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PROCURADORIAGERAL DO DISTRITOF.:E:::D=E;,.:RA:.=..L --, __ J__ /?.'J__ , Procuradoria Consultiva - PRCON P,-,;';h ..-.;-;~~:.: -:" J~ r" ~ pelo Exmo. Sr. Pro"",'c :C'·('c,cl c'' , c,,,J21/~/2oQe ~.';;:"J _,,' I.).. l.;;;-. ~' •• .:r:<3C0rdo DF, em L PARECER: 668/2015 - PRCON/PGDF PROCESSO:361.000.811/2015(P.132.001.233/87) INTERESSADOS: Agência de FiscalizaçAo do Distrito Federal-AGEFIS, Centro Universitário de Brasllia-CEUB e Jarjour Veiculos e Petróleo Ltda ASSUNTO: Consulta sobre suspensAo de atos fiscais por ausência de licenciamento de obra EMENTA. DIREITO URBANlsTICO E ADMINISTRATIVO. AG~NCIA DE FISCALIZAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL - AGEFIS. DUVIDAS QUANTO A POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO, NA VIA ADMINISTRATIVA, DE ATOS FISCAIS QUANDO AS IRREGULARIDADES ENCONTRADAS SÃO PROVENIENTES DE DEMORA DA ADMINISTRAÇÃO NA ANALISE E APROVAÇÃO DOS LICENCIAMENTOS REQUERIDOS E AINDA PENDENTES DE MANIFESTAÇÃO CONCLUSIVA. PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 61 DA LEI 9.784199 C/C PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS EMANADOS PELO TJDFT. PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DOS ATOS FISCAIS NO PRESENTE CASO CONCRETO. DEMAIS CASOS DEVERÃO MERECER ANALISE INDIVIDUALIZADA DO ÓRGÃO FISCALIZADOR. PRCON-1 •••.1!5

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PROCURADORIAGERAL DO DISTRITOF.:E:::D=E;,.:RA:.=..L --,

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Procuradoria Consultiva - PRCON P,-,;';h..-.;-;~~:.: -:" J ~ r" ~ pelo Exmo. Sr.

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L

PARECER: 668/2015 - PRCON/PGDF

PROCESSO:361.000.811/2015(P.132.001.233/87)

INTERESSADOS: Agência de FiscalizaçAo do Distrito Federal-AGEFIS,

Centro Universitário de Brasllia-CEUB e Jarjour Veiculos e Petróleo Ltda

ASSUNTO: Consulta sobre suspensAo de atos fiscais por ausência de

licenciamento de obra

EMENTA. DIREITO URBANlsTICO EADMINISTRATIVO. AG~NCIA DE FISCALIZAÇÃO DODISTRITO FEDERAL - AGEFIS. DUVIDAS QUANTO APOSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO, NA VIAADMINISTRATIVA, DE ATOS FISCAIS QUANDO ASIRREGULARIDADES ENCONTRADAS SÃOPROVENIENTES DE DEMORA DA ADMINISTRAÇÃONA ANALISE E APROVAÇÃO DOS LICENCIAMENTOSREQUERIDOS E AINDA PENDENTES DEMANIFESTAÇÃO CONCLUSIVA. PARÁGRAFO ÚNICODO ART. 61 DA LEI 9.784199 C/C PRECEDENTESJURISPRUDENCIAIS EMANADOS PELO TJDFT.PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE EPROPORCIONALIDADE. POSSIBILIDADE DESUSPENSÃO DOS ATOS FISCAIS NO PRESENTECASO CONCRETO. DEMAIS CASOS DEVERÃOMERECER ANALISE INDIVIDUALIZADA DO ÓRGÃOFISCALIZADOR.

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"SENHORA PROCURADORA-CHEFE DO CONSULTIVO,

I - RELATÓRIO

L

A Agência de Fiscalização do Distrito Federal - AGEFIS

encaminhou a consulta de fts. 126 para manifestação desta Casa Jurídica

"quanto à possibilidade de suspensDo de atos fiscais com fundamento na

assertiva de que os motivos que ensejaram os atos extremos nDo podem ser

aplicados a particulares, quando estes buscam a legalidade, no entanto, têm

suas licenças obstadas em razDoda morosidade do Poder Público, bem assim,

em caso afirmativo se podem servir de paradigma para futuras e similares

casuísticas nos moldes do que constam na manifestaçDo da Procuradoria da

autarquia, fls. 116/125'.

Em apertada síntese, a manifestação da Procuradoria Jurídica

da AGEFIS (fls. 116/125) versa sobre expedientes protocolados por JARJOUR

VEíCULOS E PETRÓlEO l TOA e CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASíLIA,

que sofreram várias autuações da fiscalização, culminando com Autos de

Embargo e de Intimação Demolitória, relativos à obra de edificação de

estabelecimento de ensino superior, executada pela JARJOUR e explorada

pelo CEUB. Por conseguinte, o CEUB protocolou requerimento dirigido àAGEFIS (fls. 111/114) solicitando a suspensão da determinação de

cumprimento imediato do Auto de Interdição D102051-AEU, de 08/06/2011,

estendendo-o para cumprimento a partir de 10 de dezembro de 2015, final do

ano letivo, sob pena de prejuízos aos alunos matriculados e em curso na

referida instituição. Já a JARJOUR requer o cancelamento dos Autos de

Embargo e de Intimação Demolitória que incidem sobre obra de sua

responsabilidade.

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Segundo o CEUB o principal motivo das autuações vem a ser a

ausência de licença ou autorização de funcionamento do estabelecimento

de ensino, em função da demora na análise de requerimento

administrativo para aprovação de projeto/visto, tendo em vista que as

alterações de projeto não resultam em acréscimo de área, tratando-se tão-

somente de colocação de paredes do tipo dry wall. Na defesa de sua tese, o

CEUB cita precedentes do TJDFT (Apelação Civel 0070110299200 e Agravo

de Instrumento 2007.00.2.000461-6), no sentido da ilegalidade de ato punitivo

em vista da demora na análise de requerimento administrativo para aprovação

de projeto, protocolado anteriormente à aplicação da multa.

