projeto de lei terceirização

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 Dispõe sobre os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Esta Lei regula os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. § 1º O disposto nesta Lei aplica   se às empresas privadas. § 2º As disposições desta Lei não se aplicam aos contratos de terceirização no âmbito da administração pública direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 3º Aplica-se subsidiariamente, no que couber, ao contrato de terceirização entre a contratante e a contratada o disposto na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002  Código Civil. Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram   se: I - terceirização: a transferência feita pela contratante da execução de parcela de qualquer de suas atividades à contratada para que esta a realize na forma prevista nesta Lei; II - contratante: a pessoa jurídica que celebra contrato de prestação de serviços determinados , específicos e relacionados a parcela de qualquer de suas atividades com empresa especializada na prestação dos serviços contratados, nos locais determinados no contrato ou em seus aditivos; e

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Projeto lei terceirizacao 2015

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  • Dispe sobre os contratos de terceirizao e as relaes de trabalho deles decorrentes.

    O CONGRESSO NACIONAL decreta:

    Art. 1 Esta Lei regula os contratos de

    terceirizao e as relaes de trabalho deles decorrentes.

    1 O disposto nesta Lei aplicase s empresas

    privadas.

    2 As disposies desta Lei no se aplicam aos

    contratos de terceirizao no mbito da administrao pblica

    direta, autrquica e fundacional da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios.

    3 Aplica-se subsidiariamente, no que couber, ao

    contrato de terceirizao entre a contratante e a contratada

    o disposto na Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002

    Cdigo Civil.

    Art. 2 Para os fins desta Lei, consideramse:

    I - terceirizao: a transferncia feita pela

    contratante da execuo de parcela de qualquer de suas

    atividades contratada para que esta a realize na forma

    prevista nesta Lei;

    II - contratante: a pessoa jurdica que celebra

    contrato de prestao de servios determinados, especficos e

    relacionados a parcela de qualquer de suas atividades com

    empresa especializada na prestao dos servios contratados,

    nos locais determinados no contrato ou em seus aditivos; e

  • 2

    III - contratada: as associaes, sociedades,

    fundaes e empresas individuais que sejam especializadas e

    que prestem servios determinados e especficos relacionados

    a parcela de qualquer atividade da contratante e que possuam

    qualificao tcnica para a prestao do servio contratado e

    capacidade econmica compatvel com a sua execuo.

    l Podem figurar como contratante, nos termos do

    inciso II do caput deste artigo, o produtor rural pessoa

    fsica e o profissional liberal no exerccio de sua

    profisso.

    2 No podem figurar como contratada, nos termos

    do inciso III do caput deste artigo:

    I a pessoa jurdica cujo scio ou titular seja

    administrador ou equiparado da contratante;

    II a pessoa jurdica cujos titulares ou scios

    guardem, cumulativamente, com o contratante do servio

    relao de pessoalidade, subordinao e habitualidade;

    III a pessoa jurdica cujos titulares ou scios

    tenham, nos ltimos 12 (doze) meses, prestado servios

    contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem

    vnculo empregatcio, exceto se os referidos titulares ou

    scios forem aposentados.

    3 A contratada dever ter objeto social nico,

    compatvel com o servio contratado, sendo permitido mais de

    um objeto quando este se referir a atividades que recaiam na

    mesma rea de especializao.

    4 Deve constar expressamente do contrato social

    da contratada a atividade exercida, em conformidade com o

  • 3

    art. 511 da Consolidao das Leis do Trabalho CLT, aprovada

    pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943.

    5 A qualificao tcnica da contratada para a

    prestao do servio contratado dever ser demonstrada

    mediante:

    I - a comprovao de aptido para o desempenho de

    atividade pertinente e compatvel com o objeto do contrato;

    II a indicao das instalaes, dos equipamentos

    e do pessoal adequados e disponveis para a realizao do

    servio;

    III a indicao da qualificao dos membros da

    equipe tcnica que se responsabilizar pelos trabalhos,

    quando for o caso.

    6 Tratando-se de atividade para a qual a lei

    exija qualificao especfica, a contratada dever comprovar

    possuir o registro de empresa e a anotao dos profissionais

    legalmente habilitados, nos termos do disposto na Lei n

    6.839, de 30 de outubro de 1980.

    Art. 3 A contratada responsvel pelo

    planejamento e pela execuo dos servios, nos termos

    previstos no contrato com a contratante.

    1 A contratada contrata, remunera e dirige o

    trabalho realizado por seus empregados.

