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PROJETO DE PESQUISA (PA 2339/18) Título: QUALIDADE DO SOLO E CICLAGEM DE NUTRIENTES EM SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇAO AGROPECUÁRIA Subtítulo: QUALIDADE DO SOLO E CICLAGEM DE NUTRIENTES EM SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA DE SOJA EM CONSÓRCIO COM CAPIM-ARUANA PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM DE PLANTA INTEIRA NO VERÃO/OUTONO E SOBRESSEMEADURA DE AVEIA-PRETA PARA RECRIA DE BORREGAS COM DIFERENTES INTENSIDADES DE PASTEJO NO INVERNO/PRIMAVERA. Responsável: Juliano Carlos Calonego (Eng. Agrônomo, Dr.) Professor do curso de Agronomia da FCA/UNESP-Botucatu (SP), respondendo pelas culturas de soja, milho e trigo nas disciplinas de Agricultura I, II e III. Responsável pelas disciplinas de Cultura da Soja e Sistema de Manejo e Propriedades Físicas do Solo no Programa de Pós- Graduação em Agronomia/Agricultura. Fazenda Experimental Lageado. Rua. José Barbosa de Barros, 1780. CEP 18610-307, Botucatu, SP. Tel.: (14) 3811-7686 E-mail: [email protected] Colaboradores: Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol (FCA/UNESP), Prof. Dr. Cirino Costa (FMVZ/UNESP), Prof.Dr.Cristiano Magalhães Pariz (FMVZ/UNESP) - Igor Vilela Cruz (Doutorando em Agronomia/Agricultura, FCA/UNESP) Natureza do Projeto Pesquisa Agronômica Valor financiado R$ 19.800,00 Vigência até 01/04/2020 1. INTRODUÇÃO

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Page 1: PROJETO DE PESQUISA ( Título: QUALIDADE DO SOLO E …A utilização de gramíneas e leguminosas em consorciação para a produção de silagem no sistema ILP pode ser uma estratégia

PROJETO DE PESQUISA (PA 2339/18)

Título: QUALIDADE DO SOLO E CICLAGEM DE NUTRIENTES EM SISTEMAS

INTEGRADOS DE PRODUÇAO AGROPECUÁRIA

Subtítulo: QUALIDADE DO SOLO E CICLAGEM DE NUTRIENTES EM SISTEMA DE

SEMEADURA DIRETA DE SOJA EM CONSÓRCIO COM CAPIM-ARUANA PARA

PRODUÇÃO DE SILAGEM DE PLANTA INTEIRA NO VERÃO/OUTONO E

SOBRESSEMEADURA DE AVEIA-PRETA PARA RECRIA DE BORREGAS COM

DIFERENTES INTENSIDADES DE PASTEJO NO INVERNO/PRIMAVERA.

Responsável: Juliano Carlos Calonego (Eng. Agrônomo, Dr.)

Professor do curso de Agronomia da FCA/UNESP-Botucatu (SP),

respondendo pelas culturas de soja, milho e trigo nas disciplinas de

Agricultura I, II e III. Responsável pelas disciplinas de Cultura da Soja e

Sistema de Manejo e Propriedades Físicas do Solo no Programa de Pós-

Graduação em Agronomia/Agricultura.

Fazenda Experimental Lageado.

Rua. José Barbosa de Barros, 1780. CEP 18610-307, Botucatu, SP.

Tel.: (14) 3811-7686 E-mail: [email protected]

Colaboradores: Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol (FCA/UNESP), Prof. Dr. Cirino

Costa (FMVZ/UNESP), Prof.Dr.Cristiano Magalhães Pariz

(FMVZ/UNESP) - Igor Vilela Cruz (Doutorando em

Agronomia/Agricultura, FCA/UNESP)

Natureza do Projeto

Pesquisa Agronômica

Valor financiado

R$ 19.800,00

Vigência

até 01/04/2020

1. INTRODUÇÃO

Page 2: PROJETO DE PESQUISA ( Título: QUALIDADE DO SOLO E …A utilização de gramíneas e leguminosas em consorciação para a produção de silagem no sistema ILP pode ser uma estratégia

A Integração Lavoura Pecuária (ILP), também denominada de Sistema Integrado de

Produção Agropecuária (SIPA) proporciona o uso eficiente da terra, favorecendo a

diversificação da produção, contribuindo assim com a sustentabilidade do Sistema de

Semeadura Direta (SSD), através da adição de material vegetal, na superfície do solo em

quantidades e qualidade suficientes para garantir a ascensão do sistema de produção

agropecuário.

A utilização de gramíneas e leguminosas em consorciação para a produção de silagem

no sistema ILP pode ser uma estratégia interessante para melhorar a qualidade da cobertura do

solo e da silagem, visando maximizar concomitantemente o desempenho zootécnico dos

animais (OLIVEIRA et al., 2011). O uso intensivo do solo, com trafego de implementos

agrícolas e pisoteio animal pode ser fator limitante em solos argilosos, podendo causar

impactos negativos nos atributos do solo, na produtividade de fitomassa aérea e radicular.

