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1 CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO CMA SIONÉSIO CORREA DE SOUZA PROJETO DE QUALIFICAÇÃO DA DISSERTAÇÃO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BASEADO NO BALANCED SCORECARD Um estudo de caso aplicado a uma pequena empresa de segurança Orientador: Prof. Sidnei Vieira Marinho, Dr. Biguaçu, SC (2011)

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CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO – CMA

SIONÉSIO CORREA DE SOUZA

PROJETO DE QUALIFICAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BASEADO NO BALANCED SCORECARD

Um estudo de caso aplicado a uma pequena empresa de segurança

Orientador: Prof. Sidnei Vieira Marinho, Dr.

Biguaçu, SC (2011)

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SUMÁRIO

I – CAPÍTULO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4

1.1 Contextualização do tema e Apresentação do problema de Pesquisa .................................. 4

1.2.Objetivo Geral ...................................................................................................................... 6

1.3 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 7

1.4 Justificativa ........................................................................................................................... 7

1.5 Estrutura do Trabalho ......................................................................................................... 12

II – CAPÍTULO

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 13

2.1 ESTRATÉGIA .................................................................................................................. 13

2.1.1 Processo de Elaboração ................................................................................................... 16

2.1.2 Elaboração em Pequenas Empresas ................................................................................. 19

2.1.3 Planejamento Estratégico ................................................................................................ 21

2.2 FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO DESEMPENHO ........................... 24

2.2.1 Critérios para Avaliação de Sistemas de Medição de Desempenho ................................ 28

2.2.2 Determinação do Sistema de Medição de Desempenho .................................................. 33

2.2.3 Aplicação de Sistemas de Medição de Desempenho....................................................... 37

2.2.4 Críticas ao Processo de Implantação de Sistemas de Medição de Desempenho ............. 38

2.3 MODELOS DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO DESEMPENHO ........................................ 40

2.3.1 Tableaux de Bord de Gestion .......................................................................................... 41

2.3.2 Administração por Objetivos - APO (Management by Objectives) ................................ 43

2.3.3 Gerenciamento Pelas Diretrizes (Hoshin Kanri) ............................................................. 47

2.3.4 Sink e Tuttle ..................................................................................................................... 49

2.3.5 Quantum .......................................................................................................................... 52

2.3.6 Skandia Navigator ........................................................................................................... 54

2.3.7 Total Quality Management (TQM) ................................................................................. 56

2.3.8 Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) ............................................................................ 58

2.3.9 Performance Prism .......................................................................................................... 61

2.3.10 Balanced Scorecard ....................................................................................................... 62

2.3.10.1 Limitações e Críticas Ao Balanced Scorecard ........................................................... 67

2.3.10.2 Análise Comparativa do BSC em Relação a outros SMD ......................................... 70

2.3.11 Análise Dos Sistemas de Medição de Desempenho ...................................................... 72

2.4. Análise do Planejamento Estratégico Versus Sistemas de Medição de Desempenho ....... 75

III – CAPÍTULO

3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 76

3.1 Estudo ................................................................................................................................. 76

3.2 Tipo, Delimitação e Design da Pesquisa ............................................................................ 76

3.3 Coleta de Dados .................................................................................................................. 77

3.4 Roteiro de Entrevista .......................................................................................................... 79

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IV – CAPÍTULO

4. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 81

4.1 Levantamento e Análise Estrutural da Khronos ................................................................. 81

4.2 Análise do Ambiente Externo ............................................................................................ 84

4.3 Planejamento Estratégico da Khronos ................................................................................ 88

4.3.1 Planejamento Estratégico 1 ............................................................................................ 88

4.3.1.1 Metodologia de Trabalho ............................................................................................ 89

4.3.1.2 Elementos Estruturantes da Proposta .......................................................................... 91

4.3.1.2.1 Visão e Missão ......................................................................................................... 91

4.3.1.2.2 Fatores Críticos de Sucesso ...................................................................................... 92

4.3.1.2.3 Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (SWOT) ............................................ 92

4.3.1.2.4 Core Business e Cliente Alvo ................................................................................... 94

4.3.1.2.5 Propostas ................................................................................................................... 94

4.3.1.2.6 Resultados ................................................................................................................. 95

4.3.1.2.7 Síntese do Planejamento Estratégico 1 ...................................................................... 98

4.3.2 Planejamento Estratégico 2 ............................................................................................ 99

4.3.2.1 Metodologia de Trabalho ............................................................................................ 99

4.3.2.2 Elementos Estruturantes da Proposta ......................................................................... 100

4.3.2.2.1 Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (SWOT) .......................................... 100

4.3.2.2.2 Core Business e Cliente Alvo ................................................................................. 102

4.3.2.2.3 Metas de Crescimento ............................................................................................ 102

4.3.2.2.4 Propostas ................................................................................................................. 103

4.3.2.2.5 Resultados ............................................................................................................... 105

4.3.2.2.6 Síntese do Planejamento Estratégico 2 .................................................................... 109

4.4 Relação do Planejamento Estratégico da Khronos à Luz do Balanced Scorecard .......... 110

4.4.1 Fatores Convergentes ................................................................................................... 110

4.4.1.1 Planejamento Estratégico 1 ....................................................................................... 110

4.4.1.2 Planejamento Estratégico 2 ....................................................................................... 114

4.4.2 Fatores Divergentes ...................................................................................................... 118

4.4.2.1 Planejamento Estratégico 1 ........................................................................................ 119

4.4.2.2 Planejamento Estratégico 2 ....................................................................................... 122

4.5 Resumo dos Fatores Convergentes e Divergentes ............................................................ 125

4.6 Proposta de Implantação ................................................................................................... 126

V – CAPÍTULO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 130

5.1 Considerações ................................................................................................................... 130

5.2 Conclusões ........................................................................................................................ 130

5.3 Recomendações e Sugestões para Futuras Pesquisas ....................................................... 132

5.4 Limitações ........................................................................................................................ 133

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 134

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I – CAPÍTULO

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do Tema e Apresentação do Problema de Pesquisa

As organizações atuam em uma atmosfera ágil e dinâmica, onde as transformações e

inovações nos processos e estratégias de negócios se fazem constantes e invariavelmente

necessárias para sua continuidade no mercado. Neste cenário, a concepção e adaptação das

estratégias organizacionais são inevitáveis, e este processo de desenvolvimento pode levar a

organização adquirir vantagens competitivas, tais como: Inovação tecnológica, liderança em

custos, diferenciação, eficiência operacional, entre outras. Assim, é neste contexto

extremamente difícil e hostil que as pequenas e médias empresas têm que competir e

sobreviver.

A elevação da competitividade econômica é uma das peculiaridades marcantes da abertura

dos mercados globais. A inovação tecnológica e a variedade de produtos conjuntamente com

a falta de recursos humanos e naturais têm feito com que as empresas procurem de maneira

continuada a sobrevivência no mercado, por meio da criação de sistemas de melhoramento

que assegurem maior competitividade. A implantação de melhorias estratégicas, ou seja,

melhorias que contribuam para que metas organizacionais sejam alcançadas, se torna, assim,

necessária (CARPINETTI, 2000).

Com o aumento das pressões competitivas muitos dos conceitos e técnicas difundidas sobre

gestão empresarial têm sido questionadas ao longo dos tempos. Cada vez mais, as empresas

estão conscientes de que as mudanças são necessárias e inevitáveis, bem como de que é

preciso melhorar os processos, os produtos e os serviços a fim de se obter vantagens

competitivas sustentáveis (PRIETO; CARVALHO, e FISCHMANN, 2009).

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Desta forma, melhorar a gestão das organizações é um ponto crucial de sobrevivência,

avaliando a elevada competitividade do mercado. Diante deste contexto a elevação da

competitividade faz com que as organizações busquem constantes inovações em seus

processos, utilizando-se de novas metodologias, como ferramentas de melhoria de produção e

de qualidade de serviços prestados aos seus clientes, objetivando elevar a excelência em seu

negócio (PRIETO, 2006).

Os princípios que permeiam as pressões para as mudanças organizacionais em busca de

vantagens competitivas focalizam a necessidade de modelo de gestão e ferramentas que

realcem as novas técnicas, um desses modelos de gestão seria Balanced Scorecard. Contudo,

a implementação de qualquer modelo requer o diagnóstico para o acompanhamento eficiente

e eficaz da execução das atividades essenciais às novas metodologias de gestão e aplicação

das estratégias. Nesse processo é fundamental um método formal para a implementação da

estratégia e para o controle do desempenho da organização. Os denominados sistemas de

medição de desempenho (SMD) procuram representar da melhor maneira possível a estratégia

elaborada, os fatores críticos de sucesso atual e futuro da empresa (SERRA; TORRES e

TORRES, 2004).

No entanto, o uso destes indicadores de desempenho nas empresas parece ser bastante

comum, mas muitos destes apenas têm como objetivo acompanhar aspectos financeiros, como

lucro ou faturamento, e normalmente mensuram ações estratégicas passadas (MIRANDA,

2005). Por exemplo, o modelo contábil tradicional está condicionado a proporcionar

indicadores financeiros, não considerando outros valores como indicadores excepcionalmente

importantes para organização, como: marca, a carteira de clientes e o valor técnico e gerencial

de seus colaboradores. Desta forma surge nas organizações uma nova demanda de indicadores

de desempenho dos negócios que vão além dos dados financeiros e são responsáveis por

direcionar as mudanças, mostrar a posição competitiva, aprimorar os processos e melhor

prever o futuro (KAPLAN E NORTON, 1997; BLUMENBERG e HINZ, 2006; YANG et. al.

2010).

Entretanto é imperativo avaliar as implicações dos indicadores de desempenho no processo de

planejamento estratégico, ou seja, como levar as estratégias definidas e os projetos elaborados

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a todos os colaboradores da empresa, fazendo com que haja engajamento e participação.

Diante destas dificuldades as empresa podem recorrer ao uso de novas técnicas, ferramentas e

modelos de gestão relacionados à estratégia e propriamente ao planejamento estratégico,

sendo assim, “há sempre a necessidade de avaliar os aspectos que exercem influência no

planejamento estratégico” (ATAMANCZUK e KOVALESKI, 2008).

A definição de objetivos claros, compatíveis com a realidade da empresa e passíveis de serem

alcançados é abordada como o principal foco do Planejamento Estratégico. O planejamento

estratégico envolve todos os aspectos da empresa: físicos, culturais, aspectos interno e

ambientais. Esses fatores são considerados dentro de metodologias que oferecem um passo-a-

passo, com delimitação de critérios de análise para tomada de decisões (ESTRADA e

ALMEIDA, 2007).

É nesse ambiente de planejamento estratégico que um sistema de medição de desempenho

poderia ser incorporado, pois seria a partir desta integração que a empresa observaria à

aderência entre eles. Assim, o sistema de medição de desempenho poderia funcionar alinhado

ao planejamento estratégico, e proporcionaria informações relativas à performance da

empresa, tanto no ambiente interno como externo. Essas informações podem ser importantes

na definição de como competir, que clientes captar e na criação de valores.

De acordo com o contexto apresentado acima, percebe-se que há uma preocupação das

organizações contemporâneas na busca de novas metodologias que auxiliam na execução da

estratégia e na construção de indicadores de desempenho.

A partir desta afirmação surge então o problema de pesquisa: Qual a viabilidade de

implantação do planejamento estratégico na empresa Khronos Indústria, Comércio e

Serviço em Eletrônica com base no Balanced Scorecard (BSC).

1.2 Objetivo Geral

Analisar a implantação do planejamento estratégico na empresa Khronos Indústria, Comércio

e Serviços em Eletrônica com base no Balanced Scorecard (BSC).

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1.3 Objetivos Específicos

a) Resgatar os processos de planejamento estratégicos já implementados na empresa a partir

do ano de 2006;

b) Identificar os fatores convergentes do processo de planejamento na empresa à luz dos

fatores estruturantes do BSC;

c) Identificar os fatores divergentes do processo de planejamento estratégico na empresa à luz

dos fatores estruturantes do BSC;

1.4 Justificativa

As empresas precisam permanentemente avaliar se o desempenho está compatível com as

premissas estabelecidas em seu planejamento estratégico. Mudanças no rumo estratégico

estabelecido podem trazer consequências negativas para organização, como à perda da

competitividade. Atribui-se assim que o gerenciamento dos processos de uma organização

sejam avaliados através de indicadores que espelhem a sua performance, e estejam

comumente relacionados com a consecução dos objetivos estratégicos do seu planejamento

(PRIETO; CARVALHO e FISCHMANN, 2009).

Estudos analisados (CHEN; YANG e SHIAU, 2006; SOUZA; FERREIRA e GOSLING,

2008; BONAFÉ et. al, 2008; VICTORIANO e OLIVEIRA, 2009; PRIETO; CARVALHO e

FISCHMANN, 2009; OLIVEIRA et al., 2010; FREZATTI; RELVAS e JUNQUEIRA, 2010;

ROCHA; BEUREN e HEIN, 2010, MAGALHÃES, 2010; HOLDEN et. al, 2010 e YANG et.

al. 2010, entre outros) têm apresentado resultados relevantes no emprego de SMD, dentre

esses destaca-se: a elevação da receita, eficiência operacional, inovação tecnológica.

Segundo Leone (1999), as teorias organizacionais geralmente estão fundamentadas nos

problemas das grandes corporações. Durante um longo espaço de tempo utilizou-se nas

pequenas empresas as mesmas metodologias de administração adotadas pelas grandes

empresas, só porque se pensava que as pequenas empresas eram iguais as grandes, ou seja, a

pequena empresa seria uma grande empresa em crescimento. Entretanto, estudos têm

demonstrado que o tamanho da empresa é essencial no período em que se analisam seus

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processos, o que conduz uma condição de heterogeneidade que as diferenciam das grandes

corporações (CANCELLIER, 2001; HEXEL e PAIVA, 2006; GHOBADIAN et al. 2008;

HOFFMANN; HOFFMANN e CANCELLIER, 2010). Observando-se essas diferenças torna-

se imperativo estudar um enfoque distinto para avaliação de seu desempenho, pois as

pequenas empresas têm suas especificidades organizacionais, decisionais e individuais, além

da extrema desigualdade que têm de ser levada em consideração na sua análise (FREITAS e

HOFFMANN, 2010).

As pequenas empresas destacam-se pela relevância no cenário econômico e social, assim

como por suas histórias de fundação, crescimento, desenvolvimento e até mesmo por sua

descontinuidade. Observa-se que diversas organizações que competem no mercado possuem

procedimentos corretos, lucrativos e até relativamente saudáveis, todavia poderiam estar mais

bem posicionadas em seu segmento e/ou em expansão se empregassem algumas ferramentas

de gestão. Contudo, muitos destes fatos não se aplicam a todas as pequenas empresas, muitas

correm riscos pela falta de planejamento e visão ampla do seu próprio ramo de negócios.

Além disso, em virtude da limitação de seus recursos e de sua capacidade de investimento e

desenvolvimento, tendem de modo geral adotar ações estratégicas informais, orientadas

basicamente pela influência de atores internos e externos, direcionadas no sentido da

ampliação de seu espaço no mercado a partir da oferta de produtos e atendimento com melhor

qualidade (WATTS; McNAIR e BAARD, 2009).

Neste sentido, Freitas e Hoffmann (2010) inferem que “ao se entender essa necessidade,

parece ser essencial que as pequenas e médias empresas adotem um plano que possibilite a

elaboração de uma estratégia que represente suas particularidades em sentido amplo”.

Continuando, aqueles autores ainda apontam a necessidade de se analisar a fundo à estratégia

em pequenas empresas, segundo eles, “[...] é preciso utilizar mais de uma variável quando se

analisa pequenas empresas”.

Embora a literatura sobre micro e pequenas empresas (MPE‟s) ainda não ser muito extensa no

Brasil, sabe-se que existe uma série de problemas relacionados à gestão ineficiente dessas

empresas. As pequenas empresas representam 98% das empresas brasileiras e contribuem

com cerca de 20% do PIB, e são responsáveis por 53% dos postos de trabalho no país com

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carteira assinada (SEBRAE, 2008). Continuando, nota-se que essas dificuldades encontradas

nas pequenas empresas já têm sido o foco de vários estudos (SOUZA et al.,2006; PRIETO,

2006; WATTS; MCNAIR e BAARD, 2009; OGASSAWARA, 2009, entre outros) com o

intuito de avaliar a aplicação de SMD, dentre esses sistemas destaca-se as aplicações do

Balanced Scorecard.

Destaca-se que existem diversos modelos de gestão aplicáveis ao planejamento estratégico

(SOUZA et al.,2006; PRIETO, 2006; GASPARETTO et al.,2007; WATTS; MCNAIR e

BAARD, 2009; ROCHA; BEUREN e HEIN, 2010, entre outros) como: Total Quality

Management (TQM); Tableaux de Bord de Gestion; Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ);

Skandia Navigator; Sink e Tuttle; Quantum; Administração por Objetivos - APO

(Management by Objectives); Gerenciamento Pelas Diretrizes (Hoshin Kanri); Performance

Prism e Balanced Scorecard. Mas em face do viés acadêmico do autor e da análise dos

modelos com base nos critérios de Aprendizado Organizacional, Alinhamento e

Relacionamento Causal far-se-á análise a partir da ferramenta Balanced Scorecard.

Para demonstrar a relevância de se estudar a relação dos Modelos de Sistemas de Medição de

Desempenho com o Planejamento Estratégico apresenta-se alguns estudos:

Souza et. al (2006) apresentam a aplicação de uma metodologia para implantação de um

Planejamento Estratégico em uma empresa de pequeno porte. Na elaboração do planejamento

estratégico, buscaram definir inicialmente qual a postura estratégica empresarial mais

apropriada, através de uma análise estratégica com a aplicação do método SWOT. Aos fatores

estratégicos identificados foram atribuídos valores adotando-se uma escala de Likert de cinco

pontos, de acordo com seu grau de impacto para a empresa. Em seguida foram adotados os

métodos Balanced Scorecard (BSC) e as Cinco Forças de Porter (1997), para se estabelecer

qual a postura estratégica da empresa seria mais adequada aos objetivos e estratégias

adotados. Os resultados obtidos apresentaram certa inconsistência entre dados levantados e a

postura estratégica indicada e as estratégias adotadas pela organização, sugerindo-se uma

reavaliação dos indicadores e medidas utilizados no planejamento da empresa.

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Gasparetto et al. (2007, p.1) apresentam os resultados de um estudo de caso de implantação

do Balanced Scorecard em uma pequena empresa de serviços de consultoria. Aqueles autores

fizeram uma avaliação dos principais conceitos do BSC, para em seguida realizar o

desdobramento da estratégia da organização, a elaboração do mapa estratégico, dos

indicadores de desempenho e das correlações existentes entre esses indicadores. O resultado

deste estudo indicou que há correlação entre os indicadores que influenciam a execução e os

resultados do Balanced Scorecard. Na observação daqueles autores, “[...] o entendimento das

relações existentes entre as medidas de desempenho é de fundamental importância para

garantir a execução dos objetivos estratégicos”.

Rocha; Beuren e Hein, (2010) procuraram em seu estudo verificar se há diferença de impacto

na rentabilidade de empresas que utilizam indicadores de desempenho financeiros e não

financeiros conforme proposto no Balanced Scorecard (BSC) e de empresas que somente

utilizam indicadores de desempenho financeiros. Os resultados da pesquisa demonstram a

importância das empresas investirem nas pessoas, já que a média dos indicadores da

perspectiva aprendizado e crescimento foram inferiores na maioria dos casos antes da

implantação do BSC do que após a sua implantação na empresa.

Apesar das especificidades das pequenas empresas, que implicam em fatores que dificultam a

implantação do Balanced Scorecard, todavia parece haver à necessidade de alcançar níveis

elevados de sucesso por meio do controle gerencial, que se faz tão importante nas pequenas

empresas quanto nas grandes. Algumas dessas particularidades são mais visivelmente

detectadas como, por exemplo, a falta total ou parcial de formalização de planejamento

estratégico. Percebe-se também que a falta de visão, missão e estratégias reduzem as

possibilidades de uma base maior de sustentação da organização no mercado ou no domínio

do segmento onde concorre (WATTS; MCNAIR e BAARD, 2009)

A escolha em especial de analisar o planejamento estratégico à luz do BSC representa sua

importância no contexto das pequenas empresas. Nota-se que as metas e indicadores de

desempenho devem ir ao encontro da estratégia organizacional, ou seja, parte-se de

pressuposto de que deveria haver um alinhamento estratégico para que toda ação tomada

implique em um passo para alcançar o objetivo final.

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Também se destacam os estudos sobre o BSC já citados anteriormente, bem como uma grande

quantidade de metodologias para medição e avaliação do desempenho nas organizações.

Contudo, quando os sistemas de medição de desempenho é voltado às pequenas empresas

poucas são as pesquisas que o abordam, seja para implementação de medidas de performance,

seja para avaliação de resultados obtidos mediante o uso destes sistemas (HOLDEN et. al,

2010).

Portanto, percebe-se que é fundamental haver um método formal para a implementação da

estratégia para o controle adequado do desempenho da organização. Os sistemas utilizados

com esta finalidade estabelecem „unidades de medidas‟, ou indicadores de desempenho, que

representam da melhor maneira possível a estratégia elaborada e os fatores críticos de sucesso

atuais e futuros da empresa. Praticamente todas as empresas se utilizam de indicadores de

desempenho, mas geralmente elas têm como objetivo acompanhar os aspectos financeiros,

como o lucro ou o faturamento. Contudo, esses indicadores mostram o desempenho de

medidas estratégicas passadas (SERRA; TORRES e TORRES, 2009).

Assim, resguardando-se as especificidades de empresas de grande, médio e pequeno porte,

observa-se que pode existir uma disposição em se impetrar à aplicação da ferramenta de

gerenciamento do Balanced Scorecard nestes tipos diferenciados de organizações, podendo

alcançar êxito nos objetivos e perspectivas propostas.

Desta forma, ante do que foi discutido até aqui, pode-se concluir que a abordagem

metodológica do BSC para uma pequena empresa será basicamente a mesma empregada em

empresas de grande e médio porte (HOLDEN et. al, 2010). Entretanto, Watts; McNair e

Baard (2009) sugerem que ainda há pouca evidência teórica ou empírica para evidenciar se os

resultados de um scorecard equilibrado e determinante da matriz ou de qualquer outra técnica

de controle de desempenho relacionado à gestão podem ser adaptados com sucesso para as

pequenas empresas. Assim, esta pesquisa justifica-se pela necessidade de encontrar um

sistema de medição de desempenho que mais se ajuste ao universo da pequena empresa, que

seja capaz de elevar a performance dessas organizações, melhorando o processo de tomada de

decisão, buscando profissionalização, qualidade e competitividade. Este trabalho contribuirá

para a discussão sobre o tema em pequenas empresas, pois não se encontrou estudos sobre

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medidas de desempenho em pequenas empresas de segurança, podendo incentivar outros

estudos sobre o assunto, visto que se trata de um processo de análise e avaliação dos

resultados pretendidos e obtidos pelas organizações.

Algumas definições deverão ser ajustadas à realidade das pequenas empresas para que se

tenha maior probabilidade de sucesso na avaliação dos resultados analisados neste estudo.

Percebe-se que a informalidade de seu gerenciamento impossibilita a solução de problemas,

inviabiliza recursos e mantém um ambiente de incertezas sobre os caminhos que lhe

garantiriam sustentabilidade. Assim, a possibilidade de ampliar a forma de observar e

conhecer essas organizações por meio do Balanced Scorecard poderá proporcionar benefícios

conjuntos a estas empresas, e também pode ser uma direção à profissionalização das pequenas

empresas (ROCHA; BEUREN e HEIN, 2010).

Assim, observa-se que o Balanced Scorecard parece complementar o planejamento

estratégico, no sentido de que traduz a missão e as estratégias da empresa em um conjunto de

indicadores de desempenho estruturados numa relação de causa e efeito, que serve de base

para um sistema de medição e gestão estratégica, possibilitando assim a implantação, o

acompanhamento e a avaliação das estratégias empresariais (GALAS e PONTES, 2006).

1.5 Estrutura do Trabalho

O Capitulo I é composto pela introdução, contendo a contextualização do tema e apresentação

do problema de pesquisa, o objetivo geral, específicos e justificativas do estudo.

No Capítulo II é realizada uma revisão de literatura abrangendo os assuntos sobre estratégia,

planejamento estratégico e sistemas de medição de desempenho.

No Capítulo III apresenta-se a metodologia que se aplicou na pesquisa, detalhando os

métodos e procedimentos.

No Capítulo IV é desenvolvida toda pesquisa, a análise dos dados, do planejamento

estratégico e avaliação dos fatores convergentes e divergentes com relação ao BSC.

No Capítulo V é apresenta-se a conclusão, recomendações e limitações do estudo.

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II – CAPÍTULO

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ESTRATÉGIA

De acordo com Certo & Peter (2005, p.11) a “estratégia é definida como um curso de ação

para garantir que a organização alcance seus objetivos.” Percebe-se que se trata de uma

analise de seu ambiente organizacional, focando nas oportunidades e ameaças, forças e

fraquezas tendo uma meta estabelecida a ser cumprida. Conceitos de estratégia podem ser

notados nos trabalhos de Chandler (1962), Andrews (1971; 1994), Ansoff (1977) e Porter

(1997). Esses autores sugestionaram uma abordagem mais prescritiva para as estratégias das

empresas. Eles analisaram as especificidades das estratégias considerando a capacidade do

estrategista em antever movimentações do ambiente interno e externo da organização. Desta

forma, por entenderem que grande parte das estratégias é planejada, assumem o seu

surgimento, buscando manter o processo estratégico menos sugestivo e mais formalizado

(ANSOFF, 1977).

Já Hax e Majluf (1988) apontam uma definição mais ampla para estratégia. Conforme eles, “a

estratégia é um comportamento de decisões coerentes, singular e integrada, que define o

propósito da organização ao estipular objetivos futuros, programas de ação e prioridades para

disponibilização de recursos”. Além disso, seleciona os negócios nos quais a organização atua

ou irá atuar; assinala a forma humana e econômica que a organização pretende ser; busca

alternativas para obter uma vantagem sustentável no longo prazo; responde às oportunidades e

ameaças do ambiente; se faz presente em todos os níveis hierárquico da organização, e, por

último, estabelece a natureza das contribuições que pretende oferecer a seus Stakeholders.

Destaca-se que estas definições podem concorrer entre si, pois existe possibilidade de

substituição entre si, contudo geralmente os bons resultados surgem do emprego destes

conceitos de forma conjunta, possibilitando um entendimento abrangente do conceito. As

empresas desenvolvem planos para o futuro (estratégia pretendida) e retiram padrões do

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passado (estratégia realizada). Mintzberg; Ahlstrand e Lampel (2000, p.18) inferem que as

estratégias pretendidas nem sempre são realizadas. As ações plenamente realizadas dentro do

plano das estratégias pretendidas denominam-se estratégias deliberadas, o remanescente é

chamado de estratégia não-realizada.

Continuando, Porter (1997) define que a estratégia corporativa é o plano global de uma

organização, diversificada em unidades de negócio e com dois níveis de estratégia: a

estratégia de unidade de negócios ou estratégia competitiva e a estratégia corporativa ou

estratégia global do grupo empresarial. Segundo aquele autor, é uma estratégia competitiva

que determina que o conjunto signifique mais do que a soma das suas unidades de negócios.

A estratégia competitiva representa a busca por uma posição competitiva confortável da

empresa dentro de um determinado segmento de competição. Assim, a estratégia competitiva

busca estabelecer uma posição de lucratividade e sustentabilidade, atuando contra as forças

presentes no ambiente de competição. Cinco são as forças competitivas que determinam a

lucratividade de uma organização, por que são elas que influenciam os preços, custos e

mostram os investimentos a serem realizados. Essas forças são: 1) Entrantes Potenciais –

Ameaças de novos entrantes; 2) Clientes – Poder de barganha dos Clientes; 3) Substitutos –

Ameaça dos serviços e produtos substitutos; 4) Fornecedores – poder de barganha dos

fornecedores; 5) Competidores – Rivalidade entre as empresas existentes (PORTER, 1997).

Assim, de acordo com Porter (1997) a vantagem competitiva decorre da capacidade da

organização em conseguir trabalhar com essas cinco forças competitivas melhor que seus

competidores. Segundo ele “existem três tipos de estratégias genéricas para conseguir

vantagem competitiva, em relação aos concorrentes”, liderança no custo total, diferenciação e

diversificação. Onde a base fundamental para o desempenho superior é a vantagem

competitiva sustentável, que se desdobra em dois tipos: liderança no custo baixo e

diferenciação. Desta forma, independente de como a estratégia da empresa é formulada ou

planejada, ou seja, que estratégia será implementada pela empresa para ter uma vantagem

competitiva, é fundamental ter sistemas de medição e avaliação da implantação dessas

estratégias.

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A inserção deste contexto torna-se relevante em razão de que a avaliação ou medição do

desempenho está intrinsecamente relacionada aos objetivos de performance da empresa, os

quais devem estar atrelados a estratégia de negócios e naturalmente a estratégia de operações

da organização.

Mintzberg et. al. (2006) reconhecem cinco definições parciais que se inter-relacionam de

forma a permitir às pessoas uma correta interpretação do conceito: A Estratégia seria como

um Plano, um conjunto de diretrizes elaboradas de forma consciente para atingir determinada

meta no futuro. Já a Estratégia como um Padrão estaria relacionada à consistência de

comportamento ao longo do tempo, obtida pela análise de resultados do passado. Enquanto

que a Estratégia como uma Posição demonstraria a ocupação de determinado nicho de

mercado pelos produtos da organização. A Estratégia como uma Perspectiva, seria a forma

fundamental de executar as atividades dentro da organização, e a Estratégia como um Truque

estaria relacionada a uma manobra específica para distrair a concorrência.

Continuando, segundo Kaplan e Norton (2001, p. 11 e 12) apenas 10% das estratégias

planejadas com eficácia são implementadas com sucesso. Eles inferem que uma das razões é

que as estratégias se transformam, mas que a mesma transformação não acontece com os

mecanismos para mensuração das estratégias. Neste sentido, Kaplan e Norton (1997)

observaram 4 (quatro) obstáculos particulares à implementação eficiente da estratégia:

Visão e estratégia não executáveis - Isso acontece no momento em que a empresa não

consegue chegar a um consenso no que tange à visão e estratégia pretendida;

A estratégia não conexa às metas de departamentos, equipes e indivíduos - A falta de

desdobramento da estratégia para os departamentos, equipes e indivíduos fazem com

que o enfoque de desempenho fique restrito às ações táticas e de curto prazo, em

prejuízo as estratégicas de longo prazo;

A estratégia não conexa à alocação de recursos - Várias empresas não alinham os

processos de planejamento estratégico e de orçamento;

Feedback tático, não estratégico - Grande parte dos sistemas gerenciais preocupa-se

com a eficiência operacional do curto prazo, especialmente com medidas financeiras

(real X planejado).

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Portanto, nota-se que o ponto de partida para se entender as diferenças no conceito de

estratégia centraliza-se no ajuste (fit) da empresa ao ambiente de competição. Sendo que uma

administração eficiente necessariamente precisa estar atenta às condições do ambiente externo

e na implementação de ajustes na estrutura e na estratégia da empresa (RUMELT;

SCHENDEL e TEECE, 1991, p.5-29).

Destaca-se que a essência da estratégia está em manter as empresas competitivas em meio às

descontinuidades, o que sugere um processo de implementação ativo e que abrange a

coordenação de múltiplas variáveis e períodos de tempo mais extensos do que os despendidos

no processo de formulação das estratégias. Em razão disto, atribui-se aos modelos de

alinhamento interno a finalidade de garantir que as atividades necessárias a implementação da

estratégia sejam ordenadas de maneira lógica e integradas, e levem ao sucesso na atividade de

execução (HREBINIAK e JOYCE, 2001; PRIETO, 2006).

2.1.1 Processo de Elaboração

De acordo com Mintzberg (1973, p.257-272) o processo de elaboração de estratégias está

intrinsecamente relacionado ao conceito de estratégia, porque esse lhe dá origem. Já Porter

(1997, p.11-12), ao analisar a estrutura da indústria ressalta que a essência na formulação de

uma estratégia competitiva situa-se em relacionar uma empresa ao seu ambiente de

competição, sendo característica principal deste meio a indústria ou as indústrias em que ela

concorre, isso significa que "[...] a essência da formulação da estratégia é lidar com a

competição". Todavia, Mintzberg (2004, p. 230) aponta que a falta de êxito na aplicação da

estratégia é por definição um erro de formulação, pois a elaboração e a implementação

estratégica interagem na prática, ainda que não formalmente.

Continuando, Mintzberg; Ahlstrand e Lampel (2000) apresentam dez escolas de formulação

estratégica. O Quadro 1 a seguir apresenta as principais idéias de cada uma das escolas.

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Escolas Características Autores

DESIGN

Estratégia como um

processo de concepção

- Década de 1960/1970.

O processo é simples, deliberado e centralizado no

administrador principal. O objetivo é organizar seu raciocínio.

As estratégias são únicas e informais e orientadas para a

adequação entre as capacidades internas e as possibilidades

externas (matriz de SWOT).

