramente com a expressão arquitetônica do conjunto dos quatro edifícios e na separação deles em relação ao corpo mais alto, já os elementos novos têm a marca da contemporâneidade.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERVENÇÃO

O conjunto é dividido por quarto corpos enfileirados e um edificio mais alto, de três pavimentos, separado. Apesar de ter uma tipologia diferente, o edificio de beneficiamento mantém uniformidade de composição com o conjunto. O projeto tenta aproveitar os corpos o mais harmoniozamente possível, usando as áreas livres como áreas de lazer e interligação.

Imagem 22: Implantação Conjunto kkkk

Fonte: Brasil Arquitetura

TEATRO

MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO JAPONESA

HALL DE EXIBIÇÕES/ RECEPÇÃO

SALAS DE AULA

RESTAURANTE

MERCADO DA CIDADE

MERCADO QUARTEIRÃO

PARQUE BEIRA-RIO

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Foi preciso criar alguns elementos novos para o projeto, como aberturas e acessibilidade e para que esses elementos não interferíssem no patrimônio, o escritório optou pela materialidade diferente e a cor vermelha, deixando fácil distinguir o novo do original. Essa alternativa utilizada pelo escritório Brasil Arquitetura é bastante interessante, pois entra na vertente da posição central, onde tem como principio respeitar a estrutura original e suas caracteristicas, mas ao mesmo tempo permite fazer modificações criando objetos novos sem modificar a linguagem do edifício e sua história.

Imagem 23: Conjunto kkkk Fonte: Brasil Arquitetura

OBJETO NOVO

OBJETO ORIGINAL

OBJETO ORIGINAL

OBJETO NOVO

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MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

Imagem 24: Museu da Língua Fonte: Brasil Arquitetura

Ficha Técnica: Local: São Paulo (SP) Projeto Original: 1856 Área: 7240 m2 Autor: Arquiteto Ingles Uso inicial: Estação Ferroviária Tombamento: IPHAN/ CONDEPHAAT/ CONPRESP Projeto de intervenção: 2000 Autor: Pedro Mendes da Rocha e Paulo Mendes da Rocha Metodologia de intervenção: Hipermanutenção Conclusão da Obra: 2006 Uso pós restauro: Museu da Língua Portuguesa Fonte: ArcoWeb

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HISTÓRICO O projeto de restauro e adaptação foi inserido na antiga Estação da Luz, inaugurada em 1901, fruto da construção da Estrada de ferro que ligava Santos a Jundiaí. A construção é um molde da arquitetura inglesa e sofreu diversas intervenções ao longo do tempo, onde a maior delas foi após um incêndio em 1946 que destruiu a maior parte do edifício. Nessa reforma que durou 4 anos, foi acrescentado um andar em concreto armado que alterou a volumetria e o sistema construtivo original que era de alvenaria portante. O novo projeto de revitalização iniciou-se apenas em 2002, onde foi inserido o Museu da Lingua Portuguesa, inaugurado em 2006. Foi idealizado pela Secretaria da Cultura de São Paulo, em parceira com a Fundação Roberto Marinho, com um orçamento avaliado em torno de 37 milhões de reais.

Imagem 25: Estação da Luz (atual Museu da Língua Portuguesa) Fonte: Eduardo Spinazzola

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PONTOS SIGNIFICATIVOS Tem como metas principais:

x Garantir a preservação do patrimônio; x Manter as principais características do edifício; x Instaurar um ambiente dinâmico que abrigue a língua portuguesa; x Instalar um equipamento acessível para todas as classes sociais; x Melhorar o conhecimento e auxiliar na educação da população brasileira; x Usar a tecnologia como forma de expor patrimônio imaterial. x Seguir o conceito da Posição Central no restauro do Palacete.

Este novo órgão cultural, expõe dentro de um patrimônio material, um patrimônio imaterial e para isso foi preciso recorrer a formas diferenciadas e modernas para expor o que distingue das instutições similares, tanto no Brasil quanto em outros países. Sendo assim, foi concebido equipamentos tecnológicos super avançados, onde permite-se ao público interagir com o objeto que está exposto. Esses modos de lidar com patrimônio imaterial é muito discutido atualmente pela sua complexidade. O museu é bastante relacionado com a localização, Estação da Luz, pela importancia que os dois patrimônios têm no desenvolvimento da cultura brasileira. Na cerimônia de inauguração, Silvia Finguerut, lembra: “Durante muitas décadas, os imigrantes estrangeiros que chegavam a São Paulo desembarcavam nesta estação, um local, portanto, onde as outras línguas se encontravam com o nosso português.”

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERVENÇÃO

Imagem 26: Corte Estação da Luz (atual Museu da LIngua Portuguesa) Fonte: Eduardo Spinazzola

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O museu abriga três andares. O primeiro é um salão próprio para mostras temporárias. O segundo tem uma grande galeria, onde encontra-se uma tela de 106 metros que exibe simultâneamente diferentes filmes sobre a Língua Portuguesa. No terceito andar há um auditório onde é exibido uma película de 10 minutos sobre a gênese da Língua Portuguesa e por fim há a Praça da Língua, como um “planetário da Língua, com

projeto de imagens e sons, compostos por textos literários. No projeto procuraram formas novas para fazer as interferências necessárias, como essa cobertura em vidro, que ao mesmo tempo que protege e abriga as pessoas na entrada permite que a visão do edifício continue da mesma forma, através da transparência do material. A partir desses novos modos de intervenção é possível criar objetos no patrimônio que sejam reversíveis, não descaracterizando a fachada e a volumetria externa, o que poderia afetar na memória da tipologia histórica e em sua construção original. É uma solução conjunta da arquitetura e engenharia que de forma engenhosa preserva o patrimônio e resolve de maneira delicada a inserção de um novo equipamento. Os terrões que são originalmente elementos decorativos da fachada, marcando a arquitetura eclética, agregam agora uma nova simbologia, de conexão do prédio histórico com o novo projeto.

Imagem 27: Cobertura da entrada

Fonte: Eduardo Spinazzola

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Além da criatividade para intervenções arquitetônicas, o trabalho destaca a forma de expor, que procura em primeiro lugar facilitar o entendimento do público e ao mesmo tempo interagir com eles, o que atrai ainda mais a curiosidade e a atenção de todos, conseguindo passar a importância do que alí está inserido. Além de expor e mostrar a importância da Língua Portuguesa para a sociedade brasileira, o museu busca ser totalmente interativo, criando ambientes com projeções, em ambientes lúdicos, onde o visitante possa se sentir “dentro” da grande gama de palavras do

nosso dicionário. Assim o público pode ter ter uma noção mais ampla da História da Lingua Portuguesa.

O museu conta também com jogos onde as pessoas podem conhecer melhor o significado das palavras. Estes jogos funcionam com uma tecnologia touchscreen, onde ao encostar na palavra abre-se uma aba iluminada explicando o significado da mesma, o que ajuda a aumentar o vocabulário e os conhecimentos da população. Com esse tipo de tecnologia a atenção das pessoas aumenta, pois ao mesmo tempo que estão se divertindo podem também estar aprendendo.

Imagem 28: Sala de projeção Museu da Lingua Portuguesa

Fonte: Eduardo Spinazzola

Imagem 29:Jogo eletrônico no Museu da Língua Portuguesa

Fonte: Eduardo Spinazzola

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PARQUE DAS RUÍNAS

Imagem 30: Parque das Ruínas

Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/da-casa-de-laurinda-santos-lobos-se-aproveita-ate-as-ruinas/

Ficha Técnica: Local: Santa Teresa (RJ) Projeto Original: -- Área: 1200 m2 Autor: -- Uso inicial: Residência de Laurinda Santos Lobo Tombamento: Municipal Projeto de intervenção: 1995 Autor: Ernani Freire Arquitetos Associados Metodologia de intervenção: Pura Conservação Conclusão da Obra: 1997 Uso pós restauro: Centro Cultural Parque das Ruínas Fonte: Inventário Turístico

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HISTÓRICO Foi construído um chalé para o Ministro Joaquim Murtinho Nobre. Com sua morte em 1911, sua sobrinha Laurinda Santos Lobb, conhecida como a “marechala da elegância”,

herdou a casa e reformou nos anos 30, dando-lhe um aspecto neocolonial. A casa foi ocupada por Laurinda até sua morte, em 1946. A partir daí, a casa ficou abandonada, foi roubada e ocupada por mendigos e traficantes até chegar ao estágio de ruína. Em 1993, o prefeito Cesar Maia cria o Parque das Ruínas, composta pelas paredes remanescentes, cujo interior permite conhecer detalhes da construção do final do século XIX e início do século XX, deixados à mostra pelo arquiteto Ernani Freire, responsável pela obra. A memória da residência, remete a uma época de ouro. Hoje é um dos mais belos projetos premiados, que

manteve a estrutura das ruínas agregando contemporâneidade a cada. Todo o restauro teve um grande processo e hoje passa por uma minuciosa impermeabilização. O espaço apresenta uma programação cultural variada.

