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Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III organização: prof. Mônica Santos Salgado - 34 - TEMA 3 - Revestimentos Acabamentos NÃO Argamassados ACABAMENTOS NÃO ARGAMASSADOS São aqueles constituídos por elementos outros que não a própria argamassa. Nessas situações, são utilizados apenas o emboço para regularização e a argamassa de junta ou cola apropriada. Neste grupo encontram-se azulejos, pastilhas, pedras naturais, madeira, plástico, laminados melamínicos, cortiça e papel. AZULEJOS - Recomenda-se emboço de cimento areia e saibro no traço de 1:5. Sua colocação deve ser iniciada o mais tarde possível, após a execução do suporte, devido à contração sofrida pela argamassa até o quinquagésimo dia. Este fato quando ignorado pode gerar tensões de aderência descolando o azulejo. Os azulejos podem ser colados ou argamassados. Optando-se pela colocação uttilizando argamassa, as peças devem ser imersas na água durante 24 horas antes de seu assentamento, sendo retirados 30min antes de serem aplicadas. Justifica-se esse procedimento para que os poros da face a ser aplicada (não vitrificada) se dilatem permitindo melhor penetração da argamassa de junta que fixará o mesmo no emboço. Também por essa razão se utiliza argamassa de junta de cal, areia fina e cimento branco. Ao se optar pela fixação com cola, os azulejos não devem ser molhados. Na opção de colar os azulejos vale ressaltar que eles não devem entrar em contato com a água. MÁRMORE OU GRANITO - As placas de mármore ou granito destinadas a revestir uma superfície de concreto deverão ter na contra-face grapas de ferro chumbadas. Nas que serão aplicadas sobe tijolos, dependendo da espessura, dispensa-se a colocação desses chumbadores. Antes de aplicar a pedra é necessário impermeabilizar a base com asfalto, seja ela de concreto ou alvenaria. Não se deve permitir o acúmulo de umidade atrás da pedra podendo-se deixar um espaço para permitir a circulação de ar. Se a extensão a ser revestida com pedras exceder a 9m, é necessário utilizar juntas de dilatação para a alvenaria. No caso de fachadas de edifícios ou paredes de grande altura, as placas de mármore ou granito deverão ser dotadas de grampos metálicos fixados nas placas e chumbados na argamassa. O espaço entre a placa de mármore ou granito e a parede pode ser preenchido por argamassa fluida de cimento e areia. A vantagem da utilização de encaixes metálicos reguláveis na fixação de pedras em fachadas muito extensas, é o fato de, por manterem as placas afastadas da parede, estes encaixes podem absorver as irregularidades decorrentes da concretagem da estrutura, permitindo a execução de panos de fachada perfeitamente lisos. A complexidade crescente na realização dos projetos de revestimentos em pedras levou ao surgimento dos projetos para produção de fachadas. Nestes

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Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III organização: prof. Mônica Santos Salgado

