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PROJECTO EDUCATIVO
Triénio 2016 – 2019
Santa Casa da Misericórdia de Vizela
Novas tecnologias
da COMUNICAÇÃO
“O Jogo Simbólico”
Projecto Educativo Novas Tecnologias da Comunicação “ Jogo Simbólico” 2016/2019
Santa Casa da Misericórdia de Vizela
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Não há, não, duas folhas iguais em toda a criação ou nervura a menos, ou célula a
mais, não há, de certeza, duas folhas iguais.” António Gedeão.
“ (…) de uma coisa podemos estar seguros: se queremos que a Terra possa satisfazer
as necessidades dos seres humanos que a habitam, então a sociedade humana deverá
transformar-se. Assim, o mundo de amanhã deverá ser fundamentalmente diferente do que
hoje conhecemos, (…). Devemos, por conseguinte, trabalhar para construir um «futuro
viável». A democracia, a equidade e a justiça social, a paz e a harmonia com o nosso meio
ambiente natural devem ser palavras-chave deste mundo em transformação (…) onde a
educação, no seu sentido mais amplo, desempenha um papel preponderante como «a força do
futuro» Frederico Mayor.
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“ Dentro de nós há uma coisa que não tem nome,
Essa coisa é o que somos.”
José Saramago
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INDÍCE
INTRODUÇÂO 5
1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 6
1.1- Caracterização geral do concelho 6
1.2 - Um pouco da sua história 6
1.3 - Dinâmicas sócio - demográficas do Concelho 7
1.4 – Educação, Formação e Qualificação 8
2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 9
2.1. Localização: 9
2.2. Breve historial da Instituição: 9
2.3. Serviços prestados e população – alvo: 11
3. IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS 13
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 14
5. DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES 26
6. OBJECTIVOS GERAIS 27
7. ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO: 28
8. INSTRUMENTOS DE APOIO AO PROJECTO EDUCATIVO 31
AVALIAÇÃO 32
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 34
ANEXOS 34
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INTRODUÇÂO
O Projecto Educativo “Novas tecnologias da Comunicação “O jogo simbólico” tem como
objectivo desenvolver um conjunto de estratégias no sentido de mobilizar os recursos
disponíveis, com base num trabalho interdisciplinar. Visa reflectir o esforço de todos os
envolvidos, desenvolvendo projectos que incorporem diferentes pontos de vista, assim como
traça linhas de acção com o intuito de efectivar o trabalho orientado para o desenvolvimento
do gosto e interesse pela Comunicação.
Este nosso propósito advém da necessidade que hoje sentimos da falta de sensibilidade por
parte das crianças em relação ao gosto e interesse nas relações interpessoais e também pela
falta da noção de identidade e consciência cultural. Este projecto deve atingir os objectivos a
que se propõe em três anos lectivos, ou seja, no espaço temporal que vai de 2016 a 2019.
O projecto educativo é uma ferramenta de trabalho crucial para uma Instituição com
autonomia e pretende dar uma resposta educativa de qualidade no meio em que se insere. É
fruto de um trabalho interdisciplinar que só tem sentido entendido como tal, visto que será a
imagem da Instituição e da comunidade, daqueles que nela exercem a sua acção educativa e
dos que nela recebem a sua formação.
A elaboração do projecto educativo serve o desígnio de reflectir, questionar, para identificar
problemas, avaliar resultados, mobilizarmo-nos em torno de objectivos comuns, perspectivando
o futuro, tendo em vista a obtenção da qualidade. Neste sentido tornam-se explícitos os
princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo os quais propomos cumprir a nossa
função educativa.
Acresce a este projecto, uma breve caracterização do meio e da Instituição e o plano de
actividades de cada valência, que definem, de acordo com o projecto educativo, os objectivos
gerais e específicos, as estratégias, recursos humanos e físicos, calendarização, programação
das actividades a realizar e dos recursos envolvidos.
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1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO
1.1- Caracterização geral do concelho
Criado em 1998, pela Lei n.º 63/98 de 1 de Setembro, o Concelho de Vizela tem
evidenciado, desde então, um considerável dinamismo, registando transformações profundas
aos mais diversos níveis, designadamente demográficas, sociais e económicas.
CONCELHO DE VIZELA
O Concelho de Vizela, encontra-se na convergência do Minho com o Douro Litoral e tem, como
limites a Norte, o concelho de Guimarães, a sudoeste, o de santo tirso, a Sul, o de Lousada e a
Este, o de Felgueiras.
Possui uma extensão de cerca de 24,7 Km2, repartida por sete freguesias: União de
freguesias de S. Miguel e S. João, Infias, União de Freguesias de S. paio e Tagilde, Santa
Eulália e Santo Adrião.
A sede do concelho, cidade de Caldas de Vizela, é constituída pelas freguesias de S. Miguel
e S. João, com cerca de 10 633 (CAOP, 2012) habitantes, correspondendo a mais de 40%
da população residente no Concelho, num total de 23.851 habitantes. Aqui concentra-se a
maior parte da oferta de bens e serviços do concelho.
1.2 - Um pouco da sua história
As origens de Vizela são longínquas, mergulhando para além da fundação da própria
nacionalidade.
Embora com vestígios da passagem de outros povos, como os Suevos e os Visigodos, os
romanos foram os que maiores marcas deixaram da sua presença. Aliás, estes contribuíram de
forma inequívoca para o desenvolvimento de Vizela, tendo sido estes que construíram os seus
Freguesias
União das Freguesias de S. Miguel e
S. João
- Infias
União de Freguesias de Tagilde e S.
Paio
- Santa Eulália
- Santo Adrião
Santo Adrião
Santa Eulália
Vizela (S. Paio)
Infias
Caldas de Vizela (São Miguel)
Caldas de Vizela (São João)
Tagilde
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primeiros “banhos”, a partir do século I a.C., aproveitando as qualidades das águas sulfurosas
que brotam da terra, a uma temperatura superior a 60ºC. As águas termais de Vizela
apresentam qualidades únicas no tratamento de determinadas doenças, entre as quais o
reumatismo e as doenças relacionadas com as vias respiratórias. A estância termal de Vizela
é de referência obrigatória, na medida que serviu de pólo dinamizador de toda a região.
Durante o período alto das termas, Vizela tornou-se num verdadeiro centro cosmopolita, tendo
ganho a reputação de “Rainha das Termas de Portugal”. A par das actividades de animação
como os bailes, os arraiais minhotos e os piqueniques, existiam dois casinos, o “Peninsular” e o
“Bristol”, ambos com sala de jogo.
Em meados do século XX, assiste-se ao declínio das termas, em contraste com um surto
industrial, nomeadamente nos sectores têxtil, calçado e construção civil que absorvem a quase
totalidade de mão-de-obra da região e dinamizam a actividade económica de Vizela.