A manifestação da Procuradoria Jurídica da AGEFIS, além de

corroborar a assertiva do CEUB apontando uma série de julgados do Tribunal

de Justiça do DF no mesmo sentido, sugeriu o encaminhamento dos autos a

esta Casa Jurídica, questionando se seria possive/. pela via administrativa.

promover a suspendo de atos fiscais. desde que nlo represente risco à

incolumidade de quem quer que seja. nos casos em que a

responsabilidade pela ausência de licenciamento nlo possa ser devotada

ao particular mas sim à demora estatal em cumprir seu mister. bem assim

se tal posicionamento. em caso afirmativo. pode servir de paradiqma

para futuras decis6es de cunho administrativo em casos similares.

PRCON-14-1~

Na primeira assentada, como medida antecedente à emissão

de parecer conclusivo, entendemos prudente que o Órgão Consulente

diligenciasse no sentido de encaminhar a esta Casa Jurídica o Processo

originário da celeuma envolvendo o CEUB e a empresa JARJOUR - P.

132.001.233/87 - para que se pudesse traçar uma cronologia dos fatos e atos

administrativos havidos no referido processo, a fim de se comprovar ou não a

existência de morosidade por parte da Administração na análise do pedido de

licenciamento da edificação dos interessados.Fc:r,a r.'.__ .__~..:r__P·or·""" _c· 31: ~fVY' &t;L~JR

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Isso porque apesar de a própria AGEFIS não ter contestado a

afirmação dos interessados sobre a morosidade da Administração na análise

do pedido de licenciamento (ao contrário, diante de sua manifestação pode-se

concluir que até ratificou), a conclusão sobre a possibilidade ou não de

suspensão dos atos fiscalizatórios, por culpa da Administração, ocorridos no

presente caso, deve estar suficientemente embasada e concretamente

apontada, sendo, portanto, imprescindível o encaminhamento dos autosoriginários.

Retomam os autos no momento presente, com pedido de

urgência na apreciação, acompanhados dos 15 (quinze) volumes do Processooriginário, P. 132.001.233/87.

Vieram os autos para emissão de parecer.

É o Relatório.

li-FUNDAMENTAÇÃO

Folha nO

,~.

Preliminarmente, com a chegada dos autos originários, importa

destacar a cronologia dos principais atos administrativos havidos no processo,

com o fito de se verificar a alegação dos interessados (CEUB e Jarjour) sobre

a morosidade da Administração na aprovação do projeto arquitetônico

apresentado em cotejo com as sanções fiscais aplicadas pela AGEFIS, por

falta do devido licenciamento da obra. É o que faremos a seguir.

A edificação em tela, localizada na as 1 Rua 210, Lotes 1 a 3,

Rua 210, lotes 02, 04 e 06, Rua 214, lote 02, Taguatinga/DF, insere-se em

Zona Urbana Consolidada pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial -

PDOT (LC 803/09), sendo que o Plano Diretor de Taguatinga (LC 90/98,

Anexo VII) define para os lotes em análise a ocupação categoria L3, ou seja,

PRCON-14-1~ •

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com restriçAo a residências, onde é pennitida mais de uma atividade nAo

residencial.

Em 2410812000 foi emitido o Alvará de ConstruçAo nO285/00,

com finalidade COMERCIAL (shopping center: lojas, lojas de departamento,

cinema etc), para uma área de 102.134,42 m2 (fls. 240 P. 132001233/87 e 07

P.036000811/15).

Em 28105/2013 a Administração expediu as Infonnações

Básicas para AprovaçAo de Projeto de modificaçAo, já com a previsAo de

uso do térreo da edificaçAo para a instalaçAo de salas de aula,laboratórios, etc, sem acréscimo de área (fls. 299 P. 132001233/87 e fls. 11

,'-..../ P.036000811/15).

Em 19/06/2014 foi aprovado o projeto arquitetônico,

consoante informam as plantas de fls. 308 e seguintes do P. 132001233/87(VoI.VI).

Em 21/07/2014 a Jarjour requereu à Administração Regional

de Taguatinga visto do projeto para modificaçAo de treze pranchas,consoante o protocolo acostado às fls. 16 do Processo principal (361000811),

sendo que em 22/09/2014 consta requerimento também no P. 132001233/87

com a mesma finalidade, sem acréscimo de área (f1s.323, Vol. VII) e em~ 23/09/2014. protocolo para visto de projeto com substituição de 15 pranchas

(fls. 18 processo principal).

Em 09/10/2014, a Administração Regional de Taguatinga emite

manifestação encaminhando o processo para análise da DIAAP, tendo em

vista as competências estatuídas pelo Decreto 34.563/13 (Força Tarefa) na

aprovação de projetos de mais de 2000 m2 de área (fls. 340 P. 132001233/87,Vol. VII).

ePRCON-14-1S

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Em 06/10/2014 o MPDFT (68 PROURB) encaminha Oficio

1651/2014 à Administração Regional requisitando informações sobre a

aprovação do projeto em questão, relativamente à obediência aos parâmetros

urbanísticos, à previsão de estacionamentos, área permeável e nOde vagas

(fls. 345 e seguintes do P. 132001233/87, Vol. VII).

Em 14/11/204 a DIAAP devolveu o processo à Regional, sem

análise, considerando que não lhe competia reanalisar projetos aprovados

pelas administrações (fls. 364 P. 132001233/87, Vol. VII).

Em 27/01/2015 a Administração Regional de Taguatinga

solicitou a reanálise do projeto (fls. 366 P132OO1233/87,Vol. VII).

Em 27/11/2014, o interessado pediu a substituição de algumas

plantas (fls. 368 do P. 132001233/87, Vol. VIII).

Em 11/11/2014 constam projetos aprovados pelo Corpo de

Bombeiros - CBMDF, relativamente às escadas de emergência, locação

central da GLP e Rede Técnica de incêndio (fls. 368 e seguintes do P.

132001233/87, Vol. VIII.

Em 10/0212015 a AGEFIS lançou a Notificaçao D 091201-

OEU, sob o fundamento de que a obra executada estava em desacordo com o

projeto aprovado, exigindo adequação da obra. O interessado protocolou

~. recurso, que, segundo relato, não sofreu andamento interno no âmbito da

agência fiscalizadora, sendo que, em 25103/2015,a AGEFIS expediu Auto de

Embargo D 091212-OEU, Auto de Intimação e Auto de Intimação

Demolitória (fls. 36 e seguintes do P. principal). Consta, também, um Auto

de Infração D091211-OEU, expedido na mesma data 25/03/2015 (fls.31 P.

Processo principal), assim como Auto de infração D091223-OEU, de

03/06/2015 (fls. 28 P. principal); Auto de Infração D091224-OEU, de

PRCON -14-1~ 6

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03/06/2015 (fls. 29); Auto de Interdição D091225-OEU, de 03/06/2015 (fls.