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TEMA 3 - Revestimentos Acabamentos NÃO Argamassados ACABAMENTOS NÃO ARGAMASSADOS São aqueles constituídos por elementos outros que não a própria argamassa. Nessas situações, são utilizados apenas o emboço para regularização e a argamassa de junta ou cola apropriada. Neste grupo encontram-se azulejos, pastilhas, pedras naturais, madeira, plástico, laminados melamínicos, cortiça e papel. AZULEJOS - Recomenda-se emboço de cimento areia e saibro no traço de 1:5. Sua colocação deve ser iniciada o mais tarde possível, após a execução do suporte, devido à contração sofrida pela argamassa até o quinquagésimo dia. Este fato quando ignorado pode gerar tensões de aderência descolando o azulejo. Os azulejos podem ser colados ou argamassados. Optando-se pela colocação uttilizando argamassa, as peças devem ser imersas na água durante 24 horas antes de seu assentamento, sendo retirados 30min antes de serem aplicadas. Justifica-se esse procedimento para que os poros da face a ser aplicada (não vitrificada) se dilatem permitindo melhor penetração da argamassa de junta que fixará o mesmo no emboço. Também por essa razão se utiliza argamassa de junta de cal, areia fina e cimento branco. Ao se optar pela fixação com cola, os azulejos não devem ser molhados. Na opção de colar os azulejos vale ressaltar que eles não devem entrar em contato com a água. MÁRMORE OU GRANITO - As placas de mármore ou granito destinadas a revestir uma superfície de concreto deverão ter na contra-face grapas de ferro chumbadas. Nas que serão aplicadas sobe tijolos, dependendo da espessura, dispensa-se a colocação desses chumbadores. Antes de aplicar a pedra é necessário impermeabilizar a base com asfalto, seja ela de concreto ou alvenaria. Não se deve permitir o acúmulo de umidade atrás da pedra podendo-se deixar um espaço para permitir a circulação de ar. Se a extensão a ser revestida com pedras exceder a 9m, é necessário utilizar juntas de dilatação para a alvenaria. No caso de fachadas de edifícios ou paredes de grande altura, as placas de mármore ou granito deverão ser dotadas de grampos metálicos fixados nas placas e chumbados na argamassa. O espaço entre a placa de mármore ou granito e a parede pode ser preenchido por argamassa fluida de cimento e areia. A vantagem da utilização de encaixes metálicos reguláveis na fixação de pedras em fachadas muito extensas, é o fato de, por manterem as placas afastadas da parede, estes encaixes podem absorver as irregularidades decorrentes da concretagem da estrutura, permitindo a execução de panos de fachada perfeitamente lisos. A complexidade crescente na realização dos projetos de revestimentos em pedras levou ao surgimento dos projetos para produção de fachadas. Nestes

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projetos o especialista, com base no levantamento in loco das medidas da obra, realiza a paginação das peças de mármore ou granito, indicando os locais exatos para a fixação dos elementos metálicos responsáveis pelo suporte do conjunto. Com isso dá-se a racionalização dos serviços de obra e garante-se maior qualidade no acabamento das obras finas. PASTILHAS - São pequenas peças de argila simples ou esmaltada coladas sobre papel grosso para facilitar a sua aplicação. Sua colocação é feita sobre massa grossa (com cimento) bem desempenada, usando-se argamassa de cimento branco e caulim.(fig. 20)

Figura 44 - Retirada do papel na aplicação de pastilhas

É rejuntada com nata de cimento branco, após a retirada do papel (que fica na face externa) com soda cáustica e em seguida água. O papel só deve ser retirado depois da pega (2 dias). O excesso do rejuntamento é removido com estopa e, para acabamento final, a parede pode ser lavada com solução de ácido muriático com água na proporção de 1:3. Logo em seguida (antes do terceiro minuto, segundo alguns autores) deve-se lavar a parede apenas com água limpa para evitar que o ácido ataque as juntas. GESSO - As chapas de gesso (usadas apenas nas paredes internas) são pregadas, rejuntadas e tapadas com fita adesiva, recebendo finalmente uma demão de pintura ou argamassa de gesso. MADEIRA - É fixada através de encaixes ou pregos e parafusos. Quando a madeira não é pintada, ela deve receber verniz para protegê-la do sol e da chuva, no entanto, o verniz tem que ser refeito periodicamente. Os revestimentos de madeira para paredes internas podem ser aplicados sob a forma de tábuas ou folhas, incluindo laminados ou compensados. Os lambris