Mas o dia 19 de Março de 1998 constitui um marco fundamental no percurso histórico de
Vizela. Depois de uma luta que durou séculos, foi criado o concelho de Vizela, confirmado
legalmente em 1 de Setembro através da Lei n.º 63/98.
1.3 - Dinâmicas sociodemográficas do Concelho
O dinamismo demográfico constitui um dos aspectos mais evidentes na caracterização do
Concelho de Vizela.
A população residente tem mantido um crescimento positivo, conforme se pode constatar pelos
mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa de natalidade continua a ser mais elevada que a média nacional e a da região,
constata-se uma redução do número de nascimentos registados no concelho, desde 2001, com
excepção do ano de 2004, conforme dão conta os dados da Conservatória do Registo Civil
de Vizela. No entanto, em 2015 verifica-se um aumento considerável se comparado aos anos
anteriores.
Embora o concelho de Vizela se caracterize, em geral, por ter uma população muito jovem,
constata-se uma tendência que aponta no sentido do progressivo envelhecimento da
população.
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1.4 – Educação, Formação e Qualificação
O Vale do Ave persiste como uma das regiões menos escolarizadas do país, realidade a que
Vizela não é alheia. As baixas qualificações escolares são uma das características mais
marcantes da população residente neste Concelho.
O 1.º ciclo do ensino básico constitui o nível de ensino que predomina no total da população
residente no concelho.
Os últimos censos davam conta que mais de 45% da população residente com 65 ou mais
anos não tinha atingido qualquer nível de ensino.
Em 2001, o concelho de Vizela registava uma taxa de analfabetismo de 7.9%, muito próxima
à média da região do Vale do Ave (7.7%) e inferior à média nacional (9%) e acompanhava
a tendência nacional para a redução do número de indivíduos com 10 ou mais anos que sabe
ler ou escrever face aos valores dos censos de 1991. Esta tendência é explicada pela
progressiva substituição da população idosa, que tradicionalmente acumula a maior
proporção de analfabetos e, por outro, pela maior escolarização da população mais jovem.
A rede escolar do concelho de Vizela abrange todos os níveis do ensino básico, constituído
pelo ensino pré-escolar, o 1.º, 2.º e 3.ºciclos, e o ensino secundário. Não existem respostas ao
nível do ensino superior.
A Educação Pré-Escolar é de frequência facultativa, e destina-se a crianças com idades
compreendidas entre os três anos e a idade de ingresso no ensino básico.
A educação pré-escolar é assegurada no concelho pela rede pública, com 10 equipamentos,
garantindo a cobertura de todas as freguesias. A rede solidária é unicamente assegurada
pela Santa Casa da Misericórdia de Vizela.
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2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
2.1. Localização:
A Santa Casa situa-se na Freguesia de São Miguel das Caldas, na Avenida dos Bombeiros
Voluntários, integrando no seu espaço físico, as seguintes instalações: Antigo Hospital
Concelhio que deu lugar à Unidade de Cuidados Continuados Integrados, UCCI, Creche,
Jardim-de-infância, Estrutura Residencial para Idosos: Lar Social Torres Soares, Centro de Dia,
Serviço de Apoio Domiciliário e Lar Residencial, Intervenção Social e Comunitária: GAAS
(Gabinete de Atendimento de Ação Social), Cantina Social, PAV, Programa Alimentar de
Vizela e FEAC, Fundo Europeu de Auxilio a carenciados.
2.2. Breve historial da Instituição:
A Santa Casa da Misericórdia de Vizela é uma Instituição Particular de Solidariedade Social,
sem fins lucrativos, sedeada na Freguesia de S. Miguel das Caldas, Concelho de Vizela. A
Misericórdia foi criada em 25 de Março de 1913, passando nesta data a ser uma
“associação de fiéis, constituída na ordem jurídica canónica, com o objectivo de satisfazer
carências sociais, quer de ordem material, quer espiritual, e praticar actos de culto católico,
de harmonia com o seu espírito tradicional, informado pelos princípios da doutrina e moral
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cristãs.”
In: Compromisso da Irmandade
A história desta Instituição está intrinsecamente associada à prestação de cuidados de saúde
às populações deste Concelho e freguesias vizinhas, visto que na sua génese e durante muitos
anos apenas se dedicou à assistência na área da saúde, através da acção do seu Hospital,
procedente do legado de um benfeitor desta terra, falecido no Brasil e que no seu testamento
deixou parte da sua fortuna à Santa Casa da Misericórdia de Vizela, ou seja, o seu Hospital.
Assim, em 1918, as Instalações do Hospital de Vizela foram abertas a título provisório. A
inauguração solene do Hospital teve lugar em Fevereiro de 1923, sendo a sua administração
feita pela Santa Casa da Misericórdia de Guimarães até 1952. Nesta data, por despacho
do Governo de então, o mesmo foi entregue à Santa Casa da Misericórdia de Vizela, que a
partir daí é legítima proprietária do edifício.
Durante os primeiros anos o Hospital prestava basicamente primeiros socorros. No entanto, em
1975, com as nacionalizações, o Hospital passou a ser administrado pelo Estado durante
alguns anos tendo depois passado a albergar o Centro de Saúde de Vizela que se manteve
até 1993, que nessa altura se juntou ao Posto Médico, ou seja, Serviços Sociais e de
Assistência, sendo-nos entregue o edifício totalmente vazio e muito degradado, como ainda
hoje, após 14 anos se encontra.
Quanto às outras valências, nomeadamente as da primeira infância, surgem em 1974,
destinando-se ao acolhimento e educação de crianças a partir dos 4 meses até aos 5 anos de
idade. As valências de apoio à terceira idade surgiram mais recentemente, nomeadamente a
partir de 1999.
Assim, presentemente, a Instituição desenvolve a sua actividade nas áreas da infância e 3.ª
idade, dando apoio diariamente a cerca de 400 utentes, através das suas valências,
nomeadamente, creche, jardim-de-infância, Estrutura Residencial para Idosos: Centro de Dia,
Serviço de Apoio Domiciliário, Gabinete de Atendimento e de Acompanhamento Social
(GAAS), e a valência da saúde, Unidade de Cuidados Continuados, UCCI, desde 2011.
A Santa Casa da Misericórdia de Vizela, pretende a partir do conjunto de equipamentos
sociais e da equipa pluridisciplinar especializada que dispõe, potenciar uma óptima
prestação de serviços sociais a comunidade Vizelense, bem como responder de modo
adequado e humanizado à problemática específica dos seus utentes, sejam as crianças ou os
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idosos.
