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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO Projeto de pesquisa de pós-doutorado Espécies de espaços nas interfaces interativas Proponente: Dra. Aline Couri Fabião Supervisor: Prof. Dr. André Parente Rio de Janeiro – maio de 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

Projeto de pesquisa de pós-doutorado

Espécies de espaços nas interfaces interativas

Proponente: Dra. Aline Couri Fabião

Supervisor: Prof. Dr. André Parente

Rio de Janeiro – maio de 2012

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Plano de trabalho

Espécies de espaços nas interfaces interativas1

1. O projeto de pesquisa e sua fundamentação

Espécies de espaços nas interfaces interativas busca colaborar na constituição de um

corpus teórico e prático relativo à criação de interfaces em obras interativas e imersivas.

Parte-se do entendimento de espaço como lugar praticado2, ou seja, de que o espaço existe, de

fato, quando os sujeitos nele presentes estão realmente implicados em sua produção. Busca-

se, a partir deste entendimento inicial, avançar no estudo teórico e prático das interfaces

interativas. A pesquisa parte da constatação de que certas obras de arte imersivas e interativas

contemporâneas podem ser consideradas experiências de criação de espaços que envolvem

(com variações a cada caso) imagens, sons, dispositivos automatizados, corpos, luzes e outros

materiais.

Não é especificamente contemporâneo o interesse dos artistas pelo espaço. Podemos

citar, dentre obras que se relacionam com questões espaciais, trabalhos como o Light-Space

Modulator de László Moholy-Nagy (1930)3 e o Pavilhão Philips/Poème Electronique de Le

Corbusier, Yannis Xenakis e Edgar Varèse (1958)4. A falta de lugares para espectadores

sentados no Poème Electronique é característica de uma vontade de colocar os espectadores

como “participantes” e de certa forma “criadores” daquilo que experienciavam.

Algumas experiências com as artes do vídeo, a partir dos anos 1960, também são

criações espaciais. Obras em circuito fechado (videofeedback)5 constituem-se de imagens em

loops abertos6 e incluem os participantes nas imagens que fazem a obra. As obras de Dan

                                                                                                               1 Venho desenvolvendo este projeto desde que fui indicada como substituta do pesquisador que havia pleiteado a bolsa e sido selecionado pelo CNPq para bolsa de Pós-Doutorado Junior (PDJ). César Baio foi aprovado em concurso público na Universidade Federal do Ceará e hoje mora em Fortaleza. Um atraso na entrega de seu relatório de Doutorado-sanduíche no exterior fez com que a substituição só pudesse ser realmente implementada em janeiro deste ano (2012). O bom andamento da pesquisa e a impossibilidade de concluí-la em menos de um ano (devido ao atraso na substituição do bolsista-pesquisador, seu prazo é de apenas nove meses, terminando em setembro) é o principal motivador deste pedido de concessão de bolsa de pós-doutorado. 2 Certeau, 1980. 3 Inicialmente concebido como elemento cenográfico de criação de espaços com luzes e sombras, o Modulador-Espaço-Luz cria um espaço “imaterial” de luzes e sombras em movimento. 4 Os elementos do Poème Électronique eram: música, iluminação artificial, filme P&B, duas formas bidimensionais sobrepostas às projeções, formas tridimensionais iluminadas por luzes ultravioletas e arquitetura. Os espectadores ficavam de pé durante o espetáculo de 8 minutos. 5 O videofeedback pode ser traduzido literalmente por realimentação ou regeneração de vídeo. Permite que o observador-participante da obra seja o sujeito e ao mesmo tempo o objeto de seu próprio olhar. Em português é comum ser traduzido como “circuito fechado”. É um loop no qual a situação física do espaço alimenta a imagem resultante, e esta, de alguma forma, atua sobre o comportamento do espaço e dos sujeitos que com ele se articulam, alterando também a imagem, e assim sucessivamente. 6 Ver a dissertação COURI, Aline. Imagens e sons em loop: tecnologia e repetição na arte. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro: Escola de Comunicação da UFRJ. Orientador: Prof. Dr. André Parente, 2006

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Graham, Bruce Nauman e Peter Campus possuem exemplos neste sentido. As vídeo-

instalações podem articular dispositivos eletrônicos com espaço, tempo, arquitetura e corpo,

envolvendo o observador-visitante espacialmente. Temas como processos de percepção,

instabilidade da imagem e relatividade do olhar são muito presentes nos trabalhos dos artistas

citados e são relevantes nas construções de espaços interativos e imersivos.

