o primeiro congresso operário brasileiro

5/10/2018 O primeiro congresso operrio Brasileiro

1/33

(,. " .. ,.,~~~~~~~~ii~orcs sendo, eles mesmos, trabalhadcres , POl' este'""'*';$;tfi~ue sejam admitidos como socios em nossos sindicatos todos os. iriesfres ecencarregados que desejarem participar, e que as Comiss6es. 'Administrativas de cada Se~a() os considerem dignos de serem aceitos.~nced~ndo-lhes voz e voto - excluindo-os somente das fun~oes admi-nistrativas" .

Os delegados Cerezza Botti, Fernandes e Rodrigues, rnanifestaram-secontrarios; depois de Ionga e acalorada discussao, delibera-se deixar aresolu~ao desta proposta ao crlterio das seeoes.

Os trabalhos sao encerrados as 13,15 horas, para almoco ,DOCUMENTO 5

f t . . a SESS.J.OAs 14,30 horas sao retomudos os trabalhos , Depois de lida a ata an-

terior, sendo aprovada, passa-se a discussao dos ternas:18.0 _ 0 deiegado Saveri, propoe - sendo aceita - a seguii.tc

moeao:"Em virtude de em nossa classe existi rem muitos chapeleiros que,

depois de trabalharem na fabrica, dedicarn-se a trabalhar nas suas pe-. quenas oficinas, tirando, desta forma, os lugares de outros operarios,exigir-lhe que abandonem tais praeas, ou seja, que trabalhem na fabricaou na sua oficina".

19.0_ FINALIDADES IDEOL6GICAS - Depois de breve debate,no qual tomaram parte todos os delegados, aprovou-se a formula da Co-missao Organizadora:

"A nossa organizaeao purarnente economica, e distinta e oposta ade todos os partidos poli ticos e religiosos; enquanto eles se organizampara a conquista e 0 poder do Estado, n6s nos organizamos para destruiras instituicdes burguesas, politicas e rellgiosas, ate estahelecermos umaFederacao livre, com produtores de todos os oficios".

20.0- 0 Conselho Federal sera composto por 7 companheiros fe-derados; Seoretario-geral, Secretario de Atas, Tesoureiro, Redator doJoroal e 3 vogais; sendo estes nomeados pelas divcrsas segoes aderentes,sendo os cargos ocupados gratuitamente.

21.0 - 0 Conselho Federal e urn corpo informativo, sendo 0 Deli-berativo os eonselhos das diversas se!;oes aderentes, portanto, 0 ConselhoFederal, devera manter continua correspondeneia com as Comlssoes Ad-ministrativ:as das, Segoes, e estas, por Intermedio de asserubleias, Ievaraao conhecnnento dos assoeiados todas as resoluqdes e movimentos daclasse". '

, .

22.0 - Sera dever do TesOureil'o levar ao conhecimento de todas asaderentes da Federaeao 0 estado da caixa; publicando-o no orgao (jomal)de 3 em 3 meses.

23.0 - Deliberou-se iniciar COleta, desde 0 dia 8 de julho de 1920 .24 .0 - Estes acordos serao publieados ate a realizaeao do 2.0 Con-

gresso ,Dando-se por terminados os trabalhos do Conzresso encerrando-se 0

rnesmo no dia 3 de junho de 1920, as 16,10 horas ~ ,Pelo Conselho Geral.o Secretarjo das Atas: a} CANZIO COLTORTI" (*)

27 - 0 PRIMEIRO CONGRESSOOPERARIO BRASILEIRO

;.It'.

. A realizaeao do ..Primeiro Conqresso Ope1"(i1'ioBraei:le~1'o", no ~'~ent~o .~alego", it.rua da Constituicao, 30/32, noR IO de Janeiro, iniciado no dia 15 de abril de 1906 prolangada aos dias 16, 17, 18, 19 e 20, com encerramenfo solen;no


2/33

,gpaulo':';';_'_'(*) .:~antas outras experiencias, inieiadas por:btavostrabalhadores que desejavam realizar suas ideias .. , '.>Parapunir os inovadores que traziam [untamente comifor~a dos seus musculos e as suas aptid6es profissionais,'ideias "exoticas", foram mobilizados homens de poucos escru,.pulos morais, desprovidos de sensibilidade humana, que ainda~ultrapassavam os rigores das leis, so por si ja demasiado se,.veras para com trabalhador em geral, e excessivamentecondescendentes para com 0 patronato. Nestes confrontos(entre as autoridades e 0 proletariado, travarcse..iam cheques,e nao raro terminando com violencias rmituas.

Todavia, ao inves de aplainar as divergencias entre .Capital e 0 Trabalho, de impedir a fecundidade das ideias.do proletariado nos locais de trabalho, f'azia.as crescer ver;:tiginosamente. A repressao frustrava, as vezes, realizacoes.de propaganda. Todavia, na mente de cada proletario, con-tinuava germinando 0 ideal que se propunha a transformar;a sociedade de: senhores e escravos, de sxploradores e ex,.plorados, Duma nova ordem social, onde, segundo seus teo;.ricos, "nao mais existiriam direitos sem deveres, nem deve,res sem direitos".FQi, portanto, em meio a urn ambiente hostil que 0' tra,-balhador estrangeiro pregou suas ideias, organizou assoeia.,,c;6es de classe, chegando a criacao de "Associaroes Ope-rd,rias", inicialmente baseadas no apoio miituo, e, logo depois,.na luta de classes enos principios da a(,;ao direta ,

Suas doutrinas provinham de diversas escolas , A prin,.cipio, as que melhor frutificaram no Brasil foram as ideias.de Robert Owens, Charles Fourier, Peter Kropotkine, MiguelBakunine, Malatesta, Rossi, Reclus e Sebastiao Faure -'- ex-poentes das lutas socials, que, nos Congresses da Europa,.ganhavam projecao, a partir da "Primeira Internaciona1 dos,Trabalhadores", (A.I. T.), chegando ao Brasil sob a de,. nominaeao de "Sindicalismo Revolucionario", ou "Anarco,.slndicalismo". como muitos preferiam chamar .Ihe , ("')(*)("')

"Quaterni della Liberta", Sao Paulo, 1932; "Canaa", de GracaAranha, e 0 jornal "Folha da Noite" - S. Paulo, 1811-1931.A Prime ira Internacional (obra dos Iibertarios franceses , no con-ceito de Ugo Fedeli) ganhou forma no ano de 1864. Realizando 0seu primeiro Congresso, em Genebra, no ana de 1866 (de 3 a 6 desetembro). A ordem do dia, 0 temario, era composto de 11 pontes;"1.0 _ Coordenneao de esforeos da Associacso, na luta entre 0 ca-

pital e 0 trabalho.~:96

II

I,I )

. A .Ptecedeu ao Congresso, (190'6).Q rim' .tancl!l e que traearia novos rumos par~ 0 :~ro de. impor,Brasil, algumas zreves, de grande m' d . p oletariado dosao, a realizacao do 1.0 Congresso' Op~r~~ie ~equena expras;9r~nde do SuI, n.OS dia 1 e 2 de janeiro.de 18;~adual d? Rioen CIa de organizac;oes operarias fundadas i sob a influ,remanesc'ntes da ~'ColOnia Cecilia" e q na1~e ~ Estado poranos de 1895 e 96 e de refugiados da Coue a 1~ egar~m nosnif:stac;oes publicae no dia 1.0 de maio ~~n:90~ PearlS; m~_ccaomc;aoo,,,eOntAreutrods, p d o s jornais operarios e anarquis:afUtball1smtgo 0 ouo" "A L t "" '"0 M . t " " '. an erna, A Terra Livre"ormorie a 0 Alfaoate" "K It " " 'Lib . fa . ",,' " u ur, Despertar" "0t.er no,' 0 Tr~balhador Gratico", "A Greve" .: _cUJQ conteudo consClentizRva dia a dia os seus leitore~!

POl' outro.lado, ja era um fato a existencia de born 'mero de associacces operarias que apoiavam e .. nu,ticip d" P' . ' . viriam part ar o. rimeiro Congresso Operarto Brasileiro" E-Ore as. entidades presentes, podia-sa contar a "Fed : ? -peraria de S PI" ~'C' eracao. au 0, entro Arbstico Cearense" "Cent~o . Proteto.r dos Operarios de Pernambuco'" "Un ._' 0--raria do RIO Grande do Sui'" "F'ederacjio S'o . 1 ItaOB pe,n ,"U_ 0 ,. ' "s' CIa IS a alaa, mao perarra Alagoana" "Centro Operario FI .-nense" d Nit ,. ~,' umr-V.I I i e !ror: Junta Auxiliadora dos Operarios" de1a ova LIma; "Centro das Classes Operartas" de J .'de Fora; "Soci'dade InternacionaI dos Operarios" de SaUlZ, n _

2.~ - Redugao das horas de trabalho diario.3. - Trabalho das mulheres e meninos40 S d d . .. - turo, a es Operanas, seu passado, seu presente e seu fu-5.~- Trabalho cooperativo.S. - Impostos diretos e indiretos7.~ - Institu~gao da IntTnacional de Credito.8. - Necessldade de extirpar a influencia rusaplicaeao do direito dos povcs escolhere~a p~a ~uropa, pela

reC?~trugao de uma Poionia sobre bas~s Je~o:'~:~:' a eSOCIalS.9.0 - Os exercitos perm t10.0 _ Das ideias reli ios:~en es ; a ~ua. rela~o com a producao ,It. . g , sua Influencia e mconveniencia socialpo Irca e mtelectual 'UO_F ~ ... undagao de sociedades de socorros mutuos apoi ale m t . 1 ' f~ - 010 mor. . a eria aos or aos dos associadosDiscutidos por SOdelegados, sendo 33 sufgos: 17 franceses 3 alema"S

e os restantes de outras nacionalidades. Sucedera~-se 0 Co~.N~~o(l~;~~e (18S7), Bruxelas (1868), BasiIeia (1869) e

(*) Ver "s . utura SO~':t~,lS~~ ;d S:dicali~o no Brasil" e "Nacionalismo e cei-quase co I't d g Rodrigues. Estas obras trazem uma relagaomp e a a Imprensa Operaria apolftica do Brasil.97


3/33

.,~}'.:"',,"CenttQ,Qperario .e ~~iao dos Artista~~ de Can;p?S~';

'.:1f~"'it-;.:,>.>.0"'a.tia de Rlbelrao Preto"; "Umao Operaria e"Umao., .pe r, ' G . C'" $'U 'a~ou ~ ~ ' " K d o s "Trabalhadores raficos de ampmas; m'


4/33

"M ' , . ,. . . , . , . " . ' n dGJFederactio Opertiria Regional Brasileira"Aos Trabalhadores

::' :' ' i:nterpretando a celebre maxima de que a emanclpaeao dos traba-tfutdores sera obra dos pr6prios trabalhadores, esta Federaeao resolveu, celebrar 0 "1.0 Congressc Operario Regional Brasileiro ", cujas sessoesterao inicio no dia 15 do corrente, a s 8 .horas, nos salfies do "Cenh'op~ego", it rua da Consti tuicao, 30 e 32.

Neste Congresso serao discutidos os meios que ao operariado orga-nizado convem adotar para a consecucao das melhoras de que tanto ne-cessita, e que ninguem mais do que 0 pr6prio operario esta interessadoem conquistar; porque ninguem por ele 0 podera fazer.

Convencidos os operarios que organizaram 0 atual congresso, que s6com a eooperacao do maier numero, mediante 0 esforco dos interesse-dos, e que as resolucoes que nele se tomarem poderao ser levadas itpratica, convldam os trabalhadores a participar, em massa, das suas ses-roes, para que conheeam as deliberacoes tomadas pelos delegados todosoperarios e, por conseguinte, gulados unicamente pela aspira!;ao de Iiber-tar 0 trabalho do monopolio capitalista.

Companheiros, nao negueis a vossa solidariedade! Comparecam ao"1.0 Congresso Operario Regional Brasileiro".Agradecendo antecipadamente, subscreve-seA. Vasques - Secretarfo",

30 - AS RESOLUCOESSOBRE ORIENTAQAO:

TEMA- A sociedade opertiria deue aderir a uma politicffi departido ou conservar a sua neutralidade? Deoerti ter umaar;iiopolUica?.. '~Gonsiderando que 0 operariado S I S : acha extremamentedlvidido pelas suas opinioes politicas e religiosas ; .