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(revestimento em tábuas de madeira) devem ser assentados sobre caibros de madeira previamente fixados na alvenaria e aparafusados. AÇO - Pode-se usar a aço galvanizado ou inoxidável. O aço é um composto de ferro e carbono suscetível de adquirir através de têmpera (resfriamento súbito após atingir alta temperatura) um elevado grau de dureza e tenacidade. O aço galvanizado é o aço recoberto por uma camada de zinco metálico que tem a finalidade de proteger contra os efeitos da oxidação. O aço inoxidável é aquele que, na sua composição, além do ferro e do carbono recebe o cromo que lhe confere a capacidade de resistir à oxidação e corrosão. Do processo de industrialização dos dois tipos de aço são obtidos elementos como chapas e perfis que podem ser utilizados como protetores-solar, fachadas, forros, porta, piso, detalhes, etc. O processo de união se dá através de solda, colagem, porca, parafuso, rebites ou encaixe. O aço galvanizado tem como acabamento mais comum a pintura e pode também ser plastificado. O aço inoxidável pode sofrer vários processos de acabamento. Através de abrasão pode-se passar de uma superfície fosca e irregular a uma superfície lisa e regular com várias passagens entre esses dois tipos de acabamento. O aço escovado muito utilizado encontra-se nesse caso. O ado inoxidável pode ainda ser pintado. Tanto o aço galvanizado como inoxidável não apresentam ferrugem; proporcionam a criação de elementos leves e delgados; são de fácil manutenção e limpeza; têm grande resistência ao fogo; não absorvem umidade e são de grande durabilidade. No entanto, são bons condutores térmicos, permitindo a passagem de muito calor ou frio; são péssimos isolantes acústicos e o custo do material e a mão-de-obra que executa o trabalho bastante elevado. No memorial de especificações técnicas de um projeto, quando houver a intenção de utilizar revestimentos em aço, alguns cuidados devem ser tomados: - designar o tipo de aço (galvanizado ou inoxidável); - designar o acabamento do aço (pintado, escovado, etc); - indicar os elementos adequados ao projeto (perfis, etc); - indicar as dimensões mais adequadas, inclusive a espessura; - indicar como serão feitas as ligações das peças; - indicar o fabricante escolhido. PLÁSTICO OU PAPEL - Estes revestimentos apresentam-se em rolos e devem ser colados nas paredes da seguinte maneira: procede-se normalmente ao chapisco, ao emboço e ao reboco desempenado com desempenadeira de madeira; emassa-se a parede com massa corrida de PVA; aplica-se um selador também a base de PVA e cola-se o revestimento. TEXTURA EM CONCRETO APARENTE

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Existem várias formas de dar textura ao concreto aparente. Nesse caso, a própria estrutura pode ser o revestimento do edifício. Obtém-se textura no concreto: - pela colocação das fôrmas;

- pelo tipo de material utilizado como fôrma; - após a retirada das fômas, com ferramentas;

- pelo tipo de agregado utilizado no concreto. Nesse particular, vale ressaltar os estudos que vem sendo desenvolvidos por arquitetos e pesquisadores do país, sobre a utilização de materiais provenientes da britagem de mármores ou granitos como agregados.

MÉTODO EXECUTIVO – EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS PARA PISOS E PAREDES

Condições para o início dos serviços • Verificar as condições do emboço - idade (mínimo de 14 dias), prumo,

planeza (precisão de 1 mm/m) e limpeza (ausência de restos de argamassa ou outro material);

• Averiguar as condições do contrapiso - idade (mínimo de 14 dias), nivelamento, planeza (ondulações máximas de 1 mm/m), limpeza, ausência de restos de argamassa ou outro material), adequação dos caimentos e rebaixos;

• Observar se todos os contramarcos das janelas estão chumbados e se os batentes já estão instalados ou com referência definida;

• Verificar se as instalações hidráulicas e elétricas estão executadas e se o sistema de impermeabilização está concluído e testado, com os ralos protegidos;

• Avaliar se o lote de peças cerâmicas está uniforme quanto ao calibre e à tonalidade;

• Checar se a quantidade de peças é suficiente para executar o serviço.

Assentamento • Verificar a altura do cordão de argamassa colante (8 mm para pisos e 6 mm

para azulejos); FIGURA 45 - Espalhamento da

argamassa colante

FIGURA 46 - Finalização do espalhamento de argamassa colante

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FIGURA 47 - Aplicação do lado dentado da desempenadeira, formando os cordões

• Checar o tempo de abertura (“teste do dedo”); • Avaliar a presença de regiões sem aderência (som oco após 24 horas); • Observar se a desempenadeira não está com os dentes gastos. • Durante o assentamento, retirar aleatoriamente algumas peças recém-

colocadas, analisando o preenchimento da região de contato cerâmica-argamassa colante.

