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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA
Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde
PROGRAMA DE DOUTORAMENTO
PARA OS DOCENTES DA
FACULDADE DE MEDICINA
Salvador (Bahia), 26 de setembro de 2003
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I. INTRODUÇÃO
O sistema de pós-graduação na área médica, adotado no Brasil, é ultimamente cada
vez mais sujeito a críticas e pedidos de revisão. Neste contexto, um dos aspectos mais
criticados é a duração da mesma, porque, após um curso de 6 anos, o médico desejoso de
alguma especialização deve fazer um Programa de Residência Médica (PRM), de 2 a 5
anos conforme a área/especialidade. Posteriormente, caso pretenda fazer carreira docente, o
médico deve também fazer o Curso de Mestrado, de duração desejável pela CAPES de 2
anos, mas que ainda varia nos cursos de melhor qualificação entre 2,5 a 3,4 anos.
Nesta fase, do mestrado, quase sempre o médico já tem entre 27 a 30 anos de idade,
alguma inserção no mercado de trabalho e, até como conseqüência, outros compromissos
pessoais e/ou familiares. Assim, ao concluir o Mestrado e já na terceira década de vida, o
médico ao pretender ingressar em um Curso de Doutorado, com vistas à formação de
pesquisador, enfrentará vários tipos de óbices, muitos de natureza pessoal, familiar e/ou
profissional – especialmente fazendo dedicação exclusiva ao programa de Doutorado,
porque as Agências de Fomento tem valor de bolsa pouco competitivo e, por conseguinte,
orçamento pessoal do doutorando deverá sofrer sérios ajustes. Por isto, a opção da maioria
dos médicos-doutorandos é manter os seus vínculos empregatícios, perdendo o direito à
bolsa e também ficando mais exposto aos riscos de não conclusão do curso ou de forma
tardia (se superior a 8 semestres).
Sendo otimista, considerando a idade média (24 anos de idade) de conclusão do
curso médico no Brasil, um médico-clínico concluirá o doutorado por volta dos 32 anos,
mas se a especialidade for Cirurgia Torácica terá 34 anos. Isto sempre considerando a não
ocorrência de interstícios entre um curso e outro, conclusão de cada curso ou programa
(Residência Médica, Mestrado e Doutorado) nos prazos recomendados, respectivamente,
pela CNRM e CAPES e também sem considerar muitas outras variáveis imponderáveis no
curso da vida pessoal e/ou profissional.
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Na atualidade, muitos perguntam sobre o custo social de um Programa de Pós-
graduação tão longo e outros ainda questionam até a sua propriedade. Por exemplo, um
médico-clínico ou cirurgião, após a Residência Médica, afastado da prática diária para fazer
cursos stricto sensu tornar-se-ão melhores médicos, docentes e pesquisadores? Para muitos
a resposta é NÃO e justificam que o distanciamento do dia-a-dia pode ser a fonte das
graves distorções observadas na formação de muitos recém-doutores das áreas clínico-
cirúrgicas. Outros ainda consideram o Curso de Doutorado na área médica, adotado no
Brasil, não é mais do que uma aberração ou até a cópia desvirtuada, porém que pode ser
muito bem aplicada nas áreas básicas.
Em vista disto, cresce o número de Professores e Pesquisadores com uma visão
mais crítica sobre o sistema de pós-graduação destinado aos médicos e,
concomitantemente, a busca de outras soluções ou sugestões, entre elas o Mestrado
profissionalizante para os médicos-residentes com melhor desempenho, o qual deveria
merecer maior atenção por parte dos Cursos de Pós-graduação da FAMED (CPgMS e
CPgP), bem como de outros programas de pós-graduação vinculados a FAMED (COREME
do HUPES), entre outros órgãos Colegiados da FAMED e da UFBA.
II. O CURSO DE DOUTORADO EM MEDICINA
II.1. Justificativas
Além da situação anterior, muitos cursos de doutorado no Brasil ainda associam o
processo de ensino-aprendizado com aquele estritamente ministrado quase que
exclusivamente sob a forma de disciplinas, desprezando o “ensinar ou estimular a
aprender”, mas sendo o enfoque maior ou exclusivo no processo de “buscar esgotar o
conteúdo da disciplina”, como se isto fosse possível nos dias atuais. Assim, ainda muitos
docentes de pós-graduação valorizam ou medem o seu prestígio pelo número de horas-aula
da “sua disciplina”, menosprezando a capacidade de aprender do aluno, bem como alguns
instrumentos tecnológicos. Daí a resistência de alguns em racionalizar a grade curricular,
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tornando-a mais flexível, dinâmica e que favoreça, sobretudo, a capacidade do pós-
graduando em resolver problemas, meditar, escrever, discutir novas perguntas e buscar
informações para responder as mesmas.
Assim, continua prevalecendo o modelo restritivo da disciplina sobre a criatividade,
a capacidade de perguntar (sem inquietações) e de desenvolver o espírito crítico e
independente do pós-graduando. Este vezo redunda na formação de recém-doutores
incapazes de desenvolver um projeto de pesquisa, independente, exceto se continuamente
apoiado em um “orientador”.
Por isto, os cursos de pós-graduação (CPgMS e CPgP) da FAMED deram um passo
substantivo ao passar a exigir uma Tese de Doutorado com pelo menos três (3) trabalhos
publicados, aceitos para publicação ou um deles sob a forma de artigo a ser submetido, em
lugar do modelo de Tese tradicional, quase sempre destinada ao fim inglório de uma estante
e de circulação muito restrita. Porém, isto só não basta.
Daí porque os avanços sobre o currículo ainda são tímidos. Mais recentemente, por
exemplo, a Câmara de Ensino de Pós-graduação e Pesquisa da UFBA aprovou a Resolução
CPgMS n° 01/1996, depois revista em 1999 (Resolução CPgMS n° 01/1999), sugeridas
pelo Colegiado do CPgMS, com um corte de várias disciplinas, mas ainda mantendo a
estrutura tradicional, ou seja, sem uma valorização substantiva no desenvolvimento do
espírito crítico do pós-graduando e, muito menos, sobre sua capacidade em resolver
problemas.
