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Revista Eletrônica Estácio Papirus, v.2, n.2, p. 268-284, jul./dez. 2016. ISSN 2448-2080 268
PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA OPERADORES DE
EQUIPAMENTO MUNCK NA EMPRESA JB GUINDASTES
Jhonathan José Borba
Centro Universitário Estácio SC
RESUMO
Atualmente, as empresas que trabalham com maquinas pesadas, necessitam de mão de obra
qualificada para exercerem o cargo de operadores, pois os riscos encontrados na operação das
mesmas podem ser fatais, quando não se tem o conhecimento dos fatores de segurança. Em
razão disso, a empresa JB Guindastes, prestadora de serviços na área de locações de
caminhões munck, deseja implantar um programa de treinamento e desenvolvimento para
aperfeiçoar as técnicas e habilidades de operação do equipamento. Portanto, esta pesquisa
procura trazer conceitos de gestão de pessoas, treinamento e desenvolvimento e segurança no
trabalho. Para melhor entendimento de informações, foram aplicados os seguintes
procedimentos: pesquisa exploratória (com uma abordagem qualitativa), entrevista estruturada
e uma observação participativa. Foram aplicadas 6 entrevistas, sendo 4 com os operadores e 2
com os gestores, com média de 30 minutos cada. E, como embasamento teórico, foram
utilizadas as pesquisas documentais e bibliográficas. Conclui-se que o conhecimento e a
prática de segurança no trabalho são primordiais para o êxito na operação e na prestação de
serviços.
Palavras-chave: Gestão de Pessoas. Segurança no Trabalho. Treinamento e
Desenvolvimento.
ABSTRACT
Currently, companies that work with heavy machinery, require skilled labor to hold the office
of operators because the rich found in the operation of the same, can be fatal when it is not
aware of safety factors. As a result, the company JB Guindastes, a service provider in the area
of Munck truck leases, want to deploy a training and development program to improve the
techniques and equipment operation skills. Therefore, this research seeks to bring people
management concepts, training and development and safety. For better use of information, the
following procedures were applied: exploratory research with a qualitative approach,
structured interviews and participant observation. They were applied interviews 6, 4 with
operators and 2 with managers, with an average of 30 minutes each. And as theoretical
background we used the documentary and bibliographic research. It is concluded that the
knowledge and safety practice at work are essential to the successful operation and service.
Keywords: People Management. Safety at Work. Training and Development.
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1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, ainda se percebe os desafios das empresas para reduzir o número de
acidentes operacionais. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada
quinze segundos uma pessoa morre devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho,
sendo que, o Brasil está em quarto lugar no ranking mundial desta modalidade, ficando atrás
somente da China, Estados Unidos e Rússia (TST; JUS, 2014). Este elevado índice de
acidentes, possivelmente pode estar relacionado à falta de treinamento, pelo não uso de
Equipamento de Proteção Individual (EPI), desatenção, imprudência na operação, entre
outros. Ou seja, a falta de conhecimento na execução do processo de serviço e o uso
inadequado dos equipamentos, podem aumentar os riscos de acidentes.
Diante deste cenário, o presente artigo, tem como foco o equipamento munck. Uma
máquina que possui um braço hidráulico telescópico, que serve para içamentos,
movimentações e remoções de qualquer objeto que esteja dentro do gráfico de capacidade de
carga. Sendo que, quanto maior a distância do objeto, menor a capacidade de carga. A palavra
Munck surgiu do proprietário da empresa que criou este equipamento - Tore Albert Munck
(CAMPOLINO, 2014).
Este trabalho acadêmico, por conseguinte, exterioriza um estudo realizado na empresa
JB Guindastes localizada em Biguaçu/SC, constituída por uma estrutura familiar e em
exercício há 5 anos no mercado neste segmento empresarial. Os sócios fundaram a empresa
com a perspectiva de atender às necessidades de empresários que operam na área da
construção civil, auxiliando na prestação de serviços com a locação de caminhões Munck.
Em contatos com os gestores da empresa perceberam-se algumas preocupações com
os índices de acidentes na área operacional, e por trabalhar com mercadorias sensíveis, a
quebra destes podem ocasionar prejuízos. Ademais, o uso inadequado ou imprudente do
equipamento munck pode acarretar a quebra do mesmo. Diante deste contexto, a pesquisa
busca saber quais procedimentos a empresa JB Guindastes poderia implantar para reduzir os
acidentes na operação do equipamento munck?