Selznick (1957)

Andrews (1971)

PLANEJAMENTO Estratégia como um

processo Formal -

Década de 1970/1980.

Possui as características da escola do design, incluindo a

característica de formalização. O processo consiste em uma

série de etapas distintas de análises realizadas através de

ferramentas analíticas de gestão. O Resultado é um conjunto de

estratégias sintetizadas em um plano. As estratégias são

formuladas pela alta cúpula da pirâmide organizacional,

executada pelos planejadores e implementadas pelos

funcionários.

Ansoff (1965)

POSICIONAMENTO Estratégia como um

processo Analítico -

Década de 1980/1990.

Considerada as características das escolas anteriores. O

processo consiste na seleção de posições no mercado com base

em ferramentas analíticas de gestão, aplicadas e desenvolvidas

por analistas que passam os resultados para o principal gestor,

que decide qual irá ser utilizada.

Porter (1980)

EMPREENDEDORA Estratégia como um

processo visionário -

Década de 1980.

Primeira das escolas descritivas. O processo possui

características em comum com a escola do design, em relação

ao papel do gestor. Sua principal diferença esta no valor

atribuído a intuição. A estratégia é baseada na experiência e

percepção do gestor, na sua visão. A estratégia nem sempre

formaliza-se em um plano, sendo ao mesmo tempo deliberada

(na visão) e emergente (na ação). O gestor controla a

implementação de forma que possa promover mudanças no

curso.

Schumpeter

(1960)

Cole (1959)

COGNITIVA Estratégia como um

processo de criação -

Década de 1980.

Fundamenta-se na racionalidade limitada. Possui duas correntes

teóricas distintas: a positivista, na qual a estratégia é uma

recriação do mundo considerado concreto, e a subjetivista, onde

a estratégia é uma interpretação do mundo pelo gestor. O

processo consiste em modelos mentais, ou mapas cognitivos

que representam a maneira pela qual os gestores lidam com as

informações do ambiente. Em uma visão positivista, as

informações fluem por meio de filtros antes de serem

decodificadas do que se percebe como real.

Simon (1947)

March e Simon

(1958)

APRENDIZADO Estratégia como um

processo emergente -

Década de 1980.

As estratégias são emergentes e oriundas de qualquer parte da

organização (top dow and botton up). A estratégia é o resultado

de um processo de aprendizado que ocorre ao longo do tempo,

elas são padrões de comportamentos passados, depois, planos

para o futuro e finalmente como perspectivas que servem como

guia para o comportamento.

Lindblom

(1959)

Quinn (1980)

Prahalad e

Hamel (1990).

PODER

Estratégia como um

processo de negociação

Política - Década de

1980.

O processo é moldado por duas forças, poder e política (interna

e externa) e é influenciado pelo interesse do gestor no jogo de

poder entre a organização e seus grupos de interesse. As

estratégias resultantes tendem a ser emergentes ou de blefe

(ploy).

Alison (1971)

Pfeffer e

Salancik (1978)

Astley (1984).

Continua

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18

CULTURAL Estratégia como um

processo Coletivo -

Década de 1980.

O processo é sócio cultural e concentra-se no interesse comum

na integração. A estratégia baseia-se nas crenças e

interpretações comuns aos gestores e funcionários que adquirem

crenças e valores organizacionais através do processo de

aculturação tácito, reforçado formalmente pelas estratégias

vigentes. Como consequência a estratégia emerge como

perspectiva das intenções coletivas refletida nos padrões de

utilização ou de proteção de recursos organizacionais.

Rhenman e

Normann (1960)

AMBIENTAL Estratégia como um

processo Reativo -

Década de 1980.

Originou-se da teoria da contingência e da ecologia das

populações. A estratégia consiste em um processo reativo de

respostas adaptativas as descontinuidades do ambiente. O

objetivo é adequar à organização ao ambiente (para não ser

eliminada – visão determinista). No entanto, teóricos

institucionais afirmam que pressões ambientais não eliminam a

influência dos gestores.

Hannan e

Freeman (1977)

CONFIGURAÇÃO Estratégia como um

processo de

transformação - Década

de 1990.

Considera as características das escolas anteriores, observando

suas limitações em relação à configuração da organização e o

processo de mudança. O processo ocorre dentro de

determinados estados, interrompidos por saltos ocasionais

transformando-se, evoluindo para novos estados. A organização

adota estes variados, o processo consiste em variá-los.

Chandler (1962)

Mintzberg e

Miller (1970) e

Miles e Snow

(1978).

Quadro 1: Escolas sobre o processo de formulação de Estratégias

Fonte: Neto (2006).

Observa-se assim, que o processo de formulação de estratégias pode ser considerado como

fundamental para empresa, pois, em relação às estratégias de negócios, ele constitui

parâmetros para seu desenvolvimento e expansão, sem resultar no emprego de qualquer ação

imediata. Segundo Hoffmann (1998, p.75-85), “[…] pesquisar o processo de formulação de

estratégia significa buscar compreender os ajustes que as organizações procederam ante as

intempéries apresentadas pelo macroambiente”.

Para analisar o processo de elaboração é fundamental entender como ele se desenvolve, mas

para isso são necessários modelos ou modos que auxiliem neste entendimento. Assim, a partir

de questionamentos como este foi que Mintzberg (1973) desenvolveu seu trabalho, e que

chamou de modos de elaboração de estratégias. Um destes questionamentos refere à forma

como as empresas tomam decisões importantes, e como isto se relaciona ao processo de

elaboração de estratégias.

Ao procurar essas respostas, Mintzberg (1973) observou que o processo de elaboração

estratégias poderia desenvolver-se de três modos: o empreendedor, o adaptativo e o modo de

planejamento.

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19

Posteriormente Quinn (1978, p.7) contribuiu com o processo de elaboração de estratégias ao

defender que para se chegar à estratégia o processo seria tipicamente fragmentado,

evolucionário e largamente intuitivo. Para ele, o processo de elaboração das estratégias

desenvolve-se em fases e cada uma sustenta-se nas anteriores. Nelas, a empresa pode seguir

passo a passo, utilizando-se também de mudanças estratégicas devido à presença de forças

dos ambientes interno e externo (FREITAS, 2010).

Outra contribuição ao estudo do processo de elaboração de estratégias é feita por Idenburg

(1993). Seu trabalho faz uma revisão teórica dos trabalhos de Mintzberg (1973) e Quinn

(1978). A partir desta revisão, Idenburg (1993) aponta que seriam quatro e não três os modos

de elaboração de estratégias, ou seja, o Planejamento Racional, o Incrementalismo Lógico, o

Aprendizado Orientado e a Estratégia Emergente. Assim, ao se construir uma síntese dos

textos seminais daqueles autores, entende-se que o processo de formulação de estratégias

desenvolve-se de maneira comum e pode apresentar-se de cinco formas: Planejamento

Racional; Incrementalismo Lógico; Aprendizado Orientado; Estratégia Emergente, e por

último; o Modo Empreendedor (MINTZBERG, 1973; QUINN, 1978; IDENBURG, 1993).

2.1.2 Elaboração em Pequenas Empresas

De acordo com Mintzberg (1973, p.44-45) a estratégia em pequenas empresas é conceituada

como um padrão de comportamento, determinado pelas decisões tomadas diante da percepção

do gestor diante das mudanças do ambiente externo. Deve-se entender que o processo de

elaboração de estratégias depende fundamentalmente do intercâmbio de informações da

organização com seu ambiente de competição, assim como com seus recursos e capacidades

internas (PORTER, 1997).

Ainda segundo Mintzberg (1973), o conceito de elaboração de estratégia em pequenas

empresas passa pela não existência de um planejamento estratégico formal, pelo caráter

improvisador, incremental e adaptativo das decisões dessas empresas, e que também se

diferencia do rigor de uma estratégia desenvolvida por meio do planejamento estratégico

formal. Mintzberg (1994, p. 107-114) argumenta ainda que o planejamento estratégico esta

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direcionado para o futuro da empresa, que por sua vez é fundamental, pois, como as

mudanças no ambiente externo são difíceis de serem previstas no planejamento estratégico, o

mesmo acaba por se tornar uma ferramenta útil em ambientes estáveis.

Desta forma, após alguns estudos analisados (HOFFMANN, 1998; GIMENEZ, 1998;

CANCELLIER, 2001, entre outros) percebe-se que a estratégia em pequenas empresas

normalmente é desenvolvida pelo seu empreendedor, que geralmente é o proprietário do

negócio. O capital desta empresa é constituído por um indivíduo ou por um pequeno grupo, e

seu local de atuação é geralmente o escritório na própria empresa. Nota-se que as pequenas

empresas são normalmente empresas familiares e o dono normalmente é o responsável por

tudo, sendo seu principal administrador.

Conforme Quezada et al. (1999, p.87-94) a formulação de estratégia em pequenas empresas é

uma ferramenta útil e valiosa para aprimorar a sua competitividade, pois ajusta a uma

elevação da produtividade, ao mesmo tempo que as avaliações elaboradas permitem a

abertura para novas oportunidades de negócio. Neste sentido, Cancellier (2001) e Gimenez

(1998, p. 27-45) apontam que a análise do ambiente de competição na pequena empresa passa

pela construção de processos de coleta, organização e análise das informações, com vistas a

gerar dados relevantes para a tomada de decisão e a propiciar maiores vantagens para a

pequena empresa.

Estudos relacionam o desempenho das pequenas empresas a adoção de estratégias deliberadas

através do planejamento formal, e que colaboram para aumentar as possibilidades de sucesso

e sobrevivência da empresa. Desta forma parece não haver dúvidas no que refere ao aspecto

intuitivo, emergente e empreendedor do processo de elaboração de estratégias nas pequenas

empresas, que além de se basear na experiência e aprendizado do indivíduo, busca também no

ambiente externo angariar suporte para suas decisões estratégicas (GIMENEZ; RAMOS e

FERREIRA, 2005, p.859-871).

Estudos realizados na área de estratégia (HOFFMANN, 1998; GIMENEZ, 1998;

CANCELLIER, 2001, entre outros) comprovaram que nas pequenas empresas a elaboração de

estratégias desenvolve-se de acordo com a percepção que o proprietário tem das mudanças no

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ambiente externo, alterando os objetivos da empresa e sua composição funcional ao mercado.

Quem sabe isto possivelmente ocorra tendo em vista o porte da empresa e seus objetivos, e o

horizonte das pequenas e médias empresas não avalie às implicações futuras ou os limites do

produto/mercado sejam pequenos e próximos o suficiente do processo operacional da

empresa, evitando o proprietário de prever eventos distantes de seu grupo estratégico

(BARBOSA e TEIXEIRA, 2003, p.41).

2.1.3 Planejamento Estratégico

O objetivo de toda empresa é que suas ações de hoje definam seu futuro, onde o

desenvolvimento de um bom planejamento estratégico fará com que a empresa tenha a

sustentação necessária para construção de um futuro próspero, preparando-a para as

constantes transformações do ambiente. Desta forma, a importância do planejamento

estratégico esta relacionada inteiramente com o futuro de qualquer empresa.

O planejamento estratégico deve considerar a maneira de pensar e de agir da empresa, sempre

com vistas a consolidar a sua posição no mercado e aumentar sua lucratividade. É uma

ferramenta que proporciona organização e direcionamento às ações da empresa no longo

prazo (MINTZBERG, 1973; ANSOFF, 1977; PORTER, 1997; IDENBURG, 1993 e

ANDREWS, 1994).

Stoner e Freeman (1994, p. 137) ressaltam ainda mais a importância do planejamento, uma

vez que, na sua visão, “sem plano, os administradores não podem saber como devem

organizar as pessoas e os recursos; podem até mesmo não ter uma idéia clara do que precisam

organizar”. Sem um plano ou um caminho a ser seguido a empresa encontrará mais obstáculos

para atingir maior competitividade e aumentar a lucratividade.

Nota-se nos artigos estudados que a maior parte da literatura relacionada ao planejamento

estratégico formal resume-se ao modelo SWOT, proveniente da escola do Design

(MINTZBERG; AHLSTRAND e LAMPEL, 2000; MINTZEBERG et al., 2006). Esse

modelo de planejamento apresenta uma divisão do modelo SWOT em etapas claramente

delineadas; a articulação de cada uma com muitas listas de verificação e técnicas; a atenção

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especial na fixação de objetivos e na elaboração de orçamentos; e planos operacionais e

diagramas para visualizar o fluxo global (MINTZBERG, 1973, p.44-53; IDENBURG, 1993).

O planejamento estratégico pode ser resumido como sendo uma análise racional das

oportunidades proporcionadas pelo ambiente, dos pontos fortes e fracos da organização

(análise de SWOT) e da seleção de um modo de compatibilização (estratégia) entre duas faces.

Apesar de muitas organizações já estarem empregando a metodologia do Planejamento

Estratégico, ainda restam algumas ambigüidades a respeito do que realmente este vem a ser e

como deve ser formulado. Uma dúvida diz respeito à tendência para o emprego dos termos

“Planejamento Estratégico” e “Planejamento a Longo Prazo” como se fossem sinônimos

(ESTRADA e ALMEIDA, 2007, p.150).

De acordo com Oliveira (2007) o planejamento estratégico deveria proporcionar a

identificação dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades da organização,

aplicando-se um plano de trabalho eficaz que proporcione como resultado o adequado

direcionamento dos esforços, e a construção de um plano de ações que objetivem o alcance

das metas estipuladas. Percebe-se então que o Planejamento Estratégico deveria “enxergar”

para além da organização, assim seria de elevada relevância considerar os reflexos dos fatores

externos (mudanças no ambiente externo) ao destino e aos planos futuros da organização.

Neste sentido, Santos (2005) também infere que o planejamento estratégico pode ser uma das

ferramentas que se empregada corretamente poderá reduzir o índice de fechamento das

empresas, pois proporcionará maior organização gerencial. Observa-se que as ações de

Planejamento Estratégico buscam assimilar os conceitos da estratégia, assim como a sua visão

sistêmica de modelo de negócio, para de que forma orientada possa estabelecer formas de

conduta e subsídios essenciais aos processos de apoio decisório. No entanto, todos os modelos

de planejamento estratégico consideram basicamente três pressupostos capitais para sua

elaboração: Determinação da Visão/Missão; Análise interna e externa (SWOT – Pontos fortes

e fracos); e Construção das estratégias e planos e sua implementação.

Ressalta-se que essas abordagens de Planejamento Estratégico não são excludentes entre si,

muito menos complacentes, ou seja, cada modelo responde a uma faceta particular dos

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problemas administrativos, e seu desenvolvimento segue uma seqüência lógica. A partir desse

contexto, as críticas ao planejamento e sua implementação cresceram no transcorrer do tempo,

podendo ser resumidas da seguinte forma: O planejamento estratégico cria muita rigidez, o

que restringe as empresas em metas específicas, com prazos determinados; Não é possível

planejar mudança em ambientes dinâmicos, mutáveis e imprevisíveis. Entretanto, a

turbulência pode ser convertida em uma oportunidade para aqueles que forem maleáveis o

suficiente para aproveitá-la. Se a organização estiver restringida a planos formais, toda

alteração inesperado é vista como um problema; O planejamento emprega mais atenção na

competição interna da estrutura industrial de hoje, do que na competição do futuro

(ESTRADA e ALMEIDA, 2007).

No entanto, apesar das críticas, os modelos de planejamento estratégico encontram-se em

evolução, retificando suas falhas a partir do emprego de aplicações práticas e de resultados de

estudos acadêmicos. Neste sentido o Planejamento Estratégico poderia ser entendido como o

principal documento para a consolidação dos objetivos e metas nas organizações de uma

forma geral, e pode ser essencial para a viabilidade das pequenas empresas, só equivalendo-se

em relevância pela concepção à implantação e sucessivo monitoramento de um plano de

negócio (FISCHMANN e ALMEIDA, 1991; ESTRADA e ALMEIDA, 2007).

Para justificar as afirmações do parágrafo acima se apresenta o estudo de Poisson et al.

(2004). Eles realizaram um estudo em 66 pequenas e micro empresas canadenses. Aqueles

autores buscaram avaliar a importância que estas organizações davam ao planejamento

estratégico. Seus estudos demonstraram que existiu relação entre a intensidade das atividades

de inteligência e a importância que as organizações concediam às tarefas de planejamento

estratégico e operacional, e que estas seriam fatores de sucesso para operações das pequenas

empresas no estrangeiro, particularmente nos mercados emergentes. Poisson et al. (2004)

argumentaram ainda que a atenção dada ao processo de planejamento operacional parece ser o

mais importante fator de sucesso para àquelas empresas. Segundo eles, grande parte dos

empreendedores de pequenas empresas bem sucedidas têm colocado ênfase especial sobre a

determinação da missão da organização, como um elemento-chave no planejamento

estratégico.

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Cabe ressaltar que o planejamento estratégico não age no campo da previsibilidade e sim,

diferencia-se substancialmente por buscar esclarecer situações a médio e longo prazo,

determinando um grupo de diretrizes a serem seguidas mediante as condições e cenários

considerados. Pode ser uma valiosa ferramenta de auxílio aos vários processos decisórios, e

que necessita ser atualizado constantemente pela alta administração (MINTZBERG et al,

2006).

2.2 FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

Observa-se nos estudos publicados entre as décadas de 1990 e 2000 um crescimento relevante

nos estudos sobre SMD, principalmente após a publicação do primeiro trabalho sobre

Balanced Scorecard de Kaplan e Norton em 1992. Esta observação pode ser comprovada

através do número de dissertações, teses e artigos encontrados na literatura.

Organizações têm adotado indicadores de desempenho estratégicos, tanto para identificar

estratégias que as levem a atingir seus objetivos como também para alinhar os processos de

gestão da organização (ITTNER, LARCKER e RANDALL, 2003). Os sistemas de gestão da

estratégia ou os sistemas de mensuração de desempenho – conhecidos pelo termo em inglês

SPMS (strategic performance measurement systems) – visam implementar a estratégia da

empresa pelo estabelecimento de indicadores de desempenho representativos. Isto significa,

além de executar, acompanhar, medir e controlar (LEÓN; GIL e ALDECOA, 2008).

Segundo Anthony e Govindarajan (2004, pg. 559) e Pandolfi (2005) os sistemas de avaliação

de desempenho procuram controlar a estratégia estabelecida pela empresa por meio da

definição de parâmetros financeiros e não financeiros ajustados em todos os níveis da

empresa, considerados como fatores críticos de sucesso correntes e futuros. Na medida em

que os parâmetros apresentam bons valores, se comparados com os valores ideais, a estratégia

está sendo obedecida. Esses mesmos autores asseguram que o sistema de avaliação de

desempenho é apenas um mecanismo para possibilitar que a organização obedeça ao seu

plano estratégico.

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De acordo com essas observações, Neely; Gregory e Platts (1995) e Martins (1998)

apresentam as especificidades que um SMD deve ter: Ser congruente com a estratégia

competitiva; Ter medidas financeiras e não financeiras; Direcionar e suportar a melhoria

contínua; Identificar tendências e progressos; Facilitar o entendimento das relações de causa e

efeito; Ser inteligível para os funcionários; Abranger todo o processo, desde o fornecedor até

o cliente; Ter as informações disponíveis em tempo real, para toda a organização; Ser

dinâmico; Influenciar a atitude dos funcionários; e, avaliar o grupo e não o indivíduo.

Para Whalen (2002) boas medidas de desempenho devem conter as seguintes características:

Ser quantificável: a métrica deve ser capaz de transmitir seu objetivo por um valor

numérico;

Ser de fácil entendimento: as medidas devem convergir aos olhos de quem as enxerga,

mostrando o que efetivamente ela está medindo e de onde ela se deriva;

Encorajar os comportamentos: a medida de desempenho deve ser capaz de gerar uma

ação em um individuo, quebrando sua inércia;

Medir o que é importante: deve-se medir o que é crítico na organização;

Conter saídas e entradas: a medida deve integrar fatores de todos os aspectos do

processo mensurado;

Ser econômica em esforços: não deve gerar muitos encargos para a sua obtenção; e

Ser multidimensional: deve ser balanceada entre utilização, produtividade e

desempenho.

Assim, para aquele autor, as medidas de desempenho devem ser baseadas no que é melhor

para a empresa, ao avesso do que é melhor para um departamento especifico.

Para complementar este tópico, apresenta-se no Quadro 2 a seguir, alguns dos sistemas de

medição de desempenho observados na literatura a partir da década de 1990. Entretanto,

apartir das pesquisas bibliográficas não se encontrou outros SMD apartir de 2002.

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SISTEMA/ABORDAGEM AUTOR ANO

Tableaux de Bord de Gestion Satet e Voraz (apud Malo) 1932

Administração por Objetivos Drucker 1954

Gerenciamento pelas Diretrizes Akao 1960

Melhoria de Performance Sink e Tuttle 1989

Pirâmide de Performance (SMART) Mcnair, Lynch e Cross 1990

Brignall, Fritzgerald, Johnston,Silvestro e Voss Brignall, Fritzgerald, Johnston, Silvestro e Voss 1991

Sistema de Medição de Desempenho para competição baseada no Tempo Azzone et al. 1991

Sistema de Feedback de Gestão de Desempenho Graddy 1991

Juran Juran 1992

Campos Campos 1992

Três Níveis do Desempenho Rummlwe e Brache 1992

Balanced Scorecard Kaplan e Norton 1992

PEMP (Progresso Efetivo e Medição de Performance) Adams e Roberts 1993

Modelo para medição do valor adicionado Barker 1993

Estruturas de Indicadores de Gestão Muscat e Fleury 1993

Sete Critérios do Desempenho Sink e Tuttle 1993

Gerenciamento de Processos Empresariais Harrington 1993

Medição do Progresso da TQM Cupello 1994

Ernst & Young Ostrenga 1994

Quantum Hronec 1994

Human Capital Intelligence Fitz-Enz 1994

Performance Measurement Questionnaire (PMQ) Rummlwe e Brache; McMann e Nanni 1994

Performance Measurement Questionnaire (PMQ) De Ron 1995

Modelo de medição de Desempenho para Manufatura Classe Mundial Kasul e Motwani 1995

Navegador Skandia Edvinsson e Malone 1995

Modelo de Medição de Desempenho Rose 1995

Sistema de Avaliação do Desempenho do Negócio Lee et.al. 1995

Moreira Moreira 1996

Medição de Desempenho para Gestão por Processos De Toni e Tonchia 1996

Métricas de Desempenho Universidade da Califórnia USA-DoE 1996

Navegador do Capital Intelectual Stewart 1996

Macroprocesso de uma Organização Brown 1996

Prêmio da Qualidade "Malcolm Baldrige" Bemowski 1996

Prêmio da Qualidade "Malcolm Baldrige" Best, Brown 1997

Family Nevada Quality Fórum Family Nevada Quality Fórum USA-DoD 1997

Sistêmica Sandia National Laboratories USA-DoE 1997

Gerenciamento Total da Melhoria Continua Harrington 1997

Monitor de Ativos Intangíveis Sveiby 1997

Sistema de Medição de Desempenho Integrado Bititci et al. 1997

Sistema de Medição de Desempenho Proativo Daniels e Bums 1997

Sistema de Medição de Desempenho Integrado e Dinâmico Ghalayini et.al. 1997

Accountability Scorecard Nickols 1997

Strategic Scorecard Slater et al. 1997

Value Chain Scoreboard Lev 2001

Performance Prism Neely, Adams e Kennerly 2002

Quadro 2: Sistemas para Medição de Desempenho.

Fonte: Martins (1999) e Marinho (2006).

De acordo com Dornier et al. (2000), as medidas de desempenho são um roteiro para

investimentos, para determinação dos objetivos e comparação do estado atual e também uma

ferramenta facilitadora para a previsão e a diminuição das incertezas, para visualizar atos

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prioritários, para ajudar na mobilização e organização de pessoal, e além disso, esta

ferramenta dinâmica deve demonstrar o comportamento da organização.

Neste sentido, Corrêa e Caon (2002) destacam que os sistemas tradicionais de avaliação de

desempenho empresarial, além de centrarem-se quase unicamente em medidas financeiras,

não suportavam uma correta tomada de decisão por parte dos executivos das organizações,

haja vista que não conseguiam refletir adequadamente a condição em que a empresa

efetivamente está sendo ou não capaz de atingir seus objetivos estratégicos.

Já para Maximiano (2004), a performance de qualquer empresa pode ser avaliada pela forma

como seus objetivos são realizados e pela maneira como os recursos são empregados.

Segundo aquele autor, a administração de alta performance procura a eficiência no emprego

dos recursos e a eficácia na conclusão dos objetivos, buscando aprimorar a competitividade,

através de um desempenho superior ao dos seus competidores. Embora os pressupostos

apresentados possam levar a percepção de que um SMD é apenas sistema de monitoramento e

controle, ele de fato está intrinsecamente conexo à promoção do avanço continuo de

processos por meio do aprendizado organizacional, conforme definem Wettstein e Küeng

(2002):

“Um sistema de medição de desempenho é um sistema que monitora o desempenho

de uma organização (ou parte dela), suporta a comunicação interna e externa de

resultados, ajuda gestores pelo apoio em decisões táticas e estratégicas, facilitando a

aprendizagem organizacional”.

Deste modo, o sistema de medição de desempenho pode ser considerado um componente

absoluto do ciclo de planejamento e controle organizacional, uma vez que permite as formas

de captura de dados que podem ser empregadas para a tomada de decisões, e que influenciem

os melhoramentos nos padrões organizacionais (NELLY et al., 1997). É relevante ressaltar

que o sentido do termo sistema de medição de desempenho (SMD) não pode ser completo

sem a importância do propósito e do emprego das informações que procedem deste sistema,

que é apontado pelas necessidades organizacionais dos usuários deste sistema (MARTINS,

1998).

Nota-se que a medição do desempenho deveria ser parte do processo de controle, abrangendo

os níveis estratégico, tático e operacional da organização, avaliando-se de uma forma

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ininterrupta o planejamento e as ações adotadas sob outras perspectivas, além, apenas, da

perspectiva financeira (FREDERICO, 2008, p.57).

Confirmando as observações do parágrafo acima, Corrêa e Hourneaux Junior (2008) ao

analisarem os sistemas de mensuração e avaliação de desempenho organizacional em quatro

empresas do setor químico observaram que é necessário discutir mais intensamente a

necessidade do gerenciamento do desempenho organizacional. Pois os resultados não

conseguiram confirmar as premissas determinadas, o que sugere que mais estudos em

profundidade precisam ser efetuados para que se confirme a validade dos sistemas de

desempenho organizacionais.

Morgan e Strong (2003, p. 166) inferem que muitas foram as razões para uma evolução da

avaliação do desempenho rumo a um enfoque multidimensional. Primeiramente, em função

das crescentes dificuldades de obtenção de largas margens de lucro. O desempenho com base

nos mercados passou a ser considerado como um importante direcionador para o crescimento

futuro, com uma valorização de variáveis externas à organização, como vendas, por exemplo.

Em segundo lugar, a utilização de métodos com aspectos distintos permitiria que se

percebessem as sutilezas das organizações, perante uma crescente avidez de informações mais

amplas por parte dos analistas e investidores.

Assim, conforme a literatura analisada, a determinação de um sistema apropriado de avaliação

de desempenho tem também uma função relevante na conduta desejada nas pessoas e nos

sistemas de operações, para que determinadas intenções estratégicas tenham maior

probabilidade de realmente se tornarem ações alinhadas com a estratégia pretendida

(CORRÊA e CORRÊA, 2005, p.100).

2.2.1 Critérios para Avaliação de Sistemas de Medição de Desempenho

Autores da área admitem a relevância de mensurar a estrutura de um Sistema de Medição de

Desempenho como meio de difundir e internalizar o processo de mudança. Todavia, existem

poucos trabalhos desenvolvidos para se analisar quais deveriam ser estes critérios de

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avaliação e quais procedimentos empregar para sua operacionalização (FIGUEIREDO et al.,

2005).

Os estudos avaliados na revisão da literatura possibilitaram a identificação de vários modelos

de avaliação dos SMD, conforme podê ser observado no Quadro 2, entretanto este estudo vai

trabalhar apenas com os seguintes sistemas: Total Quality Management (TQM); Tableaux de

Bord de Gestion; Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ); Skandia Navigator; Sink e Tuttle;

Quantum; Administração por Objetivos - APO (Management by Objectives); Gerenciamento

Pelas Diretrizes (Hoshin Kanri); Performance Prism e Balanced Scorecard.

Segundo Marinho (2006), o índice de mortalidade de um sistema de medição de desempenho

é excessivamente alto, em razão da falta de uma estruturação adequada no processo de

implementação. Desta forma, seria apropriado alegar que um sistema para avaliação de um

sistema de medição de desempenho tende a falhar se um agrupamento de critérios aceitáveis

não for determinado e adotado em conjunto com a adoção do sistema de medição de

desempenho. Ferraz (2003) aponta quais problemas seriam observados por um procedimento

de auditoria para SMD:

Ausência de medidas de desempenho críticas para os objetivos estratégicos;

Medidas de desempenho em excesso e sem sentido;

Identificar oportunidades de melhoria no foco dado às medidas de desempenho;

Falta de desdobramento de medidas de desempenho devido à ausência de crítica,

tradução para os níveis hierárquicos mais baixos e barganha de recursos;

Confusão entre medidas de desempenho de controle e de melhoria;

Ausência de um arranjo lógico para planejamento do desempenho.

Estudos avaliados na revisão da literatura possibilitaram a identificação de diversos modelos

de SMD, conforme podê ser observado no Quadro 2, entretanto este trabalho não tem como

finalidade o detalhamento de todos os modelos de Sistemas de Medição de Desempenho

identificados, mas sim de analisar quais as especificidades mais relevantes destes modelos, e

dessa maneira determinar quais devem ser avaliados neste estudo.

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Em seu estudo Figueiredo (2003) realizou a revisão da literatura para identificar quais seriam

características essenciais à eficácia dos Sistemas de Medição de Desempenho. O resultado

final do seu estudo apontou 128 (cento e vinte e oito) características. A partir da avaliação o

resultado foi a determinação de 9 (nove) atributos desejáveis para um Sistema de Medição de

Desempenho (SMD): Aprendizado Organizacional; Análise Crítica; Balanceamento; Clareza;

Dinamismo; Integração; Alinhamento; Participação e Relacionamento Causal.

Atributos Prover Informações para empresa: Aprendizado

Organizacional

- Nas iniciativas de melhoria de desempenho;

- A entender melhor os principais processos;

- A perceber o comportamento da organização ao longo do tempo;

- A identificar as ações corretivas para melhoria do desempenho;

- Na manutenção dos ganhos obtidos com as iniciativas de melhoria;

- A identificar os conflitos entre os indicadores de desempenho;

- No debate entre os usuários dos diversos níveis hierárquicos.

Análise Crítica - Que proporcionam uma visão do desempenho passado, presente e futuro;

- Comparativas para facilitar a análise crítica do desempenho global;

- Qualitativas para facilitar a análise crítica do desempenho global;

- A respeito do ambiente externo para facilitar a análise crítica do desempenho global;

- Sobre as relações de causa e efeito entre os indicadores para facilitar a análise crítica do

desempenho global;

- A Respeito de como os indicadores são classificados, integrados e correlacionados para

apoiar a análise crítica do desempenho global;

- Sobre a utilização dos indicadores com metas de curto e de longo prazo para facilitar a

análise crítica do desempenho global;

Balanceamento - Múltiplas dimensões de desempenho (como exemplo: financeira, cliente, processos,

inovação, etc.);

- Um conjunto de indicadores que ajuda a ter uma visão multidimensional do desempenho

organizacional;

- Informações que facilitam avaliar se as expectativas e necessidades dos principais

interessados estão sendo satisfeitas;

- Informações que facilitam a identificação de oportunidades e ameaças do ambiente

externo;

- Informações que facilitam a identificação de pontos fortes e oportunidades de melhoria

do ambiente interno;

Clareza - As definições dos indicadores são entendidas por todos os usuários;

- Os índices são calculados por meio de fórmulas matemáticas claramente definidas;

- Os objetivos dos indicadores estão claramente definidos;

- Para cada indicador estão definidos quais os usuários que utilizam suas informações para

a tomada de decisão;

- Os indicadores possuem referenciais com os quais podem ser comparados;

- Os indicadores têm metas definidas claramente;

- São definidos claramente quais os dados que devem ser coletados para obtenção dos

índices;

- As fontes de dados estão claramente definidas;

- As informações são apresentadas de forma visível para todos os usuários;

- Os dados são apresentados em gráficos no lugar de tabelas.

Continua

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Atributos Prover Informações para empresa: Dinamismo - Fornece informações no momento em que o usuário necessita;

- Utiliza indicadores relevantes para a tomada de decisão;

- Fornece as informações de que o usuário precisa para a tomada de decisões;

- Fornece feedback rápido e preciso;

- Os indicadores podem ser facilmente modificados quando necessário;

- Adapta-se às necessidades dos diferentes grupos de usuários;

- Permite a modificação de metas e padrões de desempenho;

- É difícil de ser manipulado;

- Fornece informações que auxiliam no acompanhamento do desempenho da empresa ao

longo do tempo;

- Utiliza indicadores de desempenho orientados para médio e longo prazo;

- Monitora continuamente o ambiente externo da empresa a fim de detectar mudanças

ocorridas;

- Monitora continuamente o ambiente interno da empresa a fim de detectar mudanças

ocorridas;

- Utiliza sinais de alarme para detectar problemas potenciais.

