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Introdução Uma das principais motivações do paciente em busca de atendimento odontológico é, atualmente, a estética dental, embora fatores como cultura e auto-imagem influenciem neste senso estético 2,19,41 . Quando o assunto é estética, é inevitável que se mencione as cerâmicas odontológicas, também chamadas de porcelanas dentárias. Os avanços nas melhorias de suas propriedades físicas, bem como em sua resistência estrutural, propriedades ópticas, e técnicas avançadas de fabricação, oferecem meios para a confecção de trabalhos mais resistentes frente a cargas funcionais e com um aspecto estético aproximado à nobre estrutura dental 1,25 . No entanto, a cerâmica odontológica não pode ser considerado como um material de descoberta e uso recente. Ela surgiu há aproximadamente 200 anos com o químico e farmacêutico Alexis Duchateau. Em 1774, insatisfeito com sua dentadura construída com dentes IMPORTÂNCIA DO TIPO DE SUPERFÍCIE NAS CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS Prof. Dr.Guilherme B. Camacho Prof. Dr.Dionísio Vinha* Rev. 2017 * In memoriam

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1

Introdução

Uma das principais motivações do paciente em busca de

atendimento odontológico é, atualmente, a estética dental, embora fatores

como cultura e auto-imagem influenciem neste senso estético 2,19,41

.

Quando o assunto é estética, é inevitável que se

mencione as cerâmicas odontológicas, também chamadas de porcelanas

dentárias. Os avanços nas melhorias de suas propriedades físicas, bem

como em sua resistência estrutural, propriedades ópticas, e técnicas

avançadas de fabricação, oferecem meios para a confecção de trabalhos

mais resistentes frente a cargas funcionais e com um aspecto estético

aproximado à nobre estrutura dental 1,25

.

No entanto, a cerâmica odontológica não pode ser

considerado como um material de descoberta e uso recente. Ela surgiu há

aproximadamente 200 anos com o químico e farmacêutico Alexis

Duchateau. Em 1774, insatisfeito com sua dentadura construída com dentes

IMPORTÂNCIA DO TIPO DE SUPERFÍCIE

NAS CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS

Prof. Dr.Guilherme B. Camacho Prof. Dr.Dionísio Vinha*

Rev. 2017

* In memoriam

2

de marfim, Duchateau, observando os potes de manipulação farmacêutica

confeccionados em cerâmica os quais não se pigmentavam, teve a idéia de

usá-los como material para confecção de dentes. Devido aos insucessos

iniciais por problemas de forma e cor dos dentes, Alexis pediu auxílio ao

dentista Nicholas Chemant. Este modificou a formulação melhorando suas

propriedades, conseguindo dentes satisfatórios. Era o início do uso dos

dentes em porcelana que revolucionaram a odontologia 6, 20, 30

.

Em uma análise inicial, as porcelanas apresentam uma

composição básica composta de feldspato, sílica e caolim. O feldspato

consiste de uma cadeia básica de sílica-oxigênio (SiO4) e atua como matriz

formadora ou matriz vitrosa. A sílica proporciona a forma ao esqueleto

refratário e oferece resistência à cerâmica sendo atualmente substituída pelo

óxido de alumínio. Este último, quando submetido a várias têmperas

(tratamento térmico), não sofre inversões alotrópicas. O caolim confere

plasticidade e mais resistência à massa antes da sinterização. Vem sendo

substituído por recursos, como a seleção do tamanho das partículas do pó e

adição de açúcar e amido ao pó cerâmico após a sua pré-fusão 24, 29

.

Outros óxidos são incorporados à cerâmica para alterar

suas propriedades, como óxido de potássio (K2O), de sódio (Na2O), de

alumínio (A2O3) e de boro (B2O3), ou para pigmentação apenas, como

óxido de ferro, cobre, titânio, magnésio, e cobalto. Tons opacos são obtidos

com elementos óxidos como o de Zircônio, titânio ou estanho 29

.