2.3. Serviços prestados e população – alvo:
A Santa Casa da Misericórdia de Vizela presta diversos serviços no âmbito da solidariedade
social, educação e saúde. A sua acção passa pelo apoio a crianças, idosos e famílias
carenciadas e que vivenciem situações de exclusão social, assim como pré-escolar e Unidade
de Cuidados Continuados. Actualmente, e como já foi referenciado, dispõe das valências
Creche, Jardim-de-infância, Lares de Idosos, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário,
Gabinete de Acompanhamento e Atendimento Social e protocolo para a intervenção no
âmbito do “Rendimento Social de Inserção” no Concelho, Cantina Social e Unidade de
Cuidados Continuados.
A área de intervenção, tendo em conta o Compromisso da Irmandade está circunscrita às
áreas geográficas das Freguesias do Concelho de Vizela e, ainda, Moreira de Cónegos e Sto.
Estêvão de Barrosas.
A valência Creche entrou em funcionamento em 1974, destinando-se ao acolhimento e
educação de crianças a partir dos 4 meses até aos 3 anos de idade. A creche dispõe de 5
salas de actividades (4 meses a um ano, um ano e meio, 2 anos, 2,5 anos e 3 anos) e acolhe
diariamente 100 crianças, que são acompanhadas pelas educadoras e ajudantes de acção
educativa, nas respectivas salas.
As actividades prosseguidas diariamente têm em conta as características específicas das
crianças durante os seus primeiros anos de vida e asseguram a satisfação das suas
necessidades físicas, afectivas e cognitivas. O desenvolvimento das actividades baseia-se num
projecto pedagógico, que integra o trabalho com os diversos intervenientes, nomeadamente,
as crianças, de modo a que os cuidados prestados respondam à satisfação das suas
necessidades e bem-estar, favorecendo o seu desenvolvimento integrado; os pais, de modo a
garantir a complementaridade educativa, e a comunidade, de modo a permitir a interacção
entre os diversos grupos.
O Jardim de Infância é uma resposta educativa, desenvolvida em equipamento, que se
destina a proporcionar actividades variadas, a crianças dos 3 aos 5 anos de idade, de forma
a prestar a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida,
sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita
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relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista
a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.
A valência Jardim-de-infância é constituída por cinco salas de actividades (sala A, B, C, D e
E). Cada uma delas tem capacidade para grupos de vinte e quatro crianças. Em cada uma
das salas de actividades há uma educadora e duas auxiliar. Aqui desenvolvem-se actividades
pedagógicas, educativas e lúdicas que contribuem para um crescimento harmonioso da
criança.
No que concerne à área da 3.ª idade a Misericórdia de Vizela desenvolve a sua actividade
desde Julho de 1999, tendo as instalações sido inauguradas em Julho de 2000.
Estas valências têm como objectivos principais o atendimento e acolhimento de pessoas idosas.
Visam, ainda, contribuir para um desenvolvimento sadio do processo de velhice, potenciando
a integração social desta faixa etária. As admissões dos utentes para estas valências são
feitas por deliberação da Mesa Administrativa da Santa Casa, após análise do boletim de
inquérito social.
O Lar de idosos e o Centro de Dia Torres Soares abriram em 1999, e prestam diariamente
apoio a cerca de 65 idosos. Como principais objectivos destas valências contamos com o
atendimento e acolhimento de pessoas idosas de ambos os sexos que livremente expressem a
sua vontade de serem admitidas, proporcionando serviços permanentes e adequados à
satisfação das suas necessidades.
O Serviço de Apoio Domiciliário é uma resposta social que consiste na prestação de
cuidados individualizados e personalizados no domicilio a indivíduos e famílias quando, por
motivo de doença, deficiência, velhice ou outro impedimento, não possam assegurar
temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou
actividades da vida diária. Actualmente, a Santa Casa possui acordo de cooperação com a
Segurança Social para 38 utentes.
Em relação aos recursos humanos, estas valências dispõem de um quadro de profissionais que
lhe permite prestar serviços de qualidade, nomeadamente, psicóloga assistente social,
enfermeira, médico, podologista, etc.
GAAS, Gabinete de Atendimento e Acompanhamento Social surgiu no seguimento de um
protocolo estabelecido entre o Centro Distrital da Segurança Social de Braga e a Santa Casa
da Misericórdia de Vizela. O GAAS está no terreno desde de Abril de 2005 e encontra-se
sedeada nas instalações da Santa Casa. É composto por uma equipa multidisciplinar,
Assistente Social, Educadora Social, psicóloga e uma ajudante de Acção directa, no qual se
disponibiliza atendimento e acompanhamento social e/ou encaminhamento individual e
familiar à população carenciada, em situação (ou risco) de exclusão social. Esta equipa
desempenha sobretudo funções ao nível do acompanhamento dos agregados familiares
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beneficiários o rendimento social de inserção e acção social, abrangendo aproximadamente
100 agregados na área geográfica correspondendo ao concelho de Vizela.
Unidade de Cuidados Continuados, a implementação do Projecto da Unidade e Cuidados,
bem como de outras áreas específicas de apoio à promoção da saúde como a fisioterapia,
existe desde Abril de 2011 como um dos objectivos e metas a atingidos pela Santa Casa da
Misericórdia de Vizela. A Santa Casa implementou as duas unidades de cuidados continuados
dando assim resposta a um total de 58 utentes, distribuídos uniformemente por 29 camas
cada. A unidade de fisioterapia no piso zero e serve, assim como toda a comunidade
vizelense, os utentes da unidade de cuidados continuados de média duração fica localizada
no 1º piso, ao passo que a de longa duração ocupa o 2º piso. No que respeita ao quadro de
recursos humanos o funcionamento desta unidade é assegurado por profissionais
diferenciados, nomeadamente, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, psicóloga,
terapeuta da fala, assistente social, auxiliares de acção médica, administrativos, ajudantes de
acção directa, cozinheiras, entre outros.
3. IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS
A metodologia utilizada para identificação de problemas é a aplicação de um inquérito
específico. A elaboração do questionário foi feita com base em critérios definidos pela
equipa de trabalho. Depois da análise minuciosa dos inquéritos, tendo estes sido elaborados
de forma que o estudo incidisse sobre meios de comunicação mais utilizados: que tipo de
equipamento informático tinham em casa, que tipo de jogos costumam realizar no computador,
tablet ou telemóvel, preferências musicais, actividades culturais , se usam com regularidade a
internet, redes sociais, telemóveis, no sentido de obtermos um resultado eficaz. Assim,
conseguimos concluir que os hábitos de comunicação são escassos, ou seja é de todo relevante
que se eduque como usar devidamente os novos meios de comunicação, sobretudo na
utilização de novas tecnologias. A pertinência do tema leva-nos a trabalhar uma série de
meios tecnológicos de informação e comunicação digital capazes de enriquecer as crianças em
geral e culturalmente em particular. As educadoras acham pertinente motivar para estes
meios de comunicação de forma útil e inteligente no início do ano lectivo e desenvolveram um
conjunto de actividades e estratégias que permitem a utilização destes meios de forma lúdico-
pedagógica. Despertar as crianças para as novas tecnologias favorece e valoriza-as
enquanto seres humanos e consciencializa-as para a identidade utilizando os instrumentos de
forma capaz, importante para um crescimento salutar.
