professora fala sobre atividades físicas para idosos · fiz curso na universidade aberta da 3ª...

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EMPO P R E S E N T E T NÓS E O PROJETO TEMPO PRESENTE EM NOSSAS PALAVRAS Meu nome é Áurea Santos Moretto, nasci em Mirandópolis – SP, no dia 23 de agosto de 1940. Sou divorciada, tenho 4 filhos, 7 netos, estudei até o 2 grau e fiz curso na Universidade Aberta da 3ª idade. Sou coordenadora do grupo São José Operário, no jardim Leonor, há oito anos. O curso de fotografia foi de grande conhecimento para mim, pois sempre fui apaixonada pela fotografia. Wanda Dobrucki Kasprovicz – 72 anos. Nasci em 12 de novembro de 1938, fui para a escola em 1945 e fiquei até 1948. Fiz o primário, daí eu perdi a minha mãe. Na adolescência, eu fiz um ano do curso de educação rural. Em 1959, eu casei, tive seis filhos, agora tenho sete netos e um bisneto. A minha família toda é de 22 pessoas. Aprender é conhecimento. É importante porque a gente fica conhecendo muita coisa. Benedita de Faria Coutinho - eu sou a aluna de 63 anos. Viúva há 18 anos, residente no jardim Interlagos. Moro com três filhos e um neto, sou atriz das Casas das Fases. Fazer o curso de fotografia e texto é uma grande e bela experiência. Nunca é tarde para aprendermos a fazer alguma coisa. Não é porque somos maiores de 60 anos que não conseguiremos aprender, temos força e vontade, apesar das limitações de cada um. Participei dos jogos dos grupos de convivência na UEL, o grupo do Interlagos ganhou a medalha de bronze no basquete. Mesmo que não tivéssemos gan- hado, mesmo assim, ficaria feliz. O importante não é ganhar, mas competir. Espero continuar em 2011, com esse trabalho maravilhoso. Temos que exer- citar nossa memória. Beijo e abraço para meus professores e para a Secretaria Municipal do Idoso e grupos de convivência. Feliz 2011. Izete Maria Rodrigues- nasci em 29 de julho de 1943. Tenho 67 anos, nasci em Salvador-Bahia. Sou desquitada, tive cinco filhos, dois são falecidos. Tenho só o primário, mas, mesmo assim, consegui trabalhar o suficiente para estudar meus filhos. Hoje sou aposentada, muito feliz e realizada por tudo o que conquistei. Par- ticipo do grupo da Igreja São José Operário, do Jardim Leonor, com a coorde- nadora Áurea. Participar do Tempo Presente, pra quem não tinha fotografado com a digital, foi uma realização de saber que posso e devo fotografar. E saber que nós, idosos, somos capazes de evoluir no que estamos aprendendo com carinho. Quero continuar aprendendo mais hoje, amanhã e sempre. Somos vitoriosos de apresentar o que o idoso pode fazer, mostrar que somos capazes. Yoshie Kyosen Shimizu - Nasci na cidade de Cravinhos, estado de São Paulo, em 1942. Após criar dois filhos, fiz o curso ginasial, o segundo grau em magis- tério e superior em Pedagogia. Sou professora do ensino fundamental e atuo como contraturnista na Escola Municipal João XXIII. Moro com a mãe de 90 anos. Sou casada e tenho dois filhos e quatro netos. Faço parte do grupo da terceira idade Nakayoshi Club, e ainda cuido da horta comunitária do Centro de Convivência do Idoso. Participo também de projetos da Secretaria do Idoso - Tempo Presente que integra o programa Voz Ativa. A alegria é passar momentos com os netos e acompanhar o crescimento das plantas da horta comunitária com as companheiras. Estou maravilhada, adorando, aprendi muita coisa, aprendi a usar a máquina digital e, com isto, estou registrando o meu trabalho com os alunos. Madalena Setsuko Nishimori – 63 anos, executiva do lar. Meu hobbie é pescar, fotografar, viajar, cuidar de plantas e cozinhar. Participo de vários grupos de maturidade, 3ª geração do Sabará, Projeto Feliz Idade da Vale Verde e Acel. Sou paranaense. Pé vermelho. Eu sou Maria de Lourdes Broietti, tenho 60 anos. Nasci em Sabáudia-Pr. Casa- da com Irineu Broietti, mãe de dois filhos (um falecido), avó de dois lindos netos. Dona de casa. Fui voluntária e coordenadora de decanato da Pastoral da Criança. Hoje, sou participante do grupo de idosos da 3ª Geração, do jardim Sabará. Fazemos nossas atividades no salão da igreja Nossa Senhora de Fátima, sou também paroquiana. Participei do curso de Comunicação e Expressão e do livro Vidas em Versos. O Tempo Presente foi uma luz a mais a brilhar na minha vida, a qual estou se- gurando e quero fazer tão brilhante! Eu me chamo Nídia Aparecida Pimenta. Tenho 66 anos. Sou viúva, faz 11 anos, tenho 6 netos, cursei o terceiro ano primário. Nós morávamos no sítio, tinha muita dificuldade para estudar e também motivos familiares e financeiros. Passou o tempo, casei, tive os filhos. Quando foi em 1981, fui trabalhar na UEL. Depois em 1987, voltei a estudar no HU e fiz o ginásio. Agora, eu integro o grupo “A vida continua”, no jardim Tókio, e faço alongamentos, faço parte dos projetos da Secretaria dos Idosos. Desde 2009, estamos no projeto de fotografia, Tempo Presente, Roda de Lei- tura, etc... Tenho sido agraciada com várias formas de buscar mais conhecimentos, que antes não tive oportunidades, como tenho hoje. Vivendo a melhor idade, cheia de planos e com muitas amizades que foram criadas dentro dos projetos. Fukiko Okano- nasci na cidade de Pereira Barreto- São Paulo- em 24 de abril de 1939. Sou casada, tenho três filhos e uma neta. Concluí os estudos até o magistério e superior incompleto. Sou coordenadora do Nakayoshi Kurabu e suplente no Conselho Municipal do Idoso. Participo do Projeto de Comunicação e Expressão, desenvolvido pela Secre- taria Municipal do Idoso e também do Projeto Tempo Presente. Participar do Projeto Tempo Presente só me enriqueceu em todos os sentidos. Aprendi a lidar com a máquina fotográfica e também a produzir pequenos tex- tos. Entrevistar pessoas foi uma experiência inédita. Só tenho a agradecer a equipe toda por esta oportunidade. Muito obrigada. Oziel Marcelindo, 70 anos, viúvo, pai de três filhos ( um falecido), avô de oito netos (um falecido), bisavô de 10 bisnetos. Moro no jardim Leonor. Participo do projeto Roda de Leitura e tenho algumas poesias no livro Vida em Versos, feito pelo grupo de Comunicação e Expressão da Secretaria Municipal do Idoso. Para mim, o Tempo Presente foi muito importante. Fotografia e texto foram importantes. Sou muito tímido e agora estou mais desinibido. Filhos ingratos* Vejo alguns idosos Por esse mundo largado Uns