O aumento do aporte de material orgânico, que permite redução das forças mecânicas

atuantes sobre o solo, pode contribuir para redução da densidade do solo, resistência do solo a

penetração de raízes e aumento na velocidade de infiltração de água no solo, demonstrando

assim que o SSD, associado à adição de resíduos orgânicos, afeta significativamente as

propriedades mecânicas e hidrológicas do solo. Solos que possuem uma boa cobertura podem

também ser mais eficientes no armazenamento de água através do equilíbrio da porosidade de

retenção de água, que está relacionado com o movimento de muitos nutrientes, essenciais para

atingir altos níveis de produtividade de grãos das culturas em sucessão, como a soja por

exemplo. Além disso, obter informações quanto ao balanço dos estoques de carbono orgânico

no solo se faz necessário, tendo em vista, a grande necessidade por redução das perdas desse

elemento nos diferentes sistemas de produção. O impacto dos diferentes tipos de cobertura e

manejos empregados no SSD e ILP é decorrente das ações antrópicas que muitas vezes

carecem de medidas mais conservacionistas e sustentáveis. A retirada de material vegetal para

a silagem e a ciclagem de nutrientes promovida pela alimentação e excreção dos animais, via

pastejo, podem promover variações no balanço de estoque de carbono no solo, uma vez, que

em um sistema de manejo a ação antrópica historicamente promove aumento das taxas de

perda de carbono, em detrimento das taxas de adição, resultando em decréscimo dos teores de

matéria orgânica originais no solo, que vem acompanhado geralmente da degradação do

mesmo.

Destaca-se também a importância da inclusão da cultura da soja em áreas manejadas

em SIPA e/ou SPD, principalmente em consórcio ou rotação com espécies forrageiras dos

gêneros Panicum e Urochloa, utilizadas em muitos casos para produção de forragem do

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outono a primavera, com posterior dessecação para formação de palhada (CRUSCIOL et al.,

2014). Objetivando, dessa forma, aumentar o aporte de N no solo, via fixação biológica do N

atmosférico, visto que SIPA ainda são limitados pela carência de N, com alta dependência do

uso de adubo nitrogenado para o sucesso da produção (ROSOLEM et al., 2011).

O balanceamento de dietas para animais suplementados com silagens de gramíneas

normalmente é feito com concentrados proteicos, elevando o custo de produção nas

propriedades. Pelo exposto, a utilização de leguminosas em consórcio com gramíneas na

forma de forragem também pode ser uma alternativa para elevar o teor de proteína bruta na

alimentação de animais (EVANGELISTA et al., 2003). Assim, uma das justificativas para o

uso de leguminosa associada a uma gramínea para ensilar é essa elevação do teor de PB da

silagem.

A presente proposta destina-se a condução de um projeto de pesquisa de médio/longo

prazo envolvendo um SIPA, sendo uma continuidade do projeto PA1378-14. Tem como

objetivo avaliar a cultura da soja para produção de silagem de planta inteira em consórcio

simultâneo com capim-aruana (Panicum maximum cv. Aruana), em sucessão às duas

modalidades de cultivo da cultura do milho para ensilagem: em consórcio simultâneo com

capim-marandu e em consórcio simultâneo com capim-marandu e feijão guandu cv. Fava

Larga, realizadas nas safras anteriores; avaliar a sobressemeadura da aveia-preta para pastejo

pelas borregas no inverno/primavera; e o capim-aruana principalmente para continuidade do

SPD com a formação de palhada na primavera, contribuindo com a ciclagem de nutrientes.

Além disso, avaliar como as diferentes intensidades de pastejo contribuem para os balanços

de C e N no sistema solo-planta, a melhoria da qualidade do solo, da matéria orgânica e dos

estoques de C e N.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Descrição do local

O experimento está sendo conduzido na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/UNESP) no município de

Botucatu/SP (22º51’01”S e 48º25’28”W, com altitude de 777 metros), durante os anos

agrícolas 2017/2018 e 2018/2019. De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de

Solos (SANTOS et al., 2006), o solo das áreas experimentais é um LATOSSOLO

VERMELHO Distrófico com 280, 90 e 630 g kg-1

de areia, silte e argila, respectivamente.

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Até o ano de 2005, o solo foi utilizada para produção de silagem de milho e sorgo,

sendo que até outubro/2010, se encontrava em pousio, com predominância de capim-

braquiarinha {Urochloa decumbens cv. Basilisk [syn. Brachiaria decumbens cv. Basilisk]}.

Nos anos agrícolas 2010/2011 e 2011/2012, a área foi utilizada para produção de silagem de

milho em consórcio com braquiárias na safra, com posterior sobressemeadura de aveia-

amarela e pastejo por cordeiros entre os meses de agosto e novembro (Pariz et al., 2017a). No

ano agrícola 2012/2013, a área foi utilizada para produção de silagem de planta inteira de soja

em consórcio com capim-aruana na safra, sendo a pastagem manejada em regime de corte

entre os meses de agosto e outubro (Pariz et al., 2016, 2017b). Nos anos agrícolas 2013/2014,

2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017 a área foi utilizada para produção de silagem de milho em

consórcio com capim-marandu e feijão guandu na safra, com posterior sobressemeadura de

aveia-preta e pastejo por cordeiros entre os meses de julho e setembro.