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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
AComunição:
NovasTecnologias
Comunicação: a revolução tecnológica
A questão que se levanta é, inicialmente, a relevância das dimensões funcional e imaginativa
das linguagens e a sua interacção na construção e expressão do significado e o contributo
para o desenvolvimento cognitivo e do imaginário das crianças com o uso das novas
tecnologias.
Desde o início dos tempos, os seres humanos criaram símbolos para dar expressão ao
significado. O significado foi construído, como parte do esforço do homem, para impor ordem
e sentido do seu mundo. Ao longo dos séculos, a pergunta de como o significado construído na
comunicação tem sido preocupação de psicólogos, antropólogos, filósofos … e recentemente
dos professores. O significado contém em si várias dimensões das quais a funcional e a
imaginativa mais interessarão ao professor. O desenvolvimento da comunicação das crianças
mostra a dimensão imaginativa e como as crianças manipulam a linguagem, permite conhecer
a criança, interpretar o seu mundo, compreendê-la e, assim, facilitar o seu desenvolvimento
cognitivo e consequentemente sucesso escolar. O projecto educativo pretende ser um auxílio
pedagógico para melhor conhecermos as crianças e manter o seu espírito e imaginação vivos.
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Visto que as crianças revelam um espírito crítico aguçado, precisam de ajuda para se
exprimirem e concretizarem todo o seu universo imaginário, na construção e expressão das
suas ideias. Toda a informação sobre o desenvolvimento das capacidades para construir e
exprimir os significados ajudará os professores a manter abertas as portas da aprendizagem
artística, como uma ferramenta imprescindível que não devemos ignorar nem menosprezar.
A pertinência do tema reside no facto de, hoje, a escola oferecer uma carga horária
demasiado pesada e entediante para muitas crianças. Talvez se as Novas Tecnologias
ganharem expressão e protagonismo, se explorem experiências importantes que permitam
aos alunos um crescimento e desenvolvimento mais enriquecedor e gratificante. Fazer da
escola um espaço agradável, onde se aprende entretendo-se, dar asas à imaginação das
crianças, promovendo as expressões como estratégia primordial de aprendizagem e, ao
mesmo tempo, enriquecer os horizontes do conhecimento, de forma lúdica sem nunca esquecer
os objectivos gerais e específicos do processo ensino/aprendizagem. Penso, ainda, que a
escola deve motivar as crianças com actividades empreendedoras capazes de lhes
proporcionar uma vida escolar plena. Como meta mais ambiciosa gostaríamos de provar, com
este estudo, que a elevação das expressões, a promoção da arte, no currículo do pré-escolar
é capaz de combater o insucesso e, até, abandono escolar, posteriormente.
Depois da elaboração de inquéritos destinados aos professores e encarregados de educação,
com o objectivo de sondar opiniões sobre a relevância das novas tecnologias e o jogo no
processo de ensino/aprendizagem. (..)
Fez-se um levantamento e inventariou-se actividades possíveis; propomos um conjunto
de estratégias capazes de desenvolver sessões com actividades motivadoras e aliciantes;
Investigamos alguns autores que se tenham debruçado sobre este tema, que tenham
trabalhado nesta área e recolhemos testemunhos significativos e representativos para a
demonstração da importância das novas tecnologias e o jogo no desenvolvimento no processo
de ensino/aprendizagem;
Revelamos alguns estudos feitos e resultados desses estudos sobre as competências e
objectivos que se podem desenvolver com a linguagem e comunicação;
Tentamos algumas “receitas” modelo no combate ao insucesso através de currículos
“alternativos” que envolvam o jogo e as novas tecnologias, com sustentação pedagógica e
cientifica de alguns teóricos;
Demonstramos, de forma sustentada, que, com o jogo e consegue sucesso escolar e
podemos fazer da escola um local de aprendizagem aprazível, capaz de preparar cidadãos
de futuro, à luz do que acontece em alguns países estrangeiros.
As crianças muito pequenas exibem uma relação tão fluida e construtiva com o mundo
das ideias, dos sentimentos e dos símbolos que podem bem ser descritas como estando a
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desabrochar para uma «idade de ouro da criatividade» (Gardner, 1962). No domínio
simbólico da linguagem fazem associações verbais reminiscentes da poesia; no domínio do
jogo evidenciam uma capacidade de «suspender a descrença» evocativa do teatro a sério; e,
no domínio do desenho, o seu trabalho tem pelo menos uma semelhança superficial com a arte
moderna de qualidade exposta nos museus. Porém, à medida que os anos de escolaridade
vão passando, «a incidência do discurso metafórico espontâneo parece declinar» (Winner,
1988, p. 103); o jogo dramático dá lugar a jogos governados por regras (Piaget, 1962); e
os desenhos expressivos da criança são substituídos por representações convencionais
aparentemente decepcionantes tanto para a criança que os desenha (Rosenthal & Gardner,
1977) como para o adulto que gostaria de as apreciar (Rosenthal & Winner, 1988). Para a
maior parte das crianças, os desenhos constrangidos e convencionalizados da infância média
são as suas últimas tentativas reais de representação gráfica (Gardner, 1982). As crianças
evidenciam uma facilidade de relacionamento tão fascinante com os símbolos gráficos que ela
foi, e é, tradicionalmente olhada como uma espécie de dom, um dom que parece, todavia,
bastante frágil. Para a maioria das crianças este dom já se perdeu quando chegam ao fim do
ensino básico.
A designação desta facilidade para o desenho como um «dom» provém das
comparações sérias entre a jogo das crianças pequenas e dos artistas profissionais que têm
sido feitas por estudiosos, investigadores e educadores.