Outro progresso relevante, ainda no âmbito do CPgMS, foi a exclusão da
obrigatoriedade do curso de Mestrado como pré-requisito para a candidatura ao doutorado.
Contudo, porque as resistências internas não foram vencidas (ou convencidas), na
Resolução CPgMS n° 01/1999 foram mantidas a obrigatoriedade de créditos próprios do
curso de mestrado, ou seja, transformando o curso de doutorado, quando de ingresso direto,
em um curso misto.
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Na última década do século passado, a titulação de Doutor ou o seu número na
Instituição reflete, em escala maior ou menor, o quantitativo de recursos repassados ao
apoio dos programas de pesquisa, ensino e extensão, sobre a avaliação da instituição e do
curso e até sobre a progressão na carreira docente.
Deste modo, apesar de reconhecer a necessidade de mudar o sistema de pós-
graduação da área médica, mudança que depende de legislação superior e sujeita ainda a
prolongada (e acalorada) discussão, há necessidade de buscar saídas enquanto prevalece o
atual sistema de pós-graduação. Enquanto isto, há uma realidade concreta e a FAMED
precisa buscar caminhos para tornar-se mais competitiva e, ao mesmo tempo, oferecer
mecanismos para qualificar e titular os seus docentes, bem como ampliar o número de
alunos de graduação em Programas de Iniciação Científica. Mas, ao mesmo tempo, manter
em futuros concursos para ingresso na carreira docente a exigência da titulação de Doutor,
do contrário haverá a continuidade de novos docentes sem a qualificação recomendada (ou
mínima exigida) pela Legislação em vigor. Felizmente, os cursos de Doutorado da FAMED
têm um número significativo (e produtivo) de recém-doutores, apesar de faltar uma política
pública de pessoal para a admissão na carreira docente dos recém-doutores.
Por fim, outros argumentos também relevam a necessidade de apoiar aqueles
docentes com potencialidades e que estão à margem do processo, porque não tendo o título
de Doutor não podem (ou não têm chance) de pleitear auxílio à pesquisa, participação nos
Programas de Iniciação Científica, entre outros obstáculos, inclusive de ordem funcional.
II.2. A proposta do Curso de Doutorado em Medicina, destinado aos docentes da FAMED
II.2.1. Critérios de Elegebilidade
a) docente da Faculdade de Medicina da UFBA, excepcionalmente
funcionários com o título de Mestre;
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b) apresentação de Anteprojeto de Pesquisa, com potencialidades de
resultar em 3 ou mais publicações e que envolva a participação,
obrigatoriamente, de estudantes de cursos de graduação da UFBA e
também, se possível, de médicos-residentes do HUPES;
c) reconhecimento declarado que será desligado do curso caso não o
conclua no prazo máximo de 6 semestres (3 anos), a contar da matrícula
como aluno regular (o quê só deverá ocorrer após concluir os créditos
obrigatórios e optativos;
d) disponibilidade declarada em participar de Programa de Iniciação
Científica do Professor-orientador (obrigatoriamente portador de título
de Doutor e/ou Livre-Docente); e
e) disponibilidade declarada em participar das reuniões semanais dos
cursos de pós-graduação da FAMED (CPgMS).
Além da documentação ou dos requisitos, acima, o candidato deve ainda apresentar
a documentação exigida pela UFBA e ser argüido pela Comissão de Avaliação e
Acompanhamento, para que possa ser aceito como aluno especial.
II.2.2. Comissão de Avaliação e Acompanhamento
Subordinada ao Colegiado do Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde
(CPgMS), e presidida por docente portador do título de Doutor e/ou Livre-Docente:
a) três (3) docentes indicados pelo Colegiado do CPgMS;
b) dois (2) representantes-discentes do Curso de Doutorado do CPgMS da
FAMED, ambos, obrigatoriamente não-docentes da UFBA.
Essa Comissão tem a atribuição da gestão acadêmica e administrativa, sempre
subordinada ao Coordenador e Colegiado do CPgMS, contando com o apoio dos
respectivos do Colegiado do CPgMS, e de avaliar e acompanhar continuamente o
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andamento do Programa, bem como o desempenho dos alunos e dos professores-
orientadores.
II.2.3. Do Anteprojeto de Pesquisa
Conforme a alínea “c” do item II.2.2., o candidato como aluno especial do Curso de
Doutorado deve apresentar anteprojeto de pesquisa, e com potencialidades de resultar em 3
ou mais publicações e que envolva a participação, obrigatoriamente, de estudantes de
graduação da UFBA e também, se possível, de médicos-residentes do HUPES.
Outra característica obrigatória, todos os anteprojetos de pesquisa devem ter como
linha de pesquisa a Estratégias de ensino e de educação aplicadas às áreas clínicas,
cirúrgicas ou de apoio diagnóstico e terapêutico, vinculada a área ou especialidade de
interesse do aluno especial (docente da FAMED) e/ou do Professor-orientador.
A seleção de uma única linha de pesquisa tem como racional a prevenção da
dispersão do Programa de Doutoramento dos Docentes da FAMED em múltiplos projetos
de pesquisa sem nexo com linha de pesquisa específica e também como forma de fortalecer
os programas ou ações voltados ao processo de ensino-aprendizagem, da avaliação e
reforma curricular e da inclusão de estratégias de ensino e educação nas atividades
propostas pelas Diretrizes Curriculares do Ministério de Educação que atendem também os
interesses institucionais do Sistema Único de Saúde.