    2 A terceirizao ou subcontratao pela

    contratada de parcela especfica da execuo do objeto do

    contrato somente poder ocorrer quando se tratar de servios

    tcnicos especializados e mediante previso no contrato

    original.

  • 4

    3 A excepcionalidade a que se refere o 2

    deste artigo dever ser comunicada aos sindicatos dos

    trabalhadores das respectivas categorias profissionais.

    Art. 4 lcito o contrato de terceirizao

    relacionado a parcela de qualquer atividade da contratante

    que obedea aos requisitos previstos nesta Lei, no se

    configurando vnculo de emprego entre a contratante e os

    empregados da contratada, exceto se verificados os requisitos

    previstos nos arts. 2 e 3 da Consolidao das Leis do

    Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de

    maio de 1943.

    1 Configurados os elementos da relao de

    emprego entre a contratante e o empregado da contratada, a

    contratante ficar sujeita a todas as obrigaes dela

    decorrentes, inclusive trabalhistas, tributrias e

    previdencirias.

    2 A exceo prevista no caput deste artigo no

    que se refere formao de vnculo empregatcio no se

    aplica quando a contratante for empresa pblica ou sociedade

    de economia mista, bem como suas subsidirias e controladas,

    no mbito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos

    Municpios.

    3 vedada a intermediao de mo de obra, salvo

    as excees previstas em legislao especfica.

    Art. 5 Alm das clusulas inerentes a qualquer

    contrato, devem constar do contrato de terceirizao:

    I - a especificao do servio a ser prestado e do

    objeto social da contratada;

  • 5

    II - o local e o prazo para realizao do servio,

    quando for o caso;

    III - a exigncia de prestao de garantia pela

    contratada em valor correspondente a 4% (quatro por cento) do

    valor do contrato, limitada a 50% (cinquenta por cento) do

    valor equivalente a 1 (um) ms de faturamento do contrato em

    que ela ser prestada;

    IV - a obrigatoriedade de fiscalizao pela

    contratante do cumprimento das obrigaes trabalhistas

    decorrentes do contrato, na forma do art. 15 desta Lei;

    V - a possibilidade de interrupo do pagamento dos

    servios contratados por parte da contratante se for

    constatado o inadimplemento das obrigaes trabalhistas e

    previdencirias pela contratada; e

    VI a possibilidade de reteno em conta

    especfica das verbas necessrias ao adimplemento das

    obrigaes referidas no art. 15 desta Lei.

    1 Para contratos nos quais o valor de mo de

    obra seja igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do

    total, a garantia a que se refere o inciso III do caput deste

    artigo ser correspondente a 4% (quatro por cento) do valor

    do contrato, limitada a 130% (cento e trinta por cento) do

    valor equivalente a 1 (um) ms de faturamento do contrato em

    que ela ser prestada.

    2 Para o atendimento da exigncia de prestao

    de garantia a que se refere o inciso III do caput deste

    artigo, cabe contratada optar por uma das seguintes

    modalidades:

    I - cauo em dinheiro;

  • 6

    II seguro garantia;

    III - fiana bancria.

    3 nula de pleno direito clusula que proba ou

    imponha condio contratao pela contratante de empregado

    da contratada.

    Art. 6 Na celebrao do contrato de terceirizao

    de que trata esta Lei, a contratada deve apresentar:

    I contrato social atualizado, com capital social

    integralizado, considerado pela empresa contratante

    compatvel com a execuo do servio;

    II - inscrio no Cadastro Nacional da Pessoa

    Jurdica - CNPJ; e

    III - registro na Junta Comercial.

    Art. 7 A contratante dever informar ao sindicato

    da correspondente categoria profissional o setor ou setores

    envolvidos no contrato de prestao de servios

    terceirizados, no prazo de 10 (dez) dias a contar da

    celebrao do contrato.

    Art. 8 Quando o contrato de prestao de servios

    especializados a terceiros se der entre empresas que

    pertenam mesma categoria econmica, os empregados da

    contratada envolvidos no contrato sero representados pelo

    mesmo sindicato que representa os empregados da contratante,

    na forma do art. 511 da Consolidao das Leis do Trabalho

    CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de

    1943.

    Art. 9 Os contratos relativos a servios

    continuados podem prever que os valores provisionados para o

    pagamento de obrigaes de natureza trabalhista e

  • 7

    previdenciria dos trabalhadores que tenham sua atividade

    integralmente voltada para a execuo do servio contratado

    sejam depositados pela contratante em conta vinculada aberta

    no nome da contratada e em face do contrato, que somente

    poder ser movimentada por ordem da contratante.