Imagem 31: Parque das Ruínas Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/da-casa-de-laurinda-santos-lobos-se-

aproveita-ate-as-ruinas/

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PONTOS SIGNIFICATIVOS x Preservar o que restou da construção original

abandonada; x Criar novos elementos sem interferir na arquitetura

histórica; x Manter a visão do entorno; x Guardar a história de dona Laurinda com duas festas e

movimentações. Como conceito para intervir na residência procuraram tratar a ruína como ela estava, sem criar alterações bruscas que pudessem alterar a originalidade da construção. As modificações que fizeram foram apenas as necessárias, usando vidros para não alterar a iluminação atual. A cobertura também foi recuperada com uma estrutura de aço e vidro. O centro cultural instalado no Parque das Ruínas tem programação constante e variada, galeria de exposições, possuí também uma cafeteria o que atrai muitas pessoas para o local por ter se tornado ponto de encontro.

Imagem 32: Parque das Ruínas Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/da-casa-de-laurinda-santos-lobos-se-

aproveita-ate-as-ruinas/

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERVENÇÃO

Imagem 33: Implantação Parque das Ruínas Fonte: Ernani Freire Arquitetos Associados

MUSEU CHÁCARA DO CÉU

RUÍNA

RAMPAS E ESCADAS

LIGAÇÃO RUÍNA/MUSEU

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O Parque das Ruínas funciona como anexo no Museu da Chácara do Céu, mas ele também recebe eventos independentes. Toda essa intervenção busca retomar a espacialidade do lugar, sem que o edifício precisasse ser reconstruído, alguns elementos foram criados para ajudar o observador a ter mais noção do espaço. Na ruína, foi criado um ambiente composto pelo café e uma varanda, onde os visitantes podem ter uma vista privilegiada e descansar. O café fica aberto durante o memo período do Parque. Esse ambiente foi utilizado como uma forma de atrair as pessoas e segurá-las no local por mais tempo, servindo como apoio ao lazer e aproveitando toda essa área livre disposta no entorno da residência.

Imagem 34: planta Nível Terraço Fonte: Ernani Freire Arquitetos Associados

TERRAÇO

CAFÉ

VARANDA

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CAIXA FÓRUM

Ficha Técnica Local: Madrid - Espanha Projeto Original: -- Área: 11800 m2 Autor: -- Uso inicial: Estação Elétrica Tombamento: -- Projeto de intervenção: 2008 Autor: Herzog e de Meuron Metodologia de intervenção: Posição Central Conclusão da Obra: -- Uso pós restauro: Centro de Arte e Cultura Fonte: Constructalia

Imagem 35: Caixa Fórum Fonte: http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Caixa_Forum_Madrid

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HISTÓRICO O projeto da Caixa Fórum foi instalado onde no final do século XIX e começo do XX funcionava uma estação elétrica para abastecer o sul da cidade. Porém, no começo do século XXI, o edifício da estação, que antes era essencial à cidade, já estava abandonado. A Fundação La Caixa compra o local para sua conversão em um centro de arte e cultura para a cidadania madrilena, junto com Herzog & Meuron decidem não demolir o edifício que era um dos poucos com suas características originais que ainda restavam na cidade. Atualmente a antiga estação elétrica faz parte de um dos locais mais visitados pela sociedade e pelos turistas se tornando uma prova viva de como preservar o histórico da sociedade.

Imagem 36: Caixa Fórum Fonte: http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Caixa_Forum_Madrid

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PONTOS SIGNIFICATIVOS x Preservar o que restou da construção original abandonada; x Criar novos elementos sem interferir na arquitetura histórica; x Mater viva a cultura na população local; x Guardar as características originais do edifício; x Criar novos espaços que atendam as necessidades sem interferer no existente.

Como conceito principal a Caixa Fórum preserva o edifício existente deixando seu valor a amostra, porém procura de uma forma bem definida attender as necessidades que o novo uso necessida. Para isso retira a parte da base do edifício criando uma “casca” de vidro

como se tal estivesse levitando. Em toda essa parte retirada foi criada uma praça pública aberta em todos os quarto lados que se estende até o Paseo del Padro e ocupa uma area de mais de 2500 m2. Além de toda a nova estrutura e preservação a Caixa Fórum conta com um jardim vertical na parede visinha, o maior jardim vertical do sul da Europa, realizado pelo botânico francês, Patrick Blanck com mais de 1500 plantas de 250 espécies diferentes.

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Imagem 37: Parede visinha a Caixa Fórum Fonte: http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Caixa_Forum_Madrid

Imagem 38: Antes e depois Caixa Fórum Fonte: http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Caixa_Forum_Madrid

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERVENÇÃO A Caixa Fórum disponibiliza de 2000m2 destinados a salas de exposições, um auditório com 322 lugares, um centro de mídia, várias salas polivalentes para conferências e outras atividades, oficinas de conservaçãoo e restauro e um armazém de obras de arte. O amplo hall de entrada, a cafeteria, loja, livraria e restaurante complementam o passeio. Para abrigar todos os equipamentos a caixa fórum cria um anexo superior e subsolos que compõem o ambiente deixando claro a diferença entre velho e novo.

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CEDEM - CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO Segundo o site CEDEM: “O Centro de Documentação e Memória da UNESP - Cedem tem como objetivo preservar, pesquisar e difundir a memória dos movimentos sociais brasileiros contemporâneos, bem como outras fontes produzidas no âmbito da missão da Universidade: ensino, pesquisa, extensão. Tem sob sua guarda importantes acervos referentes à história das esquerdas brasileiras e a outros movimentos sociais e culturais ocorridos, principalmente, no século XX. Realiza, além disso, debates periódicos sobre temas e questões sociais, políticas e culturais da atualidade, dirigidos não só ao público acadêmico, mas também aos interessados em geral. Órgão integrante da instituição universitária, vinculado à Vice-Reitoria, foi constituído por iniciativa de um grupo de professores da área de Humanidades da Universidade Estadual Paulista UNESP, em 1987. Atualmente o Cedem é também especializado na prestação de apoio informativo à pesquisa social e realiza amplos projetos de digitalização dos documentos sob sua guarda, com o apoio da Fapesp e da própria universidade. O acervo encontra-se aberto à consulta pública, on-line ou presencial.’’ Acervo: ‘O Cedem constituiu-se como um centro aglutinador de acervos documentais de valor histórico, de informações, de referências e de estudos e pesquisas sobre a história política contemporânea. Abriga arquivos e coleções produzidos, acumulados ou publicados por pessoas, organizações, partidos políticos e demais entidades, identificadas como formadoras e integrantes dos movimentos das esquerdas brasileiras.’

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O Cedem, assim como o centro de documentação que este trabalho pretende implantar no Palacete Jorge Lobato, tem os mesmos objetivos, pois os dois arquivam documentos sobre mudanças ocorridas em um certo período da sociedade. Além disso, o centro de documentação da Unesp, não serve apenas para arquivar os documentos, eles tem áreas para pesquisas, realizam debates, dão apoio informativo à pesquisas sociais, etc. Assim como o Cedem, este trabalho não pretende apenas arquivar, mas também criar áreas para estudo, debates e projeções como demonstração de todas as informações recebidas, como um centro de documentação interativo, onde além de ter informações e arquivos coletados possa expor de diferentes formas que facilitem o aprendizado da sociedade.

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3. OBJETO DE ESTUDO: PALACETE JORGE LOBATO

Imagem 39: Fachada Palacete Jorge Lobato Fonte: autora 2012

Objeto de estudo: Palacete Jorge Lobato Proprietários: Laura Lobato Uchoa, Maria Silva Junqueria Lobato, Luiz Junqueira Lobato, Vera Junqueira Lobato, Ana Rosa Marcondes Machado e Beatriz Marcondes Machado (no primeiro semestre de 2013 foi colocada a venda mas ainda não foi divulgado dono) Data do Projeto: 1922 Escritório: Geribello & Quevedo – Engenheiros e Empreiteiros

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LOCALIZAÇÃO DO LOTE: O Palacete Jorge Lobato encontra-se na esquina entre as ruas Álvares Cabral e Florêncio de Abreu, com frente para Alvares Cabral, 716, na área central de Ribeirão Preto, conhecido como Quadrilátero Central formado pelas avenidas Francisco Junqueira, Independência, Nove de Julho e Jerônimo Gonçalves, nesse quadrilátero ficam localizados alguns dos principais estabelecimentos da cidade, além de construções históricas, é considerado como uma “cidade” dentro de Ribeirão Preto. A localização do Palacete facilita o acesso das pessoas, pois está em uma área de fácil acesso, onde passam a maioria das linhas de ônibus da cidade, além disso, existe um ponto de ônibus bem em frente a residência.

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ENTORNO:

O entorno do lote tem pontos muito importantes para a cidade, que trazem grande parte da população para o local, além de ter vários outros patrimônios em volta, como já foi dito anteriormente. No quarteirão ao lado do Palacete encontra-se o colégio Osvaldo Cruz, que aumenta bastante o fluxo no local. Todos esses fatores são de grande importância na intervenção e valorizam o patrimônio.