Assim, o objetivo deste artigo científico é propor um programa de treinamento que
contribua para a redução de falhas na operação do equipamento munck na empresa JB
Guindastes, de forma a diminuir ou até mesmo evitar as ocorrências de acidentes. Evitando
assim, imprevistos operacionais, podendo haver uma diminuição de despesas advindas destes
incidentes com os funcionários, e elevar a vida útil do equipamento de serviço.
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Como fundamentação teórica para a realização deste estudo, tem-se como base os
portais periódicos EBSCO e Scielo, abordando as seguintes expressões: treinamento e
desenvolvimento e segurança no trabalho. Em março de 2016, foram encontrados 53 artigos
sobre segurança no trabalho e 59 artigos referentes a treinamento e desenvolvimento. No
entanto, estes artigos não abordaram a ideia da pesquisa aqui estudada, atribuindo a outros
âmbitos empresariais, que não a de munck. Assim, tem-se como finalidade auxiliar, não
somente a empresa JB Guindaste, mas outras microempresas que tenham dificuldades de
implantar procedimentos de treinamento para seus colaboradores.
2 DESENVOLVIMENTO
O presente artigo apresenta por meio das pesquisas bibliográficas a importância da
área de recursos humanos e seus subsistemas, com foco em treinamento e desenvolvimento.
Ressalta-se também o tema Treinamento e Desenvolvimento, pois, sua ausência é um dos
motivos determinantes para ocorrência dos acidentes nas empresas. Em virtude dos índices de
acidentes, o presente trabalho busca procedimento de implantação de um programa de
treinamento e desenvolvimento para a organização, com o intuito de conscientizar sobre a
importância da segurança nos serviços prestados e aperfeiçoar os colaboradores nas
habilidades de operação do equipamento munck.
2.1 GESTÃO DE PESSOAS
A inovação vem se tornando cada vez mais frequentes em nosso cotidiano. Essas
ocorrem por fatores econômicos, tecnológicos, legais, culturais, sociais, demográficos,
políticos e ecológicos, que atuam de diferentes formas causando um cenário heterogêneo.
Essas mudanças tiveram um aumento de velocidade no fim da segunda guerra mundial. O
velho modelo centralizador e inflexível não conseguia acompanhar as mudanças que
aconteciam no macro ambiente. Com a necessidade de obter maior competitividade e de se
manter ativo no mercado, a cultura organizacional deixou de lado o conservantismo, e cedeu
lugar para inovação. E a antiga concepção de relações industriais foi trocada por uma nova
visão, administração de recursos humanos. As pessoas passaram a ser vistas como recursos
vivos dentro da organização, e não mais como simples peças de produção (CARVALHO,
2012; FRANÇA, 2012).
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Em 1990, na era da informação, a tecnologia estava em constante desenvolvimento,
transformando a economia global e mundial. Nessa época o serviço braçal começou a ser
substituído pelo trabalho mental, onde pessoas passaram a ser a principal base da organização
fornecendo seu conhecimento e suas habilidades mentais. Com esta nova visão, a antiga
administração de recursos humanos foi substituída pela gestão de pessoas. Com esta nova
abordagem os colaboradores eram vistos como seres inteligente e proativos, capazes de tomar
iniciativas, com conhecimentos e habilidades para ajudar a administrar os setores da
organização como uma equipe, aflorando uma nova concepção, as empresas passaram a
administrar com as pessoas e não administrar as pessoas (GIL, 1994).
A gestão de pessoas é usada como um instrumento de aperfeiçoamento de habilidades
e desempenhos, tendo como objetivo desenvolver e colaborar para o alcance das metas da
instituição. Esta área advém por meio da participação, capacitação, envolvimento e
desenvolvimento de funcionários de uma organização, tendo como função a humanização da
empresa. Em uma empresa, a gestão de recursos humanos deve ser feita por gestores e
diretores, pois é uma área que requer capacidade de liderança, pois a capacidade da
organização de superar as dificuldades de um mercado imprevisível e de rápidas mudanças,
definem o futuro da organização (FRANÇA, 2012).
Diante desse contexto, cabe ao gestor escolher como tratar seus colaboradores: como
recursos ou como parceiros da organização. O cenário atual apresenta a era da informação e
do conhecimento, cabe então implantar uma nova cultura na organização em relação a como
enxergar seus funcionários. Organizações bem-sucedidas lidam com seus funcionários como
fornecedores de competência, como parceiros de negócio, alimentando um espirito criativo e
inovador, agregando uma busca não somente pela atividade física, mas pela atividade mental
dos seus colaboradores (FRANÇA, 2012; CARVALHO, 2012).