As cerâmicas dentárias apresentam hoje uma larga

utilização na Odontologia. O arsenal de cerâmicas é o mais variado, com um

amplo leque de opções como as restaurações metalo-cerâmicas que utilizam

núcleos fundidos sobre os quais é aplicada a porcelana. Casquete de lâmina

de ouro ou de platina com ouro eletro-depositado são outras opções de

3

trabalhos metalo-cerâmicos mais antigos. Atualmente, as restaurações

totalmente em cerâmica são o que existe de mais estético entre este tipo de

material. Pode-se citar as coroas de vidro fundido como Dicor®, IPS

Empress® II, LAVA® e Optec®. Cerâmicas reforçadas com alumina

ampliaram as indicações das porcelanas possibilitando trabalhos como as

facetas laminadas, inlays e onlays com melhores prognósticos. Os mais

recentes desenvolvimentos culminaram com o uso de próteses parciais fixas

construídas somente com porcelana. Neste tipo, a cerâmica IN-CERAM®

tem sido utilizada com este propósito 1, 25, 26

.

Apesar dos avanços da porcelana dentária,

considerações a respeito do tipo de superfície passível de ser concebida

sobre este material deve ser relevada. Tradicionalmente, sobre a cerâmica, é

aplicado um tipo de tratamento superficial chamado glazeamento ou

simplesmente glaze. Este, por sua vez, pode ser originado pela aplicação de

uma porcelana transparente também chamada de sobre-glazeamento ou

glazeamento extrínseco. O glaze também pode ser obtido a partir de um

outro processo chamado glazeamento natural ou auto-glazeamento. Neste

caso, é feito um acabamento superficial com pontas abrasivas e, a seguir,

um tratamento térmico que atinge, principalmente, a camada superficial da

porcelana produzindo uma determinada lisura em sua superfície 10, 29

.

Através de um polimento mecânico é possível obter-se

um outro tipo de tratamento superficial sobre as porcelanas. Neste caso, o

polimento é realizado sobre a cerâmica que sofreu algum tipo de desgaste

mecânico, seja a nível de laboratório ou a nível da clínica odontológica.

As implicações do tipo de superfície cerâmica sobre os

tecidos da cavidade oral, bem como sobre as características físicas da

porcelana são comentadas e discutidas neste trabalho.

4

Revista da Literatura

Alguns aspectos relacionados à influência do

microrelevo da porcelana sobre os tecidos devem ser mencionados. Um

destes aspectos é a influência do tipo de superfície existente na porcelana

sobre os tecidos periodontais.

A preocupação sobre as conseqüências do tipo de

superfície dentária sobre os tecidos periodontais não é um assunto recente.

Em 1957, SWARTZ E PHILLIPS 40

relataram em seu trabalho a importância

de uma superfície polida sobre a saúde dos tecidos gengivais. Ressaltaram

os autores que, além de favorecer a estética, favorecem uma melhor

higienização destas superfícies.

HENRI 15

et alii em 1966 estudaram o efeito do

tratamento superficial nas porcelanas sobre a saúde periodontal. Os autores

encontraram que o glazeamento é o tratamento mais higiênico, estético e

que retêm menor quantidade de placa quando comparada ao ouro polido e

porcelana não-glazeada. No entanto, enfatizaram a importância da

higienização para a saúde oral.

CLAYTON e GREEN 5 em 1970, estudaram a aderência

de placa bacteriana sob a influência do tipo de rugosidade superficial de

materiais como cerâmica glazeada, ouro e resina acrílica polida. Os autores

encontraram que o ouro é o material em que mais adere placa, mesmo

polido. A porcelana glazeada foi o material que proporcionou a menor

adesão de placa bacteriana. Os autores sugerem que as superfìcies,

independente do tipo de material empregado, deveriam ser as mais lisas

5

possíveis. Superfícies com rugosidades medias de 1in deveriam ser limpas

regularmente para prevenir o acúmulo de placa pois as micro-retenções

presentes funcionam como nichos de desenvolvimento bacteriano.

WAERHAUG 42

em 1975 afirmou que além de margens

inadequadas, as superfícies rugosas facilitam a aderência mais rápida de

placa bacteriana, principalmente em margens subgengivais.

