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I PROJETO DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE ENGAXETAMENTO EM VÁLVULAS E EQUIPAMENTOS ROTATIVOS Bruno Maitam Pedroso Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Reinaldo De Falco RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL DEZEMBRO DE 2016

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Page 1: PROJETO DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE ... · III Pedroso, Bruno Maitam Projeto de Especificação Técnica e Econômica de Engaxetamento em Válvulas e Equipamentos

I

PROJETO DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE ENGAXETAMENTO EM VÁLVULAS E

EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Bruno Maitam Pedroso

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Reinaldo De Falco

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

DEZEMBRO DE 2016

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II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ

PROJETO DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE ENGAXETAMENTO

EM VÁLVULAS E EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Bruno Maitam Pedroso

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Reinaldo De Falco

________________________________________________ Prof. Fábio Luiz Zamberlan

________________________________________________ Prof. Fernando Rochinha

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

DEZEMBRO DE 2016

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III

Pedroso, Bruno Maitam

Projeto de Especificação Técnica e Econômica de

Engaxetamento em Válvulas e Equipamentos Rotativos /

Bruno Maitam Pedroso. – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola

Politécnica, 2016.

X, 61 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Reinaldo de Falco.

Projeto de Graduação – UFRJ / POLI / Curso de

Engenharia Mecânica, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 61.

1. Vedação Industrial. 2. Emissões Fugitivas. 3. Gaxeta.

4. Válvulas. 5. Bombas.

I. De Falco, Reinaldo. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica.

III. Projeto de Especificação Técnica e Econômica de

Engaxetamento em Válvulas e Rotativos.

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IV

AGRADECIMENTOS

Aqui gostaria de deixar meu agradecimento a todos que fizeram dessa árdua

jornada um caminho mais prazeroso

Primeiramente a meus pais Rita e Renato pela inesgotável fonte de amor e

confiança, tornando tudo sempre possível e a vida mais fácil de se levar. Sou e serei

eternamente grato por tudo que fizeram por mim e gostaria que soubesse que vocês

tem uma parcela muito significativa em quem sou hoje e que não estaria onde estou

sem vocês.

Em segundo, por questão de tempo, agradeço ao meu irmão Guilherme, que me

faz reinventar a cada dia e me mostra os valores mais puros que o tempo nos remete.

Se eu busco saber sempre tudo é por sua causa, irmão te ama.

Aos que fazem parte da minha família mas são filhos de outras mães, meus

amigos mais valiosos e que me impulsionam sempre a ser hoje uma pessoa muito

melhor que ontem, Ricardo, Pedro, Rafinha, Jucá, Gustavo, Marcelinho, Victinho,

Alfonso, Matheus, Berna e Lipe.

Não posso esquecer dos que fizeram da presença física na faculdade a

caminhada possível. É impossível citar cada um dos nomes que passam pela minha

cabeça, então para não cometer injustiças agradeço do fundo do meu coração ao time

que conquistou meu coração, e a Copa Campus mostrando ao FCB o que significa

amor à camisa, muito obrigado Invencivil. Aos amigos também do FutCampo, nunca

foi tão prazeroso cortar as ACEs, com vocês toda viagem era um mar de risos.

Obrigado ao River por me mostrar a força de um grupo e a importância em ter um

técnico amigo mas que não sabe nada de futebol. Aos Plays sempre sacaneando a

vida de qualquer ser humano. E por último e mais importante, aos que fizeram meus

últimos anos valerem a pena, deixo aqui meu muito obrigado a todos os eternos

amigos do Mecats/Mecmiguxos que levo para a minha vida, tenham certeza que sem

vocês isso jamais seria possível.

Agradeço também ao meu orientador Reinaldo De Faldo nessa conclusão de

jornada, e a toda equipe do Departamento de Engenharia Mecânica.

Para finalizar gostaria de enaltecer minha gratidão a empresa Teadit, que vem a

cada dia me surpreendendo mais e me acolhendo cada vez mais como uma família,

impulsionando meu desenvolvimento pessoal e profissional a novos patamares, e em

especial a Josie, Aline, Camille e Luzia, por me aguentarem diariamente.

Obrigado Universo por sempre conspirar ao meu favor!!

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V

Resumo do projeto de graduação apresentado ao DEM/UFRJ como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico. PROJETO DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE ENGAXETAMENTO

EM VÁLVULAS E EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Bruno Maitam Pedroso

Dezembro/2016 Orientador: Reinaldo De Falco Curso: Engenharia Mecânica

O presente trabalho apresenta um estudo de caso de engaxetamento em

válvulas de bloqueio em uma planta de uma petroquímica como base de cálculo e

apoio para o dimensionamento e seleção de gaxetas em válvulas e rotativos. Seu

objetivo é proporcionar a ótima vedação mecânica aos equipamentos da planta de

produção, garantindo menores perdas nos processos e evitando problemas com o

vazamento, como, por exemplo, vazamentos nas linhas de vapor superaquecido,

podendo causar ferimentos graves, danos materiais e até mortes. Sabendo-se da

importância em controlar cada vez mais as perdas por emissões, tanto para a

otimização da produção industrial quanto pela responsabilidade social e segurança no

trabalho, este projeto aborda um caso de redimensionamento de seleção de gaxetas

numa planta petroquímica no Rio Grande do Sul para válvulas de bloqueio numa linha

de vapor saturado. Para que o estudo desse caso fosse feito da maneira correta,

foram abordados temas que ajudassem no entendimento de fabricação e aplicação de

gaxetas, bem como um estudo sobre os equipamentos a serem instalados, no caso

bombas e válvulas. Com isso seguem exemplos de especificação e aplicação das

gaxetas para solidificar o estudo feito.

Palavras-chave: Gaxetas, Dimensionamento, Seleção de Gaxetas, Válvulas, Bombas

Hidráulica.

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VI

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

TECHNICAL AND ECONOMIC SPECIFICATION PROJECT FOR VALVES AND ROTATING SEALING

Bruno Maitam Pedroso

December/2016 Advisor: Reinaldo De Falco Course: Mechanical Engineering

This work presents a case study of packing in locking valves in a petrochemical

plant as a basis of calculation and support for the design and selection of gaskets in

valves and rotary. Its objective is to provide a good mechanical seal to the equipment

of the production plant, guaranteeing lower losses in the processes and avoiding

problems with the leakage, such as leaks in superheated steam lines, which can cause

serious injuries, material damage and even death. Knowing the importance of

increasingly controlling emissions losses, both for the optimization of industrial

production and social responsibility and safety at work, this project addresses a case of

scaling of gasket selection at a petrochemical plant in Rio Grande do Sul For blocking

valves in a saturated steam line. In order to study this case correctly, it was

approached subjects that would help in the understanding of the manufacture and

application of gaskets, as well as a study on the equipment to be installed, in the case

of pumps and valves. This is followed by examples of gasket specification and

application to solidify the study.

Keywords: Gaskets, Sizing, Gasket Selection, Valves, Hydraulic Pump.

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Sumário

1 Objetivo..............................................................................................................1

2 Introdução...........................................................................................................22.1 VedaçãoIndustrial...................................................................................................22.2 EmissõesFugitivas....................................................................................................32.3 TEADIT:CaracterizaçãodaOrganização....................................................................42.3.1 O“ProjetoBuscadeValor”....................................................................................5

3 ConceitosBásicos................................................................................................73.1 ElementosdeVedação.............................................................................................73.2 JuntasdeVedação..................................................................................................103.2.1 Definição.............................................................................................................103.2.2 ForçasemumaUniãoFlangada...........................................................................103.2.3 EficiênciadeumaJunta.......................................................................................113.2.4 InfluenciadoAcabamentodosFlangesnaescolhadaJunta.................................123.2.5 TiposdeFacesdeVedaçãodosFlanges...............................................................123.3 Gaxetas..................................................................................................................153.3.1 Definição.............................................................................................................153.3.2 TiposConstrutivos...............................................................................................153.3.3 GaxetasdeVedação............................................................................................173.3.4 Composição.........................................................................................................193.3.4.1 FibrasUtilizadas...............................................................................................193.3.4.2 ImpregnanteseLubrificantes...........................................................................213.3.5 FatordepH.........................................................................................................223.3.6 SistemasdeEngaxetamento................................................................................233.4 GaxetasemEquipamentosRotativos.....................................................................253.5 GaxetasemVálvulas..............................................................................................27

4 AnálisedeEspecificaçãoeAplicaçãodeGaxetas................................................314.1 SeleçãodeGaxetas.................................................................................................314.2 CálculodeAplicaçãodeEngaxetamento.................................................................344.2.1 EquipamentosRotativos.....................................................................................344.2.2 Válvulas..............................................................................................................364.3 ModelosparaEquipamentosRotativos..................................................................374.3.1 Exemplo1...........................................................................................................374.3.2 Exemplo2...........................................................................................................404.4 ModeloparaVálvulas.............................................................................................434.4.1 Exemplo..............................................................................................................43

5 ProjetoBuscadeValor–IndustriaB..................................................................475.1 CasoB(Triunfo–RS)..............................................................................................475.2 SoluçãoProposta....................................................................................................485.3 CálculosTécnicos....................................................................................................495.4 CálculosEconômicos..............................................................................................55

6 Conclusão..........................................................................................................591

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VIII

Lista de Figuras FIGURA1:EMISSÕESEMFLANGES........................................................................................................................3FIGURA2:INDUSTRIASTEADITGLOBAL.................................................................................................................5FIGURA3:TABELADECUSTOSDEELEMENTOSDEVEDAÇÃO......................................................................................6FIGURA4:ELEMENTOSDEVEDAÇÃO....................................................................................................................7FIGURA5:GAXETAS..........................................................................................................................................9FIGURA6:FORÇASEMUNIÕESFLANGEADAS........................................................................................................10FIGURA7:FLANGEFACEPLANA.........................................................................................................................12FIGURA8:FLANGEFACERESSALTADA.................................................................................................................13FIGURA9:FLANGELINGUETAERANHURA...........................................................................................................13FIGURA10:FLANGEFACEPLANAERANHURA......................................................................................................14FIGURA11:FLANGEMACHOEFÊMEA................................................................................................................14FIGURA12:FLANGERINGJOINT........................................................................................................................14FIGURA17:CORTEEPOSICIONAMENTODAGAXETA..............................................................................................17FIGURA18:VÁLVULA......................................................................................................................................18FIGURA19:BOMBA........................................................................................................................................18FIGURA20:ESCALADEPH................................................................................................................................23FIGURA21:BOMBASEMÁGUADESELAGEM.......................................................................................................24FIGURA22:BOMBACOMÁGUADESELAGEM......................................................................................................25FIGURA23:CLASSIFICAÇÃODEBOMBAS.............................................................................................................26FIGURA24:FUNÇÕESDEBOMBASCENTRÍFUGAS..................................................................................................27FIGURA25:COMPONENTESDEUMAVÁLVULADECONTROLE..................................................................................28FIGURA26:GRÁFICOVEL.PERIFÉRICAXDIÂMETRODOEIXO..................................................................................32

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Lista de Tabelas TABELA1:TABELADEAPLICAÇÃODEGAXETASPARAROTATIVOS.............................................................................33TABELA2:TABELADEAPLICAÇÃODEGAXETASPARAVÁLVULAS...............................................................................34TABELA3:INFORMAÇÕESTÉCNICASDASVÁLVULASDEBLOQUEIODE14".................................................................49TABELA4:INFORMAÇÕESTÉCNICASDASVÁLVULASDEBLOQUEIODE16".................................................................49TABELA5:DADOSGERAISDAEMPRESAB...........................................................................................................55TABELA6:INFORMAÇÕESECONÔMICASDASVÁLVULASDE14"...............................................................................56TABELA7:VALORDASPERDASPOREMISSÕESNASVÁLVULASDE14".......................................................................56TABELA8:ECONOMIATOTALNASVÁLVULASDE14".............................................................................................57TABELA9:ECONOMIANASVÁLVULASDE16"......................................................................................................57TABELA10:ECONOMIATOTALDASVÁLVULASDE14"E16"DAPLANTADAINDÚSTRIAB............................................58

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1 Objetivo

O objetivo deste trabalho é detalhar todos os passos para especificação e

aplicação de gaxetas, tanto em equipamentos rotativos quanto em válvulas, com a

finalidade de otimizar os processos, relativamente aos aspectos técnicos, comerciais,

bem como de saúde, meio ambiente e segurança envolvidos.