2.2 SUBSISTEMAS DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Os subsistemas de administração de recursos humanos buscam a melhor utilização das
pessoas dentro da Organização: como desenvolvê-las, como orientá-las, como buscá-las no
mercado de trabalho, como atraí-las, entre outros. Por meio desses instrumentos, tem-se como
objetivo auxiliar os gestores ou gerentes ao melhor aproveitamento de seus colaborados:
como selecionar, recrutar, treinar, gerir e nortear para a direção desejada, a fim de alcançar as
metas da empresa (DESSLER, 2014).
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Por meio de pesquisas realizadas por Chiavenato (2003), estabeleceu que
Administração de Recursos Humanos (ARH) é uma atividade sistêmica, e está subdividida
em cinco subsistemas, que são interdependentes e cada uma exerce funções próprias. Seus
subsistemas são: de provisão, que abrange recrutamento, seleção e planejamento de ARH; de
aplicação, que avalia e posiciona seus colaborados conforme seu desempenho nas funções
exercidas na organização; de manutenção, que designa suas relações sindicais, segurança e
higiene, benefícios e remunerações; de desenvolvimento, no qual ocorre o treinamento do
pessoal e desenvolvimento da organização, e por fim o de monitoramento, que através do
banco de dados, sistemas de informação e auditorias, conseguem-se monitorar a qualidade do
trabalho, criando um ambiente onde as pessoas possam enxergar seus erros, estando em
constate desenvolvimento, gerando motivações e originando oportunidades para o
desenvolvimento da organização e das pessoas (CHIAVENATO, 2003).
Dentro do contexto de subsistemas, o de desenvolvimento é o que busca capacitar seus
colaboradores, para que obtenham conhecimento e técnicas de trabalho, no intuito de diminuir
os erros e acidentes para executar suas funções com êxito. O objetivo na implantação de um
programa de treinamento e capacitação é melhorar o desempenho de seus colaboradores e
estimular aqueles com deficiência na operação, para que se desenvolvam e aperfeiçoem suas
habilidades, agregando valor aos serviços prestados (FREIRE, 2014).
2.3 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Atualmente, o treinamento e desenvolvimento são conhecidos por sua importância
dentro da organização, pois o investimento nestes, tendem a levar a empresa há um nível
maior de lucratividade e reconhecimento de seus clientes em longo prazo. Com a utilização de
equipamentos pesados, e os riscos que podem oferecer, a capacitação dos operadores de
máquinas é essencial para segurança no ambiente de trabalho. As empresas devem treinar
seus funcionários, e os colaboradores devem buscar se especializarem, para usufruírem do
trabalho com maquinas mais avançadas e também por novas técnicas de trabalho exigidas,
para evitar incidentes ocorridos por falta de conhecimento no que se está trabalhando
(FREIRE, 2014).
Com a necessidade da qualidade dos serviços prestados, e por redução de acidentes de
trabalho, as empresas buscam implantar programas de treinamento para seus colaboradores. É
por meio do treinamento que o indivíduo pode se desenvolver e potencializar suas habilidades
para atração de oportunidades de trabalho, ou de cargos superiores. Segundo Coulter e
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Robbins (1996 apud FREIRE, 2014), as atividades de treinamento, procuram modicar uma ou
mais competências, que são classificadas como: Técnicas, que objetiva o desenvolvimento das
habilidades do funcionário; interpessoal, estimulam o trabalho em equipe para melhor
comunicação hierárquica, com o intuito de evitar conflitos; soluções de problemas, busca
identificar a deficiência na tomada de decisão, para implantar o treinamento nas áreas de
raciocínio lógico, solução de problemas, entre outros. Sendo que essas atividades quando
aprimoradas ou corrigidas auxiliam a organização a investir nos pontos fracos dos indivíduos,
os aperfeiçoando, gerando pontos positivos para a organização e seus colaboradores
(FREIRE, 2014).
O processo de implantação de um programa de treinamento consiste em quatro etapas:
Definir as necessidades - o porquê da necessidade de capacitar seus funcionários; Projetar e
planejar o treinamento - criar um programa de treinamento com base nas necessidades da
etapa anterior; executar o treinamento - deve-se monitorar e executar o andamento do
processo de capacitação; avaliação dos resultados do treinamento - cabe a avaliação dos
impactos e resultados do programa de treinamento (FREIRE, 2014).
Para o início do processo de implantação do programa de treinamento na organização,
é preciso desenvolver um diagnóstico das principais deficiências apresentadas, para
posteriormente trabalhar de forma estratégica, enfatizando-as no treinamento para melhor
aproveitamento do mesmo. É necessário saber as exigências do cargo para poder executa-lo,
por exemplo: para operação do munck, são necessárias as seguintes especificações – ter no
mínimo 18 anos – estar fisicamente e mentalmente bem – ter conhecimento de matemática e
física – ter paciência – saber trabalhar em equipe – e o mais importante, é ter capacitação
profissional para poder operar o equipamento. No comprimento destas especificações, os
trabalhos a ser aplicado no treinamento, para obtenção do aperfeiçoamento de conhecimentos
e habilidades, iram facilitar ou adiantar a obtenção do resultado esperado (CAMPOLINO,
2014; FREIRE, 2014).
