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Implementado pela: dvv International Projecto financiado pela: Uniao Europeia Estudo de Caso do Projecto FELITAMO Angola - Moçambique 2010 | 2012 Promovendo a Alfabetização Feminina em Angola e Moçambique O presente Estudo de Caso foi elaborado com ajuda finaceira da União Europeia. Os conteúdos nele expressos são da responsabilidade exclusiva da dvv international e seus parceiros. De forma alguma poderá ser considerado como uma reprodução da posição da União Europeia. Foto: Hélder Samo Gudo

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Implementado pela:dvv International

Projecto financiado pela: Uniao Europeia

Estudo de Caso do Projecto FELITAMOAngola - Moçambique 2010 | 2012

Promovendo a Alfabetização Feminina em Angola e Moçambique

O presente Estudo de Caso foi elaborado com ajuda finaceira da União Europeia. Os conteúdos nele expressos são da responsabilidade exclusiva da dvv international e seus parceiros. De forma alguma poderá ser considerado como uma reprodução da posição da União Europeia.

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Parceiros:

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Estudo de Caso em Angola e Moçambique | 2010 - 2012

Ficha Técnica

Publicado pela dvv international MoçambiqueAv. Kwame Nkrumah, Nº 1494, 2º Andar Maputo, Moçambique

Tel: +258 21 90 11 67Cel: +258 82 00 49 334www.dvv-international.co.za

Coordenador Regional do Projecto FELITAMODavid Harrington

Coordenadora do Projecto FELITAMO em MoçambiqueIdite Joaquim

Coordenadora do Projecto FELITAMO em AngolaArlete Chicomo

Oficial de ComunicaçãoHélder Samo Gudo

Financiamento: União Europeia

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Sobre o Projecto FELITAMO

Objectivos do Projecto FELITAMO

• Contribuir para a alfabetização e capacitação de mulheres com o aumento das capacidades dos intervenientes não estatais africanos na promoção de modelos de alfabetização de mulheres ao nível nacional, regional e internacional. • Fortalecer a capacidade de intervenientes não governamentais de desenvolver e aplicar práti-cas inovadoras de alfabetização que apoiam a participação das mulheres. • Engajar os intervenientes não governamentais Angolanos e Moçambicanos no desenvol-vimento de políticas em torno da qualidade dos programas de Alfabetização e Educação de Adultos (AEA).

• Alfabetizadores e intervenientes na governação escolar (480 pessoas)

• Intervenientes, decisores e arquitectos de políticas em AEA em Angola e Moçambique (600 pessoas)

Grupo(s) alvo

• Provedores de AEA não-governamentais e organizações de mulheres que concebem e implementam programas de alfabetização (300pessoas)

• Mulheres rurais analfabetas e semi--letradas no Kwanza Sul (Angola) e Cabo Delgado e Nampula (Moçambique) (4800)

• Aumento na capacidade dos educadores de liderar e aplicar abordagens inovadoras de AEA centradas na mulher

• Alfabetização de 4800 mulheres analfabetas e semi-letradas

• Melhoria na disseminação regional e nacional das boas práticas em AEA

• Ambientes de alfabetização enriquecida com materiais adaptados para necessidades de mulheres

• Aumento na capacidade e papel dos inter-venientes não governamentais nos lobbies sobre a qualidade dos programas de AEA

• Criadas e aumentadas parcerias entre organizações que trabalham em AEA e direitos das mulheres ao nível nacional e sub-regional

Resultados Esperados

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Índice

I. Introdução ....................................................................................................................................................... 07II. Objectivo do Estudo ...................................................................................................................................... 08III. Metodologia .................................................................................................................................................... 08IV. Breve Caracterização das Áreas Abrangidas pelo Estudo de Caso .......................................................... 09IV.I. Província de Kwanza Sul ................................................................................................................................ 09IV.II. Província de Nampula .................................................................................................................................... 11IV.III. Província de Cabo Delgado ........................................................................................................................... 12V. Resultados alcançados pelo Projecto FELITAMO ...................................................................................... 14V.I. O Projecto FELITAMO pertence a comunidade ........................................................................................ 14VI. Mulheres que participaram no Projecto melhoram as suas vidas e a das suas famílias .............................. 20VII. Uso de metodologias inovadoras e atractivas para as comunidades ........................................................ 25VIII. A Réplica das metodologias pelas organizações parceiras em Angola .................................................... 28IX. Conclusão ........................................................................................................................................................ 30