O videofeedback pode ser fechado, gravado (aquele que não pode ser alterado) ou

aberto, cuja imagem se faz ao vivo. Este conceito de aberto ou fechado não deve ser

confundido com o termo “circuito fechado” utilizado no Brasil como sinônimo de

videofeedback. Imagens formadas em circuito fechado podem ser abertas, quando dependem

do espectador e da situação para estarem sempre em constante criação, ou podem ser imagens

formadas por circuito fechado e serem de fato, fechadas, pois a partir do momento em que são

criadas, não permitem atualizações constantes em seu processo de criação. O videofeedback

retira o espectador de uma posição predeterminada de contemplador passivo de uma imagem

além e distinta de seu corpo, e reintroduz esse espectador como parte da imagem, como ator,

produtor ou co-produtor de uma virtualidade então atualizada.

Imagens em loops abertos resultam de processos, de regras de formação. São imagens

essencialmente virtuais que se atualizam diferentemente de acordo com a relação que cada

observador tem com a obra. São imagens-processo continuamente alimentadas,

constantemente se recriando ao vivo. Há sempre um jogo a ser decifrado ou a ser jogado.

Partem da surpresa, do estranhamento ou da frustração em relação à imagem.

Dan Graham realizou diversas instalações que utilizavam circuitos fechados de

gravação e reprodução de imagens, muitas com delay (atraso) em relação à imagem filmada.

Em tais circuitos, os espectadores são convidados a participar como parte integrante essencial

à obra, que é sempre um processo, está sempre sendo recriada. Configuram-se loops de

imagem e tempo, loops-processo; as imagens nunca são as mesmas, o que é constante é o

modo de criação destas imagens. Present Continuous Past(s) (1974), Two Viewing Rooms

(1975) são algumas destas obras.

Dan Graham no artigo Video in Relation to Architecture reflete sobre a relação do

observador com sua própria imagem, no momento que a vê automaticamente e continuamente

atualizada no monitor de televisão através de loops – circuitos fechados – de vídeo. A auto-

imagem formada pelo videofeedback problematiza a temporalidade à percepção de si mesmo,

conectando-a com o pensamento e com processos psicológicos de auto-percepção. Isso

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

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influencia as futuras atitudes e movimentos; estes, por sua vez, ao serem vistos, influenciam

os próximos, e assim sucessivamente. Sobre seu trabalho com o videofeedback, Graham

afirma que quando uma pessoa vê seu comportamento com um delay de cinco a oito minutos

numa gravação de vídeo (e portanto suas reações são parte e influenciam sua percepção), sua

intenção mental privada e seu comportamento externo são “experimentados como um”. A

diferença entre intenção e comportamento é alimentada no monitor e imediatamente

influencia as futuras intenções do observador, suas tensões internas e seu comportamento.

“Através da ligação entre percepção do comportamento externo e sua percepção mental,

interna, o “ser” do observador, como uma fita de Möebius, pode estar aparentemente sem

interior ou exterior”7.

O loop-processo coloca em evidência a relação entre imagem e observador, entre quem

percebe, o processo de percepção e aquilo que é percebido. Pode também relacionar instantes

temporais, como o passado imediato e o futuro imediato. O participante-espectador participa,

assim, da criação das imagens ou do espaço no qual se encontra, num espaço-tempo

formulado pelo autor da obra.

Peter Campus utilizou circuitos fechados de vídeo em diversas obras entre 1972 e 1975,

produzindo, entre o sujeito e a projeção dele mesmo, uma relação deliberadamente difícil,

instável, quase impossível, com sua forma de produção e possibilidades controladas

previamente pelo artista. É através da organização de uma relativa frustração do olhar que

permite ao espectador experimentar uma situação psicológica e perceptiva não convencional,

nas quais ele mesmo é o objeto da representação.

Dentre as obras deste tipo estão a vídeo-instalação Interface (1972), Mem (1975) e Dor

(1975). Nas duas últimas Campus explora particularmente as relações entre o ponto de vista e

o plano de projeção. Em Mem a câmera está localizada muito perto da parede e sua objetiva

está orientada paralelamente a esta parede. O vídeo-projetor projeta a imagem obliquamente,

dando assim uma forma trapezoidal à imagem e gerando diversas deformações no corpo

projetado. Para entrar no restrito campo de visão da câmera, o visitante deve ficar tão perto

da parede que ele não pode apreender globalmente sua imagem. Ao se afastar, numa tentativa

de apreensão visual da imagem, a imagem se perde, desaparece. “O espectador se encontra de

certa forma imobilizado dentro do virtual”8. Ele é sujeito, objeto e plano de projeção da

imagem. Dor é organizada de tal modo que a imagem do visitante se forma exatamente no

momento no qual ele entra na sala. Este momento é a soleira da porta, um ponto situado num

                                                                                                               7 Graham, 1979. 8 Duguet, 2002.

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prolongamento da parede na qual a imagem está projetada. Assim, o visitante deve optar entre

ser visto e não poder ver, ou tentar se ver, com o risco da imagem desaparecer. O lugar de

observação da imagem é radicalmente dissociado do ponto de vista da câmera, de onde a

imagem alimenta o projetor. Criar a imagem é estar impedido de vê-la, de contemplá-la

totalmente. O ponto de criação da imagem se situa no mesmo plano de projeção dela mesma.