Na segunda etapa do programa de treinamento, é planejado as ações a serem
executadas com o objetivo de cumprir as necessidades apresentadas na etapa anterior. Além
de conter processos de avaliação de aprendizagem, deve ser descrita o conjunto de atividades
e técnicas a serem aplicadas no sistema de aprendizagem, junto com a metodologia definida
para facilitar o instrutor no decorrer do curso (BOOG; BOOG, 2013; CAMPOLINO, 2014;
FREIRE, 2014).
A terceira etapa se baseia na convocação dos funcionários para o processo de
treinamento. Na convocação dos colaboradores ou de pessoas interessadas, é importante
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realizar algo criativo e inovador para aguçar o interesse dos participantes, a fim de reduzir as
rejeições. Para evitar as rejeições por parte dos funcionários, deve-se apresentar a importância
e os benefícios do treinamento para operação. Depois de selecionar e convocar o público alvo
para o treinamento é de extrema importância, a contratação do instrutor para o treinamento.
Este deve ter experiência suficiente para transmitir conhecimento a seus alunos, ter domínio
do mesmo, exercer habilidades para lidar com as diferenças individuais, e também, saber
apresentar quais os fatores de riscos, e como preveni-los no momento da operação. Após a
seleção do instrutor, a organização terá que definir a área física para o curso (MENESES;
ZERBINI, 2009).
E por fim, cabe aos diretores avaliar se o treinamento está gerando resultados positivos
e se está tendo andamento conforme o planejado. É interessante também estabelecer metas
perante os colaboradores para que exercitem constantemente o que aprenderam, procurando
sempre melhorar, fornecendo-lhes motivação e foco para que a empresa e seus funcionários
cheguem aos resultados esperados (MENESES; ZERBINI, 2009).
2.4 SEGURANÇA NO TRABALHO
Segurança no trabalho é a união de procedimentos implantados na organização para
redução de acidentes, beneficiando os funcionários, seus familiares e a integridade da
empresa. Segundo Cardella (1999), segurança é o baixo índice de eventualidades que
provocam danos e perdas ás pessoas, ao patrimônio (equipamentos, estrutura física,
ferramentas) e ao meio ambiente. Sendo de obrigação legal de a organização atuar com
segurança, define-se como uma atividade de valor administrativo, técnico, organizacional e
econômico (CARDELLA, 1999; WACHOWICZ, 2012).
Quanto maior a segurança, menor é o índice de eventualidades como: danos, acidente,
lesões, quebra de equipamentos, entre outros. Para evitar esses acidentes, os integrantes da
organização devem buscar quebrar barreiras de comunicação ou de hierarquia, objetivando a
solução de problemas, com o intuito de que possam pensar em conjunto para criar condições
de segurança, onde possam gerar resultados positivos para preservação e integridade da
organização (ZOCCHIO, 2002; WACHOWICZ, 2012).
Segundo Chaves (2009) os acidentes ocorridos por falta de segurança ou carência de
conhecimento causado por falha humana, são subdivididos em três modelos: Técnicas, a
relação entre homem-máquina não estar adequada para operação; por descuido, é onde os
problemas pessoais podem interferir no trabalho, através de conflitos familiares, problemas de
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saúde não tratado, alcoolismo, uso de substancias toxicas, entre outros; Consciente, saber que
está operando de forma insegura ou impropria por motivos fúteis, como a pressa de terminar o
serviço mais cedo. Podem ocorre também as falhas no equipamento por falta de manutenção
preventiva e corretiva, ou até mesmo por erro do fabricante (CHAVES, 2009;
WACHOWICZ, 2012).
Na movimentação de carga, tanto o operador quanto as pessoas que estão por perto
estão sujeitos a possíveis acidentes. Munck é um equipamento que possui um braço
hidráulico, que serve para içamentos, movimentações e remoções de qualquer objeto que
esteja dentro do gráfico de capacidade de carga do equipamento. Sendo que, quanto maior a
distância do objeto, menor a capacidade de carga. A palavra Munck surgiu do proprietário da
empresa que criou este equipamento - Tore Albert Munck. Na operação do munck ocorre os
seguintes riscos: acessórios como cintas de içamentos podem acabar rompendo por ultrapassar
o peso suportado, ou por estar danificada, ou por estar velha; o caminhão pode tombar por
estar em um território instável, ou por exceder a capacidade de peso do equipamento munck;
ventos fortes podem balançar a carga provocando desequilíbrio, colocando em risco o objeto
içado e as pessoas que estão por perto (CAMPOLINO, 2014).