    Pargrafo nico. Entendem-se por servios

    continuados, para os fins deste artigo, aqueles cuja

    necessidade de contratao estenda-se por mais de um

    exerccio financeiro e com continuidade.

    Art. 10. Para fins de liberao da garantia de que

    trata o inciso III do caput do art. 5 desta Lei, a

    contratada dever comprovar contratante a quitao das

    obrigaes previdencirias e das trabalhistas relativas aos

    empregados da contratada que tenham participado da execuo

    dos servios contratados.

    1 A garantia ter validade por at 90 (noventa)

    dias aps o encerramento do contrato, para fins de quitao

    de obrigaes trabalhistas e previdencirias.

    2 Para contratos nos quais o valor de mo de

    obra seja igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do

    total, a garantia ter validade de 90 (noventa) dias aps o

    encerramento do contrato.

    Art. 11. vedada contratante a utilizao dos

    empregados da contratada em atividades diferentes daquelas

    que so objeto do contrato.

    Art. 12. So asseguradas aos empregados da

    contratada quando e enquanto os servios forem executados nas

    dependncias da contratante ou em local por ela designado as

    mesmas condies:

  • 8

    I relativas a:

    a) alimentao garantida aos empregados da

    contratante, quando oferecida em refeitrios;

    b) direito de utilizar os servios de transporte;

    c) atendimento mdico ou ambulatorial existente nas

    dependncias da contratante ou local por ela designado;

    d) treinamento adequado, fornecido pela contratada,

    quando a atividade o exigir;

    II - sanitrias, de medidas de proteo sade e

    de segurana no trabalho e de instalaes adequadas

    prestao do servio.

    Pargrafo nico. Nos contratos que impliquem

    mobilizao de empregados da contratada em nmero igual ou

    superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da

    contratante, esta poder disponibilizar aos empregados da

    contratada os servios de alimentao e atendimento

    ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padro

    de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos

    servios existentes.

    Art. 13. A contratante deve garantir as condies

    de segurana, higiene e salubridade dos empregados da

    contratada, enquanto esses estiverem a seu servio em suas

    dependncias ou em local por ela designado.

    Pargrafo nico. A contratante deve comunicar

    contratada e ao sindicato representativo da categoria

    profissional do trabalhador todo acidente ocorrido em suas

    dependncias ou em local por ela designado, quando a vtima

    for trabalhador que participe direta ou indiretamente da

    execuo do servio objeto do contrato.

  • 9

    Art. 14. Na hiptese de contratao sucessiva para

    a prestao dos mesmos servios terceirizados, com admisso

    de empregados da antiga contratada, a nova contratada deve

    assegurar a manuteno do salrio e dos demais direitos

    previstos no contrato anterior.

    1 Para os empregados de que trata este artigo, o

    perodo concessivo das frias deve coincidir com os ltimos 6

    (seis) meses do perodo aquisitivo, no se aplicando o

    disposto no caput do art. 134 da Consolidao das Leis do

    Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de

    maio de 1943.

    2 Havendo a resciso do contrato de trabalho

    antes de completado o perodo aquisitivo das frias, a

    compensao devida ser feita no momento da quitao das

    verbas rescisrias, observado o disposto no 5 do art. 477

    da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo

    Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943.

    3 vedada a reduo do percentual da multa

    prevista no 1 do art. 18 da Lei n 8.036, de 11 de maio de

    1990, na resciso contratual dos empregados de que trata este

    artigo.

    Art. 15. A responsabilidade da contratante em

    relao s obrigaes trabalhistas e previdencirias devidas

    pela contratada solidria em relao s obrigaes

    previstas nos incisos I a VI do art. 16 desta Lei.

    Pargrafo nico. Na hiptese de subcontratao de

    parcela especfica da execuo dos servios objeto do

    contrato, na forma do 2 do art. 3 desta Lei, aplicase o

  • 10

    disposto no caput deste artigo cumulativamente contratante

    no contrato principal e quela que subcontratou os servios.