WISE e DIKEMA 46

em 1975 comentaram a importância

da energia de superfície na aderência de placa bacteriana, Os autores

afirmaram que a energia de superfície da porcelana e resina acrílica

favorecem uma menor aderência de placa que o ouro tipo III. Finalizam que

mais trabalhos sobre o assunto necessitariam ser desenvolvidos.

Mais recentemente, trabalhos também têm sido

realizados com o intuito de estudar os efeitos do padrão de superfície sobre

os tecidos do periodonto.

Sobre o tema acima discutido, SORENSEN 38

em 1989

no estudo sobre os diversos fatores envolvidos na retenção de placa

bacteriana em coroas, afirma que a rugosidade superficial, junto com a

adaptação e contorno, apresenta papel fundamental no processo.

Independente do material restaurador utilizado, as microranhuras em

superfícies rugosas funcionam como nichos de retenção de microorganismos

da placa dental, favorecendo o seu desenvolvimento pois não são passíveis

de serem removidos pelas profilaxias.

6

QUIRYNEN et alii em 1990 31

estudaram a influência da

energia de superfície e rugosidade superficial sobre a formação de placa

bacteriana. Os autores, segundo os resultados do estudo, sugerem que a

rugosidade existente sobre determinada superfície é mais importante na

formação da placa dental que a energia de superfície existente.

Complementando, QUIRYNEN e BUCHEN 32

em 1995

realizaram um trabalho semelhante ao anterior. Os autores concordaram

com os achados anteriores. Segundo eles, a rugosidade superficial promove

a formação e maturação de placa bacteriana de forma mais efetiva. No

entanto, a energia de superfície favorece uma adesão de placa de forma

mais forte e seletiva. Os autores afirmam que ambos fatores interagem entre

si e que, como forma de reduzir a ocorrência de cáries e periodontopatias, a

demanda por superfícies mais lisas e com baixa energia de superfície devem

ser perseguidas.

Quanto aos aspectos biológicos envolvidos em trabalhos

restauradores cerâmicos, o potencial abrasivo da cerâmica aos dentes

antagonistas é um fator que tem tido atenção na literatura.

Quanto ao grau de desgaste produzido, WILEY 44

em

1989 fez um estudo sobre os efeitos da porcelana sobre as superfícies de

dentes antagonistas restaurados. O autor reafirma o potencial abrasivo da

cerâmica sobre dentes antagonistas restaurados, independente do tipo de

material. Exceção foi encontrada nos casos de a porcelana ter a própria

porcelana como antagonista. Em dentição antagonista natural, segundo o

autor, o efeito abrasivo da cerâmica assume proporções maiores. No

entanto, um cuidadoso planejamento e indicação correta da cerâmica,

7

utilização de oclusais metálicas em próteses metalo-cerâmicas seria m

procedimentos indicados quando trabalhos em porcelana estão envolvidos.

O autor conclui que a obtenção de superfícies as mais lisas e adaptadas

possíveis em restaurações cerâmicas, sejam elas polidas ou glazeadas,

promovem um menor potencial abrasivo deste material.

DE LONG et alii em 1989 7 relataram que, além do tipo

de tratamento superficial, a espécie ou tipo de cerâmica utilizada também

influencia no desgaste dos elementos dentários antagonistas. Concluíram

que a cerâmica do tipo fundida apresentou características clínicas favoráveis

quanto aos níveis de abrasão encontrados.

PALMER et alii em 1991 28

também estudaram o efeito

da cerâmica sobre o desgaste do esmalte de dentes antagonistas. Os

autores encontraram que o tipo de tratamento aplicado na superfície da

cerâmica influencia sobre o grau de desgaste. Porcelana que sofreu

polimento mecânico apresentou melhores resultados sobre a glazeada. De

igual forma, cerâmica sem pigmentação extrínseca produziu menores níveis

de abrasão que a porcelana pigmentada. Os autores sugerem, além do

polimento mecânico, a não utilização de pigmentação extrínseca em áreas

funcionais.