Por meio da evidenciação de um caso de grande importância e significado para

o mercado petroquímico brasileiro, este documento aborda detalhadamente um projeto

de reespecificação de engaxetamento com dados técnicos e econômicos fornecidos

gentilmente pela empresa Teadit, tradicional fabricante de elementos de vedação.

Relacionam-se dados de aplicação técnica com valores significativos de

economia financeira, que provém de uma correta especificação, aplicação e

manutenção dos elementos vedantes.

Com base num trabalho atual chamado Projeto Busca de Valor, o presente

estudo detalha desde os tipos de elementos de vedação existentes até os principais

fabricados pela Teadit, como juntas de vedação e gaxetas.

Destaca-se também o presente momento em que vivemos, de conscientização e

preocupação com o excesso de emissões industriais. Sabemos que a Terra é uma

fonte riquíssima, porém esgotável, de matéria prima, e o controle severo de emissões

fugitivas se mostra cada vez mais importante para o futuro de uma convivência

equilibrada entre ser humano e planeta.

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2 Introdução

2.1 Vedação Industrial

Vedação é o processo usado para impedir a passagem, de maneira estática ou

dinâmica, de líquidos, gases e sólidos particulados (pó) de um meio para outro.

Elementos de vedação são peças que impedem a passagem de fluidos de um

ambiente para outro e evitam que esse ambiente seja poluído por agentes externos.

Eles atuam de maneira diversificada e são específicos para cada tipo de atuação. É

importante que o material do vedador seja compatível com o produto a ser vedado,

para que não ocorra uma reação química entre eles. Além disso uma vedação deve

resistir ao calor, à pressão, ao desgaste e ao envelhecimento. Se houver reação

química entre o vedador e o produto a ser vedado, poderá ocorrer vazamento e

contaminação do produto. Os vazamentos em meios industriais podem parar uma

máquina ou linha de produção inteira e causar contaminação do produto que,

consequentemente, será descartado, resultando em prejuízo à empresa.

Outro aspecto diferencial diz respeito a sua dinâmica. As partes a serem

vedadas podem estar em repouso ou movimento, ou seja, a junção pode ser estática

ou dinâmica.

Em função da solicitação, as vedações são feitas em diversos formatos e

diferentes materiais, como: juntas de borracha, papelão, velumóide, anéis de borracha

ou metálicos, juntas metálicas, retentores, gaxetas, selos mecânicos, dentre outros.

Os fatores que influenciam o material utilizado na vedação são:

• Compatibilidade do material do vedador com o produto a ser vedado - para que

não ocorra uma reação química entre eles, o material deve ser compatível, evitando

assim o vazamento e a contaminação do produto;

• Temperatura - no caso de se trabalhar em ambiente com temperatura muito

elevada, o material do vedador deve suportar a temperatura de trabalho interna e

externa;

• Acabamento das peças - uma boa vedação requer bom acabamento das

superfícies a serem vedadas;

• Pressão - quanto mais elevada for à pressão do fluido, maior será a

possibilidade de escapamento, devendo o material resistir à pressão;

• Estado físico - os fluidos líquidos são mais fáceis de serem vedados do que os

fluidos em estado gasoso.

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2.2 Emissões Fugitivas

A Resolução CONAMA 382/06 define emissão fugitiva como “lançamento difuso

na atmosfera de qualquer forma de matéria solida, liquida ou gasosa, efetuado por

uma fonte desprovida de dispositivo projetado para dirigir ou controlar seu fluxo”.

Segundo a USEPA as emissões fugitivas são lançamentos não intencionais de

componentes de tubulação e vazamentos de equipamentos em superfícies seladas ou

impermeáveis, considerando ate mesmo vazamentos de dutos subterrâneos.

Em geral, as emissões deste tipo envolvem volumes pequenos de fluidos de

processos, isto é, gases ou líquidos, gerados por falhas mecânicas dos equipamentos

de vedação devido ao seu desgaste e folgas de conexão. Assim, as emissões

fugitivas, portanto, tornam-se representativas em produções que envolvam elevado

risco de exposição ao material emitido e/ou em produções que apresentem elevada

quantidade destes fluidos.

Figura 1: Emissões em Flanges (Fonte: Enesens)

A vedação é um mecanismo de prevenção das emissões fugitivas que tem

importância fundamental para o desempenho da indústria, tendo como principal

objetivo a contenção de um fluido, evitando seu contato com o ambiente. Com o

advento do controle ambiental, a vedação tem adquirido um papel importante na

indústria, para além da questão das perdas de produto e as perdas de receita a ela

associadas.

As emissões podem ser caracterizadas em estacionárias e não-estacionárias. As

emissões estacionárias são aquelas que ocorrem em uma taxa contínua, enquanto as

não-estacionárias possuem emissões bastante variadas (como por exemplo,

equipamentos que só são acionados em situações atípicas). Assim, é razoável

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classificar as emissões fugitivas como estacionárias, uma vez que se ocorrem

vazamentos não intencionais de superfícies seladas que ocorrem com taxas de

vazamento contínuas ao longo da operação dos equipamentos considerados.

As fontes de emissões em processos industriais, portanto, incluem mas não se

limitam, principalmente, a válvulas e flanges, além de bombas e compressores,

instrumentos de alivio de pressão, drenos de processos, entre outros. Todos estes

pontos são, portanto, possíveis pontos de monitoramento para a detecção de

vazamentos. No entanto, por mais controlado e monitorado que o equipamento seja, a

vedação nunca pode ser considerada perfeita, uma vez que sempre haverá algum

escape até mesmo devido a porosidade inerente a todos os materiais, ao desgaste

mecânico decorrente da utilização dos componentes analisados e as falhas de

instalação.

2.3 TEADIT: Caracterização da Organização

A Teadit atua mundialmente na área de vedação e isolamento. Através de

associações e/ou incorporações a TEADIT impulsionou seu crescimento no mercado

mundial. EM 1988 montou uma rede especial de distribuição em Houston, Texas,

através da empresa Teadit North America que atualmente fabrica juntas localmente.

No ano seguinte, foi aberta a fábrica Teadit International, na Áustria, fabricante de

gaxetas e juntas planas de PTFE. EM 1991, foi a vez da fábrica da Teadit Itália,

também fabricante de gaxetas, mas que não se encontra mais em funcionamento.

Mais recentemente, em 1995, uma nova estrutura especial de distribuição, desta vez

em Buenos Aires: Teadit Argentina, que já expandiu para outra filial em Bahia Blanca,

ambas fabricando juntas localmente. Em 1999 o mercado Europeu se expandiu e

levou a empresa a abrir a Teadit Germany, e nos anos 2000 passou a operar também

nos mercados da China e Índia para atender ao continente Asiático.

Atualmente no Brasil, está presente com duas fábricas, a Teadit Indústria e

Comércio, situada no Rio de Janeiro, e a Teadit Juntas, localizada em Campinas.

Além de inúmeros Postos Avançados de Atendimento dentro dos maiores polos

industriais dos setores de Siderurgia, Químico, Petroquímico e Refinaria, Papel e

Celulose, entre outros.

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Figura 2: Industrias Teadit Global (Fonte: Teadit)

As industrias do Rio de Janeiro e São Paulo são fabricantes de produtos de

vedação e isolamento térmico, atendendo ao mercado brasileiro e obtendo penetração

também nos mercados internacionais. Os principais produtos são: Gaxetas, Papelões

Hidráulicos, Papelões Industriais, Filamentos, Fitas, Tecidos de Fibras de Aramida,

Produtos de PTFE expandido, Juntas de Vedação e Juntas de Expansão (Metálicas e

Não-Metálicas).

2.3.1 O “Projeto Busca de Valor”

Constantemente a Teadit realiza testes visando certificar a qualidade e

confiabilidade de seus produtos junto ao mercado. Ciente da necessidade das

industrias em reduzir o numero de paradas não programadas, aumentando assim,

seus índices de produtividade, a Teadit busca oferecer produtos que obtenham o

maior nível de selabilidade, garantindo a segurança e economia em diversas

aplicações dirigidas a vários segmentos da indústria.

É com esse objetivo que a empresa baseia o seu Projeto Busca de Valor, com o

intuito de encontrar o que tem real significado para o cliente, contribuindo para o

mapeamento dos sistemas na tentativa de encontrar caminhos que agreguem valor

final ao processo.

O Projeto procura dar um passo adiante no que diz respeito ao simples

relacionamento de vendas entre fornecedor e comprador, uma vez que no mercado de

vedação industrial o custo real do produto é tipicamente 10% do custo total, que

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também sofre impacto nos custos de transações de compra, armazenagem e

principalmente no custo de aplicação do produto. Para se ter uma ideia, a aplicação do

produto engloba custos de instalação, de vida do produto, de impacto ambiental e

também custos para atender os requisitos de segurança.

Figura 3: Tabela de Custos de Elementos de Vedação (Fonte: Teadit)

Com o conhecimento de todos os fatores citados anteriormente, a Empresa

busca assegurar-se antes, durante e após a venda, que o cliente especifique, compre,

selecione e instale os produtos corretamente e mais eficientemente para minimizar o

custo total, gerando assim valor.

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3 Conceitos Básicos 3.1 Elementos de Vedação

O segmento de vedações industriais é de extrema importância para o correto

funcionamento dos equipamentos e das instalações de diversas espécies. São

variados os tipos de artefatos que compõem este segmento, sendo que algumas

empresas especializaram-se na fabricação e distribuição destes elementos, pois são

indispensáveis em qualquer processo industrial.

Os materiais tipicamente utilizados como elementos de vedação são juntas de

borracha, juntas de papelão, velumóide, anéis de borracha e metálicos, gaxeta, selos

mecânicos e outros. Podemos destacar alguns exemplos de peças e elementos

utilizados para vedações industriais.

Figura 4: Elementos de Vedação (Fonte: Erycla)

Juntas de Borracha: São vedações empregadas em partes estáticas, muito

usadas em equipamentos e flanges. Podem ser fabricadas com materiais em forma de

manta e ter uma camada interna de lona (borracha lonada) ou materiais com outro

formato.

Juntas de papelão: São empregadas em partes estáticas de máquinas ou

equipamentos como, por exemplo, nas tampas de caixas de engrenagens e uniões de

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flange. Esse tipo de junta pode ser comprada pronta ou confeccionada conforme o

formato da peça que vai utilizá-la.

Velumóide: É especificamente destinado à fabricação de juntas de vedação,

para: compressores, condutores de óleo, tampas de válvulas, flanges de tubulações, e

outros. O Guarnital, material de que é feito o velumóide, não corrói as partes metálicas

com as quais está em contato, visto não provocar fenômenos eletrolíticos por ser de

atividade absolutamente neutra.