Imagem 38: Área central Ribeirão Preto

Fonte: google earth

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IMPLANTAÇÃO: Área do terreno: 1.958 m² Térreo: 298,66 m² Pavimento Superior: 215 m² Subsolo: 242,75 m² Área total construída: 756,41 m² Recuo frontal: 11 metros Recuo lateral direito: 8 metros Recuo lateral esquerdo: 10 metros Recuo posterior: 12 metros A implantação é composta por 4 módulos, a casa principal, chamada de Palacete Jorge Lobato, a casa do caseiro e outros dois módulos que não tem como ter certeza do que era por não ter informações confiáveis em nenhum arquivo, os pesquisadores chamam de lavanderia, por ter um tanque logo na entrada, e orquidário. Porém alguns dizem que nesse local chamado de orquidário também poderia ser uma capela, e na lavanderia poderiam ter também cômodos para empregados.

Imagem 39: Implantação Palacete Jorge Lobato

Fonte: Camila Rodrigues

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HISTÓRICO: O Palacete Jorge Lobato foi construído em 1922 pelo escritório de arquitetura Geribello e Quevedo para ser dado para Anna Junqueira como presente de aniversário do seu pai Coronel Joaquim da Cunha Diniz. O nome do palacete veio do proprietário da residência, marido de Anna Junqueira, Jorge Lobato era um ilustre cidadão na sociedade de Ribeirão Preto. O tombamento foi declarado em 2004, após pedido do arquiteto Cláudio Henrique Bauso. Exemplar de arquitetura eclética guarda na sua história o período da áurea do café. Atualmente o edifício encontra-se abandonado e durante muito tempo foi alvo de invasões

ficando cada vez mais decadente, a partir disso os herdeiros que não moram na cidade, decidiram pagar um caseiro para ficar na residência durante o dia, para que parassem de entrar e roubar os objetos restantes da casa. Mesmo assim os cuidados foram poucos, esse caseiro fica lá apenas para não permitir a entrada de “intrusos”, porém o palacete continua em ruína.

Imagem 40: Palacete Jorge Lobato 2013 Fonte: autora

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DADOS DO PROPRIETÁRIO DR. JORGE LOBATO Nascimento: Taubaté – SP, 23 de abril de 1879. Falecimento: 27 de abril de 1965. Filiação: Rodrigo Lobato Marcondes Salgado e Maria Isabel Varella Lobato. Esposa: Anna Junqueira. Filhos: Maria Silvia Lobato, Laura Lobato Uchoa, Henrique Lobato Marcondes Machado, Vera Junqueira Lobato e Luiz Junqueira Lobato. Jorge Lobato cursou ensino secundário no colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, Ingressou em 1898 na escola politécnica, onde se formou em engenharia civil. Chegou a Ribeirão Preto em 1905, trabalhou como engenheiro na construção dos ramais Igarapava e Pontal ambos na Cia Mogiana de Estrada de Ferro. Em 1909 ocupou a cadeira de geometria e trigonometria do colégio do estado, o atual EE Otoniel Motaa. Atuou como comerciante, agricultor, bancário e empresário. Foi proprietário da casa bancaria Jorge Lobato e da fazenda Palmital na cidade de Sertaozinho-SP, onde comercializava águas minerais da fonte Palmital. Atuou também na política de ribeirão-pretana como vereador pelo partido republicano paulista nas legislaturas de 1926-1929 e 1929-1932; foi eleito presidente da câmara municipal de Ribeirão Preto em 27 de abril de 1929.

Imagem 41: Palacete Jorge Lobato 2007 Fonte: Camila Rodrigues

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TÉCNICAS CONSTRUTIVAS E ACABAMENTOS: Fundação: Executada em radie de pedras, blocos de arenito e basalto e rejuntado com cimento; Paredes: Compostas por tijolos de barro queimado maciço, rejuntado com cal, barro e estrutura auto portante, com pintura monocromática; Telhado: Telhas de barro estilo francês, sobre treliça de madeira de lei e com beiral de 80 cm de madeira aparente revestido com estuque.

LADRILHO HIDRÁULICO: área externa e varandas superiores , corredor inferior, passeio externo

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PISO E AZULEJO CERÂMICO: cozinha e banheiros

MÁRMORE: hall de entrada TACO DE MADEIRA: ambientes superiores

Imagem 42: Acabamentos Palacete Jorge Lobato Fonte: Autora

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A casa possui oito vitrais franceses distribuídos nas áreas nobres. Os desenhos dos vitrais se misturam do tropical com coqueiros e cores fortes, ao religioso, com a imagem de São Jorge no vitral da escada interna. Todos os vitrais estão em bom estado de conservação, deixando a casa ainda mais valorizada.

Vitral parede ao lado da escada: São Jorge Vitral da porta de entrada: tema tropical

Vitral sala de jantar: tema Rio de Janeiro Vitral quarto Vitral acesso varanda superior

Imagem 43: Vitrais Palacete Jorge Lobato Fonte: autora

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Escada da entrada principal: mármore carrara; Escada do Hall, acesso ao segundo pavimento: Madeira de lei; Escada da cozinha, saída pelos fundo e de acesso ao subsolo: alvenaria

O revestimento do Palacete é feito de reboco de cimento e cal com pintura monocromática em toda a área íntima da residência. Em dois dos cômodos de baixo, há no teto pintura parietal artística, além de um deles ter meio pé direito em madeira de lei. Em outro cômodo o forro tem acabamento em estuque.

Escada entrada principal Escada Hall Escada da cozinha

Imagem 44: Escadas Palacete Jorge Lobato Fonte: autora

Imagem 45: Pintura parietal no teto

Fonte: autora

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Portas e caixilharias:

x Porta principal de entrada: feita de forma artesanal em ferro fundido e vidro. As demais portas do térreo e do pavimento superior são de madeira;

x Janelas são de veneziana em madeira com guilhotina envidraçada; x Oito vitrais franceses distribuídos nas áreas nobres.

Porta entrada principal Porta de madeira Janela veneziana

Imagem 46: Portas e janelas Palacete Jorge Lobato Fonte: autora

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JARDIM: Uma característica muito forte e ainda presente no Palacete Jorge Lobato é o seu jardim, que fica em todo o entorno do lote, proporcionando bastante sombra e deixando o casarão ainda mais valorizado. Dentre as várias espécies presentes, pode-se encontrar árvores exóticas, palmeiras imperiais, coqueiros, jabuticabeira e nos fundos tem um pomar com laranjeira e mangueira. Além de toda essa vegetação esse entorno era contemplado de um

Jabuticabeira Pomar nos fundos do Palacete Jardim na frente do Palacete

Imagem 47: Jardim Palacete Jorge Lobato Fonte: autora

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passeio que contornava todo o casarão, porém atualmente esse passeio está bastante quebrado, deixando-o descaracterizado e não foi guardado nenhum documento mostrando como era esse passeio original, apenas estudos de como ele poderia ser.

Imagem 48: Palacete Jorge Lobato

Fonte: google earth

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Toda essa vegetação no entorno do palacete faz sentir como se fosse uma praça em seu entorno, proporcionando um clima fresco e agradável. Porém a relação tempo e abandono fez com que as árvores de grande porte tomassem proporções exageradas, onde muitas delas estão com raízes grandes demais destruindo todo o passeio e colocando a estrutura em risco. Outro fator importante do crescimento descontrolado, é o fato de que atualmente elas acabam “tapando” a visão do casarão, que fica escondido no meio das copas.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTILO ARQUITETÔNICO No período em que o Palacete Jorge Lobato foi construído, a cidade de Ribeirão Preto passava por uma verdadeira remodelação arquitetônica, por estar em um período marcado por um cenário de riqueza e prosperidade. Nessa fase, a cidade recebeu novos edifícios com estilo eclético, construídos com sofisticados materiais importados além de utilizar de muitos ornamentos decorativos. Muitas dessas novas tecnologias vinham dos italianos que assumiam até mesmo funções de arquiteto. O Palacete Jorge Lobato é umas das mais importantes construções da cidade, foi uma das primeiras edificações que rompia com o modelo de cômodos interligados, pois individualizava os cômodos íntimos, que anteriormente facilitavam a vigilância do chefe da família sobre seus integrantes. Sendo assim foi considerado uma importante fonte de pesquisas sobre as relações familiares, sociais e entre patrões e empregados na primeira metade do século XX. A arquitetura eclética tem como representante a cultura de uma classe burguesa que valorizava o conforto e o progresso. O ecletismo busca a conciliação de teorias distintas, combinando diferentes estilos em um projeto original. Acarretado pela revolução industrial, o ecletismo se utilizava das novas possibilidades técnicas e novos materiais que estavam surgindo na época. O principal teórico do ecletismo, César Denis Daly, entende o ecletismo como “uso livre do passado”. Ao analisar o palacete pode-se perceber que sua arquitetura eclética tem elementos predominantes para o Art-Deco, percebidos em seus ornamentos decorativos.