De acordo com a classificação de Köppen, o clima predominante na região é do tipo

Cwa (tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso). Durante o período

experimental os dados climáticos serão mensurados diariamente, calculando-se as médias

mensais de cada atributo.

Delineamento experimental e tratamentos

O delineamento experimental do primeiro experimento é em blocos casualizados, com

12 repetições, sendo a semeadura da cultura da soja para ensilagem de planta inteira em

consórcio simultâneo com capim-aruana (Panicum maximum cv. Aruana) em sucessão às

duas modalidades de cultivo da cultura do milho para ensilagem: em consórcio simultâneo

com capim-marandu e em consórcio simultâneo com capim-marandu e feijão guandu cv. Fava

Larga, cujos quais foram conduzidos nos quatro anos agrícolas anteriores (2013/2014,

2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017).

O delineamento experimental do segundo experimento é em esquema de parcelas

subdivididas. Os tratamentos do primeiro experimento constituem as parcelas e as

intensidades de pastejo por borregas em recria (alturas de manejo de 0,15 e 0,30 m – pastejo

intensivo e moderado, respectivamente e sem pastejo) em áreas de sobressemeadura em linha

de aveia-preta cv. EMBRAPA 29 (Garoa) (Avena strigosa) após a ensilagem constituem as

subparcelas.

Cada parcela é constituída por 9 m de largura e 25 m de comprimento (225 m2). Após a

colheita para ensilagem, as parcelas são divididas em três subparcelas de mesmo tamanho. As

parcelas e as subparcelas são distribuídas aleatoriamente dentro de cada bloco. No segundo

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ano agrícola as parcelas e subparcelas serão alocadas no mesmo local do primeiro ano

agrícola.

Preparo da área experimental, manejo das culturas e dos animais

No mês de novembro de 2017, foi realizado a dessecação das plantas presentes na área

experimental com a aplicação dos herbicidas Glyphosate e 2,4-D amine nas doses de 1.440 g

ha-1

do equivalente ácido e 670 g ha-1

do ingrediente ativo, respectivamente, com posterior

aplicação do herbicida Paraquat na dose de 400 g ha-1

do ingrediente ativo, utilizando um

volume de pulverização de 200 L ha-1

.

A cultivar de soja AS 3610 IPRO – INTACTA RR2 PRO (Grupo de maturação:

Superprecoce – 6.1) com hábito de crescimento “indeterminado” foi semeada no mês de

novembro na profundidade de 0,03 m, utilizando semeadora-adubadora modelo PDCP Tatu

Marchesan para SPD, com densidade de 400.000 sementes ha-1

e espaçamento entrelinhas de

0,45 m. As sementes foram tratadas com fungicida à base de Carboxina + Tiram na dose de

0,06 kg dos i.a. por 100 kg de sementes e inseticida à base de Tiametoxam na dose de 0,12 kg

do i.a. por 100 kg de sementes. Posteriormente, as sementes foram inoculadas com inoculante

turfoso, contendo bactérias simbiontes da espécie Bradyrhizobium japonicum (SEMIA 5079 e

SEMIA 5080 na concentração de 5 x 109 rizóbios por grama), utilizando-se 0,5 kg por 100 kg

de sementes. Também foi misturado às sementes fertilizante mineral líquido à base de P2O5,

Mo e Co (0,426; 0,284 e 0,028 kg L-1

, respectivamente), na dose de 0,2 L do produto

comercial ha-1

.

O capim-aruana foi semeado na entrelinha da cultura da soja na profundidade de 0,06

m, na quantidade de 600 pontos de VC ha-1

, conforme recomendação de Pariz et al. (2016). A

adubação mineral de semeadura seguiu as recomendações de Ambrosano et al. (1997) para a

cultura da soja. Por se tratar de colheita para ensilagem, aos 30 DAE das plântulas de soja foi

realizada adubação potássica de cobertura aplicando 90 kg ha-1

de K2O (150 kg ha-1

do

fertilizante mineral cloreto de potássio).

A colheita mecânica da cultura da soja em consórcio com capim-aruana para ensilagem

foi realizada quando as plantas de soja se encontravam no estádio fenológico R7 (início da

maturação dos grãos e 50% de folhas amareladas), de acordo com classificação de Fehr;

Cavinness (1977) e recomendação de Leonel et al. (2008). A colheita foi realizada em abril de

2018 na altura de 0,15 m utilizando colhedora de forragem modelo JF C120 com polia (12

facas) e plataforma de área total modelo JF 1300. O material colhido foi picado em partículas

médias entre 3 e 6 mm e armazenado em silo tipo “bag” de 1,50 m de diâmetro com auxílio

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de embolsadora de forragem modelo Marcher INGRAIN50, com compactação de 600 kg m-3

de massa verde, para posterior alimentação dos cordeiros confinados do Subprojeto 2.