O jogo acontece neste limite, nessa fronteira entre estar dentro ou fora da obra. O limite da

sala, a porta, é exatamente o ponto ativador da imagem.

Em algumas instalações de Bruce Nauman (como Video Surveillance Piece - Public

Room/Private Room e Live-Taped Video Corridor) a questão da imagem, da representação,

sua formação e estranhamento, se juntam à questão da vigilância e problematizam também as

relações espaciais entre o corpo e a arquitetura.

O interesse pela criação de espaços na arte e mais especificamente na chamada “tech-

art” está cada vez mais em destaque, talvez pelas possibilidades das interfaces interativas e,

mesmo antes disso, pelas possibilidades de criação de “espaços virtuais”. Ferramentas que

fazem com que os movimentos dos corpos em relação à obra participem e alterem parâmetros

das imagens e sons presenciados estão mais acessíveis. Além disso, as possibilidades de

interfaces sem fios (dos mais simples aos mais caros e complexos, como sensores de calor,

luz, infravermelhos, ultrasônicos, eye-tracking9, captadores de ondas cerebrais, respiração,

batimentos cardíacos, etc), e também as tecnologias wireless de palms, celulares, tags e

rastreadores sem fio dão maior liberdade e mobilidade para o corpo agir nesses ambientes,

sem os fios, cabos e joysticks e outros controles que acabavam por limitar suas ações.

Nosso interesse por questões espaciais nos aproximam das experiências do laboratório

Life in Space, conduzido por Olafur Eliasson. Em uma palestra TED de 2009 Olafur Eliasson

coloca as seguintes questões: como se configura a relação entre o nosso corpo e o espaço?

Como sabemos que estar num espaço faz diferença? Quais as conseqüências de um passo

dado? Importa se eu estou no mundo ou não? Podemos acrescentar: eu faço diferença? Quais

as implicações de minha presença e de meu corpo em determinado espaço? Essas são

questões que podem ser tratadas pela arte de forma a incentivar pensamentos críticos sobre o

espaço, seja este em diversas dimensões e escalas.

Um espaço tem dimensões e temporalidades. Fazer parte faz diferença. As interfaces

interativas colocam situações completamente diversas às colocadas por imagens fotográficas,

pinturas, gravuras. Quais as diferenças entre se estar num espaço ou estar vendo uma

                                                                                                               9 Rastreador para o movimento do olho.  

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fotografia? Quais as diferenças entre olhar, pensar e fazer? O espaço, para ser realmente

espaço, precisa ser percorrido, vivido, percebido em suas dimensões.

O conceito de empatia (Einfühlung) relaciona-se com essas questões. Ele nos auxilia a

compreender a subjetividade implicada na experiência espacial, seja esta no espaço real

propriamente dito ou nos espaços criados por obras de arte. Este conceito contribui na

desestabilização da noção de um real a priori – pronto para ser apreendido “mecanicamente”

pelos nossos sentidos. É através de uma maior atenção à empatia que podemos compreender

os diversos níveis de estímulo que as obras podem provocar nos participantes.

Segundo Mallgrave (1994:17) as raízes da noção de empatia, elaborada conceitualmente

em meados do século XIX, podem ser encontradas numa tradição que no século XVIII

começava a se estabelecer no pensamento alemão10: a empatia entendida como a relação

subjetiva que mantemos com o mundo fenomenológico. Robert Vischer11 tratou da empatia

em relação à forma de um objeto. A base de sua teoria consiste em que num modo de

percepção empático nosso “ego mental e sensorial” é projetado no objeto. Assim, a empatia

ocorre quando nosso ego penetra no objeto fenomenal, preenchendo seu conteúdo: a maneira

pela qual um fenômeno é construído torna-se uma analogia de minha própria estrutura. “Eu

me envolvo em seus contornos como em uma roupa”, afirmou Vischer 12. Ou ainda: “apesar

do objeto materialmente permanecer separado e distinto, sua representação mental e meus

sentimentos tornam-se um”.

Tem-se por uma das hipóteses deste projeto que a interface de uma obra interativa

trabalha justamente neste sentido convidativo; e que a empatia seria um dos aspectos

relevantes numa obra interativa.