30).

Nesse momento, faz-se um aparte para relatar que, de acordo

com a correspondência do CEUB endereçada à Presidente da AGEFIS (fls.

02106) e com as decisões administrativas da AGEFIS (fls. 20/104), os

interessados interpuseram impugnações e recursos contra as autuações da

fiscalização, alegando, principalmente, que a obra foi iniciada com a obtenção

do licenciamento, que o imóvel fiscalizado possuía Alvará de Construção e que

havia requerimento à Administração visando à obtenção da análise e

aprovação/visto de projeto de modificação, sem acréscimo de área, com

alterações passíveis de regularização, ainda pendente de análise. Os recursos

foram todos indeferidos pela AGEFIS, em decisão de 18 instância, consoante

os documentos acostados aos autos.

Em 05/03/2015. os interessados protocolaram correspondência

endereçada ao Administrador Regional de Taguatinga, na qual informaram que

em julho de 2014 haviam pedido aprovação/visto do projeto e até aquela data

não haviam sido notificados sobre exigências ou se o projeto estaria apto àaprovação. Solicitaram, também, urgência na análise visando à regularidade

da edificação e obtenção da Carta de Habite-se. (fls. 19 P. principal)

Em 10/03/2015 constam novas aprovações do CBMOF para

~. saídas de emergência e incêndio (fls. 397 e seguintes do P. 132001233/87,Vol. VIII.

Em 12/03/2015 o interessado protocolou requerimento

concemente à aprovação do projeto, alvará de construção e habite-se

parcial "as buif (fls. 410 do P. 132001233/87, Vol. IX), assim como em

1310312015foi novamente requerida a aprovação do projeto (fls. 18 do

processo principal).

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Em 27/0412015 a Administração Regional de Taguatinga

despachou no sentido de que, com a nova estrutura administrativa implantada

no dia 22/01/2015, aquela regional não teria competência para analisar e

aprovar o projeto em questão (fls. 541 do P. 132001233/87, Volume XV).

Em 09/06/2015, a Central de Aprovação de Projetos-CAP da

Secretaria de Gestão de Território e Habitação-SEGETH emite o Ofício

998.000.110/2015 e o Parecer Técnico 002115, em resposta ao Ofício

11154/2015 da PROURBlMPDFT, informando que está analisando o projeto

e que a aprovação do projeto de modificação sem acréscimo de área não

alterou os parâmetros urbanísticos do projeto anteriormente aprovado. que as

áreas do estacionamento foram mantidas conforme o projeto anterior. que não

havia informaCÕes suficientes relativas à área permeável e que o total de

vagas do projeto de modificacão sem acréscimo de área era de 1.268 (antes

era de 1.252 - fls. 5621564do P. 132001233/87, Vol. XV).

Da simples análise cronológica acima exposta, sem qualquer

esforço, verifica-se que os interessados, desde julho de 2014, requereram à

Administração competente a aprovação/visto de projeto de modificação sem

acréscimo de área, em relação ao projeto arquitetônico aprovado em 2014,

que já previa e autorizava o uso do térreo da edificação para fins educacionais

(faculdade/centro universitário). E até o presente momento, a aprovacãolvisto

de seu projeto não foi implementada pela Administracão, que nem mesmo

chegou a expedir qualquer exigência de regularizacão eventualmente cabível.

Portanto, há mais de 01 (um) ano o requerimento de visto dos interessados

tem tramitado por vários órgãos da administração, de um lado para o outro,

com os próprios setores encarregados da análise declinando de suas

competências, sem solução definitiva, seja favorável ou desfavorável.

Assim, procurando responder objetivamente à primeira parte

do questionamento suscitado pelo Órgão Consulente (AGEFIS) "se seria

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possível, pela via administrativa, promover a suspensão de atos fiscais, desde

que não represente risco à incolumidade de quem quer que seja, nos casos em

que a responsabilidade pela ausência de licenciamento não possa ser

devotada ao particular mas sim à demora estatal em cumprir seu mister"

entendemos, nesse caso especifico e concreto posto à análise desta

PGDF, perfeitamente posslvel a suspensão dos atos fiscais praticados

pela fiscalização diante dos seguintes motivos: 1- a ausência de

licenciamento para o projeto modificativo, sem acréscimo de área, se

deveu à demora da própria Administração encarregada de aprovar/visar

os projetos arquitetônicos; 2- todas as autuações fiscalizatórias

ocorreram em data muito posterior ao pedido de visto/aprovação

~. pendente de análise; 3- mesmo se os interessados quisessem regularizar

a obra, não poderiam fazê-lo, pela inexistência de análise e consequente

exigências de adequação; 4- a lei 9.784199, em seu art. 61, Parágrafo

único, autoriza o efeito suspensivo aos recursos interpostos, no caso de

justo receio de prejulzo ou incerta reparaç4o; 5- os precedentes do

TJDFT são no sentido de não penalização do administrado, enquanto

pendente de apreciação requerimento do interessado, protocolado

anteriormente às sanções impostas; 5- as eventuais irregularidades

encontradas pela Administração podem ser sanadas (e convalidadas) por

meio da análise do projeto modificativo e cumprimento de exigências,

não sendo medida razoável e proporcional, nesse momento, demolição

da obra ou interdição do estabelecimento de ensino; 6- se o Corpo de

Bombeiros já deu o seu aval por meio da aprovação do projeto, parece-

nos não haver risco à incolumidade fisica das pessoas e alunos que por

lá circulam.

o Código de Edificações do Distrito Federal, lei 2.105/98,

prevê um prazo de 30 dias para a análise e resposta da Administraçãoaos

requerimentosde aprovação/vistode projetosapresentadospelos particulares,PRCON-14-15 9

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com a previsão de prazo máximo em 60 dias. sob pena de instauracâo de

sindicância. Além do mais, nos casos de visto/aprovação de projetos

modificativos, sem acréscimos de área e com projeto arquitetônico já

aprovado, o código de edificações não exige a expedição de Alvará de

Construção, mas, tão-somente, a aprovaçãolvisto do projeto modificativo,

chegando mesmo a apontar que esse licenciamentoseria "automático', em

uma clara indicação da pretendida celeridade no exame/aprovaçãolvisto

exigido.