Integração - Interage com os principais sistemas de informação;

- Está bem integrado com o planejamento e monitoramento;

- Está bem estabelecido em todos os níveis;

- Facilita a cooperação entre os departamentos.

Alinhamento - Permite combinar e/ou agregar os diversos indicadores;

- Ajuda a perceber como a estratégia da empresa esta sendo executada;

- Utiliza indicadores relacionados com as principais metas;

- Utiliza indicadores que medem o desempenho de todas as etapas dos principais processos

de negócios

- Utiliza indicadores que relacionam os principais processos com a estratégia;

- Utiliza indicadores que ajudam a integrar os principais processos de negócios;

- Agrega os indicadores, segundo a estrutura hierárquica.

Participação - Desenvolvido com a participação ativa de representantes dos seus diferentes grupos de

usuários;

- Desenvolvido levando em conta as necessidades de informação dos diferentes grupos de

usuários;

- Implementado com a participação ativa de representantes dos diferentes grupos de

usuários;

- Pode ser modificado em função de sugestões e reclamações dos diferentes grupos de

usuários;

- É avaliado e melhorado com a participação ativa dos representantes dos diferentes grupos

de usuários.

Relacionamento

Causal

- A identificação de pontos críticos e prioridades;

- O entendimento das relações de causa e efeito entre as ações executadas e os indicadores

de desempenho;

- A identificação das relações de causa e efeito entre os indicadores;

- O relacionamento entre o desempenho passado e o planejamento do desempenho futuro;

- A perceber as conseqüências financeiras das decisões tomadas.

Quadro 3: Atributos desejáveis para um Sistemas para Medição de Desempenho.

Fonte: Autor

Observa-se no trabalho de Figueiredo (2003) a ênfase para um problema atual, visto que,

existe ampla literatura sobre o desenvolvimento e a implementação de novos Sistemas de

Medição de Desempenho para corrigir os dificuldades de inconformidade do SMD

tradicionais, entretanto poucos estudos são publicados ou apresentados no que tange a fixação

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de um agrupamento de características-chave para a avaliação de Sistemas de Medição de

Desempenho.

Já Petri (2005) estrutura a análise dos Sistemas de Medição de Desempenho em razão de 4

critérios: Conhecimento; Fatores críticos de sucesso; Indicadores e Tomada de decisão. Seu

estudo foi fundamentado nos trabalhos de Ensslin e Ensslin (2003); Keeney (1992); Roy

(1993 e 1996); Neely et al. (1996b) e Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001). Ele sugere

o levantamento dos pontos fortes e dos pontos fracos de um Sistema de Medição de

Desempenho através do emprego do seguinte questionário:

Conhecimento: Criação de conhecimento através de processo estruturado (forma);

geração de conhecimento proporciona aos envolvidos compreensão do que se está

avaliando (entendimento);

Fatores Críticos de Sucesso: apresenta ou não os fatores críticos de sucesso (forma); é

factível e independente de outros fatores críticos de sucesso (operacional); é possível

quantificar o desempenho do contexto (mensurável) e proporcionar a todos a mesma

informação (compreensível);

Indicadores: é possível identificar o estado atual de desempenho nos fatores críticos de

sucesso (definição); considera algum tipo de escala (escalas); permite que se compare

o fator crítico com a mesma atratividade (padrões) e proporciona a geração de ações

por meio da identificação do estado atual e de onde se pretende chegar (ações);

Tomada de Decisão: identifica se a tomada de decisão afeta o desempenho local e

global (visão); proporciona ao tomador de decisão a explicação do porque desta ou

daquela decisão (resultado da decisão) e uma vez tomada à decisão é possível

justificar e apresentar os resultados de forma transparente, para que todos

compreendam o que se está buscando (efetividade) (PETRI, 2005).

Assim, a partir da análise comparativa do BSC com outros SMD chegou-se a conclusão que

os critérios a seguir seriam os mais apropriados para análise neste estudo. Os critérios são:

Aprendizado Organizacional; Alinhamento e Relacionamento Causal.

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O aprendizado organizacional foi determinado como um dos critérios mais importantes na

definição do SMD para PME´s por se entender que este critério é essencial para estas

organizações se manterem no mercado frente às estratégias das grandes corporações. A

mudança é um ponto certo no mundo empresarial e ao mesmo tempo um desafio que fica

comprometido devido à inércia a novos conhecimentos, e a consciência de que a mudança

através do aprendizado organizacional constante é que define a continuidade das

organizações, levando-a a adaptação, a inovação e a melhoria da produtividade e eficiência

(NONAKA, 1991; WETTSTEIN e KÜNG, 2002).

O alinhamento também é um dos mais importantes critérios para a determinação de um SMD

para empresas de pequeno e médio porte, por considerar este atributo responsável tanto pela

formulação quanto à implantação da estratégia. Sendo o alinhamento um atributo que se

preocupa com o grau de disputa do mercado, funciona como uma vantagem competitiva ou

ajuste da estratégia as oportunidades e ameaças da empresa. Acredita-se que para ter sucesso

em um SMD é necessário a interação e alinhamento de toda estrutura organizacional, tanto

material como humana, alinhando as pessoas aos sistemas de tecnologia, aos indicadores e aos

sistemas de recompensas. É necessário o agrupamento, coesão, ajuste, congruência entre as

diferentes dimensões (PRIETO, 2006; WEI, 2008).

A causalidade é uma relação de finalidade usada quando se acredita que uma ação é o meio

para se atingir um fim, o fim e aquela crença provocam a ação. Para tanto, é necessário fazer o

desdobramento dos objetivos, que é o processo de definição dos meios necessários para se

chegar ao fim desejado. O fim desejado na maioria das organizações é o cumprimento dos

objetivos e o atingimento das metas, fazendo com que o relacionamento causal se torne um

dos critérios vitais para um SMD (KAPLAN e NORTON, 1997; FROST, 2000).

2.2.2 Determinação do Sistema de Medição de Desempenho

Os Sistemas de Medição de Desempenho permitem quando utilizados de forma sistêmica e

constante, a previsão, o acompanhamento e a correção dos rumos de uma organização, seja

em seus processos produtivos de bens ou serviços ou na implementação de novas idéias,

quando se faz necessária a adoção de projetos. As razões que levam a estruturação e adoção

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de determinado modelo é a possibilidade de ampliar o pensamento humano, tornando-o uma

ferramenta de gestão que permita o entendimento e a tomada de decisões nas empresas

(PIDD, 1998). Sendo assim, o presente estudo adotará os seguintes SMD em razão de suas

especificidades e abrangência.

O Performance Prism - Pelo fato deste modelo derivar da estratégia para os processos e então

não esconder as competências, o Performance Prism alcança a abrangência e a visualiza num

ângulo ampliado, em outros negócios, que está faltando desempenho na estrutura de medição.

Por ser um modelo para medição da performance e um framework inovador e cientifico, é

considerado como um sistema de avaliação da gestão da organização de segunda geração que

atua de duas maneiras: considerando o que quer e a necessidades dos Stakeholders, e

excepcionalmente, o que a organização quer e necessita dos seus Stakeholders (FROST, 2000;

FREDERICO, 2008).

O Balanced Scorecard – define-se como um conjunto de medidas derivadas da estratégia da

organização. Representa uma modelo para os líderes usar na comunicação aos empregados e

interessados externos os resultados e os direcionadores de desempenho pelos quais a

organização alcançará sua missão e seus objetivos estratégicos. Por ser uma ferramenta que

traduz de forma balanceada e integrada a visão e a estratégia da organização por meio de um

mapa coerente com objetivos estratégicos organizados em diferentes perspectivas, sendo

interligados em uma relação de causa e efeito (NIVEN, 2002; RUY e MARTINS, 2006).

A Tableaux de Bord de Gestion – É uma ferramenta para o topo do gerenciamento da

empresa, permitindo uma visão global e rápida de suas operações e do estado de seu ambiente

para a tomada de decisão. O processo de formulação do TB consiste em primeiro lugar em

definir os objetivos da organização, onde, posteriormente, são definidas as variáveis chaves, e

em segundo lugar, o controle é realizado através de indicadores. Esta ferramenta pode ser

utilizada por uma entidade empresarial ou pública, onde seu gestor pode se usufruir diversos

indicadores, eleitos como importantes para a geração de informações para a tomada de

decisões, quanto ao bom andamento da empresa (COSTA, 2001; BOURGUIGNON et

al.2004).

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A Administração por Objetivos – O Sistema de Administração por Objetivos (APO)

representa uma grande vantagem ao substituir a administração por dominação pela

administração por autocontrole, à medida que proporciona a possibilidade de o administrador

determinar seus objetivos e controlar o seu próprio desempenho. É um estilo ou sistema de

administração que relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimento

individual, por meio do envolvimento de todos os níveis administrativos (BARTOL e

MARTIN, 1998; OLIVEIRA, 2007).

O Gerenciamento pelas Diretrizes (Hoshin Kanri) – O principal objetivo do gerenciamento

da qualidade é garantir que as metas estabelecidas no planejamento estratégico da organização

sejam alcançadas, assegurando a sobrevivência da organização, por meio da garantia e

melhoria da qualidade, atendendo as necessidades e expectativas dos clientes. O

gerenciamento pelas diretrizes tem uma concepção de que os resultados são conseguidos pela

participação intensiva de todo os níveis da organização. Por ser um sistema administrativo

que busca difundir por toda a empresa a visão e os objetivos institucionais, determinando

metas e estratégias, dimensionando recursos e medidas (indicadores) para as metas propostas

e gerando ações programadas. É um sistema que é periodicamente revisado tornando-se um

processo contínuo (FERNANDES et al., 2003; BARBOSA, 2004).

O Total Quality Management (TQM) – Tem como idéia fundamental uma definição de quali-

dade em que o interesse do cliente é o ponto de partida. Por isso, a qualidade teria que ser

embutida no produto ou serviço desde o começo, com base nos anseios, expectativas, desejos

e interesses do cliente. O TQM também pode ser considerado uma filosofia – forma de pensar

e trabalhar – que permite levar os processos produtivos e de prestação de serviços aos níveis

mais econômicos e ao pleno atendimento da satisfação do consumidor. Em se tratando de uma

filosofia, o TQM almeja direcionar o foco da qualidade de uma atividade eminentemente

operacional, transformando-a em responsabilidade de toda organização (MAXIMIANO,

2000; BALLESTERO-ALVAREZ, 2001; MÜLLER, 2003 e MARSHALL JUNIOR, 2004).

O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) – Busca promover amplo entendimento dos

requisitos para alcançar a excelência do desempenho e a melhoria da competitividade e

fomentar um abrangente intercâmbio de informações sobre métodos e sistemas de gestão que

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alcançaram sucesso e sobre os benefícios decorrentes da utilização dessas estratégias. Esses

fundamentos da excelência quando adotados trazem melhorias para os processos e produtos,

redução de custos e aumento da produtividade para a organização, tornando-a mais

competitiva. Além disso, potencializam a credibilidade da empresa e o reconhecimento

público, aumentando o valor do empreendimento (MÜLLER, 2003; GOLDSZMIDT e

PROFETA, 2004).

O Sink e Tuttle – Seu principal objetivo é melhorar a performance da organização. Medir

para melhorar o desempenho empresarial é responder para a equipe gerencial por que a

organização consegue obter tal performance e possibilitar a todos uma reflexão sobre como e

onde melhorar. O Modelo prescreve um vínculo com os objetivos estratégicos de uma

organização, onde o processo de medição permite identificar as necessidades de feedback, o

que pode ser melhorado e o que concentrar a atenção e onde colocar os recursos (LIMA e

PONTE, 2006; FREDERICO, 2008).

O Quantum – é originado da estratégia, sendo um gerador de mudanças dentro da

organização por meio de seus elementos facilitadores, focando nos processos e em seus

resultados e atuando na melhoria contínua dos mesmos e na adequação estratégica, sempre

num processo contínuo de avaliação, tudo isso, visando criar valor e oferecer nível de serviço

aos clientes (MÜLLER, 2003; SCHMIDT, SANTOS e MARTINS, 2006; ROCHA e

ROCHA, 2006).

O Skandia Navigator – O objetivo do Skandia Navigator é orientar a mensuração do

desempenho na organização e se tornou uma das forças-motrizes no movimento do capital

intelectual, pois permitiria identificar os resultados para a empresa, decorrentes de uma

estratégia baseada na criação de conhecimento. A grande diferença do Skandia Navigator é

que o todo o modelo baseia-se no desenvolvimento das pessoas da organização. O Capital

Intelectual é extremamente valorizado e torna-se o centro do modelo (HOURNEAUX JR.,

2005; JAEGER e QUANDT, 2007).

Cabe aqui ressaltar que os 10 (Dez) sistemas determinados acima estão além da mera medição

e avaliação de desempenho, transformando-se em sistemas de gestão de implementação

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estratégica, e por fim tornando-se vital para conclusão dos objetivos deste estudo. No Quadro

4 a seguir são apresentadas algumas dissertações e teses de Universidades Brasileiras, com o

intuito de averiguar como os SMD apontados acima foram evidenciados para o atendimento

dos objetivos determinados naqueles estudos.

2.2.3 Aplicação de Sistemas de Medição de Desempenho

Nos estudos abaixo se apresenta algumas aplicações de Sistemas de Medição de Desempenho:

Autor Ano Objetivo Determinante SMD utilizado

Campos 2001 Apresentar a evolução dos SMD, que

geralmente são adotados pelas empresas na

busca de melhoria contínua nos processos

de avaliação de seus resultados.

Sistêmica, Moreira, Quantum, Family

Nevada Quality Fórum, Métricas de

Desempenho, Ernst & Young, Campos,

Gerenciamento de Processos

Empresariais, Melhoria de Performance

e Balanced Scorecard.

Moreira 2002 Sugestionar uma sistemática para o

alinhamento das ações operacionais aos

objetivos estratégicos, em uma gestão

orientada por indicadores de desempenho.

Melhoria de Performance, Quantum,

Três Níveis do Desempenho,

Gerenciamento Total da Melhoria

Contínua e Balanced Scorecard.

Fernandes 2003 Sugerir o Scorecard Dinâmico, que seria a

integração da Dinâmica de Sistemas com o

Balanced Scorecard.

Administração por Objetivos, o

Gerenciamento pelas Diretrizes, o

Tableaux de Bord de Gestion e o

Balanced Scorecard.

Kallás 2003 Analisar as aplicações e impactos do

Balanced Scorecard dentro da empresa.

Performance Prism , PEMP, Tableaux

de Bord de Gestion, Gerenciamento

pelas Diretrizes, Balanced Scorecard.

Fernandes 2005 Relacionar a influência das competências

organizacionais com o desempenho

organizacional.

Tableaux de Board de Gestion, Brown,

Balanced Scorecard e Performance

Prism.

Marinho 2006 Propor uma sistemática para

operacionalização da estratégia utilizando o

Balanced Scorecard.

Tableaux de Bord de Gestion (1932);

Administração por Objetivos (1954),

Gerenciamento pelas Diretrizes (1960),

Navegador Skandia, Performance Prism

e Balanced Scorecard.

Oliveira 2007 Identificar os motivos e situações que

levaram a opção pelo uso do Balanced

Scorecard na organização.

Análise SWOT, Matriz BCG, Matriz

Mckinsey/GE, Matriz Produto/Missão de

Ansoff, Modelo AM-PN,

Gerenciamento pelas Diretrizes – GPD

(Hoshin Kanri) e Balanced Scorecard.

Frederico 2008 Propor um modelo de sistema de medição

de desempenho para aplicação nos

operadores de transporte ferroviário, como

uma opção de modelo de sistema de

medição de desempenho a ser utilizado por

essas organizações.

Total Quality Management (TQM),

Balanced Scorecard, Prêmio Nacional

da Qualidade (PNQ), Sink e Tuttle,

Quantum e o Performance Prism.

Continua

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38

Autor Ano Objetivo Determinante SMD utilizado

Ogassawara 2009 Verificar as complementaridades,

sobreposições e conflitos entre os modelos

em empresas da região de Curitiba no

Paraná.

Balanced Scorecard e o Modelo de

Excelência da Gestão da Fundação

Nacional da Qualidade.

Goessler 2009 Analisar as aplicações e impactos dos

sistemas de medição como ferramentas para

melhoria continua das organizações.

Performance Pyramid, Performance

Prism, Balanced Scorecard e Integrated

Performance Measurement Systems.

Quadro 4: Estudos sobre Sistemas de Medição de Desempenho

Fonte: Elaborado pelo Autor.

2.2.4 Críticas ao Processo de Implantação de Sistemas de Medição de

Desempenho

Com o tempo os SMD foram desenvolvendo-se em conjunto com novas metodologias, visões

e estratégias das empresas. Através dos estudos apresentados demonstrou-se à implantação de

diversos modelos, em diversas empresas e tipos de negócios. Ainda que aqueles autores

apresentem com sucesso a implementação de tais metodologias, parece ser relevante destacar

as principais dúvidas com relação aqueles modelos adotados. Kaplan e Norton (2001)

evidenciaram algumas dificuldades a serem levadas em consideração no que tange a

implementação de um SMD.

O Insucesso no design, resultando na construção de um SMD deficiente, com apenas

um ou dois indicadores por perspectiva, e que podem não representar adequadamente

a estratégia, ou vice versa, apresentando excesso de indicadores, não permitindo a

identificação de quais destes são mais essenciais para organização.

Quando unidades de negócios ou de serviços compartilhadas não estiverem alinhadas

com a estratégia global da empresa, pode ser realizada uma tentativa de criação, por

unidades independentes, com determinada sinergia em nível corporativo, sem, no

entanto, qualquer coordenação e vínculo entre as unidades.

Ausência de comprometimento por parte dos executivos em nível diretivo, ou ainda

dos próprios colaboradores;

Manutenção do SMD apenas em níveis diretivos;

Abordar o SMD como um evento excepcional, sem repetição (uma única vez);

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39

Abordar o SMD com um projeto de sistemas, sem incorporar a equipe dos executivos

em uma conversa estratégica;

Contratar consultores sem experiência; e.

Introduzir o SMD apenas para os estímulos econômicos.

Já Norreklit (2003) formula críticas pertinentes às relações de causa e efeito e às deficiências

de um modelo de controle estruturado de modo hierárquico, de cima para baixo, da seguinte

forma:

Não necessariamente se tem relações diretas de causa e efeito, assim como nos casos

de satisfação de clientes, de fidelidade de clientes e de rentabilidade. Segundo ele,

pode ser estatisticamente comprovado que há uma relação direta entre satisfação e

fidelidade de clientes; entretanto, no aspecto financeiro, não necessariamente os

cientes fiéis são rentáveis. Para ele, esta constatação pode ser observada ao fato de que

podem ser feitos pedidos pouco rentáveis, ao solicitar pequenas quantidades de

produto a preços baixos;

Quando os SMD como um modelo de controle não permitem monitorar a concorrência

e o desenvolvimento de novas tecnologias, ou seja, não conseguir captar as ameaças

do ambiente que possam afetar a atual estratégia; e

A comunicação de formulação de medidas for baseada em um processo hierárquico de

cima para baixo, tanto por parte das equipes quanto dos indivíduos e, por último, esta

comunicação poderia não ser adequadamente realizada no ambiente dinâmico das

organizações.

Enquanto as críticas de Ittner; Larcker e Randall (2003) destacam os cuidados que se deve ter

com os indicadores não-financeiros (medidas intangíveis). Segundo eles, o propósito original

destes indicadores é o de complementar a análise fornecida pelas técnicas contábeis

tradicionais, e não o de substituir os indicadores financeiros. Vale destacar que várias das

críticas daqueles autores já foram consideradas por Kaplan e Norton (2004). Segundo eles,

desta maneira os cuidados deveriam se manter focados em:

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40

Impedir o erro de não estabelecer relações entre os indicadores e a estratégia.

Idealmente, as organizações deveriam utilizar modelos causais e mapas estratégicos

para definir seus indicadores de desempenho, traçando as relações de causa e efeito

entre eles;

Impedir o erro de não comprovar a existência de uma relação de causa e efeito. Se

uma empresa é incapaz de estabelecer a relação básica de causalidade, seguramente

não poderá perceber a relevância relativa dos indicadores que elegeu. Assim, segundo

aqueles autores deveria se ter especial cuidado na manuseio dos indicadores em

função de conveniências pessoais da gerencia da organização;

Impedir o estabelecimento de metas certas de desempenho nos prazos curto e longo.

Os ativos não-financeiros geralmente rendem frutos a médio e longo prazos, e sendo

assim, deveria ser evitado o erro de só privilegiar iniciativas que prometam resultados

financeiros de curto prazo;

Procurar mensurar de forma coerente. A confiabilidade do indicador dependerá das

técnicas de medição, sendo que estas devem ser consistentes com o conteúdo do

indicador, e também devem coincidir em todas as unidades de negócio. Os indicadores

deveriam contribuir nas análises e manter a qualidade de rastreamento das

informações.

No capítulo a seguir apresentam-se os 10 (dez) Sistemas de Medição de Desempenho

selecionados para este trabalho. Cada SMD foi delineado, para em seguida ser avaliado em

função dos critérios julgados relevantes por este autor para alcançar os objetivos propostos

neste trabalho.

2.3 MODELOS DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

Em um ambiente de turbulência onde ocorrem constantes transformações nos cenários onde

estão inseridas é fundamental que as empresas tenham uma elevada capacidade de adaptação.

Neste sentido, é frequentemente imprescindível conhecer a sua performance. As decisões a

serem adotadas em várias situações do cotidiano organizacional estão sujeitas a quanto se

conhece sobre o atual estado da empresa. Assim, transformar informações das várias áreas da

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empresa em dados quantificados e mensuráveis é de vital relevância para o seu processo

decisório.

De acordo com Juran (2003) o remédio mais eficaz para imprecisão e os múltiplos dialetos é a

medição, ou seja, “dizer em números”. A medição de desempenho pode ser determinada

como a atividade indispensável para estabelecer as medidas de desempenho, sua extensão,

grandeza e avaliação, no sentido de adequar, ajustar, proporcionar ou regular alguma

atividade (BOND, 2002). Assim, os modelos de SMD a serem abordados neste tópico têm a

característica de empregarem pressupostos mais amplos de mensuração, adotando uma

tendência de abordagem de medição sistêmica dos ambientes da organização.

2.3.1 Tableaux de Bord de Gestion

O ideal de se ter uma ferramenta de gestão estratégica sucinta e equilibrada para analisar o

desempenho das organizações vêm sendo objeto de interesse das empresas e de seus

administradores desde que o papel Controle passou a ser um elemento fundamental na

administração empresarial. Todavia não se conhece com precisão a data de origem da adoção

do controle de gestão. Estudos pesquisados e conforme relatos de pesquisadores (MALO,

2000; RICCIO e CARDOSO, 2003; CEBRIÁN e CERVIÑO, 2004; BOURGUIGNON;

MALLERET e NORREKLIT, 2004 e MARINHO, 2006) não se encontra com precisão a

origem dos sistemas de medição, que se deu na França e que se nomeou de Tableaux de Bord

de Gestion, nos primeiros dez anos do século XX, por volta de 1932.

Observa-se que o conceito de Cuadro de Mando (CM) para a língua espanhola é a mesma que

procede do termo em francês “Tableaux de Bord de Gestion”, que traduzido literalmente

significa “Painel de Comandos ou Quadro de Instrumentos”. Para Costa (2001) e

Bourguignon; Malleret e Norreklit, (2004) a Tableaux de Bord de Gestion é uma ferramenta

para a alta administração da empresa, possibilitando uma visão global e instantânea de suas

operações e da situação de sua atmosfera para a tomada de decisão.

Assim, o processo de formulação da Tableaux de Bord de Gestion versa primeiramente em

determinar os objetivos da empresa, onde, em seguida, são determinadas as variáveis chaves,

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42

e em segundo lugar, o controle é realizado por meio de indicadores de performance. A

Tableaux de Bord de Gestion disponibiliza uma visão ampla da organização aos seus gestores,

identificando pontos falhos ou aspectos positivos de gestão, é essencial estabelecer relações

de informações que sejam organizadas, formalizadas, programadas, simples e objetivas, de tal

forma a conseguir um controle total sobre a performance.

Conforme Cebrián e Cerviño (2004) o desenvolvimento de uma Tableaux de Bord de Gestion

desenvolve-se em torno de cinco idéias capitais: é uma ferramenta de ajuda durante o

processo de tomada de decisões; tem um desenho simples e eficaz; aglutina indicadores

financeiros e não financeiros; é flexível diante dos câmbios e evolução de seu entorno; e, gera

motivação a todos os níveis de responsabilidade. Segundo Fernandez (2005), existem cinco

etapas para o entendimento da Tableaux de Bord de Gestion: selecionar os eixos de

progressos ou caminhos a serem percorridos; determinar os pontos de intervenção; selecionar

os objetivos; selecionar os indicadores; e estruturar o quadro de controle (Tableaux de Bord

de Gestion).

Boix e Féminier (2004) também apresentam seu método para desenvolver uma Tableaux de

Bord de Gestion, que é formado por 5 (cinco) fases: Definir os objetivos de controle; De

indicadores; Os índices de controle; Dar contorno ao Tableaux de Bord de Gestion; e,

Explorar a Tableaux de Bord de Gestion.

Todavia não entraremos aqui nos detalhes destas três formas metodológicas de se construir

uma Tableaux de Bord de Gestion, ou seja, se existem diferenças ou igualdades entre os

métodos propostos por Boix e Féminier (2004), Fernandez (2005) e Cebrián e Cerviño (2004)

em razão de não ser esse o objetivo desse estudo. Apesar de existirem vários autores citando

inúmeros métodos de se implantar, ainda existem problemas com a implantação, e estas

distorções estariam fazendo com que se pensasse que a Tableaux de Bord de Gestion era

diferente do Balanced Scorecard.

Os principais problemas são evidenciados por Epstein e Manzoni, (1998) e Costa (2001, p.

87) conforme a seguir:

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43

Enfatizar as medidas financeiras, apesar de a recomendação ser o uso

predominantemente, de medidas não financeiras;

Usar um conjunto muito grande de indicadores, apesar da recomendação para se ter

um conjunto reduzido;

Usar indicadores já existentes, apesar da recomendação para se partir da visão e

estratégia para o estabelecimento dos indicadores adequados;

Escolher objetivos e metas internas, comparando-os com desempenho passado ou

orçamento corrente, apesar da recomendação para se fazer a comparação com o

benchmarking externo;

Coletar as medidas, predominantemente, dentro da empresa, apesar da recomendação

para se considerar dados externos, de clientes;

Usar a Tableaux de Bord de Gestion mais como um sistema de suporte a processos à

distância e de administração por exceção, apesar da recomendação para utilizá-lo

como um meio interativo de criar uma agenda para discussões e encontros.

De acordo com Voyer (2005) a Tableaux de Bord de Gestion é uma forma de selecionar,

agenciar e apresentar os indicadores de forma sumarizada e que possui em geral uma forma

visual, acompanhada de textos concisos ou sinópticos. Os gestores adotam a Tableaux de

Bord de Gestion para observar, entender, avaliar as situações, analisar a relevância das

variações e fazer as correções necessárias, localizar os problemas, decidir e agir. Os aspectos

pautados à necessidade da adoção de um modelo de controle de gestão como a Tableaux de

Bord de Gestion dizem respeito à gestão direcionadora da performance (medida rigorosa dos

resultados, dos recursos e das atividades), à necessidade de informações claras e objetivas

(indicadores alvos, significativos, de fácil análise, interpretação e utilização) e à necessidade

de informações de qualidade (dados integrados, não fragmentados, sem excessos de detalhes

generalizados, com uma apresentação coerente e significativa) (ROSA JUNIOR, 2003,p.61-

67).

2.3.2 Administração por Objetivos - APO (Management by Objectives)

De acordo Drucker (1954), a APO representa um processo onde os superiores e os

subordinados de uma empresa conjuntamente definem os objetivos comuns a serem

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alcançados em um estimado período, e apontam as áreas de responsabilidade de cada um em

relação aos resultados aguardados. Essa técnica aponta os esforços de uma empresa através do

emprego do planejamento e do controle administrativo e, fundamenta-se no principio de que

para alcançar resultados o empreendimento precisa decidir antes em que negócio a empresa

atua e quais são os seus objetivos.

Observa-se que o Sistema de Administração por Objetivos (APO) é considerado uma

abordagem democrática e participativa, que relaciona as metas da empresa com o desempenho

individual, à medida que abrange todos os níveis administrativos. Todavia, Ackoff (1975)

infere que não é sempre que a uma convergência entre os objetivos pessoais e os objetivos da

organização, pois são inevitáveis as diferenças existentes entre os interesses do capital e da

forca de trabalho.

A despeito dessas dificuldades, qualquer empresa deve procurar unir os esforços individuais

em um esforço conjunto, desta forma, os administradores de cada unidade são levados a

participarem ativamente da definição dos objetivos da empresa. Isso demanda um elevado

esforço, pois, na maioria das vezes, os administradores não estão direcionados a um objetivo

conjunto. Além disso, ressalta-se que eles também devem desenvolver e estabelecer os

objetivos de sua unidade, ou seja, as metas de cada administrador devem ser definidas pela

contribuição que ele deve dar para o sucesso da empresa. Para a alta administração resta a

responsabilidade de consentir ou não esses objetivos estabelecidos, avaliando que as metas de

cada administrador devem traduzir as necessidades objetivas da organização. Assim, apartir

da determinação das suas metas, os administradores passam a entender o que a organização

espera deles e qual o padrão contra o qual será avaliado (DRUCKER, 2001).

Desse modo, nota-se que o Sistema de Administração por Objetivos (APO) representa uma

grande vantagem ao substituir a administração por dominação pela administração por

autocontrole, à medida que proporciona a possibilidade de o administrador determinar seus

objetivos e controlar o seu próprio desempenho. No contexto da Administração por Objetivos

pode-se ressaltar a existência de 3 (três) níveis de objetivos e, consequentemente, 3 (três)

níveis de planejamento (OLIVEIRA, 2007).

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Os objetivos estratégicos: São os objetivos de longo prazo que apresentam as metas

gerais da empresa.

Os Objetivos táticos: São os objetivos departamentais de médio prazo, cuja finalidade

é aperfeiçoar determinada área para o emprego mais racional dos recursos disponíveis.

Os Objetivos operacionais: São os objetivos de curto prazo que se referem ao

detalhamento de cada atividade da empresa.

Segundo Drucker (2001) afirma, “apos a definição dos objetivos organizacionais, deve-se

estabelecer uma estratégia para alcançá-los”, ou seja, deve-se determinar a estratégia

empresarial que será empregada para se alcançar os objetivos propostos, e assim eleger as

táticas que melhor implementam a estratégia utilizada. Desta forma percebe-se que o

planejamento é o sustentáculo do Sistema de Administração por Objetivos (APO), pois se

baseia no planejamento estratégico da organização e nos planos táticos de cada departamento.

Hoje existem diversos modelos para implementação de Sistemas de Administração por

Objetivos (APO) dentro de uma empresa. De acordo com Dinesh e Palmer (1998, p. 364), as

etapas de implementação de um Sistema de Administração por Objetivos foram desenvolvidas

para comportar uma consistente aplicação por meio da empresa. Estas etapas são:

A Identificação da estratégia organizacional: Todas as empresas devem iniciar

identificando os objetivos estratégicos de longo prazo (DRUCKER, 1955 e

ODIORNE, 1979).

A Definição dos objetivos: Os objetivos devem ser fixados em conjunto pelas

gerências e seus funcionários. Estes objetivos devem ser consistentes e transmitidos

em todos os níveis da organização (DRUCKER, 1955; REDDIN e KEHOE, 1974).

As Recompensas vinculadas às metas: Os esforços devem ser feitos no sentindo de

atrelar recompensas às metas individuais definidas pelo sistema de Administração por

Objetivos (DEWEY, 1995; SHAW e SCHNEIER, 1995).

O Desenvolvimento de planos de ação: Um plano de ação ajuda a identificar áreas

problemáticas e a forma de alocação de recursos na empresa (BARTOL e MARTIN,

1998).

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A Avaliação periódica dos resultados dos funcionários frente às metas: A gerência

precisa manter-se cientificada sobre o progresso dos colaboradores e o surgimento de

problemas imprevistos, só assim pode-se providenciar treinamento e suporte para os

colaboradores com algum tipo de dificuldade.

O objeto da avaliação deve ser os “buracos” entre as metas fixadas e o desempenho

atingido: Assim, a avaliação deve incluir mérito e reconhecimento para as áreas onde

os colaboradores estão tendo desempenho superior, assim como discutir as áreas nas

quais os colaboradores carecem melhorar (REDDIN e KEHOE, 1974).

A Avaliação do desempenho organizacional: O último passo para implementação de

um Sistema de Administração por Objetivos é uma avaliação integral da organização,

onde acontece a retroalimentação, com início desde a primeira fase de implementação

(BARTOL e MARTIN, 1998; ODIORNE, 1987; REDDIN e KEHOE, 1974).