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Abreviaturas

AEA Alfabetização e Educação de AdultosAAEA Associação Angolana de Educação de AdultosACCDANA Associação Cristã combate a Droga Álcool Nicotina de AngolaCHOFA Cooperativa Horto Frutícola do AmboímDPE Direcção Provincial de EducaçãoEJA Educação de Jovens e AdultosGLIF Grupo de Liderança FemininaAPLICA Alfabetização Participativa Libertadora Instrumentada por Comunidades ActuantesFEMNET Rede das Mulheres Africanas para o Desenvolvimento e ComunicaçãoFELITAMO Alfabetização Feminina em Angola e MoçambiqueHIV Vírus de Imunodeficiência HumanaIFEA Instituto de Formação de Educadores de AdultosMEPT Movimento de Educação Para TodosPAAE Programa de Alfabetização e Aceleração EscolarSDEJT Serviços Distritais de Educação Juventude e TecnologiaSIDA Sindroma de Imunodeficiência Adquirida UE União EuropeiaUCF União Cristã Feminina

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I. Introdução

FELITAMO (Alfabetização Feminina em Angola e Moçambique) é um Projecto de três anos (2010-2012) com o objectivo de contribuir para alfabetização e empoderamento das mulheres através do fortalecimento das capacidades dos Actores Não Estatais na promoção de modelos de Alfabetização feminina aos níveis nacional, regional e internacional. O Projecto tem quatro principais parceiros: (i) MEPT – Movimento de Educação Para Todos (Moçambique); (ii) Associação Progresso (Moçambique); (iii) AAEA – Associação Angolana para Educação de Adultos (Angola), e (iv) FEMNET – Rede de Comunicação e Desenvolvimento da Mulher Africana (Quénia).

O Projecto foi implementado em duas Províncias de Moçambique e numa Província Angolana, com parceiros e metodologias diferentes em cada um dos casos. O Projecto tomou em consideração os contextos geográficos, culturais e sociais de cada parceiro fundamentadas no princípio de que existem algumas práticas que tendem a trazer resultados positivos independentemente do contexto. Isto inclui a forte aplicação do sentido de propriedade a todos níveis, a partir dos parceiros implementadores até ao nível individual na comunidade, numa abordagem participativa na qual os educandos são consultados e tomam decisões sobre os conteúdos e a implementação dos Programas. Quando estas práticas são seguidas, elas tendem a ser acompanhadas com resultados positivos. Inversamente, quando estas práticas não estão em evidência, muitas vezes ficam aquém das nossas expectativas. Além disso, o Projecto buscou a integração do género a todos níveis como um meio para redireccionar o estatuto desigual entre homens e mulheres nas sociedades angolana e moçambicana.

Enfrentar as desigualdades de género nas comunidades rurais requer uma análise da prevalência de atitudes e factores culturais existentes. Os papéis tradicionais de ideais enraizados de homens e mulheres não podem mudar numa só noite, todavia, trabalhando em estreita colaboração com as comunidades podemos empoderar as mulheres de modo que elas próprias possam jogar um papel importantíssimo neste processo. É também, essencial o envolvimento de homens para compreenderem os benefícios que a educação traz na vida individual, familiar e comunitária. O contacto que tive com as comunidades me permitiu perceber, que estas mudanças positivas são possiveis.

As histórias aqui apresentadas mostram como o Projecto através da Educação contribuiu para o estabelecimento de mudanças positivas na vida das comunidades. A partir de casos de mulheres que pela primeira vez tiveram a coragem de apresentar as suas preocupações junto dos líderes locais ou maridos que aprenderam a resolver disputas domésticas amigavelmente a partir da discussão de problemas, neste Projecto vi em primeira mão o impacto da educação de adultos na vida quotidiana dos participantes. Em nome da dvv international e de todos parceiros do Projecto FELITAMO, estou muito feliz em partilhar estes estudos de caso, na esperança de que servirá de fonte de ideias e inspiração, e que contribuirá para sensibilizar mais pessoas sobre o valor da educação da mulher.

