profissionalização nas organizações sociais
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Profissionalização nas Organizações SociaisTRANSCRIPT
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CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO
PROFISSIONALIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
São Paulo
2015
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PROFISSIONALIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Paper desenvolvido como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de pós-graduação em Gestão de Políticas Públicas e Projetos Sociais, curso mantido pelo Centro Universitário Assunção, na disciplina Desafios Contemporâneos do Trabalho Social sob orientação da Prof.ª Maria Esmeralda Ballestero-Alvarez.
São Paulo
2015
RESUMO
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O presente Paper tem por objetivo tecer uma reflexão sobre os processos de desenvolvimento social brasileiro, apresentando os conceitos sobre Profissionalização nas Organizações Sociais desde o Brasil escravocrata, passando por uma linha do tempo, até a presente data. Apresenta perspectivas atuais sobre o tema e com breves textos traduzindo uma síntese de atividades no apoio a indivíduos e organizações em seus processos de crescimento e desenvolvimento, na busca contínua de soluções originais para questões sociais cada vez mais complexas. Frente a exigências sociais tão complexas, nos parece fundamental encorajar a prática social via o terceiro setor e renová-la sempre; fortalecer a intervenção cotidiana de sujeitos e organizações que ajudam o mundo a mudar; ajudar as pessoas a pensar, sentir e agir com consistência ética-política e com disposição para ensinar e aprender. Palavras–chave: organizações sociais; profissionalização; terceiro setor.
SYNOPSIS
This Paper aims to weave a reflection on the Brazilian social development processes, presenting the concepts of professionalization in Social Organizations from the slave Brazil, through a timeline, to date. Presents current views on the subject and brief texts reflecting synthesis activities to support individuals and organizations in their processes of growth and development in the continuing search for original solutions to social issues increasingly complex. Faced with such complex social requirements , it seems essential to encourage the social practice via the third sector and renew it forever; strengthen the daily intervention of individuals and organizations that help the world to change ; help people think, feel and act ethically and political consistency and willingness to teach and learn. Keywords: social organizations; vocational training; third sector
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO 05
1. CONCEITUANDO 05
1.1 Linha do Tempo 05
1.2 Organização 06
1.3 Organizações Sociais 06
2. DO ASSISTENCIALISMO AO DIREITO 08
3. TERCEIRO SETOR 09
4. CONCLUSÃO 09
REFERÊNCIAS 10
INTRODUÇÃO
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Objetivamos no trabalho a reflexão através de dados históricos que possam
mostrar o processo da Profissionalização nas Organizações Sociais no Brasil.
As Organizações Sociais na busca de desenvolver uma ação ordenada e com
maior efetividade favorecendo a captação de recursos passam a buscar profissionais
especializados que pautam suas ações em técnicas e instrumentos científicos. E,
assim enfraquecendo as ações de cunho assistencialistas.
Segundo Adalíza Sposati[1] assistencialismo alinha-se aos modelos de
relações baseados na subordinação e não na autonomia. Uma de suas principais
manifestações é a relação de favor pela qual o assistido torna-se um devedor de quem
assiste.
1 CONCEITUANDO
1.1 LINHA DO TEMPO
Antes de trazermos para reflexão a Profissionalização no Terceiro Setor e aqui
usando a terminologia mais abrangente “Terceiro Setor” propomos a reconstrução de
uma linha do tempo visando
Do início da colonização até o século XIX, a filantropia brasileira esteve
essencialmente ligada à igreja Católica. Educação, saúde e assistência social eram
oferecidas quase sempre por instituições religiosas, financiadas por donativos vindos
da Casa Real ou das famílias mais abastadas da colônia.
Adiante utilizando citações do economista, doutor e mestre Luiz Carlos Merege:
Século 20, o Brasil foi governado, principalmente, por ditadura, com curtos períodos de democracia política; Em 1985, o Brasil passou do controle estatal para uma maior participação da sociedade, sendo fortalecida com a Constituição de 1988. O poder econômico estatal estava enfraquecido e a sociedade civil, tradicionalmente caracterizada pela expectativa de receber todos os benefícios do Estado, começou a se organizar mais intensivamente do que no passado, formando organizações não lucrativas.
A partir da década de 80, o Terceiro Setor passou a crescer exponencialmente,
o que o caracteriza como um setor jovem, porém robusto. Para a sociedade civil, a
[1] Aldaíza Sposati é professora titular da PUC-SP, coordenadora do Nepsas (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência Social) dessa universidade e também do Cedest (Centro de Estudos das Desigualdades Socioterritoriais - PUC/INPE).
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década representou um enorme ganho no que diz respeito à garantia dos direitos
políticos, civis, econômicos e sociais.
