processos de degradaÇÃo do solo – parte 1

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PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DO SOLO – Parte 1

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Page 1: PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DO SOLO – Parte 1

PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DO

SOLO – Parte 1

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SOLOS DEGRADADOS

“Solo degradado é o que sofreu modificação em sua natureza quer tal mudança tenha sido FÍSICA, QUÍMICA ou BIOLÓGICA em conseqüência de ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS causadas por fatores naturais ou em decorrência de ação antrópica” (LAL; STEWART,1992).

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25% dos solos do planeta estão degradados.

O resto da superfície terrestre do planeta está descoberta (cerca de 18%) ou coberta por massas de água interiores (cerca de 2%).

8% dos solos estão moderadamente degradados, 36% estão estáveis ou levemente degradados e 10% estão classificados como “em recuperação”.

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Acidez

Salinização

Toxidez por Aluminio Toxidez por Manganês

PRINCIPAIS PROCESSOS

Erosão

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EROSÃO

É um processo de desagregação, transporte e deposição do solo causado pela ação da água e dos ventos.

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FATORES QUE INFLUEM NA EROSÃO

Chuva

Infiltração

Topografia do Terreno

Cobertura Vegetal

Natureza do Solo

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CHUVA

- A intensidade da chuva é o fator pluviométrico mais importante na erosão.

- O volume e a velocidade da enxurrada dependem da intensidade, duração e frequência da chuva. - Durante uma chuva milhares de gotas atingem as partículas da massa de solo, algumas partículas são atiradas a 60cm de altura e a 1,5m de distância .

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As gotas de chuva que golpeiam o solo são um agente que contribui para o processo erosivo pelo menos por três formas:

a) Desprendem partículas de solo no local que sofre o impacto.

b) Transportam, por salpicamento as partículas desprendidas.

c) Imprimem energia à água superficial para evitar a erosão, é imprescindível eliminar o desprendimento das partículas causadas pelas gotas de chuva que golpeiam o terreno.

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INFILTRAÇÃO

- É o movimento da água dentro da superfície do solo.

- Quanto maior a sua velocidade, menor a intensidade de enxurrada na superfície e, consequentemente, reduz a erosão.

- O grau de agregação é um fator que afeta a infiltração, pois partículas mais finas são bem agregadas, os espaços porosos entre elas são maiores, proporcionando maior velocidade de infiltração.

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- A velocidade de infiltração tem sido determinada eficientemente através de lisímetros.

- LISÍMETROS são cilindros de solos no qual uma quantidade conhecida de água é aplicada e a infiltração é determinada.

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- O preparo do solo exerce, através de aração profunda, um aumento na velocidade de infiltração.

- O fator mais importante na velocidade infiltração é a cobertura vegetal que esta no solo durante a chuva.

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TOPOGRAFIA DO TERRENO

- A topografia do terreno, expressada através da declividade e pelo comprimento das rampas, exercem acentuada influência sobre a erosão.

- O tamanho e a quantidade do material em suspensão arrastado pela água dependem da velocidade com que ela escorre.

- O grau de declive dependem diretamente do volume e a velocidade das enxurradas que sobre ele escorrem.

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- O efeito do declive nas perdas por erosão, pode ser expresso pela seguinte equação (BERTONI):

T= 0,145 D 1,18

T = perda de solo em quilograma/unidade de largura/unidade de comprimento;0,145 = constante de variação;D = grau de declividade do terreno , em porcentagem;1,18 = expoente.

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- O comprimento da rampa é importante pois a medida que o caminho percorrido vai aumentando, não somente as águas vão se avolumando proporcionalmente como, também, a sua velocidade de escoamento vai aumentando progressivamente.

- Quanto maior o comprimento da rampa, mais enxurrada se acumula, e a maior energia resultante se traduz por uma erosão maior.

Page 17: PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DO SOLO – Parte 1

- O efeito do comprimento de rampa, pode ser expresso pela seguinte equação (BERTONI):

T= 0,166 C 1,63

T = perda de solo em quilograma/unidade de largura;0,166 = constante de variação;C = comprimento de rampa do terreno , em metros;1,63 = expoente.

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- O efeito simultâneo dessas duas características topográficas, pode ser expresso pela seguinte equação (BERTONI):

T= 0,018D1,18 C 1,63

T = perda de solo em quilograma/unidade de largura;D = grau de declividade em porcentagem;C = comprimento de rampa do terreno, em metros.

