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FERNANDA SANTANA ESTRESSE OCUPACIONAL: Análise de fatores que influenciam o estresse ocupacional nos funcionários do setor de marcações de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú. Balneário Camboriú 2010

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FERNANDA SANTANA

ESTRESSE OCUPACIONAL: Análise de fatores que influenciam o estresse

ocupacional nos funcionários do setor de marcações de consultas do Posto de

Saúde Central de Balneário Camboriú.

Balneário Camboriú 2010

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FERNANDA SANTANA

ESTRESSE OCUPACIONAL: Análise de fatores que influenciam o estresse

ocupacional nos funcionários do setor de marcações de consultas do Posto de

Saúde Central de Balneário Camboriú.

Balneário Camboriú 2010

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Recursos Humanos, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú.

Orientadora: Profª Msc. Luzia Fröhlich

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FERNANDA SANTANA

ESTRESSE OCUPACIONAL: Análise de fatores que influenciam o estresse ocupacional nos funcionários do setor de marcações de consultas do Posto de

Saúde Central de Balneário Camboriú.

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Recursos

Humanos da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário

Camboriú.

Área de Concentração: Administração de Recursos Humanos

Balneário Camboriú, 07de julho de 2010.

_________________________________

Profª. MSc. Luzia Frohlich

Orientadora

___________________________________

Prof. MSc. Laércio Antônio Braggio

Avaliador

___________________________________

Prof. MSc. Marcos Aurélio Batista

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiária: Fernanda Santana

Área de Estágio: Recursos Humanos

Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisora da Empresa: Neuza Cittadim (Coordenadora da Unidade)

Professora orientadora: Luzia Fröhlich

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Secretaria Municipal de Saúde de Balneário Camboriú

Endereço: Rua 1.500 n° 1100 - Centro

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Setor de marcações de consultas médicas

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo da Supervisora da Empresa: Neuza Cittadim (Coordenadora da

Unidade)

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 07 de julho de 2010.

A Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do

Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pela acadêmica Fernanda Santana.

___________________________________

Responsável pela Empresa

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Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma

para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los

para plantar as mais belas sementes no terreno de

sua inteligência.

Augusto Cury

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DEDICATÓRIA

A meus pais, professores e amigos,

por todo apoio e carinho.

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AGRADECIMENTOS

A Professora Luzia Fröhlich, admirável mestra por sua orientação, paciência e

apoio na elaboração desta Monografia.

A todos os professores que tive a oportunidade de conhecer e aprender o que hoje

levo em minha bagagem.

À Coordenação do curso, Professor coordenador Márcio Daniel Kiesel, Professora

Lorena Schröder, Noelma e Débora, por seus conselhos, orientações e carinho ao

longo desta trajetória.

Ao meu namorado Maicon Albano pelo apoio oferecido e paciência pela ausência

em vários momentos dedicados a vida acadêmica.

Aos meus pais pelo amor incondicional.

A todos os meus colegas de curso sem exceção, pela amizade, apoio, ajuda e

carinho.

A Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú, especificamente a Secretaria de

Saúde pela oportunidade de desenvolver esta pesquisa em um de seus setores.

E principalmente a Deus, por permitir estar hoje aqui realizando um sonho.

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RESUMO

Atualmente o estresse sofrido pelas pessoas se difere de outras épocas, fato este relacionado às mudanças impostas principalmente pela competitividade e das exigências no ambiente organizacional, onde o estresse acaba se tornando uma perigosa ameaça tanto para a saúde dos trabalhadores quanto para as empresas que perdem na produtividade a qual é refletida pelas horas de trabalho perdidas pelo absenteísmo, além dos custos com despesas médicas. Esta pesquisa destinou-se a analisar fatores que influenciam o estresse no ambiente de trabalho mais especificamente no setor de marcações de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú, com o objetivo de identificar a existência do estresse ocupacional nos profissionais deste setor. Fez-se uso de um questionário o qual foi possível fazer um levantamento dos principais fatores causadores deste problema no ambiente organizacional. Pode-se constatar através deste instrumento de pesquisa um elevado nível de estresse seja em relação às fontes de pressão, aos sintomas físicos, quanto mental e em relação às estratégias utilizadas para enfrentá-lo. Salientando que embora os funcionários tenham apresentado um elevado nível de estresse demonstram consciência de que é necessário haver mudanças tanto de âmbito profissional quanto pessoal para que seja possível viver de uma maneira mais adequada sem acarretar problemas a sua saúde e a organização.

Palavras-chave: Estresse ocupacional, Qualidade de vida, Pessoas.

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RESUMEN

Actualmente el estrese sufrido por las personas es distinto de otras épocas, ese facto es relacionado a los cambios hechos principalmente por la competitividad y de las exigências em el ambiente organizacional, donde el estrese encerra a tornase uma peligrosa amenoza tanto para la salud de los trabajadores cuanto para las empresas que pirdem en La productividad, esta es refletida por las horas de trabajo perdidas por el ausentismo, además de los costos com médicos. Este trabajo hice analises de los factores que influijen el estrese en el ambiente de trabajo, mas especificamente em el sector de marcaciones de consultas em el Puesto de Salud Central de ―B.C‖, com el objetivo de identificar la existencia de estrese de los profesionales de este sector. Hice el uso de um questionário, com el cual fue possible hacer um levantamiento de los principales factores causadores de ese problema en el ambiente organizacional. Puedese constatar a travis de ese instrumento de pesquisa um elevado nivel de estrese sea em relación a lãs fuentes de presión, a los sintomas físicos cuanto mental y em relación a las estratégias utilizadas para enfrentarlas. Destacando que mismo que los funcionários tengan presentado um elevado nivel de estrese demuenstran conciencia de que es necesario que tengan câmbios tanto em el âmbito profesional, cuanto personal, para que sea posible vivir de uma manera mas adecuada sin que ocurra problemas em su salud y em la organización.

Palabras clave: Estrese, Cualidad de la vida, Personas.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Sexo......................................................................................................56

Gráfico 02 – Faixa etária...........................................................................................57

Gráfico 03 – Estado civil............................................................................................57

Gráfico 04 – Escolaridade.........................................................................................58

Gráfico 05 – Tempo de atuação na Secretaria de Saúde.........................................58

Gráfico 06 – Tempo de atuação no setor de marcações de consultas.....................59

Gráfico 07 – Prática de exercício físico de forma regular..........................................59

Gráfico 08 – Tempo para relaxar e descontrair-se....................................................60

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LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Distribuição de freqüência das fontes de pressão.................................61

Tabela 02 – Distribuição de freqüência dos sintomas físicos dos funcionários........63

Tabela 03 – Distribuição de freqüência dos sintomas relacionado à saúde mental

dos funcionários.........................................................................................................64

Tabela 04 – Distribuição de freqüência das estratégias utilizadas pelos funcionários

para lidar com o estresse...........................................................................................66

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................15

1.1 Tema de estágio................................................................................16

1.2 Problema de pesquisa......................................................................16

1.3 Objetivos da pesquisa......................................................................16

1.4 Justificativa da pesquisa..................................................................17

1.5

1.5.1

1.6

Contextualização do ambiente de estágio......................................17

Organograma da Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú.........22

Organização do trabalho..................................................................23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................24

2.1 As organizações e a sua natureza...................................................24

2.2 As pessoas e a sua natureza...........................................................26

2.3 As pessoas e as organizações........................................................28

2.4 Organizações Públicas.....................................................................30

2.4.1 Gestão de pessoas no Setor Público..................................................32

2.5 Estresse.............................................................................................33

2.5.1 Fases do Estresse.............................................................................35

2.5.2 Tipos de Comportamentos relacionados ao Estresse........................38

2.6 Estresse Ocupacional.......................................................................39

2.6.1 Fatores que levam ao Estresse Ocupacional.....................................41

2.6.2 Conseqüências do Estresse Ocupacional .........................................42

2.6.3 Sintomas do Estresse Ocupacional....................................................44

2.6.4 Doenças causadas pelo Estresse Ocupacional..................................45

2.6.5 Administração do Estresse Ocupacional............................................49

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA............................................................53

3.1 Tipologia de pesquisa......................................................................53

3.2 Sujeito do estudo..............................................................................53

3.3 Instrumentos de pesquisa................................................................54

3.4 Análise e apresentação dos dados.................................................55

3.5

Limitações da pesquisa...................................................................55

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4 RESULTADOS ..................................................................................56

4.1 Apresentação dos dados.................................................................56

4.2 Análise dos dados ...........................................................................68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................71

5.1 Sugestões de estudos futuros.........................................................73

6

7

REFERÊNCIAS .................................................................................74

APENDICE.........................................................................................78

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15

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo tem como finalidade fazer uma breve introdução sobre o

assunto abordado como também expor o tema; problema; objetivos da pesquisa e a

justificativa.

O comportamento contemporâneo do trabalho exige novas competências e

habilidades do trabalhador que ele acaba estressado. Este problema se agrava

quando o estresse no trabalho contribui de alguma forma para o surgimento de

sintomas físicos, psicológicos e comportamentais.

De acordo com Lipp (2000) muitas pessoas passam boa parte de suas vidas

queixando-se de excesso de trabalho, de como precisam correr para conseguirem

executar suas tarefas, reclamando da competitividade, das exigências e de prazos

irreais.

Contudo o estresse age de forma diferente nas pessoas dependendo da

forma que se reage a ele. Para algumas pessoas uma dose de estresse pode ser

considerada uma fonte impulsionadora para alcançar metas, para outras a

sobrecarga de tarefas ou uma tarefa a qual considere impossível de ser executada

pode trazer transtornos irreparáveis a saúde do trabalhador.

Os sintomas do estresse podem ser perceptíveis em diversos fatores, seja

quando há competitividade entre colegas, quando a pressão é demasiada, quando a

pessoa não consegue assimilar as atribuições do cargo e não possui intervalos para

relaxar.

Conforme Lipp (2000), tudo que exija do organismo uma maior adaptação

desencadeia o stress, sendo que um dos pontos relevantes que se deve observar

para aprender a lidar com o estresse é justamente conseguir perceber e eliminar

algumas fontes de estresse que estão ao nosso alcance.

O problema originado pelo ambiente de trabalho é uma das principais causas

de perdas nas empresas, o estresse ocupacional pode consumir boa parte dos

gastos da empresa, pois gera acentuada queda na produtividade refletida nas horas

de trabalho perdidas pelo absenteísmo, além de custos com despesas médicas.

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1.1 Tema

O estresse no ambiente de trabalho tem causado problemas tanto para os

que sofrem quanto para as organizações que perdem devido ao baixo desempenho

dos profissionais que nelas atuam e pela falta de conhecimento de seus

administradores em gerenciá-lo.

É primordial que o administrador possua competências para lidar com

problemas relacionados ao estresse, capaz de propor a organização melhorias que

possam trazer benefícios a vida dos trabalhadores e conseqüentemente a qualidade

de seus processos.

Neste trabalho será abordado um problema que vem atingindo cada vez mais

a vida dos trabalhadores, o chamado Estresse Ocupacional.

1.2 Problema

Que fatores evidenciam a presença do estresse ocupacional nos funcionários

do setor de marcações de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário

Camboriú?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral:

Identificar a existência de estresse nos funcionários do setor de marcações de

consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú.

1.3.2 Objetivos específicos:

- Identificar o perfil dos funcionários do setor de marcações de consultas;

- Identificar as fontes de pressão do setor de marcações de consultas;

- Verificar sintomas relacionados ao estado físico e mental apresentados pelos

funcionários do setor;

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- Identificar como é administrado o estresse;

- Analisar quais os principais fatores causadores de estresse nos funcionários do

setor de marcações de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú.

1.4 Justificativa

O Posto de Saúde Central é uma unidade de referência em especialidades

médicas, localizado à rua 1.500 nº 1.100, Centro de Balneário Camboriú. Nele

encontra-se o setor de marcações de consultas, que recebe em média cerca de 400

usuários diariamente a procura de atendimento.

O atendimento é de segunda a sexta das 7:00 às 19:00, o qual divide-se em

dois turnos de seis horas. Porém apesar de seis horas diárias de cada turno de

trabalho parecer ser pouco, a incidência do estresse é observável entre os

profissionais do setor, que necessitam por muitas vezes de um momento de recesso

para restabelecer suas forças e continuarem com o atendimento aos pacientes.

Esta pesquisa teve como foco analisar os fatores resultantes de estresse nos

funcionários do setor de marcações de consultas, após observar e constatar um

elevado índice de irritabilidade, desmotivação e constrangimento destes

profissionais em determinadas situações evidenciadas, tais como: problemas

profissionais sendo discutidos em público, irritabilidade por falta de colegas de

trabalho e também atritos e discussões entre os profissionais do setor. Estes

problemas reunidos a uma série de outros fatores acabam ocasionando a estes

profissionais problemas de ordem física mental e emocional.

O estresse ocupacional é produto da relação entre o indivíduo e o seu

ambiente de trabalho, em que as exigências deste ultrapassam as habilidades do

trabalhador para enfrentá-los o que acarreta num desgaste excessivo do organismo,

interferindo na sua produtividade (PERKINS, 1995).

1.5 Contextualização do ambiente de estágio

A Secretaria de Saúde e Saneamento de Balneário Camboriú foi criada

oficialmente em 1984, ano este que marcou a inauguração do primeiro posto de

saúde no bairro da Vila Real.

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18

Localizada na rua 1.500 n° 1100, Centro, a Secretaria é administrada pelo

Secretário Municipal José Roberto Spósito e pelo Gestor do Fundo Municipal de

Saúde Rafael Schroeder, sendo acompanhada e fiscalizada pelo conselho Municipal

de Saúde. Contempla várias unidades distribuídas no município com a finalidade de

suprir as necessidades básicas de saúde da população conforme a seguir:

Unidades Especializadas:

Unidade Endereço: NAI - Núcleo de Atenção ao Idoso Rua Angelina (final), Bairro dos Municípios. NAM – Núcleo de Atenção a Mulher Rua México ao lado do 12º Batalhão da PM, Bairro

das Nações CEFIR – Centro de Fisioterapia e Reabilitação

Rua México, n° 875, Bairro das Nações

CAPS – Centro de Atenção Psico Social Quinta Avenida, esquina com Rua Curitibanos Bairro dos Municípios

CISS – Centro Integrado Solidariedade e Saúde

Rua 2350, n° 560 - Centro

CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento

Rua 2350, n° 560 - Centro

PAI – Posto de Atenção Infantil Rua Angelina (final), Bairro dos Municípios COE – Centro Odontológico Especializado Rua Ceará, n° 45 – Bairro dos Estados

Farmácia Municipal Rua 1500, n° 1109 - Centro

Laboratório Municipal Rua 990, n° 81 – Centro PSC – Posto de Saúde Central Rua 1500, n 1100 - Centro

Centro de Diagnose Rua 1500, n 1100 - Centro

Unidades Básicas: Posto de Saúde Vila Real Rua Dom Abelardo, n° 400, Bairro Vila Real

Posto de Saúde Barra Rua Eleotério C. Pinheiro - Bairro da Barra

Posto de Saúde Nova Esperança Rua Boa Vista esquina com a Rua José Borges Siqueira – Bairro Nova Esperança

Unidade de Saúde Municípios Rua Angelina ao lado do CAIC, Bairro dos Municípios

Unidade de Saúde Suíça Rua Suíça, n° 654, Bairro das Nações

Unidade de Saúde dos Estados Rua Pernambuco, s/n°, Bairro dos Estados

CAS – Centro de Atenção a Saúde Rua México, s/n° Próximo ao 12° Batalhão da PM, Bairro das Nações

CAV – Controle e Avaliação Rua 700, n° 741 – Centro TFD – Tratamento Fora ao Domicilio Rua 700, n° 741 – Centro

Almoxarifado Rua Dom Arthur, n° 130, Vila Real CCPU – Centro de Controle de Pragas Urbanas

Rua Dom Henrique (final), Bairro Jardim Iate Clube

Farmácia Popular Quarta Avenida entre as Ruas 600 e 620, Centro SAMU – Serviço de Atendimento Móvel e Urgência

Rua Nepal, n° 371 Bairro das Nações

Posto da Praia – Posto de Apoio Avenida Atlântica, s/n° (próximo a Rua 1400), Centro.