Entretanto um Sistema de APO, em razão do excesso de controle pode acabar suscitando

tensões nos colaboradores para o alcance de metas e resultados, desta maneira torna-se

imprescindível englobar toda a empresa no processo de construção de um Sistema de APO,

para que ocorra a compatibilidade indispensável entre os objetivos corporativos e os objetivos

individuais.

Peter Drucker (2001) já afirmava também ser uma falha estabelecer a busca do lucro como o

objetivo principal da organização. Segundo ele, administrar uma organização implicava

equilibrar uma variedade de necessidades e finalidades em todos os setores, e que pudessem

vir a comprometer a sobrevivência e a prosperidade do negócio. Aquele autor identificou 8

(oito) setores-chave para os quais tinham de ser fixados objetivos de realização, a saber:

Rentabilidade; Posição no mercado; Produtividade; Recursos físicos e financeiros; Inovação;

Desempenho e desenvolvimento de gerentes; Desempenho e atitude dos trabalhadores; e

Responsabilidade pública.

Desta forma, o Sistema de APO é uma metodologia onde os objetivos estratégicos são

determinados em conjunto pelo grupo gestor da organização e demais colaboradores; as

responsabilidades são explicitadas individualmente em função do que a organização pretende

atingir no futuro, avaliando seus pontos fortes e fracos e as situações existentes no mercado.

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2.3.3 Gerenciamento Pelas Diretrizes (Hoshin Kanri)

De acordo com Turrioni (1999) este método foi desenvolvido a partir da Administração por

Objetivos (APO), sugerido por Peter Drucker. Embora nos EUA esse sistema é conhecido

como “Policy Deployment” , e tem como objetivo ter certeza de que todos na empresa estão

trabalhando em prol de um propósito (TRIBUS, 1997). Observa-se que o Sistema de

Gerenciamento pelas Diretrizes - GPD (Hoshin Kanri) trata-se de uma abordagem que tem o

intuito de sistematizar e facilitar o planejamento estratégico e a implementação da estratégia.

Este sistema surgiu como resposta à necessidade de um sistema administrativo mais flexível,

com tempo de resposta mais curto em relação às mudanças ocorridas no ambiente empresarial

(AKAO, 1960; NODA, 1998).

O Sistema de Gerenciamento pelas Diretrizes é um sistema administrativo que busca difundir

por toda a empresa, à visão e os objetivos institucionais, determinando metas e estratégias,

dimensionando recursos e medidas (indicadores) para as metas propostas e gerando ações

programadas. O sistema é periodicamente revisado, tornando-se um processo contínuo

(FERNANDES et al., 2003). De acordo com Silva (2003) esse sistema é capaz de desdobrar

os objetivos globais da organização em objetivos individuais, de forma que as pessoas

consigam buscar atingi-los, onde o foco está nos processos e não nos resultados. Campos

(1996) apresenta o Gerenciamento pelas Diretrizes como sendo formado por dois sistemas

conduzidos simultaneamente:

Gerenciamento Interfuncional - é o gerenciamento de responsabilidade da alta

administração, em nível de planejamento estratégico. Procura observar para o futuro

da empresa, e determina suas diretrizes (sua visão), e que são replicadas para todos os

níveis da organização, e são controladas através dos gerentes. Esses controles

procuram resolver dificuldades prioritárias da cúpula administrativa da empresa, por

meio do desdobramento das diretrizes e seu controle entre departamentos;

Gerenciamento Funcional - refere-se administração da rotina diária do trabalho, realiza

a manutenção e melhoria contínua das operações do cotidiano de uma empresa.

Discute os aspectos mais básicos ou rotineiros da operacionalização da atividade, é

capaz de determinar, conservar e melhorar padrões.

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Segundo Akao (1997), são 10 (dez) os passos para o processo de implementação do GPD:

Determinar um slogan para organização, uma política de qualidade e um plano de

promoção: O modelo inicia-se a partir do momento que a gerência define um slogan,

um propósito, uma missão ou uma visão gerencial que devem estar apoiados pela

política da qualidade e o plano de promoção do controle de qualidade;

Delinear estratégias gerenciais de longo e médio prazo: Baseia-se no desenvolvimento

de estratégias de rápida resposta às mudanças através de planos de médio e longo

prazo.

Coletar e analisar as informações;

Planejar as metas e os meios;

Estabelecer os itens de controle e preparar uma lista dos mesmos;

Desdobrar a diretriz: com o plano de diretrizes elaborado, desdobrar para as demais

áreas da empresa;

Desdobrar os itens de controle: os desdobramentos dos itens de controle estão

relacionados à elaboração da diretriz e do plano;

Implementar o plano de diretrizes: Não existe meios de prescrever uma forma de

implementação, esta deve surgir da cultura e dos propósitos da empresa;

Verificar os resultados da implementação: Acompanhamento;

Preparar o relatório de situação para implementação do Hoshin Kanri: O relatório de

situação relata o ciclo “PDCA” do desdobramento das diretrizes do ano corrente e

deve ser feito para cada trabalho, seção ou departamento e distribuído para os

envolvidos.

Observa-se que alguns estudiosos da área entendem que o Sistema de Gerenciamento por

Diretrizes (GPD) é uma evolução do Sistema de Administração por Objetivos (APO),

acompanhada de características positivas, como por exemplo: envolvimento dos funcionários

no desenvolvimento de estratégias através do consenso coletivo; desdobramento da estratégia

para as atividades realizadas pelos funcionários no nível operacional e avaliação dos

resultados através do processo de auto-avaliação ao contrário de metas (ROBERTS E

TENNANT, 2001, p.83).

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O Sistema de GPD proporciona melhores resultados em razão do destaque aos processos e a

elaboração e execução de um sistema de gerenciamento da qualidade total. Mas para Turrioni

(1999) a diferença básica entre estes dois sistemas esta no fato que o Sistema de GPD por

meio da análise do processo estabelece um plano de metas, enquanto que o Sistema de

Administração por Objetivos (APO) inicia o processo pela determinação das metas,

independente de qualquer análise anterior (FERNANDES; CASTRO; SILVA e TURRIONI,

2003).

2.3.4 Sink e Tuttle

O Modelo prescreve um vínculo com os objetivos estratégicos de uma organização, onde o

processo de medição permite identificar as necessidades de feedback, o que pode ser

melhorado e o que concentrar a atenção e onde colocar os recursos (LIMA e PONTE, 2006;

FREDERICO, 2008).

Segundo Sink e Tuttle (1993), os sistemas de medição de desempenho não estariam

relacionados à estratégia, e que as problemáticas de outros modelos seria a ausência de foco

nas medidas verdadeiramente essenciais. Aqueles autores apresentam um processo de

gerenciamento do desempenho, que sugere um modelo fundamentado em sete critérios de

desempenho:

A Eficácia de um sistema deve demonstrar a maneira pela qual o sistema realiza

aquilo a que se propôs, assim como refletir os objetivos corretos por ele alcançados. É

claro que o conceito de objetivo correto estará sempre dependente da interpretação,

critério, julgamento e percepção de pessoas ou grupo de pessoas. Todavia, a eficácia

pode ser entendida como sendo a realização efetiva das coisas corretas, pontualmente

e dentro dos requisitos de qualidade determinados.

A Eficiência necessariamente deve estar relacionada a consumo de recursos e pode ser

observada no lado referente aos inputs. Um conceito operacional para a eficiência

pode ser constituída pela relação entre consumo previsto de recursos e consumo

efetivo de recursos. Se maior que (1) um então o sistema foi mais eficiente do que se

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esperava, uma vez que consumiu menos recursos do que o previsto; se menor que um,

o sistema foi menos eficiente.

A Produtividade na visão do modelo significa uma relação entre os resultados gerados

pelo sistema e os recursos que propiciaram a geração desses resultados. O conceito da

produtividade como um importante parâmetro de desempenho pode ser ampliado, uma

vez que incorpora os conceitos de eficácia, eficiência e qualidade;

A Qualidade como parâmetro de desempenho é mais prolixa no sistema

organizacional em razão de sua relevância em todos os estágios de gerenciamento do

sistema. O parâmetro de desempenho qualidade deve ser determinado

operacionalmente com pelo menos cinco pontos de verificação;

A Qualidade de vida no trabalho enfoca um aspecto peculiar do processo de

transformação e, é caracterizado pelas pessoas que formam o sistema organizacional.

Na visão estrutural para a definição operacional do parâmetro, nota-se que o mesmo

tem relações com o terceiro ponto de verificação de qualidade, onde o sistema constrói

a qualidade do produto ou do serviço;

A Criatividade e/ou Inovação é um parâmetro de desempenho que mantém relações

com o terceiro ponto de verificação de qualidade. A inovação pode ser percebida

como um processo criativo capaz de modificar aquilo que o sistema organizacional faz

e, também, da forma como o faz;

A Lucratividade é proposta como sendo a relação existente entre o resultado

financeiro alcançado pelo sistema organizacional e os custos que propiciaram alcançá-

lo. A lucratividade é, no entanto, diferenciada da orçamentalidade, em razão da

primeira estar associada aos centros de lucros e definida como uma medida ou

conjunto de medidas que relacionam receitas com custos.

De acordo com Schmidt, Santos e Martins (2006), o sistema é constituído como um sistema

de feedback em ciclo fechado, formado por sete etapas, sendo delineado para visualizar a

organização do futuro, que tem o obrigação de perpetuar, crescer e concorrer através da

progresso dos níveis de desempenho. Observa-se que a medição do desempenho tem como

intuito aprimorar a variação do desempenho com relação aos padrões de comportamento pré-

estabelecidos, verificando as diferenças e realizando as correções. Nota-se que este sistema

descreve um elo com os objetivos estratégicos de uma empresa.

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51

Tal afirmativa deve ser considerada mesmo diante das inter-relações complexas e dinâmicas

que serão encontradas para o desenvolvimento da melhoria contínua da performance. Fica

aqui evidenciado que gerenciar a performance pressupõe estabelecer e elaborar um

planejamento que os autores denominam de processo de planejamento em oito etapas,

denominado Processo de Planejamento para a Melhoria da Performance (PPMP).

Destaca-se que esse processo de planejamento foi desenvolvido para ajudar a desenvolver a

etapa de melhoria de performance de um plano estratégico organizacional, contudo existe

uma clara conexão entre os dois planos. Percebe-se que há etapa 7 (sete) do PPMP, medição

e avaliação, induz ao desenvolvimento de sistemas para determinar o impacto dos esforços de

implantação dos planos de melhoria da performance. Neste ponto, os autores fazem uso de

modelos de sistemas gerenciais, idealizados por Hasrold Kursdedt em 1985. Nota-se que os

autores fazem uma adaptação do modelo criando, assim, o modelo de Análise de Sistemas

Gerenciais (ASG) em cinco etapas com a finalidade de objetivar especificamente a medição e

melhoria da performance ASG, onde foi possível estabelecer interfaces entre os três principais

componentes do sistema original de Kursdedt:

Interface entre decisão e ação – entre quem gerencia (gerente/equipe gerencial) e

aquilo que é gerenciado (o sistema organizacional);

Interface entre representação e percepção – entre as ferramentas (armazenamento e

recuperação de dados, modelos de processamento, técnicas, heurísticas, etc...) e quem

gerencia; e,

Interface entre medição e dados – entre o que é gerenciado e as ferramentas usadas

para converter dados em informações.

Portanto, esse processo detalha o planejamento de melhoria da performance, enquanto a

análise de sistemas gerenciais detalha a medição. No processo PPMP, o enfoque é no

desenvolvimento do plano; no outro, a Análise de Sistemas Gerenciais (ASG), o enfoque é no

desenvolvimento de sistemas de medição. No entanto, cada processo contém o outro

embutido. A Análise de Sistemas Gerenciais (ASG) é simplesmente um instrumento de

estruturação para contribuir no processo de desenvolvimento sistemático de sistemas de

medição. Tem como objetivo principal assegurar que não sejam desenvolvidos sistemas de

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medição sem planejamento e, também, que os sistemas de medição incorporem aspectos

estratégicos com um equilíbrio entre orientação para controle e orientação para melhoria

(SINK e TUTTLE, 1993, p.90).

Assim, a partir dos 2 (dois) modelos conceituais - a ASG e o PPMP- etapas 3 e 7,

respectivamente, desenvolve-se um sistema de medição, que pode ser esboçado através de um

modelo de fluxo de processo a metodologia básica de medição. Está metodologia de

mensuração possibilita identificação das necessidades de feedback, o que pode ser

aperfeiçoado, onde dirigir a atenção e onde empregar recursos.

2.3.5 Quantum

O modelo Quantum foi desenvolvido por Hronec (1994), este modelo propõe a medição do

desempenho como uma maneira de adequar benefícios a uma empresa. De acordo com aquele

autor esta mensuração procura elevar a satisfação dos clientes, desenvolve uma metodologia

de governo do processo, adequando a melhoria contínua. Nota-se que este modelo emprega o

benchmarking para se valer das melhores práticas e modifica o padrão de comportamento do

ser humano nas organizações, excitando as mudanças e transformações. Segundo o modelo

proposto, existem dois tipos de medidas de desempenho que possibilitam a obtenção da

qualidade, uma vez que a organização precisa manter um balanceamento certo entre output e

medidas do processo – medidas do output para manter o escore e medidas do processo para

induzir a melhoria.

Esse modelo fundamentado na procura do monitoramento dos processos, satisfação dos

clientes, benchmarking e processo de mudanças, baseando-se em três dimensões como:

qualidade, tempo e custo. Percebe-se que o relacionamento entre elas possibilitaria a

satisfação correspondente ao valor e o atendimento às expectativas do cliente no que tange a

excelência nos serviços. Para aquele autor, as dimensões do modelo Quantum podem ser

citadas por uma matriz e são divididos em três níveis: organização, processo e pessoas

(MÜLLER, 2003; SCHMIDT, SANTOS e MARTINS, 2006; ROCHA e ROCHA, 2006).

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A partir da matriz, esse sistema propõe a construção do modelo Quantum a partir de quatro

elementos. Os Geradores: a estratégia causa a necessidade de mensuração do desempenho,

levando em consideração o ambiente onde a empresa compete; Os Facilitadores: são os

responsáveis por proporcionar as transformações e implantação do modelo. Esses elementos

seriam: a comunicação, o treinamento, as recompensas e o benchmarking; O Processo: faz

parte do modelo pelo enfoque em padrões de desempenho, nos processos operacionais e

administrativos, nos processos de output nas atividades chave e medidas de implementação; e

A Melhoria Contínua: desempenha o feedback da implementação e das medidas de

desempenho utilizadas pela administração para corrigir a estratégia, as metas e as medidas do

processo da organização, fazendo com que a medição de desempenho seja um processo não

um evento (HRONEC, 1994).

De acordo com Müller (2003) os pressupostos do modelo Quantum são fundamentados em

três aspectos: O Custo: Quantifica o lado econômico da excelência; A Qualidade: Excelência

do produto ou serviço; e, O Tempo: Excelência do processo. Para Rocha e Rocha (2006), o

sistema Quantum proporciona algumas similaridades ao BSC, tais como: as metas que são

criadas apartir da estratégia da empresa, os indicadores fundamentados nos processos críticos

e o consecutivo adequação nas estratégias. Neste sentido, Schmidt, Santos e Martins (2006,

p.110), apontam que: “uma empresa que for competitiva em custo e qualidade apresenta um

bom nível de serviço aos seus clientes.

O relacionamento entre as três categorias de medidas é visto da seguinte forma: quando os

clientes recebem um produto de alta qualidade – que atende e excede suas expectativas – a um

custo bastante razoável ou baixo, eles estão recebendo um alto valor. Assim o relacionamento

entre custo e qualidade corresponde a “valor” para os clientes; quando recebem um produto

de alta qualidade – que atende e excede suas expectativas – muito rapidamente, crêem estar

recebendo um alto nível de serviço.

Analogamente, o relacionamento entre a qualidade e o tempo é de “serviço”. O SMD fornece

a estrutura para desenvolver, implementar e utilizar as medidas, encorajando a comunicação

durante o processo (MÜLLER, 2003; SCHMIDT, SANTOS e MARTINS, 2006; ROCHA e

ROCHA, 2006).

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2.3.6 Skandia Navigator

O Skandia Navigator surgiu em 1995 na Suécia como resultado do grupo de estudos, liderado

por Leif Edvinsson, sobre de que forma identificar, mensurar, monitorar e gerenciar os

componentes do Capital Intelectual (CI). Segundo Xavier (1998, p.9) “Capital Intelectual é o

conjunto dos conhecimentos e informações possuídos por uma pessoa ou instituição e

colocado ativamente a serviço da realização de objetivos econômicos”. O objetivo do Skandia

Navigator é orientar a mensuração do desempenho na organização e se tornou uma das

forças-motrizes no movimento do capital intelectual, pois permitiria identificar os resultados

para a empresa, decorrentes de uma estratégia baseada na criação de conhecimento

(HOURNEAUX JR., 2005; JAEGER e QUANDT, 2007).

De acordo com o Financial Accounting Standards Board (FASB) o capital intelectual pode

ser determinado de duas formas: a) Ativos intangíveis combinados que permitem a

companhia funcionar e manter uma vantagem competitiva. b) A diferença entre o valor real

de mercado da companhia e o valor real de mercado dos ativos intangíveis menos passivos da

companhia. Neste sentido Wen (2009) define que para obter uma vantagem competitiva na

Era da Informação as organizações devem criar estratégias para gerenciar o conhecimento de

forma a expandi-lo, disseminá-lo e explorá-lo efetivamente.

Edvinsson e Malone (1998) desenvolveram conjuntamente com o grupo da Skandia, 3 (três)

conclusões capitais sobre o Capital Intelectual (CI): a) O Capital Intelectual constitui

informação suplementar e não subordinada às informações financeiras; b) O Capital

Intelectual é um capital não-financeiro, e representa a lacuna oculta entre o valor de mercado

e o valor contábil; c) O Capital Intelectual é um passivo e não um ativo. Destaca-se que o

Intellectual Capital Measurements Group (ICMGroup), é um grupo criado especificamente

para desenvolver conhecimento a respeito do capital intelectual, e concebe uma definição

mais concisa, expondo que o “Capital Intelectual é conhecimento que pode ser convertido em

renda” (ICMGroup, 2004).

A empresa Skandia opera no segmento de seguros e serviços financeiros e foi à primeira

organização a divulgar um relatório público sobre Capital Intelectual (CI), chamado de

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Visualizing Intellectual Capital (VIC). Os autores asseguraram que o Skandia Navigator,

através da definição da visão e de sua estratégia empresarial conseguem maximizar os

pressupostos críticos de sucesso. Esses pressupostos podem ser reunidos em cinco áreas de

foco: financeiro; cliente; processo; renovação e desenvolvimento; e humano. Eles apontam

que essas são as áreas nas quais uma organização foca sua atenção, e que da interação entre os

focos emerge o valor de seu Capital Intelectual (CI) na esfera de seu ambiente de competição.

Para cada área de foco são definidos indicadores de desempenho, por exemplo: receita

resultante da atuação em novos negócios, participação de mercado (%), duração média de

relacionamento com o cliente e (%) horas de treinamento.

Foco Financeiro - As informações financeiras preliminares, situados na base do

sistema;

Foco Cliente - descrevem sucintamente á respeito da evolução do perfil do cliente, ao

longo dos anos;

Foco Processo - admitem o papel da tecnologia como base para a concepção de valor

global em uma organização;

Foco Renovação e Desenvolvimento - o foco na renovação e desenvolvimento procura

a projeção do futuro imediato, “estabelecendo o que a empresa está realizando no

presente a fim de preparar-se adequadamente para captar oportunidades futuras”.

Foco Humano - Miller e Wurzburg (1995) assinalam “três barreiras substanciais que

bloqueiam o caminho a iniciativas mais eficazes de se medir e avaliar recursos

humanos em atividades econômicas que exijam melhores conhecimentos e

habilidades”.

Desta forma, após o estabelecimento dos indicadores de cada foco é estabelecida a equação do

capital intelectual. Enquanto “C”, representando o capital intelectual, que ressalta “o

compromisso de uma empresa em relação ao futuro, a variável “i” alicerça esse compromisso

no desempenho atual (EDVINSSON e MALONE, 1998). Desta forma, após a investigação

feita em cada um dos cinco focos componentes do Skandia Navigator, faz-se necessário

determinar um agrupamento de indicadores de desempenho (HOURNEAUX JR., 2005;

JAEGER e QUANDT, 2007).

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Foco Financeiro: Receita/funcionário ($); Receita operacional líquida ($);

Investimentos em TI ($), e Tempo dedicado aos clientes/número de horas trabalhadas

pelos funcionários (%);

Foco no Cliente: Participação de mercado (%); Índice de ociosidade (%); Número de

contratos, e Número de contratos/funcionários;

Foco no Processo: Despesas administrativas/receita total; Equipamentos de

informática adquiridos ($), e Tempo de processamento de pagamento a terceiros;

Foco de Renovação e Desenvolvimento: Despesas de Marketing/Cliente ($);

Porcentagem das horas de treinamento (%); Porcentagem das horas de

desenvolvimento (%), e Recursos investidos em P&D/investimento total (%);

Foco Humano: Índice de Motivação (%); Número de empregados; Rotatividade de

empregados (%), e Número médio de anos de trabalho com a empresa (MARINHO,

2006).

Conforme Antunes (1997; 2000, p.97) comenta, a combinação dessas áreas de foco resultou

em um relatório diferente, uma vez que elas assinalam para vários aspectos que dão um

caráter dinâmico, por isso o relatório foi chamado de Navigator. E por fim, para cada um dos

cinco focos foram determinados vários indicadores para avaliar o seu desempenho

(HOURNEAUX JR., 2005; JAEGER e QUANDT, 2007).

2.3.7 Total Quality Management (TQM)

Para Feigenbaum (1987), Total Quality Management (TQM) ou Controle da Qualidade Total

é um sistema ativo para unificar as energias dos diversos grupos dentro de uma empresa, seja

no desenvolvimento, sustentação e aprimoramento da qualidade, de uma forma que capacite o

marketing, engenharia, produção e serviços com os melhores índices econômicos que

comportem a satisfação completa do cliente.

Já Juran e Gryna (1988) apontam a qualidade como sendo aquela peculiaridade dos produtos e

serviços que atendam às necessidades dos clientes, colaborando para a satisfação com o

produto. Entende-se por produto como o fruto de qualquer processo que origina um bem

físico ou um serviço. De acordo com Campos (1992, p.15), a Qualidade Total é o objetivo

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fim de qualquer organização humana, a “satisfação das necessidades de todas as pessoas”.

Esse mesmo autor ainda ressalta o TQM como sendo “[...] é o controle exercido por todas as

pessoas para a satisfação das necessidades de todas as pessoas”.

Neste sentido, Marshall Junior (2004, p. 34) ressalta que o TQM, onde “[...] a cultura da

organização é definida pela busca constante da satisfação do cliente através de um sistema

integrado de ferramentas, técnicas e treinamento.” Onde se observa que o emprego dessas

ferramentas e técnicas resulta em melhoria contínua dos processos organizacionais e produtos

e serviços de alta qualidade (MONACO E MELLO, 2007, p.13).

Segundo Corrêa e Corrêa (2005, p.119), a qualidade apresenta-se em um preâmbulo composto

em três divisões:

Planejamento da qualidade: é o processo de estabelecer os objetivos para a qualidade e

desenvolver os planos para atingir esses objetivos;

Controle da qualidade: é o processo contínuo usado pelo pessoal operacional como

meio para atingir os objetivos planejados. Consiste em três passos: (1) avaliar o

desempenho operacional atual, (2) compará-lo com os objetivos e (3) agir nas

diferenças; e

Melhoramento da qualidade: este terceiro membro do tripé tem o objetivo de melhorar

os níveis atuais de desempenho da qualidade.

Traduzido e adotado no Brasil pelo Professor Vicente Falconi Campos, o modelo de sistema

de medição de desempenho fundamentado no TQM adota a idéia do gerenciamento pelos

pressupostos, onde, através do gerenciamento interfuncional, a estratégia é estendida a todos

os níveis organizacionais e o gerenciamento funcional é exercido pelo gerenciamento da

rotina (daily work routine management). O gerenciamento da rotina do trabalho diário

converte uma unidade gerencial simples em uma pequena organização, onde o líder do setor é

o Presidente, fazendo com que as hierarquias superiores se preocupem mais com o processo

estratégico e decisório.

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O padrão originário do TQM constrói uma sistematização para o estabelecimento dos

componentes de controle e verificação. Segundo aquele autor esses são designados os

indicadores do modelo sustentado na Qualidade Total, onde itens de controle são

identificadores numéricos que refletem os efeitos (resultados), e itens de verificação são

indicadores numéricos que espelham as causas (meios) de cada processo, buscando avaliar a

qualidade total, permitindo que o resultado seja gerenciado através de ações sobre os meios

(MAXIMIANO, 2000; BALLESTERO-ALVAREZ, 2001; MÜLLER, 2003 e MARSHALL

JUNIOR, 2004).

2.3.8 Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ)

Busca promover amplo entendimento dos requisitos para alcançar a excelência do

desempenho e a melhoria da competitividade e fomentar um abrangente intercâmbio de

informações sobre métodos e sistemas de gestão que alcançaram sucesso e sobre os benefícios

decorrentes da utilização dessas estratégias (MÜLLER, 2003; GOLDSZMIDT e PROFETA,

2004).

O modelo do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) foi desenvolvido em 1992, e fundamenta-

se no modelo americano do Prêmio Malcolm Baldrige National Quality Award (MBNQA).

Com a sua evolução, o PNQ deu origem em 2005 ao Modelo de Excelência da Gestão

(MEG). O MEG atende aos pressupostos sistêmicos, ou seja, constitui uma orientação

associada e independente, onde, diversos componentes da organização e as partes interessadas

interagem de maneira equilibrada em razão de estratégias e resultados recíprocos definidos.

Destaca-se que a utilização dos fundamentos da excelência não acontece de forma linear e

mecanicista (MÜLLER, 2003).

Os fundamentos quando aplicados por completo estão internalizados na cultura e presentes

em cada atividade da empresa. Isso, no entanto não denota que não seja conexo criar um

método para desdobrar de forma lógica e coerente os fundamentos em requisitos

organizacionais, é isso que é feito na construção do MEG. Desta forma o MEG aceita que os

diversos componentes de uma organização possam ser avaliados em conjunto de maneira

independente e complementar. O MEG baseia-se em um conjunto de fundamentos (Quadro 4)

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que expressam conceitos modernos que se mostram em práticas encontradas em organizações

de elevada performance global (GOLDSZMIDT e PROFETA, 2004).

Pensamento

Sistêmico

Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma

organização, bem como entre a organização e o ambiente externo.

Aprendizado

Organizacional

Busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio da

percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências.

Cultura de

inovação

Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação

de novas idéias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização.

Liderança e

Constância de

Propósitos

Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando

ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à

proteção dos interesses das partes interessadas.

Orientação por

Processos e

Informações

Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que

agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e execução

de ações deve ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em

consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados.

Visão de Futuro Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente

externo no curto e no longo prazo, visando a sua perenização.

Geração de Valor Alcance de resultados consistentes, assegurando a perenidade da organização pelo

aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes

interessadas.

Valorização das

Pessoas

Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condições para que elas se

realizem profissionalmente e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do

comprometimento, desenvolvimento de competências e espaço para empreender.

Conhecimento

sobre

o Cliente e

Mercado

Conhecimento e entendimento do cliente e do mercado, visando à criação de valor de

forma sustentada para o cliente e, conseqüentemente, gerando maior competitividade

nos mercados.

Desenvolvimento

de

Parcerias

Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena

utilização das competências essenciais de cada uma, objetivando benefícios para ambas

as partes.

Responsabilidade

Social

Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os

públicos com os quais ela se relaciona, estando voltada para o desenvolvimento

sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações

futuras; respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais

como parte integrante da estratégia da organização.

Quadro 5: Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão

Fonte: FNQ (2007).

Os fundamentos da excelência espelham valores reconhecidos internacionalmente, e as suas

principais fontes de referências são o Baldrige National Quality Program, a European

Foundation for Quality Management e a International Organization for Standardization

(FNQ, 2007). Esses fundamentos da excelência quando adotados trazem melhorias para os

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processos e produtos, redução de custos e aumento da produtividade para a organização,

tornando-a mais competitiva. Além disso, potencializam a credibilidade da empresa e o

reconhecimento público, aumentando o valor do empreendimento. A organização que adota

enfoques de excelência ajusta-se mais facilmente às transformações e tem mais condições de

atingir e manter uma performance de Classe Mundial (MÜLLER, 2003).

Assim, com os pressupostos de excelência instituídos e conceituados o MEG deve

transformá-los em critérios que permitam determinar os elementos imprescindíveis que

devem estar presentes nos modelos de gestão das organizações, para que se possa por em

prática e na íntegra os fundamentos deste modelo de excelência. Desta forma, nota-se que

para se adotar parte do fundamento liderança e constância de propósitos, por exemplo, o MEG

possui uma condição “de que forma a direção interage com as partes interessadas,

demonstrando comprometimento e procurando oportunidades para a organização” (FNQ,

2006).

A estrutura do MEG também deve conter componentes que comportem mensurar em que

níveis seus requisitos estão sendo atendidos pelo sistema de gestão. Esses elementos são

denominados de Fatores de Avaliação, sendo que sete dos dez existentes avaliam o

atendimento dos requisitos relacionados às práticas de gestão (Critérios de Excelência de 1 a

7) e um para mensurar os resultados decorrentes destas práticas (Critério 8). Nota-se que o

conceito do MEG é que os diversos elementos do modelo localizam-se incutidos em um

ambiente de informações e conhecimento, relacionando-se de uma forma harmônica e

integrada, voltando-se para produção de resultados.

Cabe destacar que o Modelo de Excelência da Gestão acompanha uma característica e fluxo

contínuo, empregando conceitos do ciclo PDCL - plan, do, check and learn. O MEG é um

modelo de gestão que representa um sistema de medição de desempenho fundamentado nas

perspectivas concebidas pelos critérios de excelência, contribuindo na viabilização das

práticas de gestão, através da averiguação e avaliação ante os padrões determinados, buscando

o constante progresso e o aprendizado organizacional continuado de uma empresa (MÜLLER,

2003).

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2.3.9 Performance Prism

O modelo Performance Prism é um o modelo diante da observação de que as muitas

sistemáticas ou metodologias de mensuração do desempenho têm um contexto único, todavia

elas têm o mesmo propósito, que é medir o desempenho. Ressalta-se que o intuito do modelo

Performance Prism é atender a todos os Stakeholders da organização (NEELY; ADAMS e

KENNERLY, 2002).

Observa-se que analisar as interações organizacionais com os principais interessados e as suas

relações com as estratégias, processos e competências pode ser uma maneira de elevar e

aprimorar a performance da empresa. Dependendo do contexto do negócio, os Stakeholders

podem ser os clientes externos, internos, agências regulatórias, acionistas e entre outros.

Ressalta-se que a consideração de todos os Stakeholders envolvidos na empresa deve ser

realizada, de tal forma que, caso algum deles não seja lembrado no sistema de gestão e

avaliação, as resultados poderiam ser desastrosos para empresa. Segundo ele, “Nosso negócio

é criar valor para os nossos Stakeholders; nosso primeiro trabalho é conhecer quem são

nossos Stakeholders e o que eles valorizam em nosso desempenho” (FROST, 2000, p.31-32).

O Performance Prism é estruturado com base nos relacionamentos das organizações com seus

diversos Stakeholders dentro dos seus ambientes de competição. Conforme aqueles autores,

na estrutura do Performance Prism, a satisfação dos Stakeholders, assim como as suas

contribuições, agem no centro pela busca do sucesso de uma empresa, ou seja, não obstante as

perspectivas de processos, estratégias e competências estejam envolvidas e estarão servindo

de alicerces para a satisfação dos Stakeholders ou receptoras das contribuições dos mesmos,

eles são o foco do Performance Prism (ADAMS e NELLY, 2006).

Nota-se que o Balanced Scorecard analisa apenas três Stakeholders, investidores, clientes e

empregados, enquanto que o modelo Performance Prism considera empregados,

fornecedores, intermediários, regulamentadores e comunidade. Nota-se que de uma forma

única, o modelo proposto por aqueles autores avalia a satisfação e a contribuição dos

Stakeholders. Observa-se também o fato deste modelo resultar da estratégia para os processos

e então não esconder as competências, o Performance Prism “alcança a abrangência e a

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visualiza num ângulo ampliado, em outros negócios, que está faltando desempenho na

estrutura de medição” (FREDERICO, 2008, p.96).

Nota-se que cada um dos cinco aspectos do Performance Prism significa uma área-chave, e

que define o sucesso, onde o valor absorvido por cada aspectos vai depender dos objetivos

estratégicos determinados. Por exemplo: diminuição de custos, elevação da marca, sinergias

com pesquisas, entre outras mais. Segundo Adams e Neely (2006), as questões essenciais e

que devem ser relevadas ao definir o Performance Prism são:

Quem são nossos Stakeholders-chave e o que eles querem e necessitam?