• Caso as peças do revestimento formem mosaico decorativo, verificar se elas foram assentadas conforme o mosaico padrão.

Desvios geométricos e regularidade • Verificar o nivelamento entre as peças (avaliação visual); • Checar a planeza do revestimento (tolerar variações de 1 mm/m); • Observar se não existem dentes sobressalentes.

Juntas • Verificar as dimensões, o alinhamento e a aplicação de mastique nas juntas

de expansão (pisos) e juntas estruturais, avaliando sua conformidade com o projeto ou com o PES 10;

Rejuntamento • Assegurar o intervalo mínimo de 24 horas para iniciar o rejuntamento dos

pisos e três dias para as paredes;

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FIGURA 48 - Ajuste para o correto

posicionamento das peças

FIGURA 49 - Detalhe do espaçamento entre peças garantido pelo

posicionamento de espaçadores plásticos em forma de cruz

• Verificar, visualmente, a abertura e o alinhamento das juntas; • Observar a homogeneidade do preenchimento das juntas entre peças por

inspeção visual; não devem haver falhas por falta ou excesso de rejunte; • acabamento final obtido pelo frisamento deve ser liso e regular.

Limpeza • Verificar um intervalo de 15 minutos para limpeza do rejuntamento com

esponja molhada e um intervalo de 15 minutos para limpeza após o frisamento (com o auxílio de um pano seco);

FIGURA 50 - Detalhe do encontro entre pisos e paredes revestidos com cerâmica

• Verificar o aspecto visual do pano revestido, atentando para manchas de

argamassa de assentamento e/ou rejunte deixadas por falha de limpeza

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após a execução, bem como para as condições de limpeza e de organização do ambiente durante e após a execução do serviço.

MÉTODO EXECUTIVO – REVESTIMENTO EXTERNO EM PEÇAS CERÂMICAS

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO

Condições para o início dos serviços • Verificar as condições do emboço - idade (mínimo de 14 dias), prumo,

planeza, nivelamento de detalhes e limpeza (ausência de restos de argamassa ou outro material);

• Checar a quantidade e a uniformidade do lote de peças cerâmicas; • Conferir se todos os fios de prumo previstos estão posicionados; • Certificar-se de que as instalações elétricas e hidráulicas que interferem no

revestimento de fachada estão concluídas e testadas; • Averiguar se os contramarcos das janelas estão instalados e conferidos; • Observar se os equipamentos de proteção coletiva estão instalados e

conferidos, atentando também para os EPIs.

Controle do assentamento • Avaliar a altura do cordão de argamassa colante; • Observar o tempo de abertura (teste do dedo) e a ocorrência de regiões

sem aderência (som oco após 24h); • Durante o assentamento, retirar aleatoriamente algumas peças recém

colocadas, analisando o preenchimento do tardoz com argamassa colante. FIGURA 51 - Aplicação da argamassa colante sobre o emboço

FIGURA 52 - Técnica de dupla colagem: aplicação da argamassa colante sobre o tardoz de peças cerâmicas

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FIGURA 53 - Assentamento das peças cerâmicas

FIGURA 54 - Ajuste de posicionamento com o cabo de madeira do martelo

Desvios geométricos e regularidade • Verificar, visualmente, o nivelamento entre as peças, a planeza do

revestimento, a variação na espessura das juntas e a presença de dentes ou saliências entre as peças, por meio de régua de alumínio.

Juntas de controle • Averiguar a espessura e a profundidade das juntas de controle, atentando

para a conformidade com o projeto; • Assegurar a limpeza da base no momento de aplicação do mastique

elástico.