Algumas unidades básicas são destinadas ao atendimento prioritário dos

pacientes do bairro, dentre eles: Posto de Saúde da Vila Real; Barra; Nova

Esperança; Municípios; Estados; Suíça e CAS, pertencentes ao Bairro das Nações.

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19

Estas unidades são chamadas de PSF (Posto de Saúde da Família), por

prestarem atendimento à família, onde o cadastro é único, para todos os membros

da família que residem no bairro, dispondo de atendimento de clinica básica,

ginecologia, pediatria e atendimento odontológico.

As demais unidades básicas prestam serviços diferenciados, porém visando a

agilidade e eficiência aos serviços prestados aos pacientes.

CAV (Controle e Avaliação), responsável por autorizar exames de custos

elevados e encaminhar pacientes para as clinicas prestadoras deste serviço.

TFD (Tratamento fora ao Domicilio) encaminha pacientes para outros

municípios seja para consultas com especialistas que a secretária não dispõe ou

para cirurgias que não são realizadas no município.

A CCPU (Centro de Controle de Pragas Urbanas) controla problemas de

pragas em geral como também supervisiona terrenos abandonados para que

estejam sempre limpos, evitando problemas como lixo, animais mortos entre outros.

A Farmácia Popular fornece a população medicação a custo inferior, quando

os mesmos não são fornecidos na Farmácia Municipal, porém a um limite de

medicamentos.

SAMU destina-se a atendimentos de urgência a população em caso de

socorro médico, este com funcionamento 24 horas.

Entre as unidades especializadas destacam-se: NAM (Núcleo de Atenção a

Mulher) prestando serviço prioritário as mulheres, seja em ginecologia e obstetrícia,

como também realização de exames como preventivo do câncer e acompanhamento

psicológico.

NAI (Núcleo de Atenção ao Idoso) com atendimento em geriatria,

otorrinolaringologia; dermatologia, fisioterapia, assistência social, urologia, entre

outros.

PAI (Posto de Atenção Infantil) atendimento a crianças de 0 a 14 anos, dispõe

de especialistas como pediatria, fonoaudiólogia, psicologia, hebiatria, dermatologia

otorrinolaringologia entre outros.

CEFIR (Centro de Fisioterapia e Reabilitação) que presta diversos serviços

desde fisioterapia a acupuntura.

CAPS (Centro de Atenção Psio Social) atende pacientes com problemas com

drogas, álcool, nicotina dentre outros problemas que afete a saúde mental e social

do individuo.

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CISS (Centro Integrado Solidariedade e Saúde); CTA (Centro de Testagem e

Aconselhamento), estes se destinam a pacientes com problemas como tuberculose,

AIDS, doenças sexualmente transmissíveis e a realização de exames e apoio aos

pacientes.

COE (Centro Odontológico Especializado) com serviços em odontologia tais

como tratamento de canal entre outros.

A Farmácia Municipal possui uma variedade de medicamentos para o

tratamento dos pacientes que após as consultas médicas no Posto de Saúde

Central, basta atravessar a rua para garantir gratuitamente a medicação prescrita

pelo médico para seu tratamento de saúde.

O Laboratório Municipal atua realizando exames variados, inclusive exames

que não são realizados em laboratórios conveniados pelo sistema SUS (Sistema

Único de Saúde).

Centro de Diagnose, importante setor da secretária responsável por exames

mais complexos, como ultrassons, mamografia, endoscopia, eletro encefalograma,

eco cardiograma, eletrocardiograma entre outros.

O posto de Saúde central é uma unidade especializada, onde se concentra o

maior número de médicos e especialistas dentre as unidades do município, atende

mais de 500 pessoas por dia, seja em consultas médicas entre outros serviços

prestados aos pacientes tais como controle de Hipertensão e Diabetes e assistência

social.

No atendimento básico destacam-se: ginecologia, pediatria; puericultura;

clinico geral, psicologia e nutricionista, já em relação às especialidades de saúde o

posto de saúde central dispõe das seguintes especialidades médicas:

endocrinologia, dermatologia, urologia, neurologia e neurocirurgia, hematologia,

proctologia, angiologia, pneumologia, cardiologia, nefrologia, reumatologia.

O posto de saúde central, entre os seus setores, concentra um considerado

de grande importância, pois é através dele que os pacientes agendam consultas

seja para atendimento básico de saúde quanto para especialidades.

O setor de marcações de consultas é constituído com um quadro de oito

funcionários, divididos em dois turnos diários, todos capacitados e empenhados na

execução de suas funções, buscando sempre atender aos pacientes de forma

agradável, por se tratar de um ambiente em que o individuo procura para tratamento

de algum problema de saúde, estando muitas vezes com o seu emocional abalado.

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O atendimento do setor é iniciado às 7:00 horas da manhã e encerra-se as

19:00 horas de segunda a sexta, sendo que em média o setor recebe diariamente

em torno de 400 pacientes seja para marcação da primeira consulta ou para retorno

médico.

O setor possui um sistema informatizado para agilidade nas marcações,

cadeiras e senha para que o paciente não necessite ficar de pé ao esperar por sua

marcação. Há um guichê preferencial para idosos gestantes, deficientes físicos e

mães com crianças de colo. E mais três guichês para atendimento dos demais

pacientes.

Como coordenadora do posto foi nomeada a enfermeira Neuza Cittadim, que

já atuava na unidade como técnica em enfermagem, hoje responsável por manter

um bom funcionamento dos setores, desde a organização de horários médicos,

agendas, salas para atendimento, problemas que ocorrem na unidade seja com

paciente, funcionários e médicos.

Os funcionários possuem acesso direto com a coordenação, seja para

obtenção de informações ou para aconselhamento seja de âmbito pessoal ou

profissional.

Entre os problemas esta o absenteísmo de alguns profissionais do setor, onde

acaba por sobrecarregar tarefas para os colegas de trabalho, causando certa

irritabilidade e desconforto em permanecer no ambiente de trabalho.

Informações que necessitavam ser repassadas com antecedência para que

os profissionais não perdessem tempo em suas funções tendo que se deslocar em

buscas destas é considerado outro fator de grande relevância para o tão sofrido

estresse organizacional.

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1.5.1 ORGANOGRAMA DA SECRETARIA DE SAÚDE

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1.6 Organização do trabalho

Esta monografia esta dividida em capítulos para melhor compreensão do

leitor. O primeiro capítulo faz uma breve introdução sobre o assunto escolhido,

como também expõe o tema; problema; objetivos e justificativa da pesquisa.

No segundo capítulo consta a fundamentação teórica, onde é exposto de

forma real sobre o tema abordado como também outros assuntos relevantes a esta

pesquisa.

O terceiro capítulo relata sobre a metodologia adotada: tipologia de pesquisa

no qual se fez uso de um estudo de caso considerando uma análise quantitativa,

relata o sujeito de pesquisa neste, realizado no setor de marcações de consultas do

Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú onde se utilizou como instrumento

de pesquisa o questionário. Aborda a análise e apresentação dos dados, como

também a limitação desta pesquisa.

Em relação ao quarto capítulo estarão expostos através de gráficos e tabelas

os resultados obtidos com o levantamento realizado, para melhor esclarecimento e

compreensão do leitor.

Já o quinto capítulo refere-se às considerações finais e conclusão da autora

da pesquisa como também sua sugestão para trabalhos futuros relacionados ao

tema desta pesquisa.

O sexto capítulo expõe todas as referências utilizadas na elaboração desta

pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será abordado o referencial teórico relacionado ao tema deste

trabalho.

2.1 As organizações e a sua natureza

A nossa sociedade é uma sociedade de organizações, onde as pessoas

nascem, estudam, são educadas e passam boa parte de suas vidas trabalhando

(ETIZIONI, 1989).

Weil (1995), Stoner e Freeman (1999) definem uma organização como um

grupo de pessoas reunidas em torno de determinadas finalidades buscando atingir

certos objetivos, estruturada em sistemas interligados de forma a atender às suas

finalidades de forma eficiente.

Todas as organizações existem em razão de um objetivo, sem ele, nenhuma

organização teria razão de existir. Já em relação à sociedade, as organizações são

importantes porque são instituições sociais que refletem alguns valores e

necessidades culturalmente aceitos. Elas permitem que as pessoas vivam juntas e

de modo civilizado, e que realizem objetivos enquanto sociedade (STONER;

FREEMAN, 1999).

Lacombe (2007) ressalta que são as pessoas que agem e tomam decisões

em nome da organização e, para a sua existência é necessário que além de

objetivos comuns, haja divisão de trabalho, fonte de autoridade e que as pessoas se

relacionem.

As organizações servem à sociedade, pois permitem que sejam realizadas

coisas que, como indivíduos, não poderiam ser feitos tão bem ou talvez de modo

algum, dão continuidade aos conhecimentos sendo uma fonte importante de

carreiras profissionais. Elas permitem que as pessoas alcancem metas que de outra

forma, seriam muito mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem atingidas, isso

tudo através do esforço coordenado de diferentes indivíduos (STONER; FREEMAN,

1999).

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De acordo com Lacombe (2007, p. 10): ―embora as organizações sejam

constituídas por pessoas, a organização é mais do que a soma das pessoas que a

constituem. Ela possui outros componentes, gerando uma sinergia, isto é, o todo é

maior do que a somas das parcelas que o constituem‖.

Muitas organizações preservam o conhecimento, exemplo disso são as

universidades, museus e corporações que são essenciais, pois guardam e protegem

a maior parte do conhecimento que nossa civilização juntou e registrou, tornando

esse conhecimento uma ponte contínua entre gerações passadas, presentes e

futuras (STONER; FREEMANN, 1999).

As organizações são essenciais, pois proporcionam aos empregados uma

fonte de sobrevivência e conforme o estilo e a eficácia de seus administradores

podem trazer satisfação e auto-realização pessoal. Muitas pessoas associam

oportunidade de carreiras com corporações empresariais, mas na verdade muitas

organizações tais como: igrejas, repartições públicas, escolas e hospitais podem

oferecer carreiras compensadoras (STONER; FREEMANN, 1999).

Lacombe (2007) elucida que as organizações estão em constantes mudanças

por serem sistemas abertos que sofrem influência do ambiente que estão inseridas,

os quais interferem e influenciam, sendo que o ambiente é tudo que circunda o

sistema organizacional.

No que se refere à natureza das organizações Davis e Newstrom (2005)

ressaltam que as organizações representam sistemas sociais formadas em bases de

interesses mútuos. A existência de um sistema social implica em que o ambiente

organizacional seja o de mudança dinâmica, onde todas as partes desse sistema

são interdependentes sujeitos a influências de qualquer das demais. Já o interesse

mútuo pode ser esclarecido na afirmativa de que as organizações precisam das

pessoas assim como as pessoas das organizações.

Uma organização é uma coletividade com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa (regras), níveis de autoridade (hierarquia), sistemas de comunicação e sistemas de coordenação dos membros (procedimentos); essa coletividade existe em uma base relativamente contínua, esta inserida em um ambiente e toma parte de atividades que normalmente se encontram relacionadas a um conjunto de metas; as atividades acarretam conseqüências para os membros da organização, para a própria organização e para a sociedade (HALL, 2004, p. 30).

Já Maximiano (2000) ressalta que além dos objetivos e recursos as

organizações possuem outros dois elementos importantes que são: divisão do

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trabalho e processos de transformação. A divisão do trabalho refere-se às

atribuições especificas que cada pessoa ou grupo possui na organização, que

contribuem para a realização do objetivo. Já o processo de transformação permite

que as pessoas superem suas limitações individuais por meio da especialização.

2.2 As pessoas e a sua natureza

As pessoas são seres que estão vivendo, pensando, sentindo e, trabalham na

organização de modo a alcançarem seus objetivos. As organizações existem para

servir às pessoas, em lugar das pessoas existirem para servir às organizações

(DAVIS, NEWSTROM, 2005).

Segundo Davel e Vergara (2001, p.31):

Pessoas não fazem somente parte da vida produtiva das organizações. Elas constituem o princípio essencial de sua dinâmica, conferem vitalidade às atividades e processos, inovam, criam, recriam contextos e situações que podem levar a organização a posicionar-se de maneira competitiva, cooperativa e diferenciada com clientes, outras organizações e no ambiente de negócios em geral.

Por mais que as pessoas precisem ser administradas pelas organizações

como seus recursos humanos, é necessário que haja a compreensão de que, são

seres humanos, que querem ser felizes, ter qualidade de vida e, que além do vínculo

com a organização possuem outros interesses que por muitas vezes não se igualam

integralmente aos objetivos da organização embora em alguns pontos possam

coincidir (LACOMBE, 2007).

Para Davis e Newstrom (2005) a posição dos recursos humanos é também o

de apoio, ajudando os empregados a se tornarem melhores e mais responsáveis,

tentando criar um clima no qual eles possam contribuir até os limites do

desenvolvimento de suas habilidades, sendo que expandido as capacidades e

oportunidades as pessoas poderão chegar à melhoria operacional.

Chiavenato (2006, p. 97) segue elucidando que:

A moderna Gestão de Pessoas procura tratar as pessoas como pessoas e, simultaneamente, como importantes recursos organizacionais, mas rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente como meios de produção. [...] Até há muito pouco tempo, elas eram tratadas como objetos e como recursos produtivos – quase da mesma forma como se fossem máquinas ou equipamentos de trabalho, como meros agentes passivos da administração.

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O resultado de uma empresa depende muito mais do desempenho das

pessoas, sendo que a existência de pessoas com bom nível, bem selecionadas,

treinadas, integradas e que trabalham em equipe possui um valor inestimável para a

organização, pois de todos os recursos, as pessoas são, o que menos é bem

utilizado, e apenas uma pequena parcela do potencial humano de uma organização

é efetivamente aplicada no trabalho (LACOMBE, 2007).

Davis e Newstron (2005) elucidam quatro conceitos básicos em relação à

natureza das pessoas conforme a seguir:

- Diferenças individuais: As pessoas têm muito em comum, mas cada pessoa

é também individualmente diferente. E essas diferenças são substanciais em vez de

pouco significativas. Através das diferenças individuais a administração pode

conseguir a maior motivação entre os empregados tratando-os de maneiras

diferentes. As diferenças individuais requerem que o enfoque dos administradores a

respeito dos empregados seja individual e não estatístico.

- A pessoa como um todo: Ainda os mesmos autores esclarecem que

algumas organizações desejariam empregar apenas as habilidades ou o cérebro de

uma pessoa, entretanto estão empregando a pessoa como um todo, em lugar de

certas características apenas. A habilidade não existe fora de uma bagagem ou

conhecimento. A vida doméstica não é totalmente separada da vida de trabalho e as

condições emocionais tampouco estão separadas das condições físicas. As pessoas

funcionam como seres humanos totais.

Quando a administração leva em conta o comportamento organizacional, o

faz tentando desenvolver um melhor empregado, como também querendo

desenvolver uma pessoa melhor em termos de crescimento e realização. Os cargos

modelam as pessoas conforme são desempenhados, dessa forma, a administração

deve preocupar-se com os efeitos dessas atividades sobre a pessoa como um todo.

Os empregados pertencem a muitas outras organizações do que aquela do

seu empregador, desempenhando muitos papéis dentro e fora da organização. Se a

pessoa como um todo pode ser desenvolvida, então os benefícios se estenderão

para além da empresa, na sociedade na qual o empregado vive.