SEGHI 37

et alii em 1991 comentam em seu trabalho a

preocupação que existe entre os dentistas quanto ao potencial abrasivo das

porcelanas. Os autores analisaram a abrasividade de marcas de cerâmicas

que foram polidas, glazeadas e pigmentadas extrinsecamente contra o

esmalte e encontraram resultados distintos. A cerâmica do tipo fundida

apresentou os melhores resultados, independente do tipo de tratamento

superficial. Segundo os autores, fatores como as propriedades físicas da

cerâmica, porosidades e tamanho de partículas influem no grau de

8

abrasividade de cada material. Concluem que a obtenção de uma superfície,

a mais polida possível, apresenta fundamental importância na diminuição do

potencial abrasivo das porcelanas odontológicas.

JACOBI 17

et alii em 1991 estudaram a abrasividade no

esmalte dentário de seis diferentes tipos e marcas de superfícies cerâmicas

e, também, ouro fundido. Os resultados mostraram que tanto o ouro, quanto

a cerâmica fundida e feldspática que sofreram polimento mecânico

apresentaram os melhores resultados. A cerâmica fundida com pigmentação

extrínseca e polida e a porcelana feldspática glazeada, apresentaram

resultados intermediários. No entanto, a cerâmica fundida e com

pigmentação extrínseca sem tratamento superficial provocou os maiores

níveis de desgaste. Os autores aconselham que, em áreas de contato

funcional, a superfície deva ser desgastada e polida imediatamente ao invés

de ser reglazeada. Desta forma, os níveis de abrasividade da cerâmica serão

diminuídos consideravelmente.

Achados semelhantes ao anterior foram encontrados por

DELONG 8 et alii em 1992. Os autores observaram que a utilização de

pigmentação extrínseca produz os maiores níveis de abrasividade à

porcelana, independente do tipo experimentado, seja cerâmica feldspática

ou fundida. Por outro lado, o ouro e a cerâmica fundida sem pigmentação

produzem resultados semelhantes e os menores níveis de desgaste no

esmalte. Os autores sugerem, segundo os resultados obtidos, que não seja

aplicada pigmentação extrínseca em áreas de contato oclusal nas

restaurações cerâmicas. Desta forma, haverá um menor poder abrasivo da

porcelana.

Um importante estudo sobre a abrasividade da cerâmica

sobre o esmalte foi desenvolvido por JAGGER e HARRISON 18

em 1994. Os

9

autores analisaram superfícies de porcelanas que foram glazeadas, não

glazeadas e polidas e seus potenciais de desgaste no esmalte dentário. Os

autores não encontraram diferenças significantes entre as porcelanas

glazeadas e não glazeadas. Por outro lado, estas superfícies produziram os

maiores níveis de abrasividade. A porcelana polida mecanicamente produziu

os menores valores de desgaste de forma substancial. Concluem afirmando

que a cerâmica apresenta um alto potencial de desgaste do esmalte e

aconselham, ao invés de reglazeada, que ela seja polida após ter sofrido

algum tipo de desgaste no consultório dentário.

Outro estudo sobre abrasividade de materiais

restauradores foi desenvolvido por RATLEDGE et alii 33

em 1994. Os autores

estudaram o efeito da porcelana com alumina glazeada e também do tipo

prensada, comparando ao amálgama e resina composta convencional e para

trabalhos tipo inlay e onlay. Foi utilizado esmalte dentário como controle. Os

resultados mostraram que a cerâmica aluminizada mostrou um maior poder

abrasivo, independente de ser polida ou glazeada. A cerâmica prensada,

resina convencional e esmalte apresentaram valores intermediários. O

amálgama, seguido da resina composta para trabalhos do tipo inlays e

onlays, apresentaram os menores valores. Os autores concluem afirmando

que as superfícies cerâmicas, dependendo do tipo, podem causar danos

consideráveis ao esmalte antagonista.