2. Objetivos da pesquisa

O presente projeto tem por objetivos gerais:

• Através de dispositivos e interfaces que criam espaços ou provoquem reflexões sobre o

espaço (já que, pela interatividade, apontam para as implicâncias de um corpo habitar

um espaço) sensibilizar o público e incentivar debates e reflexões sobre o tema do

espaço e a importância de sua construção coletiva;

• Criar um sentido de responsabilidade sobre o espaço, que gradualmente auxiliará na

                                                                                                               10 Aponta escritores românticos como Gottfried Herder (1744-1803), Jean Paul Richter (1763-1825), Novalis (1772-1801), Friedrich Schlegel (1772-1829) e Friedrich Theodor Vischer (1807-1887). 11  Na tese Über das optische Formgefühl (1873).  12 Vischer (1873) in Mallgrave (1994) p. 101.  

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construção coletiva dos espaços nos quais vivemos;

• Realizar experiências de interfaces interativas em loops abertos como criações de certos

tipos de “espaço”, ou seja, nos quais os movimentos e a presença do participante

configurem a imagem, o som e o movimento deste espaço;

• Através dessas experiências de design de espaço busca-se também contribuir para os

debates sobre questões relativas à interface: o quanto ela contribui para a obra como

um todo, os modos pelos quais ganha a empatia dos visitantes/ativadores, sua

constituição enquanto elemento simbólico em obras de arte interativas e sua

importância no processo de construção de sentido enquanto elemento sensível.

• Colaborar para uma crítica de interfaces capaz de analisar os processos de mediação das

interfaces interativas.

• Experimentar criativamente e criticamente a base técnica da computação buscando

verificar seu potencial expressivo e seu lugar nos processos de construção de sentido

pelo público que interage com a obra.

Mais especificamente, objetiva-se:

• Publicar artigos em revistas acadêmicas especializadas na temática da pesquisa; no

mínimo um artigo por ano.

• Criar, publicar e atualizar um blog com o tema da pesquisa com resenhas, entrevistas,

críticas, vídeos, artigos e demais materiais levantados ao longo da pesquisa.

• Produzir trabalhos e instalações interativas como experimentação criativa dos conceitos

abordados teoricamente.

2. Justificativa

Desenvolvo esta pesquisa desde janeiro do presente ano quando entrei substituindo o

pesquisador anterior que não chegou a assumir a bolsa por ter sido aprovado em concurso

para professor na Universidade Federal do Ceará. Entretanto esta bolsa que possuo (CNPq)

tem vigência até setembro próximo (09/2012). Portanto a principal justificativa para a

aprovação deste projeto é a continuação dessas atividades que desenvolvo, que têm se

mostrado promissoras e de relevância para o campo de estudo e para a instituição.

O projeto é importante para a instituição ECO/UFRJ no sentido da consolidação e na

ampliação do quadro de pesquisadores do Núcleo de Pesquisa N-Imagem. Através do estudo

do espaço e suas possibilidades de criação busca-se contribuir e construir um quadro teórico

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sobre a questão da interface e seus modos de desenvolvimento e implementação.

O interesse dos artistas pelo espaço não é recente; entretanto nos parece hoje estar em

destaque. Se durante a historia da arte houveram diversas pesquisas e realizações ocupadas

com a representação de espaços (físicos, virtuais, imaginários), hoje soma-se à representação

a questão da criação de espaços outros, a partir de diferentes materiais e situações de

interfaces, possibilitadas e incentivadas pelas tecnologias digitais interativas e imersivas.

Pode-se considerar que artistas de obras interativas e imersivas criam espaços. Espaços

podem nos fazer sentir parte integrante de algo ou excluídos, implicados ou espectadores,

parte de um cenário ou atores. Acreditamos que a potência dos espaços é intensificada

quando a participação daqueles que experienciam a obra é parte essencial delas.

A compreensão, o estudo e a criação de espaços como composições espaço-tempo-

corpo é possibilitada por diversas ferramentas que fazem com que os corpos daqueles que

nele participam (com seus movimentos e reações físicas) participem dessa criação. Podemos

dizer que esses espaços são constituídos por imagens e sons programados em loops abertos, já

que o artista cria as condições para que os corpos em relação à obra participem da criação das

imagens, sons e situações que conformam o espaço apresentado. Cada situação corpo-obra é

uma das possíveis atualizações da obra em si.

Através da construção de outras espécies de espaços busca-se colocar o “espaço” em

discussão e assim ir, pouco a pouco, incentivando a intensificação de debates sobre o tema e

as responsabilidades do corpo e dos sujeitos em sua formação.

Da realização do projeto no grupo de pesquisa N-Imagem

O núcleo de pesquisa N-Imagem (Núcleo de Cultura e Tecnologia da Imagem) criado e

coordenado pelos artistas e pesquisadores André Parente e Kátia Maciel proporciona o espaço

téorico-prático-técnico de caráter transdisciplinar necessário para o desenvolvimento deste

projeto. As atividades do Núcleo se inserem no programa da Escola de Comunicação da

UFRJ, em particular aos ligados diretamente à imagem e ao audiovisual.