- O comportamento motivado: A psicologia explica que o comportamento pode

estar relacionado com as necessidades da pessoa e/ ou às conseqüências que

resultam das suas ações. Em relação às necessidades as pessoas se motivam por

aquilo que elas querem e não por aquilo que se pensa que elas desejariam ter. A

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motivação é essencial ao funcionamento organizacional. Não importa quanta

tecnologia e equipamentos uma organização tenha, essas coisas não podem ser

colocadas em uso a menos que sejam liberadas e guiadas por pessoas que estejam

motivadas.

- Valor da pessoa (dignidade humana): As pessoas devem ser tratadas de

forma diferente dos outros fatores de produção, elas devem ser tratadas com

respeito e dignidade. Todo trabalho embora simples, dá direito à pessoa que o

realiza a um respeito adequado e reconhecimento de suas aspirações e habilidades.

O conceito de dignidade humana rejeita a velha idéia de usar os empregados como

instrumentos econômicos. A ética acha-se refletida na consciência da humanidade,

conforme confirmado pela experiência das pessoas em todas as idades. Acha-se

relacionada às conseqüências de nossos atos em relação a nós mesmos e aos

outros. Reconhece que a vida tem um propósito global e aceita a integridade interior

de cada individuo desde que o comportamento organizacional sempre envolva

pessoas, a ética filosófica também se acha envolvida de uma ou de outra maneira

em cada ação humana. As decisões humanas não podem e não devem ser

tomadas, sem levar em conta os valores (DAVIS; NEWSTROM, 2005).

2.3 As pessoas e as organizações

Segundo Maximiano (2000, p.91) ―uma organização é um sistema de recursos

que procura realizar objetivos ou conjuntos de objetivos‖. Sendo assim, as pessoas

são o principal recurso que as organizações utilizam para realizar seus objetivos.

Além das pessoas as organizações empregam dinheiro, tempo, espaço e recursos

materiais, como: instalações, máquinas, móveis e equipamentos.

Chiavenato (2004) elucida que as organizações são constituídas de pessoas,

as quais dependem para alcançarem seus objetivos e cumprir suas missões. Já as

organizações são o meio pelo qual as pessoas buscam alcançar seus objetivos

pessoais com custo mínimo de tempo de esforço e de conflito. Dessa forma o

sucesso das organizações depende diretamente do desempenho das pessoas nelas

envolvidas.

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Para que isto ocorra é necessário um ambiente adequado onde as pessoas

se sintam confortáveis para desempenharem suas funções, isto surtirá num

ambiente produtivo.

Contudo Davis e Newstron (2005) ressaltam o comportamento organizacional

esclarecendo que as relações humanas embora tenham existido desde o inicio dos

tempos a arte e a ciência de se tentar lidar com eles em organizações complexas

são relativamente novas. No começo as pessoas trabalhavam sozinhas ou em

grupos tão pequenos que suas relações de trabalho poderiam ser facilmente

resolvidas.

Ainda Davis e Newstrom (2005) ressaltam que o comportamento

organizacional divide-se em quatro elementos chaves, conforme a seguir:

- Pessoas: As pessoas representam o sistema social interno da organização,

elas consistem de indivíduos e grupos, podendo ser grandes ou pequenos, formais

ou informais. Sendo que os grupos são dinâmicos, se formam mudam e se

dissolvem.

- Estrutura: define os relacionamentos formais das pessoas dentro das

organizações, onde diferentes cargos são necessários para se realizar todas as

atividades de uma organização. Essas pessoas devem estar relacionadas através

de alguma estrutura para que o seu trabalho seja efetivamente coordenado. Esses

relacionamentos criam problemas complexos de cooperação, negociação e

processo decisório.

- Tecnologia: oferece recursos com os quais as pessoas trabalham e afetam

as tarefas que elas desempenham. Elas podem realizar muito com suas mãos

vazias, assim precisam construir prédios, desenhar máquinas, criar procedimentos

de trabalho e reunir recursos. A tecnologia tem influência nos relacionamentos de

trabalho sendo que seu grande benefício é permitir que as pessoas executem de

forma mais eficiente suas tarefas.

- Ambiente: Todas as organizações operam dentro de um ambiente externo,

nenhuma organização existe sozinha, ela é parte de um sistema maior que contém

muitos outros elementos, tais como governo, família e outras organizações, onde

todos eles se influenciam mutuamente num sistema complexo que cria um contexto

para um grupo de pessoas. O ambiente segundo os autores influencia as atitudes

das pessoas, afeta as condições de trabalho e promove competições por recursos e

poder.

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De acordo com Davis e Newstrom (2005) o comportamento organizacional

integra as ciências comportamentais com as organizações formais, sendo que o

ponto de vista das organizações formais é ver as ―organizações sem pessoas‖

enquanto as comportamentais referem-se a ―pessoas sem organizações‖. Entretanto

as organizações necessitam de pessoas trabalhando no sentido dos objetivos que a

organização precisa, dessa forma faz-se necessário tratarem os dois como uma

unidade integrada, como é feito pelo comportamento organizacional.

2.4 Organizações Públicas

Segundo Dias (1998) as organizações públicas têm como objetivo prestar

serviços à sociedade. Elas podem ser consideradas como sistemas dinâmicos,

extremamente complexos, interdependentes e inter-relacionados coerentemente,

envolvendo informações e seus fluxos, estruturas organizacionais, pessoas e

tecnologias. As organizações públicas cumprem funções buscando maior eficiência

da máquina pública e atender de forma adequada a sociedade.

Já Dussault (1992 apud PIRES; MACEDO, 2006) elucida que as

organizações públicas dependem em maior grau do ambiente sociopolítico do que

as demais, pois seu quadro de funcionamento é regulado externamente à

organização. Elas podem ter autonomia na direção de seus negócios, porém

inicialmente seu mandato vem do governo onde seus objetivos são fixados por uma

autoridade externa.

A baixa qualidade dos serviços públicos acaba gerando uma baixa

expectativa em relação ao que pode ser oferecido seja por usuários ou por

prestadores de serviços, contribuindo para gerar um ciclo vicioso de insatisfação e

frustração entre gerentes e usuários (GASTER, 1999 apud PIRES; MACEDO, 2006).

De acordo com Carbone (2000) existem algumas características na

organização pública que dificultam suas mudanças são elas:

- Burocratismo: excessivo controle de procedimentos o qual gera uma administração

engessada, complicada e desfocada das necessidades do país e do contribuinte;

- Autoritarismo/centralização: excessiva verticalização da estrutura hierárquica e

centralização do processo decisório;

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- Aversão aos empreendedores: A ausência de comportamento empreendedor para

modificar e se opor ao modelo de produção vigente;

- Paternalismo: O alto controle da movimentação de pessoal e da distribuição de

empregos, cargos e comissões dentro da lógica dos interesses políticos dominantes;

- Levar vantagem: A constante promoção da punição para aqueles indivíduos

injustos, obtendo vantagens dos negócios do Estado;

- Reformismo: A desconsideração dos avanços conquistados, a descontinuidade

administrativa, a perda da tecnologia e desconfiança generalizada. O corporativismo

como obstáculo para a mudança e o mecanismo de proteção para a tecnologia.

Shall (1997 apud PIRES; MACEDO 2006) corroboram que a descontinuidade

administrativa é considerada um dos principais fatores que diferenciam uma

organização pública de uma privada, as quais conferem as organizações públicas

algumas características específicas que podem ser aplicadas à realidade brasileira

tais como:

- Projetos de curto prazo: onde cada governo privilegia apenas projetos que podem

ser concluídos em seu mandato visando obter retorno político;

- Duplicação de projetos: Cada governo da inicio a novos projetos muitas vezes

idênticos os quais reivindicam autoria para si;

- Conflitos de objetivos: Conflito entre os objetivos do corpo permanente e do não

permanente o qual poderá ocasionar em baixo empenho em relação aos

procedimentos que vão contra os interesses corporativos, a ciência de que a chefia

logo será substituída;

- Administração amadora: A administração é feita por indivíduos com pouco

conhecimento da cultura da organização e sua história, muitas vezes sem preparo

técnico o qual se faz necessário. Predomínio de critérios políticos em detrimento da

capacidade técnica e administrativa dos nomeados.

Pereira (1996, p.14) corrobora que:

No Brasil a extensão da estabilidade a todos os servidores públicos, ao invés de limitá-la a apenas as carreiras onde se exerce o poder do Estado, e o entendimento dessa estabilidade de uma forma tal que a ineficiência, a desmotivação, a falta de disposição para o trabalho não pudessem ser punidas com a demissão, implicaram em um forte aumento da ineficiência do servidor público.

De acordo com Pereira (1996) outro fator relevante em relação à estabilidade

é o aumento dos gastos públicos o qual impede à adequação dos quadros dos

servidores as necessidades do serviço, seja em termos de quantidade quanto à

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especialização técnica, o que torna inviável a implantação de uma administração

eficiente.

Morgan (1996) sustenta ao examinar as organizações como sistemas

políticos que a maior parte das pessoas que trabalham em uma organização admite

que estejam cercadas de formas, de arranjos através dos quais diferentes pessoas

buscam interesses particulares.

2.4.1 Gestão de Pessoas no Setor Público

De acordo com Bergue (2007, p.18) no setor público a Gestão de Pessoas é

definida como: ―o esforço orientado para o suprimento, a manutenção e o

desenvolvimento de pessoas nas organizações públicas, em conformidade com os

ditames constitucionais e legais, observadas as necessidades e condições do

ambiente em que se inserem‖.

Chiavenato (1989) ressalta que o papel da área de recursos humanos vai

desde encontrar soluções para desenvolver os recursos humanos disponíveis para

adequá-los à tecnologia em desenvolvimento e encontrar condições para retê-los na

sua organização até criar e estimular mudanças na organização e criar condições de

suportar tais mudanças, visando adequá-la à nova consciência, adquirida mediante

formação e o desenvolvimento das pessoas.

Bergue (2007, p.18) elucida que:

A gestão de pessoas envolve um conjunto de ações preliminares de planejamento das necessidades mútuas entre a organização e as pessoas, o arranjo dos recursos necessários à satisfação dessas necessidades, seguido dos esforços de direção desse conjunto orientados pelo vetor resultante do produto dos objetivos institucionais e individuais, constantemente balizado pelo cotejo entre o desempenho efetivo e previsto com vistas às correções de curso do processo.

O contexto da Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações.

Boa parte da vida das pessoas é passada dentro das organizações que, por sua

vez, dependem das pessoas para atingirem seus objetivos. Se, por um lado, as

pessoas dependem das organizações para sua subsistência e sucesso pessoal, as

empresas, por outro, jamais existiriam se não fossem as pessoas, que lhes dão vida,

dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade (CHIAVENATO, 1999).

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Para Bergue (2007) a organização pública como qualquer organização,

recebe insumos, processa-os e gera produtos. Seus produtos são os bens e

serviços públicos postos à disposição da coletividade. Esses recursos podem ser

classificados genericamente como: recursos materiais e recursos humanos. Os

recursos materiais incluem os recursos financeiros, as máquinas, os equipamentos,

as edificações e instalações em geral. Já os recursos humanos utilizados pela

administração pública para atingir seus propósitos institucionais são aqueles

denominados agentes públicos.

Ainda Bergue (2007 p. 22) esclarece que: ―Servidores públicos são pessoas

prestadoras de serviço ao ente estatal, com quem mantêm um vínculo laboral, de

onde decorre a correspondente remuneração pagas pelos cofres públicos‖.

2.5 Estresse

Um dos problemas mais comuns enfrentados pelo ser humano independente

da idade é o estresse. Todos já o experimentaram, porém poucos conseguem

perceber ou reconhecer o impacto que ele pode causar ao seu corpo e, para que

seja possível reconhecê-lo, controlá-lo ou utilizá-lo é primordial compreender o seu

significado (LIPP, 1998).

Wagner e Hollenbeck (2003 p. 121) conceituam estresse como: ―um estado

emocional desagradável que ocorre quando as pessoas estão inseguras de sua

capacidade para enfrentar um desafio percebido em relação a um valor importante‖.

Já Ribeiro e Ribeiro (2005) referem-se ao estresse como uma reação

psicológica e fisiológica que ocorre quando se nota um desequilíbrio entre o que lhe

é cobrado pelo entorno social e o que a pessoa é capaz de responder.

Para Robbins (2008, p. 438) ―O estresse é uma condição dinâmica na qual

um indivíduo é confrontado com uma oportunidade, limitação ou demanda em

relação a alguma coisa que ele deseja e cujo resultado é percebido,

simultaneamente, como importante e incerto‖.

O estresse existe há tanto tempo quanto o homem, atacando indivíduos em

toda a sociedade e a forma a qual nos relacionamos com o estresse, estabelece a

diferença entre a saúde e a doença, a vida e a morte, podendo afetar sentimentos

sobre nós mesmos (PERKINS, 1995).

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Segundo Rossi (1991) foi no inicio do século XX que as ciências sociais e

biológicas iniciaram uma investigação em relação ao efeito do estresse na saúde

física e mental das pessoas.

Já na área da saúde o termo estresse teve seu uso pela primeira vez em

1926 por Hans Selye, o qual notou que muitas pessoas sofriam de várias doenças

físicas e reclamavam de alguns sintomas em comum tais como: falta de apetite,

pressão alta, desânimo e fadiga. Tal observação levou a extensas pesquisas

médicas chegando a definir o stress na época como um desgaste geral do

organismo, desgaste este ocasionado por alterações psicofisiológicas (LIPP, 1998).

De acordo com Andrews (2003) na década de 90 com a economia globalizada

iniciou-se uma violenta competição em relação ao downsizing, a terceirização e a

reengenharia, onde quem desejasse manter o emprego necessitaria trabalhar mais e

com eficiência para cumprir com uma sobrecarga de tarefas por muitas vezes

complexas.

Desta forma Stoner e Freeman (1999, p. 415) ressaltam que:

As políticas de trabalho, a questão de lealdade versus a independência pessoal e os conflitos de papéis, criam o estresse para os membros da organização, e algumas evidências indicam que as pessoas jovens são mais vulneráveis ao estresse do que os empregados mais antigos.

O stress tem sido considerado o grande vilão de problemas relacionados à

saúde e a problemas pessoais, como também pela diminuição da qualidade de vida

(FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Contudo Robbins (2008) esclarece que o estresse não é necessariamente

ruim, embora seja discutido dentro de um contexto negativo ele também possui o

seu lado positivo. Ele pode ser um recurso importante e útil para uma pessoa fazer

frente às diferentes situações de vida que ela enfrenta em seu quotidiano, sendo que

a resposta ao stress é ativada pelo organismo, com o objetivo de mobilizar recursos

que possibilitem às pessoas enfrentarem situações variadas, que são percebidas

como difíceis e que exigem delas esforço (FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Ainda França e Rodrigues (2005) ressaltam que muitos profissionais utilizam

o estresse para dar o máximo de si, vêem as pressões do excesso de carga de

trabalho e do cumprimento de prazos como um desafio positivo que melhora a

qualidade de seu trabalho e aumenta a sua satisfação profissional.

O estresse pode ser associado aos limites e as demandas. Os limites

impedem que você faça o que deseja e as demandas esta relacionada à perda de

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alguma coisa desejada. O estresse acontece quando existe incerteza ou dúvida a

respeito de oportunidade ser aproveitada, as limitações serem superadas ou a perda

ser evitada, sendo que o estresse é maior nas pessoas que não conseguem saber

se vão perder ou ganhar e, menor para aquelas que têm certeza da perda ou ganho

(ROBBINS, 2008).

França e Rodrigues (2005, p. 30) esclarecem que estar estressado significa:

―Estado do organismo, após o esforço de adaptação, que pode produzir

deformações na capacidade de resposta atingindo o comportamento mental, afetivo,

o estado físico e o relacionamento com as pessoas‖.