No mês de abril, a aveia-preta foi sobressemeada por meio de semeadora-adubadora

modelo PDCP Tatu Marchesan para SPD, com espaçamento de 0,17 m entrelinhas,

utilizando-se 65 kg ha-1

de sementes puras viáveis (SPV), seguindo as recomendações de

Adami; Pitta (2012).

Em todos os anos agrícolas serão utilizadas borregas Texel na fase de recria, com idade

média de 90 dias e peso vivo inicial médio de 25 kg, oriundas de uma criação comercial. A

blocagem será feita em função do peso vivo, alocando os animais por sorteio nos tratamentos,

sendo considerado como unidade experimental o animal, visto que o suplemento será

fornecido em cochos eletrônicos Intergado®, utilizados para determinar o consumo e o

comportamento alimentar individualmente. Os animais serão identificados com brincos

numerados e vacinados contra carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, enterotoxemia,

morte súbita, tétano, botulismo, hepatite necrótica infecciosa e doença do rim polposo.

Também serão desverminados, sendo o ingrediente ativo definido após as análises

laboratoriais de infestação por endoparasitas e receberão aplicações de suplemento vitamínico

ADE antes do início do experimento.

O método de pastejo está sendo o de lotação contínua com taxa de lotação variável. Os

animais extras serão utilizados para adequar a pressão de pastejo pela técnica put and

take (MOTT; LUCAS, 1952), buscando manter a altura média da pastagem em 0,15 e 0,30 m

(pastejo intensivo e moderado, respectivamente). No tratamento sem pastejo, a aveia-preta

ficou em livre crescimento, sem a presença de animais em pastejo, sendo utilizada apenas

para formação de palhada no inverno/primavera.

O período de adaptação das borregas na pastagem foi de 14 dias, com início no mês de

junho (antes do florescimento da aveia-preta). Posteriormente, as borregas foram pesadas para

início do período experimental, que terá aproximadamente 70 dias de duração. A estimativa

de ganho de peso vivo diário (GPD) será de 200,0 g (NRC, 2007), de forma a atender as

exigências de borregas em crescimento (maturidade de 0,3). A dieta das borregas foi

formulada no programa computacional Small Ruminant Nutrition System (SRNS) com base

no Cornell Net Carbohydrate and Protein System (2000) para ovinos. Será misturada à ração,

produto comercial à base de Monensina Sódica (30 mg kg-1

de matéria seca), conforme

recomendação do fabricante, visando a melhoria da eficiência alimentar e controle de

coccidiose.

Os piquetes foram delimitados com cerca elétrica de seis fios e os animais terão livre

acesso à água. Também foram disponibilizados sombrites para maior conforto térmico dos

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animais. A partir das 07:00h, as borregas foram alocadas em seus respectivos piquetes e

recolhidas a partir das 17:00h em um galpão coberto, com cortinas laterais e piso de terra

batida forrado com casca de café, no qual as borregas-teste de cada tratamento foram alocadas

em uma mesma baia de 25 m2 (5,0 × 5,0 m), totalizando quatro baias. Após o recolhimento à

tarde nas baias, as borregas-teste são suplementadas com concentrado. O suplemento é

fornecido em cochos eletrônicos Intergado® (n = 1 unidade por baia), utilizados para

determinar o consumo e o comportamento alimentar individualmente. A água é fornecida ad

libitum em bebedouro eletrônico acoplados com plataforma de pesagem individual,

permitindo o controle do consumo de água e o peso corporal dos animais.

No mês de novembro de 2018, as plantas presentes nas áreas experimentais serão

dessecadas com a aplicação dos herbicidas Glyphosate e 2,4-D amine nas doses de 1.440 g ha-

1 do equivalente ácido e 670 g ha

-1 do ingrediente ativo, respectivamente, com posterior

aplicação do herbicida Paraquat na dose de 400 g ha-1

do ingrediente ativo, utilizando um

volume de pulverização de 200 L ha-1

, para formação de palhada.

Todos os procedimentos realizados no primeiro ano agrícola (2017/2018) também serão

realizados no segundo ano agrícola (2018/2019).

Amostragens, avaliações e análises

- Plantas

As folhas de soja foram coletadas quando as plantas se encontravam no estádio de

florescimento pleno - estágio reprodutivo R2 (Fehr; Cavinness, 1977), seguindo metodologia

proposta por Ambrosano et al. (1997). Posteriormente foram secadas em estufa de circulação

forçada de ar a 65ºC por 72h e moídas para determinação dos teores foliares de macro e

micronutrientes, conforme metodologia descrita por Malavolta et al. (1997).