por não terem família Nem sequer foram casados. Outros têm seus filhos E foram por eles abandonados Vivem sozinhos no mundo Ou em um asilo deixados. Osiel Marcelino – 70 anos *Texto escrito para o projeto de Comunicação e Expressão, publicado no livro Vidas em Versos Jogos integram idosos Nos dias 24 e 25 de outubro, os grupos de ido- sos de várias partes da cidade, fizeram um campe- onato de jogos, como vôlei, basquete, bola ao gol, teve também entrega de medalhas. A professora Vilma Diniz Ribeiro da Silva teve um grande em- penho. Foram duas tardes cheias de jogos e alegri- as, no ginásio de esportes da UEL, pois ali estavam pessoas superando seus limites para conquistar seu espaço nos jogos. Não foi importante quem ganhou os jogos, mas a participação de vários idosos no evento. Áurea Moretto - 71 anos Idoso participa de dança e poesia Manifestações culturais são inerentes ao ser humano. O idoso pode aprender a dançar, cantar, ler, escrever. A prova disto é a pratica de Hip-Hop praticado por um grupo de pessoas idosas da região oeste de Londrina. O grupo começou esta dança por sugestão e orientação da coordenadora de esporte da Secretaria Municipal do Idoso de Londrina, a professora Vilma Diniz Ribeiro da Silva. Esta dança de ritmo diferente, desconhecida até então pelo grupo, teve aceitação maciça. “A motivação foi total e tem aumentado o número de pessoas interessadas em aprender”, afirmou Áurea Santos Morette, 70 anos, aposen- tada, coordenadora do grupo. Os idosos já receberam convites para apresentar em outros grupo de idosos, nos eventos da Secretaria de Idoso de Londrina e nas instituições de idosos. A proposta é acrescentar mais movimentos e melhorar a coreografia. “A dança tem proporcionado melhora no relacionamento entre os membros do grupo, elevação de autoestima, sem falar na saúde”, afirmou a Áurea. Quando Áurea diz ter saúde, implica em ter saúde física, saúde mental e saúde psicológica. Poesia A dona de casa Matsutio Hashimoto, 65 anos, é membro do grupo de idoso do São Francisco de As- sis da região oeste de Londrina, fez parte do projeto de desenvolvimento de habilidades de comunicação e expressão, direcionada à pessoa idosa, desenvolvido pela Secretaria Municipal do idoso de Londrina. Matsutio contou que, quando começou o curso, era leitura e interpretação de texto e, com o tempo, deparou com a poesia e ficou apaixonada. “A poesia é uma coisa maravilhosa. Aprendi que tanto no so- frimento, na dor, na alegria, a gente pode fazer poe- sia. No final do curso, foi lançado o livro de poesia do grupo. O lançamento foi um sonho, me deu alegria de viver, pois jamais imaginei que isso pudesse acon- tecer na minha vida.” O exemplo confirma que as manifestações cult- urais são inerentes ao ser humano. Sempre é tempo de começar. Informações sobre o grupo Rua Ruy Virmond Carnascialli, jardim Leonor Telefone: 3338-5533 Fukiko Okano – 71 anos Pessoas com mais de 60 anos participam de passeio e lazer Em 19 de outubro de 2010, o grupo de idosos do jardim Messiânico da Paróquia San- to Antônio de Pádua realizou passeio para o Ody Parque, em Maringá, sob a coordenação de Ivone Ramos da Silva. Periodicamente o grupo realiza passeios em busca de lazer con- hecimento e desenvolvimento dos integrant- es. Já foram realizados passeios para Termas de Londrina, Parque da Universidade e muitos outros lugares. Uma das participantes desta turma, dona Inês Alba, 70 anos, diz ter gostado muito do passeio, especialmente de estar em compan- hia das pessoas do grupo. “Estes passeios nos ajudam a nos conhecer melhor, conhecer nos- sas colegas e nos levam a encontrar um pouco de paz do espírito.” Dona Julieta de Aquino, 83 anos, diz que ficou maravilhada com o parque e águas quen- tes, e também, com o toboágua, entre outras belezas. “Fiquei conhecendo melhor as pessoas com as quais convivemos durante a semana.” A senhora Maria, 69 anos, relatou que viaja sempre, mas o do Ody foi um dos melhores passeios que fez, porque fez mais amizade entre as pessoas e se integrou melhor no grupo. “Na minha opinião, este passeio, realmente, foi muito gostoso e divertido, uma vez que fizemos hidroginástica, alongamento,dança e outras diversas atividades na água. Ficamos maravilhados com a beleza das flores, enfim, com o encanto da natureza. Com certeza, estou vivendo mais intensamente e registrando todos os bons momentos em que estivemos juntos.” Nídia Aparecida Pimenta – 66 anos Idosos fazem horta e compostagem No Centro de Convivência do Idoso Benedito Camargo Sobrinho, localizado no jardim Bandeirantes na rua Serra da Pedra selada,111, o grupo Nakayoshi da terceira idade, faz reuniões aos sábados do mês, das 8horas às 10horas e desenvolve várias atividades, tais como:dança japonesa, canto, estudo de língua, dobradura entre outras.E, ainda, há um pequeno grupo denominado Amantes da Terrra co- ordenado por Akiko Hirroka e Yoshie Kyosen Shimizu, ambas com 68 anos. Este grupo pratica a horta comunitária. No local, havia terreno disponível cheio de entulhos, onde foi realizado um mutirão de limpeza, for- mando compostagem com os próprios galhos e folhas das árvores condenadas e eliminadas e, ainda, utilizando o lixo orgânico produzido nos próprios eventos e também nas casas. A atividade está sendo desenvolvida diretamente por seis voluntárias periodicamente nas manhãs e tardes, através de escalonamento. Elas preparam o solo, plantam mudas e sementes, eliminam ervas daninhas e também atendem eventuais visitantes que procuram o produto da horta. Apesar de não ter fim lucrativo,o produto é fornecido à comunidade, com valor simbólico para a manutenção da própria horta e jardim. O tamanho da horta,bem como a sua produção, é compatível às condições físicas das cultivadoras, sendo importante a adequação das atividades às necessidades impostas no decorrer do trabalho. A companheira Akiko, que também é psicóloga e terapeuta corporal, afirmou que a prática da horti- cultura ou jardinagem resgata a energia e o equilíbrio do corpo e mente, fazendo perceber o prazer e a importância do contato com a água, terra, ar puro e o calor do sol bem dosado. “Na terceira idade, o cultivo da terra, como no nosso caso, é uma questão de estilo de vida -e não um mero trabalho braçal – braçal sim, mas um ótimo exercício complementar de musculação”, opinou a colega. Aqueles que cuidam