Freeman e Stoner (1999) ressaltam que as fontes de pressão e de tensão

causadores do estresse são denominadas estressadores. Em uma organização a

sobrecarga de papéis é uma das grandes causas do estresse, a qual se divide em:

sobrecarga quantitativa e a sobrecarga qualitativa.

Sobrecarga quantitativa: Situação que ocorre quando o indivíduo recebe mais tarefas do que pode realizar num tempo determinado. Já a sobrecarga qualitativa É a situação que ocorre quando o indivíduo não tem as capacidades ou os recursos necessários para completar satisfatoriamente uma tarefa. Há ainda a subcarga que é o estresse resultante do tédio e da monotonia, produzido quando o indivíduo não tem trabalho suficiente para realizar (FREMANN; STONER, 1999, p. 416).

França e Rodrigues (2005) corroboram que as situações estressantes e as

respostas do indivíduo ao stress podem estar associadas a muitos aspectos

negativos. O stress freqüentemente esta associado a situações indesejáveis e

diversas informações assinalam que ele é uma das maiores causas de nossos

problemas e que deve ser erradicado de nossas vidas.

A todo o momento as pessoas fazem movimentos de adaptação, ou seja,

tentativas de se ajustarem às mais diferentes exigências, seja do ambiente externo,

seja do mundo interno, este vasto mundo de idéias, sentimentos, desejos, e

expectativas que cada pessoa tem dentro de si.

2.5.1 Fases do Estresse

O processo do estresse biológico denominado por Hans Selye de Síndrome

de Adaptação Geral (SGA), esta dividida em três fases: a fase do alarme ou alerta, a

fase da resistência e por fim a fase da exaustão (LIPP, 1998).

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A primeira é a fase do Alarme, onde o indivíduo ao se deparar com o agente

estressor prepara-se para lutar ou fugir. Nesta fase ocorre a quebra da homeostase

compreendido nesta fase como um leve desequilíbrio biológico e psíquico (RIBEIRO;

RIBEIRO, 2005).

Conforme França e Rodrigues (1997) a Reação do Alarme é caracterizada

pelos seguintes sintomas: aumento da freqüência cardíaca; aumento da pressão

arterial; aumento da concentração de glóbulos vermelhos; aumento da concentração

de açúcar no sangue; redistribuição do sangue; aumento da freqüência respiratória;

dilatação dos brônquios; dilatação da pupila; aumento da concentração de glóbulos

brancos e a ansiedade.

A segunda fase trata-se da fase da resistência que é compreendida quando o

estressor é de longa duração ou quando sua intensidade é demasiada, nesta fase a

pessoa faz uso da energia adaptativa agindo no meio social tentando modificá-lo

com a intenção de reequilibrá-lo (RIBEIRO e RIBEIRO, 2005).

De acordo com França e Rodrigues (1997) esta fase é caracterizada pelos

seguintes sintomas; aumento do córtex da supra-renal; atrofia de algumas estruturas

relacionadas à produção de células do sangue; ulcerações no aparelho digestivo;

irritabilidade; insônia; mudanças no humor e diminuição do desejo sexual.

França e Rodrigues (2005) esclarecem a terceira fase denominada de fase

de Exaustão a qual representa a falha dos mecanismos de adaptação onde em parte

existe um retorno à fase de Alarme e, posteriormente caso o estimulo estressor

permaneça pode levar o indivíduo a morte. Já Ribeiro e Ribeiro (2005) elucidam esta

fase como a fase de exaustão e adoecimento com conseqüente estado de

depressão e estresse.

Conforme França e Rodrigues (1997) nesta fase os sintomas estão

caracterizados pelos seguintes fatores: retorno parcial e breve à Reação de Alarme;

falhas dos mecanismos de adaptação; esgotamento por sobrecarga fisiológica e

morte do organismo.

Para Lipp (2002), o estágio de esgotamento desenvolve-se quando a ação do

estressor, a qual o organismo se adaptou, permanece por um longo período,

esgotando a energia de adaptação. O organismo é atingido no plano biológico ou

físico e no plano psicológico ou emocional.

Segundo Selye (apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002), existem dois tipos de

estresse conforme a seguir:

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Eustress ou estresse positivo o qual ocorre quando a intensidade do estressor

é positiva e/ou breve, e as respostas de estresse suaves e controláveis, podendo ser

estimulantes e excitantes ao individuo possibilitando crescimento, prazer,

desenvolvimento emocional e intelectual.

Distress ocorre quando o estressor tem um caráter negativo, é mais

prolongado ou denota maior gravidade. Ele sobrevém quando o estresse ultrapassa

um determinado limite, que pode variar de organismo para organismo ou

dependente das perdas e transtornos que acarreta ou ameaça.

Para Ribeiro e Ribeiro (2005) o eustress é conhecido como o bom estresse,

ou seja, a capacidade que uma pessoa tem em impelir-se para a ação, motivando-o

a atuar no mundo. Porém o mau estresse chamado de distress pode variar de

intensidade, do desconforto moderado ao extremo podendo levar uma pessoa ao

esgotamento físico e mental.

França e Rodrigues (2005, p. 32) elucidam que:

Em essência, o que temos é um estímulo sobre o organismo, o estressor, que desencadeia uma resposta, que é o stress. O stress pode ser observado em pelo menos duas dimensões: como processo e como estado. O estresse como processo é a tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista. O estresse como estado é o resultado positivo ou negativo da tensão realizada pela pessoa.

Ainda França e Rodrigues (2005) esclarecem que existem dois tipos de

processos que o indivíduo pode passar, caracterizados como: processo de avaliação

e de enfrentamento. No processo de avaliação existe uma atividade mental, que em

parte é racional e, em parte é emocional não necessariamente consciente, no qual a

pessoa faz um reconhecimento de situações ao qual esta vivendo baseada em

experiências passadas, que terá importância não apenas no momento em que o

indivíduo percebe o estresse ou como irá enfrentá-lo, mas também na determinação

do tipo e intensidade da resposta a ser produzida. A avaliação permite ao indivíduo

entender o momento que está sendo vivido.

Um acontecimento estressante pode se distinguir de uma pessoa para outra,

podendo ser para alguns um motivo de grande alegria e para outros uma causa de

sofrimento (FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

França e Rodrigues (2005, p.48) conceituam enfrentamento como: ―o conjunto

de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações

externas ou internas, avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas

possibilidades‖.

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38

O enfrentamento pode ser visto como uma estratégia da pessoa, não

necessariamente consciente, para obter o maior número de informações sobre o que

esta acontecendo e condições internas (psíquicas) para o processamento e

administração das informações, permitindo que o indivíduo tenha condições de agir

em situações de estresse podendo assim diminuir a resposta do distress mantendo

equilíbrio do seu organismo (FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

O enfrentamento diz respeito ao que o indivíduo pensa ou sente e o que faz

ou faria em determinadas condições. Esse processo não é estático e pode modificar-

se conforme a pessoa avalia e reavalia a situação estressante na medida em que

ele vai se desenvolvendo. Um exemplo é uma pessoa que perde o emprego de

forma abrupta, no primeiro momento pode ser um choque, como ter uma vivência do

tipo ―isto não é possível‖; podem seguir-se sentimentos de raiva e/ou de busca

frenética por outra atividade, para nos momentos seguintes, passar por um período

de tristeza às vezes até de depressão voltando mais tarde a sua atitude cotidiana.

2.5.2 Tipos de Comportamento relacionados ao Estresse

De acordo com Andrews (2003) existem dois tipos de comportamentos

relacionados ao estresse, conforme a seguir:

a) Comportamento tipo A

O conceito de padrão de personalidade tipo A, foi construído em 1974, por

dois pesquisadores Friedmann e Rosemann que definiram como sendo ―esforço

crônico e incessante de melhorar cada vez mais, em períodos de tempos pequenos,

mesmo que encontre obstáculos do ambiente ou de pessoas‖. Podendo ser visto

também como um forma de enfrentar o estresse (FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Segundo Andrews (2003, p.44) o comportamento tipo A é definido por três

características: sempre com pressa e fazendo várias coisas ao mesmo tempo;

altamente competitivo e hostil.

Para Robbins e Coulter (1998 p 278), os indivíduos de comportamento tipo A

se caracterizam por: ―um senso crônico de urgência de tempo e um impulso

excessivamente competitivo‖.

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b) Comportamento Tipo B

De acordo com Lipp e Rocha, (1994) o comportamento tipo B é típico de

pessoas que não tem pressa, são menos hostis e geralmente são mais tranqüilas.

Já para Baccaro (1997 p. 40) ―o comportamento tipo B é raramente

mortificado por desejos de obter um número crescente de coisas‖.

Santos (1995) elucida que o comportamento tipo B é diferente do

comportamento tipo A, mas não necessariamente o oposto total.

Conforme Dias e Di Lascio (2003) o comportamento tipo B pode ser definido

pelas seguintes características: tende a ser calmo, relaxado e positivo; parece não

ter pressa e não demonstra hostilidade; costuma participar de atividades esportivas

para se divertir e não apenas para ganhar e tem facilidade para relaxar, os quais de

um modo geral se distinguem do comportamento do tipo A.

2.6 O Estresse Ocupacional

As mudanças econômicas, sociais e tecnológicas, pelas quais a sociedade

tem passado nas últimas décadas, atingem substancialmente a vida dos homens

seja individual ou em grupo (SARDA; LEGAL; JABLONSKI, 2004).

Segundo Spector (2006) no ambiente de trabalho existem situações

consideradas estressantes pelos funcionários, situações estas como: ser

repreendido pelo supervisor, ter pouco tempo para completar uma tarefa ou o aviso

de uma possível demissão. Para compreender o estresse no trabalho primeiramente

faz-se necessário entender as diferentes concepções envolvidas no processo que

leva ao estresse.

Ainda Spector (2006, p. 431) esclarece que um fator estressante no trabalho

―é uma condição ou situação que exige a adaptação do funcionário‖.

De acordo com Siqueira (1995) o estresse ocupacional é resultado da

interação entre o individuo e o seu ambiente ocupacional, na qual as imposições

destes ultrapassam as habilidades do individuo de superá-las resultando em um

desgaste excessivo do organismo interferindo na qualidade da assistência prestada.

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Já para Perkins (1995) o estresse ocupacional é definido como um processo

em que o individuo percebe demandas de trabalho como estressores os quais

quando excedem sua habilidade de enfrentamento provoca reações negativas.

França e Rodrigues (2005) ressaltam que os estressores advêm tanto do

meio externo como frio, calor, condições de insalubridade, como também do

ambiente social como trabalho e do mundo interno, aquele vasto mundo que temos

dentro de nós tais como pensamentos e emoções. Todos esses estressores são

capazes de disparar em nosso organismo uma imensa série de reações via sistema

nervoso, sistema endócrino e imunológico, através da estimulação do hipotálamo e

do sistema límbico, consideradas importante estruturas do sistema nervoso central

relacionadas com o funcionamento dos órgãos e regulação das emoções.

Ainda França e Rodrigues (2005) elucidam que uma das funções básicas do

sistema nervoso são a regulação e a manutenção da estabilidade do organismo, por

intermédio de diversas funções. Algumas dessas funções são chamadas de

vegetativas, como a circulação sanguínea, a respiração, a digestão etc., e

asseguram sua organização e seu funcionamento.

Grandjean (1998, p. 165) conceitua estresse ocupacional como: ―o estado

emocional, causado por uma discrepância entre o grau de exigência do trabalho e

recursos disponíveis para gerenciá-lo‖. É um fenômeno subjetivo o qual depende da

compreensão individual e da capacidade de gerenciar as exigências no trabalho.

Rossi; Perrewé e Sauter, (2005) esclarecem que: ―Uma conseqüência

relevante, porém pouco estudada, do stress no local de trabalho é seu potencial de

reduzir a eficácia dos funcionários. Porém pesquisadores e gerentes de

organizações têm dado pouca importância em relação a esta questão. A eficácia do

funcionário é muito mais do que fazer seu trabalho ela representa a soma total das

contribuições de um funcionário à organização.

Segundo Wagner e Hollenbeck (2003, p. 367) ―a cultura de uma organização

é uma maneira informal e compartilhada de perceber a vida e a participação na

organização, que mantém os seus membros unidos e influência o que pensam sobre

si mesmos e seu trabalho‖.

―Toda pessoa na empresa interage com suas próprias crenças e histórias,

combinadas com os moldes da empresa, formando uma dinâmica psicossocial.

―Psico porque esta presente em cada pessoa de forma particular e, Social porque é

compartilhada e reconhecida pelas pessoas que estão comprometidas com tarefas,

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responsabilidades e funções em determinada empresa‖ (FRANÇA; RODRIGUES,

2005, p. 128).

2.6.1 Fatores que levam ao Estresse Ocupacional

De acordo com Serafim e Carvalho (2004) o estresse dependendo do seu

nível pode ser positivo, servindo como impulsionador na vida dos indivíduos, levando

o mesmo a ser criativo e produtivo, favorecendo seu crescimento. Ele não aparece

apenas em situações ruins, mas em momentos da vida a qual se deseje alguma

coisa boa como uma promoção no trabalho ou um cargo a ocupar. Sem estresse a

vida seria monótona.

Já Robbins (2008) elucida que a existência do estresse no local de trabalho

não é por si só, um fator que implica redução do desempenho, evidências indicam

que o estresse pode exercer uma influência tanto positiva quanto negativa, em

relação ao desempenho dos funcionários. Para muitas pessoas um nível baixo ou

moderado de estresse pode capacitá-las a trabalhar melhor por aumentar a

intensidade de seu trabalho, sua atenção e sua capacidade de reação.

De acordo com França e Rodrigues (1997) alguns indicadores podem ajudar

a detectar a ação dos agentes estressores em relação ao comprometimento no

desempenho de um individuo no sentido biopsicossocial conforme a seguir:

Individuais caracterizados pela queda na eficiência; ausência repetida;

insegurança nas decisões; protelação na tomada de decisões; sobrecarga voluntária

de trabalho; uso abusivo de medicamentos; irritabilidade constante; explode

facilmente; grande nível de tensão; sentimento de frustração; sentimentos de

onipotência; desconfiança e eclosão ou agravamento de doenças.

França e Rodrigues (1997) esclarecem ainda que em relação aos grupos e

organizações as situações estressantes podem ser detectadas através das

seguintes características:

De grupos as quais se caracterizam por competição não saudável;

politicagem; comportamento hostil com as pessoas; perda de tempo com discussões

inúteis; pouca contribuição ao trabalho; membros trabalham isoladamente;

problemas comuns não são compartilhados; alto nível de insegurança e grande

dependência do líder.

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Já as Organizações estão caracterizadas por: greves; atrasos constantes nos

prazos; ociosidade; sabotagem; absenteísmo; alta rotatividade de funcionários; altas

taxas de doenças; baixo nível de esforço; vínculos empobrecidos e relacionamento

entre funcionários caracterizados por: rivalidade; desconfiança; desrespeito e

desqualificação.

A insatisfação e o stress do empregado produzem na empresa importantes

efeitos que não podem ser negligenciados, efeitos estes como a elevação de custos

com assistência médica, rotatividade, absenteísmo e violência no local de trabalho.

Já a satisfação no trabalho, ―é um sentimento agradável que resulta da

percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores

importantes relativos ao próprio trabalho‖ (WAGNER; HOLLEBECK, 2003).

A satisfação no ambiente de trabalho é uma variável de atitude que mostra

como as pessoas se sentem em relação ao trabalho que exercem, seja no todo ou

em relação a alguns de seus aspectos. O que a reflete é o quanto as pessoas

gostam de seu trabalho (SPECTOR, 2006).