«Um dia pintei como Rafael», exclamou Pablo Picasso, «mas levei uma vida inteira
para pintar como as crianças.» (citado em Gardner, 1980, p.8). À primeira vista, poder-se-ia
pensar que Picasso estava, de facto, a referir-se àqueles seus desenhos de adulto que dão a
ideia de terem sido criados por uma criança muito pequena. No entanto, é mais provável que
Picasso estivesse a referir-se à atitude que as crianças têm com os seus desenhos, uma atitude
que muitos artistas procuram recapturar. Esta atitude foi descrita como uma espécie de
coragem e liberdade de expressão; uma risonha falta de respeito pelos comentários dos
outros; uma linearidade de abordagem e uma «plasticidade de espírito»
Hoje, a escola propõe novos desafios à actividade educativa e à manutenção e
prolongamento de uma vocação precoce, devido à constatação de que as novas tecnologias e
o jogo, promovidos no jardim-de-infância, são um reflexo de respeito pela criança. Por que
razão haverá o professor de se preocupar por as crianças perderem o interesse pelas
expressões/jogos? Tradicionalmente, os professores valorizavam o jogo por ele proporcionar
uma libertação das emoções, um escape para a expressão do mais íntimo de nós mesmos. Os
professores, na perseguição de objectivos mais «intelectuais», podem tê-lo desvalorizado pela
mesma razão. Os últimos 30 anos trouxeram, porém, uma mudança ao modo como
investigadores e educadores encaram esta actividade, uma mudança operada no âmbito
daquela que ficou conhecida como a revolução cognitiva. Trata-se de uma revolução no modo
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como os estudiosos e os investigadores vêem o pensamento e as acções humanas. Uma
reconceptualização muito importante e de grande relevância determinada por esta grande
mudança na forma de pensar diz respeito à linha divisória tradicionalmente traçada entre a
emoção e o intelecto. Uma abordagem cognitiva exige uma reformulação desta linha e
consequentemente mudança de atitude perante as expressões/o jogo por parte dos
educadores e professores (Burton, Lederman & London, 1988; Smith, 1989). Numa perspectiva
cognitiva, a perda da capacidade para usar livremente as expressões e o jogo não é agora
tratada tão facilmente como a perda de um escape para a energia ou a emoção. Esta perda
deve, pelo contrário, ser reconsiderada como a perda da capacidade para construir a
compreensão ou o conhecimento – uma capacidade para participar, através da produção e
da percepção, no tráfego dos símbolos expressivos que representam e definem a
comunicação humana.
As actividades na sala de aula da criança reflectem os valores da escola. Se
meditarem nos vários tipos de conhecimento que a criança possui e vai adquirindo, talvez os
educadores possam afastar do horizonte a sua futura dissociação. Separando os materiais, o
educador pode alertar a criança para o facto de a diferença entre os vários domínios
simbólicos requerer ferramentas diferentes com vista a solução de problemas diferentes. E o
mais importante de tudo é que os diferentes domínios simbólicos são simultaneamente
separados e iguais em termos do respeito que merecem. Os educadores estão em posição de
dar o exemplo para o tipo de integração do conhecimento que esperam que as crianças
atinjam. Cada decisão educativa reflecte os valores de uma cultura e de uma época, Se, na
verdade, prezamos a comunicação que a investigação construiu como uma realização
cognitiva, podemos expressar esse valor na nossa educação na facilidade com que opomos e
extraímos significado aos símbolos da nossa cultura. O reconhecimento de que as crianças são
boas comunicadoras não significa que cheguem à escola já formadas e suficientemente
competentes nos domínios da comunicação. Pelo contrário, isso é reconhecimento de que as
crianças trazem consigo um «dom» que, em tamanho e forma, tem uma semelhança tangível
com a arte dos peritos na matéria. A nossa decisão de cultivar, e não de erradicar a
promessa de que o dom se mantém, pode antecipar lições que têm implicações a todos os
níveis.
Importa, por tudo isto, que os educadores desenvolvam e promovam a capacidade nas
crianças de aprender a ver, a olhar, a pensar e a dizer.
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Aprender a VER para aprender a PENSAR e a DIZER
A visão e o conhecimento
A visão é um órgão fundamental para a percepção. Da qualidade da visão dependem a
relação da pessoa com o espaço e o meio envolventes, assim como o processo cognitivo.
Segundo Merleau-Ponty, a visão é a faculdade perceptiva que mais nos aproxima da
experiência do conhecimento, no pleno sentido do conceito; a visão é a melhor analogia do
saber como apropriação sensível e espiritual das coisas.
Aquele autor, no seu ensaio “l’0eil et l'Esprit", utiliza uma metáfora para definir os mecanismos
do olhar e do conhecimento, ao dizer que "É necessário interpretar à letra o que a visão nos
ensina: que, através dela, nós tocamos o sol e as estrelas, estamos ao mesmo tempo em todo o
lado; tão perto das lonjuras como das coisas próximas."
Se soubermos ver, ou seja, se soubermos olhar não só com os olhos do corpo mas com os olhos
da inteligência e do espírito, estaremos mais aptos a identificar e a comparar as coisas, a
relacionar as imagens e a distinguir os fenómenos e os acontecimentos que se cruzam diante
dos nossos olhos.
Se soubermos ver, mais facilmente classificamos aqueles elementos, e mais ordenadamente os
arquivámos na memória. É através desta base de dados que seleccionamos e cruzamos as
informações, podemos reflectir e adquirimos os saberes, num constante processo de relação e
absorção.
Aprender a ver é despertar o olhar para distinguir e reter, ou seja, é aprender a pensar e a
reflectir e a descobrir a beleza das coisas e o gosto pelo saber. Ou seja, aprender a
comunicar.
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A civilização da imagem e do conhecimento
Na civilização da imagem, que é a actual, a visão e o conhecimento andam a par. As
linguagens visuais e a experiência directa são componentes estruturais dos percursos do
conhecimento e da comunicação dos saberes, nomeadamente da comunicação científica.
As ciências tornaram-se inseparáveis da sua mediatização e, nesta, são utilizadas tanto as
novas tecnologias, a internet os videogames, a fotografia, a holografia e o cinema, como as
artes gráficas e as tradicionais linguagens plásticas. A transmissão de fórmulas e de conceitos
tornou-se insuficiente para o conhecimento e este recorre à simbologia e à estética.
Recorde-se a importância que teve, na conceitualização da fórmula do DNA, a criação e a
execução manual de uma estrutura escultora que associava elementos metálicos e cartolinas
recortadas a qual daria origem à construção da espiral que passou a ser a imagem simbólica
da própria fórmula. E, ao prazer da descoberta, os cientistas associaram o espanto perante a
sua beleza.
Também os órgãos da comunicação social dão a conhecer as mais recentes e complexas
descobertas, nomeadamente no campo das neurociências, tal como vimos recentemente
através de deslumbrantes imagens coloridas das fotografias dos neurónios que permitem a
memorização e que foram publicadas na primeira página de um jornal diário.
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Aprender a ver, e ensinar a analisar as imagens reais e virtuais que nos transmitem toda a
espécie de informação, é hoje tão importante como ensinar a ler as palavras e os textos
escritos que permitem o acesso ao conhecimento.
Não saber interpretar as imagens e os sinais que circulam tornou-se muito perigoso, já que a
maior percentagem da informação em locais públicos, as instruções sobre o modo de accionar
dispositivos de segurança e de manobrar máquinas e aparelhos, se processam através de
sinais e de códigos de imagens.
A cultura da imagem, nomeadamente no que respeita a publicidade, cria códigos de
simbologia que regem a vida dos indivíduos e da sociedade, influenciando decisivamente os
comportamentos. Assim, a Educação das Crianças para os Media tem sido reconhecida como
uma necessidade premente para que as crianças e os jovens adquiram uma visão crítica sobre
o que lhes é apresentado.