Anéis de Borrachas ou Anéis O’Ring: São vedadores usados em partes estáticas

ou dinâmicas de máquinas ou equipamentos. Estes vedadores podem ser comprados

nas dimensões e perfis padronizados ou confeccionados colando-se, com adesivo

apropriado, as pontas de um fio de borracha com secção redonda, quadrada ou

retangular. A vantagem do anel padronizado é que nele não existe a linha de colagem,

que pode ocasionar vazamento. Os anéis de borracha ou anéis da linha ring são

bastante utilizados em vedações dinâmicas de cilindros hidráulicos e pneumáticos que

operam à baixa rotação.

Juntas metálicas: São destinadas à vedação de equipamentos que operam com

altas pressões e altas temperaturas. São geralmente fabricadas em aço de baixo teor

de carbono, em alumínio, cobre ou chumbo. São normalmente aplicadas em flanges

de grande aperto ou de aperto limitado.

Juntas de Teflon (PTFE): São empregadas na vedação de processos de

produtos como óleo, ar e água.

Juntas de Cortiça: O material é empregado em vedações estáticas de produtos

como óleo, ar e água submetidos a baixas pressões. As juntas de cortiça são muito

utilizadas nas vedações de tampas de cárter, em caixas de engrenagens, e outros.

Junta de Amianto: Utilizado na vedação de fornos e outros equipamentos. O

amianto suporta elevadas temperaturas e ataques químicos de muitos produtos

corrosivos. Porém vem sendo proibido em cada vez mais países, por estudos

comprovarem que o amianto quando inalado pelos trabalhadores dão origem a câncer

de pulmão e outras complicações de saúde.

Retentores: O vedador de lábio, também conhecido pelo nome de retentor, é

composto essencialmente por uma membrana elastomérica em forma de lábio e uma

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parte estrutural metálica semelhante a uma mola que permite sua fixação na posição

correta de trabalho. A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros

produtos que devem ser mantidos no interior de uma máquina ou equipamento. O

retentor é sempre aplicado entre duas peças que executam movimentos relativos entre

si, suportando variações de temperatura.

Gaxetas: São elementos mecânicos utilizados para vedar a passagem de um

fluxo de fluido de um local para outro, de forma total ou parcial. Os materiais usados

na fabricação de gaxetas são: algodão, juta, asbesto (amianto), náilon, teflon,

borracha, alumínio, latão e cobre. A esses materiais são aglutinados outros, tais como:

óleo, sebo, graxa, silicone, grafite, mica e outros. A função desses outros materiais

que são aglutinados às gaxetas é torná-las lubrificadas. Em algumas situações, o fluxo

de fluido não deve ser totalmente vedado, pois é necessária uma passagem mínima

de fluido com a finalidade de auxiliar a lubrificação entre o eixo rotativo e a própria

gaxeta. A este tipo de trabalho dá-se o nome de restringimento. O restringimento é

aplicado, por exemplo, quando se trabalha com bomba centrífuga de alta velocidade.

Nesse tipo de bomba, o calor gerado pelo atrito entre a gaxeta e o eixo rotativo é muito

elevado e, sendo elevado, exige uma saída controlada de fluido para minimizar o

provável desgaste. A caixa de gaxeta mais simples apresenta um cilindro oco onde

ficam alojados vários anéis de gaxeta, pressionados por uma peça chamada

sobreposta. A função dessa peça é manter a gaxeta alojada entre a caixa e o eixo, sob

a pressão conveniente para o trabalho.

Figura 5: Gaxetas (Fonte: Teadit)

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Selo mecânico: O selo mecânico é um vedador de pressão que utiliza princípios

hidráulicos para reter fluidos. É comum a vedação exercida pelo selo mecânico ser

analisada em dois tipos, a vedação principal e a secundária.

3.2 Juntas de Vedação

3.2.1 Definição

Junta de vedação é todo material que, comprimido entre duas partes, de uma

união flangeada, permite controlar o vazamento de um fluido dentro dos limites

máximos aceitáveis para a aplicação.

Os materiais das juntas devem ser sempre mais macios do que os materiais dos

flanges, de modo que, ao serem apertados contra as superfícies dos flanges

preencham as imperfeições entre elas, proporcionando a vedação sem que os flanges

sejam danificados. Em juntas, o vazamento pode ocorrer entre as superfícies da junta

e do flange ou através da própria junta (juntas não-metálicas), sendo este último caso

mais comum na vedação de gases, podendo ser bastante perigoso se o gás for tóxico

ou explosivo.

3.2.2 Forças em uma União Flangada

Figura 6: Forças em Uniões Flangeadas (Fonte: Teadit)

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• Força Radial: É originada pela pressão interna e tende a “expulsar” a junta.

• Força de Separação: Também é originada pela pressão interna e tende a

separar os flanges

• Força dos Parafusos: É a carga total exercida pelo aperto dos parafusos.

• Força de Vedação: É a força que comprime os flanges contra a junta.

Inicialmente é igual à força dos parafusos, após a pressurização do sistema passa a

ser igual a força dos parafusos menos a força de separação.

A força dos parafusos, aplicada incialmente sobre a junta, além de esmaga-la,

deve compensar a força de separação causada pela pressão interna e ser suficiente

para manter uma pressão residual sobre a junta, evitando o vazamento do fluido.

3.2.3 Eficiência de uma Junta

A eficiência de uma junta é determinada pela observância dos seguintes fatores

durante a especificação do tipo de junta e o material a ser utilizado:

Pressão de Operação: Representada pela pressão interna do fluido contra a

junta, tentando expulsá-la.

Temperatura e Ciclagem Térmica: A alternância entre o calor e o frio atuam

sobre a junta, flange e parafusos, causando efeitos termomecânicos pela dilatação e

contração dos metais e o colapso de alguns tipos de juntas. O calor afeta o material da

junta pela aceleração do “creep-relaxation”, que é a deformação permanente que

ocorre em materiais macios quando sob esforço. Certos fluidos confinados se tornam

cada vez mais agressivos com o aumento da temperatura, atacando os materiais

orgânicos da junta. Como regra geral, quanto mais alta for a temperatura, mais

criteriosa deve ser a seleção da junta.

Compatibilidade Química: É a capacidade da junta resistir ao ataque químico

do fluido que será vedado.

Torque Adequado: É o aperto a ser dado nos parafusos do flange de modo a

que a junta seja comprimida o suficiente para vedar o fluido nas condições de

operação especificadas. O cálculo do torque deve levar em conta os limites de

resistência das juntas, flanges e parafusos de modo a que não sejam danificados.

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Acabamento Superficial: O acabamento superficial dos flanges tem grande

influencia na selabilidade da junta. Flanges com maior rugosidade requerem juntas

mais macias.

Condições Gerais: Tipo, material e dimensional dos flanges e dos parafusos,

montagem correta e características típicas de cada equipamento/aplicação.

3.2.4 Influencia do Acabamento dos Flanges na escolha da Junta

Como regra geral, é necessário que a superfície seja ranhurada para as juntas

não metálicas já que elas precisam ser mordidas pela superfície de vedação, lisa para

as metálicas e ligeiramente áspera para as semi-metálicas.

A superfície dos flanges podem varias do acabamento bruto de fundição até o

lapidado. Entretanto, o acabamento mais encontrado comercialmente é o ranhurado

concêntrico ou em espiral fonográfica.

3.2.5 Tipos de Faces de Vedação dos Flanges

Nas figuras a seguir são mostradas as combinações mais usuais das possíveis

faces dos flanges e sua influencia na seleção das juntas.

Face Plana: Junta não confinada. As superfícies de contato de ambos os

flanges são planas. A junta deve ser do tipo FF (Full Face = face plana), cobrindo toda

a superfície de contato. A face plana é normalmente utilizada em flanges de materiais

frágeis.

Figura 7: Flange Face Plana (Fonte: Teadit)

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Face Ressaltada: Junta não confinada. As superfícies de contato são

ressaltadas de 1/16” ou ¼”. As juntas podem ser do tipo RF (Raised Face = face com

ressalto) indo até os parafusos, ou FF. A junta RF é mais utilizada, pois além de

permitir sua montagem/desmontagem sem a necessidade de se retirar todos os

parafusos, é mais econômica.

Figura 8: Flange Face Ressaltada (Fonte: Teadit)

Lingueta e Ranhura: Junta totalmente confinada. A profundidade é igual ou um

pouco maior que a altura da lingueta. A ranhura é cerca de 1/16” mais larga que a

lingueta. Normalmente a junta tem a mesma largura da lingueta. É necessário afastar

os flanges para a colocação da junta. Este tipo de flange produz elevadas pressões de

aperto sobre a junta, não sendo adequado para a utilização de juntas não metálicas.

Figura 9: Flange Lingueta e Ranhura (Fonte: Teadit)

Face Plana e Ranhura: Junta totalmente confinada. A face de um dos flanges é

plana e a outra possui uma ranhura onde a junta é encaixada. Usada em aplicações

onde a distancia entre os flanges deve ser precisa, pois quando a junta é esmagada,

os flanges encostam. Somente as juntas de grande resiliência podem ser usadas

neste tipo de montagem. Juntas espiraladas, O-Rings metálicos não sólidos e juntas

dupla camisa com enchimento metálico são as mais indicadas.

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Figura 10: Flange Face Plana e Ranhura (Fonte: Teadit)

Macho e Fêmea: Junta semi-confinada. A profundidade da fêmea é igual ou

menor à altura do macho, para evitar a possibilidade de contato direto dos flanges

quando a junta é comprimida. O diâmetro externo da fêmea é até 1/16” (1,6 mm) maior

que a do macho. Os flanges devem ser afastados para montagem da junta.

Figura 11: Flange Macho e Fêmea (Fonte: Teadit)

Ring Joint: Também chamado de API. Ambos os flanges possuem canais com

paredes em ângulos. A junta é de metal solido com perfil variável.

Figura 12: Flange Ring Joint (Fonte: Teadit)

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3.3 Gaxetas

3.3.1 Definição

O controle das perdas de fluidos é essencial para o bom funcionamento de

equipamentos mecânicos. Vários métodos são empregados para atingir esse objetivo,

sendo a utilização de gaxetas o mais antigo, e até hoje o mais funcional.

Construídas com fios trançados de diversas fibras, as gaxetas se caracterizam

por serem produtos macios, flexíveis, resilientes, com boa resistência mecânica,

térmica e química.

Fáceis de serem instaladas, as Gaxetas podem trabalhar com praticamente

todos os tipos de fluidos, em amplas faixas de temperaturas.

3.3.2 Tipos Construtivos

Como as gaxetas são utilizadas numa ampla gama de aplicações (hastes de

válvulas, bombas rotativas, alternativas e centrífugas, misturadores, sopradores,

tampas de filtros e reatores, evaporadores e fornos), existem vários tipos construtivos

visando à obtenção da melhor relação custo/benefício em casa uma delas.

No caso de gaxetas de vedação, varias experiências demonstraram que a forca

de vedação é influenciada pela construção da gaxeta. As gaxetas com construção

mais densa são mais efetivas na transmissão da força de aperto de anel para anel, e

como consequência a força de vedação também é melhor distribuída (embora de

forma decrescente) do anel junto à sobreposta até o anel no fundo da caixa.

O tipo de construção da gaxeta também é determinante em sua flexibilidade. As

gaxetas mais flexíveis se conformam melhor ao eixo (haste), garantindo uma

superfície de contato/vedação mais homogênea.