Segundo Lacombe (2007) um dos fatores que aumenta o stress é a falta de

controle das pessoas sobre os possíveis riscos, causando medo. Este medo é

caracterizado pelo fato de não conseguir realizar o que se espera, ou seja, medo

dos riscos que não são controlados. Outro fator relevante é a exagerada pressão

pelos resultados e o medo de não conseguir um desempenho satisfatório, bem como

a falta de controle sobre determinadas variáveis importantes para a obtenção dos

resultados.

2.6.2 Conseqüências do Estresse Ocupacional

Os distúrbios causados pelo estresse, devido a um desgaste emocional,

trazem conseqüências graves ao individuo, quando o mesmo, estando consciente

das alterações ocorridas em seu organismo ignore e, não tome providências para

controlar os agentes estressores (CARVALHO; SERAFIM, 2004).

As conseqüências do estresse, segundo Robbins (2008), pode ser

esclarecidas em três categorias gerais sendo elas sintomas físicos, psicológicos, e

comportamentais.

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43

Quanto aos sintomas físicos as primeiras preocupações com o estresse

estavam dirigidas a este sintoma devido ao fato de que o assunto era pesquisado

por profissionais da saúde e da medicina. Concluiu-se que o estresse poderia ser a

causa de mudanças no metabolismo, aumento dos ritmos cardíaco e respiratório,

aumento da pressão sanguínea, dores de cabeça e até ataques de coração

(ROBBINS, 2008).

De acordo com Spector (2006) os sintomas psicológicos envolvem respostas

emocionais, tais como ansiedade ou frustração.

Wagner e Hollenbeck (1999) seguem esclarecendo que o corpo ao perceber

uma ameaça produz substâncias químicas capazes de elevar a pressão sanguínea

desviando da pele e do aparelho digestivo para os músculos. Já França e Rodrigues

(2005) ressaltam que as conseqüências fisiológicas podem ser de curto prazo.

Em relação aos sintomas psicológicos: o estresse pode causar satisfação e

quando relacionado ao trabalho pode levar a insatisfação, que na verdade, é o efeito

psicológico mais simples e óbvio do estresse. O estresse também se apresenta em

outros estados psicológicos como a tensão, ansiedade, irritabilidade, tédio e

procrastinação (HOBBINS, 2008).

Spector (2006) elucida que as reações físicas incluem sintomas como dores

de cabeça, problemas digestivos e doenças como o câncer.

Já França e Rodrigues (2005) citam os sintomas físicos como sendo de curto

prazo a ansiedade, insatisfação, doenças psicogênicas de massa e de longo prazo a

depressão, burnout e distúrbios mentais.

Quando as pessoas estão envolvidas em trabalhos que apresentam

demandas múltiplas e conflitantes, ou quando não há clareza sobre os deveres, a

autoridade e a responsabilidade de cada um, tanto o estresse como a insatisfação

podem aumentar. Quanto menor o controle do individuo sobre o ritmo de seu

trabalho, maiores serão o estresse e a insatisfação. Segundo pesquisas os trabalhos

que oferecem baixos níveis de variedade, significância, autonomia, feedback e

identidade geram estresse e reduzem o envolvimento e a satisfação do trabalhador

(HOBBINS, 2008).

Em relação aos sintomas comportamentais Spector (2006) ressalta que são

respostas a fatores estressantes e, incluem substâncias do fumo, e a ocorrência de

acidentes. Já Robbins (2008) esclarece que os sintomas comportamentais incluem

mudanças na produtividade, absenteísmo e rotatividade, bem como mudanças nos

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hábitos de alimentação, aumento do consumo de álcool ou tabaco, fala mais rápida,

inquietação e distúrbios do sono.

França e Rodrigues (2005) esclarecem que além de sintomas relacionados ao

trabalho como absenteísmo, produtividade e participação existem também

conseqüências de curto prazo o qual envolve a sociedade como redução das

amizades e da participação e conseqüências de longo prazo caracterizado como a

desesperança aprendida.

Lipp (2001, p. 302) corrobora que:

Há séculos. O homem tinha como fonte principal de estresse, não a burocracia, de hoje, mas outras situações que ameaçam sua vida. O agente estressor da vida de nossos antepassados, o tigre selvagem deu lugar a competição, as reuniões e a burocracia que o executivo de hoje experimenta.

Esses fatores associados à concorrência acirrada faz com que o estresse seja

cada vez mais constante na vida dos trabalhadores, que ao identificar o problema

deixa passar despercebido seus malefícios, descuidando-se de sua saúde física e

mental.

2.6.3 Sintomas do Estresse Ocupacional

De acordo com Carvalho e Serafim (2004) as pessoas podem apresentar

diferentes sintomas relacionados ao estresse, sendo que algumas pessoas

manifestam mais sintomas do que outras. Isso devido à vulnerabilidade psicológica

que pode variar devido à estrutura psíquica de cada indivíduo.

Carvalho e Serafim (2004, p. 129) destacam alguns dos principais sintomas

do estresse: sinais de cansaço; sudorese intensa; queixas freqüentes; angústia;

perda de memória; esgotamento; tristeza; prostração; perturbação; dor na coluna;

fala desordenada; diarréia; aceleração do batimento cardíaco; irritação; ulcera;

medo; colite; melancolia; alteração do desempenho das suas funções normais;

aflição; dor de cabeça intensa; bruxismo – ranger os dentes à noite; grande

agitação; roer unhas; nó na garganta; pigarro; hipertensão; isolamento; mau humor;

pânico; manchas roxas lamentações.

Já Ribeiro e Ribeiro (2005) destacam outros sintomas do estresse

relacionados ao ambiente de trabalho são eles:

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- Pessoas pedindo demissão para poder melhorar a sua ―qualidade de vida;

- Aumento na formação de ―igrejinhas‖, grupos fechados e competitivos, na

organização;

- Aumento na competição entre os setores;

- Comprometimento na qualidade do atendimento ao público;

- Redução na produtividade;

- Aumento no número de faltas ao trabalho;

- Aumento no número de acidentes no trabalho;

- Chefias inseguras ou sem autonomia para tomar decisões;

- Reuniões numerosas, muito demoradas e pouco produtivas;

- Excesso de demissões;

- Excesso de atritos e discussões;

- Atrasos constantes, dificuldade em cumprir os horários de trabalho;

- Esquecimento de missões que lhes foram delegadas;

- Excesso de burocracia, com muitas planilhas atas ou relatórios a serem

preenchidos;

- Falta de tempo dos líderes para ouvir os funcionários sob sua responsabilidade;

- Falta de elogios nos acertos cometidos;

- Erros de profissionais sendo discutidos em público;

- Valorizar-se a mesquinhez e a fofoca;

- Superexaltar apenas funcionários recém-contratados;

- Descrença na existência de um plano de cargos e carreiras ou de melhorias

profissionais futuras.

O estresse produz uma série de transformações químicas no corpo podendo

provocar conseqüências profundas tanto na saúde mental quanto física de um

individuo.

2.6.4 Doenças causadas pelo Estresse Ocupacional

De acordo com Perkins (1995) todas as pessoas sofrem de alguma forma de

estresse, quando este estresse se torna grave freqüentemente resulta em

enfermidades físicas e emocionais.

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Já Alves (1985) corrobora que ―cada corpo é o centro do mundo‖ os limites do

desejo, do prazer, da dor, dos desafios do viver são desempenhados na dinâmica do

corpo de cada pessoa. Quando se trabalha, o corpo vai se moldando as exigências

e necessidades mentais, físicas e de relacionamento de cada função.

- Síndrome da Fadiga: a fadiga pode ser definida como um estado físico e

mental que resulta de um esforço prolongado ou repetido o qual implica

repercussões sobre vários sistemas do organismo, provocando múltiplas alterações

de funções, que conduz a uma diminuição do desempenho no trabalho tanto de

forma qualitativa quanto quantitativa em graus variáveis e também ao absenteísmo

do trabalho, qual desencadeia uma série de distúrbios psicológicos, familiares e

sociais. As principais características são: sensação de cansaço, fadiga constante e

intensa após esforço mental; às vezes seguidas de exaustão ou de esgotamento e

fraqueza, após pequenos esforços.

- Sintomas orgânicos mais comuns: dores musculares e nas articulações,

tonturas, dor de cabeça decorrente de tensão emocional, diversas perturbações do

sono, sonolência excessiva, alterações digestivas, gânglios sensíveis ou dolorosos;

manifestações de ansiedade, com sintomas principalmente ao nível somático, como:

como: sudorese, aceleração da freqüência do pulso, dos batimentos cardíacos e da

respiração, sensação de falta de ar, com aumento ou não da pressão arterial;

palidez ou vermelhidão; diminuição da libido, diminuição do prazer no que faz, com

pouco interesse pela vida, falta de motivação; isolamento; dificuldades nas tomadas

decisões, diminuição da capacidade de concentração e comprometimento da

memória.

Muitas doenças físicas podem provocar a síndrome da fadiga tais como:

quadros infecciosos como brucelose, mononucleose infecciosa distúrbios endócrinos

glandulares como a hipo ou hiperfuncionamento da tireóide, alterações do

metabolismo como: apnéia do sono. Distúrbios psiquiátricos também podem

provocar a fadiga: hipocondria, depressões e psicoses são as mais comuns

(FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

- Distúrbios do Sono: França e Rodrigues (2005) elucidam que o distúrbio do

sono é considerado um dos sintomas mais comuns apresentados por uma pessoa

após uma situação que exija esforço, embora não seja o único fator etiológico desse

problema. Pesquisadores dos distúrbios do sono calculam que cerca de um terço da

população adulta apresente dificuldades para dormir, porém 17% apenas recorrem a

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orientações médicas para solucionarem o problema. Os distúrbios do sono estão

divididos na seguinte forma:

- Insônia: Consiste em uma alteração extremamente comum, muitas vezes

transitória a qual esta relacionada com uma situação estressante, pode desaparecer

espontaneamente tão logo haja adaptação a situação, é secundaria a quadros

psiquiátricos, por exemplo: ansiedade e depressão ou o uso de drogas, como álcool,

cafeína, medicamentos que podem ter ação estimulante do sistema nervoso central

ou secundaria a retirada destes. A insônia pode ser secundaria ainda a problemas

respiratórios os quais são induzidos pelo sono tais como a apnéia do sono ou por

outros problemas orgânicos de saúde, como distúrbios de tireóide, doenças que

levam a dor crônica ou por movimentações musculares noturnas involuntárias.

- Distúrbios de sonolência excessiva: uma das causas mais comuns deste

distúrbio é a chamada apneia do sono a qual atinge cerca de 50% desses casos e a

narcolepsia com 20%. A apnéia do sono caracteriza-se por interrupções na

respiração durante o sono tem como principal fator a obstrução das vias aéreas

respiratórias por um relaxamento dos músculos da orofaringe. É importante estar

atento há problemas de depressão e uso de drogas depressoras do sistema nervoso

central, tais como: álcool medicamentos para epilepsia entre outros.

- Distúrbios do padrão sono-vigília: e normal o ciclo que a maioria das

pessoas apresenta em dormir á noite em media oito horas, e estar acordado o

restante do dia.

- Parassonias: nesse inclui-se uma série de distúrbios como o sonambulismo,

terror noturno, determinado tipo de enxaqueca, bruxismo ocasionado principalmente

em questões de distress o qual provoca desgaste dos dentes e disfunções das

articulações da mandíbula.

- Workaholics: refere-se aquelas pessoas que são dependentes do trabalho,

assim como um alcoólatra depende da bebida para viver este tipo de pessoa não

sabem e não conseguem fazer outra coisa a não ser trabalhar. Valorizados no meio

empresarial por serem muito produtivos competitivos e eficazes, são pessoas que

vivem para a empresa e em busca dos objetivos relacionados ao trabalho, com alto

nível de rendimento profissional. Muitas dessas pessoas apresentam um

comportamento denominado padrão Tipo A, mais presentes em executivos

(FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

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- Depressão: a depressão requer tratamento medico e psicológico, pois

apresentam vários sintomas de intensidade variável que pode comprometer a vida

as pessoas que apresentam este tipo de problema. Este estado compromete a

atividade profissional onde o individuo não consegue desenvolver suas funções

adequadamente, por muitas vezes sente-se incapaz de trabalhar e apresenta

problemas de concentração e cansaço excessivo. Alguns sintomas comuns

observados são: redução do nível de energia; perda do interesse; dificuldades de

iniciar atividades, principalmente pela manha; diminuição ou aumento de apetite;

ganho ou perda de peso; dificuldade a tomada de decisões, entre outros.

- Síndrome de Burnout: De acordo com Benevides-Pereira (2002) esta

síndrome é causada pelo trabalho estressante e excessivo, caracterizado pelo

esgotamento físico, psíquico e emocional. A síndrome de Burnout vai desgastando

progressivamente a relação do funcionário com seu ambiente de trabalho de tal

forma que tudo que esteja relacionado a ele, deixa de ter importância e, qualquer

esforço pessoal passa a ser inútil para o desenvolvimento de seu trabalho.

França e Rodrigues (2005) esclarecem que esta síndrome esta relacionada

ao trabalho que exige contato com pessoas e ocorre com freqüência em

profissionais de ajuda como enfermeiros, assistentes sociais, médicos, psicólogos,

ou executivos, porém qualquer pessoa que desenvolva um trabalho tedioso, sob

pressão, cujas exigências são superiores e as recompensas desfavoráveis, onde o

retorno em termos de gratificação é considerado insuficiente em relação às

expectativas da profissão.

Os principais sintomas baseiam-se na exaustão emocional e postura

desumana, resultando em uma redução pessoal e profissional, com sentimentos de

decepção e frustração o que leva a um quadro clinico de mal-estar, sentimentos de

exaustão, perda de energia, infelicidade, desamparo, esgotamento, diminuição da

auto-estima e perda do entusiasmo pela profissão (FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Para Lipp (2002, p. 64) o Burnout (consumir-se em chamas) ―é um tipo

especial de estresse ocupacional que se caracteriza por profundo sentimento de

frustração ou exaustão em relação ao trabalho desempenhado, sentimento que aos

poucos pode estender-se a todas as áreas da vida de uma pessoa‖.

Ainda Lipp (2002) no burnout podem ser observadas diversas fases, como:

1. Idealismo, onde a energia e o entusiasmo são ilimitados, o trabalho parece

preencher todas as necessidades e desejos.

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2. Realismo, a pessoa percebe que as expectativas iniciais são irrealistas, a

atividade não satisfaz as necessidades, as recompensas e o reconhecimento são

escassos e a desilusão aumenta, a pessoa trabalha ainda mais e se torna cada vez

mais cansada e frustrada, começando a questionar sobre suas habilidades e

competências, perdendo sua autoconfiança.

3. Estagnação e frustração ou quase burnout, o entusiasmo e a energia inicial

transforma-se em fadiga crônica e irritabilidade em relação a colegas e clientes. Há

mudanças nos hábitos e começam a surgir comportamentos de fuga como: atrasos

e faltas e queda na produtividade e na qualidade do trabalho.

4. Apatia e Burnout total, a pessoa sente-se desesperada, fracassada e perde

a auto-estima e autoconfiança tornando-se depressiva, sentindo-se só e vazia. A

vida para esta pessoa perde o sentido um pessimismo paralisante se instala. A

pessoa pensa em abandonar o seu trabalho, sentindo-se exausta física e

emocionalmente.

5. O fenômeno-fenix, embora nem sempre ocorra, é possível nesta fase a

pessoa ressuscitar como uma fênix das cinzas de um burnout. Algumas pessoas

que não chegam a fase do fenômeno fênix, abandonam a profissão por não

saberem lidar com fatores estressantes, outros permanecem , mas contam os dias

que faltam para chegar o final de semana, as férias ou a tão sonhada aposentadoria.

Outros permanecem em suas profissões buscando técnicas de enfrentamento que

os habilitem a enfrentar e crescer com o burnout.