Segundo Zocchio (2002), os acidentes de trabalho ocorrem devido a dois fatores: ato
inseguro, o indivíduo tem consciência do que está praticando (tem conhecimento de que está
praticando algo perigoso), o inconsciente (não se tem conhecimento de estar praticando algo
perigo) ou circunstancial (quando o emocional fala mais alto, e pratica algo por impulso).
Ocorrências que caracterizam práticas arriscadas ou inseguras: ficar debaixo de uma carga
suspensa, praticar brincadeiras ou se exibir perante colegas de trabalho durante a operação,
não usar Equipamento de Proteção Individual (EPI), estar muito confiante na operação
deixando de prestar atenção em alguns procedimentos; e a condição insegura, é estar exposto
no ambiente físico, colocando em risco os trabalhadores e a própria segurança. Exemplos:
improviso ou desvio nos processos de operação, iluminação inadequada para trabalhar, falta
de espaço, falta ou falha de manutenção do equipamento, entre outros (ZOCCHIO, 2002;
CAMPOLINO, 2014).
Concluindo, o propósito da segurança no trabalho é descartar os incidentes dentro da
organização, oferecendo saúde e bem-estar para seus colaboradores. E que para
desenvolvimento deste conhecimento para as pessoas devem-se adotar políticas de
aprendizados constantes, através de programas de treinamento de desenvolvimento e
capacitação, onde receberão treinamento profissional para redução de acidentes, promovendo
a qualidade nos serviços (WACHOWICZ, 2012; CAMPOLINO, 2014).
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo é caracterizado como uma pesquisa de caráter exploratório, e, portanto,
tem como intuito proporcionar maior convivência com o problema, utilizando-se de
informações sobre estudos específicos, obtendo uma nova percepção das dificuldades,
analisando ideias atuais ou descobrindo um novo entendimento sobre o assunto. Por se tratar
de uma microempresa, viu-se a necessidade deste tipo de pesquisa, pois oferece um
planejamento bastante flexível, podendo assim, ir afundo dos problemas encontrados, atrás de
informações, para possíveis soluções (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2014).
Decorrente desta abordagem adotou-se um enfoque qualitativo, obtendo dados
internos, fornecidos pela empresa, para melhor compreender a questão proposta, e, dessa
maneira, alcançar melhores resultados. Em função deste argumento, o estudo analisou
minuciosamente os porquês dos acidentes operacionais, e quais métodos a empresa deve
utilizar para atingir a redução, até a solução do mesmo (GIL, 2010).
Os instrumentos de coleta de informações empregados neste trabalho foram a pesquisa
bibliográfica, documental e observação participante, e como instrumento a entrevista com
roteiro estruturado. A pesquisa bibliográfica, que procura esclarecer um problema com
materiais já elaborados, dentre eles: teses, artigos, livros e dissertações, aprofundando o tema
proposto, para justificar os objetivos e contribuições da pesquisa. Abordando assuntos de
recursos humanos; treinamento e desenvolvimento e segurança no trabalho, aplicando
conceitos e procedimentos práticos (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2014).
Realizou-se também uma pesquisa documental, coletando informações através de
registros como a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT); boletins de ocorrência
policial; documentos de controle da entrega de Equipamento de Proteção Individual (EPI);
manual de treinamento de operadores de munck, entre outros, buscando informações
relevantes para possíveis conclusões em relação ao quesito apresentado (GIL, 2010).
Ainda, empregou-se a observação participante, que consiste em um contato direto com
as situações ocorridas no âmbito a ser pesquisado. Com esse instrumento de coleta, é possível
observar com mais especificidade as dificuldades apresentadas na operação do equipamento
munck, acompanhando os serviços diários, mapeando os erros para análise e buscando
soluções (BARROS; LEHFELD, 2010).
Por fim, utilizou-se a entrevista, pois concede a oportunidade de obtenção de dados
relevantes e exatos sobre o objeto de estudo. Através da entrevista, é possível conseguir
informações que não se encontram em fontes bibliográficas. Portanto o trabalho atentou-se em
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uma entrevista estruturada, no intuito de que o pesquisador possa realizar as perguntas para
obtenção de respostas relevantes. Estando presente nas entrevistas seus quatro operadores de
munck e seus dois gestores, sendo todas individuais (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2014).