180

que a tinlca base de acordo s61ido e de a~ao representaO s interesses econfrmicos. comuns a toda cIasse opera-ria, edos mais a clara e pronta compreensao:que todos os trabalhadores, ensinados pela experieneiae desiludidos da salvacao vinda de fora de sua vontade ea~ao, .reconhecem a necessidade iniludivel da a~ao economicadireta de pressao e resistencia, sem a qual, ainda para osmais legalitarios, nao haja lei que valha;.0 "Congresso Operario" aconselha 0 proletariado a or-ganizar-se en;. sociedades de resistencia econemica, agrupa-mento essencial e, sem abandonar a defesa, peia ac;ao diretados rudimentares direitos politicos de que necessitam as or;ganizacoes econfimicas, a por fora do Sindicato a luta poli-tiea especial de urn partido e as rivalidades que resultariamna adocao, pela associaeao de resistencia, de uma doutrinapolitica ou religiose, ou de um programa eleitoral",

TEMA- Como comemorar 0Primeiro de Maio"Considerando que 0 operariado, agrupando.se Em SO_ciedade de resiatencia, afirma por esse simples fato a exis,

tencia de uma luta de classes, que ele nao criou, mas que seve forcado a aceitar;que as condicoes economicas, fonte de toda a liberdade,sao, para 0 proletariado, pessimas, e que 0 trabalho esta es,cravizado sob 0 peso das injusticas, tanto que, para melho,ra.Io ou liberta.Io, os trabalhadores nao tern outro recursocontra 0 poder e a riqueza acumulados nas maos dos patroes,senao a associacao e a solidariedade dos seus esforcos ;que, portanto, nao se pode realizar uma "festa de tra,balho", mas sim um protesto de oprimidos e explorados;que a origem hist6rica do 1.0 de maio, nascido da rei,vifidica~ao, pela a~ao direta, das 8 horas de trabalho, na

America do Norte, e do sacrificio das vitimas inocentes, emChicago, impede que essa data seja mistificada pelas fes,tas favorecidas por interessados na resignacao e imobili-dade do proletariado;. "Prlmeiro Congresso Operario Brasileiro" verbera ereprova indignamente as palhacadas feitas no 1.0 de maiocom o. concurso e complacencias dos senhores;incita 0 operariado a restituir ao 1.0 de maio 0 caraterque lhe compsta; de sereno, mas desassombrado, protesto, ede energica reivindica~o de direitos ofendidos ou ignorados.;

101


5/33

~ .,..;,'Elsti:rDulai*ivamente as organizagoes operarias it propa,ga~di'.'}:J,a$::refVindicag5es, afirmando 0 LOde maio; i i ' J r i v i a ao operariado frances a mais ardente expressaodassuassimpatias e soltdarledade, mostrando,o como mo,~delo .de atividade e iniciativa ao trabalhador do Brasil".< uConsid6Tando que 0 fato do governo tornar feriado 0l~o de maio (*) equivale a subornar urn adversario que 0ataca; 0 que e , portanto, uma mistificaeao perniciosa;o Congresso aconselha aos operarios e respectivos sin,dieatos, que, no caso de SET decretado feriado, inicie fortepropaganda no sentido de patentear a incompatibilidade daadesao do Estado it. tal manifestacao ; que e revolucionariae de Iuta de classes, apontando 0 seu tragico epilogo a 11de novembro de 1889". .

SOBRE ORGANIZAQAOTEMA

- 0 Sindicato de resieteneia deve ter com o unica base(J, reeieteneia, ou oceiic, condumiomente, 0 subs1,dio de deso:c up a9 a.O , d e d oe nt; a o u d e c oo pe ra tiv is mo ?"Considerando que a resistencia ao patronato e a aeaoessencial, e que, sem ela, qualquer obra de beneficencia,mutualismo, ou de cooperativismo seria toda a cargo dooperariado, facilitando mesmo ao patrao a imposieao dassuas condicoes ;que estas obras secundarlas, embora trazendo ao Sin-dicato grande mimero de aderentes, quase sempre sem ini,ciativa e sem espirito de resistencia, servem muitas vezespara embaraear a agao da sociedade, que falta inteiramenteao fim para que fora constituida a resistencia :o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", aconse,Iha, sobretudo, resistencia, sem outra caixa a nao ser a des-tinada a esse fim e que, para melhor externar 0 seu obj e,tivo, as assoclacoes operarias adotem 0 nome do Sindicato".

(*) A primeira tentativa para COmemorar 010de maio no Brasil,ocorr~ a 15 de abril de 1894,durante reuniao realizada na rua LiberoBadaro, 110, onde anarquistas e socialistas italianos radicados em Sao~aulo, forampresos apes demincia a policia feita 'pelo consulado ita-hano. Entre os promotores do plano e presos na oeasiao encontravam--se Artur Campagnolli, Fellic: Vezani Augusto Donati e' Eugenio Gas-taldetti. . ,10 2

\, TEMA- 0 Sindicato operario deve ser O1'g an iz ad o p or o /f- _( ;,io s,p or in du s tr ia s, o u p or oticioe vario's?"Considerando as diversas condicties do proletariado eda industria, conforme os lug ares ;o "Prtmeiro Congresso Operario Brasileiro, aconselhade preferencia :o Sindicato abrangendo todos os oficios, nas grandesempresas ou companhias - quando estes se achem direta-mente ligados entre si, sob uma mesma administracao ;o Sindicato de offcio, nas profissoes isoladas e inde,pendentes;o Sindicato de industria, quando vartos oficios estaoestreitamentEl ligados ou anexos na mesma industria;a uniao de oficias varies, s6 no ultimo caso e com 0 fimde facilitar e provocar a formacao das outras associacoesde resistencia.

TEMA- Sera. util e n ec es sa rta u ma Co nfe de ra 9a .o Geral da sOrganizat;i5es Opertirio existenies n o B ra sil? No ca s 0' afir-m a tiv o, q ue o rg an iz a9 fio a dm itir ?"Considerando que a agao operaria constants, maleavele pronta; sujeita a diversas condicoes de tempo e lugar,seria grandemente smbaraqada por uma centralizaeao ;que a solidariedade deve ser consciente, e 0 concurso decada unidade so tern valor quando voluntariamente dado;que 0 abandono do poder nas maos de poucos impediriao desenvolvimento da iniciativa e da capacidade do proleta,

riado para se emancipar, com 0 risco de serem os seus inte-resses sacrificados aos dos diretores;que 0 desenvolvimento da industria fazcse no sentido deexigir de todos os trabalhadores, sem distincao de oficios,uma solidariedade cada vez mais estreita; tendendo a abo,Iir as barreiras que separavam as corporacoes de oficios;que a uniao de sociedades por pacto f'ederativo garantea cada uma a mais larga autonomia; devendo este principiaser respeitado nos estatutos da "Con fe de ra 9a .o Op er ar iaBrasileira;

1 03


6/33

. o ~ , ~t.P.riIr1r9 Congresso Operarlo Brasi!eiro", con~ide_c:om-o.,.;!.llicometodode orgamzacao compativel como irre-ra .u d lib d d .. .primlfelespirito e 1 :r a e ~ ?om as ;mperlOsas neces~l_did~ dea~ao e educa~ao .operar~a, ? ,metodo -. F;-derac;ao

: . 2 : ; : . a mais Iarga autonomia do individuo no Sindicato, do'SlndiCato na Federacao e desta na Confederacao ; e comounicamente admissfveis, simples delegaeoes de fun gao sem.autoridade. Deliberando, todavia, fazer as necesaarias pra,tieas para a sua fundacao, devendo a atual "Federactio Ope:raria Regional Brasiieiro" modelar.se peIas bases de acor,do, que deverao ser discutidas no presents Congresso, fa,zendo-se completaseparaeao desta Federal local, no Rio, que.t e ra . com a Conjederar;iio as mesmas relacoes que as demais.Delibera, tambem, que a Confederacao s6 admits sindi,catos cuja base essencial seja a resistencia sobre terreneeeonomlco,

TEMA- No sdo da organizagao sindical poderao admitir .sefuncioruirios remuneradoei No coso afirmativo, sob quecondigoes?"Considerando que a remuneracao dos cargos no Sin,dicato e suscetivel de produzir rivalidades e intrigas, ambi-


7/33

,'cJ_;;"3)ill;~i':,:I'~~;'y. lstemotive, pod em trazer as organiza~oes'f~~~~~l;~!~r~j['~~'b!~:~~rao,onvertendo.as em espifies ;i, Ivel distinguir, de modo positive, os bons-"~+'""""ou contra-mestres;

',0 "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", entendeos mestres e eontra.mestres devem ser excluidos dos sin,, tOB operarios ; podendo, em cas os excepcionais. fazer-se

u m regulamento interno para regularizar a admissao dos'mssmos".

, que 0 aurnento de salarlo e mais uma eonsequencla, urnefeito, da diminuicao de horas de trabalho, da melhor deso-cupa!,lao e do bem.estar relative, do que uma causa dos mes,mos;o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", aconselha,de preferencia, a conquista da reducao de horas pelo proprioproletariado; porque, so assim, sera valida. Primeiramente,

se lutar pela abolicao do trabalho por hora e das horas su,plsmentares, pelo gocanny (trabalho sem precipitacao), pelafundagao de bibliotecas e instituicoes de ensino e pela ativi-dade sindical",OBRE A AQl.O OPERARIATEMA TEMA

- Quais os meios de ayiio que 0 operariado, economica:mente organizado, pode usar vantajosamente?"Considerando qus 0 proletariado economicamente or;ganizado, independents dos partidos politicos, s6 pode, comotal, Iancar mao dos meios de agao que lhe sao proprios ;Tendo em vista a mogao votada sobre 0 1;:) tema dis,cutido;

, 0 "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", aconse,lha, como meios de agao das sociedades de resistencia ousindieatos, todos aqueles que dependam do exercicio diretoe imediato da sua atividade, tais como a greve parcial ougeraI, a boicotagem, a sabotagem, 0 label e a manifestacaopublica, variaveis, segundo as circunstancias de lugar e dememento".

- E conveniente que os sindicartos opertirios realizem.t1J(J Brasil uma ativa propaganda do sindicalismo, isto e , dosfins e metodo de luta das sociedades de resistncia? Nocaeo afirmativo, como organizar?

"Considerando que a solucao deste tema se acha impli,citamente dada nas dellberacoes anteriores. 0 "PrimeiroCongresso Operario Brasileiro", entende que tal propagan,da deve ser feita individualmente e pelo Sindicato, mas que,para melhores e mais seguros resultados, devem as federa,!,Ioes e a Confederacao encarregar-se de organiza.Ia e me,todiza.Ja ; indicando, pois, os seguintes meios de propagan,da: 0 jornal, 0 folheto, 0 cartaz, manifesto, 0 carimbo, asconferencias, excurs6es de propaganda, de representacceateatrais e criacao de bibliotecas" ,

TEMA TEMA- Para que espeC~6de melhoramentos deue 0 opera:riado o'1'ganizadoorieniar. principalmente, os seus eSforr;os?Para 0 aumento do salario ou para a diminuir;tio de horas?"Considerando que a reducao de horas de trabalho teminfluencia sobre a necessidade do bem.estar, aumentando 0consumo e dai a producao :que, por esta ra:zao e ainda por diminuir 0 trabalhoquotidiano, a depreciaeao diminui e 0 salado tended asubir ;que 0 repouso facilita 0 estudo, a educacao associativa,aemancipaeao intelectual e combate 0 alcoolismo - irutodo excesso de trabalho embrutecedor e exaustivo;

- Aboliytio das muUas nas ojicina e fabricas...Gonsiderando qUE' as multas nas oficinas e fabricas,

sob quaisquer pretextos, sao prejudiciais aos trabalhadores,o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro" aconselha umaforte resistencia contra as mesmas."Considerando que existem associacoes de auxilios rm,tuos, mantidas pelas multas Impostas, sob quaisquer pretex-tos, aos trabalhadores; como acontece na Estrada de FerroCentral do Brasil;Considerando que essas associacoes nao trazem nenhumresultado benefice aos mesmos trabalhadores;

106


8/33

reitos; e considerando que 0 governo pode ' procurar, pel aviolencia e tirania, tirar _Ihe semelhante direito;'.0 "Primeiro Congresso Operario Brasileiro" aconselhaa s Federa~oes locals que, quando for proibido 0 direito dereuniao ---: a qualquer coletividade -, ponha logo em pra,tica os meios mars eficazes, visando obrigar 0mesmo gover-no a respeitar estes direitos; agindo, em caso extreme atecom a maior violencia". '

,,~,~I;.Gon8idei~ndoque :las existem para a manuteneao dealgtiri~>prlvi1egiados e mconscientes trabalhadores, e para'.,~ ., subsidiaremaqueles que as dirigem;, 0 "Primeiro C. O. Brasileiro" aconselha aos trabalha..:dores que nao se sujeitem as multas, usando para isso dos re,.curses de resistencia,

Outrossim, aconselha aos trabalhadores a nao fazeremparte de semelhantes associacoes.TEMA

- Conveniencia de que cada associagiio operaria sus;tente uma. escola laica para os s6cios e seus filhos, e quaisos meios de que deve langar miio para esse lim?"Considerando que 0ensino oficial tern por fim incutirnos educandos ideias e sentimentos tendentes a fortificar asinstituicoes burguesas 6', por conseguinte, contrarias as as,piracoes de emancipacao operaria, e que ninguem mais doque os proprios operarios interessam.se em formar livre-mente! a consciencia de seus filhos;

o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", aconselhaaos sindicatos operarios a fundacao de escolas apropriadasit educacao que os mesmos devem receber, sempre que talseja possivel; quando os sindicatos nao puder em sustentarescolas, deve a Federaeao local assumir 0 encargo".