2.6.5 Administração do Estresse Ocupacional

De acordo com Siqueira (2002) dependendo da maneira que é compreendido

e gerenciado, o estresse pode ser positivo, estimulando o crescimento e o progresso

das pessoas, das equipes e também das organizações.

Já Robbins (1999) ressalta que nem todas as fontes de estresse são

controláveis pela administração. Algumas pessoas são naturalmente tensas e

propensas ao estresse. E os funcionários muitas vezes se deparam com dilemas

fora do ambiente de trabalho, tais como problemas financeiros e familiares, os quais

a administração não pode controlar. Uma das vantagens em relação ao estresse é

que nem sempre ele é considerado ruim, baixos níveis de estresse podem tornar o

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trabalho mais interessante para os funcionários e ser estimulo para um melhor

desempenho.

Lipp (2002) sugere 21 passos para o manejo do estresse citados abaixo:

Estratégias educativas

1. Saber o que é estresse.

2. Saber reconhecer os sintomas do estresse no corpo, na mente e nas relações

interpessoais.

3. Identificar as fontes externas de estresse.

4. Identificar os estressores internos.

Estratégias situacionais

5. Tentar eliminar os estressores possíveis de serem eliminados.

6. Aceitar os estressores inevitáveis.

7. Ver o lado positivo de cada estressor essencial em sua vida.

Estratégias de enfrentamento de efeito duradouro

8. Aprender a reconhecer seus limites.

9. Aprender a respeitar seus limites.

10. Tomar uma atitude ativa diante da vida.

11. Usar estratégias de enfrentamento do estresse, concentrando-se na busca de

soluções e não nas emoções geradas pelos estressores.

12. Usar técnicas de resolução de problemas.

13. Assumir a responsabilidade pela sua vida.

14. Aprender a dizer não.

15. Utilizar o apoio de colegas no ambiente de trabalho.

16. Lembrar que nada ruim dura para sempre.

Estratégias de enfrentamento para atenuar os sintomas

17. Rir, brincar, fantasiar, usar o senso de humor.

18. Tirar férias mentais, isto é desligar-se dos problemas por alguns minutos durante

o dia.

19. Usar técnicas de relaxamento.

20. Utilizar alimentos anti-estresse.

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51

21. Praticar alguma atividade física.

Já França e Rodrigues (2005) ressaltam alguns recursos disponíveis são eles:

Físicos

- Técnicas de relaxamento.

- Alimentação adequada.

- Exercícios físicos regulares.

- Repouso, lazer e diversão.

- Sono apropriado às necessidades individuais.

- Medicação, se necessária e sob supervisão médica.

Psíquicos

- Métodos psicoterapêuticos.

- Processos que favorecem o autoconhecimento.

- Estruturação do tempo livre com atividades prazerosas e atrativas.

- Avaliação periódica da qualidade de vida individual.

- Reavaliação do limite individual de tolerância e exigência.

- Busca de convivência menos conflituosa com pares e grupos.

Sociais

- Revisão e redimensionamento das formas de organização de trabalho.

- Aprimoramento por parte da população em geral do conhecimento de seus

problemas médicos e sociais.

- Concomitância dos planejamentos econômico, social e de saúde.

De acordo com Robbins (2008) a utilização dos objetivos para reduzir o

estresse, além de aumentar a motivação, metas especificas vistas como exeqüível

podem esclarecer as expectativas em relação ao desempenho, alem disso o

feedback pode reduzir incertezas em relação ao desempenho real, resultando em

menor frustrações para os funcionários e ambigüidade de papéis e menos estresse.

Segundo Delboni (1997, p. 20) existem algumas atitudes que as empresas

podem utilizar para administrar melhor o estresse e diminuir sua incidência, são elas:

- Melhores condições ambientais de trabalho;

- Programas de integração para melhores funcionários;

- Maior atuação da área de Recursos Humanos;

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52

- Desenvolvimento de pessoal;

- Benefícios: vale-transporte, ticket alimentação, plano de saúde;

- Clareza na comunicação permitindo mar clareza aos objetivos.

Não é possível eliminar o estresse da vida das pessoas, porém existem

muitos meios para evitar que ele se torne excessivo e, conseqüentemente acarrete

outros problemas na vida do indivíduo. Por esta razão é primordial conhecer acerca

deste processo suas fases e manifestações para que possibilite o controle de seus

efeitos negativos. A capacidade que o ser humano possui em adequar-se a

situações adversas, seja por comportamentos aprendidos, por regras ou pela

exposição às contingências, possibilita meios para enfrentar ou evitar situações

estressoras. Esta capacidade quando somada aos benefícios proporcionados pela

informação permite considerar importantes avanços em relação à melhoria na

qualidade de vida (LIPP; MALAGRIS, 1998).

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53

3. METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentados os aspectos metodológicos usados nesta

pesquisa.

3.1 Tipologia da pesquisa:

O método utilizado neste trabalho foi o estudo de caso, considerando um tipo

de análise quantitativa. De acordo com Oliveira (2003, p. 115) ―o método quantitativo

é muito utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura

descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da

relação da causalidade entre os fenômenos: causa e efeito‖.

Segundo Vergara (2000, p. 49):

O estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.

De acordo com Bervian e Cervo (2002, pg. 67) ―a pesquisa descritiva é

recomendada principalmente nas ciências humanas e sociais, e trabalha sobre

dados ou fatos colhidos da própria realidade‖, que no caso deste projeto serão

colhidos dados da equipe do setor de marcações de consultas do Posto de Saúde

Central de Balneário Camboriú. Segundo Lima (2004, pg. 26) pesquisa exploratória

é ―quando a investigação se compromete a identificar o espectro de variáveis que

interferem em um determinado fenômeno‖.

3.2 Sujeito de estudo:

O estudo foi realizado em ambiente organizacional no Posto e Saúde Central

de Balneário Camboriú – no setor de marcações de consultas.

Foi questionado o quadro funcional deste setor composto por oito

funcionários, sendo estagiários, auxiliares administrativos e assistentes

administrativos atuantes no setor de agendamentos de consultas médicas.

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54

3.3 Instrumentos de pesquisa:

Para iniciar o trabalho de coleta de dados, desta pesquisa fez-se uso de

questionários os quais foram entregues diretamente à equipe do setor, sendo todo o

material analisado posteriormente.

O questionário utilizado nesta pesquisa foi elaborado pela autora da pesquisa,

a qual utilizou como referência o questionário utilizado por Fernandes (2006) em seu

trabalho de iniciação cientifica e o questionário exposto no livro de Ribeiro e Ribeiro

(2005).

Este questionário esta distribuído em duas partes as quais permitem analisar

aspectos pessoais como idade, escolaridade, tempo na função entre outros, como

também aborda fatores relativos ao estresse ocupacional e estratégias utilizadas

pelos funcionários para enfrentar o mesmo, conforme a seguir:

Parte A

Na primeira parte desta pesquisa estará exposto o perfil dos funcionários do

setor de marcações de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú,

através das variáveis de 01 a 08, divididos em:

- Dados pessoais;

- Perfil dos profissionais;

- Hábitos.

Parte B

Esta parte refere-se ao estresse, composto por variáveis que vão de 01 a 82,

evidenciando problemas relacionados ao tema abordado, o qual contém informações

relevantes sobre:

- Fontes de pressão no ambiente de trabalho;

- Sintomas relacionados ao estado físico;

- Sintomas relacionados à saúde mental e estratégias utilizadas para enfrentar o

estresse.

De acordo com Parasuraman (1991) um questionário é tão somente um

conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os

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55

objetivos do projeto. Embora o mesmo autor afirme que nem todos os projetos de

pesquisa utilizam essa forma de instrumento de coleta de dados, o questionário é

muito importante na pesquisa científica, especialmente nas ciências sociais.

3.4 Análise e apresentação dos dados

De acordo com as informações coletadas, foi utilizada a análise quantitativa,

para que fosse possível interpretar os resultados obtidos proporcionando assim a

possibilidade de elaborar uma proposta capaz de minimizar e evitar efeitos causados

pelo estresse ocupacional.

Através dos dados analisados nesta pesquisa, serão relatadas todas as

informações por meio de gráficos e tabelas.

A tabela é um meio muito eficaz de expor os resultados obtidos, pois facilita a

compreensão e a interpretação dos dados, permitindo não só a apreensão global,

mas também o relacionamento entre eles (ANDRADE, 1999 p. 127).

Já os gráficos, são figuras usadas para representar dados numéricos ou

resultados extraídos de análises de dados, permitindo evidenciar as relações ou

estabelecer a comparação entre eles (ANDRADE, 1999).

3.5 Limitações da pesquisa:

As limitações desta pesquisa estão relacionadas aos seguintes fatores:

Por referir-se a um estudo de caso e pelo número de respondentes da

pesquisa. Sendo que o processo de análise foi desenvolvido apenas em um setor da

Secretaria de Saúde de Balneário Camboriu, tendo este um quadro funcional de oito

integrantes divididos em dois turnos de trabalho de seis horas diárias.

Outro fator relevante que limitou esta pesquisa refere-se ao fato da autora da

pesquisa trabalhar no setor e pela resistência de alguns profissionais em responder

as questões abordadas.

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56

4 RESULTADOS OBTIDOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados analisados da pesquisa

realizada com os funcionários do setor de marcações de consultas do Posto de

Saúde Central de Balneário Camboriu.

4.1 Análise do Perfil dos Funcionários

Por meio de gráficos pode-se observar o perfil dos funcionários do Posto de

Saúde Central de Balneário Camboriú, através das variáveis biográficas expostas a

seguir:

12,50%

87,50%

Masculino

Feminino

Gráfico 1 – Sexo Fonte: Dados obtidos da pesquisa

De acordo com os dados expostos no gráfico 1, o número de funcionários

atuantes no setor é de oito pessoas das quais sete são mulheres e apenas um

funcionário do sexo masculino.

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57

12,50%

50%0%

37,50%até 30 anos

de 31 a 40 anos

de 41 a 50 anos

mais de 50 anos

Gráfico 2 – Faixa Etária Fonte: Dados obtidos da pesquisa

O gráfico 2 mostra que em relação à idade dos respondentes, pode-se

analisar que atua no setor um funcionário com idade média de 30 anos já os demais

estão divididos em: 50% entre 31 a 40 anos e 37,5% possuem mais de 50 anos.

Contudo observa-se que o quadro é composto por pessoas experientes na vida

laboral, podendo esta ser uma das causas que evidencie o estresse.

25%

25%

50%

Solteiro

Casado

Divorciado

Gráfico 3 – Estado Civil Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Conforme os dados exposto no gráfico 3, dos oito profissionais respondentes,

pode-se observar que dois são casados, dois são solteiros e quatro divorciados.

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58

12,50%0%

37,50%

12,50%

12,50%

25%1° Grau completo

1° Grau incompleto

2° Grau completo

2° Grau incompleto

Superior completo

Superior incompleto

Gráfico 4 – Escolaridade Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Analisando o gráfico 4 pode-se observar que em relação ao grau de

escolaridade dos funcionários, grande parte dos respondentes possuem 2° grau

completo, ou seja 37,5% e 12,5% não conclui o 2° grau, 12,5% possui apenas nível

fundamental e dos demais 25% estão cursando nível superior e 12,5% já possui

graduação.

12,50%

12,50%

25%

50%

Menos de 1 ano

entre 2 e 4 anos

entre 5 e 7 anos

entre 8 e 10 anos

Gráfico 5 – Tempo de atuação na Secretaria e Saúde de Balneário Camboriú Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Em relação aos dados apontados no gráfico 5, referente ao tempo de atuação

na Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú, constatou-se que 50% dos

profissionais trabalham a mais de sete anos, dos demais funcionários 25% atuam na

secretaria entre cinco e sete anos, 12,5% entre dois e quatro anos e 12,5% a menos

de um ano. O que é notório que grande parcela dos funcionários trabalha há muito

tempo na Secretaria de Saúde de Balneário Camboriu, sendo este um fator

relevante para que haja o estresse na vida do trabalhador.

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59

25%

12,50%

0%

62,50%

Menos de 6 meses

entre 7 meses e 1 ano

entre 2 e 4 anos

entre 5 e 10 anos

Gráfico 6 – Tempo de atuação no setor de marcações de consultas Fonte: Dados obtidos da pesquisa

O gráfico 6, demonstra que a maioria, ou seja, 62,50% dos profissionais,

atuam no setor entre 5 e 10 anos, 25% atua apenas a 6 meses e 12,5% entre 7

meses e 1 ano. Sendo observável que o tempo de permanência de grande parte

dos servidores e demasiado podendo ocasionar problemas na saúde física e mental

destes trabalhadores.

87,50%

12,50%

Sim

Não

Gráfico 7 – Pratica de exercícios físicos Fonte: Dados obtidos da pesquisa

De acordo com os dados apresentados no gráfico 7 pode-se observar que

87,5% dos servidores do setor não reservam parte de seu tempo para a pratica de

alguma atividade física, apenas 12,5% é adepto a ela. Fato este esclarecido pela

falta de tempo, pois atuam em outra empresa, visando melhorias financeiras ou por

que trabalham e estudam e também pelo simples fato de não haver interesse por

praticar algum tipo de exercício físico.

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60

25%

12,50%

50%

0%12,50%

Nunca

Raramente

Às vezes

Frequentemente

Sempre

Gráfico 8 – Tempo para relaxar e descontrair-se Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Conforme os resultados observados no gráfico 8, percebe-se que os

servidores não administram parte de seu tempo para relaxar e descontrair-se, dos

oito respondentes, é notável que 50% encontram tempo as vezes, 25% referem-se a

nunca relaxar, já os demais, 12,5% sempre reservam tempo para relaxar e

descontrair-se e 12,5% relatam raramente relaxar.

4.2 FONTES DE PRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Este questionário tem como objetivo avaliar as fontes de pressão no ambiente

de trabalho. Foram elaboradas 27 perguntas que permitiram levar a interpretação

das fontes de estresse nos funcionários do Setor de marcações de consultas do

Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú.

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TABELA 1- DISTRIBUIÇÃO DE FREQUENCIA DAS FONTES DE PRESSÃO

Fonte: Dados obtidos da pesquisa

O resultado médio apresentado pela tabulação dos dados evidencia algumas

fontes de pressão, de estresse no ambiente analisado.