Quais estratégias nós estamos exercendo para satisfazer suas vontades e necessidades?

Quais processos nós precisamos para colocá-las em práticas e alcançar essas

estratégias?

Quais competências são necessárias para operar e aumentar esses processos?

O que nós queremos e necessitamos dos Stakeholders para manter e desenvolver essas

competências?

Desta forma, o modelo Performance Prism objetiva um amplo espectro nos Stakeholders

abrangidos no ambiente de uma empresa, através de cinco perspectivas, considerando-se a

satisfação dos Stakeholders e sua contribuição, e derivando-se os objetivos a partir da

estratégia para os processos e mensurando-se as competências intrínsecos para suportá-los.

2.3.10 Balanced Scorecard

O BSC foi criado em 1992 por Kaplan e Norton. Os autores conceituam o Balanced

Scorecard como “um conjunto de indicadores que proporcionam aos gerentes uma visão

rápida, embora abrangente, de toda a empresa”. O objetivo do Balanced Scorecard é o

alinhamento do planejamento estratégico com as ações que levarão ao alcance dos objetivos

estratégicos. Os autores consideram ainda que “o Balanced Scorecard é, para os executivos,

uma ferramenta completa que traduz a visão e a estratégia da empresa num conjunto coerente

de medidas de desempenho” (KAPLAN e NORTON 1997, p.24).

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O Balanced Scorecard é um sistema de desdobramento da estratégia e avaliação de

desempenho que objetiva alinhar as atividades da empresa nos vários níveis com sua

estratégia (GOMES; MÜLLER e KLIEMANN NETO, 2001). O Balanced Scorecard

complementa o planejamento estratégico à medida que reflete a missão e as estratégias da

organização em um agrupamento de indicadores de desempenho estruturados numa relação de

causa e efeito, que serve de alicerce para um sistema de medição e gestão estratégica,

possibilitando, assim, a implantação, o acompanhamento e a avaliação das estratégias

organizacionais (GALAS e PONTES, 2006).

Os indicadores do Balanced Scorecard, além de servirem para articular a estratégia da

organização, são adotados também para informar a estratégia a toda à organização, e para

auxiliar a alinhar iniciativas individuais, organizacionais e interdepartamentais, procurando

alcançar um objetivo comum. O BSC é um sistema de gestão estratégica que provém de um

processo top-down, oriundo da missão e da estratégia da organização (KAPLAN e NORTON,

1997). Conforme González (2009), o Balanced Scorecard é um modelo gerencial que,

fundamentado na integração das perspectivas de uma empresa e de seus processos, pretende

traduzir a estratégia organizacional nas ações concretas.

De acordo com Miyashita e Soares (2004), o BSC tem como objetivo principal fazer com que

os colaboradores de todos os níveis hierárquicos da empresa sejam capazes de entender e

implementar as estratégias da organização com base em indicadores de resultados.

Segundo Kaplan e Norton (1997) o BSC possui quatro perspectivas que “equilibram os

objetivos de curto e longo prazos, os resultados desejados e os vetores do desempenho desses

resultados, as medidas objetivas concretas e as medidas subjetivas imprecisas”. Essas

perspectivas são:

Financeira: as medidas financeiras têm sua relevância na competência de sintetizar as

consequências econômicas imediatas de ações concluídas.

Clientes: na perspectiva dos clientes do Balanced Scorecard, as empresas identificam

os segmentos de clientes e mercado nos quais desejam competir.

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Processos Internos: os processos mais relevantes para a realização dos objetivos dos

clientes e acionistas são identificados pelos executivos para a perspectiva dos

processos internos da organização.

Aprendizado e Crescimento: Esta perspectiva tem em vista desenvolver medidas para

que as organizações alcancem o aprendizado e o crescimento organizacional.

Nota-se que as quatro perspectivas se relacionam umas com as outras numa relação de causa e

efeito, e podem ser observadas através do mapa estratégico. É imprescindível que os

programas estratégicos sejam gerenciados para que o cumprimento da estratégia aconteça de

forma ativa, e amparada através de um mapa estratégico que forneça uma descrição completa

de como se cria valor para o negócio em relação às quatro perspectivas. Com base nos

indicadores é possível que a empresa observe seu crescimento, e também poderá avaliar

continuamente seus investimentos de impacto social com a utilização do BSC, e identificar o

que deve melhorar.

Segundo Popadiuk et al. (2006), os indicadores de desempenho mais adequados para

mensuração dos resultados são aqueles que medem a agregação de valor, sendo que, esse é o

maior objetivo dos acionistas. Para Kaplan e Norton (1997), o BSC centraliza a estratégia, e

também fornece aos gestores a informação necessária para decisões criadoras de valor,

traduzindo visões e estratégias em objetivos. Considera-se o BSC uma ferramenta com

potencial valioso como gestão estratégica que ajuda as empresas a focalizarem a criação de

valor para o acionista (EPSTEIN, 1997).

Resumidamente apresentam-se indicadores das quatro perspectivas do BSC. Na perspectiva

financeira, tem-se o ROI (Return On Investiment); valor econômico agregado; lucratividade;

aumento/mix de receitas e produtividade de custos. Na perspectiva dos clientes podem-se

considerar indicadores que apontem a satisfação; retenção; Market Share; participação de

contas e novos clientes. Na perspectiva interna consideram-se indicadores sobre a qualidade,

tempo de resposta, custo e lançamento de novos produtos. Na perspectiva aprendizagem e

crescimento definem-se indicadores para medir a satisfação dos colaboradores e a

disponibilidade dos sistemas de informação. Nesse contexto, segundo sem o sistema de

mensuração de desempenho os executivos não desenvolviam com eficácia seus ativos

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intangíveis, assim, perdiam muitas oportunidades para criação de valor. O período de

definição dos indicadores financeiros é necessário que os administradores definam

indicadores para relacionarem a maximização da receita com a utilização do capital investido

(KAPLAN e NORTON, 2004).

O EVA (Economic Value Added) é uma das ferramentas indicadas pelos autores para medir o

desempenho de criação de valor na perspectiva financeira do BSC. Se o EVA for eficiente, ele

torna o BSC mais poderoso na criação de valor (EPSTEIN, 1997). Infere-se que o EVA foi

desenvolvido para que os gestores no momento da tomada de decisão tenham claro que o

objetivo financeiro, primordial de qualquer companhia é maximizar a riqueza de seus

acionistas e que o valor da companhia depende da extensão do que os investidores esperam

como retorno futuro: exceder o capital. Dessa maneira o EVA demonstra para os acionistas o

valor criado por uma organização durante um determinado período (CARVALHO, 1999).

De acordo com Ruy e Martins (2006), o Balanced Scorecard vem sendo muito debatido na

literatura acadêmica, através de estudos e publicações de artigos em congressos e periódicos,

em que são apresentados pontos enunciados pelos pesquisadores sobre a realidade observada

em processos de implantação do BSC. O sistema vem notarizando-se de uma maneira ímpar

no universo de trabalhos científicos. Segundo eles, isso é resultado de uma elevada

propagação do BSC em empresas de diversos setores da economia brasileira e mundial.

Continuando, apresentam-se alguns estudos realizados sobre o BSC em pequenas e médias

empresas: Teixeira; Dalmácio e Pinto (2005); Barbosa Junior; Libonati e Rodrigues (2006);

Watts; McNair e Baard (2009) e Rocha; Beuren e Hein (2010).

Teixeira; Dalmácio e Pinto (2005) pesquisaram os efeitos da implantação do BSC nos

relatórios publicados da CST. Consideraram dois momentos: no primeiro, verificaram se os

objetivos e indicadores das perspectivas da empresa seriam encontrados nos relatórios. No

segundo, realizaram uma comparação entre os relatórios anuais, o balanço social e o balanço

ambiental da empresa, publicados no período de 1997 a 2003. Constataram um aumento do

disclosure da informação divulgada em 2003 pela CST, além de um aumento do conteúdo

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prospectivo dessa informação. Ressaltaram que a influência do BSC é observada quando

apresenta o aumento do conteúdo prospectivo.

Barbosa Junior; Libonati e Rodrigues (2006) descreveram os impactos nos indicadores

financeiros de empresas brasileiras após a implantação do BSC. Os resultados mostram que o

BSC exerce influências distintas sobre os indicadores de cada empresa, principalmente,

quando se compara indicadores do mesmo tipo pertencentes a empresas diferentes.

Ressaltaram que, com base nas análises estatísticas, não se pode afirmar que a implantação do

BSC proporcionou impacto positivo nos indicadores das empresas, sendo que com tal teste só

comprovaram impacto no indicador de Margem Bruta de uma delas.

Watts; McNair e Baard (2009) elaboraram um estudo em pequenas empresas, propondo um

modelo hibrido de medição de desempenho específico para pequenas empresas. O estudo

identificou às dimensões de desempenho aplicável as pequenas empresas; desenvolveu um

modelo, o Global Performance Management System (GPMS), e elaborou uma abordagem

pró-ativa para a melhoria contínua por pequenas empresas, fazendo um Performance

Management System (PMS) baseado em informação disponível e utilizável na tomada de

decisão e planejamento. O resultado do estudo foi um modelo de controle que pode ser

adaptado a qualquer organização. Esta medição do desempenho Pirâmide para Pequenas

Empresas (PMPSB - Performance Measurement Pyramid for Small Business) é uma

contração do GPMS, refletindo unicamente as necessidades das pequenas empresas.

Rocha; Beuren e Hein, (2010) procuraram em seu estudo verificar se há diferença de impacto

na rentabilidade de empresas que utilizam indicadores de desempenho financeiros e não

financeiros conforme proposto no BSC e de empresas que somente utilizam indicadores de

desempenho financeiros. Os resultados demonstram a importância das empresas investirem

nas pessoas, já que a média dos indicadores da perspectiva aprendizado e crescimento foi

menor na maioria dos casos antes da implantação do BSC do que após a sua implantação na

empresa. No que se refere ao objetivo do estudo, ainda que as evidências não sejam plenas, já

que em vários indicadores não foi constatada correlação, concluíram que há diferença de

impacto na rentabilidade de empresas que utilizam indicadores de desempenho financeiros e

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67

não financeiros conforme o BSC e de empresas que somente adotam indicadores de

desempenho financeiros.

2.3.10.1 Limitações e Críticas ao Balanced Scorecard.

Observou-se através dos estudos do BSC algumas considerações e críticas relativas à

implementação e adoção do modelo.

No âmbito Nacional:

Autor Críticas

Attadia;

Canavarolo e

Martins (2003)

A razão de o BSC ter sido criado em um contexto prescritivo de estratégia

restringe-o enquanto um Sistema de Gestão do Desempenho, pois os aspectos

relacionados à visão descritiva como o empreendedorismo, o jogo do poder,

a influência da cultura, a importância da liderança e o próprio lado emergente

das estratégias são pouco explorados;

Falhas existentes na configuração: falta de detalhamento relacionado ao

processo de elaboração das medidas de desempenho; de especificação de

como os dados devem ser coletados na empresa; de perspectiva de

acompanhamento do ambiente externo e da ausência de informação a

respeito do processo cognitivo de formulação da estratégia;

Falhas de gestão que impedem a implementação do BSC, e estariam

relacionadas às quatro fases de implementação: tradução da visão,

comunicação e ligação da estratégia, planejamento do negócio e feedback e

aprendizado.

Pessanha (2004) Identificou que elas se desviavam dos pressupostos do BSC, principalmente

no que se referia à “definição dos objetivos e medidas”;

Em relação à “definição das estratégias e planos”, as medidas comuns,

geralmente financeiras, foram consideradas as mais importantes pela alta

administração quando da avaliação do desempenho;

No que se refere ao “estabelecimento de metas”, notaram papel predominante

do processo orçamentário de curto prazo, conforme decisão dos acionistas.

Prieto et al.

(2006)

93% dos fatores críticos para o sucesso da implementação do Balanced

Scorecard referem-se à falta de comprometimento da alta administração;

Entre as situações críticas apontadas pelas empresas de consultorias e pelas

empresas usuárias, destacaram-se as discussões não claras e pouco

freqüentes; quatro perspectivas não balanceadas; o BSC como único evento e

não como um processo contínuo, e a não divisão dos papéis e

responsabilidades.

Continua

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68

Autor Críticas

Souza; Ferreira

e Gosling

(2008)

As relações de causa e efeito dos indicadores unidirecionais e

demasiadamente simplistas, não há separação entre causa e efeito no tempo;

não existem mecanismos matemáticos – estatísticos para validação dos

resultados; o vínculo entre estratégia e operação é ineficiente em virtude dos

desvios apresentados e ausência de uma base histórica suficiente para análise

de um indicador, gerando conclusões imprecisas;

Acreditam que o simples fato da manipulação de indicadores ineficientes e

distorcidos com base no que foi aqui apresentado geraria descrédito nas

ações propostas em cada perspectiva do modelo, e no modelo como um todo.

Terra (2011) Argumenta que os indicadores empregados nesta perspectiva tende a serem

genéricos, simplistas, e com fraca vinculação efetiva com a estratégia

empresarial. Pois, sendo a gestão do conhecimento uma disciplina

relativamente recente, é natural que fosse também aquela mais difícil para

executivos e gerentes de linha. Quadro 6: Limitações e Criticas ao BSC (Autores Nacionais).

Fonte: Elaborado pelo Autor.

No âmbito internacional:

Autor Críticas

Norreklit (2003) Em relação aos objetivos e medidas, o BSC não se preocupa com os

interesses dos demais Stakeholders além dos acionistas, tais como:

fornecedores, governo e comunidades locais;

No que se refere aos planos de remuneração, a ligação com o BSC é

insuficiente para fazer com que indivíduos ajam de forma pró-ativa e sejam

solucionadores criativos de problemas, sendo mais importante criar

compromisso intrínseco com os colaboradores;

Considera o BSC uma ferramenta mecânica, apresentando uma estrutura

hierárquica tipicamente top-down, não permitindo que os colaboradores

participem do processo de observação para identificar oportunidades e

ameaças até então não vista pelos gestores.

Bessire e Baker

(2005)

Ênfase excessiva em uma metáfora mecânica. Para eles, essa ênfase leva a

um foco excessivo na implementação de uma técnica gerencial particular à

custa de uma análise mais criteriosa sobre os propósitos da organização, que

deveria preceder a escolha e a implementação de um artefato do sistema de

controle gerencial. Em outras palavras, as questões qualitativas da gestão não

são priorizadas.

Hispagnol e

Rodrigues

(2006)

Dificuldade de definir quais seriam os indicadores mais importantes

considerando suas estratégias e fatores críticos;

Os colaboradores nem sempre se comprometiam com a avaliação de seu

desempenho segundo os indicadores, mesmo sendo eles oriundos da

definição da estratégia empresarial; a alta administração teve sua própria

agenda de interesses;

Alguns gestores queriam resultados em curto prazo e a implementação e

consolidação de um sistema de medição de desempenho necessitaria de um

prazo maior para obtenção dos resultados.

Continua

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69

Autor Críticas

Voelpel;

Leibold e

Eckhoff (2006)

O BSC apresenta uma estrutura rígida, forçando a existência de indicadores

apenas relativos às quatro perspectivas, estando, por conseguinte, em

desalinhamento com uma nova economia;

O BSC é uma ferramenta estática, que não se adéqua às transformações do

novo ambiente de competição, e isso pode provocar novos objetivos que a

ferramenta não poderia suportar;

O Balanced Scorecard não estimularia a criatividade dos colaboradores, por

ser uma rotina de processo no que diz respeito ao aprendizado, criação e

crescimento;

Sugerem que as empresas abandonem o BSC e repensem com suas próprias

criações um sistema próprio de medição.

Paranjape;

Rossiter e

Pantano (2006);

Wong-On-Wing

et al. (2007)

O insucesso na implantação do Balanced Scorecard nas empresas está

relacionado com um ou mais dos seguintes fatores;

Seleção de medidas impróprias ou excessivas;

Implantação ineficiente por parte dos gestores;

Excesso de ênfase em medidas financeiras;

No que se refere à implantação ineficiente, muito se tem pesquisado sobre os

procedimentos propriamente ditos, entretanto pouco sobre os pré-requisitos e

as condições estruturais do sistema de controle gerencial para a sua

implementação e uso. Quadro 7: Limitações e Criticas ao BSC (Autores Internacionais).

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Portanto, ainda que o BSC tenha sido utilizado por muitas empresas ao redor do mundo,

críticas e evoluções e sinergias entre outras idéias e modelos têm sido evidenciadas no meio

acadêmico e científico. Os principais pontos divergentes que estão sendo levantados a respeito

do Balanced Scorecard tratam sobre a sua estrutura, conceito e potencialidade de gestão.

Entretanto, não parece ser adequada a sugestão de Voepel; Leibold e Eckhoff (2006), que

recomendam o abandono do modelo por parte das organizações.

As divergências e críticas ao BSC apresentadas podem ser empregadas de maneira

construtiva, de forma a adequar melhorias nas aplicações e sinergias com outros modelos

existentes e em desenvolvimento conceitual. Em resumo, os sistemas de medição de

desempenho avaliados não contemplam apenas medidas financeiras, mas também medidas

relacionadas a outras perspectivas. De acordo com o verificado neste capítulo, os modelos de

sistemas de medição de desempenho apresentados possuem uma característica sistêmica,

evidenciado mais do que uma perspectiva, além de estarem atrelados ao escopo estratégico

das empresas. A seguir faz-se uma comparação entre Balanced Scorecard com os demais

SMD.

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70

2.3.10.2 Análise Comparativa do BSC em Relação a Outros SMD

Gassenferth e Machado (2007) comparam a abrangência dos modelos Balanced Scorecard,

TQC e PNQ como ferramentas de controle de desempenho. Em seus estudos os sistemas são

avaliados para o controle de desempenho, ficando restrito aos resultados. Fundamentado em

dados da pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, aqueles autores constataram que

dentre os requisitos contemplados, o Balanced Scorecard é o que apresenta maiores

pontuações em comparação aos outros dois modelos. Finalizando que, para as condições que

se fazer referência ao controle de desempenho, o Balanced Scorecard se configura como o um

modelo ideal.

Já Hofer, Silva e Parisi (2007) elaboraram uma pesquisa bibliográfica sobre os indicadores de

desempenho do Balanced Scorecard e os critérios de excelência do PNQ, apresentando uma

análise comparativa entre os modelos a partir da visão da controladoria. Aqueles autores

direcionaram a comparação entre os modelos segundo as seguintes perspectivas e critérios:

financeira; cliente; processos internos; aprendizagem e crescimento; sociedade; estratégias e

planos; liderança e informações; e conhecimento. Concluíram que o PNQ é mais abrangente

que o Balanced Scorecard, apresentando como justificativa a não contemplação do Balanced

Scorecard em relação a determinados critérios do PNQ, todavia, a redução dos sistemas aos

seus critérios e perspectivas para a realização de uma comparação pode satisfazer o objetivo

da pesquisa, contudo há de se avaliar que se torna capcioso entender que um é mais amplo do

que o outro, sem avaliar pontos referentes à sua abrangência nas empresas.

Silva; Rentes e Silva (2008) apontam que a integração do Sistema de Produção Enxuta com

técnicas como o Balanced Scorecard e o TQM viabilizaram e potencializaram as chances de

sucesso na implantação de um sistema enxuto. Aqueles autores apontaram que o TQM auxilia

na elevação da qualidade e confiabilidade dos departamentos de produção, assegurando que se

empregue uma produção Just in Time. Ainda segundo aqueles autores, o Balanced Scorecard

tem sua relevância na identificação das necessidades de melhoria. Este também se apóia no

que se refere à determinação das medidas de desempenho e avaliação do novo sistema de

produção no que se refere à satisfação do cliente, retorno para acionistas, redução do capital

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investido em estoques, etc. Assim, conforme aqueles autores inferem, o Sistema de Produção

Enxuta, o BSC e o TQM podem agir de forma e integrada e se complementarem.

Para Rocha e Rocha (2006), o modelo de desempenho Quantum apresenta algumas

semelhanças ao Balanced Scorecard, tais como: as metas que são geradas a partir da

estratégia da organização, os indicadores baseados nos processos críticos e o contínuo ajuste

nas estratégias. Já para Schmidt, Santos e Martins (2006, p.110), uma empresa que ser

competitiva em custo e qualidade apresenta um bom nível de serviço aos seus clientes. Esses

autores concluem que “desempenho Quantum é, enfim, o nível de realização que otimiza o

valor e o serviço da organização para seus interessados”.

Segundo Moreira (2002) o sistema de Medição de desempenho Sink & Tuttle apresenta baixa

capacidade de desdobramento dos objetivos estratégicos se comparados ao Balanced

Scorecard, assim como uma pequena capacidade de entendimento e divulgação do mesmo.

Conforme aquele autor, o Sistema Quantum também apresenta falhas, principalmente no que

se refere à formulação de estratégias e o desdobramento dos objetivos estratégicos. Outro

ponto que também pesa contra o Sistema Sink & Tuttle e Quantum refere-se ao fato de que

ambos têm maior ênfase na visão de processos horizontais.

Já a análise da utilização do Gerenciamento pelas Diretrizes (Hoshin Kanri) e o Balanced

Scorecard, Gimenez e Rocha (2002) e Ayala (2010) inferem que a implementação de

estratégias pode ser uma forma de transformá-las em realidade, pois quando a empresa

envolve seus gerentes em todos os níveis, comprometendo-os a encontrar uma forma de

colocar em prática ações que traduzam na realização do objetivo desejado, que vai chegando

mais próxima de sua realização. Segundo eles, o que não pode ser mensurado, dificilmente

poderá ser gerenciado com eficácia. Mesmo em empresas que já utilizam indicadores

financeiros e não financeiros para avaliar seu desempenho, esses não fazem parte de um

sistema integrado de informações gerenciais. Já o BSC apresenta os indicadores financeiros

como o resultado final de todo esforço organizacional, mas incorpora de forma abrangente,

um conjunto de medidas que vincula o desempenho do negócio sob a ótica dos clientes, dos

processos, da capacidade dos funcionários e, sobretudo, da maximização da riqueza dos

acionistas no longo prazo.

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72

Já Wegmann (2008) e Bose (2004) inferem que o Skandia Navigator utiliza-se da mesma

lógica do Balanced Scorecard com a ampliação de um quinto foco, o dos recursos humanos,

ajustando o BSC à categoria de capital intelectual. Ao dissertar sobre o emprego desta

perspectiva, nota-se que a Skandia Navigator aponta que os recursos humanos devem estar

relacionados aos processos de negócios da empresa, pois ambos se reforçam. O elevado

desempenho da empresa é o resultado do alto score em ambas as perspectivas.

Segundo Frederico (2008) o Performance Prism parece complementar o Balanced Scorecard

ao analisar os usuários finais, colaboradores, fornecedores, reguladores, os grupos de pressão

ou comunidades locais, ou seja; reforçam a tese que estes Stakeholders podem exercer grande

pressão na empresa e na condução de suas atividades. Aqueles autores destacam que o

Balanced Scorecard da forma como foi idealizado está voltado para a criação de valor para os

acionistas.

No que se refere à comparação entre o Balanced Scorecard e Tableaux de Bord de Gestion,

Fagundes et al. (2007) e Germain (2005) destacam que as diferenças entre as aplicações e os

estilos de gestão refletem diferenças de concepções e análises. As principais conclusões do

estudo são: que o BSC propõe uma relação de causa efeito entre as áreas estratégicas da

organização, enquanto que a Tableaux de Bord de Gestion está voltado à perspectiva

financeira da empresa, na sua versão mais tradicional; e que o BSC propõe uma vinculação

entre o cumprimento dos objetivos estratégicos e os sistemas de incentivos dos colaboradores.

Assim, a partir das considerações acerca dos SMD determinados para este estudo, parte-se

agora para uma análise crítica dos mesmos. A seguir, apresenta-se uma tabela com um resumo

da avaliação dos SMD selecionados no estudo com relação aos critérios selecionados

anteriormente: Aprendizado Organizacional; Alinhamento e Relacionamento Causal.

2.3.11 Análise dos Sistemas de Medição de Desempenho (SMD)

Para definir qual sistema de medição de desempenho (SMD) melhor atende aos interesses de

uma determinada organização é necessário fazer uma análise comparativa entre os vários

métodos disponíveis. O objetivo desta análise é comparar os pontos fortes e fracos de cada

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SMD, e com isso identificar o que cada sistema oferece e que se encaixe com o que a

organização almeja com o sistema. Na figura 1 a seguir, as áreas sinalizadas em

negrito/itálico apresentam sinergia entre o SMD analisado e o Balanced Scorecard.

Continua

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Figura 1: Análise dos Sistemas de Medição de Desempenho.

Fonte: Autor.

Cabe aqui ressaltar determinadas especificidades dos critérios adotados na análise dos SMD:

Aprendizado Organizacional: Nota-se que este critério não está alinhado à estratégia

de ações operacionais, ou seja; eleva a dificuldade de aprendizado dos níveis

operacionais. Ênfase maior nos Sistemas Skandia Navigator e Balanced Scorecard.

Alinhamento: Possibilita hierarquizar o desdobramento de objetivos estratégicos em

ações operacionais, e ajusta a efetiva implementação da estratégia. Observa-se que

esse critério está relacionado à necessidade da empresa em deter um Gerenciamento

dos Processos de Negócios. Ênfase nos Sistemas de Gerenciamento por Diretrizes;

Administração por Objetivos; Total Quality Management; Prêmio Nacional da

Qualidade; Skandia Navigator e Balanced Scorecard.

Relacionamento Causal: Esse é o critério com maior grau de avanço, visto que as

empresas não detectam as conexões entre os indicadores e consequente avaliação de

desempenho. Ênfase nos Sistemas (TQM) e (PNQ) e parcialmente no (BSC).

Após a análise dos três critérios percebe-se que o BSC é o que mais se aproxima do três

critérios escolhidos, perdendo apenas alguma conexão no relacionamento causal, por

apresentar característica linear e estática neste atributo.

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2.4 Planejamento Estratégico Versus Sistemas de Medição de Desempenho

Os SMD são indispensáveis na avaliação do desempenho atual de uma organização e, também

no acompanhamento da evolução alcançada em relação à estratégia determinada. Além disso,

o conhecimento do desempenho de uma organização permite a comparação desta com outras

do mesmo setor. O processo de melhoria da gestão tem como ponto de partida a gestão

estratégica do desempenho da empresa. Apesar disto, poucos são os estudos sobre

planejamento, implantação e controle estratégico nestas empresas (RHODEN, 2000;

PONGELUPPE e BATALHA, 2001).

As ações de planejamento estratégico buscam reunir a estratégia, assim como a visão

sistêmica do modelo de negócio, para de forma dirigida constituir formas de conduta e

elementos necessários aos processos de apoio no processo decisório. É neste sentido que o

planejamento estratégico pode ser entendido como o principal documento para a consolidação

dos objetivos e metas da empresa. É fundamental para a continuidade das pequenas e médias

empresas, só igualando-se em relevância pela concepção, à implantação e contínuo

monitoramento de um plano de negócio (SOUZA e QUALHARINI, 2007).

Entretanto, ao analisar os estudos apresentados neste trabalho, observa-se uma lacuna no que

tange a relação entre o planejamento estratégico e os SMD. Pois em todos os estudos

revisados neste trabalho, além das pesquisas nas bases de dados (EBESCO, PROQUEST,

ANPAD e demais periódicos) pesquisadas não se encontrou qualquer estudo avaliando a

interação entre desses dois pontos. Essa observação é pertinente do ponto de vista teórico,

pois pelo que se pode observar os trabalhos realizados aplicando um ou mais SMD parecem

não levar em conta ou considerar em seu estudo a importância que o planejamento estratégico

tem ou teria no momento em que se implanta um determinado SMD. Isso pode levar o leitor a

interpretar que um não depende do outro, ou seja, que planejamento estratégico e SMD são

duas coisas distintas, e caminham em separado na organização. Estudos falam em

alinhamento estratégico, em pressupostos, em resultados, gestão organizacional e objetivos

estratégicos, mas em momento algum fica claro ou aparece qualquer análise uma avaliação de

sinergia ou a convergência entre o Planejamento Estratégico e um determinado Sistema de

Medição de Desempenho.

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III – CAPÍTULO

3 METODOLOGIA

3.1 Estudo

A metodologia está relacionada à forma como a pesquisa será realizada e com o tipo de

pesquisa. A escolha por um tipo de pesquisa implica diferentes procedimentos para a coleta e

análise dos dados, de forma a atender econômica e tecnicamente aos objetivos da pesquisa.

Para melhor compreender a forma de pesquisa que será adotada no presente trabalho,

apresentar-se-á sua estrutura: tipo de pesquisa, delimitação e design da pesquisa, coleta de

dados e limitações.

3.2 Tipo, Delimitação e Design da Pesquisa

É de suma importância na apresentação de uma pesquisa a descrição sobre o tipo de pesquisa

que será utilizada, bem como o seu conceito e justificativa de uso na investigação específica.

A pesquisa científica pode ser classificada quanto aos fins e quanto aos meios da investigação.

Vergara (2004) propõe que quanto aos fins a pesquisa pode ser exploratória, descritiva,

explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista; e quanto aos meios a autora destaca,

dentre os diversos tipos existentes, a pesquisa de campo, de laboratório, documental,

bibliográfica, participante, ação e estudo de caso. Quanto aos fins a pesquisa em questão será

classificada como sendo exploratória e descritiva, e quanto aos meios, em estudo de caso e

pesquisa bibliográfica.

A pesquisa caracterizar-se como um estudo de caso exploratório e descritivo. Para sua

realização foi necessário uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte da fundamentação

teórica utilizada. Segundo Sellitz et al. (1974) o estudo exploratório contribui para aumentar o

conhecimento do pesquisador acerca do fenômeno que deseja investigar, ajuda no

esclarecimento de conceitos, estabelece prioridades e fornece informações sobre a

possibilidade de futuras pesquisas.

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De acordo com Triviños (1995) a pesquisa exploratória permite ao investigador aumentar sua

experiência em torno de determinado problema. Ainda conforme Mattar (2005) este tipo de

pesquisa possibilita modificar o grau de conhecimento acerca da realidade. A pesquisa

também pode ser classificada, quanto aos fins, como descritiva, a partir do momento que

apresentará características da empresa Khronos, bem como seu modelo de gestão estratégica.

A pesquisa descritiva é referenciada por Vergara (2004), como expositora de características

de uma determinada população ou fenômeno. Mattar (2005) ainda afirma que o caráter

descritivo do estudo realizado está relacionado ao resgate dos fenômenos e processos

ocorridos na empresa objeto da análise, com base em documentos e fontes bibliográficas, sem

a interferência ou manipulação do pesquisador, delimitado pela pergunta básica de pesquisa,

em face da especificidade inerente ao método eleito que será o estudo de caso. Para Cervo &

Bervian (1996) a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências

teóricas publicadas em documentos. Lakatos e Marconi (1995), ainda acrescentam que trata

de um levantamento bibliográfico sob a forma de livros, revistas e publicações, com

finalidade de proporcionar conhecimentos já documentados sobre o assunto ao pesquisador.

O estudo em questão caracterizar-se-á quanto aos meios, por estudo de caso e pesquisa

bibliográfica, pois se propõe analisar a implantação do planejamento estratégico na empresa

Khronos com base no BSC como Sistema de Medição de Desempenho, através da análise dos

fatores convergentes e divergentes que a empresa apresenta, comparando com os fatores

estruturantes do BSC.

3.3 Coleta de Dados

A pesquisa pode incluir a coleta de dados tanto por instrumentos quantitativos quanto

qualitativos. A pesquisa qualitativa não tem como propósito o levantamento de critérios

numéricos, mas sim uma análise aprofundada do recolhimento de informações específicas

sobre o tema proposto, tendo como base para tal, um embasamento teórico completo

(TRIVIÑOS, 1995). Como o estudo é de cunho qualitativo, para coleta de dados, serão

utilizadas técnicas de entrevista informal, utilizando a entrevista semi estruturada não

disfarçada com os gestores da empresa, análise documental e a observação participante do

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pesquisador. Todo o processo de levantamento de dados, até se chegar ao resultado final será

dividido em etapas, tais como:

Reunião com os gestores da empresa;

Apresentação da proposta de trabalho;

Cronologia para coleta das informações;

Confrontar as informações capturadas na reunião, com relatórios gerenciais e

demonstrativos financeiros

Análise do ambiente interno;

Análise do ambiente externo;

Definição da postura estratégica através da matriz SWOT;

Utilização do modelo das Cinco Forças de Porter para avaliação da empresa;

Definição do negócio, missão e visão da empresa;

Análise dos fatores convergentes e divergentes das estratégias experimentadas

comparadas com as do BSC;

A entrevista semi-estruturada não disfarçada visa obter dos entrevistados o que eles

consideram os aspectos mais relevantes de determinado problema, por meio de uma

conversação guiada, obter informações detalhadas que possam ser utilizadas em uma análise

do objeto. (Triviños (1995, p.146), define esta técnica como “questionamentos básicos,

apoiados em teorias e hipóteses que interessam à pesquisa, e que em seguida oferecem amplo

campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem

as respostas do informante”. Este tipo de procedimento de coleta de dados será empreendido,

conforme definido pelos autores, tendo como guia um roteiro de tópicos relativos às

experiências de planejamento da empresa; característica da empresa Khronos.