A seguir, serão relacionadas características de fabricação e aplicação dos

diferentes tipos construtivos: capa sobre alma, capa sobre capa, entrelaçada trança

grossa, entrelaçada trança fina.

Capa sobre Alma Consiste em se trançar uma capa sobre uma alma de fios

torcidos. É uma gaxeta de pouca resistência mecânica e baixa

densidade, porém de excelente conformabilidade.

Recomendada para isolamento térmico. Quando impregnadas

Figura 13: Capa sobre Alma (Fonte: Teadit)

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e lubrificadas, também podem ser utilizadas em haste de válvulas em aplicações

pouco exigentes (baixa pressão).

Capa sobre Capa Neste processo, são trançadas várias capas, uma sobre

a outra, até se atingir a bitola desejada. São gaxetas densas,

porém pouco flexíveis, sendo recomendadas para altas

pressões e baixas velocidades periféricas, como em hastes de

válvulas (alta pressão), juntas de expansão, e outros.

Entrelaçada Trança Grossa Os fios são trançados de uma só vez, passando uns

pelos outros numa mesma direção. Normalmente macias,

estas gaxetas podem absorver grande quantidade de

lubrificantes e impregnantes. São relativamente densas e

flexíveis, sendo recomendadas para serviços com médias

velocidades periféricas e pressões relativamente baixas. São

utilizadas em equipamentos rotativos antigos e com desgaste.

Entrelaçada Trança Fina Os fios se entrecruzam diagonalmente, de um lado ao

outro da gaxeta. Cada fio é fortemente preso pelos outros,

formando uma estrutura muito sólida e densa, porém flexível.

Sem capas para se desgastarem, as gaxetas com essa

construção podem absorver uma boa quantidade de

lubrificantes e impregnantes, sendo as mais indicadas para

aplicações em eixos rotativos, alternativos e válvulas, em

serviços com altas pressões e/ou altas velocidades periféricas, devido as seguintes

características:

Possui uma superfície mais lisa: maior área de contato da gaxeta com o eixo

(haste), melhorando a vedação.

Figura 14: Capa sobre Capa (Fonte: Teadit)

Figura 15: Entrelaçada Trança Grossa (Fonte: Teadit)

Figura 16: Entrelaçada Trança Fina (Fonte: Teadit)

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Maior estabilidade dimensional: menor deformação transmitindo melhor a

força de aperto de anel para anel.

Maior flexibilidade: Ajusta-se melhor quando curvada sobre o eixo.

Melhor efeito de vedação: A força de vedação é melhor distribuída ao longo do

engaxetamento.

3.3.3 Gaxetas de Vedação As gaxetas de vedação são cortadas em formas de anéis, flexionadas de modo a

se conformar em torno do eixo (haste) e instaladas na caixa de gaxetas.

Figura 17: Corte e Posicionamento da Gaxeta (Fonte: Teadit)

Ao apertarmos a sobreposta, ela exerce sobre os anéis uma pressão axial (força

de aperto) que os deforma, provocando sua expansão contra o eixo ou haste e a caixa

de gaxetas. Essa força provocada pela expansão dos anéis é chamada de força de

vedação.

Características Básicas de Aplicação

Estática: Haste de Válvulas

Nestas aplicações a gaxeta funciona como elemento de vedação, não sendo

permitido gotejamento ou qualquer vazamento visual.

Portanto, são gaxetas com características construtivas próprias para resistir à

alta pressão de aperto, recebendo ou não reforços metálicos para aplicações

estremas.

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Figura 18: Válvula (Fonte: Teadit)

Dinâmica: Eixos de Bombas e de outros equipamentos rotativos e alternativos.

Normalmente nessas aplicações, a gaxeta funciona como elemento controlador

de vazamento e necessita de uma película de fluido entre ela e o eixo (luva), com o

objetivo de diminuir o atrito entre ambos e refrigerar o sistema.

As fontes desta película podem ser: os lubrificantes adicionados a gaxeta

durante sua fabricação, o gotejamento controlado do fluido de processo ou um fluido

de fonte externa.

Figura 19: Bomba (Fonte: Teadit)

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3.3.4 Composição

3.3.4.1 Fibras Utilizadas

Existe uma grande variedade de fibras apropriadas para a fabricação de gaxetas

de vedação, cada uma delas com características próprias. A utilização de uma ou

outra, tem como objetivo a obtenção do melhor desempenho para as gaxetas em cada

aplicação específica.

Carbono

São obtidas por processo de oxidação controlada de fibras de base asfáltica ou

acrílica, obtendo-se as fibras de carbono (com 95% de carbono). Possuem excelente

estabilidade e condutividade térmica, são auto-lubrificantes, e são inertes a maioria

dos produtos químicos. Ideal para trabalhos com alta temperatura, alta pressão, alta

velocidade periférica e produtos quimicamente agressivos.

Grafite Flexível e Grafite HT

Obtido a partir do grafite puto expandido e , posteriormente, compactado sob

pressão, o Grafite Flexível apresenta propriedades únicas de inercia química,

resistência térmica, resiliência e compressibilidade. É auto lubrificante e dissipador de

calor, sendo portanto ideal para trabalhos a altas temperaturas.

As gaxetas de grafite flexível podem ser reforçados com fios metálicos de níquel-

cromo. Esse reforço visa aumentar a resistência mecânica das gaxetas para

aplicações em válvulas de alta pressão. O Grafite HT possui características para

resistir a temperaturas mais elevadas.

Grafite Flexível e Carbono

Reúne as principais características dos dois tipos de filamentos, proporcionando

uma gaxeta com excelente selabilidade, baixo coeficiente de atrito e excelente

resistência à extrusão. Sendo indicada tanto para haste de válvulas como para eixos

rotativos.

PTFE Expandido

Atualmente, vários tipos de filamentos de PTFE são utilizados na produção de

gaxetas, sendo que teste demonstraram que os diferentes processos de produção dos

filamentos influenciam diretamente na performance de PTFE.

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PTFE Expandido e Grafite

Produzido com a mesma tecnologia do filamento de PTFE expandido e

aditivado, é obtido através da integração molecular do PTFE expandido com o grafite,

resultando em um material auto lubrificante com coeficiente de atrito muito baixo,

excelente resistência a produtos químicos, alta condutibilidade térmica e dissipação de

calor. Apresenta excelente selabilidade, não enrijece e virtualmente elimina o desgaste

do eixo.

Aramidas

Fibras de poliaramida aromática dividem-se em dois grupos:

• Para-Aramidas: oferecem incomparável resistência à pressão e a fluidos

abrasivos. Apresentam ainda excelente estabilidade dimensional e boa resistência a

produtos químicos. Como as gaxetas produzidas com essa fibra são especialmente

indicadas para trabalhar com fluidos que contenham sólidos em suspensão/abrasivos

(areia, polpa de minério, etc.), recomenda-se que o eixo/luva do equipamento possua

um acabamento superficial com dureza entre 45 e 60 HRC.

• Meta-Aramidas: são fibras resistentes a fluidos abrasivos e quimicamente

agressivos. Suas principais características são, boa estabilidade térmica e

dimensional, maciez e flexibilidade, proporcionando baixo desgaste da luva/eixo e alta

durabilidade do engaxetamento.

EGK

O EGK é um filamento exclusivo, patenteado pela TEADIT. No EGK, o filamento

de para-aramida encontra-se totalmente envolvido pelo filamento de PTFE-Grafite.

Este filamento reúne propriedades tais como a resistência mecânica da para-aramida

(interna) e a resistência química, auto lubrificação e baixo coeficiente de atritos dos

filamentos de PTFE expandidos e aditivados (externa). Possui grande resistência à

extrusão.

Fenólica

Devido a sua estrutura química (termofixa), a fibra fenólica possui propriedades

que claramente a distingue de outras fibras e que conferem as gaxetas características

tais como: boa resistência à temperatura, a produtos químicos e abrasivos, excelente

estabilidade térmica, além de não provocar o desgaste prematuro da superfície dos

eixos/luvas.

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Sintética

As fibras sintéticas possuem boas propriedades mecânicas, que conferem a

gaxeta boa estabilidade térmica e dimensional. Apresenta excelente relação

custo/benefício em aplicações com fluidos pouco agressivos.

Fibras Vegetais

As fibras vegetais, tais como o rami e o algodão, tem como principal vantagem o

seu baixo custo, além de não serem abrasivas. Apresentam boa resistência mecânica

e conformabilidade em equipamentos desgastados, porém baixa resistência aos

produtos químicos e ao calor.

3.3.4.2 Impregnantes e Lubrificantes

Devem ser combinados com as fibras de tal forma que não sejam facilmente

expulsos da trama da gaxeta quando esta for apertada pela sobreposta, evaporados

pelo calor gerado devido ao atrito da gaxeta com o eixo, dissolvidos ou precipitados

por reações químicas com o fluido bombeado.

Em algumas gaxetas, a perda prematura dos impregnantes e lubrificantes,

provocará uma redução significativa de seu volume, obrigando a serem efetuados

sucessivos reapertos da sobreposta na tentativa de controlar o vazamento. Essa perda

de volume aliada ao maior atrito entre as fibras das gaxetas e o eixo do equipamento,

também provocará maior desgaste do conjunto eixo/gaxeta e reduzirá drasticamente o

tempo de vida útil do conjunto.

Daí a importância de uma criteriosa escolha do impregnante e do lubrificante de

uma gaxeta, pois a combinação adequada da fibra com esses componentes

contribuirá significativamente na redução dos reapertos da sobreposta, prolongando a

vida útil do engaxetamento tanto em eixos rotativos e alternativos, quanto em hastes

de válvulas.

Impregnantes

Tem como objetivo proteger as fibras da gaxeta contra o ataque químico dos

fluidos e bloquear sua passagem entre a estrutura da mesma. Os tipos utilizados são:

• Sintéticos: Comparáveis em alguns casos aos minerais, porém, desenvolvidos

em laboratório para atender a especificações de alta performance. Possuem

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excelentes características de viscosidade x temperatura e, quando se decompõem,

volatilizam-se sem deixar resíduos.

• PTFE: A emulsão de PTFE em suspensão é um dos impregnantes mais

empregados atualmente, pois além de aumentar a resistência química das fibras

utilizadas na construção das gaxetas e não contaminar os fluidos de processo, possui

baixo coeficiente de atrito e é auto lubrificante.

Lubrificantes

Essenciais para as gaxetas utilizadas em aplicações dinâmicas (eixos em

movimento), os lubrificantes ajudam a minimizar o atrito e dissipar o calor gerado na

interface entre os anéis da gaxeta e a superfície do eixo, e entre as fibras da gaxeta.

Durante a partida do equipamento, os lubrificantes devem ser liberados da

gaxeta ao se apertar a sobreposta, de forma a prover a vedação e a lubrificação inicial,

até a entrada gradual do sistema de lubrificação dinâmico.

Após a partida e durante toda a vida útil do engaxetamento, os lubrificantes

proporcionam uma resiliência as gaxetas, pois ao reduzirem o atrito entre as fibras,

permitem que as mesmas se deformem e se recuperem, acompanhando pequenas

ações mecânicas tais como a flexão do eixo.

Os tipos mais comuns são:

• Silicones: Resistem a condições extremas e são quimicamente inertes e

termicamente estáveis até 360oC.

• Óleo Minerais: Normalmente são empregados os óleos inertes quimicamente.

• Grafite: É o lubrificante sólido mais usual. Utilizado na forma de escamas ou

pó.

3.3.5 Fator de pH

Um dos fatores mais importantes para a escolha de uma gaxeta é a

compatibilidade química de seus componentes com o fluido de processo com o qual

terão contato.