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O Art-Deco teve início nos anos 20 e 30, é um estilo de transição entre dois momentos: o ecletismo e o modernismo, visto com espírito de moderno, sendo definido também como um estilo decorativo. A presença do porão é comum na época, além disso, os elementos ornamentais, os caixilhos das janelas com grandes vitrais de desenhos tropicais e o romantismo da vegetação comprovam a presença do Art-Deco na arquitetura das construções. Algumas características predominantes no Palacete Jorge Lobato são: - O uso da madeira com predominância de cheios e vazio, através de volumes geometrizados e simplificados:

Imagem 49: Cômodo com uso de madeira nas paredes Fonte: autora

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- Composição de ornamentos com linhas e planos verticais e horizontais, fortemente definidos:

Imagem 50: Ornamentos lineares Fonte: autora

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DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO Este trabalho analisa o degrado do imóvel a partir dos pontos analisados em um estudo do professor Nicola Santopuoli da Faculdade de Arquitetura na Universidade Ferrea em 2004, onde descreve que o degrado de um imóvel pode ocorrer devido 3 origens:

1. Origem externa ao edifício: esse tipo acontece através da ação de agentes externos, tais como:

- Intempéries: incidência solar, chuvas, ventos, mudança de temperatura; - Agentes biológicos: fungos, bactérias, raízes, umidade, poeira, sujeira, insetos e ação

do homem; - Agentes químicos presentes no ar: oxigênio, gás carbônico, gás sulfúrico. 2. Origem inerente ao edifício: Ocorre devido ao envelhecimento natural da edificação e também pela acomodação do edifício no térreo (recalque). 3. Origem inerente ao uso do edifício: É decorrente da adaptação de novos usos provenientes da apropriação, como as ampliações, aberturas e/ou fechamentos de vãos, mudança de material e revestimentos, instalação de equipamentos e instalações elétricas e hidro-sanitárias (Santopuoli, 2004).

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Após analisar o Palacete Jorge Lobato, pode-se perceber que atualmente ele está inserido nas duas primeiras origens, pois está exposto as origens externas e naturais do edifício.

ANÁLISE: Alterações Cromáticas: alterações que se manifestam por variações de uma ou mais camadas que definam as cores: tina, clareza e saturação.

Imagem 51: Alteração Cromática

Fonte: autora

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Infiltrações: traços marcados e manchas nas paredes, muitas vezes paralelos.

Colonização biológica: presença de micro ou macro organismos como algas, fungos, musgos e plantas.

Imagem 53: Infiltrações

Fonte: autora

Imagem 54: Infiltrações em volta da janela

Fonte: autora

Imagem 55: Presença de musgos no

respiro do subsolo Fonte: autora

Imagem 56: Presença de musgos e plantas na

entrada lateral pela cozinha Fonte: Camila Rodrigues

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Crostas: alteração dos materiais lapídeos. Depósito Superficial: acúmulo de sujeira na superfície aderida ao material.

Imagem 57: Namoradeira na fachada com crostas

Fonte: autora

Imagem 58: Crostas nos ornamentos da fachada

Fonte: autora

Imagem 59: Acumulo de sujeira no revestimento

Fonte: autora

Imagem 60: Acumulo de sujeira na banheira e piso

Fonte: autora

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Fissuras ou rachaduras: desagregação que se manifesta sobre a forma de descontinuidade, deslocamento das partes.

Imagem 61: Piso interno com rachaduras

Fonte: Camila Rodrigues

Imagem 62: Escada dos fundos com rachadura

Fonte: Camila Rodrigues

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RECUPERAÇÃO DOS ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS Pisos e revestimentos:

- Os pisos de ladrilho hidráulico das varandas e internos estão em bom estado de conservação, sendo necessário apenas a retirada de uma fina camada superior para que possam recuperar a sua cor original.

- O ladrilho hidráulico dos passeios externos em alguns pontos apresentam perdas. Deve-se recuperá-los com materiais iguais aos originais e tirar uma fina camada superior do restante.

- O madeiramento interno pode ter cupins, por isso deve ser feito um estudo da situação mais específico da situação real. Se estiver condenado, terá uma possível troca por madeiramento semelhante.

- As paredes internas e externas mostram problemas quanto a infiltrações. Em alguns pontos da cada pode-se perceber grandes rachaduras e perdas de material. Deverão ser feitas prospecções na busca de se identificar as cores originais das paredes e possíveis pinturas.

- Nos banheiros encontram-se mudanças quanto ao seus revestimentos e peças sanitárias. Deve ser feito uma busca de informações sobre os materiais usados e prospecções para descobrir qual é o original.

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Jardim e ornamentos externos: - Atualmente o desenho do jardim encontra-se danificado, com grande perda do

original. Por meio de fotos e estudos das construções da época deve-se tentar reconstruir as partes que estão faltando.

- As grades apresentam-se bastante enferrujadas e com a falta de alguns elementos decorativos. Com base nos elementos que estão em bom estado deve-se reconstruir os demais.

- A parte conhecida como orquidário está em péssimo estado de conservação, sendo necessário a reconstrução total de sua cobertura.

Portas e portões: - Portas de acesso externo apresentam danos causados pela umidade. Necessitam de

recuperação. - Portas internas, por serem todas de madeira de lei, estão em bom estado de

conservação e também por não sofrerem ações diretas do tempo, sendo necessário apenas uma nova pintura e reposição das fechaduras.

- Porta de acesso a sacada do quarto principal é feita em duas folhas, de madeira e veneziana. Apresenta danificações em sua estrutura devido a umidade. Deve ser recuperada.

- Portões de acesso ao casarão são feitos de ferro e apresentam um alto nível de ferrugem. Precisam ser recuperados, principalmente seus ornamentos. Assim como os portões, as grades dos muros também apresentam-se enferrujadas e devem ser recuperadas.

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Janelas e vitrais: - As janelas dos dormitórios são do tipo venezianas, feitas de madeira e vidro e com

abertura de duas folhas. Deve-se prever a recuperação das partes degradadas por cupins ou por ação da umidade.

- Na cozinha, as janelas são de estrutura em ferro, mas encontram-se enferrujadas, assim deve-se fazer um tratamento. Os vidros estão quebrados, sendo necessário a troca.

- Vitrais da sala inferior e escada são feitos em ferro e vidro e estão em ótimo estado de conservação. Será necessário a recuperação apenas de uma peça do vitral da sala inferior que está faltando do lado esquerdo.

- Vitrais superiores estão em ótimo estado de conservação. Apenas a estrutura de madeira dos vitrais da porta do hall superior que precisam ser recuperadas.

Escadas:

- A escada do acesso principal encontra-se com o mármore manchado e com alguns elementos ornamentais danificados ou faltando. Esses itens devem ser recuperados. Ainda será necessário verificar ainda se estão dentro das normas de acessibilidade.

- A escada de acesso ao pavimento superior é feita em madeira de lei, está em bom estado de conservação sendo necessário apenas a recuperação de alguns pisos danificados. O corrimão e o guarda corpo também estão em bem conservados e não necessitam de grandes intervenções.

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- A entrada da cozinha tem uma escada mais simples, sem acabamentos refinados. Alguns degraus apresentam rachaduras que devem ser recuperados. Talvez seja necessário a implantação de um corrimão de segurança.

Forros e coberturas:

- Nos beirais o madeiramento apresenta cupins. Verificar a necessidade de troca do madeiramento como um todo. Refazer beirais de estuque utilizando-se do mesmo método construtivo.

- É necessário recuperar os forros de estuque com a mesma técnica nas ;áreas onde o forro esteja danificado.

- O telhado da área denominada como lavanderia está totalmente destruído, sendo necessária a reconstrução total de seus elementos para que possa adequar-se ao novo uso.

- Toda a estrutura do telhado deve ser examinada buscando a infestação de cupins. Se estes forem encontrados, deve-se portando promover a troca do mesmo.

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MAPA USO DO SOLO

Mapa de Uso do Solo Situação sem escala Fonte: Secretaria do Planejamento, modificado pela autora

Ao observar o mapa de uso do solo, pode-se perceber que grande parte do entorno é composta por comércios, na maioria lojas e lanchonetes que ficam abertas em horário comercial, sendo assim, durante a noite o entorno é mais parado, tendo mais fluxo apenas de passagem, já durante o dia os comércios fazem o fluxo ser intenso.

RESIDÊNCIA

INSTITUIÇÃO

CASARÃO

COMÉRCIO

SERVIÇO

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MAPA DE GABARITO

Mapa de Uso de Gabarito Situação sem escala Fonte: Secretaria do Planejamento, modificado pela autora

Na área próxima ao palacete Jorge Lobato, pode-se perceber pelo mapa que predomina imóveis de 1 a 2 pavimentos.