David HarringtonCoordenador Regional do Projecto FELITAMO

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III. Metodologia

II. Objectivo do Estudo

No decurso da implementação do Projecto FELITAMO, a dvv international e os seus parceiros recomendaram uma consultoria com o objectivo de documentar, em forma de estudo de caso, as boas práticas que têm êxito nos programas de educação de adultos que visam a participação das mulheres. As boas práticas aqui documentadas servirão de materias de reflexão para os provedores da Educação de Adultos.O estudo de caso para além de documentar as boas práticas em volta do Projecto FELITAMO irá servir como instrumento de partilha de informação e troca de experiência entre as diversas organizações que actuam na Alfabetização e Educação de Adultos com particular interesse na alfabetização da Mulher.

A metodologia usada procurou combinar uma participação alargada de todos os intervenientes: oficias do Projecto abrangidos nos dois países, membros de fóruns comunitários, supervisores, alfabetizadores e alfabetizadoras, alfabetizandos e alfabetizandas. De forma com-plementar, as autoridades administrativas do sector da Educação nos locais de estudo colaboraram com informações relevantes sobre o envolvimento das mulheres nos programas de AEA. Em termos gerais podemos destacar duas etapas na pesquisa. A primeira etapa correspondeu ao trabalho documental, e a segunda etapa se reflectiu no terreno para a realização de entrevistas de histórias de vida que reflectem o sucesso na alfabetização dentro do Projecto FELITAMO.

As entrevistas que sustentam o estudo de caso privilegiaram consultas as turmas de alfabetização, onde as histórias de vida dos benefi-ciários nos permitiram perceber o impacto positivo na sua vida social. Para sustentar as referidas histórias de vida, por consentimento dos entrevistados, foram tiradas fotografias para a visualização de alguns aspectos da pesquisa.

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IV.I. Província de Kwanza Sul

IV. Breve Caracterização das Áreas Abrangidas pelo Estudo de Caso

Província do Centro-Oeste de Angola cuja capital é a Cidade de Sumbe. Por vezes, encontra-se sob a forma ortográfica Cuanza Sul. A província de Kwanza Sul tem uma superfície de 55.660km2 e uma população estimada em 681.000 habitantes (2004).

A Província de Kwanza Sul, uma região montanhosa (especial-mente a sudeste), é bem irrigada sobretudo pela passagem dos rios Kwanza, Longa, Cuvo ou Queve e Cubal, o que permite que não só os solos sejam férteis para a agricultura, como também se de-senvolva uma actividade pesqueira na região. Quanto à produção agrícola, com importância na economia nacional, ela assenta no cultivo de café, milho, feijão, banana, algodão, óleo de palma, sisal, abacaxi, girassol e citrino. No sector pecuário, explora-se princi-palmente gado bovino, caprino, suíno e aves.

O Projecto FELITAMO esta sendo implementado pela Associa-ção Angolana para Educação de Adultos (AAEA). As organizações associadas do Projecto em Angola são: a União Cristã Feminina (UCF), a Cooperativa Horto Frutícola do Amboím (CHOFA) e o Grupo de liderança Feminina (GLIF).

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Província de Kwanza Sul

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Localidade de Cadá

Localidade de Katofe

Boa Entrada (Ex-Cadá), localiza-se a 7 quilómetros da Cidade da Gabela, sede Administrativa do Município do Amboim, possui 1.250 habitantes. Para além do português (língua oficial), as línguas faladas localmente são o Kimbundo, Umbundo, Ngoya e Ovum-buim. A principal actividade económica dos habitantes é a agricultura. Boa Entrada, no Município do Amboim conta com apenas 6 escolas definitivas e outras de carácter provisório. O ensino vai da iniciação à 12ª classe.

O Bairro Piloto, sector Administrativo de Katofe, há 15 quilómetros do Município da Kibala, alberga 780 habitantes de origens étnicas diversas. Falam para além do Português, como língua oficial, as seguintes línguas maternas: o Kimbundo, Umbundo, Ngoya e Ovum-buim. As actividades económicas dos habitantes são principalmente a agricultura.

O sector Administrativo de Katofe enfrenta dificuldades no tocante às infra-estruturas escolares, contando com apenas duas escolas definitivas. O Bairro Piloto na Kibala conta com apenas 3 salas de aulas, constituídas nos Njangos (é um espaço que normalmente é construido na aldeia a base de material local; neste espaço os mais velhos sentam para discutir assuntos da comunidade ou familiar; o termo ficou mais alargado e hoje de uma forma figurada muitos retratam o Njango como um espaço em que as pessoas estão sentadas a refletirem sobre diversos assuntos) e capelas, onde o ensino vai da iniciação à 4ª classe.