Uma verdadeira educação visual que relaciona a percepção objectiva e a percepção
subjectiva, permite reconhecer os sinais, interpretar as linguagens e descodificar as
mensagens, principalmente aquelas que são transmitidas subliminarmente, já que as imagens
podem ser enganadoras.
Quem não aprende a ver, dificilmente saberá analisar as imagens: fica à margem do
entendimento das mensagens e pode ser facilmente manipulado ou induzido a
comportamentos desviantes.
Educar para a Comunicação Visual corresponde, assim, a um novo tipo de literacia essencial
para todos os cidadãos como condição de acesso ao conhecimento e aos saberes e como
processo de defesa da sua liberdade.
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Novos modos de ver, pensar e comunicar
A cultura da imagem não só veio alterar os processos tradicionais de comunicação e de
transmissão do saber, (através de conceitos, palavras, livros, Internet, telemóvel e computador)
como veio alterar, de modo estrutural, os sistemas de as pessoas apreenderem os
conhecimentos básicos e os conhecimentos específicos.
Repare-se como a projecção de textos, gráficos e imagens interativos se tornaram
indispensáveis como apoio visual a conferências, como podemos ver ao longo deste trabalho.
Neste processo e neste tipo de materiais tem uma importância fundamental a apresentação
visual, ou seja, o sentido estético de uma comunicação que pretende agradar visualmente
para melhor despertar a atenção, o interesse e o entendimento dos conteúdos que são
transmitidos oralmente.
Na sociedade cognitiva os saberes informais são transmitidos globalmente e através de muitas
linguagens, entrando pelos olhos e pelos ouvidos na rua, nos transportes, na televisão e nos
espectáculos. Porém, os sistemas de ensino formal, ao nível dos programas, escolas e das
pedagogias, ainda não evoluíram no sentido de as suas formas de comunicação
corresponderem a uma nova dinâmica perceptiva e a diferentes processos cognitivos, entre os
quais o da inteligência visual.
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Nestes termos, tais sistemas são muito incompletos pelo que a escolaridade e o ensino formal
se encontram isolados no contexto cultural, mantendo-se como o último bastião das formas
mais conservadoras de comunicação.
Utilizando uma metáfora, poderá dizer-se que a escola, os professores e os alunos funcionam
em sistemas de comunicação diferentes e que as suas linguagens correspondem a programas
informáticos distintos exigindo um suplementar esforço de interpretação a ambos, com enorme
prejuízo para as aprendizagens, conduzindo ao desinteresse e ao insucesso.
Aprender a mexer e a dizer
As linguagens visuais e o desenvolvimento das expressões não verbais, como as expressões
musical, teatral, gestual e plástica, no processo educativo e na acção pedagógica, não só
contemplam os vários tipos de inteligência dos alunos como permitem expressões próprias e
individualizadas. Por estes motivadas, elas contribuem para o sucesso das outras
aprendizagens e para o desenvolvimento da capacidade comunicativa.
As aprendizagens da leitura e da escrita estão intimamente relacionadas entre si e
completam-se na expressão verbal; do mesmo modo a educação do visualizado e a
aprendizagem da leitura das imagens faz-se, primordialmente, através da sua execução, ou
seja, através de actividades gráficas e plásticas que, na criação e representação das
imagens, reúnem a racionalidade, a imaginação criativa e a capacidade expressiva.
Aprende-se a ver ao aprender a fazer. A experiência conduz à interiorização do
conhecimento. Assim a actividade do desenho e das expressões plásticas permitem traduzir
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conceitos através de formas visíveis e simbólicas, e objectivar aquilo que foi percepcionado,
reflectido ou imaginado.
A capacidade de definir as ideias através da linguagem das imagens pode e deve ser
trabalhada segundo os níveis etários das crianças e dos jovens ao longo de toda a
escolaridade, para que a expressão linguística possa desenvolver-se e atingir a idade adulta.
A literacia visual e as actividades expressivas de cunho criativo e artístico são saberes
estruturantes integradores da personalidade, contribuindo directamente para que os alunos
melhor aprendam a ler, a escrever e a contar, no fundo a comunicar.
Porém, estas recorrências e interdependência ao nível das várias literacias só são reais e
frutificam quando os sistemas o reconhecem e prevêem, quando os currículos o permitem, e
quando existem agentes preparados para as promover.
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Ensinar a ver e a dizer
O papel dos agentes é determinante. Como ensinar a ver senão se souber ver? Como ensinar
a interpretar as imagens se se desconhecem os códigos e se a capacidade de as criar e
representar não foi desenvolvida? Como despertar os alunos para uma nova era da
comunicação se não receberam as aprendizagens? A capacidade para criar e produzir
imagens e sinais é um requisito muito importante para os professores da era da sociedade do
conhecimento, do marketing e da comunicação visual, já que eles devem ser, antes de mais,
bons comunicadores.
A capacidade para inventar ou utilizar as imagens é fundamental não só para a elaboração
de MATERIAIS PEDAGÓGICOS, como para a boa utilização daqueles que já existem e que,
muitas vezes, permanecem inoperantes.
As competências perceptivas, criativas e expressivas do ser humano (dos professores e dos
alunos) não nascem de geração espontânea. Têm de ser desenvolvidas progressivamente ao
longo de toda a escolaridade e, particularmente, nos processos de formação profissional,
como é o caso dos docentes.
Assim, se a educação visual, a educação estética e o conhecimento prático das novas
tecnologias e das linguagens gráficas e artísticas são saberes estruturantes, fundamentais
para o desenvolvimento perceptivo, cognitivo e expressivo dos alunos, mais o serão na
formação daqueles que, além de gerirem os currículos, têm a missão de ensinar a ver, a
pensar e a comunicar.
O Conhecimento das várias linguagens permite uma comunicação actualizada a cada
circunstância. É a linguagem multimédia que irá dar forma ao conhecimento ou à mensagem
que se quer transmitir, nomeadamente numa aula, num trabalho profissional ou num contexto
multicultural
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O desafio que é lançado aos sistemas, às escolas, - e de modo particular aos professores -,
reside em saber se estão conscientes da importância e da urgência da LITERACIA VISUAL ao
nível dos professores e dos alunos, e que estratégias se pensam desenvolver, nomeadamente
nos currículos e no estilo de formação ministrada, para corresponder a uma maior exigência.
Porquê da comunicação tecnológica no ensino pré-escolar?
O contacto com as diversas modalidades da comunicação, ou seja, a educação das
sensibilidades para a compreensão e fruição de diferentes valores, é de grande importância
desde a infância. Através das novas tecnologias, compartilhamos a história universal, a cultura
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produzida pela humanidade através dos tempos. Pretende-se desenvolver a criatividade das
crianças através da observação e releitura do mundo que nos rodeia; estimular a
sensibilização estética no ensino pré-escolar; trabalhar diferentes técnicas de comunicação, os
jogos e todo um mundo digital com o intuito de desenvolver e motivar para o conhecimento.