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MAPA DE ÁREAS VERDES E HIDROGRAFIA

Mapa de Uso de Gabarito Situação sem escala Fonte: Secretaria do Planejamento, modificado pela autora

No mapa acima, percebe-se poucas manchas de área verde no entorno do lote. Além dessa marcação, tem duas linhas azuis marcando a hidrografia no entorno.

PALACETE JORGE LOBATO

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3.1 DIRETRIZES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Este trabalho pretende restaurar o Palacete Jorge Lobato, que atualmente está abandonado, e além disso intervir no uso dele, colocando um equipamento público que sirva como um “presente” pra sociedade.

Após as análises feitas anteriormente neste trabalho para a restauração, a partir da vertente da “Posição Central”, mantendo ao máximo as características originais e

recuperando-as, o trabalho passa para o segundo passo que é a intervenção onde: x Procura intervir o mínimo possível na edificação; x Insere um equipamento público que seja acessível a toda a população; x Segue os princípios da “Posição Central”;; x Enfatiza a importância da documentação histórica; x Respeita o Palacete Jorge Lobato e suas necessidades, podendo assim mantê-lo

vivo nos dias atuais e no futuro.

O objetivo principal é evidenciar a importância dos bens patrimoniais, mostrando para a população que um bem tombado não é apenas uma construção protegida que não tem utilidade, e sim que aquela propriedade se torna de todos e ao mesmo tempo que precisa ser conservada e respeitada, pode também ser de grande utilidade para o crescimento da população.

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PROPOSTA Como proposta, o trabalho pretende implantar algo que realmente fosse necessário e que auxiliasse na cultura da população da cidade de Ribeirão Preto. A partir desse ponto foram levantadas duas opções. A primeira era inserir a Oficina Cultural, onde são realizadas palestras, cursos e oficinas culturais e atualmente não tem um local próprio, sendo acolhidos pela Biblioteca Padre Euclides no centro da cidade. Porém ao serem feitas visitas ao o local e por informações da coordenadoria, este trabalho chegou a conclusão que as instalações do Palacete não seriam apropriadas para acolher a Oficina Cultural, pois os ambientes são pequenos para atender a quantidade de vagas disponíveis nas oficinas e palestras, que vão de 20 a 50 pessoas, para isso seriam necessárias muitas modificações e mesmo assim a área ainda não seria adequada, o que não alcançaria o objetivo do trabalho que é de manter a casa como é, sem muitas modificações e implantar um novo uso adequado ao edifício. A segunda opção era implantar uma casa museu e para saber qual seria mais apropriado para a cidade, foi feita uma pesquisa com a Lilian do IPCCIC (Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais). Ela orientou fazer um centro de documentação, onde estarão reunidas todas as informações coletadas sobre as modificações urbanas da cidade de Ribeirão Preto, principalmente ligadas a praça XV e seu entorno. Serão informações do Arquivo Histórico, prefeitura, bibliotecas e pessoas que tem informações guardadas.

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Toda essa documentação será encontrada no Palacete e estarão acessíveis a todos, mesmo que o documento em si não esteja lá, as pessoas terão informações de onde encontra-las. Ao mesmo tempo, vão ter salas com amostras e ambientes com projeções em 3d, onde todos possam presenciar e sentir essas mudanças urbanas na praça XV e seu entorno. Sendo assim podemos considerar que o nosso uso dado para o Palacete Jorge Lobato será de um Centro de Documentação Interativo. Além do valor documental e histórico, a casa será como um testemunho vivo da permanência dessas características presentes nas informações contidas nesse centro de documentação.

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CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO A experiência de vida humana, produziu e acumulou um grande número de registros como testemunhas de tudo o que já aconteceu, possibilitando o conhecimento e reavaliações desses caminhos trilhados pela sociedade. Todo esse conhecimento é essencial para o desenvolvimento social de cada individuo e da população como um todo. Esses registros de atividades humanas, são chamados de documentos, que são os conjuntos dessas informações. Porém, podemos perceber que muitas vezes esses documentos acabam ficando perdidos ou espalhados pelas instituições, bibliotecas, arquivos ou até com pessoas em locais particulares onde não estão acessíveis a todos. TESSITORE (2003, p.11) diz que:

Para que os documento cumpram sua função social, administrativa, jurídica, técnica, científica, cultural, artística e/ou história é necessário que estejam preservados, organizados e acessíveis. Há quatro tipos de entidades que se incumbem dessa tarefa: arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação.

Todas a entidades ligadas a preservação de documentos tem papel comum, de desempenhar na guarda e difusão dos documentos, porém, o que as difere, é quanto a sua origem e função. Segundo BELLOTTO (não datado, apud TESSITORE, 2003, p.11), “Arquivos, bibliotecas, centros de documentação e museus têm a corresponsabilidade no

processo de recuperação da informação, em benefício da divulgação científica, tecnológica, cultural e social, bem como do testemunho jurídico e histórico”. Podemos perceber então,

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que existem diversas formas de arquivar corretamente todos os tipos de documentos, e para cada tipo, existe uma entidade específica. A partir do livro Como Implantar Centros de Documentação, Volume 9, de VIVIANE TESSITORE, definiremos as características de cada entidade. O arquivo · possui documentos acumulados organicamente, no decorrer das funções desempenhadas por entidades ou pessoas, independentemente da natureza ou do suporte da informação; portanto, provenientes de uma única fonte geradora (a entidade/pessoa acumuladora); · é um órgão receptor, ou seja, os documentos chegam a ele por passagem natural e obrigatória; · é constituído por documentos seriados e, ao mesmo tempo, únicos; a totalidade desse conjunto, que espelha a trajetória da entidade ou pessoa que o gerou, é indivisível porque somente dentro desse conjunto cada documento adquire seu pleno significado; · tem finalidades administrativas, jurídicas e sociais, podendo ser também científicas e culturais; · tem sua organização baseada na trajetória específica de cada entidade ou pessoa, exigindo conhecimento da relação entre os documentos e da estrutura e funções da entidade ou pessoa; · referencia conjuntos de documentos.

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A biblioteca · possui documentos originados das atividades culturais e da pesquisa científica, reunidos artificialmente em torno de seu conteúdo, sob a forma de coleções; · é um órgão colecionador, ou seja, define quais documentos deseja ter em seu acervo e os adquire por compra, doação ou permuta; · tem acervo formado por documentos múltiplos, isto é, com muitos exemplares, produzidos por diversas fontes (livrarias, editoras, empresas jornalísticas etc.); · tem finalidades educativas, científicas e culturais; · tem sua organização baseada em sistemas predeterminados e universais, exigindo conhecimento do sistema e do conteúdo dos documentos; O museu · possui objetos tridimensionais originados da atividade humana ou da natureza, reunidos, artificialmente, sob a forma de coleções, em torno de seu conteúdo ou função; · é órgão colecionador; · tem acervo constituído por documentos únicos, produzidos por diversas fontes geradoras; · tem finalidades recreativas, educativas, culturais e científicas; testemunha uma época ou atividade; · tem sua organização efetuada segundo a natureza do material e a finalidade específica do Museu; · referencia peça a peça.

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O Centro de Documentação · possuir documentos arquivísticos, bibliográficos e/ou museológicos, constituindo conjuntos orgânicos (fundos de arquivo) ou reunidos artificialmente, sob a forma de coleções, em torno de seu conteúdo; · ser um órgão colecionador e/ou referenciador; · ter acervo constituído por documentos únicos ou múltiplos, produzidos por diversas fontes geradoras; · possuir como finalidade o oferecimento da informação cultural, científica ou social especializada; · realizar o processamento técnico de seu acervo, segundo a natureza do material que custodia. · reunir, custodiar e preservar documentos de valor permanente e referências documentais úteis ao ensino e à pesquisa em sua área de especialização; · estabelecer uma política de preservação de seu acervo; · disponibilizar seu acervo e as referências coletadas aos usuários definidos como seu público; · divulgar seu acervo, suas referências e seus serviços ao público especializado; · promover intercâmbio com entidades afins.

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4. CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO JORGE LOBATO PLANTAS – Subsolo

N

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No subsolo, pode-se encontrar alguns cômodos que poderá ser utilizado no novo centro de documentação interativo dando novo uso, como o depósito e a adega, já o reservatório da caixa d’água terá que continuar com o mesmo uso, aproveitando seu espaço. Os outros

cômodos eram respiros, para ventilação, não tendo como ter acesso. Esses ambientes estão com bastante rachaduras e bem sujos, precisando assim de serem recuperados para poder inserir novo uso.

Entrada depósito Adega Reservatório

Imagem 63: Áreas Subsolo Fonte: autora

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Pavimento Térreo

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O pavimento térreo é composto pela casa principal, o anexo A, conhecido como casa do caseiro, anexo B, conhecido como lavanderia e anexo C, conhecido como orquidário. A casal principal conta com 11 cômodos, dentre eles um banheiro e uma cozinha, além do hall de entrada e a varanda.