A agressividade química de um fluido é medida por um fator chamado de

“Potencial de Hidrogênio” (pH), que varia em uma escala de 0 a 14.

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Figura 20: Escala de pH (Fonte: Teadit)

Quanto mais próxima das extremidades estiver a classificação de um fluido, mais

agressivo ele será.

Fluidos Ácidos: Variam de 0 a 6

Ácido Sulfúrico - pH tendendo a 0

Fluidos Neutros: Variam de 6 a 8

Água (neutro) - pH 7

Fluidos Cáusticos: Variam de 8 a 14

Soda Cáustica - pH tendendo a 14

3.3.6 Sistemas de Engaxetamento

Os sistemas de engaxetamento utilizados dependem do projeto da caixa de

gaxetas e dos fluidos envolvidos.

Os dois projetos mais usuais nas industrias em geral são:

Sistema Auto-lubrificante: Este é o projeto mais simples e amplamente

utilizado com fluidos limpos (não contaminantes e sem sólidos em suspensão) em

equipamentos rotativos e bombas centrífugas de simples estágio.

Sendo a pressão interna do sistema maior que a pressão atmosférica, o fluido de

processo é forçado a passar entre o eixo e a gaxeta, proporcionando a lubrificação e a

refrigeração necessária.

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Figura 21: Bomba sem Água de Selagem (Fonte: Teadit)

Sistema Integrado de Lubrificação: Com auxílio de um anel lanterna esse

sistema é utilizado quando:

• O fluido de processo contiver sólidos em suspensão, mantendo a caixa de

gaxetas limpa.

• O fluido de processo for contaminante, evitando que o mesmo entre em contato

com o meio ambiente.

• A pressão na caixa for inferior a pressão atmosférica, evitando a entrada de ar

no sistema.

• A temperatura do fluido de processo for muito elevada, ajudando na

refrigeração e lubrificação do engaxetamento.

Este sistema consiste na injeção de um fluido limpo (normalmente água), com

uma pressão de 1 a 1,5 bar superior à pressão interna da caixa de gaxetas.

Este fluido é injetado entre os anéis da gaxeta através do anel lanterna (anel

perfurado de PTFE, bronze, aço carbono ou inox), cuja posição no engaxetamento é

definida no projeto pelo fabricante do equipamento.

Se não houver problemas de contaminação ou de diluição do fluido de processo,

este líquido é suprido por uma fonte externa.

Quando o fluido bombeado não puder sofrer contaminação ou diluição e/ou

quando a pressão interna na caixa de gaxetas for inferior à atmosférica, o fluido de

injeção deverá ser retirado da própria descarga da bomba e filtrado (se contiver

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sólidos em suspensão) para então ser injetado na caixa de gaxetas através do anel

lanterna.

Figura 22: Bomba Com Água de Selagem (Fonte: Teadit)

3.4 Gaxetas em Equipamentos Rotativos

As bombas são classificadas pela sua aplicação ou pela forma com que a

energia é cedida ao fluido. Normalmente existe uma relação estreita entre a aplicação

e a característica da bomba que, por sua vez, está intimamente ligada à forma de

ceder energia ao fluido.

O esquema a seguir apresenta um quadro de classificação dos principais tipos

de bombas. A classificação foi feita pela forma como a energia é fornecida ao fluido a

ser transportado.

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Figura 23: Classificação de Bombas

Na turbo bomba ou bomba dinâmica, a movimentação do líquido ocorre pela

ação de forças que se desenvolvem na massa do líquido, em consequência da rotação

de um eixo no qual é acoplado um disco (rotor ou impulsor) dotado de pás (palhetas,

hélice) que recebe o líquido pelo seu centro e o expulsa pela periferia, devido à ação

da força centrífuga. Daí vem o seu nome mais usual, ou seja, bomba centrífuga.

O sistema de vedação da bomba centrífuga tem a finalidade de evitar que o

fluido bombeado vaze pelo espaço existente entre o eixo e a carcaça da bomba.

Basicamente utilizamos dois tipos de sistemas de vedação, por gaxeta e por selo

mecânico.

A gaxeta tem como principal função controlar a passagem da água do interior da

carcaça, onde se encontra o rotor, para os pontos em que o eixo passa por dentro da

caixa ou gaveta de gaxeta. As gaxetas são feitas de material facilmente moldável e

plástico, que possam ser convenientemente ajustados. São construídas de fios

trançados de fibras vegetais (juta, rami, algodão), fibras minerais (amianto) ou fibras

sintéticas, como já bastante abordado e explicado nos capítulos antecedentes. Devem

resistir ao calor e ao atrito com o eixo ou com a luva protetora do eixo e são

especificadas pelo fabricante, de acordo com o fluido a ser bombeado, a temperatura,

a pressão e o ataque químico.

Sua função varia se a instalação da bomba está acima ou abaixo do tanque de

sucção. A tabela a seguir explica um pouco melhor sua variação de função.

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Figura 24: Funções de Bombas Centrífugas (Fonte: Teadit)

A função da gaxeta é evitar a entrada de ar e o vazamento de água na bomba.

Em uma bomba centrífuga radial pura de simples estágio, a caixa de gaxetas

usualmente tem o formato de uma caixa cilíndrica que acomoda certo número de anéis

de gaxetas em volta do eixo ou da luva de eixo. Esse anel é comprimido pelo ajuste

feito por intermédio do componente denominado preme gaxeta, sobreposta ou aperta-

gaxeta

O controle do gotejamento é feito pelo maior ou menor aperto dos anéis de

gaxeta por intermédio da sobreposta. Como as gaxetas são de natureza semiplástica,

amoldam-se mais com o aperto e tendem a controlar o gotejamento.

3.5 Gaxetas em Válvulas

As válvulas de controle desempenham um papel muito importante no controle

automático de modernas indústrias, que dependem da correta distribuição e controle

de vazão de fluidos líquidos e gasosos. Tais controles sejam para trocas de energia,

redução de pressão ou simplesmente para encher um reservatório, dependem de

algum tipo de elemento final de controle para fazer esse serviço.

O controle de vazão é feito por elementos finais de controle, e o mais comum

dele na indústria de processo é a válvula de controle. Tipicamente uma válvula de

controle constitui-se do corpo da válvula, das partes internas como o obturador e a

sede, um atuador que fornece a força motora para operar a válvula, e uma variedade

de acessórios, dentre eles elementos de vedação. Os acessórios são essenciais para

um bom desempenho final da válvula.

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Figura 25: Componentes de uma Válvula de Controle (Fonte: Teadit)

Estudos abrangentes sobre o desempenho das malhas de controle indicam uma

alta variabilidade do processo, e que em muitos casos as culpadas são as válvulas de

controle. Os fatores que levam ao baixo desempenho das válvulas de controle são: o

dimensionamento e o tipo de válvula equivocados; características estáticas e o tempo

de resposta da válvula; a banda morta; o projeto do conjunto atuador posicionador.

As normas ANSI/ISA-75.01.01 e IEC 60534-2-1 estabelecem um procedimento

para o dimensionamento de válvulas de controle com fluidos compressíveis e

incompressíveis. A não-utilização da correção, trazida por essas normas, no efeito da

geometria da tubulação adjacente (no caso da válvula globo) não produz erros

significantes nos cálculos de vazão, todavia para válvulas de alta recuperação de

pressão (como as borboletas e as esferas) causaram notáveis erros.

Banda morta é definida pela faixa onde o sinal de entrada pode ser variado,

considerando uma reversão de sinal, sem iniciar uma variação observável no sinal de

saída do processo. Para um bom desempenho de uma malha, recomenda-se que a

banda morta seja menor ou igual a 1%. Há diversas causas para ela, mas a principal é

o atrito. O atrito entre a haste e o engaxetamento da válvula no castelo é uma fonte de

banda morta em válvula globo.

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29

O castelo é a parte da válvula que conecta o atuador ao corpo da válvula,

guiando a haste da mesma, alojando o sistema de selagem do fluido do processo e

exercendo um papel importante de realizar troca de calor do sistema de

engaxetamento com o ambiente.

Com castelo normal, a válvula pode ser utilizada em praticamente todos os tipos

de aplicação em que a temperatura não ultrapasse 180° C e que o fluido de processo

não possua características tóxicas ou inflamáveis.

O castelo alongado com aletas de resfriamento é utilizado quando a temperatura

ultrapassa 180°C. Deve ser convenientemente dimensionado para garantir uma queda

acentuada de temperatura das gaxetas não seja inferior a -25°C, sendo recomendados

para aplicações em temperaturas inferiores a -5°C.

Com relação aos castelos com fole de vedação, os mesmos são utilizados para

fluidos tóxicos e inflamáveis e servem como reforço das gaxetas. O fole é

normalmente fabricado de liga metálica resistente a corrosão, flexível, devendo ser

soldado a haste da válvula.

Nas válvulas do tipo esfera e borboleta, que possuem haste ou eixo com

deslocamento rotativo, o desgaste das mesmas, normalmente anéis de vedação em

torno do eixo, é menor. No caso das válvulas globo, como a haste é deslizante há a

necessidade de uma selagem da haste através do denominado sistema de

engaxetamento.

Constituem-se de anéis e acessórios com a função de fixar o sistema ao castelo,

em torno da haste, de modo a se evitar vazamentos do fluido de processo.

Os materiais mais utilizados no engaxetamento das válvulas de controle são o

teflon, a asbesto e o grafite. O material das gaxetas deve ser compatível com o fluido

do processo, deve efetuar uma boa selagem da haste e produzir mínimo atrito no

deslocamento da haste. O teflon é o material mais utilizado, cobrindo a maior parte

das aplicações. Em serviços com alta temperatura e/ou pressão, o teflon pode ser

impregnado com outros materiais, como, por exemplo, a fibra de vidro. O teflon está

limitado a temperaturas da ordem de 230°C, mas, caso carregado com fibra de vidro,

pode atender até temperaturas de 450°C. Nestas temperaturas, porém, utilizam-se

materiais mais apropriados, como o asbesto ou o grafite. O limite mínimo pode chegar

a -185°C. Outro material muito aplicado no sistema de engaxetamento é o grafite,

onde a maior vantagem é a resistência a altas temperaturas (540°C) Alguns tipos

especiais de grafite utilizados em castelos estendidos podem atingir temperaturas de

até 640°C.

Uma desvantagem do grafite, entretanto, é a menor durabilidade, obrigando sua

substituição com maior frequência. As condições extremas de utilização devem ser

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30

bem especificadas, de modo que os fabricantes possam auxiliar no fornecimento do

sistema de engaxetamento mais adequado.

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31

4 Análise de Especificação e Aplicação de Gaxetas

4.1 Seleção de Gaxetas

Num engaxetamento típico, a pressão de vedação e o consequente esforço do

motor ou do operador (válvulas) para girar o eixo serão diretamente proporcionais a

pressão de operação do sistema, ao comprimento da caixa de gaxetas, ao diâmetro do

eixo e sua RPM e ao coeficiente de atrito do engaxetamento.

Para fazer a especificação de uma gaxeta deve-se analisar os seguintes fatores:

Tipo e Condições do Equipamento: o primeiro agente que analisamos ao

especificar uma gaxeta é o tipo do equipamento, que se diferenciam entre estático

(válvulas) e dinâmicos (bombas). As gaxetas para válvulas devem ser mais densas e

não há necessidade de muito lubrificante. Já para os equipamentos rotativos, as

gaxetas devem ser flexíveis e conter bastante lubrificante, ou então serem feitas com

fibras auto lubrificantes, dependendo do sistema de lubrificação existente no

equipamento.