    Art. 16. A contratante deve exigir mensalmente da

    contratada a comprovao do cumprimento das seguintes

    obrigaes relacionadas aos empregados desta, que

    efetivamente participem da execuo dos servios

    terceirizados, durante o perodo e nos limites da execuo

    dos servios contratados:

    I pagamento de salrios, adicionais, horas

    extras, repouso semanal remunerado e dcimo terceiro salrio;

    II concesso de frias remuneradas e pagamento do

    respectivo adicional;

    III concesso do vale-transporte, quando for

    devido;

    IV depsitos do Fundo de Garantia do Tempo de

    Servio - FGTS;

    V pagamento de obrigaes trabalhistas e

    previdencirias dos empregados dispensados at a data da

    extino do contrato de terceirizao;

    VI recolhimento de obrigaes previdencirias.

    l Caso no seja comprovado o cumprimento das

    obrigaes trabalhistas e previdencirias a que se refere o

    caput deste artigo, a contratante comunicar o fato

    contratada e reter o pagamento da fatura mensal, em valor

    proporcional ao inadimplemento, at que a situao seja

    regularizada.

    2 Na hiptese prevista no 1 deste artigo, a

    contratante deve efetuar diretamente o pagamento dos

  • 11

    salrios, os recolhimentos fiscais e previdencirios e o

    depsito do FGTS.

    3 Os valores depositados na conta de que trata o

    art. 9 desta Lei podero ser utilizados pela contratante

    para o pagamento direto das verbas de natureza trabalhista e

    previdenciria.

    4 O sindicato representante da categoria do

    trabalhador deve ser notificado pela contratante para

    acompanhar o pagamento das verbas referidas nos 2 e 3

    deste artigo.

    5 Os pagamentos previstos nos 2 e 3 deste

    artigo no configuram vnculo empregatcio entre a

    contratante e os empregados da contratada.

    Art. 17. Ficam mantidas as retenes na fonte

    previstas no art. 31 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991,

    e nos arts. 7 e 8 da Lei n 12.546, de 14 de dezembro de

    2011.

    1 Nos contratos de terceirizao no abarcados

    pela legislao prevista no caput deste artigo, fica a

    contratante obrigada a reter o equivalente a 20% (vinte por

    cento) da folha de salrios da contratada, que, para tanto,

    dever informar at o 5 (quinto) dia til do ms o montante

    total de sua folha de salrios referente ao servio prestado

    contratada no ms anterior.

    2 A contratante dever recolher em nome da

    empresa contratada a importncia retida at o dia 20 (vinte)

    do ms subsequente ao da emisso da respectiva nota fiscal ou

    fatura, ou at o dia til imediatamente anterior se no

    houver expediente bancrio naquele dia.

  • 12

    3 O valor retido de que tratam o caput e o 1

    deste artigo, que dever ser destacado na nota fiscal ou

    fatura de prestao de servios, poder ser compensado por

    qualquer estabelecimento da empresa contratada, por ocasio

    do recolhimento das contribuies destinadas Seguridade

    Social.

    4 Na impossibilidade de haver compensao

    integral no ms da reteno, o saldo remanescente poder ser

    objeto de compensao nos meses subsequentes ou de pedido de

    restituio.

    5 Na ausncia de reteno ou na reteno a menor

    do que o valor devido, ficar a contratante solidariamente

    responsvel pelo pagamento integral da contribuio

    previdenciria devida pela contratada sobre a folha de

    salrios dos empregados envolvidos na execuo do contrato.

    Art. 18. A empresa contratante de servios

    executados nos termos desta Lei dever reter, sobre o valor

    bruto da nota fiscal ou fatura de prestao de servio, a

    ttulo de:

    I - imposto de renda na fonte, a alquota de 1,5%

    (um inteiro e cinco dcimos por cento) ou a alquota menor

    prevista no art. 55 da Lei n 7.713, de 22 de dezembro de

    1988;

    II Contribuio Social sobre o Lucro Lquido -

    CSLL, a alquota de 1% (um por cento);

    III contribuio para o PIS/Pasep, a alquota de

    0,65% (sessenta e cinco centsimos por cento); e

  • 13

    IV - Contribuio para o Financiamento da

    Seguridade Social - COFINS, a alquota de 3% (trs por

    cento).

    1 As alquotas de 0,65% (sessenta e cinco

    centsimos por cento) e 3% (trs por cento) aplicamse

    inclusive na hiptese de a prestadora do servio enquadrar-se

    no regime de no cumulatividade na cobrana da contribuio

    para o PIS/Pasep e da Cofins.

    2 No caso de pessoa jurdica beneficiria de

    iseno, na forma da legislao especfica, de uma ou mais

    das contribuies de que trata este artigo, a reteno dar-se

    mediante a aplicao da alquota especfica correspondente s

    contribuies no alcanadas pela iseno.