Rejuntamento • Verificar a homogeneidade do preenchimento das juntas entre peças por

inspeção visual; não deve haver falhas por falta ou excesso de rejunte

Limpeza • Verificar o aspecto visual do pano revestido, atentando para restos de

argamassa de assentamento e/ou rejunte deixados na superfície por falha de limpeza

MÉTODO EXECUTIVO – REVESTIMENTO DE FACHADA EM PASTILHAS CERÂMICAS RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO Condições para o início dos serviços

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• Verificar as condições do emboço - idade (mínimo de 14 dias), prumo, planeza, nivelamento de detalhes e limpeza (ausência de restos de argamassa ou outro material);

• Conferir a quantidade e a uniformidade do lote de peças cerâmicas; • Checar se todos os fios de prumo previstos estão posicionados; • Averiguar se as instalações elétricas e hidráulicas que interferem no

revestimento de fachada estão concluídas e testadas; • Observar se os contramarcos das janelas estão instalados e conferidos,

incluindo o caimento adequado dos peitoris; • Verificar se foi concluído o arremate das coifas de cozinhas e das chaminés

de aquecedores; • Certificar-se de que os equipamentos de proteção coletiva estão instalados

e conferidos, atentando também para os EPIs.

Controle do assentamento • Averiguar a altura do cordão de argamassa colante (8mm), o seu tempo de

abertura (teste do dedo) e a ocorrência de regiões sem aderência (som oco após 24h).

FIGURA 55 - Espalhamento da argamassa

colante

FIGURA 56 - Formação dos cordões

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FIGURA 57 - Aplicação da argamassa de rejunte no tardoz das placas

FIGURA 58 - Posicionamento das placas

FIGURA 59 - Rebatimento com o tolete

Desvios geométricos e regularidade • Verificar, visualmente, o nivelamento entre as pastilhas, a planeza do

revestimento, o requadro das janelas, com especial atenção à inversão de caimentos, e a variação na espessura das juntas;

• Avaliar a presença de dentes ou saliências por meio de régua de alumínio. • Juntas de controle • Verificar a espessura e a profundidade das juntas de controle, atentando

para a conformidade com o projeto; • Observar a limpeza da base no momento de aplicação do mástique elástico.

Rejuntamento • Verificar a homogeneidade do preenchimento das juntas por inspeção

visual; não devem haver falhas por falta ou excesso de rejunte.

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Retirada do papel • Conferir a remoção completa do papel sem o descolamento de pastilhas ou

remoção do rejunte; • Atentar para a diluição adequada de soda cáustica (1:20).

FIGURA 60 - Molhagem do papel com solução de soda cáustica

FIGURA 61 - Retirada do papel

FIGURA 62 - Limpeza da superfície

Limpeza • Verificar o aspecto visual do pano revestido, atentando para restos de papel

ou cola ainda aderidos à superfície e manchas de argamassa de assentamento e/ou rejunte deixadas por falha de limpeza

TIPOS DE JUNTAS: • juntas de assentamento: entre as peças que compõem o revestimento. São

necessárias devido ao desbitolamento dos revestimentos cerâmicos, devido à necessidade de alinhamento das peças além de impedirem a propagação de tensões de uma peça para outra, afastando o risco de flambagem do revestimento. Além disso, as juntas de assentamento exercem função de higiene, estética e facilitam a remoção de peças danificadas.

• juntas estruturais: oriundas da estrutura de concreto. • juntas de movimentação ou juntas de expansão/contração

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• juntas especiais: devem ser utilizadas quando o revestimento estiver sujeito a agentes agressivos como ácidos, bases, óleos, etc.

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TEMA 4 – Revestimento de Pisos e Impermeabilização EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PISO EM ASSOALHO DE MADEIRA RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO: Condições para o início da execução do serviço • Verificar se a instalação e a conferência dos batentes de portas, marcos e

contramarcos das janelas já foram finalizadas, bem como dos revestimentos internos de paredes e tetos;

• Antes de proceder ao acabamento do assoalho, averiguar se já ocorreu a colocação das soleiras de pedra, dos caixilhos e vidros e se já foi concluída a pintura de paredes e tetos.