De acordo com a tabela 1, pode-se constatar que os fatores de maior

relevância foram: ter uma excessiva carga de trabalho; falta de poder e influência;

Questão

Não me

pressiona nada

Geralmente não é uma

fonte de pressão

Me pressiona

pouco

Geralmente

é uma fonte de pressão

Me

pressiona muito

Total %

Ter uma excessiva carga de trabalho 0 0% 0 0% 2 25% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Falta de poder e influência 1 12,5% 1 12,5% 0 0% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Descrença na existência de um plano

de cargos e carreiras ou de melhorias profissionais futuras 0 0% 0 0% 2 25% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Nível de salário 0 0% 0 0% 0 0% 3 37,5% 5 62,5% 8 100%

Ter uma função abaixo de sua capacidade 0 0% 0 0% 2 25% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Apoio e orientação inadequados dos supervisores 2 25% 0 0% 0 0% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Falta de comunicação/informação 2 25% 0 0% 0 0% 2 25% 4 50% 8 100%

Lidar com novas tecnologias e idéias 4 50% 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 8 100%

Poucas e inadequadas oportunidades

de treinamento e desenvolvimento 1 12,5% 0 0% 3 37,5% 0 0% 4 50% 8 100%

Falta de apoio social por parte dos colegas 1 12,5% 0 0% 3 37,5% 1 12,5% 3 37,5% 8 100%

Tarefas rotineiras, burocráticas e monótonas 2 25% 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 4 50% 8 100%

Ter que assumir riscos 4 50% 0 0% 0 0% 1 12,5% 3 37,5% 8 100%

Dificuldades em dividir os problemas de trabalho com os colegas 2 25% 0 0% 2 25% 2 25% 2 25% 8 100%

Sente-se sobrecarregado de tarefas 2 25% 0 0% 0 0% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Falta de feedback sobre o meu

trabalho 1 12,5% 0 0% 0 0% 2 25% 5 62,5% 8 100%

Acumulo de tarefas pequenas e simples 1 12,5% 0 0% 1 12,5% 4 50% 2 25% 8 100%

Ausência de apoio emocional fora do

trabalho 2 25% 0 0% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Mudança na maneira de executar meu trabalho 3 37,5% 0 0% 0 0% 3 37,5% 2 25% 8 100%

Ter que estar disponível para atender

as pessoas 4 50% 0 0% 0 0% 2 25% 2 25% 8 100%

Conflitos de personalidade com outras

pessoas 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Cobranças sobre erros cometidos por mim 2 25% 0 0% 0 0% 2 25% 4 50% 8 100%

Não ser valorizado no trabalho 1 12,5% 0 0% 1 12,5% 0 0% 6 75% 8 100%

Não ser consultado nas decisões importantes 2 25% 0 0% 0 0% 2 25% 4 50% 8 100%

Discriminação e favoritismo encobertos 1 12,5% 0 0% 0 0% 2 25% 5 62,5% 8 100%

Erros de profissionais sendo discutidos e publico 0 0% 0 0% 1 12,5% 0 0% 7 87,5% 8 100%

Excesso de atritos e discussões 0 0% 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 6 75% 8 100%

Comprometimento na qualidade do atendimento ao publico 2 25% 0 0% 0 0% 3 37,5% 3 37,5% 8 100%

Total 18,98% 0,98% 10,19% 19,44% 50,46% 8 100%

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descrença na existência de um plano de cargos e carreiras ou melhorias

profissionais futuras; nível salarial; ter uma função abaixo de sua capacidade; apoio

e orientação inadequados dos supervisores; sente-se sobrecarregados de tarefas;

falta de feedback e discriminação e favoritismo, fatores estes considerados pelos

profissionais do setor de marcações de consultas como fontes de pressão em

relação ao âmbito organizacional.

Já em maior evidencia estão os seguintes fatores: erros de profissionais

discutidos em público e não ser valorizado no trabalho, o que afeta a estabilidade

emocional destes profissionais pela pressão sofrida em decorrência destes fatores.

Por outro lado vale salientar que fatores como falta de comunicação e

informação; poucas e inadequadas oportunidades de treinamento e

desenvolvimento; tarefas rotineiras burocráticas e monótonas; excesso de atritos e

discussões e não ser consultado nas decisões importantes foram consideradas

como fatores capazes de comprometer o bom funcionamento no ambiente

organizacional, estes fatores devem ser analisados pela Secretária de Saúde para

que possam dispor de soluções capazes de reverter os problemas apresentados.

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63

4.3 RELAÇÃO DE SINTOMAS RELACIONADOS AO ESTADO FÍSICO

O questionário abaixo tem como objetivo avaliar os sintomas de estresse

relacionado ao estado físico dos respondentes.

TABELA 2- DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DOS SINTOMAS FÍSICOS DOS FUNCIONÁRIOS

Questão

Nunca Raramente Poucas vezes

Freqüentemente Muito

Freqüentemente Total %

Apresentou quadro de insônia

nos últimos 30 dias 0 0% 0 0% 1 25% 3 37,5% 4 50% 8 100%

Tem apresentado quadro de sonolência 0 0% 1 12,5% 2 25% 1 12,5% 4 50% 8 100%

Sente constantemente dores de cabeça ou enxaqueca 1 12,5% 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Tem apresentado dificuldades digestivas 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Tem sentido tonturas

passageiras 1 12,5% 0 0% 2 25% 3 37,5% 2 25% 8 100%

Tem sentido taquicardias após

pequenos esforços 1 12,5% 1 12,5% 0 0% 3 37,5% 3 37,5% 8 100%

Sente cansaço físico durante o

dia 0 0% 0 0% 1 12,5% 2 25% 5 62,5% 8 100%

Tendência de comer, beber ou fumar mais que o habitual 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Apresenta perda de interesse sexual 2 25% 0 0% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Sensação de fôlego curto ou de falta de ar 0 0% 1 12,5% 3 37,5% 2 25% 2 25% 8 100%

Tremores musculares (por exemplo, nas pálpebras) 1 12,5% 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Sensação de desanimo pela

manhã, ao se levantar 0 0% 0 0% 3 37,5% 3 37,5% 2 25% 8 100%

Tem desenvolvido algum quadro

de fobia (medo inexplicável) 1 12,5% 3 37,5% 2 25% 0 0% 2 25% 8 100%

Dores musculares em especial, costas, pescoço e ombros 1 12,5% 0 0% 0 0% 0 0% 7 87,5% 8 100%

Sente-se mais susceptível a doenças 0 0% 0 0% 2 25% 2 25% 4 50% 8 100%

Sudorese excessiva 1 12,5% 0 0% 2 25% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Total 9% 6% 19% 21,88% 45% 8 100%

Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Segundo a tabela 2, referente aos sintomas físicos observou-se em maior

evidência o sintoma: dores musculares em especial costas, pescoço e ombros do

qual 87,5% dos respondentes relataram sentir com certa freqüência. Já outros

fatores considerados importantes de serem mencionados foram: sente constantes

dores de cabeça e enxaqueca; sente casaco físico durante o dia; tremores

musculares (por exemplo, nas pálpebras), dos quais houve 62,5% das queixas. E

50% das respostas estão relacionadas a fatores como: apresentou quadro de

insônia nos últimos 30 dias; quadro de sonolência; e sente-se mais susceptível a

doenças.

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64

O que torna evidente a existência do estresse no ambiente organizacional,

sendo necessário que a empresa esteja atenta a estes fatores capazes de

comprometer o funcionamento e também a saúde de seus funcionários, podendo

ocasionar gastos para a empresa seja pela queda da produtividade ou por fatores

relacionados ao absenteísmo por motivos de doenças.

4.4 RELAÇÃO DE SINTOMAS RELACIONADOS À SAÚDE MENTAL

Este questionário tem como objetivo avaliar os sintomas relacionados à saúde

mental dos respondentes.

TABELA 3- DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DOS SINTOMAS RELACIONADOS À SAUDE MENTAL DOS FUNCIONÁRIOS

Questão

Nunca

Raramente

Poucas vezes

Freqüente

mente

Muito

Freqüentemente

Total

%

Aos domingos angustia-se com a aproximação da segunda 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 2 25% 2 25% 8 100%

Sensação de incapacidade 2 25% 2 25% 3 37,5% 1 12,5% 0 0% 8 100%

Dificuldades de relacionamentos 1 12,5% 2 25% 5 62,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Apresenta dificuldades de concentração 0 0% 1 12,5% 2 25% 4 50% 1 12,5% 8 100%

Irritabilidade sem causa aparente 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 3 37,5% 3 37,5% 8 100%

As pessoas lhe acham tensa 1 12,5% 0 0% 3 37,5% 4 50% 0 0% 8 100%

Sente-se sobrecarregado de tarefas 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 3 37,5% 2 25% 8 100%

Tem sensação que vai explodir pelo excesso de pressão que pensa estar recebendo. 1 12,5% 0 0% 0 0% 6 75% 1 12,5% 8 100%

Incomoda-se com o atraso dos colegas de trabalho 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Apresenta atos falhos de memória 1 12,5% 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 5 62,5% 8 100%

Comportamento não cooperativo 1 12,5% 2 25% 2 25% 2 25% 1 12,5% 8 100%

Ansiedade 0 0% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 4 50% 8 100%

Vontade de fugir de tudo 0 0% 0 0% 5 62,5% 1 12,5% 2 25% 8 100%

Chorar com facilidade 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 1 12,5% 3 37,5% 8 100%

Apresenta oscilações repentinas de humor 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 1 12,5% 8 100%

Auto-estima baixa 1 12,5% 2 25% 2 25% 2 25% 1 12,5% 8

Fala constantemente sobre o mesmo assunto 1 12,5% 1 12,5% 3 37,5% 0 0% 3 37,5% 8 100%

Total 10,29% 12,5% 26% 27% 24% 8 100%

Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Na tabela 3, relacionada à saúde mental pode-se observar que os fatores

mais abordados foram: apresentar atos falhos de memória e também ansiedade.

Outros fatores merecem ser mencionados como: irritabilidade sem causa aparente;

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incomodar-se com atraso de colegas de trabalho; chorar com facilidade e falar

constantemente sobre o mesmo assunto.

No entanto fatores como: sensação de incapacidade; dificuldades de

relacionamento; as pessoas lhe acham tensa, foram apontados como de menor

relevância pelos funcionários do setor.

Salientando que os fatores mencionados acima necessitam de atenção por

parte da empresa por tratar-se da saúde mental de seus profissionais, quando o

estresse provoca falha na memória ou outros distúrbios, pode ocasionar no

ambiente de trabalho erros irreparáveis.

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66

4.5 DE QUE FORMA VOCÊ ENFRENTA O ESTRESSE

O questionário abaixo tem como objetivo identificar os principais

comportamentos de como os respondentes enfrenta o estresse.

TABELA 4- DISTRIBUIÇÃO DE FREQUENCIA DAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELOS FUNCIONÁRIOS PARA LIDAR COM O ESTRESSE

Questão

Muito usado por mim

Usado por mim

Razoavelmente usado por

mim

Raramente usado por

mim

Nunca usado por

mim

Total %

Busca relacionar-se com muitas

pessoas 4 50% 1 12,5% 3 37,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Falar suas verdades e ouvir aos outros 2 25% 4 50% 2 25% 0 0% 0 0% 8 100%

Evita comparar-se aos outros 2 25% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 2 25% 8 100%

Manter a calma mesmo sob pressão 2 25% 2 25% 2 25% 0 0% 2 25% 8 100%

Enfrentar os problemas no momento que ocorrem 4 50% 1 12,5% 2 25% 0 0% 1 12,5% 8 100%

Tentar reconhecer suas próprias

limitações 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 1 12,5% 1 12,5% 8 100%

Tenta ser tolerante consigo mesmo 2 25% 4 50% 2 25% 0 0% 0 0% 8 100%

Ganha tempo adiando os problemas 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 3 37,5% 8 100%

Procura viver em paz com todos que o cercam 5 62,5% 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 0 0% 8 100%

Não temer o novo 6 75% 0 0% 2 25% 0 0% 0 0% 8 100%

Busca formas de tornar o trabalho mais interessante 3 37,5% 1 12,5% 2 25% 0 0% 2 25% 8 100%

Busca apoio e conselhos dos meus superiores 4 50% 0 0% 1 12,5% 0 0% 3 37,5% 8 100%

Preserva tempo para o lazer 1 12,5% 0 0% 4 50% 2 25% 1 12,5% 8 100%

Enfrentar a situação de forma racional 2 25% 4 50% 2 25% 0 0% 0 0% 8 100%

Administrar eficazmente meu tempo 0 0% 3 37,5% 4 50% 1 12,5% 0 0% 8 100%

Ser motivado em suas metas e manter

a motivação 1 12,5% 4 50% 3 37,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Sufocar as emoções e esconder o estresse 3 37,5% 3 37,5% 2 25% 0 0% 0 0% 8 100%

Conversar com amigos compreensivos 3 37,5 2 25% 3 37,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Manter-se ocupado 3 37,5% 4 50% 1 12,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Planejar antecipadamente o futuro 2 25% 1 12,5% 1 12,5% 0 0% 4 50% 8 100%

Tentar evitar a situação 1 12,5% 2 25% 1 12,5% 3 37,5% 1 12,5% 8 100%

Vê seu trabalho de modo positivo 4 50% 3 37,5% 1 12,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Valoriza mais o ser do que o ter 3 37,5% 2 25% 3 37,5% 0 0% 0 0% 8 100%

Usa o silencio para se recompor 4 50% 2 25% 1 12,5% 1 12,5% 0 0% 8 100%

Respeita as diferenças individuais 5 62,5% 1 12,5% 1 12,5% 1 12,5% 0 0% 8 100%

Partilhar o seu eu com os outros 3 37,5% 1 12,5% 1 12,5% 2 25% 1 12,5% 8 100%

Total 34% 24,04% 24,04% 8% 10% 8 100%

Fonte: Dados obtidos da pesquisa

Segundo dados analisados na tabela 4, foram destacadas as seguintes

estratégias: procurar viver em paz com todos que os cercam e respeitar as

diferenças individuais tendo 62,5% das respostas. Já não temer o novo obteve 75%

das respostas e com 50% ficaram os seguintes fatores: buscar relacionar-se com

muitas pessoas; enfrentar os problemas no momento em que ocorrem buscar apoio

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e conselho dos meus superiores; ver seu trabalho de modo positivo e usar o silêncio

para recompor-se.

Lipp (2002) sugere na pagina 47, 21 passos para o manejo do estresse,

ressaltando que é fundamental que nos momentos estressantes os funcionários

utilizem estratégias capazes de amenizar os efeitos provocados pelo tão temido

estresse.

O fator que menos foi pontuado em todas as alternativas foi: administrar

eficazmente meu tempo, o que seria de grande valia para o total domínio e controle

deste problema chamado estresse.

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4.6 Análise dos Resultados

Através desta pesquisa foi possível obter resultados indicadores do estresse

ocupacional nos funcionários do setor de marcações de consultas do Posto de

Saúde Central de Balneário Camboriú.

Após analisar as respostas dos funcionários constatou-se que:

Em relação às características pessoais identificou-se que a maioria dos

respondentes é do sexo feminino, com idade média de 30 a 50 anos, sendo dois

solteiros, dois casados e quatro divorciados.

Já em relação à escolaridade o quadro funcional apresenta maior número, ou

seja, 50% com nível médio completo e outra parte dividem-se em: 25% cursando

ensino superior, 12,5% nível superior completo e 12,5%apenas nível fundamental.

No que se refere às características profissionais constatou-se que 50% dos

profissionais atuam na Secretaria de Saúde a mais de sete anos, outros 25% a mais

de cinco anos e os outros 25% atuam a menos de quatro anos.

Em relação a função 62,5% dos funcionários atuam no setor entre 05 e 10

anos dos demais 25% atuam apenas a 06 meses e 12,5% entre 07 meses a 01 ano.

Sendo observável que o tempo de permanência no mesmo setor é demasiado no

que se refere a anos trabalhados, propiciando a estes profissionais problemas

relacionados ao estresse ocupacional.

Quanto ao hábito de praticar exercício físico, grande maioria dos

respondentes, ou seja, 87,5% não praticam nenhum tipo de atividade física de forma

regular, apenas 12,5% relataram preocupar-se neste sentido. Fator este esclarecido

pelos funcionários pela falta de tempo, pois atuam em outra empresa visando

melhorias financeiras ou porque trabalham e estudam e também pela simples razão

de não haver interesse na pratica de exercitar-se, o que propicia a eles um estilo de

vida sedentário e sujeito ao estresse.

Já no que diz respeito ao encontrar tempo para relaxar e descontrair-se as

respostas foram variadas 50% encontra tempo as vezes, já 25% referem-se nunca

relaxar e os demais 12,5% sempre reservam algum tempo para relaxar e

descontrair-se e 12,5% relatam raramente relaxar. O que torna evidente a

possibilidade destes profissionais adquirirem problemas tanto para a saúde física

quanto mental.