Características Físicas do Fluido: os fluidos podem ser gases ou líquidos,

podendo ainda ser voláteis, cristalizantes, limpos ou com sólidos em suspensão.

No caso de gases (incluindo vapor), trata-se normalmente de uma válvula e a

gaxeta deverá ser compactada e de alta selabilidade.

Quando o fluido for volátil, obrigatoriamente devemos ter um lubrificante externo

ou aplicar uma gaxeta auto lubrificante.

No caso de fluidos cristalizantes ou com sólidos em suspensão, além da fonte

externa de lubrificação, devemos trabalhar com gaxetas que possuam boa resistência

a abrasão.

Para fluidos limpos, podemos trabalhar com gaxetas mais macias e

consequentemente menos agressivas ao eixo.

Características Químicas do Fluido: a resistência química dos lubrificantes e

impregnantes da gaxeta bem como a fibra utilizada na sua construção tem

fundamental importância neste item, dessa forma deveremos escolher uma gaxeta

cuja faixa de pH seja compatível com o pH do fluido de processo.

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32

Temperatura e Pressão de Operação: aqui também a resistência dos materiais

de construção da gaxeta devem ser compatíveis com as temperaturas e pressões as

quais serão submetidos.

Velocidade periférica (rotativos): cada tipo de gaxeta tem um limite de

resistência que pode ser relacionado com a velocidade periférica do eixo, e que é

dada pela seguinte expressão.

𝑉𝑝 =∅!"#$ .𝜋.𝑅𝑃𝑀

60000

Onde: Vp = velocidade periférica do eixo (m/s)

∅ = diâmetro do eixo (mm)

RPM = rotações por minuto

Figura 26: Gráfico Vel. Periférica x Diâmetro do Eixo (Fonte: Teadit)

Relação Custo x Benefício: os seguintes fatores devem ser observados ao se

especificar umas gaxeta: desempenho, durabilidade, contaminação do fluido,

otimização dos itens de estoque, eventuais problemas à saúde de quem manuseia a

gaxeta e perdas de produção. A análise de todos esses fatores é quem determinará o

produto mais vantajoso ao cliente.

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33

Para as embasar a seleção de gaxetas, segue abaixo as tabelas de aplicação de

gaxetas da empresa Teadit para Válvulas e Rotativos.

Tabela 1: Tabela de Aplicação de Gaxetas para Rotativos (Fonte: Teadit)

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34

Tabela 2: Tabela de Aplicação de Gaxetas para Válvulas (Fonte: Teadit)

4.2 Cálculo de Aplicação de Engaxetamento Após todo o processo de especificação dá-se início ao dimensionamento e

aplicação (instalação) da gaxeta.

4.2.1 Equipamentos Rotativos

Bitola da gaxeta: a dimensão da bitola da gaxeta é encontrada a partir do

diâmetro interno da caixa de gaxetas e do diâmetro do eixo da bomba, dada pela

seguinte equação: 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 − 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜

2

Número de anéis de gaxeta: o número de anéis a serem instalados vai variar

de acordo com o tipo de lubrificação presente no equipamento, isso porque se for

utilizado líquido de selagem deve-se fazer a montagem com anel lanterna, que por sua

vez é responsável pela entrada do líquido de lubrificação dentro da caixa de gaxeta.

Na montagem sem o anel lanterna o número de anéis de gaxeta é dado pela

expressão: 𝑃𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑔𝑎𝑥𝑒𝑡𝑎𝑠

𝐵𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑔𝑎𝑥𝑒𝑡𝑎

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35

Já com o anel lanterna nós teremos dois

cálculos para fazer. Um para os anéis de gaxetas

que ficarão no fundo da caixa:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐴 − (𝐵)𝐵𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑔𝑎𝑥𝑒𝑡𝑎

E outro para o número de anéis após o anel lanterna:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐵 − (𝐶)𝐵𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑔𝑎𝑥𝑒𝑡𝑎

Comprimento do anel de gaxeta: o comprimento dos anéis varia de acordo

com a bitola de gaxeta. Com bitolas até ½” é dada pela fórmula:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

Já para bitolas de gaxeta acima de ½” usa-se:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14 + 𝑆

Onde: L = comprimento do anel (mm)

S = bitola da gaxeta (mm)

D = diâmetro do eixo (mm)

Outro detalhe importante que depende da bitola da gaxeta é o formato do corte

da gaxeta. Até ½” o corte deve ser em 45°, para bitolas de gaxeta maiores que ½” o

corte será de 90°.

Torque aplicado: na sobreposta de equipamentos rotativos o torque não é

controlado, mas sim o gotejamento necessário para lubrificação da caixa de gaxeta,

Figura 27: Distancias para Engaxetamento com Água de Selagem (Fonte: Teadit)

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que segundo estudos da FSA (Fluid Sealing Association) é de 8 a 10 gotas por

polegada por minuto.

4.2.2 Válvulas

Para engaxetamento em válvulas é necessário

atender às folgas definidas por norma (API621).

Sobreposta e haste:

A = 0,90 a 1,50 mm

Sobreposta e caixa:

B = 0,15 a 0,80 mm

Caixa e haste:

C = 1,00 a 1,65 mm

Caso a folga existente entro o fundo da caixa e a haste (C) for superior a 1,65

mm, recomenda-se que seja instalado um anel metálico, inteiriço ou bi-partido, com

diâmetro interno igual ao diâmetro da haste mais 1,65 mm e diâmetro externo igual ao

diâmetro interno da caixa de gaxetas menos 0,10 mm.

Bitola da gaxeta: a dimensão da bitola da gaxeta é encontrada a partir do

diâmetro interno da caixa de gaxetas e do diâmetro da haste, dada pela seguinte

equação: 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 − 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒

2

Número de anéis de gaxeta: o número de anéis recomendados são 5, e o

máximo são 6. Se a profundidade da caixa de gaxeta for superior a 6 vezes a bitola da

gaxeta especificada, recomenda-se a utilização de uma bucha bi-partida de grafite no

fundo da caixa de gaxetas, conforme recomendação da norma API 621.

𝑃𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑔𝑎𝑥𝑒𝑡𝑎𝑠

𝐵𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑔𝑎𝑥𝑒𝑡𝑎

Figura 28: Engaxetamento de Válvulas (Fonte: Teadit)

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Comprimento do anel de gaxeta: o comprimento dos anéis em válvulas é dada

pela seguinte fórmula:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

Torque aplicado: em válvulas o aperto de cada parafuso da sobreposta deve

ser calculado com as seguintes expressões:

𝑇 =𝑘 × 𝐹𝑛 × 𝑑!"#$!%&

1000

Onde: T = torque (Nm)

k = coeficiente de atrito

F = força ou carga de aperto sobre as gaxetas (N)

n = número de parafusos da sobreposta

𝑑!"#$!%& = diâmetro nominal do parafuso da sobreposta (mm)

O coeficiente de atrito utilizado é normalmente 0,15 para parafusos lubrificados e

0,20 para uniões sem lubrificação. Já a força de aperto sobre as gaxetas (F) é

encontrada pela fórmula:

𝐹 = 𝑆! +𝑃10

×[ 𝜋 ×𝐵! − 𝐶!

4]

Onde: Sc = compressão mínima de vedação sobre a gaxeta (Mpa)

P = Pressão de operação da válvula (bar)

B = Diâmetro interno da caixa de gaxetas (mm)

C = Diâmetro da haste da válvula (mm)

A compressão mínima de vedação de uma gaxeta é fornecido pelo fabricante

das mesmas.

4.3 Modelos para Equipamentos Rotativos

4.3.1 Exemplo 1

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Especificação de uma gaxeta para trabalhar em uma bomba centrífuga em uma

fábrica de Papel e Celulose, que possui as seguintes condições operacionais:

• Fluido: Celulose pré-branqueada

• Temperatura de Operação: 80°C

• Pressão de Operação: 6 bar

• Velocidade Periférica: 6 m/s

• pH: 7 a 13

• Pressão da Água de Refrigeração: 8 bar

Passo 1:

Como a celulose pré-branqueada é um fluido abrasivo, verificamos na Tabela de

Aplicação de Gaxetas para Rotativos (Tabela 1) ou na descrição de fibras quais as

gaxetas que atendem a esse requisito.

Resposta - 2004, 2017, 2030, 2043, 2777, 2773, 2774 e 2200.

Passo 2:

Verificar se a compatibilidade química entre o fluido de processo e as gaxetas

selecionadas no passo 1 atendem aos padrões especificados na Tabela 1.

Resposta - 2030, 2777,2773, 2774 e 2200.

Passo 3:

Verificar nas tabelas existentes no catálogo de gaxetas, dentre as selecionadas

no passo anterior quais atendem as condições de pressão e temperatura.

Resposta - Todas (2030, 2777,2773, 2774 e 2200).

Passo 4:

Verificar se as gaxetas selecionadas no passo 2 podem trabalhar na velocidade

periférica informada.

Resposta - Sim, todas atendem.

Passo 5:

Consultar a tabela de preços o custo de aquisição (R$/mt) de cada uma das

gaxetas selecionadas e comparar com os dados técnicos e de desempenho esperados

de cada uma delas, cassificando-as como:

• Gaxeta mais econômica: 2030

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39

• Gaxeta com o melhor custo/benefício: 2773 e 2774

• Gaxeta com a melhor performance: 2200

Escolhemos a Gaxeta 2773, por ser uma gaxeta de excelente desempenho com

fluidos abrasivos, já que é composta de fibras fenólicas e grafite, dando maior

flexibilidade.

A partir de agora entramos no processo de dimensionamento de aplicação da

Gaxeta 2773. A partir do Catálogo de Bombas KSB ETA, obtemos os seguintes

valores de projeto:

• Diâmetro da Caixa: 45 mm

• Diâmetro do Eixo: 29 mm

• Profundidade da Caixa: 58 mm

• Profundidade até o Furo de Injeção: 50 mm

• Largura do Anel Lanterna: 6 mm (folga: 0,6 mm)

Passo 6:

Calculo da bitola da gaxeta

45 − 29

2= 8 𝑚𝑚 𝑜𝑢 5/16"

Como a medida padrão para bitola de gaxeta é dada em polegadas usaremos a

de 5/16”, que equivale a 7,9 mm.

Passo 7:

Cálculo do Número de Anéis. Como esta é uma bomba que necessita de fluido

de selagem, descobrimos o números de anéis que ficarão no fundo da caixa

subtraindo a profundidade da caixa pela profundidade até o furo de injeção.

58 − 507,9

= 1,01

Então será necessário 1 anel de Gaxeta 2773 no fundo da caixa. Notamos

também que existirá a folga exigida pelo anel lanterna.

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40

Agora então calculamos o número de anéis após o anel lanterna.

50 − 7,27,9

= 5,4

Onde 7,2 é o valor do anel lanterna com as folgas de ambos os lados. Com isso

teremos 5 anéis e restando um espaço para o aperto da sobreposta.

Passo 8:

O comprimento dos anéis será encontrado pela seguinte fórmula:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

Onde S é a bitola da gaxeta e D o diâmetro do eixo.

𝐿 = 1,3 × 7,9 + 29 × 3,14

𝐿 = 123 𝑚𝑚

Passo 9:

O torque aplicado será controlado pelo vazamento de água de selagem da

bomba, devendo variar entre 8 a 10 gotas por polegadas por minuto.