TEMA- Qual a ati tude do operariado conscienie do Brasil emf,!()e.daatU4l a,gitayao em prol das oito horae, e contra 0 mi:htarzsmo?"Gonsiderando que urge chamar a vida ativa tentaracordar 0 operariado do Brasil, dando-lhe, de tOda's os mo,dos, a conscisnoia dos seus direitos;

, . que a forsa armada, intervindo nos conflitos entre ope,rarlO~ e patroes favo~ece estes em prejuizo daqueIes, paraeternizar e tornar mars doloroso 0 mal.estar do operario:o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", decide:inst igar calorosamente as organizag6es a empreenderemuma ativa propaganda em favor das 8 horas sem diminui,~ao de salario, seguindo 0 salutar exemplo do proletariadode outros paises hoie em agitacao :e, considerando que a guerra e urn grande mal para ostrabalhadores que the pagam todos os encargos com seu di-nheiro e seu sangue;incitar 0 proletariado it propaganda e ao protesto con; .tra a guerra, assim como 0 militarismo. Contra a interven~ao da forea armada nas contendas entre assalariados epa:tr6es; vern, assim, envidar, de acordo com 0 metodo seguido

pelos co~panheiros f;ances~, os maiores eaforcos para queo operariado do Brasil, no dia 1.0 de maio de 1907, imponhaas 8 horas de trabalho",

TEMA- AcUlentes de Trabalho"Considerando que 0 responsavel dos acidentes no tra,balho e sempre 0 patrao : e analisando que as leis decreta,das em prol dos trabalhadores, desta forma, nao tern nuncaexecucao - sao letras mortas ;o "Primeiro C'ongresso Operario Brasileiro", aconse-lha aos sindicatos que, sempre que qualquer desastre se ve,

rifique, arbitrem as indenizacdes que 0 patrao deve pagar,forcando,o a isso pela a~ao direta.Para melhor prevenir tais acidentes, devem os sindica,tos participar aos patroes as delfberacoes tomadas pelo Con-gresso sobre este particular".EMA

- Qual a atitude do operariado quanta a proibi(}iio dodtreito de reunuio?. .Considerando que 0 operariado tern a absoluta e im-periosa necessidade de -s e reunir para defender osseus dim

TEMA- Que meios emlpregar para!garantir 0 sallirio dos ire:balhadores e 0 pa.gamento em dia?

109o g


9/33

que dentro da organizaQao atual nadarealmente 0 salario dos trabalhadores, osconstantemente caloteados; assim comoesi;abelecid de seguro sobre a forma de paga,. e , se este deve ser diarto, f 'emanaI ou mensa}' 0prejudica enormemente os trabalhadores ; '" .. , ':f:'. 0 "Primeiro Congresso Operario Brasileiro" aconse,ilia aos sindicatos que: '

1.0 - procurem tornar.o menos curto possivel os pra-zos dos pagamentos; os quais devem ser, no maximo sema,I ~ . " '. nars, pois que, aSSIm, os operarros se furtarao a um semmimero de exploracdes e, ao mesmo tempo, quando calotea,dos, sera menor a quanti a perdida ;2.0 - e quando decididamente caloteados por haver li,quidado ~ empresa ou falido 0 patrao, devem, os operariose respectivos sindicatos, Iancar mao de todos os meios - in-clusiv: os !ribunais (*), para que 0 patrao ou a smpresac~lotelra nao possa aparecer como proprietaria, enquantonao houver pago aos trabalhadores",

TEMA- Como criar aeilos ou meioe para beneiieia os operarios invalidos; "Considerando que os trabalhadores mal ganham paraprovar a sua subsistencia quotidians e contribuir para aIuta sindieal. h:dispe?~avel e que, portanto. nao podemacumular capitals suficientes para a montagem de asilos ou.hospitais, e que, enquanto vigorar 0 regimento atual, 0 ope,rario nao se podera furtar as contingencias da miseria e doabandono;o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro" aconse,lha, como tinica solueao a este problema, que se ponham empratica as deliberacoes ja tomadas pelo mesmo".

TEMA- Necessidade de uma ativa propaganda contra 0alcoolismo.r ) ~a data em que se rcalizou este Congresso (1906), nao existia lei

taseaeacldentese os trabalhadores acidentados eram atendidos pelas .San"sas e qu d . til" dd .". ;' '. an .0mu iza os, passavam a pedir esmolas na portas!! IfeJas. SU~~etido. e~te tema it . consideracao do "Segundo Congres- cou raso VIdo eliminar os termos - "inclusive tribunais".:.110

"Considerando que 0 alcoolismo e urn dos VICIOSmaisarraigados no seio das classes trabalhadoras; e que tern sidoum obstaeulo para a organiza~ao das mesmas,o "P~imeiro Congresso Operario Brasileiro", aconse,lha que seja encetada uma forte campanha contra 0 alcoolis,rna par meio de conferencias, folhetos e cartazes.

TEMA- Como regulamentar 0 trabalho feminino e a admis.

sao de aprendizes nas fdbrica8 e oficinas? ."Considerando que a causa principal da exploraeaoexercida contra as mulheres, que peIa sua situacao se tor-nam terriveis concorrentes do homem, esta no fato de lhesfaitar coesao e solidariedade jque a necessidade da organizacao sindicaI impoe.se en,tre as mulheres, uma Vt2 que para os homens tem sido ado,tada com bons resultados;o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", insistin-do na necessidade da organizacao das operarias em sindi,cates, convida e incita os sindicatos operarios a envidar to,dos os esf'orcos para organizar as mulheres e torna.las com-

panheiras na luta, abolindo a concorrencia que fazem, aliasocasionada pela exploraeao burguesa, a qual paga pouco eexige multo j e, quanto aos aprendizes, 0 Congresso aconse,lha aos operarios que nao mandem seus filhos para oficinasau fabricas, senao quando eles tenham atingido a idade con,veniente".TEMA

- Construriio de casas para operarios. Qu~meio8 em_pregar?..Considerando que a irritante questao das casas opera,rias e urn blefe utilizado pelo governo para contentar oeoperarios ;o "Primeiro Congress a Operario Brasileiro", desistin,do de qualquer opiniao a respeito, convida, entretanto, osoperarios a lanearem mao de meios convenientes para impe,. dir 0 aumento dos alugueis - dando pouco importancla a spromessas governamentais",

TEMA- Abolirao do trabalho por obra, ou de emqrreiiada."Considerando que 0 trabalho por obra (peea) , ou em-

111


10/33

a rulna do ' trabalhador que, por(\~s.~~,~tli[~if)~(::t)r9IC~u~a'obteTaior salario, em prej uizo dos seusde oficio, criando tambem uma enorme bar;(;'~l9P:~p~~n.l:tellrosoais desejado fim das associacoes operarias :de 8 horas de trabalho ;.. . ",. . .-._--o "Primeiro Congresso Operario Brasileiro", deliberaque seja feita uma ativa propaganda, visando a rejei~aodesta forma de trabalho, 0 qual e sempre prejudicial aos. interesses gerais de todos os trabalhadores".

vivamente a nao imigrarem para 0 Brasil, snquanto vigorara escravidao nas fazendas".

32 - DELEGAC;6ES PRESENTESNO CONGRESSO

31 - QUEST6ES ACESS6RIAS OUSUPLEMENTARES:

RIO DE JANEIRO: :"Associacao de Resistencia dos TrabaIhadores em Car _vao Mineral" - Belizario Pereira de Souza e Firmino Ro,

drigues Alonso... Associacao de Classe Uniao dos Chapeleiros" - JoseArnaldo de Carvalho e Antonio Pires G. Sola."Associacao de Classe dos Manipuladores de Tabacos"_ Melchor Pereira Cardoso e Marino Garcia."Associacao de Resistencia dos 'I'rabalhadores em Tra-piches e Cafe" - Francisco Guilherme Chaves e Anselmo

Rosas."Uniao dos Operarios nas Pedreiras" - Antonio daSilva Barao e Marcelino da Costa Ramos."Centro dos Operarios Marmoristas" - Jose de SouzaAzevedo e J08.0 Arzua dos Santos."Centro dos Empregados em Ferrovias" - DomingosGomes Sobrinho e Francisco Camillo Soares."Centro dos Operarios do Jardim Botanico" - AlbinoMoreira e Antonio Domingues."Liga Operaria ltaliana" - Pedro Bernabucci e SilvioPazzaglia ."Liga dos Artistas Alfaiates" - Candido Costa e ALfredo Vasques."Liga das Artes Graficas" - Luiz Magrassi e MottaAssun~ao .."Uniao dos Operarios Estivadores" - Manuel dos San,tos Valente e Manuel Ignacio de Araujo."Uniao dos Corrielros e Artes Correlativas" - FelixAlexandre Pinho e Auto Negreiros.

Operarios Agricolas:"Gonsiderando que os trabalhadores da lavoura saotneste pais, os operarios mais cruelmente escravizados e ex,

plorados e que, ante a sua utili dade e importancia para avida da humanidade, nao nos podemos, nem devemos, esque,cer deles em nossas Iutas de emancipaeao ;o Congresso aconselha ao operariado e respectivos sin-dieatos em geral, a envidarem todos os esforcos no senti dode organizar urn sindicato de resistencia dos trabalhadoresnas fazendas, promovendo entre eles a mais vasta propa,ganda emancipadora",Colonoe:"Considerando que, pelas condicoes :speciais em que vi-vern os colonos, se tornaria quase impossivel a sua organi,. za~ao ern sindicatos - excetuando-se os que vivem nas ime,dia~6es das cidades ;o Congresso delibera:que a Confederar;aot que deve surgir, micie uma ativacampanha contra as prepotencias e infamlas de que sao viti.mas 08 colonos, desmoralizando assim os fazendeiros, e dan,do a conhecer aos trabalhadores, nao s6 daqui, como de OU_tros paises da Europa - que maier contingents da a irni-gra~ao - as clamorosas injusticas e martirios que contraos trabalhadores da lavoura aqui se exercem, incitando.os

;.~ 113112


11/33

"Uniao dOE!Carpi~feiros e Artes Correlativas" - JoaoBenevenuto e'Mariuef dos Passes Nascimento Bahia."UniaoOperaria do Engenho de Dentro" - BenjamimMoyses Prins e Jose Roberto Vieira de Messo."Uniao dos Artistas Sapateiros" - Codio de Brito ~Victorino Pereira.ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

Campos:"Centro Operario de Campos" - Damasio Gomes (hitSilva.ESTADO DE S. PAULO:S. Paulo:

.. "Federaeao Operaria de S. Paulo" - Fernando Fre.,jeiro, Manuel Domingues ~e Almeida, Julio Sorelli, EdgardL~uenroth, Ulysses Martins, Garalampio Trillas, CarlosDIas,. Manuel Moscoso, Fernando Bondad e Jose SarmentoMarques.