No anteprojeto, constar os seguintes elementos:
1. título da pesquisa;
2. nome do aluno (docente da FAMED), como nota de
rodapé: endereço completo, telefones, fax e,
obrigatoriamente, e-mail;
3. resumo, até 300 palavras e palavras-chaves ou descritores;
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4. na segunda página, repetir os itens 1 e 2, mais o nome do
Professor-orientador, obrigatoriamente docente da
FAMED e portador do título de Doutor e/ou Livre
Docente. Aqueles não participantes do Corpo Docente
(Permanente ou Associado) dos CPgMS e Curso de Pós-
graduação em Patologia (CPgP) em convênio com o
CPqGM (FIOCRUZ) terão credenciamento provisório,
pelo Colegiado do CPgMS, enquanto durar a orientação do
aluno. Só excecepcionalmente, a juízo do Colegiado do
CPgMS, será aceito Professor co-orientador ou docente de
outra unidade da UFBA;
5. terceira página do anteprojeto de pesquisa, Equipe: incluir
de 5 a 10 estudantes de graduação da UFBA (nenhum
estudante deve participar de mais de um (1) projeto de
pesquisa de aluno-docente da FAMED), médico(s)-
residente(s) do HUPES. Anexo ao anteprojeto, incluir:
declaração do estudante citando aquela exigência, mais
nome completo, o respectivo número de matrícula na
UFBA e a ciência do Coordenador do Colegiado de
Graduação (no caso de médico-residente do Coordenador
da COREME-HUPES);
6. quarta página do anteprojeto, objetivos da pesquisa;
7. quinta página e seguintes (até 3 páginas), racional ou
fundamentação teórica;
8. páginas seguintes, capítulo: metodologia. Em anexos, se
cabível, incluir formulários, figuras de equipamentos, etc;
9. referências bibliográficas;
10. cronograma;
11. orçamento;
12. fontes de financiamento;
13. anexos.
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Esse anteprojeto não substitui o Projeto de Tese (MED-793), atividade obrigatória a
ser cumprida no ato de matrícula como aluno regular, a ser efetivada no Colegiado do
CPgMS só após a conclusão dos créditos obrigatórios e optativos.
Antes da data prevista de início do Programa de Doutoramento dos Docentes da
FAMED, a Comissão de Avaliação e Acompanhamento do mesmo, deverá programar
Oficina(s) objetivando a discussão de temas sobre Educação Médica e que fundamentem
perguntas científicas dentro da linha de pesquisa Estratégias de ensino e de educação
aplicadas às áreas clínicas, cirúrgicas ou de apoio diagnóstico e terapêutico, inclusive
aqueles temas aplicados na educação à distância, ferramentas tecnológicas e de informática.
Nessa(s) oficina(s), cabe a Comissão de Avaliação e Acompanhamento incluir a
participação de docentes e pesquisadores de outras unidades da UFBA, especialmente da
Faculdade de Educação e do Centro de Processamento de Dados.
II.2.4. Da matrícula como aluno especial
A matrícula como aluno especial poderá ser realizada no CPgMS, e assim ser
mantida até a conclusão do Curso.
Semestralmente, enquanto aluno especial, a matrícula será em até duas disciplinas,
independente de seminários e/ou reuniões científicas que poderão ser computadas, no
futuro, como parte de outras disciplinas ou atividades.
Reiterando o citado no capítulo anterior, a matrícula como aluno regular só será
efetivada após a conclusão dos créditos (obrigatórios e optativos) e apresentação do Projeto
de Tese (MED-793). No semestre previsto para a conclusão do Curso, já na condição de
aluno regular, deve o aluno-docente fazer o Exame de Qualificação (MED-794) outra
atividade obrigatória do Curso de Doutorado do CPgMS.
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II.2.5. Grade curricular
As disciplinas obrigatórias serão oferecidas de forma modular, preferencialmente
em horários alternativos (sextas-feiras à noite e finais de semana).
II.2.5.1. SEMINÁRIOS OBRIGATÓRIOS
Esses seminários, a serem oferecidos no primeiro semestre, terão como fundamento
à revisão de conceitos e favorecer que o aluno-docente desenvolva maior espírito crítico,
visando também o aperfeiçoamento do anteprojeto de pesquisa e de técnicas de ensino e de
avaliação do ensino do curso de graduação em Medicina.
Pedagogia e Didática Especial
Como parte da disciplina, do curso de graduação em Medicina, que o aluno especial
participa como docente e/ou em atividades docentes na FAMED do Professor-orientador
serão revistos os conteúdos de Didática e Pedagogia, com ênfase na legislação sobre o
ensino superior, normas da UFBA, técnicas pedagógicas, ensino e de aprendizagem
(inclusive educação à distância, teleduc, etc.), avaliação (curricular, docente e discente),
entre outras, descritas na ementa anexa, e que serão também temas, oferecidos
conjuntamente, de seminários ou oficinas. O aluno especial só terá a integralização dos
créditos em MED-626 “Pedagogia e Didática Especial” (na categoria DI, dispensado) se a
freqüência for maior ou igual a 75% nos seminários ou oficinas e após relatório, constando
o conceito final, do Professor-orientador e convidado de Departamento diferente (ou de
outra unidade da UFBA) ao do aluno-docente, ambos portadores do título de Doutor ou
Livre Docente. Nessa avaliação, com base em formulário a ser estabelecido pela Comissão
de Avaliação e Acompanhamento, deve constar: os aspectos concernentes ao conteúdo e a
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forma das duas (2) atividades docentes ministradas pelo aluno-docente especial, ambas a
serem oferecidas aos alunos do curso de graduação em Medicina. Nesse relatório, deve
também ser citado, obrigatoriamente, os aspectos de excelência, negativos e aqueles que
necessitam de revisão. A esse relatório, o Professor-orientador e o Professor-convidado
devem anexar os dois (2) planos de aula (ou material equivalente), a serem elaborados pelo
aluno especial, nos quais deve constar também a citação de referências bibliográficas (no
mínimo 30% extraídas de “home page” da INTERNET). Todo esse material será analisado
e homologado pela Comissão de Avaliação e Acompanhamento, após parecer de docente
com formação em Didática e Pedagogia.
Antes do início dessa atividade, a Comissão de Avaliação e Acompanhamento irá
estruturar duas Oficinas, cada uma de 15 horas, visando a revisão do conteúdo
programático da disciplina MED-626 “Pedagogia e Didática Especial”.