É um espaço aberto à elaboração de metodologias de produção, tratamentos,

armazenamento e análise da imagem e do som.

Ressalta-se o alto nível de qualidade dos projetos conduzidos nesse grupo e os diversos

pontos de contato dos trabalhos desenvolvidos pelos seus pesquisadores e o trabalho aqui

proposto. Minha inserção neste núcleo é de extrema importância para o desenvolvimento das

reflexões e produtos pretendidos neste projeto, e também pela inserção e aprofundamento de

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questões espaciais e daquelas relativas ao som. O som envolve todo o corpo; produz espaços.

Outro aspecto relevante é que a infra-estrutura do N-Imagem garante os recursos

necessários para a realização da etapa experimental da pesquisa, já dispondo de alguns

softwares e hardwares importantes. Minha participação e engajamento nas atividades do

grupo naturalmente irá permitir uma rica troca de referências, experiências e reflexões

críticas, o que contribuirá para o aprofundamento das análises e experimentações propostas

bem como para o grupo de pesquisa como um todo.

3. Metodologia a ser utilizada

Nosso método de trabalho é composto por duas metodologias distintas porém

complementares. Isto permite caminhar para uma construção crítica de nossa produção. Uma

metodologia prévia é apontada; entretanto, esta será constantemente submetida a um tipo de

“método cartográfico”, próximo daquilo que afirma Zielinski (2006:45) sobre a biblioteca de

Londres da St. James Square: No entanto é muito provável que durante nossas explorações ao longo dos corredores labirínticos, com seus pisos de grades de ferro, encontremos por acaso um livro que nem sabíamos que existia, e que possui mais valor do que aquele que procurávamos. De maior valor, porque sua descoberta abre outros caminhos e outras perspectivas que nem mesmo cogitávamos durante nossa pesquisa focalizada. Esse é um possível curso a seguir: num contexto definido com clareza, a procura mal sucedida de alguma coisa é contrabalançada por um achado acidental, e reconhece-se esse achado como possibilidade de igual valor. Precisamos apenas submetê-lo à prova. (...) Esse método não tem absolutamente nada a ver com a perambulação e o ziguezague sem rumo.

Ainda que não intencionemos seguir um caminho já totalmente pré-definido e linear, é

pertinente partir de uma “metodologia prévia”, definida para dar início às atividades do

projeto. Esta metodologia inicial constitui-se de etapas que se realizarão quase que

simultaneamente, por serem complementares e alimentarem-se mutuamente. Estas etapas

simultâneas podem ser entendidas como diferentes frentes de ações, distintas porém

complementares: ações teóricas, ações aplicadas e ações experimentais.

As ações teóricas objetivam criar quadros de referência e aumentar a soma de saberes

disponíveis. Elas têm início com o levantamento sistemático das diversas abordagens dos

conceitos de espaço que nos são relevantes (Lotze, Stumpf, Schmarsow, Husserl, Vischer,

Nietzsche, Wertheim, Bachelard, Certeau) bem como de interface e interatividade nas teorias

da mídia (Poster, Weibel, Zielinski, Machado, Manovich, Dinkla, Gianetti). Teorias em torno

do audiovisual e da artemídia que permitem pensar a obra de arte como um dispositivo

também serão somadas à esse corpus (Baudry, Parente, Machado, Flusser). Reflexões sobre a

recepção da obra presentes na história da arte, principalmente sobre as discussões sobre arte

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participativa, neo-concretismo, happening e performance, também são importantes.

Os modelos conceituais levantados servirão como base para a formulação teórica a

respeito do lugar da interface nos processos de construção de sentido da obra interativa. Neste

percurso serão apontadas as bases para a compreensão do modo como as tecnologias da

interface influenciam nos agenciamentos operados pela prática de montagem espacial

imagética e interativa. Nesta frente também se inclui a pesquisa sobre as atuais técnicas e

tecnologias de programação de interfaces.

A ações empíricas compreendem o levantamento, análise e interpretação de fenômenos

culturais pertinentes ao campo do projeto. O objetivo desta etapa é realizar um levantamento

de obras e artistas que operam nas áreas abraçadas por esta pesquisa, ou seja: experiências

imagéticas e sonoras interativas e/ou imersivas que podem ser entendidas como criação de

espaços. Uma cronologia13 servirá de apoio para a organização e disponibilização de obras

espaciais relevantes para o projeto.

Esta parte da pesquisa inclui visitas e participação em eventos de arte e tecnologia, bem

como alguns setores de áreas afins, especialmente aquelas ligadas às imagens, ao corpo e ao

espaço. Tratam-se de exposições, mostras, seminários e debates no Brasil e no exterior.