Colocação dos barrotes • Verificar o nivelamento dos barrotes com uma régua de alumínio com nível

de bolha acoplado (a bolha deve encontrar-se entre as linhas); • Checar a fixação de pregos e o espaçamento entre os barrotes, com

tolerância de 5mm; FIGURA 63 - Posições dos pregos no

barrote

FIGURA 64 - Execução do pré-furo para fixação do prego espiralado

FIGURA 65 - Detalhe da colocação do prego espiralado com martelo e punção

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FIGURA 66 - Detalhe da posição do prego espiralado

FIGURA 67 - Detalhe do uso do punção

• Observar a colocação de barrotes de borda e soleiras.

FIGURA 68 - “Aperto” da tábua, utilizando cunha e apoio de madeira

Colocação do assoalho • Verificar o prazo de cura da argamassa de fixação dos barrotes (mínimo 14

dias); • Conferir o acabamento das juntas, que devem ter abertura máxima de 2

mm; • Checar a fixação das peças e o aspecto dos parafusos; • Averiguar a colocação das cavilhas, que devem se apresentar firmemente

coladas, mas não “enterradas”.

Acabamento • Inspecionar visualmente o ambiente, detectando eventuais falhas ou

imperfeições no assoalho, tais como frestas, aspereza (principalmente em cantos, escadas, soleiras e rodapés), defeitos de calafetação ou falhas de aplicação do verniz ou cera (remonte, respingos, etc...). Certificar-se de que o ambiente esteja limpo e protegido da umidade ou insolação excessiva.

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FIGURA 69 - Abertura do furo para cavilha no assoalho

FIGURA 70 - Abertura do pré-furo para o parafuso de Fixação do assoalho

f

FIGURA 71 - Detalhe da fixação na emenda entre tábuas: a) fixação com 4 parafusos

b) fixação com 2 parafusos

Uma questão a ser considerada no revestimento das áreas molhadas (chuveiros, terraços descobertos, varandas) é a definição do tipo adequado de impermeabilização, e a realização do projeto específico para a aplicação deste tratamento. Pode-se classificar a impermeabilização em rígida ou flexível. A impermeabilização rígida, é constituída pelos concretos e argamassas onde a utilização de um aditivo no seu preparo os torna impermeáveis. Nestes casos a impermeabilização permanece incorporada à estrutura perdendo sua função se aparecerem trincas. Por esta razão, recomenda-se para locais de baixo risco de movimentação da estrutura ou qualquer outro fenômeno que possa

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resultar em fissuras. São recomendadas para pisos de banheiros, cozinhas e áreas de serviço. As impermeabilizações flexíveis subdividem-se em:

- plásticas: Constituem-se de pinturas especiais aplicadas sobre as superfícies a ser impermeabilizadas. Tem pouca durabilidade, ressecam e perdem a função quando constantemente expostas às intempéries. Possuem pouca elasticidade e não acompanham os movimentos da estrutura. São muito utilizadas em calhas e pequenas jardineiras. - elásticas: Utilizam mantas pré-fabricadas. São aconselhadas para os terraços, marquises, etc. - laminares: São também chamadas de pintura armada. São realizadas com elastômeros ou asfaltos, estruturadas com camadas de materiais rígidos como feltro asfáltico, tecidos de juta ou vidro, ou lâminas de alumínio. A estruturação é feita pela intercalação de camadas de materiais rígidos com asfaltos ou elastômeros.

A norma NBR 9575 fixas as condições gerais e específicas que devem ser obedecidas na elaboração de um projeto de impermeabilização. Além desta, outras normas complementares devem ser igualmente consultadas, tais como:

• NBR 8083 - materiais e sistemas utilizados em impermeabilização - Terminologia.