Confiram-sealguns dos dispositivosda Lei 2.105/98,que mais

de perto tocamo presenteopinativo:

"Art. 3" Para os fins desta Lei, ficam estabelecidos os seguintes conceitos:

LXXI - visto de projeto - eto administrativo que atesta que o exame doprojeto arqultetfJnlco se IImltll à veriflcaçlJo dos parIJmetrosurbanistlcos estabelecidos na legislação de uso e ocupação do soloquanto ao uso, tlVeade ocupaçlJo, tlVeade construçlJo ou coeficientede aproveltllmento, afastamentos mfnlmos obrigatórios, número depavimentos e altura máxima, entTe outros, para posterior licenciamentoe obtenção do certificado de conclusão.

Art. 16. Cabe à Administração Regional, por meio de suas unidadesorgfmicas competentes, aprovar ou visar projetos de arquitetura, licenciare fiscalizar a execução de obras e a manutenção de edificações e expedircertificado de conclusão, garantida a observancia das disposições destaLei, de sua regulamentação e da legislação de uso e ocupação do solo,em sua circunscrição administrativa.

Art. 22. As solicitações e os requerimentos encaminhados àAdministração Regional, atinentes a matéria disciplinada por esta Lei,serão devidamente instruídos pelo interessado e analisados conforme anatureza do pedido, observadas as determinações desta Lei e dalegislação de uso e ocupação do solo.

Art. 25. A AdmlnlstraçlJo Regional terá o prazo méxlmo de trinta dias,respeitado o detalhamento estabelecido em regulamentação, paraatender as solicitações e requerimentos previstos no art. 22.

Art. 27. Expirado o prazo de trinta dias para decisão ou pronunciamentoda Administração Regional quanto à aprovação ou ao visto de projeto,pode o interessado requerer o alvará de construção, caso este não tenha

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sido requerido por ocasião da solicitação de aprovação de projeto, nãoimplicandoaprovaçãotácita.

§ 10 No caso previsto neste artigo, o interessadoaguardaránovo prazo detrinta dias para decisãoou pronunciamentoda AdministraçãoRegional.

§ 2" O prazo total de sessenta dias será contado a partir daformalizaçlo da sollcltaçlo para aprovaçlo ou para o visto deprojeto.

Art. 28. Expirado o prazo total de sessenta dias estabelecido no artigoanterior, sem que haja decido ou pronunciamento da AdministraçãoRegional, o interessado disso dará ciência formal ao Secret8r1o daPastapertinente, ao qual caberá:

I - determinaraos órgãos técnicos da AdministraçãoRegional a análise eaprovação ou o visto do projeto, a expediçãodo alvará de construção oua apresentaçãodo comunicadode exigências,ou o indeferimento;

/I - providenciar a Instlluraçlo de slndlclncia e inquérito, quandocabível, para apuraçlo de responsabilidades do AdministradorRegional e dos demais servidores envolvidos na omisslo.

Art. 32. O projeto de arquiteturareferentea obra inicial ou modificaçãoemárea urbana ou rural, pública ou privada, será submetido a exame naAdministraçãoRegionalpara vistoou aprovação.

Art. 43. O projeto de arquitetura apresentado em substltulçlo a outronlo Invalida o projeta anteriormente aprovado ou visado até aexpedlçlo do alvará de constnJçllo, nem Implica alteraçlo nosrespectivos prazos de validade.

Art. 51. As obras de que tnJtII/ esta Lei, em tires urbana ou rural,pública ou privada, só podem ser Iniciadas após a obtençlo delicenciamento na respectiva AdministTaçlo Regional.

,'-..-. § 1° Obras iniciais, obras de modificaçãocom acréscimo ou decréscimode área e obras de modificação sem acréscimo de área, com alteraçãoestrutural,são licenciadasmediantea expediçãodo a/varáde construção.

§ 2" Obras de modlflcaclo sam acréscimo de /Ires e sem alteracloestrutural do licenciadas automaticamente. por ocasllo do visto ouda aprovaclo do profeta de modlflcaclo. dispensada a expedlcllo denovo alvará de constnJclo. " Grilos Nosaos-GN

Ora, no caso retratado, os prazos dispostos na legislação de

regência foram, em muito, ultrapassados pela Administração, sem culpa dosr2;:,~'·:' ...__ 44iJf"":2:3:~.l.r2«1.~=---'-~(~f<~~l~=y(LJ1lr:1!ta;.'io::::l: :6'

11PRCON-1~1!5

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•particulares interessados, que, ao contrário, diligenciaram junto à

Administração visando à obtenção do requerido por eles, em tempo hábil à

eventual regularização ou cumprimento de exigências.

Em relação às normas básicas de todo processo

administrativo, vige a Lei Federal 9.784199, acolhida no âmbito distrital por

legislação própria, que, além de não destoar do Código de Edificações, no que

se refere à obrigação da Administração em examinar e decidir dentro de um

prazo razoável acerca dos requerimentos protocolados pelos administrados,

abraçou, expressamente, os celebrados Princípios da Razoabilidade e da

Proporcionalidade, entre outros.

"Art. ~ A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípiosda legalidade, finalidade, motivaçl!Jo,razoabilidade, proporcIonalidade,moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurfdica, interessepúblico e eficiência.

Parágrafo único. Nos procassos administrativos serflo observados, entreoutros, os critérios de:

VI - adequaçlo entre meios e fiM, vedada a Imposlçlo deobrlgaç6es, restrlç6es e sanç6es em medida superior 'quelssestritamente necessArlas ao atendimento do Interesse p(lbllco;

x - garantia dos direitos à comunicação, à apresentaçl!Jo de alegaçõesfinais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos procassosde que possam resultar sanções e nas situações de litígio;

Art. 48. A Administraçl!Jotem o dever de explicitamente emitir decisl!Jonosprocassos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, emmatéria de sua competência.1

Art. 49. Concluída a instrução de procasso administrativo, aAdmlnlstraçlo tem o prazo de até trfrrtll dias para decidir, salvoprorrogaçlo por Igual perlodo expressamente motivada.

Art. 55. Em dec/~o na qual se evidencie nlo acarretarem 18510 aoInteresse PÚblico nem preiulzo a terceiros. os atos que apresentaremdefeitos sanllvals poderio ser convalidados pela própriaAdmlnlstraclo.

11

12PRCON-14-15

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Art. 61. Salvo disposiçlio legal em contrário, o recurso não tem efeitosuspensivo.