Cômodo 07 Cômodo 11

Entrada Principal Cômodo 02

Imagem 64: Áreas Térreo Fonte: autora

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Pavimento Superior

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No pavimento superior encontram-se 8 cômodos além de duas sacadas. Nesse pavimento pode-se perceber que eram os cômodos mais privados da casa, onde provavelmente estava o quarto do casal e dos filhos. O único acesso é pela escada principal, necessitando na intervenção de criar novos objetos para acessibilidade.

Cômodo 07 Acesso a sacada 02

Acesso a sacada 01 Cômodo 04

Imagem 65: Áreas Superior Fonte: autora

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Cobertura

Imagem 66: Cobertura

Fonte: autora

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CORTES Pé direito Respiros: 80 cm Subsolo:2,60 m Pav. Térreo: 3,70 m Pav. Superior: 3,70 m Pode-se perceber que o pé direito do palacete tem uma altura bem confortável, sendo de grande importância para deixar o ambiente mais arejado. Mesmo no subsolo o pé direito é suficiente para o uso constante dos ambientes.

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ELEVAÇÕES Elevação lateral esquerda Rua Florêncio de Abreu Elevação Frontal Rua Álvares Cabral

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Elevação lateral direita Elevação posterior

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CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO JORGE LOBATO Para inserir no Palacete Jorge Lobato um centro de documentação interativo, é preciso seguir as seguintes etapas:

1. Definição da área de especialização do Centro 2. Estrutura organizacional 3. Quadro cargos técnicos 4. Infraestrutura

DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DO CENTRO A temática do centro de documentação interativo Jorge Lobato será baseado nas modificações urbanas da cidade de Ribeirão Preto, onde terá em seu arquivo todos os dados coletados sobre as transformações da cidade. Um exemplo dessa transformação é a praça XV de novembro, que desde sua inauguração, em 1980, sofreu várias modificações. Em 11900 foram construídos um coreto e um chafariz. A capela que ficava onde está a fonte luminosa, edificada em 1868, foi demolida em 1905. Em 1919 a Praça XV passou por reforma completa que incluiu a construção de um bar da Companha Cervejaria Paulista (Antarctica). O bar foi demolido em 1928, dando lugar ao “Trianon da Praça XV”, que tinha

funções de bar térreo e de mirante na cobertura. O Trianon foi inaugurado entre 1929 e 1938.

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Entre 1937 e 1944 a praça sofreu sua transformação mais significativa e adquiriu detalhes que formam sua imagem atual. A maior mudança aconteceu no dia 20 de janeiro de 1939, quando foi inaugurada a fonte luminosa com luzes azuis, vermelhas e amarelas. O traçado dos canteiros foi completamente alterado e o coreto substituído pelo Monumento do Soldado Constitucionalista da Revolução de 1932. A praça XV é apenas um dos exemplos das mudanças ocorridas durante o desenvolvimento da cidade de Ribeirão preto, e todas essas informações são de grande importância para a população. Tanto para quem não sabem das mudanças, quanto para os que sabem mas tem curiosidade de entender melhor, quanto para os estudioso que precisam dessas informações e não conseguem encontra-las. Segunda IPCCIC (Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais), existem muitas informações sobre essas mudanças, porém estão espalhadas em lugares distintos ou com civis, dificultando o acesso de quem procura estes documentos. Por isso é de grande importância a criação de um centro de documentação que reúna todos os documentos e informações sobre o assunto. Além de reunir todos esses documentos e informações, o centro de documentação pretende criar salas interativas que facilitem o aprendizado da população e locais para estudos e pesquisas.

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O acervo abrigará: Fundos de arquivo: conjuntos de documento acumulados no exercício das funções de entidades ou pessoas, coleções; Coleções: conjuntos de documentos reunidos, de forma artificial, em torno de temas, funções, entidades, pessoas, ou até mesmo de um tipo de documento; Material hemerográfico: jornais, revistas e boletins. Material bibliográfico: livros, teses e folhetos; Bancos de dados: sobre temas específicos, referencias sobre as atividades e o acervo de entidades afins.

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ESTRUTURA ORGANIZACIONAL O centro de documentação interativo, encontra-se subdividido em quatro áreas técnicas, por funções e não por tipo de acervo e uma área administrativa, além do café que é como um anexo ligado ao centro. Proposta de estrutura organizacional

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Coordenação

- coordenar as atividades técnico-científicas e administrativas; - planejar a linha editorial do centro de documentação; - prestar consultoria técnico-científica; - representar o centro em todos os atos, eventos e manifestações de que ele participar.

Área de tratamento documental:

- cuidar dos conjuntos documentais; - ampliar o acervo existente; - elaborar instrumentos de pesquisa; - executar rotinas operacionais de manutenção; - prestar assessoria técnica.

Área de conservação e reprografia:

- promover a conservação dos acervos; - participar do estabelecimento de uma política de reprodução de documentos e

executá-la; - participar da criação e do desenvolvimento de aplicativos específicos para a dinâmica

das rotinas; - prestar assessoria técnica.

Área de apoio à pesquisa e difusão cultural:

- realizar pesquisas instrumentais; - elaborar obras de referencia, atendendo a demanda de pesquisa de seu público; - oferecer infraestrutura técnica para consulta e registro; - realizar atendimento aos usuários na consulta do acervo.

Área de interatividade:

- realizar pesquisas tecnológicas; - oferecer infraestrutura técnica para visitantes;

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- participar da criação e do desenvolvimento de aplicativos específicos para dinâmica das rotinas;

- prestar assessoria técnica. Administração:

- realizar atividades administrativas e acompanhá-las; - organizar e controlar o arquivo do centro; - dar suporte administrativo às áreas técnico-científicas nas montagens e organizações - executar as rotinas operacionais de manutenção dos bancos de dados e da rede.

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QUADRO DE CARGOS TÉCNICOS

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Coordenador: dirigir, coordenar e acompanhar, nos seus aspectos técnico-científicos e administrativos, os trabalhos do Centro. Coordenador técnico: coordenar o tratamento documental do acervo e projetos de elaboração de referencias pertinentes aos temas de especialização do Centro; realizar pesquisas para subsidiar a organização do acervo; prestar assessoria na ;área de arquivologia e afins, bem como orientar, em suas implicações técnico-científicas. Documentalista: realizar o tratamento documental do acervo; participar de projetos de elaboração de referencias sobre os temas em que o Centro é especializado e de pesquisas para subsidiar a organização do acervo; prestar assessoria na área de arquivologia e afins. Técnico em documentação: realizar o registro de entrada dos documentos no acervo e os trabalhos de conservação e reprodução do acervo, bem como participar do tratamento documental. Secretário: secretariar a coordenação do centro e as coordenações das áreas técnicas do centro, realizar as atividades administrativas e participar do processo de informatização do centro de documentação. Agente de atendimento: realizar o atendimento ao público, a venda e distribuição de publicações, além de atividades referentes à área de intercâmbio e difusão cultural.

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INFRAESTRUTURA Para inserir o centro de documentação interativo no palacete Jorge Lobato, será necessário em primeiro lugar, decidir quais cômodos abrigam melhor as necessidades de cada setor do centro, que terá em seu quadro as seguintes instalações:

- áreas de acervo - área de estudo e pesquisas - área interativa - área de apoio aos funcionários - área de reprografia e tratamento documental - área coordenação e secretaria - circulações - café

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FLUXOGRAMA

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INTERVENÇÃO PROJETUAL Para que o novo Centro de Documentação Interativo possa ser instalado no Palacete Jorge Lobato, o projeto irá criar um novo espaço no subsolo, tirando as paredes e abaixando o nível para que torne uma área livre de acesso ao público onde disponibilizará de espaço para apresentações, palestras, oficinas e exposições. Para isso será necessário criar uma nova estrutura com vigas e pilares e um novo fechamento onde atualmente é a base e os respiros que será feita com vidros retráteis para ventilação. Além do novo espaço criado no subsolo, o projeto se estende para o entorno do Palacete, criando uma cobertura de vidro para a área que será destinada ao bar/café e também a nova área que contemplará uma loja de souvenirs e livraria onde atualmente encontra-se o anexo B que já está em ruínas o que não nos permite mante-lo com as características originais. Para que o Centro de Documentação Interativo seja acessível o projeto propõem um elevador para acesso aos 3 pavimentos do Palacete que será solto do edifício sendo ligado por rampas de vidro. O principal objetivo dessa intervençãoo é adaptar o Palacete Jorge Lobato ao seu novo uso, para que a população possa perceber que temos como manter o patrimônio vivo, como prova viva de nossa memória e ao mesmo tempo deixa-lo atualizado com as necessidades contemporâneas, sempre respeitando a preservação em primeiro lugar.