da horta comunitária praticam a cidadania, preservando o meio ambiente, ze- rando e reciclando o lixo. Aprendem e ensinam que o produto como o caldo verde de couve é um de- licioso depurador de sangue, evitando doenças como o reumatismo. Com a melhoria da qualidade de vida, os idosos colaboram com a sociedade com seus conhecimentos, que são repassados para os mais jovens e conquistam a emancipação, desonerando os gastos pessoais e até os públicos na questão de saúde. Yoshie Kyosn Shimizu - 67 anos Ritual Toroo Nagashi homenageia falecidos Nas proximidades do dia de finados aconteceu na cidade de Carlópolis, norte do Paraná, as margens da represa de Xavantes no rio Paranapanema, uma homenagem aos falecidos. Evento organizado pela Igreja Budista, contou com a participação dos oboo-san (sarcedote budista) Eduardo Sassaki, de Maringá, e de representantes de outras cidades, como Curitiba, Rolândia e São Paulo. No dia 23 de outubro de 2010 foi o 29° en- contro, que já se tornou uma tradicional festa local, denominado como Tooroo Nagashii. A as- sociação nipo brasileira local e de vários mu- nicípios do estado do Paraná e São Paulo es- tavam presentes. O encontro teve inicio às 14h30 com o culto e leitura pelo padre Sassaki dos nomes inscri- tos nos toorôos, tinha mais de 1.500. Depois, seguindo em Carreatas até a ponte na divisa com o estado de São Paulo, foi feita a soltura das lanternas iluminadas no rio para que a cor- renteza as levasse ao longo da represa, com show de fogos de artifícios e hinos cantados pe- los participantes, em torno de 700 pessoas, isso já ao anoitecer. De Londrina participou um grupo de 42 pes- soas, lideradas pelo senhor Massaji Numata. Participou deste encon- trou pela primeira vez a senhora Reiko Aiza- wa,73 anos, professora aposentada. Ela disse que achou muito interessante o significado do Toôroo Nagashi. “Gostei muito da palestra do padre Sassaki falando que temos que acreditar em Deus em primeiro lugar, para vivermos em harmonia com todos, em especial na terceira idade.” Toorô Nagashii Tem um significado muito interessante que é acompanhar a volta das almas ao mundo espiritual pelas correntezas das águas, com as lanternas iluminadas. Madalena Setsuko Nishimori – 63 anos Espelho, espelho meu Meu nome é Izete Maria Rodrigues e tenho 67 anos de idade. Moro sozinha e sou independente. Também estou sempre em atividade e apesar da minha idade, não tenho medo de morar sozinha e isto não me impede de ser feliz, pois gosto de viajar, pratico atividades físicas como dança, alongamento e hidro. Não tenho nenhuma preocupação com o en- velhecimento, pois não tenho tristezas e acho minha vida ótima e sei que viver é maravilhoso. A felicidade para mim é estar sempre de bem com a vida, que é linda. Todos os dias ao me levantar, agradeço a Deus por ela e vejo quanto é maravilhoso viver, pois tenho saúde e quando olho para o espelho do meu quarto eu vejo uma pessoa feliz e alegre, pois vibro por cada hora,cada minuto e cada segundo com tudo que vivo. Já cumpri a minha missão de criar meus filhos e agora vivo para mim e procuro sempre ser posi- tiva em tudo que faço. Não existe o desanimo em minha vida, pois sei que Deus tem sido muito carin- hoso comigo me proporcionando uma vida feliz e com qualidade, pois não preciso de acompanhante para ir ao médico e nem ir às compras e resumindo tudo isso digo: SOU FELIZ POR CONSEGUIR CHEGAR ATÉ AQUI. COMO É BOM AMAR A VIDA! Izete Maria Rodrigues – 67 anos Idosos cuidam da saúde em UBS A auxiliar de enfermagem Márcia T. Zenke, entrevistada sobre a saúde do idoso, contou que nas pessoas acima dos 60 anos, o envelhecimento do corpo so- fre algumas alterações principalmente no sistema respiratório. Inúmeras patolo- gias surgem ou apresentam um agravo, tais como: diabetes HAS, gripe, que pode levar a uma pneumonia, incontinência urinária, mal de Parkinson, Alzheimer, tendo também o esquecimento, verti- gem, tontura e AVC. Márcia contou que , muitas dessas pessoas, são atendidas pelas unidades de saúde para que essas doenças sejam cuidadas. E ela falou também que é ne- cessário o incentivo às atividades físicas e mentais, participar de grupo de idosos, passear, ler, sair com amigos e amigas e sentir – ser útil dentro de sua família. “O familiar deve ter consciência da vulnerabi- lidade de seus entes.” Ela falou em algumas medidas como prevenir quedas e acidentes, evitam in- ternamento hospitalar. Também é preciso fazer atividade simples como retiradas de tapetes do chão e manter um ambiente com boa iluminação, usar barra de segurança nos banheiros e incentivar o uso de calçados leves e confortáveis nos pés. Márcia continuou ainda dizendo que às vezes o idoso se sente muito sozinho e ele faz da UBS, seu lazer, anda até lá para ver pessoas, que quer conversar no Pronto Atendimento, com isso ele interage com o mundo que o cerca. É necessário que a equipe da UBS esteja atenta a estes pormenores e os trate com carinho, ou talvez até deve encaminhá-los a um grupo de idosos. Ela disse ainda que, hoje em dia, o ministro da saúde tem se preocu- pado mais com o envelhecimento no país, disponibilizando médicos especialistas pelo SUS. “É demorada a con- sulta, porém, para muitos, é a única oportunidade de consulta especializada.” Há também o apoio das equipes das PSF e SID que fazem o acompanhamento, em repouso relativo, recupe- ração de um AVC, cirúrgico e outros. “ Não se deve esquecer que todos envelheceremos um dia, teremos nossas limitações e conflitos, cabe a nós dar dignidade, respeito e amor àqueles que tanto fizeram por nós.” Benedita de Faria Coutinho - 63 anos Participar de grupos é im- portante para a pessoa idosa Muitas vezes o idoso fica preocupado com sua velhice! Pergunta para ele mes- mo: o que será o final da minha vida? Hoje sou uma pessoa saudável. Pratico esporte, faço caminhada, desço do ônibus, consigo subir bem tranqüila, gosto de artesanato, bordar, pintar. Faço meus afazeres de casa em geral com muito alegria, cuido das flores com carinho pois elas deixam a casa com a ar de felicidade, muito mais bonita. Participo do grupo de idoso da minha comunidade e, neste ano fui eleita coordenadora, mas eu já fazia parte da coordenação da equipe anterior. E não sou só eu. Maria Hernandes Manpiom, 72 anos, secretária, hoje aposentada e pensionista, veio para o grupo este ano e