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Nacarôa: Breve Caracterização

Província de Nampula

A Província de Nampula está localizada na região costeira do Norte de Mo-çambique e conta com cerca de 4.084.656 habitantes (Censo de 2007) onde 71.4% reside nas zonas rurais e 28.6% reside nas zonas urbanas.

Cerca de 62.3% da população com idade igual ou superior a 15 anos é anal-fabeta. Nas zonas rurais as taxas de analfabetismo nas mulheres atingem os 86.1% enquanto nas zonas urbanas situam-se nos 55.8%.

Em Nampula o Projecto FELITAMO esta sendo implementado pelo Movi-mento de Educação Para Todos (MEPT) através do Instituto de Formação de Educadores de Adultos de Mutauanha (IFEA) nos Distritos de Nacarôa e da Ilha de Moçambique.

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IV.II. Província de Nampula

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Ilha de Moçambique

Província de Cabo Delgado

IV.III. Província de Cabo Delgado

A Província de Cabo Delgado está localizada na região costeira do Norte de Moçambique. Tem cerca de 1.634.162 habitantes onde cerca de 20.8% da po-pulação reside as zonas urbanas e 79.2% nas zonas rurais.

Cerca de 66.6% da população com idade igual ou superior a 15 anos é analfa-beta. Nas zonas rurais as taxas de analfabetismo nas mulheres atingem 87.3% e 56.5% nas zonas urbanas.

O Projecto FELITAMO nesta província está sendo implementado pela Asso-ciação Progresso nos Distritos de Mueda, Muidumbe e Nangade.

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Mueda: Breve CaracterizaçãoV. Resultados Alcançados pelo Projecto FELITAMO

V.I. O Projecto FELITAMO Pertence à Comunidade

Com a implementação do Projecto FELITAMO foram criados 12 Fóruns Comunitários, sendo 5 em Kwanza Sul, 4 em Nampula e 3 em Cabo Delgado.

O Fórum Comunitário, visa auxiliar na gestão e sustentabilidade de todas actividades inerentes a alfabetização. Este órgão ajuda na inscrição de aprendizes, assegura a motivação e assiduidade, monitora as actividades das aulas, auxilia na resolução de questões que afectam a turma, comprova o uso devido dos materiais da turma e ajuda na implementação dos planos de acção das turmas ou círculos de alfabetização.

O mesmo realiza dois encontros por mês com o intuito de discutir e encontrar soluções dos problemas sociais, políti-cos e económicos na comunidade que são gerados, em parte, pela falta da escolarização acentuada, sobretudo, na mulher. Por outro lado, os membros dos Fóruns Comunitários par-ticipam na gestão e monitoria dos centros de alfabetização.

•Líderes Comunitários ou Sobas• Direcção da escola local• Professores• Representantes dos alfabetizandos e alfabe-tizadores• Líderes desportivos e associações juvenis• Líderes Religiosos

Composição do Fórum Comunitário:

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Estamos muito felizes com as acções do Projecto FELITAMO pois, desde que iniciou em 2010 tem sido bem acolhido pela nossa comunidade.

A participação da comunidade no projecto é notável na medida em que esta participa não só nas aulas, mas procura também cons-truir alpendres (salas de aulas com uso de material local).

Construímos alpendres para não assistirmos as aulas ao ar livre. Todos nós estamos envolvidos no processo de construção de alpen-dres, as senhoras por exemplo ajudam na busca de capim para a cobertura enquanto que os homens fazem o corte de pau a pique que é usado para erguer a estrutura do alpendre.

Nas nossas actividades, também esta envolvida a direcção da escola de forma a garantir a continuidade do projecto uma vez que este caminha para o seu termino. Por isso agradecemos o Projecto FELITAMO que de forma benéfica, nos ajuda a concretizar as acções da escola e do Fórum Comunitário.

Fórum Comunitário de Saua-SauaProvíncia de Nampula (Moçambique)

“Construímos alpendres para não assistirmos as aulas ao ar livre”

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Carlos Cahela – Soba do Bairro Piloto (Kwanza Sul - Angola)

Muito atento sobre o que se passa na sua aldeia, é um ancião de 84 anos considerou o Projecto FELI-TAMO uma iniciativa que trouxe mudanças na comunidade.