Metodologia da Pesquisa e Bioestatística
Ainda no primeiro semestre, integrados aos conteúdos de Didática e Pedagogia ou
em seminários ou oficinas independentes, os anteprojetos de pesquisa serão apresentados
pelos alunos e substanciados por conteúdos teóricos sobre modelos de estudos científicos e
análise estatística. No final, durante as férias letivas subseqüentes, serão oferecidos dois
cursos, ambos de 15 horas, também abertos aos alunos de Medicina que participam dos
projetos de pesquisa, sobre:
a) Modelos de estudos, a partir da discussão de artigos publicados na
literatura;
b) SPSS (“Statistical Package for the Social Science”), usando como
instrumento de ensino algum banco de dados.
O aluno especial só terá a integralização dos créditos em MED-627 “Metodologia
da Pesquisal” e MED-504 “Bioestatística” (na categoria DI, dispensado) se a freqüência for
maior ou igual a 75% nos cursos (2), seminários ou oficinas e após entrega da 2ª versão do
anteprojeto de pesquisa, devendo incluir na metodologia dois novos itens: (i) análise crítica
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sobre o modelo de estudo a ser utilizado; e (ii) planejamento da análise estatística, inclusive
se couber, citando a variável-resposta, variáveis confundidoras, etc. Essa nova versão do
projeto será encaminhada a avaliador externo, indicado pela Comissão de Avaliação e
Acompanhamento, a quem caberá indicar ou não se o aluno poderá ser dispensado (DI) de
ambas as disciplinas.
II.2.5.2. DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS
As disciplinas (e atividades obrigatórias) observam a Resolução CPgMS n°01/1999
aprovada pela Câmara de Ensino de Pós-graduação da UFBA.
Também, quando se aplicar, serão oferecidas sob a forma de módulos, em horários
alternativos e utilizando trabalhos escritos, seminários, mesas-redondas, entre outras
atividades:
A) Bioética (MED-733), v. ementa anexa, a ser oferecida no
primeiro semestre e, preferencialmente, integrando os seus
conteúdos nos seminários obrigatórios e/ou em atividades
independentes;
B) Trabalho de Supervisão de Alunos de Graduação (MED-798),
v. ementa, a ser oferecida no primeiro semestre (e a parte II no
segundo semestre), tendo obrigatoriamente como eixo principal o
anteprojeto de pesquisa do aluno especial;
C) Métodos e Técnicas de Análise de Pesquisa (MED-628), v.
ementa anexa, a ser oferecida no segundo semestre;
D) Elaboração de trabalhos científicos (MED-799), v. ementa
anexa, a ser oferecida no terceiro semestre.
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II.2.5.3. DISCIPLINAS OPTATIVAS (um delas, a critério do aluno)
A) Tópicos Avançados em Medicina e Saúde (MED-744), v.
ementa, ou disciplina equivalente do CPgP, a ser oferecida no
terceiro semestre.; ou
B) Treinamento Complementar (MED-734), v. ementa, oferecida
no terceiro ou no quarto semestre e a ser, obrigatoriamente,
realizado em instituição fora do Estado da Bahia ou do País,
desde que tenha supervisor local com o título de Doutor ou
equivalente e, preferencialmente, onde também funcione curso de
Doutorado com nível 5 ou maior (segundo a CAPES).
A critério do Colegiado, o doutorando poderá substituir os créditos optativos pelos
créditos de disciplinas oferecidas por outros cursos de doutorado da UFBA ou de
Instituição de Ensino Superior ou de Pesquisa do Brasil ou do exterior, desde que o plano
de estudo, previamente, seja aprovado pela Comissão de Avaliação e Acompanhamento e,
depois, pelo Colegiado do CPgMS. Também, as disciplinas optativas poderão ser
substituídas por trabalho científico, publicado ou aceito para publicação, sendo, em
qualquer caso, após a data de matrícula como aluno especial, desde que diferentes dos
apresentados para creditação na disciplina obrigatória “Elaboração de Trabalhos
Científicos” (MED-799). Para efeito de creditação, cada trabalho publicado ou aceito para
publicação poderá receber de um (1) a dois (2) créditos, enquanto cada três (3) trabalhos
apresentados e publicados em Anais de Reunião científica, não-regional, poderá receber até
um (1) crédito.
II.2.6. Matrícula como aluno regular do CPgMS
Concluído os créditos acima, no final do terceiro ou do quarto semestre, o aluno
especial deverá encaminhar, observando o calendário de seleção e matrícula da UFBA, os
seguintes documentos:
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a) Declaração da Secretaria do Colegiado do CPgMS atestando a
matrícula e aprovação (e respectivos conceitos) nos seminários
obrigatórios e nas disciplinas curriculares (obrigatórias ou
optativas), listadas acima;
b) Projeto de Tese, baseado no Anteprojeto de Pesquisa e relatando,
em capítulo à parte, os resultados preliminares e/ou os trabalhos
publicados ou apresentados em eventos científicos (não-
regionais) – esses últimos devem fazer parte dos anexos do
Projeto de Tese;
c) Documentos exigidos pela UFBA para matrícula como aluno
regular; e
d) Declarações, autênticas, do Instituto de Letras da UFBA e/ou de
instituição(ões) credenciada(s) que foi aprovado no(s) exame(s)
de proficiência em duas (2) línguas estrangeiras.
Caso dois terços ou mais dos membros, da Comissão de Avaliação e
Acompanhamento, aprovem a documentação apresentada o aluno especial terá a matrícula
autorizada no CPgMS da FAMED.
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II.2.6.1. Matrícula nas atividades obrigatórias
(i) Projeto de Tese (MED 793), v. ementa, após a conclusão dos
créditos obrigatórios;
(ii) Metodologia Científica Aplicada II (MED 625) , v. ementa,
freqüência a partir da matrícula como aluno especial, porém a
matrícula semestral só deverá ocorrer quando for aluno
regular;
(iii) Pesquisa orientada II (MED 790), v. ementa, no semestre
subseqüente ao cumprimento de MED-793;
(iv) Exame de Qualificação (MED 794), v. ementa, no mesmo
semestre previsto para a conclusão do curso;
(v) Trabalho de conclusão II (MED 797), v.ementa, obrigatória
a matrícula até o sexto semestre.