4.3.2 Exemplo 2

Especificação de uma gaxeta para trabalhar em uma bomba centrífuga em uma

fábrica Siderúrgica, que possui as seguintes condições operacionais:

• Fluido: Água de Lavagem do Alto Forno (água com sólidos em suspensão)

• Temperatura de Operação: 50°C

• Pressão de Operação: 2,5 bar

• Velocidade Periférica: 1800 RPM

• pH: Neutro

• Pressão da Água de Refrigeração: Sem água de selagem

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41

Passo 1:

Como a água é um fluido neutro, verificamos na Tabela de Aplicação de Gaxetas

para Rotativos (Tabela 1) ou na descrição de fibras quais as gaxetas que atendem a

esse requisito.

Resposta - 2202, 2200, 2020, 2773 e 2774.

Passo 2:

Verificar se a compatibilidade química entre o fluido de processo e as gaxetas

selecionadas no passo 1 atendem aos padrões especificados na Tabela 1.

Resposta - Todos atendem (2202, 2200, 2020, 2773 e 2774).

Passo 3:

Verificar nas tabelas existentes no catálogo de gaxetas, dentre as selecionadas

no passo anterior quais atendem as condições de pressão e temperatura.

Resposta - Todas (2202, 2200, 2020, 2773 e 2774).

Passo 4:

Verificar se as gaxetas selecionadas no passo 2 podem trabalhar na velocidade

periférica informada.

Como a velocidade periférica é dada em RPM, precisamos converter para

metros por segundo para poder utilizar a tabela de aplicação de gaxetas. Utilizaremos

a seguinte fórmula:

𝑉𝑝 =∅!"#$ .𝜋.𝑅𝑃𝑀

60000

E encontraremos o seguinte valor:

𝑉𝑝 =90 × 𝜋 × 1800

60000= 8,5 𝑚/𝑠

Resposta - Sim, todas atendem (2202, 2200, 2020, 2773 e 2774.)

Passo 5:

Após consultar a tabela de preços o custo de aquisição (R$/mt) de cada uma das

gaxetas selecionadas e comparar com os dados técnicos e de desempenho esperados

de cada uma delas, escolhemos a Gaxeta 2200.

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42

O maior atributo desta gaxeta é o fato de que pode ser instalada eliminando a

necessidade de água de selagem, o que gera enorme redução no consumo de água

na indústria.

A partir de agora entramos no processo de dimensionamento de aplicação da

Gaxeta 2200. A partir da especificação feita pelos profissionais da área de Engenharia

de Aplicação da Teadit temos os seguintes valores:

• Diâmetro da Caixa: 122 mm

• Diâmetro do Eixo: 90 mm

• Profundidade da Caixa: 83 mm

Passo 6:

Calculo da bitola da gaxeta

122 − 90

2= 16 𝑚𝑚 𝑜𝑢 5/8"

Como a medida padrão para bitola de gaxeta é dada em polegadas usaremos a

de 5/8”, que equivale a 15,9 mm.

Passo 7:

Cálculo do Número de Anéis.

8315,9

= 5,22

Então serão necessários 5 anel de Gaxeta 2200 na caixa.

Passo 8:

O comprimento dos anéis será encontrado pela seguinte fórmula:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

Onde S é a bitola da gaxeta e D o diâmetro do eixo.

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43

𝐿 = 1,3 × 15,9 + 90 × 3,14

𝐿 = 348 𝑚𝑚

Passo 9:

O torque aplicado será controlado pelo vazamento de água de selagem da

bomba, devendo variar entre 8 a 10 gotas por polegadas por minuto.

4.4 Modelo para Válvulas

4.4.1 Exemplo

Especificação de uma gaxeta para trabalhar em uma válvulas de bloqueio em

uma fábrica Petroquímica, que possui as seguintes condições operacionais:

• Fluido: Hidrocarboneto (metano)

• Temperatura de Operação: 260°C

• Pressão de Operação: 302 bar

• Velocidade Periférica: Não há

• pH: Neutro

• Pressão da Água de Refrigeração: Válvulas não possuem água de selagem

Passo 1:

Como estamos especificando um produto para Válvulas de Bloqueio, verificamos

na Tabela de Aplicação de Gaxetas para Válvulas (Tabela 2) ou no catálogo da

empresa quais as gaxetas que atendem a esse requisito.

Resposta – 2235, 2236, 2000IC, 2202, 2000S e 2005.

Passo 2:

Verificar se a compatibilidade química entre o fluido de processo e as gaxetas

selecionadas no passo 1 atendem aos padrões especificados na Tabela 2.

Resposta - Todos atendem (2235, 2236, 2000IC, 2202, 2000S e 2005).

Passo 3:

Verificar nas tabelas existentes no catálogo de gaxetas, dentre as selecionadas

no passo anterior quais atendem as condições de pressão e temperatura.

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44

Resposta - 2235, 2236 e 2000IC.

Passo 4:

Verificar se as gaxetas selecionadas no passo 2 podem trabalhar na velocidade

periférica informada. Como não existe velocidade periférica na análise de válvulas de

bloqueio, todas continuam atendendo.

Resposta - Sim, todas atendem (2235, 2236 e 2000IC).

Passo 5:

Após consultar a tabela de preços o custo de aquisição (R$/mt) de cada uma das

gaxetas selecionadas e comparar com os dados técnicos e de desempenho esperados

de cada uma delas, escolhemos a Gaxeta 2236.

Ela é especialmente indicada para o uso em válvulas de bloqueio que operam

com hidrocarbonetos e que estão sujeitas a serviços onde se requeira o controle

extremo de emissões fugitivas dos fluidos de processo buscando reduzidíssimos

índices de emissão. Trata-se da gaxeta de melhor selabilidade já desenvolvida.

A partir de agora entramos no processo de dimensionamento de aplicação da

Gaxeta 2236. A partir da especificação feita pelos profissionais da área de Engenharia

de Aplicação da Teadit temos os seguintes valores:

• Diâmetro da Caixa: 44 mm

• Diâmetro da Haste: 25 mm

• Profundidade da Caixa: 52 mm

• Diâmetro Nominal do Parafuso: 19,1 mm ou ¾”

• Coeficiente de Atrito do Impregnante usado: 0,20

• Fatos de compressão mínima: 73 MPa

Passo 6:

Calculo da bitola da gaxeta

44 − 25

2= 9,5 𝑚𝑚 𝑜𝑢 3/8"

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45

Passo 7:

Cálculo do Número de Anéis.

529,5

= 5,47

Então serão necessários 5 anel de Gaxeta 2236 na caixa, o que é recomendado.

Passo 8:

O comprimento dos anéis será encontrado pela seguinte fórmula:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

Onde S é a bitola da gaxeta e D o diâmetro do eixo.

𝐿 = 1,3 × 9,5 + 25 × 3,14

𝐿 = 118 𝑚𝑚

Passo 9:

O torque aplicado será encontrado pela seguinte fórmula:

𝑇 =𝑘 × 𝐹𝑛 × 𝑑!"#$!%&

1000

Onde: T = torque (Nm)

k = 0,2

F = força ou carga de aperto sobre as gaxetas (N)

n = 2

𝑑!"#$!%& = 19,1 mm

Já a força de aperto sobre as gaxetas (F) é encontrada pela fórmula:

𝐹 = 𝑆! +𝑃10

×[ 𝜋 ×𝐵! − 𝐶!

4]

Onde: Sc = 73 MPa

P = 302 bar

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46

B = 44 mm

C = 25 mm

𝐹 = 73 +30210

×[ 𝜋 ×44! − 25!

4]

𝐹 = 103,2 ×[ 𝜋 ×1936 − 625

4]

𝐹 = 106258 𝑁

Voltando ao cálculo do torque:

𝑇 =0,2 × 1062582 × 19,1

1000

𝑇 =2029521000

𝑇 = 203 𝑁𝑚

Os exemplos acima vão servir de base para nortear os cálculos técnicos que se

seguirão ao longo do próximo capítulo, tanto para a especificação como para o

dimensionamento das gaxetas.

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47

5 Projeto Busca de Valor – Industria B

5.1 Caso B (Triunfo – RS)

A Companhia C, é a empresa que opera a central de matérias-primas do

Complexo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, o terceiro instalado no país,

no início da década de 80. As indústrias ali instaladas transformam os produtos

recebidos da indústria C em petroquímicos denominados de intermediários, que são

matérias-primas para as indústrias de transformação manufaturarem os bens de

consumo, como plásticos, borrachas, filmes, vernizes, solventes, PVCs, etc. A

indústria C é uma empresa de capital intensivo e tecnologia de ponta com controle dos

processos de produção em tempo real segundo Sistema Digital de Controle

Distribuído, contando com 952 colaboradores (empregados), dos quais 19 % possuem

nível superior e 70% têm o 2º grau completos . É uma empresa privada desde 1992,

com controle de capital brasileiro e tem suas ações negociadas nas principais Bolsas

de Valores do Brasil. Em 2000, sua receita bruta atingiu cerca de US$1,5 bilhão de

dólares.

Iniciou suas operações em dezembro de 1982 após ter sido concebida no estado

da arte em termos de tecnologia do processo de produção, incluindo os aspectos

ambientais e de segurança de suas instalações. Com capacidade atual de 1.135 mil

toneladas por ano de eteno é considerada central de grande porte, ofertando cerca de

40% dos petroquímicos básicos no mercado brasileiro. Seus produtos, em grande

parte, são comercializados no mercado nacional e o restante no Mercosul , EUA e

Europa.

A empresa C foi privatizada em maio de 1992 e para obter competitividade face

às transformações projetadas para o segmento petroquímico nacional decorrente da

abertura de mercado e liberação dos preços, iniciadas nos primeiros anos da década

de 90 no Brasil, empreendeu em 1993 uma profunda transformação gerencial. O

processo de mudança buscou no mercado internacional consultoria de grande

experiência nesse tipo de projeto.

Em 2007 a indústria C foi comprada pela empresa B, do ramo químico e

petroquímico brasileiro. A empresa se destaca por ser a líder mundial na produção de

biopolímeros e a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas (sexta maior

fabricante mundial de resinas plásticas).

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48

Foi a partir dai que a Empresa Teadit adentrou no Polo Petroquímico de Triunfo

(RS) com o Projeto Busca de Valor, realizando testes de performance em válvulas de

bloqueio de grande diâmetro utilizadas nas caldeiras.

O cenário encontrado pela equipe de Engenharia de Aplicação de Produtos na

área de caldeiraria da indústria C foi a seguinte:

• Elevado numero de intervenções, cerca de 8 num período de 1 ano;

• Altos custos de manutenção devido a necessidade de utilizar produto auxiliar

para vedação das válvulas, com injeção de massa em conjunto com o engaxetamento;

• E índices de vazamento próximos a 2000 toneladas ao ano.

Os frequentes vazamentos ocorridos na linha de vapor, sistemas VS – Bloqueio

Geral da Caldeira (Vapor Saturado), impediam a manutenção com as caldeiras em

operação gerando custos extras de vedação e perdas durante o processo. Para sanar

o problema, uma nova analise e especificação foi realizada junto as válvulas do

sistema, que operavam sob pressão de 113 bar e temperaturas acima dos 500˚C.

Oferecer um produto de maior durabilidade, com menor perda de massa à

elevadas temperaturas, reduzindo perdas de vapor e eliminando o uso de material

auxiliar, foram alguns dos objetivos que nortearam a equipe da Engenharia de

Aplicação de Produtos Teadit.

5.2 Solução Proposta

Após análise detalhada das características operacionais, em conjunto com

estudos de performance de gaxetas para atender as condições desta aplicação na

planta da indústria B foi indicada para uso a gaxeta Quimgax 2235, que por sua

composição e construção com reforço de fios metálicos de níquel-cromo a tornou a

solução ideal para severas aplicações que utilizem vapor saturado ou superaquecido

produtos químicos, gases, fluidos térmicos e solventes, com exceção dos agentes

oxidantes fortes.