"Uniao dos Trabalhadores Graficos" - Eduardo Vas;simon ; : Augusto de Altro.Campinas:"Liga Operaria" - Alfredo Vasques e Antonio AUD"usto do Amaral Chaves. e -Ribeirao Preio:"Uniao Operaria" - Manuel Ferreira Moreira e Ar.,naldo Jose Carvalho.

ESTADO DE PERNAMBUCO:Recife:"Centro Protetor dos Operarios de Pernambuco"Jose Hermes de Olinda Costa.

ESTADO DO CEARA:Fortaleea:"Centro Artistico Cearense" - Antonio Augusto PintoMachado e Benjamim Prins.

114

.33 NAsCEA CONFEDERAQAOOPERARIA BRASILEIRAE de ressaltar entre os temas discutidos no "1.0 Con-gresso Operario Brasileiro", a aprovacao da "ConfederaeaoOperaria BrasiIeira", cuja atuacao foi votada para funcio,nar em 1908. Inspirada nos moldes da C.G.T. francesa, en;

tao fiel ao Sindicalismo da Primeira Internacional, ficouprovisoriamente com sede na rua do Hospicio, 156, no Riode Janeiro, sendo indicado seu secretario.geral, Ramiro Mo-reira Lobo.

Para 0trabalho de coordenacao. ficou assentado que se,ria feito atraves de eirculares dirigidas as organizacoes ope,rarias de todo 0 pais.Baseado em moIdes federalistas, 0 Congresso aprovouuma serie de mocoes, uma das quais, ligada a ideia da "Con-federacao Operaria BrasiIeira", baseada nos seguintes ter.,

mos:DOCUMENTO 1:

"Considerando que a a~ao cperarra constante, maleavel e pronta,sujei ta as divers as condicees de tempo e de lugar , seria grandementeembaracada para uma centraliza\lao;

que a solidariedade deve ser consciente, e 0 concurso de cada: uni-dade 56 tem valor quando voluntariamente dado.

que 0 abandono do poder nas maos de poucos impediria 0 desen-volvimento da iniciativa e da capacidade do proletariado, para se eman-cipar, com risco ainda de serem os seus Interesses sacr if icados aos dosseus diretores;

que 0 desenvolvimento da industria faz-se no sentido de exigir detodos os trabalhadores, sem distineao de offcios, uma solidariedade cadavez mais estrei ta, tendendo a abolir as barreiras que separam as corpo-ra90es de offcios;

que a uniao de sociedades por pacto federative garante a cada umaa mais larga autonomia, devendo este principio ser respeitado nos esta-tutos da "Confederagao Operaria Brasileira";

o Congresso cons idera como unico metodo de organizacao, confer-me 0 i rreprimivel espiri to de liberdade, e com as imperiosas necessi-dades de a98.0 e educa9ao opera,ria, 0 metodo federativo; a mais largaautonomia do individuo no sindicato , do sindicato na federacao e da fe-

115


12/33

, ,der~~~;, i i i~#~~~~~'>~t 'bbIJ lonleamente admissiveis, simples dele-gaWei'}~turigi?;'~:"~~Fridade" ., - 'AJ!iOV~d~:;~' :tno,"ao, o'Congresso lanca em discussao as bases quedtnl'e~iam' ezientar' a "Central Sindical Operarla", fundamentando-se no~e~te aeordo:

a) Con/ederar;ao Openiria Brasileira.Fins

1 - A "Confederagao Operaria Brasileira", organizada sobre aspresentes bases de aeordo, tern por fins:

1.0 - Promover a uniao dos trabalhadores assalariados para a de-fesa dos seus interesses morals e materials, economicos e profisslonais;, 2;0 - Estreitar os lagos de solidariedade entre 0 proletariado orga-nisado, dando mais forca e coesao aos seus esforeos e reivindicacoes,tanto moral como materialmente;

3.0 - Estudar e propagar os meios de emancipacao do proletariadoe defender em publico as reivindicacfies economicas dos trabalhadores,'servindo-se, para isso, de todos os meios de propaganda conhecidos, no-meadamente de urn jornal que se inti tulara "A V oz do Trabalhador";

4.0 - Reunir e publicar dados estatisticos e inforrnacces exatas so-bre 0 rnovimento operario e as eondicdes do trabalho em todo 0 pais.

b) Constituirao

. '

A Confederarrao Operaria Brasileira e formada por:1.0 - Federacoes nacionais de industria ou de oficios;2_0- Unifies locals ou estaduais de sindicatos;3.0 - Sindicatos isolados, de lugares onde nao existam federacoes

locais ou estaduais, ou de industrias de oficios nao federados,4.0 - Cada organizacao aderente a Confederarrao, tera Urn delegado

por eada sindicato na Comissao Confederal.Este delegado deve ser membro de uma sociedade aderente, Os sindi-

'cates isolados teriio igualmente urn representante cada urn.5.0 - So os Sindicatos exclusivamente formados de trabalhadores

assalartados, e que tenham como base principal a resistencia, podemfazer parte da Confederarrif.o.

6. - A Confederarrif.o nao pertence a nenhuma escola poHtica oudoutrina religiosa, nao podendo tomar parte ostensivamente em elei!;oes,manifestagOes partidarfas ou religlosas, nem podendo urn soclo qualquerservir-se do seu titulo da Confederar;iio, ou de uma fun gao da Confe-'deragao, em ato eleitoral ou religiose.116

",7.0 _ Cada sindicato aderente contribuira para as despesas da Con-t~~agdo com uma parcela rnensal de 20 reis por membro., " 8.0 - A comissiio confederada tera a sua sede no Rio de Janeiro.

9,0 _ A comissao confederal distribuira entre os seus membros oscliversos encargos, que nunca poderao ser de poder ou mando.

10.0 _ Cada comissao confederal exercera a sua iungao durante doisanos, a contar do dia 1.0 de janeiro.

c) o Jornalo argiio da Conjederarriio sera redigido par urna comissao escolhida

entre os seus mernbros pela Comissao Conjederal, e publicara segundoesta ordem de preferencia:

1.0 _ Informagoes sobre 0 movimento associativo;2 .0 _ Resumo das resolucoes de sociedades aderentes;3.0 _ Convocacoes e avisos de sociedades aderentes;4.0 _ Artigos que a redacao considerar contidos nos limites marca-

dos pelas presentes bases de acordo, assim como reduzidos de modocompreensivel e isentos de questfies pessoais.

d) 0 Conaresso_ A comissao, confederal devera abrir , em fevereiro de cada anc,

um "referendum" entre as sociedades aderentes, sobre a data e a sededo congresso anual.1.0 _ Ao Congresso devera a C.C. apresentar 0 relatorio dos seustrabalhos durante 0 ano,

2.0 _ A resposta devera ser dada no prazo de dois meses, depois.do qual a C.C. publicara uma circular com a data e lugar, e com os,temas propostos.

3.0 _ Se a resolucao do Congresso, devendo ser axecutada pelac.C., exigir uma despesa alem da quota mensal marcada nos estatut~s. d d -0 estiver em condi-presentes, nao tera de pagar a socie a e que na

!Ooes.4.0

de 1906.A primeira C.C. entrara em funcao no dia 1 de janeiro

DOCUMENTO 2 :Oprimeiro "Congresso Operario Brasi leiro", realizado em abril de

1906, no ..Centro Galego", 11rua da Constituigao, n,? 30-32, no Rio deJaneiro, sob a orienta!;ao de uma delegacao composta de tra,balhadores

117


13/33

. .

-.~

doS"'m~i:sdiV~t~'E~tadOS do Brasil, marcou Importante e hicida posi-l1ao~~~e'."Firmou"Be, fundamentalmente, como c1asse social que sabeo:,}tltl~iui!r; que reeonhece os seus direitos e o os sew deveres, quegelleja ser livre de tutelae partidanias; que e capaz, por si so , de laneare~ praiica as suas ideias; que sabe ser ordeira dentro dos mais altospadr5es humanos, e, acima de tudo, que a sua doutrma, a sua filosofiade vida e as suas ideias, nada tern de assustadcras, podendo perfeita-mente ser examinadas frente aos olhos do publico.

Neste 1.0 Congresso 0 Proletariado do Brasil mareou a sua posicaoapolitica de reslstencia a s Intromissoes estranhas, ao mundo do traba-Iho; de oposi!


14/33

F''E!der~ci6n Obrera Argentina, salva al primero con,gresso obrero brasilefio ".. . "Congresso Operario de Belo Horizonte: - congressopperario salida agradecido. Viva emancipagao operaria",. ':~'E!deraci?n. O~;era, - Buenos Aires - "CongressoOperario Braaileiro sauda.vos agradecido. - Vivaeman-cipagao operaria.".

"Confederation du Travail - Chateau D'Eu. 3. "Con,gresso Operario Brasileiro", augura vitoria 8 horas deMaio" .

. Por estaepoca, ja estava em funcionamento a "Confe-dera~ao Operaria Brasileira", e publicava. .se 0 jornal "A VozM Trabalhador" seu orgao de imprensa ,.Diversas circulares foram enviadas as entidades federa;das, procurando colher 0 maximo de elementos das associa,goes operarias, abordando a trajet6ria histerica, condi~6esde vida e organizacao de seus associados, que se resunnamno seguinte:a) - Data da fundacao da associacao :- 0 mimero de membros fundadores, isto e, 0 mimeroinicial com que a associacao foi constitufda;_ 0 numero presente de membros aderentes, e, des-tes, a mimero de cotizantes ;

. _ Se a associaeao mantem, desde quando, ou manteve, epor quanta tempo, algum jornal orgao de classes, equal 0 seutitulo;

_ Se a associaeao mantem, e desde quando, ou man,teve, e por quanto tempo, algum curso com aulas diur:u~s aunoturnas para os aasociados e seus filhos, e qual a media defreqiiencia ;_ 0 mimero de greves iniciadas pela associacao, ou emquais esta se envolveu; 0 motivo das greves e 0 rnimero degrevistas; quais as greves vitoriosas, parcial ou totalmente,eo as perdidas;

_ A influencia material e moral destas greves na vidada populacao da localidade, au municipio, ou estado;- Se a associacao e aderente da Uniao local dos sinc!.Lcatos ou da Federaeao Operaria do Estado, ou da FederacaoNacional do respectivo of'icio, ou industria no caso de havertais Federacoes e Unioes, e desde quando.b) - Qual a media do salario em cada classe ou oficio.para os adultos-homens;- Qual a media do salado em cada elasse au oficio, paraadultos.mulheres ;- Qual a media do salario em cada classe ou ofieio, para.os men ores de ambos os sexos, especificando a idade minimadestes;- Qual a despesa media (casa, alimentacao, vestuario,etc i) para as trabalhadores solteiros e para os que tern fa,milia; .

34 - DO PRIMEIRO AO SEGUNDOCONGRESSO

Neste interregno, do 1. ao 2. congresso, muita coisamudou , Cresceu a industria, 0 ntimero de operarios nas ci-dades aumentou consideravelmente, nasciam novas entida.,des operarias, as greves erarn mais intensas, mais orienta,das e os seus participantes mais ativos, eonscientes, doutrina-do~, mais eultos, indepen~entes e capazes de urn dialogn in-teligenta ~ franco com 0 industrial - tambem mais ganan;ClOSO, ~alS explorador, mais intoJerante, apavorado com osconhecimentos dos seus empregados.

o governo, dando cobertura aos industriais, ordena no;vas medidas de repre ssa o eo0 fato da maioria dos trabalhado;res com ideias serem estrangeiros haveria de prejudicar 0eurso das conquistas proletarfas ," O.u~r~ motivo que vi.ria a retardar 0 "Segundo Conqres-

80 , dlvl~mdo 0 proletariado, foi 0 "desvio" de Pinto Macha,~o ao aceitar 0 convite do deputado Mario Hermes, para rea,lizar, no ano de 1912, "urn congresso operario" patrocinadopelo governo de seu pai, no Palacio Monroe.Apesar de todos os obstaculos opostos, teria Iugar 0 "Se;gundo Congresso Operarfo Brasileiro" nos dias 8 9 10 11

~ 13 de setembro de 1913, na sede do '~Centro Cos~~polita".a rua do Senado, 215, no Rio de Janeiro. .120 121


15/33

' ; ' ! J ; n t ~ h , o l 1 i ' r t . I O i . t i 1 W ~ehtre os sahirios e as despesas para osY ) : C . ' t $ i l t p i a 1 l i i a d [ o r e i S : solteiros e para os que tern familia;

Condi~Cieshiglenicas das oficinas fabr ieaa e lojas~U''J1, LVem geral ; '

Condicoes higienicas das habitat;!oes dos operarios :. - Especlficacao das horas de trabalho em csda classe

ou offcio, em cada oficina, fabrica, loja ou atelier.