diz que não vê a hora de vir para o grupo. “É gostoso, é outro astral, as amizades são excelentes. Moro soz- inha, meu filho me abandonou, ele vendeu minha casa e meu carro foi para os Estado Unidos e não me pagou e a outra mora na Itália nem me liga e a outra em Santa Catarina. A participação no grupo é para gente saber cada vez mais, dos nosso direitos.” Maria Aparecida Mendes 62 anos, professora aposentada disse que o grupo trabalha a ca- beça, instrui e faz com que mente fique aberta para aprender em qualquer idade, além de in- centivar a participação em campeonatos. Caroline Vinha Gassi, 68 anos, do lar, fala do grupo com otimismo. Ela foi umas das primei- ras a participar do grupo 3ª geração do jardim Sabará. Ela participa com freqüência e fala que o grupo faz muito bem para saúde, a ginástica, as palestras e as atividades em ger- al do grupo. “Os passeios são inesquecíveis, e junto com a secretaria, tudo que eles oferecem para os grupos é muito bom e também participamos na comunidade, das missas, grupos de reflexão, estamos sempre encontrando pessoas.” Maria de Lourdes Boiette – 60 anos Expediente O projeto Tempo Presente é uma realização da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal do Idoso e Núcleo de Comunicação. Participaram como instrutores: Luiz Jacobs, Sônia Lenira e Foto Clube de Londrina Textos e fotos produzidos pelos idosos integrantes do Projeto: Áurea San- tos Moretto, Wanda Dobrucki Kasprovicz, Benedita de Faria Coutinho, Izete Maria Rodrigues, Yoshie Kyosen Shimizu, Madalena Setsuko Nishimori, Maria de Lourdes Broietti, Nidia Aparecida Pimenta, Fukiko Okano, Maria José Farias e Osiel Marcelino. Produtos do Projeto Tempo Presente: Jornal Mural, Exposição Fotográfica e pá- gina no Portal da Prefeitura de Londrina. Secretária Municipal do Idoso – Liz Clara Ribeiro de Campos Equipe de apoio SMI: Elsie Machado de Almeida, Sônia Ullian e Vânia Almeida (es- tagiária de Serviço Social) Coordenação do Núcleo de Comunicação – José Otávio Sancho Ereno Equipe de apoio: Kellen Pierone, Tânia Montezuma (DTI), Severino Tavares e Débora Torri Albarello – diagramação (estagiária de Jornalismo) Prefeito de Londrina – Barbosa Neto Professora fala sobre atividades físicas para idosos Ana Carolina Braz ,28 anos, é formada em educação física há nove anos e atua num projeto com idosos em Londrina, além de trabalhar em academia. Ela visitou o projeto Tempo Presente e respondeu aos ques- tionamentos feitos pelos idosos. Tempo Presente – Qual o primeiro passo para que uma pessoa idosa possa começar fazer exercícios físicos? Ana Carolina – O primeiro passo pra qualquer pessoa realizar uma atividade física, hoje, é saber quais os hábitos dessa pessoa, como é sua alimentação, se ela já fez exercícios físicos, se ela faz ou não, e de- pois uma avaliação física, se ela tem uma restrição a alguma atividade. Depois, a gente consegue saber qual é o exercício que a pessoa tem que realizar pra melhorar ou manter sua aptidão física. TP - Tem algum tipo de exercício físico mais adequado para o idoso? Ana - Quando a gente fala de alongamento pra terceira idade, tem que ter um cuidado maior porque a preocupação é mais uma atividade de saúde e bem- estar, do que uma atividade como a do atleta que a gente faz uma atividade pra treinar, que a gente vai aumentando os picos, que vai chegar ao patamar que vai ter, exemplo 100% correndo, 50 metros em 5 segundos. Essa é a diferença e todo o cuidado na pre- paração da atividade. TP - O idoso, para fazer atividade física preciso ter um exame médi- co? Ana - É fundamental que idoso tenha o exame médico pra fazer atividade física. Mas eu como uma professora que dou aula em vários lugares, tem lugares, por exemplo, que é aberto ao público, que não é cobrado nada. Tem lugares, que eu tenho 150 alunos, todos da terceira idade, têm lugares, que eu tenho 80. Eu não consegui até hoje que todos eles ten- ham um atestado médico, alguns têm muita dificuldade de conseguir por que depende do médico, não é particular e tudo mais. Então, ter um atestado é o ideal porque o médico vai fazer toda aquela avaliação pra saber como o seu corpo está. TP - Tem um horário certo pra fazer exercícios físicos? Ana - Não tem nenhum estudo comprovado, se tem horário certo pra fazer atividade física, sé é de manhã tarde ou noite. Mas, há algu- mas dicas, por exemplo: for fazer uma caminhada, não faça antes do almoço ou depois do almoço, porque o sol está mais alto e mais forte, mas não há de fato um horário certo pra fazer atividade. TP - Podemos fazer exercícios físicos em casa, sem o acompanha- mento do professor? Ana - Aí tem aquela regrinha básica: depende. Por exemplo, se você já faz algumas aulas com o professor, já realiza alguns alongamen- tos, e você já está acostumado, aí, você pode estar fazendo em casa. Mas, nunca a gente pode esquecer os riscos das lesões. TP – A gente ouve falar em choque térmico, que faz mal, é isso mesmo? Ana - Se o corpo da gente está quente, acabou de fazer uma camin- hada e para do nada e toma um banho gelado, pode dar um choque té- rmico. É bom dar sempre uma alongada, descansar até o corpo esfriar. TP-Qual é o setor mais fácil de trabalhar jovem adolescente ou ido- sos? Ana- É a terceira idade, eu trabalho com diferentes públicos, mas gosto muito dos idosos. Na universidade, a gente faz diferentes está- gios, e num deles, fiz trabalhos com os idosos e na época já gostei. Parceria entre Secretaria Municipal do Idoso e Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina, teve como objetivo incentivar os idosos a fotografar e trabalhar pequenos textos, com elementos do jornalismo. Desta forma, o grupo foi apresentado a novas linguagens com os jornalistas Luiz Jacobs e Sônia Lenira Nunes de Carvalho, além do Foto Clube de Londrina. Os temas, títulos e estrutura dos textos foram discutidos em grupo. Os textos foram revisados e corrigidos gramaticalmente, respeitando a linguagem de cada um. Tempo Presente é parte do Programa Voz Ativa, lançado pela administração do prefeito Barbosa Neto. O nome é uma alusão ao verbo utilizado nos títulos jornalismo factual e demonstra o tempo dos idosos do projeto que vivem o hoje, de forma intensa. Como resultado o grupo fez textos e fotos para um jornal mural e uma ex- posição fotográfica. O material foi disponibilizado no Portal da Prefeitura.