    3 Os valores retidos no ms devero ser

    recolhidos ao Tesouro Nacional pela pessoa jurdica que

    efetuar a reteno ou, de forma centralizada, pelo

    estabelecimento matriz da pessoa jurdica, at o ltimo dia

    til do segundo decndio do ms subsequente quele ms em que

    tiver ocorrido o pagamento ou crdito pessoa jurdica

    prestadora do servio.

    4 Os valores retidos na forma do caput deste

    artigo sero considerados como antecipao do que for devido

    pelo contribuinte que sofreu a reteno, em relao ao

    imposto de renda e s respectivas contribuies.

    5 Na impossibilidade de haver compensao

    integral no ms pela contratada, o saldo poder ser

    compensado com os recolhimentos dos tributos nos meses

    subsequentes ou ser objeto de pedido de restituio.

  • 14

    Art. 19. A reteno de mf do pagamento devido

    pela contratante contratada caracterizase como apropriao

    indbita, na forma do art. 168 do Decreto-Lei n 2.848, de 7

    de dezembro de 1940 - Cdigo Penal.

    Art. 20. As exigncias de especializao e de

    objeto social nico, previstas no art. 2 desta Lei, no se

    aplicam s atividades de prestao de servios realizadas por

    correspondentes contratados por instituies financeiras e

    demais instituies autorizadas a funcionar pelo Banco

    Central do Brasil, nos termos da regulamentao do Conselho

    Monetrio Nacional - CMN, enquanto no for editada lei

    especfica acerca da matria.

    Art. 21. O disposto nesta Lei no se aplica

    relao de trabalho domstico e s Guardas Porturias

    vinculadas s Administraes Porturias.

    Art. 22. O descumprimento do disposto nesta Lei

    sujeita a empresa infratora s seguintes penalidades

    administrativas, salvo se j houver previso legal de multa

    especfica para a infrao verificada:

    I por violao aos arts. 11, 12, 13 e 14 e aos

    1, 2 e 4 do art. 16, multa administrativa correspondente

    ao valor mnimo para inscrio na dvida ativa da Unio, por

    trabalhador prejudicado;

    II - por violao aos demais dispositivos, multa

    administrativa correspondente ao valor mnimo para inscrio

    na dvida ativa da Unio.

    Pargrafo nico. A fiscalizao, a autuao e o

    processo de imposio de multas regerseo pelo Ttulo VII

    da Consolidao das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo

  • 15

    Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, sem prejuzo da

    aplicao da legislao tributria por parte dos rgos

    fazendrios.

    Art. 23. Para fins do enquadramento no disposto

    nesta Lei, no que se refere garantia de direitos dos

    trabalhadores, contratante e contratada devem adequar o

    contrato vigente no prazo de at 180 (cento e oitenta) dias a

    partir da data de sua publicao.

    Pargrafo nico. A contratante e a contratada no

    podero prorrogar contratos em vigor que no atendam ao

    disposto nesta Lei.

    Art. 24. A contratante poder creditar-se da

    contribuio para o PIS/Pasep e da Contribuio para o

    Financiamento da Seguridade Social COFINS, at o limite da

    reteno ocorrida nos termos dos incisos III e IV do art. 18

    desta Lei, calculadas sobre o valor pago empresa contratada

    pela execuo de atividades terceirizadas que se enquadrem

    nas hipteses de crdito previstas no art. 3 da Lei n

    10.833, de 29 de dezembro de 2003.

    Pargrafo nico. A apurao de crditos sobre

    dispndios decorrentes das atividades no tratadas nesta Lei

    permanece regida pela legislao aplicvel contribuio

    para o PIS/Pasep e Cofins.

    Art. 25. A Secretaria da Receita Federal do Brasil

    disciplinar o disposto nos arts. 17, 18 e 24 desta Lei.

    Art. 26. Os direitos previstos nesta Lei sero

    imediatamente estendidos aos terceirizados da administrao

    direta e indireta.

  • 16

    Art. 27. A quota a que se refere o art. 93 da Lei

    n 8.213, de 24 de julho de 1991, dever ser cumprida pela

    empresa contratante em seus contratos de terceirizao,

    considerando o somatrio de seus empregados contratados e

    terceirizados.

    Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua

    publicao.

    CMARA DOS DEPUTADOS, de abril de 2015.

    EDUARDO CUNHA

    Presidente