A primeira entrevista após relato que será feito com o presidente acontecerá com o diretor

geral na sede da empresa, onde perdurará por aproximadamente 90min. As demais entrevistas

serão realizadas com os gerentes administrativos; comercial; e com os supervisores dos

setores de aquisição; almoxarifado; recursos humanos; marketing; financeiro e tecnologia da

informação. Essas estão previstas para ocorrerem nas semanas seguintes, com duração de

aproximadamente 60 minutos cada.

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De acordo com Vergara (1997) a análise documental é realizada em documentos conservados

no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros,

regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes,

fotografias, disquetes, diários, cartas pessoais e outros. Lakatos e Marconi (1995) apóiam a

idéia ao afirmarem que a pesquisa documental se caracteriza pela fonte de coleta de dados

restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias.

A pesquisa utilizará documentos, de acesso restrito disponíveis na corporação. Dentre os

documentos serão analisados as experiências de planejamento estratégico passado, os

relatórios de avaliação estratégica, relatórios gerenciais e documentos da contabilidade

principalmente os balanços patrimoniais. Outro método a ser usado na coleta de dados será a

observação participante, que para Lakatos e Marconi (1995, p. 82) “consiste na participação

real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com

ele.” Esse tipo de observação se dará em decorrência da participação do pesquisador no

quadro funcional da empresa.

3.4 Roteiro de Entrevista

Por meio de entrevista semi-estruturada, em um roteiro proposto inicialmente com 10

questões, buscar-se-á identificar questões do perfil profissional do entrevistado, como tempo

de empresa, atividade que realiza, suas responsabilidades e áreas com as quais interage. Em

seguida se focará o levantamento de questões estratégicas do negócio da empresa, tais como

aspectos que podem gerar diferenciação do negócio e vantagem competitiva no mercado em

que compete; os pontos fortes e pontos fracos da empresa; bem como fatores que geram

oportunidades ou ameaças à empresa.

1. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

2. Qual a sua principal atividade?

3. Quais as suas responsabilidades?

4. Quais os cargos/funções e departamentos com os quais interage para conseguir realizar

o teu trabalho?

5. Quais os desafios enfrentados no dia-a-dia (internos e externos)?

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6. Em sua opinião, quais são os aspectos que podem gerar diferenciação ou ameaçar a

sobrevivência das empresas que atuam no tipo de negócio da empresa? (exemplo:

preço, confiabilidade/imagem, prazo de “entrega”).

7. Considerando esses aspectos, quais deles podem ser identificados como pontos fortes

que a empresa possui e que podem gerar vantagens competitivas perante o mercado e

os concorrentes?

8. Quais os pontos fracos você acha que a empresa deveria desenvolver/melhorar?

9. Quais as ameaças você identifica para a empresa nesse negócio?

10. Quais as oportunidades você identifica para empresa nesse negócio?

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IV – CAPÍTULO

4 DESENVOLVIMENTO

4.1 Levantamento e Análise Estrutural da Khronos

Nesta seção serão apresentados o histórico da empresa, as empresas do Grupo, a estrutura

atual da empresa pesquisada, algumas características dos produtos e serviços oferecidos e

dados relativos aos recursos da empresa.

Histórico

Fundada em 13 de maio de 1984, a Khronos Indústria, Comércio e Serviços em Eletrônica

Ltda. iniciou suas atividades fabricando sistemas de segurança contra roubo. Seu

empreendedor tinha em mente a visão de que o setor de segurança em residências e

estabelecimentos comerciais iria crescer em Florianópolis e percebeu a necessidade de

desenvolvimento de produtos próprios para esse segmento de mercado, pois os produtos

utilizados eram escassos no mercado local.

O início das atividades foi marcado por muita dificuldade, pois todo o serviço era feito de

uma forma muito rudimentar e artesanal, desde a elaboração de projetos, passando pela sua

produção, comercialização e culminando na instalação dos produtos junto aos consumidores

finais. No ano de 1994, a empresa dividiu-se, ficando de um lado a indústria e, de outro, o

comércio e a prestação de serviços. Com o aumento das vendas, e o intuito de inovar e

crescer, são criados os postos de vendas, e então, iniciam-se as atividades das lojas Khronos,

com uma grande variedade de produtos.

O Grupo KHRONOS

O Grupo é constituído por quatro empresas que atuam no segmento de segurança, porém,

cada uma atua em um diferente ramo de atividade do mercado, como indústria, comércio e

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serviços; e uma empresa que atua no segmento de limpeza e conservação. A Khronos

Comércio representa as unidades comercias do Grupo. Comercializa produtos nos segmentos

de segurança, comunicação e informática. É composta por sete unidades (lojas), vendedores

externos e parte administrativa. Visto que o Grupo Khronos é constituído por quatro

empresas distintas, esta pesquisa irá contemplar apenas a empresa Khronos Comércio.

Estrutura Atual e o Negócio da Empresa

A Khronos Comércio conta com setenta e seis funcionários efetivos e três estagiários, ambos

distribuídos entre as lojas e área administrativa. As lojas da empresa localizam-se seis no

estado de SC e uma no RS. Em Florianópolis a empresa conta com duas lojas. As outras

cidades que a empresa possui lojas em São José, Tubarão, Joinville, Chapecó e Porto Alegre.

Além das lojas, a empresa mantém três vendedores externos que atuam nas regiões

adjacentes. O corpo administrativo da empresa está localizado junto à loja do bairro Estreito,

em Florianópolis. Neste mesmo local situam-se o almoxarifado e a assistência técnica. Dentre

os setores administrativos a empresa mantém setor financeiro, recursos humanos, logística

(compras e almoxarifado), TI, marketing, pesquisa e aplicação e assistência técnica.

O negócio da Khronos Comércio é prover inovação tecnológica mediante a comercialização e

distribuição de produtos nos segmentos de segurança, informática e comunicação, agregando

serviços complementares e gerando soluções para os clientes. Sendo assim, os clientes alvo da

empresa são os revendedores, pequenos distribuidores, empresas de segurança e

consumidores finais. Para atender a todos esses clientes alvos, a Khronos mantém cinco

unidades de distribuição (atacado) e duas unidades de varejo.

Produtos e Serviços

Segundo os gestores, um dos diferenciais da Khronos é a variedade de itens oferecidos. São

mais de 5.000 itens comercializados distribuídos entre os segmentos de segurança,

comunicação, informática e instrumentação. Os principais produtos comercializados em

termos de quantidade e faturamento são os produtos do segmento de segurança, já em termos

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de serviços se destacam os serviço de engenharia, projetos de segurança e assistência técnica

dos produtos.

Recursos

Serão apresentados na sequência dados relativos aos recursos humanos, materiais,

tecnológicos e financeiros da Khronos.

Recursos Humanos

A empresa conta com 76 colaboradores. Este número é composto por dois sócios, setenta e

um funcionários efetivos e três estagiários. Como benefícios a empresa oferece vale

transporte, auxílio alimentação, convênio de assistência médica, odontológica e farmácia e

auxílio estudantil. A empresa funciona em horário comercial, porém é flexível com os

colaboradores em relação ao cumprimento desses horários. A política utilizada é a de gestão

de banco de horas.

Recursos Materiais

O fluxo de materiais na Khronos é bastante complexo. A empresa mantém um saldo elevado

de estoque de mercadorias, cerca de R$ 2.500.000,00. A aquisição desses recursos é realizada

pelo setor de compras. A empresa é atendida por fornecedores parceiros para a maioria dos

produtos comercializados, contudo a cada três meses novas cotações de preços são efetuadas

para fins de negociação.

Recursos Tecnológicos

A Khronos busca inovações tecnológicas tanto no que diz respeito aos produtos que oferece,

quanto aos recursos utilizados para o desenvolvimento do trabalho. A empresa disponibiliza

computadores com acesso à internet de banda larga para todos os colaboradores. Mantém um

portal na web desenvolvido por uma empresa terceirizada que apresenta informações da

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empresa como localização, negócio, produtos comercializados, promoções, notícias e um link

de acesso direto para o cliente entrar em contato com a empresa.

Para maior eficiência, utiliza um sistema operacional considerado de alto padrão pelos

profissionais da área de TI. O software do tipo ERP utilizado, auxilia no planejamento de

recursos da empresa o qual integra todos os departamentos e funções em um único sistema

computadorizado que possa atender às necessidades particulares de cada departamento, seja o

financeiro, vendas, almoxarifado e outros.

Recursos Financeiros

A constituição da organização é por capital próprio de seus sócios. Porém, algumas vezes a

empresa utilizou recursos de bancos para fazer capital de giro, como por exemplo,

empréstimos para compras de mercadorias à vista. A Khronos Comércio aufere receitas

unicamente através da venda de mercadorias e prestação de serviços de engenharia. No

entanto está inserida tanto no comércio atacadista quanto varejista. As vendas para o atacado

são responsáveis por 60% das receitas da empresa e no varejo 20% e 20% na prestação de

serviços. Não há sazonalidade na procura dos produtos. Os lucros são reinvestidos na empresa

de acordo com a necessidade de investimento identificada pelos sócios.

4.2 Análise do Ambiente Externo

A análise do ambiente externo proporciona uma visão externa à organização, possibilitando

um estudo dos agentes externos que influenciam diretamente na gestão corporativa. Assim é

possível abordar temas como os dos clientes, concorrentes, fornecedores, econômicos,

político/legal e sócio-cultural, além de posicionar a empresa entre esses agentes, numa

perspectiva competitiva.

Clientes

O perfil dos clientes da Khronos é, principalmente, revendedores, pequenos distribuidores,

empresas de segurança e consumidores finais. A empresa atua nos mercados atacadistas e

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varejistas, contudo o atacado representa cerca de 60% dos negócios da empresa. Os clientes

revendedores são assíduos e compram com frequência na empresa, isto é, geralmente, mais de

uma vez por semana. Por esse motivo, os investimentos em fidelização de clientes são

voltados basicamente para estes.

Concorrentes

Por ser uma empresa atuante nos ramos atacadista e varejista e comercializar produtos nos

segmentos de segurança, informática e comunicação, a Khronos mantém os mais diversos

tipos de concorrentes. Empresas distribuidoras de produtos de segurança, lojas que

comercializam produtos de informática e eletro-eletrônicos, camelôs, grandes organizações

varejistas como Lojas Americanas, Colombo, Millium, e as vendas por internet que vem

crescendo muito, também são considerados concorrentes diretos.

Os produtos comercializados por essas empresas são muito parecidos e encontram poucas

diferenças relacionadas à qualidade. Esse tipo de negócio (atacado) costuma concorrer através

do baixo custo e o que pode diferenciar uma empresa da outra são os serviços ligados à venda

das mercadorias, como pronta-entrega, assistência técnica, pós-venda, parceria com

fornecedores, qualidade no atendimento, entre outros.

No que dizem respeito ao varejo, os principais concorrentes são os camelôs e pequenas lojas

de informática e eletro-eletrônicos. Contudo, as grandes redes varejistas, como lojas de

departamentos e até mesmo hipermercados, são consideradas ameaças à empresa, uma vez

que oferecem a mesma linha de produtos comercializada pela Khronos.

Por tratar-se de empresas mais capitalizadas, apresentam como maior ameaça condições de

compras super-atrativas oferecidas aos clientes, como por exemplo, parcelamentos de

pequenos valores e em grande número de vezes. Para competir no varejo, a Khronos aposta

nas garantias, assistência técnica e diversidade dos produtos ofertados e os serviços

agregados, além da qualidade no atendimento.

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Fornecedores

Uma das formas de ter vantagem competitiva perante os concorrentes é através de parcerias

com os fornecedores. Essas parcerias podem acarretar vantagens para a empresa como,

aquisição de mercadorias com melhores preços e/ou formas de pagamento, distribuição

exclusiva da linha de produtos, poder de barganha, entre outras.

Devido ao elevado número de itens comercializados pela Khronos, a mesma mantém relações

regulares com cerca de 140 fornecedores. Destes, apenas seis são os mais representativos, isto

é, representam a maior parte dos produtos comercializados pela empresa. A Khronos também

busca algumas mercadorias no mercado externo, todavia, este índice ainda é pequeno. Os

produtos importados correspondem a 5% dos comercializados.

Governo e Condições Econômicas

A economia pode ser alterada através de mudanças estruturais, que são grandes variações

estruturais, como mudança na política fiscal, desenvolvimento do setor, desenvolvimento

econômico da região ou mudanças cíclicas, que compreendem oscilações mais rotineiras,

como variação da taxa de juros, da inflação e da taxa de câmbio. O administrador necessita

estar atento a todas estas variações constantemente e ter o discernimento para distinguir

mudanças permanentes a turbulências do mercado econômico (STONER e FREEMAN,

1999).

Na empresa em estudo, as variáveis de taxa de câmbio, taxa de juros e política fiscal são

grandes influenciadoras do ambiente externo, assim como o crescimento do PIB e do setor em

que a organização está inserida. A variação de câmbio exerce uma forte influência no

desempenho da organização, não só devido ao índice de produtos importados comercializados

pela mesma, que se encontra em torno de 5%, mas também porque a variação deste fator

influencia diretamente no preço dos produtos adquiridos, uma vez que muitos componentes

das mercadorias revendidas são adquiridos fora do Brasil pelos fornecedores. Sendo assim,

com a atual valorização da moeda nacional diante do dólar americano, a Khronos tem a

variação cambial como uma forte aliada.

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Por outro lado, a alta taxa de juros é considerada um fator desestimulante para fazer

investimentos em novas tecnologias. A Khronos desenvolve projetos de investimento nas

áreas de segurança e mercadorias em geral e para isso necessita, em alguns casos, de capital

de terceiros. O bom desempenho do PIB brasileiro em 2010, com um crescimento de 5%,

indicam uma manutenção do bom desempenho do país nos próximos anos. "É possível

esperar um crescimento de 5% ou mais nos próximos anos. O crescimento do PIB reflete o

bom momento da economia brasileira, revelando o grande potencial produtivo de nossas

empresas”. Com isso podemos entender as variáveis econômicas como fortes influenciadoras

do ramo de atividade da organização, fatores esses que demandam uma especial atenção por

parte da mesma.

Finalizada análise dos cenários, analisaram-se cada tendência levantada, classificando

algumas como oportunidades e outras como ameaças. O aumento de investimentos no país, da

dependência da informática para produtos, o desenvolvimento do setor e a tendência do dólar

permanecer com cotação estável são algumas das oportunidades percebidas na área

correspondente a economia. A globalização dos preços e dos modelos, o aumento da

concorrência com a entrada de novas lojas e distribuidoras, a alta tributação, são ameaças que

circundam a organização em questão.

Condições Político-Legais

O ambiente político-legal é constituído principalmente por leis e agências governamentais.

Desta forma, as organizações correm o risco de serem atingidas, devido às influências e

limitações que este ambiente propõe. Os órgãos que legitimam as atividades da Khronos são:

o Corpo de Bombeiros, CREA, Policia Federal, CRA e ABNT. Cada um desses é responsável

por regulamentar uma parte do produto.

A organização é regida pelas leis do Sindicato do Comércio e CLT, consolidação esta que

institui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho nela previstas. A

Khronos também está inserida na Lei da Informática (Lei nº 8248/91), uma lei que protege as

organizações que preenchem determinados quesitos em troca de incentivos governamentais.

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Já os impostos pagos pela empresa são: ICMS, PIS, COFINS, ISS, IRRF, II e

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, esses sobre o faturamento e FGTS e INSS.

Condições Culturais e Sociais

As tendências sociais que influenciam a atuação da organização são a tranquilidade,

comodidade, a praticidade, o entretenimento e a segurança. Os produtos comercializados pela

empresa estão mais presentes em locais com densidade demográfica elevada e são voltados,

principalmente, para classes sociais com maior poder aquisitivo. Por se tratar de produtos que

não dependem de valores pessoais para ser comercializado, a empresa não percebe alteração

nos negócios ao analisar aspectos como crenças, religião e valores.

Num cenário onde Santa Catarina caracteriza-se por ser referência nacional em se tratando de

qualidade de vida, a atração de migrantes é cada vez maior, especialmente de outros estados,

que vêm em busca de uma vida mais saudável, segura e tranqüila. Esse avanço do varejo

deve-se a contribuição fundamental de alguns fatores econômicos como o crescimento do

emprego e do rendimento médio da população e a evolução do crédito.

4.3 Planejamento Estratégico da Khronos

Nesta seção da pesquisa serão descritas as experiências de planejamento estratégico da

empresa Khronos, a metodologia de trabalho utilizada em cada um, os elementos estruturantes

das propostas, as propostas propriamente ditas e os resultados.

4.3.1 Planejamento Estratégico 1

A primeira experiência de planejamento estratégico da empresa Khronos foi ao final do ano

de 2006, e foi desenvolvida por um consultor que foi contratado pela empresa cerca de meio

ano antes. Quando contratado, a empresa encontrava-se com algumas dificuldades

organizacionais e precisava de alguém especializado na área de processos para resolver os

problemas. Esses problemas diziam respeito, principalmente, à ausência de mecanismos de

controle e de processos definidos para cada cargo. Segundo o presidente da empresa, o

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objetivo maior da contratação deste consultor era desenvolver uma arquitetura organizacional

convergente e/ou alinhada com as estratégias e o conjunto de atividades afins, ou seja, separar

as pessoas por cargos e definir os processos de cada um desses cargos.

Para realização desse serviço o consultor desenvolveu a primeira experiência de planejamento

estratégico da empresa. Nesse levantou uma série de dados que o ajudaram a organizar e

reorientar a empresa, de acordo com seus objetivos finais. Os dados definidos pelo

planejamento estratégico foram a visão; missão; fatores críticos de sucesso; pontos fortes e

fracos da empresa; oportunidades e ameaças; core business; cliente alvo e projetos para o ano

de 2007.

4.3.1.1 Metodologia de Trabalho

A primeira parte do trabalho de desenvolvimento do planejamento estratégico da empresa,

concebida pelo consultor contratado na época foi o diagnóstico da empresa e levantamento

dos dados e problemas. Para levantar essas informações o consultor mentor do projeto fez

entrevistas com todos os colaboradores da empresa, para saber como era realizado o serviço e

quais as maiores dificuldades e problemas enfrentados. Essas entrevistas eram estruturadas e

não disfarçadas e foram feitas com todos os colaboradores da empresa, inclusive sócios,

diretores e estagiários. Este levantamento de dados, segundo o presidente da empresa, levou

aproximadamente sessenta dias para ser concluído.

Forcas Competitivas de Porter

Após o período de diagnóstico deu-se início ao desenvolvimento do documento de

planejamento. Para elaboração deste documento, o consultor baseou-se no modelo das cinco

forças competitivas de Porter (1997), analisando dados sobre fornecedores, novos entrantes,

intensidade da rivalidade, produtos substitutos e clientes. Esses dados foram obtidos através

da análise do setor, entrevistas com os diretores e observação participante do consultor. As

definições de visão e missão foram baseadas nos dados obtidos através da análise das cinco

forças competitivas. O próprio consultor com os diretores definiram a visão e missão da

empresa.

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Fatores Críticos de Sucesso

Os fatores críticos de sucesso da Khronos também foram levantados na primeira experiência

de planejamento estratégico. Estes foram definidos através da análise, juntamente com os

sócios, das atividades envolvidas no negócio da empresa. Em um quinto momento foi

realizada uma reunião, fora do âmbito organizacional com a finalidade de detectar os pontos

fortes e fracos, oportunidades e ameaças relacionadas à empresa, e definir o core business,

cliente alvo e projetos para o ano de 2007. Esta reunião ocorreu com todos os supervisores,

gerentes e diretores da empresa.

SWOT X GUT

O método de levantamento dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças foi o

brainstorming. Os participantes foram divididos em grupos de quatro membros e cada grupo

elencava suas idéias. Na sequência os grupos comunicavam os dados obtidos para o grande

grupo que, através da discussão, avaliava se os dados eram, ou não, pertinentes. Após

identificação dos dados relacionados aos ambientes interno e externo, isto é, pontos fortes e

fracos, oportunidades e ameaças relacionadas, os mesmos foram priorizados pelos

participantes através do método de priorização GUT.

Core Business X Cliente Alvo

Para definição do core business e cliente alvo o mentor do projeto elencou os tipos de

serviços que a empresa oferece e fez as seguintes perguntas: “Qual o valor agregado pelo

serviço?” e “Quem são os clientes alvo?”. As respostas foram obtidas através da discussão e

consenso do grupo. Os projetos para o ano de 2007, assim como a análise do ambiente interno

e externo foram definidos através do brainstorming. Novamente divididos em grupos de

quatro pessoas os participantes elencavam os projetos que julgavam necessários serem

desenvolvidos na empresa. Após o levantamento de idéias comunicavam os dados obtidos

para o grande grupo que discutia e validava cada projeto.

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Na sequência os projetos foram priorizados também pelo método de priorização GUT pelos

participantes. Nesta etapa de elaboração do planejamento foram definidos cerca de vinte e

cinco mini-projetos, com diferentes graus de prioridade. Para finalizar, o mentor do projeto

aglutinou os mini-projetos em quatro macro-projetos, os classificou em projetos de alavanca,

vulnerabilidade, restrição ou crise e elaborou planos de ação para execução. Depois de

finalizado foi realizada uma reunião com todos os colaboradores da empresa para

apresentação do planejamento estratégico.

4.3.1.2 Elementos Estruturantes da Proposta

Nesta parte definiram-se os valores da empresa, (missão e visão) baseado nas forças

competitivas de Porter.

4.3.1.2.1 Visão e Missão

A visão de uma organização deve indicar o caminho a seguir, a direção que o negócio está se

dirigindo, para que todos os que vão implementá-la saibam para onde estão caminhando. A

missão por sua vez, é a razão de ser da organização, ou seja, o papel que ela desempenha na

sociedade e que justifica a sua existência. É a diretriz de ordem superior que permitirá o

alcance da visão de futuro.

Baseada nestas definições pode-se dizer que a visão e missão definidas para a Khronos na sua

primeira experiência de planejamento traduzem estes conceitos, uma vez que foram feitas

através das análises das cinco forças competitivas e do diagnóstico organizacional levando

também em consideração o desejo dos sócios:

Visão: “Ser reconhecida como a melhor e maior distribuidora de produtos de

segurança até 2010 na região do Sul do Brasil, mediante a excelência na prestação de

serviços e do comprometimento da equipe na consolidação do relacionamento com os

clientes”;

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Missão: “Distribuir e Comercializar produtos tecnologicamente inovadores nos

segmentos de segurança, comunicação e informática, agregando serviços

complementares que resultem em soluções para os clientes.”

4.3.1.2.2 Fatores Críticos de Sucesso

Os fatores críticos de sucesso correspondem às atividades da empresa que não podem dar

errado de jeito nenhum, pois falhas nestas atividades são percebidas inevitavelmente pelos

clientes, ou ainda em outras palavras, o sucesso dessas atividades garante o sucesso percebido

pelo cliente. Os fatores críticos de sucesso diagnosticados foram: disponibilidade de produtos;

atendimento aos clientes; assistência técnica (atendimento pós-compra); gerenciamento

financeiro – saúde financeira; gerenciamento de estoque/demanda; homologação de produtos;

suporte técnico e pós venda. Este diagnóstico foi realizado através da análise das atividades

envolvidas no negócio da empresa e é considerado pelo autor da pesquisa como coerente com

a visão da empresa.

4.3.1.2.3 Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (SWOT)

No planejamento da Khronos apenas dois desses fatores foram levados em consideração: as

forças, as fraquezas, as oportunidades e as ameaças. Os itens não trabalhados podem causar

impactos no resultado final do projeto, uma vez que podem ser cruciais para o sucesso da

organização, pois levam em conta os valores pessoais dos principais implementadores, ou

seja, as motivações e necessidades dos principais executivos da empresa e de outras pessoas

responsáveis pela implementação da estratégia; e as expectativas da sociedade, isto é, ações

que refletem impacto sobre a companhia, de fatores como a política governamental, interesses

sociais, entre outros.

No entanto, para chegar à definição dos fatores considerados, o mentor do projeto de

planejamento utilizou a análise das cinco forças competitivas e o método do brainstorming

com todos os colaboradores de nível gerencial. Este método é avaliado pelo autor como

bastante abrangente, pois os principais envolvidos com o negócio da empresa tiveram

oportunidade de expressar suas opiniões, sentimentos e conhecimentos em relação à mesma.

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Isto além de tornar as pessoas mais comprometidas com o projeto torna também o trabalho

mais completo e retificado.

As forças, fraquezas, oportunidades e ameaças levantadas e já priorizada de acordo com o

método GUT foram:

Forças: marca forte e reconhecida no mercado; nível técnico em atendimento; localização das

lojas; espaço físico das lojas; qualidade dos produtos; tempo de atuação no mercado; fazer

parte de um grupo que possui produtos e serviços; credibilidade; capacidade de inovação;

existência de um serviço de assistência técnica; exclusividade em algumas linhas de produtos;

soluções completas; itens a pronta entrega; ambiente de trabalho / bom relacionamento da

equipe; visibilidade financeira; bom atendimento; disponibilização de cursos técnicos para

colaboradores e clientes; rede de revendas cadastradas; eficiência na inspeção dos produtos

adquiridos.

Fraquezas: Capacitação de técnicas (vendas, administrativas); ERP – máquinas –impressoras;

climatização; identidade visual das lojas e funcionários; atendimento telefônico; comunicação

interna; falta de estruturação para marketing; política de assistência técnica; link de

comunicação; site da empresa/exploração da web; mix de produtos para varejo; telemarketing;

benefícios; tempo de retorno do material (enviado pela (AT) assistência técnica ao

fornecedor); aquisição de componentes para reposição (AT); falta de esquemas elétricos das

autorizadas (AT); orçamentos fechados (falta de treinamento); relatórios não confiáveis; falta

de capacitação na área contábil; conciliação dos prazos de pagamento e recebimento;

televendas (deve ser mais explorado); disponibilidade de produtos; estacionamento; falta de

produtos inovadores na área de informática; controle de estoque e visibilidade dos estoques

das unidades; não ter um processo informatizado para interligar o material adquirido a

unidade solicitante.

Oportunidades: comodidade (busca de soluções pelo cliente); aumento da criminalidade;

prospectar cliente classe C; vendas por e-commerce; distribuidor para pequenas revendas;

atacar varejo em outras praças; televendas; credenciar instaladores Khronos; utilizar marca

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para cliente final; venda de monitoramento digital / explorar serviços; contrato de manutenção

preventiva.

Ameaças: compra direta pelos instaladores; economia do Brasil; aumento da concorrência;

uso indevido da marca Khronos; revendas não próprias; falta de política dos fornecedores;

preço dos concorrentes.

4.3.1.2.4 Core Business e Cliente Alvo

Por definição o core business é o valor agregado qualitativo que faz com que o cliente decida

comprar de nossa empresa e não da concorrente podendo até mesmo pagar um pouco a mais

por isto. O cliente alvo representa o indivíduo do grupo de consumidores que compra com

regularidade bens e serviços oferecidos pela empresa. É justamente o cliente alvo que tem o

poder que a empresa ajuste/altere seus produtos e serviços de modo a satisfazê-lo.

Na Khronos o core business e o cliente alvo foram definidos de acordo com cada negócio fim

da empresa. Para as vendas ao atacado o core business definido foi agregar valor através da

inovação tecnológica, prestação de serviços e oferecer soluções para os clientes. Os clientes

alvos deste negócio são os instaladores e revendedores de produtos de segurança, informática

e comunicação. Já para as vendas para o varejo o core business é agregar valor através da

diversidade e qualidade dos produtos, confiança e especialização por parte da empresa. Os

clientes alvos para este tipo de negócio são os clientes de varejo em geral e pessoas jurídicas.

4.3.1.2.5 Propostas

O planejamento estratégico 1 da Khronos propôs quatro macro-projetos paralelos para serem

realizados durante o ano de 2007. Estes projetos foram: profissionalização da equipe,

fidelização dos clientes, eficiência operacional e análise financeira.

1º. Projeto de Profissionalização da Equipe (classificado como Projeto de Restrição): Este

projeto voltava-se a criação de processos de cada cargo da empresa. Entre as atividades

definidas encontravam-se a revisão e definição dos processos, desenvolvimento de

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fluxogramas, treinamentos para os colaboradores, elaboração de cartilha de processos,

definição de relatórios gerenciais e de modelo de acompanhamento mensal dos resultados

obtidos.

2º. Projeto de Fidelização do Cliente (classificado como Projeto de Alavanca): Este projeto

contemplava ações como levantamento de informações dos clientes, pesquisa de mercado

(análise da concorrência), implantação de um sistema de gerenciamento de informações e

implantação de um plano de relacionamento com o cliente.

3º. Projeto de Eficiência Operacional (classificado como Projeto de Restrição): A finalidade

deste projeto era otimizar a logística envolvendo todo o ciclo desde a cotação, aquisição,

recebimento, estocagem, distribuição e vendas. As atividades definidas para esta realização

foram o acompanhamento do estoque, a criação de uma logística de reposição, criação de

políticas de formação de preços, formas de pagamento e gerenciamento de fornecedores.

4º. Projeto de Análise Financeira (classificado como Projeto de Vulnerabilidade): Este projeto

tinha como objetivo principal melhorar a visibilidade financeira da empresa. Dentre as

atividades definidas para sua realização estava o mapeamento de contas, a criação de uma

filial para atender a divisão de serviços, análise dos processos financeiros e das contas

bancárias, acompanhamento do fluxo de caixa e análise de resultado financeiro.

Cada um desses projetos foi desmembrado em planos de ação que definiam responsáveis e

datas para a execução de cada atividade relacionada ao projeto.

4.3.1.2.6 Resultados

Os resultados do planejamento estratégico1 não foram mensurados de forma estruturada, isto

é, a partir de indicadores de desempenho. Em maio de 2007, o consultor que realizou o

planejamento deixou a empresa e no final do ano os diretores fizeram uma reunião com os

gerentes a fim de comparar as atividades planejadas com as realizadas. No entanto, no

decorrer do ano não houve acompanhamento por parte dos diretores para verificar se os

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planos de ação estavam sendo cumpridos. Os resultados obtidos de acordo com cada projeto

foram:

1º. Projeto de Profissionalização da Equipe: Somente algumas atividades planejadas foram

realizadas. Os processos foram revisados e definidos somente em alguns setores, assim como

o desenvolvimento dos fluxogramas. O motivo pelo qual esta atividade não foi realizada nos

outros setores, segundo os colaboradores foi a falta de tempo dos mesmos para a execução da

tarefa. “Completam dizendo que as atividades de rotina demandam muito tempo, não

sobrando para execução de tarefas mais estratégicas‟.

Foi elaborado um calendário de treinamento para os colaboradores, porém cerca de 60% dos

treinamentos planejados não foram realizados. Este calendário definia treinamentos semanais,

fora do horário de trabalho, para os colaboradores. O índice não realizável se deu pela não

confirmação de presença do público alvo, que julgou o calendário “cansativo”. A elaboração

da cartilha de processos também não aconteceu devido alguns setores não terem definidos e

elaborados seus fluxogramas.

Os relatórios gerenciais, por sua vez, foram definidos e eram acompanhados mensalmente

através de uma reunião com os gerentes da empresa. Esses relatórios englobam entre outros,

relatórios de faturamento por loja e por segmento de produto, inadimplência, faturamento X

meta, custo da mercadoria vendida, transferência de estoques.

2º. Projeto de Fidelização do Cliente: Apenas 50% deste projeto foi executado. Dentre as

ações planejadas, os levantamentos de informações dos clientes e a implantação de um

sistema de gerenciamento de informações foram realizadas. Já a pesquisa de mercado e a

criação de um plano de relacionamento com o cliente não foram concluídas. A pesquisa de

mercado não foi feita devido a outras prioridades que foram incumbidas ao setor de marketing

no decorrer do ano. Como o setor conta com apenas um colaborador efetivo e um estagiário, e

a pesquisa de mercado demanda bastante tempo e dedicação, o trabalho não foi realizado.

Quanto à criação de um plano de relacionamento com o cliente, foram apresentadas duas

alternativas para a diretoria, porém nenhuma delas foi considerada viável para a empresa. Ora

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contrariava interesses financeiros, ora causava conflito entre os interesses dos diferentes tipos

de clientes (atacado – varejo).

3º. Projeto de Eficiência Operacional: Este projeto também foi executado apenas

parcialmente. O acompanhamento do estoque foi iniciado, porém não continuado. De acordo

com o plano de ação, o controle de estoque iria ser feito por lojas, isto é, a contagem,

inventário e acompanhamento do fluxo de mercadorias iriam ser feitos primeiro em uma loja,

depois de completo e com os devidos ajustes realizados a equipe responsável pelo projeto

partiria para o trabalho em outra loja e assim por diante. No entanto, o trabalho foi iniciado

em apenas uma das lojas.