35 - A SESSAO PREPARAT6RIACom. a presenea de urn elevadissimo rnimero de delega-nos, realizou.sa a sessao preparat6ria do Congresso as 20'horas, no dia 7 de setembro, a Rua dos Andradas 87 sededa "Confederacao Operaria Brasileira" e da "Fed~ra~ao'Operaria do Rio de Janeiro" ..Nessa sessao, que correu animadissima, foram discutL- d a s e aprovadas as normas para os trabalhos do Congresso .Durante a mesma foram verificadas as credenciais dos de,Jegados.

Normas aprovadas:I,~ A mesa sera formada por urn presidents e doissecretarios, aclamados na ocasiao, e de urn secretario de.a t a s , aclamado na sessao inaugural, sendo efetivo.

. . II - A mesa terrninara 0 seu mandato logo que a ata'seja aprovada ,III -As sessoes serao abertas com a maioria, as 19 hs ,e, com qualquer mimero, as 19,30 hs ., prolongando.sa atequando entenderem os congressistas.I': -: Na discussao dos temas sera dada a palavra dep.referencl.a aos delegados das associacoss que as apresenta,ram, segumdo_se os demais.

. V - Na discussao dos temas, os delegados discutiraoumcaments 0 tema em debate, procurando tel' em conta 0pouco tempo disponivel para os trabalhos do Congresso.~22

:I": VI - Os membros da mesa terao tambemdireito a dis;rCussao e votacao, sendo que," para discutirem, deverao ser.. oSubstituidos.VII - A votacao sera simbolica. havendo sempre con,:tra-prova; caso se d e empate na votacao, 0 desempate sera.feito na sessao seguinte - sem discussao, fazendo.se nova

vota~ao.VIII - As propostas devem ser, de preterencia, apre.,sentadas por escrito .IX - Serao tambem registradas nas atas, juntamenteeom as aprovadas, as mocoes e propostas recusadas .X - Em prirneiro lugar, serao postos em discussao ostemas aprovados no "Primeiro Congresso Operario Brasi,Ieiro", e os agora apresentados que com eles tiver'Il l identi-

ficagao.XI - A mesa, ao encerrar a sessao, apresentara ao cri;terio do Congresso a ordem do dia da sessao seguinte ,XII -- A sessao de encerramento do "Segundo Congres.,so Operario Brasileiro", sera feita com urn comicio _:m Iu;.gar publico de preterencia num teatro. Para esta sessao seraconvidado 0 operariado em geral.

36 ~ AS ADES6ESTomaram parte no Congresso as seguintes associaeoes :Do Rio de Janeiro:"Federacao Operaria do Rio de Janeiro" - Jose Elias

da Silva e Joaquim dos Santos Barbosa;"Centro dos Operarios Marmoristas" - Joaquim No-gueira e Alberto Marques;"A Voz do Trabalhador" - Myev Feldman;"Bindicato dos Sapateiros" - Jose Ramos e Jose (laiaz;:zo;.' "Sindicato dos Carpinteiros" - Francisco Reis e Ante,nio Monteiro;

123


16/33

.Y;b~~Si~gl~~t()~dosOper~rios das Pedreiras" _ Joaquim daSilva;,SanWs edOSe FerreIra Ribeiro' .': ~;:.~ ,. _~,,... . _ , I...' "Sindicato dos Estucadores" - Manuel Ferreira Gar-rido e Antonio Soares; .

"Sindicato dos Opera.rios em LadriIhos e Mosaicos" _Demetrio Niiiana e Jase da SUva Meira;"Sindi~ato dos 'Frabalhadores em Fabricas de Tecidos'~. - Pedro VlIa e Albmo Moreira;"Sindicato Operario de Offcios Varies" _ Jose AlvesDiniz e Abilio dos Santos;~'~indi.cato dos OpEmirios de Industria Eletrica" _ Har.,mogemo SIlva e Albino Hendel;"Sindicato dos Marinheiros e Artes Correlativas" __Virgilio Jose de Faria e Jose Maria Pereira' ,"Uniao dos Alfaiates'7 - Antonio Moreira e JoaquimPinto Leal Junior;"Uniao Geral dos Pintorss ' - J oao Coelho de Abreue Jose M. Martins; .

, ."Fenix. Caixeiral" - Artur' Jose de Sampaio e A. Eua,taquio da SIlva;"Centro Cosmopolita" - Bento Alonso e Jose da Costa:Pimenta;"Associa~ao dos Empr'gados Barbeiros e Cabeleireiros'"- Manuel Fernandes e Domingos Ribeiro Cabral' ,"Liga Federal dos Empregados em Padada" _ Antonio>Ferreira, Lirio de Resende e Luiz Antonio Loul't'n~o;"Sociedade de Reslstencia dos Trabalhadol'es em TrapL

ches e Cafe" - Jose Arias de Castro 6 Francisco Guilhermedas Chagas;..Sociedade Fraternidade e progresso " - Caralampio.Trillas e Miguel Garrido.Do Amazonas:"Associa-;ao das Artes Grlificas, de Manaus" _ Rozen.,do dos Santos;Do Para:

. "UnHio ~o~ Operarios Sapawiros, de Belem" _ Angelo>Sperduto e Cello de Brito.:124-.:1.. ".. '

De Alagoas:"Federacao Operariade Alagoas, de Macei6" - Virgi_nio de Campos e Cecilia Vilar ;"Sindicato dos Sapateiros, de Maceio" - Tomaz deAquino;"Sindicato dos Marceneiros, de Maceio" -Manuel Fer.,reira dos Santos e Jaime de Oliveira;"Sindicato d08 Estivadores, de Maceio" - Luiz Gon-zaga;"Sindicato dos Graficos de Macei6" - Honore Cemeli,Do Estado do Rio:"Circulo Operario Fluminense, de Niteroi" - ErnestoJustino Pereira e Alvaro Gonzaga;"Sindicato Operario de Oficios Varios, de Niteroi" _

Antonio Devillard e Antonio Lage;"Sindicato dos Estucadores e Pedreiros, de Niteroi" -

Antonio Augusto de Azevedo e Deoclecio Augusto de Aze.,vedo;"Sindicato dos Tece16es : : Artes Correlativas, de Nita,rai" - Alcides Jose Soares e Lindolfo Cardoso; .

. "Centro Operario Primeiro de Maio, de Petropolis" _Francisco Manoel Borges e Carmine AntOnio Nastaci ,

De Minas Ge1'ais:"Centro Operario Sindicalista, de Belo Horizonte" -

Ferreira Minhocal e Antonio Rodrigues Ma~as;"Sindicato dos Pedreiros, de Belo Horizonte" - Alessan,


17/33

.;,;.,{~j$i~(ij~2:to.: ()~erario de Oficios Vados, de S. Paulo"-JoseRomero e Joao Gon~alves da Silva', : , , ~ , - , _ " _ c ' . - . - ,. '. ..'Un~ao dOB C~n~iros, ~e S. Paulo" _ Antonio Gon.,~alves Nina e AntonIO RodrIgues da Silva Junio1'; .

"Uniiio GrMica ", de S. Paulo ~ Paulo Cruz e Tiberio)Fratilii;"Uniao dos Chap.eleiros em GeraI" de S. P au10 _ Rafael Vicchiatti e JUlio Battistella;' -'~Lega Fra Pasta., e Afini ", de S. Paulo _ Alfredo Fro-tesehi e Manuel Gon~alves de Oliveira;"Federa~ao Operaria", de Santos - Joao Crispim e,Rafael Serrato Munoz; ,"Sin~ic_!lto dos Pedreiros e Serventes", de Santos _ Ma_nuel Perdlgao e Augusto Marreiros' .,"Sindicato dos Carpinteiros e Artes Correlativas" de:Santos - Antonio Venosa eManuel Rios' '"Sindica;to dos O~erarios em Peara ~ Granito", de San.,tos - FranClSCO GarCIa e Antonio Moutinho' ,"Sindicato dos C'arroceiros e Chaffeurs" de Santo!'; _Manuel Campos e Antonio Diogo; , ~

. "Uni~o Operaria", de Cravinhos - Jose Alves e Pau-hno RodrIgues;. ".UnW,o Operaria BE:lneficente", de Franca _ JoaquimTeIxeIra e Valdemar Teixeira; . ."Germinal", de S. Paulo - Antonio EsperidHio ."A L 'anterna, de S. Paulo" - Edgard Leuenroth-. ".Cent~o OP.erario Beneficente e Instrutivo, de Jau" _VltOl""mO Glrardl e Faust:ino Baraldi,

. "Liga Operaria, de Batatais" - Adolfo Busse e C1r11a.OJ'da;"Liga Operaria, de Campinas" - Luiz Deulefense e.Pascoal Gravina;"Sindicato dos Ganteiros, de Ribeirao Pires" _ Artur.Conde E. Bernardo Reis.Do Rio Grande do Sul:"~~dera~~ Oper.a~ja do R.io Grande do SuI, de Porto.~]egre -LUlZ Derlvl, LUCldlO Marinho Prestes e FranCISCO Cardoso; _

126

"UnH'io TipogrAiica, de Porto Alegre" - Oscar Class:eJenuino Martins;-: _(:. , - A. ' ''Centro dos 'I'rabalhadorss, de PassoFundo' -:- Anto_nio Cardoso e Adolfo Garcia Varela;

"Fedoraeao Operari~, de Pelotas" - Carlos Simoes::Dias ;

"Sociedads Beneficente dos Alfaiates, de Sage" - Ma_nuel Coutinho E ' Carlos Alberto Sapia."0 Trabalho, de Bage" - Astrogildo Pereira.Tomaram parte no "Segundo Congresso Operarro Bra-sileiro", 59 associacoes cperarias e 4 jornais, au detalhando,mais ;2 Federacoes Estaduais5 Federacoes locais

. 52 Sindicatos, sociedades, centres ou ligas4 jornais, 117 delegados com media de frequencia de,95 a 125.

E ha a observar, alem disso, 0 seguinte : a "Federacao ..Operaria do Rio Grande do SuI", enviou uma delegacao es.,pecial de tres membros, representando as 19 associa


18/33

37 - RESOLUQ6ES E TEMASDISCUTIDOS NO 2. 0 CONGRESSOTEMA

- Sendo as aspirar_;oesdae orgatndzal}iJesoperarias ten:dente~ d, t,,:_ansformaf}iioe~on6mica e social, quais deuem. ser08 P1't1lie1,p1,.OS da nova eociedade, os da propriedade Pfivadae da autorulade, OU 08 do 8oeialismo amarquista?, "q "Segundo Congresso BrasiIeiro", tomando em con,sIderac;:ao as resolu~oes adotadas pelo "Primeiro Congresso"sobre ~ .orientag~o que a organizaqiio convem seguir em fac~da politica espectal de um partido; aconselhando_a, se man-t~r }nt~llramtlte no terrene da a~ao direta de pressao e re,sIsten~la. contra 0h c~pitalismo, para a garantia e conquistados direitos economlCOS que ligam estreitamente os traba-Ihador~s! divididos pelas suas opinioes politicas, religiosasau SOCIalS:~ Resolve con~irmar as mesmas resoluc;oes, par constde,r~_~as as qus maIS correspondem aos fins do movimento operario ; econsiderando tarnbem que, com as suas peJ:i6dicas e ne-fastas agitac;oe.s, os partidos politicos tendem unicamente adesviar os trabalhadores do seu movimeno de resistencia ede reivindicac;ao social;o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", rnesmoten?? em conta a deyid~ Iiberdade de preferencias e de ac;aopolitics dada aos stndicatos fora do Sindicato, convida aclasse trabalhadora do Brasil a - repelindo a influencia dis,solvente da politica - dedicar.sa a obra da organizac;aooperaria - sindicalista que, considerada dentro da aqiio pro-Ietaria, e 0meio mais efieaz e mais poderoso para a con,quista de melhorias hnediatas de que necessita, e para 0

iortalecimento da luta it sua completa emancipac;ao".Foi tambem aprovada a seguinte moc;ao complemental' :"Tendo em conta que da dlscussao dentro da maia am,pIa liberdade, surge com rnais faciIidade 0 criterio 16gico eexato, 0 "Segundo Congresso Operario Brasi leiro", aconsa,lha todas as sociedades operarlas a permitirem em seu seiouma ampla exposi~ao e discussao de todas as ideias",128

TEMA- 0Bindicato de rcsistencia deve ter comobaseJ a re,sistencia, ou acedo: conjuntamenie: 0 subs1,diode' desocupa_f}ao,de doe nc a. ou de coopf.rativism()?"0 "Segundo Congresso Operarto Brasi leiro", sstudan,doa resolucao tomada pelo "Primeiro Congresso", sobre osmeios alheios it resis tencia, e considerando_a inteiramente

sat isfat6ria para 0 born desenvolvim11to da a~ao sindica-lista, resolve confirmacla, deixando para tratar da parteque se reier ao cooperat ivismo, quando for discutido 0 temaespecial sobre 's ta questao";TEMA

- Deoem. ou nao federo_seas associccae ecclueiua:mente beneiiceniest"0 "Segundo Congresso Operarir, Brasileiro", aconse-lha que as federacoes, estaduais ou locals, s6 admitam noseu seio os sindicatos exclusivamente formados de traba,Ihadores assalariados, e que ten h am como base principal aresfstencia" .