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O PROJETO Subsolo Toda a área demolida constitui onde atualmente se encontra a caixa d’água, adega e respiros. O projeto pretende manter a caixa d’água e os acessos feito por escadas. A base tem 80 cm de altura e será destinada a uma nova área livre aberta ao público. DEMOLIR

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Subsolo Para manter o edifício será necessário a criação de uma nova estrutura que será feita com metal para deixar claro o que é velho e o que é novo. O fechamento será feito em vidro porém pretendemos manter a abertura dos respiros por ser objeto de grande valor histórico, mantendo os elementos principais da edificação. Além disso, será criado um túneo para acesso do elevador como solução para um projeto acessível. CONSTRUIR

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Térreo O anexo B atualmente está em ruínas, não nos permitindo garantir suas características originais, sendo assim será demolido deixando apenas a área dos banheiros. Além do anexo, criaremos algumas aberturas nas paredes para criar uma passagem mais confortável para cadeirantes e melhorar a circulação dos ambientes. DEMOLIR

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Térreo No térreo será inserido uma cobertura feita em estrutura metálica e vidro para toda a nova área do bar/café, loja de souvenirs e livraria. Quanto a vegetação precisaremos remanejar alguma árvores que estão causando riscos para a estrutura do edifício e a limpeza de todas que atualmente estão mal cuidadas. Logo ao lado do orquidários faremos a instalação do elevador com as rampas em vidro e painel Wall. CONSTRUIR

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Sugestão de Layout Pavimento Térreo Como sugestão de layout para o pavimento térreo, foram distribuídos na área externa bancos no entorno do Palacete como em uma praça para que as pessoas possam permanecer por mais tempo no local e aproveitar a vegetação tão rara que será preservada. Na área do café podemos perceber que foi sugerido mesas confortáveis em vários tamanhos para acomodação de grupos pequenos e grandes. A intenção do mobiliário é deixar o espaço interno bem aconchegante, para que mesmo as pessoas que não se interessem pela cultura fornecida pelo centro interativo possa desfrutar do Palacete de alguma forma, criando assim interesse de toda a população. No interior do Palacete a distribuição do mobiliário procura aproveitar ao máximo os ambientes sem interferir na circulação e visualização da distribuição de cômodos dos ambientes, sempre se preocupando em deixar a circulaçãoo suficite para portadores de necessidades físicas.

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Superior No pavimento superior será demolida a parede lateral da sacada para dar acesso ao elevador e algumas aberturas para melhorar a circulação pelos ambientes de acervo e estudo. DEMOLIR

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Superior No pavimento superior apenas serão criados novos acessos para melhorar a circulação pelos ambientes. CONSTRUIR

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Sugestão de layout Pavimento Superior No pavimento superior escontra-se a área de acervo e estudos do Centro de Documentação Interativo Jorge Lobato, sendo assim procuramos distribuir mesas de formatos diferentes em cada cômodo para acomodar grupos de pessoas ou balcões individuais. Nas área de acervo, foram pendos para armazenamento da documentação, grandes armários com prateleiras e portas de vidro, permitindo visualização do documento e garantindo a proteção dos mesmos. Para fazer a distribuição do mobiliário, assim como no térreo, foram deixadas circulações confortáveis para portadores de necessidades físicas.

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CORTES

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ELEVAÇÕES

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NOVOS ELEMENTOS A base que será retirada para criar o novo espaço público no subsolo será trocada por estrutura metálica e vidro dando a sensaçãoo de levitação para o restante do Palacete, assim como na referência da Caixa Fórum citada anteriormente. Porém, o projeto mantém as áreas dos respiros, respeitando a identidade e a originalidade da construção. Referência Utilizada: Caixa Fórum

ABERTURAS COM VIDROS DE CORRER PARA CRIAR VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO

NO SUBSOLO

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Para que o projeto seja acessível, será implantado um elevador que dará acesso aos 3 pavimentos do edifício. Este novo elemento será desprendido do Palacete e feito em vidro e painéis Wall o que mantém o conceito de diferenciar o velho e o novo assim como o Conjunto KKKK que diferencia os materiais. Referência Utilizada: Conjunto kkkk

ELEVADOR EM VIDRO COM RAMPAS DE ACESSO MANTENDO O CONCEITO DE

DISTINÇÃO ENTRE O NOVO E O ANTIGO

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Para dar apoio ao Centro de Documentação, o anexo A que abrigará o bar/café terá uma

cobertura em toda extenção de estrutura metálica e vidro, assim como o restante das intervenções projetuais. A idéia do bar/café foi baseada no Parque das Ruínas que atualmente abriga um dos bares mais movimentados da cidade e que é objeto de apoio ao museu. A cobertura de vidro tem como referência o Museu da Lingua Portuguesa que cria uma estrutura que ao mesmo tempo que projtege usa o vidro como forma de nao interferir na visualizaçãoo do edifício. Referência Utilizada: Museu da Língua Portuguesa e Parque das Ruínas

COBERTURA PARA PROTEÇÃO DA ÁREA DO BAR/CAFÉ FEITA COM ESTRUTURA METÁLICA E VIDRO PERMITINDO A VISUALIZAÇÃO DO PALACETE E DIFERENCIANDO O MATERIAL DA INTERVENÇÃO, SEMPRE

RESPEITANDO A METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO ESCOLHIDA NO TRABALHO

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MESAS PARA BAR/CAFÉ

COBERTURA METÁLICA COM VIDRO, PERMITINDO

VISUALIZAÇÃO DE TODO O CASARÃO

TV

LIXEIRAS

LOJA DE SOUVENIRS E LIVRARIA

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SUGESTÕES DE LAYOUT PARA INTERIOR Todo o layout foi pensado com materiais mais modernos, simples e com cores neutras pois o destaque principal fica para a casa e seus elementos.

SALAS DE ACERVO PRATELEIRAS COM PORTAS DE

VIDRO

PUFF

MESA DE APOIO

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RECEPÇÃO

MESA PARA RECEPCIONISTA

BANCO DE DESCANSO

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BAR/CAFÉ

ÁREA DE PREPARO

BALCÃO DE ATENDIMENTO

BALCÃO DE APOIO

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4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve o intuito de mostrar o estado de conservação dos imóveis históricos da cidade de Ribeirão Preto e a importância da preservação, utilizando como exemplo o Palacete Jorge Lobato, que é apenas um dos vários imóveis tombados. Para a revitalização o palacete se baseou na vertente da “Posição Central” onde faz a restauração sem alterar

suas características originais, sempre respeitando o edifício, e ao anexar novos objetos usa formas de distingui-los do original. Além da restauração, o processo de revitalizar, inclui dar um novo uso ao Palacete Jorge Lobato, para isso o trabalho insere um equipamento público que possa servir para toda a população e contribuir para a cultura da sociedade. A partir desse objetivo, o trabalho procura o IPCCIC, que orientou inserir um centro de documentação interativo, pela necessidade que a cidade tem de unir todas as informações de sua evolução urbana em um único lugar, facilitando o acesso da população e facilitando o acesso da informação à população. O trabalho teve como partido o respeito pelo imóvel e sua história.

Page 160: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO

154

BIBLIOGRAFIA CHOAY, Françoise. A ALEGORIA DO PATRIMÔNIO. São Paulo. UNESP, 2006. LITTLEFIELD, David. MANUAL DO ARQUITETO. São Paulo. OOKMAN, São Paulo, 2011. MELLO, RESTAURAÇÃO OU RESTAURO, Abea. Rio de Janeiro, 2011. RODRIGUES, Camila.INTERVENÇÃO E RESTAURO DO PALACETE JORGE LOBATO

EM RIBEIRÃO PRETO. Trabalho de conclusão de curso ( Graduação) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2009.

CONPPAC, LISTA DOS PATRIMÔNIOS DE RIBEIRAO PRETO. Disponível em:< http://conppacrp.blogspot.com.br/> Acesso em: 12 março 2013. FREITAG, Barbara. A REVITALIZAÇÃO DOS CENTROS HISTÓRICOS DAS CIDADES BRASILEIRAS. Salvador,

2003 Disponível em: <http://scholar.google.com.br/scholar?q=A+revitaliza%C3%A7%C3%A3o+dos+centros+hist%C3%B3ricos+das+cidades+brasileiras.&btn.> Acesso em: 15 setembro 2012.

MAIA, R.C. PATRIMÔNIOS CULTURAIS. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:

<http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/2736/27362062900>. Acesso em: 06 setembro 2012.

PREFEITURA DE SÃO PAULO, ACERVO SOLAR DA MARQUESA DE SANTOS.

Disponível em:< http://www.museudacidade.sp.gov.br/solardamarquesadesantos.php> Acesso em: 27 fevereiro 2013.

Page 161: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO

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VITRUVIUS: ARQUITEXTOS. Figura 1. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/181. Acesso em: 20 outubro 2012.

TESSITORE, V. COMO IMPLANTAR CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO.

Volume 9. São Paulo. 2003. BRAGA, Marcia. CONSERVAÇÃO E RESTAURO. São Paulo. 2010 TESSITORE. Viviane. COMO IMPLANTAR UM CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO.

