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MOBILIDADE URBANA E OS DESAFIOS PARA O ENSINO E A PESQUISA Mesa Redonda Profa. Maria Leonor Maia - UFPE Recife, abril 2011

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Page 1: Apresentação - Leonor Maia

MOBILIDADE URBANA E OS DESAFIOS PARA O ENSINO E A PESQUISA

Mesa Redonda

Profa. Maria Leonor Maia - UFPE

Recife, abril 2011

Page 2: Apresentação - Leonor Maia

Por que a mobilidade urbana está na agenda do dia? Que fenômeno é esse?

Como abordá-lo?

• Aumento da população vivendo em área urbana. Isso tem implicado em padrões de assentamentos humanos mais complexos

- caracterizados por progressivo adensamento de determinadas regiões e uma contínua suburbanização da moradia e de postos de trabalho; (concentração/dispersão)

• Mudanças demográficas da estrutura da população, composição domiciliar e fatores de estilo de vida/trabalho.

-Domicílios com uma ou duas pessoas, jovens adultos, pais solteiros e pessoas idosas são cada vez mais comuns.

-1996 – 4 pessoas por domicílio

-2006 - 3,3 pessoas (IBGE, 2008).

-As pessoas idosas estao vivendo mais e tendem a se deslocarem mais do que no passado. -Mudanças prováveis no padrão e comportamento de viagem

Page 3: Apresentação - Leonor Maia

•Aumento nas distâncias de viagem por carro e por transporte público na medida em que as atividades têm se tornado mais dispersas.

- As viagens subúrbio-subúrbio são as que mais crescem. - Há uma tendência das pessoas trocarem as viagens curtas realizadas a pé ou de bicicleta por viagens de carro ou em transporte público por razões diversas.

Revelam problemas sociais da mobilidade - as maiores distâncias e tempos de viagem afetam principalmente a população mais carente.

•Aumento de viagens de carro. Esse fenômeno tem sido atrelado ao aumento anual de longo prazo na riqueza nacional, a diminuição nos custos reais do uso do carro, do surgimento de um estilo de vida mais dependente do automóvel e da queda do serviço de transporte público.

• Inovações em logística, junto com o aumento do consumo de bens, tem causado o aumento do tráfego de bens - (serviços de entrega)

Page 4: Apresentação - Leonor Maia

“Explosão de mobilidade”, na qual o crescimento no transporte de

passageiros e de frete tem superado o aumento da população e da atividade econômica.

Se viaja mais, para destinos cada vez mais longe, e cada vez mais usando o automóvel como meio de transporte desses deslocamentos.

A MOBILIDADE se comporta de forma distinta para as diferentes classes

sociais. A frequência dos deslocamentos é maior para as classes de

maior renda e via de regra as viagens são realizadas por automóvel.

O que sabemos sobre a mobilidade da população de baixa renda?

Qual o espaço do transporte não motorizado na cidade e na sociedade?

Page 5: Apresentação - Leonor Maia

Ano Veículos

População (milhões)

Hab/veículo

Total Urbana % urbana

1950 426.621 51.937 18.782 36 122

1960 987.613 70.991 31.303 44 72

1970 3.111.890 93.139 52.084 56 30

1980 10.731.695 119.099 80.436 68 11

1990 18.267.245 143.395 110.990 77 9

2000 29.503.503 169.799 137.953 81 5,76

Tabela 01 Brasil: Evolução da população e do número de veículos, 1950 – 2000

Fontes: Denatran, (2006) e IBGE (2000)

Page 6: Apresentação - Leonor Maia

Fonte: ANTP, 2009

Evolução das viagens por modo (bilhões de viagens/ano)

Page 7: Apresentação - Leonor Maia

Fonte: ANTP, 2009

Evolução das viagens por modo (bilhões de viagens/ano) (partição modal %)

O que sabemos

sobre essas

viagens?

Page 8: Apresentação - Leonor Maia

Mapa 1 – Utilização

dos meios de

transporte por região

Fonte: Sips, IPEA,

2011

Page 9: Apresentação - Leonor Maia

Ônus desse processo: • Congestionamentos em quase todas as grandes cidades não apenas na área central, mas também em áreas adjacentes ao centro na maior parte do dia e ao longo das principais artérias no horário de pico. Em algumas delas, em muitos de seus subúrbios há também congestionamentos em certas horas do dia.

-- Os congestionamentos afetam a todos, porém de forma diferente.

Page 10: Apresentação - Leonor Maia

• Serviço precário de atendimento do transporte público em áreas periféricas.