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49

5.3 Cálculos Técnicos

Tabela 3: Informações Técnicas das Válvulas de Bloqueio de 14" (Fonte: Teadit)

Tabela 4: Informações Técnicas das Válvulas de Bloqueio de 16" (Fonte: Teadit)

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Começando pela especificação para ambos os casos das Válvulas de Bloqueio

de 14” e 16”, e com o auxílio da Tabela de Aplicação de Gaxetas para Válvulas

(Tabela 2) temos:

Tipo e Condições do Equipamento: Válvulas de Bloqueio

Possibilidades: 2235, 2236, 2000IC, 2202, 2000S e 2005.

Características Físicas do Fluido: Vapor Saturado

Possibilidades: 2235, 2236, 2000IC, 2202 e 2000S.

Características Químicas do Fluido: pH neutro (VS tem pH entre 6 e 8)

Possibilidades: 2235, 2236, 2000IC, 2202 e 2000S.

Temperatura e Pressão de Operação: Temperatura podendo chegar acima dos

500°C e pressão em torno de 113 bar.

Possibilidades: 2235.

Velocidade periférica (rotativos): Válvulas não possuem velocidade periférica

pois são equipamentos estáticos.

Possibilidades: 2235.

Relação Custo x Benefício: Por ter em sua composição fios de grafite flexível

reforçados individualmente com malha de níquel cromo, a Gaxeta 2235 é a solução

ideal para serviços nas quais existam altas temperaturas e altas pressões no processo

de produção, o que assegura selabilidade incomparável.

Solução: Gaxeta 2235.

Com a especificação já feita, o próximo passo é partir para o dimensionamento e

aplicação da gaxeta escolhida.

Válvulas de Bloqueio de 14”

Bitola da gaxeta: da tabela de válvulas tiramos o diâmetro da caixa e o diâmetro

da haste em milímetros.

98 − 73

2= 12,5 𝑚𝑚 𝑜𝑢 ½”

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As bitolas das Gaxetas Teadit são todas padronizadas em polegadas, então

usaremos 12,7 milímetros.

Número de anéis de gaxeta: da tabela de válvulas também encontramos a

profundidade da caixa, que junto com a bitola calculada anteriormente, nos dá a

quantidade de anéis a serem instalados.

12812,7

= 10,08 𝑎𝑛é𝑖𝑠

Como excede o número máximo de anéis, instalamos 6 anéis da Gaxeta 2235

junto com uma bucha de grafite fixada no fundo da caixa.

Comprimento do anel de gaxeta: o comprimento dos anéis é dado por:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

S = 12,7 mm

D = 98 mm

𝐿 = 1,3 × 12,7 + 73 × 3,14

𝐿 = 281 𝑚𝑚

Torque aplicado:

𝑇 =𝑘 × 𝐹𝑛 × 𝑑!"#$!%&

1000

Onde: T = torque (N.m)

k = 0,17

F = força ou carga de aperto sobre as gaxetas (N)

n = 2

𝑑!"#$!%& = 1” ou 25,4 mm

𝐹 = 𝑆! +𝑃10

×[ 𝜋 ×𝐵! − 𝐶!

4]

Onde: Sc = 55 Mpa

P = 113 bar

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B = 98 mm

C = 73 mm

𝐹 = 55 +11310

×[ 𝜋 ×98! − 73!

4]

𝐹 = 66,3 ×[𝜋 × 9604 − 5329

4]

𝐹 = 66,3 × 3358

𝐹 = 222607 𝑁

Com a força de aperto encontrada, calculamos o torque desejado.

𝑇 =0,17 × 2226072 × 25,4

1000

𝑇 =4806081000

𝑇 = 481 𝑁.𝑚

Válvulas de Bloqueio de 16”

Bitola da gaxeta: da tabela de válvulas tiramos o diâmetro da caixa e o diâmetro

da haste em milímetros.

114 − 86

2= 14 𝑚𝑚 𝑜𝑢 9/16"

As bitolas das Gaxetas Teadit são todas padronizadas em polegadas, então

usaremos 14,3 milímetros.

Número de anéis de gaxeta: da tabela de válvulas também encontramos a

profundidade da caixa, que junto com a bitola calculada anteriormente, nos dá a

quantidade de anéis a serem instalados.

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13014,3

= 9,09 𝑎𝑛é𝑖𝑠

Como excede o número máximo de anéis, instalamos 6 anéis da Gaxeta 2235

junto com uma bucha de grafite fixada no fundo da caixa.

Comprimento do anel de gaxeta: o comprimento dos anéis é dado por:

𝐿 = 1,3 × 𝑆 + 𝐷 × 3,14

S = 14,3 mm

D = 86 mm

𝐿 = 1,3 × 14,3 + 86 × 3,14

𝐿 = 328 𝑚𝑚

Torque aplicado:

𝑇 =𝑘 × 𝐹𝑛 × 𝑑!"#$!%&

1000

Onde: T = torque (N.m)

k = 0,17

F = força ou carga de aperto sobre as gaxetas (N)

n = 2

𝑑!"#$!%& = 1.1/4” ou 31,75 mm

𝐹 = 𝑆! +𝑃10

×[ 𝜋 ×𝐵! − 𝐶!

4]

Onde: Sc = 55 Mpa

P = 113 bar

B = 98 mm

C = 73 mm

𝐹 = 55 +11310

×[ 𝜋 ×114! − 86!

4]

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54

𝐹 = 66,3 ×[𝜋 × 12996 − 7396

4]

𝐹 = 66,3 × 4398

𝐹 = 291603 𝑁

Com a força de aperto encontrada, calculamos o torque desejado.

𝑇 =0,17 × 2916032 × 31,75

1000

𝑇 =7869631000

𝑇 = 787 𝑁.𝑚

Com isso, temos especificados os tipos de gaxeta para a aplicação da linha de

vapor superaquecido, bem como os torques necessários no momento de aperto nas

válvulas de bloqueio de 14” e 16”.

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5.4 Cálculos Econômicos

Tabela 5: Dados Gerais da Empresa B (Fonte: Teadit)

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56

Os cálculos econômicos abaixo foram obtidos, com embasamento do que foi

especificado e aplicado nos cálculos técnicos anteriormente feitos, a partir do

acompanhamento em campo das seguintes válvulas de bloqueio da linha de vapor

saturado das caldeiras. Os valores tanto de mão de obra quanto de produtos são

fundamentados pelo mercado de atuação da época.

Valvulas de Bloqueio de 14”

A partir dos valores fornecidos na tabela de Dados Gerais (Tabela 3) para o quilo

das Gaxetas 2202 e 2235, bem como o valor do quilo de injeção de massa, obtém-se

os valores para a quantidade que foi utilizada em metros para uma campanha de

duração de 3 anos.

Tabela 6: Informações Econômicas das Válvulas de 14" (Fonte: Teadit)

Nota-se uma economia de 95,27% no processo de instalação e manutenção do

engaxetamento dessas 2 válvulas, incrivelmente significativa para essa redefinição de

especificação levando-se em conta um espaço temporal de 3 anos.

Outro imenso ponto agregador de valor diz respeito à economia de emissões

fugitivas e perdas na linha de vapor saturado para essas válvulas, que seguem abaixo.

Tabela 7: Valor das Perdas por Emissões nas Válvulas de 14" (Fonte: Teadit)

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Com uma economia de 95% nos insumos da linha, a indsutria B passou de uma

perda de 1971 toneladas, por ano por válvula, para 99 toneladas, também por

ano/válvula.

Com base nesses valores, foi possível agregar significado ao trabalho realizado

juntamente ao cliente, uma vez que os dados de acompanhamento por si só já são

capazes de tornar claro a importância da correta especificação e aplicação de

produtos de qualidade, bem como seu acompanhamento e manutenção. A seguir

encontram-se os custos finais para essas 2 válvulas de bloqueio de 14”.

Tabela 8: Economia Total nas Válvulas de 14" (Fonte: Teadit)

Válvulas de Bloqueio de 16”

A mesma análise feita acima foi utilizada na linha de vapor saturado para as 4

válvulas de 16”, trazendo valores ainda mais significantes para o cliente nesses 3 anos

de campanha.

Tabela 9: Economia nas Válvulas de 16" (Fonte: Teadit)

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Com aplicações em campo, na indústria B, a Gaxeta 2235 apresenta excelente

performance, eliminando totalmente a necessidade de injeção de massa junto ao

engaxetamento, e reduzindo o índice de perdas de vapor de 2000 toneladas ao ano

para menos de 100 toneladas ano por válvula.

Tabela 10: Economia Total das Válvulas de 14" e 16" da Planta da indústria B

(Fonte: Teadit)

A tabela acima (Tabela 10) nos mostra o valor em reais economizado nas 6

válvulas de bloqueio presentes na linhas de vapor saturado da Planta Petroquímica B

do Rio Grande do Sul, sabendo-se que a planta não se limitava somente a esse

universo de válvulas, e abrindo o estudo para outros pontos de perdas por emissões

fugitivas tanto em válvulas de controle como em bombas, o ganho é ainda mais

significativo.

Numa campanha de 3 anos os gastos com a Gaxeta 2235 foram de

R$103.172,21, contra R$2.055.641,21 nos mesmos 3 anos com a Gaxeta 2202 com

injeção de massa. A empresa B teve um ganho significativo de 94,98%, chegando a

uma economia de R$1.952.469,00.

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59

6 Conclusão

Após todos os aspectos citados durante o desenvolvimento do presente tema,

torna-se notável a importância da correta especificação e aplicação dos elementos

vedantes. Partindo da premissa que os usuários, no caso as indústrias, estão sempre

buscando otimizar seus processos de produção, cabe ao fornecedor da vedação

entregar ao seu cliente a melhor solução com seu devido acompanhamento e atenção,

garantindo assim a máxima eficiência de suas linhas fabris, evitando então perda de

insumos e excesso de emissões fugitivas.

Como consequência direta da utilização da Gaxeta 2235 nas válvulas de

Bloqueio de Vapor Superaquecido das Caldeiras, além dos benefícios diretos, como a

eliminação do uso de massa de vedação e forte redução das perdas de vapor, obteve-

se um ganho de segurança pessoal, durante a realização de manobra com as válvulas

de maior diâmetro.

É indiscutível os ganhos que uma reespecificação pode trazer. No caso

estudado acima em apenas 6 válvulas de bloqueio obteve-se uma economia muito

próxima a 2 milhões de reais, o que nos deixa imaginar a quantidade de pontos, tanto

de válvulas como em bombas, onde o projeto pode ser aplicado, e um novo estudo

pode ser feito simplesmente por se fazer uma nova especificação. Pode-se expandir

também esse pensamento para as industrias de outros segmentos. Os ganhos, ou

economias, podem ser enormes.

Alguns limitantes foram encontrado durante o desenvolvimento do trabalho.

Certos aspectos econômicos não foram levados em consideração pois a análise

financeira feita baseou-se somente no âmbito pontual de engaxetamento de válvulas

da Empresa B. O tempo para execução e detalhamento dos fatores também foi um

fator importante, para um detalhamento mais profundo seria necessário maior tempo

investido como maiores informações da Teadit. Independente de qualquer limitante, o

trabalho mostrou a importância de uma correta instalação e especificação do material

com o objetivo de sanar o excesso de emissões fugitivas.

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Referências Bibliográficas

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