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
Apresenta-se neste capítulo a caracterização da empresa JB Guindastes, seu histórico,
ramo de atividade e estrutura. Posteriormente, é apresentado as descrições das informações
coletadas e os resultados das entrevistas, realizadas com seus colaboradores. Os dados foram
transcritos de forma para responder à pergunta da pesquisa. Finalmente, foram feitas as
análises das informações coletadas, destacando os pontos positivos e negativos, sugerindo
assim, possíveis melhorias.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A organização utilizada para estudo é a empresa JB Guindastes, que atua com a
locação de caminhões munck com operadores. Está localizada na rua Paulo Pedro Rodrigues,
485, Morro da Bina, Biguaçu. Atua em toda grande Florianópolis prestando serviços para
diversos tipos de empresas. Fundada em 2011, a empresa originou-se devido à necessidade de
ampliar e diversificar a prestação de serviço para atuar na área da construção civil. Sendo
assim, fundada a JB Guindastes. A empresa é administrada por José Roberto de Borba, e sua
esposa Silmara de Borba. Atuando a 5 anos no mercado, os sócios pretendem ampliar a
empresa nos próximos anos, adquirindo mais caminhões munck e um guindaste, para atuar em
uma área ainda maior.
Atualmente é considerada uma empresa de pequeno porte e é composta por poucos
funcionários, quatro operadores e dois gestores. A empresa atende empresas de diversas áreas,
sendo elas de paisagismo, construção civil, serviços elétricos, entre outras. Por ter um número
considerável de clientes, a empresa busca a partir de 2018 expandir sua carteira de clientes
iniciando um trabalho por licitações.
Sua estrutura física tem um espaço de 300 metros quadrados, sendo composta por 3
garagens onde são guardados os caminhões, um refeitório e o escritório da empresa. Como os
serviços são realizados na rua, a empresa utiliza como instrumento de controle, rastreador nos
caminhões e tacógrafos que servem para localização, melhor rota e controle de velocidade.
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Os serviços são agendados normalmente por telefone ou por e-mail. Dependendo do
serviço, é feito uma vistoria antes no local, pelos gestores, para saber se é possível realizar a
operação, ou seja, se o caminhão tem acesso, se a carga do objeto não ultrapassa a capacidade
do munck, se existe algum risco para o operador ou para com as pessoas ao redor, entre
outros. A empresa é aberta 8 horas por dia, sendo que alguns serviços são feitos fora do
horário comercial, finais de semana e feriados. Os funcionários quando trabalham fora do
horário de serviço recebem hora extra.
A empresa tem uma demanda de aproximadamente 45 serviços mensais. No final do
ano, a demanda de serviço aumenta por conta das instalações natalinas realizadas na grande
Florianópolis. A empresa conta com clientes fiéis, que vem de toda Santa Catarina para
realizar serviços de iluminação natalina na região.
4.2 DESCRIÇÃO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS
Segundo as fontes utilizadas para coleta de informações, a pesquisa revelou que seus
operadores não têm problemas com a empresa, nenhuma reclamação e sem atritos. Foram
questionados quais as maiores dificuldades encontradas pelos operadores durante a execução
dos serviços prestados. Obtivemos respostas semelhantes entre eles, como por exemplo:
dúvidas sobre o peso/tamanho da carga; nervosismo quando as peças a serem içadas são
delicadas, ou excedem o tamanho/peso para movimentações internas e externas; quando o
ambiente externo tem muitas barreiras impedindo a execução do serviço (fiações elétricas,
ruas estreitas, ruas sob galerias, operações em terrenos instáveis); entre outras.
Outro ponto em dificuldade é a diversidade nos serviços; ora um poste, ora piscina,
quadros led, contêineres..., os operadores sentem dificuldade na elaboração inicial dos
serviços, quando em lugares desconhecidos, máquinas ou objetos a serem içados diferentes do
habitual, cada um tendo uma forma específica de içamento. Eles questionam também sobre os
cursos para operadores de munck. A carga horária do curso varia de 8 a 16 horas apenas. O
curso apresenta somente o básico: qual a função de cada manivela, quais são os perigos e
como deve movimentar as cargas num geral. Pouquíssimas informações necessárias, quando
se trata de diversidades de materiais e equipamentos que serão içados ou deslocados.