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EMPOP R E S E N T ET

Nós e o projeto tempo preseNte em Nossas palavras

Meu nome é Áurea Santos Moretto, nasci em Mirandópolis – SP, no dia 23 de agosto de 1940. Sou divorciada, tenho 4 filhos, 7 netos, estudei até o 2 grau e fiz curso na Universidade Aberta da 3ª idade. Sou coordenadora do grupo São José Operário, no jardim Leonor, há oito anos. O curso de fotografia foi de grande conhecimento para mim, pois sempre fui apaixonada pela fotografia.

Wanda Dobrucki Kasprovicz – 72 anos. Nasci em 12 de novembro de 1938, fui para a escola em 1945 e fiquei até 1948. Fiz o primário, daí eu perdi a minha mãe. Na adolescência, eu fiz um ano do curso de educação rural. Em 1959, eu casei, tive seis filhos, agora tenho sete netos e um bisneto. A minha família toda é de 22 pessoas.Aprender é conhecimento. É importante porque a gente fica conhecendo muita coisa.

Benedita de Faria Coutinho - eu sou a aluna de 63 anos. Viúva há 18 anos, residente no jardim Interlagos. Moro com três filhos e um neto, sou atriz das Casas das Fases. Fazer o curso de fotografia e texto é uma grande e bela experiência. Nunca é tarde para aprendermos a fazer alguma coisa. Não é porque somos maiores de 60 anos que não conseguiremos aprender, temos força e vontade, apesar das limitações de cada um.Participei dos jogos dos grupos de convivência na UEL, o grupo do Interlagos ganhou a medalha de bronze no basquete. Mesmo que não tivéssemos gan-hado, mesmo assim, ficaria feliz. O importante não é ganhar, mas competir.Espero continuar em 2011, com esse trabalho maravilhoso. Temos que exer-citar nossa memória. Beijo e abraço para meus professores e para a Secretaria Municipal do Idoso e grupos de convivência. Feliz 2011.

Izete Maria Rodrigues- nasci em 29 de julho de 1943. Tenho 67 anos, nasci em Salvador-Bahia. Sou desquitada, tive cinco filhos, dois são falecidos. Tenho só o primário, mas, mesmo assim, consegui trabalhar o suficiente para estudar meus filhos.Hoje sou aposentada, muito feliz e realizada por tudo o que conquistei. Par-ticipo do grupo da Igreja São José Operário, do Jardim Leonor, com a coorde-nadora Áurea. Participar do Tempo Presente, pra quem não tinha fotografado com a digital, foi uma realização de saber que posso e devo fotografar. E saber que nós, idosos, somos capazes de evoluir no que estamos aprendendo com carinho. Quero continuar aprendendo mais hoje, amanhã e sempre. Somos vitoriosos de apresentar o que o idoso pode fazer, mostrar que somos capazes.

Yoshie Kyosen Shimizu - Nasci na cidade de Cravinhos, estado de São Paulo, em 1942. Após criar dois filhos, fiz o curso ginasial, o segundo grau em magis-tério e superior em Pedagogia.Sou professora do ensino fundamental e atuo como contraturnista na Escola Municipal João XXIII.Moro com a mãe de 90 anos. Sou casada e tenho dois filhos e quatro netos.Faço parte do grupo da terceira idade Nakayoshi Club, e ainda cuido da horta comunitária do Centro de Convivência do Idoso. Participo também de projetos da Secretaria do Idoso - Tempo Presente que integra o programa Voz Ativa.A alegria é passar momentos com os netos e acompanhar o crescimento das plantas da horta comunitária com as companheiras.Estou maravilhada, adorando, aprendi muita coisa, aprendi a usar a máquina digital e, com isto, estou registrando o meu trabalho com os alunos.

Madalena Setsuko Nishimori – 63 anos, executiva do lar. Meu hobbie é pescar, fotografar, viajar, cuidar de plantas e cozinhar.Participo de vários grupos de maturidade, 3ª geração do Sabará, Projeto Feliz Idade da Vale Verde e Acel.Sou paranaense. Pé vermelho.

Eu sou Maria de Lourdes Broietti, tenho 60 anos. Nasci em Sabáudia-Pr. Casa-da com Irineu Broietti, mãe de dois filhos (um falecido), avó de dois lindos netos. Dona de casa.Fui voluntária e coordenadora de decanato da Pastoral da Criança. Hoje, sou participante do grupo de idosos da 3ª Geração, do jardim Sabará. Fazemos nossas atividades no salão da igreja Nossa Senhora de Fátima, sou também paroquiana. Participei do curso de Comunicação e Expressão e do livro Vidas em Versos.O Tempo Presente foi uma luz a mais a brilhar na minha vida, a qual estou se-gurando e quero fazer tão brilhante!

Eu me chamo Nídia Aparecida Pimenta. Tenho 66 anos. Sou viúva, faz 11 anos, tenho 6 netos, cursei o terceiro ano primário. Nós morávamos no sítio, tinha muita dificuldade para estudar e também motivos familiares e financeiros.Passou o tempo, casei, tive os filhos. Quando foi em 1981, fui trabalhar na UEL. Depois em 1987, voltei a estudar no HU e fiz o ginásio. Agora, eu integro o grupo “A vida continua”, no jardim Tókio, e faço alongamentos, faço parte dos projetos da Secretaria dos Idosos.Desde 2009, estamos no projeto de fotografia, Tempo Presente, Roda de Lei-tura, etc...Tenho sido agraciada com várias formas de buscar mais conhecimentos, que antes não tive oportunidades, como tenho hoje. Vivendo a melhor idade, cheia de planos e com muitas amizades que foram criadas dentro dos projetos.

Fukiko Okano- nasci na cidade de Pereira Barreto- São Paulo- em 24 de abril de 1939. Sou casada, tenho três filhos e uma neta. Concluí os estudos até o magistério e superior incompleto. Sou coordenadora do Nakayoshi Kurabu e suplente no Conselho Municipal do Idoso.Participo do Projeto de Comunicação e Expressão, desenvolvido pela Secre-taria Municipal do Idoso e também do Projeto Tempo Presente.Participar do Projeto Tempo Presente só me enriqueceu em todos os sentidos. Aprendi a lidar com a máquina fotográfica e também a produzir pequenos tex-tos. Entrevistar pessoas foi uma experiência inédita. Só tenho a agradecer a equipe toda por esta oportunidade. Muito obrigada.

Oziel Marcelindo, 70 anos, viúvo, pai de três filhos ( um falecido), avô de oito netos (um falecido), bisavô de 10 bisnetos. Moro no jardim Leonor.Participo do projeto Roda de Leitura e tenho algumas poesias no livro Vida em Versos, feito pelo grupo de Comunicação e Expressão da Secretaria Municipal do Idoso.Para mim, o Tempo Presente foi muito importante. Fotografia e texto foram importantes. Sou muito tímido e agora estou mais desinibido.