Construção de latrinas nas comunidades

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“Estou muito satisfeito porque com o início da alfabetização muita coisa mudou no bairro. As pessoas que participam na alfabetização trouxeram ideias de construção de latrinas e eu como soba reforcei. Hoje muitas doenças diminuíram”, reconheceu, tendo concluído que “no meu bairro todos têm a obrigação de participar para aprender mais coisas e ajudarem a resolver os problemas”.

Os Bairros Piloto, em Katofe (Kibala) e Boa Entrada (Amboim) assim como outros, antes da implementação do Projecto FELITAMO, viviam dificuldades de ordem social e estrutural. O saneamento básico do meio não se fazia sentir, porque não existiam latrinas e cacim-bas melhoradas para obtenção de água potável.

Com a implantação dos círculos ou centros de alfabetização nos referidos bairros, graças aos calendários de saúde discutidos nas reuni-ões (aulas), os participantes começaram a despertar sobre a necessidade de se cuidarem contra as doenças, principalmente, as resultantes da falta de higiene e de água potável.

Os depoimentos anteriores elucidam o trabalho levado a cabo pelos Fóruns Comunitários no âmbito do Projecto FELITAMO.

Através da criação dos Fóruns Comunitários, há evidências claras de que a comunidade apropriou-se do Projecto.

Esta realidade, de cometimento com os objectivos até então alcançados, pode significar a continuidade das actividades exercidas no Projecto de forma sustentável a médio e a longo prazo.

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VI. Mulheres que participam no Projecto melhoram as suas vidas e a das suas famílias.

O Projecto FELITAMO, pela sua natureza e filosofia a mulher é colocada no centro dos objectivos traçados. O pressuposto subenten-dido do Projecto FELITAMO é de que o retorno sobre o investimento na alfabetização feminina é maior se a provisão de alfabetiza-ção for organizada de uma forma mais participativa, e que garante habilidades e competências cognitivas nas questões de sustento dos seus participantes que surtirá efeitos sociais, económicos e pessoais para os participantes e as suas famílias.

Zainabo Muquissirima, de 52 anos de idade, camponesa e mãe de uma filha, actualmente a frequentar o 3º nível de alfabe-tização no centro de alfabetização de Tocolo, Distrito da Ilha de Moçambique (Província de Nampula). Conta que na sua infância não teve a oportunidade de aprender a ler e a escrever, por causa de problemas sociais de vária ordem como, por exemplo, a perda prematura dos seus progenitores que condicionou a se dedicar ao trabalho campesino em detrimento da formação escolar. Com a implementação do Projecto FELIAMO a senhora Zainabo Muquissirima teve a oportunidade de entrar na escola, o que trouxe para ela bons benefícios.

Zainabo Muquissirima, é bom exemplo de uma mulher que soube superar os obstáculos da idade e conse-guiu, por meio do Projecto FELITAMO, emancipar a si e a sua família. Igual a ela, existem outras que com empenho e dedicação souberam mudar, positivamente, as suas vidas como resultado da alfabetização.

“Na minha infância não tive a oportunidade de frequentar a escola. Graças a implementação do Projecto FELITAMO aqui na comunidade de Tocolo, aprendi a ler e a escrever com ajuda da minha filha que é alfabetizadora do centro. Hoje, já sei identificar os números e escrever o meu nome completo. Quando vou ao Hospital consigo ler o número da senha de atendimento e ajudo algumas pessoas que não conseguem ler e escrever. A alfabetização mudou a minha vida, por isso pretendo continuar a estudar para que um dia eu possa ajudar as pessoas mais próximas da minha comunidade. O meu sonho é criar, juntamente com as outras colegas, uma associação para exercermos corte e costura para que as actividades sejam uma forma de convidar as outras mulheres a participarem no projecto”.

“A alfabetização mudou a minha vida”

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Natália Carolina – Participante do Círculo (Kwanza Sul - Angola)

Tenho 34 anos de idade. Na aldeia não havia sequer uma escola. Em 2010 apareceu uma ONG, a AAEA, que passou a alfabetizar e logo aderi. Já consigo escrever o meu nome, ler a bíblia sagrada e outros livros. Para mim é quase um sonho realizado e por isso vou continuar na alfabetização.