Parlgrero únIco. Havendo Justo receJo de preJuízo de dlfTcll ouIncerta repareclo decolT8llN da execuclo. a autoridade recorrida oua lmedlllfllmente superior poderl. de offclo ou a pedido. dar efeitosuspensivo ao recurso. "OH

Discorrendo sobre as consequências do silêncio da

Administração em relação ao administrado Celso Antonio Bandeira de Mello2

observa que o prazo para manifestação da Administração, se não for fixado

por lei específica, deve ser razoável:

\_/

"As consequências do silêncio em relação ao administrado cujapostulação ficou irrespondida também não apresentam dificuldades demonta para serem deduzidas. Deveras, nos casos em que a lei atribuidado efeito ao silêncio, o problema já está de per si resolvido. Com efeito,se o efeito legal previsto era concessivo, o administrado está atendido; seera denegatório, poderá demandar judicialmente que a Administração sepronuncie, se o ato omitido era de conteúdo discricionário, pois faz jus auma decisão motivada; se, pelo contrário, o ato era de conteúdo vinculadoe o administrado fazia jus a ele, demandará que o juiz supra a omissãoadministrativa e lhe defira o postulado.

Nos casos em que a lei nada dispõe, as soluções seguem, mutatismutandis, equivalente diapasão. Decorrido o prazo legal previsto para amanifestação administrativa, se houver prazo normativamenteestabelecido, ou, não havendo, se já tiver decorrido tempo razoável (cujadilação em seguida será mencionada), o administrado poderá, conforme ahipótese, demandar judicialmente: ....

Entendemos que, em princípio, haver-se-II de entender como prazorezollvel - salvo hipótese de urgência, em que o interesse pereceria senão houvesse definição em prazo menor - o tempo nlo excedente de120 dias a partir do pedido, pois é este o prazo prevIsto paraImpetreçlo de mandado de segurença, o qual pode ser adotado porana/og/a"GN

2 BANDEIRA DE MELLO, CELSO ANTONIO. Curso deDireitoAdministrativo,10"ed., SãoPaulo, Malheiros, pgs.254 e 255PRCON-14-1!5 13

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Além do mais, Bandeira de Mell03 alerta, com maestria, sobre a

necessidade de a Administração obedecer ao Princípio da Proporcionalidade

(proporcionalidade entre a medida adotada e a finalidade legal a ser atingida):

"A utilização de meios coativos por parte da Administração, conforme oindicado, é uma necessidade imposta em nome da defesa dos interesses

públicos...

Mormente no caso da utilização de meios coativos, que, bem por isso,

interferem energicamente com a liberdade individual, é preciso que aAdministração se comporte com extrema cautela, nunca se servindo de

meios mais enérgicos que os necessários à obtenção do resultado

pretendido pela lei, sob pena de vício jurfdico que acarretará

responsabilidadeda Administração.Impot1ll que haja proporcionalidade

entre a medida adotada e a finalidade legal a ser atingida ....Toda

coaçllo que exceda ao estritamente necess4rlo à obtençllo do efeitoJurid/co licitamente desejado pelo Poder Público é InJuridlca.

Este eventual excesso pode se apresentar de dois modos: a) aintensidade da medida é maior que a necess4rla pera a compu/~o do

obrigado; b) a exten~o da medida é maior que a necess4rla pera aobtençllo dos resultados licitamente persegulvels. "GN

\...... No caso vertente, os interessados pretenderam obter a

aprovação/visto do projeto arquitetônico de modificação sem acréscimo de

área. Protocolaram o requerimento ainda em julho de 2014, não tendo obtido,

até o momento presente, a pretendida análise/aprovação/visto.

Mesmo sem a manifestação temporânea da Administração

(licenciamento do novo projeto), os interessados começaram a edificar, tendo a

AGEFIS começado a autuar e aplicar sanções aos interessados ainda esse

3 Ob. Cito pg 52PRCON-14-1!5

!J

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ano, precisamente a partir de fevereiro de 2015, isto é, após (06 meses) do

requerimento de aprovação/visto do projeto de modificação, justamente com

base em que a obra estava sendo edificada em desacordo com o último projeto

aprovado (em 2014).

É certo que a obra não tem projeto/visto com as últimas

alterações aprovadas, não tendo, via de consequência, Habite-se parcial (do

térreo, relativamente ao centro universitário) e nem Alvará de Funcionamento.

É certo, também, que a Lei 2.105/98 determina que nenhuma

obra será edificada sem o competente licenciamento. E que a AGEFIS, nada

mais fez, do que exigir o cumprimento da lei, com base em sua competência

',----- institucional.

Mas, é inconteste que o licenciamento fora solicitado àAdministração Regional de Taguatinga há, pelo menos, 06 (seis) meses antes

das autuações pela AGEFIS, sendo que o próprio Código de Edificações

determina (no caso de visto de projeto, sem emissão de Alvará de

Construção), o licenciamento "automático", com o qual contou os interessados,

sem sucesso.

Por outro lado, as modificações propostas do último projeto,

segundo vem reiteradamente alegando os interessados, centram-se em

modificações no lay out intemo - paredes em gesso drywall, sem modificações

estruturais ou de acréscimo de área.

Os interessados alegam, também, que todas as alterações

havidas são passíveis de adequação à legislação, o que afastaria a incidência

do art. 178 da Lei 2.105/98 (demolição).

Evidente que essas alegações deverão ser confirmadas pelo

setor competente da Administração, mediante a análise técnica das plantas

apresentadas em modificação às anteriores já aprovadas. Caso confirmadasPRCON-14-1!5 í-::t~~:;;r: __ • ~!.tL 15

P;~~~"1J!.')r'O • -'- _. õ:f,.,lv;" VY'V"\" II\'~'~:~;'-'''+~'\~ •••,,,-, . J..J_~.:c;>.I"-, ..•..•.C;--"'-'-'-'''''"'-

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as alegações de inexistência de alteração estrutural da edificação já

aprovada (Alvará de Construção de 2000 e último projeto de modificação

aprovado em 2014) e de existência de defeitos sanáveis, incidirá na

espécie retratada a convalidação administrativa a que se refere o art. 55

da Lei 9.784199, transcrito anteriormente. E ao que consta do Ofício

998.000.110/2015da Central de Aprovaçãode Projetos-CAP, em respostaao

MPDFT (fls. 564 do P. 132.001.233/87),não houve grandes alterações do

projetoaprovadoanteriormente.

Assim, parece-nos,s.m.j.,desarrazoadaa sanção que impõea

demolição (ou o embargo imediato ou a interdição) se o projeto puder ser

alterado e a obra saneada, técnica e juridicamente (o que, in casu, depende

única e exclusivamente, de a Administração se manifestar e exigir asadequações que entender de direito), conforme a apregoam os artigos

seguintesda Lei 2.105/98:.