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COBERTURA VEGETAL

- É defesa natural do solo contra erosão.- Seus efeitos podem ser enumerados:

a) proteção direta contra o impacto das gotas da chuva;

b) dispersão da água;c) decomposição das raízes das plantas,

aumentando a infiltração da água (+ porosidade).

d) melhoramento da estrutura do solo.e) diminuição da velocidade de escoamento da

enxurrada.

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Efeito do tipo de uso do solo sobre as perdas por erosão (São Paulo).

TIPO DE USO PERDAS DE

SOLO ÁGUA

t/ha % da chuva

Mata 0,004 0,7

Pastagem 0,4 0,7

Cafezal 0,9 1,1

Algodoal 26,6 7,2

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Seguindo um grau crescente de proteção oferecido contra a erosão, as culturas podem ser classificadas em:

1º Grupo – Mamona, feijão e mandioca;

2º Grupo – Amendoim, arroz e algodão;

3º Grupo – Soja e batatinha;

4º Grupo – Cana-de-açúcar, milho, milho + feijão e batata-doce.

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Efeito do tipo de cultura anual sobre as perdas por erosão. Média da base de 1.300mm de chuva e declive entre 8,5 e 12,8%.

CULTURA ANUAL PERDAS DE

SOLO ÁGUA

t/ha % da chuva

Mamona 41,5 12,0

Feijão 38,1 11,2

Mandioca 33,9 11,4

Amendoim 26,7 9,2

Arroz 25,2 11,2

Algodão 24,8 9,7

Soja 20,1 6,9

Batatinha 18,4 6,6

Cana-de-açúcar 12,4 4,2

Milho 12.0 5,2

Milho + Feijão 10,1 4,6

Batata-doce 6,6 4,2

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NATUREZA DO SOLO

- As propriedade físicas (estrutura, textura, permeabilidade e densidade), químicas e biológicas exercem diferentes influências no processo de erosão.

- Um solo arenoso com espaços porosos grandes pode absorver toda água de um chuva de baixa intensidade porém em solos argilosos a penetração da chuva é reduzida, escorrendo mais na superfície.

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- Quanto a estrutura, dois aspectos devem ser considerados no estudo da erosão:

a) A propriedade físico-química da argila que faz com que os agregados permaneçam estáveis na água.

b) A propriedade biológica causada pela abundância de matéria orgânica em estado de ativa decomposição.

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- Nos solos argilosos, com adição de matéria orgânica, melhora-se as condições de arejamento e retenção de água, explicado pelas expansões e contrações da argila, o que causam umidecimento e o ressecamento do solo.

- A profundidade do solo e as características do subsolo contribuem para a capacidade de armazenamento da água no solo, com um subsolo mais compacto e pouco permeável.

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Efeito do tipo de solo nas perdas por erosão. Média da base de 1.300mm de chuva e declive entre 8,5 e 12,8%.

SOLO PERDAS DE

SOLO ÁGUA

t/ha % da chuva

Arenoso 21,1 5,7

Argiloso 16,6 9,6

Terra Roxa 9,6 3,3

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MECANISMOS DA EROSÃO

- A erosão é simplesmente a realização de uma quantidade de trabalho no desprendimento do material de solo e no seu transporte.

- O processo erosivo começa quando as gotas de chuva embatem a superfície do solo e destroem os agregados , e termina com as três etapas seguintes:

a) as partículas de solo se soltam; b) o material desprendido é transportado;c) Esse material é depositado.

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EROSÃO GEOLÓGICA

- A erosão geológica ou natural se manifesta como uma ocorrência normal dos processos de modificação da crosta terrestre , é reconhecível somente com o decorrer de longos períodos de atividade.

- Estes processos são considerados benéficos pois com erosão e das geleiras , formadas inúmeras colinas suaves, planícies extensas e vales férteis.

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- Com a destruição de anteparos naturais os agentes atmosféricos agem naturalmente e forçam o processo erosivo e deixando agir livremente.

- O que a natureza levou milhares de anos para formar é desgastado em poucas dezenas de anos, se não forem estabelecidas práticas de conservação de solo.