“Já consigo escrever o meu nome e ler a bíblia, para mim é quase

um sonho realizado”

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“Agora já consigo ler as mensagens no meu telefone celular”

Zinha Aly, tem 20 anos de idade, casada e mãe de quatro filhos. Mesmo sendo doméstica, frequenta o 3º nível de alfabetização no centro de Tocolo, Distrito da Ilha de Moçambique (Nampula). Conta que sempre viveu com a irmã mais velha e por causa das condições precárias familiares, só agora é que teve a oportunida-de de ir a escola.

Ao aceitar participar na alfabetização, Zinha Aly deu passos signifi-cativos no domínio do uso do telefone celular, superando privações comunicativas que advinham da falta de leitura e escrita.

“Aderi as aulas de alfabetização porque queria aprender a ler e escrever para ter a possibilidade de

me comunicar com o meu marido. Agora já consigo ler as mensagens no meu telefone celular, assim como

ligar e escrever. Estou a gostar da alfabetização, por isso logo que terminar o 3º nível, pretendo continuar

os meus estudos no Curso Nocturno”.

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“É um orgulho para mim poder assinar os meus documentos”

Halima Molide do Centro de alfabetização de Tocolo, Distrito da Ilha de Moçambique (Nampula), tem 45 anos de idade, casada e mãe de sete filhos. Com a aquisição de conhecimentos básicos de leitura e escrita obtidas no âmbito do Projecto FELITAMO, ela pretende arranjar um emprego como forma de aumentar o seu contributo no rendimento familiar.

Várias beneficiárias do Projecto FELITAMO, ao participar nas aulas de alfabetização, aumentam a sua auto-estima e vê a pos-sibilidade de seguir os seus sonhos anteriormente limitados por não ter tido acesso a escola.

“Aderi ao Projecto porque tinha a preocupação de apren-der a ler e escrever. Felizmente já sou capaz de escrever o meu nome. É um orgulho para mim poder assinar os meus documentos. Antes, nos meus documentos no lugar da assinatura estava escrito “não sabe assinar”. Ultrapassei essa dificuldade com o apoio da alfabetizadora e do meu marido que me apoia e incentiva a continuar na alfabe-tização. Sinto que estou em condições de realizar o meu sonho de trabalhar no hospital local como servente.”

“É um orgulho para mim poder assinar os meus documentos”

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“Aprendo melhor na minha língua materna”VII. Uso de metodologias inovadoras e atractivas para as comunidades

O Projecto FELITAMO faz a combinação de modelos de AEA que reconhecem as necessidades de aprendizagem das mulheres rurais nas comunidades identificadas. A participação e retenção das mu-lheres nos programas estão sendo aumentadas. As abordagens de alfabetização participativas e orientadas para a comunidade capaci-taram as mulheres e deste modo aumentaram a assimilação e com-preensão dos seus Direitos.

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“A escola vem a nossa casa”

Com a implementação do Projecto FELITAMO na sua comu-nidade, as duas irmãs tiveram pela primeira vez a possibilidade de aprender a ler e escrever. Para além da vontade de aprender a ler e escrever, a outra motivação de realce, relaciona-se com o facto de Domingos Lourenço, filho de Delfina Luís, de 15 anos de idade ser o alfabetizador. O facto de aprender com o nosso filho, segundo afirmaram as duas irmãs, torna o ensino mais fácil e mais próximo de si e desta forma, sentimos que, finalmente, a escola vem a nossa casa.

Delfina Luís e Estefânia Luís, residentes na Localidadede Saua-Saua, Distrito de Nacaroa (Nampula), são irmãs e ambas partilham a mesma história. As duas irmãs, como outras raparigas da sua comunidade não tiveram a sorte de frequentar a escola uma vez que esta era reservada aos rapazes e a elas cabia a tarefa de se dedicar aos trabalhos domésticos e cuidar das crianças mais novas.