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69

Referente aos fatores causadores de estresse às fontes de pressão

abordadas na pesquisa pode-se constatar que os fatores de maior relevância foram:

ter uma excessiva carga de trabalho; falta de poder e influência; descrença na

existência de um plano de cargos e carreiras ou melhorias profissionais futuras; nível

salarial; ter uma função abaixo de sua capacidade; apoio e orientação inadequados

dos supervisores; sente-se sobrecarregados de tarefas; falta de feedback e

discriminação e favoritismo, fatores estes considerados pelos profissionais do setor

de marcações de consultas como fontes de pressão em relação ao âmbito

organizacional.

Encontram-se em maior evidencia os seguintes fatores: erros de profissionais

discutidos em publico e não ser valorizado no trabalho, o que afeta a estabilidade

emocional destes profissionais pela pressão sofrida em decorrência destes fatores.

Outros fatores abordados que necessitam ser relatados foram: falta de

comunicação e informação; poucas e inadequadas oportunidades de treinamento e

desenvolvimento; tarefas rotineiras burocráticas e monótonas; excesso de atritos e

discussões e não ser consultado nas decisões importantes. Todos estes fatores

podem comprometer o bom funcionamento no ambiente organizacional, o qual deve

ser tratado e analisado pela Secretária de Saúde para que possam dispor de

soluções capazes de reverter estes problemas.

Quanto aos principais sintomas de estresse foi identificado que referente aos

sintomas físicos relacionados na pesquisa o sintoma de maior relevância foi: dores

musculares em especial costas, pescoço e ombros do qual 87,5% dos respondentes

relataram dispor deste sintoma com certa freqüência. Já outros fatores considerados

importantes de serem mencionados foram: sente constantes dores de cabeça e

enxaqueca; sente casaco físico durante o dia; tremores musculares (por exemplo,

nas pálpebras), dos quais houve 62,5% das queixas. E 50% das respostas estão

relacionadas a fatores como: apresentou quadro de insônia nos últimos 30 dias;

quadro de sonolência; e sente-se mais susceptível a doenças.

O que torna evidente a existência do estresse no ambiente organizacional,

sendo necessário que a empresa esteja atenta a estes fatores capazes de

comprometer o funcionamento e também a saúde de seus funcionários, vindo assim

a ocasionar gastos para a empresa seja pela queda da produtividade ou por fatores

relacionados ao absenteísmo por motivos de doenças.

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Já em relação a saúde mental o fator mais abordado foi: apresentar atos

falhos de memória e também ansiedade. Outros fatores merecem ser mencionados

como: irritabilidade sem causa aparente; incomodar-se com atraso de colegas de

trabalho; chorar com facilidade e falar constantemente sobre o mesmo assunto.

No entanto fatores como: sensação de incapacidade; dificuldades de

relacionamento; as pessoas lhe acham tensa, foram apontados como de menor

relevância pelos funcionários do setor.

Salientando que os fatores mencionados acima necessitam de atenção por

parte da empresa por tratar-se da saúde mental de seus profissionais, quando o

estresse provoca falha na memória ou outros distúrbios, pode ocasionar no

ambiente de trabalho erros irreparáveis.

Quanto às estratégias utilizadas pelos profissionais para enfrentar o estresse

os fatores mais destacados foram: procurar viver em paz com todos que os cercam e

respeitar as diferenças individuais tendo 62,5% das respostas. Já não temer o novo

obteve 75% das respostas e com 50% ficaram os seguintes fatores: buscar

relacionar-se com muitas pessoas; enfrentar os problemas no momento em que

ocorrem buscar apoio e conselho dos meus superiores; ver seu trabalho de modo

positivo e usar o silêncio para recompor-se.

É de suma importância que nos momentos de estresse os funcionários

utilizem estratégias capazes de amenizar os efeitos provocados pelo tão temido

estresse.

O fator que menos foi pontuado em todas as alternativas foi: administrar

eficazmente meu tempo, o que seria de grande valia para o total domínio e controle

deste problema chamado estresse.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme dados abordados nesta pesquisa pode-se constatar que o objetivo

proposto, ou seja, analisar os fatores que influenciam o estresse nos funcionários do

setor de marcações de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú,

foi alcançado.

De acordo com os resultados analisados a maior parte dos respondentes

apresentou sintomas físicos e mentais o que evidencia a presença do estresse em

elevado nível nestes profissionais.

Em relação aos sintomas físicos 87,5% das respostas mencionadas pelos

funcionários referem-se a sentir com muita freqüência dores musculares, 75% das

respostas fatores como: não ser valorizado e excesso de atritos e discussões, 62,5%

dificuldades digestivas; cansaço físico; tremores musculares, 50% sentem-se

susceptível a doenças e quadro de sonolência e 37,5% das respostas abordadas

referem-se a tonturas passageiras; taquicardias após pequenos esforços; tendência

de comer, beber e fumar mais que o habitual; perda de interesse sexual e sudorese

excessiva.

Vale salientar também que as fontes de pressão são considerados relevantes

em relação a causa do estresse ocupacional, sendo que os principais fatores

apontados pelos funcionários são: com 87,5% das respostas erros de profissionais

discutidos em público que além de antiético é inadmissível a existência deste

problema em um ambiente organizacional.

Outros fatores apontados foram: excessiva carga de trabalho; falta de poder e

influência; descrença na existência plano de cargos e carreiras ou de melhorias

futuras; nível salarial; ter função abaixo de sua capacidade; apoio e orientação

inadequados dos supervisores; sobrecarga de tarefas e falta de feedback.

Estes fatores apontados na pesquisa tornam perceptível a existência de um

nível de estresse elevado nos funcionários deste setor.

È importante ressaltar que alem da saúde física e mental dos profissionais

questionados nesta pesquisa, o estresse ocupacional acaba por afetar também a

empresa, seja pelo absenteísmo ou pela queda na produtividade destes

profissionais acarretando gastos indesejáveis a empresa.

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72

O estresse não é algo novo ele existe há tanto tempo quanto o homem

atacando indivíduos em toda a sociedade, porém a forma pela qual reagimos a ele é

o que estabelece a diferença entre a saúde e a doença (PERKINS, 1995).

O reconhecimento e a conscientização em relação aos efeitos prejudiciais que

ele provoca em nós como indivíduos como também em relação ao nosso ambiente

de trabalho é o que podemos considerar como novo, pois este problema já faz parte

de nossas vidas cabendo a cada um de nós buscarmos alternativas para superar ou

evitar o estresse.

Considerando a possibilidade de amenizar ou evitar problemas relacionados

ao estresse ocupacional evidenciados nos profissionais do setor de marcações de

consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú, propõem-se algumas

ações a serem desenvolvidas de forma conjunta com gestores, coordenadores,

Recursos Humanos, psicóloga, Prefeitura Municipal e Secretário de Saúde. São

elas:

- Buscar adequar os profissionais em setores aos quais seus conhecimentos sejam

mais bem aproveitados;

- Repensar na elaboração de um plano de carreira, já que por intermédio do governo

federal proporciona a seus profissionais concursados uma bolsa de 50% para

estudo;

- Propiciar a seus funcionários treinamento e desenvolvimento adequado em relação

às funções exercidas;

- Dispor de um psicólogo para acompanhar seus profissionais, em casos de

problemas emocionais tanto na parte pessoal quanto organizacional, por se tratar de

um órgão público ao qual os funcionários prestam serviço direto ao público lidando

com diferentes tipos de personalidades diariamente;

- Desenvolver juntamente com os Recursos Humanos uma forma de amenizar o

estresse na Secretária de Saúde seja propiciando a seus funcionários ginástica

laboral; palestras em relação ao estresse, suas conseqüências e soluções para

manejo;

- Melhorar o ambiente do setor de marcações de consultas, alterando o layout,

mudando as cores e um som ambiente harmonioso tanto para os profissionais

relaxarem quanto para os pacientes que ali esperam para atendimento;

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73

- Efetuar reuniões semanais para que os profissionais possam expor problemas

relacionados ao setor ou idéias de melhorias, o qual reduzirá consideravelmente

conflitos internos;

- Como a Secretaria dispõe de um sistema informatizado o qual é interligado com

todos os postos, uma alternativa para problemas de informações seria que todas as

informações fossem informatizadas, seja férias, congressos, fechamento de

agendas enfim todas as informações necessárias para um bom desenvolvimento do

trabalho destes profissionais.

5.1Sugestão de estudos futuros

Aplicar esta pesquisa em toda a Secretaria bem como em outros órgãos

públicos com o objetivo de identificar a existência de estresse e seus fatores

causadores.

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7 APENDICES

APENDICE A

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

Campus II Balneário Camboriú - Curso de Administração

Este questionário tem por objetivo verificar as fontes do estresse ocupacional e os fatores que o influenciam,

seus sintomas físicos e mentais e as formas de enfrentamento utilizadas pelos funcionários do setor de marcações

de consultas do Posto de Saúde Central de Balneário Camboriú.

O questionário não se destina a uma avaliação individual, por esta razão não há necessidade de identificar-se. Os

resultados serão analisados com a finalidade de identificar o nível de estresse dos funcionários deste setor.

Agradecemos antecipadamente sua colaboração e solicitamos que suas respostas sejam baseadas nos seguintes

critérios:

. Como tem se sentido nos últimos três meses;

. Caso cometa erros ao responder, risque a incorreta e assinale a correta;

. Verifique com atenção cada seção para ter certeza que respondeu todos os itens solicitados.

1. PARTE A – DADOS PESSOAIS

Esta parte do questionário tem como finalidade pesquisar fatos que caracterizam sua história de vida, hábitos e

interesses. Por gentileza, assinale a alternativa mais adequada ao seu uso.

1.1 Sexo:

( )masculino ( )feminino

1.2 Faixa Etária:

( ) até 30 anos

( ) de 31 a 40 anos

( ) de 41 a 50 anos

( ) mais de 50 anos.

1.3 Estado Civil:

( ) solteiro (a)

( ) casado (a)

( ) divorciado (a) ( ) outros

1.4 Escolaridade:

( ) 1° grau completo

( ) 1° grau incompleto

( ) 2° grau completo

( ) 2° grau incompleto

( ) superior completo

( ) superior incompleto

( ) pós graduação/especialização

1.5 Há quanto tempo você trabalha na Secretaria de

Saúde de Balneário Camboriú? ( ) menos de 1 ano

( )entre 2 e 4 anos

( )entre 5 e 7 anos

( )entre 8 e 10 anos

1.6 Há quanto tempo trabalha o setor de marcações

de consultas?

( ) menos de 6 meses

( ) entre 7meses a 1 ano

( ) entre 2e 4 anos

( ) entre 5 e 10 anos

1.7 Você pratica algum exercício físico de forma

regular?

( ) Sim

( ) Não

1.8 Você encontra tempo para relaxar e descontrair-

se?

( ) nunca

( ) raramente

( ) às vezes

( ) freqüentemente

( ) sempre

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2. PARTE B

2.1 FONTES DE PRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Os itens relacionados abaixo são considerados fontes de pressão. Preencha de acordo com a

classificação a seguir:

1. Não me impressiona nada

2. Geralmente não é uma fonte de pressão

3. Me pressiona pouco

4. Geralmente é uma fonte de pressão

5. Me pressiona muito

Pergunta 1 2 3 4 5

Ter uma excessiva carga de trabalho

Falta de poder e influência

Descrença na existência de um plano de cargos e carreiras ou de

melhorias profissionais futuras

Nível de salário

Ter uma função abaixo de sua capacidade

Apoio e orientação inadequados dos supervisores

Falta de comunicação informação

Lidar com novas tecnologias e idéias

Poucas e inadequadas oportunidades de treinamento e desenvolvimento

Falta de apoio social por parte dos colegas

Tarefas rotineiras, burocráticas e monótonas

Ter que assumir riscos

Dificuldades em dividir os problemas de trabalho com os colegas

Sente-se sobrecarregado de tarefas

Falta de feedback sobre o meu trabalho

Acumulo de tarefas pequenas e simples

Ausência de apoio emocional fora do trabalho

Mudança na maneira de executar meu trabalho

Ter que estar disponível para atender as pessoas

Conflitos de personalidade com outras pessoas

Cobranças sobre erros cometidos por mim

Não ser valorizado no trabalho

Não ser consultado nas decisões importantes

Discriminação e favoritismo encobertos

Erros de profissionais sendo discutidos em publico

Excesso de atritos e discussões

Comprometimento na qualidade do atendimento ao publico

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2.2 RELAÇÃO DE SINTOMAS RELACIONADOS AO ESTADO FÍSICO

Preencha com que freqüência você tem sentido os sintomas relacionados no quadro

abaixo nos últimos três meses de acordo com a seguinte classificação:

1. Nunca

2. Raramente

3. Poucas vezes

4. Freqüentemente

5. Muito freqüentemente

Pergunta 1 2 3 4 5

Apresentou quadro de insônia nos últimos 30 dias

Tem apresentado quadro de sonolência

Sente constantemente dores de cabeça ou enxaqueca

Tem apresentado dificuldades digestivas

Tem sentido tonturas passageiras

Tem sentido taquicardias após pequenos esforços

Sente cansaço físico durante o dia

Tendência de comer, beber ou fumar mais que o habitual

Apresenta perda de interesse sexual

Sensação de fôlego curto ou de falta de ar

Tremores musculares (por exemplo, nas pálpebras)

Sensação de desanimo pela manhã, ao se levantar

Tem desenvolvido algum quadro de fobia (medo inexplicável)

Dores musculares em especial, costas, pescoço e ombros

Sente-se mais susceptível a doenças

Sudorese excessiva

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2.2.1 RELAÇÃO DE SINTOMAS RELACIONADOS À SAÚDE MENTAL

Preencha com que freqüência você tem sentido os sintomas relacionados no quadro abaixo

nos últimos três meses de acordo com a seguinte classificação:

1. Nunca

2. Raramente

3. Poucas vezes

4. Freqüentemente

5. Muito freqüentemente

Pergunta 1 2 3 4 5

Aos domingos angustia-se com a aproximação da segunda

Sensação de incapacidade

Dificuldades de relacionamentos

Apresenta dificuldades de concentração

Irritabilidade sem causa aparente

As pessoas lhe acham tensa

Sente-se sobrecarregado de tarefas

Tem sensação que vai explodir pelo excesso de pressão que pensa

estar recebendo.

Incomoda-se com o atraso dos colegas de trabalho

Apresenta atos falhos de memória

Comportamento não cooperativo

Ansiedade

Vontade de fugir de tudo

Chorar com facilidade

Apresenta oscilações repentinas de humor

Auto-estima baixa

Fala constantemente sobre o mesmo assunto

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2.4 DE QUE FORMA VOCÊ ENFRENTA O ESTRESSE

Nesta parte do questionário o objetivo é pesquisar as estratégias utilizadas por você

para enfrentar o estresse. Preencha de acordo com os seguintes dados abaixo:

1. Muito usado por mim

2. Usado por mim

3. Razoavelmente usado por mim

4. Raramente usado por mim

5. Nunca usado por mim

Pergunta 1 2 3 4 5

Busca relacionar-se com muitas pessoas

Falar suas verdades e ouvir aos outros

Evita comparar-se aos outros

Manter a calma mesmo sob pressão

Enfrentar os problemas no momento que ocorrem

Tentar reconhecer suas próprias limitações

Tenta ser tolerante consigo mesmo

Ganha tempo adiando os problemas

Procura viver em paz com todos que o cercam

Não temer o novo

Busca formas de tornar o trabalho mais interessante

Busca apoio e conselhos dos meus superiores

Preserva tempo para o lazer

Enfrentar a situação de forma racional

Administrar eficazmente meu tempo

Ser motivado em suas metas e manter a motivação

Sufocar as emoções e esconder o estresse

Conversar com amigos compreensivos

Manter-se ocupado

Planejar antecipadamente o futuro

Tentar evitar a situação

Vê seu trabalho de modo positivo

Valoriza mais o ser do que o ter

Usa o silencio para se recompor

Respeita as diferenças individuais

Partilhar o seu eu com os outros