HACKER et alii13

, em 1996 estudaram a importância do

tipo de material restaurador relacionado ao desgaste de dentes antagonistas,

comparando-o ao de tratamento superficial executado. Um dos materiais foi

a cerâmica glazeada e o outro uma liga de ouro polida atuando contra o

esmalte dentário em um meio com saliva humana. Os resultados mostraram

que a cerâmica feldspática produziu um maior grau de desgaste. A

porcelana de baixa fusão produziu baixos níveis de desgaste, embora

10

superiores ainda ao ouro fundido o que vem corroborar os achados

anteriores.

A influência do tipo de superfície sobre a resistência

estrutural da cerâmica é outro tema que tem tido atenção na literatura.

Vários autores tem comparado diferentes tratamentos superficiais aplicados

sobre a porcelana dentária e suas implicações na resistência deste material.

CAMPBELL e KELLY 4 em 1989 estudaram três tipos de

tratamentos, cerâmica com e sem auto-glazeamento e condicionada com

ácido. Os autores não encontraram diferenças na resistência da porcelana

entre os três tipos de superfícies testadas. Por outro lado, uma remoção por

desgaste e polimento da superfície produziu um considerável aumento da

resistência do material. Ocorreu durante este passo a remoção de uma

camada de porcelana de 25 a 100 m que apresenta cristais perpendiculares

à superfície. Segundo os autores, esta camada superficial está associada à

presença de uma maior porosidade e responsável por falhas clínicas de

trabalhos em porcelana.

Ainda em 1989, um outro trabalho que envolve a

influência do polimento mecânico sobre a resistência à fratura da cerâmica

foi desenvolvido por ROSENSTIEL et alii 34

. O trabalho surgiu da preferência

de alguns ceramistas de utilizarem o polimento ao invés do glazeamento. Os

autores analisaram também o grau de pigmentação sobre superfícies que

sofreram polimento. Não foram detectadas diferenças significantes quanto a

pigmentação dos grupos que foram polidos em comparação com os

glazeados. Concluem afirmando que foram atingidos altos valores de

resistência à fratura nos espécimes que sofreram polimento.

11

Um outro trabalho no mesmo período foi desenvolvido

por BRACKETT et alii 3. Neste estudo, sobre resistência estrutural, os

autores também pesquisaram as implicações do tipo de tratamento

superficial sobre a cerâmica. Foram analisadas superfícies que sofreram

auto-glazeamento, glazeamento extrínseco e polimento mecânico. De forma

oposta ao anterior, neste trabalho os autores encontraram menores valores

de resistência nas superfícies que sofreram polimento mecânico. Os

mesmos achados foram obtidos com as superfícies autoglazeadas. Os

autores encontraram os maiores valores de resistência nas superfícies que

receberam glazeamento extrínseco. Concluem que a porcelana líquida

aplicada sobre a cerâmica ao penetrar nas fendas ou poros superficiais

atuaria como um selante. Desta forma, o glazeamento extrínseco ou

overglaze preveniria a propagação de fraturas externas e internas.

As observações anteriores vem de encontro a favor dos

resultados obtidos no trabalho de KELLY et alii 20

em 1990 onde, segundo

eles, as falhas que ocorrem em restaurações cerâmicas se devem à

presença de fendas. Por outro lado, a presença de tensões na superfície

também seriam responsáveis pelo fracasso de tais trabalhos.

Ainda sobre a superfície cerâmica, HOJJATIE et alii 16

em 1992 estudaram os efeitos do grau de desgaste superficial da porcelana

sobre sua resistência estrutural. Neste estudo , foram realizadas remoções

superficiais de 50, 100, 150 e 200 m de espessura e a seguir foi feito

polimento sobre estas superfícies tendo como controle espécimes auto-

glazeados. Os resultados mostraram que não houve diferença significante

entre os grupos testados. Em outros termos, o desgaste de 150 m ou

inferior, seguido de polimento mecânico, não influenciou na resistência da

porcelana.