Filhos ingratos*

Vejo alguns idososPor esse mundo largadoUns por não terem famíliaNem sequer foram casados.Outros têm seus filhosE foram por eles abandonadosVivem sozinhos no mundo Ou em um asilo deixados.

Osiel Marcelino – 70 anos

*Texto escrito para o projeto de Comunicação e Expressão, publicado no livro Vidas em Versos

Jogos integram idosos

Nos dias 24 e 25 de outubro, os grupos de ido-sos de várias partes da cidade, fizeram um campe-onato de jogos, como vôlei, basquete, bola ao gol, teve também entrega de medalhas. A professora Vilma Diniz Ribeiro da Silva teve um grande em-penho. Foram duas tardes cheias de jogos e alegri-as, no ginásio de esportes da UEL, pois ali estavam pessoas superando seus limites para conquistar seu espaço nos jogos. Não foi importante quem ganhou os jogos, mas a participação de vários idosos no evento.

Áurea Moretto - 71 anos

Idoso participa de dança e poesia

Manifestações culturais são inerentes ao ser humano. O idoso pode aprender a dançar, cantar, ler, escrever. A prova disto é a pratica de Hip-Hop praticado por um grupo de pessoas idosas da região oeste de Londrina. O grupo começou esta dança por sugestão e orientação da coordenadora de esporte da Secretaria Municipal do Idoso de Londrina, a professora Vilma Diniz Ribeiro da Silva.

Esta dança de ritmo diferente, desconhecida até então pelo grupo, teve aceitação maciça. “A motivação foi total e tem aumentado o número de pessoas interessadas em aprender”, afirmou Áurea Santos Morette, 70 anos, aposen-tada, coordenadora do grupo.

Os idosos já receberam convites para apresentar em outros grupo de idosos, nos eventos da Secretaria de Idoso de Londrina e nas instituições de idosos. A proposta é acrescentar mais movimentos e melhorar a coreografia. “A dança tem proporcionado melhora no relacionamento entre os membros do grupo, elevação de autoestima, sem falar na saúde”, afirmou a Áurea. Quando Áurea diz ter saúde, implica em ter saúde física, saúde mental e saúde psicológica.

Poesia

A dona de casa Matsutio Hashimoto, 65 anos, é membro do grupo de idoso do São Francisco de As-sis da região oeste de Londrina, fez parte do projeto de desenvolvimento de habilidades de comunicação e expressão, direcionada à pessoa idosa, desenvolvido pela Secretaria Municipal do idoso de Londrina.

Matsutio contou que, quando começou o curso, era leitura e interpretação de texto e, com o tempo, deparou com a poesia e ficou apaixonada. “A poesia é uma coisa maravilhosa. Aprendi que tanto no so-frimento, na dor, na alegria, a gente pode fazer poe-sia. No final do curso, foi lançado o livro de poesia do grupo. O lançamento foi um sonho, me deu alegria de viver, pois jamais imaginei que isso pudesse acon-tecer na minha vida.”

O exemplo confirma que as manifestações cult-urais são inerentes ao ser humano. Sempre é tempo de começar.

Informações sobre o grupo Rua Ruy Virmond Carnascialli, jardim Leonor Telefone: 3338-5533

Fukiko Okano – 71 anos

Pessoas com mais de 60 anos participam de passeio e

lazer

Em 19 de outubro de 2010, o grupo de idosos do jardim Messiânico da Paróquia San-to Antônio de Pádua realizou passeio para o Ody Parque, em Maringá, sob a coordenação de Ivone Ramos da Silva. Periodicamente o grupo realiza passeios em busca de lazer con-hecimento e desenvolvimento dos integrant-es. Já foram realizados passeios para Termas de Londrina, Parque da Universidade e muitos outros lugares.

Uma das participantes desta turma, dona Inês Alba, 70 anos, diz ter gostado muito do passeio, especialmente de estar em compan-hia das pessoas do grupo. “Estes passeios nos ajudam a nos conhecer melhor, conhecer nos-sas colegas e nos levam a encontrar um pouco de paz do espírito.”

Dona Julieta de Aquino, 83 anos, diz que ficou maravilhada com o parque e águas quen-tes, e também, com o toboágua, entre outras belezas. “Fiquei conhecendo melhor as pessoas com as quais convivemos durante a semana.”

A senhora Maria, 69 anos, relatou que viaja sempre, mas o do Ody foi um dos melhores passeios que fez, porque fez mais amizade entre as pessoas e se integrou melhor no grupo. “Na minha opinião, este passeio, realmente, foi muito gostoso e divertido, uma vez que fizemos hidroginástica, alongamento,dança e outras diversas atividades na água. Ficamos maravilhados com a beleza das flores, enfim, com o encanto da natureza. Com certeza, estou vivendo mais intensamente e registrando todos os bons momentos em que estivemos juntos.”

Nídia Aparecida Pimenta – 66 anos

Idosos fazem horta e compostagem

No Centro de Convivência do Idoso Benedito Camargo Sobrinho, localizado no jardim Bandeirantes na rua Serra da Pedra selada,111, o grupo Nakayoshi da terceira idade, faz reuniões aos sábados do mês, das 8horas às 10horas e desenvolve várias atividades, tais como:dança japonesa, canto, estudo de língua, dobradura entre outras.E, ainda, há um pequeno grupo denominado Amantes da Terrra co-ordenado por Akiko Hirroka e Yoshie Kyosen Shimizu, ambas com 68 anos. Este grupo pratica a horta comunitária.

No local, havia terreno disponível cheio de entulhos, onde foi realizado um mutirão de limpeza, for-mando compostagem com os próprios galhos e folhas das árvores condenadas e eliminadas e, ainda, utilizando o lixo orgânico produzido nos próprios eventos e também nas casas.

A atividade está sendo desenvolvida diretamente por seis voluntárias periodicamente nas manhãs

e tardes, através de escalonamento. Elas preparam o solo, plantam mudas e sementes, eliminam ervas daninhas e também atendem eventuais visitantes que procuram o produto da horta. Apesar de não ter fim lucrativo,o produto é fornecido à comunidade, com valor simbólico para a manutenção da própria horta e jardim. O tamanho da horta,bem como a sua produção, é compatível às condições físicas das cultivadoras, sendo importante a adequação das atividades às necessidades impostas no decorrer do trabalho.

A companheira Akiko, que também é psicóloga e terapeuta corporal, afirmou que a prática da horti-cultura ou jardinagem resgata a energia e o equilíbrio do corpo e mente, fazendo perceber o prazer e a importância do contato com a água, terra, ar puro e o calor do sol bem dosado. “Na terceira idade, o cultivo da terra, como no nosso caso, é uma questão de estilo de vida -e não um mero trabalho braçal – braçal sim, mas um ótimo exercício complementar de musculação”, opinou a colega.