Antes da colheita mecânica, foram determinados o estande final de plantas por hectare,

o número de grãos por plantas, a massa de grãos e a parte vegetativa destas plantas, colocando

as amostras em estufa de ventilação forçada a 65°C até massa constante, para cálculo da

porcentagem de grãos na massa ensilada. Após estas avaliações, as plantas de soja e o capim-

aruana foram cortados manualmente em cinco linhas centrais com 5 m de comprimento por

parcela (11,25 m2). Posteriormente foram pesadas, e uma amostra representativa colocada em

estufa de ventilação forçada de ar a 65°C por 72h para determinação do teor de matéria seca

de cada fração. A somatória da massa verde e seca dessas frações com as do capim-aruana

resultaram na produtividade de massa verde e seca total de forragem a serem ensiladas,

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extrapolando para kg ha-1

. Também foram calculadas as proporções de cada fração e do

capim-aruana na massa ensilada.

Adotando a mesma metodologia para avaliação das plantas, os resíduos de soja e capim-

aruana remanescentes na área também foram coletados para determinação da quantidade de

massa seca e posteriormente foram moídos para determinação dos teores de macro e

micronutrientes conforme metodologia descrita por Malavolta et al. (1997), multiplicando-os

posteriormente para obtenção das quantidades de nutrientes em kg ha-1

.

No mesmo dia da colheita mecânica para ensilagem, a forragem foi amostrada e

fragmentada em duas sub-amostras. A primeira sub-amostra foi pesada, seca em estufa com

ventilação forçada à temperatura de 55°C por 72 horas e posteriormente moída em moinho

tipo Wiley em peneira com crivos de 1 mm. Posteriormente, esta amostra foi levada à estufa

por 12 horas a 105°C para determinação de matéria seca (MS) (AOAC, 1995). A segunda

sub-amostra foi congelada para análises da acidez titulável, carboidratos solúveis (CHOs) e

pH em potenciômetro digital (AOAC, 1995).

Também estão sendo realizadas análises microbiológicas, visando caracterizar o

material a ser ensilado. Após a abertura dos silos tipo “bag”, foram avaliadas a microbiologia

da silagem em três pontos do silo (superfície, centro e fundo), nos tempos 0, 3, 5, 7 e 10 dias,

afim de determinar leveduras, bactérias ácido láticas, clostrídeos e esporos aeróbios por meio

de técnicas de cultura segundo metodologias descritas por Silva et al. (1997) e fungos

segundo metodologia descrita por Fernandez (1993). Nos mesmos dias, serão realizadas

medições de temperatura no painel frontal do silo “bag” com auxílio de câmera termográfica

com termovisor modelo testo 870-1-NCM.

Como silos experimentais (16 por tratamento), foram utilizados canos de PVC de 10 cm

de diâmetro e 30 cm de comprimento, acoplados por tampas de PVC em cada extremidade

para garantir a vedação adequada. Foram confeccionados nas tampas de PVC, que vedam a

parte superior dos silos experimentais, válvulas de escape do tipo “Bunsen” para saída dos

gases oriundos da fermentação. Nas tampas de PVC que vedam a parte inferior dos silos

foram introduzidos sacos com 400g de areia fina esterilizada confeccionados com tecido

TNT, separados por uma tela de nylon da amostra, para quantificar as perdas por efluente

gerados durante a ensilagem. Em cada silo experimental foi colocado material verde picado

pela colhedora de forragem de modo a atingir densidade de 600 kg m-3

. A compactação foi

realizada por prensa hidráulica. A abertura dos silos experimentais para mensuração da

recuperação de matéria seca e das perdas por gases e efluentes, além de retirada de amostras

para avaliações laboratoriais da composição bromatológica das silagens foram realizadas aos

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30 dias após a ensilagem, visando também a formulação das diferentes dietas (isoproteicas e

isoenergéticas).

Para isso, no momento da abertura de quatro silos experimentais (canos de PVC), tais

amostras foram fragmentadas em três sub-amostras. A primeira sub-amostra foi pesada,

acondicionada em saco de papel e seca em estufa com ventilação forçada à temperatura de

55°C por 72 horas e posteriormente moída em moinho tipo Wiley em peneira com crivos de 1

mm. Posteriormente, esta amostra foi levada à estufa por 12 horas a 105°C para determinação

da MS e determinação laboratorial dos teores de proteína bruta (PB), cinzas, extrato etéreo

(EE), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose (HEM), celulose (CEL) e lignina (LIG)

e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) segundo técnicas descritas pelo AOAC

(1995). Para determinação dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e as correções para

os teores de cinzas e PB, as análises laboratoriais estão sendo conduzidas conforme

recomendações de Mertens (2002). A segunda sub-amostra foi armazenada em saco plástico e

congelada imediatamente a – 20 °C, para seguir com análises laboratoriais de acidez titulável,

% de ácido lático, digestibilidade in vitro da MS, nitrogênio amoniacal (N-NH3/NT) e pH em

potenciômetro digital, segundo técnicas descritas pelo AOAC (1995). Os teores de NDT serão

estimados conforme a equação proposta por Weiss, adotadas pelo NRC (2001). A terceira

sub-amostra será utilizada na avaliação do tamanho de partículas das silagens com base na

estratificação das partículas por meio da técnica do “Penn State Forage Particle Separator”,

conforme metodologia descrita por Heinrichs; Kononoff (2002). O tamanho médio de

partículas será estimado por meio da ponderação de retenção do material em cada uma das

peneiras e os resultados serão utilizados para determinar o FDN efetivo.