12

Outro trabalho sobre resistência estrutural da cerâmica

foi desenvolvido por FAIRHURST et alii 9 também em 1992. Os autores

estudaram diferentes tipos de auto-glazeamento e os compararam com

diferentes tipos de polimento. Os resultados do estudo mostraram que o

polimento mecânico após a sinterização da cerâmica produz os maiores

valores de resistência. As superfícies que sofreram polimento após o

glazeamento ou que sofreram apenas glazeamento mostraram valores

semelhantes e intermediários. Por outro lado, a ausência de manutenção da

temperatura de glazeamento produziu uma redução considerável na

resistência da porcelana. Os autores afirmam que a hipótese de que

somente o glazeamento aumenta a resistência flexural da cerâmica,

segundo os resultados obtidos, não demonstrou ser verdadeira.

Semelhante ao anterior, GIORDANO et alii 11

em 1995

desenvolveram um estudo sobre diferentes tratamentos superficiais

aplicáveis em cerâmica: superfície apenas sinterizada; superfície auto-

glazeada; sobre-glazeada (glaze extrínseco); superfície desgastada; polida;

desgastada e endurecida (Têmpera); polida e endurecida. Os autores

analisaram os possíveis efeitos de um desgaste ou abrasão sobre a

resistência da porcelana. Os resultados mostraram que o polimento aumento

a resistência flexural do material. O glazeamento produz também um

aumento da resistência mas ainda aquém do obtido com polimento.

Segundo os autores, o desgaste superficial da cerâmica produz um impacto

e deslizamento das partículas abrasivas do instrumento utilizado sobre a

porcelana. Este impacto e deslize produzem então um esmagamento,

escoamento plástico, recuperação elástica e geração de estresse residual.

Por outro lado, existe também a formação de forças compressivas que

atuam obliterando as fendas superficiais existentes na superfície da

porcelana. Desta forma, ocorre um aumento da resistência à propagação de

fraturas. Os autores concluem afirmando que o aumento da resistência da

13

cerâmica após acabamento e polimento se deve a combinação de dois

fatores principais. O primeiro pela geração de forças compressivas residuais

e o segundo pela remoção de fendas superficiais durante o processo.

WILLIAMSON et alii 45

em 1996 analisaram o efeito de

três tratamentos superficiais - desgaste, glazeamento extrínseco e polimento

mecânico - sobre a resistência flexural com e sem presença de umidade

sobre uma cerâmica com alto teor de leucita. Os autores encontraram uma

maior resistência na porcelana polida que desgastada. No entanto, o

glazeamento extrínseco produziu melhores resultados que os demais. Em

condições de ausência de umidade, o glazeamento não apresentou

diferenças significantes ao polimento. Os autores concluem que existem

fatores outros que influenciariam a resistência da porcelana e não apenas o

tipo de tratamento superficial executado. Por outro lado, os autores não

analisaram no experimento o auto-glazeamento para fins de comparação

com os demais tratamentos.

Quanto ao tipo de superfície obtida sobre a cerâmica,

talvez o tema mais polêmico encontrado na literatura diz respeito à

confrontação entre o glazeamento versus polimento mecânico quanto ao

aspecto lisura final. Correntes advogam a utilização do glazeamento em

detrimento ao polimento mecânico. Por outro lado, outros autores afirmam o

contrário. O fato inconteste é que o advento de novas técnicas restauradoras

em porcelana, tais como inlays, onlays e facetas laminadas, necessitam de

ajuste em boca. Fatalmente algum tipo de tratamento superficial deve ser

executado sobre tais trabalhos após algum tipo de procedimento abrasivo

sobre sua superfície.

14

SCHILISSEL et alii 35

em trabalho publicado em 1980

apresentaram um estudo sobre técnicas de polimento mecânico utilizando

dentes de estoque para dentaduras. Os autores analisaram onze diferentes

técnicas de polimento mecânico em dentes de estoque e os compararam

com dentes de estoque glazeados. Os resultados da análise fotomicrográfica

apontaram que das onze técnicas de polimento testadas somente três

mostraram-se satisfatórias. Em particular, um dos sistemas forneceu um

padrão de superfície semelhante ao encontrado nos dentes de estoque

glazeados.