Aqueles que cuidam da horta comunitária praticam a cidadania, preservando o meio ambiente, ze-rando e reciclando o lixo. Aprendem e ensinam que o produto como o caldo verde de couve é um de-licioso depurador de sangue, evitando doenças como o reumatismo. Com a melhoria da qualidade de vida, os idosos colaboram com a sociedade com seus conhecimentos, que são repassados para os mais jovens e conquistam a emancipação, desonerando os gastos pessoais e até os públicos na questão de saúde.

Yoshie Kyosn Shimizu - 67 anos

Ritual Toroo Nagashi homenageia falecidos

Nas proximidades do dia de finados aconteceu na cidade de Carlópolis, norte do Paraná, as margens da represa de Xavantes no rio Paranapanema, uma homenagem aos falecidos. Evento organizado pela Igreja Budista, contou com a participação dos oboo-san (sarcedote budista) Eduardo Sassaki, de Maringá, e de representantes de outras cidades, como Curitiba, Rolândia e São Paulo.

No dia 23 de outubro de 2010 foi o 29° en-contro, que já se tornou uma tradicional festa local, denominado como Tooroo Nagashii. A as-sociação nipo brasileira local e de vários mu-nicípios do estado do Paraná e São Paulo es-tavam presentes.

O encontro teve inicio às 14h30 com o culto e leitura pelo padre Sassaki dos nomes inscri-tos nos toorôos, tinha mais de 1.500. Depois, seguindo em Carreatas até a ponte na divisa com o estado de São Paulo, foi feita a soltura das lanternas iluminadas no rio para que a cor-renteza as levasse ao longo da represa, com show de fogos de artifícios e hinos cantados pe-los participantes, em torno de 700 pessoas, isso já ao anoitecer.

De Londrina participou um grupo de 42 pes-soas, lideradas pelo senhor

Massaji Numata. Participou deste encon-trou pela primeira vez a senhora Reiko Aiza-wa,73 anos, professora aposentada. Ela disse que achou muito interessante o significado do Toôroo Nagashi. “Gostei muito da palestra do padre Sassaki falando que temos que acreditar em Deus em primeiro lugar, para vivermos em harmonia com todos, em especial na terceira idade.”

Toorô Nagashii

Tem um significado muito interessante que é acompanhar a volta das almas ao mundo espiritual pelas correntezas das águas, com as lanternas iluminadas.

Madalena Setsuko Nishimori – 63 anos

Espelho, espelho meu

Meu nome é Izete Maria Rodrigues e tenho 67 anos de idade. Moro sozinha e sou independente. Também estou sempre em atividade e apesar da minha idade, não tenho medo de morar sozinha e isto não me impede de ser feliz, pois gosto de viajar, pratico atividades físicas como dança, alongamento e hidro. Não tenho nenhuma preocupação com o en-velhecimento, pois não tenho tristezas e acho minha vida ótima e sei que viver é maravilhoso.

A felicidade para mim é estar sempre de bem com a vida, que é linda. Todos os dias ao me levantar, agradeço a Deus por ela e vejo quanto é maravilhoso viver, pois tenho saúde e quando olho para o espelho do meu quarto eu vejo uma pessoa feliz e alegre, pois vibro por cada hora,cada minuto e cada segundo com tudo que vivo.

Já cumpri a minha missão de criar meus filhos e agora vivo para mim e procuro sempre ser posi-tiva em tudo que faço. Não existe o desanimo em minha vida, pois sei que Deus tem sido muito carin-hoso comigo me proporcionando uma vida feliz e com qualidade, pois não preciso de acompanhante para ir ao médico e nem ir às compras e resumindo tudo isso digo: SOU FELIZ POR CONSEGUIR CHEGAR ATÉ AQUI. COMO É BOM AMAR A VIDA!

Izete Maria Rodrigues – 67 anos

Idosos cuidam da saúde em UBS

A auxiliar de enfermagem Márcia T. Zenke, entrevistada sobre a saúde do idoso, contou que nas pessoas acima dos 60 anos, o envelhecimento do corpo so-fre algumas alterações principalmente no sistema respiratório. Inúmeras patolo-gias surgem ou apresentam um agravo, tais como: diabetes HAS, gripe, que pode levar a uma pneumonia, incontinência urinária, mal de Parkinson, Alzheimer, tendo também o esquecimento, verti-gem, tontura e AVC.

Márcia contou que , muitas dessas pessoas, são atendidas pelas unidades de saúde para que essas doenças sejam cuidadas. E ela falou também que é ne-cessário o incentivo às atividades físicas e mentais, participar de grupo de idosos, passear, ler, sair com amigos e amigas e sentir – ser útil dentro de sua família. “O familiar deve ter consciência da vulnerabi-lidade de seus entes.”

Ela falou em algumas medidas como prevenir quedas e acidentes, evitam in-ternamento hospitalar. Também é preciso fazer atividade simples como retiradas de tapetes do chão e manter um ambiente com boa iluminação, usar barra de segurança nos banheiros e incentivar o uso de calçados leves e confortáveis nos pés.

Márcia continuou ainda dizendo que às vezes o idoso se sente muito sozinho e ele faz da UBS, seu lazer, anda até lá para ver pessoas, que quer conversar no Pronto Atendimento, com isso ele interage com o mundo que o cerca. É necessário que a equipe da UBS esteja atenta a estes pormenores e os trate com carinho, ou talvez até deve encaminhá-los a um grupo de idosos. Ela disse ainda que, hoje em dia, o ministro da saúde tem se preocu-pado mais com o envelhecimento no país, disponibilizando médicos especialistas pelo SUS. “É demorada a con-sulta, porém, para muitos, é a única oportunidade de consulta especializada.”

Há também o apoio das equipes das PSF e SID que fazem o acompanhamento, em repouso relativo, recupe-ração de um AVC, cirúrgico e outros. “ Não se deve esquecer que todos envelheceremos um dia, teremos nossas limitações e conflitos, cabe a nós dar dignidade, respeito e amor àqueles que tanto fizeram por nós.”

Benedita de Faria Coutinho - 63 anos

Participar de grupos é im-portante para a pessoa idosa

Muitas vezes o idoso fica preocupado com sua velhice! Pergunta para ele mes-mo: o que será o final da minha vida?

Hoje sou uma pessoa saudável. Pratico esporte, faço caminhada, desço do ônibus, consigo subir bem tranqüila, gosto de artesanato, bordar, pintar. Faço meus afazeres de casa em geral com muito alegria, cuido das flores com carinho pois elas deixam a casa com a ar de felicidade, muito mais bonita.