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FORMAS DE EROSÃO HÍDRICA

- As erosões causadas pela água podem ser laminar, em sulcos e voçorocas (podem ocorrer simultaneamente).

- A erosão laminar é a lavagem da superfície do solo em terrenos arados.

- A erosão em sulcos é causada pela concentração de água escorrendo em pequenos sulcos nos campos cultivados.

- As voçorocas ocorrem quando os sulcos são bastante erodidos em largura e profundidade.

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FORMAS CLÁSSICAS DE EROSÃO

a) Erosões Causadas pela Chuva;

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b) Erosão Laminar;

c) Erosão em Sulcos;

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d) Voçorocas;

e) Deslocamento e Escorregamento de Massas de Solo;

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f) Erosão em Pedestal;

g) Erosão em Pináculo;

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h) Erosão em Túnel;

I) Erosão da Fertilidade do Solo.

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EROSÃO EÓLICA

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ERODIBILIDADE DO SOLO

- A erodibilidade é a sua vulnerabilidade ou suscetibilidade a erosão, que é a recíproca da sua resistência à erosão.

- Um solo com alta erodibilidade sofrerá mais erosão que um com baixa erodibilidade se ambos estiverem expostos a uma mesma chuva.

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- A erodibilidade é proporcional à seguinte relação (BOUYOUCOS):

% Argila+%Silte%Argila

- Solos que apresentam a relação de erosão menor que 10 são considerados não erosivos.

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TOLERÂNCIA DE PERDA DO SOLO

- É a quantidade de terra que pode perdida por erosão (t/ha), mantendo ainda o solo elevado nível de produtividade por longo período de tempo.

- A tolerância reflete a perda máxima de solo que se pode admitir, com um grau de conservação tal que mantenha uma produção econômica.

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PADRÕES DE PERDA DO SOLO (Lombardi & Bertoni)

a) Profundidade do Solo: deve ser favorável ao desenvolvimento do sistema radicular (para latossolos a profundidade máxima é 1 metro).

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b) Relação textural entre os horizontes superficiais e subsuperficiais:

- A relação, de argila, entre os horizontes afetam a infiltração e a permeabilidade do solo.

- Uma relação textural de argila alta indica uma capacidade de infiltração menor nos horizontes de sub-superficies , acelerando a intensidade de erosão das superfícies.

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c) Escolha dos horizontes no perfil do solo.

d) Cálculo da quantidade de terra por unidade de superfície.

P= 100 x h x d

Onde:

P= peso de terra em um hectare, t/ha.h= espessura do horizonte, cm;d=densidade do solo, g/cm3.

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e) Período de tempo pra desgastar a quantidade de solo da unidade de superfície.

Dividindo por 1.000 o peso do solo por unidade de superfície tem-se a tolerância de perdas de solo por ano para cada unidade de solo.

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Os solos podem ser naturalmente ácidos devido à própria pobreza das bases do material de origem ou pelos processos de formação que favorecem a remoção ou lavagem de elementos básicos, como potássio, cálcio, magnésio e sódio.

A acidez do solo surge com o contato dos ácidos do solo com a solução aquosa, dissociando em ânion e hidrogênio.

ACIDEZ

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A faixa de pH entre 5,8 e 6,2 é a que apresenta maior disponibilidade da maioria dos nutrientes essenciais estão disponíveis para as culturas.

Solos com pH abaixo de 7 são considerados ácidos, e os com pH acima de 7, alcalinos.

Os macronutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre são mais disponíveis em pH mais elevados em relação à tolerância à maioria das plantas.

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A acidez do solo pode ser dividida em ativa, trocável, não trocável e potencial.

- A acidez ativa é resultado do hidrogênio dissociado, ou seja, na solução do solo, na forma de H+, e é expressa em valores de pH (H+ da solução do solo).

- A acidez trocável refere-se aos íons H+ e Al3+ que estão retidos na superfície dos colóides por forças eletrostáticas.

- A acidez não trocável é representada pelo hidrogênio de ligação covalente, associado aos colóides com carga negativa variável e aos compostos de alumínio (Al3+ trocável + H+ trocável).

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A acidez potencial é a soma da acidez trocável e da não trocável.

A trocável é a mais prejudicial ao crescimento da maioria das plantas e corresponde à soma da acidez trocável (Al3+ trocável + H+ trocável) com a acidez não trocável (H+ de ligação covalente).