III. CRONOGRAMA DO CURSO A) Como aluno especial
PRIMEIRO SEMESTRE
Anteprojeto de Pesquisa Obrigatório para a matrícula
Seminários obrigatórios Obrigatórios para receber
autorização de matrícula no 2º
semestre
MED-733 BIOÉTICA Disciplina obrigatória
MED-798 TRABALHO DE SUPERVISÃO
DE ALUNOS DE CURSO DE
GRADUAÇÃO*
Disciplina obrigatória
(*) parte I
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SEGUNDO SEMESTRE
MED-628 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE DE
PESQUISA
Disciplina
obrigatória
MED-798 TRABALHO DE SUPERVISÃO DE ALUNOS
DE CURSO DE GRADUAÇÃO*
Disciplina
obrigatória
(*) parte II
TERCEIRO E/OU QUARTO SEMESTRE
MED-799 ELABORAÇÃO DE TRABALHOS
CIENTÍFICOS
Disciplina
obrigatória
MED-744 TÓPICOS AVANÇADOS EM MEDICINA E
SAÚDE*
Disciplina optativa
MED-734 TREINAMENTO COMPLEMENTAR* Disciplina optativa
(*) uma ou outra disciplina.
B) Como aluno regular
QUINTO SEMESTRE (1° como aluno regular)
MED-790 PESQUISA ORIENTADA II Atividade obrigatória
MED-793 PROJETO DE TESE Atividade obrigatória
MED-625 METODOLOGIA CIENTÍFICA APLICADA II Atividade obrigatória
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SEXTO SEMESTRE (2° como aluno regular)
MED-794 EXAME DE QUALIFICAÇÃO II Obrigatória
MED-797 TRABALHO DE CONCLUSÃO II Obrigatória
MED-625 METODOLOGIA CIENTÍFICA APLICADA II (a) Obrigatória
MED-790 PESQUISA ORIENTADA II (a) Obrigatória
(a) na eventualidade de razão superior, aprovada pela Comissão de Avaliação e Acompanhamento e homologada pelo Colegiado do Curso, o doutorando não-concluinte no sexto semestre deverá repetir as atividades, o número de vezes necessário, e somente fazer a matrícula em MED-797 no último semestre.
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4- ANEXOS
EMENTAS
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I. ATIVIDADES OBRIGATÓRIAS I.1. MED-793 PROJETO DE TESE EMENTA Docentes responsáveis: Professor-orientador e Coordenador da Comissão de Avaliação e Acompanhamento, todos subordinados ao Coordenador do Curso de Pós-graduação Corresponde ao plano de trabalho de Tese e que deve ser apresentado, obrigatoriamente, no ato da matrícula como aluno regular do curso de Doutorado. A Comissão de Avaliação e Acompanhamento poderá rejeitar o projeto de Tese e conseqüentemente rejeitar a matrícula como aluno regular, nas seguintes condições: (i) Projeto de Tese sem os itens mínimos especificados abaixo; (ii) projeto de Tese com média aritmética igual ou inferior a seis (6), segundo os membros da Comissão de Seleção; (iii) projeto de Tese sem evidentes especificações que o trabalho poderá gerar três ou mais publicações científicas; (iv) Professor-orientador sem o título de Doutor ou equivalente; (v) e, especialmente, sem vinculação temática com a linha de pesquisa em Educação Médica. Caso o candidato seja aprovado para o curso de Doutorado, até 45 (quarenta e cinco) dias após o início do semestre letivo deverá apresentar o projeto de Tese revisto, ou seja, após a incorporação das sugestões dos membros da Comissão de Seleção e também a carta de encaminhamento do Projeto para algum Comitê de Ética em Pesquisa, credenciado pela CONEP. Posteriormente, o doutorando deverá apresentar o projeto de Tese em sessão pública da “Reunião Semanal de Projetos e Pesquisas em Andamento” e somente poderá ser aprovado pelo Coordenador se ficar plenamente evidenciado ser exeqüível sua conclusão em no máximo seis (6) semestres letivos. Por isto, tanto o doutorando como o Professor-orientador devem ter ciência que o plano de trabalho somente será aceito e aprovado se for exeqüível naquele prazo máximo, de seis (6) semestres letivos. Quando da entrega do projeto de Tese à Coordenação, o projeto deve conter, como mínimo, os seguintes itens: (1) título; (2) nome do aluno e do professor-orientador; (3) objetivo(s); (4) fundamentação teórica, racional ou introdução; (5) justificativas; (6) material e métodos (ou casuística, material e métodos); (7) fontes de financiamento; (8) orçamento detalhado; (9) equipe de trabalho, preferencialmente com a participação de mestrandos, médicos-residentes do HUPES e, obrigatoriamente, alunos de cursos de graduação de Medicina da UFBA; (10) cronograma detalhado; (11) análise das sugestões e críticas dos membros da Comissão de Seleção do Curso de Doutorado ou de consultor ad hoc e (12) referências bibliográficas.