Antes do início do pastejo pelas borregas foram realizadas amostragens para

determinação da disponibilidade de forragem, coletando-se 0,5 m2 da forragem em três pontos

representativos de cada piquete com auxílio de um quadrado de metal. Posteriormente as

amostras foram pesadas e colocadas em estufa de ventilação forçada a 55°C por 72 horas,

sendo os valores extrapolados para kg ha-1

de massa seca. Posteriormente serão realizadas

análises laboratoriais para determinação dos teores de PB, FDN, FDA, CEL, HEM e LIG,

conforme metodologia descrita por AOAC (1995). Os teores de NDT serão estimados

conforme a equação proposta por Weiss, adotadas pelo NRC (2001).

- Resíduos e palhada

Após a dessecação da pastagem, em Novembro de 2018, será avaliada a cobertura do

solo realizando-se observações considerando a palhada depositada na superfície do solo. Tal

procedimento será realizado por três avaliadores, sendo considerada a média das três

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avaliações para análise dos resultados. Posteriormente serão coletados 0,25 m2 em três pontos

distintos dentro de cada piquete com auxílio de um quadrado de metal, adotando como

referência o corte rente à superfície do solo, afim da determinação da quantidade de palhada

depositada na superfície do solo. As amostras serão secas em estufa de circulação forçada de

ar a 65ºC por 72h e moídas para determinação dos teores de macro e micronutrientes,

conforme metodologias descritas por Malavolta et al. (1997),

- Solo

Serão coletadas amostras de solo com estrutura deformada, nas camadas de 0,0-0,10;

0,10-0,20 e 0,20–0,40 m de profundidade, no mês de novembro de 2018 e 2019, antes da

dessecação da pastagem remanescente na área. As amostras serão encaminhadas para análise

de fertilidade , C e N totais.

Será feita a determinação do pH (CaCl2), acidez potencial (H+Al), fósforo (P),

potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), soma de bases trocáveis (SB), e capacidade de troca

de cátions (CTC), e saturação por bases (V%), e alguns micronutrientes: cobre (Cu), ferro

(Fe), manganês (Mn), e zinco (Zn), pelos métodos descritos por Van Raij et al. (2001).

Por ocasião da coleta de amostras deformadas, em novembro de 2018 e 2019, serão

coletas nas mesmas camadas amostras com estrutura indeformada para avaliação da densidade

aparente, porosidade total, macro e microporosidade de acordo metodologia descrita em

Embrapa (1997), juntamente com as coletas de amostras com estrutura deformada, serão

realizados testes de resistência mecânica do solo à penetração. Também serão coletados

monólitos de solo (apenas nas camadas de 0-10 e 10-20 cm) para determinação da

estabilidade de agregados via úmida conforme Kemper e Chepil (1965), utilizando o aparelho

de oscilação vertical de Yodder.

As análises dos teores de C e N no solo serão realizadas por meio de analisador

elementar automático (LECO-TruSpec®

CHNS). Com a determinação da densidade do solo e

da concentração de C total (COT) do solo em cada camada, será possível calcular o estoque

de carbono (EC) nas diferentes camadas amostradas e consequentemente no perfil do solo.

O fracionamento físico da MOS pelo método granulométrico de acordo Cambardella;

Elliot (1992), em que após dispersão do solo em solução de hexametafosfato de sódio, as

amostras serão vertidas em peneira de 53 m. O material retido na peneira consiste na matéria

orgânica particulada associada à fração areia, e o que atravessa a peneira corresponde às

frações silte e argila. O material retido na peneira, depois de lavado e seco em estufa à 50ºC,

será analisado quanto ao teor de carbono orgânico particulado (COP). Com base nos

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resultados de COT e do C orgânico particulado (COP) será possível determinar o grau de

labilidade (COT/COP) da MOS para cada tratamento. Com os dados de EC e COP do solo

das unidades experimentais e do solo de mata adjacente ao experimento será possível

determinar o índice de manejo de carbono (IMC). Com base nos dados de aporte de C ao

longo dos quatro anos de realização desse experimento e das mudanças nos EC será ajustado

o modelo matemático a fim de explicar as variações nos estoques de C no solo ao longo do

tempo.

Todas essas análises de solo citadas acima serão realizadas no Laboratório de Relação

Solo/Planta do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal – FCA/UNESP

(Botucatu-SP).

Análises estatísticas

Os dados serão analisados quanto à normalidade de distribuição, pelo teste de Shapiro-

Wilk do PROC UNIVARIATE do SAS (versão 9.4; SAS Inst. Inc., Cary, NC, USA) e serão

considerados normais quando W ≥ 0,90. Na análise dos dados de campo (planta e solo), a

parcela/subparcela será considerada como unidade experimental. Na análise dos dados das

borregas semi-confinadas, o animal será considerado como unidade experimental para todas

as características estudadas. Será utilizado o PROC MIXED do SAS e o comando

Satterthwaite para determinar os graus de liberdade do denominador para testes de efeito fixo.