É nesta frente que é realizado também o levantamento e análise de registros

documentais de obras de períodos anteriores14. Poderão ainda eventualmente serem realizadas

entrevistas com artistas, curadores e críticos.

A relação que será construída entre as análises e fundamentações teóricas e o corpus de

obras constituído possibilitará a compreensão e o posicionamento da interface como elemento

fundamental na criação de espaços e de estruturação e experiência da obra. Especial ênfase

será dada à importância da interface na construção de sentidos, revelando sua atuação na

experiência das imagens, sons e demais elementos sensoriais, bem como na criação de

empatia entre obra e participante.

Essas análises e conclusões tomarão forma de artigos a serem publicados em revistas

científica da área de comunicação e afins. Soma-se à isso todo o conjunto de textos (resenhas,

ensaios, entrevistas) que serão produzidos ao longo da pesquisa e disponibilizados no blog do

projeto15.

Este blog se justifica por permitir o acompanhamento da pesquisa: a publicação de

artigos científicos (ou de seus hyperlinks) e de textos menos formais sobre o tema,

                                                                                                               13 http://espacointerface.wordpress.com/acoes-empiricas/obras/ (in-progress) 14 Registros em vídeo, reportagens, sites da Web, cd-roms e outros materiais que possam conter informações documentais sobre as obras e trabalhos em questão. 15 http://espacointerface.wordpress.com/ .

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provocando, inspirando e informando artistas, estudantes e profissionais que trabalham na

criação e desenvolvimento de interfaces. O blog servirá como instrumento de documentação

do processo de pesquisa, agregando informações sobre projetos que relacionam imagem e

espaço e que se dedicam à exploração técnica e criativa de interfaces interativas.

As ações experimentais compreendem aquelas que colocam em prática o conhecimento

adquirido e sistematizado nas outras duas etapas, sendo também a continuidade e um impulso

à minha produção artística e experimental. Além do percurso acadêmico apresentado no início

desde projeto, desde 2001 venho desenvolvendo trabalhos experimentais de montagens

espaciais audiovisuais (algumas ao vivo) e instalações em parceria ou individuais.

Alguns artistas com os quais mantive parceria são Ivan Henriques e Rodrigo Amim, do

coletivo KuarasyOberab16; os diversos artistas envolvidos no coletivo GEMA17 (João Bueno,

Sílvia Leal, Ivan Henriques dentre outros); Tatiana Dager e Susana Guardado.

Tem-se como objetivo, assim, avançar na articulação dessas experiências práticas com a

fundamentação teórica, particularmente no caso de produção de “espaços outros”, incluindo

sons e imagens em loop aberto, extremamente relevantes às questões das interfaces

interativas.

As ações experimentais compreendem também a organização de todo o material

desenvolvido durante a pesquisa, bem como as referências teóricas, críticas e criativas. Aqui

também o recurso do blog busca difundir e disponibilizar, para pesquisadores e para pesquisas

contemporâneas ou posteriores, nossas principais reflexões e produções. Através do

acompanhamento das construções das obras que fazem parte da pesquisa será tratado

conceitualmente e de modo prático-experimental os temas do espaço, dos modos de sua

criação e da interface como elemento de constituição de espaços.

À esta metodologia inicialmente projetada somam-se idéias do “método cartográfico”

instaurado no campo das ciências da psicologia. Resumidamente, tal método refuta a proposta

da ciência moderna de “representar objetos”, e propõe em seu lugar “acompanhar processos”.

No nosso caso, tais processos são o próprio fazer da pesquisa e da obra-experiência. Muitas

vezes, ao adotar uma metodologia a priori, corre-se o risco de fechar caminhos e

possibilidades. Esse “pré-estabelecimento” pode ir contra à própria idéia de pesquisa como

processo.

O “método cartográfico” dialoga com o “método ensaístico”. Este pode ser entendido

                                                                                                               16 Criamos situações de criação e montagem espacial de imagens e sons ao vivo, utilizando alguns sons do ambiente de cada apresentação. http://kuarasyoberab.wordpress.com 17 http://www.gemaproject.blogspot.com/    

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como uma tentativa constante de encontrar sentidos para um conjunto de idéias, expectativas,

ferramentas e ações, posicionando-se criticamente em relação à uma postura de “vontade de

verdade”. No texto “O ensaio como forma” (1958) Adorno apresentou o caráter negativo do

ensaio, que se coloca contra uma ciência esmagadora em defesa do fragmentário, do

heterogêneo, do mutável e do transitório. O ensaio consistiria em um desafio e em uma crítica

ao ideal da consciência clara, da certeza intelectual e das regras cartesianas. Dada a

impossibilidade de um “real” externo aos sujeitos (e contra a visão idealista e positivista), o

ensaio contesta em sua forma o ideal de um discurso que se pretende neutro e que esconde a

presença do sujeito, reforçando assim a impossibilidade de uma representação neutra e

sublinhando o caráter até mesmo incompreensível da “realidade”.