Década de 90, não se falava nesse conceito e ele não fazia parte da produção
de conhecimento sobre as organizações da sociedade civil. Agora, existe um
sentimento de que as organizações da sociedade civil pertencem a um setor e, por
consequência, se deseja saber o seu tamanho, a sua participação no PIB, na geração
de empregos, o perfil do profissional que nele atua e o tamanho de seu público direto
e indireto, entre outras tantas e importante questões.
1.2 ORGANIZAÇÃO
Segundo Maximiano (1992) uma organização é uma combinação de esforços
individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma
organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis
para uma pessoa.
1.3 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Eurico de Andrade Azevedo Procurador da Justiça aposentado e sócio do Escritório
Andrade Azevedo e Alencar Consultoria Jurídica faz uma contextualização sobre
Organização Social com apontamento da Lei Federal a qual trazemos uma parte no
sentido de contribuir com a reflexão:
Organização social é uma qualificação, um título, que a Administração outorga a uma entidade privada, sem fins lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público (dotações orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus fins, que devem ser necessariamente de interesse da comunidade;
A locução organização social, a nosso ver, é muito genérica, pois ambas as palavras têm um significado muito abrangente. De qualquer forma, foi a denominação que o legislador resolveu outorgar àquelas entidades, em substituição ao desmoralizado título de utilidade pública, concedido a entidades assistenciais que de beneficentes só tinham o rótulo, por servirem a interesses particulares. Conforme expôs o Professor Paulo Modesto (então Assessor Especial do Ministério de Administração e Reforma do Estado), no XII Congresso de Direito Administrativo, em agosto de 1998, na impossibilidade política de revogar a Lei n. 91, de 1935, que regulava a aprovação do benefício "de utilidade pública", o Governo resolveu aprovar outra lei, criando a nova qualificação;
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Nos termos da Lei Federal n. 9.637, de 18.5.1998, o Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sociais sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos os requisitos previstos nesse mesmo diploma.
Requisitos básicos: não podem ter finalidade lucrativa e todo e qualquer legado ou doação recebida deve ser incorporado ao seu patrimônio; de igual modo, os excedentes financeiros decorrentes de suas atividades; finalidade social em qualquer das áreas previstas na lei: ensino, saúde, cultura, ciência, tecnologia e meio ambiente; possuir órgãos diretivos colegiados, com a participação de representantes do Poder Público e da comunidade; publicidade de seus atos; submissão ao controle do Tribunal de Contas dos recursos oficiais recebidos (o que já existe); e celebração de um contrato de gestão com o Poder Público, para a formação da parceria e a fixação das metas a serem atingidas e o controle dos resultados.
A Lei federal n. 9.637/98 pode servir como modelo para os Estados e Municípios, com as adaptações indispensáveis às suas peculiaridades, em especial no que diz respeito aos serviços que entendam convenientes que sejam prestados pelo setor privado. Em alguns lugares serão atividades voltadas à cultura (proteção ao patrimônio histórico, museus etc.), em outros à preservação do meio ambiente (parques florestais, jardins públicos), em outros ao ensino e à pesquisa (institutos de pesquisa) ou à saúde (ambulatórios, creches, asilos) etc. A vantagem de se acolher o modelo federal é a possibilidade de se obter para as organizações sociais do Estado ou Município os mesmos benefícios concedido às organizações sociais da União (repasse de verbas federais, sessão de bens etc.), desde que a legislação local não contrarie os preceitos da lei federal (art. 15).
Seguindo nesta reflexão então Organização Social é uma Titulação assim como
Organizações Não Governamentais (ONGs), Associações e Fundações privadas sem
fins econômicos como aborda a Professora, Doutora Márcia Moussallen no livro
Terceiro Setor, p. 20. Essas denominações passaram a ser identificadas como um
novo campo da sociedade civil.
De acordo com o novo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/02, com as
introduções trazidas pelas Leis n.º 10.825/03 e 11.127/05) e juridicamente
constituídas sob a forma de Fundações e Associações Sem Fins Lucrativos (FASFIL)
refere-se ao termo terceiro setor.
Segundo Luiz Carlos Merege, economista, doutor e mestre pela Maxwell
School of Citizenship and Public Affairs da Universidade de Syracuse, NY. Professor
Titular do Departamento de Planejamento e Análise Econômica FGV-EAESP, o
Terceiro Setor é constituído por organizações criadas por iniciativas privadas que
geram bens e serviços de caráter público. Essa característica marcante do Terceiro
Setor é que o distingue dos outros dois setores tradicionais: o Estado e o mercado.
Essa distinção baseia-se em uma visão conceitual da sociedade em que se dá
relevância às possíveis formas de se constituir organizações. Ainda relata que os
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estudiosos, atualmente, reconhecem que o Terceiro Setor se constituiu muito antes
do Estado e do mercado, sendo reconhecido por muitos teóricos como sendo,
historicamente, o primeiro setor. O registro de iniciativas organizadas de seres
humanos para atender os mais necessitados é encontrado tanto na Grécia como na
Roma antiga. No Brasil, as primeiras iniciativas na área partiram da Irmandade de
Misericórdia, com a criação das Santas Casas, a primeira datando de 1543,
estabelecida em Santos, São Paulo, e que tinham como principal finalidade atender
aos enfermos e alimentar os famintos.