Para todas as variáveis analisadas, os blocos serão considerados como efeitos aleatórios; e as

modalidades de cultivo da cultura do milho para ensilagem (anterior), as intensidades de

pastejo e a respectiva interação, serão considerados como efeito fixo. Os anos agrícolas e suas

interações com as modalidades de cultivo da cultura do milho para ensilagem e as

intensidades de pastejo também serão considerados como efeitos fixos e avaliados como

medidas repetidas no tempo.

3. RESULTADOS PRELIMINARES

Na tabela 1 estão apresentados as médias dos resultados de teores de C, N e relação

C:N, além da massa de matéria seca (Mms) da palhada residual deixada sobre o solo após a

colheita dos tratamentos de verão (soja+capim aruana), no mês de abril de 2018, em parcelas

anteriormente cultivadas com milho+braquiária e milho+braquiária+guandu. Na tabela 2

estão os resultados dos teores de macronutrientes presentes na referida palha residual deixada

sobre o solo.

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Nas tabelas 3, 4 e 5 estão as médias dos resultados de teores de C e N, além da relação

C:N, respectivamente, do solo nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm, após a colheita

dos tratamentos de verão (soja+capim aruana), no mês de abril de 2018, em parcelas

anteriormente cultivadas com milho+braquiária e milho+braquiária+guandu.

Tabela 1 . Medias dos teores de carbono(C ), nitrogênio (N),relação carbono/nitrogênio (C:N)

e massa de matéria seca (Mms) de palha residual após a colheita dos tratamentos de verão no

mês de abril de 2018.

Efeito* residual Altura de

pastejo** C N C:N Mms

----------g kg-1---------- ----- kg ha-1

MB SP 427,5 16,5 28,0 3620

MB 15 427,7 12,5 36,5 2567

MB 30 425,0 12,4 37,6 3710

MBG SP 441,5 11,8 44,3 2620

MBG 15 435,2 12,8 47,3 2350

MBG 30 448,7 12,4 37,3 3130

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto com altura

de 15 e 30 cm, respectivamente.

Tabela 2. Medias dos teores de macronutrientes de palha residual após a colheita dos

tratamentos de verão no mês de abril de 2018.

Efeito*

residual

Altura de

pastejo**

N P K Ca Mg S

g kg-1

MB SP 14,28 2,95 19,66 1,67 1,30 1,15

MB 15 12,47 2,22 23,26 2,93 1,99 1,43

MB 30 12,42 2,02 12,04 0,61 0,76 1,42

MBG SP 11,83 2,27 12,29 0,91 1,34 1,22

MBG 15 12,84 2,18 15,89 2,22 1,35 1,37

MBG 30 12,39 1,78 10,07 2,17 1,76 1,54

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto com altura

de 15 e 30 cm, respectivamente.

Tabela 3 . Medias dos teores de Carbono (C) do solo nas camadas de 0 - 5 cm; 5 - 10 cm; 10 -

20 cm; 20 - 40 cm, após a colheita dos tratamentos de verão no mês de abril de 2018.

Efeito* residual Altura de

pastejo**

Teor C

g kg-1

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm

MB SP 19,62 18,42 16,90 15,6

MB 15 17,15 15,72 13,75 13,92

MB 30 20,9 17,42 16,32 15,57

MBG SP 18,12 17,05 15,10 13,7

MBG 15 18,9 17,37 15,35 16

MBG 30 20,82 19,17 16,67 15,6

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*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto com altura

de 15 e 30 cm, respectivamente.

Tabela 4. Medias dos teores de Nitrogênio (N) do solo nas camadas de 0 - 5 cm; 5 - 10 cm; 10

- 20 cm; 20 - 40 cm, após a colheita dos tratamentos de verão no mês de abril de 2018.

Efeito*

residual

Altura de

pastejo**

Teor N

g kg-1

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm

MB SP 1,07 1,00 2,60 0,74

MB 15 0,95 0,88 0,74 0,72

MB 30 1,08 0,93 0,82 2,45

MBG SP 1,04 0,97 0,86 0,71

MBG 15 1,09 1,02 0,84 0,86

MBG 30 1,16 1,07 0,97 0,82

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto

com altura de 15 e 30 cm, respectivamente.

Tabela 5. Medias da relação carbono/nitrogênio (C:N) do solo nas camadas de 0 - 5 cm; 5 - 10

cm; 10 - 20 cm; 20 - 40 cm, após a colheita dos tratamentos de verão no mês de abril de 2018.

Efeito*

residual Altura de pastejo** Relação C:N

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm

MB SP 18,36 18,57 15,74 21,01

MB 15 14,50 17,96 17,89 18,71

MB 30 17,98 17,95 17,30 19,17

MBG SP 17,50 17,67 17,48 19,44

MBG 15 17,63 17,10 18,30 18,86

MBG 30 17,98 17,95 17,30 19,17

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto

com altura de 15 e 30 cm, respectivamente.