Segundo os operadores, a falta de atenção é um dos principais motivos na causa dos
acidentes. Sendo a operação do munck um serviço que exige concentração por trabalhar com
materiais geralmente de grande volume e peso e outras vezes içamento de funcionários,
através do acessório cesto, sendo que qualquer erro pode ser fatal. Segundo os operadores, um
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dos pontos negativos, é que normalmente os serviços não têm hora para acabar, então muitas
vezes realizam o serviço de forma imprudente para terminá-lo mais rápido, é onde alguns
acidentes ocorrem. Quando o serviço de munck é contratado, o cliente normalmente não faz
ideia de quanto tempo o serviço pode durar. O tempo de serviço depende de muitos fatores,
como por exemplo: Se o objeto a ser içado está em área perigosa; se o operador estiver
sozinho, o mesmo tem que adaptar a cinta no objeto a ser içado; os fatores climáticos também
interferem na visibilidade, e estabilidade, exigindo mais prudência nas operações.
Mediante ao acesso nos documentos que relatam alguns incidentes ocorridos na
empresa JB Guindastes, a maioria das informações sobre os acidentes, são causados pela falta
de atenção. Alguns são boletins de ocorrência outros são cartas de reclamações feita pelos
clientes. Um acidente que aconteceu em 2012, em que motorista estava transitando na Beira
Mar Norte em Florianópolis, mexendo em seu celular enquanto dirigia, e na realização de
uma manobra para trocar de faixa, acabou arrastando um carro que diz não ter visto por estar
mexendo no celular. Este é um exemplo dentre tantos outros acidentes ocorridos. Outros
ocorreram pelo descaso do operador em visualizar previamente todos os recursos de
segurança, ora por negligência, ora por descuido.
Seguindo com as análises das respostas, os funcionários elogiaram as manutenções
como medidas preventivas feita nos equipamentos/acessórios/caminhões constantemente,
alegam que isso é um ponto positivo já que não tem problemas com a dirigibilidade do
caminhão e na operação do munck. Os caminhões e os muncks são todos novos, isso gera
confiança para o operador na hora de realizar seus serviços. A empresa renova anualmente, ou
quando necessário, as cintas para içamento dos objetos, e também as cordas e cintas de
amarração no caso de a carga precisar ser transportada. Destacou-se também como forma
positiva a exigência da empresa na utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI),
como: fitas zebradas (para demarcações de isolamento), cones de sinalizações, coletes
refletivos para serviços noturnos, protetor solar, sapatão, luvas, capacete e protetores
auriculares.
Já para os gestores, quando foram questionados sobre a dificuldade de contratação de
profissionais na área de operação de munck, foi relatado que, o obstáculo maior, foi encontrar
operadores capacitados. Em cinco anos de empresa, a rotatividade de motorista operador de
munck foi alta, por conta do alto índice de acidentes e reclamações dos clientes. Para
admissão dos funcionários os requisitos necessários são: carteira de motorista, certificado do
curso para operador de munck, registros em carteira onde comprove mais de 1 ano de
experiência, e mesmo assim alegam que não é o suficiente para ser um bom profissional.
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Outro conflito seria a forma de relacionamento entre os operadores e o cliente, tendo em vista
um contato direto, expondo a credibilidade da empresa, durante a execução do serviço.
Um ponto em conflito que atormenta os gestores, é que os funcionários são
desleixados. Eles reclamam que os motoristas não examinam a água, o óleo do motor e o
diesel antes de sair com o caminhão. Somente através da solicitação dos gestores, feita
diariamente é que, os funcionários fazem as vistorias necessárias de manutenções no próprio
instrumento de trabalho, antes de realizar o serviço. Quando não há agendamento de serviços,
os funcionários permanecem no pátio da empresa parados mexendo no celular, dormindo,
ouvindo rádio, aguardando serem chamados para realização de alguma operação. Os gestores
reclamam que o custo de mandar os caminhões para lavar, poderia ser poupado se os
operadores, na hora que estão parados no pátio aproveitassem o tempo para lavar o caminhão,
lubrificar o equipamento munck, analisar a necessidade de completar água e óleo, entre
outros.
4.3 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
A partir dos dados extraídos e com diálogo direto com os gestores, foram destacadas
algumas ideias que podem ajudar a minimizar o índice de acidentes de trabalho. O contato
direto com os gestores foi de suma importância em razão de quanto a empresa estaria disposta
a investir para que este trabalho possa ser implantado na empresa. Com a apresentação das
respostas coletadas aos gestores, o trabalho indicou dificuldades mencionadas pelos
operadores, que não eram vistas antes pelos donos. Sendo assim, as sugestões partiram não
somente de livros científicos citados no trabalho, mas também de análises feitas a partir da
observação participante que quando apresentada aos gestores, os mesmos puderam interagir
quando negativa ou positiva.