•penaliza o usuário que não tem outra alternativa (o transporte público é a única opção; reforça a exclusão da população quanto ao acesso às oportunidades da cidade; e •Incentiva viagens de automóveis/moto.

diferentes oportunidades de acessibilidade e mobilidade e a importância do transporte público para a sociedade.

•A especialização e a centralização dos postos de trabalho e serviços em áreas onde o serviço de transporte público é precário ou inexistente têm ajudado a aumentar a dependência do carro como alternativa viável de transporte.

articulação das políticas de transporte com as políticas de organização territorial

Page 11: Apresentação - Leonor Maia

•Mortes e acidentes nas vias urbanas em escala acelerada decorrentes da incompatibilidade no compartilhamento do mesmo espaço entre o transporte motorizado e não motorizado; fiscalização e educação para o trânsito.

No período de 2000 a 2007 – aumento de 30% nas mortes por acidente de trânsito (66.837 mortes em 2007). O trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais do que nos Estados

Unidos, e 3,7 vezes mais do que na União Européia.

•Barulho, poluição do ar e intrusão do tráfego de passagem em áreas de predominância residencial, impermeabilização do solo. •Necessidade de investimentos crescentes no sistema viário para atender a demanda de abrigar os automóveis (soluções que podem envelhecer rapidamente)

Page 12: Apresentação - Leonor Maia

Renda

Meios disponíveis de transporte

Concepção e uso dos espaços públicos

Comportamento e valores sociais e culturais

Segurança pública

o traçado do sistema viário

Segurança viária

Uso e ocupação do solo

(localização, densidade, diversidade)

Dinâmica do mercado fundiário e imobiliário

Localização de atividades (serviços

básicos, habitação, postos de trabalho,

lazer)

Financiamentos (facilitados para

aquisição de automóveis)

Marketing do automóvel

Fiscalização e controle urbano

O uso do sistema de circulação

Engenharia de tráfego

Condições sociais

Mobilidade Desenho urbano

assistência social

Provisão e localização de serviços básicos

Escala urbana

Dinâmica econômica

Circulação de mercadorias

Avanços tecnológicos

(comunicação, combustíveis, logística)

Comportamento de viagem

instituições

Marco legal

Processos decisórios

demografia

O serviço de transporte público

Condições de saúde

Gestão do território

Page 13: Apresentação - Leonor Maia

A MOBILIDADE URBANA DEMANDA UMA ABORDAGEM QUE ESTÁ EM CONFLITO COM A FORMA COMO É USUALMENTE TRATADA.

EM NICHOS DE CONHECIMENTO (disciplinas da engenharia, disciplinas do urbanismo, na secretaria A, na empresa B – em geral um trata do transporte e o outro do traçado viário. Que não respondem ou respondem parcialmente ao entendimento do problema.

ANÁLISE FRAGMENTADA DO FENÔMENO (investimentos num vetor pode afetar negativamente outro; investimentos em alargamento do sistema viário sem priorização de uso da via e controle urbano serão soluções passageiras e caras)

NO QUE O ENTENDIMENTO DO FENÔMENO DA MOBILIDADE SE DISTINGUE E SE APROXIMA DO TRANSPORTE? E DE OUTRAS DISCIPLINAS?

Mudamos apenas de nome?

Há um campo vasto de pesquisas novas

Page 14: Apresentação - Leonor Maia

Desafios para o ensino e a pesquisa (FORMAÇÃO E PRODUÇÃO DE

CONHECIMENTO)

•Abordar o fenômeno de forma diferente - construir marcos conceituais,

metodológicos e tecnológicos multidisciplinares/transdisciplinares

(Enorme desafio da integração, articulação, complementaridade)

•Criar corpo de reflexão sobre mobilidade urbana que possa influenciar

na formulação e implantação de políticas públicas (gestores, tomadores

de decisões) e formar recursos humanos imbuídos de uma perspectiva

crítica em relação a esses assuntos;

•Papel fundamental em alimentar um “ciclo de reforço positivo” e não

o “ciclo esquizofrênico”

• aquele que investe na melhoria da formação de pessoal e da percepção

pública, que resulta numa maior pressão, que leva a uma maior visibilidade e

reforça a percepção pública

•no qual reconhece-se que ações são necessária mas nenhuma ação efetiva

é tomada

Page 15: Apresentação - Leonor Maia

Recife, abril 2011

Obrigada!

Maria Leonor Maia

[email protected]

[email protected]

UFPE-CTG

Departamento de Engenharia Civil

F: (81) 21268221 # 20