"Art. 174. O embargo parcial ou total selá aplicado pelo responsável pelafiscalizaçáo sempre que a infraçáo corresponder à execuçllo de obras emdesacordo com a /egislaçáo vigente e após expIrado o prazoconsIgnado para a correçlo das irregularidades que originaram aspenalidades de advertêncIa e de multa.

§ 1° O prazo referido neste artigo selá o consignado nas penalidades deadverlência e multa.

§ 2" Selá embargada imediatamente a obra quando a IrregularidadeIdentificada nlo permitir a a/teraclo do pro/fito arqu/tf1tOnlco paraadequacllo .t lealslaclo vigente e a conseqDente reaularizaclo daobra.

§ 3" Admitir-se-á embargo parcial da obra somente nas situações que nlloacarretem prejuizos ao restante da obra e risco aos operários e terceiros.

Art. 175. A interdiçáo parcial ou total selá aplicada imediatamente peloresponsável pela fiscalizaçáo sempra que a obra ou edificaçllo apresentarsituaçllo de risco iminente para opelários e terceiros ou em caso dedescumprimento de embargo.

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i

PRCON-14-15

Art. 178. A demollçlo total ou parcIal da obra seré Imposta ao infratorquando se tratar de construçãoem desacordo com a legislação e nlo forpasslvel de alteraçlo do proleto arqultetónlco para adequaçlo àleg/slaçlo vigente. " GN

Nesse sentido é o entendimento do TJDFT, confira-se:

EMBARGOS DE DECLARAÇAo. OM/SSOES A PROPóSITO DEPEDIDOS DE DEMOUçAO.1. Tem razão o Distrito Federal ao sustentar que os réus - mesmo aquelesem face de quem se julgou improcedente a reintagratória - nãocomprovaramhaver obtido o licenciamentoque os autorizaria a construir.Mas o Código de Edificações do DF estima cablvel a demollçloquando a edlflcaçlo estiver em desscorrJo com a leglslaçlo - nocaso, a licença Inexiste - e nlo for passlvel de alteraçlo do projetoarqultetónlco para adequaçlo à leglslaçlo vigente. Perceba-se are/evlncla da segunde condlçlo, afinal, nlo seria razoável desfazerobra que apresenta condições de atender às exigências legais, postoque ulteriormente. Vale dizer: descabe a demollçlo se a consúuçlofor regularlzável.2. Na espécie, dois são os problemas das edificações cuja demolição serequer: 1) havia-se construido em área pública; 2) essa construçãonão foiprecedida de licenciamento. O primeiro problema não se afigura bastantepara sustentar o pedido demolitório, afinal a Turma afastou a pretensãoreintegratÓriado Distrito Federal em relação a alguns réus, uma vez que"foi autorizada a concessão de uso do imóvel ocupado pelo prazo de 50{cinqüenta] anos, nos termos do Dec. no 19.248/98 e da Lei no2.689/2001'. Esses réus •... tiveram o direito à ocupação ragulardo bemreconhecido pelo Conselho de Administração e Fiscalização de AreasPúblicas Rurais Ragularizades". Porém, o segundo problema persiste.Ainda assim, a pretensão demolitória não procede, a despeito da falta dalicença. Em primeiro lugar, porque o autor pode usar do Poder de Políciae, manu militare, proceder à demolição, porque é ato administrativodotado de autCHJxecutoriedadeque prescinde de autorizaçãojudicial; emsegundo lugar, porque nilo é razoável que seja determinada ademollçlo Judicial de obra passlvel de regularlzaçilo no Imbltoadministrativo.3. Embargos de Declaração conhecidos e providos para suprir asomissões do acórdão proferido em sede de apelação, à qual, nos pontossanados, nega-se provimento. Unânime.(Acórdão n.217102, 20040150077680APC, Relator: WALDIR LEONCIOLOPES JÚNIOR, Revisor: J.J. COSTA CARVALHO,2" Turma Cível, Datade Julgamento: 23/0512005,Publicado no DJU SEçAO 3: 16/0612005.Pág.: 45)

17

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CAUTELAR. REQUISITOS. CONSTRUçAo. ALVARA. DEMOUçAO.1- Construçlo realizada, sem alva", em á/9a que sofreu parcelamentoirregular do solo, nlo sendo poalvel a adequaçlo do projetoarqultetónlco 4s normas de posturas, pode ser demolida (Lei Distrital2.105198, arts. 51 e 178).2 - Ausente os requisitos, não se concede a tutela cautelar.3 Apelação não provida.(Acórdão n.206040, 20030110716045APC, Relator: JAIR SOARES,Revisor: OTAVIO AUGUSTO, ~ Turma Cível, Data de Julgamento:06/1212004,Publicadono DJU SEçAO 3: 2210212005.Pág.: 140)''!i!t

Não se pode desconsiderar, também, o posicionamento do

TJDFT em relação ao afastamento das sanções aplicadas pelos órgãos

administrativos quando a demora no cumprimento da lei decorre da demora da

própria administração em analisar pedido, protocolado anteriormente às

autuações. Inúmeros são os precedentes jurisprudenciais nesse sentido,

alguns já mencionados no corpo da manifestação jurídica da AGEFIS, dentre

os quais destacamos:

"APELAçAO CIVEL. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATlVO. AçAoANULATÓRIA. MULTA ADMINISTRATlVA. MOTIVAÇAOEQUIVOCADA.MORA DA ADMINISTRAÇÃO NA ANALISE DO PEDIDO DEAUTORIZAÇÃO FORMULADO PELO ADMINISTRADO. TEORIA DOSMOTIVOS DETERMINANTES. INOBSERVANCIA. INVAUDAÇÃO DOATO.1. O ato administrativo, quando fundamentado, vincula-se à motivaçãoexpendida. E, se a motivaçãoencontra-seequivocada, /9puta-se inválidoo ato praticado, segundo a Teoria dos Motivos Determinantes.2. Se a falta de notificaçãoprévia para autuação e de autorização parafixação dos let/9iros na fachada e lateral de estabelecimento -justificativas da multa aplicada - se deu por Inércia da Admlnlstraçlo,ante a demora na análise de requerimento administrativo paraaprovaçlo de projeto - protocolizado anteriormente à apllcaçlo damulta -, o ato que a Imp6s é Ilegal.3. Apelo improvido. Sentença mantida.