Participo do grupo de idoso da minha comunidade e, neste ano fui eleita coordenadora, mas eu já fazia parte da coordenação da equipe anterior. E não sou só eu. Maria Hernandes Manpiom, 72 anos, secretária, hoje aposentada e pensionista, veio para o grupo este ano e diz que não vê a hora de vir para o grupo. “É gostoso, é outro astral, as amizades são excelentes. Moro soz-inha, meu filho me abandonou, ele vendeu minha casa e meu carro foi para os Estado Unidos e não me pagou e a outra mora na Itália nem me liga e a outra em Santa Catarina. A participação no grupo é para gente saber cada vez mais, dos nosso direitos.”

Maria Aparecida Mendes 62 anos, professora aposentada disse que o grupo trabalha a ca-beça, instrui e faz com que mente fique aberta para aprender em qualquer idade, além de in-centivar a participação em campeonatos.

Caroline Vinha Gassi, 68 anos, do lar, fala do grupo com otimismo. Ela foi umas das primei-ras a participar do grupo 3ª geração do jardim Sabará. Ela participa com freqüência e fala que o grupo faz muito bem para saúde, a ginástica, as palestras e as atividades em ger-al do grupo. “Os passeios são inesquecíveis, e junto com a secretaria, tudo que eles oferecem para os grupos é muito bom e também participamos na comunidade, das missas, grupos de reflexão, estamos sempre encontrando pessoas.”

Maria de Lourdes Boiette – 60 anos

Expediente

O projeto Tempo Presente é uma realização da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal do Idoso e Núcleo de Comunicação.Participaram como instrutores: Luiz Jacobs, Sônia Lenira e Foto Clube de LondrinaTextos e fotos produzidos pelos idosos integrantes do Projeto: Áurea San-tos Moretto, Wanda Dobrucki Kasprovicz, Benedita de Faria Coutinho, Izete Maria Rodrigues, Yoshie Kyosen Shimizu, Madalena Setsuko Nishimori, Maria de Lourdes Broietti, Nidia Aparecida Pimenta, Fukiko Okano, Maria José Farias e Osiel Marcelino.Produtos do Projeto Tempo Presente: Jornal Mural, Exposição Fotográfica e pá-gina no Portal da Prefeitura de Londrina.Secretária Municipal do Idoso – Liz Clara Ribeiro de CamposEquipe de apoio SMI: Elsie Machado de Almeida, Sônia Ullian e Vânia Almeida (es-tagiária de Serviço Social) Coordenação do Núcleo de Comunicação – José Otávio Sancho ErenoEquipe de apoio: Kellen Pierone, Tânia Montezuma (DTI), Severino Tavares e Débora Torri Albarello – diagramação (estagiária de Jornalismo)Prefeito de Londrina – Barbosa Neto

Professora fala sobre atividades físicas para idosos

Ana Carolina Braz ,28 anos, é formada em educação física há nove anos e atua num projeto com idosos em Londrina, além de trabalhar em academia. Ela visitou o projeto Tempo Presente e respondeu aos ques-tionamentos feitos pelos idosos.

Tempo Presente – Qual o primeiro passo para que uma pessoa idosa possa começar fazer exercícios físicos?

Ana Carolina – O primeiro passo pra qualquer pessoa realizar uma atividade física, hoje, é saber quais os hábitos dessa pessoa, como é sua alimentação, se ela já fez exercícios físicos, se ela faz ou não, e de-pois uma avaliação física, se ela tem uma restrição a alguma atividade. Depois, a gente consegue saber qual é o exercício que a pessoa tem que realizar pra melhorar ou manter sua aptidão física.

TP - Tem algum tipo de exercício físico mais adequado para o idoso?Ana - Quando a gente fala de alongamento pra terceira idade, tem

que ter um cuidado maior porque a preocupação é mais uma atividade de saúde e bem- estar, do que uma atividade como a do atleta que a gente faz uma atividade pra treinar, que a gente vai aumentando os picos, que vai chegar ao patamar que vai ter, exemplo 100% correndo, 50 metros em 5 segundos. Essa é a diferença e todo o cuidado na pre-paração da atividade.

TP - O idoso, para fazer atividade física preciso ter um exame médi-co?

Ana - É fundamental que idoso tenha o exame médico pra fazer atividade física.

Mas eu como uma professora que dou aula em vários lugares, tem lugares, por exemplo, que é aberto ao público, que não é cobrado nada. Tem lugares, que eu tenho 150 alunos, todos da terceira idade, têm lugares, que eu tenho 80. Eu não consegui até hoje que todos eles ten-ham um atestado médico, alguns têm muita dificuldade de conseguir por que depende do médico, não é particular e tudo mais. Então, ter um atestado é o ideal porque o médico vai fazer toda aquela avaliação pra saber como o seu corpo está.

TP - Tem um horário certo pra fazer exercícios físicos? Ana - Não tem nenhum estudo comprovado, se tem horário certo

pra fazer atividade física, sé é de manhã tarde ou noite. Mas, há algu-mas dicas, por exemplo: for fazer uma caminhada, não faça antes do almoço ou depois do almoço, porque o sol está mais alto e mais forte, mas não há de fato um horário certo pra fazer atividade.

TP - Podemos fazer exercícios físicos em casa, sem o acompanha-mento do professor?

Ana - Aí tem aquela regrinha básica: depende. Por exemplo, se você já faz algumas aulas com o professor, já realiza alguns alongamen-tos, e você já está acostumado, aí, você pode estar fazendo em casa. Mas, nunca a gente pode esquecer os riscos das lesões.

TP – A gente ouve falar em choque térmico, que faz mal, é isso

mesmo? Ana - Se o corpo da gente está quente, acabou de fazer uma camin-

hada e para do nada e toma um banho gelado, pode dar um choque té-rmico. É bom dar sempre uma alongada, descansar até o corpo esfriar.

TP-Qual é o setor mais fácil de trabalhar jovem adolescente ou ido-sos?

Ana- É a terceira idade, eu trabalho com diferentes públicos, mas gosto muito dos idosos. Na universidade, a gente faz diferentes está-gios, e num deles, fiz trabalhos com os idosos e na época já gostei.

Parceria entre Secretaria Municipal do Idoso e Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina, teve como objetivo incentivar os idosos a fotografar e trabalhar pequenos textos, com elementos do jornalismo. Desta forma, o grupo foi apresentado a novas linguagens com os jornalistas Luiz Jacobs e Sônia Lenira Nunes de Carvalho, além do Foto Clube de Londrina.

Os temas, títulos e estrutura dos textos foram discutidos em grupo. Os textos foram revisados e corrigidos gramaticalmente, respeitando a linguagem de cada um.

Tempo Presente é parte do Programa Voz Ativa, lançado pela administração do prefeito Barbosa Neto. O nome é uma alusão ao verbo utilizado nos títulos jornalismo factual e demonstra o tempo dos idosos do projeto que vivem o hoje, de forma intensa.

Como resultado o grupo fez textos e fotos para um jornal mural e uma ex-posição fotográfica. O material foi disponibilizado no Portal da Prefeitura.