Confrontando polimento mecânico com o glazeamento,

SULIK e PLEKAVIC 35

em 1981 realizaram um outro estudo. Os autores

descreveram quatro técnicas de polimento mecânico em corpos-de-prova de

porcelana e os compararam com espécimes auto-glazeados. Os autores

observaram que é possível a obtenção de superfícies satisfatórias e

similares ao glaze mas são dependentes de uma boa condensação da

cerâmica. Desta forma é evitada a formação de poros os quais não são

eliminados pelo polimento, ao contrário do que ocorre com o glazeamento.

Os autores observaram que o polimento mecânico produz um

arredondamento e alisamento de contornos da superfície. Este fenômeno

poderia comprometer a estética final da restauração cerâmica.

KLAUSNER et alii 22

em 1982, preocupados com a

hipótese de ter-se que realizar algum ajuste a nível cervical ou oclusal em

restaurações cerâmicas, estudaram a utilização de sistemas de polimento

mecânico através de análise fotomicrográfica e rugosimétrica. Foram

analisadas quatro técnicas de polimento e comparadas com o grupo controle

o qual consistiu em espécimes glazeados (auto-glazeamento ou

glazeamento natural). Os autores observaram não haver diferença estatística

significante entre os grupos glazeados e polidos. Por outro lado, eles

15

afirmaram que porosidades presentes na cerâmica e descobertos durante o

polimento poderiam ter afetado os resultados. Os poros presentes na

superfície produziram um aumento dos valores da leitura rugosimétrica.

Concluem que deveria haver mais estudos sobre o assunto e sobre os

efeitos do polimento sobre o desgaste dos dentes antagonistas e saúde

gengival.

A preocupação sobre o desgaste da superfície cerâmica

que ocorre em alguns tipos de acabamento e polimento, foram relatados por

NEWITTER et alii 27

em 1982. Os autores encontraram que porcelanas que

sofreram algum tipo de desgaste durante o acabamento são abrasionadas

mais rapidamente que porcelanas que sofreram algum tipo de polimento.

Desta forma, afirmam então que os métodos de polimento são mais

importantes que a rugosidade ou textura superficial produzido por quaisquer

método de redução inicial na cerâmica. Concluíram que, dos métodos

experimentados, o emprego de rodas abrasivas finas seguidas de uma pasta

de polimento para cerâmica produzem superfícies lisas plenamente

aplicáveis na ausência de uma superfície glazeada. Por outro lado, a

otimização dos métodos de redução inicial, bem como a significância clínica

de diferentes texturas sobre a cerâmica, sugeririam mais estudos.

Em um outro trabalho, HAYWOOD et alli 14

em 1988,

através de microscopia eletrônica de varredura e refletância aparente,

compararam as diferenças entre superfície cerâmica glazeada com a polida.

Dando ênfase àqueles instrumentos passíveis de serem utilizados nas

regiões proximais e cervical, os autores testaram pontas diamantadas finas

combinadas com diferentes métodos de polimento mecânico. Os resultados

mostraram que apenas a utilização de pontas diamantadas finas foi

indesejável, embora tenha se mostrado superior ao emprego de pasta

diamantada sozinha. Foram encontrados resultados satisfatórios em todos

16

os sistemas testados, inclusive obtendo-se resultados superiores à textura

de superfície encontrada no glazeamento. Os autores finalizam afirmando

que, além da procura de uma textura superficial ideal, o consumo de tempo e

trabalho utilizados em determinados métodos de polimento devem ser

relevados pelo cirurgião-dentista.

GOLDSTEIN et alii 12

em 1991 afirmaram que o

polimento de porcelanas que sofreram algum tipo de desgaste é essencial

para o controle da abrasão dos antagonistas e redução da adesão de placa.

Os autores estudaram cinco populares métodos de polimento mecânico de

restaurações cerâmicas e os avaliaram por microscopia eletrônica de

varredura, rugosimetria e visão normal. Os resultados mostraram que todos

os métodos, com exceção de dois deles, foram considerados aceitáveis em

comparação com o glazeamento. Em um dos métodos insatisfatórios, as

irregularidades presentes não foram removidas pelas rodas de borracha.