Assim como o oxigênio, que sempre existiu no ar, mas que somente foi
identificado por Lavoisier no século XVIII, o Terceiro Setor, apesar de sua existência
secular, não era reconhecido como um setor com características próprias. Se o
oxigênio é fundamental para a vida, o Terceiro Setor tem sido o elo principal da vida
em sociedade. Daí a importância do reconhecimento de sua existência.
Ressalta que o “Terceiro Setor ganhou respeitabilidade e credibilidade por ser
depositário de poder moral, sendo os valores e princípios humanitários que movem a
sua ação, seu precioso capital. Dessa forma, a questão econômica pode afetar a vida
de uma organização do Terceiro Setor, mas sua existência depende,
fundamentalmente, de sua credibilidade e do respeito que inspira na sociedade onde
atua. A morte de uma organização é inevitável quando ela viola princípios éticos e
morais, e essas organizações, assim como as governamentais e privadas, não estão
livres de atos escusos ou de serem utilizadas para encobrir atos criminosos”.
2 DO ASSISTENCIALISMO AO DIREITO
No Brasil o assistencialismo segundo Marcel Mauss[2] no Ensaio sobre a dádiva
se manifestou historicamente no coronelismo, no qual os “homens livres da ordem
escravocrata” deviam ao coronel (o dono das terras e dos escravos) sua possibilidade
de vida em troca de uma lealdade cega que o convertia em capangas para defender
a vida e a riqueza de “seu senhor” (FRANCO, 1983).
[2] Marcel Mauss, (1872-1950) Sociólogo e antropólogo francês nascido em 1872, Marcel Mauss teve como principal contributo para o desenvolvimento da sociologia o fato de ter feito dos conceitos de troca e de reciprocidade dois conceitos indispensáveis da Antropologia Social.
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No Dicionário de Políticas Públicas (2ª edição P. 90, 91, 92,93 e 94) Aldaíza
Sposati outro elemento que caracteriza a presença do assistencialismo é a chamada
“cultura da pobreza”. A relação entre pobreza e vagabundagem constrói o mito de que
os pobres forjam situações para serem assistidos e não precisar trabalhar.
Relata ainda que “a sociedade atual parece suportar alguns papeis de direção
associados à reprodução do assistencialismo. Um deles, bastante conhecido no
Brasil, está associado ao desempenho das primeiras-damas, as esposas de
governantes, que mesclam o ambiente público com o privado”.
Continua a argumentação “Pai dos Pobres” Tal modelo encontrou em Eva
Perón[3] um dos exemplos paradigmáticos, seguido no Brasil por Darcy Vargas[4]···.
Hoje por força constitucional, a assistência social está no âmbito da seguridade
social. Não se confunde com “assistencialismo”, pois se define como política social e,
como tal, afiança direitos sociais.
Termina suas colocações dizendo que “a presença do direito é a antítese do
assistencialismo”.
3 TERCEIRO SETOR
Entrevista do Prof. Paulo Modesto - Direito do Terceiro Setor
https://www.youtube.com/watch?v=Ro2IhPpZXJQ
4 CONCLUSÃO
REFERENCIAS
[3] Uma das principais figuras do movimento peronista, Eva Perón, ou simplesmente Evita, como ficou conhecida, conquistou os argentinos com sua política populista, que viam nela a esperança para os necessitados. Filha caçula de um grande proprietário de terras, Juan Duarte, com a sua amante, Juana Ibarguren, Eva Maria Ibarguren, seu verdadeiro nome, nasceu em 7 de maio de 1919, na pequena cidade de Los Toldos. <http://educacao.uol.com.br/biografias/eva-peron.htm>
[4] Darcy Sarmanho Vargas (São Borja, 12 de dezembro de 1895 — Rio de Janeiro, 25 de junho de 1968) foi a esposa de Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, e a primeira-dama do país por dois períodos. Na condição de primeira-dama, Darcy Vargas tornou-se um exemplo e uma referência para suas contemporâneas, devido à sua preocupação com as questões sociais e assistenciais. <http://revistapesquisa.fapesp.br/2008/08/01/trabalhadoras-do-brasil/>
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MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução a administração. 3ª ed., São Paulo, Editora Atlas, 1992. MOUSSALEM, Marcia. Terceiro Setor – Um Ator Estratégico para o Desenvolvimento Humano, Editora Plêiade, 2014. AZEVEDO, Eurico de Andrade. Organizações Sociais http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista5/5rev6.htm MEREGE & MOUSSALLEM Consultores – As Organizações do Terceiro Setor para que servem. http://mmterceirosetor.com.br/as-organizacoes-do-terceiro-setor-para-que-servem-o-que-fazem/