Diante das diversas dificuldades encontradas, como por exemplo, a falta de atenção na

contagem dos produtos, na venda de mercadorias com códigos errados, falta de

comprometimento da equipe da loja, otimizações que deveriam ser feitas no sistema

operacional, entre outros, o projeto não foi adiante. A logística de reposição por sua vez foi

criada, assim como as políticas de formação de preço e formas de pagamento e de

gerenciamento de fornecedores.

4º. Projeto de Análise Financeira: este projeto foi integralmente realizado. Todas as ações

foram desempenhadas conforme o planejamento. O sistema operacional da empresa foi

substituído. Entre outras coisas, este novo sistema passou a proporcionar diversas

informações gerenciais que o antigo sistema não proporcionava. As receitas e despesas podem

ser lançadas por unidades de negócios, o que possibilita saber os resultados de cada unidade

separadamente.

Com o novo sistema operacional, divisão da administração da unidade de comércio da

unidade de serviços e treinamento dos colaboradores do setor financeiro, as rotinas

automatizaram-se, isto é, quase todos os processos deixaram de ser manuais e passaram a ser

eletrônicos, a gama de cruzamento de informações – que implica em relatórios gerenciais

mais completos e precisos – aumentou e consequentemente a visibilidade.

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4.3.1.2.7 Síntese do Planejamento Estratégico 1

Figura 2: Síntese do Planejamento Estratégico 1

Fonte: Autor

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4.3.2 Planejamento Estratégico 2

A segunda experiência de planejamento estratégico da Khronos aconteceu em Dezembro de

2008 e foi realizada por um dos diretores juntamente com o gerente administrativo da

empresa. O objetivo era rever o planejamento realizado em 2006 e atualizá-lo, ou seja,

verificar se os dados contidos no planejamento anterior ainda eram pertinentes, quais projetos

foram realizados e deveriam ser continuados, além de estipular novas metas e ações para o

ano de 2009.

4.3.2.1 Metodologia de Trabalho

No dia 15/12/2008 os supervisores, gerentes e diretores da Khronos participaram da reunião

de elaboração do planejamento estratégico 2009. Esta reunião aconteceu no auditório da

empresa e perdurou o dia inteiro. Nesta, primeiramente, foram apresentadas a visão, a missão

e o negócio da empresa, já definidos na primeira experiência de planejamento, com o

propósito de nortear os participantes no desenvolvimento das estratégias para 2009. Em

seguida o planejamento de 2006 foi revisado a fim de verificar os projetos planejados que

foram efetivamente realizados.

Em um terceiro momento foram discutidas e elencadas as forças, fraquezas, oportunidades,

ameaças e clientes-alvos, definidos para a empresa em 2009. Essas definições ocorreram de

acordo com o conteúdo do planejamento de 2006. O grupo verificava item por item do

documento e discutia se os dados contidos em cada um ainda eram pertinentes. Os dados que

julgavam não pertinentes eram retirados do documento ou alocados em outro item, por

exemplo: uma fraqueza que passou a ser uma força, uma oportunidade que passou a ser uma

ameaça, e assim por diante. Os itens que julgavam pertinentes continuavam constando no

documento e ainda os participantes acrescentavam dados que se validados pelo grupo eram

integrados.

Na sequência, foram definidas as metas de vendas das lojas para o ano de 2009 com base no

percentual de crescimento estipulado pelos diretores para o período. Na quinta etapa da

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reunião foram elaborados os projetos para 2009. Para execução desta etapa os participantes

foram divididos em dois grupos: comercial e administrativo. Cada um desses grupos fazia um

brainstorming de projetos a serem realizados no ano subsequente, e avaliava quais projetos

contidos no planejamento de 2006 deveriam continuar sendo executados.

Dez projetos foram definidos e priorizados pelos participantes pelo método GUT.

Posteriormente foi deliberado um responsável para cada projeto e um prazo de quinze dias

para que esses responsáveis elaborassem o planejamento de execução dos projetos e

entregassem para a diretoria. Por fim, o gerente administrativo da empresa reuniu todas as

informações definidas na reunião de planejamento em um documento e enviou por e-mail

para todos os colaboradores da empresa.

4.3.2.2 Elementos Estruturantes da Proposta

Esta segunda experiência de planejamento como já explicitado neste documento foi um

resgate da primeira. Contudo, os dados foram reavaliados e algumas mudanças propostas.

Nesta seção serão descritas somente as alterações sugeridas na segunda experiência de

planejamento, o que significa que os elementos não relatados correspondem aos mesmos da

primeira.

Dentre esses elementos encontram-se a visão, a missão e os fatores críticos de sucesso. Esses

fatores, por decisão dos diretores, não entraram em discussão na segunda experiência de

planejamento. Foram apenas relembrados, pois a proposta era manter as diretrizes de longo

prazo e discutir somente as estratégias de curto prazo. Para tanto foram revistas e discutidas as

forças, fraquezas, oportunidades, ameaças, clientes-alvos e metas de crescimento.

4.3.2.2.1 Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (SWOT)

Para identificação desses dados foi utilizada a mesma metodologia da primeira experiência de

planejamento, cujo pesquisador julgou como adequado e pertinente, uma vez que vincula as

opiniões dos principais interessados no sucesso da empresa. Também como da primeira vez,

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os mentores do projeto cometeram o erro de não levar em consideração os valores pessoais

dos principais implementadores e as expectativas da sociedade, cujos fatores deveriam ser

considerados na formulação de uma estratégia competitiva, pois assim como os pontos fortes,

fracos, oportunidades e ameaças, determinam os limites daquilo que uma companhia pode

realizar.

De acordo com as mudanças ocorridas durante o ano de 2006/2007, as forças, fraquezas,

oportunidades e ameaças diagnosticadas nesta segunda experiência de planejamento foram:

1º. Forças: marca Khronos; eficiência na inspeção dos produtos; tempo de atuação no

mercado; abrangência e distribuição das lojas; gama de produtos voltados à segurança;

regionalismo; assistência técnica própria; bandeiras exclusivas; inovações tecnológicas;

credibilidade; capacidade de inovação; fazer parte do grupo Khronos; visibilidade financeira;

bom atendimento; newsletter; disponibilização de cursos técnicos para colaboradores e

clientes; oferecer produtos e serviços (solução completa); capacitação técnica; possuir um

sistema que atende as necessidades; departamento de marketing;

2º. Fraquezas: capacitação administrativa e em vendas; climatização; identidade visual das

entidades e funcionários; atendimento telefônico; ausência de política de assistência técnica;

tempo de retorno dos materiais (enviados pela A.T aos fornecedores); site da empresa /

exploração da web; mix de produtos para varejo; telemarketing; benefícios; aquisição de

componentes para reposição (A.T); capital de giro; disponibilidade de produtos; falta de

produtos inovadores na área de informática; controle e visibilidade dos estoques das unidades;

conciliação dos prazos de pagamento e recebimentos; falta de infra-estrutura (monitoramento,

servidores, TI, no break);

3º. Oportunidades: comodidade (busca de solução pelo cliente); aumento da criminalidade e a

consequente busca por segurança; prospectar clientes classe C, vendas por e-commerce;

distribuidor para pequenas revendas; vendas de monitoramento digital – explorar serviços;

contrato de manutenção preventiva; venda de produtos sem fio;

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4º. Ameaças: compra direta pelos instaladores; economia do Brasil; aumento da concorrência;

uso indevido da marca Khronos pelos instaladores; revendas não próprias; falta de política dos

fornecedores; preço dos concorrentes.

4.3.2.2.2 Core Business e Clientes-Alvo

Os clientes-alvo da empresa foram rediscutidos pelo grupo gerencial que desenvolvia a

segunda experiência de planejamento da Khronos. O objetivo era verificar se os trabalhos

desenvolvidos na empresa estavam sendo realizados em função desses clientes. A conclusão

que se chegou foi que os clientes-alvos definidos na primeira experiência de planejamento

continuavam pertinentes, porém deveriam ser acrescentadas à lista as empresas de segurança

privada como cliente-alvo das vendas de atacado.

Sendo assim os clientes-alvos identificados na Khronos são: para as vendas de atacado –

instaladores e revendedores de produtos nos segmentos de segurança, comunicação e

informática e empresas de segurança privada; para as vendas de varejo - os clientes de varejo

em geral e pessoas jurídicas.

4.3.2.2.3 Metas de Crescimento

Diferentemente da primeira experiência de planejamento, nesta foi determinado o percentual

que a empresa deseja crescer em termos de faturamento, tanto geral quanto por loja. Além

disso, os diretores estabeleceram a meta de lucratividade que cada loja deve ter. O

crescimento de faturamento geral do negócio estipulado pelos diretores da empresa foi de

22% em cima das vendas do ano de 2006. Esse número agressivo deve-se além do

crescimento estipulado para as lojas já existentes, às novas fontes de receita que passaram a

fazer parte da empresa naquele ano. A introdução de uma nova unidade comercial de

distribuição em Porto Alegre e a implantação da área de engenharia.

Essa meta geral de crescimento no desenvolvimento do planejamento foi diluída entre as lojas

de acordo com as perspectivas de crescimento de cada uma. A meta de lucratividade definida

pelos diretores foi a mesma para cada unidade de negócio: mínimo 5% de lucro liquido.

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4.3.2.2.4 Propostas

No planejamento estratégico 2 dez projetos foram definidos para serem realizados durante o

ano de 2009. Estes projetos foram desmembrados em planos de ação pelos respectivos

responsáveis e são os seguintes:

1º. Projeto - Implantação do Controle de Estoque: baseado nas fraquezas “controle e

visibilidade do estoque” e “disponibilidade de produtos”, o objetivo deste projeto foi

desenvolver um controle de estoque automatizado para melhorar a gerência e

acompanhamento dos recursos materiais da empresa. Dentre as atividades a serem

desenvolvidas para a concretização deste projeto estão: instalações de leitoras ópticas em

todos os computadores das lojas; verificação de produtos que apresentam problemas nos

códigos de barras; customização do sistema operacional da empresa; treinamento aos

colaboradores em caso de mudança nos procedimentos ou otimização no sistema; fazer o

processo de contagem, inventário e acompanhamento gradativamente loja por loja; realizar

balancetes quinzenais de alguns itens aleatórios do estoque; apresentar resultado dos

balancetes;

2º. Projeto - Recuperação de Inadimplentes: Este projeto tem como finalidade diminuir o

índice de inadimplência da empresa e, consequentemente amenizar a fraqueza “capital de

giro”. As atividades inerentes a este projeto são: desenvolver uma política de cobrança mais

rigorosa; um calendário de cobrança e posicionamento dos clientes inadimplentes e

apresentação de relatórios mensais de inadimplência e posição dos clientes nesta situação;

3º. Projeto - Padronização dos Processos de Assistência Técnica: Este projeto foi estabelecido

com o intuito de padronizar os procedimentos de assistência técnica exercidos pelas diferentes

localidades (Florianópolis, Tubarão e Joinville). Além deste, tem a função de eliminar as

fraquezas “ausência de política de assistência técnica”, “tempo de retorno dos materiais

(enviados pela A.T aos fornecedores)” e “aquisição de componentes para reposição (A.T)”;

4º. Projeto - Desenvolvimento do Telemarketing: Este projeto tem como objetivo principal

aumentar a participação de mercado da empresa, através do telemarketing. Uma das fraquezas

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definidas no documento de planejamento era a “ausência de um telemarketing” e este projeto

foi sugerido e validado com o intuito de eliminar este fator. Para a execução deste projeto

foram planejadas a contratação de um novo colaborador para exercer a função; atualização de

dados cadastrais de clientes; capacitação do novo colaborador; prospecção de novos clientes;

definição da forma de trabalho e acompanhamento do mesmo;

5º. Projeto - Desenvolvimento de um Calendário de Treinamentos para os Clientes: Este

projeto visa evidenciar um ponto forte da empresa que é a “disponibilização de cursos

técnicos para os clientes”. Para o desenvolvimento deste calendário é necessário fazer o

levantamento das necessidades de treinamento dos clientes, agendamento dos treinamentos

solicitados com os fornecedores e/ou pessoal interno; divulgação do calendário;

6º. Projeto - Treinamento de Vendas e Atendimento: Este projeto tem como finalidade

padronizar, capacitar e elevar o nível do atendimento de todos os colaboradores. Visa

transformar a fraqueza “capacitação administrativa e em vendas” e “atendimento telefônico”

em pontos fortes da empresa. Estão incluídas neste projeto: padronização do atendimento

telefônico; padronização do atendimento de loja; treinamentos de técnicas de vendas e

atendimento e auditoria dos procedimentos implantados;

7º. Projeto - Orçamento Financeiro: Criado com a finalidade de evidenciar a força

“visibilidade financeira” e eliminar a fraqueza “capital de giro”, o projeto apresenta como

principais atividades para sua realização o planejamento de valores destinados mensalmente

para pagamentos de mercadorias, despesas operacionais, marketing, investimentos, reserva de

capital; apresentação da planilha orçamentária e acompanhamento mensal da mesma;

8º. Projeto - Desenvolvimento de Equipes e Projeto Avaliação de Desempenho: Ambos os

projetos estão vinculados a eliminação da fraqueza “capacitação administrativa e em vendas”.

O objetivo é capacitar os colaboradores através de um programa de desenvolvimento de

equipes e avaliar o desempenho dos mesmos. As atividades inerentes a realização desses

projetos são: para o projeto de desenvolvimento de equipes - definições dos temas a serem

trabalhados, busca de teorias e dinâmicas dos mesmos, organização e lançamento do

programa; para o projeto de avaliação de desempenho – reestruturação do instrumento já

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desenvolvido para a avaliação de desempenho, preparação do material para aplicação,

divulgação da implantação da atividade na empresa, assessoria aos colaboradores na

avaliação, apresentação dos laudos à diretoria;

9º. Projeto - Desenvolvimento de uma Política de Benefícios: Este projeto visa melhorar a

motivação e aumentar a capacidade produtiva dos colaboradores através do desenvolvimento

de uma política de qualidade de vida no trabalho. As atividades planejadas para a

concretização do mesmo são: elaboração de questionários para pesquisa dos benefícios

desejados pelos colaboradores; aplicação dos questionários; levantamento dos dados;

elaboração teórica da política de benefícios.

Pode-se perceber que 85% dos projetos definidos pela empresa, na sua segunda experiência

de planejamento estratégico foram baseados nas fraquezas diagnosticadas no desenvolvimento

do documento. Apenas dois projetos visam evidenciar pontos fortes da empresa e as análises

do ambiente externo, oportunidades e ameaças não foram aproveitadas para elaboração de

estratégias.

4.3.2.2.5 Resultados

Os resultados da segunda experiência de planejamento da Khronos foram mensurados de

forma semi-estruturada. De acordo com o documento de planejamento, trimestralmente o

gerente administrativo da empresa iria avaliar os planos de ação, juntamente com os

responsáveis pelas ações e setores para verificar se os projetos planejados estavam sendo

executados.

Caso os projetos não estivessem sendo executados os responsáveis deveriam refazer o plano

de ação definindo novas datas para realização do projeto. Dentre os dez projetos planejados,

seis foram executados, um foi iniciado, porém não concluído e três não foram realizados. Os

projetos realizados foram: Recuperação de Inadimplentes, Orçamento Financeiro, Calendário

de Treinamentos para os Clientes, Padronização dos Processos de Assistência Técnica,

Treinamento de Vendas e Atendimento e Avaliação de Desempenho.

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1º. O projeto recuperação de inadimplentes foi realizado com sucesso. Foi desenvolvida na

empresa uma política de cobrança mais rigorosa. No início percebeu-se certa reação negativa

dos clientes que reclamavam que a empresa estava sendo menos flexível. Mas com o passar

do tempo foram se acostumando e adaptando às novas regras. Com este projeto o índice de

inadimplência da empresa da empresa caiu de uma média de 10% para a média de 3% sobre o

faturamento mensal;

2º. O projeto de orçamento financeiro também foi realizado, porém o resultado não saiu como

esperado pelos diretores. Foi elaborada uma planilha de orçamentos mensais na empresa com

valores destinados para cada setor e despesas da mesma. No entanto, na maioria dos meses do

ano as despesas não se comportaram conforme planejadas, o que ocasionou o não

cumprimento da planilha de orçamentos. Isto adveio porque em alguns meses o resultado da

empresa não aconteceu conforme o esperado, decorrendo até mesmo meses com resultados

negativos;

3º. O calendário de treinamento para os clientes foi desenvolvido e divulgado aos mesmos. O

índice de participação geralmente era elevado, isto é, muitos clientes se interessavam e a

maioria dos treinamentos mantinha o número de vagas oferecidas preenchidas. Este projeto,

além de capacitar e fidelizar os clientes, serve para conquistar novos, uma vez que os

treinamentos são abertos para qualquer pessoa interessada no assunto;

4º. A padronização dos processos de assistência técnica tornou o setor mais eficaz e, por

conseguinte aprimorou o atendimento tanto da A.T. quanto das lojas. Depois de concluída, foi

realizado um seminário para os colaboradores, de apresentação destes novos procedimentos,

assim os promotores de vendas ficaram aptos a informá-los aos clientes no ato da venda;

5º. Quanto ao projeto treinamento de vendas e atendimento, o resultado não atingiu as

expectativas almejadas. O treinamento foi efetuado com todos os colaboradores da empresa e

normas de atendimento foram estabelecidas com o intuito de padronizar e elevar o padrão do

atendimento aos clientes e a qualquer pessoa que se reportasse à Khronos. Contudo, este

projeto incidia em certa mudança de cultura na empresa, e esse fator foi alvo de resistências

por parte dos funcionários. Mesmo assim, muitos aderiram às novas regras. A auditoria deste

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procedimento não era muito rígida e como nunca foi feito um treinamento de reciclagem para

colaboradores novos e que não aceitavam os novos métodos, os procedimentos não foram

competidos como propostos.

6º. Já o projeto avaliação de desempenho ocasionou resultados satisfatórios. Foram

executadas avaliações de desempenho e feedback com todos os colaboradores da empresa.

Segundo a supervisora de RH, entre uma avaliação e outra, grande parte dos colaboradores

evoluiu em relação às críticas contidas nas avaliações anteriores. Este projeto avaliava

características técnicas e comportamentais dos empregados e contribuiu para a motivação dos

mesmos, melhora do ambiente de trabalho e eficiência operacional;

7º. O projeto de Implantação do controle de estoque foi iniciado, no entanto, ainda não foi

concluído em todas as lojas da empresa devido à complexidade do projeto e o reduzido

número de profissionais habilitados para realizá-lo. Além disso, até o momento o projeto

contempla apenas o estoque físico da loja. A empresa já utiliza a ferramenta para auxiliar na

reposição de mercadorias, mas o objetivo fim do projeto ainda não foi alcançado que era

melhorar a visibilidade do estoque e disponibilidade dos mesmos;

De acordo com a caracterização da empresa exposta nesta pesquisa, a mesma mantinha

elevados níveis de estoque. Mesmo assim, apresenta como fraqueza a disponibilidade dos

mesmos. Ainda conforme a sua caracterização comercializa mais de 5.000 diferentes tipos de

produtos. Pode-se concluir que a empresa investe em estoques de mercadorias com índice de

giro mais baixo, o que eleva os níveis de estoque e reflete na redução do capital de giro. Logo,

a compra de produtos de alto giro é afetada e implica na fraqueza “disponibilidade de

produtos”.

Já os projetos não executados foram: Desenvolvimento de Telemarketing, Desenvolvimento

de Equipes e Desenvolvimento de uma Política de Benefícios.

O projeto de telemarketing não foi realizado devido à falta de estrutura da empresa, no que diz

respeito à gerência deste setor. Não havia na empresa colaboradores capacitados para gerir

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este novo modelo de negócio, e os profissionais que existem e teriam condições de conduzi-lo

já estão atarefados com outras funções também importantes.

De qualquer forma, houve a tentativa de realização do projeto. A empresa contratou um

colaborador para realizar o serviço e os cadastros dos clientes foram todos atualizados, porém

o colaborador não conhecia tecnicamente os produtos comercializados pela empresa. Esse

fator era imprescindível, logo, prejudicava as atividades do telemarketing. Alguns

treinamentos foram realizados, mesmo assim o trabalho não surtiu o resultado desejado. A

empresa então optou por desligar esta pessoa e não contratou mais ninguém para realização

desta tarefa.

Por último, os projetos desenvolvimento de equipes e política de benefícios. Ambos estavam

sob a responsabilidade do setor de RH da empresa. Segundo a supervisora do setor, a falta de

tempo devido às atividades rotineiras e envolvimento em outros projetos foram os motivos

pelo projeto desenvolvimento de equipes não ter sido desempenhado.

Já para o projeto desenvolvimento de política de benefícios foram levantadas e analisadas as

necessidades de benefícios dos colaboradores. Contudo o projeto não foi validado pela

diretoria da empresa em função do custo operacional que acarretava. A empresa não vincula

nenhum tipo de recompensa/punição para os responsáveis que realizam ou não os projetos

conforme o planejamento.

O pesquisador percebeu que mesmo não vinculando nenhum tipo de recompensa, a segunda

experiência de planejamento trouxe maiores resultados para a empresa que a primeira, se

comparado os projetos planejados e executados. Um dos motivos deste resultado pode ser o

fato de esta experiência ter tido um acompanhamento mais constante por parte da gerência

dos projetos planejados. Todavia, mesmo com 60% dos projetos concluídos, as metas de

faturamento e crescimento geral não foram atingidas. A empresa cresceu financeiramente em

relação ao ano anterior, mas não na proporção determinada no planejamento.

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4.3.2.2.6 Síntese do Planejamento Estratégico 2

Figura 3: Síntese do Planejamento Estratégico 2

Fonte: Autor

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4.4 Relação do Planejamento Estratégico da Khronos à Luz do Balanced

Scorecard

Nesta seção serão identificados os fatores convergentes e divergentes das duas experiências

de planejamento estratégico da empresa Khronos à luz dos fatores estruturantes do Balanced

Scorecard. Ao final será apresentada uma tabela resumo dos dados obtidos.

4.4.1 Fatores Convergentes

Primeiramente serão tratados os fatores convergentes de cada experiência de planejamento

estratégico da empresa. Essa análise contemplará a metodologia utilizada para o

desenvolvimento dos mesmos, as perspectivas relacionadas ao desmembramento da estratégia

e os resultados.

4.4.1.1 Planejamento Estratégico 1

Metodologia

A metodologia utilizada na primeira experiência de planejamento estratégico da empresa

Khronos apresentou alguns fatores convergentes ao método BSC. A formulação da estratégia

da empresa foi a primeira delas. Para determinar a visão de futuro da empresa foram

analisados fatores referentes ao ambiente externo da mesma relacionada às cinco forças

competitiva de Porter (1997), analisando-se dados sobre fornecedores, novos entrantes,

intensidade da rivalidade, produtos substitutos e clientes. Além desta análise, foram realizadas

entrevistas e reuniões com os diretores da empresa para discussão dos dados e definição do

direcionamento da empresa.

Na sequência, o agente facilitador do projeto de planejamento fez um diagnóstico

organizacional através de entrevistas com todos os colaboradores da empresa, a fim de

detectar seus objetivos, forma de trabalho e principais dificuldades. Todas essas informações

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111

foram reunidas e serviram de base para identificação dos fatores críticos de sucesso da

empresa e orientação para determinar os projetos propostos no planejamento.

A mobilização da organização, que segundo Kaplan e Norton (1997) e Goldszmidt (2003) são

um fator imprescindível para o sucesso do projeto, também foram realizadas. Como visto,

fora organizada uma reunião com os principais executivos da empresa para identificação de

fatores relacionados aos ambientes interno e externo, clientes-alvos, definição de negócio e

projetos que traduzissem a estratégia da empresa.

Ainda, ao final de todo processo fora realizada outra reunião, desta vez com todos os

colaboradores da empresa, desde nível operacional até a direção para comunicação de todas as

decisões, dados e projetos definidos no planejamento. Ou seja, o esclarecimento da visão e da

estratégia da empresa e a comunicação desta estratégia corporativa, e que conforme Kaplan e

Norton (1997) são os dois primeiros passos do processo de implantação do programa de

gerenciamento do Balanced Scorecard, foram contemplados na primeira experiência de

planejamento da Khronos.

O terceiro passo desta implantação sugerido pelos autores é o lançamento de iniciativas

estratégicas envolvendo simultaneamente mais de uma unidade de negócios. Pode-se dizer

que este passo também foi considerado pela empresa, uma vez que todos os projetos definidos

no programa abrangiam a empresa como um todo e não unidades de negócios específicas.

Já o quarto passo da implementação, que é levar cada unidade de negócio a desenvolver sua

própria estratégia, coerente com a estratégia da empresa, não foi considerado na primeira

experiência de planejamento da Khronos. Mas esta será tratada mais adiante, quando forem

identificados os fatores divergentes do planejamento estratégico da Khronos à luz do método

BSC.

Ainda como fatores convergentes, relacionados à metodologia identificados nesta primeira

experiência de planejamento, estão o apoio da alta administração e a responsabilidade, isto é,

a instituição de responsáveis para todas as ações.

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112

Perspectivas

Quanto aos projetos definidos para alcançar a estratégia da empresa, pode-se perceber que

esta primeira experiência contemplou apenas perspectivas de clientes, de processos internos e

de aprendizagem e crescimento. Segundo Niven (2002) a perspectiva de clientes deve

responder a duas questões: Quem são os consumidores alvos? E qual proposta de valor ao

servi-los? Ambas as respostas foram definidas no processo de planejamento. Kaplan e Norton

(1997) afirmam que os executivos da organização devem na perspectiva dos clientes do

Balanced Scorecard traduzir suas declarações de missão e estratégia em objetivos baseados

no mercado e nos clientes. Esses fatores são convergentes com o planejamento da Khronos,

pois tanto a visão quanto a missão e negócio, foram construídas baseadas na satisfação do

cliente.

Ainda segundo aqueles autores, esta perspectiva deve considerar dois fatores: os segmentos de

mercado e propostas de valor aos clientes. Esses também foram contemplados na experiência

da Khronos, que definiu por atuar na região sul do Brasil e como proposta de valor gerar

soluções para os clientes consolidando o relacionamento com os mesmos.

O projeto definido no planejamento que traduz esta ânsia de gerar soluções e consolidar o

relacionamento foi o projeto de fidelização dos clientes. Conforme Costa (2006) há uma

relação entre a fidelização de clientes e o aumento da participação de mercado. Uma das

formas de aumentar a participação no mercado é vender mais para os clientes atuais de cada

segmento. Cabe à empresa identificá-los para poder monitorar a fidelização deles. No caso da

Khronos, uma das atividades inerentes ao projeto de fidelização de clientes era a pesquisa de

mercado. Kaplan e Norton (1997) afirmam que é através deste tipo de pesquisa que a empresa

deve definir sua estratégia e onde deve atacar. Costa (2006) ratifica dizendo que para entender

os atributos dos produtos que mais importam para o público-alvo, é preciso antes

compreender o mercado no qual está inserido.

Costa (2006) afirma ainda que o relacionamento com o cliente diz respeito à entrega do

produto ou serviço, incluindo tempo de resposta e de entrega e como o cliente se sente diante

da experiência da compra. O projeto de eficiência operacional proposto no planejamento vai

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113

ao encontro deste objetivo. Porém, este último enquadra-se na perspectiva de processos

internos, que de acordo com Kaplan e Norton (1997) nos subitens processos de operações e de

serviços pós-venda.

Os processos de operações enfatizam a entrega eficiente, regular e pontual dos produtos e

serviços existentes aos clientes atuais. Além disso, incorporam os fatores críticos de

desempenho dos produtos e serviços, tempo de resposta, qualidade e custos. O processo de

serviços pós-venda inclui as garantias e concertos, correções de defeitos e devoluções,

processamento de pagamentos, faturamento e cobrança. O projeto de eficiência operacional

definido na primeira experiência de planejamento converge com estas perspectivas, porque

tem como finalidade otimizar a logística e criar políticas de formação de preços, formas de

pagamento e gerenciamento de fornecedores, a fim de melhorar o relacionamento e fidelizar

clientes.

O projeto de análise financeira, também pode ser enquadrado na perspectiva de processos

internos, uma vez que tem como objetivo melhorar a visibilidade financeira da empresa

através de otimizações de processos operacionais.

Já o projeto de profissionalização da equipe cabe à perspectiva de aprendizado e crescimento.

Segundo Kaplan (1998) são o aprendizado e o crescimento que formam a base de melhoria,

qualidade e inovação de uma empresa. Esta perspectiva é caracterizada por três principais

fontes: as pessoas, os sistemas de informação e a estrutura e procedimentos organizacionais.

Na Khronos, o projeto foi definido com a finalidade de melhorar e elevar a qualidade das

pessoas e dos procedimentos organizacionais. Entre as perspectivas consideradas na primeira

experiência de planejamento estratégico da Khronos, em apenas duas foram constatadas

relações de causa e efeito. Entre a perspectiva de clientes e processos internos.

Resultados

Os resultados da primeira experiência de planejamento da Khronos não foram obtidos de

acordo com o método BSC. A única ligação encontrada entre os dois métodos foi o

desenvolvimento de planos de ação para todos os projetos definidos no documento. Mesmo

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assim verificaram-se divergências entre os métodos, pois de acordo com Costa (2006) os

planos de ação só devem ser desenvolvidos se estiverem atrelados às metas que conduzirão ao

alcance da estratégia. Como o planejamento, em geral, não contemplou relações de causa e

efeito entre suas propostas e não há alinhamento lateral e vertical entre as mesmas e a

estratégia, nem todos os planos de ação desenvolvidos são prioritários, ou seja, conduzirão ao

alcance da estratégia.

4.4.1.2 Planejamento Estratégico 2

Metodologia

A metodologia utilizada na segunda experiência de planejamento estratégico da Khronos é

bem parecida com a da primeira. Portanto, os fatores convergentes ao método BSC

identificados nesta são praticamente os mesmos dos identificados na primeira experiência.

Kaplan e Norton (1997) definem como os primeiros passos do processo de implantação do

BSC o esclarecimento da visão e da estratégia da empresa e a comunicação corporativa. A

estratégia da empresa já havia sido definida no planejamento anterior, porém foi relembrada

com o intuito de nortear os integrantes da reunião de planejamento no desmembramento da

estratégia em ações.

A comunicação corporativa também aconteceu. Primeiramente os supervisores, gerentes e

diretores da empresa participaram de uma reunião para elaboração da segunda experiência de

planejamento estratégico da empresa. Nesta analisaram e discutiram fatores como pontos

fortes e fracos, oportunidades e ameaças, clientes-alvo, metas e projetos. Depois de concluído,

o documento de planejamento foi divulgado para todos os colaboradores da organização via e-

mail.

O terceiro passo do processo de implantação sugerido pelos autores é o lançamento de

iniciativas estratégicas envolvendo simultaneamente mais de uma unidade de negócios. Esta

etapa foi contemplada uma vez que, como no planejamento 1, todos os projetos definidos no

programa abrangiam a empresa como um todo e não unidades de negócio específicas.

Segundo Prado (2002), a implantação do Balanced Scorecard requer que a empresa busque o

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consenso e clareza para traduzir a missão e a estratégia de negócios em medidas operacionais

que derivem em resultados. Perante isto, definiu-se algumas observações a serem seguidas

para que o sucesso seja alcançado: apoio da alta administração, fuga da realidade, medição,

responsabilidade, cultura, comunicação, feedback, conjuntura, tecnologia e fator humano.

Dentre as observações relatadas por Prado (2002), observou-se que apenas quatro convergem

com a experiência de planejamento da Khronos: o apoio da alta administração,

responsabilidade, comunicação e tecnologia.

Perspectivas

Diferentemente da primeira experiência de planejamento, esta segunda considerou as quatro

perspectivas em seu rol de estratégias. Primeiramente foi determinado pelos diretores o

percentual que a empresa deseja crescer, em termos de faturamento, tanto geral, quanto por

loja. Os mesmos estabeleceram metas de lucratividade que cada loja deveria atingir. Além

disto, nesta experiência foi definido um projeto de orçamento financeiro, que tinha a

finalidade de destinar valores para cada plano de contas da empresa.

De acordo com Kluyver e Pearce (2007) as medidas de desempenho financeiro sinalizam se a

estratégia da empresa e sua implementação estão atingindo os objetivos empresariais, que se

relacionam com lucratividade, crescimento e valor para o cliente. A perspectiva financeira

deve conter informações que serão empregadas em todas as outras perspectivas. Os

executivos devem se reunir para a definição de metas a serem alcançadas. Segundo Kaplan e

Norton (1997), os objetivos financeiros de uma empresa podem diferir consideravelmente em

cada fase do ciclo de vida da mesma. Existem três fases: crescimento, sustentação e colheita.

A Khronos, no momento insere-se na fase de crescimento. Conforme Costa (2006), os

objetivos financeiros das empresas nesta fase enfatizarão o crescimento das vendas, novos

mercados e consumidores, novos produtos e serviços, os sistemas, a capacitação de

funcionários, o estabelecimento de novos canais de marketing, vendas e distribuição,

mantendo um nível adequado de gastos com desenvolvimento de produtos e serviços.

Percebe-se que os projetos definidos na segunda experiência de planejamento da empresa vão

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ao encontro dos objetivos financeiros que o autor afirma que devem ser enfatizados quando a

empresa encontra-se na fase de crescimento.