Uma das sugestões apresentadas aos gestores é a inclusão de um ajudante para o
operador de munck. Através das análises feitas, o operador tem dificuldade de manusear o
objeto que esta içado (em altura) e operar a máquina ao mesmo tempo. Tendo em vista que o
ajudante do operador é capaz de ajudá-lo na realização de manobras com o caminhão,
sinalizar quando o mesmo tem pouca visibilidade do objeto içado, auxiliar na amarração da
carga, entre tantas outras funções. Sem contar com a experiência que este ajudante pode
desenvolver por estar no dia a dia com o serviço de munck, podendo assim se tornar com o
tempo um operador, ou até mesmo auxiliar outros operadores na empresa.
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Em relação ao ponto de conflito citado no capitulo 4.2, referente as dúvidas dos
operadores quando no local do serviço se deparavam com objetos que ainda não tinham
trabalhado ou por falta de conhecimento, foi sugerido que a empresa fornecesse um
automóvel para que os próprios operadores fossem realizar uma vistoria no local do serviço,
para que os mesmos pudessem estudar a melhor maneira de realizar a operação, e se o serviço
teria possibilidade de ser feito, podendo realizar uma análise prévia, referente ao peso e
tamanho do objeto a ser içado ou transportado.
A empresa tem dificuldade na área de gestão de pessoas. Em função de ser uma
microempresa, as condições para ter um setor de Recursos Humanos (RH) são escassas. Os
proprietários comandam a empresa sozinha, e administram como podem os funcionários. Este
trabalho busca apresentar oportunidades de aperfeiçoar o ramo da empresa.
Referente aos funcionários, uma das estratégias a serem implantadas é de realizar
parcerias com empresas que trabalham com cursos de operação de munck e segurança no
trabalho, realizando os cursos de forma periódica, expondo a importância da atenção na hora
da operação, apresentando ao funcionário os riscos diários que o mesmo pode sofrer por conta
da negligência, imprudência, falta de atenção, entre tantos erros que podem ser fatais quando
não dados importância.
Outra forma de melhor atendimento e consequentemente segurança é personalizar o
serviço, incluindo na capacitação dos funcionários, os treinamentos fornecidos pelas empresas
que solicitam estes serviços. Um retorno para a empresa, onde prevê a queda do número de
acidentes, um profissional mais preparado, e o cliente mais satisfeito e seguro para futuras
contratações.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A segurança no trabalho visa preservar a saúde e bem-estar do funcionário. Os
funcionários precisam fazer a reciclagem periodicamente ou sempre que necessário para que
não deixem passar despercebido o modo correto de realização do serviço. E para o
desenvolvimento deste conhecimento a empresa deve adotar políticas de aprendizados
constantes, através de programas de treinamento de desenvolvimento e capacitação, onde
receberão treinamento profissional para redução de acidentes, promovendo a qualidade nos
serviços
Com a aplicação de uma entrevista e o uso da observação participante, foi verificado
que a organização apresenta alguns pontos a corrigir no item relacionado a segurança no
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trabalho. O principal objetivo deste trabalho foi de apresentar aos gestores procedimentos que
possam ser aplicados dentro da organização, para que diminua os acidentes de trabalho,
abrindo um leque de oportunidades mediante aos funcionários que tem a chance de se
especializarem no ramo em que trabalham, favorecendo também a organização.
No decorrer da realização deste artigo foi visto que ambos objetivos, organizacionais e
acadêmicos, foram atingidos, pois para a organização abriu-se uma nova oportunidade de
mudança para melhorias constantes, sendo que nunca havia sido feita uma análise da empresa
em nenhum aspecto. Os gestores puderam ter uma noção mais ampla do que se passava na
empresa, na qual não tinham domínio sobre os problemas apresentados. Segundo os gestores
esse trabalho não vai ficar apenas no papel, o planejamento é que a partir de 2017, as
propostas de melhorias apresentadas no capítulo anterior comessem a ser implantadas na
empresa.
Este artigo encontrou algumas dificuldades na aplicação da entrevista, no qual os
funcionários no início não admitiam que o erro nos serviços era por conta dos mesmos. A
partir da observação participante, conseguiu-se uma proximidade com os operadores, que se
sentiram mais à vontade para expor suas dificuldades. Por parte dos gestores, se sentiram à
vontade com a entrevista e ajudaram fornecendo todo tipo de documento que pudesse somar
as informações do trabalho.
Como sugestão para estudos futuros, a organização poderia estudar a possibilidade de
formar motoristas em operadores de munck na própria empresa, definindo as normas na
mesma, para que os novos funcionários não ingressem na organização com a cultura de outras
organizações. Por conseguinte, a organização deve utilizar esse objeto de estudo para
melhorias dentro da instituição e como abertura para outros estudos dentro da empresa.
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Artigo recebido em: 18/11/2016
Artigo aprovado em: 22/12/2016