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“Aprendo melhor na minha língua materna”

Verónica Patima frequenta o terceiro ano de alfabetização no centro de Ntchinga Distrito de Mue-da (Província de Cabo Delgado - Moçambique). A sua história não difere da de muitas mulheres que cresceram no seu tempo. Durante a sua infância, frequentou a escola durante um período muito curto. Verónica Patima conta que a razão da sua desistência tem a ver com a forma como as aulas eram leccionadas. “Para mim era difícil perceber o que o profes-sor nos ensinava. Sempre tive dificuldades em aprender na língua portuguesa e muitas das vezes o professor me batia por essa razão tive que abandonar a escola, hoje, com a implementação do Projecto FELITAMO, surgiu a oportunidade de aprender a ler e a escrever na minha língua, o Ximakonde”.

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O Projecto reforçou a interacção conjunta entre os diferentes actores do Governo, Sociedade Civil, instituições religiosas. Promoveu tro-cas de experiências e maior diálogo entre as entidades atrás mencionadas através de debates, encontros de reflexão, partilha de relatórios e encontros de consultas regulares. Com a implementação do Projecto FELITAMO as organizações parceiras na província de Kwanza Sul tiveram a oportunidade de con-tribuir na Educação de Jovens e Adultos e fortalecer experiências sobre alfabetização.

O Grupo de Liderança Feminina (GLIF), vocacionado na temática de género, actualmente adquiriu experiência de alfabetização. Pela primeira vez teve oportunidade de alfabetizar mulheres e pretende dar continuidade com as aulas de alfabetização. Os resultados são visíveis no Município de Porto Amboim. Dentre varios podemos citar:

• Construção de sala de aulas para alfabetizar mulheres vendedoras no mercado;• A Igreja local construiu uma sala de aulas para alfabetizar mulheres membros da congregação;• Enquadramento de participantes no ensino geral no primeiro e segundo ano do Projecto dos quais encontram-se na 5ª e 6ª classes;• Estreitamento das relações com a Repartição Municipal de Educação e instituições religiosas.

Cooperativa Horto Frutícola do Amboim (CHOFA): Para esta organização o Projecto é uma mais valia para as comunidades de Amboim. O Projecto dinamizou o trabalho de alfabetização da CHOFA. Os ganhos são inestimáveis e permanecerão para sempre na medida em que estimularam as mulheres produtoras a ter consciência das suas actividades. Hoje elas:

• Não são enganadas ao efectuar as vendas de produtos;• Compram os produtos certos para as sementeiras;• Melhoraram as técnicas agrícolas resultando em maior produtividade;• Hoje elas exercem a cidadania de forma activa.

VIII. A Réplica das metodologias pelas organizações parceiras em Angola

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Mueda: Breve CaracterizaçãoIX. Conclusão

O estudo de caso feito nas províncias de Kwanza Sul (Angola), Nampula e Cabo Delgado (Moçambique) dão-nos alguns exemplos sobre como o Projecto FELITAMO influenciou positivamente na vida dos participantes através da implementação de metodolo-gias inovativas de educação de adultos focalizados nas necessidades de aprendizagem de mulheres.

As evidências no campo mostram-nos que embora o Projecto FELITAMO esteja centrado na aprendizagem de mulheres, a comu-nidade como um todo está beneficiando e como resultado participam activamente para assegurar a sua continuidade na imple-mentação.

O que mais se destaca em todas três províncias onde o Projecto FELITAMO foi implementado é a reação positiva das mulheres que fizeram parte. Através das turmas de alfabetização elas adquiriram competências que lhes habilitam a melhorar e transformar as suas vidas, a vida dos seus familiares e da comunidade em geral.

A participação nas turmas de alfabetização contribuiu sobremaneira no espírito participativo das comunidades no qual os apren-dentes sentiram-se inspirados a tornarem-se cada vez mais activos e envolvidos na abordagem dos problemas nas suas comu-nidades contribuindo deste modo na busca de mudanças positivas. As metodologias inovativas implementadas pelo Projecto FELITAMO levaram a resultados impressionantes. O Projecto conseguiu aumentar significativamente o acesso a educação nas comunidades participantes e os participantes expressaram unanimamente os seus desejos de continuarem a estudar. A experiência do Projecto FELITAMO mostrou que quando adaptada aos desejos e às necessidades dos aprendentes, a alfabetização torna-se uma força positiva e libertadora que ajuda a melhorar as vidas dos participantes.

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Implementado pela:dvv International

Projecto financiado pela: Uniao Europeia

Parceiros:

Promovendo a Alfabetização Feminina em Angola e Moçambique