Com o intuito de aumentar a participação de mercado, as vendas e conquistar novos

consumidores a empresa planejou o desenvolvimento de um telemarketing, que atuaria em

áreas cujas lojas não atendem. Este projeto insere-se na perspectiva de clientes, uma vez que,

conforme Kaplan e Norton (1997), esta perspectiva tem a função de alinhar as medidas de

resultado relacionadas à captação e retenção de clientes, entre outras.

De acordo com Niven (2002), a perspectiva de clientes entre outras coisas deve afirmar quem

são os consumidores alvos e as propostas de valores ao servi-los. Na segunda experiência de

planejamento da Khronos foram redefinidos os clientes-alvos. Já as propostas de valores

continuaram as mesmas da primeira experiência. Essas propostas contemplam gerar soluções

para os clientes consolidando o relacionamento com os mesmos.

Para Kaplan e Norton (1997), a dimensão de relacionamento com os clientes refere-se à

entrega do produto / serviço dentro do prazo, possuir pessoal qualificado no atendimento, ter

capacidade de resposta rápida, ser transparente.

A fim de alcançar este objetivo, no planejamento da Khronos foi definida uma série de

projetos: implantação do controle de estoque, padronização dos processos da assistência

técnica, calendário de treinamento para os clientes e treinamento de vendas e atendimento

para os colaboradores. O primeiro tinha a função de melhorar a gerência e acompanhamento

dos recursos materiais da empresa. O segundo, definir processos para consertos de

mercadorias e devoluções e otimizar o tempo de entrega e a capacidade de resposta. O

terceiro, além de fidelizar o cliente, ensinando-os o funcionamento e os atributos dos produtos

comercializados pela empresa, proporcionava a queda do índice de falhas de instalações por

parte dos clientes. E o quarto tinha a finalidade de padronizar, capacitar e elevar o nível do

atendimento de todos os colaboradores da organização.

Os quatro projetos citados acima estão relacionados à perspectiva de processos internos. Esta

perspectiva, de acordo com Costa (2006) é norteada pelas metas financeiras e necessidades

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dos clientes. Torres (2001) a subdivide em três processos principais que compreendem: o

processo de inovação, de operações e de serviços pós-venda.

O processo de inovação ressalta que, através de pesquisas, a organização deve analisar as

necessidades dos clientes e desenvolver produtos ou serviços que atenderão a essas

necessidades. Os processos de operações enfatizam a entrega eficiente, regular e pontual dos

produtos e serviços existentes aos clientes atuais. Além disso, incorporam os fatores críticos

de desempenho dos produtos e serviços, tempo de resposta, qualidade e custos. O processo de

serviços pós-venda inclui as garantias e concertos, correções de defeitos e devoluções,

processamento de pagamentos, faturamento e cobrança.

Neste sentido os projetos de controle de estoque e padronização dos processos da assistência

técnica são considerados como processos de operações. O último enquadra-se também em

processos de serviços pós-venda. Os projetos desenvolvimento de calendário de treinamento

para clientes e treinamento de vendas e atendimento aos colaboradores convergem com os

processos de inovação do método BSC.

O projeto recuperação de inadimplentes também está relacionado à perspectiva de processos

internos. Este tinha como finalidade aumentar o capital de giro e, consequentemente a

lucratividade, através de melhoramentos de processos operacionais. Com relação à

perspectiva de aprendizagem e crescimento, esta segunda experiência de planejamento

considerou três projetos: desenvolvimento de equipes, avaliação de desempenho e

desenvolvimento de uma política de benefícios.

A perspectiva de aprendizagem e crescimento forma a base da melhoria, da qualidade e da

inovação da empresa. Segundo Costa (2006) esta perspectiva deve considerar três fatores

principais: as pessoas, os sistemas de informação e a estrutura e procedimentos

organizacionais. A implantação do BSC permite identificar eventuais defasagens entre as

capacitações das pessoas, dos sistemas e dos procedimentos e as capacitações requeridas para

alcançar os objetivos da empresa.

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118

Os três projetos definidos na Khronos relacionados a esta perspectiva resultam na eliminação

desta defasagem, pois tinham os objetivos de capacitar, avaliar e motivar os colaboradores.

Pode-se identificar uma integração lateral entre as perspectivas nesta segunda experiência de

planejamento. Isto é, o que se pretendia alcançar financeiramente orientava a perspectiva de

clientes, que por sua vez, orientava as escolhas quanto às perspectivas de processos internos,

que por sua vez, orientava as decisões sobre as perspectivas de aprendizagem e crescimento

identificadas como necessárias para dar suporte à realização das demais perspectivas.

Resultados

De acordo com o BSC, para cada medida considerada importante é preciso definir metas de

desempenho necessárias para o cumprimento dos objetivos estratégicos. Nesta experiência de

planejamento foram atreladas metas somente às medidas da perspectiva financeira. Metas de

faturamento, lucratividade e custos, de acordo com a planilha de orçamentos. As análises

dessas metas indicam se a empresa obteve êxito com as estratégias definidas, implementadas

e executadas.

Além deste, outro fator considerado convergente entre o método BSC e o planejamento da

Khronos é o fato de que para todos os projetos, medidas e metas definidas foram

desenvolvidos planos de ação. Segundo Costa (2006) “para garantir que as metas definidas no

planejamento sejam alcançadas, nenhuma pode ficar sem plano de ação”.

4.4.2 Fatores Divergentes

Serão avaliados a partir deste momento os fatores divergentes das duas experiências de

planejamento estratégico da Khronos à luz dos fatores estruturantes do BSC. Assim como a

análise dos fatores convergentes, esta contemplará a metodologia utilizada para o

desenvolvimento dos planejamentos, as perspectivas relacionadas ao desmembramento da

estratégia e os resultados.

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4.2.2.1 Planejamento Estratégico 1

Metodologia

Kaplan e Norton (1997) identificaram como passos essenciais para a implantação do

Balanced Scorecard o esclarecimento da visão e da estratégia da empresa; a comunicação

desta estratégia; o lançamento de iniciativas estratégicas envolvendo simultaneamente mais de

uma unidade de negócios; e a delegação para cada unidade de negócio de desenvolver sua

própria estratégia, coerente com a estratégia da empresa.

Na primeira experiência de planejamento da Khronos, o quarto passo, identificado por Kaplan

e Norton (1997) não foi considerado, tampouco foram desenvolvidas estratégias para cada

unidade de negócios. Todos os projetos definidos neste planejamento abrangiam a empresa de

uma forma geral, isto é, eram os mesmos para todas as unidades de negócios.

No que diz respeito às falhas estruturais passíveis de acontecer na implantação do BSC,

segundo aqueles autores, são que as organizações nunca devem delegar a função de criar

indicadores a uma equipe gerencial de nível médio. Isso deve partir sempre da alta

administração, para que o Balanced Scorecard utilize a visão estratégica da organização.

Quando não parte da alta administração, normalmente são criadas medidas de desempenho

aos processos existentes gerando melhorias em âmbito local, mas provavelmente não levará a

um desempenho superior para toda a organização.

Na Khronos não foram desenvolvidos indicadores, porém os projetos definidos com o intuito

de colocar a estratégia em ação partiram de um conjunto de idéias e análises da equipe

gerencial de nível alto e médio da empresa. A mesma baseou-se nas análises dos fatores

interno e externo para definir esses projetos, no entanto não foram avaliados se a execução

dos mesmos implicaria no alcance da estratégia, ou simplesmente em melhorias em âmbitos

locais.

Segundo Prado (2002), a implantação do BSC requer ainda que a empresa busque o consenso

e clareza para traduzir a missão e a estratégia de negócios em medidas operacionais que

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derivem em resultados. No entanto, para o sucesso desta operação algumas observações

devem ser seguidas como: apoio da alta administração, fuga da realidade, estabelecimento de

mecanismos de medição, responsabilidade, cultura, comunicação, feedback, conjuntura,

tecnologia e fator humano.

Na Khronos duas dessas premissas não foram consideradas no processo de desenvolvimento

do primeiro planejamento. O estabelecimento dos mecanismos de medição é a primeira delas.

De acordo com aquele autor, todos os indicadores definidos devem ser facilmente mensurados

e divulgados. Na empresa pesquisada, além de não terem sidos definidos indicadores para a

maioria das medidas, as que os mantinham não eram divulgadas. A segunda é o feedback.

Este representa o retorno sobre as ações ou sobre o efeito dos indicadores. Esse retorno

também não era feito na Khronos, uma vez que não havia acompanhamento do

desenvolvimento dos projetos definidos no planejamento, por parte da alta administração e

dos responsáveis pela condução do planejamento.

Perspectivas

A primeira experiência de planejamento estratégico da Khronos não contemplou a perspectiva

financeira. Chegou a ser definido um projeto de análise financeira, mas este, na opinião do

autor, insere-se na perspectiva de processos internos, uma vez que não definia os objetivos

financeiros da empresa, somente a melhora da visibilidade dos resultados. Em nenhum

momento foi declarado quais resultados a empresa desejava obter, quais índices melhorar.

Sob a ótica de Costa (2006), os indicadores financeiros devem expressar o tipo de decisão

estratégica que será tomada, isto é, dependendo da fase em que a empresa se encontra

(crescimento, sustentação ou colheita) é diferente a preocupação quanto aos índices

financeiros e explicitar como os índices financeiros como rentabilidade, produtividade ou

liquidez devem ser alcançados (por crescimento e mix de receita; redução de custo e aumento

da produtividade; ou utilização de ativos e estratégia de crescimento).

Quanto à perspectiva de clientes, o projeto definido na primeira experiência de planejamento

não estava ligado a metas e indicadores. Tanto a visão, quanto a missão e negócio da empresa

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foram construídas baseadas na satisfação dos clientes. O projeto de fidelização foi lançado no

planejamento, porém não foi amarrado a nenhum indicador de fidelização como: aumento de

lucratividade por cliente; aumento de participação de mercado; ou ainda, melhoria da

satisfação do cliente. De acordo com Costa (2006), o BSC é constituído por um mecanismo

de causa e efeito que deve estar presente no desdobramento da estratégia em medidas, metas e

planos de ação (integração vertical) e na relação desses componentes entre as perspectivas

(integração lateral).

O pesquisador percebe que não houve este alinhamento vertical entre a estratégia e os projetos

definidos na primeira experiência de planejamento estratégico da Khronos. Tampouco o

alinhamento lateral entre as perspectivas. Primeiro, porque a empresa não contemplou

objetivos financeiros e segundo porque não apresentou relações de causa e efeito entre a

estratégia e as ações e entre os projetos, salvo entre os projetos fidelização de clientes e

eficiência operacional.

Ao não contemplar relações de causa e efeito entre os demais projetos, não se sabe se os

mesmos resultarão no alcance da estratégia. Podem até, monitorar e melhorar processos

internos existentes, contudo no BSC os investimentos e as mudanças de processos que

aumentam a produtividade só devem ser considerados se forem críticos para o sucesso da

estratégia da organização.

Resultados

Os resultados da primeira experiência de planejamento estratégico da Khronos divergem-se

do método BSC. Na empresa pesquisada os resultados do planejamento não foram

mensurados de forma estruturada, isto é, a partir de indicadores de desempenho. Além disto,

somente no final do ano os diretores fizeram uma reunião com os gerentes a fim de comparar

as atividades planejadas com as realizadas. Ou seja, não havia acompanhamento por parte da

alta administração, para verificar se os planos de ação estavam sendo executados. Os únicos

dados que eram analisados mensalmente eram medidas financeiras como faturamento,

inadimplência, índice de liquidez, compras, entre outros. No entanto, essas medidas são

genéricas e não indicavam como a empresa poderia alcançar o desempenho esperado nesses

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itens, nem mesmo qual era a meta para cada um deles, uma vez que a perspectiva financeira

não foi contemplada neste planejamento.

Para Costa (2006), o BSC deve estabelecer medidas que conduzam os trabalhos em direção à

visão da empresa. Essas medidas pressupõem tanto a discussão sobre o objeto a ser medido,

quanto seu detalhamento: fórmula, fonte de dados, periodicidade de apuração e interpretação.

Essas informações devem ser concisas, claras e explicar como as medidas foram

estabelecidas, monitoradas e reportadas. Kaplan e Norton (1997) completam afirmando que

para cada medida considerada importante, é preciso definir metas de desempenho necessárias

para o cumprimento dos objetivos estratégicos. Essas metas devem expressar hipóteses sobre

a magnitude e a velocidade de mudanças necessárias para o cumprimento da estratégia.

Segundo aqueles autores, a meta deve ser a quantificação do desempenho desejado a ser

medido.

Para finalizar, os projetos definidos no planejamento da Khronos não foram amarrados a

sistemas de recompensas. Segundo Costa (2006) uma das formas de traduzir a estratégia em

objetivos locais é, além da comunicação e estabelecimento de objetivos, a ligação de

recompensas às medidas de desempenho. A mesma afirma que para que o desempenho global

desejado e comunicado sejam efetivamente alcançados, os programas de incentivo e

compensação devem ser vinculados às medidas de desempenho.

4.4.2.2 Planejamento Estratégico 2

Metodologia

Como a metodologia das duas experiências de planejamento estratégico da Khronos foi

bastante parecida, os fatores divergentes encontrados nas mesmas assim como os

convergentes são praticamente os mesmos. De acordo com Kaplan e Norton (1997), um

passo importante da implantação do Balanced Scorecard é delegar a cada unidade de negócio

o desenvolvimento de sua própria estratégia, coerente com a estratégia da empresa.

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Nessa segunda experiência de planejamento este fator não foi considerado, pois os

colaboradores da alta e média administração se reuniram para analisar os fatores dos

ambientes interno e externo à organização e, a partir destes, desenvolver estratégias gerais que

conduzissem ao alcance da visão da empresa. Contudo, os projetos definidos foram os

mesmos para todas as unidades de negócio, assim como as metas de lucratividade estipuladas.

O único fator que convergiu com esta etapa de implantação do BSC foi o desenvolvimento

das metas de faturamento, que por sua vez, foram estipuladas pelos gestores de cada unidade

de negócio baseados no crescimento geral de faturamento determinado pelos diretores.

No que diz respeito às falhas estruturais segundo aqueles autores, as organizações nunca

devem delegar a função de criar indicadores a uma equipe gerencial de nível médio. Isso deve

partir sempre da alta administração para que o Balanced Scorecard utilize a visão estratégica

da organização. Quando não parte da alta administração, normalmente são criadas medidas de

desempenho aos processos existentes gerando melhorias em âmbito local, mas provavelmente

não levará a um desempenho superior para toda a organização.

Pode-se perceber que no planejamento estratégico 2, ao contemplar as fraquezas para

definição da maioria dos projetos buscou-se melhorias em âmbitos locais. Como relatado na

pesquisa, mesmo com a realização de mais da metade dos projetos planejados, o desempenho

superior da organização, isto é, as medidas financeiras estipuladas não foram alcançadas. Os

altos executivos apoiaram o projeto e definiram a visão de futuro, porém não partiu deles, a

criação de medidas que dirigissem a esse caminho. Além disto, não foram considerados nesta

experiência de planejamento a medição e o feedback, que conforme Prado (2002) são fatores

que, entre outros, devem ser determinados para que seja alcançado o sucesso da tradução da

estratégia em medidas operacionais que derivem em resultados.

Perspectivas

A segunda experiência de planejamento estratégico da Khronos contemplou as quatro

perspectivas existentes no escopo do Balanced Scorecard. No entanto, de acordo com o

método, as estratégias de uma empresa são definidas a partir de premissas de uma visão de

mundo e de hipóteses sobre o relacionamento causa e efeito entre os fatores de sucesso. Se

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houver erros de premissas a estratégia de longo prazo definida pode não ser a lucrativa. Nesse

caso, pode-se ter um conjunto adequado de indicadores corretamente inter-relacionados, que

não será suficiente para orientar a gestão: “se a visão está errada, o fato de ela ser executada

bem se torna irrelevante” (COSTA, 2006, p.15).

No segundo planejamento foram analisados fatores dos ambientes interno e externo à

empresa, contudo os objetivos e metas foram determinados, principalmente a partir das

fraquezas que foram identificadas. Os mesmos não foram definidos por meio de hipóteses

sobre relações de causa e efeito e não foi avaliado se a eliminação dessas fraquezas era o

caminho correto para o alcance da estratégia da empresa e/ou do crescimento financeiro

estipulado no planejamento. Ou seja, nesta experiência de planejamento também não se

observou alinhamento vertical entra a estratégia e as ações definidas para o alcance da mesma.

Já o alinhamento lateral, isto é, entre as perspectivas, foi constatado.

Resultados

Os resultados da segunda experiência de planejamento da Khronos divergem do método BSC

quanto à definição de indicadores relacionados às perspectivas. Com exceção da perspectiva

financeira, nenhuma outra contemplou metas que indicassem a performance da empresa com

as estratégias definidas, implementadas e executadas.

De acordo com Kaplan e Norton (1997), para cada medida considerada importante é preciso

definir metas de desempenho necessárias para o cumprimento dos objetivos estratégicos.

Essas metas devem expressar hipóteses sobre a magnitude e a velocidade de mudanças

necessárias para o cumprimento da estratégia. Costa (2006) completa afirmando que as

medidas devem ser detalhadas quanto à fórmula, fonte de dados, periodicidade de apuração e

interpretação.

No planejamento da Khronos, além dos projetos não terem sido vinculados a metas de

desempenho, os que foram não apresentavam todos os detalhes determinados pelos autores.

Nesta segunda experiência, a empresa também não vinculou nenhum tipo de recompensa para

os responsáveis que realizassem os projetos conforme o planejamento. Segundo Costa (2006)

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uma das formas de motivar os colaboradores e garantir que o desempenho global seja

alcançado é vincular, às metas, programas de incentivo e compensação.

4.5 Resumo dos Fatores Convergentes e Divergentes

Para maior e melhor clareza e observação dos fatores convergentes e divergentes das duas

experiências de planejamento estratégico da empresa Khronos à luz dos fatores estruturantes

do método BSC, segue abaixo (Quadro 8) um resumo dos dados analisados na pesquisa.

Quadro 8: Resumo dos fatores estruturantes do BSC

Fonte: Autor.

Pode-se perceber através da análise dos dados levantados que há mais fatores convergentes do

que divergentes entre as experiências de planejamento estratégico da empresa estudada e o

método BSC. As divergências mais significantes encontram-se relacionadas aos resultados. A

falta de definição de indicadores de desempenho, mensuração dos resultados e vinculação de

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126

recompensas suscita a falta de comprometimento das equipes, no sentido de não serem

arrojadas e pró-ativas nas questões que as levam ao alcance da estratégia. De acordo com a

avaliação do pesquisador, as mesmas adotam uma postura mais conservadora à medida que

percebem que os resultados não são avaliados e os esforços recompensados.

A metodologia de desenvolvimento e identificação da necessidade de investimentos em

projetos não só financeiros podem ser considerados pontos positivos para o desenvolvimento

de um planejamento à luz do Balanced Scorecard. No entanto, ainda na opinião do

pesquisador, a estratégia da empresa deve ser verificada e os objetivos de curto prazo

estipulados com base em todos os fatores que influenciam a organização e, principalmente,

devem estar diretamente ligados à estratégia, para que haja o alinhamento vertical, pois de

acordo com Costa (2006) todo o esforço para o alcance dos objetivos de curto prazo e perfeito

alinhamento lateral entre as perspectivas podem ser em vão se a estratégia da organização

estiver equivocada.

4.6 Proposta de Implantação

Busca-se aplicar à Khronos uma ferramenta que alinhe suas ações rotineiras ao seu horizonte

estratégico e que integre as estratégias da empresa à sua cultura. Para tanto foram resgatadas e

analisadas as duas experiências de planejamento estratégico ocorridas na empresa e

comparadas ao método BSC, pois na visão do pesquisador este é um método que teria

consistência para tal intento.

De acordo com a pesquisa observou-se algumas divergências entre os métodos realizados e o

proposto, portanto para desenvolver um planejamento estratégico à luz do Balanced

Scorecard a empresa deverá proceder da seguinte maneira:

Definir ou reavaliar a visão da empresa;

Definir os objetivos estratégicos de cada perspectiva do BSC;

Elaborar e escolher indicadores;

Definir metas de desempenho e desenvolver planos de ação;

Comunicar a estratégia corporativa e vincular a sistemas de recompensas;

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E mensurar os resultados e conceder feedbacks.

Essas seis etapas contempladas na proposta de implantação estão estruturadas na figura 4 a

seguir:

Figura 4: Sequência de Implantação do planejamento estratégico a luz do BSC

Fonte: Autor

Continuando, descreve a seguir cada etapa do processo:

1º. Definir ou reavaliar a visão da empresa: Para desenvolver esta etapa deve-se preparar todo

material básico do Balanced Scorecard e também os documentos internos sobre a visão, a

missão e a estratégia da empresa. Todo este material deve ser entregue a cada alto executivo

da organização. Deve-se também obter informações referentes a cada unidade de negócio,

tipo, ambiente competitivo, inovações tecnológicas, pontos fortes, pontos fracos,

fornecedores, produtos substitutos, clientes, etc. Após a análise do material pelos executivos,

devem ser feitas entrevistas de aproximadamente 90 minutos com cada um deles, seguindo

um roteiro igual para todos, evitando assim uma análise confusa entre as unidades. Nas

entrevistas, deve-se apresentar o conceito de BSC aos executivos, responder as dúvidas que

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aparecerem sobre o conceito, obter informações iniciais sobre a estratégia organizacional e

saber como isso se traduz em objetivos e medidas para o Scorecard.

2º. Definir os objetivos estratégicos de cada perspectiva do BSC: Após a realização das

entrevistas, os membros do projeto devem se reunir para discutir as respostas obtidas, destacar

questões importantes e preparar uma relação inicial de objetivos e medidas que servirão de

base para a primeira reunião com a alta administração. O resultado desta sessão de síntese

deve ser uma lista e uma classificação de objetivos nas quatro perspectivas. Neste momento, a

equipe deve verificar se os objetivos nas quatro perspectivas parecem estar interligados em

relação causa e efeito. A seguir, deve ser realizada uma reunião com a alta administração,

onde se procura gerar um consenso em relação ao Scorecard. Durante a reunião, deve-se

promover um debate de grupo com relação à missão e estratégia até que seja alcançado um

consenso. Cada perspectiva deve ser abordada de forma sequencial e os objetivos citados em

cada uma delas devem ser discutidos a parte, isto é, sem fazer comparações com outros

objetivos potenciais, para que sua relevância específica, seus pontos fortes e suas deficiências

possam ser totalmente analisados. Após lançados e discutidos todos os objetivos potenciais de

uma perspectiva, o grupo seleciona por votação as três ou quatro mais importantes.

3º. Elaborar e escolher indicadores: Esta etapa consiste em reuniões de subgrupos. O ideal é

trabalhar com subgrupos individuais durante várias reuniões e cada subgrupo terá quatro

tarefas principais: 1) refinar a descrição dos objetivos estratégicos, de acordo com as

intenções expressas na primeira reunião da alta direção; 2) para cada objetivo, identificar o

indicador ou indicadores que melhor captam e comunicam a intenção do objetivo; 3) para

cada indicador proposto, identificar as fontes das informações necessárias e as ações que

podem ser necessárias para tornar essas informações acessíveis; 4) para cada perspectiva,

identificar as relações críticas entre os indicadores dessa perspectiva, bem como entre ela e as

outras perspectivas do Scorecard, ou seja, tentar identificar de que maneira cada medida

influencia a outra. Assim que os resultados das reuniões dos subgrupos forem alcançados,

deve ser marcada outra reunião com os executivos para a apresentação dos mesmos.

Primeiramente devem ser apresentados somente os resultados da segunda e quarta tarefa que

lhes foi remetido. Esses resultados devem ser apresentados pelos executivos integrantes dos

subgrupos para todos sentirem que o executivo tem a posse dos objetivos traçados. Ao final

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das apresentações o grupo deverá definir quais indicadores, entre os apresentados, melhor

captam e comunicam a intenção de cada objetivo e então deve ser apresentado o resultado da

terceira tarefa pelos executivos que obtiverem as informações dos indicadores escolhidos.

4º. Definir metas de desempenho e desenvolver planos de ação: Após definido os indicadores,

os membros do projeto deverão se reunir para organizar o mapa estratégico da empresa. Uma

vez elaborado o mapa, outra reunião com os executivos deve ser agendada para a definição

das metas de cada indicador proposto. Deve-se iniciar pelo estabelecimento das metas de

longo prazo. As metas de curto prazo devem ser estabelecidas depois das metas de longo

prazo. Essas metas devem, ainda, ser definidas com base na análise dos fatores internos e

externos à organização para serem factíveis. Na sequência devem ser planejadas as ações a

serem executadas. Essas podem ser definidas através de um brainstorm dos participantes da

reunião, porém somente as ações que realmente levarão ao atendimento das metas

estabelecidas devem ser contempladas. Em seguida, deve ser atribuído um ou mais

responsáveis pela execução de cada ação estabelecida e estes, por sua vez, terão um prazo (a

ser definido) para elaborarem os planos de ação.

5º. Comunicar a estratégia corporativa e vincular a sistemas de recompensas: Esta etapa

consiste na comunicação a todos os funcionários da empresa de quais são os objetivos a serem

alcançados. Essa comunicação pode ser feita através de documento escrito ou reunião com

todos os colaboradores da empresa para apresentação da visão, dos objetivos estratégicos, dos

indicadores, das metas e das ações definidas. Além de comunicar, os gestores devem vincular

as metas estabelecidas a sistemas de recompensas para motivar e estimular os colaboradores a

se comprometerem com os resultados. Essa vinculação pode se dar através da participação

dos resultados, comissões, prêmios, bônus, entre outros.

6º. Mensurar os resultados e conceder feedbacks: Todos os indicadores definidos devem ser

mensurados conforme as metas e prazos estabelecidos para o alcance das mesmas. Na

sequência, deve-se criar um sistema de feedback estratégico para testar, validar e modificar as

hipóteses incorporadas à estratégia da empresa. Esse feedback pode ser feito através de

reuniões periódicas dos executivos, com o intuito de divulgar e analisar os resultados obtidos.

Esse momento contempla o aprendizado organizacional.

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V – CAPÍTULO

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Considerações

A relevância deste trabalho residiu em apresentar um estudo sobre a viabilidade de

desenvolvimento do planejamento estratégico à luz do Balanced Scorecard na empresa

Khronos. A seguir serão apresentadas as conclusões que se atingiu com a realização deste

trabalho e as recomendações para a empresa de estudo, bem como, para futuros trabalhos

acadêmicos que abordarão este tema.

5.2 Conclusões

Esta dissertação investiga a relação entre o Planejamento Estratégico e o Balanced Scorecard

no desempenho organizacional. O BSC vem sendo amplamente difundido entre as grandes

corporações, entretanto sua efetividade com relação às pequenas empresas permanece em

questão.

Para abordar este problema, a dissertação apresenta a estratégia, seu processo de formulação

em pequenas empresas e o processo de planejamento estratégico; mostra também alguns

sistemas de medição de desempenho e suas características e, em particular do Balanced

Scorecard; faz também uma resenha de pesquisas acadêmicas sobre o impacto dos sistemas

de medição de desempenho sobre as empresas; uma análise dos estudos em organizações

usuárias do BSC, e por último realiza uma investigação empírica sobre a relação entre o uso

do planejamento estratégico a luz do BSC em uma pequena empresa.

Outro resultado relevante foi que por meio do resgate da origem e evolução da empresa,

análise de seu ambiente interno e externo e experiências de planejamento estratégico,

identificou-se que a empresa carecia de um aprimoramento no seu direcionamento estratégico,

e alinhamento de suas ações operacionais conforme a sua visão.

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Com a finalidade de apresentar um modelo que suprisse esta necessidade, coerente com a

realidade da organização, realizou-se primeiramente um diagnóstico organizacional

levantando informações relevantes aos ambientes interno e externo da empresa. Na sequência

foram resgatadas as experiências de planejamento estratégico já experimentado na

organização estudada, de acordo com as metodologias utilizadas, os elementos estruturantes

das propostas, as propostas propriamente ditas e os resultados decorrentes. Esse resgate serviu

de base para a identificação dos fatores convergentes e divergentes, das experiências de

planejamento estratégico da empresa, e do método BSC. Como resultado, percebe-se que

através desta última análise que as experiências de planejamento da empresa apresentaram

mais fatores convergentes ao método BSC do que divergentes. Porém, os fatores divergentes

identificados são de suma relevância para o alcance dos objetivos estratégicos.

Os resultados mostraram que a metodologia de desenvolvimento e a consideração de

investimentos em medidas não só financeiras constituem as principais convergências

percebidas. Já a falta de mensuração, definição de indicadores de desempenho e metas e

alinhamento entre a estratégia e as ações determinadas nos planejamentos da empresa

constituem as principais divergências.

Continuando com as análises. A fim de eliminar essas divergências, aproveitar as

convergências e aprimorar o direcionamento estratégico e alinhamento da organização, foi

sugerido pelo pesquisador uma proposta de implantação do planejamento estratégico à luz do

Balanced Scorecard, conforme elementos e sugestões inseridos no contexto da proposta de

implantação deste trabalho. Ao iniciar este estudo foram levantados objetivos específicos para

atingir o objetivo geral, sendo assim, como resultado final é possível afirmar que o objetivo

geral foi alcançado, que era analisar a viabilidade de implantação do planejamento estratégico

da Khronos, à luz do método BSC.

Este trabalho consistiu em analisar uma ferramenta de gestão que torne a estratégia da

empresa tangível e abranja todos os níveis da organização. Com o desenvolvimento, a rigor

do proposto, a empresa alinhará não apenas indicadores e processos, mas também pessoas e

suas respectivas idéias e sugestões à estratégia da organização. Os benefícios do BSC somente

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serão percebidos com uma análise temporal de comparação, onde poderá ser medida a real

eficácia da aplicação da ferramenta em estudo.

5.3 Recomendações e Sugestões para Futuras Pesquisas

Este trabalho serve como aperfeiçoamento do planejamento estratégico, com o intuito maior

de aprimorar seu direcionamento estratégico e alinhar suas atividades rotineiras à sua visão.

Sendo assim, recomenda-se o desenvolvimento efetivo do sistema de gestão estratégica

Balanced Scorecard na empresa alvo da pesquisa, utilizando a metodologia apresentada neste

estudo. É importante salientar que, para tal propósito, faz-se imprescindível o pleno interesse

e comprometimento da diretoria da organização com todo o processo e com a mudança que

este deverá acarretar na forma como a organização é gerida.

Ainda é interessante estabelecer uma metodologia de monitoramento e aprendizagem do

Balanced Scorecard, tendo como base um acompanhamento constante da ferramenta para

manter a empresa alinhada e pronta para responder de maneira enérgica às transformações do

mercado. Recomenda-se a utilização da metodologia empregada no presente estudo como

material de apoio para outros acadêmicos e profissionais interessados no tema Balanced

Scorecard.

Recomenda-se ainda para futuros estudos uma maior atenção à definição de “uso efetivo do

balanced scorecard”, em razão que pode haver empresas que alegam ter a ferramenta, mas

que na realidade diária não a utilizam, enquanto que outras podem não ter o BSC, mas

implantaram uma forma de gestão equivalente a esta.

Além disso, propõem-se estudos empíricos em pequenas empresas que tenham implantado

com sucesso o Balanced Scorecard, com o objetivo de investigar em profundidade como se

desenvolveu e como esta se adaptou de forma eficiente ao BSC, já que se percebe uma

influência de fatores comportamentais e sociais nas empresas, e que impactam diretamente na

adoção de uma nova metodologia de gestão, além dos fatores econômicos na busca pela

eficiência da empresa, na melhora do processo de tomada de decisão e no alcance de

resultados superiores.

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5.4 Limitações

Quanto aos estudos que sugerem a aplicação do Balanced Scorecard nas empresas, onde

também se observou a relação entre os objetivos estratégicos e os planos operacionais

propostos pelo Balanced Scorecard, verificou-se que na empresa já se apresentavam alguns

objetivos estratégicos definidos, e que assim haveria certa facilidade de implementação da

ferramenta. Logo, para a implantação seria necessária uma adaptação para as especificidades

da empresa às quatro perspectivas dessa metodologia de gestão. Porém, para replicar o estudo

em outras empresas será necessária uma maior adequação, para ajustar os objetivos

estratégicos às perspectivas do Balanced Scorecard.

Como a presente dissertação se apóia em um estudo de caso de uma única empresa e de um

único setor, está pode ser uma crítica válida e uma limitação possível, e a sua replicação para

uma amostra maior e de mais de um setor é uma recomendação valida. Outro agravante a esta

análise é a homogeneidade da amostra analisada. Questões como diferenças culturais da

organização pesquisada, impactos advindos de ciclos econômicos, ou demais variáveis

exógenas adversas podem ter prejudicado o modelo de análise, induzindo a pesquisa a

resultados imprecisos. Para o prosseguimento deste estudo, sugere-se uma ampliação das

pesquisas com a inclusão de mais estudos em outros segmentos de mercado, a fim de

comparar com os resultados obtidos e identificar questões de pesquisa ainda não discutidas

pelos pesquisadores brasileiros.

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