São Paulo. 2003 DEFENDER, DEFESA CIVIL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO. PROJETO MEMORIAL

ALBERTO BINS, 2010. Disponível em: http://www.defender.org.br/upload/Projeto-Memorial-Alberto-Bins1.pdf, acessado em 06/03/2013. FARIA. R.Ribeirão Preto uma cidade em construção. Ribeirão Preto. UNICAMP. 2003

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/181 , acessado em 13/04/32013 http://conppacrp.blogspot.com.br/ , acessado em 13/04/2013 http://www.portalribeiraopreto.netvyrtua.com/acidade/index.asp , acessado em 21/05/2013 http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Caixa_Forum_Madrid#Introdu.C3.A7.C3.A3o, acessado em 22/09/2013 http://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/pedro-e-paulo-mendes-da-rocha-museu-sao-06-07-2006 acessado em 05/11/2013 http://www.inventarioturistico.com.br/santateresa/r_instcult.asp?cat=2&n=3 acessado em 05/11/2013

Page 162: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO

156

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/181 acessado em 05/11/2013 http://www.constructalia.com/portugues_br/galeria_de_projetos/espanha/caixaforum_madrid acessado em 05/11/2013

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1. IDE

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1.1. Nom

e: CA

SA JO

RG

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1.2. Endereço: Rua Á

lvarez Cabral - C

EP 14.010-080 1.3. C

idade/UF: R

ibeirão Preto - SP 1.4. Proprietário: ( ) Público; ( X

) Privado. N

ome: M

aria Francisca Tereza Lobato Soulie 1.5. U

so: Sem uso - abandonado

1.6. Áreas: Terreno: terreno 1.958 m

², área ocupada 513 m², testada principal 44,5m

, testada 41m,

profundidade 44m.

2. PR

OT

ÃO

1. Tom

bamentos:

Federal: (...) Isolado e/ou (...) Conjunto;

Estadual: (...) Isolado e/ou (...) Conjunto;

Municipal: (X

) Isolado e/ou (...) Conjunto.

2. Outras form

as: (especificar) ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________

3. A

VA

LIA

ÇÃ

O D

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E EDIFIC

ÃO

R

ESULTA

DO

DA

INSPEÇ

ÃO

A

dequado R

egular Inadequado

1. Cobertura e B

eirais.

Entelhamento

(X)

(...) (...)

R

ipas, caibros e demais peças estruturais.

(X)

(...) (...)

1.3. Calhas, rufos, tubos de queda etc.

(...) inexistente (...)

(...) 2. Forros e C

omplem

entos. 2.1. Peças estruturais/ engradam

ento. (X

) (...)

(...) 2 2.2. M

ateriais de acabamentos (em

especial gesso e m

adeira). (...)

(X)

(...)

2.3. Forro como um

todo. (...)

(X)

(...) 3. Paredes, R

evestimentos e Pinturas.

3.1. Paredes e alvenarias. (X

) (...)

(...) 3 3.2 R

evestimentos (em

pedras, argamassas,

cerâmicas etc.).

(X)

(...) (...)

3 3.4 Pinturas (todos os tipos: cal, óleo, esmalte,

acrílica, PVA

etc.). (...)

(...) (X

)

Page 168: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO

4. Fundações e Estruturas A

utônomas.

4.1. Fundações. (X

) (...)

(...) 4.2. Estrutura de concreto arm

ado. (X

) (...)

(...) 4.3. Estrutura de m

adeira. (X

) (...)

(...) 4.4. Estrutura m

etálica. (não há)

(...) (...)

5. Pisos. 5.1. Peças estruturais.

(X)

(...) (...)

5.2. Matérias de acabam

entos/ revestimentos.

(X)

(...) (...)

6. Vãos e E

squadrias. 6.1. Peças do enquadram

ento (cercadura dos vãos). )

(...) (...)

6.2. Peças de fechamentos dos vãos e ferragens.

(X)

(...) (...)

7. Balcões, Sacadas, G

rades, Escadas e G

uarda-Copos.

7.1. Peças estruturais e de acabamento/ revestim

ento. (X

) (...)

(...) 8. Instalações Prediais. 8.1. H

idráulicas e sanitárias (água fria, água quente e esgoto sanitário).

(...) (X

) (...)

8.2. Águas pluviais.

(...) (X

) (...)

8.3. Elétricas e eletrônicas. (...)

(...) (X

) 8.4. Prevenção e com

bate a incêndio. (não há)

(...) (...)

8 8.5. Mecânicas (elevadores, ar condicionado central,

ventilação mecânica, vapor e outros).

(não há) (...)

(...)

9. Elem

entos Artísticos Integrados.

9.1. Forros e seus complem

entos, retábulos, pinturas parietais, altares, azulejaria e outros.

(X)

(...) (...)

10. Vizinhança Im

ediata e Terreno da E

dificação. 10 10.1. V

izinhança e terreno (situações de riscos em

edificações, obras, terrenos etc.). (X

) (...)

(...)

4. C

ON

CL

USÃ

O D

A A

VA

LIA

ÇÃ

O.

A edificação apesar de seu estado de abandono, encontra-se em

bom estado de conservação, vide

relatório fotográfico.

5. OB

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ÇÕ

ES E

RE

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ND

ÕE

S D

evido ao bom estado de conservação do edifício, tanto em

sua estrutura como seus ornatos, um

trabalho de restauro seria pouco invasivo, onde a argam

assa seria o item com

maior m

anutenção.

6. DA

DO

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TIM

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TE

RV

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ÇÃ

O D

E C

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SER

VA

ÇÃ

O E

MA

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TE

ÃO

O

edifício servia como residência particular, foi abandonado e encontra-se no m

esmo estado de

abandono até o presente, portanto não existem dados de intervenção, conservação ou m

anutenção.

7. D

OC

UM

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TA

ÇÃ

O FO

TO

GR

ÁFIC

A

Page 169: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO

Foto nº 1: Vista geral da fachada da casa Jorge Lobato, onde é possível observar que a alvenaria se

apresenta íntegra, apenas com alguns problem

as no estuque do beiral e umidade nas paredes devido a

intempéries.

Foto nº 2: Vista em

detalhe de ornamentos em

estado de conservação razoável, apenas precisando de alguns reparos de argam

assa. Foto nº 3: V

ista dos fundos da casa, onde percebemos tam

bém som

ente problemas de argam

assa, no geral o estado de conservação se apresenta bom

. Foto nº 4: O

s vitrais que fazem parte do edifício encontram

-se em perfeito estado.

Foto nº 5: As portas em

madeira e ferro fundido trabalhado, tam

bém estão no seu estado de conservação

perfeita. Foto nº 6: A

s escadarias em m

adeira precisam apenas de pequenos reparos, porém

o estado de conservação é m

uito bom.

Foto n°7: Nas paredes internas verifica-se a presença de cupins.

Foto n°8: O piso da área de serviços (cozinha), em

ladrilho hidráulico, encontra-se em perfeito estado.

Foto n° 9: Um

a vista geral do jardim latera, dem

onstra o bom estado de conservação do im

óvel. Foto n°10: N

ota-se que a parte elétrica ainda é muito antiga, precisando ser trocada.

8. QU

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IFICA

ÇÃ

O D

O A

UT

OR

DA

AV

AL

IAÇ

ÃO

Local e data: R

ibeirão Preto - SP C

argo/Matrícula: estudante de arquitetura

Assinatura: ________________________________________________________________

Órgão: C

entro Universitário M

oura Lacerda N

ome: C

inthia Oliveira A

lvarenga

Page 170: REVITALIZAÇÃO DO PALACETE JORGE LOBATO

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Foto nº 1: Vista geral da fachada da casa Jorge Lobato, onde é possível observar que a alvenaria se

apresenta íntegra, apenas com alguns problem

as no estuque do beiral e umidade nas paredes devido a

intempéries.

Foto nº 2: Vista em

detalhe de ornamentos em

estado de conservação razoável, apenas precisando de alguns reparos de argam

assa. Foto nº 3: V

ista dos fundos da casa, onde percebemos tam

bém som

ente problemas de argam

assa, no geral o estado de conservação se apresenta bom

. Foto nº 4: O

s vitrais que fazem parte do edifício encontram

-se em perfeito estado.

Foto nº 5: As portas em

madeira e ferro fundido trabalhado, tam

bém estão no seu estado de conservação

perfeita. Foto nº 6: A

s escadarias em m

adeira precisam apenas de pequenos reparos, porém

o estado de conservação é m

uito bom.

Foto n°7: Nas paredes internas verifica-se a presença de cupins.

Foto n°8: O piso da área de serviços (cozinha), em

ladrilho hidráulico, encontra-se em perfeito estado.

Foto n° 9: Um

a vista geral do jardim latera, dem

onstra o bom estado de conservação do im

óvel. Foto n°10: N

ota-se que a parte elétrica ainda é muito antiga, precisando ser trocada.

8. QU

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Local e data: R

ibeirão Preto - SP C

argo/Matrícula: estudante de arquitetura

Assinatura: ________________________________________________________________

Órgão: C

entro Universitário M

oura Lacerda N

ome: C

inthia Oliveira A

lvarenga

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