TEMA- Quais 08 meios de al}aOque 0 operariado, economi:camente orgamizado, pode usar vantajosamente?"Satisfazendo inteiraments as aspiraeoes do sindica,lismo 0 "Segundo Congresso Operario Brasileiro" aceita,tal q~al redigida, a resolucao a esse respeito tomada peloPrimeiro Congresso";

TEMA- Que meios empreuo para uarantir 0 sal(irio dostrabalhadores e 0 pagamento em dia?"Considerando que 0 usa dos tribunais vai de encontro

aos metodos de ac;ao direta, 0 ..Segundo Congresso Opera-rio Brasileiro", delibera: suprimir as palavras "inclusive ostribunais" da resolucso do "Primeiro Congresso", aprovan,do 0 "tnais como esta",TEMA

- A abolil}iiodo trabalho por obr ou de empreiiada,"Considerando acertada a resolueao do "Primeiro Con,gresso" sobre a abolicao do trabalho por tarefa ou por em,

129


19/33

preitada, resolve, 0 "Segundo Congresso Operarlo BrasiIei-rq",eoniirma-=Ja, .aconselha~?o o inicio de ativa propaganda'sindicalista contra esta mal .TEMA

- N eceeeidade ou ruio de estaiuioe ou regulamentospara os sindicatos. Reoonhecido 0 p1'imeiro c as e, d ec em . osestatutos ser unijorm,es?"Considerando que as associaeoes operarias sao orga,nizadas com 0fim de desenvolver, por meio da solidariedade,o rnais largamente possivel, a capacidade de todos e de eadaurn dos seus membros;considerando que 0meio associative deve tender semprea elevacao da mentalidade dos trabalhadores, com 0 fim deprepara-Ios para etapas mais relacionadas com a evolueaosocial;considerando que os estatutos sindieais devem ter porfim estabelecer bases livres de acordo ;considerando ainda que 0 Sindicato Operario necessita

da mais ampla liberdade de ac;;ao para conseguir os seusfins, razfio pela qual os seus estatutos devem cogitar uni,caments de estabelecer bases livres de aeordo;o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", aconselhaaos trabalhadores do Brasil a abolirem das suas sociedadesde resistencia os estatutos au regulamentos calcados em for;mulas burocraticas e coercitivas, restringindo.os, exclusiva-mente, a simples normas administrativas, despidas de quaLquer determinacao que fira a autonomia individual dos. as,sociados, ou que conceda atribuicoes de mando a qualquerurn deles".

';:',' 0 "Segundo Congresso Operario: Brasilelro", aconselhaJios sindicatos que estejam em tais condicces, concorrendo'para a criac;;ao de secoes dos mesmos, sem ,prejuizo .da auto-'uOInia de cada sec;;ao, devendo.ss criar, com elementos detodas as sec;;6es,uma comissao de relacoes e propaganda".TEMA:

- Me ios a empregar na organizayao dos trohalhadoreerurais."Considerando que os trabalhadores de lavoura s&o,neste pais, dos operarios mais vilmente escravizados e ex,plorados e que, ante a sua utilidade e importaneia para avida da humanidade, nao nos podemos nem nos devemos.esquecer deles em nossas lutas de emancipacao ;

considerando que a organizaeao do proletariado doBrasil seria incompleta sem uma organizacao seria e vastados trabalhadores rurais agora inteiramente sujeitos ao maisbrutal despotismo;o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", chama aespecial atencao de todas as organizaedes operarias do paispara a situaeao dessas vitimas do feudalismo moderno, aeon,selhando-as a que se dediquem a uma ativa e constante cam,panha contra' as prepotencias e infamias praticadas contraos colonos e os trabalhadores do campo em geral, fazendochegar ate eles, por meio de comissoes e outros meios, a nos,sa propaganda; estimulandn.os a se constituirem em socie,dades de resistencia;que, para tal, as organizacoes que 0 julgarem conveni-ente, combinem uma a~ao conjunta, recolhendo, entre si, osfundos necessarioa aos fins em vista".

TEMA:- M ecanismo do, orgo,nizayao jederativa do prolet:

riado."Considerando que 0 desenvolvimento tecnico, agricolaI industrial , chegou a urn elevado grau de perfeic;;ao, quepermite realizar urn excesso de producao sempre crescents,exigindo cada dia energia humana em razao direta do pro,gresso desse desenvolvimento;que este excesso de producao expulsa da fabrica, damina, do campo, de todos os centres de trab~l~o, mil~arese milhares de trabalhadores, negando.Jhes 0 umco mew de

TEMA:- Conveniencia do, iwtalal}ao de sucursais ou segoef! desindieato nas grandes, cidades ."Considerando que nas grandes cidades os trabalhado-res de certas' classes encontram.se, devido as grandes dis,tanclas, em condieoes que os impossibilitam de constituiremurn so Sindicato; concorrendo este impecilho para 0 pouco.desenvolvimento do movimento associativo das mesmas clas,,sea; .

130 131


20/33

subsistenciaconi que contavam para morrerem de fome, re-sultando deste aumento de desocupados e improdutivos, cadadia mais dificil a vida das classes trabalhadoras; .que todo 0 ser humane requer, para 0 seu sustento, cer _to numero de artigos indlspensaveis e, por is to mesmo ne,cessita empregar 0 tempo suficiente para esta producao,como 0 determina a propria natureza;que esta sociedade leva em seu seio 0 german da suapropria destruicao ; no desiquilibrio perene entre as neces,sidades criadas pelo progresso e pelos meios de satisfaze-las, desequilibrio que provoca as continuas rebelioes que, emforma de greves, se produzem ;~u~ a des~ober~a de urn novo elemento de riqueza e aperf~lgao dos J a E'Xlst:ntes levam a miseria aos lares pro,letarios, quando a razao nos demonstra que a maier faci,Iidade de producao deveriaeorresponder urn melhoramentogeral da vida dos povos ;que este fenomeno contradit6rio demonstra a viciosaconstituicao social presente;que esta mesma constituicao viciosa e causa de guerrase crimes, de degeneraeoes ; perturbando 0 conceito amploque da humanidade nos deram os pensadores mais moder _nos, baseando-ss na observacao e na indugao cientifica dosfendmenos sociais ;que esta transformacao economics se reflete tambem emtodas as insti tuicoes ;_9.ue a evolueao hist6rica so realiza no sentido da liber;dade individual j .que est a e indispensavel para que a lib erda de socialseja urn fato;que esta liberdade naD se perde unindc.se aos demaisprodutorss e. ao contra rio, aumenta - pela intensificacao eextensao que adquire - a potencialidade individual;que 0 homem e sociavel 6' consequentemente a liberdadede cada urn nao se limita pela de outro, segundo 0 conceitobut gues . Ao contrario, a liberdade de cada urn se completacom a liberdade geral ;

, que as leis codificadas e impositivas devem ser substi,tuidas pelos ensinamentos cientificos :,132

. que 0 governo ou 0 Estado, com as suas institulcoes defor!.ia e de violencia, constitui uma barreira enorme entrea . classe trabalhadora e a classe capitalista, barreira que epreciso destruir, a bern do uma transformacao 'conomica quefaea desaparecer as antagonismos de classes que convertemo homem em lobo do homem, e livre de qualquer organismocentralizado ou autoritario, realiza a constituicao de urnpovo de produtores livres, para que. finalmente, 0 servo e 0senhor, 0 aristocrata e 0 plebeu, 0 burgues e 0 proletariado,o amo e 0 escravo, que, com as suas diferencas economicase sociais ensanguentaram a historia, se abracem como ver-dadeiros irmaos ; e

considerando, por outro lado, que a ac;ao operaria cons,tante. maleavel e prorita, sujeita as diversas condicoes detempo e de lugar, seria grandemente embaracada por umaconcentracao;que a solidariedade deve ser consciente e o concurso decada unidade so tern valor quando voluntariaments dado;que 0 abandono do poder nas maos de poueos, impediriao desenvolvimento cia iniciativa e da capacidade do proleta,riado para ee emancipar, com 0 risco ainda de serem os seusinteresses sacrificados aos dos diretores ;que 0 desenvolvimento da industria faz.se no sentidode exigir de todos os trabalhadores, sem distincao de oficios,uma solidariedade cad a vez mais estreita, tendo a abolir asbarreiras que separam as corporacdes de oficios;que a uniao de sociedades por pacto federativo garantea cada uma delas larga autonomia; econsiderando, mais, como unico metoda de organizacaocompativel com 0 irreprimivel espirito de liberdade, e comas imperiosas necessidades de agao e educacao operaria, 0metodo federativo - a mais larga autonomia do individuono Sindicato, do Sindicato na Federaeao e da Federacao na

Confederacao, e como unicamente admissivel simples dele-ga~oes de fungoes, sem autoridade.o "Segundo Congresso Operario BrasiIeiro", aconselhaas seguintes normas de organizacao :1.0 - que os trabalhadores de cada localidade se or _ganizem .por offcios oumdustria, em sindicatos de resisten,cia, constituindo-se em sindicatos de oficios vartos as quenao retinam numero suficiente para a forma!}aO de organis,mOB a utonom os ;

.18.3


21/33

20 _ que, nas cidades onde as diferentes classes, poraus8n~ia de numero. nao possam formar sindicato de off~cio ou de industria, se constituam EID sindicatos de offeiosvaries, devendo, logo que haja mimero suficiente de umamesma classe, formar 0 respectivo sindicato autsnomo ;3.0 - que, desde que haja mais de urn sindicato numamesma localidade, eles se organizem em federaeao local;4.0 I que, nas grandee cidades onde, por condicoestopograficas, os trabalhadores, de urn mesmo oficio ou in,dustria, se encontrem na impossibilidade de se constituiremem urn s6 Sindicato, se organizem se~i5es autonomas, que secomunicarao por meio de uma comissao de relaeoes e pro-paganda, formada per delegados de cada se'tao;5.0 - que as federacoes locals ! os sindicatos isoladosde offcio, industria ou offcios varies se reiinam em Fede,ra~ao Estadual;6.0 - que os sindicatos do mesmo oficio ou industriase reiinam em Federacao N acional; e7.0 - que as federaeoes nacionais de offcios IOU in,

dustrta, as federaeoes locals, em cujo Estado nao haja Fe,deraeao Estadual, e os sindicatos isolados EID cases seme-Ihantes se reunam na Conjedera()iio Operariu Braeileira",TEMA:

- Adogiio de um sinete confederal."0 Segundo Congresso Operario Brasileiro", lembra :1.0 - qUe seja adotado, por todas as associacoes con,federadas, urn sinete de formula redcnda com os dizeresseguintes: "Confedera()ao Operiiri Brasileir - Bem.Eetas-e Liberdade, tendo, ao centro, urn globo com duas maos emsinal de sa udacao .2. - Que 0 mesmo figure nos envelopes, papel decorrespondeneia, estatutos, boletins, manifestos, etc.3 . - Que a "Voz do Trabalhador"e todos os jornaispertencentes a aasociacoes confederadas estampem 0 mesmosinete nos respectivos cabecalhos,4.0 - QUe se incumba a "Confedera(}ao Operaria Bra;sileiru" de mandar fazer os cliches e carimbos necessarios,enyiand~os, sob ..pedido, a todas as agremiaeoes confede,radas". .