Embora tenha conseguido uma textura superficial regular, ocorreu uma

pigmentação que não foi passível de remoção no segundo método rejeitado

no experimento. Este achado mostra a relevância da observação visual na

avaliação de determinado método de polimento.

Utilizando uma cerâmica fundida e uma feldspática,

SCURRIA e POWERS 36

em 1994 compararam alguns métodos de

polimento mecânico com o auto-glazeamento utilizando refletância aparente

(refletância a lazer) e microscopia eletrônica de varredura. Os autores

encontraram melhores resultados de textura superficial na cerâmica fundida

do que na feldspática. No entanto, ambos os tipos de porcelana mostraram

uma textura de superfície superior à encontrada no grupo controle - cerâmica

glazeada. Os resultados mostraram que a utilização de pastas e géis de

polimento e pontas de silicone, embora tenham produzido um maior brilho

final, não produziram uma melhoria significante nos valores da rugosimetria.

17

Os autores concluem comentando sobre a necessidade de mais estudos

quanto ao efeito abrasivo de superfícies que sofreram polimento. Todavia,

segundo os autores, para evitar efeitos abrasivos maiores o clínico deve

promover restaurações com um polimento superficial o melhor possível.

Em 1995, WARD et alii 43

também compararam métodos

de polimento mecânico com o glazeamento em uma cerâmica reforçada com

alumina segundo o padrão de rugosidade superficial obtida. Os autores

utilizaram nove sistemas de polimento mecânico e os confrontaram com

espécimes que sofreram um glazeamento natural e sobreglazeamento. Os

autores encontraram diferenças estatísticas significantes entre os grupos

testados. Segundo os resultados do experimento, o polimento mecânico é

capaz de produzir superfícies mais lisas que as obtidas pelo glazeamento.

18

Considerações finais

Baseada nas informações obtidas a partir das

ponderações, resultados e conclusões explicitados pelos autores

mencionados e referenciados no texto, é possível se observar, quanto aos

efeitos do tipo de superfície aplicada sobre a cerâmica, quanto à saúde dos

tecidos periodontais:

* as superfícies produzidas sobre as

restaurações cerâmicas devem ser as mais lisas possíveis

para que ocorra uma menor adesão de placa bacteriana;

* a porcelana é um dos materiais

restauradores que promove menor aderência de placa

bacteriana;

* independente do tipo de material

reataurador e superfície sobre ele obtida, a higienização

exerce papel fundamental na saúde dos tecidos do

periodonto.

Quanto ao efeito abrasivo das porcelanas ao dentes antagonistas,

pode-se concluir que:

* a porcelana dentária é o material

restaurador que promove maior desgaste dos antagonistas;

* o tipo de cerâmica e a técnica de

construção utilizada influenciam no seu potencial abrasivo;

19

* o sobre-glazeamento produz um maior

potencial abrasivo às porcelanas;

* o polimento mecânico promove nas

cerâmicas um menor potencial de desgaste dos antagonistas.

Quanto ao efeito do tipo de superfície sobre a resistência

estrutural da cerâmica:

* o polimento mecânico produz um

aumento da resistência na porcelana, superior ao

glazeamento;

* quanto ao tipo de glazeamento, a

utilização do sobre-glazeamento produz melhores resultados

na resistência do que o obtido com o auto-glazeamento.

No que diz respeito à lisura passível de ser obtida sobre a

superfície das porcelanas dentárias:

* é possível, através do polimento

mecânico, produzir superfícies tão ou mais lisas que as

obtidas pelo glazeamento;

* Qualquer tipo de desgaste executado

sobre uma superfície cerâmica produz a exposição de poros e

fendas, não passíveis de serem removidos pelo polimento.

20

Referências Bibliográficas:

1. ANUSAVICE, K.J. Recents developments in restorative dental ceramics. J. Amer. Dent.

Assoc., v.124, p.72-84, Febr. 1993.

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