Na tabela 6 estão as médias dos resultados de resistência à penetração do solo nas

camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm, após a colheita dos tratamentos de verão

(soja+capim aruana), no mês de abril de 2018, em parcelas anteriormente cultivadas com

milho+braquiária e milho+braquiária+guandu.

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Tabela 6. Medias da resistência à penetração do solo nas camadas de 0 - 5 cm; 5 - 10 cm; 10 -

20 cm; 20 - 40 cm, após a colheita dos tratamentos de verão no mês de abril de 2018.

Efeito*

residual

Altura de

pastejo** Resistência à penetração (MPa)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm

MB SP 3,66 8,15 9,09 5,56

MB 15 6,23 13,43 11,99 7,23

MB 30 3,71 10,51 10,78 7,94

MBG SP 4,24 8,73 8,71 5,01

MBG 15 4,79 11,16 9,95 6,12

MBG 30 6,10 9,54 8,55 6,13

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto

com altura de 15 e 30 cm, respectivamente.

Na tabela 7 estão as médias dos resultados de altura de plantas (ALT), altura de

inserção de primeira vagem (AIPV), população de plantas (POP), número de vagens por

planta (NVP), número de grãos por vagem (NGV) e produtividade de grãos de soja (PROD),

cultivada em consórcio com capim aruana, na safra de verão 2017/2018, em parcelas

anteriormente cultivadas com milho+braquiária e milho+braquiária+guandu.

Tabela 7. Resultados de altura de plantas (ALT), altura de inserção de primeira vagem

(AIPV), população de plantas (POP), número de vagens por planta (NVP), número de grãos

por vagem (NGV) e produtividade de grãos de soja (PROD), da safra 2017/2018.

Efeito*

residual

Altura de

pastejo**

ALT AIPV POP NVP NGV PROD

----cm----- pl ha-1

--------------- Kg ha-1

MB SP 91,7 16,8 266667 56,90 2,38 3179

MB 15cm 14,8 16,4 224074 68,40 2,30 2565

MB 30cm 87,8 16,8 244444 39,10 2,50 2243

MBG SP 92,7 15,0 207407 54,60 2,40 1934

MBG 15cm 94,5 14,5 220370 46,70 2,33 2463

MBG 30cm 86,5 14,2 233333 36,65 2,35 1731

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto

com altura de 15 e 30 cm, respectivamente.

Na tabela 8 estão as médias dos resultados de produção de silagem total promovida

pelo cultivo consorciado entre soja+capim aruana, na safra de verão 2017/2018, e a

participação de cada espécie na produção de massa de matéria seca de silagem.

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Tabela 8. Produção de silagem referente ao cultivo consorciado de verão, safra 2017/2018.

Participação da soja e do capim aruana na produção de silagem total, em kg ha-1

.

Efeito*

residual

Altura de

pastejo**

Soja

Aruana Total

Casca Grãos Folhas +

caules Total

---------------------------------kg ha-1

--------------------------------

MB SP 1393 3179 1349 5921 1709 7630

MB 15cm 964 2565 1215 4745 2376 7121

MB 30cm 855 2243 726 3823 2061 5884

MBG SP 861 1934 728 3522 1526 5048

MBG 15cm 883 2463 777 4123 1818 5941

MBG 30cm 714 1731 885 3331 2577 5908

*Cultivos antecessores ao cultivo de Soja+Capim Aruana: MB= milho+braquiária; MBG =

milho+braquiária+guandu. ** SP, 15 e 30 = sem pastejo, e retirada dos animais com pasto

com altura de 15 e 30 cm, respectivamente.

4. FOTOS

Foto 1 . Semeadura do experimento em Dezembro de 2017, Botucatu, SP.

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Foto 2. Emergência de plântulas de Soja em consorcio com capim aruanã, em Dezembro 2017

Foto 3 . Aplicação de fungicidas e inseticidas no experimento de soja consorciado com capim

aruana, fevereiro de 2018. Botucatu,SP.

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Foto 4. Vista geral do experimento , soja consorciado com aruana,em abril de 2018.

Foto 5 . Plantas de soja e capim aruana colhidas e picadas , para ensilagem. Abril de 2018.

Botucatu,SP.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Parte das amostragens de solo e de plantas referentes às coletas de 2018 ainda não

foram analisadas em laboratório, pois essas análises serão realizadas ao final do período

experimental, a fim de otimizar a dinâmica e manter o cronograma e organização dos

laboratórios.

Devido à intensa falta de chuvas entre os meses de abril e agosto, a produção de

forragem de aveia para pastejo dos animais foi prejudicada. Para o ano de 2019 o

planejamento é realizar a semeadura da aveia mais precocemente para aproveitar um período

de maior precipitação. Outra dificuldade encontrada foi referente à compra das borregas, já

que o fornecedor não cumpriu com o acordou firmado, e de última hora não entregou os

animais, e, portanto, foi necessário encontrar outro fornecedor, o que atrasou a entrada dos

animais na área.

Atenciosamente,

Juliano Carlos Calonego

Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal

FCA/UNESP – Botucatu (SP)

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