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I.2. MED-794 EXAME DE QUALIFICAÇÃO EMENTA Docente responsáveis: Professor-orientador e Coordenador da Comissão de Avaliação e Acompanhamento, todos subordinados ao Coordenador do Curso de Pós-graduação A matrícula nesta atividade tem como pré-requisito a apresentação do histórico escolar no Curso de Doutorado e a conclusão dos créditos em todas as disciplinas (obrigatórias e opatativas) e atividades obrigatórias (exceto “Exame de Qualificação” e “Trabalho de Conclusão”). Consta essa atividade da apresentação de projeto de pesquisa, na mesma linha de pesquisa do Projeto de Tese (MED-793), com os seguintes itens, como mínimo: (1) título; (2) nome do aluno; (3) objetivo(s); (4) racional ou introdução; (5) justificativas; (6) material e métodos; (7) fontes de financiamento; (8) orçamento detalhado; (9) equipe de trabalho, preferencialmente com a participação de docentes (inclusive de outras instituições), mestrandos, doutorandos, outros profissionais e, principalmente, alunos de cursos de graduação da UFBA; (10) cronograma detalhado; e (11) referências bibliográficas. O exame de qualificação deverá ocorrer, obrigatoriamente, no mesmo semestre da matrícula nesta atividade obrigatória, do contrário o doutorando será reprovado. Até 60 (sessenta) dias após da data da matrícula, o doutorando deverá entregar na Secretaria do Curso sete (7) exemplares do projeto de pesquisa, acompanhados de carta do Professor-orientador com a sugestão de oito (8) docentes da UFBA; o Professor-orientador do doutorando não deverá fazer parte da Comissão Examinadora do Exame de Qualificação. Entre estes, ou outros docentes, o Colegiado selecionará cinco (5) docentes da UFBA (sendo dois suplentes); todos os docentes, obrigatoriamente portadores do título de Doutor ou equivalente. Os cinco (5) docentes indicados Colegiado (três titulares e os dois suplentes) para comporem a Comissão Examinadora do Exame de Qualificação, receberão um exemplar do projeto de pesquisa apresentado e as normas gerais do exame de qualificação: (i) análise do desempenho acadêmico do doutorando, para isto serão anexados à correspondência cópia do histórico escolar e exemplares ou cópias dos trabalhos publicados ou aceitos para publicação, após a data de ingresso no curso de Doutorado, bem com as cópias de resumos de temas-livres apresentados em eventos científicos; (ii) critérios de avaliação da apresentação oral do projeto de pesquisa pelo doutorando e (iii) critérios de avaliação do projeto de pesquisa. Após comentários e argüição por cada membro titular da Comissão Examinadora do Exame de Qualificação, reservadamente deverá constar em ata se o doutorando foi aprovado ou não no exame de qualificação. Em caso de reprovação, o aluno deverá, obrigatoriamente, fazer nova matrícula nesta atividade obrigatória no semestre subseqüente.
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I.3. MED-790 PESQUISA ORIENTADA II EMENTA Docente responsáveis: Professor-orientador e Coordenador da Comissão de Avaliação e Acompanhamento, todos subordinados ao Coordenador do Curso de Pós-graduação Consta do acompanhamento, elaboração, execução e discussão do projeto de pesquisa, que dará origem à Tese de Doutorado, acompanhado diretamente pelo Professor-orientador. A matrícula nessa atividade poderá ser, no máximo, durante quatro (4) semestres letivos. Assim, a matrícula nesta atividade obrigatória será semestral, a partir do terceiro ou do quarto semestre do curso. Ao final de cada semestre, o doutorando deverá encaminhar relatório sobre o projeto de tese em andamento, citando resultados preliminares, quando se aplicar, e anexando conceito (aprovado ou reprovado) do Professor-orientador. I.4 MED-625 METODOLOGIA CIENTÍFICA APLICADA II EMENTA Docente responsável: Raimundo Paraná Consta da participação semanal do doutorando na “Reunião de Projetos e Pesquisas em Andamento”, quando serão discutidos aspectos metodológicos e bioéticos de investigações científicas realizadas por pós-graduandos e/ou professores, após breve apresentação oral. O aluno deve se matricular nessa atividade obrigatória do primeiro ao último semestre do curso de doutorado; a cada semestre, somente será aprovado o aluno que obtiver 75% (setenta e cinco por cento) ou mais de freqüência nas reuniões semanais, realizadas às quintas-feiras de 7:30 às 9:00 horas.
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I.2.5 MED-797 TRABALHO DE CONCLUSÃO II EMENTA Docentes responsáveis: Comissão Examinadora e Coordenador do Colegiado A matrícula, nesta atividade, somente pode ser efetivada no início do semestre previsto para a defesa pública da Tese; e a atividade obrigatória corresponde ao trabalho final (Tese) para obtenção do título de Doutor. Após a matrícula do aluno, a primeira etapa consta da solicitação do Professor-orientador ao Colegiado para nomear os membros da Comissão Examinadora (ou Julgadora), segundo as determinações da Câmara de Ensino de Pós-graduação e Pesquisa da UFBA; a solicitação do Professor-orientador deve ser acompanhada de sete (7) minutas do trabalho de conclusão (Tese) e a sugestão de seis (6) a oito (8) nomes de Professores da UFBA ou de outras instituições de ensino superior ou de pesquisa da cidade do Salvador (BA) e de quatro (4) a seis (6) nomes de docentes de outras instituições do país; todos os docentes sugeridos, pelo Professor-orientador, devem ser portadores do título de Doutor ou equivalente. Na minuta já devem constar, como anexos ou não, no mínimo três (3) trabalhos publicados ou aceitos, ou um (1) deles no formato final de publicação, todos na mesma linha de pesquisa e extraídos do Projeto de Tese. Em outra etapa, o Colegiado selecionará os nomes de cinco (5) docentes da UFBA (sendo dois suplentes), excluindo o nome do Professor-orientador e de dois (2) docentes pertencentes aos quadros de outras instituições do País, nesse último caso só houver garantia de fonte de financiamento. Na etapa seguinte, o Coordenador do Colegiado encaminhará aos cinco (5) membros titulares da Comissão Examinadora (e mais aos dois docentes-suplentes), a minuta da Tese, solicitando análise no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis e que deverá ser encaminhada para o doutorando. Na quarta etapa, o doutorando terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para analisar as sugestões, correções e críticas dos 5 (cinco) docentes-titulares e, se possível, também dos dois (2) docentes-suplentes. Na etapa posterior, o doutorando deverá encaminhar 11 (onze) exemplares da versão definitiva da Tese, segundo as normas do Curso de Pós-graduação da FAMED – UFBA, os quais terão as seguintes destinações: sete (7) exemplares para os membros da Comissão Julgadora, titulares e suplentes; um (1) para o arquivo do Curso (FAMED); um (1) para o processo de confecção de diploma (UFBA); um (1) para a Biblioteca Central da UFBA; um (1) para a CAPES (MEC). Na sexta e última etapa, a Coordenação do Curso, após ouvir o doutorando, o Professor-orientador e os membros da Comissão Julgadora (ou Examinadora) deverá marcar a data da defesa pública da Tese, a ocorrer no âmbito da FAMED. A defesa pública da Tese, pelo doutorando, deverá durar até 50 (cinqüenta) minutos, seguida da apresentação do parecer e argüição dos membros titulares da Comissão Examinadora; os quais no final, reservadamente, deverão aprovar ou não o trabalho de conclusão, segundo as normas estabelecidas pela Câmara de Ensino de Pós-graduação da UFBA.