(Acórdão n.507691, 20070110299200APC, Relator: ARNOLDOCAMANHO DE ASSIS, Revisor: ANTONINHO LOPES, 411 Turma Cível,

PRCON-t4-15 18

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•Data de Julgamento: 1810512011,Publicado no DJE: 01/06/2011. Pág.:140)

CONSTRUÇÃO CIVIL. EMBARGO DE OBRA. EMPREENDIMENTOECONÓMICO.A finalidade de qualquerAuditoria do Estado é, antes detudo, de auxiliarà Administra~o na conduçêo das polfticaspúblicas;e, sópor exceçtlo, fazer o uso do poder de policia coercitivo e, mesmo assim,segundo Hely Lopes Meirelles, observando a proporcionalidade dassanções; e da legalidade dos meios empregados pela AdministraçtloPública. NlJo se mostra proporcionaI o Ato de AdmlnlstraçlJo deAutoridade que suspende um empreendimento Imobiliário de2.189,50 metros quadrados, quando poderia ter determinado oembargo somente da construçlJo das garagens exteriores doconjunto. Agravo provido.(Acórdão n.272570, 20070020004616AG/,Relator: JOÃO TIMÓTEODEOLIVEIRA, 3" Turma Civel, Data de Julgamento: 11/0412007,Publicadono DJU SEÇÃO3: 14/06/2007. Pág.: 143)

DIREITO ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO E REEXAME NECESsARIO.MANDADO DE SEGURANÇA. INTERDiÇÃO DE ESTABELECIMENTOCOMERCIAL. AUS~NCIA DE ALVARA DE FUNCIONAMENTO.CONSULTA PRÉVIA. ANAUSE PENDENTE. ILEGAUDADE.SEGURANÇA CONCEDIDA.1-EmatençlJoao principio de razoabilidade, nlJose mostra coerente aInterdlçlJo da estabelecimento quando a Irregularidade apontada pelaagência de flscallzaçlo depende do cumprimento do tnlmlte doprocesso administrativo junto aos OrglJos públicos2-A segurança concedida não impede a realização de ulterioresfiscalizaçõespela AGEFIS ou quaisquer outros órgãos, os quais podementender novamente pela interdição do estabelecimento.3-Ape/ação e reexame necessário conhecidos, mas não providos.Unânime.

.'-..- (Acórdão n.762649, 20130110476523APO,Relator: FATIMA RAFAEL,Revisor: CARMELlTA BRASIL, ~ Turma Civel, Data de Julgamento:12102/2014,Publicadono DJE:24/02/2014. Pág.: 115)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA ALVARA DEFUNCIONAMENTO. INTERDIÇAO DE ESTABELECIMENTO.CONSULTAPRÉVIA. ANAuSE PENDENTE.ILEGAUDADE. REMESSADESPROVIDA.1. Aflgura-se abusivo o ato da AdmlnlstraçlJo que promove aInterrJlçlJo de estabelecimento por ausência de alvará defuncionamento, desde que pendente análise de consulta préviaformulada em tempo pelo Interessado.

PRCON -14- U! '9

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\../

2. Remessa desprovida.(Acórdão n.280737. 2oo50111077502RMO, Relator: ARNOLDOCAMANHO DE ASSIS, J8 Turma Cível, Data de Julgamento: 01/08/2007,Publicado no DJU SEçAo 3: 20/0912007.Pág.: 95)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR DEFERIDA PARA SUSPENDERA EFICÁCIA DO AUTO DE INTERDIÇAO ATÉ TÉRMINO DEPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. JULGAMENTO DO MÉRITO DOAGRAVO DE INSTRUMENTO APóS PROLAÇÃO DE SENTENÇAREVOGA TÓRIA DA DECISÃO LIMINAR E DE DENEGAÇAO DASEGURANÇA. OMIssA O E OBSCURIDADE. NAo OCORR~NCIA.PRESTAÇÁO JURISDICIONAL EM CONSONANCIA COM OSELEMENTOS DE INFORMAÇAO CONSTANTES DOS AUTOS. ÓNUSPROCESSUAL DA PARTE DE INFORMAR AL TERAÇÓES QUEPOSSAM INFLUENCIAR NO JULGAMENTO DO AGRAVO. PERDASUPERVENIENTE DO INTERESSE DE AGIR EM RAzAo DA PERDA DEOBJETO DO RECURSO. PROVIMENTO APENAS PARA CONFERIÇAoDE EFEITOS INTEGRATlVOS E NAo PARA SANEAMENTO DOSvtctos APONTADOS.

1- ...4 - Em face da sentença proferida nos autos do mandado de segurança,

na qual, o juiz de primeira instlJncia, com base no art. 269, I, do CPC,revogou a liminar e denegou a segurança, consistente na dec/araçllo denulidade do auto de Intercllçllo nOD032442-AEU. verifica-se a perdasuperveniente do interesse recursal da agravante, ante a perda de objeto~ ~~5 - A medida que se impõe é o provimento dos embargos, não parareconhecer e sanar os vicios apontados, porquanto inexistentes, masapenas para conferir-lhes efeitos meramente integrativos, para consignar,expressamente, que o acórdl!Joembargado nl!Jotem o condl!Jode afastar arevogaçllo da liminar por força da denegaçlJo da segurança nos autos domandado de segurança, devendo, portanto, prevalecer o pronunciamentofinal expendido na sentença pelo juizo de primeiro grau.6 Recurso provido apenas com efeito integrativo.(ACÓrdl!Jon.706955, 2013OO20048982AG/,Relator: ALFEU MACHADO, 1"Turma Cível, Data de Julgamento: 28/08/2013, Publicado no DJE:30/0812013.Pág.: 80)

PROCESSO CIVIL. ADMINISTRA TIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO. ESTABELECIMENTO COMERCIAL.SERVIÇOS FUNERÁRIOS. AT1VIDADE DE RISCO. INTERDIÇAOSUMÁRIA. CONSULTA PRÉVIA. ANÁLISE PENDENTE. ILEGALIDADE.SEGURANÇA CONCEDIDA.1. Considera-se abusivo e desproporcional o ato administrativo quedetermina a Interdlçllo de estabelecimento por ausência de alvará defuncionamento quando alnela pendente anIl/se de consulta prévia

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formulada2.

peloRecurso

interessado.provido.