TEMA:- E ou. tuio conveniente 'cria.r boleos de' traba.lho?"Considerando que 0 proletariado do Brasil encontra.se,em grande parte, num periodo de organlzacao e de pre,para~ao;o ..Segundo Congresso Operario Brasileiro, entende

que a obra essencial e primaria da organizacao e a resis,tencia e a propaganda e que, por isso, a instalaeao dasbalsas de trabalho nao deve nunea embaracar a a~ao doresistente devendo 0 service de colocacao ser feito pelas pr6-prias cornissoes administrativas dos sindicatos, para se evLtar 0 funcionalismo burocratico" .TEMA:

- M eio a emrp1'egar na propaga.nda do sindicalismo.'. "Considerando que 0 estado de quase complete aban,dono em que se encontra a grande maioria das classes tra,balhadoras do Brasil, submersas ainda num periodo de in-consciencia, leva.as it sujeieao passiva e revoltante ;

Considerando que sao bastante numerosas as associa,~oes disseminadas pelo pais, sem a orientaeao devida, porestarem sujeitas a malefica influencia da politicagem e dofanatismo, umas, e outras tID consequencia do pouco ou ne,nhum criterio sindicalista dos seus rnembros;Considerando que as grandee. distancias e as dif'iculda-des de cornunicacao rapida e constante impedem que, doscentres onde ja existe certo elemento consciente, possa es,tender-Be, com resultado satisfatorio, a propaganda sindica,lista por todas as Ioealidades do interior;Considerando que mesmo entre os trabalhadores orga-

nizados reina urna grande ignorancia a respeito dos moder,nos. metodos de organizacao operaria, sobre os seus meiosde a'tao e, principalmente, sobre as fins a que se destin amna vida social;. a "Segundo Congresso Operario Brasileiro", dirige urncaloroso apelo a todas as organizacoes sindicalistas do Brasilpara que se dediquem a uma imediata, intensa e larga obrade propaganda da organizacao operaria, aproveitando comonorma de luta as deliberacdes tomadas neste Congresso eno de 1906; para este fim, aconselha os segulntesmelos:I ~ . . "


22/33

o jornal~ ofolheto, 0 cartaz, 0 manifesto, 0 earimbo, as con-ferencias, . as excursoes de propaganda, as representaeoesteatrais e a cria~ao de bibliotecas,assimaplicados:1.0 - Que todas as agremiacces realizem conferenciase palestras, aproveitando tambem todas as suas assembleiasadministrativas para a propaganda;2. - Que as f'ederacoes locals e sindicatos das gran,des cidades, promovam, constantemente, excursoes pelos ar-

rabaldes e subtirbios, onde residam operario , Distribuindonestas oeasioes, jornais, folhetos e manifestos; ,3. - Que as federaeoes estaduais facam 0 mesmo nosrespectivos estados;4. -Que todas as azremtacoes distribuam, com amaior f'requencia, jornais e folhetos a todos os associados- auxiliando a publicaeao dos mesmos; .5. - Que a "Conjedercciu Operari(ll Brasileira" or;ganize uma serie de excursoes perrnanentes pelos Estadosnomeando~ para es~e fim urn ou mais propagandistas, qU~percorrerao sucessivamente as diversas regiOE'S do Brasil,trabalhando pela sisternatizaeao da organizaeao operaria,remodelando as que se encontrem calcadas nos velhos moldese organizando as classes que estejam desunidas, Para estefim, devers S;T criada uma caixa especial - mantida pelascon~rib.uic;6es da~ sociedades, por subscricoes voluntarias,festivals e espetaculos , .. ..S6 assim entende 0 Congresso, e que se pod e ra tornarefetiva a obra da organizacao, Que educando os trabalha,dores, colocara em condicoes para a luta necessaria na con,quista de melhorias imediatas, e para a sua integral eman-cipagao, urn contingents humane esclarecido".

TEMA:. - ~ eios ,a ~mpregar para alcomcaa fixagfio do sala~7"l.0 mimmo e lvm~tagaode horas de trabalho.. "Considerando que a limitag[o de horas de trabalho e

.a flxa~ao de salarlo minima s6 podem ser conseguidas palooperariado fortemente organizado;. Considerando que 0 Congresso nao pede determinar ho,rar~o.e salarlo, pois que isto depende de circunstancias es,peClalsacada classe .. t ..,'. .

' 1 3 6

.-, ''-

o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", aeonse,Iha aos trabalhadores do Brasil a realizacao dest;' objetivo;traduzindo em realidade as resolucoes neste Congresso aeon-selhadas, alem de usar dos meios proprtos it . a~ao direta".TEMA:

- Como conseguir e oeeeauror a adogao de condit;5esde higiene e sequramca. em que deue ser ezercido 0 trabalhooperarVo?"Considerando que sern a organizacao sindical revolu,cionaria, sem antes se constituirem fortes organismos decombats, e a- federacao desses organismos, para eficiente;mente veneer a Iuta para a conquista de melhorias entre elasa higiene e a seguranca em que deve ser exercido 0 trabalhooperario ;Considerando que estas aspiracoes devem ser inteligen-temente dirigidas, para 0 born exito da causa;"0 Segundo Congresso Operario Brasileiro", aconselhaas sociedades que empreguem todos os meios para que os seuscomponentes, e a classe operaria em geral, se instruam nosconhecimentos inerentes a estas questoes, a fim de que, com

conhecimento de causa, se organizem e lutem ate alcanea,rem as referidas melhorias" .TEMA:

- Conoeniencio. da disseminagao da imprensa o,[)eraria."Considerando que a imprensa e 0 meio mais eficazpara orientar as massas operarias ;Considerando que e pela imprensa que a cIasse capita.lista firma a opiniao publica em favor de seus interesses

-e das suas infames asplracoes ;considerando que a- imprensa burguesa influi poderosa,

mente no animo das classes operarias, arrastando-as a to.dasas desviacfies contrarias a sua emancipacao, a todas astorpes artimanhas e mistificacoes ; habilmente alinhavadaspor profissionais da pena, que dela fazem comercio ;considerando que, ;m face desta imprensa comercial,deve surgir, por toda a parte, a imprensa operaria e reivin dicadora, que venha realizar 0 saneamento social, intelectual.e moral do po-vo - segundo as mais racionais e elevadosideais de regeneraeao _ que formem nos trabalhadores ver;


23/33

dadeira consciencie e solidas conviccdes, para que em todotempo elugar estejam aptos para se colocarem a altura detodas as eventualidades; .o "Segundo Congresso Operario Brasileiro" aconselhatodas as sociedades e slndicatos operarios, e aos trabalhado_res em geral, a criarem em todas as cidades, vilas ou luga-rejos, jornais de propaganda integralmente emancipadora,e a auxiliarem os ja existentes e os que venham a existir,realizando a grande obra sintetizada no espirito desta mocao,no intuito de que, 0 mais rapido possivel os trabalhadoresse encontrem completamente livres; e faz votos para que to,das as sociedades operariasempreguern todos os esforcosemfavor da divulgacao de "A Voz do Trabalhador", para queela possa, dentro em breve, iniciar a sua publicaeao bi.sema,nal ou, quando menos, semanaI, tendo assim condlcoes decorresponder as necessidades da propaganda",TEMA:

- Educa(}ao e instrut;iio das classes operariae:"Considerando que a instrueao foi, ate uma epoca rs-

cente, evitada pelas castas ariatocratleas e pelas igrejas detodas as seitas, que visavam manter 0 povo na mais absolutaignorancia, proxima a bestialidade; para melhor explora.loe governa.lo;

considerando que a burguesia, inspirada no mlsticismo,nas doutrinas positivistas e nas teorias rnaterialistas sabia,mente invertidas pelos cientistas burgueses, os quais meta,morfoseiam a ciencia segundo os convencionalismoa da so;ciedade atual; centralizando a instrucao, tratando de iIustraro operarlado sobre artificiosas concepcoes que enlouquecem oscerebros dos que frequentam as suas escolas, desequilibran-do.os com os deleterios sofismas que formam 0 civismo oua religiao do Estado r

considerando que esta instrucao e ministrada [untamen-te com a educacao pratica de modalidades que estao ern har;monia com a instrucao aplicada ;

considerando que esta instrucao e educaeao causam ma,lE'Sincalculavelmente maiores do que a mais ampla ignoran,cia; e que consolidam, com mais firmeza, todas as escravi-za~5es, impossibilitando a ernancipacao sentimental. lntelec,-tual.economica e social do proletariado e da humanidade; .

considerando qUE1este ensino baseia.se no sofisma afir;mando-se no misticismo e na_reslgnacao ;o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", aconselhaaos sindicatos e. as classes trabalhadoras em geraI, tomandocomo principios 0 metodo racional e cientifico, em contra-posi~ao ao ensino mistlco e autoritario, promovam a cria,gao e divulgacao de escolas racionalistas, ateneus, cursos pro-fissionais de educaeao tecnica e artistica, reviatas, jornais;criando conferencias e prelecdes, organizando certames e ex-cursces de propaganda instrutiva, editando livre e folhetos .TEMA:

_ "Gonsiderando que 0 Sindicato opertirio, para bem.preencher seus fins, tem que ser um nucleo de combate fran:co ede luta oberitu contra a exploraya.o'patronal;considerando que as cooperativas, alem de nao consti,

tuirem urn instrumento de luta, servem mais para distraira atencao dos sindicatos da agitac;ao quotidiana, da agita~aopermanente contra os detent ores da riqueza comum, enca,minhando 0 proletariado para um terrene de mentirosas me-Ihorias - incompletas e amortecedoras;

considerando que a vasta propaganda do cooperativismo,qUe 0 atual governo tern feito, visa precisamente desvirtuaros destinoa reais do Sindicato, desviando, deste modo, ostrabaIhadores dos unicos metodosde luta eapazes de satis,fazer as suas asplracoes, como 0 sao os metodos baseados naac;ao direta; e considerando, finalmente, que sao muitos osexemplos de esfacelamento de sindicatos, devido exatarnen,te a criagao e direcao de cooperativas pelos mesmos:o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", aconselha,seriamente, a todas as sociedades de resistencia que nao sedeixem levar pelas belas e sedutoras promessas partidasde cima, e que combatam decididamente a instalacao E'direeao, pelos sindicatos, de cooperativas de quaisquer es-pecies, conservando.se sempre coerentements dentro dos finsessenciais do sindicalismo: a resistencla, encarnicada e tenaz,contra 0 capitalismo Insaclavel",TEMA:

- Atitude dos sindieatos revolucioruirio8 em face da or-ganizagao operaria;.iniciada e auxiliada pew clero.oot6lico:


24/33

. uconsiderando que 0 clero cat6lico tern sustentado ultLmamente .uma ~t~va propaganda de organiza~ao operariasob: os seus auspicios ;considerando que a intromissao de qualquer seita reli,giosa nas agre~ia,~~es operarias ? uma manifestacso emi-nentemente partidaria e que, por ISSO mesmo vern destruira organizacao baseada no interesse economic~ comum a to,dos 05 trabalhadores; econsiderando principalments que 0 "sindicato cat6Iico"constitui a maior escola de passividade;? "Segundo Congresso Operario Brasileiro". de con,for~.ldade co~ a orientacao estabelecida em 1906 e agoraratlfICa~a, orl'nta~ao esta qUe mostra as rivalidades quer~su~tarlam d a a d ce ao de uma doutrina religiosa no seio d ossindicatos , Aconselha 0proletariado do Brasil a se afastarde mod? absolute, deste instrumento de engano e de cegue1~ra que e 0 chamado sindicato cat6Iico".