“ Acreditamos que o envolvimento da criança com as novas tecnologias, por meio das
imagens e jogos, não é tão-somente um recurso para perceber o modo como as pessoas
interagem e as épocas são retratadas, ou para tomar conhecimento das várias manifestações
de comunicação, é também examinar a comunicação com o uso das novas tecnologias como
uma oportunidade para que a criança possa desenvolver as suas habilidades criativas a
partir de estímulos visuais e de sua criação”
Acreditamos que, mais que moldar a razão, a escola tem um papel mais profundo,
envolvendo olhares e sensibilidades de cada indivíduo, trabalhando todas as dimensões
humanas sem hierarquizá-las, os modos de comunicação são de grande importância e devem
estar presentes desde a educação pré-escolar, devem oferecer condições para que a criança
desenvolva o seu olhar, de modo a que ela possa apropriar-se desde cedo da produção
comunicativa na qual está inserida, dando-lhe oportunidade para analisar criticamente a
realidade que a cerca, esse é um dos papéis da educação, formar indivíduos participantes da
sociedade e conscientes no seu exercício de cidadania. A educação com os jogos permite
revelar a dimensão humana e desenvolver a capacidade de brincar com a realidade. Como
atribuímos permanente significado às coisas, o jogo é uma diversificada dimensão da
linguagem humana, expressão do sujeito criativo, capaz de ressegurar a sua existência,
repensa a sua realidade, é capaz de mudar o mundo. Pela Jogo é possível estimular o
diálogo, a reflexão, a consciência e identidade colectiva, pois o Jogo colabora com a
educação empenhada em promover pessoas emancipadas. Com as novas tecnologias a
motivação aumenta consideravelmente.
5. DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES
Ø Reconhecimento da escola como um sistema social dinâmico e vivo.
Ø Reconhecimento da singularidade de cada criança na sua génese e percurso de vida.
Ø Promoção do equilíbrio afectivo e emocional da criança ao longo de todo o processo
de socialização e consequente construção harmoniosa da sua personalidade.
Ø Promoções de estilo de vida saudáveis pela comunidade educativa.
Ø Promoção de uma educação centrada no Saber, Saber-Ser, Saber-Estar e no Saber-
Fazer, alicerçados em aspectos basilares como: motivação, responsabilização,
participação, criatividade e disciplina.
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Ø Reconhecimento da Educação multi-cultural como factor de aprendizagem e partilha
de saberes.
Ø Valorização do património cultural, arquitectónico e ambiental local, como factor de
motivação
6. OBJECTIVOS GERAIS
• Promover um Ensino com Saberes resultantes de práticas assentes em exigência,
criatividade, inovação, tolerância, autonomia e espírito crítico.
• Incluir, valorizar e partilhar todos os saberes e culturas como factor de sucesso
e convívio equilibrado de todas as crianças.
• Valorizar e promover saberes de Expressão e Educação Artística, Motora e
Musical em regime de mono docência coadjuvada.
• Desenvolver a Expressão e a Comunicação através de linguagens múltiplas,
como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de
compreensão do mundo.
• Desenvolver nas crianças atitudes de auto estima, solidariedade,
democraticidade e respeito pelos outros.
• Promover hábitos de respeito pelo ambiente e pelo património.
• Nas Valências da Terceira Idade, a definição do Plano Anual de Actividades
deverá ter em conta também a Arte como motivação lúdica e cultural, para
enriquecimento daqueles que perspectivam preencher a vida de forma artística
• Planificar e organizar actividades de animação sócio-cutural, recreativa e
ocupacional, em diversas áreas de actividade, que contribuam para
manutenção de uma qualidade de vida digna e saudável dos utentes da
Instituição, bem como para o exercício das suas capacidades físicas e psíquicas
• Desenvolver actividades sócio-educativas adequadas aos interesses e
necessidades dos idosos;
• Possibilitar aos idosos a realização de tarefas e acções pelas quais revelem
particular interesse e/ ou motivação, fomentando assim a sua integração social
e grupal;
• Desenvolver acções/ tarefas que contribuam para uma vivência sadia do
processo de velhice;
• Realizar encontros e festas com as valências da infância, possibilitando a troca
de experiências, e permitindo o convívio intergeracional;
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• Apelar à co-responsabilização dos familiares e amigos dos idosos, implicando-
os nas diversas actividades desenvolvidas, nomeadamente, festas,
comemorações, etc.
7. ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO:
§ Investigação/Aprendizagem/Intervenção, valorizando, no currículo os saberes
§ Inerentes ao conhecimento do património cultural, arquitectónico e ambiental.
§ Desenvolvimento de actividades educativas, visitas de estudo e projectos de turma, para além da sala de aula, que potenciem a aquisição de conhecimentos e competências.
§ Realizar encontros e festas com as valências da infância, possibilitando a troca de
experiências, e permitindo o convívio intergeracional;
§ Visitas de estudo, ao longo do ano, a museus, galerias sempre que se proporcionar
§ Realização de um vídeo “As Mãos não servem para bater”
§ Visitar os estúdios de uma Rádio, gravação de uma entrevista
§ Convidar um jornalista para falar da profissão
§ Elaborar um Jornal de parede com as actividades mensais
§ Realização de um “Telejornal” na festa de fim de ano, baseado em factos da
actualidade
§ Dinamização da semana da informática
§ Palestra “internet Segura” para encarregados de educação
§ Visita aos estúdios de televisão da Fama TV
§ Elaboração de uma história sobre os meios de comunicação
§ Realização de um teatro de fantoches
§ Elaborar um questionário para os pais com o objectivo de perceber a importância dos
meios de comunicação (os que utilizam mais e se selecionam os programas para os
filhos verem, quer na TV, quer na internet
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§ Contar histórias interativas
§ Explorar jogos educativos interativos: associação, memorização, encaixe, primeiras
palavras, sons, alimentação, cores, corpo humano, puzzles, animais;
§ Realizar jogos de mímica;
§ Construir uma TV para contar histórias,
§ Construir telefones com materiais recicláveis;
§ Realizar sessões de movimento através de sons;
§ Explorar imagens de vários meios de comunicação;
§ Realizar vídeos das actividades desenvolvidas para publicar no facebook;
§ Explorar na internet temas a desenvolver na sala de aulas;
§ Convidar os familiares a desenvolver uma actividade na sala sobre o projeto;
§ Comemorar o dia das telecomunicações;
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D. ASSEGURAR FORMAÇÃO E INSTRUMENTOS DE APOIO § Facultar instrumentos, conteúdos e metodologias orientadores de formação de professores
e mediadores de leitura; § Disponibilizar orientação e apoio a práticas promotoras de leitura na escola, na
biblioteca escolar, na família e noutros contextos culturais e infotmáticos; § Mobilizar instituições de formação para ampliar a oferta na área da leitura; § Coordenar e divulgar acções de formação para mediadores de leitura, organizadas por
diferentes instituições. Requisitos principais dos mediadores: - Compartilhar e transmitir o prazer no uso das novas tecnologias - Possuir capacidade para promover a participação à leitura; - Possuir imaginação e criatividade; - Ter um compromisso com a comunicação exige um trabalho colectivo e colaborativo; - Aprender a conversar acerca dos textos; - Aprender a ouvir e saber ouvir os outros; - Respeitar os pontos de vista diversos; - Procurar consensos;
- Mediar diferenças.