Ao partir desse hiato entre a consciência e coisa, a idéia de ensaio de Adorno refuta a

própria idéia apriorística de método uma vez que este se define no movimento da consciência

e do corpo ao construírem, ao mesmo tempo, o sujeito, as coisas e as interpretações sobre

elas. Em resumo, o ensaio é uma forma de pensar e, sobretudo, uma forma de construir o

próprio pensamento18.

4. Cronograma de execução das atividades previstas para 5 anos

Ano 1 – setembro2012/agosto2013 Pequena escala, intra-espaço

SOM

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações teóricas Levantamento de bibliografia complementar

Revisão bibliográfica

Sistematização da pesquisa bibliográfica de acordo com seus campos de abrangência

Pesquisa e estudos técnicos sobre tecnologias de interface

ações aplicadas Levantamento complementar de obras afins ao tema da pesquisa

Pré-análise das obras selecionadas Produção de artigo crítico sobre obras selecionadas

Revisão dos trabalhos e produção dos relatórios

Participação em evento(s) da área

                                                                                                               18 O conceito de ensaio segundo Adorno referia-se à literatura, à narrativa. Porém, a apropriação do conceito por cineastas e críticos permitiu sua transposição para os estudos audiovisuais, na forma de um “cinema-ensaio” (Arlindo Machado, 2006) ou de “cinema de ensaio” (Didi-Huberman, 2009).

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  12  

Ano 1 – setembro2012/agosto2013 Pequena escala, intra-espaço

SOM

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações experimentais Sistematização das principais questões da problemática abordada na obra.

Experimentações com programação de interfaces

Processo de concepção da obra. Produção dos protótipos. Programação da interface. Montagem final da obra. Criação de blog sobre o tema da pesquisa

Atualização do blog

Ano 2 – setembro2013/agosto2014 Escala ampliada, intra-espaço IMAGEM-MOVIMENTO (video)

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações teóricas Realização de entrevistas com críticos e artistas relacionados à questões do espaço, som, artemídia e interfaces

Edição e disponibilização das entrevistas no blog

Pesquisa e estudos técnicos sobre interfaces

Estudos teóricos sobre o vídeo e a imagem-movimento em interfaces interativas e em tempo real

ações aplicadas Organização e análise crítica das obras que ampliam a participação e a interatividade a um numero maior de participantes

Produção de artigo crítico sobre a colaboração e construção coletiva da obra, envolvendo engajamento dos participantes

Revisão dos trabalhos e produção dos relatórios

Participação em evento(s) da área

ações experimentais Sistematização das principais questões da problemática abordada na obra.

Experimentações com programação de interfaces

Processo de concepção da obra. Produção dos protótipos. Programação da interface. Montagem final da obra. Atualização do blog

Page 14: Projeto de pesquisa de pós-doutorado projeto de pesquisa e sua fundamentação ... como o passado imediato e o futuro imediato. ... produzindo, entre o sujeito e a projeção dele

  13  

Ano 3 – setembro2014/agosto2015 Escala urbana: inter-espaços

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações teóricas Levantamento de bibliografia complementar sobre arte urbana

Sistematização desta pesquisa bibliográfica de acordo com seus campos de abrangência

Pesquisa técnica e teórica sobre tecnologias de interface em espaços públicos

ações aplicadas Levantamento complementar de obras de arte urbana identificadas com questões espaciais (imersivas e não imersivas, foco nas imersivas)

Pré-análise das obras selecionadas Produção de artigo crítico sobre obras selecionadas

Revisão dos trabalhos e revisão dos relatórios

Participação em evento(s) da área

ações experimentais Sistematização das principais questões de interfaces em espaços públicos

Experimentações com programação de interfaces adaptadas à espaços públicos (principalmente externos)

Processo de concepção da obra. Produção dos protótipos. Programação da interface. Montagem final da obra. Atualização do blog

Ano 4 – setembro2015/agosto2016 Por uma construção coletiva de

espaços

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações teóricas Levantamento de bibliografia complementar

Atualização técnica e teórica sobre tecnologias de interface

ações aplicadas Projeto de publicação-síntese, de caráter prático/educativo

Execução da publicação-síntese Publicação de um artigo em revista especializada

Revisão dos trabalhos e publicações, produção dos relatórios

Participação em evento(s) da área

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  14  

Ano 4 – setembro2015/agosto2016 Por uma construção coletiva de

espaços

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações experimentais Concepção de obra, atuação no campo

Produção dos protótipos. Programação da interface. Orientação de estudantes do grupo de pesquisa N-Imagem