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II. DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS II..1. MED 733-BIOÉTICA Número de créditos: 2 (dois) teóricos Carga horária: 30 horas Duração: um semestre Docentes responsáveis: José Tavares-Neto e Eliane Azevêdo OBJETIVO: conhecer os fundamentos da Bioética aplicados ao exercício profissional e à pesquisa científica. EMENTA: Introdução geral e fundamentação filosófica. Princípios fundamentais: autonomia, beneficência, justiça, e não-maleficência. A vida humana, começo do ser individual, o direito à vida. Integridade do ser humano: pesssoal, psicológica, corpórea e axiológica. O direito de vir a ser: genética e ambiente. Tecnologias da reprodução assistida. Perspectivas e realidade em terapia gênica para neoplasias, doenças genéticas e outras doenças. Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Sintomas, sinais e valores na decisão médica. Paciente terminal. Eutanásia, suicídio assistido e abandono de tratamento. Comitês de Ética (hospitalar) vs. Comitês de Ética em Pesquisa. Discussão exemplificada sobre dilemas e conflitos na Medicina atual. O conceito levará em conta também o conteúdo e a originalidade de trabalho escrito sobre um tema relacionado a Bioética.
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II.2. MED-628 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PESQUISA Número de créditos: 4 (quatro) teóricos e dois (2) teórico-práticos Carga horária: 120 horas (sob a forma de módulos e em conjunto com a disciplina MED 733-BIOÉTICA) Duração: um semestre Docente responsável: Antonio Alberto Lopes, Argemiro D’Oliveira e Fernando Carvalho. OBJETIVOS: habilitar os alunos a analisarem criticamente métodos de análise de pesquisa e a desenvolverem programas de análise de dados através softwares de estatística. É importante que os alunos possuam conhecimentos básicos de Metodologia de Pesquisa. EMENTA: desenvolvimento de sistemas para análise de dados através de softwares de estatística: SPSS, Epi-Info, PEPI. Estabelecimento de arquivos de dados para análise. Manipulação de variáveis: codificação, rotulagem, definição de variáveis primárias e derivadas. Checagem para possíveis erros de entrada. Análise descritiva. Testes de hipóteses. Análise gráfica de dados. Testes estatísticos de hipóteses epidemiológicas. Estimativa de intervalos de confiança para medidas utilizadas em estudos para validação de testes diagnósticos, risco, prognóstico, ensaios clínicos e estudos de prognóstico. Técnica de Mantel-Haenszel e modelos “multivariados” visando o ajuste de uma associação epidemiológica para potenciais variáveis confundidoras. Desenvolvimento de programas de análise de dados epidemiológicos utilizando softwares de estatística.
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II.3. MED-799 ELABORAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS Número de créditos: 6 (seis) teóricos-práticos Carga horária: 180 horas Duração: um semestre Docente responsável pela supervisão: Coordenador OBJETIVOS: 1. aprimorar o conhecimento do doutorando em técnicas de redação científíca, usando como instrumento a análise de conteúdo de artigos publicados na literatura especializada; 2. rever com os doutorandos as diferentes normas de registro bibliográfico; 3. fornecer os elementos de cada tipo de trabalho científico; e 4. ao final do curso, o doutorando deve apresentar um trabalho submetido a publicação. EMENTA: seminários sobre técnicas de redação científica; análise qualitativo de artigos publicados na literatura. Modos de registrar as referências bibliográficas, inclusive as da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normas técnicas aplicadas pelos periódicos de divulgação científica. Apresentação de projeto de pesquisa, elaborado durante o curso, visando expor o doutorando ao conhecimento teórico adquirido ao longo do curso; nesta oportunidade, será observado o conteúdo, itens obrigatórios em um projeto, inclusive do termo de consentimento formal recomendo segundo as determinações ou exigências do CONEP (MS).
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II. 4. MED-798 TRABALHO DE SUPERVISÃO DE ALUNOS DE CURSO DE GRADUAÇÃO Número de créditos: 3 (três) teórico-práticos Carga horária: 90 horas (45 horas por semestre) Duração: dois semestres Docente responsável pela supervisão: Professor-orientador do doutorando OBJETIVOS: 1. expor o doutorando em atividades de supervisão de projeto de pesquisa realizado por alunos do curso de graduação da UFBA. EMENTA: no ato da matrícula o doutorando deverá anexar carta do Professor-orientador dando ciência ter pleno conhecimento sobre o conteúdo da ementa desta disciplina: 1. de coordenar ou participar de reunião regular, com pós-graduandos e alunos de cursos de graduação da UFBA; 2. localizar alunos de cursos de graduação da UFBA interessados em participar de projeto de pesquisa, sob a supervisão do Professor-orientador, ficando o doutorando responsável pela coordenação de seminários sobre levantamento de dados bibliográficos, técnicas de redação e elaboração de projeto de pesquisa; 3. o projeto de pesquisa a ser elaborado pelos alunos de graduação com a supervisão do doutorando e do Professor-orientador deverá ser entregue na coordenação do CPgMS até 45 dias após a data da matrícula, sob pena de reprovação nesta disciplina obrigatória; 4. este projeto de pesquisa deverá ter objetivo associado ao tema principal do projeto de Tese do doutorando e, ao mesmo tempo, ter objetivo e pergunta principal com fase de execução, análise e redação preliminar exeqüíveis até o final do semestre letivo; 5. ao final do segundo semestre letivo, o doutorando deverá encaminhar relatório com o conceito do Professor-orientador e anexando artigo ou comunicação sob a forma de trabalho científico a ser encaminhado para publicação. O conceito final será dado pelo Coordenador do CPgMS observando o cumprimento de todas as exigências e considerando, principalmente, como critério de excelência a relevância científica do estudo proposto e se foi encaminhado para publicação.