E. INVENTARIAR E OPTIMIZAR RECURSOS E COMPETÊNCIAS: § Inventariar, descrever e divulgar programas, iniciativas e experiências que têm
contribuído para criar uma identidade; § Proporcionar a divulgação e participação de eventos artísticos e outros recursos de
informação; § Recorrer às novas tecnologias de comunicação para promover o acesso aos novos meios
de comunicação estimular a diversificação das actividades e a informação sobre os meios usados;
§ Participar nas actividades promovidas pela Câmara Municipal: feira do livro; dia mundial da criança, feira romana, o Mês do Laço Azul;
§ Assistir a peças de teatro, utilizando as novas tecnologias
§ Apresentar pequenas representações teatrais à comunidade educativa.
§ Realizar encontros e festas com as valências da infância, possibilitando a troca de
experiências, e permitindo o convívio intergeracional;
§ Apelar à co-responsabilização dos familiares e amigos dos idosos, implicando-os nas
diversas actividades desenvolvidas, nomeadamente, festas, comemorações, etc.
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8. INSTRUMENTOS DE APOIO AO PROJECTO EDUCATIVO
O Projecto Educativo concretizar-se-á através dos seguintes instrumentos:
§ Regulamento Interno
O Regulamento Interno define o regime de funcionamento das valências. Tem como princípios
orientadores consciencializar todos os intervenientes no processo educativo, para o
desenvolvimento correcto e equilibrado dos utentes, promovendo e assegurando a dignidade
de todos, bem como estabelecer as normas de funcionamento dos Órgãos, Estruturas, Serviços
e Espaços e, também, proporcionar uma vivência harmoniosa entre todos os elementos.
§ Projecto curricular de turma
O Projecto Curricular é um instrumento de gestão pedagógica, no qual deve ser visível a
reflexão e análise dos processos de ensinar e de aprender. É entendido como a forma
particular como, em cada contexto, se organiza e constrói um currículo de acordo com as
orientações curriculares. O projecto curricular é elaborado de acordo com o perfil do grupo e
é iniciativa do educador da sala.
§ Plano Anual de Actividades
O Plano Anual de Actividades é o documento de planeamento elaborado e aprovado pelos
órgãos de administração e gestão da Instituição que define as actividades a desenvolver ao
longo do ano lectivo, a sua organização e recursos, por forma a concretizar os princípios
constantes do Projecto Educativo.
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Avaliação
A avaliação do Projecto Educativo será feita no final de cada ano lectivo através de reuniões
com a equipa educativa, estas debruçar-se-ão sobre o cumprimento dos objectivos e a
realização de actividades previstas.
Ao longo do ano será feita uma avaliação informal ao projecto de forma a procurar
eventuais lacunas ou falhas ou para adaptar ou reformular o mesmo projecto ou qualquer
actividade relacionada.
Será recolhida informação com vista a avaliar este projecto, através de relatórios sobre o
desenvolvimento das acções, registo e tratamento de informação (por exemplo: registo dos
trabalhos das actividades; fotografias das actividades e através da observação directa das
actividades desenvolvidas, avaliando o interesse e motivação)
No final das actividades do projecto, todos os momentos serão apresentados publicamente em
exposições de trabalhos e fotografias à Comunidade Educativa.
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CONCLUSÃO
A Escola e Instituições de vertente Educativa e Social (I.P.S.S.) devem estabelecer como
objectivo essencial o desenvolvimento das inteligentes múltiplas. A inteligência é como uma
habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais
ambientes culturais. Falamos assim de inteligências múltiplas: Inteligência linguística
(Sensibilidade para os sons, ritmos e significados de palavras, etc.). Em crianças esta
habilidade manifesta-se para contar histórias originais ou para relatar, com precisão,
experiências vividas; inteligência musical: esta inteligência manifesta-se através de uma
habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical especial. Para o
desenvolvimento de todas estas habilidades é importante socorrermo-nos de novos
instrumentos de trabalho que permitem o acesso à noção de comunicação como base para o
desenvolvimento das inteligências múltiplas.
Qualquer criança pode desenvolver inteligências desde que sejam valorizadas pelo ambiente.
Assim, cabe às educadoras proporcionar esse ambiente que permitirá às crianças desenvolver
as suas respectivas inteligências. O aparecimento da competência simbólica é visto em bebés
quando eles começam a perceber o mundo ao seu redor, nesta fase apresentam capacidade
de processar diferentes informações. À medida que as crianças progridem na sua
compreensão dos sistemas simbólicas e, nesta fase, os vários aspectos da linguagem têm
impacto consideráveis sobre o desenvolvimento da criança, demonstram ter maior eficácia no
desempenho de actividades valorizadas pelo grupo. A escola deve proporcionar à criança um
desenvolvimento que favoreça o seu potencial individual, favorecendo, assim, o conhecimento
de diversas disciplinas básicas, que prepare os alunos para a vida quotidiana e este não se
limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Propõe-se com educação utilizando novas
tecnologias, os jogos favorecer o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a
partir da avaliação regular do potencial de cada um: uns com aptidão para a música, outros
para a expressão plástica, para a dança, para o desporto, para a comunicação, utilizando
sempre as novas tecnologias,etc. Uma educação centrada na criança com currículos específicos
para cada área do saber, um ambiente mais amplo e variado que não depende só do
desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica.
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BIBLIOGRAFIA
DIAGNÓSTICO SOCIAL, CONCELHO DE VIZELA, (2004), Conselho Local de Acção Social de
Vizela, Câmara Municipal de Vizela, Vizela.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, (1997) Orientações Curriculares.
PALO, M. J., & Oliveira, M. R., Literatura Infantil: Voz da Criança, Editora Ática.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE VIZELA 2007-2009 (2007), Conselho Local de
Acção Social de Vizela, Câmara Municipal de Vizela, Vizela.
GARDNER, HOWARD (1985) “A Teoria das Inteligências Múltiplas”
ROSENTHAL E WINNER (1988) “Percepção de alunos sobre a perspectiva do professor”
MERLEAU-PONTY (1942) “A estrutura do comportamento”