Disciplina ECO/UFRJ a ser ministrada Atualização do blog

Ano 5 – setembro2016/agosto2017 Organização e difusão do

conhecimento

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

ações teóricas Atualização bibliográfica

Atualização técnica

Constituição e organização de memoria digital da pesquisa no núcleo N-Imagem, permitindo pesquisas futuras

ações aplicadas Participação em evento(s) da área

Publicação de um artigo em revista especializada

Revisão dos trabalhos e revisão dos relatórios

ações experimentais Concepção de obra, atuação no campo

Produção dos protótipos

Programação da interface Palestras e workshops externos Orientação de estudantes do grupo de pesquisa N-Imagem

Disciplina ECO/UFRJ a ser ministrada Atualização do blog

5. Resultados pretendidos: a descrição detalhada dos indicadores a serem alcançados

1o ano: Revisão bibliográfica. Alimentação do blog19 com a revisão feita, tanto em aspectos

teóricos quanto práticos. Objetiva-se que a revisão bibliográfica seja realizada principalmente

neste primeiro ano; no entanto ao nos depararmos com autores e obras de interesse, essas

também alimentarão o blog. um artigo publicado em periódico + uma experiência de interface

                                                                                                               19 http://espacointerface.wordpress.com/

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  15  

espacial executada. Esta primeira experiência será de um espaço dentro de um espaço, em

pequena escala. Neste primeiro ano será dada ênfase ao estudo do som como criador de

espaços, utilizando como recursos técnicos Arduíno20 e PureData (PD)21. Produtos: 1 artigo;

1 obra, 1 blog a ser atualizado ao longo de toda a pesquisa.

2o ano: Alimentação do blog com a revisão feita, tanto em aspectos teóricos quanto práticos.

Realização de entrevistas com artistas, críticos e pesquisadores relacionados às questões da

pesquisa. Disponibilização dessas entrevistas no blog. Realização de experiência espacial com

uso de imagens-movimento: vídeo e o software Isadora. Publicação de um partido em revista

especializada. Produtos: 1 artigo; 1 obra; alimentação do blog.

3o ano: Experiência espacial em espaço público urbano. Pesquisa e discussão teórica sobre

arte urbana, especificamente arte “tecnológica” urbana. Tem-se por objetivo criar uma

experiência espacial que relacione o espaço às suas práticas. A obra poderá fazer parte de

mostras de arte como por exemplo o VideUrbe22. Publicação de um artigo relativo à criação

de interfaces imersivas em espaços públicos. Produtos: 1 artigo; 1 obra; alimentação do blog.

4o ano: artigo + obra + publicação educativa. Esta publicação educativa é concebida como um

apanhado das informações obtidas ao longo da pesquisa, com o objetivo de constituir apoio,

consulta e orientação para aqueles que estejam interessados, dentro da arte-mídia e da arte

interativa, em questões teóricas e técnicas em relação às interfaces. Constitui uma versão

prática do blog, um guia de leitura, disponível para download. A diferença entre o blog e a

publicação é que esta ultima terá uma abordagem mais prática do que teórica, podendo ser

uma introdução a estas questões a um público mais jovem. As referências teóricas existirão,

porem serão apontamentos e/ou citações comentadas; o foco será na introdução dos

interessados nos assuntos relativos às interfaces interativas e imersivas a começarem a

explorar o campo realizando pequenas experiências. Os alunos da graduação em geral têm

idades entre 17 e 23 anos e a organização de informações num formato acessível à este

público é uma lacuna a ser preenchida. Cabe ressaltar que a publicação não terá aspecto

apenas técnico, já que sempre terá como diretriz a criação de espaços. Produtos: 1 artigo; 1

obra; 1 publicação destinada ao público não-especialista (jovens).

5o ano: Além do desenvolvimento de uma obra, aulas e workshops. Este ano terá como

objetivo principal a difusão dos conhecimentos obtidos ao longo da pesquisa. Compreenderá

                                                                                                               20 http://www.arduino.cc/ 21 http://puredata.info/ 22 http://www.videurbe.com.br/  

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  16  

aulas, palestras e disciplina eletiva específica a ser ministrada na Escola de Comunicação da

UFRJ. As palestras e workshops são pensadas para alunos de cursos como Eletrônica do

CEFET e dos cursos de Belas Artes e Arquitetura e Urbanismo da UFRJ. Assim pensamos

estar realmente criando diversas espécies de espaços: críticos, multimidiaticos, imersivos,

interativos, e assim colaborar na criação de espaços mais implicados socialmente.

Produtos: 1 artigo; 1 obra; workshops e palestras; Relatório Final; Memória Digital da

pesquisa disponível no acervo do N-Imagem em HD.

6. referências bibliográficas.

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