TEMA:- Meios de exteneificar e inteneiiico a propagandacontra 0 alcoolismo:"considerando que 0 alcoolismo constitui urn dos malo.res flagelos da humanldads, especialmente das classes traba-Ihador~s: que nele vao buscar, muitas vezes, 0 esquecimentodas rmserras e dos sofrimentos decorrentes do atual regimedo trabalho; concorrendo isto, ao contrarlo, unicamente paradegradar e embrutecer os operarios ;considerando, mais, que a classe capitalista tern urn in,te:-esse' duplo no aumento do consumo do alcool ; visto que,alem deste consumo concorrer para conservar 0 operariadona inconsciencia e na inercia, e uma fonte de renda e de

explora~ao para 0 industrial;. . 0 "Segundo Congresso Operario Brasileiro", aconselhalllslst~ntemente a todas as organizacoes operarias do Brasil;uma .lUtensa, extensa e ininterrupta campanha contra 0alcoohsmo, devendo nela ernpregar todos os meios ao seualcance, tais como: conferencias, publicacoes de folhetosde q,:adrosestatisticos, de gravuras e de cartazes; colocaca~de dIZer's e senten~as adequadas nas sedes das associacoese nos Iugares frequentados por trabalhadores".UO

TEMA:- 0problema da imigrartio:"Considerando que 0 regime economico atuaI, detendotodos os bens sociais nas maos de umaminoria parasitaria,obriga a maioria dos homens it escravidao social presente;considerando que os trabalhadores, como vitimas prin,

cipais desta r n a organizacao, sao obrigados a se transporta,rem de pais para pais, impelidos pelas crises de desocupacao,provocadas pela ganancia do capitalismo, e em busea de tra-balho; .considerando que os trabalhadores, arrancados brutaLmente ao seu meio, sao atirados inconscientemente it fome eprivacoes de toda aespecie, nao s6 dos agenciadores comoda class' patronal, que explora 0 seu estado de abandono;considerando que os trabalhadores assim entregues itvontade interesseira e discricionarta dos exploradores, naoencontrando, ao aportar aqui, elemento algum de defesa,cheios de necessidades, constituem urn grande smbaraco para

o trabalho de organizacao ;o "Segundo Congresso Operario Brasileiro", e de opi,niao que a ConfederafJao Oper6ria Brasileira, assim comotodas as agremlacces operarias, devem iniciar imediatas eativas comunicacoes com os paises de emigracao. com 0 fimde:1.0 _ trocarem, entre si, exatas e constantes informa,Coes sobre as condicoes do trabalho e de salario :2. - que as organizacoes dos paises de emigracao, for-necendo cadernetas e informacces aos trabalhadores, pos,sam orienta.los furtandu.os it exploracao dos intermediarlos,pondo-os ao conhecimento das condicoes do pais, encami,

nhando.os para a organizacao ".TEMA:

- Propaganda antimilitarista"Considerando que a f'orca armada, intervindo nos con,flitos entre operarios e patroes, favorece estes em prejuizodaqueIes, contribuindo, pois, para eternizar e tornar marsdoloroso 0mal.estar do operario ;

141


25/33

considerando que 0 miIitarismo e 0 maior esteio do ca-pitapSin6. e. s~ c?nverte, em mementos de greve, no maispeI'lgOSOmlmlgo, .. .. .. .o "Segundo Congresso Operarlo Brasileiro" aconselhaao. proletariado do Brasil, uma constants propa~anda anti-ll!lht.arlsta,.propaganda qU,e?eve ser estruturada entre a in,iancla e a J uventude operana".

Foi uma sessfio modesta, mas grandemente stmpatlca eealorosa, pelo entusiasmo e pela satisfacao entre todos ospresentes.Satisfa;ao legitima, pelo dever cumprido, e urn entusi-asmo justo pela obra levada a cabo com urn acerto complete.Inumeros delegados usaram da palavra. Atestando anecessidade imperiosa de demonstrar a alegria e a saudadepresentee em cada qual. Alegria por ver terminada, com urnsucesso aeima de todas as espectativas, a obra revoluciona,ria do Segundo Congresso, realizada atraves de tantos sa,crifieios, apesar do cetieismo, pretensamente debochado, dosimpotentes, alem dos ataques de meia duzia de despeitados ,E saudade, sim, saudade, por se sentirem acabadas aquelassessoes ardorosas, onde cada qual se ompenhara em contrLhuir para a boa solucao dos problemas postos em discussao .Exuberante e cordialissima, as 23,30 hs., terrninou asessao de encerramento do "Segundo Congresso OperarioBrasileiro", cantando-se, entao, A INTERNACIONAL, 0eomovente hino operario ,

POCUMENTO 1:Ao Proletariado do Braeil, reunido no "Segundo Congresso

Operario Brasileiro"

TEMA:- Atitude do. p roletariado em caso de guerra externa.

.. "Considerando que as guerras de modo nenhum se jus,tificam, nem mesmo no estreito criterio das ambieoes bur-guesas;considerando que os trabalhadores, dandc.se as maospor erma das fronteiras, determinam, inteneionalmente 0desmoronamento das patrias ; ,e?nsidt'ra~?o ,que, a~ guerras, com todos os seus horro,re~, sao a sequ:ncla 10gICa das ambieoes burguesas; em de,trl~ento exclusive da classe trabalhadora, que e a tinica que

val derramar 0 seu sangue na defesa de sinistros interessesque nao the perteneem;o "Segundo Congresso Operario Brasileiro" aconsalhaao proletariado do Brasil para, em caso de guerra externa,declarar-ss em greve_geraLrevolucionaria". . "Considerando que as fronteiras convencionais dos estados politicosda burguesia nao devem separar os operarlos da classe a que pertencem,

e que a nossa eondicao de produtorea explorados coloca-nos no mesmoplano de luta de todos os operarios do Universo;

eonsiderando que as fronteiras sao a expressao de interesses burgue-ses e, por conseguinte, em antagonismo com os interesses da classe ope-raria e com os altos sentimentos da humanidade;

considerando que os interesses do proletariado sao identieos em todosos paises, e que esta identidade de interesses, para serem internaeio-nalmente deendidos, cria imperiosas necessidades de relagoes entreos operarios das diversas nagoes, chamadas a realizar uma "agao con-junta, ofensiva e defensiva "; em oposieao a agao que atualmente desen-volve a burguesia do Continente Americano, contra' 0 operariado orga-nizado;

considerando que, para chegar a estabelecer relag6e;s e estreitar oslagos que permitam a nossa classe levar a pratica essa asao conjunta,ofensiva e deensiva, e indispensavel organizar primeiramente 0 Con-

TEMA:. - Convenien~ia de a~ao conjunta - of ens iva e defen,sl.,::a - do proletariado do Brasil e dos pafses vizinhos. Reu,.111aode urn Congresso Operario SuLAmerican(}

38 - ENCERRAMENTO.Na impossibilidade de se conseguir um teatro, como eradesejo dos congressistas, foi no proprio salao do "CentroCosmopolita", alias, vastissimo, que se realizou a sessao deencerramento do "Segundo Congresso Operarro Brasileiro".

14342


26/33

gressoDperano Sul-Americano, onde se estabelecam as bases e acordosque' slrvam de norma aos operarios do Continente, na sua agao inter-naciona1;

A Federagao Obrera Regional Argentina e a Federacion Obrera Re-gional Uruguaya, pela voz do seu delegado especial, enviado a este Con-gresso, propoe:

1.0 - que se constitua uma Comissao Internacional de Relag5es en-tre os operarios da America do SuI;

2.0 - que esta Comissao fique desde ja estabelecida com urn dele-gado de cada urn dos paises aqui representados, funcionando no Rio deJaneiro, enquanto as necessidades nao a obrigarem a mudar de sede;

3.0 - que as despesas feitas por esta Comissao sejam proporcio-nalmente cobertas pelas Federac i6n Regional Argentina, Federaci6nOllrera Regional Uruguaya e Confederagiio Operaria Brasileira;

4.0 - que a Comissao publique, de dois ou de tres em tres meses.urn boletim redigido em portugues e em espanhol, contendo todos osdados estatfsticos possiveis a respeito do movlmento operario nos paisessul-americanos, refletindo simultaneamente a orientacao do mesmo , Esteboletim contribuira eficazmente na tarefa de organizacao do "PrimeiroCongresso Operario Sul-Americano ", A organizasao deste Congresso,sera 0 fim para 0 qual a Comissao devera trabalhar eficazmente;

5.0 - que 0 referido boletim seia distribuido entre todas as federa-goes e confederaeoes existentes na America do SuI;

6 0 - que dado 0 case de serem os trabalhos da Comissao inter-rompldos por 'qualquer arbitrariedade governamentaI, seja isto comuni-oado, com a maior rapidez possivel, a todas as organlzacoes opcrariassul-americanas, provocando-se assim, urn ato simultaneo de protesto in-ternacional do proletariado do Continente ",DOCUMENTO 2:

Mor;oes de Solidariedadeo Congresso aprovou, sempre por unanimidade, as seguintes mogoes

de solidariedade ou de protesto:Mogao de solidariedade aos trabalhadores do Mexico - 0 "SegundoCongresso Operario Brasileiro ", reunido em sessao inaugural a 8 de se-

tembro de 1913, envia aos carnaradas mexicanos urnvoto de solidariedade,a tenaz campanha que sustentam em prol da emancipacao proletaria , (*)(*) 0 Mexico enQPntrava-se em revolucao desde 0 ano anterior, des-tacando-se as forgas proletarias e Iibertarias nesta ardua batalha de res-tauragao das liberdades fundamentals escamoteadas pelo ditador PorfirioDiaz, Ver "Violencia, Autoridade e Humanismo ", de Edgar Rodrigues.144

, '-~

M ogaO de solidariedade a Confederation Generale du Travail d~,Franga e aos operarios sindicalistas de Portugal _ considerando dever desolidariedade estar de perfeito' acordo com todos os trabalhadores doglobo;

considerando que uma distinta manifestagao a todos os i rmaos deideias e ~a prova 'efetiva de Internacionalismo';

considerando que logo no inicio dos trabalhos do "Segundo Con-gresso Operario Brasileiro", 0 maior [ubilo prepondera em vista deter-se realizado Ssa grande aspiracao;

resolve-sa saudar, em nome do Congresso, a "Confederation Gene:.rale du Travail", da Franca, e aos operarios sindicalistas de Portugal.

Mogao de solidariedade aos trabalhadores de Portugal _Considerando que as brutais e desumanas perseguicoes de que tern

side vi timas ate hoje os trabalhadores de Portugal, afetam tambem ostrabalhadores do mundo inteiro;

o proletariado organizado no Brasil, reunido em sessao inaugural do"Segundo Congresso Operario Brasileiro ", envia aos companheiros da-quele pais a sua inteira e absoluta solidariedade, resolvendo, mais, tele-grafar ao governo de Portugal e ao seu representante no Rio de Janeiro,protestando veementemente contra as vlolencias inauditas e as caluniastendenciosas com que 0 referido governo tern alvejado 0 operariado por-tugues ,

Moglia de solidariedade aos trabalhadores da Espanha - 0 "Segun-do Congresso Operario Brasileiro ", resolve enviar aos trabalhadores es-panhois urn voto de simpatia, neste momenta em que 0 governo da Es-panha tenta mais uma aventura guerreira para assegurar as suas eontasnesta empresa desumana, procurando abaar violentamente os seus gri-tos de protesto ,DOGUMENTO 3:

Ojicio e TeleqroanaeDurante as sess6es do Congresso, foram recebidos e expedidos osseguintes telegramas e oficios:"Campos Novos de Paranapanema (Sao Paulo) - Grupo de Cam-

poneses congratula-se com 0 born exito que cleve ter 0 "Segundo Con-gresso Operarlo Brasileiro" - Bernardino e Correa".

"Macei6. Viva Congresso! Solidarios. - Bernardes"."Rio - Felici tacoas pelo sucesso alcancadc por ocasiao da instala-

~ao do Congresso de nossos ideals, legitimamente operarios - Pela "So-

145


27/33

_." . J~..F~"';IS , ..ciedade de':Re~h,tencia dos Trabalhadores em Trapiches e Cafe", Ant&-nio Simoes, 1.0 Secretal'io".

"Passo Fundo (Rio Grande do Sui) - Imperioso exito almejamoscompanheiros congressistas - Centro des Trabalhadores".

"Passo Fundo (Rio Grande do SuI) - Porto Alegre - "Federa"aoOperaria Rio Grande do SuI", cumprimenta operarios brasilei ros reu-nidos Congresso - Kruze, presidente".

"Belo Horizonte - Assernbleia geral pedreiros ;auda-vos - Aqui-lino Cendon"."Sao Paulo - "Unii:\o Grafica" congratula-se exito Congresso pro-testando solidariedade".

"Rio - "Escola Operaria Primeiro de Maio" solidaria re

o primeiro congresso operário brasileiro

Documents