• EB 635 - Asfaltos oxidados para impermeabilização - Especificação

• NBR 8521 - Emulsões asfálticas com fibras de amianto para impermeabilização - Especificação

• NBR 9227 - Véu de fibras de vidro para impermeabilização - Especificação

• NBR 9228 - Feltros asfálticos para impermeabilização - Especificação

• NBR 9229 - Mantas de Butyl para impermeabilização - Especificação

• NBR 9396 - Elastômeros em solução para impermeabilização

• NBR 9685 - Emulsões asfálticas sem carga para impermeabilização - Especificação

• NBR 9686 - Solução asfáltica empregada como material de imprimação na impermeabilização - Especificação

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• NBR 9687 - Emulsões asfálticas com carga para impermeabilização - Especificação

• NBR 9689 - Materiais e sistemas de impermeabilização - Classificação

• NBR 9690 - Materiais de polímeros para impermeabilização - Especificação

Pontos fundamentais para avaliação dos sistemas de impermeabilização: impermeabilidade dos materiais: para esta avaliação adota-se o conceito de

absorção d’água dos materiais, dada em porcentagem de água absorvida pelo peso seco do material, sendo especificada a temperatura da água e o tempo de imersão, e adotando-se sempre igual espessura de material para ensaios comparativos.

resiliência dos materiais: as estruturas estão sujeitas às variações de temperaturas do ambiente que provocam esforços de tração e de compressão. Estando a impermeabilização solidária à estrutura, conclui-se que aquela deve acompanhar a movimentação desta,bem como resistir às tensões de tração e compressão atuantes. Chama-se resiliência de um material a capacidade que ele tem de voltar às suas dimensões iniciais uma vez cessada a causa que provocou a deformação, seja ela de origem térmica ou mecânica, e após vários ciclo de repetição do fenômeno em questão.

longevidade dos sistemas de impermeabilização: proteção mecânica e isolação térmica: com exceção das obras nas quais se

exija, por motivos técnicos ou estéticos, que a impermeabilização seja exposta, nas demais deve ser executada uma proteção mecânica para impedir a danificação do material impermeabilizante pela ação do tráfego de pessoas, quer durante o serviço quer após sua execução, e pela incidência de radiações solares diretas, que provocam a evaporação da porção volátil dos materiais - diretamente responsável pela sua elasticidade.

custos: cabe ressaltar que o custo inicial de uma impermeabilização, mesmo aparentemente elevado, é insignificante em relação ao todo da obra e aos custos de futuras manutenções.

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TEMA 5 – Coberturas e Proteções Cobertura é o fechamento de estruturas de telhados com inclinação inferior a 75 graus (aproximadamente) em relação à horizontal. Fechamento ou tapamento lateral, é aquele que apresenta inclinações superiores a 75 graus (aproximadamente) em relação à horizontal. Outras definições importantes, são:

• beiral: É a parte da telha que ficará em balanço, livre de apoio.

• tesoura: É o sistema estrutural triangular indeformável que sustenta a cobertura propriamente dita.

• terça: É uma peça horizontal, colocada em direção perpendicular às tesouras, destinada à sustentação das telhas.

• cumeeira: É a parte mais alta da cobertura, onde as superfícies inclinadas se encontram.

• faixa: É a sequência de chapas utilizadas no fechamento da cobertura, no sentido de seu comprimento.

• fiada: É a sequência de chapas utilizadas no fechamento da cobertura, no sentido de sua largura.

• recobrimento: É a sobreposição das telhas no sentido do seu comprimento e da sua largura, para evitar a penetração da água e dos ventos.

COBERTURAS METÁLICAS Variam dos simples perfis de aço às estruturas espaciais planas, formadas a partir da associação de barras metálicas (aço e alumínio) e nós de articulação compondo tetraedros. Além desses sistemas, as estruturas metálicas podem formar abóbadas, estruturas laminares, vigas treliçadas, curvas ou não e, por fim, coberturas formadas por cabos tracionaços que suportam as placas de cobertura. As coberturas metálicas, no sistema estrutural do aço, costumam estar apoiadas em estruturas leves, também metálicas, ou sobre apoios nas lajes. Entre os metais utilizados como telhas, citam-se: o cobre, o zinco, o alumínio e o aço galvanizado. Mais recentemente passou-se a utilizar chapas metálicas como telhas autoportantes, fixadas ao vigamento por finos conectores. As especificações das coberturas metálicas em particular, devem levar em consideração as questões de estanqueidade e segurança contra a ação dos ventos. Alguns cuidados básicos na execução deste tipo de cobertura, são:

• verificar se as dimensões da obra coincidem com as dimensões do projeto antes do início da montagem;

• iniciar a execução em faixas perpendiculares às terças, no sentido de baixo para cima;

• observar os recobrimentos lateriais e longitudinais;

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• iniciar a montagem das telhas no sentido oposto ao dos ventos dominantes;

• quando a cobertura for em duas águas opostas, cubrir igualmente ambos os laços, permitindo a coincidência das seções das telhas com as peças de concordância da cumeeira;

• na montagem da cobertura, evitar pisar diretamente sobre as telhas para não danificá-las.

ESTRUTURAS DE MADEIRA De maneira geral a estrutura de madeira de um telhado é composta pela tesoura, o engradamento e o contraventamento. As tesouras, formam vigas de treliça que recebem as cargas do engradamento através de pontos chamados nós (fig.73). Essa descarga se faz através das principais peças do engradamento chamadas terças. O engradamento constitui-se de terças, caibros e ripas, podendo assumir formas simplificadas para telhas maiores que se sustentam diretamente nas terças. As terças, conforme descrição apresentada no início deste capítulo, são peças longitudinais, colocadas em direção perpendicular às tesouras, recebendo nomes especiais quando estão na parte mais alta do telhaço (cumeeira) e quando se apoiam diretamente sobre as paredes limítrofes (frechal). Os caibros são colocados perpendicularmente às terças e se apoiam nelas, inclinados sendo que seu declive determina o caimento ou "ponto" do telhaço. A seção dos caibros vai depender do espaçamento entre as terças. As ripas são colocadas paralelamente às terças, se apoiando nos caibros. Seu espaçamento depende do tipo de telha que se está usando.

Figura 73 - Detalhe do pendural

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Figura 73 - Exemplo de madeiramento de telhado

COBERTURAS DE CONCRETO Esse tipo de cobertura refere-se às lajes impermeabilizadas ou às "cascas" de concreto. Em ambas as situações, maiores cuidados devem ser tomados em função dos problemas causados pela má impermeabilização. Sempre que possível, já na fase de projeto, deve ser definido o tipo de impermeabilização a ser adotado, onde então deverão ser fixados certos detalhes que posteriormente facilitem tais serviços. SOLUÇÕES DE PROJETO Optando-se pela cobertura utilizando estrutura e telhas, pode-se especificar: telhas cerâmicas, placas de ardósia, chapas metálicas, chapas de plástico,

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telhas de cimento, entre outras. Vale ressaltar que as telhas de fibro-cimento ou cimento-amianto, apesar de amplamente utilizadas no Brasil, possuem composição química comprovadamente cancerígena. Para justificar a escolha de deterninada solução, deve-se considerar:

• a compatibilidade dos materiais empregados em relação ao sistema estrutural do edifício, observando as alternativas mais racionais de ligação entre eles;

• optar por processos que se caracterizem pela rapidez na execução, redução na mão-de-obra empregada e maior limpeza no canteiro de obras uma vez que as soluções artesanais podem representar um atraso na obra;

• a dimensão dos vãos que a cobertura terá que vencer, uma vez que algumas soluções se mostram mais eficientes que outras em função do vão;

• adequação aos recursos humanos e de equipamentos disponíveis na região onde se localiza a obra.

De maneira geral, na composição de um telhado deve-se ter em mente algumas regras fundamentais:

• a concordância entre os diversos planos de um telhado se fará sempre através da bissetriz dos ângulos (fig. 74);

• todos os planos terão a mesma altura no beiral;

• os planos devem ter sempre a mesma inclinação.

Figura 74 - Telhados: a concordância deve ser feita pela bissetriz dos

ângulos.

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Em qualquer dos casos, os detalhes importantes, que devem ser observados baseados em instruções dos fabricantes, são: inclinação mínima, recobrimentos, superposição de telhas de uma fiada para outra, despejo dos condutores, peças e acessórios especiais.