(Acórcll1o n.642133. 20110110671183APC, Relator: CRUZ MACEDO,Revisor: FERNANDO HABIBE, 4- Turma Ctvet, Data de Julgamento:0511212012,Publicado no DJE: 19/1212012.Pág.: 114)

ADMINISTRA TIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - iNTERDiÇÃO -ESTABELECIMENTO COMERCIAL - AUS~NCIA DE ALVARA DEFUNCIONAMENTO - CONSULTA PRÉVIA - PROCESSO EMANDAMENTO - PEDIDO DE RENOVAÇÃO DE ALVARA DEFUNCIONAMENTO - A TO ABUSIVO - SENTENÇA REFORMADA.1. Embora a concessõo de alvatá de funcionamento esteja entre os atosde cunho discricionário da AdministraçiJo, n60 se justifica a Interdlç60de estabelecImento comercIaI, por ausência de alvará defuncionamento, quando este apresentou requerimento pararenovaç60 do alvará, ainda sem resposta.2. Recurso conhecido e provido. Segurança concedida.

,--.-(,4córcll1o n.595558, 20110110563599APC, Relator: HUMBERTOADJUTO ULHÓA, Revisor: MARIO-ZAM BELMIRO, ~ Turma Cível, Datade Julgamento: 0610612012,Publicado no DJE: 19/0612012. Pág.: 217)Todos os gritos &lo nossos

Vê-se,

assemelhados aos

pois,

dos

que o próprio Poder Judiciário julgando casos

autos, fundamentando-se basicamente na

razoabilidade e da proporcionalidade, sedimentou o entendimento quanto ao

afastamento das multas e sanções aplicadas aos administrados, em função da

omissão ou demora do Estado quanto aos atos de licenciamentos ainda

pendentes.

',,-,o Por fim, consoante os termos do encaminhamento do próprio

Órgão Consulente vê-se que a segunda parte da consulta (apesar de retratar

um caso concreto), na realidade, é ampla e em tese, cujo objetivo, inclusive,

vem a ser a utilização da manifestação desta Casa Jurídica como paradigma

para futuras decisões em casos tidos como similares.

Sob tal aspecto, entendemos que a AGEFIS deverá, sempre,

analisar caso a caso, com todas as suas especificidades, antes de firmar

PRCON-1 .•..1S "

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um entendimento quanto à suspensão de autuações e sanções, postoque a flscallzaçlo é ato vinculado e é a razão de ser do próprio órgão.

Assim, a principio e em tese, sugere-se que a AGEFIS não utilize,

genérica e indiscriminadamente, a intelecçlo consubstanciada no

presente opinativo, devendo sempre ater-se às especificidades que cadacaso possui.

Na análise a ser empreendida pela AGEFIS, em cada caso

concreto que se lhe apresente, deverá ser observada, principalmente : acomprovação de que o pedido de licenciamento protocolado na Admlnistração

competente (seja Visto/Aprovaçao de Projeto, Habite-se ou Alvara de

Funcionamento) esteja pendente de análise e manítestação do órgão

encarregado; que o protocolo desse pedido seja anterior à fiscalização e

eventual aplicação de sanções; que as eventuais irregularidades encontradas

pela fiscalização sejam passíveis de regularização e saneamento; que à

ediflcaçâo ou estabelecimento fiscalizado não seja considerado de risco e que

não haja riscos à incolumidade físicas das pessoas; a razoabilidade e a

proporcionalidade da sanção imposta pela fiscalização frente à situaçâo fática

e jurídica apresentada; a existência de justo receio de prejufzo de dif{cil

reparação ou incerta reparação na execução das sanções impostas, que

autorize a concessão de efeito suspensivo aos recursos protocolados,

consoante autoriza o Parágrafo único do art. 61 da Lei 9.784/99, entre outros.

111- CONCLUSÃO

Diante de todo o exposto, forçoso concluir que, nesse caso

específico e concreto posto à análise desta PGDF, entende-se possível a

suspensão dos atos fiscais praticados pela fiscalização, principalmente,

PRCON-14-1~ 22

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porque a ausência de licenciamento para o projeto modificativo, sem

acréscimo de área, se deveu à demora da própria Administração encarregada

de aprovar/visar os projetos arquitetônicos; todas as autuações fiscalizatórias

ocorreram em data muito posterior ao pedido de visto/aprovação pendente de

análise; a Lei 9.784/99, em seu art. 61, Parágrafo único, autoriza o efeito

suspensivo aos recursos interpostos, no caso de justo receio de prejuízo ou

incerta reparação; os precedentes do TJDFT são no sentido de não

penalização do administrado, enquanto pendente de apreciação requerimento

do interessado, protocolado anteriormente às sanções impostas; as eventuais

irregularidades encontradas pela Administração podem ser sanadas (e

convalidadas) por meio da análise do projeto modificativo e cumprimento de

exigências, não sendo medida razoável e proporcional, nesse momento,

demolição da obra ou interdição do estabelecimento de ensino.

AGEFIS deverá, sempre, analisar caso a caso, com todas as

suas especificidades, antes de firmar um entendimento quanto à suspensão de

autuações e sanções, posto que a fiscalização é ato vinculado e é a razão de

ser do próprio órgão. Assim, a princípio e em tese, sugere-se que a AGEFIS

não utilize, genérica e indiscriminadamente, a intelecção consubstanciada no

presente opinativo, devendo sempre ater-se às especificidades que cada casopossui.

É o Parecer.

A consideração superior.

Brasília, 29 de julho de 2.015.

. PESTANA GUIMARÃES

Procuradora do Distrito Federal

PRCON-14-15 23

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.'

GOVERNO DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALGabinete da Procuradora-GeralProcuradoria Especial da Atividade Consultiva

.Q1EJPGDF

PROCURAOORIA-GERAl.DO DISTRITO FEDERAL

PROCESSO N°:INTERESSADO:ASSUNTO:

MATÉRIA:

361.000.811/2015AGEFISConsulta Parecer

Urbanistica

APROVO O PAReCER N° 0668/2015 - PRCON/PGDF, exarado

pela ilustre Procuradora do Distrito Federal Maria Luísa B. Pestana Guimarães.

Em 0"1' / O~ /2015.

De acordo. Restituam-se os autos à Agência de Fiscalização do

Distrito Federal, para conhecimento e adoção das providências pertinentes.

Em 0)- / o%' 12015.

KARLAAPA ECI DE SOUZA MOTTAProcuradora-Geral A junta do Distrito Federal

IAS"Brasllia PatrimOnio Cultural da Humanidade"