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III. DISCIPLINAS OPTATIVAS III.1. MED-734 TREINAMENTO COMPLEMENTAR Número de créditos: 3 (três) práticos Carga horária: 180 horas Duração: um semestre Docente responsável (coordenação/supervisão): Coordenador OBJETIVO: oferecer ao doutorando a oportunidade de conhecer outro centro de pesquisa e favorecer o conhecimento e treinamento de novas técnicas e linhas de pesquisa; mediante a apresentação prévia do plano de estudos e a indicação do Professor-supervisor do treinamento, com título de Doutor ou equivalente, em instituição de pesquisa de reconhecida competência do Brasil ou do exterior (*). EMENTA: treinamento em instituição fora do âmbito da UFBA e do Estado da Bahia, com a participação em atividades de pesquisa, de extensão e/ou de desenvolvimento ou aprendizagem de novas técnicas, a serem utilizadas preferencialmente como parte do trabalho de conclusão do curso; participação em seminários ou outras atividades científicas desenvolvidas no âmbito da instituição, sob a coordenação do Professor-supervisor do treinamento. Ao final do estágio o pós-graduando deve, obrigatoriamente, encaminhar relatório detalhado, especificando a carga horária (por atividade desenvolvida e total), com o conceito do Professor-supervisor. (*) o aluno e o Professor-orientador são responsáveis exclusivos de manter os contatos com a instituição, bem como, caso se aplique, solicitar financiamento a agência de fomento à pesquisa.
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III.2. MED-744 TÓPICOS AVANÇADOS EM MEDICINA E SAÚDE Número de créditos: 3 (três) teóricos Carga horária: 45 horas Duração: um semestre Docente responsável: Chefe de Departamento e Professor-orientador OBJETIVOS: Oferecer aos doutorandos a oportunidade de aprofundamento em importantes tópicos aplicáveis à pesquisa, ao trabalho clínico e ao ensino das áreas de saúde. EMENTA: planejar, programar e realizar curso, simpósio ou jornada em tema relacionado, obrigatoriamente, ao projeto de pesquisa, com duração mínima de 15 horas e encaminhar, para conclusão da disciplina, ao Professor-orientador relatório, constando: planejamento do evento; resumo dos Curricula vitae dos convidados; lista nominal dos participantes por categoria (estudantes de Medicina, médicos-residentes, etc.); fontes de financiamento; orçamento; resumo sobre os temas do programa científico e as principais conclusões referenciadas por cada participante ou palestrante; revisão sobre o “estado da arte” de algum tópico entre aqueles tratados no evento; e conclusões, onde deve também fazer sua auto-avaliação como organizador do evento. Esse relatório deve ser primeiro encaminhado ao Professor-orientador, para análise, conceito e justificativas, a quem cabe depois enviar ao Colegiado do Curso.
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IV. SEMINÁRIOS OBRIGATÓRIOS PEDAGOGIA E DIDÁTICA ESPECIAL. Fundamentos da Educação. Realismo, idealismo, existencialismo, pragmatismo. O cartesianismo e o positivismo. Correntes filosóficas em educação médica. Essencialismo, perenialismo, existencialismo pedagógico, construtivismo. Valores e educação médica. A natureza do conhecimento médico. Condutas usuais no processo de ensino-aprendizagem. Correntes psicológicas na educação médica, abordagem behaviorista, gestáltica, humanista, psicanalista e holística. Taxionomia dos objetivos educacionais. Técnicas de ensino. Recursos auxiliares. Medidas de avaliação. Tipos de avaliação. Análise de planejamento de disciplina. Modelos de currículo médico. Funcionamento de grupos. Teorias de Lewin e Rogers. Aplicação de sociogramas. Planejamento de atividades didáticas em pequenos grupos. Construção de escalas de desempenho pedagógico e utilização na prática. Análise das relações interpessoais nos respectivos papéis sociais dos envolvidos. Aplicação de medidas de avaliação por norma, conteúdo e competência. Análise de recursos auxiliares. O curso, obrigatoriamente, será ministrado com alunos do curso de graduação em Medicina ou de outros cursos realizados no Instituto de Ciências da Saúde. METODOLOGIA DA PESQUISA: elaboração de uma questão a ser investigada; elementos de um projeto de pesquisa; principais desenhos de estudo utilizados em pesquisas médicas; técnicas de amostragem; viés (tendenciosidades ou bias); planejamento da análise dos dados; definição do tamanho da amostra; medidas de freqüência e associação; efeito de uma terceira variável sobre uma associação; desenvolvimento de formulários para coleta de dados. Ao final do curso o pós-graduando deverá apresentar uma cópia do seu projeto de dissertação. O conceito final levará em consideração: 1) o desempenho do aluno em provas teóricas; 2) a qualidade do projeto de pesquisa. BIOESTATÍSTICA: Associação entre duas variáveis qualitativas: a.) as flutuações amostrais de uma percentagem. Distribuição binomial; b.) comparação de uma percentagem observada a uma percentagem teórica; c.) comparação de duas percentagens observadas; d.) o teste do χ² e a comparação de várias repartições observadas; e.) as pequenas amostras ( a correção de Yates e o teste exato de Fischer); f.) meta-análise dos estudos com variáveis categóricas ( Mantel-Haenszel, “odds-ratio” e intervalo de confiança do “odds-ratio”); g.) a introdução à análise de sobrevivência: o teste do “log-rank”. Associação entre uma variável qualitativa e uma variável quantitativa: a.) as flutuações amostrais de uma média; b.) estimativa e cálculo da média, do desvio padrão e da variância; c.) distribuição normal; d.) comparação de uma média observada a um valor teórico; e.) comparação de duas médias observadas (teste Z); f.) as pequenas amostras (teste t de Student); g.) comparação de várias médias. Análise de variância (ANOVA); h.) testes não-paramétricos para a associação entre variáveis qualitativas e variáveis quantitativas (Mann-Whitney, Wilcoxon e Kruskal-Wallis); i.) meta-análise dos estudos com variáveis quantitativas (“effect-size”). Associação entre duas variáveis quantitativas: a.) teste de independência entre duas variáveis quantitativas; b.) a regressão; c.) a correlação; d.) teste não-paramétrico para a associação entre duas variáveis quantitativas: coeficiente de correlação de Spearman.